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Universidade Estadual da Paraíba

Centro de Educação
Departamento de História e Geografia
Curso de Licenciatura Plena em Geografia

RILDO DE SOUSA

A HIBRIDICAÇÃO DO RURAL-URBANO NO MUNICIPIO DE


CATURITÉ-PB: Uma análise socioeconômica

Campina Grande – PB
2008
A HIBRIDICAÇÃO DO RURAL-URBANO NO MUNICIPIO DE
CATURITÉ-PB: Uma análise socioeconômica

RILDO DE SOUSA

Monografia apresentada ao Curso de


Licenciatura Plena em Geografia da
Universidade Estadual da Paraíba, como
requisito para obtenção do Grau de
Licenciatura em Geografia.

Orientador: Prof. Mestre Faustino Moura


Neto

Campina Grande – PB
2008
RILDO DE SOUSA

A HIBRIDICAÇÃO DO RURAL-URBANO NO MUNICIPIO DE


CATURITÉ-PB: Uma análise socioeconômica

Aprovado em ____ de ____________ de 2008.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________
Prof. Ms. Faustino Moura Neto
Orientador

___________________________________________
Profª. Marília
1ª Examinadora

__________________________________________
Profª. Graça
2ª Examinadora
AGRADECIMENTOS

- A Deus, nosso pai celestial;


- Aos meus pais, João Francisco de Sousa e Antonia Martins, que são os
responsáveis pela minha existência;
- A minha esposa Tânia e a minha filha Tainá, razão da minha persistência e vontade
de vencer;
- Ao Professor Faustino, que aceitou ser meu orientador, disponibilizando tempo e
atenção para comigo;
- Aos colegas de turma, que se transformaram em verdadeiros amigos, em especial:
Ciderley, Marcelo e Arquelia.
- À Cândido Herculano, que tenho um grande apreço e admiração;
- Enfim, a todas as pessoas que me ajudaram nesse árduo percurso do término do
curso.
LISTA DE MAPAS
Mapa 01: Mesorregiões da Paraíba

LISTA DE QUADROS
Quadro 01: Obras de Infra-estrutura do Municipio de Caturité – PB

LISTA DE FOTOS
Foto 01: Calçamento da Rua João Queiroga
Foto 02: Construção de casas populares
Foto 03: Vista aérea da cidade
Foto 04: Leite Vita
Foto 05: Leite Cariri
Foto 06: Criação de animais no perímetro urbano

LISTA DE TABELA

Tabela 01: Número de pessoas no núcleo familiar


Tabela 02: Faixa etária dos pais
Tabela 03: Faixa etária das mães
Tabela 04: Faixa etária dos filhos
Tabela 05: Grau de instrução dos pais e mães
Tabela 06: Grau de instrução dos filhos

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Procedência das famílias que moram no Município de Caturité – PB


Gráfico 02: Quantidade de pessoas que exercem atividades remuneradas por residência
do Município de Caturité – PB
Gráfico 03: Famílias que recebem algum tipo de benefício
Gráfico 04: Percentual de pessoas aposentadas no Município de Caturité
Gráfico 05: Melhoria das condições de vida da população caturiteense após a
emancipação política
RESUMO

O presente trabalho foi realizado no Município de Caturité – PB, o localizado na


microrregião do Cariri Oriental paraibano, que está inserido na mesorregião da
Borborema. O objetivo deste trabalho é identificar a imbricação existente entre dois
espaços difusos; o “rural” e o “urbano”, que em suas múltiplas relações de
interdependência se complementam em que pese suas complexidades.. Todavia, o
Município de Caturité – PB apresenta dimensões territoriais e demográficas reduzidas, o
que transparece ainda mais o modo de vida campal, que prevalece na dinâmica
socioespacial. Procura-se também evidenciar que mesmo não dispondo de uma
vitalidade urbana pujante, o município diferencia-se da maioria dos outros municípios
paraibanos instituídos recentemente, que apesar de ser pequeno não depende
exclusivamente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), dispõe de duas
agroindústrias que garantem um número significativo de empregos diretos e indiretos,
propiciando a dinamicidade do mercado de trabalho local. Foi ressaltado a contribuição
das obras de infra-estrutura que foram implementadas no Município após a sua
emancipação política, contribuindo, no entanto, para a transformação socioespacial de
referido Município. Buscou-se através da pesquisa “in loco” demonstrar as principais
características socioeconômicas da população caturiteense, utilizando-se de uma
sistemática onde foram aplicados 40 questionários junto a população do Município.

Palavras-chave: Pequenos municípios, rural-urbano e agroindústrias.

Abstract
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I – ABORDAGEM TEÓRICO-CONCEITUAL
1.1 Pequenas cidades: questão conceitual
1.2 Reflexões sobre o espaço urbano
1.3 O Processo de Urbanização Brasileiro
CAPÍTULO II – CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO
2.1 Localização
2.2 Aspectos físicos
2.3 Aspectos históricos
2.4 Aspectos socioeconômicos
2.5 Aspectos estruturais
CAPÍTULO III – A IMBRICAÇÃO DO RURAL-URBANO NO MUNICÍPIO
DE CATURITÉ

CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta estudos tendo como temática pequenas cidades, com o
enfoque para os municípios cuja população não ultrapassa os 20 mil habitantes e onde o
rural e o urbano se confundem. No Brasil devido à adoção de um critério político-
administrativo, que na maioria dos casos envolve interesses políticos, dezenas de
aglomerados casas, mesmo sem exercer qualquer função urbana para, foram
transformados em cidades. O povoado ganhou status de cidade, mas fica arraigado “in
loco” o modo de vida campal de tempos anteriores.
Para alguns estudiosos, a exemplo de MARTINE e FARIA, o que existe de fato
no Brasil é um número expressivo de cidades que não poderiam ter esse “titulo” seria
impróprio chamar de cidades as sedes dos mais de 4,5 mil municípios, cuja sede tem
menos de 20 mil habitantes. Como diz o ditado “tamanho não é documento” existe
cidades com valores superiores a 20 mil habitantes em que a dinâmica socioespacial
local é comandada pelo o modo de vida campal, em contrapartida, existe cidades com
população bem inferior a já mencionada com hábitos sociais tipicamente urbano.
O que existe de fato no Brasil é um modo de vida urbano que extrapolou os
limites das cidades, virtualizada pela sociedade do consumo que se expandiu por todo o
território nacional. Neste sentido a maioria dos brasileiros usufrui de uma práxis urbana
que não condiz com a realidade socioeconômica e espacial na qual fazem parte.
O Município de Caturité-PB está inserido nesta nova lógica da urbanização
brasileira, em que surgiram um numero expressivo de cidades, oriundas de um processo
de desmembramento, todavia, a maioria delas dependem único e exclusivamente do
FPM (Fundo de Participação Municipal), para sobreviver, no entanto, o município
referido tem um diferencial, alem da prefeitura como principal empregador existe duas
agroindústrias que emprega um numero considerável de pessoas residentes
principalmente na zona rural, o que será posteriormente ressaltada na pesquisa.
O presente estudo foi apresentado em três capítulos, cujo conteúdo encontra-se
organizado conforme o seguinte exposto
No primeiro capitulo, foi realizada uma revisão bibliográfica aprofundada sobre
geografia urbana, principalmente as que fazem referência a municípios de pequeno
porte em que será utilizada diversas fontes, a exemplo de livros, publicações sobre
urbanização e rural-urbano brasileiro, dentre outros.
Segundo capitulo, foi feita a caracterização da área de estudo do Município de
Caturité-PB, destacando os aspectos de localização e contextualização física. Os
aspectos históricos, econômicos e estruturais. Para a realização desse capitulo foram
utilizadas informações e dados repassados pela Prefeitura Municipal e informações
coletadas através de entrevistas realizados com os habitantes mais experientes do
município.
No terceiro capitulo foi efetuada a pesquisa de campo “in loco”.para isso, foram
aplicados 40 questionários (ver apêndice) entre os dias 18 e 22 de dezembro de 2007,
correspondente as áreas residenciais.
A pesquisa em pauta trata-se de um estudo de caso, haja vista que se pretende
esclarecer e analisar um fenômeno econômico e espacial proporcionados pela
emancipação política e a implantação das agroindústrias que concorrem com
concomitantemente para a transformação do espaço local do Município de Caturité -
PB. Para tanto, foi utilizado o método dialético onde se analisou a partir da abordagem
quali-quantitativa a produção do espaço municipal como determinante e determinador
de uma formação socioeconômica.
CAPÍTULO I:
ABORDAGEM TEÓRICO-CONCEITUAL

1.1 A Pequena Cidade: Normas e Concepções

Os estudos da geografia urbana brasileira, de modo geral, dedicaram-se a


compreensão das grandes cidades, sobretudo das metrópoles, tendo em vista a
organização interna desses espaços, os processos espaciais, as relações interurbanas, o
papel do Estado, os movimentos sociais urbanos. Deve ser destacado também, que as
grandes cidades, por sua complexidade, por seus equipamentos e serviços, comandam a
rede urbana brasileira, exercendo forte influência sobre as demais.
A grande maioria das cidades brasileiras são classificados como de pequeno
porte, exercendo pouco ou nenhuma influência no contexto da hierarquia urbana, pois
são bastante carentes em equipamentos e serviços urbanos. Razão pela qual despertam
pouco interesse nos estudos da geografia urbana. Entretanto, só recentemente, as
pequenas cidades têm sido objeto de reflexões em eventos científicos, trabalhos de
dissertação, teses de geografia e em diversos trabalhos monográficos de curso de
geografia da UEPB.
Obs. Estas considerações, sobre porque fez o trabalho, deve constar na introdução.
Apesar de não estar apresentando importante crescimento populacional absoluto,
as pequenas cidades compõem um elevado número de estruturas reconhecidas pela
população, como urbanas, pois estas se fazem presentes nas diversas regiões do Brasil e
dos demais países, em número bastante superiores as grandes cidades.
No Nordeste as pequenas cidades, notadamente, no interior, apresentam um
baixo crescimento absoluto, devido a migração de milhares de nordestinos, que deixam
a sua terra natal, a procura de melhores condições de vida em outros centros mais
dinâmicos da sociedade brasileira.
O objetivo desta pesquisa, não é, especificamente, conceituar o significado de
pequena cidade, e sim, explicitar as diversas interpretações de diferentes autores, onde
as opiniões deles divergem e/ou convergem, quanto a existência de um grande número
de pequenos municípios, que foram elevados a categoria de cidades. Até porque, devido
a dimensão territorial do espaço brasileiro e de sua diversidade socioeconômica,
espacial, juntamente com seus processos de formação histórica e política em que estão
inseridos esses pequenos municípios, surgem divergências conceituais sobre o que seja
de fato uma pequena cidade e também o que é urbano e não-urbano.
Dentro dos objetivos desse trabalho tem-se o propósito de identificar as
dificuldades e as potencialidades das pequenas cidades, nunca diz respeito a geração de
emprego e renda e na qualidade de vida de sua população. Sobretudo, quando percebe-
se na Região Nordeste, estes são focos históricos de emigração.
Além desses aspectos, cabe ressaltar que as mudanças ocorridas na organização
econômica e política do sistema capitalista de produção e seu rebatimento no espaço
brasileiro com expansão do técnico-ciêntifico-informacional tem feito com que os
lugares passem a receber conteúdos de técnicas e informação, ao mesmo tempo que
cresce e diversifica a demanda do consumo produtivo e consultivo (consumo de
pessoas).
Beaujou – Garnier (1980, apud SOARES, 2005 p. 5-6) afirmou que, entre as
diferentes tentativas de elaboração de conceito de cidade o importante é considerar.

A cidade concentração de homens, de necessidades, de possibilidades de


toda a espécie (trabalho, informação), com uma capacidade de organização e
transmissão, é ao mesmo tempo sujeito e objeto. Enquanto objeto, a cidade
existe materialmente; atrai e acolhe habitantes aos quais fornece, através de
sua produção própria, do seu comércio, e dos seus diversos equipamentos, a
maior parte de tudo que eles necessitam; a cidade é o lugar que fornece os
contatos de toda natureza e maximiza os resultados; a cidade contribui
essencialmente para a dupla ligação entre o espaço periférico que mais ou
menos domina e o espaço longínquo com o qual mantém ligações
complexas.

Nesse novo contexto da urbanização brasileira, onde sugiram um número


intensivo de pequenas cidades que apresentam uma série de problemas estruturais, não
conseguindo disponibilizar para seus habitantes, os meios e serviços que lhes garantam
no mínimo satisfazer as suas necessidades básicas, como saúde, educação, transporte,
dentre outros. Mas que apesar do exposto, ganharam status de cidade devido a critérios
confusos que as credenciam como tal.
Em sua grande maioria, as pequenas cidades não dispõem dos serviços e da
disponibilidade de seus bens, que são oferecidos pelas grandes cidades. Tal fato leva a
população das pequenas cidades quando necessita e quando possui recursos suficientes
a procurar o atendimento de suas demandas nas maiores cidades, um bom exemplo, é a
busca por serviços médico-hospitalar e educação superior.
A atual Constituição brasileira de 1988, repassou para os Estados da Federação,
as atribuições da criação de novos municípios. Por meio da Emenda Constitucional nº.
15, de 12 de setembro de 1996, institui obrigatoriedade de consulta prévia a população
envolvida para a elaboração de um estudo viabilidade municipal. Portanto, conforme a
Carta Magna de 1988, no Parágrafo 4º do Artigo 18.

A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Município far-se-


ão por Lei Estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar
Federal de dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito às populações
dos municípios envolvidos, após divulgação dos estudos de viabilidade
municipal apresentados e publicados na forma da lei (BRASIL 2004)

Após a aprovação da Constituição Federal e da citada Emenda Constitucional


foram criados em todo Brasil, a partir da década de 90 mais de 100 municípios, com
vários problemas e quase todas as sedes municipais consideradas como pequenas
cidades. A maioria dos municípios criados recentemente, além da carência de infra-
estrutura e de serviços, não possuem alternativas de renda e de arrecadação.
No Brasil, devido a adoção do critério político-administrativo para a definição
de cidade, a cada novo município criado, origina-se, juntamente, uma nova cidade (sede
do município). Daí advém um série de questionamentos em torno do número de
cidades, se estas possuem de fato estrutura para ser cidade e se possui de fato uma vida
urbana.
A definição de população urbana e rural, no caso brasileiro, é estabelecida por
critério censitário, sendo considerado na situação de urbana “as pessoas e os domicílios
recenseados nas áreas urbanizadas ou não correspondentes as cidades (sedes
municipais), as vilas (sedes distritais) ou áreas urbanas isoladas” (IBGE, 2005). Na
situação de rural consideram-se “a população e os domicílios recenseados em toda área
situada fora dos limites urbanos, inclusive os aglomerados rurais de extensão urbana, os
povoados e os núcleos” (IBGE, 2005).
Martine (1994), no seu estudo sobre “A redistribuição espacial da população
brasileira durante a década de 1980”, considerou que,

Utilizando definição oficial de urbano [...] chega-se sem dúvida, à constatação


de que o nível de urbanização do Brasil já atinge patamares muito elevados,
em comparação com o nível relativo de desenvolvimento econômico e social
do país. Entretanto, esta definição oficial é baseada em conceito político-
administrativo que abrange uma gama muito variada de localidades e
situações, incluindo povoados de características bastante “rurais” (MARTINE,
1994, P. 25).

Diante dessas ponderações, Martine (Op. Cit) utilizou uma definição de urbano
baseado no tamanho demográfico. Para tanto, considerou apenas os núcleos com pelo
menos 20 mil habitantes, como cidades. Na classificação como rural ficou incluída
todas as cidades com população inferiores a 20 mil habitantes.
Martine (Op. Cit), ao examinar a dinâmica demográfica desses dois conjuntos
espaciais diagnosticou que no período entre 1980 e 1991 houve “uma redução
significativa no ritmo de crescimento urbano” em comparação com as décadas
anteriores. De outro lado verificou

Que a população (aqui deve ser reiterada, referimo-nos a toda população que
reside no campo ou em localidades e adensamentos populacionais com menos
de 20 mil habitantes) teve um crescimento que embora lento, foi mais
acelerado do que na década anterior passando de 56,7 para 60,8 milhões de
pessoas (MARTINE, 1994, P. 25).

Ao constatar esses dados com outros da população rural considerada, conforme


critério censitário e ao separar o conjunto considerado como rural em, “povoado”
(localidades consideradas urbanas no censo demográfico, com menos de 20 mil
habitantes) e “campo” (restante da categoria com menos de 20 mil habitantes), Martine
(1994, p. 29) constatou que o “campo” só teve saldo positivo na Região Nordeste. O
crescimento populacional ocorreu, portanto, nos “povoados”, ou seja, nos municípios
com população inferior a 20 mil, com uma taxa média de 2,72%, porém, com variações
regionais que foram de 0,77% para Região Nordeste a 4,12% para o Centro-oeste.
No Nordeste há uma predominância de uma “estrutura urbana deficitária”,
formada principalmente por um extenso número de pequenos municípios com menos de
20 mil habitantes, que apresentam funções estritamente de intermediação comercial
primária, com baixo nível de urbanização onde, muitas vezes, o maior percentual de sua
população está concentrada na zona rural. Consoante, apresentam uma estrutura
política marcada pelo “mandonismo local” cuja base de poder sempre foi acentuada na
prioridade da terra.
No mesmo sentido, Charles C. Muller (1996) refere-se as pequenas cidades do
Nordeste como “centros locais” que estão em última posição na escala hierárquica das
cidades e que fornecem apenas bens e serviços simples para as cidades sem centralidade
e zonas rurais tributárias. Muller considera “a população de suas áreas de influência é
forçada a se valer de centros maiores para satisfazer parte de suas necessidades; não
sendo viável, as situações de carência podem se tornar agudas” (MULLER, 1996, p.
75).
Veiga (2004), também expressou críticas ao critério brasileiro de definição de
cidade e apontou que no país existe, de fato, conforme sua posição, um número bem
inferior de localidades que poderiam ter o “título” de cidade. Para o referido autor seria
“impróprio chamar de cidades” as sedes dos mais de 4,5 mil municípios rurais. Ou, no
limite dos 4,3 mil municípios rurais cujas sedes têm menos 20 mil habitantes (VEIGA,
2004, p. 28). Veiga (2002) dividiu os chamados, por ele mesmo, “municípios rurais”
em duas categorias urbanas e rurais, considerando para tal, três variáveis: a localização,
a densidade demográfica e o tamanho. Ao propor esta nova classificação para mais de 5
mil municípios brasileiros colocou em questão a definição de população urbana e rural
adotada pelo IBGE.
As cidades pequenas, mesmo não apresentando uma dinâmica socioeconômica
pujante, devido na apresentarem equipamentos e serviços que possam satisfazer as
necessidades de sua população. Elas surgem como instrumento inovador, diante desse
novo processo de metamorfização do território, passando a funcionar como
intermediador das novas possibilidades que outros centros mais dinâmicos da sociedade
possa disponibilizar para com seus citadinos.
Santos (1979, 1993, 2004), considerando a expansão de informação, do consumo
e modernização, denominou de pequenas cidades de “cida local” lembrando que podem
assumir tal condição quando são cidades que em seu percurso histórico, passam a
funcionar como intermediárias entre o campo modernizado e outros núcleos maiores e
complexos, pois como estão integrados ao sistema produtivo moderno, suas populações
e as próprias produções locais de seus entornos, passam a exigir uma demanda de
trabalho especializado e ampliar as suas necessidades de consumo de bens materiais e
imateriais.
Além desses aspectos, cabe ressaltar que a cidade local não tem possibilidades
de criar atividades modernas por causa do tamanho reduzido de seu mercado e também
por causa do caráter monopolistico de certas atividades regionais de comercio, cujo
efeito sobre os espaços reduz ainda mais o número dos consumidores (SANTOS, 1979,
p.71).
Apesar da relevância dessas considerações, faz-se necessário também considerar
que na complexa diversidade das pequenas cidades brasileiras, há entre essas, núcleos
que não se enquadram nos parâmetros apontados por Santos (1979,1993), como cidades
locais. Nesse sentido, verifica-se, por exemplo, a ocorrência de pequenas cidades
inseridas em áreas economicamente dinâmicas, como nas áreas de agricultura moderna,
que conseguem atender as demandas básicas se sua população e as da produção
agropecuária, algumas apresentando considerável crescimento populacional e outras
não. Mas, é fato também, a existência de pequenas cidades que funcionam apenas como
reservatórios de mão-de-obra; outras são marcadas pelo esvaziamento gerado por
processos migratórios, sobretudo de pessoas em idade ativa, permanecendo os idosos.
As rendas nessas ultimas localidades são, geralmente, procedentes de transferências
governamentais, sobretudo, do Estado. Além dessas, há também, entre outras pequenas
cidades turísticas, industriais e algumas que têm festividades religiosas, feiras e festas
como elementos que as inserem em um contexto mais amplo.
Nesse sentido, Corrêa (2004, p.75), mostrou que as pequenas cidades brasileiras
estão “localizadas por toda parte” e suas hinterlândias são diferenciadas em termos
demográficos produtivos e de renda.
Assim, diante desse novo processo de mutação do espaço urbano brasileiro,
transfigurando pela expansão de uma estrutura urbana deficitária, decorrentes de
fragmentação do território nacional, possibilitando o surgimento de um número
expressivo de pequenos municípios, que por apresentarem nível de desenvolvimento
elementar estão inserida na rede urbana brasileira como “cidade local”.
Segundo Santos (1979, APUD SOARES, 2005, p.10).

As cidades locais têm influências estritamente locais e níveis urbanos


elementares, mas, fundamentais para seus entornos imediatos, visto que têm
um conjunto de equipamentos voltados para o mundo rural e estão integrados
as redes urbanas.

Nesse sentido, as cidades locais, de acordo com as proposições de Santos (Op.


Cit.), são cidades que dispõem de uma atividade polarizante e, dadas as funções que elas
exercem em primeiro nível, poderíamos falar de idades de subsistência.
Por ultimo, é preciso destacar parafraseando Wanderley (2004) que,

O espaço local é de fato, o encontro entre dois mundos, porem neles as


particularidades de cada um não são anuladas, ao contrario, são a fonte de
integração e cooperação, tanto quanto das tensões e conflitos. O que resulta
dessa relação é a configuração de uma rede de relações recíprocas em
múltiplos planos, que sob muitos aspectos reitera e viabiliza as
particularidades. E, assim sendo, o desenvolvimento local, entendido como
processo de valorização do potencial econômico, social e cultural local exige
um tratamento específico de relação campo-cidade, especialmente a que se
envolve a pequena cidade em seu conjunto, ou seja, a sede do município e o
entorno rural.

1.2 A Contemporaneidade do Rurbano Brasileiro.

A relação entre cidade e campo se situa, histórica e teoricamente, no centro das


sociedades humanas. A dominação da cidade sobre o campo, como resultado da divisão
entre trabalho intelectual e trabalho manual e através do comando do mercado sobre as
atividades de produção, é fato que marcou as sociedades humanas desde tempos
remotos, e particularmente as sociedades capitalistas industriais.
Desde tempos remotos a interdependência de relações de troca entre a cidade e o
campo, é marcada pela sobreposição do primeiro sobre o último, haja vista, que pela sua
dinamicidade e complexidade que lhe é atribuída, a cidade exerce o domínio sobre o
meio rural, é o espaço socialmente construído para atender parcialmente ou totalmente
as necessidades de seus habitantes e até mesmo de outros sujeitos mais distantes que se
sentem atraídos por essa força centrípeta que a cidade tem sobre as pessoas.
Com o intuito de discorrer sobre o conceito de cidade, como também de definir os
atributos de urbano e rural, torna-se relevante ressaltar esta incessante imbricação entre
dois mundos que compartilham de relações indispensáveis para o processo de
desenvolvimento de qualquer país. Mundos que se contradizem devido a exploração de
um sobre o outro, mas que se complementam em suas mutuas relações de produção que
conduzem a dinâmica socioespacial dos lugares.
Nesse contexto, é imprescindível destacar a interdependência entre estes dois
mundos difusos, o “urbano” e o “rural”, todavia, referentes à cidade e ao campo,
ganharam autonomia recentemente e dizem respeito a uma gama de culturais,
socioeconômicas e espaciais entre formas e processos derivados da cidade e do campo
sem, no entanto, permitirem a clareza dicotônica que os caracterizava até o século
passado. Ao contrário, cada vez mais as fronteiras entre o espaço urbano e o rural são
difusas e de difícil identificação. Pode-se supor que isto acontece porque hoje esses
adjetivos carecem de sua referência substantiva original, na medida em que tanto a
cidade como o campo não são mais conceitos puros, de fácil identificação ou
delimitação. O que é espaço urbano? O que é espaço rural? Quais são os seus limites?
O que são hoje os grandes centros metropolitanos do Brasil contemporâneo? Como Rio
de Janeiro, São Paulo, Recife, ou as médias e pequenas cidades espalhadas pelo mundo.
Onde começam e onde terminam? Em qualquer caso, essas indagações quanto a
definição dos limites e da natureza, tanto do campo quanto da cidade é cada vez mais
difusa e difícil.
Segundo Monte – Mor (2006, p 7) o importante é considerar

Cidade e campo, elementos socioespaciais opostos e complementares,


constituem a centralidade e a periferia do poder na organização social. As
cidades garantem a diversidade e a escala da vida social, bem como a
competição e cooperação características da vida humana contemporânea. Os
campos por sua vez, tão diversos entre si, garantem também diversidade dentre
das homogeneidades extensivas e escalas de produção quando tomadas de
forma abrangente. Contem também processo de competição e cooperação,
mesmo gerenciados pelas cidades e limitados pela auto suficiência relativas
que ainda mantém.

A cidade historicamente centralizadora do poder econômico, político-


administrativo, constitui-se em um espaço que congrega uma gama de especificidades
que aprofunda a divisão sócio-espacial do trabalho em seu centro imediato. Este
aprofundamento é resultado de estímulos provocados pelo contato externo e abertura
para outras comunidades envolvendo processos regulares de troca baseados na
cooperação e na competição. Implica, assim, de um lado um sedentarismo e uma
hierarquia sócio-espacial interna a comunidade e de outro, movimentos regulares de
bens e pessoas entre comunidades. Localmente, exige uma estrutura de poder
sustentado pela extração de um excedente regular de produção situado no campo.
Assim a cidade implica a emergência de uma classe dominante que extrai e controla este
excedente coletivo através de processos ideológicos acompanhados, certamente, pelo
uso da força.
No Brasil, o urbano teve sua origem na política ao mesmo tempo concentradora
e integradora dos governos militares que deram seqüência à centralização e
expansionismo Varguista e interiorização desenvolvimentista Juscelinista. Hoje o
urbano-indústria se impõe virtualmente a todo espaço social na urbanização extensiva
dos nossos dias.
Nesse sentido os modos de vida que ultrapassou os limites daquelas áreas que
antes caracterizavam-se pelo atraso econômico, cultural e ideológico, apresenta-se
costumes sociais que outrora era hábitos da vida urbana. O que Lefebre denomina de
Continum urbano a “zona crítica” que extrapola os contornos urbanos.
Há um vício de raciocínio na maneira como se definem as áreas rurais no Brasil
que contribui decisivamente para que sejam assimiladas automaticamente o atraso,
carência de serviços e falta de cidadania. A definição do IBGE para expressão de
Elena Saraceno (1996/99), é de natureza residual: as áreas rurais são aquelas que se
encontram fora dos limites das cidades, cujo estabelecimento é prerrogativa das
prefeituras municipais. O acesso a infra-estrutura e serviços básicos e um mínimo de
adensamento são suficientes para que a população se torne “urbana”, com isso, o meio
rural corresponde aos remanescentes ainda não atingidos pelas cidades e sua
emancipação social passa a ser vista de maneira distorcida como “urbanização do
campo”.
Como definir o meio rural de maneira a levar em conta tanto a sua
especificidade, (isto é, sem encarar seu desenvolvimento como sinônimo de
“urbanização”), como os fatores que determinam sua dinâmica, (isto é, sua relação com
as cidades)? Os impactos políticos da resposta a esta pergunta teórica e metodológica
são óbvios: se o meio rural for apenas a expressão, sempre minguada, do que vai
restando das concentrações urbanas, ele se credencia, no máximo, a receber políticas
sociais que compensem sua inevitável decadência e pobreza. Se, ao contrário, as
regiões rurais tiverem a capacidade de preencher funções necessárias a seus próprios
habitantes e também as cidades – mas que estas próprias não podem produzir – então a
noção de desenvolvimento poderá ser aplicada ao meio rural.
De acordo com Saraceno (1994, p. 348):

O Paradoxo da ruralidade é que ela é definida em termos negativos e só deve


permanecer rural se não sofrer mudança ou declinar. É impossível para uma
área desenvolver-se sem que automaticamente se torne não rural.

A mesma autora nos diz que, enquanto o estudo do meio rural for a monótona
confirmação da profecia que vem sendo realizada de seu esvaziamento, será impossível
compreender as razões que explicam a existência de áreas rurais dinâmicas, o que, como
bem mostram os trabalhos da divisão do desenvolvimento territorial da OCDE
(1994/96), compromete a própria concepção de políticas para as áreas mais atrasadas.
Não existe uma definição universalmente consagrada do meio rural e seria vã a
tentativa de localizar a melhor entre as atualmente existentes.
Abramovay (2000, p. 4) e Veiga et al. (2001, p. 6), afirmam que, atualmente
existem duas maneiras de predominantes na delimitação do rural, as quais, são
criticadas pela grande maioria dos pesquisadores, seja em nível nacional ou
internacional.
Primeiro, a delimitação administrativa ou normativa que é utilizada no Brasil, é
também me vários paises da América Latina, como Equador, Guatemala, El Salvador e
República Dominicana. Para Tavares (2003), as principais restrições que se podem a
esse contexto seriam assim resumidas:
• O rural é definido em parte ao arbítrio dos poderes públicos municipais, em que
as conseqüências fiscais da definição acabam sendo mais importantes que seus
aspectos geográficos, sociais, econômicos, ou culturais;
• Desde que haja extensão de serviços públicos a um certo aglomerado
populacional, ele tenderá a ser definido como urbano: é assim que, no Brasil, as
sedes de distritos com algumas dezenas ou centenas de casas são definidas
como “urbanas”;
• O rural tenderá a ser definido, a principio, pela carência, o que não pode ser
considerado um critério adequado, sob qualquer ponto de vista.

Segundo, o peso econômico na ocupação de mão-de-obra na agricultura é o


principal critério para a definição de ruralidade. Em Israel são urbanas as localidades
onde 2/3 dos chefes de famílias exercem ocupações não agrícolas. No Chile, além do
patamar populacional (1.500 habitantes) a localidade rural deve ter menos de 50% de
seus habitantes ocupados em atividades secundárias (ABRAMOVAY, 2000, p.5).
Monte – Mor (op. cit.) em seu estudo sobre “o que é urbano no mundo
contemporâneo” chamou de:

“Urbanização extensiva” esta materialização sócio-temporal dos processos de


produção e reprodução resultantes do confronto do industrial com o urbano,
acrescida das questões sócio-políticas e culturais intrínsecas à polis e a civitas
que tem sido estendidas para além das aglomerações urbanas ao espaço como
um todo. É essa capacidade social resultante do encontro explosivo da
indústria com a cidade – o urbano – que se estende com as relações de
produção (e sua reprodução) por todo o espaço onde as condições gerais de
produção (e consumo) determinadas pelo capitalismo industrial de Estado se
impõe a sociedade burocrática de consumo dirigido, carregando no seu bojo, a
reação e organização políticas que são próprias da cidade urbana – que se
impõem hoje como virtualidade e objetividade no Brasil, constituindo-se em
condição para a compreensão do espaço social contemporâneo.
Nesse contexto, o que existe de fato no Brasil, é um modo de vida urbana que se
estendeu a todo território nacional como prática social vigente propiciada por processos
de produção e reprodução do espaço social brasileiro, que é conduzido por uma
dinâmica social característica de uma sociedade consumista, virtualizada por uma práxis
urbana, homogeneizando costumes que congregam a diversidade espacial do território
brasileiro.
Resumidamente, Abramovay (2000) afirma que existem alguns inconvenientes
básicos com relação a essa definição do meio rural:
a) os limites estabelecidos internacionalmente são arbitrários – correspondem
muito mais a tradição histórico-institucional que situações geográficas refletidas;
b) a comparabilidade internacional das informações sobre o rural fica seriamente
comprometida;
c) esse critério não dá oportunidade para construir uma abordagem regional da
ruralidade.
Ele diz que tal localidade ou tal município é ou não rural (segundo os critérios
estipulados), mas não dá a possibilidade de dizer se existem regiões ou territórios mais
ou menos rurais.
Para Carneiro (1997, p. 155)

Orientar o foco de análise para os agentes sociais deste processo (de


decomposição e recomposição de sistemas sociais) e não mais para um espaço
geográfico rarefeito possibilita, por exemplo, que a distinção entre “cidade” e
“aldeia” e “rural” desapareça ou torne-se inútil como questão sociológica. Isso
porque cada espaço contem e si contradições e conflitos resultantes da relação
entre sistemas de valores distintos, quer sejam eles tidos como de origem
“urbana” ou “rural”.

Nesse sentido, a ruralidade não é uma realidade “empiricamente observável”,


mas uma “representação social” definida culturalmente por atores sociais. Por isso,
pode-se propor a noção de “localidade” como expressão das múltiplas formas de
interação desses atores (que desempenham atividades heterogêneas, agrícolas ou não)
com a sociedade e a economia global: [...] a noção de localidade [...] denota apenas a
referência espacial como qualificadora de um universo de relações sociais específicas.
Em outras palavras, a noção não define, de forma alguma, a natureza rural ou urbana do
grupo ou das práticas de relações sociais que ele desenvolve”. (CARNEIRO, 1997,
p.162).
Abramovay, (1999, p. 16) argumenta que hoje existe um grande entendimento
na literatura internacional em torno de três aspectos básicos sobre o meio rural, que são:
a) a relação com a natureza;
b) a importância das áreas não densamente povoadas, e
c) a dependência do sistema urbano.
Em síntese, o importante é considerar, a interdependência entre esses dois
mundos difusos, o “rural” e o “urbano” que em suas múltiplas relações de troca,
articulam-se continuamente nessa dinâmica incessante que conduz a gênese de dois
espaços heterogêneos contradizendo-se em suas particularidades sócio-espaciais, mas
paradoxalmente é fonte de integração e cooperação, tanto quanto das tensões e conflitos,
haja vista que a deficiência de um é complementada eficiência do outro.
Consequentemente, essa nova configuração que esboça-se no cenário sócio-espacial
brasileiro é produzida virtualmente por esse modo de consumo capitalista e industrial
que transcendeu os limites da cidade, atingindo expressivamente a sua periferia
imediata, como também, outros espaços mais longínquos.

1.3 O Processo de Urbanização Brasileira

O processo de urbanização brasileira é caracterizado pela dominação dos grandes


centros urbanos, como por exemplo: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, em
detrimento de uma grande maioria de municípios pequenos que multiplicaram-se pelo
território brasileiro nas duas ultimas décadas, possibilitado pelo processo de
fragmentação ou desmembramento contribuindo expressivamente para existência de um
modo de vida urbano artificial, o que faz do nosso país tipicamente urbano, haja vista
que o maior percentual de sua população, concentra-se nos perímetros urbanos de suas
respectivas cidades.
Quando se fala em processo de urbanização e desenvolvimento urbano, a imagem
que vem a mente da maioria das pessoas é, provavelmente, a imagem das cidades
metropolitanas, vistas como pólos do progresso e da civilização, estes grandes centros
concentram-se atividades econômicas dinâmicas e as oportunidades de acesso a bens e
serviços de toda a ordem, que atraem a população dos pequenos centros e das áreas
rurais. No Brasil, este processo de metropolização assumiu, efetivamente, uma grande
dimensão nas ultimas décadas. Em período mais recente, os estudiosos da população
vêm apontando para um outro processo de concentração demográfica, desta vez
centrado no desenvolvimento das chamadas cidades médias situadas no interior do país.
Para Faria (1991), a estruturação do espaço urbano brasileiro possui uma dupla
característica. “ por um lado, concentra grandes contingentes populacionais – um termos
de tamanho absoluto – em número reduzido de áreas metropolitanas e grandes cidades
como Rio de Janeiro, São Paulo, outras áreas metropolitanas e capitais regionais e sub-
regionais; por outro alimenta o crescimento da população urbana de um número grande
– e crescente –de cidades de diferentes tamanhos que se integram num complexo padrão
de divisão de trabalho social, tanto entre o campo e a cidade como entre as cidades”. O
resultado deste processo é para Faria (op.cit.), a constituição de um sistema urbano
dinâmico e crescentemente integrado, sob o comando funcional das ares metropolitanas
nacionais de São Paulo e Rio de Janeiro.
Nesse sentido, torna-se relevante destacar, que esse processo de urbanização
brasileira teve inicio no período getulista, implementando uma política modernista
controlada pelo Estado, efetivou diversas reformas sociais e estruturais, para a
metarmofização do espaço geográfico do nosso país, engendrado num sistema que
sempre privilegiou uma divisão social desigual, emanada pela dominação de uma
“minoria”, que desfruta das melhores condições de vida, em detrimento de uma maioria
da população que sucumbe aos os interesses da classe dominante.Característica esta que
estar configurada na organização urbana do Brasil, onde, uma pequeno grupo de
grandes cidades comanda a hierarquia urbana do país, haja vista, que é nesses grandes
centros urbanos, lugar dos maiores contingentes populacionais, os centros tecnológicos
e industriais, o que as credenciam eventualmente, como dominadora desse sistema
urbano concentrador e desigual, ranço que está arraigado social e estruturalmente no
espaço urbano brasileiro.
Maricato (2004), afirma que a grande desigualdade social reinante no Brasil,
manifesta-se no espaço urbano, pois são as cidades os cenários mais explícitos das
praticas e o lócus da reprodução do capital e da força de trabalho. O quadro resultante
espela as cidades em seus processos de urbanização, consolidação do uso e da ocupação
do solo, e pode ser de grande utilidade para planejadores urbanos, estudantes de
Arquitetura e Urbanismo, bem como os profissionais voltados as áreas de Estudos
Sociais e Geografia Humana.
Segundo Santos (1993), a urbanização crescente é uma fatalidade neste país, ainda
que essa urbanização se dê com o aumento do desemprego, do subemprego e do
emprego mal pago, e a presença de volantes nas cidades médias e pequenas. Este ultimo
é um dado “normal” do novo mercado de trabalho unificado, em que, em média, 75%
desses chamados volantes, bóias-frias etc. Não são recrutados por intermediários. Esse
mercado urbano unificado e segmentado leva a novo patamar a questão salarial, tanto no
campo como na cidade. O fato de os volantes vivendo na cidade serem ativos na busca
por melhores salários, esse constitui também dado dinâmico na evolução do processo de
urbanização, bem como processo político do país.
O urbano ou espaço urbano-industrial contemporâneo, metáfora para o espaço
social redefinido pela urbanização, se estende virtualmente por todo o território através
do tecido urbano,essa forma socioespacial herdeira e legatória da cidade que caracteriza
o fenômeno urbano contemporâneo e a sociedade urbana.

“O tecido urbano prolifera, estende-se, coroe os resíduos de vida agrária. Estas


palavras, o tecido urbano, não designam, de maneira restrita, o domínio
edificado nas cidades, mas o conjunto das manifestações do predomínio da
cidade sobre o campo. Nessa acepção, uma segunda residência, uma rodovia,
um supermercado em pleno campo, fazem parte do tecido urbano”.
(LEFEBVRE, 1999, P.17).

No entanto, a cidade industrial que transbordou sobre regiões circundantes deu


origem a uma nova forma de urbanização que ao mesmo tempo integrou a práxis
sóciopolítico e espacial próprio do espaço urbano, industrial (a qual Lefebvre chamou
práxis urbana), ao mesmo espaço social como um todo. A medida que o tecido urbano
se estendeu sobre o território, levou com ele os germes da polis, da civitas, da práxis
política urbana que era própria e restrita ao espaço da cidade. A luta política pelo
controle dos meios coletivos de reprodução que caracterizam a cidadania
contemporânea e os movimentos sociais urbanos que emergiram nos anos setenta
mostraram que a luta pela cidadania estava latente nas cidades e nas áreas urbanas. A
década dos anos oitenta, no entanto mostrou esses movimentos haviam se estendido
para além desses limites, atingindo todo o espaço social. Os movimentos sociais
perderam sua adjetivação de urbanos na medida em que passaram a abranger
populações rurais e tradicionais, como índios, seringueiros, trabalhadores sem terra,
entre outros.
Assim, a questão urbana havia se transformado na questão espacial em si mesma
e a urbanização passou a constituir uma metáfora para a produção do espaço social
contemporâneo como um todo, cobrindo potencialmente todo o território nacional em
bases urbano-industriais. Por outro lado a politização própria do espaço urbano agora
estendida ao espaço regional reforça preocupações como qualidade de vida cotidiana, o
meio ambiente, enfim, a reprodução ampliada da vida. O industrial passou a ser pelo
menos virtualmente, submetido a limitações do urbano e por exigência da reprodução.
Nesse contexto, a re-politização da vida urbana torna-se a re-politização do espaço
social. O que Santos (op. cit.), chamou de “urbanização do território”. A chamada
urbanização da sociedade foi o resultado da difusão, na sociedade, de variáveis e nexos
relativos à modernidade do presente, com reflexos na cidade. A urbanização do
território é a difusão mais ampla no espaço das variáveis e dos nexos modernos. Trata-
se, na verdade de metáforas, pois o urbano também mudou de figura e as diferenças
atuais entre a cidade e o campo, são diversas das que reconhecíamos há alguns poucos
decênios.
Intrinsecamente, a esse processo de urbanização brasileira, não poderia deixar de
frisar que é um fenômeno recente, alavancado pelo acúmulo de capital, possibilitado
pela exportação do café que durante os primeiros decênios do século XX foi a mola-
chave da economia do nosso país, fato este ocorrido na Região Sudeste que desde
tempos anteriores e até os dias atuais comanda a dinâmica socioespacial e política do
Brasil.
No tocante, torna-se relevante ressaltar, que o processo supra-citado, teve inicio
tardiamente, devido principalmente a alienação da classe dominante do nosso país, que
insistia em permanecer num sistema explorador de colonização que submetia todo povo
de um país aos interesses da Coroa Portuguesa e de um pequeno grupo de fazendeiros,
que para manter-se no poder renegava aos anseios de uma maioria da população,
sonhadora de um país com menos desigualdade social e melhores condições de vida.
Independente de tamanho, localização ou de que função conjugue, os problemas
urbanos que assolam as cidades brasileiras são comuns a todos, diferindo apenas em
questão de complexidade, em função de sua escala de abrangência, dentre os quais
pode-se inserir, os problemas de infra-estrutura, habitação, saúde, educação, meio
ambiente, dentre outros. Problemas estes, que estão intimamente relacionados com a
atual conjuntura sócio-econômica de nosso país, caracterizados pela deficiência
estrutural de modelo de urbanização desigual, concentrador e desorganizado,
caracteristícas que ultrapassam a configuração do espaço urbano, pois que são inerentes
a sociedade brasileira.
Consoante é indispensável destacar, a relevância que deve ser considerada o
aumento significativo de pequenos municípios que têm surgido nos últimos anos,
principalmente municípios com menos de 20 mil habitantes, que espalhou-se por todo
território brasileiro, devido a critério administrativo, elevando a sede municipal a
categoria de município, conforme o Decreto Lei número 311 de 2 de março de 1938,
que em seus artigos 11 e 12 estão determinados 200 moradias para os distritos. Apesar
de não apresentar uma dinâmica sócio-espacial pujante, mas são em alguns destes
municípios e Caturité-PB está inserido nesse contexto, que seus habitantes tiveram uma
melhoria substancial na qualidade de vida, fenômeno esse, que foi observado após a
emancipação de mesmo.
É neste sentido amplo que se pode falar de urbanização extensiva que se impõe
no espaço brasileiro para muito além das cidades, integrando espaços rurais e regionais
ao espaço urbano-industrial através da expansão da base material requerida pela
sociedade e economia contemporâneas e das relações de produção que são ou devem ser
reproduzidas pela própria produção de espaço. Neste contexto multiplicam-se as
fronteiras urbanas, tanto internamente e nas franjas das aglomerações quanto nos
espaços regionais e rurais incorporados a lógica urbano-industrial. A urbanização
extensiva caminha assim ao longo dos eixos vários e redes de comunicação e de
serviços em regiões “novas” como a Amazônia e o Centro-Oeste, mas também em
regiões “velhas”, como o nordeste, em espaços residuais das regiões mais
desenvolvidas, mas “ilhas de ruralidade” no interior mineiro ou paulista. Em toda parte,
a lógica urbano-industrial se impõe ao espaço social contemporâneo, no urbano dos
nossos dias.
CAPITULO II
CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO

2.1 Localização

O Município de Caturité está localizado na Mesarregião da Borborema e na


Microrregião do Cariri Oriental paraibano, a distância de 153Km da capital do estado e
30km da cidade de Campina Grande –PB. Limita-se ao Norte com campina Grande, ao
Sul com Barra de Santana, ao Leste com Queimadas e ao Oeste com Boqueirão.
Mapa 01:

Mesorregiões geográficas da Paraíba

Obs: Citar no rodapé do mapa, seu título e a fonte, bem como fazer
referências no texto.
2.2 Aspectos Físicos

De acordo com o IBGE (2002), do ponto de vista geomorfológico o Município


está inserido na unidade denominada superfície da Borborema dentro da subunidade da
depressão comandada pelo Rio Paraíba, a maior área do município, encontra-se a
altitude entre 400 e 600m e as faixas próximas aos rios de maior expressão, o
Bodocongó e Riacho da Ramada, entre 200 a 400 metros. A Serra de Caturité ao sul do
município é o relevo de maior expressão, com 806 metros de altitude. Como pode ser
visto na foto 01.
O relevo do município tem como limites naturais a Leste os rios São Pedro e
Bodocongó, ao Sul a Serra de Caturité, que representa a relevo de maior expressão
geomorfológica do lugar, sendo a referida que denominou o nome da cidade. O clima é
o semi-árido caracterizado por chuvas escassas no verão e temperatura elevadas todo
ano. A temperatura média no Município é elevada e distribuída em faixas que vão de
25° a 27° centígrados. De maneira geral, a taxa pluviométrica do Município está entre
400 e 600 mm/a e o número de meses secos por ano vai de 8 a 9 meses.
Os solos do município são considerados rasos e pedregoso, colonizado pala
vegetação da caatinga, caracterizada como uma formação vegetal resistente a carência
hídrica da área. Solos rasos e vegetação adaptada ao clima semi-árido recobrem rochas
de período arquezoico representadas pelo complexo gnásico-magmatico-granodiorito.

2.3 Aspectos Históricos

O Município de Caturité-PB, originou-se nos primeiros decênios do século XX


com a chegada da família Queiroga, que era proprietária de uma extensa área territorial,
local onde fica a sede do Município e toda a área circunvizinha. Incluse foi a patriarca
da família Queiroga, que doou o terreno para ser construída as primeiras casas do
povoado, como também o lugar onde foi erguida a capela Nossa Senhora da Conceição
que dera nome a vila que durante muito tempo foi camada de Conceição.
Posteriormente surgiram outras famílias tradicionais no Município, como os Gervásio
da Cruz, os Trovão, os Cordeiros, os Veríssimo, dentre outras. Atualmente estas
famílias se destacam no Município por fazerem parte da história local.
O Município de Caturité – PB, desde tempos anteriores caracterizou-se pela
vocação agropecuária. Segundo relatos de seus habitantes, havia currais de gado em
torno do povoado e nas comunidades circunvizinhas, como também plantações de sisal,
que durante as décadas de 50e 60, apresentava-se como principal fonte de renda local.
Havia também durante aquele período grande plantações e algodão que era beneficiado
no povoado juntamente com a produção vindas de municípios vizinhos que eram
vendidas em Recife pela família Queiroga, cuja era dona dos meios de toda produção
local.
A partir do ano 1994, o Município de Caturité – Pb a sua emancipação política
ou melhor dizendo a sua “carta de alforria” que o mantinha submisso
administrativamente aos interesses políticos do Município de Boqueirão – PB. Deve-se
levar em consideração que essa conquista, foi alavancada, não somente pela aquela
parcela da população, onde estão camuflados os interesses de se manterem ao poder,
como também, a vontade de mudança da maioria da população que lutam
constantemente por melhores condições de vida.
Torna-se relevante ressaltar que o referido município foi reconhecido como tal, a
partir da sua primeira gestão municipal no dia primeiro de janeiro de 1997, tomando
posse o primeiro prefeito, José do Egito Bezerra Cabral, que administrou o município
nas duas primeiras gestões. Hoje quem está à frente da prefeitura é o então prefeito José
Gervázio da Cruz, que foi homologado no cargo em primeiro de janeiro de 2005.
O municipio também se destacava por uma feira-livre que era praticada
semanalmente no mercado publico e na rua principal, que de acordo com os relatos de
seus citadinos, durante a década de 70, caturité desfrutava de uma maior dinamicidade
se comparado com o período atual. Nesta feira vendia-se de tudo, carne de porco até
tecidos, para confecção de roupas, como também havia cabeleireiros conhecidos
popularmente como barbeiros. Vinha gente de todo o Município e de outros municípios
vizinhos, parta fazer feira, cortar o cabelo, passear, enfim, a feira-livre do referido
municipio era compromisso inadiável de seus habitantes aos domingos.

2.4 Aspectos Econômicos

O Município de Caturité - PB, diferentemente da maioria de outros municípios


brasileiros que foram instituídos recentemente devido a adoção de um critério
administrativo, apresenta uma dinâmica econômica que é invejável para aqueles
municípios pequenos com dimensão demográfica inferior e/ou igual a de Caturité, mas
que depende exclusivamente de verbas Federais para poder se manter, como por
exemplo o Fundo de Participação (FPM).
Consoante torna-se relevante destacar o surgimento das agroindústrias leiteiras
para a diversificação do mercado de trabalho local. Primeiro foi criada a Cooperativa
Agropecuária do Cariri (COAPECAL), localizada na zona rural do municipio, mais
precisamente no Sítio Bodopitá, que fica a uma distancia de três quilômetros da sede
municipal. A principio era pequena empresa formada por vinte sócios que fabricava
apenas o queijo de coalho, comercializado-o nas cidades circunvizinhas, com o passar
dos anos a cooperativa foi se desenvolvendo, atualmente a produção e diversificando os
seus produtos, tais como: o queijo de manteiga, a bebida láctea, o yogurte, a margarina,
o doce de leite, dentre outros. Dessa maneira a “Leite Cariri” como é conhecida
popularmente, conseguiu ampliar seu mercado consumidor, vendendo seus produtos de
todo Estado da Paraíba, no Rio Grande do Norte e Pernambuco, conseqüentemente
atraindo um grande numero de sócios que hoje, somados ultrapassam o valor de mais de
mil.
Posteriormente foi criada a SEBRAL em 2001, conhecida popularmente como
“Leite Vita”, localizada também na zona rural de Caturité no Sitio Curralinho a uma
distância de dois quilômetros da sede municipal, não menos importante de que a
“Cariri” estas duas empresas são responsáveis por empregar diretamente um numero de
pessoas consideráveis do referido município, dentre os quais a maioria deles são
provenientes do meio rural.
A “Leite Cariri” emprega 75 empregados diretos, desse total 90% são oriundo do
município mais precisamente da zona rural. A “Leite Vita” tem 59 empregados diretos
sendo que 40% deles residem também em Caturité e nos sítios vizinhos.
Outrossim, a matéria-prima que é processada nas duas agroindústria é oriunda
daqui mesmo do Estado da Paraíba de cidades do compartimento da Borborema dentre
elas: Queimadas Boqueirão, Barra de Santana, Gado Bravo, Alcantil, dentre outros.
Somando um total de 70 mil litros de leite diários, lembrando que valor é uma variável
sujeito a oscilações desse valor total 40% da matéria-prima é produzida no próprio
município de Caturité, credenciando-o como principal produtor de leite para as
agroindústrias. O município vem se destacando como um dos principais produtores de
laticínios do Estado da Paraíba. Fatores que contribuíram conseqüentemente para a
elevação do PIB municipal. De acordo com o IBGE, foi a economia que mais cresceu
na Paraíba entre 2002 e 2005. Há dois anos o PIB do município era de R$ 23,886
milhões contra 59,612 milhões em 2005, uma evolução de 148,49%.
Vale destacar que a evolução econômica verificada no município, foi alcançada
devido o espírito cooperativista dos pequenos produtores de leite local, que deram o
impulso inicial para esse empreendimento fabuloso que é a COAPECAL, destacando-se
no cenário estadual, como uma das principais agroindústrias no gênero de laticínios. No
obstante, merece relevância a contribuição da SEBRAL para a evolução desse
fenômeno econômico que vem ocorrendo recentemente no referido município, devido a
audácia da família Hermínio Cabral, que investiu maciçamente na qualidade do “Leite
Vita” ganhando mercado consumidor do Estado da Paraíba, com pretensões de expandir
seus produtos para outros Estados Nordestinos.
Vale ressaltar que agroindústrias juntamente com a prefeitura são os principais
empregadores do município, entretanto, ainda é a prefeitura que detém o maior numero
de empregados com 239, ultrapassando as empresas de laticínios, que somados seus
empregados tem-se a quantia de 134. No entanto, o poder publico local, tem importante
contribuição para o comando da dinâmica socioespacial local.

2.5 Aspectos Estruturais

Após a emancipação política do Município de Caturité, percebe-se que vem


ocorrendo mudanças significativa nas características da sua paisagem, mais
especificamente no espaço físico que compreende a sede municipal, transformação que
só foi possível mediante as obras de infra-estrutura que vem sendo implementadas
desde a primeira gestão em 1997, as quais conseqüentemente vem melhorando
substancialmente a qualidade de vida da população caturiteense, contribuindo,
entretanto para a metamorfização dos espaço local. Como pode ser visto nas Fotos 01 e
02 e logo em seguida no quadro 01.

Foto 01: Calçamento da Rua João Queiroga Foto: Construção de Casas Populares
- P. M. Caturité, outubro de 1997 - P. M. Caturité, setembro de 2001.
QUADRO 01 – OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA DA CIDADE DE CATURITÉ

OBRA LOCAL RECURSOS ANO


Calçamento Rua João Queiroga (1ª Parte) Próprio 1997
Esg. Sanitário Sede Conv. Federal 1998
Pavimentação Acesso a PB - 148 Estado 2000
Iluminação Acesso a PB - 148 Município 2000
Casas Populares Rua Sindolfo Severino da Silva Conv. Federal 2001
Calçamento Rua João Queiroga (Conclusão) Conv. Estado 2002
Calçamento Rua Sindolfo Severino da Silva Município 2002
Ampliação do Cemitério Rua Sindolfo Severino da Silva Município 2002
Ampliação da Escola ATM Rua João Queiroga Município 2002
Ampliação do Posto de Saúde Rua João Queiroga Município 2002
Iluminação Rua Sindolfo Severino da Silva Município 2002
Praça Sede Conv. Estado 2003

FONTE: Prefeitura Municipal de Caturité, em 22 de agosto de 2007.


CAPITULO III

A HIBRIDICAÇÃO DO RURAL-URBANO NO MUNICIPIO DE


CATURITÉ-PB: Uma análise socioeconômica

O Município de Caturité-PB não difere da maioria dos municípios nordestinos


com menos de 20 mil habitantes, por apresentar características intrinsecamente de
“cidade rural”, tendo em vista que o maior percentual de sua população encontra-se
residindo na zona rural, tendo como base econômica a agropecuária, destacando-se a
pecuária leiteira utilizada para a produção de laticínios. Um aspecto relevante do
Município é que, logo na chegada da cidade existe uma fazenda que está inserida na
paisagem urbana local, como pode ser vista na Foto 03.

Inerente a essa vocação pecuarista que o município adquiriu ao longo de sua


historia, surgiram duas indústrias agropecuárias, a COAPECAL, conhecida
popularmente como “leite cariri” e a SEBRAL conhecida como “leite vita” ambas
localizadas na zona rural do referido município. Estas empresas vêm contribuindo para
a dinamização do mercado de trabalho local, empregando mão-de-obra tanto da zona
rural quanto da zona urbana. Veja nas Fotos 04 e 05.
Foto 04: Leite Vita (Agroindústria) Foto 05: Leite Cariri (Agroindústria)
- Rildo de Sousa, fevereiro de 2008. - Rildo de Sousa, fevereiro de 2008.

Ainda é grande o numero de pessoas que residem na cidade e mantém uma forte
dependência com o campo, trabalham nas agroindústrias, colocam pequenas roças,
criam gado, dentre outras. Percebe-se que existem citadinos que nos quintais de suas
residências praticam atividades agropecuárias destacando-se: criação da pecuária
leiteira, suínos e aves, atividades estas que são peculiares ao campo, mas que
contraditoriamente são realizadas no perímetro urbano do município. Veja a Foto 06.

Foto 06: Criação de animais no perímetro urbano


- Rildo de Sousa, fevereiro de 2008.

É comum quando ao caminhar pelo centro da cidade, defrontar-se com pessoas


trabalhando em carroças de boi de burro, transportando a ração para alimentar seus
rebanhos de fundo de quintal, não deferindo do modo de vida rural de sua interlândia. O
povoado ganhou status de cidade, mas continua em lócus, do modo de vida campal que
prevalecia em tempos anteriores.
Uma pessoa não natural dessa cidade, ao caminhar pelas ruas, em pouco tempo
terá sua presença notada, pois ainda é forte o conhecimento mutuo entre os moradores.
É ainda uma cidade tranqüila, está característica é constantemente ressaltada pelos
moradores durante as entrevistas. Portas e janelas abertas são comumente encontradas.
As crianças brincam pelas as ruas sem maiores preocupações em relação a violência e
ao trânsito. O tempo ainda parece ser o tempo “lento”, encontra-se com muita
freqüência, bancos em frete as residências, onde as pessoas se sentam para conversar
sem ter que se preocupar com algum tipo de atitude de estranhos que possa pó em risco
aquele modo de vida pacato, que permanece arraigado na dinâmica socioespacial do
município em pesquisa.
O Município encontra-se paradoxalmente moderno haja vista, que as duas
agroindústrias existentes estão localizadas na zona rural, gerando funções que
anteriormente eram típicas dos grandes centros urbanos tais como: administradores,
químicos, secretários, motoristas, dentre outros, o que vem contribuindo para a
modernização do espaço local. No campo também existem parabólicas, internet que
recentemente vem se expandindo no município através da provedora que tem como
proprietária a COAPECAL, houve também a substituição dos animais como burro,
cavalo e jegue por motocicletas é raro a existência desse tipo de transporte nas
residências daqueles que residem no meio rural. Fenômeno este que pode ser observado
na maioria dos municípios brasileiros. Na cidade existe lan house, parabólicas, internet,
musicas dos grandes centros urbanos (como os estilos do rapp e do funk), edificações
com características arquitetônicas que se encontram nas médias e grandes cidades. No
entanto, o modo de vida rural é prevalecente. Não raro são moradores urbanos
originários da zona rural, trabalhadores rurais, proprietários rurais.
Cabe também ressaltar que compartilha o modo de vida particular, sobretudo,
marcado pelo conhecimento mútuo, relações pessoais entre moradores e destes com a
administração municipal. É comum a disponibilidade de tempo para conversar nas
calçadas e praças. Os acontecimentos na cidade são facilmente acompanhados por
todos. As ligações com o mundo rural são intensas e constantes. Este aspecto pode ser
considerado a marca central do modo de vida desse lugar.
Para poder chegar-se a argumentação sobre o perfil socioeconômico da
população do Município de Caturité - PB, propõe-se trabalhar este tema com base no
conhecimento empírico e através da aplicação de alguns questionários com os
moradores, pautando-se num fundamento investigativo, como pode ser visto nos
resultados abaixo.
Pela analise da tabela 01 pode-se contatar que o núcleo familiar que apresenta o
maior número de pessoas tem nove pessoas residentes, este valor corresponde a 2,5% do
total pesquisado; constata-se ainda que o maior percentual é dos núcleos familiares que
têm cinco pessoas residindo, representando 32,5%; o segundo lugar com 25% é dos
núcleos com quatro pessoas: em seguida os núcleos com três pessoas representa 17,5%;
os núcleos que residem duas e seis pessoas somam 14% e equivalendo 2,5% do total
analisado, um núcleo com sete pessoas. Analisada a tabela 01, foi contatado que 76%
dos núcleos familiares são formados de três a cinco pessoas.
TABELA -01 NÚMERO DE PESSOAS NO NÚCLEO FAMILIAR

Nº DE PESSOAS Nº DE RESIDÊNCIAS %
02 03 7,5
03 07 17,5
04 10 2,5
05 13 32,5
06 03 7,5
07 01 2,5
08 02 5
09 01 2,5
TOTAL 40 100
Fonte: Pesquisa direta. Município de Caturité-PB, dezembro de 2007.

As Tabelas 02, 03 e 04, a seguir tratam-se das faixas etárias dos pais, das mães e
dos filhos respectivamente, da amostra realizada no Município de Caturité-PB,
destacando-se a classe de idade, a freqüência relativa (fi)e o percentual.
Na Tabela 02 pode ser destacado que 52,5% das mães estão entre 32 e 44 anos
5% dos pais com 20 a 32 anos e 2,5 entre 68 e 80.

TABELA -02 FAIXA ETÁRIA DOS PAIS

CLASSE DE IDADE FREQUÊNCIA %


25├ 35 2 6,6
35 ├ 45 8 26,6
45 ├ 55 9 30
55 ├ 65 9 30
65 ├75 2 6,6
TOTAL 30 100
Fonte: Pesquisa direta. Município de Caturité-PB, dezembro de 2007.

Na Tabela 02 pode ser identificado que a maioria dos pais, se encontram na faixa
etária entre 45 e 55 anos, representando 30% do total pesquisado; o mesmo percentual
apresentado por aqueles de 55 a 65 anos de idade.; outros 26,6% estão situado na faixa
etária entre 35 a 45 anos; ainda vamos ter 6,6 que têm 25 a 35 anos, percentual igual ao
país entre 65 e 75 anos.

TABELA -03 FAIXA ETÁRIA DAS MÃES

CLASSE DE IDADE FREQUÊNCIA %


20├ 32 2 5
32├ 44 21 52,5
44 ├ 56 10 25
56 ├ 68 7 17,5
68 ├ 80 1 2,5
TOTAL 40 100
Fonte: Pesquisa direta. Município de Caturité-PB, dezembro de 2007.

Pode-se constatar na Tabela 04, que 52,2% dos filhos são jovens de 12 a 18
anos; outros 10,8 dos filhos são crianças que estão entre 0 e 06 anos, o que representa o
mesmo percentual de crianças com 6 a 12 anos; outros 24% são jovens que se encontra
na faixa etária de 18 a 24 anos e 2,2% é adulto entre 24 e 30 anos.

TABELA – 04 FAIXA ETÁRIA DOS FILHOS

CLASSE DE IDADE FREQUÊNCIA %


00- 06 5 10,8
06 - 12 5 10,8
12 - 18 24 52,2
18 - 24 11 24
24-30 1 2,2
TOTAL 46 100
Fonte: Pesquisa direta. Município de Caturité-PB, dezembro de 2007.

As Tabelas 05 e 06 apresentam os resultados obtidos através da amostra sobre


graus de instrução dos pais, das mães e dos filhos no Município de Caturité.
O grau de instrução escolar verificado na Tabela 05 foi feito com 30 pais e 40
mães. Fazendo a análise desta tabela verifica-se que o percentual de pais analfabetos é
superior ao percentual das mães, com 15% a mais; porém, os pais com Ensino
Fundamental II incompleto são minoria, com 55%; enquanto as mães no Ensino
fundamental II incompleto, representa a maioria com 57,5%.
Observa-se que, o número de mães que já terminaram o Ensino Fundamental II
corresponde a 12,5%, mas nenhum dos pais pesquisados concluíram o primeiro grau;
em relação ao ensino médio incompleto ambos os gêneros encontram-se empatados,
com percentual de 2,5%; em seguida outro empate no que concerne ao Ensino médio
completo, tanto os pais quanto as mães não conseguiram concluí-lo; constata-se ainda
que, o número de pais que ingressaram na universidade é de 5%, em contrapartida o
percentual de mães neste mesmo grau de instrução é neutro, entretanto, no Ensino
Superior completo ocorre o inverso, com 5% das mães que têm um curso de graduação
e nenhum dos pais conseguiram concluir o Ensino Superior completo.

TABELA – 05 GRAU DE INSTRUÇÃO DOS PAIS E MÃES

GRAU DE INSTRUÇÃO PERCENTUAL


PAI MÃE
ANALFABETOS 37,5 22,5
E.F.II INCOMPLETO 55 57,5
E. F. II COMPLETO __ 12,5
E. MÉDIO INCOMPLETO 2,5 2,5
E. MÉDIO COMPLETO __ __
E. SUPERIOR INCOMPLETO 5 __
E. SUPERIOR COMPLETO __ 5
TOTAL 100 100
Fonte: Pesquisa direta. Município de Caturité-PB, dezembro de 2007.

Constata-se através desta Tabela 06 que, no Município de Caturité-PB não existe


filhos analfabetos; que 60,3% deles têm o Ensino Médio Incompleto; 17,3% dos filhos
com Ensino Fundamental II incompleto; outros 10,4% são os filhos que têm o Ensino
Fundamental II completo e superior incompleto; os 12% restante corresponde aos filhos
que concluíram o Ensino Médio.

TABELA 06: GRAU DE INSTRUÇÃO DOS FILHOS


GRAU DE INSTRUÇÃO PERCENTUAL
ANALFABETOS __
E.F.II INCOMPLETO 17,3
E. F. II COMPLETO 5,2
E. MÉDIO INCOMPLETO 60,3
E. MÉDIO COMPLETO 12
E. SUPERIOR COMPLETO 5,2
E. SUPERIOR COMPLETO __
TOTAL 100
Fonte: Pesquisa direta. Município de Caturité-PB, dezembro de 2007.

O gráfico a seguir, mostra a procedência das famílias que residem no Município


de Caturité. Percebe-se que 20% das famílias são oriundas de outras cidades; outros
10% residem na zona urbana do Município; os 70% restante são moradores da zona
rural.
Em 90% dos núcleos familiares questionados não havia componentes da família
morando fora da casa; nos outros 10% sim, havia integrantes da família morando em
outras cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Campina Grande e Boqueirão.
Segundo relatos dos entrevistados, houve uma diminuição significativa do êxodo
rural após o surgimento das agroindústrias, haja vista, que o maior percentual que
trabalham nelas são oriundos do meio rural do referido Município.

100
90
80
70 Famílias sem
integrantes morando
60
fora de casa
50
40 Famílias com
integrantes morando
30
fora de casa
20
10
0
Famílias residentes em Caturité - PB

Gráfico – 01: Procedência das famílias que moram no Município de Caturité – PB.
Fonte: Pesquisa Direta. Município de Caturité – PB, Dezembro, 2007.

A tabela 07 trata das condições de habitação e do tipo de piso no Município de


Caturité – PB, de acordo com a amostra realizada. A mesma mostra que 97,5 % das
habitações são próprias; apenas 2,5% são emprestadas; que todas as casas são
construídas de tijolos; e que 77,5% das residências têm o piso de cimento; os outros
22,5% possuem o piso de cerâmica.

Tabela 07: Condições de habitação, tipo de habitação e tipo de piso.

Condição de Habitação % Tipo de Habitação % Tipo de Piso %


Própria 97,5 Tijolos 100 Cimento 77.5
Alugada / emprestada 2,5 Madeira / outros 00 Cerâmica 22,5
Total 100
Total 100 Total 100
Fonte: Pesquisa direta. Município de Caturité-PB, dezembro de 2007.

O Gráfico 02 demonstra o percentual de pessoas que exercem atividade


remunerada por residência. Pela análise do referido gráfico, 65 % das residências tem
uma pessoa que exerce atividade remunerada; outros 30% são duas pessoas exercendo
atividade remunerada; e 5% equivale a soma das residências onde há três e cinco
pessoas trabalhando com remuneração respectivamente.
As atividades exercidas pelos habitantes do Município de Caturité que mais se
destacaram foram as seguintes: mototaxistas, motorista, comerciante, agricultor,
vaqueiro, dentre outros.

70
60
50
Com 01 pessoa
40
30 Com 02 pessoas
20
De 03 a 05
10 pessoas
0
Pessoas com atividade
remunerada por residência

Gráfico 02: Quantidade de pessoas que exercem atividades remuneradas por residência do
Município de Caturité - PB
Fonte: Pesquisa direta. Município de Caturité - PB, dezembro de 2007.

A tabela 08 corresponde a renda por família do Município de Caturité. Verifica-


se através dela, que 70% das famílias recebem até um salário mínimo; 17,5% vivem
com renda entre um e dois salários mínimos; outros 10% delas, com renda entre dois e
cinco salários mínimos; e apenas 2,5% das famílias têm renda superior ou igual a cinco
salários mínimos.
Tabela – 08: Renda por família do Município de Caturité – PB

Renda Percentual
Entre meio e um salário mínimo 70%
Entre um e dois salários mínimos 17,5%
Entre dois e cinco salários mínimos 10%
Mais de cinco salários mínimos 2,5%
Total 100%
Fonte: Pesquisa direta. Município de Caturité - PB, dezembro de 2007.

O gráfico 03 apresenta os dados a respeito das famílias questionadas que


recebem algum tipo de benefício no município.
Os dados indicam que 57,5% das famílias recebem ajuda financeira, o que
representa a grande maioria das famílias do município; outros 42,5% representam a
minoria das famílias que não recebem ajuda financeira. Todas as famílias entrevistadas
que disseram que recebem ajuda financeira têm Bolsa Família, um benefício do
Governo Federal.

60
50
40
30 Recebem
20 Não recebem
10
0
Famílias que recebem
ajuda financeira

Gráfico 03: Famílias que recebem algum tipo de benefício.


Fonte: Pesquisa direta. Município de Caturité - PB, dezembro de 2007.

O gráfico 04 corresponde aos aposentados no Município de Caturité – PB.


Observando-se os dados do gráfico 04, chega-se a conclusão que, no referido município,
tem mais pessoas que não são aposentadas do que pessoas aposentadas. Do total de
100% das pessoas residentes no Município, apenas 25% recebem o benefício da
aposentadoria, enquanto 75% não recebem esse tipo de benefício.
80
70
60
50
40 Aposentados
30 Não aposentados
20
10
0
Percentual de aposentados em
Caturité - PB

Gráfico 04: Percentual de pessoas aposentadas no Município de Caturité.


Fonte: Pesquisa direta. Município de Caturité - PB, dezembro de 2007.

O gráfico 05 trata da melhoria das condições de vida dos moradores do Município de


Caturité após a emancipação política. Analisando-se os dados do gráfico 05, verifica-se
que a maioria da população residente no Município concorda que houve melhoria de
qualidade de vida, atingindo-se o percentual de 62,5%, enquanto 37,5% discordam
dessa afirmativa.

70
60
50
40
Concordam
30 Discordam
20
10
0
Melhoria da qualidade de vida

Gráfico 05: Melhoria das condições de vida da população caturiteense após a emancipação política.
Fonte: Pesquisa direta. Município de Caturité - PB, dezembro de 2007.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A emancipação e o consequente surgimento de um expressivo números de


pequenas cidades, no território brasileiro nas últimas décadas do Século XX, contribuiu
para elevar o percentual de população urbana no Brasil, superando, atualmente 80% da
população total. Contudo, deve-se ressaltar que esta urbanização expressiva,
configurada na dinâmica socioespacial dos municípios brasileiros, conforme dados
censitários do IBGE, não condizem com a realidade social, cultural e econômica
vivenciadas pelas populações dos respectivos municípios.
Nesse novo contexto de urbanização brasileira, em que uma gama considerável
de pequenos municípios conquistou o status de cidade, não é de se estranhar que na
maioria deles permaneça o modo de vida rural, haja vista, são as suas interlândias
responsáveis pelo comando da dinâmica do espaço local, onde a principal fonte de renda
está baseada na agropecuária, como também está concentrado o maior contingente
populacional. Em contrapartida, percebe-se hábitos tipicamente dos grandes centros
urbanos, o modo de como as pessoas se vestem, os tipos de músicas que curtem, antenas
parabólicas são visíveis nas residências, internet, motocicletas que substituem os
eqüinos, enfim, homogeneizou-se o modo de vida urbano, dificultando a diferenciação
entre o “rural e o urbano”.
Nesse contexto virtuoso da urbanização brasileira, o Município de Caturité – PB
não difere dos demais municípios com menos de 20 mil habitantes, em que o “rural” e o
“urbano” se confundem, arraigados por um modo de vida campal, entretanto,
suprimidos por um modo de vida consumista que extrapolou as barreiras dos grandes
centros urbanos, atingindo suas periferias imediatas, como também, outros lugares
longínquos.
Espera-se que esta pesquisa tenha contribuído para um melhor esclarecimento
acerca das interpretações do rural-urbano, até porque, pela diversidade socioespacial,
cultural e histórica da formação do espaço brasileiro, fica difícil definir conceitos puros
do que venha ser o “rural” e o “urbano”. Outrossim, esclarecer a importância da criação
destes pequenos municípios, com Caturité – PB por exemplo, que mesmo não
desfrutando de uma dinâmica socioespacial pujante, e que a partir da sua emancipação
política, tem demonstrado um evolução socioeconômica significativa, decorrentes de
suas agroindústrias, que concorrem juntamente com o poder público local para a
transformação do espaço do Município de Caturité – PB. Neste sentido, torna-se
relevante esta pesquisa, pela carência de estudos sobre pequenos municípios, bem como,
difundir hibridicação existente entre o rural-urbano.
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Contemporâneo. Rio de Janeiro. IPEA, 2000.

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