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CURSO DE
DIREITO E PROCESSO PREVIDENCIÁRIO
Autor: Frederico Amado
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De acordo com a TNU, em incidente de uniformização representativo de controvérsia
julgado em 14 de abril de 2016, “a renda mensal familiar per capta inferior a ¼ do salário mínimo
não exclui a utilização de outros elementos de prova para aferição da condição socioeconômica,
em face da inexistência de presunção absoluta de miserabilidade para fins de concessão de
benefício assistencial” (processo 5000493-92.2014.4.04.7002), razão pela qual é possível o
indeferimento judicial do benefício mesmo que a renda per capita seja abaixo de ¼ do salário
mínimo, mas outros elementos de prova produzidos no processo atestem a inexistência de
miserabilidade no caso concreto, conquanto o INSS sempre defira na seara administrativa por
ainda utilizar como absoluto o critério da renda per capita familiar abaixo de um salário mínimo.
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. I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor
de 21 (vinte e um) anos ou inválido; II – os pais; III – o irmão não emancipado, de qualquer condição,
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido.
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Processo n. 0517397-48.2012.4.05.8300 – Informativo 13, de 23/2/2017.
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Logo, não será mais necessária a interação do impedimento de longo prazo com diversas
barreiras, bastando apenas uma barreira para o enquadramento do deficiente, desde que
obstrua sua participação na sociedade em igualdade de condições.
De acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, as barreiras são definidas como
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação
social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à
liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à
compreensão, à circulação com segurança, entre outros, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos
ao público ou de uso coletivo;
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A Lei Organica da Assistencia Social foi omissa no que concerne ao direito dos
estrangeiros
residentes na percepcao dessa prestacao. Ha precedentes pela concessao nos TRF’s
da 3a Regiao (AI 249.149, de 21.08.2006) e 4a Regiao (AC 2008.70.01.0030129, de
01.07.2009), justamente porque a cabeca do artigo 5o da Constituicao garante os direitos
fundamentais aos estrangeiros residentes. Contudo, a materia ainda nao foi apreciada pelo
STF, que ja reconheceu repercussao geral no RE 587.970, em 25.06.2009.
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A Lei 8.742/93 não trata da concessão do BPC/LOAS aos estrangeiros, que têm o benefício
negado pelo INSS, salvo o português equiparado em razão de tratado. Mas a posição do INSS foi
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Veja-se que para a concessão do BPC/LOAS ao estrangeiro exige-se a residência fixa no país e
a regularização da sua situação (concessão de visto).
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Por sua vez, o seguro-desemprego deverá ser requerido de 7 (sete) a 90 (noventa) dias contados
pelo empregado doméstico da data de dispensa.
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. Tabela de 2018.
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. Neste caso será suspenso por um período de 2 (dois) anos, ressalvado o prazo de carência, o direito do
trabalhador à percepção do seguro-desemprego, dobrando-se este período em caso de reincidência.
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. Neste caso será suspenso por um período de 2 (dois) anos, ressalvado o prazo de carência, o direito do
trabalhador à percepção do seguro-desemprego, dobrando-se este período em caso de reincidência.
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III - armador e armadora de pesca - pessoa física ou jurídica que apresta embarcação
própria ou de terceiros para ser utilizada na atividade pesqueira, pondo-a ou não a operar por
sua conta;
a) pesca;
b) aquicultura;
c) conservação do pescado;
d) processamento do pescado;
e) transporte do pescado; e
VI - aquicultor e aquicultora - pessoa física ou jurídica que exerce a aquicultura com fins
comerciais;
VII - empresa pesqueira - pessoa jurídica, constituída de acordo com a legislação, que se
dedica, com fins comerciais, ao exercício da atividade pesqueira;
IX - aprendiz de pesca - pessoa física com mais de quatorze e menos de dezoito anos que
atua de forma desembarcada ou embarcada como tripulante em embarcação de pesca,
observadas as legislações trabalhista, previdenciária, de proteção à criança e ao adolescente e
as normas da autoridade marítima.
O pedido de inscrição no RGP será dirigido à Superintendência Federal de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento da unidade da federação mais próxima do seu local de domicílio,
devendo identificar se o pescador profissional artesanal dispõe de outra fonte de renda diversa
da decorrente da atividade pesqueira, qualquer que seja a sua origem e o seu valor.
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Além do tradicional seguro-defeso pago pela União através do INSS, há municípios que
pagam benefícios assistenciais aos pescadores artesanais, sendo o seu deferimento um válido
meio de prova da qualidade de segurado especial na condição de pescador artesanal.
O Decreto 8.967/2017 ainda previu que “os pescadores e as pescadoras de que trata o § 1º6
do art. 3º do Decreto nº 8.425, de 2015, não farão jus ao benefício de seguro-desemprego
durante o período de defeso”:
Ao que parece, se trata de previsão ilegal do Decreto 8.967/2017, pois, em que pese estes
pescadores sejam dispensados da inscrição no RGP, a Lei 10.779/2003 não impede que os
mesmos peçam a inscrição para gozarem do seguro-defeso.
Isso porque em nenhum momento a Lei 10.779/2003 traz vedação de concessão do seguro-
defeso aos pescadores com fins de consumo doméstico, amadores com uso de linha de mão e
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§ 1º Ficam dispensados da inscrição (RGP) de que trata o caput: (Incluído pelo Decreto nº 8.967, de
2017): I - pescadoras e pescadores de subsistência que praticam a atividade de pesca com fins de consumo
doméstico ou escambo sem fins de lucro e que utilizem petrechos previstos em legislação
específica; (Incluído pelo Decreto nº 8.967, de 2017) II - pescadoras e pescadores amadores que
utilizem linha de mão ou caniço simples; e (Incluído pelo Decreto nº 8.967, de 2017) III - índias e
índios que pratiquem a atividade pesqueira para subsistência. (Incluído pelo Decreto nº 8.967, de
2017)
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indígenas.
No âmbito administrativo, coube inicialmente à Instrução Normativa INSS 79, de 1 de abril
de 2015, estabelecer procedimentos relativos ao Seguro-Desemprego devido aos pescadores
profissionais artesanais, durante os períodos de defeso. Posteriormente, a IN 79/2015 foi
revogada e substituída pela Instrução Normativa INSS 83/2015 (18/12/2015).
Considera-se ininterrupta a atividade exercida durante o período compreendido entre o
término do defeso anterior e o início do defeso em curso, ou nos doze meses imediatamente
anteriores ao início do defeso em curso, o que for menor, sendo que a percepção de auxílio-
doença, auxílio-doença por acidente de trabalho ou salário-maternidade (exclusivamente sob
categoria de filiação de segurado especial), durante o período mencionado não impede o
recebimento do SDPA (Seguro-Desemprego do Pescador Profissional Artesanal).
De efeito, destaca-se nesta norma que o benefício será devido ao pescador profissional
artesanal inscrito no Registro Geral da Atividade Pesqueira - RGP e com licença de pesca
concedida que exerça a pesca em caráter exclusivo, nos termos da legislação ambiental, sendo
que a concessão do benefício não será extensível aos trabalhadores de apoio à pesca artesanal
de acordo com a posição do INSS que aplica a vedação constituída pela Lei 13.134/2015.
Contudo, o Decreto 8.499, de 12 de agosto de 2015, que modificou o Regulamento da
Previdência Social, considerou que é assemelhado ao pescador artesanal aquele que realiza
atividade de apoio à pesca artesanal, exercendo trabalhos de confecção e de reparos de artes e
petrechos de pesca e de reparos em embarcações de pequeno porte ou atuando no
processamento do produto da pesca artesanal, enquadrando-o como segurado especial.
Assim, ao que parece, a regulamentação do INSS transbordou o regramento do Decreto
8.499/2015, embora o seguro-defeso não seja benefício regido pela Lei 8.213/91, mas é
incongruente negá-lo ao segurado especial pescador artesanal que labora no apoio à pesca.
Inclusive porque a Lei 13.134/2015 previu expressamente que “o pescador artesanal de que
tratam a alínea “b” do inciso VII do art. 12 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e a alínea “b”
do inciso VII do art. 11 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, desde que exerça sua atividade
profissional ininterruptamente, de forma artesanal e individualmente ou em regime de
economia familiar, fará jus ao benefício do seguro-desemprego, no valor de 1 (um) salário-
mínimo mensal, durante o período de defeso de atividade pesqueira para a preservação da
espécie”, vinculando o deferimento do SDPA ao segurado especial pescador artesanal
regulado na Lei 8.213 e regulamentado no Decreto 3.048/99.
Destarte, embora a Lei 13.134/2015 (de 16/6/2015) tenha dito que “a concessão do
benefício não será extensível às atividades de apoio à pesca nem aos familiares do pescador
profissional que não satisfaçam os requisitos e as condições estabelecidos nesta Lei”, o Decreto
8499/2015 (de 12/8/2015) é posterior e ampliou o enquadramento do segurado especial
pescador artesanal para as pessoas que desenvolvem atividades de apoio à pesca artesanal.
Para piorar a situação, com o advento do Decreto 8.967/2017, que alterou o Decreto
8.425/2015, que dispõe sobre os critérios para inscrição no Registro Geral da Atividade
Pesqueira - RGP e para a concessão de autorização, permissão ou licença para o exercício da
atividade pesqueira, não é mais possível que o trabalhador de apoio à pesca artesanal se
inscreva no RGP (revogação do inciso VIII do artigo 2º).
Desta forma, pelo posicionamento administrativo, o segurado especial que labora no apoio
à pesca irá receber os benefícios da Lei 8.213/91, mas terá o seguro-defeso negado pelo INSS.
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Com base no artigo 5º, do Decreto 8.424/2015, para requerer o benefício de seguro-
desemprego, o pescador deverá apresentar ao INSS:
III - inscrição no RGP, com licença de pesca, emitida pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, na condição de pescador profissional artesanal que tenha a atividade
pesqueira como única fonte de renda, observada a antecedência mínima prevista no art. 2º da
Lei nº 10.779, de 2003;
A apresentação dos documentos poderá ser dispensada pelo INSS caso as informações
constem em bases governamentais a ele disponibilizadas por outros órgãos, nos termos do art.
2º do Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de 2009, do art. 329-B do Anexo ao Decreto nº 3.048,
de 6 de maio de 1999 - Regulamento da Previdência Social, e do art. 1º do Decreto nº 8.789, de
29 de junho de 2016.
III - assume responsabilidade civil e criminal por todas as informações prestadas para fins
da concessão do benefício.
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Enunciado nº 190
Nos casos em que o pedido em ação judicial seja de medicamento, produto ou procedimento
já previsto nas listas oficiais do SUS ou em Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas
(PDCT) para tratamento particular, dever ser determinada a inclusão do demandante em
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Enunciado nº 191
Nas demandas que visam o acesso a ações e serviços da saúde diferenciada daquelas
oferecidas pelo Sistema Único de Saúde, o autor deve apresentar prova da evidência
científica, a inexistência, inefetividade ou impropriedade dos procedimentos ou
medicamentos constantes dos protocolos clínicos do SUS.
Enunciado nº 192
Sempre que possível, as decisões liminares sobre saúde devem ser precedidas de notas de
evidência científica emitidas por Núcleos de Apoio Técnico em Saúde – NATS – ou similares.
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2. Exemplo de Benefícios:
2.01 - Celetista
2.02 - Empregadores
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Redação dada pela Lei nº 13.427, de 2017.
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http://sna.saude.gov.br/cdam/
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2.03 - Domésticos
2.04 - Autônomos
2.05 - Avulsos
2.06 - Temporários
2.07 - Dependentes (menores de 21 anos) e Cônjuges
2.08 - Aposentados/Pensionistas pelo INSS - Lei 8.213/91 (Regime Geral de Previdência Social).
3. Lista de documentos exigidos para a emissão do CDAM – (Certificado de Direito à Assistência Técnica)
Para Portugal (PB4):
-RG
-CPF
-PASSAPORTE
-COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA BRASILEIRO*
Para Itália (IB2) e Cabo Verde (PB4):
-RG
-CPF
-PASSAPORTE
-COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA BRASILEIRO*
-VÍNCULO DO INSS:
->Se empregado com Carteira de Trabalho assinada: Carteira de Trabalho (qualificação e Contrato de trabalho), com a
data de filiação ao Regime Geral de Previdência Social (Artigo 28 do Decreto Presidencial Nº 3.048 de de 06 de
maio de 1999) e Contracheque do último mês;
->Se trabalhador autônomo: para o segurado empregado doméstico, contribuinte individual, observado o disposto no
§ 4º do art. 26, especial, este enquanto contribuinte individual na forma do disposto no § 2º do art. 200, e facultativo,
da data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para esse fim
as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores, observado, quanto ao segurado facultativo,
o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 11. (Artigo 28 do Decreto Presidencial Nº 3.048 de de 06 de maio de 1999);
->Se empregador: Contrato social e do último GRPS quitado;
->Se Aposentado/Pensionista do INSS: número do benefício e contracheque do último mês.
Para os dependentes:
-RG
-CPF
-PASSAPORTE
-DOCUMENTO QUE COMPROVE A DEPENDÊNCIA (CERTIDÃO DE NASCIMENTO ou RG do filho menor de 21 anos; CERTIDÃO
DE CASAMENTO)
CDAM EM NOME DE OUTRA PESSOA:
a) A documentação deverá ser apresentada com autenticação em Cartório, Embaixada ou Consulado. Se preferir, apresentar
os originais para que as cópias sejam autenticadas pelo órgão emissor do CDAM (Ministério da Saúde).
b) O interessado deverá, no ato da entrega da documentação, fornecer o endereço da residência e domicílio do segurado no
Brasil e no país de destino.
c) É vedado fornecimento de certificado a funcionários públicos regidos sob égide da Lei 8.112/90 para os países: Itália e Cabo
Verde.
d) O certificado terá validade de um ano, contado a partir da data da assinatura.
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Observação: A validade do documento é de 1 (um) ano, renovável, a partir da data de sua emissão ou data futura de bilhetes
de viagem. O documento pode ser entregue em até 03 dias da solicitação. Importante destacar que o Certificado não é
equivalente a um seguro viagem..
MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA EXECUTIVA
O atendimento é presencial em qualquer um dos Núcleos Estaduais do Ministério da Saúde, localizados nas capitais
dos estados brasileiros, conforme tabela abaixo. Em caso de cidadão já acomodado no exterior, o procedimento
pode ser feito através dos documentos autenticados em embaixadas e apresentados por procurador.
UF DADOS
Acre Responsável: CLÁUDIO ROBERTO DO NASCIMENTO
Endereço: Rua Coronel Sebastião Dantas, nº 2.418, Térreo - Estação Experimental - Rio
Branco/AC
Telefone: (68)3212-2915 ou 3212-2900
Atendimento: 08:00 às 12:00h e 13:00 às 17:00h
Alagoas Responsável: THIAGO EVARISTO SILVA SANTOS
Endereço: Rua Prof. José da Silveira Camerino, nº 880, Ed. Empresarial Belo Horizonte, 1º
andar, sala 124 - Pinheiro - Maceió/AL
Telefone: (82) 3198-1783
Atendimento: 08:00 às 17:00h
Amapá Responsável: ELZARINA BARBOSA FONSECA
Endereço: Av. Antônio Coelho de Carvalho, 2517 - Santa Rita – Macapá/AP
Telefone: (96) 2101-1403
Atendimento: 08;30 às 12:00h
Amazonas Responsável: MARINA EUGENIA LEITE BARRONCAS
Endereço: Av. Djalma Batista, nº 1018, Sala de Capacitação - Chapada - Manaus-AM
Telefone: (92) 3671-6254
Atendimento: 08:00 às 12:00h e 13:00 às 17:00h
Bahia Responsável: ISAURA DO BOMFIM SILVA
Endereço: Rua do Tesouro, 21/23, 6º andar - Centro - Salvador/BA
Telefone: (71) 3266-1732 ou 3266-2702
Atendimento: 08:30 às 11:00h e 13:30 às 16:00h
Ceará Responsável: RUTH MENELEU FIUZA
Endereço: Rua do Rosário, nº 283, sala 902 - Centro - Fortaleza/CE
Telefone: (85) 3209-3490
Atendimento: 08:00 às 11:00 e 13:00 às 15:00h
Distrito Federal Responsável: GLEISSE DE CASTRO FONSECA
Endereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Anexo, Térreo, Ala B, Sala B - Brasília/DF
Telefone: (61) 3315-2612/ 3315-2611
Atendimento: 7h às 19h
Espírito Santo Responsável: RAULINO PEREIRA GOUVEIA/SOLANGE ROCHA SAMPAIO
Endereço: Rua Moacyr Strauch, nº 85, Térreo, Sala do Serviço de Gestão de Pessoas - Praia do
Canto - Vitória/ES
Telefone: (27) 3145-2700
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Atendimento: 08:00 às 12:00 (limitado a 20 (vinte) senhas de atendimento por dia, de segunda
a sexta)
Goiás Responsável: MARLI SOREL DE ARAÚJO GONÇALVES
Endereço: Rua 82, nº 179, 6º andar , Setor Sul - Goiânia/GO
Telefone: (62) 3526-1044 ou 3526-1046
Atendimento: 08:00 às 12:00h e 13:00 às 16:00h
Maranhão Responsável: ROBERTO ALMEIDA DE MELO
Endereço: Av. Jerônimo de Albuquerque, 16 - Bequimão (Em frente a Universidade
CEUMA/Bequimão - São Luís/MA
Telefone: (98) 3231-1336 ou 3232-8634
Atendimento: 08:00 às 12:00h e 14:00 às 17:00h
Mato Grosso Responsável: ROBERTA QUATTI NOGAROL DE LIMA
Endereço: Av. Getúlio Vargas, 1426, Ed. Boa Esperança II, Salas 201 e 204, 2º andar - Centro -
Cuiabá/MT
Telefone: (65) 3617-5825
Atendimento: 07:00 às 11:00h e 13:00 às 17:00h
Mato Grosso do Sul Responsável: JOSEFINA ROZANA CAIMAR
Endereço: Rua Jornalista Belizário Lima, nº 236, 1º Andar, Sala de Recursos Humanos - Vila
Glória – Campo Grande/MS
Telefone: (67) 3317-3221
Atendimento: 08:00 às 11:00h e 13:00 às 16:00h
Minas Gerais Responsável: JOSÉ ADRIANO CUPERTINO
Endereço: Rua Espírito Santo, 500, 12º andar, sala 1203 – Centro – Belo Horizonte/MG
Telefone: (31) 3248-2814
Atendimento: 08:00 às 17:00h
Pará Responsável: IRANILDA DO SOCORRO DA SILVA COUTINHO
Endereço: Avenida Conselheiro Furtado, nº 2520, Ed. Daniel Leite Dias, Térreo - Cremação-
Belém/PA
Telefone: (91) 3265-6360
Atendimento: 08:00 às 14:00
Paraíba Responsável: MARCOS AURÉLIO MARTINS DE PAIVA
Endereço: Rua Desembargador Souto Maior, 244, Térreo, Central de Atendimento ao Servidor
– Centro - João Pessoa/PB
Telefone: (83) 3612-3419 ou 3612-3430
Atendimento: 08:00 às 11:30h e 14:00 às 17:00h
Paraná Responsável: GISLANE DE OLIVEIRA
Endereço: Rua Cândido Lopes, 208, 4º andar, Sala 404 - Centro - Curitiba/PR
Telefone: (41) 3310-3543
Atendimento: 08:00 às 12:00h
Pernambuco Responsável: ANA KARINE DE SOUZA VIEIRA
Endereço: Pça. Ministro João Gonçalves de Souza, S/N, Edifício SUDENE, Sala n°061, 4°andar,
Ala Norte - Iputinga - Recife/PE
Telefone: (81) 3303-4678
Atendimento: 08:30 às 17:00h
Piauí Responsável: ELISANE SILVA CAVALCANTE
Endereço: Rua Magalhães Filho, 519, esquina com Lisandro Nogueira - Centro Norte -
Teresina/PI
Telefone: (86) 3301-8652
Atendimento: 09:00 às 12:00h e 14:00 às 17:00h
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O RGPS não visa manter o status social dos beneficiários, e sim conceder a cobertura necessária
para a manutenção de uma vida digna, pois há um teto para o pagamento dos benefícios no
valor de R$ 5.645,80 (valor atualizado para 2018), que só poderá ser ultrapassado em hipóteses
excepcionais a serem vistas.
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O tema está sendo novamente enfrentado pelo STF no julgamento das ADI’s 2028, 2036, 2621
e 2228, que teve julgamento suspenso em 04 de junho de 2014, tendo sido proferidos votos por
quatro Ministros pela exigência de lei complementar (Informativo STF 749), tendo sido
novamente suspenso em 19/10/2016 (Informativo STF 544).
Em 2 de março de 2017 o STF definiu que os requisitos para o gozo de imunidade hão de
estar previstos em lei complementar. Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria,
deu provimento ao recurso extraordinário para declarar a inconstitucionalidade formal do art. 55
da Lei 8.212/1991, que dispõe sobre as exigências para a concessão de imunidade tributária às
entidades beneficentes de assistência social (v. Informativos 749 e 844).
Prevaleceu o voto do ministro Marco Aurélio (relator). Ele explicou que as normas de
imunidade tributária constantes da Constituição Federal (CF) objetivam proteger valores políticos,
morais, culturais e sociais essenciais e não permitem que os entes tributem certas pessoas, bens,
serviços ou situações ligadas a esses valores. Além disso, lembrou que o § 7º do art. 195 da CF
traz dois requisitos para o gozo da imunidade: ser pessoa jurídica a desempenhar atividades
beneficentes de assistência social e atender a parâmetros legais
No entanto, aspectos meramente procedimentais referentes à certificação, à fiscalização e
ao controle administrativo continuam passíveis de definição em lei ordinária. A lei
complementar é forma somente exigível para a definição do modo beneficente de atuação das
entidades de assistência social contempladas pelo art. 195, § 7º, da CF, especialmente quanto às
contrapartidas a serem observadas por elas (Informativo 855 – ADI 2.028 e outras).
Contudo, todo o artigo 55 da Lei 8.212/91 restou revogado pela Lei 12.101, de 27.11.2009,
posteriormente alterada pela Lei 12.868/2013, norma esta que ainda não foi apreciada pelo STF,
mas que deve ser invalidada por ser lei ordinária.
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Não é outro o entendimento da Súmula 669, do STF, que pontifica que “norma legal que
altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da
anterioridade”.
Posteriormente, o STF ainda editou súmula vinculante:
Súmula vinculante 50 – Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária
não se sujeita ao princípio da anterioridade.
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Atualmente, tendo em vista que não mais compete ao INSS arrecadar, fiscalizar e cobrar as
contribuições previdenciárias, pois essa Dívida Ativa passou a ser da União com o advento da Lei
11.457/07 (criou a Secretaria da Receita Federal do Brasil), a sua principal função administrativa
é gerir o plano de benefícios e serviços do RGPS.
De acordo com o artigo 1º do Regimento do INSS, aprovado pelo Decreto 9.104/2017, “o
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, autarquia federal com sede em Brasília, Distrito
Federal, instituída com fundamento no disposto no art. 17 da Lei no 8.029, de 12 de abril de
1990, é vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social”. Caberá ao INSS a competência de
conceder, negar e revisar os benefícios e serviços do Regime Geral de Previdência Social em
favor de segurados e seus dependentes. Ademais, desde abril de 2015 (Lei 13.134/2015), a
gestão do seguro-defeso do pescador artesanal foi transferida para a autarquia previdenciária.
Ademais, por força artigo 20, §6º, da Lei 8.742/93, a competência para gerir o BPC/LOAS do
idoso e do deficiente carente também é do INSS.
O INSS será dirigido por um Presidente e cinco Diretores, tendo a seguinte estrutura
administrativa:
a) Gabinete;
II - órgãos seccionais:
b) Auditoria-Geral;
c) Corregedoria-Geral;
a) Diretoria de Benefícios;
c) Diretoria de Atendimento; e
IV - unidades descentralizadas:
a) Superintendências Regionais;
b) Gerências-Executivas;
d) Procuradorias Regionais;
e) Procuradorias Seccionais;
f) Auditorias Regionais; e
g) Corregedorias Regionais.
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II - representar o INSS;
IX - decidir sobre:
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VII - acompanhar o desempenho dos órgãos e das unidades do INSS e elaborar relatórios
de avaliação de resultados;
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As Agências da Previdência Social são subordinadas às Gerências-Executivas, com
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Curiosamente, para o exercício de 2017, o INPC foi o parâmetro para a atualização do salário-
mínimo, não tendo subido acima da inflação, tendo reajuste similar aos benefícios
previdenciários.
Em 2018, ainda com mais curiosidade, o salário mínimo foi reajustado ligeiramente abaixo
da variação do INPC em 2017, devendo haver a compensação somente no exercício de 2019.
PÁG. 274
Trata-se do trabalhador temporário regido pela Lei 6.019/74, modificada pela Lei
13.429/2017, sendo o trabalho temporário definido como aquele prestado por pessoa física
contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa
tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal
permanente ou à demanda complementar de serviços.
O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder
ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não, podendo ser prorrogado por até noventa
dias, consecutivos ou não, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram.
PÁG. 279
Através da promulgação da Lei 10.887/2004, foi repetida a redação da alínea “h”, pois,
com o advento da Emenda 20/98, que alterou a redação do artigo 195, inciso II, da CRFB, o
texto constitucional agora se refere ao trabalhador e demais segurados da Previdência Social,
não cabendo mais se falar em inconstitucionalidade formal desta previsão por ser tema afeto
à lei complementar para a criação de nova fonte de
custeio.
Inclusive, este dispositivo já foi validado pelo STF (Informativo 866):
Informativo 866 - Contribuição previdenciária e exercentes de mandato eletivo
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
Com base nessa orientação, o Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o Tema 691 da
repercussão geral, por unanimidade, negou provimento a recurso extraordinário em que se
discutiu a submissão dos entes federativos ao pagamento de contribuição previdenciária
patronal incidente sobre a remuneração dos agentes políticos não vinculados a regime
próprio de previdência social, após o advento da Lei 10.887/2004, na forma do art. 22, I, da
Lei 8.212/1991
PÁG. 290
No caso do produtor rural que explore atividade agrícola ou pecuária, apenas será
considerado como segurado especial aquele cujo prédio rústico tenha área equivalente a até 04
módulos fiscais, pois a exploração em terra com dimensão maior afasta a caracterização da
atividade familiar de subsistência.
O módulo fiscal varia de acordo com a produtividade da terra em número de hectares.
Dessa forma, quanto mais produtiva a terra for, 1 módulo fiscal terá um número menor de
hectares, ao passo que, em áreas pouco produtivas, o número de hectares por módulo fiscal
será bem maior.
Eis alguns exemplos de municípios no Estado da Bahia:
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
Veja-se que no Município de Abaíra, um módulo fiscal possui 65 hectares, ao passo que no
Município de Almadina um módulo fiscal terá 20 hectares. Esse dado em todos os municípios
do Brasil é fixado pelo INCRA e pode ser obtida a tabela nacional no seguinte link:
http://www.incra.gov.br/tabela-modulo-fiscal.
PÁG. 291
Conquanto a referida Súmula ainda não tenha sido cancelada, entende-se que ela não mais
subsiste com o advento do novo regramento, pois o legislador fixou a área máxima de 04
módulos fiscais para que haja o enquadramento do trabalhador rural que explore atividade
agropecuária como segurado especial.
Questão interessante que ocorre especialmente na Região Norte é a existência de lavradores
em regime de subsistência que possuem imóveis rurais com dimensão superior a 4 módulos
fiscais e que exercem atividades agropecuárias em pequenas áreas, muito inferiores a 4 módulos
fiscais.
Isso acontece, por exemplo, no Estado do Tocantins, através da expedição de títulos pelo
Governo de Goiás (antes da divisão do Estado de Goiás) gratuitamente em áreas de médio porte,
mas que os produtores rurais apenas exploram pequenas partes.
Outra situação que se verifica é quando o imóvel rural possui dimensão total acima de 4
módulos fiscais, mas a área agricultável é pequena, quer pelo tipo de vegetação, existência de
morros, pedras ou mesmo pela seca em áreas não irrigáveis.
Há casos também em que não inúmeros lavradores do mesmo grupo familiar que
apresentam o mesmo documento de terra que ultrapassa a 4 módulos fiscais, mas que, se fosse
dividida terra pelo número de produtores rurais, cada quinhão será bem inferior a 4 módulos
fiscais.
A questão posta é a seguinte: o critério que limita o imóvel rural do segurado especial a 4
módulos fiscais é totalmente inflexível, ou, em situações muito excepcionais, poderá ser
flexibilizado?
Acredita-se que, muito excepcionalmente, em terras de baixo valor venal, que se enquadrem
como médias propriedades (acima de 4 e até 15 módulos fiscais), em que fique demonstrado
pelo segurado que a área explorada não ultrapassa a 4 módulos fiscais e que o regime realmente
é de subsistência, não gerando significativa renda pela venda da produção e não existindo
trabalhadores permanentemente contratados, será possível considerar a qualidade de segurado
especial.
Isso porque a regra do artigo 11, inciso VII, letra A, da Lei 8.213/91, inserida pela Lei
11.718/2008, deve ser interpretada teleologicamente, não havendo apenas um critério absoluto
para a caracterização do segurado especial produtor rural.
Aliás, prova disso é que há produtores rurais cujo imóvel não supera a 4 módulos fiscais e
que não são filiados como segurados especiais, quer pela contratação permanente de
trabalhadores, quer pela renda anual gerada pela venda da produção ser vultosa, incompatível
com o regime de subsistência.
PÁG. 309
Eram os antigos segurados empresários. Para este enquadramento, será preciso que o sócio
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
exerça função de direção e receba remuneração por sua atividade, ressaltando que os sócios
não gestores que recebem participação no lucro não integram este rol, pois não se trata de
remuneração.
De acordo com a Receita Federal, através da Solução de Consulta COSIT 120/2016, o sócio da
sociedade civil de prestação de serviços profissionais que presta serviços à sociedade da qual é
sócio é segurado obrigatório na categoria de contribuinte individual, conforme a alínea “f”,
inciso V, art. 12 da Lei nº 8.212, de 1991, sendo obrigatória a discriminação entre a parcela da
distribuição de lucro e aquela paga pelo trabalho.
O fato gerador da contribuição previdenciária ocorre no mês em que for paga ou creditada
a remuneração do contribuinte individual. Pelo menos parte dos valores pagos pela sociedade
ao sócio que presta serviço à sociedade terá necessariamente natureza jurídica de retribuição
pelo trabalho, sujeita à incidência de contribuição previdenciária, prevista no art. 21 e no inciso
III do art. 22, na forma do §4º do art. 30, todos da Lei nº 8.212, de 1991, e art. 4º da Lei nº
10.666, de 8 de maio de 2003.
PÁG. 331
XIV - para os autônomos em geral, por comprovante do exercício da atividade ou
inscrição na prefeitura e respectivos recibos de pagamentos do Imposto Sobre
Serviço – ISS, em época própria ou declaração de imposto de renda, entre outros.
c) declarar que está ciente que a contribuição indevida não será utilizada para quaisquer
fins de reconhecimento de direito a benefícios.
PÁG. 336
O limite mínimo do salário de contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo,
da categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou
horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês.
O salário mínimo nacional foi fixado pela União em R$ 954,00 para o exercício de 2018,
uma variação de apenas 1,81% em relação ao ano anterior.
9
. Artigo 18-C, §1º, III, da Lei Complementar 123/2006, inserido pela Lei Complementar 139/2011.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
(...)
Sobre os estados que possuem um salário mínimo acima do nacional, colaciona-se notícia
publicada no site G1 no dia 04 de janeiro de 2018:
ACRE
ALAGOAS
AMAPÁ
AMAZONAS
BAHIA
CEARÁ
DISTRITO FEDERAL
ESPÍRITO SANTO
GOIÁS
MARANHÃO
MATO GROSSO
MINAS GERAIS
PARÁ
Pará (Sead) informou que irá complementar a diferença entre o salário mínimo anterior e o novo
PARAÍBA
PARANÁ
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
Fica mantido o valor do ano passado. Se houver alguma mudança, será anunciada no dia 1º de
1.414,60.
PERNAMBUCO
PIAUÍ
RIO DE JANEIRO
É esperado o anúncio do valor do piso regional de 2018 para os servidores nesta quinta (4), que
em 2017 foi de R$ 953,47. Para a iniciativa privada, atualmente, são 6 faixas que variam de entre
Piso estadual só deverá ser definido em maio. Atualmente, são 5 faixas e os valores variam de R$
1.175,15 a R$ 1.489,24.
RONDÔNIA
Até o momento, não foi publicado nenhum decreto referente a piso regional.
RORAIMA
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
SANTA CATARINA
Piso estadual será definido em março. Atualmente, salário mínimo regional varia entre R$ 1.078 e
R$ 1.235 ente as quatro faixas salariais, que vão desde agricultura até indústrias de vestuário,
SÃO PAULO
Reajuste de 2,99% do piso paulista foi aprovado pela Assembleia Legislativa e, segundo o governo
do estado, previsão é que seja sancionado até o final de janeiro. Os novos valores serão: R$
SERGIPE
TOCANTINS
PÁG. 340
Por unanimidade, a Segunda Turma proveu o recurso do empregador,
absolvendo-o da condenação ao pagamento das diferenças salariais.
(Lourdes Tavares/CF)
Processo: RR-224300-21.2009.5.02.0010
No entanto, por força da reforma trabalhista (MP 808/2017), restou inserida regra
previdenciária na CLT direcionada ao segurado empregado que prevê que, para fins
previdenciários, o recolhimento sobre salário de contribuição com valor nominal inferior a um
salário mínimo não será considerado para fins de manutenção da qualidade de segurado e para
fins de cômputo de carência, acaso o empregado não promova o recolhimento da diferença para
atingir a um salário mínimo.
Essa regra alcança tanto os segurados empregados que laboram em regime de jornada
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
parcial, assim como os contratos de trabalho intermitentes10, nas situações de valor mensal
nominal do salário de contribuição inferior a um salário mínimo nacional.
Cuida-se do novel artigo 911-A da CLT:
O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso da atribuição que lhe confere o inciso
XXV do art. 327 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado
pela Portaria MF nº 430, de 9 de outubro de 2017, e tendo em vista o disposto no art. 911-
A da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
maio de 1943, declara:
10
Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação,
não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade,
determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do
empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria (art. 443, §3º, da CLT).
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
§ 2º Não será computado como tempo de contribuição para fins previdenciários, inclusive
para manutenção da condição de segurado do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e
cumprimento de prazo de carência para concessão de benefícios previdenciários, o mês em
que a remuneração recebida pelo segurado tenha sido inferior ao salário mínimo mensal e
não tenha sido efetuado o recolhimento da contribuição previdenciária complementar
prevista no caput.
PÁG. 342
Por sua vez, para o exercício de 2017, o limite máximo do salário de contribuição foi fixado
em R$ 5.531,31 pela Portaria MF 8/2017. Para o ano de 2018, o limite máximo do salário de
contribuição foi fixado em R$ 5.645,80.
PÁG. 343
Para o empregado e o avulso, o salário de contribuição será formado pela remuneração
mensal total, devida ou creditada, pela empresa que preste serviço, incluindo-se na definição
de remuneração as gorjetas11, tal qual o faz o artigo 457, da CLT, bem como as utilidades
habituais pagas ao trabalhador.
Em regra, as utilidades habituais comporão o salário de contribuição, exceto se houver regra
de isenção, como nas situações elencadas no §9º do artigo 28 da Lei 8.212/91. Como a moradia
não se situação na regra de isenção, esta comporá o salário de contribuição.
PÁG. 345
18. Embargos de Declaração acolhidos com efeito infringente para dar provimento ao
Recurso Especial” (STJ, EDcl no REsp 1157849, de 01/03/2011).
A verba denominada “quebra de caixa” possui natureza remuneratório, compondo o salário
de contribuição. Cuida-se de quantia em análise servir para "compensar" eventuais diferenças
de caixas, nos termos do artigo 462, caput, e § 1º, da CLT.
PÁG. 354
11
. Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como
também aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer título,
e destinada à distribuição aos empregados, na forma do artigo 457, §3º, da CLT.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 357
A corroborar a tese sobre a natureza indenizatória do aviso prévio indenizado,
destacam-se, na doutrina, as lições de Maurício Godinho Delgado e Amauri Mascaro
Nascimento. Precedentes: REsp 1.198.964/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, DJe de 4.10.2010; REsp 1.213.133/SC, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe
de 1º.12.2010; AgRg no REsp 1.205.593/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe
de 4.2.2011; AgRg no REsp 1.218.883/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe
de 22.2.2011; AgRg no REsp 1.220.119/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJe
de 29.11.2011.”
(...)
Nesse sentido, para o STJ (Informativo 568), “não incide contribuição previdenciária sobre
prêmios e gratificações de caráter eventual. A fim de verificar a sua inclusão ou não no salário-
de-contribuição, uma das principais características a ser aferida sobre as gratificações e os
prêmios é a habitualidade ou não de seu pagamento. Havendo pagamento com habitualidade,
manifesto o caráter salarial, implicando ajuste tácito entre as partes, razão pela qual incide
contribuição previdenciária. A propósito, o STF possui entendimento firmado pela Súmula 207
("As gratificações habituais, inclusive a de natal, consideram-se tacitamente convencionadas,
integrando o salário"). Tratando-se de prêmio ou gratificação eventual, fica afastada a incidência
12
A partir da competência junho de 2016, o valor do aviso prévio indenizado não deve ser computado para
fins de preenchimento da GPS, podendo ser utilizada a GPS gerada pelo Sefip.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
da contribuição, conforme o art. 28, § 9º, "e", 7, da Lei 8.212/1991. REsp 1.275.695-ES, Rel. Min.
Mauro Campbell Marques, julgado em 20/8/2015, DJe 31/8/2015”.
Por força da MP 808/2017, que alterou a CLT (art. 457, §2º), a legislação passou a prever
expressamente a não incidência de contribuições previdenciárias sobre os prêmios ainda que
habituais.
Nos termos da Lei 13.467/2017, consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo
empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de
empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de
suas atividades.
PÁG. 360
H) As diárias para viagens no seu valor total;
Até o advento da Lei 13.467/2017, que alterou o artigo 457, §2º, da CLT, as diárias
acima de 50% da remuneração mensal do empregado incidiam contribuição
previdenciária. Com a mudança normativa, independentemente do valor, as diárias para
a viagem não sofrem a incidência da contribuição previdenciária.
PÁG. 362
Trata-se do patrocínio promovido voluntariamente pela empresa em favor dos seus
empregados e dirigentes para entidade de previdência privada. De acordo com a Lei
Complementar 109/200113, a normatização atual determina que esse direito seja oferecido pela
empresa em favor de todos os seus empregados e dirigentes, sem restrições.
Q) O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da
empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos,
óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras
similares;
Com o advento da Lei 13.467/2017, foram inseridos no texto as próteses e órteses, assim
como foi retirada a necessidade de que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e
dirigentes da empresa para a exclusão do salário de contribuição.
PÁG. 364
Z) O valor correspondente ao vale-cultura14;
Z.2) os prêmios e os abonos.
13
. Art. 16. Os planos de benefícios devem ser, obrigatoriamente, oferecidos a todos os empregados dos
patrocinadores ou associados dos instituidores.
§ 1o Para os efeitos desta Lei Complementar, são equiparáveis aos empregados e associados a que se
refere o caput os gerentes, diretores, conselheiros ocupantes de cargo eletivo e outros dirigentes de
patrocinadores e instituidores.
§ 2o É facultativa a adesão aos planos a que se refere o caput deste artigo.
14
. Nos termos da Lei 12.761/2012, fica criado o vale-cultura, de caráter pessoal e intransferível, válido
em todo o território nacional, para acesso e fruição de produtos e serviços culturais, no âmbito do
Programa de Cultura do Trabalhador, no valor mensal de R$ 50,00.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 365
PÁG. 366
– abonos e prêmios.
PÁG. 371
Insta lembrar que o salário de contribuição terá como limite mínimo o piso salarial, legal
ou normativo da categoria ou, inexistindo este, o salário mínimo, e como teto a quantia de R$
5.645,80, desde 1º de janeiro de 2018, pois atualizada ou majorada anualmente a quantia de R$
2.400,00, fixada pela Emenda 41/2003.
PÁG. 372
Na forma do quanto previsto no artigo 20, da Lei 8.212/91, a contribuição previdenciária
desses segurados terá alíquotas progressivas, que variarão em faixas de acordo com o salário de
contribuição, de forma não cumulativa, conforme a seguinte tabela com valores atualizados
para o ano de 2017:
TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS EMPRE-GADO, EMPREGADO DOMÉSTICO E
TRABALHADOR AVULSO, PARA PAGAMENTO DE REMUNERAÇÃO A PAR-TIR DE 1º DE JANEIRO
DE 2018
até 1.693,72 8%
PÁG. 377
No caso dos empregados e avulsos, as empresas deverão fazer o recolhimento até o dia 20
ao do mês subsequente ao da competência ou, se não for dia útil bancário, no imediatamente
anterior, conforme inovação da Lei 11.933/200915, ao passo que o empregador doméstico terá
até o dia 15 do mês seguinte ao da competência para recolher a contribuição descontada do
empregado doméstico, ou o dia útil imediatamente posterior.
No entanto, por força da reforma trabalhista (MP 808/2017), restou inserida regra
previdenciária na CLT (art. 911-A) direcionada ao segurado empregado que prevê que, para fins
15
. Nova redação do artigo 30, inciso I, da Lei 8.212/91.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 383
As validações das contribuições ainda estão sendo feitas de forma pontual, através de
mensagem eletrônica à caixa de e-mail destinada a essa finalidade
(baixarenda@previdencia.gov.br), conforme prevê o Memorando-Circular Conjunto nº 04
CGAIS/CGRD/DIRBEN/INSS, de 19 de dezembro de 2011.
Anteriormente, o INSS somente procedia à validação quando do requerimento do benefício,
posicionamento absurdo, pois desprovido de segurança jurídica, sendo direito do segurado ter
um posicionamento prévio para poder continuar contribuindo.
Felizmente, com o advento do Memorando-Circular Conjunto nº 43 /DIRBEN/DIRAT/INSS, de
22/11/2017, a autarquia passou a admitir a validação a qualquer momento quando solicitada
pelo segurado.
PÁG. 387
De efeito, a matéria foi regulamentada pelo artigo 25, da Lei 8.212/91, que determinava
que a contribuição previdenciária do segurado especial tinha a alíquota total de 2,1% sobre a
receita proveniente da comercialização de sua produção, sendo 2,0% de contribuição básica
e 0,1% para o custeio dos benefícios decorrentes dos acidentes de trabalho.
No entanto, coube à Lei 13.606/2018 reduzir a alíquota da contribuição previdenciária do
segurado especial, inserindo a seguinte redação ao artigo 25 da Lei 8.212/91:
I - 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita bruta proveniente da
comercialização da sua produção (redação dada pela Lei 13.606/2018);
PÁG. 389
Receita do
produto
Em regra, Até o dia 20 do
Segurado da
dos Sim mês seguinte
especial 1,3% comerciali
adquirentes ao da operação
zação da
produção
PÁG. 394
Ou seja, se a empresa não pagar as remunerações mensais ou adiantá-las, mesmo assim
incidirá a contribuição previdenciária patronal, pois se realiza a sua hipótese de incidência não
só com as parcelas pagas, mas também com as devidas ou creditadas.
De acordo com o artigo 457, §14, da CLT, inserido pela MP 808/2017, que disciplina o
regime das empresas que cobram as gorjetas, quando as empresas forem inscritas em regime
de tributação federal diferenciado, deverão lançá-la na respectiva nota de consumo, facultada
a retenção de até vinte por cento da arrecadação correspondente, mediante previsão em
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, para custear os encargos sociais,
previdenciários e trabalhistas derivados da sua integração à remuneração dos empregados,
hipótese em que o valor remanescente deverá ser revertido integralmente em favor do
trabalhador.
A MP 808/2017 vigorou somente até o dia 23 de abril de 2018, tendo decaído por ausência
de votação no Congresso Nacional. Daí que as informações suso postas se limitam até essa data,
restaurando-se o regime jurídico anterior.
PÁG. 396
De acordo com a Súmula 584, do STJ, “as sociedades corretoras de seguros, que não se
confundem com as sociedades de valores mobiliários ou com os agentes autônomos de seguro
privado, estão fora do rol de entidades constantes do art. 22, § 1º, da Lei n. 8.212/1991, não se
sujeitando à majoração da alíquota da Cofins prevista no art. 18 da Lei n. 10.684/2003”.
Deverá a empresa promover o recolhimento até o dia 20 do mês subsequente ao da
competência respectiva, conforme inovação da Lei 11.933/2009, ou no dia útil imediatamente
anterior, se não houver expediente bancário, pois antes o prazo era até o dia 10 (Lei
11.488/2007) ou o dia 02 (Lei 9.063/95) no regime mais antigo.
PÁG. 419
Com propriedade, a alíquota da contribuição era de 2,0% sobre a receita bruta proveniente
da comercialização da sua produção16, sofrendo um acréscimo de 0,1% para financiamento das
16
. Integram a produção os produtos de origem animal ou vegetal, em estado natural ou submetidos a
processos de beneficiamento ou industrialização rudimentar, assim compreendidos, entre outros, os
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
prestações por acidente do trabalho (contribuição SAT), o que perfazia um total de 2,1%.
No entanto, coube à Lei 13.606/2018 reduzir a alíquota da contribuição previdenciária do
empregador rural pessoa física, inserindo a seguinte redação ao artigo 25 da Lei 8.212/91:
I - 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita bruta proveniente da
comercialização da sua produção (redação dada pela Lei 13.606/2018);
PÁG. 420
Neste caso, ele deverá recolher a título de contribuição previdenciária patronal substitutiva
a quantia mensal de R$ 63,00, equivalente a 1,3% da sua receita bruta mensal de R$ 3.000,00.
(...)
Outrossim, o segurado especial também se enquadra como produtor rural pessoa física,
mas neste caso a contribuição será única (como segurado e como patrão), diferentemente do que
ocorre com o contribuinte individual também enquadrado como PRPF, sendo de 1,3% sobre a
receita decorrente da comercialização da sua produção.
(...)
Por esse motivo, em 03.02.2010, no julgamento do RE 363.852 (ANTIGO POSICIONAMENTO),
o Plenário do STF, por unanimidade, pronunciou a sua inconstitucionalidade incidental, em
razão de se caracterizar como nova fonte de custeio, o que demandaria a edição de lei
complementar:
17
§ 13. O produtor rural pessoa física poderá optar por contribuir na forma prevista no caput deste artigo
ou na forma dos incisos I e II do caput do art. 22 desta Lei, manifestando sua opção mediante o pagamento
da contribuição incidente sobre a folha de salários relativa a janeiro de cada ano, ou à primeira competência
subsequente ao início da atividade rural, e será irretratável para todo o ano-calendário.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 421
Ademais, de acordo com o STF, através do voto do Ministro Marco Aurélio, o produtor
rural pessoa física que contratar empregados estará sujeito ao pagamento da COFINS, cuja
base de cálculo é a sua receita bruta, bem como a contribuição previdenciária de 2,1%
(atualmente 1,3%) sobre a receita decorrente de sua comercialização, entendendo o STF ter
havido bis in idem.
PÁG. 423
No entanto, com o falecimento do Ministro Teori Zavascki e a entrada do Ministro
Alexandre de Moraes no STF, o suso posicionamento foi revertido, tendo o STF por 6 x 5
validado a regra do artigo 25 da Lei 8.212/91 (da inconstitucionalidade à constitucionalidade):
Informativo 859 - Contribuição social do empregador rural sobre a receita da comercialização
da produção
Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, deu provimento a recurso
extraordinário em que se discutia a constitucionalidade do art. 25 da Lei 8.212/1991, com a
redação dada pelo art. 1º da Lei 10.256/2001, que reintroduziu, após a Emenda Constitucional
20/1998, a contribuição a ser recolhida pelo empregador rural pessoa física sobre a receita bruta
proveniente da comercialização de sua produção, mantendo a alíquota e a base de cálculo
instituídas por leis ordinárias declaradas inconstitucionais em controle difuso pelo Supremo
Tribunal Federal (STF).
O Colegiado observou que a Lei 9.528/1997 incluiu no “caput” do art. 25 da Lei 8.212/1991 a
contribuição do empregador rural pessoa física, cuja base de cálculo é a receita bruta
proveniente da comercialização da produção. Como a receita bruta não figurava no elenco do
art. 195, I, da Constituição Federal (CF) como uma base de cálculo possível para a incidência de
contribuições sociais, o STF, em dois precedentes, concluiu pela inconstitucionalidade do
emprego dessa base de cálculo, a qual somente poderia ser instituída por lei complementar, nos
termos do art. 195, § 4º, da CF.
Entretanto, com a Emenda Constitucional 20/1998, que incluiu a receita ao lado do faturamento
como uma materialidade passível de ser tributada para fins de financiamento da seguridade
social (CF, art. 195, I), passou a ser possível a instituição de contribuição patronal do empregador
rural pessoa física com base na receita bruta proveniente da comercialização da produção.
Assim, a Lei 10.256/2001 reincluiu a figura do empregador rural pessoa física na disciplina já
existente e em vigor para o segurado especial — produtor rural que não tem empregados.
A Corte ressaltou que a norma impugnada, ao incluir um novo sujeito passivo no dispositivo de
uma lei que já existia e já definia claramente os elementos do fato gerador, a base de cálculo e
a alíquota, violou o princípio da legalidade.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
Ademais, ao dar tratamento diferenciado para o produtor rural, o empregador rural pessoa física
e o empregador urbano pessoa física, a lei em questão não ofendeu o princípio da isonomia,
pois, se assim fosse, em nenhuma hipótese seria possível desonerar a folha de salários como
política tributária.
Vencidos os ministros Edson Fachin (relator), Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Marco
Aurélio e Celso de Mello, que negavam provimento ao recurso.
Pontuavam que o art. 1º da Lei 10.256/2001, ao recolocar o empregador rural pessoa física na
condição de contribuinte do tributo, sem dispor expressamente sobre os demais elementos da
regra-matriz de incidência tributária, de modo a aproveitar do binômio base de cálculo/fato
gerador e da alíquota já prevista para a figura do segurado especial, teria vulnerado a CF.
Não seria possível conceber técnica legislativa que permitisse o aproveitamento das alíquotas e
bases de cálculo de contribuição social com inconstitucionalidade reconhecida pelo STF.
Consignavam que a Emenda Constitucional 20/1998 em nada teria alterado essa conclusão, pois
inviável reputar a validade de uma norma legal anteriormente considerada inconstitucional, em
decorrência de uma alteração formal da CF.
Além disso, haveria inconstitucionalidade material da norma impugnada também por patente
violação ao princípio da isonomia, em virtude de injustificado tratamento diferenciado conferido
aos empregadores pessoa física, a depender da ambiência do labor, se urbano ou rural.
Frisavam que também procederia a afirmação de que o empregador rural pessoa física seria
duplamente tributado, em razão da incidência simultânea de contribuições sociais, o que atrairia
a vedação ao “bis in idem”. RE 718874/RS, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min.
Alexandre de Moraes, julgamento em 29 e 30.3.2017. (RE-718874).
PÁG. 424
Outrossim, este regime substitutivo não se aplica à pessoa jurídica que, relativamente à
atividade rural, se dedique apenas ao florestamento e reflorestamento como fonte de matéria-
prima para industrialização própria, mediante a utilização de processo industrial que modifique
a natureza química da madeira ou a transforme em pasta celulósica18.
18
. Entende-se que ocorre a modificação da natureza química da madeira quando, por processo químico,
uma ou mais substâncias que a compõem se transformam em nova substância, tais como pasta
celulósica, papel, álcool de madeira, ácidos, óleos que são utilizados como insumos energéticos em
combustíveis industriais, produtos empregados na indústria farmacêutica, de cosméticos e alimentícia,
e os produtos que resultam dos processos de carbonização, gaseificação ou hidrólise.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
Vale registrar que, com o advento da Lei 13.606/2018, o empregador rural pessoa jurídica
poderá escolher a forma de contribuição previdenciária patronal, podendo optar entre o
recolhimento sobre produção (art. 25, Lei 8.212/91) ou seguinte a contribuição sobre a folha de
remuneração (art. 22, I e II, da Lei 8.212/91), considerando o novel §719 inserido ao artigo 15 da
Lei 8.870/94 (esta regra inicia a vigência em 1/1/2019).
PÁG. 424
PÁG. 468
19
§ 7o O empregador pessoa jurídica poderá optar por contribuir na forma prevista no caput deste artigo
ou na forma dos incisos I e II do caput do art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, manifestando sua
opção mediante o pagamento da contribuição incidente sobre a folha de salários relativa a janeiro de cada
ano, ou à primeira competência subsequente ao início da atividade rural, e será irretratável para todo o ano-
calendário.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
Por força do artigo 16, da Lei 6.019/74, no caso de falência da empresa de trabalho
temporário, a empresa tomadora ou cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento
das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas
ordens.
PÁG. 473
A Certidão Negativa de Débito – CND da seguridade social é um ato administrativo que
comprova a inexistência de débitos perante a União, tendo sido unificada para todos os tributos
federais arrecadados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e exigível da empresa e do
proprietário nas hipóteses do artigo 47, da Lei 8.212/91:
I – da empresa:
a) na contratação com o Poder Público e no recebimento de benefícios ou
incentivo fiscal ou creditício concedido por ele;
b) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem imóvel ou direito a ele
relativo;
c) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem móvel de valor superior
a
R$ 58.282,04 (valor atualizado para ao ano de 2018 ) incorporado ao ativo
permanente da empresa;
d) no registro ou arquivamento, no órgão próprio, de ato relativo a baixa ou
redução de capital de firma individual, redução de capital social, cisão total ou
parcial, transformação ou extinção de entidade ou sociedade comercial ou civil
e transferência de controle de cotas de sociedades de responsabilidade limitada;
II – do proprietário, pessoa física ou jurídica, de obra de construção civil, quando
de sua averbação no registro de imóveis, salvo no caso do inciso VIII do art. 30.
De acordo com o TCU (Acórdão 2743/2017 Plenário), salvo na aquisição de bens e serviços
de pequeno valor, nos termos definidos em seus regulamentos, os serviços sociais autônomos
deverão exigir comprovação de regularidade com a seguridade social tanto nas contratações
decorrentes de licitação quanto nas contratações diretas, realizadas mediante dispensa ou
inexigibilidade de licitação.
PÁG. 477
e) a averbação da construção civil localizada em área objeto de regularização
fundiária de interesse social, na forma da Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009.
Por fim, ainda existe a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), expedida
gratuita e eletronicamente, para comprovar a inexistência de débitos inadimplidos perante a
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
Justiça do Trabalho, que também abarca os recolhimentos dos créditos previdenciários alvo de
condenação na Justiça do Trabalho, nos termos do artigo 642-A da CLT.
PÁG. 482
I - a partir de R$ 2.331,32 nas seguintes infrações:
(...)
II - a partir de R$ 23.313,00 nas seguintes infrações:
(...)
PÁG. 483
§ 2º A falta de inscrição do segurado sujeita o responsável à multa de R$
2.331,32, por segurado não inscrito.
PÁG. 496
Com propriedade, a perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza acidentária
da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho
e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa e a entidade mórbida
motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças – CID, conforme
a lista C, do anexo II, do Decreto 3.048/99, alterado pelo Decreto 6.957/2009, sendo dispensável
a emissão da CAT.
PÁG. 545
Existe apenas uma situação especial em que a guarda confere a condição de dependente
previdenciário, desde que para fins de adoção de criança de até doze anos de idade, nos
termos do artigo 71-A, da Lei 8.213/91, a fim de se conceder o salário-maternidade.
PÁG. 547
A percepção pelos pais do segurado falecido de remuneração ou de benefício previdenciário
anterior já constituem indícios contrários à comprovação de dependência econômica, máxime
quando os valores são superiores a um salário mínimo.
Os avós não são previstos no artigo 16 da Lei 8.213/91 como dependentes. No entanto,
existe precedente do STJ bastante excepcional que concedeu pensão por morte aos avós que
possuíam a posição de pais do segurado que ficou órfão desde cedo.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 553
Por sua vez, tratando-se de RPPS instituído por ente federativo estadual ou municipal, será
necessário oficiar o órgão gestor do regime de previdência para que informe a lei instituidora
do regime, a vigência, bem como, se há previsão expressa de averbação automática do período
de vínculo sujeito ao RGPS, a exemplo da previsão contida no art. 243 da Lei nº 8.112, de 11 de
dezembro de 1990.
Se o ente utilizar processo administrativo eletrônico, a segunda via da certidão emitida pelo
regime de origem, com recibo do interessado, e a primeira via da certidão recebida pelo regime
instituidor poderão ser arquivadas eletronicamente.
Na hipótese de vinculação do servidor ao RGPS por força de lei do ente federativo, poderá
ser emitida a CTC relativamente ao período de vinculação ao RPPS mesmo que o servidor não
esteja exonerado ou demitido do cargo efetivo na data do pedido, situação na qual a CTC
somente poderá ser utilizada para obtenção de aposentadoria no RGPS relativa ao cargo a que
se refere a certidão.
I - aquela em que o servidor teve ciência da decisão concessiva de aposentadoria pelo INSS;
II - do recebimento, pelo ente federativo, da comunicação sobre a concessão de
aposentadoria ao servidor, enviada pelo INSS conforme previsão do inciso I do art. 131 do
Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999;
III - aquela em que o ente federativo teve ciência da concessão de aposentadoria ao
servidor por quaisquer outros meios
Quanto aos períodos em que foi assegurado o pagamento de benefícios de aposentadoria
e/ou pensão mediante convênios ou consórcios entre entes federativos diversos, a emissão ou
20
http://www.fazenda.gov.br/noticias/2017/dezembro/portaria-altera-normas-para-emissao-de-certidao-
de-tempo-de-contribuicao
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
homologação da CTC caberá à unidade gestora do RPPS do ente federativo que seria
diretamente responsável pela concessão do benefício de aposentadoria.
O ente federativo deverá adotar os modelos de CTC e de Relação das Remunerações de
Contribuições constantes nos Anexos I e II da Portaria MPS 154/2008:
ANEXO I
(TIMBRE DO ÓRGÃO OU ENTIDADE EMITENTE)
Nº
ÓRGÃO EXPEDIDOR: CNPJ:
NOME DO SERVIDOR: SEXO: MATRÍCULA:
CARGO EFETIVO:
ÓRGÃO DE LOTAÇÃO:
DATA DE ADMISSÃO: DATA DE EXONERAÇÃO/DEMISSÃO:
DE ____/____/_______ A ____/____/_______
FONTE DE INFORMAÇÃO:
FREQÜÊNCIA
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
TOTAL =
CERTIFICO, em face do apurado, que o interessado conta, de efetivo exercício prestado neste Órgão, o
tempo de contribuição de ____ dias, correspondente a ____ anos, ____ meses e ____ dias.
CERTIFICO que a Lei nº ___, de ___/___/___, assegura aos servidores do Estado/Município de
__________ aposentadorias voluntárias, por invalidez e compulsória, e pensão por morte, com
aproveitamento de tempo de contribuição para o Regime Geral de Previdência Social ou para outro
Regime Próprio de Previdência Social, na forma da contagem recíproca, conforme Lei Federal nº 6.226,
de 14/07/75, com alteração dada pela Lei Federal nº 6.864, de 01/12/80.
Lavrei a Certidão que não contém emendas nem Visto do Dirigente do Órgão
rasuras.
Data: ____/____/_______
Local e data: __________________________
Assinatura e carimbo
Assinatura e carimbo do servidor
ANEXO II
(TIMBRE DO ÓRGÃO OU ENTIDADE EMITENTE)
Mês
JANEIRO
FEVEREIRO
MARÇO
ABRIL
MAIO
JUNHO
JULHO
AGOSTO
SETEMBRO
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
OUTUBRO
NOVEMBRO
DEZEMBRO
______________________________________________
ANEXO III
(TIMBRE DO ÓRGÃO OU ENTIDADE EMITENTE)
DADOS PESSOAIS
NOME:
RG: ÓRGÃO EXPEDIDOR: DATA DE EXPEDIÇÃO:
ENDEREÇO:
DADOS FUNCIONAIS
NOME/MATRÍCULA/CARGO: NOME/MATRÍCULA/CARGO:
LOCAL e DATA:
OBSERVAÇÕES / OCORRÊNCIAS:
previdência social que contenham cláusula convencional que alcance a legislação dos RPPS:
ANEXO IV
DADOS PESSOAIS
NOME:
ENDEREÇO:
DADOS FUNCIONAIS
CARGO EFETIVO:
ÓRGÃO DE LOTAÇÃO:
DADOS DO BENEFÍCIO:
FONTE DE INFORMAÇÃO:
DECLARO que até esta data o servidor conta, de efetivo exercício prestado neste Órgão, o
tempo líquido de contribuição de ____ dias, correspondente a ____ anos, ____ meses e ____
dias.
Lavrei esta Declaração, que não contém Visto do Dirigente do Órgão
emendas nem rasuras.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
____________________________ _____________________________
Assinatura e carimbo do servidor Assinatura e carimbo do dirigente
Nome/Matrícula/Cargo
Nome/Matrícula/Cargo
LOCAL E DATA:
OBSERVAÇÕES / OCORRÊNCIAS:
PÁG. 576
Nesse sentido, no julgamento do processo 0008710-71.2011.4.03.6315, de 20/10/2016,
decidiu a TNU que “a prorrogação do período de graça prevista no §2º do art. 15 da Lei 8.213/91
somente se aplica às hipóteses de desemprego involuntário, o qual não se comprova pela simples
ausência de anotação na CTPS, registros no CNIS ou exibição do Termo de Rescisão de Contrato
de Trabalho, devendo ser oportunizada a dilação probatória para afastar o exercício de atividade
remunerada na informalidade” (Informativo 10).
PÁG. 580
Assim, se o segurado estiver no fim do período de graça sem ter contribuído, mas obtiver o
direito ao benefício por incapacidade ainda com a qualidade de segurado, será reaberto novo
período de graça de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez.
Há casos em que o direito ao auxílio-doença é reconhecido, mas sem efeitos financeiros. Trata-
se da situação em que o segurado requereu o benefício após 30 dias de incapacitado, quando já
estava recuperado.
Neste caso, como a DIB (data de início do benefício) é a DER (data de entrada do
requerimento), e na DER já estava recuperado o segurado, é reconhecido o direito ao benefício no
período de incapacidade, mas sem o pagamento de nenhum valor (chama-se DER maior que DCB).
Mas, neste caso, a concessão sem efeitos financeiros do auxílio-doença terá o condão de
interromper o curso do período de graça, conforme interpretação do INSS suso mencionada,
gerando enorme utilidade ao segurado neste campo.
PÁG. 588
De efeito, as contribuições vertidas para Regime Próprio de Previdência Social serão
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 598
O relator explicou que, “se o período em que o segurado esteve no gozo de benefício
por incapacidade é excepcionalmente considerado como tempo ficto de contribuição,
não se justifica interpretar a norma de maneira distinta para fins de carência”.
Em seguida foi editada a Instrução Normativa INSS 86/2016, que alterou o artigo 153 da
Instrução Normativa INSS 77/2015:
"Art. 153....................................................................................................................................
..................
Mas na atualidade há decisão em ACP nesse sentido com efeito nacional. Nesse sentido,
no Processo: 0216249-77.2017.4.02.5101, que corre na Seção Judiciária do Rio de Janeiro,
deferiu-se tutela provisória para estender os efeitos da disposição prevista no § 1º do art.153
21
. Artigo 26, §5º, do RPS.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
da IN INSS/PRES n° 77/2015, com redação dada pela IN INSS/PRES nº 86/2016, aos segurados
de todo o País, devendo o INSS computar, para fins de carência, o tempo em que fora percebido
benefício por incapacidade temporária ou definitiva, desde que intercalado com períodos de
contribuição.
PÁG. 602
No entanto, este dispositivo foi expressamente revogado pela Lei 13.457/2017, fruto da
conversão da MP 767, de 6 de janeiro de 2017, gerando a extinção da regra de 1/3, após uma
tentativa frustrada de revogação pela MP 739/2016, que havia caducado sem votação no
Congresso Nacional.
PÁG. 604
Posteriormente, coube à Medida Provisória 767, de 6 de janeiro de 2017, neste ponto
convertida na Lei 13.457/2017 novamente revogar expressamente a regra de 1/3 que
constava do parágrafo único do artigo 24 da Lei 8.213/91, devendo ser utilizado o seguinte
regime jurídico intertemporal, pois deve ser verificada a regra em vigor na data de início da
incapacidade (auxílio-doença e aposentadoria por invalidez) ou na data do parto ou adoção
(salário-maternidade), a teor do Memorando Circular Conjunto INSS 2/2017:
PÁG. 605
Desta forma, durante a vigência da MP 767/2017 (até 26/6/2017), tendo havido a perda
da qualidade de segurado, para a concessão de um auxílio-doença ou de uma aposentadoria por
invalidez que exija a carência, é necessário que o segurado conte com 12 recolhimentos mensais
após a refiliação e que a incapacidade seja superveniente ao cumprimento da carência.
PÁG. 607
6. Foi demandada a adequação dos Sistemas Prisma, SABI e SUB, na forma orientada
neste Memorando-Circular Conjunto. Até a disponibilização da adequação dos sistemas
de benefícios deve ser sobrestada a decisão dos benefícios de B80, B31 e B32 alcançados
pela alteração legislativa implementada pela MP 767.
Atenciosamente,
ROBINSON FLÁVIO DIAS NEMETH
Diretor de Benefícios
KARINA BRAIDO SANTURBANO DETEIVE E ARGOLO
Diretora de Saúde do Trabalhador - Substituta
ALESSANDRO ANTÔNIO STEFANUTTO
Procurador-Chefe da PFE/INSS”
No entanto, com a conversão da MP 767 na Lei 13.457, em vigor desde 27 de junho de 2017,
mais uma mudança normativa se verificou. É que o Congresso Nacional, embora tenha mantido a
revogação da regra de 1/3 da carência, resolveu constituir uma regra de ½ da carência como uma
espécie de compensação.
Por força do novel artigo 27-A da Lei 8.213/91, inserido pela Lei 13.457/2017, “no caso de
perda da qualidade de segurado, para efeito de carência para a concessão dos benefícios de que
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
trata esta Lei, o segurado deverá contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com metade
dos períodos previstos nos incisos I e III do caput do art. 25 desta Lei”.
Vale registrar que a MP 767/2017 conservou os seus efeitos jurídicos no período que
vigorou, vez que inexistiu a aprovação pelo Congresso Nacional de decreto legislativo em
sessenta dias para regular as relações jurídicas delas decorrentes, ficando conservadas as
relações jurídicas constituídas.
Assim sendo, na hipótese de concessão de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez
que recaiam na regra da carência de 12 recolhimentos mensais, caso haja perda da qualidade
de segurado com posterior refiliação previdenciária, será necessário que ao menos ½ do período
de carência (6 contribuições) se realize na segunda filiação para que as contribuições vertidas
na primeira filiação sejam consideradas para fins de carência (incapacidades a partir de
27/6/2017).
Dessa forma, a tabela acima transcrita reflete o direito intertemporal em quatro regimes
jurídicos distintos. E a regra permanente (quinto regime jurídico) é a aplicação da regra de ½ da
carência para os fatos geradores de salário-maternidade e benefícios por incapacidade
laborativa a partir de 27 de junho de 2017.
Por exemplo, a segurada contribuinte individual partiu em 26 de junho de 2017, último dia
da vigência da MP 767. Neste caso não será aplicada nem a regra de 1/3 e nem a regra de 1/2
da carência. Outra segurada contribuinte individual pariu no dia seguinte, 27 de junho de 2017,
primeiro dia da vigência da Lei 13.457/2017, aplicando-se, destarte, a regra de ½ da carência.
PÁG. 608
d) A regra de 1/3 aplicava-se somente à carência (até a MP 767/2017), sendo substituída
pela regra de ½ (Lei 13.457/2017), não se aplicando ao tempo de contribuição acaso
tenha havido a perda da qualidade de segurado (art. 24, parágrafo único, da Lei 8.213/91,
atualmente revogado);
PÁG. 614
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 622
Contudo, somente as informações validadas no CNIS serão utilizadas pelo INSS, pois o
referido cadastro possui marcas sobre os vínculos (modelo antigo de indicadores do CNIS
Cidadão), a saber:
PÁG. 623
Após a segunda imagem:
O novo modelo de CNIS (Portal CNIS) já apresenta o significado das marcas, se houver,
possuindo um novo formato, conforme tela abaixo:
AEXT-IND
IREC-LC123 OU
RECOLHIMENTO PELA LEI COMPLEMENTAR 123
IRECOL(ILEI123)
IRECOL/GFIP
IRECOL
O acesso ao CNIS para o público externo é fornecido atualmente por meio do sistema
Meu INSS, disponível em http://servicos.inss.gov.br/. Esta plataforma disponibiliza o acesso a
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
É direito dos segurados o acesso às informações do CNIS, o que pode ser feito diretamente
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 640
Por outro lado, em regra, os benefícios do Regime Geral de Previdência Social não
poderão ter valor superior ao teto do salário de contribuição, fixado originariamente em Cr$
170.000,00 (cento e setenta mil cruzeiros) pela Lei 8.213/91. Esse valor vem sendo reajustado
ao menos anualmente, a depender do exercício. A Emenda 20/1998 o fixou em R$ 1.200,00, ao
passo que a Emenda 41/2003 em R$ 2.400,00. Desde 01.01.2012, foi atualizado para R$ 3.916,20
pela Portaria MPS/MF 02/2012. Para o ano de 2015, o valor foi atualizado para R$ 4.663,75 pela
Portaria MPS/MF 13/2015. Por sua vez, para o exercício de 2016 foi fixado em R$ 5.189,82. Para
2017, foi fixado em R$ 5.531,31. Em 2018, foi reajustado para R$ 5.645,80.
PÁG. 642
Janeiro/2017 5.531,31
Janeiro/2018 5.645,80
PÁG. 671
Embora seja óbvio, coube à Lei 13.457/2017 expressar isto ao modificar o §1º do artigo 101
da Lei 8.213/91, passando a gozar de previsão normativa expressa que a mencionada isenção
de perícia do sexagenário aposentado por invalidez é condicionada ao não retorno ao trabalho.
Outrossim, a Lei 13.457/2017 criou outra situação de isenção de perícia para os aposentados
por invalidez, após estes completarem cinquenta e cinco anos ou mais de idade e quando
decorridos quinze anos da data da concessão da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-
doença que a precedeu.
Portanto, são duas hipóteses alternativas que ensejarão a isenção de perícia do aposentado
por invalidez que não retornou ao trabalho remunerado, salvo para fins de verificação do auxílio-
acompanhante de 25%:
A) Ter completado 60 anos de idade ou;
B) Ter completado 55 anos de idade, desde que tenha percebido ao menos 15 anos de
benefício por incapacidade laborativa.
22
. http://www1.dataprev.gov.br/conweb/sp2cgi.exe?sp2application=conweb
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
A perícia referida terá acesso aos prontuários médicos do periciado no Sistema Único de
Saúde (SUS), desde que haja a prévia anuência do periciado e seja garantido o sigilo sobre os
dados dele.
PÁG. 672
Posteriormente, esta regra ressurgiu na Medida Provisória 767/2017, que inseriu o §5º no
artigo 43 da Lei 8.213/91 passando a prever que “o segurado aposentado por invalidez poderá
ser convocado a qualquer momento para avaliação das condições que ensejaram o afastamento
ou a aposentadoria, concedida judicial ou administrativamente, observado o disposto no art.
101”, regramento mantido na Lei 13.457/2017 (agora no §4º do artigo 43 da Lei 8.213/91).
Assim sendo, passou a existir previsão normativa expressa para que o INSS promova a
revisão administrativa de aposentadoria por invalidez concedida judicialmente, salvo nas
situações elencadas no artigo 101 da Lei 8.213/91.
Por outro lado, a perícia poderá ser feita no aposentado maior de 60 anos ou de 55 anos que
percebeu benefício por incapacidade por, ao menos, 15 anos, para fins de prova no processo
judicial de curatela ou para avaliação do auxílio-acompanhante de 25% sobre a renda da
aposentadoria, se o segurado necessitar da assistência permanente de terceira pessoa, podendo
este acréscimo ser cancelado se cessado o pressuposto legal mesmo após o segurado ter
atingido 60 anos de idade ou 55 anos (com 15 anos ao menos de recebimento do benefício por
incapacidade neste caso).
Vale frisar que a revisão administrativa decorrente de concessão judicial da aposentadoria
por invalidez é regida pela Portaria INSS/AGU 04, de 10 de setembro de 2014, que revogou
expressamente a famosa Orientação Interna INSS/PFE/DIRBEN 76/2003, que disciplinou o tema
por mais de uma década.
Posteriormente, a Portaria Conjunta INSS/PGF 1, Dde 12/01/2017 modificou a Portaria
INSS/AGU 04, de 10 de setembro de 2014 para adequá-la aos ditames da MP 767, que foi
convertida na Lei 13.457/2017.
É certo que o INSS não poderá descumprir a coisa julgada, mas é igualmente certo que a
coisa julgada submete-se à cláusula rebus sic stantibus, pois a alteração fática permite a revisão
administrativa pelo INSS nos casos de recuperação da capacidade laborativa do aposentado,
respeitado o Princípio do Contraditório.
Nesse sentido, as ações de assistência técnica e de revisão administrativa dos benefícios
judiciais deverão ser coordenadas regionalmente por Perito Médico Previdenciário, Supervisor
Médico Pericial ou Médico Perito da Previdência Social especificamente indicado para o
encargo.
A perícia será orientada por critérios exclusivamente médicos, não sendo cabível a
alteração de datas técnicas referentes à data do início da doença (DID), data do início da
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
incapacidade (DII) e data do início do benefício (DIB), decorrentes do processo judicial que
originou a concessão ou reativação do benefício, nem retroagir a data de cessação do benefício
(DCB) para data anterior à realização do exame (DRE).
Não será convocado para realização de perícia o aposentado por invalidez que tenha
completado 60 (sessenta) anos de idade, exceto nas hipóteses do § 2º do art. 101 da Lei nº
8.213/1991, assim como o aposentado por invalidez que já possua 55 anos de idade e tenha
percebido benefício por incapacidade por 15 anos ao menos (aposentadoria por invalidez ou
aposentadoria por invalidez precedida de auxílio-doença).
23
O INSS poderá realizar a revisão do benefício em prazo inferior ao previsto nos incisos I e II na hipótese
de ocorrência de fato que indique a necessidade de sua realização.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
Identificada dúvida jurídica por parte do INSS, devidamente fundamentada, poderá ser
submetida consulta à Procuradora Federal Especializada junto ao INSS, observados os atos
normativos próprios.
PÁG. 677
A renda mensal inicial da aposentadoria por invalidez será de 100% do salário de benefício
em qualquer caso. Vale lembrar que o fator previdenciário nunca incidirá no cálculo do salário
de benefício da aposentadoria por invalidez.
PÁG. 686
1. O art. 45 da Lei n. 8.213/1991 estabelece a incidência do adicional de 25%
(vinte e cinco por cento) às aposentadorias por invalidez, sendo temerária a
extensão a outros tipos de aposentadoria (especial, por idade, tempo de
contribuição), sem qualquer previsão legal, sobretudo na hipótese de o
Legislador expressamente determinar os destinatários da norma”. (REsp
1243183, de 15/3/2016).
O tema será julgado pelo STJ em recurso repetitivo:
Já havia, inclusive, desde março de 2017, decisão para a suspensão de todos os processos
que discutem o tema, conforme noticiado no sítio do STJ:
DECISÃO
15/03/2017 10:17
A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Assusete Magalhães deferiu liminar para
suspender todos os processos em tramitação nos juizados especiais federais que tratem
da possibilidade de concessão do adicional de 25%, previsto no artigo 45 da Lei 8.213/91,
a outros benefícios além da aposentadoria por invalidez. O adicional é dado ao segurado
que necessita da assistência permanente de outra pessoa.
O INSS alega que o acórdão da TNU segue linha contrária à jurisprudência dominante do STJ,
ao considerar possível a extensão do adicional às aposentadorias por idade e por tempo de
contribuição, mesmo havendo diversos precedentes da corte que limitam a concessão do
adicional aos aposentados por invalidez.
Impacto financeiro
Segundo o INSS, o impacto dessas concessões para benefícios concedidos entre 2015 e 2017
pode passar de R$ 456 milhões.
PÁG. 688
(...)
A regulamentação é dada pelo artigo 48, §1º, da Lei 8.213/91, com redação dada pela Lei
9.876/99:
“§ 1o Os limites fixados no caput são reduzidos para sessenta e cinqüenta e cinco anos no
caso de trabalhadores rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos na alínea a do
inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do art. 11”.
Assim, pelo texto legal, são agraciados pela redução os seguintes segurados:
A) (art. 11, I, letra A – empregado rural): a) aquele que presta serviço de natureza urbana
ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração,
inclusive como diretor empregado;
B) (art. 11, V, letra G – contribuinte individual rural): g) quem presta serviço de natureza
urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego;
C) (art. 11, VI – trabalhador avulso rural): VI - como trabalhador avulso: quem presta, a
diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no
Regulamento (intermediação do sindicato rural);
D) (art. 11, VII – segurado especial): VII – como segurado especial: a pessoa física
residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente
ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição
de: a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro
outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 1. agropecuária em área
de até 4 (quatro) módulos fiscais; 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas
atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000,
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
e faça dessas atividades o principal meio de vida; b) pescador artesanal ou a este assemelhado
que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e c) cônjuge ou companheiro,
bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de
que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo
familiar respectivo.
Curioso notar que a regulamentação dada pelo artigo 48 da Lei 8.213/91 não contemplou o
produtor rural contribuinte individual para a redução em cinco anos na redução da idade para o
benefício da aposentadoria por idade, pois não há referência ao artigo 11, V, letra A, da Lei
8.213/91:
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título,
em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou,
quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio
de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 9 o e 10 deste
artigo;
Acredita-se que pela generalidade do texto constitucional na primeira parte do artigo 201,
§7º, II, que aduz “reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os
sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos
o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal”, deveria a Lei 8.213/91 ter abarcado
todos os trabalhadores rurais com a redução na idade, e não deixado de fora o produtor rural
contribuinte individual.
Isso porque o objetivo da redução da idade constitucional foi compensar o trabalhador rural,
o garimpeiro e o pescador artesanal com uma regra de aposentadoria precoce, decorrente do
nítido desgaste físico gerado por essas atividades. Mas é certo que o texto constitucional é
deveras confuso e deveria ter uma melhor redação.
Após o advento da LC 142/2013, acaso se aposente por idade, o deficiente também fará jus
à redução em 5 anos na idade neste benefício.
PÁG. 689
PÁG. 695
Nesta situação, caso se promova uma interpretação estrita do artigo 48, §3º, da Lei
8.213/91, a aposentadoria por idade deve ser negada, pois o segurado se enquadrava como
trabalhador urbano na data do requerimento administrativo. No entanto, na correta concepção
ampliativa e isonômica do STJ, o benefício deve ser deferido.
Saliente-se que foi proferida decisão judicial com deferimento de execução provisória na
Ação Civil Pública - ACP nº 5038261-15.2015.4.04.7100/RS, com efeitos nacionais, pelo
Tribunal Regional Federal da 4ª Região, determinando ao INSS assegurar o direito à
aposentadoria por idade na modalidade híbrida, independentemente de qual tenha sido a
última atividade profissional desenvolvida – rural ou urbana – ao tempo do requerimento
administrativo ou do implemento dos requisitos, e independente de contribuições relativas ao
tempo de atividade comprovada como trabalhador rural.
Vale registrar que não existe impedimento normativo para considerar o período rural
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
anterior à vigência da Lei 8.213/91 (Pró-rural) para a carência da aposentadoria por idade,
inclusive a híbrida, vez que o impedimento existente se direciona apenas à aposentadoria por
tempo de contribuição.
Isso porque a regra de vedação do artigo 55, §2º24, da Lei 8.213/91 trata apenas do
benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, que não era assegurado aos
trabalhadores rurais na Previdência Rural, não se direcionando à carência da aposentadoria por
idade.
PÁG. 702
X – licença de ocupação ou permissão outorgada pelo Incra”.
Nos termos do Memorando-Circular no 43/DIRBEN/INSS, de 1/12/2017, foi orientado no
sentido de que, ao receber do segurado a declaração de que trata o inciso III do art. 106 da Lei
nº 8.213, de 24 de julho de 1991, o INSS deverá verificar se essa declaração foi emitida por
sindicato que represente o trabalhador rural, ou sindicato ou colônia de pescadores que esteja
registrado(a) no Ministério do Trabalho, nos termos do inciso I do art. 8º da Constituição Federal
e do art. 588 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, podendo o INSS desconsiderar o teor
de tal documento para os fins do disposto na legislação previdenciária se constatada a falta do
registro da entidade emitente da declaração no Ministério do Trabalho:
24
§ 2º O tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior à data de início de vigência desta Lei,
será computado independentemente do recolhimento das contribuições a ele correspondentes, exceto para
efeito de carência, conforme dispuser o Regulamento.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 703
Nos termos do Enunciado 188, do FONAJEF, o benefício concedido ao segurado especial,
administrativamente ou judicialmente, configura início de prova material válida para posterior
concessão aos demais integrantes do núcleo familiar, assim como ao próprio beneficiário.
Conforme transcrito no artigo 106, inciso III, da Lei 8.213/91, a declaração sindical de
atividade rural homologada pelo INSS poderá ser utilizada para a comprovação da condição de
rurícola. Todavia, essa declaração, por si só, não dispensa o início de prova material por
documentos contemporâneos à carência, máxime quando a declaração sindical foi produzida ao
final da carência do benefício.
PÁG. 710
Eis a tese repetitiva firmada pelo STJ através da 1ª Seção: “tese delimitada em sede de
representativo da controvérsia, sob a exegese do artigo 55, § 3º combinado com o artigo
143 da Lei 8.213/1991, no sentido de que o segurado especial tem que estar laborando no
campo, quando completar a idade mínima para se aposentar por idade rural, momento
em que poderá requerer seu benefício. Se, ao alcançar a faixa etária exigida no artigo 48, §
1º, da Lei 8.213/1991, o segurado especial deixar de exercer atividade rural, sem ter
atendido a regra transitória da carência, não fará jus à aposentadoria por idade rural pelo
descumprimento de um dos dois únicos critérios legalmente previstos para a aquisição do
direito. Ressalvada a hipótese do direito adquirido em que o segurado especial preencheu
ambos os requisitos de forma concomitante, mas não requereu o benefício”.
De acordo com o entendimento do extinto Ministério da Previdência Social, através do
Parecer 674/2012/CONJUR-MPS/CGU/AGU, aprovado pela Portaria nº 264/2013/MPS,não se
aplica o artigo 3º, § 1º, da Lei nº 10.666/2003 ao segurado especial.
PÁG. 713
PÁG. 725
Assim sendo, certamente caberá à 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça definir este tema
de uma vez por todas, pois a sua oscilação vem gerando grande insegurança jurídica, embora as
turmas da 1ª Seção estejam aplicando o fator previdenciário.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 736
e) para o enquadramento dos agentes reconhecidamente cancerígenos, na
forma desta orientação, será considerado o período trabalhado a partir de
08/10/2014, data da publicação da Portaria Interministerial nº 09/14.
Logo, os agentes cancerígenos constantes do Grupo 1 da lista da LINACH que possuam o
Chemical Abstracts Service – CAS e que constem no Anexo IV do Decreto nº 3048/99 são
reconhecidos como agentes qualitativos, mas o posicionamento do INSS é somente para o
tempo de contribuição prestado a partir de 8 de outubro de 2014, data da publicação da Portaria
Interministerial nº 09/14, que publicou a Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para Humanos
(LINACH), como referência para formulação de políticas públicas.
A lista de agentes cancerígenos da Agência Internacional para a Investigação do Câncer -
IARC, considerada na elaboração da LINACH25, reúne os Agentes Classificados com base nas
Monografias de 1 a 107, sendo sua última atualização em 10 de abril de 2013.
Eis o citado Grupo 1 da LINACH que possuem registro no CAS:
25
Os agentes são designados para o grupo 2A (provavelmente cancerígeno para os seres humanos) ou para
o Grupo 2B (possivelmente cancerígeno para os seres humanos) com base em evidências epidemiológicas
e experimentais de carcinogenicidade e outros dados relevantes.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
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JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
Prevê a Portaria Interministerial 9/2014 que, para efeito do art. 68, § 4º26, do Decreto 3048,
de 6 de maio de 1999, serão considerados agentes reconhecidamente cancerígenos aqueles do
Grupo I desta lista que têm registro no Chemical Abstracts Service - CAS.
Conforme enunciado no Memorando-Circular Conjunto nº 2/DIRSAT/DIRBEN/INSS, de 23 de
julho de 2015, não basta que os agentes cancerígenos constem do Grupo 1 da lista da LINACH
que possuam o Chemical Abstracts Service – CAS para o reconhecimento do tempo especial,
sendo necessário ainda que constem no Anexo IV do Decreto nº 3048/99.
Como exemplo, o asbesto ou amianto consta do Grupo 1 da LINACH com CAS e também é
arrolado no anexo IV do Decreto 3.048/99 no item 1.0.2 com direito à aposentadoria especial
de 20 anos. Por outro lado, o ácido aristólico consta do Grupo 1 da LINACH com CAS, mas não é
previsto no anexo IV do Decreto 3.048/99.
PÁG. 737
Outrossim, a 1ª e 2ª Turma do STJ em julgamentos monocráticos vêm declarando que o rol
de agentes nocivos é exemplificativo (REsp 1.329.778, de 21.09.2012 – EDcl no REsp 1.327.309,
de 05.09.2012).
Posteriormente, o tema foi julgado como repetitivo pelo STJ (tema 534):
ATIVIDADE ESPECIAL
PÁG. 738
D) Quando a exposição a determinado agente nocivo não goza de previsão regulamentar, a
União evidentemente não irá cobrar da empresa a contribuição adicional para o custeio
da aposentadoria especial. Por conseguinte, quando há a concessão judicial de
aposentadoria especial em razão de agente não listado, não haverá prévia fonte de
custeio específica para manter o benefício, violando o Princípio da Precedência da Fonte
de Custeio.
Por outro lado, entende-se razoável considerar como agentes nocivos com direito à
aposentadoria especial os agentes não listados no Decreto 3.048/99 mas que constam do
26
§ 4o A presença no ambiente de trabalho, com possibilidade de exposição a ser apurada na forma dos §§
2 e 3o, de agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos em humanos, listados pelo Ministério do
o
Trabalho e Emprego, será suficiente para a comprovação de efetiva exposição do trabalhador. (Redação
dada pelo Decreto nº 8.123, de 2013).
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
Grupo 1 da LINACH com CAS, pois neste caso há comprovação científica da sua natureza
cancerígena.
No caso da eletricidade, no entanto, é necessário que o segurado demonstre a exposição à
corrente acima de 250 volts:
“PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. PREVIDENCIÁRIO. RECONHECIMENTO DE TEMPO
ESPECIAL. ELETRICISTA. CATEGORIA PROFISSIONAL NÃO PREVISTA NOS DECRETOS N°
53.831/1964, N° 83.080/79, E N° 2.172/97. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA
EXPOSIÇÃO AO AGENTE AGRESSIVO ELETRICIDADE, COM TENSÃO SUPERIOR A 250 VOLTS,
MESMO EM PERÍODO ANTERIOR AO ADVENTO DA LEI N° 9.032/95. INCIDENTE NÃO
PROVIDO. 1. Trata-se de Pedido de Uniformização interposto pelo Autor em face Acórdão
proferido pela Segunda Turma Recursal de Santa Catarina, que ratificou o entendimento
esposado na Sentença no sentido de afastar as condições especiais do labor exercido como
"eletricista". 2. Eis os fundamentos do Acórdão, in verbis: (...) Nada há a ser modificado na
sentença quanto ao período em que o autor laborou como 'Eletricista' pois, apesar de restar
comprovada a atividade de Eletricista, não há documentos que comprovem que esteve
submetido a tensões superiores a 250 v. (...) 3. Defende o recorrente, no entanto, que
imperioso é o reconhecimento das condições especiais do labor exercido como eletricista
no período anterior ao advento da Lei n° 9.032/95, na medida em que durante aquele lapso
era permitido o enquadramento por categoria profissional, sendo prescindível a
comprovação da exposição ao agente agressivo. 4. Ademais, aduz que o julgado recorrido
divergiu do entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça (Resp nº 579.202) e por
esta Turma Nacional de Uniformização (PEDILEF 00148467520074047195). 5. Pois bem. Nos
termos do art. 14, caput, da Lei n. 10.259/2001, caberá pedido de uniformização de
interpretação de lei federal quando houver divergência entre decisões sobre questão de
direito material proferidas por Turmas Recursais na interpretação da lei, sendo que o pedido
fundado em divergência de turmas de diferentes Regiões ou da proferida em contrariedade
a súmula ou jurisprudência dominante do STJ será julgada por Turma de Uniformização,
integrada por Juízes de Turma Recursais, sob a presidência do Coordenador da Justiça
Federal. 6. In casu, nada obstante se possa admitir uma divergência jurisprudencial nos
termos apresentados pelo autor-recorrente, em uma análise mais aprofundada da matéria
se vê que, em verdade, não merece prosperar a tese defendida no recurso. 7. De fato, é
cediço que, consoante a pacífica jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e desta
Turma Nacional de Uniformização, até o advento da Lei n° 9.032/95 era possível o
reconhecimento das condições especiais do labor por mero enquadramento a categoria
profissional prevista na legislação vigente à época. 8. Ocorre que, ao contrário do que faz
crer o autor, a categoria profissional dos eletricistas não foi prevista nos Decretos n°
53.831/1964, n° 83.080/79, e n° 2.172/97. 9. Em verdade, o que foi objeto de previsão na
legislação previdenciária de regência foi o agente agressivo eletricidade. Com efeito, ao listar
tal agente perigoso, o Código 1.1.8 do Quadro Anexo do Decreto nº 53.831/64 reconheceu
como especiais as atividades envolvendo as operações em locais com eletricidade em
condições de perigo de vida; trabalhos permanentes em instalações ou equipamentos
elétricos com risco de acidentes, pelos eletricistas, cabistas, montadores, dentre outros, cuja
jornada normal ou especial fixada em lei para os serviços expostos a tensão superior a 250
volts. 10. Já os Decretos nº 83.080/79 e nº 2.172/97, não trouxeram tal descrição. Nada
obstante, é reconhecido jurisprudencialmente o direito ao cômputo diferenciado do labor
exercido sob as mesmas condições até os dias atuais. Neste sentido: STJ, REsp Nº 1.306.113
- SC (julgado sob o regime dos recursos repetitivos de que cuidava o art. 543-C do CPC/73),
e TNU, PEDILEF n° 50012383420124047102 (Rel. Juiz Federal Bruno Leonardo Câmara Carrá,
DOU 26/09/2014 PÁG. 152/22). 11. Destas considerações se depreende claramente que,
nada obstante seja permitido, até o advento da Lei n° 9.032/95, o reconhecimento de tempo
especial por categoria profissional, tal possibilidade não foi conferida, com presunção juris
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
tantum, aos eletricistas. 12. O que aos profissionais desta área foi permitido foi o
reconhecimento das condições especiais do labor exercido por exposição ao agente
agressivo eletricidade, na forma prevista pela legislação de regência, a qual, conforme
aludido alhures, exige "serviços expostos a tensão superior a 250 volts". A única exceção,
dentro deste segmento, foi conferida aos Engenheiros Eletricistas, categoria profissional
prevista no item 2.1.1 do Quadro Anexo do Decreto nº 53.831/64. 13. De se concluir,
portanto, que o entendimento esposado no Acórdão recorrido reflete de modo fidedigno a
interpretação da legislação que rege a matéria em exame. 14. Isto posto, NEGO
PROVIMENTO ao incidente. 15. É como voto” (TNU, PEDILEF 50014478220124047205, de
30/3/2017).
Considerando o julgamento do Recurso Especial 1306113, em 14/11/2012, sob o rito
repetitivo, a Procuradoria-Geral Federal, órgão da AGU que representa o INSS, editou o Parecer
Referencial 00019/2017/GEOR/PREV/DEPCONT/PGF/AGU, que versa sobre o reconhecimento
da procedência do pedido, a abstenção de contestação e de recurso, e a desistência dos recursos
já interpostos, quando a pretensão deduzida contra o INSS ou a decisão judicial estiver em
conformidade com a jurisprudência do STJ.
Eis a sua síntese:
“PARECER REFERENCIAL. PORTARIA AGU Nº 488/2016. JURISPRUDÊNCIA ITERATIVA DO
STJ. RESP REPETITIVO Nº 1.306.113/SC. ATIVIDADE ESPECIAL. ARTS. 57 E 58 DA LEI Nº
8.213/91. NORMAS REGULAMENTADORAS. ROL EXEMPLIFICATIVO. AGENTES
PREJUDICIAIS NÃO PREVISTOS. POSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO.
SUPORTE TÉCNICO MÉDICO-JURÍDICO. EXPOSIÇÃO PERMANENTE, NÃO OCASIONAL NEM
INTERMITENTE.
Nos termos do artigo 3º, inciso I e parágrafo único, da Portaria AGU nº 488/2016, os
Procuradores Federais devem ser orientados a, ressalvadas as hipóteses previstas no artigo
12 da mencionada Portaria e outras questões de ordem jurídica não abrangidas pelo acórdão
proferido no REsp Repetitivo nº 1.306.113/SC, reconhecer a procedência do pedido, abster-
se de contestar e de recorrer, e desistir dos recursos já interpostos, quando a pretensão
deduzida contra o INSS ou a decisão judicial estiver em conformidade com a jurisprudência
do STJ fixada no aludido recurso representativo de controvérsia, no sentido de que: as
normas regulamentadoras que estabelecem os casos de agentes e atividades nocivos à
saúde do trabalhador são exemplificativas, motivo pelo qual é possível o enquadramento,
como atividade especial, para fins de aposentadoria especial, do trabalho exposto a agentes
prejudiciais não previstos nos regulamentos de benefícios do RGPS, inclusive ao agente
nocivo eletricidade exercido após a vigência do Decreto nº 2.172/1997, desde que haja a
comprovação, por meio de laudo baseado na técnica médica e respectiva legislação
correlata, do efetivo exercício do trabalho sob exposição aos fatores nocivos de modo
permanente, não ocasional nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a
saúde ou a integridade física do obreiro”.
PÁG. 739
Processo: 5007749-73.2011.4.04.7105”
Posteriormente, em dezembro de 2017, no julgamento do Recurso Especial 1.410.057 - RN
(2013/0342505-2), a 1ª Turma do STJ reconheceu a especialidade de tempo de contribuição
vigilante com ou sem o uso de arma de fogo.
Veja-se passagem do voto do Ministro Napoleão Maia Filho:
“É certo que a partir da edição do Decreto 2.172/97 não cabe mais o reconhecimento de
condição especial de trabalho por presunção de periculosidade decorrente do
enquadramento na categoria profissional de vigilante, contudo, tal reconhecimento é
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
A radiação é qualquer dos processos físicos de emissão e propagação de energia, seja por
intermédio de fenômenos ondulatórios, seja por meio de partículas dotadas de energia cinética.
Pode ser definida, ainda, como a energia que se propaga de um ponto a outro no espaço ou num
meio material.
Dependendo da quantidade de energia, uma radiação pode ser descrita como ionizante
e não ionizante, segundo o resultado de sua interação com a matéria. Quando a radiação é
superior à energia de ligação dos elétrons de um átomo com o seu núcleo, suficiente para
arrancar elétrons de seus orbitais, é chamada de ionizante; quando não, é denominada de não
ionizante.
O INSS não reconhece direito ao tempo especial em decorrência da exposição à radiação
não ionizante. Contudo, o enquadramento vem sendo feito pela TNU:
Processo n. 5000416-66.2013.4.04.7213, de 14/9/2017
“Em relação à radiação, na vigência do Decreto nº 53.831/64, não havia distinção entre
a radição ionizante e a radiação não ionizante como agente nocivo à saúde do trabalhador,
não obstante o Decreto nº 83.080/79 tenha restringido o fator nocivo apenas à radiação
ionizante. Os Decretos nºs 2.172/97 e 3.048/99, por sua vez, indicam apenas a radiação
ionizante como fator nocivo à saúde ou à integridade física do obreiro.
Não obstante a ausência de previsão expressa nos Decretos nºs 2.172/97 e 3.048/99,
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 743
A exposição à sílica (1.0.18) gera direito à aposentadoria especial de 25 anos. De acordo
com o Manual da Aposentadoria especial do INSS, para as poeiras minerais previstas no Anexo
IV do Decreto nº 2.172, de 1997, ou do Decreto nº 3.048, de 1999: sílica, asbesto (amianto),
manganês, a análise deve ser quantitativa, considerando o limite de tolerância previsto nos
Anexos 12 da NR-15, aprovada pela Portaria nº 3.214, de 1978, do MTE. Porém, se listadas no
Grupo 1 da LINACH e com registro no CAS são analisadas de forma qualitativa nos períodos
trabalhados a partir de 8 de outubro de 2014.
Considerando que a sílica consta do Grupo 1 da LINACH e com registro no CAS, para os
períodos a partir de 8 de outubro de 2014 o INSS a analisa qualitativamente. No entanto, a TNU
a considerada agente qualitativo para períodos anteriores a 8/10/2014:
Informativo 13, de 23/2/2017
Processo n. 0500667-18.2015.4.05.8312
“A poeira de sílica, embora conste do Anexo 12 da NR-15/MTE, é substância
reconhecidamente cancerígena em humanos, consoante a LINACH, Grupo 1, com registro
no Chemical Abstract Services - CAS n. 014808-60-7. Dessa forma, e considerando que o
critério quantitativo para reconhecimento da especialidade deve ser excepcionado em casos
de agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos em humanos, listados pelo Ministério
do Trabalho e Emprego, entende-se dispensada a mensuração no ambiente de trabalho,
bastando, para tanto, apenas a presença da poeira de sílica (análise qualitativa)”.
PÁG. 747
De acordo com a Súmula 70, da TNU, “a atividade de tratorista pode ser equiparada à de
motorista de caminhão para fins de reconhecimento de atividade especial mediante
enquadramento por categoria profissional”.
Outrossim, entende a TNU que “no período anterior à vigência da Lei n. 9.032/95, a
atividade de operador de retroescavadeira pode ser equiparada à de motorista de caminhão
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
(...)
A TNU equiparou o torneiro mecânico ao item 2.5.3. do Decreto 83.080/79, desde que haja
exposição a agente de risco, ratificando “a tese de que somente é possível o reconhecimento
das condições especiais do labor do torneiro mecânico por enquadramento a categoria
profissional quando apresentados elementos que autorizem a conclusão de que a insalubridade,
a penosidade ou a periculosidade, que se entende presente por presunção na categoria
paradigma, se faz também presente na categoria que se pretende a ela igualar” (PEDILEF
05017389120154058300, de 20/10/2016).
PÁG. 761
Em que pese inexistir na atualidade contribuição adicional para o custeio da aposentadoria
especial do contribuinte individual cooperado do trabalho em decorrência da decretação de
inconstitucionalidade do STF, o artigo 64 do Decreto 3.048/99 continua contemplando-o como
beneficiário da aposentadoria especial.
Porém, inexiste esta restrição na Lei 8.213/91, razão pela qual é discutível a validade da
referida restrição regulamentar, já tendo sido pronunciada a sua ilegalidade pelo TRF da 2ª
Região, ao afirmar que, “no que concerne ao fato de ser o proprietário do estabelecimento
comercial, ressalte-se que o Plano de Benefícios não distinguiu espécies de segurado, para efeito
da concessão de aposentadoria especial, pelo que se infere ser esta devida tanto ao trabalhador
que ostenta a condição de empregado quanto àquele que se insere na categoria de contribuinte
individual”27.
PÁG. 764
PÁG. 768
De acordo com o Manual da Aposentadoria Especial do INSS atualizado em 2017, o LTCAT
e as demais Demonstrações Ambientais deverão considerar:
a) a efetiva exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de
agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física;
b) as condições especiais que prejudicam a saúde ou integridade física, conforme definido
no Anexo IV do Decreto nº 3.048, de 1999, com exposição a agentes nocivos em
concentração ou intensidade e tempo de exposição que ultrapasse os limites de tolerância
27
. AC 309.759, de 04.02.2004.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 770
Recomendação 1
Recomenda-se às seções judiciárias a organização de bancos de laudos sobre
atividade especial, disponibilizando aos interessados para uso nas ações
judiciais. (Aprovado por unanimidade)
A TNU também admite a produção de prova pericial por similaridade na hipótese:
“Ora, em se tratando de empresa que teve suas atividades encerradas, a solução para a
busca da melhor resposta às condições de trabalho, com a presença ou não de agentes
nocivos, é a realização de perícia indireta (por similaridade) em estabelecimento e local de
atividades semelhantes àquele em que laborou originariamente o segurado, onde
certamente estarão presentes eventuais agentes nocivos. - A perícia indireta ou por
similaridade é um critério jurídico de aferição que se vale do argumento da primazia da
realidade, em que o julgador faz uma opção entre os aspectos formais e fáticos da relação
jurídica sub judice, para os fins da jurisdição. - Porém, somente se as empresas nas quais a
parte autora trabalhou estiverem inativas, sem representante legal e não existirem laudos
técnicos ou formulários poder-se-ia aceitar a perícia por similaridade, como única forma de
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 771
Súmula 68 - O laudo pericial não contemporâneo ao período trabalhado é
apto à comprovação da atividade especial do segurado.
Vale frisar que, a princípio, basta a apresentação do PPP, não sendo exigível o LTCAT, salvo
se houver incorreção, contradição ou obscuridade no PPP, hipótese na qual deve ser o
segurado instado a apresentar o laudo.
O STJ fixou tese repetitiva nesse mesmo sentido no julgamento da PETIÇÃO Nº 10.262 - RS
(2013/0404814-0), de 8/2/2017:
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. PREVIDENCIÁRIO. COMPROVAÇÃO
DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. RUÍDO. PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO
(PPP). APRESENTAÇÃO SIMULTÂNEA DO RESPECTIVO LAUDO TÉCNICO DE CONDIÇÕES
AMBIENTAIS DE TRABALHO (LTCAT). DESNECESSIDADE QUANDO AUSENTE IDÔNEA
IMPUGNAÇÃO AO CONTEÚDO DO PPP.
1. Em regra, trazido aos autos o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), dispensável
se faz, para o reconhecimento e contagem do tempo de serviço especial do segurado, a
juntada do respectivo Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT), na
medida que o PPP já é elaborado com base nos dados existentes no LTCAT, ressalvando-
se, entretanto, a necessidade da também apresentação desse laudo quando idoneamente
impugnado o conteúdo do PPP.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 773
Registre-se que o campo 15.8 (CA EPI) registra o número do Certificado de Aprovação
(CA) do EPI pelo Ministério do Trabalho. A Norma Regulamentadora n.º 6 (NR 6), com redação
dada pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001, publicada no DOU em 17 de outubro
de 2001, estabelece as disposições relativas aos Equipamentos de Proteção Individual – EPI.
a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não tenham sua
conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO;
b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO, quando for o
caso.
28
http://portalfat.mte.gov.br/programas-e-acoes-2/programa-de-protecao-do-emprego-ppe/perguntas-
frequentes/equipamentos-de-protecao-individual/
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
Uma vez adquirido o EPI com CA válido, o empregador deve observar as informações de
validade, manuseio e armazenamento do equipamento fornecidas pelo fabricante/importador
(vide Nota Técnica 146 CGNOR/DSST/SIT/TEM).
Vale registrar que alguns EPIs têm a sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO,
conforme estabelecido na NR 6. Esses equipamentos encontram-se definidos no Anexo II da
Portaria DSST/SIT nº 452/2014.
PÁG. 775
Eis boas instruções para o preenchimento do PPP que constavam da IN INSS 118/2005, mas
que continuam válidas:
assegurada a observância:
RESPONSÁVEL PELOS
Informações sobre os responsáveis pelos registros
16 REGISTROS
ambientais, por período.
AMBIENTAIS
Nome do Profissional
16.4 Até 40 (quarenta) caracteres alfabéticos.
Legalmente Habilitado
RESPONSÁVEL PELA
Informações sobre os responsáveis pela monitoração
18 MONITORAÇÃO
biológica, por período.
BIOLÓGICA
Nome do Profissional
18.4 Até 40 (quarenta) caracteres alfabéticos.
Legalmente Habilitado
REPRESENTANTE
20 Informações sobre o Representante Legal da empresa.
LEGAL DA EMPRESA
OBSERVAÇÕES
Caso a empresa não forneça o PPP ou o apresente com incorreções, o segurado poderá
ajuizar ação contra a empresa na Justiça do Trabalho cominatória de obrigação de fazer, a fim
de disponibilizar o formulário que é imprescindível à concessão da aposentadoria especial.
PÁG. 775
O INSS, administrativamente, analisa se o PPP atende aos seguintes requisitos:
– Formulário conforme legislação previdenciária vigente;
- assinado por representante legal da empresa ou preposto (não se exige mais a procuração);
(...)
– Metodologia definida pelas NHO da FUNDACENTRO para datas a partir de 1.1.2004;
(...)
– Informação sobre EPI a partir de 3.12.1998;
- atendidos os requisitos das NR-6 e NR-9 aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 1978, do MTE pelos EPI
informados, a partir de 2/5/2008.
PÁG. 777
Questão polêmica é saber se o fornecimento de equipamento de proteção individual ou
mesmo coletivo pela empresa ao segurado exclui ou não o enquadramento da atividade
especial.
No que concerne aos agentes nocivos qualitativos, não se há de falar da existência de EPI
eficaz, sendo este o posicionamento do INSS, inclusive.
Já no que tange aos agentes nocivos quantitativos, é necessária uma avaliação caso a caso
para se atestar a eficácia do EPI. Em tese, se eficaz, inexiste especialidade no tempo de
contribuição.
PÁG. 779
O meu entendimento sobre essa polêmica é o seguinte: se o agente nocivo for apenas
qualitativo, sendo a nocividade presumida e independente de mensuração, o uso de EPI não
descaracteriza o tempo especial; se o agente nocivo for quantitativo, sendo a nocividade
considerada pela ultrapassagem dos limites de tolerância ou doses, a concessão de EPI eficaz
que reduza a exposição para aquém dos limites de tolerância, não haverá atividade especial a
ser considerada.
De acordo com o Manual da Aposentadoria Especial do INSS, ainda, com relação aos
agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos do Grupo 1 da lista da Lista Nacional de
Agentes Cancerígenos para Humanos – LINACH que possuam o Chemical Abstracts Service – CAS
e que constem no Anexo IV do Decreto nº 3.048, de 1999, a utilização de EPC e/ou EPI não elide
a exposição aos agentes comprovadamente cancerígenos, mesmo que considerados eficazes.
Tal entendimento será considerado para período trabalhado a partir de 8 de outubro de 2014,
data da publicação da Portaria Interministerial MTE/MS/MPS nº 9, de 2014, com base na Nota
Técnica n° 00001/2015/GAB/PRFE/INSS/SAO/PGF/AGU.
PÁG. 790
Este posicionamento é lastimável, atentando contra o Princípio do Tempus Regit Actum, vez
que deveria ser considerada a lei em vigor no momento da prestação do tempo de contribuição,
e não a data do requerimento administrativo.
Vale frisar que somente existe previsão normativa de conversão para fins de tempo de
contribuição, e não para fins de período de carência, que exige número mínimo de contribuições
mensais.
PÁG. 826
Apenas no caso do segurado empregado, durante os primeiros 15 dias consecutivos ao do
afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar o seu salário
integral.
A reforma trabalhista (MP 808/2017) criou uma
exceção no caso de contrato de trabalho intermitente.
Neste caso, a empresa não irá pagar os 15 primeiros dias
de afastamento do empregado, sendo o auxílio-doença
devido desde o afastamento, se requerido em até 30 dias
(CLT, artigo 452-A, §13).
A MP 808/2017 vigorou somente até o dia 23 de abril de 2018, tendo decaído por ausência
de votação no Congresso Nacional. Daí que as informações suso postas se limitam até essa data,
restaurando-se o regime jurídico anterior.
Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com
subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços
e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de
atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação
própria.
PÁG. 831
Logo, para o segurado empregado 29, a data de início do benefício não será a data da
29
A reforma trabalhista (MP 808/2017) criou uma exceção no caso de contrato de trabalho intermitente.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
incapacidade, e sim o 16º (décimo sexto) dia seguinte. Excepcionalmente, se entre a data da
incapacidade e a data de entrada do requerimento se passar mais de 30 (trinta) dias, a data de
início do benefício será a data de entrada do requerimento na Previdência Social.
PÁG. 840
Entende-se pela validade da COPES, desde que o INSS permita que o segurado seja avaliado
pelo médico perito antes ou logo após a cessação programada do benefício por incapacidade, a
fim de que não fique sem cobertura previdenciária por meses, caso ainda incapaz para o
desenvolvimento do seu trabalho habitual.
Nada impedia (mesmo antes da Lei 13.457/2017) a adoção da alta programada na própria
sentença, acaso a perícia judicial preveja o tempo estimado para a recuperação do segurado,
podendo prever o pedido de prorrogação administrativo ou mesmo judicial.
PÁG. 842
Ademais, ainda com base na MP 767/2017, na ausência de fixação do prazo acima referido,
o benefício cessará após o prazo de cento e vinte dias, contado da data de concessão ou de
reativação, exceto se o segurado requerer a sua prorrogação junto ao INSS, na forma do
regulamento, observado o disposto no artigo 62 que trata da reabilitação profissional.
Este ponto da MP 767/2017 foi convertido na Lei 13.457/2017, sendo estabilizado no texto
da Lei 8.213/91 a Cobertura Previdenciária Estimada (COPES) dentro do artigo 60 da Lei
8.213/91:
“§ 8o Sempre que possível, o ato de concessão ou de reativação de auxílio-doença,
judicial ou administrativo, deverá fixar o prazo estimado para a duração do
benefício. (Incluído pela Lei nº 13.457, de 2017)
§ 9o Na ausência de fixação do prazo de que trata o § 8o deste artigo, o benefício cessará
após o prazo de cento e vinte dias, contado da data de concessão ou de reativação do
auxílio-doença, exceto se o segurado requerer a sua prorrogação perante o INSS, na forma
do regulamento, observado o disposto no art. 62 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.457, de
2017)
§ 10. O segurado em gozo de auxílio-doença, concedido judicial ou
administrativamente, poderá ser convocado a qualquer momento para avaliação das
condições que ensejaram sua concessão ou manutenção, observado o disposto no art. 101
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.457, de 2017)
§ 11. O segurado que não concordar com o resultado da avaliação da qual dispõe o § 10
deste artigo poderá apresentar, no prazo máximo de trinta dias, recurso da decisão da
administração perante o Conselho de Recursos do Seguro Social, cuja análise médica pericial, se
necessária, será feita pelo assistente técnico médico da junta de recursos do seguro social, perito
diverso daquele que indeferiu o benefício. (Incluído pela Lei nº 13.457, de 2017)”.
Neste caso, a empresa não irá pagar os 15 primeiros dias de afastamento do empregado, sendo o auxílio-
doença devido desde o afastamento, se requerido em até 30 dias (CLT, artigo 452-A, §13).
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
2.1.11. Reativar o benefício, pelo motivo judicial (motivo 02), marcar “sim” para a indicação
de RP, não assinalar nenhuma das opções de conclusão no sistema de benefícios, bem
como não agendar perícia no ato do cumprimento, e obrigatoriamente:
2.1.11.1. Registrar no encerramento da tarefa a etiqueta “CumprimentoSemDCB” no e-
Tarefas;
2.1.11.2. Abrir tarefa “TFA1607 – Reabilitação Obrigatória por Determinação Judicial” à
equipe de RP, para que sejam adotadas as providências pertinentes ao processo de
reabilitação;
2.1.11.3. Anexar ao processo judicial a comunicação de cumprimento, seguindo o modelo
do Anexo VI; e
2.1.11.4. Comunicar ao órgão de execução da PGF local as providências adotadas em
atendimento à decisão judicial, via e-Tarefas, por meio de evento "SAPIENS: Protocolar
Documento" ou "SAPIENS: Responder Comunicação", utilizando o "Assunto: Comunicação
de Cumprimento".
2.1.12. Havendo decisão judicial para implantar/reativar benefício de aposentadoria por
invalidez, a comunicação do cumprimento a ser anexada ao processo judicial deverá seguir
o modelo do Anexo VII;
2.1.12.1. Ressalvadas as situações elencadas no art. 101, §1º, da Lei nº 8.213/91, que
impedem a convocação do segurado para a realização da perícia, o servidor da
APSADJ/SADJ deverá cadastrar a tarefa “TFA1106 – Realizar Pericia Médica Revisional em
Benefício por Incapacidade Judicial” à unidade mantenedora, com prazo de 2 (dois) anos,
a contar da data do cumprimento da determinação (DDB/atualização), informando sobre a
manutenção do benefício naquela Unidade, bem como a necessidade de monitoramento e
convocação do segurado para realização da perícia médica de avaliação após transcurso do
prazo da tarefa.
2.1.13. Deverão ser inseridos, no dossiê judicial constante no e-Tarefas, os seguintes
documentos: laudo do perito judicial e parecer de assistente técnico, classificando-os como
“Perícia Médica” (documentos sujeitos a sigilo profissional), sentença ou acordo
homologado, acórdão e certidão de trânsito em julgado, se houver.
3. Do Recurso Administrativo:
3.1. Havendo recurso interposto pelo segurado (autor) das decisões proferidas pelo INSS, o
servidor administrativo da APS mantenedora seguirá as rotinas inerentes ao recurso
administrativo.
3.2. Não será admitido recurso administrativo nas seguintes situações:
a) Para alteração da DCB determinada pelo Poder Judiciário, cabendo apenas o PP do
benefício nos 15 (quinze) dias que antecedem a data prevista para sua cessação;
b) Para alteração da DCB fixada em 120 dias, cabendo apenas o PP do benefício nos 15
(quinze) dias que antecedem a data prevista para sua cessação; e
c) Pela perda de prazo do PP pelo segurado”.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
disso, a jurisprudência que vem se firmando no âmbito do STJ é no sentido de que não
se pode proceder ao cancelamento automático do benefício previdenciário, ainda que
diante de desídia do segurado em proceder à nova perícia perante o INSS, sem que haja
prévio procedimento administrativo, sob pena de ofensa aos princípios da ampla defesa e do
contraditório” (AgInt no AREsp 1049440 / MT, de 27/6/2017).
Ao que parece, a presença da alta programada na Lei 8.213/91 não tende a gerar a
modificação da jurisprudência da 1ª e 2ª Turma do STJ, pois o vício apontado pela Corte Superior
foi à necessidade de nova perícia para cessar o benefício, além da afronta ao Princípio da
Legalidade.
O Sistema da COPES possui um grande ganho: reduz o número de perícias e otimiza o
atendimento, acelerando as marcações e reduzindo o tempo para agendamentos. Mas possui
uma perda: transfere ao segurado o ônus de uma autoavaliação de capacidade, máximo quando
o atendimento médico do SUS não é bom em grande parte do país.
O regime jurídico do pedido de prorrogação (PP) restou alterado através da Resolução INSS
90, de 17 de novembro de 2017, que implementou o Projeto de Eficiência da Governança das
Agendas de Perícia Médica.
Ficou estabelecido que os Pedidos de Prorrogação – PP dos benefícios de auxílio-doença,
realizados nos quinze dias que antecederem à data de cessação (DCB) do auxílio-doença, devem
observar os seguintes procedimentos:
I - quando o tempo de espera para realização da avaliação médico-pericial for menor que
trinta dias, a avaliação será agendada, aplicando-se as mesmas regras do PP, inclusive gerando
Data de Cessação Administrativa - DCA, quando for o caso; e
II - quando o tempo de espera para realização da avaliação médico-pericial ultrapassar trinta
dias, o benefício será prorrogado por trinta dias, sem agendamento da avaliação médico-
pericial, sendo fixada DCA, exceto se:
a) a última ação foi judicial;
b) a última ação foi de restabelecimento; e
c) a última ação foi via Recurso Médico (seja via rotina de Recurso ou via rotina de Revisão
Analítica, após o requerimento de Recurso).
Após a segunda solicitação de prorrogação do caso elencado no inciso II, obrigatoriamente
será agendado o exame médico pericial.
No período com fixação de DCA, caso o segurado sinta-se apto, poderá retornar ao trabalho
sem necessidade de nova perícia mé- dica, formalizando o pedido de cessação do benefício na
Agência da Previdência Social de manutenção do seu benefício.
Não caberá PP quando o benefício possuir marcação de agendamento de avaliação médico-
pericial. Em quaisquer dos casos dispostos acima, caso o segurado sinta-se apto, poderá retornar
ao trabalho sem necessidade de perícia médica.
Restou instituído pela MP 767/2017, convertida na Lei 13.457/2017, por até vinte e quatro
meses, o Bônus Especial de Desempenho Institucional por Perícia Médica em Benefícios por
Incapacidade, devido ao médico perito do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS por cada
perícia médica extraordinária realizada nas agências da Previdência Social, em relação a
benefícios por incapacidade mantidos sem perícia pelo INSS há mais de dois anos, no valor de
R$ 60,00 por perícia médica extraordinária realizada além da jornada de trabalho ordinária.
(...)
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
No entanto, lembre-se que a regra de 1/3 foi revogada pela Medida Provisória 767/2017,
convertida na Lei 13.457/2017, tendo sido substituída pela regra de 1/2.
PÁG. 845
Na hipótese de DCB fixada judicialmente mediante acordo, passou a ser possível a
formulação de PP administrativo com o advento da Portaria PGF 258/201630, que
orienta a atuação dos órgãos de execução da Procuradoria-Geral Federal em relação aos
processos que tratem da concessão ou restabelecimento de benefícios previdenciários
por incapacidade de que trata a Lei 8.213/91 e estabelece diretrizes para a celebração
de acordos judiciais e atuação recursal, sistemática mantida na Portaria PGF 24/2018.
PÁG. 847
Entende-se que em caso de condenação judicial ao benefício por incapacidade laboral,
comprovando-se o erro de o INSS em negá-lo, caso o segurado tenha vertido o recolhimento de
contribuições previdenciárias, o que normalmente é feito por receio de perda da qualidade de
segurado, será cabível a sua restituição do tributo, pois não realizado o seu fato gerador durante
a configuração da incapacidade laboral.
O INSS editou a Resolução nº 588/PRES/INSS, de 31 de maio de 2017, que estabeleceu
procedimentos a serem adotados pelas Agências da Previdência Social para atendimento aos
segurados aeronautas no requerimento do benefício por incapacidade, tendo em vista a
revogação da ICA 160-22, que tratava das Instruções Reguladoras das Juntas Mistas Especiais de
Saúde - JMES pelo Comando da Aeronáutica - COMAER, por meio da Portaria DIRSA nº
12/SECGAB, de 15 de março de 2017.
Aeronauta é o profissional habilitado pela Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC, que
exerce atividade a bordo de aeronave civil nacional, mediante contrato de trabalho.
Restou estabelecido que os procedimentos referentes ao requerimento/atendimento do
benefício por incapacidade do segurado aeronauta devem observar os mesmos moldes dos
demais segurados do Regime Geral de Previdência Social - RGPS nas Agências da Previdência
Social - APS:
I - o requerimento do benefício por incapacidade deverá ser protocolizado pelo
segurado aeronauta por meio dos seguintes canais remotos: número de telefone 135
da Central de Atendimento do INSS ou Internet, no endereço eletrônico
http://www.inss.gov.br/, sem diferença de script ou instrução; e
30
. Art. 12 Para efeito de acordo judicial, a proposta poderá indicar que, estabelecida a DCB, o segurado
terá o seu benefício mantido até a referida data, tendo a opção de solicitar administrativamente a
prorrogação do benefício, entendendo o segurado que o estado de incapacidade laboral
permanece.
§ 1º Não solicitada a prorrogação do benefício, o mesmo será cessado na data prevista,
independentemente de qualquer notificação ou de nova perícia.
§ 2º Solicitada a prorrogação pelo segurado, o benefício será mantido até a data da efetiva realização
da perícia médica pelo INSS, podendo ser cessada se a perícia comprovar que o segurado não mais
apresenta incapacidade laboral.
§ 3º No caso de o segurado retornar voluntariamente ao trabalho, o benefício por incapacidade poderá
ser cessado, independentemente da DCB ou de realização de nova perícia, sem necessidade de qualquer
consulta ou comunicação aos órgãos da PGF.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 850
De maneira transitória, o artigo 13, da Emenda 20/98, fixou a caracterização de baixa renda
com a percepção de até R$ 360,00 por mês de remuneração bruta31, quantia que vem sendo
atualizada anualmente, fixada em R$ 1.319,18 a partir de 01.01.2018.
31
. Art. 13 – Até que a lei discipline o acesso ao salário-família e auxílio-reclusão para os servidores,
segurados e seus dependentes, esses benefícios serão concedidos apenas àqueles que tenham renda bruta
mensal igual ou inferior a R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), que, até a publicação da lei, serão
corrigidos pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 851
(...)
Contudo, a legislação previdenciária não sofreu nenhuma alteração em 2012 neste ponto,
permanecendo na faixa da menor cota do salário-família os segurados que percebem um salário
mínimo de remuneração mensal, o que persiste nos anos seguintes.
PÁG. 859
Logo, desde a Lei 12.873/2013, ao segurado ou segurada da Previdência Social que adotar
ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança é devido salário-maternidade pelo
período de 120 (cento e vinte) dias, benefício a ser pago diretamente pelo INSS, mesmo em se
tratando de segurado(a) empregado(a).
Embora a Lei 13.509/2017 (art. 392-A32, CLT) tenha estendido a licença-maternidade para a
adoção ou guarda para fins de adolescente em favor da empregada, o benefício previdenciário
salário-maternidade ainda não foi estendido, ônus que certamente ficará a cargo da empresa.
PÁG. 863
Logo, uma contribuinte individual que teve criança aos sete meses de gestação deverá
cumprir a carência de 08 contribuições previdenciárias mensais, e não de 10 contribuições, em
razão da antecipação em 02 meses.
PÁG. 868
Isso porque as empresas pagam o salário-maternidade das suas empregadas apenas como
uma forma de acelerar a proteção previdenciária, vez que são reembolsadas mediante
compensação tributária.
Por força de decisão judicial com deferimento de tutela provisória em sede de Agravo de
Instrumento de nº 5055114-88.2017.4.04.0000/PR, restou estendida a eficácia territorial da
decisão na Ação Civil Pública nº 5041315-27.2017.4.04.7000/PR para todo território nacional,
determinando a concessão administrativa de salário-maternidade às seguradas demitidas sem
justa causa, preenchidos os demais requisitos ao benefício, pagando-os diretamente, nas
Agências da Previdência Social.
32
Art. 392-A. À empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança ou
adolescente será concedida licença-maternidade nos termos do art. 392 desta Lei.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
(...)
Com o advento da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017, modificada pela MP 808/2017), no
caso de empregada gestante com contrato de trabalho intermitente, não caberá à empresa pagar
o salário-maternidade à segurada, e sim o INSS diretamente (CLT, art. 452-A, §14).
A MP 808/2017 vigorou somente até o dia 23 de abril de 2018, tendo decaído por ausência
de votação no Congresso Nacional. Daí que as informações suso postas se limitam até essa data,
restaurando-se o regime jurídico anterior.
No caso de adoção por segurada empregada, competirá ao INSS pagar diretamente o
benefício, e não a empresa.
PÁG. 871
Aliás, o próprio INSS na esfera administrativa não vinha limitando a concessão do auxílio-
acidente aos segurados especiais, pois apenas veda a sua concessão ao empregado doméstico
(antes da LC 150/2015), contribuinte individual e facultativo34.
PÁG. 892
Embora seja óbvio, coube à Lei 13.457/2017 expressar isto ao modificar o §1º do artigo
101 da Lei 8.213/91, passando a gozar de previsão normativa expressa que a mencionada
isenção de perícia do sexagenário pensionista inválido é condicionada ao não retorno ao
trabalho.
PÁG. 896
No caso dos absolutamente incapazes, pois contra eles não correrá a prescrição, a
jurisprudência e o próprio INSS35 vem entendendo que o benefício será devido desde a data
do falecimento, mesmo que o requerimento seja protocolizado após noventa dias do óbito
33
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:
...
a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde
o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato;
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
34
. Artigo 333, da Instrução Normativa INSS 77/2015.
35
. Nota Técnica CGMBEN/DIVCONS 112/2008 e artigo 364, §4º, da Instrução Normativa INSS 77/2015.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 901
Isso quer dizer que o INSS não poderá aguardar a habilitação de todos os dependentes para
conceder o benefício, devendo, de logo, deferir ao primeiro que se habilitar, promovendo a
inserção posterior de outros eventuais dependentes que requerem o benefício.
No entanto, por cautela, é interessante aguardar os 90 dias após a morte, pois neste caso
o INSS deverá pagar os atrasados desde o óbito, podendo ter que pagar duas vezes a cota se
algum dependente se habilitou anteriormente com pagamento efetivado.
PÁG. 909
Sustenta corretamente a autarquia previdenciária que a apuração das dezoito contribuições
utilizará o cálculo em contribuições, em meses de atividade rural ou em contribuições e meses
de atividade do empregado doméstico, conforme a última atividade do segurado, não sendo
exigido e o cumprimento de 1/3 após perda da qualidade de segurado (regra de 1/3 substituída
pela regra de ½ - Lei 13.457/2017 ), quando for o caso, tendo em vista não se tratar de período
de carência, não se havendo em sequer cogitar da aplicação da regra do artigo 24, parágrafo
único, da Lei 8.213/91.
PÁG. 911
Os benefícios com fato gerador a partir de 14/01/2015, indeferidos por falta
de comprovação de dois anos de casamento/união estável (Motivo 183 - Não
cumprimento do tempo mínimo de união na pensão por morte e Motivo 186
- Não cumprimento do tempo mínimo de união no auxílio-reclusão) deverão
ser revistos após adequação dos sistemas, considerando o disposto no art.
5º da Lei nº 13.135/2015. As orientações relativas aos procedimentos de
revisão serão prestadas oportunamente”.
Na revisão dos benefícios cujo fato gerador esteja compreendido entre 14/01/2015 e
28/02/2015, deve ser observado se comprova o tempo mínimo de casamento/união
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
estável e, naquela cujo o fato gerador seja a partir de 01/03/2015, deve ser observado,
além do tempo mínimo de união, se possui os dezoito meses de contribuição.
8. Em ambos os casos, o resultado da revisão poderá ser:
a) benefício mantido sem extinção de cota ou com data futura para extinção;
b) benefício mantido com extinção de cota com data de extinção retroativa;
c) benefício com indícios de irregularidade na concessão.
PÁG. 919
“Súmula 52- Para fins de concessão de pensão por morte, é incabível a
regularização do recolhimento de contribuições de segurado contribuinte
individual posteriormente a seu óbito, exceto quando as contribuições devam
ser arrecadadas por empresa tomadora de serviços”.
Vale registrar que para o segurado contribuinte individual e o segurado facultativo, a
legislação previdenciária impõe que o valor nominal mínimo do salário de contribuição será de
um salário mínimo, regra que foi estendida ao segurado empregado com a MP 808/2017
(alterou a CLT36), a partir da competência novembro de 2017 (Tempus Regit Actum).
A MP 808/2017 vigorou somente até o dia 23 de abril de 2018, tendo decaído por ausência
de votação no Congresso Nacional. Daí que as informações suso postas se limitam até essa data,
restaurando-se o regime jurídico anterior.
Dessa forma, forçoso concluir que nesses casos os recolhimentos com salário de
contribuição abaixo de um salário mínimo não podem ser considerados para a manutenção da
qualidade do segurado falecido, sendo inválidos recolhimentos de complementação
perpetrados após o óbito.
PÁG. 928
Posteriormente, aduziu a Lei 13.135/2015 (inseriu o §1º37 no artigo 74 da Lei 8.213/91) que
perde o direito à pensão por morte, após o trânsito em julgado, o condenado pela prática de
crime de que tenha dolosamente resultado a morte do segurado.
Trata-se de efeito secundário da sentença penal transitada em julgado por crime doloso
36
Art. 911-A. O empregador efetuará o recolhimento das contribuições previdenciárias próprias e do
trabalhador e o depósito do FGTS com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado
comprovante do cumprimento dessas obrigações.
§ 2º Na hipótese de não ser feito o recolhimento complementar previsto no § 1º, o mês em que a
remuneração total recebida pelo segurado de um ou mais empregadores for menor que o salário mínimo
mensal não será considerado para fins de aquisição e manutenção de qualidade de segurado do Regime
Geral de Previdência Social nem para cumprimento dos períodos de carência para concessão dos benefícios
previdenciários.”
37
§ 1o Perde o direito à pensão por morte, após o trânsito em julgado, o condenado pela prática de crime
de que tenha dolosamente resultado a morte do segurado.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
contra o segurado com título condenatório passado em julgado que permitirá à autarquia
federal promover o cancelamento imediato do benefício da pensão por morte.
PÁG. 929
Como se trata de crime, se exige a imputabilidade do agente para fins penais. Logo, essa
regra não se estende ao ato infracional cometido por adolescente, a exemplo do filho de 16 anos
de idade que mata intencionalmente o seu pai.
Ademais, além do homicídio doloso, julgado pelo Tribunal do Júri, entende-se que este
dispositivo abarca o latrocínio, crime em que o agente mata a vítima como meio de consumação
do roubo, pois aqui também há a intenção de matar o segurado.
Por outro lado, a condenação transitada em julgado por homicídio culposo (não há intenção
de matar o segurado, e sim morte decorrente de imperícia, negligência ou imprudência) não irá
gerar o cancelamento da pensão por morte.
Vale registrar que a Lei 8.213/91 foi omissa em relação à devolução das parcelas percebidas
pelo pensionista até o cancelamento da pensão, que somente será extinta com o INSS após a
coisa julgada criminal.
Em que pese a não regulamentação expressa do tema, entende-se que o INSS deverá mover
ação civil de reembolso, pois a má-fé não pode ser prestigiada, máxime quando gerou a
consumação de delito tão grave que extinguiu uma vida.
Por fim, entende-se que mesmo que o segurado cometa suicídio deverá ser deferido o
benefício de pensão aos seus dependentes, que não poderão se prejudicar no seu direito pelo
ato extremo do segurado. Ademais, a Lei 8.213/91 não traz nenhuma disposição em sentido
contrário, silenciando a respeito do tema.
PÁG. 931
Antes do quadro
Os avós não são previstos no artigo 16 da Lei 8.213/91 como dependentes. No entanto,
existe precedente do STJ bastante excepcional que concedeu pensão por morte aos avós que
possuíam a posição de pais do segurado que ficou órfão desde cedo.
PÁG. 932
Conforme atualização feita para o ano de 2018 , será instituidor do auxílio-reclusão o
segurado que receber remuneração mensal de até R$ 1.319,18 , na forma do artigo 13, da
Emenda 20/199838, sendo considerado o seu último salário de contribuição antes do
encarceramento.
PÁG. 946
38
. Art. 13 – Até que a lei discipline o acesso ao salário-família e auxílio-reclusão para os servidores,
segurados e seus dependentes, esses benefícios serão concedidos apenas àqueles que tenham renda bruta
mensal igual ou inferior a R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), que, até a publicação da lei, serão
corrigidos pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 958
Nesse sentido, já se pronunciou o TRF da 1ª Região que “é devida a compensação dos valores
percebidos a título de aposentadoria por idade, uma vez que a Lei 7.986/89, que disciplina a
concessão do benefício de pensão vitalícia aos seringueiros da borracha, veda a concessão do
benefício a quem possua meio de subsistência”39.
Vale registrar que os pedidos administrativos ou ações judiciais ajuizadas antes da vigência
da Lei 9.711/98 dispensam a exigência de prova material contemporânea da condição de
seringueiro.
Por outro lado, os pedidos administrativos ou ações judiciais ajuizadas após a vigência da
Lei 9.711/98 exigirão início de prova material contemporânea da condição de seringueiro, não
sendo admitida prova exclusivamente testemunhal.
PÁG. 959
Foi instituída pela Medida Provisória 373/04, convertida na Lei 11.520/07, a título de
indenização especial, no valor originário de R$ 750,00 (reajustável pelo índice legal), às pessoas
atingidas pela hanseníase e que foram submetidas a isolamento e internação compulsórios em
hospitais-colônia até 31 de dezembro de 1986. O valor atualizado para o exercício de 2018 é de
R$ R$ 1.459,17.
PÁG. 975
De acordo com o STJ, “a citação válida no processo coletivo
interrompe o prazo prescricional para propositura da Ação individual. Ademais, a presente
Ação Individual é autônoma e independente da Ação Coletiva, sobretudo porque, in casu, não
se tem notícia de que houve o pedido de suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência
nos autos do ajuizamento da Ação Coletiva, conforme dispõe o artigo 104 do CDC.
Assim, a prescrição atinge as prestações vencidas antes do quinquênio anterior à
39
. AC 2005.41.00.004347-0, de 14.08.2006.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
propositura da presente Ação Individual, nos termos da Súmula 85/STJ. Nesse sentido: AgRg
no REsp 1.559.883/RJ, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 23/5/2016. 12.
Recurso Especial parcialmente provido." (REsp 1656512/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, julgado em 18/04/2017, DJe 02/05/2017).
Dessa forma, para que a citação na ação coletiva interrompa o curso do lapso prescricional
na ação individual, é necessário que haja pedido de suspensão da ação individual, no prazo de
trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da Ação Coletiva.
PÁG. 976
De efeito, enquadravam-se como absolutamente incapazes os menores de dezesseis anos;
os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a
prática desses atos e os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade,
a teor do artigo 3º, do Código Civil.
No entanto, com a Lei 13.146/2015, que alterou o artigo 3º do Código Civil, somente os
menores de 16 anos de idade se enquadram como absolutamente incapazes:
“Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os
menores de 16 (dezesseis) anos”. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
Por outro lado, aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir
sua vontade, passaram a ser enquadrados no artigo 4º do Código Civil como relativamente
incapazes, mesmo que não possuam exprimir a sua vontade em nenhum grau de modo
definitivo.
PÁG. 999
Para 2011 foi apenas concedido o reajuste pela variação do INPC de 2010, pela Portaria
MPS/MF 568, de 31.12.2011, equivalente a 6,41%. Já para o ano de 2012 o Governo federal
concedeu apenas o reajuste pelo INPC de 2011, no total de 6,08%. Por sua vez, para 2013, o
reajuste concedido aos benefícios foi de 6,20%. Já para o ano de 2014 o reajuste anual foi de
5,56%. Para o exercício de 2015 o reajuste foi de 6,23%. Para 2016, diante da grande inflação do
ano anterior, o reajuste foi de 11,28%. Em 2017, foi concedido um reajuste na ordem de 6,58%.
Em 2018, o reajuste foi de 2,07%.
PÁG. 1.005
PÁG. 1.006
Nesse sentido, a antiga posição da TNU, quando vigorava a Súmula 51:
“Súmula 51- Os valores recebidos por força de antecipação dos efeitos de
tutela, posteriormente revogada em demanda previdenciária, são irrepetíveis
em razão da natureza alimentar e da boa-fé no seu recebimento” (SÚMULA
CANCELADA EM 2017).
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 1.013
Note-se que com este estudo histórico da Lei 8.213/91 e da jurisprudência do STF pode
se concluir que a atual jurisprudência do STJ apenas se coadunou com a posição do STF tomada
no ano de 1994.
Vale registrar que as decisões mais recentes da 1ª Turma do STJ não têm permitido que a
reversão de tutela provisória revogada em instância ordinária se dê através de desconto
administrativo pelo INSS, embora haja precedente anterior da 1ª Seção que expressamente
autorizou o desconto em folha limitado a 10% do valor do benefício:
“PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. OFENSA AO ART. 115, II, DA LEI N. 8.213/1991. ATO
DO GERENTE EXECUTIVO DE BENEFÍCIOS DO INSS QUE DETERMINOU O DEVOLUÇÃO DE
VALORES RECEBIDOS POR PENSIONISTA, A TÍTULO DE TUTELA ANTECIPADA,
POSTERIORMENTE REVOGADA. IMPOSSIBILIDADE. NORMATIVO QUE NÃO AUTORIZA,
NA VIA ADMINISTRATIVO-PREVIDENCIÁRIA, A COBRANÇA DE VALORES ANTECIPADOS EM
PROCESSO JUDICIAL. 1. Os recursos interpostos com fulcro no CPC/1973 sujeitam-se aos
requisitos de admissibilidade nele previstos, conforme diretriz contida no Enunciado
Administrativo n. 2 do Plenário do STJ. 2. Na origem, cuida-se de mandado de segurança
impetrado por beneficiária de pensão por morte contra ato de Gerente Executivo de
Benefícios do INSS que determinou o desconto, no benefício, de valores recebidos a
título de tutela antecipada posteriormente cassada. 3. O normativo contido no inciso
II do artigo 115 da Lei n. 8.213/1991 não autoriza o INSS a descontar, na via
administrativa, valores concedidos a título de tutela antecipada, posteriormente cassada
com a improcedência do pedido. Nas demandas judicializadas, tem o INSS os meios
inerentes ao controle dos atos judiciais que por ele devem ser manejados a tempo e modo.
4. Recurso especial não provido” (REsp 1338912, 1ª Turma, de 23/5/2017).
Logo, essa linha entende que deve a execução ser invertida no próprio processo judicial, pois
o retorno do status quo ante é competência funcional do juiz natural do processo em que a
tutela provisória foi concedida e revogada, descabendo o ajuizamento de ação autônoma.
Por outro lado, a 2ª Turma do STJ permite o desconto administrativo limitado a 10% do valor
do benefício, se existir prestação ativa:
“PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. ANTECIPAÇÃO DA TUTELA. REVOGAÇÃO.
RESTITUIÇÃO DOS VALORES. VERBA DE NATUREZA ALIMENTAR RECEBIDA DE BOA-FÉ PELA
PARTE SEGURADA. REPETIBILIDADE. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL.
AUSÊNCIA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL. IMPOSSIBILIDADE DE DEFERIMENTO DO
BENEFÍCIO. PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL DO INSS 1. A controvérsia gira em
torno da possibilidade de ressarcimento do valor pago indevidamente à segurada em
razão de tutela antecipada. Todavia, a Primeira Seção, no julgamento do REsp
1.384.418/SC, realinhou o entendimento jurisprudencial, assentando que é dever do titular
de benefício previdenciário, isto é, de direito patrimonial, devolver valores recebidos por
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
força de tutela antecipada posteriormente revogada. Neste caso, o INSS poderá fazer o
desconto em folha de até dez por cento do salário de benefício percebido pelo segurado,
até a satisfação do crédito. Cumpre asseverar, que a Primeira Seção, ao julgar o REsp
1.401.560/MT, reafirmou o cabimento da restituição de parcelas previdenciárias recebidas
em razão de tutela antecipada posteriormente revogada. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
DE JOÃO MIRANDA DA SILVA 2. Hipótese em que o Tribunal local consignou: "os
documentos que em regra são admitidos como início de prova material do labor rural
alegado, passam a ter afastada essa serventia, quando confrontados com outros documentos
que lidem a condição campesina outrora demandada.(...) Impossível o deferimento do
benefício almejado com base em prova exclusivamente testemunhal. (fl. 126, e-STJ)". 3.
Dessa feita, à margem do alegado pelo agravante, rever o entendimento da Corte
regional somente seria possível por meio do reexame do acervo fático-probatório existente
nos autos, o que não se permite em Recurso Especial, ante o óbice da Súmula 7/STJ. 4. Com
relação ao dissídio jurisprudencial, a divergência deve ser comprovada, cabendo a quem
recorre demonstrar as circunstâncias que identificam ou assemelham os casos
confrontados, com indicação da similitude fática e jurídica entre eles. CONCLUSÃO 5.
Recurso Especial do INSS provido e Agravo em Recurso Especial de João Miranda da Silva
não provido” (REsp 1612805, de 13/12/2016).
De acordo com a 2ª Turma, “o STJ entende que o direito da Administração Pública de efetuar
o desconto dos servidores e dos titulares de benefícios previdenciários de valores
indevidamente pagos por força de decisão judicial precária, posteriormente revogada, deve
ser exercido no prazo de 5 (cinco) anos, nos termos do art. 54 da Lei 9.784/99, contados da
data do trânsito em julgado da decisão que julgou improcedente o pedido”40.
Coube à Portaria Conjunta PGF/INSS 2, de 16.1.2018, dispor sobre a cobrança de valores
pagos a título de benefício previdenciário concedido por decisão provisória que é
posteriormente revogada ou reformada, decisão transitada em julgado que venha a ser
rescindida, conforme será detalhado.
A cobrança dos valores pagos a título de benefício previdenciário concedido por decisão
judicial provisória que é posteriormente revogada ou reformada, ou por decisão transitada em
julgado que venha a ser rescindida, deverá ser processada, preferencialmente:
I - nos próprios autos do processo judicial em que proferida a decisão provisória que é
posteriormente revogada ou reformada;
II - nos autos do processo da ação rescisória, quando se tratar de desconstituição de decisão
com trânsito em julgado.
Nos casos em que restar obstaculizado ou infrutífero o procedimento previsto acima, o INSS
deverá promover a cobrança dos valores de forma administrativa, salvo se houver decisão
judicial que a proíba.
40
REsp 1658946, de 18/5/2017.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
Nas hipóteses previstas nesta Portaria está dispensada a cobrança de valores que, após a
atualização monetária dos créditos consolidados de um mesmo devedor, não alcancem o
montante previsto no art. 3º-A da Portaria AGU nº 377, de 25 de agosto de 2011, incluído pela
Portaria AGU nº 193, de 10 de junho de 2014, observadas eventuais atualizações futuras (for
igual ou inferior a R$ 10.000,00).
PÁG. 1.015
Por força da Lei 13.494/2017, que inseriu o parágrafo terceiro no artigo 115, da Lei 8.213/91,
a legislação previdenciária passou a prever expressamente que serão inscritos em dívida ativa
pela Procuradoria-Geral Federal os créditos constituídos pelo INSS em razão de benefício
previdenciário ou assistencial pago indevidamente ou além do devido, hipótese em que se aplica
o disposto na Lei no 6.830, de 22 de setembro de 1980, para a execução judicial.
Logo, o fundamento da transcrita decisão do STJ encontra-se superado, pois agora há base
legal para a aludida inscrição em Dívida Ativa.
A Previdência Social entende que deverá haverá a devolução dos valores percebidos
indevidamente mesmo de boa-fé, para preservar o Erário. Nesse sentido, colaciona-se passagem
do Parecer/CONJUR/MPS 616/2010, aprovado pelo Ministro da Previdência Social em
23.12.2010:
PÁG. 1.027
Mas um ponto ainda não foi tratado pelo STF nos dias 26 e 27 de outubro de 2016. Trata-se
da eficácia da revogação das antecipações de tutela, se retroativas (o segurado precisará
devolver as parcelas percebidas) ou prospectivas (sem restituição), o que poderá ser deduzido
pelas partes em sede de embargos de declaração.
Vale registrar que o INSS admite administrativamente a renúncia aos benefícios de pensão
por morte, auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, auxílio-acidente e auxílio-
suplementar, nos termos do Memorando-Circular Conjunto nº 42 DIRBEN/DIRSAT/PFE/INSS, de
26/7/2016.
O pedido de renúncia deve ser formalizado pelo interessado e protocolado no Sistema
Informatizado de Protocolo da Previdência Social-SIPPS. Quando se tratar de espécie de benefício
renunciável, a cessação deverá ocorrer pelo motivo “20-Desistência escrita do titular”.
Nos termos do Memorando-Circular Conjunto nº 47 /DIRBEN/DIRSAT/PFE/INSS, de
11/12/2017, quando se tratar de auxílio-doença com Data de Cessação do Benefício – DCB
decorrente de análise médico-pericial ou aposentadoria por invalidez, o segurado deverá
formalizar o requerimento, sendo encaminhado, necessariamente, para avaliação médico-
pericial a fim de verificar a permanência, ou não, da incapacidade/invalidez. Esta situação deverá
ser enquadrada como renúncia à percepção de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez.
Mesmo que o resultado da perícia seja pela continuidade do benefício, haja vista o direito de
renúncia, ressalta-se que o benefício deverá ser cessado pelo motivo “20”, caso o segurado assim
requeira.
Nos casos em que o segurado, no momento do pedido, esteja em gozo de auxílio-doença em
período de manutenção não decorrente de decisão médico-pericial, seja por Data de Cessação
Administrativa – DCA ou DCB com registro no HISMED de fase 23. Esta situação se enquadra como
cessação administrativa, sendo dispensada a realização do exame médico-pericial. Para tanto,
basta formalizar o pedidona Agência da Previdência Social de manutenção do benefício, sendo
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 1.028
Como consectário lógico da desaposentação, já existiam ações judiciais em trâmite no Brasil
postulando a despensão, que consistia e em uma revisão de pensão por morte, caso o falecido
estivesse aposentado e tivesse continuado trabalhando e recolhendo contribuições
previdenciárias, possuindo salários de contribuição posteriores à concessão da aposentadoria
que poderiam gerar um novo benefício com maior renda.
PÁG. 1.030
Com a rejeição da tese da desaposentação pelo STF em 2016, a tese da despensão foi
definitivamente sepultada.
PÁG. 1.067
Caso o segurado requeira novo benefício, poderá ser utilizada a documentação de processo
anterior que tenha sido indeferido, cancelado ou cessado, ressalvados os benefícios processados
em meio virtual, desde que complemente, se for o caso, a documentação necessária para o
despacho conclusivo41.
Por força do Decreto federal 9.094/2017, exceto se existir dúvida fundada quanto à
autenticidade ou previsão legal, fica dispensado o reconhecimento de firma e a autenticação de
cópia dos documentos expedidos no País e destinados a fazer prova junto a órgãos e entidades
do Poder Executivo federal.
PÁG. 1.076
Logo, neste caso, o fator previdenciário reduziu a renda mensal inicial da aposentadoria por
tempo de contribuição de R$ 3.578,95 para R$ 2.145,87.
No caso de auxílio-doença, nos termos do Memorando-Circular Conjunto nº 6
/DIRSAT/DIRAT/DIRBEN/INSS, de 5/4/2017, ficará disponível no portal da Previdência Social,
a Comunicação de Resultado de Requerimento – CRER de auxílio-doença, sob o nome de
Comunicação de Decisão de Requerimento/Benefício, tendo o interessado acesso à informação
a partir das 21 horas da data de realização da perícia médica, através do endereço
www.previdencia.gov.br, consulta de situação de benefício, resultado de perícia ou através da
Central 135.
Por questões de segurança especialmente do Perito-médico previdenciário, restou vedada a
entrega da CRER na APS no mesmo dia da realização do exame médico pericial, a todos os
segurados/requerentes independentemente do tipo de filiação, ficando ainda proibido ao
41
. Artigo 685, da Instrução Normativa INSS 77/2015.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
servidor do INSS a comunicação do resultado do requerimento por qualquer forma ou meio que
não o determinado neste memorando, sob pena de apuração de responsabilidade a quem
descumprir essa determinação.
(...)
Com o advento da Lei 13.341/2016, o Conselho de Recursos da Previdência Social passou
a se chamar Conselho de Recursos do Seguro Social, sendo vinculado ao Ministério do
Desenvolvimento Social e Agrário, pois foi extinto o Ministério da Previdência Social.
Também competirá às Juntas de Recursos do CRSS apreciar recurso contra decisão do INSS
acerca da configuração do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário – NTEP. Após a
interposição do recurso pelo segurado ou seu dependente, o INSS apresentará razões de
contrariedade, também no prazo de 30 dias.
Na hipótese de Recurso Ordinário, serão considerados como contrarrazões do INSS os
motivos do indeferimento, não havendo mais a apresentação de peça específica pela autarquia
previdenciária.
PÁG. 1.083
Poderão ser interpostos no prazo de 30 dias, interrompendo o prazo para cumprimento do
acórdão, sendo restituído todo o prazo de trinta dias após a sua solução. A interrupção cessa a
partir da intimação das partes acerca da decisão dos declaratórios, quando passa a fluir o lapso
temporal de 30 (trinta) dias.
Os embargos de declaração serão opostos pelas partes do processo, mediante petição
fundamentada, dirigida ao Presidente do órgão julgador, no prazo de trinta dias contados da
ciência do acórdão.
Nos Embargos de Declaração, via de regra, não há necessidade de se oportunizar a
manifestação da parte contrária, salvo nos casos em que a pretensão do embargante, na
integração do julgado, implicar na modificação da decisão final, hipótese em que,
excepcionalmente, deverá ser oportunizado o oferecimento de contrarrazões ao embargado.
Os embargos de declaração opostos tempestivamente interrompem o prazo para a
interposição de recurso especial, para a apresentação de Reclamação ao Conselho Pleno e para
o Pedido de Uniformização de Jurisprudência.
No entanto, para corrigir erro material, os embargos de declaração serão cabíveis a
qualquer tempo, entendendo-se como tal os decorrentes de erros de grafia, numéricos, de
cálculos ou, ainda, de outros equívocos semelhantes, que não afetem o mérito do pedido, o
fundamento ou a conclusão do voto, bem como não digam respeito às interpretações jurídicas
dos fatos relacionados nos autos, o acolhimento de opiniões técnicas de profissionais
especializados ou o exercício de valoração de provas.
PÁG. 1.094
Quando o segurado ou dependente necessitar de deslocamento em localidade diversa da
sua residência para realizar exame médico pericial ou reabilitação profissional, deverá o INSS
pagar uma diária no valor de R$ 94,34 (valor atualizado para 2018 ), a qual será dobrada caso
seja necessária a presença de acompanhante.
PÁG. 1.104
No entanto, de modo atécnico, o STJ vinha pronunciando através da 3ª Seção, o direito do
contribuinte individual autônomo em perceber benefício por acidente de trabalho, firmando,
inclusive, a competência da Justiça Estadual para processar tais demandas previdenciárias:
PÁG. 1.264
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 1.266
Interpreta-se esse entendimento como equivocado, pois viola a exigência do prévio
requerimento administrativo como condição para a propositura da ação judicial (tese firmada pelo
STF), considerando que se os pressupostos para a concessão do benefício se realizaram após o
indeferimento administrativo, isso significa que a negativa do INSS foi correta e que o segurado
deve entrar como novo requerimento administrativo após implementar os requisitos.
Ademais, o INSS será condenado judicialmente (com ônus de sucumbência) a conceder um
benefício, embora tenha sido acertado o indeferimento na DER administrativa, o que acaba sendo
deveras esdrúxulo.
Outrossim, a tese amplia o número de demandas judiciais, pois muitos destes casos
culminariam com o reconhecimento administrativo do pedido, acaso ofertado novo requerimento
administrativo após o preenchimento dos requisitos.
Alguns magistrados entendem que se o beneficiário da Previdência Social ofertar mais de um
requerimento administrativo, o requerimento seguinte importa em desistência tácita do pedido
anterior.
Essa tese faz com que os atrasados entre o primeiro e o segundo requerimento
administrativo não seja alvo de condenação judicial.
(...)
Permissa venia, entende-se que essa tese é equivocada, pois não é possível presumir que a
renovação do requerimento administrativo importa em desistência do anterior, posto que qualquer
ato de disposição patrimonial exige manifestação expressa e induvidosa de vontade.
Na verdade, a renovação do requerimento administrativo decorre da necessidade urgente da
concessão do benefício previdenciário ao beneficiário, que em algumas oportunidades tem direito
ao benefício, e em outras não tem.
Logo, comprovado que desde a DER administrativa originária o segurado ou seu dependente já
preenchia os requisitos para o deferimento do benefício, a DIB deve ser a primeira DER
administrativa, respeitada apenas a prescrição quinquenal.
Nesse sentido, de acordo com o TRF da 1ª Região, “comprovados os requisitos para a
obtenção do benefício postulado desde o primeiro requerimento formulado na órbita
administrativa, o benefício deve ser concedido desde então, sendo desarrazoada a tese de que
o ingresso de novo requerimento administrativo implica
em desistência tácita do requerimento anterior”42.
Por fim, o indeferimento administrativo forçado pelo beneficiário da Previdência Social
também poderá ensejar a falta de interesse-necessidade de agir para propor demanda judicial.
Isso ocorre quando o segurado ou o dependente não apresenta a documentação necessária para
o deferimento do benefício pelo INSS, embora notificado por carta de exigências, culminando
42
AC 0008528-13.2010.4.01.3814 / MG, de 14/10/2015.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
Após a negativa administrativa, ingressa com ação judicial desta feita com a petição inicial
instruída com o devido formulário PPP, que não havia sido juntado no processo administrativo
previdenciário.
PÁG. 1.279
De acordo com o artigo 502, do CPC de 2015, denomina-se coisa julgada material a
autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso, não
fazendo coisa julgada os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte
dispositiva da sentença, assim como a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da
sentença.
Nos termos do artigo 503, do CPC, a decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem
força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida, aplicando-se esta regra à
resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, se:
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de
revelia;
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como
questão principal.
Por outro lado, a questão prejudicial não fará coisa julgada se no processo houver
restrições probatórias ou limitações à cognição que impeçam o aprofundamento da análise da
questão prejudicial.
PÁG. 1.282
PÁG. 1.284
A condenação do INSS para pagar as parcelas vencidas do benefício previdenciário alvo do
processo judicial deve ser acompanhada da correção monetária e dos juros de mora, estes a
contar da citação da autarquia previdenciária.
Vale frisar que os juros de mora nas ações relativas a benefícios previdenciários incidem
a partir da citação válida, nos termos da Súmula 204 do STJ.
Trata-se de súmula aprovada pela Corte Especial do STJ na sessão de 11/3/1998. Isso
porque é a citação válida o ato que demonstra a mora do INSS.
Mesmo após o CPC/2015, a súmula continua válida, pois prevê o seu artigo 240 que a
citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna
litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor.
PÁG. 1.290
A perícia médica é ato privativo do médico, não podendo ser realizada por outros
profissionais. Nesse sentido, disciplina a Lei 12.842/2013 (Lei do Ato Médico) que são atividades
privativas do médico a realização de perícia médica e exames médico-legais, excetuados os
exames laboratoriais de análises clínicas, toxicológicas, genéticas e de biologia molecular.
No entanto, o título de especialista em medicina legal e perícia médica somente pode ser
apresentado pelo médico que participou com êxito do Programa de Residência Médica em
Medicina Legal e Perícia Médica, que possui duração de três anos, nos termos da Resolução CFM
1.973/2011, embora qualquer médico possa promover a perícia previdenciária.
PÁG. 1.294
QUESITOS - AUXÍLIO DOENÇA OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
1. Diante dos exames realizados pode-se afirmar que a parte autora é incapaz
para o trabalho habitual? Deverá o expert indicar os exames em que
fundamentou o seu diagnóstico indicando o(s) CID(s) respectivo (s). É
possível estimar a data provável de recuperação do segurado na hipótese
de incapacidade temporária? (COPES judicial).
(...)
15. Caso a parte autora possua doença controlada com estigma social, a
exemplo da AIDS e da hanseníase, é possível indicar com base nas
informações disponíveis se o meio social em que vive está discriminando-a
no mercado de trabalho ?
PÁG. 1.296
O quesito 10 indaga ao perito se o segurado é portador de doença grave listada na Portaria
Interministerial MPAS 2.998, de 23.08.01 (atual artigo 151 da Lei 8.213/91, com redação dada
pela Lei 13.135/2015, que inseriu a esclerose múltipla). Isto porque nestes casos a carência do
benefício por incapacidade é legalmente dispensada:
PÁG. 1.470
III - não poderão ser considerados os períodos dos RPPS brasileiros, no âmbito do Acordo
Internacional, quando não houver período de seguro para o RGPS brasileiro.
Coube à Instrução Normativa 1/2016, da lavra do Secretário de Políticas de Previdência
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 1.474
No segundo dia útil de cada mês realiza-se a remessa dos créditos relativos aos pagamentos
de benefícios de residentes no exterior para a Instituição Financeira contratada que efetiva os
depósitos dos pagamentos aos beneficiários em países com os quais o Brasil mantém Acordo de
Previdência Social, sendo que os beneficiários da Previdência Social brasileira que residem em
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
países para os quais não há remessa de pagamento devem outorgar procuração, por instrumento
público ou particular, com fim específico de recebimento de benefício.
Coube ao Memorando-Circular Conjunto nº 1 /DIRSAT/DIRBEN/ DIRAT/INSS, de
17/1/2018, padronizar os fluxos e procedimentos para a análise dos requerimentos de benefício
por incapacidade, bem como, a avaliação da incapacidade laborativa de beneficiários no âmbito
dos Acordos Internacionais, devem ser observadas as seguintes orientações:
• Como não há formulário específico para este requerimento, o segurado deve encaminhar
um atestado médico informando sobre a incapacidade de locomover-se ao Brasil,
juntamente com sua solicitação de avaliação médica no exterior para a Coordenação de
Acordos Internacionais – CAINTER, no endereço abaixo, para que seja avaliada a
prorrogação de seu benefício. Na solicitação deverá constar um e-mail e telefone para
contato e os seguintes dados: nome completo, data de nascimento, nome da mãe, o
Número de Identificação do Trabalhador - NIT, endereço completo:
Coordenação de Acordos Internacionais – CAINTER
Setor de Autarquias Sul - SAS. Quadra 2, Bloco "O", sala 805 -
Edifício Sede do INSS. Brasília-DF. Brasil.CEP: 70.070-946
• O INSS por meio da CAINTER protocoliza no SIPPS e solicita ao Itamaraty –
Divisão das Comunidades Brasileiras no Exterior (DBR), a indicação de um médico habilitado
para realizar o exame do segurado e o preenchimento do formulário médico
correspondente;
• após receber a indicação, a CAINTER encaminha o currículo do médico e o
atestado/relatório médico do segurado, que motivou o requerimento/afastamento, à
Coordenação Técnica e da Gestão da Perícia Médica – CTGESPM, na Diretoria de Saúde do
Trabalhador - DIRSAT, para análise e ratificação da indicação;
• a seguir a CAINTER comunica o resultado da análise do currículo do médico ao Itamaraty,
que em caso afirmativo autoriza a realização da avaliação médica. Caso negativo, deverá
providenciar a indicação de outro médico;
• o Consulado Brasileiro informa ao segurado sobre o agendamento para a realização do
exame médico e encaminha toda a documentação devidamente traduzida e juramentada
para a DBR por correio diplomático. Todos os documentos, atestados e exames devem ter
tradução juramentada que deverá ser providenciada pelo próprio segurado;
• a DBR encaminha os documentos à CAINTER/INSS, que direciona à APS correspondente;
• a APS encaminha o processo administrativo com o formulário médico correspondente
preenchido à chefia de SST da respectiva GEx, para que os dados registrados pelo médico
no exterior sejam informados pelo perito médico no Anexo II deste Memorando Circular
Conjunto – Formulário de Conformação dos dados Médicos em requerimentos de Benefício
por Incapacidade no âmbito de Acordos Internacionais;
• após o preenchimento do Anexo II, o processo deverá ser devolvido à APS para a inserção
dos dados pelo servidor administrativo no sistema PRISMA, com posterior devolução à
CAINTER;
• no requerimento de Prorrogação, o tempo total do benefício não deve ultrapassar os 180
(cento e oitenta) dias.
• caso haja necessidade de nova avaliação após o prazo acima, será necessário
deslocamento do requerente ao Brasil para realização de perícia médica.
ANEXO I
NOME DO EXAMINADO
O resultado do exame médico pericial ao qual o examinado acima se submeteu, nesta data,
para fins de beneficio por incapacidade, está indicado nas conclusões abaixo:
( )Sim ( )Não
( )Sim ( )Não
( )Sim ( )Não
( )Sim ( )Não
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
LOCAL E DATA DA REALIZAÇÃO DO EXAME MÉDICO PERICIAL
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
ANEXO II
NOME DO EXAMINADO:
1. CID-10: __________________/__________________/______________________
( ) Sim ( )Não
(Ao informar o limite no PRISMA, o servidor da APSAI deve observar os prazos máximos
de afastamento constantes no Memorando Circular Conjunto: no requerimento inicial,
prazo máximo de afastamento será de 90 (noventa) dias; no requerimento de
Prorrogação, o tempo total do benefício não deve ultrapassar os 180(cento e oitenta)
dias).
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
( )Sim ( )Não
( )Sim ( )Não
( )Sim ( )Não
( )Sim ( )Não
6.2. Endereço:
6.4. Telefone:
Por fim, não cabe o encaminhamento do segurado em benefício sob a legislação de Acordo
Internacional para a reabilitação profissional em razão das estruturas previdenciárias específicas
de cada país acordante.
PÁG. 1.533
D) Suíça;
E) Moçambique
PÁG. 1.542
É vedado o pagamento de benefícios, mediante convênios ou consórcios entre Estados,
entre Estados e Municípios e entre Municípios, por força do artigo 1º, inciso V, da Lei 9.717/98.
Anteriormente, a cobertura previdenciária mínima de aposentadoria e pensão, exigida
do RPPS, até o início da vigência da Medida Provisória-MP nº 1.723, de 29 de outubro de 1998,
convertida na Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, podia ser prestada de forma direta,
indireta ou mista, a saber:
a) Direta – quando prestada pelos próprios entes federativos (União, Estados, Distrito
Federal ou Municípios);
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 1.545
Nesse sentido, é forçoso reconhecer que o artigo 103, §2º, da Lei 8.112/90, ao dispor que
“será contado em dobro o tempo de serviço prestado às Forças Armadas em operações de
guerra” não foi recepcionado pela EC 20/1998, não podendo ser aplicado para a contagem de
tempo de contribuição em dobro em razão da participação do militar da União em potenciais,
futuras e indesejáveis guerras.
Ademais, de acordo com o TCU (Acórdão 6105/2017 Primeira Câmara), não é possível
computar o tempo de inatividade para fins de nova aposentadoria após o advento da EC
20/1998, a qual derrogou o § 1º44 do art. 103 da Lei 8.112/1990, mesmo aquele decorrido sob a
égide da EC 41/2003, uma vez que a contribuição do servidor inativo é inferior à do ativo e não
há contribuição por parte da União, suas autarquias e fundações quando o servidor está na
inatividade.
PÁG. 1.546
Com efeito, pontifica com acerto o TCU que “assim como o tempo rural, a contagem de
período laborado como pescador artesanal somente é possível, no regime estatutário, se
acompanhada do recolhimento das contribuições previdenciárias devidas. Ilegalidade e negativa
de registro do ato. Opção de retornar à atividade ou comprovar o recolhimento das
contribuições previdenciárias”45.
Embora a certidão de tempo de serviço rural expedida pelo INSS tenha validade para
garantir a produção de efeitos no âmbito da previdência geral, ela não é suficiente para
percepção de benefício no regime estatutário quando não acompanhada da comprovação de
recolhimento das respectivas contribuições previdenciárias46.
PÁG. 1.548
o) Paralelamente, sugere-se que sejam revistas e confirmadas as averbações já
efetuadas, as concessões nos casos de acumulação de cargos e as CTC emitidas
pelo RPPS, de forma a corrigir, tempestivamente, eventuais irregularidades. E
quando o ente tiver ciência de que houve a concessão de aposentadoria pelo
INSS, computando parte do tempo de cargo público regido por Estatuto,
43
Memorando-Circular nº 30 /DIRBEN/INSS, de 19/9/2017.
44
§ 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas para nova aposentadoria.
45
. ACÓRDÃO 2614/2013 Segunda Câmara
46
Acórdão TCU 4216/2017 Primeira Câmara (Aposentadoria, Relator Ministro Benjamin Zymler).
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 1.549
Nesse sentido, de acordo com o TCU, “somente é possível a contagem ficta decorrente da
conversão do tempo de serviço prestado em condições especiais, admitida para períodos
anteriores à Lei 8.112/90 sob o regime celetista, quando houver comprovação da existência de risco
à integridade física do empregado ou da presença de agentes nocivos à sua saúde no local de
trabalho, mediante laudo pericial emitido por autoridade competente, ressalvados os casos em que
47
Memorando-Circular nº 30 /DIRBEN/INSS, de 19/9/2017.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
(...)
A Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN) prevê que “computar-se-á, para efeito de
aposentadoria e disponibilidade, o tempo de exercício da advocacia, até o máximo de quinze
anos, em favor dos Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos membros dos demais Tribunais
que tenham sido nomeados para os lugares reservados a advogados, nos termos da
Constituição Federal”.
É evidente que e emissão de CTC para membro do Poder Judiciário oriundo do quinto
constitucional pertinente ao exercício de advocacia exige o recolhimento da contribuição
previdenciária na condição de contribuinte individual autônomo, nos termos da Lei 8.212/91,
posterior à edição da LOMAN e do Princípio Constitucional da Contributividade à Previdência
Social.
Acaso não tenha havido o devido recolhimento da contribuição previdenciária, o INSS
somente poderá emitir a CTC se houver o prévio pagamento da indenização previdenciária de
que trata o artigo 45-A da Lei 8.212/91.
PÁG. 1.550
No caso dos militares da União, serão aplicáveis as disposições da Lei 6.880/80, que aprovou
o Estatuto dos Militares, e não da Lei 9.717/98.
Não se admite a aposentação, pelo regime próprio de previdência social dos servidores
públicos da União, de ex-empregados de empresas públicas extintas alcançados pela anistia
prevista na Lei 8.878/1994, uma vez que o reingresso nos quadros da Administração Pública não
altera o regime de celetista para estatutário50.
PÁG. 1.554
A alíquota da contribuição previdenciária dos servidores estaduais, distritais e municipais
não poderá ser inferior à dos servidores federais.
PÁG. 1.556
A base de cálculo das contribuições previdenciárias do segurado apenas será formada por
parcelas remuneratórias do labor, devendo ser excluídas as indenizatórias. Nesse sentido, por
força do artigo 4º, §1º, da Lei 10.887/04, aditado e alterado pelas Leis 12.688/2012,
13.328/2016 e 13.464/2017, no que concerne ao servidor federal, entende-se como base de
contribuição o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes
estabelecidas em lei, os adicionais de caráter individual ou quaisquer outras vantagens,
excluídas:
48
. Acórdão 7133/2015 Primeira Câmara (Aposentadoria, Relator Ministro Benjamin Zymler)
49
Acórdão 2509/2017 Primeira Câmara (Aposentadoria, Relator Ministro Vital do Rêgo)
50
Acórdão TCU 1331/2017 Plenário (Aposentadoria, Relator Ministro Augusto Nardes).
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
Não incidirá contribuição previdenciária sobre as seguintes parcelas recebidas pelo servidor
federal:
I - as diárias para viagens;
II - a ajuda de custo em razão de mudança de sede;
III - a indenização de transporte;
IV - o salário-família;
V - o auxílio-alimentação;
VI - o auxílio pré-escolar;
VII - as parcelas remuneratórias pagas em decorrência de local de trabalho;
VIII - a parcela percebida em decorrência do exercício de cargo em comissão ou de função
comissionada ou gratificada;
IX - o abono de permanência de que tratam o § 19 do art. 40 da Constituição Federal, o § 5º
do art. 2º e o § 1º do art. 3º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003;
X - o adicional de férias;
XI - o adicional noturno;
XII - o adicional por serviço extraordinário;
XIII - a parcela paga a título de assistência à saúde suplementar;
XIV - a parcela paga a título de assistência pré-escolar;
XV - a parcela paga a servidor público indicado para integrar conselho ou órgão deliberativo,
na condição de representante do governo, de órgão ou de entidade da administração pública
do qual é servidor;
XVI - o auxílio-moradia;
XVII - a Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso, de que trata o art. 76-A da Lei no
8.112, de 11 de dezembro de 1990;
XVIII - a Gratificação Temporária das Unidades dos Sistemas Estruturadores da Administração
Pública Federal (GSISTE), instituída pela Lei no 11.356, de 19 de outubro de 2006;
XIX - a Gratificação Temporária do Sistema de Administração dos Recursos de Informação e
Informática (GSISP), instituída pela Lei no 11.907, de 2 de fevereiro de 2009;
XX - a Gratificação Temporária de Atividade em Escola de Governo (GAEG), instituída pela Lei
nº 11.907, de 2 de fevereiro de 2009;
XXI - a Gratificação Específica de Produção de Radioisótopos e Radiofármacos (GEPR),
instituída pela Lei nº 11.907, de 2 de fevereiro de 2009;
XXII - a Gratificação de Raio X;
XXIII - a parcela relativa ao Bônus de Eficiência e Produtividade na Atividade Tributária e
Aduaneira, recebida pelos servidores da carreira Tributária e Aduaneira da Receita Federal
do Brasil;
XXIV - a parcela relativa ao Bônus de Eficiência e Produtividade na Atividade de Auditoria-
Fiscal do Trabalho, recebida pelos servidores da carreira de Auditoria-Fiscal do Trabalho;
Por outro lado, o servidor federal ocupante de cargo efetivo poderá optar pela inclusão,
na base de cálculo da contribuição, de parcelas remuneratórias percebidas em decorrência de
local de trabalho e do exercício de cargo em comissão ou de função comissionada ou gratificada,
da Gratificação Temporária das Unidades dos Sistemas Estruturadores da Administração Pública
Federal (GSISTE), da Gratificação Temporária do Sistema de Administração dos Recursos de
Informação e Informática (GSISP), da Gratificação Temporária de Atividade em Escola de
Governo (GAEG), da Gratificação Específica de Produção de Radioisótopos e Radiofármacos
(GEPR), da Gratificação de Raio X e daquelas recebidas a título de adicional noturno ou de
adicional por serviço extraordinário, para efeito de cálculo do benefício a ser concedido com
fundamento no art. 40 da Constituição Federal e no art. 2º da Emenda Constitucional nº 41, de
19 de dezembro de 2003, respeitada, em qualquer hipótese, a limitação estabelecida no § 2º do
art. 40 da Constituição Federal.
(...)
A contribuição das entidades políticas não poderá ser inferior à do servidor, nem superior
ao dobro deste, na forma do artigo 2º, da Lei 9.717/98. No caso da União, suas autarquias e
fundações, foi fixada no teto, ou seja, no dobro da remuneração do servidor federal, a teor do
artigo 8º51, da Lei 10.887/2004.
Como se tratam de regras do RPPS federal, cabe aos estados, Distrito Federal e municípios
a edição de normas locais contemplando as parcelas que sofrerão ou não a incidência da
contribuição previdenciária ao RPPS.
PÁG. 1.573
Ainda de acordo com a Corte de Contas, o prazo decadencial a que se refere o art. 54 da Lei
9.784/1999 somente começa a contar a partir da data de registro do ato pelo TCU. Quando o
ato de pessoal é apreciado pela ilegalidade, com negativa de registro, não há que se falar em
início da contagem do prazo decadencial, até porque tal ato ilegal não existia no mundo
jurídico52.
Ademais, “solicitar aposentadoria sem ter tempo suficiente para tanto não é
irregularidade de per si nem configura fraude por parte do peticionário, pois cabe ao órgão
responsável examinar a documentação apresentada e indeferir o benefício quando não
satisfeitos os requisitos legais. No entanto, caso se comprove a participação do peticionário em
ilícito para a concessão irregular de benefício previdenciário, ele deve ser incluído como
responsável solidário na devida tomada de contas especial”53.
PÁG. 1.578
Na hipótese de cargos que poderão ser acumulados, a soma dos proventos não poderá
51
Art. 8o A contribuição da União, de suas autarquias e fundações para o custeio do regime de previdência,
de que trata o art. 40 da Constituição Federal, será o dobro da contribuição do servidor ativo, devendo o
produto de sua arrecadação ser contabilizado em conta específica.
Parágrafo único. A União é responsável pela cobertura de eventuais insuficiências financeiras do regime
decorrentes do pagamento de benefícios previdenciários.
52
Acórdão 4837/2017 Primeira Câmara (Embargos de Declaração, Relator Ministro Vital do Rêgo).
53
. Acórdão 1657/2014 Plenário (Tomada de Contas Especial, Relator Ministro Benjamin Zymler).
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
ultrapassar o teto do funcionalismo público, que é o subsídio dos Ministros do STF, assim como
a soma de remuneração com proventos de inatividade.
De acordo com o TCU, a observância do teto constitucional, nas hipóteses de acumulação
de remuneração com proventos ou pensão, é obrigatória mesmo quando envolver poderes ou
esferas de governo distintos, em face do que rege o art. 40, § 11, da Constituição Federal
(Acórdão 2190/2017 Plenário).
PÁG. 1.596
O que se exige é que o rol de doenças graves, contagiosas ou incuráveis esteja prevista na
lei do RPPS, e não o rol de doenças ocupacionais:
PÁG. 1.597
Vale frisar que se divulgou na imprensa que a proposta inicial dessa emenda constitucional
visava à concessão de aposentadoria por invalidez com proventos integrais aos antigos servidores,
mas este não foi o texto aprovado, mantendo-se a regra dos proventos proporcionais.
Por se tratar de acumulação ilegal, o desligamento por invalidez permanente (art. 40, § 1º,
inciso I, da Constituição Federal) de servidor público já aposentado em outro cargo público
inacumulável se dá pelo instituto da vacância, e não por meio do instituto da aposentadoria,
haja vista a vedação constitucional ao acúmulo de aposentadorias decorrentes de cargos
inacumuláveis (art. 40, § 6º, da CF)54.
PÁG. 1.599
Somente no caso dos servidores do Serviço Exterior Brasileiro foi criada uma espécie de
regra de transição, pois será aplicado progressivamente à razão de 1 (um) ano adicional de limite
para aposentadoria compulsória ao fim de cada 2 (dois) anos, a partir de 4 de dezembro de 2015,
até o limite de 75 (setenta e cinco) anos:
4/12/2017 71 anos
4/12/2019 72 anos
54
Acórdão 3213/2017 Primeira Câmara (Embargos de Declaração, Relator Ministro Benjamin Zymler).
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
4/12/2021 73 anos
4/12/2023 74 anos
4/12/2025 75 anos
PÁG. 1.605
A questão foi solucionada com o advento da LC 152/2015, tendo sido revogada
expressamente a aposentadoria compulsória aos 65 anos de idade para o servidor policial,
sendo aplicável desde então a idade de 75 anos.
No entanto, ficou pendente de resolução a situação dos policiais aposentados
compulsoriamente aos 65 anos, que devem ser reintegrados ao serviço público ante a manifesta
inconstitucionalidade do artigo 2º, da LC 144/2014.
PÁG. 1.607
Este posicionamento é irrazoável, na medida em que irá desestimular a licença de
capacitação do professor do ensino básico, que não poderá contar o período para a redução da
aposentadoria do professor.
Vale registrar que é remansoso que a aposentadoria do professor deixou de ostentar a
natureza de aposentadoria por agentes nocivos à saúde desde a EC 18/1981, somente existindo
direito de conversão de tempo de contribuição até essa alteração constitucional.
Veja-se o TCU:
Acórdão 10569/2017 Primeira Câmara (Aposentadoria, Relator Ministro Benjamin Zymler)
PÁG. 1.611
Trata-se do abono de permanência pelo regramento permanente de aposentadoria
voluntária por idade e tempo de contribuição com proventos integrais, inserido no § 19 do artigo
40 da Constituição Federal.
Evidente que os professores do ensino básico possuem direito ao abono de permanente com
a redução em cinco anos na idade e no tempo de contribuição na aposentadoria com proventos
integrais.
PÁG. 1.613
O objetivo do Poder Público com a criação do abono de permanência é manter o servidor
público que já possui direito a uma das regras de aposentadoria acima referidas em atividade,
com um gasto extra equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária, postergando o
aumento de despesas com a nomeação de novos servidores para suprir a inatividade do
aposentado.
Algumas leis de RPPS fixam o termo inicial dos efeitos financeiros do abono de permanência
na data do requerimento administrativo quando requerido após determinado prazo, e não na data
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
A Constituição Federal não trata do tema, mas mesmo assim o STF entende que os atrasados
são devidos ao servidor (obviamente, respeitada a prescrição quinquenal), afastando as citadas
leis estaduais:
PÁG. 1.671
Já a reserva remunerada é outra modalidade de inatividade em que os reformados poderão
executar tarefa por tempo certo, segundo regulamentação para cada Força Armada.
Para o TCU, a incapacidade para o serviço ativo militar não resulta necessariamente em
incapacidade para o exercício de atividade na esfera civil (Acórdão 3773/2017 -Segunda Câmara
- Tomada de Contas Especial, Relator Ministro-Substituto André de Carvalho).
PÁG. 1.673
A contribuição previdenciária do servidor público federal para o RPPS da União será de
11% sobre o total da sua remuneração, nos termos do artigo 4º, da Lei 10.887/04, devendo ser
excluídas as parcelas indenizatórias.
Por força da MP 805/2017, acaso o servidor federal perceba remuneração acima do teto
do Regime Geral, a parcela excedente sofrerá incidência de contribuição previdenciária com a
alíquota de 14%.
A MP 805/2017 vigorou somente até o dia 8 de abril de 2018, tendo decaído por ausência de
votação no Congresso Nacional. Daí que as informações suso postas se limitam até essa data,
restaurando-se o regime jurídico anterior com a alíquota de 11%.
No dia 18/12/2017, ao conceder liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5809,
ajuizada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), o ministro Ricardo Lewandowski demonstrou
que, com a edição da medida provisória 808/2017, “os servidores públicos do Poder Executivo
Federal serão duplamente afetados pelo mesmo ato. Primeiro, por cercear-se um reajuste salarial
já concedido mediante lei; depois por aumentar-se a alíquota da contribuição previdenciária, que
passa a ser arbitrariamente progressiva, sem qualquer consideração de caráter técnico a ampará-
la”.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
Além de cancelar o pagamento dos aumentos, que já haviam sido aprovados, e que estavam
sendo pagos de forma parcelada, a medida provisória também aumentou de 11% para 14% a
contribuição social devida pelos servidores públicos, incidente sobre a parcela que ultrapassa o
teto das aposentadorias regidas pelo regime geral de previdência social. Nesse ponto,
Lewandowski ressaltou que a Suprema Corte “já decidiu que a instituição de alíquotas
progressivas para a contribuição previdenciária de servidores públicos ofende a vedação do
estabelecimento de tributo com efeito confiscatório”.
Assim, a alíquota de 14% foi suspensa em medida cautelar passível de apreciação pelo
Plenário.
Não incidirá contribuição previdenciária sobre as seguintes parcelas recebidas pelo servidor
federal:
I - as diárias para viagens;
II - a ajuda de custo em razão de mudança de sede;
III - a indenização de transporte;
IV - o salário-família;
V - o auxílio-alimentação;
VI - o auxílio pré-escolar;
VII - as parcelas remuneratórias pagas em decorrência de local de trabalho;
VIII - a parcela percebida em decorrência do exercício de cargo em comissão ou de função
comissionada ou gratificada;
IX - o abono de permanência de que tratam o § 19 do art. 40 da Constituição Federal, o § 5º
do art. 2º e o § 1º do art. 3º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003;
X - o adicional de férias;
XI - o adicional noturno;
XII - o adicional por serviço extraordinário;
XIII - a parcela paga a título de assistência à saúde suplementar;
XIV - a parcela paga a título de assistência pré-escolar;
XV - a parcela paga a servidor público indicado para integrar conselho ou órgão deliberativo,
na condição de representante do governo, de órgão ou de entidade da administração pública
do qual é servidor;
XVI - o auxílio-moradia;
XVII - a Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso, de que trata o art. 76-A da Lei no
8.112, de 11 de dezembro de 1990;
XVIII - a Gratificação Temporária das Unidades dos Sistemas Estruturadores da Administração
Pública Federal (GSISTE), instituída pela Lei no 11.356, de 19 de outubro de 2006;
XIX - a Gratificação Temporária do Sistema de Administração dos Recursos de Informação e
Informática (GSISP), instituída pela Lei no 11.907, de 2 de fevereiro de 2009;
XX - a Gratificação Temporária de Atividade em Escola de Governo (GAEG), instituída pela Lei
nº 11.907, de 2 de fevereiro de 2009;
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
Por outro lado, o servidor federal ocupante de cargo efetivo poderá optar pela inclusão, na
base de cálculo da contribuição, de parcelas remuneratórias percebidas em decorrência de local
de trabalho e do exercício de cargo em comissão ou de função comissionada ou gratificada, da
Gratificação Temporária das Unidades dos Sistemas Estruturadores da Administração Pública
Federal (GSISTE), da Gratificação Temporária do Sistema de Administração dos Recursos de
Informação e Informática (GSISP), da Gratificação Temporária de Atividade em Escola de
Governo (GAEG), da Gratificação Específica de Produção de Radioisótopos e Radiofármacos
(GEPR), da Gratificação de Raio X e daquelas recebidas a título de adicional noturno ou de
adicional por serviço extraordinário, para efeito de cálculo do benefício a ser concedido com
fundamento no art. 40 da Constituição Federal e no art. 2º da Emenda Constitucional nº 41, de
19 de dezembro de 2003, respeitada, em qualquer hipótese, a limitação estabelecida no § 2º do
art. 40 da Constituição Federal.
(...)
Outrossim, a contribuição previdenciária dos aposentados e pensionistas do
RPPS da União apenas incidirá sobre a parcela que exceder o teto do RGPS4, sendo
exigida a partir de 20 de maio de 2004, conforme previsto expressamente no artigo
16, da Lei 10.887/04, observada a mesma alíquota dos ativos.
PÁG. 1.675
Já a aposentadoria com critérios especiais para os servidores portadores de deficiência, em
atividades de risco (salvo policiais) ou que sejam exercidas sob condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade física, ainda não foi regulamentada por lei complementar,
o que não impediu o STF de integrar a mora com a aplicação analógica das normas do RGPS ao
RPPS.
(...)
No entanto, conforme visto no Capítulo anterior, a Emenda 88/2015 permitiu a edição de
lei complementar nacional para elevar a aposentadoria compulsória para os 75 anos de idade,
observada a regra de transição inserida no artigo 100 do ADCT e do Serviço Exterior Brasileiro.
A regulamentação se deu pela LC 152/2015.
(...)
De efeito, de acordo com o TCU, “na aposentadoria por invalidez, a vigência da concessão
se inicia com a publicação da portaria no Diário Oficial da União, e não com a emissão do laudo
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
médico, que apenas se pronuncia sobre as condições físicas do servidor para o trabalho55”.
De acordo com o TCU, a integralização de proventos, em razão de doença superveniente na
inatividade (art. 190 da Lei 8.112/1990), não transmuda a natureza jurídica da aposentadoria
voluntária proporcional para aposentadoria por invalidez. Nesse caso, o fundamento legal do
ato concessório não deverá ser modificado de aposentadoria voluntária para aposentadoria por
invalidez permanente, devendo, contudo, como supedâneo para a integralização do provento,
ser incluído o art. 190 da Lei 8.112/1990 no ato de alteração da concessão de aposentadoria56.
(...)
Para o TCU57, a visão monocular não caracteriza cegueira para efeito do art. 186 da Lei
8.112/1990, não autorizando a integralização dos proventos em virtude de doença incapacitante
superveniente (art. 190 da Lei 8.112/1990), salvo na hipótese em que atendido o requisito
estipulado no art. 4°, inciso III58, do Decreto 3.298/1999.
PÁG. 1.680
Resta saber se este posicionamento será mantido, pois sabemos que o STF rejeitou a tese
da desaposentação sem previsão normativa, conforme visto no Título II desta obra.
Considerando que o STF classifica a aposentadoria no RPPS como ato jurídico complexo,
tese que particularmente não concordamos, entende-se que até a edição do registro no Tribunal
de Contas poderá o servidor exercer de modo legítimo o seu direito de arrependimento, desde
que restitua integralmente as parcelas recebidas do benefício acrescidas do índice legal de
correção monetária, haja vista que se afastou do trabalho após a publicação do ato de concessão
da autoridade administrativa.
Após perpetrado o registro, destarte, não será mais possível a desistência do pedido,
recaindo na vedação à renúncia da aposentadoria (desaposentação), tese firmada pelo STF em
26 de outubro de 2016 pela ausência de previsão normativa da renúncia à aposentadoria, salvo
se alguma lei local de RPPS autorizar expressamente.
No RPPS do Estado de São, por exemplo, a SPPREV somente aceita o pedido de desistência
até a publicação do ato da autoridade administrativa que conceda a aposentadoria, e não até o
registro no TCE, conforme disposto no Manual de Aposentadoria elaborado pela Diretoria de
Benefício dos Servidores Públicos.
PÁG. 1.717
No final do ano de 2017, em sessão administrativa, o STF se posicionou pela mesma linha de
raciocínio desta obra, conforme publicado no site oficial:
55
. Acórdão 2361/2013 Plenário
56
Acórdão 437/2017 Primeira Câmara (Aposentadoria, Relator Ministro José Múcio Monteiro).
57
Acórdão 2176/2017 Primeira Câmara (Aposentadoria, Relator Ministro Benjamin Zymler).
58
III - deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho,
com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho,
com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os
olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores;
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na sessão administrativa realizada nesta quarta-
feira (29), que os servidores oriundos de estados, do Distrito Federal e dos municípios que
ingressaram no STF depois da criação do regime complementar de previdência dos
servidores públicos e da instituição do Fundo de Previdência dos Servidores do Judiciário da
União (Funpresp-Jud) têm direito ao regime previdenciário próprio anterior, sem limitação
ao teto do Regime Geral de Previdência Social. A exigência é que tenham sido ocupantes
titulares de cargos efetivos nos entes federativos e que não tenha havido descontinuidade
no serviço público – ou seja, desde que o servidor tenha saído do poder público local e
entrado imediatamente no STF.
A decisão foi por maioria. O ministro Marco Aurélio ficou vencido, por considerar que há, de
qualquer forma, uma descontinuidade, uma vez que houve o desligamento do servidor do
poder local antes de seu exercício no STF.
(...)
Tem-se notícia que o Estado do Ceará também constituiu regime de previdência
complementar para os seus servidores efetivos, assim como Minas Gerais, Espírito Santo,
Rondônia, Bahia e Pernambuco.
Vale registar que o Estado de São Paulo, por intermédio da Lei estadual 16.391/2017,
permitiu que possam figurar como patrocinadores os demais entes da Federação, suas
autarquias e fundações, mediante prévia autorização do Conselho Deliberativo da SP-PREVCOM,
por maioria absoluta, e desde que firmem convênio de adesão e venham a aderir ao plano de
benefícios previdenciários complementares administrado pela referida entidade.
Assim, estados e municípios poderão criar um regime de previdência complementar para os
servidores públicos por lei local sem a necessidade da constituição de entidade fechada,
firmando convênio de adesão com a SP-PREVCOM, que irá gerir o plano, o que está sendo
avençado com o Estado de Rondônia.
Esperava-se que essa abertura se desse no modelo federal, mas o projeto de lei
6.088/2016 ainda não foi aprovado. Ele permite que os planos de benefícios estaduais, distritais
e municipais possam ser administrados pela Funpresp-Exe.
PÁG. 1.721
Por sua autonomia, vale ressaltar que a relação previdenciária privada não integra o
contrato de trabalho dos participantes, pois não se confunde ou depende da relação laborativa.
De acordo com o STJ, a relação contratual mantida entre a entidade de previdência privada
administradora do plano de benefícios e o participante não se confunde com a relação laboral
mantida entre o participante trabalhador e a patrocinadora59.
PÁG. 1.726
No entanto, essa regra não possui natureza absoluta pela jurisprudência do STJ. Isso
porque, de acordo com a Corte Superior, “a impenhorabilidade dos valores depositados em
fundo de previdência privada complementar deve ser aferida pelo Juiz casuisticamente e se
caracteriza nos casos de comprovada utilização dos valores para a subsistência familiar”60.
59
Precedentes: AgInt no AREsp 740736/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 15/09/2016, DJe 21/09/2016; AgInt no AREsp 567772/SE, Rel. Ministro MARCO
BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 04/08/2016, DJe 16/08/2016; REsp 1443304/SE, Rel. Ministro
RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/05/2015, DJe 02/06/2015;
REsp 909861/SC, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/04/2012, DJe
11/05/2012.
60
Precedentes: AgRg no REsp 1382845/PR, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA
TURMA, julgado em 24/03/2015, DJe 30/03/2015; EREsp 1121719/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 12/02/2014, DJe 04/04/2014; AREsp 986463/RJ (decisão monocrática), Rel.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
Tal qual foi firmado pela 1ª Seção do STJ para os benefícios do RGPS, existe precedente
da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça pela reversão da antecipação de tutela
posteriormente revertida em favor de participante de plano de previdência complementar,
observado o limite mensal de 10% para desconto em folha:
PÁG. 1.733
A tese foi confirmada pela 2ª Seção do STJ: REsp 1.564.070-MG, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, Segunda Seção, por unanimidade, julgado em 22/3/2017, DJe 18/4/2017. (Tema 941)
- Nos planos de benefícios de previdência complementar administrados por entidade fechada,
a previsão regulamentar de reajuste, com base nos mesmos índices adotados pelo Regime
Geral de Previdência Social, não inclui a parte correspondente a aumentos reais.
PÁG. 1.739
No âmbito da PREVIC, nos termos da Instrução 10/2014, restou instalada a Comissão de
Mediação, Conciliação e Arbitragem - CMCA, que funciona de acordo com as regras
estabelecidas no Regulamento de Mediação, Conciliação e Arbitragem, considerando que a
autarquia possui competência legal para funcionar como instituição arbitral, ao lado dos árbitros
e instituições arbitrais já existentes ou que venham a ser constituídas, sendo a autarquia, nesta
matéria, mais uma opção à disposição do sistema de previdência complementar fechada.
Com propriedade, os planos de benefícios das entidades fechadas poderão ser instituídos
por patrocinadores e instituidores, sendo obrigatório o regime financeiro de capitalização para
os benefícios de pagamento em prestações que sejam programadas e continuadas.
PÁG. 1.750
Contudo, de acordo com a 2ª Seção do STJ, “a Súmula 289/STJ tem sua aplicação restrita
às hipóteses em que houver o definitivo rompimento do vínculo contratual estabelecido entre
o participante e a entidade de previdência complementar”61.
Ministro MOURA RIBEIRO, julgado em 22/09/2016, DJe 28/09/2016; REsp 1363392/SP (decisão
monocrática), Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, julgado em 27/06/2016, DJe 01/08/2016. (VIDE
INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA N. 535).
61
Precedentes: AgInt no AREsp 526527/PR, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
23/08/2016, DJe 09/09/2016; EDcl no REsp 1548821/DF, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 23/06/2016, DJe 01/07/2016; EDcl no AgRg no REsp 1336910/RS, Rel.
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 05/05/2016, DJe 11/05/2016; AgRg no Ag
1166363/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 15/03/2016, DJe 31/03/2016;
AgRg nos EDcl no AREsp 602198/ SC, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado
em 08/03/2016, DJe 28/03/2016; AgRg nos EAREsp 509379/SC, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS
CUEVA, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 28/10/2015, DJe 04/11/2015. (VIDE INFORMATIVO DE
JURISPRUDÊNCIA N. 550).
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
benefícios de previdência complementar para outro plano dentro da mesma entidade, pois a
migração, por meio de transação, envolve concessões recíprocas, com a transferência das
reservas de um plano de benefícios para outro da mesma entidade, auferindo-se, em
contrapartida, certa vantagem, o que não se confunde com o resgate das contribuições62.
PÁG. 1.757
De acordo com o STJ, os pedidos de revisão de benefícios complementares devem ser
instruídos com perícia técnica que demonstre a manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial
da entidade de previdência privada63.
Vale registrar que a sentença trabalhista que deferir ao participante verbas salariais não
gera a necessária revisão da renda do benefício da previdência complementar, ante a autonomia
da previdência complementar e a sua fundamentação na constituição de reservar que garantam
o benefício contratado, devendo ser observado o caso concreto para preservar o equilíbrio
financeiro e atuarial do plano.
PÁG. 1.760
No caso de entidade aberta, uma vez realizada uma das hipóteses de intervenção extrajudicial,
a SUSEP poderá nomear, por prazo determinado, prorrogável a seu critério e a expensas da
respectiva entidade, um diretor-fiscal, sem poderes de gestão, que, se reconhecer a inviabilidade
de recuperação da entidade aberta ou a ausência de qualquer condição para o seu funcionamento,
proporá a decretação da intervenção ou da liquidação extrajudicial.
Colaciona-se, como exemplo, a Portaria PREVIC 955/2017 que determinou a intervenção na
POSTALIS:
62
AgRg no AREsp 29505, de 20/10/2015.
63
Precedentes: AgRg no AgRg no REsp 1449265/RS, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA,
julgado em 26/04/2016, DJe 05/05/2016; EDcl no AgRg no REsp 1546364/RS, Rel. Ministro RICARDO
VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/04/2016, DJe 26/04/2016; AgRg no REsp
1439905/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/12/2015, DJe
02/02/2016; EDcl no REsp 1526784/RS, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA,
julgado em 06/08/2015, DJe 13/08/2015; AgRg no AREsp 137726/RS, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe 11/12/2014; REsp 1345326/RS, Rel. Ministro
LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 09/04/2014, DJe 08/05/2014.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 1.766
De acordo com o TCU64, a contribuição do patrocinador estatal para plano de benefícios
de previdência privada tem como limite a contribuição do participante, inclusive assistido (art.
6º, § 1º, da LC 108/2001), não abrangendo o segurado beneficiário (pensionista ou dependente),
conforme conceitos definidos no art. 8º da LC 109/2001.
Vale registrar que os serviços sociais autônomos, como pessoas jurídicas de direito
privado prestadoras de serviço público, enquadram-se no conceito de patrocinador público e
sujeitam-se ao princípio da paridade contributiva. Nesse sentido, o TCU:
PÁG. 1.779
O prazo para a opção que os antigos servidores federais poderão fazer pelo regime
complementar será de 24 meses, contados a partir do início da vigência do regime de
previdência complementar65, tendo cunho irrevogável e irretratável, não sendo devida pela
União, suas autarquias e fundações públicas federais qualquer contrapartida referente ao valor
dos descontos já efetuados sobre a base de contribuição acima do limite do salário de
contribuição do RGPS.
Esse prazo de opção para os antigos servidores efetivos federais aderirem ao novo regime
foi reaberto por 24 meses, expirando em 29 de julho de 2018, a teor do artigo 92 da Lei
13.328/2016:
CAPÍTULO XIV
DA REABERTURA DE PRAZO PARA ADESÃO AO REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
Art. 92. É reaberto o prazo para opção pelo regime de previdência complementar de que
trata o § 7o do art. 3o da Lei no 12.618, de 30 de abril de 2012, por 24 (vinte e quatro) meses,
contados a partir da data de entrada em vigor desta Lei.
Parágrafo único. O exercício da opção a que se refere o caput deste artigo é irrevogável e
irretratável, não sendo devida pela União e por suas autarquias e fundações públicas
qualquer contrapartida referente ao valor dos descontos já efetuados sobre a base de
contribuição acima do limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de
Previdência Social (RGPS).
PÁG. 1.789
64
Acórdão 1252/2017 Plenário (Pedido de Reexame, Relator Ministro Vital do Rêgo).
65
. Art. 30. Para os fins do exercício do direito de opção de que trata o parágrafo único do art. 1 o,
considera-se instituído o regime de previdência complementar de que trata esta Lei a partir da data da
publicação pelo órgão fiscalizador da autorização de aplicação dos regulamentos dos planos de benefícios
de qualquer das entidades de que trata o art. 4o desta Lei.
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 1.797
Objetiva este Capítulo analisar o conteúdo dos principais crimes praticados contra a
Previdência Social ou mesmo outras áreas da seguridade social, sendo selecionados os delitos
de apropriação indébita previdenciária, sonegação de contribuição previdenciária, falsificação
de documento público contra a Previdência Social e estelionato previdenciário.
(...)
(...)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual
ou inferior àquele estabelecido pela previdência social,
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de
suas execuções fiscais.
§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos casos
de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos
acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamente,
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções
fiscais. (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)
PÁG. 1.805
Por sua vez, a Portaria 75/2012 do Ministério da Fazenda determina a não inscrição na Dívida
Ativa da União de débito de um mesmo devedor com a Fazenda Nacional de valor consolidado
igual ou inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) e o não ajuizamento de execuções fiscais de débitos
com a Fazenda Nacional, cujo valor consolidado seja igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil
reais).
No entanto, por força da Lei 13.606/2018, a faculdade prevista no § 3o não se aplica aos
casos de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele
estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas
execuções fiscais (R$ 20.000,00).
66
Acórdão 1488/2017 Plenário (Monitoramento, Relator Ministro Vital do Rêgo).
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
PÁG. 1.810
PÁG. 1.818
“COMPETÊNCIA. ESTELIONATO. EMPRÉSTIMO. APOSENTADA.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) ainda detém um Título II que
possui natureza criminal, tornando delituosa a conduta de praticar, induzir ou incitar
discriminação de pessoa em razão de sua deficiência, com pena de reclusão, de 1 (um) a 3
(três) anos, e multa.
Será majorada a pena em 1/3 (um terço) se o crime é cometido por tutor, curador,
síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; ou por aquele
que se apropriou em razão de ofício ou de profissão.
Ainda foi considerado crime reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio
eletrônico ou documento de pessoa com deficiência destinados ao recebimento de
JUSPODIVM – Atualização da 9.ª para a 10ª edição
A pena será de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, com causa de
majoração em 1/3 (um terço) se o crime é cometido por tutor ou curador.
Por fim, foi tipificada a conduta de abandonar pessoa com deficiência em hospitais,
casas de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres, com pena de reclusão, de 6
(seis) meses a 3 (três) anos, e multa.