Vous êtes sur la page 1sur 42

Curso de

Toxicologia Laboratorial

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO III

3 - ESPECTROMETRIA DE LUMINESCÊNCIA MOLECULAR

Do mesmo modo que a espectroscopia de emissão atômica, a


quimiluminescência, também utiliza medições quantitativas da emissão óptica da
espécie química excitada para que seja possível determinar a concentração da
substância analisável (analito). No entanto, a quimiluminescência, em geral, é a
emissão de moléculas energizadas e não somente de átomos simplesmente
excitados. A quimiluminescência pode ocorrer tanto na fase de solução como na
fase de gás, e é utilizada para a determinação quantitativa de diversas espécies
orgânicas e inorgânicas em traços.

A partir de uma reação química que gera uma espécie excitada


eletronicamente, e que emite luz ao voltar a um estado de menor energia se produz
a quimiluminescência. A molécula excitada pode ser o produto da reação entre o
analito e um reativo apropriado (ozônio ou peróxido de hidrogênio).

Pode ocorrer de uma substância que será analisada não estar diretamente
envolvida na reação quimiluminescente; porém, o que serve como parâmetro
analítico, é o efeito inibidor ou de catálise da substância analisável.

Os instrumentos utilizados para as medições de quimiluminescência são


simples e consistem em uma câmara de reação e um tubo fotomultiplicador. Porém,
os métodos luminescentes quantitativos, por ser muito sensível, podem sofrer
interferências nas matrizes das amostras e por isso, estes métodos são geralmente,
combinados com técnicas de separação cromatográficas e de eletroforese.

86
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Como a quimiluminescência, a fluorescência molecular e a fosforescência
também são métodos ópticos e devido seus estados eletrônicos excitados ocorrerem
por absorção de fótons, são conhecidos como fotoluminescência.

A fotoluminescência é a emissão de radiação eletromagnética (fótons) de um


material, após este ter sido submetido a uma excitação luminosa. A frequência do
fóton emitido pela amostra se relaciona com o material que a compõe, pois é
resultante de uma transição eletrônica.

A fluorescência é conhecida pelo processo de emissão envolvendo estados


eletrônicos de mesma multiplicidade de spins e a fosforescência pelo que envolve
estados de multiplicidades de spins diferentes. As transições envolvendo estados
com mesma multiplicidade de spin são permitidas, enquanto que as que envolvem
multiplicidades de spins diferentes são proibidas, de acordo com regras de seleção
espectroscópicas. Porém, o fato das transições serem permitidas por multiplicidade
de spin não garante que estas sejam permitidas, pois existem outros critérios que
podem ser determinados.

Uma transição deve também ser permitida por simetria. Tais transições na
mecânica quântica são "permitidas" e as taxas de emissão são aproximadamente de
108 s-1. Estas altas taxas de emissão dão como resultado um tempo de meia-vida de
fluorescência por volta de 10-8s ou 10ns. Diversas transições podem ocorrer na
molécula como: cruzamento intersistemas, que representa transições não radiativas,
isoenergéticas, envolvendo estados de multiplicidades de spin diferentes; conversão
interna, associada às transições isoenergéticas que ocorrem em 10−12 s envolvendo
estados de mesma multiplicidade de spin.

Estas regras de seleção valem tanto para a espectroscopia de absorção


quanto de emissão. Para compreendermos como ocorre a fosforescência e a
fluorescência é preciso lembrar como funciona um spin eletrônico e os estados de
excitação dos singletes/tripletes.

A denominação de estado eletrônico singlete está relacionada com a


multiplicidade de spins eletrônicos, segundo a equação 2S + 1, sendo S a soma dos
spins dos elétrons. Quando em estado singlete, o valor da multiplicidade é igual a 1,

87
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
sendo esta a situação mais encontrada para moléculas orgânicas no estado
eletrônico fundamental, onde todos os elétrons estão ocupando os estados de
menor energia e os elétrons possuem spins desemparelhados. A denominação dos
estados com letras e números significa: as letras ordenam os estados em ordem
crescente de energia e os números a sua simetria.

O número superior à esquerda fornece a multiplicidade do estado (1A, 3B)


onde 1 correspondente ao estado singlete, 3 corresponde ao estado triplete, o
número inferior à direita ordena a sequência de estados com a mesma simetria (B1,
B2). Estas denominações dependem das propriedades da simetria das moléculas e
B

das funções correspondentes de onda dos estados eletrônicos de acordo com a


chamada teoria de grupos.

Existe um princípio de exclusão de Linus Pauling onde ele diz que quaisquer
dois elétrons em um átomo não podem ter os mesmos valores dos quatro números
quânticos, isto é, até dois elétrons podem ocupar um orbital e devem estar em
estados spin opostos (Figura 17). E neste caso os spins estão emparelhados, e
desse modo à maioria das moléculas são denominadas diamagnética por não
apresentarem campo magnético próprio. Já os radicais livres, contêm elétrons
desemparelhados, são atraídos por um campo magnético e são tidos como
paramagnéticos (Figura 18).

Figura 17 – Exemplo de spins em um mesmo orbital em estados opostos.

Figura 18: Átomo de oxigênio (O2 é um radical livre) tem 8 elétrons: 1s2 2s2 2p4.

88
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
O estado singlete de uma molécula é aquele onde todos os spins estão
emparelhados. Já no estado triplete, os spins de dois elétrons ficam
desemparelhados, sendo então, paralelos.

A distribuição eletrônica, conforme Pauling, não era apenas uma ocupação


pelos elétrons dos espaços vazios nas camadas da eletrosfera. Os elétrons se
distribuem segundo o nível de energia de cada subnível, numa sequência crescente
em que ocupam primeiro os subníveis de menor energia e, por último, os de maior.

Na figura 19, as setas indicam a ordem crescente dos níveis de energia: 1s2
2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d10 6p6 7s2 5f14 6d10. Note que
como a energia de 4s2 é menor, pois esta posição vem antes de 3p6 e 3d10.

Qualitativamente, a existência de uma forte sobreposição entre os espectros


de absorção e de fluorescência requer que não haja uma alteração da geometria
molecular entre os dois estados envolvidos (singlete e triplete). Portanto, nos casos
em que esta alteração é pequena, obtêm-se dois espectros que se sobrepõem e
estes espectros são imagens especulares. Diversos hidrocarbonetos aromáticos
condensados atingem esta condição, pois, são moléculas com alguma rigidez e,
portanto, não sofrem grandes alterações de geometria com a excitação.

Figura 19 – Diagrama de Pauling que permite colocar todos os subníveis de energia conhecidos em
ordem crescente de energia e onde a ordem crescente de energia dos subníveis é a ordem na
sequência das diagonais.

89
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Todavia, se presume que os processos indevidos por multiplicidades de
spins são mais lentos e, com isso, as moléculas nestes estados eletrônicos
excitados podem ser desativadas por meio de processos não radiativos, como, em
colisões com impurezas como o oxigênio molecular.

Este fato explica o fato de que uma emissão do tipo fosforescente em


moléculas orgânicas aromáticas costuma ser observada apenas na ausência de
oxigênio molecular, ou em temperaturas baixas que diminuem a possibilidade de
desativação por colisão por meio da formação de complexos de contato com outros
supressores.

Excímero é uma denominação utilizada para designar complexos


moleculares envolvendo duas moléculas do mesmo tipo, que se formam apenas no
estado eletrônico excitado. Quando existe uma alta eficiência de desativação por
oxigênio molecular das moléculas orgânicas excitadas eletronicamente no estado
triplete é necessário se ater ao fato de que o estado eletrônico fundamental do
oxigênio molecular é um estado triplete, e, então, a transferência de energia ocorre
por haver multiplicidade de spins 3 .

A fosforescência também está envolvida na desativação de estados


eletrônicos excitados, pois, conversões externas e internas, competem com a
fosforescência, quando em baixas temperaturas e em meios viscosos, por exemplo.

3.1 – Aspectos da Fluorescência e Fosforescência

Diversos aspectos podem determinar a intensidade de emissão ou não de


luminescência de uma molécula como sua estrutura molecular e o ambiente químico,
por exemplo. A probabilidade de a radiação ultravioleta provocar uma alteração
mensurável é pequena, porque a energia pode ser dissipada como fluorescência ou
calor. Esta probabilidade é chamada rendimento quântico 4 φ, que é o número de

3
http://aprender.unb.br/mod/book/index.php?id=1095
4
φ: é da ordem de 10-2 ou menos para macromoléculas biológicas.

90
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
partículas danificadas pelo número QUANTA absorvido. Na fluorescência ou
fosforescência esse rendimento quântico é então a razão do número de moléculas
luminescentes pelo número total de moléculas excitadas. Então, é importante saber
que a fluorescência em geral, não resulta da absorção de radiação ultravioleta de
comprimento de onda menor que 250 nm, porque esta radiação tem energia
suficiente para desativar os estados excitados por pré-dissociação (a radiação leva
inicialmente o elétron a um nível eletrônico de mais alta energia.

Depois, por meio de cruzamento inter-sistema, o elétron passa a um nível


eletrônico baixo, porém em um nível vibracional mais energético. A pré-dissociação
ocorre quando este nível vibracional tem energia suficiente para causar a ruptura da
ligação) ou dissociação (a radiação absorvida leva o elétron diretamente para um
nível vibracional suficientemente energético para causar a ruptura da ligação). Desse
modo, a fluorescência se origina de uma transição do nível vibracional mais baixo do
primeiro estado eletrônico excitado para um dos níveis vibracionais do estado
eletrônico fundamental.

No cruzamento inter-sistemas onde o do elétron excitado é invertido e, com


isso, permite a migração deste para um estado tripleto. Este processo é mais comum
em moléculas contendo átomos pesados. As interações entre spin e órbita ficam
mais fortes na presença destes átomos e, assim, a mudança do spin é favorecida. A
presença, na solução, de espécies paramagnéticas, tais como o oxigênio molecular,
também promove o cruzamento inter-sistemas, diminuindo a fluorescência.

Por meio destes mecanismos a fotoluminescência é limitada a um número


relativamente pequeno de sistemas. Sendo que a rota mais favorável para o
decaimento é aquela que minimiza o tempo de vida dos estados excitados. Desta
forma, o decaimento por fluorescência poderá ser observado se o sistema
apresentar características estruturais e ambientais que façam este decaimento
rápido o suficiente em relação aos processos não radiativos.

Algumas espécies que absorvem radiação eletromagnética contendo


elétrons π, σ e n incluem moléculas e íons orgânicos e alguns ânions inorgânicos. A
fluorescência mais intensa e mais útil é encontrada em compostos contendo grupos

91
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
funcionais aromáticos com níveis de transição π π* de baixa energia.
Entretanto, a substituição de um grupo carboxílico ou carbonílico em um anel
aromático, em geral, inibe a fluorescência.

A rigidez estrutural também influencia no aumento da fluorescência em


determinados agentes quelantes orgânicos, no caso destes estarem complexados
com um íon metálico. No entanto, a falta de rigidez pode causar um aumento na
constante de conversão interna e com isso, um aumento na facilidade de
desativação não-radiativa.

Um decréscimo na viscosidade do solvente pode facilitar a conversão


externa que acarretará em desativação da fluorescência, bem como com o aumento
de temperatura, que pode aumentar as colisões, levando também para a
desativação da fluorescência. É importante controlar o pH, pois a fluorescência de
certos compostos em função do pH é utilizada para a detecção de pontos finais em
titulações ácido/base.

A presença do oxigênio dissolvido, quase sempre reduz a intensidade de


fluorescência de uma solução, sendo este, portanto, o resultado de uma oxidação da
espécie fluorescente, induzida fotoquimicamente. Porém, a supressão ocorre em
consequência das propriedades paramagnéticas do oxigênio molecular, que
favorece o cruzamento inter-sistema e a conversão das moléculas excitadas ao
estado triplete.

3.2 – Componentes para a medida de fluorescência e fosforescência

A maioria dos equipamentos de fluorescência utiliza óptica de feixe duplo,


para compensar flutuações na potência da fonte. Dentre seus componentes temos:
filtro ou monocromador de excitação e de emissão, transdutor, atenuador de feixe
que reduz a potência para uma aproximada da radiação de fluorescência,
fotomultiplicadoras, amplificador diferencial e dispositivo de leitura, como
esquematizado na figura 20.

92
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Radiação espalhada
Filtro ou monocromador
de excitação
amostra
Fonte

Filtro ou Atenuador
monocromador de de feixe
emissão

Fotomultiplicadora da Fotomultiplicadora
amostra de referência

Amplificador diferencial

Dispositivo de leitura

Figura 20 – Componentes para medida de fluorescência e fosforescência. (Adaptado de Skoog et. al.,
2002).

3.3 – Aplicações da quimiluminescência, fosforescência e


fluorescência.

Os métodos de quimiluminescência podem determinar contaminantes


atmosféricos como o ozônio, óxidos de nitrogênio e compostos de enxofre.
Entretanto, a aplicação mais comum de todos estes métodos é a determinação de
óxido nítrico. O ozônio de um eletro gerador e a amostra atmosférica é extraído

93
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
sucessivamente dentro do recipiente de reação e em seguida a radiação é
monitorada por um tubo fotomultiplicador.

Para determinar o conteúdo do dióxido de nitrogênio dos gases emitidos


pelos automóveis, se utiliza a reação do óxido nítrico com o ozônio. Outros métodos
de quimiluminescência importantes são usados para monitorar o ozônio atmosférico
e a determinação de contaminantes com conteúdo de enxofre tais como dióxido de
enxofre e sulfeto de hidrogênio.

Os métodos fluorescentes são muito utilizados para análise de traços de


metais em água de mar, substâncias biológicas e amostras agrícolas e os
fosforescentes que geralmente é complementar ao fluorescente e vice-versa, são
utilizados na determinação de espécies orgânicas e bioquímicas, como os
aminoácidos, enzimas, hidrocarbonetos do petróleo e pesticidas, entre outros. A
sensibilidade, os limites de detecção menores que os usualmente encontrados em
espectroscopia de absorção, são aspectos que tornam interessantes os métodos
luminescentes.

3.4 - Espectrometria no Infravermelho

Na espectroscopia infravermelha é medida o comprimento de onda e a


intensidade da absorção de luz infravermelha de uma amostra. Quando a luz
infravermelha média possui energia suficiente para excitar vibrações moleculares a
níveis de energia mais altos. O comprimento de onda dos feixes de absorção da luz
infravermelha tem como maior utilidade à identificação de moléculas orgânicas e
organometálicas. Por ter uma alta seletividade este método possibilita a estimativa
de um analito em uma matriz complexa, por meio da análise dos movimentos de
rotação e de vibração dos átomos em uma molécula. O espectro de infravermelho é
dividido em radiação no infravermelho próximo, médio e distante, com técnicas e
aplicações de métodos baseados nesta divisão.

94
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Em um espectrômetro infravermelho a luz infravermelha passa por meio de
uma molécula orgânica e produz um espectro com o traçado da quantidade de luz
transmitida no eixo vertical comparado com o comprimento de onda da radiação
infravermelha no eixo horizontal. E nesse espectro infravermelho, os picos de
absorção se dirigem para baixo porque o eixo vertical é a transmitância percentual
da radiação por meio da amostra.

Com isso, a absorção de radiação diminui o valor de transmitância


percentual. Portanto, devido aos enlaces em uma molécula orgânica interagirem
com a radiação infravermelha, o espectro de radiação infravermelha oferece uma
considerável quantidade de dados estruturais. No quadro 8 é descrito uma
reprodução da saída final de um espectrômetro infravermelho, onde a ordenada é
linear em transmitância que é o tipo mais utilizado. Normalmente, em espectroscopia
na região do infravermelho é utilizada uma escala linear de número de onda, por
causa da proporcionalidade direta entre essa grandeza, a energia e a frequência.

Quadro 8 – Regiões espectrais do Infravermelho

Região Região de Número de Região de Frequência


Onda (v), Hz
(v), cm-1

Próximo 12.800 a 4.000 3,8 x 1014 a 1,2 x 1014

Médio 4.000 a 200 1,2 x 1014 a 6,0 x 1012

Distante 200 a 10 6,0 x 1012 a 3,0 1011

Mais utilizado 4.000 a 670 1,2 x 1014 a 2,0 x 1013

Fonte: Adaptado de Skoog et. al., 2002.

95
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
São quatro os tipos de instrumentos para medições de absorção
infravermelha: espectrofotômetros dispersivos para medições qualitativas,
instrumentos de transformadas de Fourier para medições qualitativas e quantitativas,
fotômetros não dispersivos para determinação quantitativa de espécies orgânicas na
atmosfera e fotômetros de refletância para análise de sólidos.

As fontes de luz infravermelha nestes instrumentos requerem uma fonte de


radiação infravermelha contínua e um transdutor infravermelho sensível ou um
detector. As fontes infravermelhas são compostas por um sólido inerte que é
eletricamente aquecido a temperaturas entre 1.500 e 2.200 K. Desse modo, o
material aquecido emitirá, assim, radiação infravermelha. A intensidade máxima de
radiação nestas temperaturas ocorre entre 5.000 e 5.900 cm-1.

Existem três tipos de transdutores/detectores para o infravermelho:


transdutores térmicos; piroelétricos e fotocondutor. Os térmicos têm sua resposta
vinculada ao efeito do aquecimento da radiação, são utilizados para detecção de
todos os comprimentos de ondas no infravermelho, exceto os menores. Suas
principais desvantagens são: tempo de resposta curto e a baixa sensibilidade se
comparada com outros tipos de detectores.

O ruído térmico do ambiente é um complicador em se medir a radiação


infravermelha por este transdutor, por isso, é encapsulada sob vácuo e isolada da
radiação térmica emitida por outros objetos próximos. O feixe da fonte é sempre
modulado para minimizar os efeitos de fontes estranhas de calor. Assim, o sinal
analítico após a transdução, tem a frequência do modulador podendo ser separado
eletronicamente dos sinais estranhos do ruído.

Um detector termopar é composto por um conjunto de dois condutores


metálicos e unido pelos seus extremos, sua diferença de potencial (voltagem) entre
os extremos se altera de acordo com a diferença de temperatura entre os extremos.
No caso de um bolômetro que funciona como uma resistência variável quando é
aquecido e é composto de finas lâminas de platina ou níquel ou de um
semicondutor.

96
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Os transdutores piroelétricos são compostos por folhas de monocristais de
materiais piroelétricos (sulfato de triglicina), que são isolantes, conhecidos como
materiais dielétricos, com propriedades térmicas e elétricas. A polarização elétrica
ocorre quando um campo elétrico é aplicado em um material dielétrico, e essa
polarização induzida cai rapidamente a zero quando o campo externo é retirado.

A substância piroelétrica, ao contrário retém uma forte polarização


dependente da temperatura após a retirada do campo. Desse modo, o cristal
piroelétrico intercalado entre dois eletrodos, onde um é transparente ao
infravermelho, cria um capacitor dependente da temperatura. Estes transdutores têm
tempo de resposta rápido o suficiente para seguir as variações no domínio do tempo
do sinal de um interferômetro, sendo assim, muitos espectrômetros infravermelhos
com transformada de Fourier, utilizam este tipo de transdutor.

Em transdutores para infravermelho os fotocondutores são constituídos por


um filme fino de material semicondutor, como sulfeto de chumbo, telureto de
cádmio/mercúrio ou antimoneto de índio, depositado sobre uma superfície não
condutora de vidro e depois, é selada em um recipiente sem vácuo para proteger o
semicondutor da atmosfera.

Os detectores fotocondutivos são mais sensíveis. Baseiam-se nas


interações entre os fótons e o semicondutor. Os elétrons não condutores são
promovidos pela absorção por meio desses materiais, a um estado condutor, de
energia mais alta, decrescendo a resistência elétrica do semicondutor. Em geral, um
fotocondutor é colocado em série com uma fonte de tensão e um resistor de carga, e
a carga de tensão no resistor de carga serve como medida da potência do feixe de
radiação.

O transdutor de telureto de cádmio/mercúrio, também é muito utilizado em


espectrômetros com transformada de Fourier, principalmente se forem interfaceados
com equipamentos de cromatografia a gás. O detector de sulfureto de chumbo é
usado para a região infravermelha próxima. Para as regiões médias e mais
afastadas, utiliza-se o detector de mercúrio ou telúrio de cádmio. E para minimizar as
alterações deve ser resfriado com nitrogênio líquido.

97
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
É muito restrita a absorção de radiação infravermelha, que ocorre em
espécies moleculares que têm pequenas diferenças de energia nos vários estados
vibracionais e rotacionais. Pois, para que absorva radiação infravermelha, uma
molécula precisa sofrer uma variação no momento de dipolo como consequência do
movimento vibracional ou rotacional.

Somente nessas circunstâncias o campo elétrico alternado da radiação


interage com a molécula e causa variações na amplitude de um de seus
movimentos. A magnitude da diferença de carga e a distância entre os dois centros
de carga determinam o momento dipolar. Quando a frequência de radiação for
simultânea com a frequência vibracional natural da molécula, uma transferência de
energia efetiva ocorre e resulta numa variação da amplitude da variação molecular, e
a absorção de radiação é a consequência.

3.4.1. – Equipamentos para medidas de absorção infravermelha

Existem três tipos de equipamentos para medidas de absorção


infravermelha: espectrofotômetros dispersivos de rede (usados em geral para
trabalho qualitativo); equipamentos multiplexados (transformada de Fourier) para
medidas qualitativas e quantitativas e; fotômetros não-dispersivos usados na
determinação quantitativa de diversas espécies orgânicas na atmosfera por meio da
espectroscopia de absorção, emissão e reflectância.

Os equipamentos com transformada de Fourier são tidos, como melhores


nas relações sinal-ruído, em mais de uma ordem de magnitude que os dos
equipamentos dispersivos. Teoricamente os equipamentos com transformada de
Fourier fornecem um transporte de energia muito maior com sua óptica que os
equipamentos dispersivos, por terem suas saídas limitadas e por precisarem de
larguras de fendas estreitas.

No caso dos equipamentos de interferômetros, as áreas da química têm um


bom desempenho, como em trabalhos com resoluções altas quando misturas

98
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
gasosas, por exemplo, apresentam espectros complexos; também nos estudos de
amostras com grandes absorbâncias; em investigações que requerem uma
varredura rápida, como estudos cinéticos ou de detecção de efluentes
cromatográficos, entre outros.

3.4.2 – A espectrometria no infravermelho e suas aplicações

As aplicações da espectrometria no infravermelho estão relacionadas à


determinação quantitativa e qualitativa de espécies moleculares e também na
determinação de estruturas de espécies orgânicas e bioquímicas.

Na identificação de compostos orgânicos, utiliza-se geralmente a região no


infravermelho médio. Excetuando-se as moléculas homonucleares, outras espécies
orgânicas e inorgânicas absorvem na região do infravermelho, e desse modo, a
aplicação desta espectrometria possibilita a determinação de muitas substâncias.

A espectrometria no infravermelho próximo é utilizada para análises


quantitativas de compostos contendo grupos funcionais constituídos de hidrogênio
ligado a carbono, nitrogênio e oxigênio. Dentre suas aplicações, tem se a
determinação de água em diversas amostras, como filmes orgânico e ácido nítrico
fumegante; a determinação quantitativa de fenois, alcoóis, ácidos orgânicos e
hidroperóxidos de acordo com o primeiro harmônico da vibração de estiramento O –
H que absorve em aproximadamente 7.100 cm-1 (1,4 µm) e também a determinação
de ésteres, cetonas e ácidos carboxílicos.

Quando se usa a espectrometria de reflectância no infravermelho próximo,


sua aplicação de maior ênfase é em análises quantitativas de constituintes de
sólidos finamente pulverizados e para a determinação de proteínas, umidade,
celulose em produtos agrícolas como grãos e sementes oleosas, entre outros.

Existem também aplicações conjuntas como no caso do uso da microscopia


na região do infravermelho e são utilizadas para identificar contaminantes em

99
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
polímeros, em pequenas amostras de fibras, tintas e explosivos em criminalística,
entre outros.

3.5 - Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear (RMN)

A espectroscopia de RMN é uma técnica analítica pela qual um núcleo


absorve a radiação eletromagnética de uma frequência específica, na presença de
um forte campo magnético. Tem sido aplicada na detecção de átomos leves (como o
hidrogênio nos hidrocarbonetos) e como uma forma não-destrutiva de estudar o
corpo humano 5 . A análise do espectro de RMN de 13C, associada com a análise de
espectros de RMN 1H, permite que se determine a fórmula molecular da substância,
a fórmula estrutural e até mesmo a espacial. Em se tratando de moléculas de
1 13
estrutura complexa, os espectros de RMN H e C podem ser obtidos
simultaneamente de modo correlacionado, dando origem à categoria de RMN em
duas dimensões (2D 1H-1H e 1H-13C).

A ressonância magnética nuclear (RMN) ou Nuclear Magnetic Resonance


(NMR) se baseia na medição de absorção radiação de radiofrequência por um
núcleo em um campo magnético forte. Assim como os elétrons possuem o número
quântico spin (S), os núcleos de 1H e de alguns isótopos também possuem spin. O
núcleo do hidrogênio comum é como o elétron: seu spin é ½ e pode assumir dois
estados: +½ e -½. Isto significa que o núcleo do hidrogênio possui dois momentos
magnéticos. Outros núcleos e com número quântico spin igual a ½ são os dos
isótopos 13C, 19F e 31P. No quadro 9 temos a descrição das propriedades magnéticas
de quatro núcleos com spin ½.

A absorção da radiação faz com que o spin nuclear se alinhe ou gire em


direção à maior energia. Após absorver energia, os núcleos remeterão radiação de
radiofrequência (RF) e voltarão ao estado de energia mais baixo. Deste modo, para

5
Leitura adicional em: http://www.cerebromente.org.br/n13/tecnologia/ressonancia.htm e
http://biblioteca.universia.net/ficha.do?id=22556130

100
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
que os núcleos desenvolvam estados de energia necessários para que ocorra a
absorção, o analito precisa ser colocado em um campo magnético intenso.

Quadro 9 – Propriedades magnéticas de quatro núcleos com spin ½.

Núcleo Razão Sensibilidade Frequência de


giromagnética Relativa * Absorção, MHz **
(radiano T-1 s-1)

1
H 2,6752 x 108 1,00 200,00

13
C 6,7283 x 107 0,016 50,30

19
F 2,5181 x 108 0,83 188,25

31
P 1,0841 x 108 0,066 81,05

* quando em campo constante para número igual de núcleos. ** quando a intensidade de campo for
igual a 4,69 T. Fonte: Adaptado de Skoog et.al., 2002

Portanto, o princípio de RMN tem como base que os núcleos com número
ímpar de prótons, nêutrons ou ambos terão um spin nuclear próprio. Então, quando
um núcleo com um spin nuclear diferente de zero é colocado no campo magnético, o
spin nuclear pode alinhar-se na mesma direção ou em direção oposta ao campo. E
estes dois alinhamentos de spin nuclear têm diferentes energias, e a aplicação de
um campo magnético produz a degeneração dos spins nucleares. Um núcleo que
possui seu spin alinhado com o campo terá uma energia mais baixa que quando seu
spin estiver alinhado em direção oposta ao campo.

A energia de uma transição RMN depende da força do campo magnético,


um fator de proporcionalidade para cada núcleo, por isso, o ambiente local ao redor

101
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
do núcleo em uma molécula perturbará levemente o campo magnético local exercido
sobre o núcleo e afetará sua energia exata de transição. Todavia, esta dependência
da energia de transição na posição de um átomo, em particular em uma molécula,
faz com que a espectroscopia RMN seja muito utilizada para determinar a estrutura
de moléculas e também para a determinação quantitativa da espécie absorvente. A
espectroscopia RMN é uma das ferramentas mais poderosas para elucidar a
estrutura de espécies orgânicas e inorgânicas.

São dois os tipos de espectrômetros de RMN: de onda contínua (CW) e de


pulso ou de Transformada de Fourier (TF-RMN). Os espectrômetros de onda
contínua foram substituídos por instrumentos de pulso TF-RMN, porém, devido à
baixa manutenção e seus baixos custos operacionais, os instrumentos de onda
contínua ainda são usados para espectroscopia RMN de rotina. Nos instrumentos de
CW de baixa resolução os eletros-ímã são resfriados com água e os magnetos nos
espectrômetros TF-RMN são resfriados com hélio líquido.

3.5.1 - Ressonância Magnética Nuclear de onda contínua

O instrumento de onda contínua RMN é composto por: um magneto para


separar os estados de energia do spin nuclear; por pelo menos dois canais de
radiofrequência, um para a estabilização do campo/frequência e um para
proporcionar a irradiação de energia RF; uma sonda de amostra que contenham
espirais para acoplar a amostra com o campo RF; um detector para processar os
sinais de RMN; um gerador para a varredura do campo magnético ou RF por meio
de frequências de ressonância da amostra; e um gravador para mostrar o espectro.

A radiação produzida por meio de uma bobina de um oscilador RF, que


como uma fonte está inserida nos equipamentos de RMN. Esta radiação é
polarizada e orientada perpendicularmente ao campo magnético fixo, onde é
introduzida uma radiação polarizada no volume da amostra analisada em um plano
adequado para que ocorra a absorção pelos núcleos da amostra. E com isso,
apenas o componente magnético da radiação de excitação que gira na direção de

102
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
precessão (trajetória circular em torno do vetor que representa o campo magnético)
é absorvido.

O espectro é varrido pelo método de varrido de campo ou método de varrido


de frequência. No método de varrido de frequência, o campo magnético mantém-se
constante, o que mantém os níveis de energia do spin nuclear a níveis constantes;
depois o sinal RF é varrido para determinar as frequências onde a energia é
absorvida. No método de varrido de campo, o sinal RF se mantém constante, e o
campo magnético é varrido, provocando criação nos níveis de energia para
determinar as forças do campo magnético que produzem ressonância a uma
frequência de ressonância fixa.

Se um núcleo é exposto à radiação de frequência adequada, uma absorção


ocorre por um pequeno excesso de núcleos no estado de energia inferior que estão
presentes no campo magnético forte e, quando isto ocorre, é dito que o sistema de
spin esta saturado. Então, para que esta saturação seja evitada, a velocidade de
relaxação dos núcleos excitados a um nível de energia menor precisa ser tão grande
quanto ou maior do que a velocidade em que absorvem a energia RF.

Portanto, para que seja possível reduzir a saturação e se produzir um sinal


de absorção detectável, a relaxação deveria ocorrer o mais rápido possível. Para
tanto, há dois tipos de processos de relaxação em espectroscopia de RMN que são:
relaxação spin-rede, ou longitudinal, e relaxação spin-spin, ou transversal.

A relaxação spin-rede é uma diminuição exponencial de primeira ordem com


um tempo de relaxação T1, que é uma medida do tempo de vida médio dos núcleos
no estado de maior energia. O tempo de relaxação depende da razão giromagnética
do núcleo absorvedor, T1 é afetado pela mobilidade da rede. Quando em sólidos
cristalinos e líquidos viscosos, onde as mobilidades são pequenas, T1 é grande.

Enquanto a mobilidade cresce, as frequências vibracional e rotacional


aumentam, e assim a probabilidade de uma variação magnética apropriada para
uma transição de relaxação aumenta, e T1 fica menor como consequência. Se ao
contrário, a mobilidade é grande, as frequências de variação são maiores e

103
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
espalhadas por uma faixa tão larga que a possibilidade de uma frequência adequada
para uma transição spin-rede diminui.

Outros efeitos que podem diminuir os tempos de relaxação estão em geral


agrupados e descritos por um tempo de relaxação spin-spin, T2. Geralmente os
valores de T2 são pequenos para sólidos cristalinos ou líquidos viscosos (até 10-4s),
e para obter espectros de alta resolução, seria necessária a utilização de técnicas
especiais.

3.5.2 - Ressonância Magnética nuclear por Transformada de Fourier

Os espectrômetros de transformada de Fourier usam radiação de pulso de


radiofrequências para fazer com que os núcleos em um campo magnético girem em
direção ao alinhamento de energia mais alto. O comprimento do pulso é de 1-10 µs
e é suficientemente largo para excitar os núcleos simultaneamente. O intervalo entre
pulsos é normalmente de um até vários segundos.

Durante este tempo, é emitido um sinal de domínio de tempo RF chamado


sinal de decaimento livre (Free Induction Decay - FID) à medida que os núcleos
voltam a seu estado original. O FID pode ser detectado com uma espiral receptora
de rádio perpendicular ao campo magnético estático, isto é, com uma bobina de
receptor de rádio perpendicular ao campo magnético estático. Somente uma bobina
é usada para emitir e detectar o sinal de decaimento.

Este sinal é então, digitalizado e armazenado em um computador para o


processamento de dados. Os sinais de decaimento de domínio de tempo de
numerosos pulsos sucessivos podem ser somados e agregados para melhorar a
relação sinal-ruído. O resultado se converte em sinal de domínio de frequência por
uma transformada de Fourier. O domínio de frequência resultante é similar ao
espectro produzido ao varrer o experimento de onda contínua.

O FID é muito complexo para compostos que têm várias linhas de absorção,
mas em cada caso, o sinal de decaimento no domínio do tempo contém a

104
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
informação necessária para produzir espectros de absorção no domínio de
frequência utilizando-se a transformação de Fourier.

São vários os tipos de espectro de RMN, o que depende do tipo de


equipamento usado e o tipo do núcleo envolvido, do estado físico da amostra,
ambiente do núcleo do analito e finalmente, do propósito da análise.

Os espectros são classificados como de linhas largas ou de alta resolução.

- Os de linhas largas são os que apresentam uma largura de banda da fonte


das linhas com largura suficiente para encobrir a estrutura fina de acordo com o
ambiente químico. Este tipo de espectro é muito utilizado na determinação
quantitativa de isótopos, por exemplo.

- Os espectros de alta resolução são os mais utilizados, sendo coletados por


equipamentos que diferenciam frequências muito próximas (± 0,01 ppm).

O ambiente químico (elétrons e núcleos próximos) afeta a frequência de


radiação que é absorvida por um determinado núcleo e por isso, até moléculas
simples produzem grande quantidade de informação espectral que pode auxiliar na
elucidação de suas estruturas químicas. Porém, o deslocamento químico e o
desdobramento spin-spin são igualmente importantes numa análise estrutural.

O deslocamento químico que é causado por pequenos campos magnéticos


que são gerados por elétrons e circula ao redor dos núcleos, ocasionando a esses
campos magnéticos uma oposição ao campo aplicado, e com isso, os núcleos ficam
expostos a um campo efetivo que é menor que o campo externo.

Entretanto, o desdobramento de picos com deslocamento químico ocorre


quando existe a interação do momento magnético de um núcleo com os núcleos
vizinhos. Pois, o momento magnético criado por um núcleo giratório afeta a
distribuição dos elétrons em suas ligações a outros núcleos, o que vai produzir um
desdobramento de níveis de energia (transições múltiplas), e este acoplamento
magnético de núcleos transmitido por elétrons da ligação é chamado de interação da
polarização.

105
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Deste modo, os deslocamentos químicos originam-se dos campos
magnéticos secundários que são produzidos pela circulação de elétrons em uma
molécula, que são chamadas de correntes diamagnéticas, onde a intensidade da
magnetização induzida em uma substância diamagnética é menor que a produzida
no vácuo com o mesmo campo.

Entretanto, o paramagnetismo e as correntes paramagnéticas resultantes


operam no sentido oposto. O deslocamento químico tem sido usado na identificação
de grupos funcionais e também ajudam na determinação dos arranjos estruturais
dos grupos (Quadro 10).

Quadro 10 – Deslocamentos químicos aproximados de alguns prótons

δ,ppm*

Estrutura
M = CH3 M = CH2 M = CH

Substituintes α-alifáticos

M-Cl 3,0 3,5 4,0

M-Br 2,7 3,4 4,1

M-C≡C 1,7 2,2 2,8

Substituintes β-alifáticos

M-C-Cl 1,5 1,8 2,0

M-C-Br 1,8 1,8 1,9

M-C-NO2 1,6 2,1 2,5

* É preciso saber que os valores de δ podem depender da natureza do solvente e da concentração do


soluto.

106
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
O efeito que os spins de um tipo de núcleo têm sobre o comportamento de
ressonância de outros, estão ligados à interação entre dois grupos adjacentes de
prótons, que de acordo com os resultados de cálculos teóricos detalhados mostram
consistência com o conceito de acoplamento devido às interações entre os núcleos
e os elétrons ligantes.

A interpretação dos padrões de desdobramento spin-spin é simples para


espectros de primeira ordem, que são aqueles onde o deslocamento químico entre
grupos de núcleos que interagem é grande em relação à constante de acoplamento
(J). Para interpretação de espectros de RMN de primeira ordem é preciso observar
algumas regras como: núcleos equivalentes não interagem entre si para dar picos
múltiplos de absorção; as constantes de acoplamento decrescem com a separação
entre os grupos; a constante de acoplamento é independente do campo aplicado,
então os multipletes são facilmente distinguidos dos picos com deslocamentos
químicos próximos, registrando-se espectros em duas intensidades de campo
diferentes.

Em espectros de segunda ordem as constantes de acoplamento são


menores que 20 Hz e os deslocamentos químicos podem chegar a milhares de Hz.
Por isso, a interpretação de espectros de RMN de segunda ordem é mais complexa.
Utilizando-se técnicas de ressonância dupla, onde a amostra é irradiada
simultaneamente com dois ou mais sinais diferentes de radiofrequência, como os
utilizados pelos métodos de desacoplamento de spin; a perturbação de spin e a
ressonância dupla internuclear, entre outros, auxiliam na interpretação dos espectros
de RMN complexos.

3.5.3 – Aplicações de RMN

Além de determinar a fórmula molecular da substância, a fórmula estrutural e


até mesmo a espacial, a espectrometria de ressonância magnética pode ser utilizada
31 15 19
para estudar outros isótopos como o P, N, F, 2D, 23
Na, 207
Pb, entre outros, pois

107
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
existem mais de 200 isótopos que têm momentos magnéticos podendo então serem
estudados por RMN.

Ultimamente, a tecnologia de RMN tem sido aplicada em diversos campos


como biologia, engenharia, controle de qualidade industrial e medicina. Na medicina
a mais destacada das aplicações é a de ressonância magnética por imagem (RMI),
onde os dados da excitação pulsada de radiofrequência de objetos sólidos ou
semissólidos são submetidos à transformada de Fourier e então convertidos em
imagens tridimensionais do interior dos objetos.

Com a aplicação competente de várias sequências de pulsos de


radiofrequência e gradientes de campo magnético, transformações de Fourier
apropriadas e análises de dados e rotinas de reconstrução produzem imagens
tridimensionais. Além do uso na medicina, a RMI tem sido utilizada também para
formação de imagens principalmente na indústria de alimentos como, por exemplo,
na exploração da distribuição de gordura e músculos em carnes, determinação de
água e lipídios em óleo de girassol, entre outros.

3.6 - Espectroscopia de Massa Molecular

A espectrometria de massas (MS) utiliza o movimento de íons em campos


elétricos e magnéticos para classificá-los de acordo com sua relação massa-carga
(m/z). Assim, a espectrometria de massas é uma técnica analítica onde as
substâncias químicas são identificadas, por meio da separação dos íons gasosos em
campos elétricos e magnéticos. Portanto, as colisões entre elétrons energéticos e
moléculas do analito em geral, fornecem energia às moléculas para que fiquem em
estado excitado.

Os íons positivos produzidos por meio de impactos dos elétrons são atraídos
por uma fenda do espectrômetro de massas, onde são selecionados pelas razões
massa-carga e apresentados sob a forma de um espectro de massa. O dispositivo
que realiza esta operação e utiliza meios elétricos para detectar os íons classificados

108
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
é conhecido como espectrômetro de massas. A espectrometria de massas fornece
informação qualitativa e quantitativa sobre a composição atômica e molecular de
materiais inorgânicos e orgânicos.

Para iniciar uma análise por espectrometria de massas é necessário que


haja a formação de íons gasosos no analito e para tanto, esse método tem como
finalidade e utilidade ditadas pelo processo de ionização.

Os espectrômetros de massas são constituídos por quatro partes básicas:


um sistema de manipulação para introduzir a amostra no equipamento; uma fonte de
íon, onde é produzido um feixe de partículas proveniente da amostra; um analisador
que separa partículas de acordo com a massa; um detector, no qual os íons
separados são recolhidos e caracterizados.

O espectrômetro requer um percurso de colisão livre para os íons e,


funciona a vácuo ou em condições quase a vácuo. O sistema de entrada da amostra
está desenhado para uma mínima perda de vácuo. A fonte de íon cria fragmentos de
íon gasosos da amostra. São dois os tipos de fontes de íon: Fontes de fase de gás e
fontes de dessorção que estão descritos no quadro 7 do módulo II.

Nas fontes de fase de gás, a amostra é volatilizada antes de ionizar os


componentes gasosos e estão restritas a compostos termicamente estáveis, com
pontos de ebulição abaixo de 500ºC. Este fato limita as fontes gasosas aos
compostos com massas moleculares menores que 103 daltons aproximadamente,
enquanto que fontes de dessorção, onde não é requerida a volatilização das
moléculas do analito, as massas moleculares aplicáveis são de 105 daltons. A
amostra se vaporiza fora da fonte de energia.

Os métodos como a ionização química, ionização por impacto de elétrons e


ionização por campo, são exemplos de utilização dessas fontes de gás.

109
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
3.6.1 – Métodos de ionização em espectrometria de massa molecular

O método de ionização mais usado é o de impacto eletrônico. Nesse método


a amostra é conduzida a uma temperatura elevada o suficiente para produzir um
vapor molecular, que então é ionizado pelo bombardeio de moléculas resultantes
com um feixe de elétrons energéticos. Um feixe é gerado pela lâmpada de
tungstênio, por exemplo, para ionizar os átomos de fase de gás ou moléculas. Os
íons são formados durante a colisão do feixe com as moléculas da amostra.

Para que seja formado um número significativo de íons gasosos com


velocidade reprodutível, os elétrons que vêm do filamento precisam ser acelerados
por um potencial maior do que 50 V. Os espectros de massa complexos resultantes
da ionização por impacto de elétrons são úteis para a identificação de compostos. O
pico do íon molecular aparece na massa correspondente à massa molecular do
analito, que é fundamental nas determinações estruturais, pois sua massa fornece a
massa molecular da substância desconhecida.

Este método tem boa sensibilidade, pois as fontes de íons por impacto de
elétrons produzem correntes iônicas grandes. A fragmentação e o elevado número
de picos é uma vantagem por possibilitar a identificação não-ambígua dos analitos, e
também pode ser uma desvantagem por resultar no desaparecimento do pico do íon
molecular, e nesse caso, a massa molecular do analito não pode ser determinada.

A necessidade de se volatilizar a amostra, pode resultar na degradação


térmica de alguns analitos antes de ocorrer à ionização, o que também é uma
desvantagem deste método. Porém, os efeitos da decomposição térmica podem ser
minimizados ao se fazer a volatilização em uma sonda aquecida próxima da fenda
do espectrômetro e por isso, este método é aplicável a analitos que tenham massas
moleculares menores que 103 daltons.

Na ionização química, uma pequena quantidade de átomos gasosos é


ionizada por colisão com átomos produzidos pelo bombardeamento do gás reativo.
Alguns dos gases reativos mais utilizados neste método são: metano, oxigênio,

110
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
amônia e o hidrogênio. E cada um desses reagentes produz um espectro diferente
para determinado analito.

Muitos equipamentos de espectrometria de massas atuais utilizam o impacto


de elétrons e a ionização química de forma intercambiável. Em geral, são usados
íons positivos, porém no caso da ionização química também é usado íons negativos
com analitos que contenham átomos eletronegativos.

No caso das ionizações por campo, as moléculas podem perder um elétron


quando colocados num campo elétrico muito alto. Os íons são formados sob a
influência de um campo elétrico elevado (108 V/cm). Os campos altos podem ser
criados em uma fonte de íon aplicando alta voltagem entre o cátodo e o ânodo, o
que se chama emissor de campo.

Um emissor de campo consiste em um cabo coberto por partículas de


carbono microscópicas, as quais, geralmente, amplificam o campo efetivo dos
pontos de carbono. A sensibilidade é menor em relação às fontes de íons por
impacto de elétrons, pois as correntes máximas estão na ordem de 10-11 A.

Nas fontes de dessorção os íons se formam na fase condensada. Uma


grande vantagem da ionização por dessorção é que permite a análise de moléculas
não voláteis e termicamente instáveis. Dispensa a volatilização seguida de ionização
das moléculas gasosas dos analitos e com isso, os espectros são simples e
apresentam apenas o íon molecular ou o íon molecular protonado. Dois exemplos de
fontes de dessorção são: dessorção por campo e por bombardeamento de átomos
acelerados.

A dessorção por campo é uma técnica valiosa para o estudo de fenômenos


como espécies de dessorção e os resultados de reações químicas em superfícies. É
um método utilizado também para as moléculas polares lipofílicas. O eletrodo é
montado sobre uma sonda que pode ser removida do compartimento da amostra e
recoberta com uma solução da amostra. A ionização é realizada aplicando alta
potência ao eletrodo e, pode ser necessário aquecer o emissor com corrente
elétrica.

111
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Durante o bombardeamento de átomos acelerados (Fast Atom
Bombardment – FAB), um feixe de energia alta de átomos neutros, em geral xenônio
ou argônio, em uma amostra sólida provoca dessorção e ionização, causando um
rápido aquecimento da amostra, reduzindo a fragmentação da mesma. Esta técnica
é usada para moléculas biológicas grandes que são difíceis de penetrar na fase de
gás. O feixe atômico é produzido acelerando os íons a partir de uma fonte e os íons
levantam um elétron em colisão com átomos neutros para formar um raio de átomos
de alta energia. Por terem baixa energia, os íons formados nessa troca são
removidos por um defletor eletrostático.

Na dessorção/ionização por laser auxiliado por matriz (Matrix-Assisted laser


desorption/ionization – MALDI) que pode analisar massas moleculares de
biopolímeros polares de alguns milhares a centenas de milhares de daltons, além de
atual, têm demonstrado um excelente potencial de uso. Ainda não é uma técnica
totalmente compreendida, porém a partir de experimentos sabe-se que o composto
da matriz deve ser capaz de absorver a radiação do laser e ser solúvel no solvente
da amostra, para que seja encontrado em grande quantidade na mistura sólida
depositada na sonda metálica usada para a introdução da amostra no espectrômetro
de massa.

A ionização por eletronebulização (Electrospray ionization/ mass


spectrometry – ESI/MS) é uma das técnicas mais utilizadas atualmente na análise de
biomoléculas, como proteínas e oligonucleotídeos, por exemplo, e também na
caracterização de espécies inorgânicas e polímeros sintéticos.

A ionização por eletronebulização ocorre em pressão e temperatura


atmosféricas, onde uma solução da amostra é bombeada por uma agulha capilar de
aço inoxidável com vazão de microlitros por minuto. Durante o bombeamento da
amostra, gotículas passam por um capilar de dessolvatação, onde há a evaporação
do solvente e a ligação da carga às moléculas do analito. Com a evaporação do
solvente, as densidades de carga se tornam maiores e ocorre a dessorção dos íons
no gás ambiente.

112
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Nesse método ocorre pouca fragmentação de biomoléculas grandes e
termicamente frágeis, e esse fator é útil no processo de eletronebulização. Os íons
formados têm carga múltipla, então os valores de massa e carga são pequenos para
serem detectáveis por equipamentos quadripolares com intervalo de massa de 1.500
ou menos. A ionização por eletronebulização também pode ser usada para a
introdução direta de amostras de coluna de cromatografia líquida de alto
desempenho (HPLC) e eletroforese capilar.

O objetivo do analisador de massas é separar os íons que são produzidos


na fonte de acordo com as diferentes relações de massa-carga, e uma característica
deste tipo de espectrômetro de massa é a necessidade de um sistema de vácuo,
para criar baixas pressões (10-4 a 10-8 torr), como esquematizado na figura 21. O
vácuo é necessário porque partículas carregadas interagem com os componentes da
atmosfera e, são destruídas.

Amostra

Sistema de Fontes de Analisador


Introdução íons de massas

Detector

Sistema Dispositivo Processador


de Vácuo de Saída de sinal

Figura 21 – Descrição de componentes de um espectrômetro de massa.

113
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Quando a amostra é injetada, a entrada se dá por batelada, onde a amostra
é volatilizada externamente e escorre para dentro da região de ionização evacuada.
Se a amostra é gasosa, um pequeno volume de um gás conhecido é capturado
entre duas válvulas na região da medida e então é expandido no reservatório. Se for
líquida, uma pequena quantidade da amostra entra em um reservatório, por meio de
uma seringa de microlitros.

Nos dois casos, o sistema de vácuo é usado para alcançar uma pressão de
amostra de 10-4 a 10-5 torr. A possibilidade de obtenção de espectros de compostos
termicamente instáveis antes que se decomponha, ocorre devido às baixas pressões
na região de ionização e pela proximidade da amostra da fonte de ionização.

Os modelos de analisador mais comuns incluem os analisadores de


quadrupolo, de setor magnético e analisadores de massa por tempo de voo. Um
campo quadrupolo é formado por quatro rolos paralelos onde é aplicada uma
corrente contínua que afeta o percurso dos íons viajando pelo trajeto centralizado
entre os 4 rolos. Costumam ser mais compactos e oferece a vantagem de tempo de
varredura curto (<100 ms), o que é útil para varreduras de picos em tempo real de
picos cromatográficos.

Somente os íons de uma relação massa-carga determinada podem passar


por meio do filtro do quadrupolo, enquanto os outros são varridos como moléculas
descarregadas. Ao variar os sinais elétricos a um quadrupolo, pode-se variar a faixa
da relação massa-carga transmitida, possibilitando a varredura espectral.

O analisador de setor magnético ou também conhecido como de dupla


focalização, emprega um campo magnético que faz com que os íons viajem em um
percurso circular de 180, 90 ou 60 graus. Inicialmente os íons são acelerados por
meio da fenda no tubo de metal do analisador. Os íons de diferentes massas podem
ser varridos por meio da fenda de saída variando a força do campo do magneto ou o
potencial de aceleração entre as fendas. Os íons que passam por meio da fenda de
saída caem em um eletrodo coletor, resultando na corrente que depois será
amplificada e registrada.

114
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
A capacidade do campo magnético em conduzir íons orientados de
diferentes direções a um foco significa que a distribuição de energias translacionais
dos íons que saem da fonte é o fator mais importante e é responsável pela limitação
de resolução dos equipamentos no setor magnético (R ≤ 2.000). A definição de
dupla focalização é dada a espectrômetros de massa onde as aberrações
direcionais e as de energia de uma população de íons são minimizadas ao mesmo
tempo. Esta dupla focalização é conseguida por combinações selecionadas de
campos eletrostáticos e magnéticos.

Um espectrômetro de massa por tempo de voo (Time-of-flight – TOF) usa as


diferenças de tempo que leva os íons gerados e acelerados para chegar a um
eletrodo coletor. Os íons positivos são produzidos por bombardeio da amostra com
pulsos breves de elétrons, íons secundários ou fótons são gerados por laser. As
partículas aceleradas passam por meio de um tubo de voo de aproximadamente um
metro de comprimento por um pulso de campo elétrico de 103 a 104 V.

O princípio essencial da espectrometria de massa por tempo de voo baseia-


se em que todos os íons são acelerados com a mesma energia. A separação dos
íons por massa ocorre durante o trânsito dos íons ao detector localizado no fim do
tubo. Suas velocidades são inversamente proporcionais às raízes quadradas de
suas massas e normalmente tem tempos de voos com duração de 1 a 30 μs. Os
íons mais leves de alta velocidade chegam ao detector antes do que os íons mais
pesados de baixa velocidade.

O sistema de recolhimento de íons mede a abundância relativa de


fragmentos de cada massa. Diferentes tipos de detectores são disponíveis para
espectrômetros de massas. O detector usado para a maioria dos experimentos de
rotina é o multiplicador de elétrons. Outro tipo de detector é o de placas fotográficas
revestidas com emulsão de brometo de prata, o qual é sensível aos íons
energéticos. Uma placa fotográfica pode dar uma resolução mais alta que o detector
elétrico.

Os dados são armazenados em um computador por meio de um modem, de


onde poderão ter os gráficos e tabelas extraídas para uma análise final. Estes

115
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
equipamentos oferecem vantagens sobre os outros tipos como, simplicidade,
robustez, facilidade de acesso à fonte de íons, porém possuem baixa resolução e
sensibilidade.

No sistema de aprisionamento de íons, os ânions ou cátions gasosos podem


ser formados e confinados por longos períodos por campos elétricos ou magnéticos.
Existem dois tipos de dispositivos muito usados em espectrômetros de massas
como: ressonância ciclotrônica de íons e; de aprisionamento de íons para uso em
cromatografia gasosa (GC/MS). Os espectrômetros de aprisionamento de íons são
robustos e compactos.

Os espectrômetros de massa com transformada de Fourier, fornecem


relações sinal/ruído melhores e com mais sensibilidade e velocidade. A resolução
deste tipo de espectrômetro é em alguns casos mais de 106, oferecendo grande
precisão. E, o centro de um instrumento com transformada de Fourier é um sistema
de aprisionamento de íons, onde os íons circulam em órbitas definidas por longos
períodos. A ressonância baseada no deslocamento de um íon gasoso em um campo
magnético intenso, de forma circular em um plano perpendicular à direção do campo
é chamada de ressonância ciclotrônica de íons.

Atualmente os microcomputadores e microprocessadores fazem parte dos


equipamentos que compõem um espectrômetro de massas, o que facilita a
digitalização do sinal amplificado da corrente de íons e outros sinais que são usados
para o controle das variáveis instrumentais, como temperatura, velocidade de
varredura, entre outros.

Em geral, o computador armazena os espectros e as informações


relacionadas em disco, e estas informações podem ser enviadas para impressoras e
para outros dispositivos que se façam necessários. São diversas as aplicações da
espectrometria de massas molecular, como exemplo, temos: elucidação de estrutura
de moléculas orgânicas e biológicas; determinação de massa molecular de
peptídeos, proteínas e oligonucleotídeos; detecção e identificação de espécies
separadas por cromatografia e eletroforese capilar; testes de presença de drogas em

116
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
sangue de cavalos de corrida e atletas olímpicos; determinação de resíduos de
pesticidas em alimentos, entre outros.

Dentre as várias técnicas que podem ser utilizadas em conjunto com a


espectrometria de massas, a que envolve o uso de dois espectrômetros de massa é
chamada de espectrometria de massa sequencial (MS/MS), onde um espectrômetro
é utilizado para isolar os íons moleculares dos vários componentes de uma amostra
que são introduzidos um a um em um segundo espectrômetro, e estes íons são
fragmentados levando a uma série de espectros de massa, um para cada íon
molecular produzido no primeiro espectrômetro.

Nesse caso, o primeiro espectrômetro tem a mesma função de uma coluna


cromatográfica LC/MS 6 , observando-se que fornece espécies iônicas puras uma por
uma para identificação no segundo espectrômetro. Estes espectrômetros são
compostos por várias combinações de setores magnéticos, eletrostáticos e filtros de
separação quadripolares.

A maior vantagem na utilização desta técnica é a rapidez com que as


amostras são analisadas. Também oferece uma excelente sensibilidade já que o
ruído químico associado ao seu uso costuma ser menor. É muito utilizado para
determinação quantitativa e qualitativa de diversos componentes complexos
encontrados na natureza e indústria, como: metabólitos de drogas, traços de
contaminantes no ar, produtos petroquímicos, entre outros.

3.7 - Caracterização por Espectroscopia e Microscopia de superfícies

Existem vários métodos para caracterizar superfícies e entre eles os


clássicos continuam sendo importantes por fornecerem informações sobre a
natureza física das superfícies, porém com oferecem pouca informação sobre a
natureza química. Com o método de espectrometria de superfície fornecem

6
LC/MS = cromatografia líquida por espectrometria de massas.

117
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
informação química quantitativa e qualitativa, acerca da composição da camada
superficial de um sólido.

Dentre os métodos de superfície os mais realizados são os que a partir do


feixe primário, o feixe secundário ou ambos são compostos por elétrons, íons ou
moléculas e não fótons, para que as medidas sejam asseguradas por essa limitação,
ficando restritas à superfície de uma amostra e não ao seu volume total (Quadro 11).
Pois em métodos que envolvem a aplicação de feixes de fótons, como fluorescência
de raios X, por exemplo, é preciso tomar providencias para limitar as medidas a uma
camada superficial, já que um feixe de fótons pode atingir aproximadamente 104Å, e
o feixe de elétrons ou íons atinge aproximadamente 25 Å.

Alguns métodos de amostragem são utilizados antes da espectroscopia de


superfície, sendo que o primeiro se relaciona com a focalização do feixe primário em
uma área pequena da amostra e com a observação do feixe secundário, em geral o
local é examinado com um microscópio óptico. Também é feito o mapeamento da
superfície, varrendo-a e movendo o feixe primário com um padrão de rastreamento,
utilizando-se de medições e observações do feixe secundário. Este mapeamento
pode ser linear ou bidimensional.

É realizada então, a determinação de um perfil de profundidade, onde um


feixe de íons proveniente de um canhão de íons é usado para se cavar um buraco
na superfície por remoção. E por este processo, um feixe primário fino é usado para
produzir um feixe secundário no centro do buraco, fornecendo dados analíticos
sobre a composição superficial em função da profundidade.

Esta análise pode ser contaminada pela atmosfera, bem como pelo próprio
feixe primário que pode alterar a superfície enquanto esta sendo processada. E para
minimizar estes efeitos é preciso limpar a superfície da amostra, o que em geral
ocorre dentro da câmara usada para irradiá-la.

Na análise de superfícies, três tipos de espectroscopia eletrônica são


encontrados como:

• Espectroscopia fotoeletrônica de raios X (XPS – X-ray photoelectron


spectroscopy), onde a superfície é irradiada com raios X monocromáticos, este

118
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
método também é conhecido como espectroscopia eletrônica para análise química
(ESCA – electron spectroscopy for chemical analysis) por fornecer informações
sobre a composição da amostra e também sobre a estrutura e o estado de oxidação
dos compostos examinados.

• Espectroscopia eletrônica Auger (AES – Auger electron spectroscopy),


os espectros Auger são excitados por feixes de elétrons.

• Espectroscopia fotoeletrônica ultravioleta (UPS – ultraviolet


photoelectron spectroscopy), neste método um feixe monocromático de radiação
ultravioleta causa a expulsão de elétrons do analito.

Quadro 11 – Exemplos de métodos espectroscópicos para análise de


superfícies

Método Feixe primário Feixe secundário

Espectroscopia Eletrônica Auger Elétrons ou fótons de Elétrons


(AES) raios X

Espectroscopia de Massa de Íons Íons Íons


Secundários (SIMS)

Espectroscopia Fotoeletrônica de Fótons de raios X Elétrons


Raios X (XPS)

Espectroscopia Fotoeletrônica Fótons de UV Elétrons


Ultravioleta (UPS)

A espectroscopia eletrônica pode ser aplicada ao estudo de gases, líquidos


e sólidos, e devido a pouca penetração dos elétrons as informações obtidas por

119
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
meio destes métodos está restrita a uma camada superficial com poucas camadas
atômicas de espessura entre 20 a 50 Å. Tendo sido aplicada nas análises
qualitativas de superfícies de sólidos, como metais, semicondutores e catalisadores
heterogêneos.

A composição dos espectrômetros eletrônicos é similar às encontradas nos


instrumentos de espectroscopia óptica, que são: fonte; suporte de amostra;
analisador com mesma função de um monocromador; detector; processador de sinal
e apresentação de resultados e; sistema de vácuo. Fontes de raios X para
espectrômetros eletrônicos de XPS são tubos de raios X equipados com alvos de
alumínio ou magnésio e filtros.

Os suportes de amostra para amostra sólida são montados em posição fixa


e próxima da fonte de íons ou elétrons e da fenda de entrada do espectrômetro, com
uma pressão de evacuação da amostra em aproximadamente 10-5 torr. Amostras
gasosas escoam por meio de uma fenda de largura adequada resultando em uma
pressão de aproximadamente 10-2 torr. Se a pressão for alta o feixe de elétrons
sofrerá atenuação excessiva devido às colisões inelásticas e se a pressão for muita
baixa, se obterá sinais fracos da amostra.

Os analisadores são em geral, do tipo hemisférico onde o feixe de elétrons é


defletido por um campo eletromagnético onde seja possível que os elétrons
desenvolvam trajetórias curvas. Na grande maioria de espectrômetros eletrônicos
são oferecidos transdutores de elétrons multicanais bidimensionais, com resolução
de todos os elementos monitorados e tendo seus dados armazenados em um
computador, para posterior análise.

As espectroscopias Auger e de fotoelétrons fornecem resultados similares


sobre a composição da matéria, são métodos complementares. A vantagem da
espectroscopia Auger está na sensibilidade para átomos de número atômico baixo,
alta resolução espacial permitindo um exame detalhado de superfície de sólidos e a
desvantagem é a difícil análise quantitativa.

Os dispositivos do equipamento da espectroscopia de Auger são


semelhantes aos de XPS, com exceção da fonte que em geral, é um canhão de

120
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
elétrons, que é composto por um filamento de tungstênio aquecido com
aproximadamente 0,1 mm de diâmetro e é dobrado na forma de grampo, formando
uma ponta em V. O efeito do campo elétrico no canhão faz com que os elétrons
dirijam-se para um pequeno ponto chamado de cruzamento.

Desse modo, enquanto os elétrons provenientes de canhões penetram a


uma maior profundidade da superfície, apenas os elétrons Auger das primeiras
quatro ou cinco camadas atômicas escapam para chegar ao analisador, e nesse
caso, um espectro Auger refletirá a verdadeira composição da superfície de sólidos.

A espectrometria de massa de íons (SIMS) é o método mais desenvolvido


na análise de superfícies e é utilizado tanto para a determinação de composições
atômicas como moleculares de superfícies sólidas. São encontrados em dois tipos:
analisadores de massa de íons secundários e analisadores de microssonda.

Os analisadores de massa de íons secundários fazem em geral análises de


superfícies e também fazem perfis de profundidade. Enquanto que os
espectrômetros de dupla focalização, focalização simples, tempo de voo e
quadripolares são usados para a determinação de massa. Fornecem informações
qualitativas e quantitativas sobre todos os isótopos presentes em uma superfície. Os
analisadores de microssondas de íons são equipamentos mais sofisticados, e se
baseiam em um feixe focalizado de íons primários, onde um microscópio é usado
para ajustar visualmente a posição do feixe. A amostra é analisada em um
espectrômetro de dupla focalização, permitindo estudos mais detalhados de
superfícies sólidas.

A microscopia eletrônica é utilizada em muitos campos de estudos como a


química, ciências dos materiais, geologia e biologia, onde é preciso em muitos casos
um conhecimento detalhado da natureza física das superfícies de sólidos. Existem
atualmente três técnicas de microscopia eletrônica (SEM - scanning electron
microscopy), a microscopia de tunelamento (STM – scanning tunneling microscopy)
e a microscopia de força atômica (AFM – atomic force microscopy).

A obtenção de imagem por qualquer uma dessas técnicas, a superfície da


amostra é varrida por um padrão de rastreamento com um feixe de elétrons

121
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
focalizado com uma sonda adequada, o sinal de varredura é recebido acima da
superfície e armazenado em um computador, onde é convertido em imagem. Dentre
os vários sinais possíveis na varredura de superfícies dois são mais utilizados como:
elétrons espalhados e secundários usados na microscopia eletrônica de tunelamento
e, emissão de raios X, utilizado com microssonda eletrônica.

Microscópios de sonda (SPM) podem resolver detalhes de superfície até o


nível atômico, e atualmente são dois os tipos mais usados comercialmente: o
microscópio de tunelamento (STM) e o microscópio de força atômica (AFM). São
baseados na varredura da superfície da amostra com movimentos para cima e para
baixo conforme muda a topografia da superfície, tendo este movimento medido e
traduzido por um computador em uma imagem de topografia da superfície. Os
microscópios de tunelamento usam varredores com faixas de varredura lateral de
frações de ångstrons até 100 μm, e a extensão da varredura é determinada pelo
comprimento, pelo diâmetro e pela espessura da parede do cilindro. O controle é
efetuado por computador que em sua maioria utiliza softwares e conversores
digital/analógicos para gerar varreduras de rastreamento x/y.

O microscópio de força atômica (AFM) permite resolução de átomos


individuais em superfícies condutoras e isolantes. Uma alavanca flexível e sensível à
força é deslocada com um padrão de rastreamento sobre a superfície da amostra.
Um feixe de laser é refletido de um ponto da alavanca para um fotodiodo
segmentado que detecta o movimento da sonda. Os microscópios de sonda podem
ser usados em diversos campos como na biotecnologia, caracterização de
superfícies de silício, entre outros.

122
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
3.8 - Questões para estudo

1 – Como a quimiluminescência é produzida?

2 – Defina fotoluminescência e fluorescência.

3 – O que é um excímero?

4 – Quantos e quais são os tipos de instrumentos utilizados para medir


absorção infravermelha?

5 – Que técnica é utilizada para estudar o corpo humano de forma não-


destrutiva? E em que são baseadas suas medidas de absorção?

6 – Quais os tipos de RMN e quais são suas aplicações?

7 – Por quantas partes é constituído um espectrômetro de massas?

8 – Na análise de superfícies, que tipos de espectroscopia eletrônica são


encontrados?

9 – Definam de espectrometria de massa de íons (SIMS).

10 – Para que a microscopia eletrônica é utilizada?

123
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
3.9 - Glossário

Catalisador – fator ou substância que promove catálise, isto é, aceleração


de reações químicas que, sem a sua presença, exigiriam elevada energia de
ativação ou demandariam um tempo exageradamente grande para se processar.

Cíclotron – aparelho radioscilador (acelerador de partículas) usado


especialmente para bombardear com nêutrons os núcleos de outros átomos e
produzir transmutações, com obtenção de radioisótopos; acelerador de partículas
que as projeta no vácuo contra determinadas substâncias que lhes servem de alvo.

Hz - O hertz (símbolo Hz) é a unidade derivada do sistema internacional de


unidades (SI) para frequência, a qual é expressa em termos de oscilações
(vibrações) por segundo (s-1 ou 1/s).

Íon – átomo ou grupamento de átomos com excesso de elétrons ou com


alguma perda deles, disso resultando mostrar-se com carga elétrica negativa ou
positiva, respectivamente.

Irradiação – exposição de um corpo a alguma forma de radiação ou


bombardeio de partículas, usando-se para tal fim elementos radioativos, como rádio
e o cobalto, que emitem radioatividade, ou empregando aparelhos que emanam
radiações como os Raios X, os raios gama, etc. Estes últimos são usados na
esterilização de produtos alimentícios e instrumentos cirúrgicos. Os aceleradores de
partículas e os reatores nucleares também promovem irradiação.

Macromoléculas – qualificação que se dá às moléculas orgânicas de


proteínas, lipídios, polissacarídeos e ácidos nucleicos, que comparadas às
moléculas dos compostos inorgânicos, assumem proporções enormes, com grandes
massas moleculares e acentuados índices de sedimentação em unidades Svedberg.
Quando submetidas á hidrólise total, decompõem-se em numerosas unidades ou
monômeros e por isso, têm a natureza de polímeros. Encerram considerável
quantidade de energia, principalmente nas ligações entre os átomos de carbono, nas
longas cadeias desse elemento de que é formada, razão pela qual assumem

124
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
relevante papel na nutrição e no metabolismo dos seres vivos. Para serem
assimiladas no processo anabólico do metabolismo celular, precisa ser
fragmentadas em suas unidades, o que exige uma atividade digestiva, com intensa
atuação de enzimas específicas.

Oxidação – qualificação das reações químicas em que um dos reagentes é


o oxigênio ou então, nas quais se observa a perda de elétrons de uma substância.
Na intimidade da célula, numerosas reações de oxidação transcorrem durante o
fenômeno da respiração celular, sempre com desprendimento de calorias.

Paramagnetismo - consiste na tendência que os dipolos magnéticos


atômicos têm de se alinharem paralelamente com um campo magnético externo.
Este efeito ocorre devido ao spin mecânico quântico, assim como o momento
angular orbital dos elétrons. Este alinhamento dos dipolos magnéticos atômicos
tende a se fortalecer e é descrito por uma permeabilidade magnética relativa maior
do que a sua unidade (ou, equivalentemente, uma susceptibilidade magnética
positiva e pequena). O paramagnetismo requer que os átomos possuam,
individualmente, dipolos magnéticos permanentes, mesmo sem um campo aplicado,
o que geralmente implica em um átomo desemparelhado com os orbitais atômicos
ou moleculares. No paramagnetismo puro, estes dipolos atômicos não interagem
uns com os outros e são orientados aleatoriamente na ausência de um campo
externo, tendo como resultado um momento líquido zero. Em átomos sem dipolo
magnético, um momento magnético pode ser induzido em uma direção antiparalela a
um campo aplicado, este efeito é chamado de diamagnetismo. Os materiais
paramagnéticos podem também exibir o diamagnetismo, mas tipicamente com
valores fracos.

Spin - o termo spin é encarado como quarto número quântico, necessário


para definir uma partícula num sistema, como os níveis de energia no átomo. Na
terminologia química, dois elétrons com spins em direções opostas são ditos spins
antiparalelos. As substâncias que possuem um ou mais elétrons desemparelhados
são atraídas [porém, fracamente] em um campo magnético. Estas substâncias são
chamadas paramagnéticas. Aquelas que não possuem elétrons desemparelhados,

125
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
não sendo, portanto, atraídas em campo magnético, são chamadas diamagnéticas.
A intensidade da atração depende, logicamente, do número de elétrons
desemparelhados na substância.

torr – uma unidade de pressão (torr = torricelli) que recebeu o nome de seu
descobridor, Evangelista Torricelli, que também descobriu o princípio do barômetro
que perpetuou a sua fama ("tubo de Torricelli", "vácuo de Torricelli") em 1643.

-------------FIM DO MÓDULO III-------------

126
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores

Vous aimerez peut-être aussi