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Abstract: There are numerous questions that teachers, technicians and administrative staff,
students and parents, and even the managers of Brazilian public schools of Basic Education
have in relation to religious education, especially its legal aspects. This article explores the main
legal aspects of Religious Education (RE) in the Universal Declaration of Human Rights, the
Federal Constitution (FC), the Law of Guidelines and Bases of National Education (LBD) and
the opinions and resolutions of the Board of Education, seeking answers to questions "What is
Religious Education?", "is required?", "who can administer it?", and thus contribute to the
construction of a new identity as this curricular component in many Brazilian schools.
Keywords - Keywords: Religious Education, Religious Freedom, Education and Religion
Introdução
2. Constituição Brasileira
De forma semelhante à Declaração Universal dos Direitos Humanos a
Constituição Brasileira de 1988, também alude em seu Art. 5º inciso VI, ao direito de
“liberdade crença” e vai mais longe ao especificar o direito ao “livre exercício dos cultos
religiosos” e ainda a “proteção aos locais de culto e as suas liturgias”.
Outro importante conceito tratado na Constituição de 1988 é o de um Estado
Laico, ou seja, um Estado separado da religião. Segundo Celso Ribeiro Bastos, nas
relações entre Estado e Igreja existe “três modelos possíveis: fusão, união e separação.
O Brasil enquadra-se inequivocadamente neste último desde o advento da República,
com a edição do Decreto119-A, de 17 de janeiro de 1890”. Como consequência desta
ideia de Estado Laico que foi defendida, no art. 19, I está firmada a seguinte proibição:
Resolução nº 02/98
Outra questão é em relação à formação dos professores que ministram o ER, que
historicamente eram religiosos (na maioria das vexes formados em Teologia). O parecer
aponta para a independência entre Estado e Igreja, o dever no estado em não interferir
na religiosidade brasileira tão diversificada e por vezes contraditória.
Considera que caso estabelecesse diretrizes para a formação de professores do
ER, estabeleceria critérios para a admissão desses professores pelos diferentes sistemas
de ensino, e, interferiria na elaboração dos conteúdos ministrados no ER. Ora, isso
feriria direitos básicos tais como a liberdade de crença, a separação entre estado e Igreja.
Além disso leva em conta que os § § 1º e 2º do artigo 33 da LDB garantem a autonomia
dos sistemas de ensino em estabelecer critérios para a admissão desses professores e a
necessidade de ouvir entidade civil dos diferentes denominações.
“Mas então como contratar os professores de ER?”. Os próprios sistemas de
ensino devem estabelecer esses critérios, ainda neste parecer, o Conselho “sugere” aos
sistemas de ensino que organizem cursos de extenção ou cursos livres para a formação
destes professores que poderiam ser das mas diversas áreas. Existe apenas a restrição
legal para o exercício do magistério, ou seja,
- diploma de habilitação para o magistério em nível médio, como condição
mínima para a docência nas séries iniciais do ensino fundamental;
- preparação pedagógica nos termos da Resolução 02/97 do plenário Conselho
Nacional de Educação, para os portadores de diploma de ensino superior que
pretendam ministrar ensino religioso em qualquer das séries do ensino
fundamental;
5. Considerações Finais
Referências
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1996.
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Referência do texto:
GALINDO, Genildo Antunes. Aspectos legais do ensino religioso. In: Âmbito Jurídico, Rio
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2018.