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Teologia
Curso: Teologia – TEOLOGIA
INTEGRALIZAÇÃO
Os congressos de missão:
Evangelicais e Ecumênicos
Prof. Nicanor Lopes
OBJETIVOS DA AULA
Oferecer aos estudantes a construção de um
conhecimento consistente e crítico sobre os congressos
de missão, a partir de seus contextos e fundamentos
bíblicos, teológicos, pastorais e históricos.
Analisar os diferentes resultados dos congressos de
missão do século XX.
Conhecer as prioridades da missão e evangelização
estabelecidas nos congressos missionários evangelicais
e ecumênicos.
Evangelização
• Em nossa última teleaula encerramos o tema
falando que:
• São compromissos de uma missão integral:
– Revitalizar a igreja para a missão
– Reconscientizar a igreja de sua missão no mundo;
– Conscientizar a igreja de que ela está no mundo
para servir o mundo integralmente.
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Para o cumprimento desta missão
• É necessário revisitar os continentes e avaliar
a presença e participação da igreja no mundo.
Tema de hoje: Os congressos
de missão
• A mais recente contribuição para a
teologia de missão, no que se refere aos
congressos missionários, encontra‐se na
tese de doutorado do Prof. Luiz Longuini
Neto, em seu texto “O novo rosto da
missão”. Publicado pela Editora Ultimato.
MARCO HISTÓRICO DA MISSÃO
NA AMERICA LATINA
• No que diz respeito à relação igreja e sociedade, os
setores progressistas da Igreja Católica no
continente, em particular no Brasil, tiveram um papel
importantíssimo na resistência às ditaduras;
• Em grande parte essa resistência foi articulada por
intermédio das chamadas pastorais especializadas,
que foram não somente uma resposta aos desafios
da conjuntura da época, como também uma
proposta de atuação e presença da Igreja Católica na
sociedade.
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MARCO HISTÓRICO DA MISSÃO
NA AMERICA LATINA
• Os protestantes tiveram outra experiência. Sem o
carisma da “unidade” e sem o respaldo institucional
e popular, os teólogos protestantes que lideravam os
movimentos progressistas no início da década de
1960, agrupados no Setor de Responsabilidade Social
das Igrejas da Confederação Evangélica do Brasil
(CEB) e na Junta Latino‐Americana de Igreja e
Sociedade (Isal), em sua maioria, foram perseguidos,
presos, torturados e exilados de seus países pelos
regimes militares
MARCO HISTÓRICO DA MISSÃO
NA AMERICA LATINA
• Em consequência, o movimento progressista
protestante sofreu um certo esvaziamento e não
pôde mais contar com um bom grupo ou, segundo
opinião de alguns estudiosos, com a maioria de seus
intelectuais. A partir de então floresceram no
continente as missões de fé norte‐americanas por
meio do trabalho de instituições paraeclesiásticas,
todas de origem fundamentalista e pietista cujas
propostas foram muito bem aceitas pela maioria das
comunidades protestantes devido à mesma
mentalidade fundamentalista e pietista já existente
entre elas.
MARCO HISTÓRICO DA MISSÃO
NA AMERICA LATINA
• Também a partir dos anos de 1960, a tradicional
classificação do protestantismo brasileiro em três
vertentes — migratória, de missão e pentecostal;
• Nesse contexto é que insere‐se a contribuição dos dois
movimentos religiosos focalizados no livro “O Novo Rosto
da Missão”. O primeiro é o movimento ecumênico, que
tem como ponto central de articulação o Conselho
Mundial de Igrejas (CMI);
• O segundo é o movimento evangelical, que tem como
ponto central de articulação a Aliança Evangélica Mundial
(AEM), fundada em 1923.
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Edimburgo ‐ 1910
• No início do século XX, na cidade de Edimburgo
(Escócia) um divisor de águas é estabelecido
para as agências missionárias do mundo. Pela
primeira vez, em 1910, acontece a Conferência
Missionária de Edimburgo, na qual se pesam os
esforços do século XIX, com a organização de
entidades com objetivos de gestar a unidade da
Igreja Cristã.
Edimburgo ‐ 1910
• Eles se reuniram para responder ao desafio de
conquistar o mundo para Cristo. O Alvo era ‐ a
evangelização do mundo inteiro nesta geração ‐ eles
também lançaram o moderno movimento ecumênico.
• Edimburgo 1910 foi uma conferência sobre as questões
da missão.
• Até então, as agências missionárias operavam dentro
de um quadro ocidental e a missão era entendida como
"Ocidente cristão" .
• Azarias da Índia, um dos poucos delegados do Sul, fez
um apelo comovente para as sociedades missão ali
reunidas para olharem para os outros continentes.
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Edimburgo
• Secretário da conferência: Joseph
Houldsworth Oldham; [Nasceu em
Bombaim, Índia, estudou na prestigiada
Academia de Edimburgo e no Trinity
College em Oxford.
• Presidente: John Mott [Nasceu em
Livingston NY. Estudou na Upper Iowa
University – EUA. Recebeu o prêmio Nobel
da Paz em 1946
Edimburgo
• O século XX foi marcado pelo debate da igreja
em torno da relação entre, evangelização e
civilização, ou seja, evangelismo e
responsabilidade social, contexto onde
diferentes autores procuraram expressar a
missão da igreja em termos de
desenvolvimento, presença cristã na
sociedade, justiça e paz, diaconia e outros
conceitos.
Edimburgo
• Estas reflexões desencadearam diversas
conferências, entre elas, destacamos a célebre
Conferência Missionária Mundial, realizada
em Edimburgo em 1910, que estimulou a
reflexão sistemática e abrangente sobre o
trabalho missionário protestante na América
Latina, provocando assim em março de 1913,
em Nova York, uma Conferência sobre missões
na América Latina, que criou a Comissão de
Cooperação na América Latina (CCLA).
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Pausa
Intervalo
Congresso de Ação Cristã na
América Latina
• A CCLA patrocinou o Congresso de Ação
Cristã na América Latina, reunido no
Panamá em fevereiro de 1916, o maior
encontro das forças protestantes desse
continente realizado até aquela data. O
Congresso mostrou a necessidade de
maior cooperação em áreas como
educação religiosa, missões, literatura e
formação teológica.
Congresso de Ação Cristã na
América Latina
• Como resultado do encontro do Panamá, nos
anos seguintes realizaram‐se dois congressos
missionários ecumênicos regionais. O
primeiro, denominado Congresso de Ação
Cristã na América do Sul, reuniu‐se em
Montevidéu, Uruguai, em 1925. Em 1929,
reuniu‐se em Havana o Congresso Evangélico
Hispano‐Americano, presidido pelo metodista
mexicano Gonzalo Baez‐Camargo.
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Conferências Evangélicas Latino‐
americanas
• Uma segunda série de encontros do
protestantismo latino‐americano com caráter
ecumênico foi representada por três
Conferências Evangélicas Latino‐americanas:
CELA I (Buenos Aires, 1949), CELA II (Lima,
1961) e CELA III (Buenos Aires, 1969). Essas
conferências estavam ligadas às
denominações históricas, que rapidamente
tornavam‐se minoritárias no contexto geral do
protestantismo da América Latina.
Conferências Evangélicas Latino‐
americanas
• O protestantismo ecumênico das CELAs recebia a
influência do protestantismo histórico do hemisfério
norte, já o CELA III buscava aproximar‐se do
catolicismo posterior ao Concílio Vaticano II (1962‐
1965) e procurava responder à difícil situação social
do continente com uma teologia radical, que
eventualmente identificou‐se com a célebre
“teologia da libertação” que adquiriu notoriedade no
âmbito católico romano com a segunda assembléia
da Conferência Episcopal Latino‐Americana (CELAM),
reunida em Medellín, Colômbia, em 1968.
Igreja e Sociedade na América
Latina
• Em 1962, os protestantes haviam criado a
organização Igreja e Sociedade na América
Latina (ISAL), após uma consulta realizada em
Huampaní, Peru, no ano anterior. Ela tornou‐
se o centro de convergência dos teólogos
protestantes da libertação, tendo como órgão
o periódico Cristianismo e Sociedade.
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Pausa
Intervalo
CELA’s & ISAL
• Ao lado das Conferências Evangélicas continentais
(CELAs) e do ISAL, o protestantismo ecumênico
latino‐americano criou várias estruturas para‐
eclesiásticas com o fim de promover os seus
objetivos. Alguns organismos importantes foram os
seguintes: Movimento Estudantil Cristão (MEC),
União Latino‐Americana de Juventudes Evangélicas,
passando depois para Ecumênicas (ULAJE), Agência
de Serviços Ecumênicos Latino‐Americanos (ASEL),
Comissão Evangélica Latino‐Americana de Educação
Cristã (CELADEC), Coordenadoria de Projetos
Ecumênicos (COPEC) e Conselho Latino‐Americano
de Igrejas (CLAI).
CELA’s & ISAL
• Uma característica desse protestantismo
ecumênico era o crescente declínio do seu
ímpeto evangelizador, em contraste com a
vitalidade das igrejas vinculadas a missões
independentes ou ao movimento pentecostal,
que mantinham o seu vigor evangelístico
apesar das debilidades da sua teologia.
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Congressos
• O Congresso Mundial de Evangelização de 1966,
realizado em Berlim, convocado, patrocinado e
dirigido pela revista Christianity Today, para
comemorar dez anos de trabalhos, e pela Associação
Evangelística Billy Graham, somou forças para a
articulação mundial do movimento evangelical
contemporâneo, sendo classificado como uma
reação à postura do Conselho Mundial de Igrejas a
partir dos anos de 1960 e ao movimento ecumênico.
Desde então, os congressos organizados por
protestantes conservadores seguiam um caminho
diferente do movimento ecumênico internacional e o
latino‐americano.
Congresso Latino‐Americano
de Evangelização
• Do seio desse protestantismo majoritário
conservador surgiu o impulso para os
Congressos Latino‐Americanos de
Evangelização (CLADE), que foram organizados
pela Associação Evangelística Billy Graham,
sob o impulso do Congresso Mundial de
Evangelização (Berlim, 1966).
Congresso Latino‐Americano
de Evangelização
• O CLADE I permitiu que líderes preocupados em
relacionar a fé evangélica com a realidade latino‐
americana compartilhassem as suas inquietações,
manifestando com clareza, na América Latina, o
desejo de serem evangélicos e como evangélicos,
serem latinoamericanos. Naquela ocasião e naquele
contexto, tornava‐se urgente que, sendo evangélicos,
buscassem uma teologia da encarnação que
estabelecesse as pautas para um diálogo com a
situação de sofrimento e opressão que se vivia em
toda a América Latina.
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Congresso Latino‐Americano
de Evangelização
• O CLADE I foi marcado pela diferença de pensamento
entre os evangelicais e conservadores. Os teólogos
latino‐americanos não se viam representados pela
teologia norte americana dos institutos e seminários
bíblicos conservadores e tampouco pela teologia
ecumênica. Portanto neste contexto, interpretado
para alguns como uma separação radical, para outros
como uma radicalização amena suavizando as
pendengas entre fundamentalistas e ecumênicos, e
ainda para outros como reação contra o
ecumenismo, surge a divisão entre evangelicais e
conservadores, e depois a divisão destes com o
grupo ecumênico.
Congresso Latino‐Americano
de Evangelização
• Foi neste contexto do CLADE I realizado em 1969 que
se articulou a criação da Fraternidade Teológica
Latino‐Americana (FTL), organizada no ano seguinte
em Cochabamba, Bolívia, tendo Pedro Savage como
seu primeiro secretário e Samuel Escobar como seu
primeiro presidente. Desde o primeiro momento, a
FTL procurou ser uma plataforma de encontro e
diálogo teológico da qual participassem pastores,
missionários e pensadores evangélicos, dentro do
marco evangélico de uma lealdade comum à
autoridade bíblica e à fé evangélica como base da
reflexão e de um compromisso ativo com o
cumprimento da missão cristã.
Fraternidade Teológica Latino‐Americana
• A Fraternidade Teológica Latino‐Americana
convocou os CLADEs posteriores procurou
estar tão consciente da problemática social
latino‐americana quanto o grupo de ISAL
[Igreja e Sociedade na América Latina], mas,
ao mesmo tempo, preocupou‐se em abordar a
questão de uma perspectiva que entendia ser
mais bíblica e equilibrada.
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Congresso Mundial de Evangelização
• No decorrer deste despertar para as missões
no mundo, destaca‐se o Congresso Mundial
de Evangelização (Berlim, 1966), que foi a
primeira grande reunião mundial de
evangélicos no século XX, que também
estimulou congressos regionais de
evangelização em vários continentes. Estes
por sua vez contribuíram para o Congresso
Internacional de Evangelização Mundial
(Lausanne, 1974).
Próxima Aula:
Tendências missiológicas
contemporâneas.
BOA SEMANA
DE ESTUDOS!
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