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Faculdade de Ciências

Departamento de Fı́sica

Trabalho de Conclusão do Curso

Exame de Estado

Serviços de radioterapia: equipamentos e


funcionalidades

Autor: Donaldo Orlando Siquice

Maputo, Abril 2017


Declaração de Honra
Eu, Donaldo Orlando Siquice, declaro por minha honra que o presente trabalho é intei-
ramente da minha autoria e nunca foi anteriormente apresentado para avaliação. Os resultados
decorrem da análise da informação obtida ao longo da investigação e as fontes usadas são
fidedignas e se encontram claramente mencionadas.

Maputo, Abril 2017

O Autor

(Donaldo Orlando Siquice)

i
Resumo
A radioterapia é uma modalidade médica que tem contribuı́do significativamente no tra-
tamento de cancro, baseada no uso de radiações controladas para cura ou paliação de neoplasias
malignas. De acordo com Lorenzoni et al (2015), nos anos de 1991-2008 foram registados em
Moçambique 12 674 casos de cancro e, em 2012 a IARC-Globocan (2012) estimou 22014 casos
de cancro, tendo a cirurgia e a quimioterapia como opções de tratamento existentes no paı́s.
Com o plano de implementação da radioterapia em Moçambique, uma clinica de radioterapia
baseada no uso de fotões foi construı́da no Hospital Central de Maputo e 1 Linac foi adquirido
para suprir o deficit. Neste contexto, esta pesquisa propõe definir os procedimentos gerais dos
serviços de radioterapia a serem implementados no Hospital Central de Maputo. Recorrendo
aos protocolos internacionais da IAEA e a revisão bibliográfica foram mapeadas as competências
dos profissionais e etapas de tratamento, foram definidos os procedimentos de planeamento do
tratamento na radioterapia. O processo de tratamento do cancro é efectuado por uma equipe
constituı́da por fı́sicos médicos, radioncologistas, radioterapeutas, dosimetristas, enfermeiros
oncológicos, engenheiros e técnicos de manutenção de equipamentos seguindo os procedimentos
de tratamento que consistem em: diagnostico, prescrição, simulação do tratamento, posicio-
namento, imobilização do paciente, administração do tratamento e avaliação pós-tratamento
do paciente. Estas etapas passam por aprovações e verificações respeitando os requisitos de
segurança da radioterapia. A planificação envolve varias fontes de informação que são sis-
tematicamente combinadas para formar os processos de planificação que consistem em, após
a prescrição da dose pelo radioncologistas, posicionar e imobilizar o paciente, adquirir dados
anatômicos, definir órgãos e contornos, cálculo da dose, avaliação, validadão e implementação
do plano de tratamento.

Palavras-chaves: Profissionais de radioterapia, procedimentos radioterapêuticos, pla-


nificação do tratamento.

ii
Lista de Figuras
2.2.1 Representação dos equipamentos usados na teleterapia. . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2.3.1 Acelerador Linear Elekta Synergy Plataform. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2.4.1 Scanner de Tomografia Computadorizada CT Scanner. . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2.5.1 Incidência de cancro por idade padronizada (ASR - Age Standartzed Rate). . . . . . . 8

2.5.2 Distribuição dos tipos de cancro mais comuns em homens e mulheres. . . . . . . . . 9

4.2.1 Processos de planificação do Tratamento na radioterapia (IAEA, 2014). . . . . . 17

iii
Lista de Tabelas
4.1.1 Competências profissionais e sua intervenção nas fases de tratamento (IAEA, 2010) 13

iv
Índice

Declaração de Honra i

Resumo ii

Lista de Figuras iii

Lista de Tabelas iv

Lista de Abreviaturas vii

1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS 1

1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.2 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.3 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1.4 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1.4.1 Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1.4.2 Especı́ficos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS 4

2.1 Radioterapia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

2.2 Teleterapia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

2.3 Aceleradores Lineares Médicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2.4 Tomografia Computadorizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2.5 Incidência por Cancro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

3 METODOLOGIA 10

v
3.1 Contexto da pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

3.1.1 Hospital Central de Maputo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 11

4.1 Competências profissionais na radioterapia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

4.2 Processo de Planificação do Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

5 CONCLUSÕES 20

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24

vi
Lista de Abreviaturas
ACR American College of Radiation
ANAE Agencia Nacional de Energia Atómica
ASR Age Standartzed Rate
CT Computed Tomography
CTV Clinical Target Volume
DHV Dose Volume Histogram
DP - HCM Departamento de Patologia do Hospital Central de Maputo
ESTRO European Society for Radiotherapy and Oncology
GTV Gross Tumor volume
HCM Hospital Central de Maputo
IAEA International Atomic Energy Agency
IGRT Image Guided Radiation Therapy
IMRT Intensity Modulated Radiation Therapy
INCA Instituto Nacional de Cancer José Alencar Gomes Da Silva
INE Instituto Nacional de Estatı́stica
ITV Internal Target Volume
LINAC Linear Clinical Accelerator
MeV Mega Electron Volts
MLC Multi-leaf Collimator
MRI Magnetic Resonance Imaging
MU Monitor Units
PET Positrons Emission Tomography
PTV Planning Target Volume
R&V Record and Verification
RTTs Radiation Therapy Technicians
SPECT Single-photon emission computed tomography
TPS Treatment Planning System
WHO World Health Organization

vii
Capı́tulo 1

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

1.1 Introdução

Um estudo feito pela WHO -World Health Organization (Organização Mundial da Saúde)
mostra que as doenças mais mortı́feras ocupam 23% da taxa de mortalidade em Moçambique,
o cancro (constituindo 4%) representa uma das principais causas de morte a seguir as doenças
cardiovasculares (que constituindo 7%) e, as restantes (diabetes, doenças respiratórias crônicas
e outras) ocupam 12% (WHO, 2014).

Após a guerra civil, um total de 12 674 casos (5415 em homens, 7208 em mulheres
e outros 51 não especificados) foram registados nos anos 1991-2008. Nos anos de 1991-1996
registou-se a taxa de incidência padronizada por idade (ASR - Age Standartzed Rate) de 102,3
por 105 habitantes em homens e 102,6 por 105 habitantes em mulheres, sendo 182,7 por 105
habitantes em homens e 186,0 por 105 habitantes em mulheres no perı́odo de 2003 - 2008. O
cancro da próstata e sarcoma de Kaposi foram os cancros mais frequentes nos homens e o cancro
de cérvix uterino e o da mama foram os mais frequentes nas mulheres (Lorenzoni et al., 2015).

O termo cancro é utilizado como designação geral para o tumor maligno ou neoplasia
maligna. É causada pela multiplicação desordenada de células de um tecido ou de um órgão, que
se dividem sem controlo, podendo invadir outros tecidos do organismo por meios da circulação
sanguı́nea e do sistema linfático (Kumar, 2012).

A Radioterapia desempenha um papel fundamental no tratamento do cancro, represen-


tando um importante recurso na cura e paliação de sintomas, atuando de forma isolada ou
associada a outras terapias, como a Cirurgia e a Quimioterapia. É uma especialidade médica
que se baseia no uso controlado de radiações, como por exemplo, os raios-X, os raios gama e
os electrões para fins terapêuticos. Pode ser realizado por teleterapia ou braquiterapia onde o
objectivo é controlar localmente a doença ou aliviar os seus sintomas (Halperin, Brady, Wazer
& Perez, 2013; Ministério da Saúde de Brasil, 2014). No entanto, Moçambique é um dos vários
paı́ses em desenvolvimento que não possui recursos ou infraestruturas suficientes e eficientes

1
para prevenir, diagnosticar ou tratar cancro, recorrendo apenas a quimioterapia e cirurgia.

A braquiterapia e um tratamento radioterápico em que a fonte de radiação fica em con-


tacto com o corpo por um perı́odo de tempo pré-determinado, é também designada radioterapia
interna (Ministério da Saúde de Brasil, 2013).

A pesquisa terá foco na teleterapia ou radioterapia externa que é uma modalidade da ra-
dioterapia que emprega equipamentos de alta complexidade, aceleradores lineares de partı́culas
(de electrões) para a radioterapia superficial, aparelhos de raios-X, raios gama para a radiote-
rapia semi-profunda e bombas de cobalto (raios gama, raios X e electrões) para radioterapia de
megavoltagem (Mourao & Oliveira, 2009).

1.2 Justificativa

O acelerador linear é um equipamento que permite irradiar pacientes com feixes de


fotões, ou electrões, e possibilitar a irradiação em campos fixos e rotatórios. Este aparelho tem
contribuindo significativamente para cura e paliação do cancro em varias partes do mundo e, é
uma componente indispensável para o tratamento na clinica de radioterapia (Berkday, 2000).

A implementação de serviços de radioterapia é uma componente essencial de um plano


nacional abrangente de controlo do cancro. Embora a radioterapia requer um maior dispêndio
de capital inicial, continua a ser uma componente de custo muito eficaz de tratamento do cancro
(Barton, Frommer, & Shafiq, 2006).

O tratamento em radioterapia deve respeitar um conjunto de procedimentos, normas e


recomendações de segurança para a proteção dos pacientes de modo que não se extrapolem as
regras básicas de segurança e proteção radiológica durante o tratamento dos pacientes, portanto,
vista a necessidade de se estabelecer critérios e procedimentos de tratamento de doenças como o
cancro, respeitando padrões de radioprotecção para reduzir ou evitar riscos de exposição e erros
nos procedimentos do tratamento, propôs-se o tema em questão para que se faca sentir no seio
da sociedade a necessidade de se cumprir rigorosamente os procedimentos gerais de tratamento
em radioterapia.

2
1.3 Motivação

Sabe-se que não existe sociedade sem cancro. A associação de fatores como o cresci-
mento urbano-industrial, a maior exposição a agentes cancerı́genos, o nı́vel socioeconômico,
as modificações no estilo de vida, o fraco acesso aos serviços de saúde e o envelhecimento da
população podem contribuir significativamente para o aumento da incidência e mortalidade.
Estes factores também contribuem significativamente para a problemática de diagnóstico, pois
muitos moçambicanos morrem sem saber que a causa foi o cancro e as vezes só se descobre a
doença durante exames médicos associados a outras doenças.

Muitos moçambicanos acabam por perder a vida devido a falta de um serviço especiali-
zado de tratamento ou por falta de pouco mais de 300 mil meticais para tratamento de cancro
na África do Sul, perante estes factores todos que contribuem para o aumento da incidência
de cancro e da mortalidade no paı́s existe uma grande necessidade de mitigar esta situação
promovendo pesquisas no que concerne a implementação e funcionamento de serviços de radi-
oterapia e contribuir para o encorajamento da sociedade em geral ao diagnostico precoce do
cancro (Matavel, 2014).

1.4 Objetivos

1.4.1 Gerais

Descrever os procedimentos gerais de serviços de radioterapia para o Hospital Central


de Maputo.

1.4.2 Especı́ficos

Arrolar os recursos humanos necessários para cada etapa dos procedimentos de trata-
mento da radioterapia.

Definir os procedimentos de planeamento do tratamento de radioterapia.

3
Capı́tulo 2

FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Este capı́tulo é dedicado à análise literária destacando a radioterapia, a teleterapia e a
incidência de cancro em Moçambique.

2.1 Radioterapia

A radioterapia é uma modalidade de tratamento de cancro que emprega altas doses de


radiação para eliminar células cancerı́genas e impedi-las de se espalharem pelo corpo. Ela é
usualmente administrada direcionando o feixe dum aparelho de raios X ou raios gama, após
uma cuidadosa planificação, à região que se pretende tratar (Halperin et al., 2013).

Esta modalidade teve inicio no ano 1895 com a descoberta dos raios X por Roentgen e da
radioactividade por Becquerel. Em 1898, Pierre e Marie Curie descobrem o rádio impulsionando
o desenvolvimento da radioterapia. Em 1899 foi tratado o primeiro caso de cancro em radiação
e alguns anos depois, 1951 a 1952, foram produzidas as primeiras unidades de Cobalto 60 e
aceleradores lineares (Slavaloji & Salvaloji. B., 2012).

2.2 Teleterapia

A teleterapia é realizada com a administração da radiação proveniente de uma fonte


colocada longe do paciente (80 a 100 cm) dependendo da região a ser tratada. Para realizar
o tratamento faz-se um planeamento da dose e marcações no corpo do paciente com caneta,
tinta e tatuagem com finalidade de localizar os locais a serem bombardeados e, atingir somente
a região delimitada (Abreu & Silva, 2000).

A administração da dose no paciente é feita com recurso a aceleradores lineares e unidades


de cobalto, embora as unidades de cobalto 60 estejam a cair em desuso devido aos avanços
nos linacs modernos. Actualmente usa-se com muita frequência aceleradores lineares de duas

4
ou varias energias para melhorar a eficácia dos tratamentos, pois facilitam a manipulação do
feixe de radiação com a implementação de técnicas como IMRT, IGRT, VMAT e outras que
possibilitam depositar altas doses de radiação no tumor e baixas doses nos órgãos em risco
(Dawod & Hammoury, 2016; Fraass et al., 2013). A figura 2.2.1 mostra as variedades de
equipamentos de tratamento usados na teleterapia.

Figura 2.2.1: Representação dos equipamentos usados na teleterapia.

Fonte: Adaptado de Podgorsak (2010).

2.3 Aceleradores Lineares Médicos

Durante as últimas décadas, o acelerador linear médico (Linac) tornou-se a máquina mais
predominante no tratamento de cancro com radiação ionizante. Em contraste aos linacs usados
para pesquisa na fı́sica de altas energias, os linacs médicos são máquinas compactas montadas
isocentricamente de modo a permitir que o tratamento de radiação seja prático, dirigindo o
feixe para o paciente de várias direções de modo a concentrar a dose no tumor e poupar os
tecidos saudáveis tanto quanto possı́vel (Podgorsak, 2010).

Os aceleradores lineares médicos são aceleradores cı́clicos que usam campos de micro-
ondas de frequências gerados por válvulas de Magnetrão ou Klystron para acelerar electrões em

5
um tubo reto. Os electrões acelerados podem atingir energias que variam de 4 MeV até 25 MeV.
Numa extremidade do tubo, os electrões muito velozes chocam-se com um alvo metálico de alto
número atômico. Na colisão com os núcleos do átomo do alvo, os electrões são subitamente
desacelerados e libertam energia relativa à esta perda de velocidade. Parte desta energia é
transformada em raios X de freamento que têm energias entre 1 a 10 MeV até a energia máxima
do electrão no momento do choque. Por exemplo, um acelerador linear que acelera electrões
até 10 MeV, produz raios X com energias que variam de 1 MeV a 10 MeV (Instituto Nacional
de Câncer José Alencar Gomes da Silva [INCA], 2014; Podgorsak, 2010).

Vários tipos de linacs estão disponı́veis para uso clı́nico. Alguns fornecem apenas raios X
na faixa de baixa megavoltagem (4 MV ou 6 MV) outros fornecem ambos raios X e electrões em
várias faixas de energia. O linac que estará em funcionamento no Hospital Central de Maputo
é o modelo Elekta Synergy Plataform da Elekta (Figura 2.2.2), este modelo é capaz de produzir
feixe de fotões e feixe de electrões. Possui um colimador multi-folhas simples, usualmente com
40 pares de lâminas de 1 cm de espessura e 15 cm de largura. as lâminas são constituı́das por
uma liga de Tungstênio (W), cuja densidade é de 18 g/cm3 (Elekta, n.d; Morais, 2015).

Figura 2.3.1: Acelerador Linear Elekta Synergy Plataform.

Fonte: Elekta (n.d).

6
2.4 Tomografia Computadorizada

A tomografia computadorizada surgiu como método de diagnóstico por imagem no ano


de 1971, introduzida por G. N. Hounsfield, em Middlesex-Inglaterra. O método teve grande
repercussão principalmente por poder avaliar os tecidos moles, os músculos, as vı́sceras e par-
ticularmente o parênquima cerebral. Até então, a tomografia computadorizada é usada na
radioterapia para aquisição de anatomias do corpo e simulação durante a planificação do tra-
tamento (Amaro & Yoshimura, 2001).

Um tubo de raios X gira em torno do paciente emitindo radiação num plano axial. De
seguida, um conjunto de detectores posicionados no lado oposto captam os fotões de raios X
que atravessam o paciente e um algorı́timo de reconstrução composto de uma sequência de
instruções matemáticas converte os sinais medidos pelos detectores em uma imagem. Para que
a imagem seja interpretada como imagem anatômica, múltiplas projecções são feitas através de
diferentes ângulos. As imagens transversais geradas durante uma tomografia computadorizada
podem ser reformatadas em vários planos e podem até mesmo gerar imagens tridimensionais
através da reconstrução digital das radiografias. Estas imagens podem ser visualizadas num
monitor de computador, impressas em filmes ou transferidas para um CD ou DVD para posterior
prescrição da dose, delimitação dos órgãos e contornos (Dance, Christofides, Maidment, Mclean
& Ng, 2014).

Figura 2.4.1: Scanner de Tomografia Computadorizada CT Scanner.

Fonte: Toshiba (n.d).

7
2.5 Incidência por Cancro

O cancro é uma doença que ocorre quando mudanças num grupo de células normais entre
o corpo levam a um crescimento descontrolado causando um inchaço chamado de tumor. Isto se
verifica em todos cancros excepto a leucemia (o cancro do sangue). Se não tratado, o tumor pode
se espalhar pelos tecidos normais, ou para outras partes do corpo através da corrente sanguı́nea
e do sistema linfático e pode afetar o sistema digestivo, nervoso e circulatório (Kumar, 2012).

Em Moçambique, foram estimados para o ano de 2012 cerca de 22 mil novos casos
de cancro, sendo 8 mil em homens e 13 mil em mulheres. Geralmente o número e casos de
cancro tende a crescer com o aumento da idade, diferentemente dos paı́ses desenvolvidos, o
maior número de casos de cancro em Moçambique regista-se na faixa etária dos 15 a 25 anos
(International Agency for Research on Cancer [IARC], 2016).

Figura 2.5.1: Incidência de cancro por idade padronizada (ASR - Age Standartzed Rate).

Fonte: Globocan 2012 (IARC, 2016).

8
Figura 2.5.2: Distribuição dos tipos de cancro mais comuns em homens e mulheres.

Fonte: Globocan 2012 (IARC, 2016).

Segundo dados da IARC (2016) o cancro mais predominante nos homens é sarcoma de
Kaposi com uma incidência anual de 2856 casos e o mais predominante nas mulheres é o Cérvix
uterino (5622 casos).

Deve ser reconhecido que os dados de incidência mudam ao longo do tempo devido
a inúmeros factores reais e aparentes. O factor mais comum é a mudança demográfica, mas
também verifica-se uma mudança na incidência de cancro devido as mudanças no estilo de vida,
desenvolvimento socioeconômico e exposição a agentes cancerı́genos (IAEA, 2010).

9
Capı́tulo 3

METODOLOGIA

3.1 Contexto da pesquisa

3.1.1 Hospital Central de Maputo

Localiza-se na região sul do paı́s, na provı́ncia de Maputo Cidade, conta com cerca de
1.500 camas e 3.700 funcionários. Fornece quase todas as principais especialidades em sete
departamentos diferentes. Os outros departamentos cobrem as principais especialidades médi-
cas, com quatro enfermarias gerais e áreas adicionais para cardiologia, neurologia, psiquiatria,
oncologia, gastroenterologia, dermatologia e nutrição. O hospital tem radiologia, uma máquina
de ressonância magnética (MRI - Magnetic Resonance Imaging), uma máquina de tomografia
computorizada (CT - Computed tomography), três máquinas de raios X digitais e seis ultra-
sons. Também possui serviços de Anatomia Patológica e será o primeiro hospital a abrigar
serviços de radioterapia em Moçambique.

Para o alcance dos objectivos da investigação fez-se mediante uma pesquisa bibliográfica
de publicações, livros e protocolos cientı́ficos, maioritariamente da Agência Internacional de
Energia Atômica (AIEA) que se encontram disponı́veis no banco de dados da IAEA, o ma-
peamento de competências de cada profissional e, sua intervenção nas etapas de tratamento
radioterapêutico e definir os processos de planeamento do tratamento na radioterapia.

10
Capı́tulo 4

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este Capı́tulo dedica-se a apresentação dos resultados obtidos na revisão bibliográfica
e a discussão dos resultados. Apresentam-se os resultados da análise qualitativa dos recursos
humanos necessários para implementação de centros de radioterapia, os procedimentos radio-
terapêuticos em função da intervenção dos profissionais de radioterapia e os procedimentos da
planificação do tratamento na radioterapia.

4.1 Competências profissionais na radioterapia

A tabela 4.1.1 demostra as competências dos profissionais de radioterapia em função


das suas intervenções nas fazes de tratamento. Os engenheiros e técnicos de manutenção são
responsáveis pela performance técnica das unidades de tratamento e dos equipamentos dosimé-
tricos. A sua função esta relacionada com a radioprotecção e manutenção dos equipamentos.
O radioterapeuta e o radioncologista sãos os que mais intervêm nas fazes de tratamento, mas
isso não tira de alguma forma a necessidade de intervenção de outros profissionais como o
fı́sico médico, pois o seu papel não se limita apenas nas fazes de tratamento, mas também,
na radioprotecção, na investigação, no treinamento dos trabalhadores, no comissionamento e
manutenção dos equipamentos. Também intervem nos aspectos administrativos como na plani-
ficação do programa de implementação de radioterapia, definição de polı́ticas de funcionamento
dos serviços de radioterapia, programas de pesquisa e treinamento de outros profissionais en-
tre outras actividades que estão de alguma forma ligadas ao objectivo final da radioterapia, o
tratamento de cancro.

O papel do enfermeiro oncológico está mais centralizado no paciente, pois ele provê
esclarecimentos ao paciente sobre o tratamento, interage mais com o paciente tanto que este
acaba se sentido mais confortável a conversar com o enfermeiro sobre seu estado fı́sico e possı́veis
sintomas ou efeitos colaterais da doença, enquanto o papel dos demais profissionais esta mais
centralizado na doença.

11
O radioncologista intervém na maioria das fazes do tratamento, prestando acções de
assistência e regência do tratamento, ele é especificamente treinado para pesar os benefı́cios com
os potenciais riscos associados à exposição com radiações ionizantes e, considerar esses riscos
em todos os aspectos da assistência ao paciente a partir do trabalho inicial de diagnóstico por
meio de simulação, tratamento e acompanhamento. O radioterapeuta e o dosimetrista intervêm
nas fazes mais cruciais do tratamento, suas acções nos aspectos técnicos do tratamento devem
ser sempre assistidas pelo fı́sico médico e pelo radioncologista.

A productividade dos profissionais depende de factores como a complexidade dos tra-


tamentos e, o número de pacientes tratados por ano. Esses factores contribuem na qualidade
e quantidade de profissionais necessários em cada etapa de tratamento. As fazes e etapas de
tratamento devem ser respeitadas e averiguadas de forma que os erros sejam minimizados ao
máximo durante o tratamento, mediante o controlo da qualidade rı́gido pelos planeamentos dos
pacientes.

Factores como altas taxas de incidência, falta de meios de transporte podem contribuir
negativamente para o cumprimento eficaz das fazes de tratamento pois só existe até agora
apenas uma clı́nica para cobrir todo Moçambique, tendo em conta que o tratamento de cancro
pode durar até meses por paciente. Adicionalmente, de acordo com a IAEA e a European
Society of Radiotherapy and Oncology – ESTRO a relação entre Linacs e habitantes de uma
determinada região não pode ultrapassar 500 000 habitantes por Linac e, mais ainda, uma
clı́nica básica trata por ano 450 a 500 pacientes (IAEA, 2010; Peter et al., 2014).

Uma componente importante para que se cumpram as melhores condições de segurança


e do tratamento é a presença de uma boa equipe de profissionais de radioterapia clinicamente
qualificados e multidisciplinares. O tratamento na radioterapia requer uma colaboração de to-
dos especialistas, incluindo os patologistas, envolvidos no diagnóstico e tratamento do cancro,
portanto, antes da instalação dos equipamentos nos centros de radioterapia dever-se tomar em
consideração um plano de treinamento para todos funcionários. Apesar de cada funcionário
possuir conhecimentos sobre sua área de atuação e especialidade, é necessário que este trei-
namento abranja também todo o pessoal que acompanha e auxilia o tratamento do paciente
(o pessoal técnico, os enfermeiros auxiliares, os nutricionistas e fisioterapeutas) e sejam sem-
pre actualizados, especialmente quando a carga horária de trabalho aumentar ou quando se
incorporar novas técnicas de tratamento e novos equipamentos (IAEA, 1998, 2007).

12
Tabela 4.1.1: Competências profissionais e sua intervenção nas fases de tratamento (IAEA, 2010)

Fases Etapas Profissionais Literatura

Consulta Diagnostico, Avaliação clinica do paciente e deli- Radioncologista, Araújo e Rosas, 2008;
mitação do tipo de tratamento. Enfermeiro Oncoló- ACR, 2014; IAEA,
gico 2000, 2007, 2008
Exames fı́sicos e esclarecimento de dúvidas sobre Enfermeiro Oncoló- Araújo e Rosas, 2008;
o tratamento prescrito. gico INCA, 2014; Silveira e
Zago, 2006

Aquisição de dados anatômicos e posicionamento Radioterapeuta IAEA, 2000, 2007,


do paciente 2014
13

Aquisição de imagens 3 - D Radioterapeuta IAEA, 2000, 2007,


2014
Simulação Localização do tumor e simulação do tratamento Radioterapeuta IAEA, 2000
Aprovação da imobilização e posicionamento ade- Radioncologista ACR, 2014
quado do paciente

Preparação do tratamento Computação dos feixes Fı́sico, Dosimetrista IAEA, 2014


Preparo do ficheiro informático para o radionco-
logista
Crianção e avaliação do plano de tratamento Radioterapeuta, Fı́- IAEA, 2000, 2013,
sico Médico 2014
Discussão do estágio do tumor no contexto de tra- Radioncologista, ACR, 2014; IAEA,
tamento Fı́sico Médico, 2000
Radioterapeuta
Preparação do tratamento Escolha do volume a irradiar Radioncologista, IAEA, 1998, 2000,
Dosimetrista 2007
Cálculo da dose e modelação da dose Dosimetrista, Fı́sico IAEA, 1998, 2013,
Médico 2014
Construção de dispositivos de imobilização Radioterapeuta, IAEA, 2000
14

Dosimetrista
Avaliação e validação da dosimetria Radioncologista IAEA, 2000
Avaliação e validação da dosimetria Fı́sico Médico IAEA, 2000, 2013,
2014

Preparo e verificação da conformidade do docu- Radioterapeuta IAEA, 2014


mento com o registro informático, dados do posto
de posicionamento do paciente.
Recepção do Plano de trata- Verificação dos dispositivos de imobilização estão Radioterapeuta IAEA, 2014
mento e verificação da conformi- corretamente posicionados.
dade
Imagem do controlo de posicionamento do paci- Radioterapeuta IAEA, 2007
ente no posto de tratamento (Primeira sessão sem
irradiação
Aprovação da planificação final do tratamento Radioncologista/Fı́sicoACR, 2014
Médico

Posicionamento e imobilização do paciente Radioterapeuta IAEA, 2007, 2014


Imobilização e posicionamento Verificação da imobilização do paciente e determi- Radioncologista, ACR, 2014; IAEA,
do paciente e determinação do nação do volume do tumor. 2000
volume
Radioterapeuta,
15

Dosimetrista e
Fı́sico

Interpretação do plano de tratamento e preparo Radioterapeuta IAEA, 2014


dos equipamentos necessários
Administração do tratamento Verificar se todas as fazes preparatórios foram Radioterapeuta IAEA, 2014
concluı́das
Primeira sessão, Irradiação Fı́sico Médico/ Ra- IAEA, 2000
dioncologista
Monitorização do tratamento e assistência ao pa- Radioncologista, IAEA, 1998; IAEA,
ciente. Radioterapeuta e 2000, 2007, 2014.
Médico
Sumário do Tratamento Preparo do informe que resume o curso do trata- Radioncologista IAEA, 2000
mento

Avaliação pós-tratamento Avaliação pós-tratamento do paciente (Follow-up) Radioncologista, IAEA, 1998; IAEA,
Médico 2000
Avaliação da reabilitação do paciente Enfermeiro Oncoló- Araújo e Rosas, 2008;
gico INCA, 2014; Silveira e
Zago, 2006;
16
4.2 Processo de Planificação do Tratamento

Figura 4.2.1: Processos de planificação do Tratamento na radioterapia (IAEA, 2014).

17
A Figura 4.2.1 mostra os processos que devem ser seguidos na planificação do tratamento,
tomando em conta os protocolos de planificação das agências (nacionais e internacionais) que
estabelecem normas de utilização das fontes radioactivas. Cada instituição deve criar critérios
de planificação definindo os protocolos de como usar os TPSs –Treatment Planning Systems,
como tomar decisões (tendo conta os aspectos de controlo de qualidade) durante os processos
de planificação e como planificar casos especı́ficos e especiais de tratamento.

A planificação deve ser regida pelos seguintes processos:

O Posicionamento e imobilização – imobiliza-se o pacientes confortavelmente e de ma-


neira reprodutı́vel nos simuladores, CT, MRI e unidade de tratamento através de acessórios
de imobilização (por vezes usam-se almofadas de vácuo, mascaras hibridas, moldes e outros) e
mantê-los numa posição fixa durante o processo de aquisição de imagens e de tratamento permi-
tindo com que se mantenha com exatidão o posicionamento do paciente em todo o tratamento
(ACR, 2014).

A aquisição de dados anatômicos – as informações anatômicas do paciente são adquiridas


através de equipamentos como CT de múltiplas fatias, MR com varredura dinâmica, ultra - som
3D, tomografia por emissão de positrões (PET - Positrons Emition Tumography) e tomografia
computadorizada por emissão de fotões únicos (SPECT - Single-photon emission computed
tomography) e as vezes combinadas com outras formas que aquisição de imagens de modo que
a localização do tumor seja eficaz (Buzdar et al., 2013).

A delimitação dos contornos e definição dos órgãos em risco e do volume do tumor – os


volumes de interesse na definição do volume do alvo são: o volume do tumor GTV, o volume
alvo de planificação (PTV - Planning target volume), o volume alvo clı́nico (CTV - Clinical
target volume) e o volume interno do alvo (ITV - Internal target volume). O CVT é o volume
do tecido que contém uma demonstrável GTV é determinada após consultar outros especialistas
como o patologista ou radiologista (Barrett, Dobbs & Roques, 2009).

Modificação e abertura do feixe – com os modificadores de feixe faz-se uma modificação


desejável da distribuição espacial da radiação por meio da inserção de qualquer material como,
por exemplo, os blocos de formação de campo, compensadores, mandı́bulas assimétricas, filtros
de achatamento do feixe e divisores de feixes no caminho do feixe.

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Avaliação e validação do plano de tratamento – a qualidade de um dado plano de tra-
tamento é determinada principalmente pela qualidade da distribuição da dose resultante. A
distribuição de dose é avaliada espacialmente, isto é, cada fatia 2D ou 3D da distribuição da
dose é inspecionada com base nas medições das distribuições de dose da região de interesse.

Implementação do plano – uma vez o paciente ter sido corretamente posicionado e feitas
as suas especı́ficas definições sobre o tratamento nas máquinas, usa-se um sistema de verificação
e gravação (R&V) para assegurar-se de que os mesmos parâmetros (entre os limites de tolerân-
cia) estão sendo usados a cada dia de tratamento, e para tratamentos posteriores. Seguidamente
coloca-se em prática o plano de tratamento.

As incertezas na entrega das doses são provenientes de erros que podem ocorrer em
diferentes etapas nos procedimentos da radioterapia. Na determinação da anatomia do paciente
(erros obtidos nos contornos do paciente, na definição de órgãos crı́ticos, e nas estimativas
da ino-homogeneidade dos tecidos), na definição do volume alvo (formas e localização, falhas
na sincronização dos movimentos do órgãos ou tecidos durante a circulação sanguı́nea e a
respiração do paciente), planificação do tratamento (erros nos dados dos feixes, modelos, nos
sistemas operativos dos computadores), na administração do tratamento (erros de calibração
das maquinas de tratamento, definições do paciente, definições improprias das maquinas) e
nos dados do paciente (identificação, diagnósticos, prescrição do tratamento, e outros). Estes
erros que podem ser aleatórios ou sistemáticos podem resultar de falhas, falta de atenção, ma
interpretação dos dados, falhas mecânicas ou eléctricas (WHO, 1998).

O processo de planificação representa um conjunto de processos e decisões que determi-


nam as acções de tratamento. O objectivo final destes processos descritos acima é optimizar o
tratamento de modo que o gradiente da dose seja mı́nimo, a dose no tumor seja maior que a
dose em que qualquer outro volume irradiado, a forma do volume de alta dose esteja em con-
formidade com o volume de planeamento (PTV – Planning treatment volume) e a distribuição
da dose seja feita tomando em conta regiões de possı́veis extensões do tumor.

O sucesso ou falha do tratamento dependera da dose depositada no volume alvo se ela


está dentro dos parâmetros normativos e recomenda-se que não apresente valores acima de 5%
da dose prescrita (ACR, 2014). É importante observar que nenhuma etapa do tratamento seja
omitida sob risco de comprometer o sucesso global do tratamento. Se dois ou mais estrategias de
irradiação estiverem disponı́veis, será necessário decidir qual é a melhor estratégia a considerar.

19
Capı́tulo 5

CONCLUSÕES
A composição de uma equipe multidisciplinar para o tratamento de cancro constitui
uma ferramenta indispensável para o sucesso do tratamento. Para uma clı́nica básica com uma
unidade de Megavoltagem essa equipe multidisciplinar deverá ser constituı́da, no mı́nimo, por
3 a 4 fı́sicos médicos, 4 a 5 radioncologistas, 7 radioterapeutas, 3 enfermeiros oncológicos, um
engenheiro e um técnico de manutenção de equipamentos. Estes profissionais intervêm no diag-
nóstico e tomada de decisão, na discussão das técnicas de tratamento a serem implementadas,
na planificação do tratamento, na administração do tratamento e no acompanhamento pós-
tratamento do paciente. Intervêm também nos aspectos de controlo de qualidade e manutenção
dos equipamentos, treinamento dos funcionários e programas de pesquisa.

As actividades de tratamento envolvem varias etapas e, passam por aprovações e verifica-


ções respeitando os devidos protocolos de modo que o tratamento seja efectuado em segurança
e não coloque em risco a vida do paciente. Todas as fazes do tratamento são complexas e
requerem maior atenção e esta poderá redobrar mediante a complexidade dos tratamentos.

Relativamente a planificação do tratamento, pode-se concluir que é um processo com-


plexo e multifásico que emprega equipamentos como CT scanner e computadores de planificação
que deve ser feito por uma equipe multidisciplinar constituı́da por dosimetristas, fı́sico médico
e radioncologista de tal modo que os parâmetros que foram planeados sejam efectivamente
executados nas fases de tratamento respeitando as normas básicas de radioprotecção. A plani-
ficação envolve varias fontes de informação que são sistematicamente combinadas para formar
os processos de planificação que consistem em, após a prescrição da dose pelo radioncologista,
posicionar e imobilizar o paciente, adquirir dados anatômicos, definir os órgãos e contornos,
cálculo da dose, avaliação, validação e implementação e implementação do plano.

Moçambique é um paı́s pioneiro no uso de radiações ionizantes para fins terapêuticos,


portanto, recomenda-se que mais estudos relacionados com as técnicas de tratamento proce-
dimentos sejam estudadas para poder alavancar o pais de modo a estar no nı́vel dos paı́ses
desenvolvimento em termos de pesquisas e conhecimento sobre o tratamento de cancro.

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