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1. INTRODUÇÃO.
Características Essenciais:
→ Elemento Subjetivo: são os sujeitos que compõem a obrigação. O sujeito ativo (credor), que
possui o direito subjetivo e o sujeito passivo (devedor), que possui o dever jurídico. Os sujeitos
podem ser determinados desde o nascimento da obrigação ou determináveis (ex.: o cheque ao
portador).
→ Elemento Objetivo: é a prestação devida, que pode ser positiva (dar ou fazer) ou negativa
(não fazer). Não confundir o objeto da obrigação (que é a prestação) com o objeto da prestação
(um bem da vida qualquer). Por exemplo, em uma dívida de $100, o objeto da obrigação é o de
dar (entregar dinheiro) e o objeto da prestação são os $100. Objeto imediato e mediato.
→ Elemento Abstrato ou Espiritual: é o vínculo jurídico. É o liame abstrato que une o credor
e o devedor e outorga coercibilidade ao direito subjetivo. É o dever ser da prestação.
Distinções Essenciais:
→ Direito Obrigacional x Direito Real: a) no direito obrigacional a relação jurídica se
estabelece entre duas pessoas determinadas ou determináveis, enquanto que no direito real isso
não ocorre, impondo-se um direito subjetivo oponível erga omnes (à toda coletividade de
possíveis sujeitos, presentes ou futuros); b) o sujeito ativo atua diretamente sobre a coisa nos
direitos reais, ao passo que nos direitos obrigacionais o sujeito ativo não consegue atuar
diretamente sobre o dar, fazer ou não fazer (precisa da cooperação do sujeito passivo); e c)
enfim, os direitos obrigacionais são amplos, infinitos, sujeitos à autonomia privada, ao passo
que os direitos reais são numerus clausus.
P.S.: Obrigações Propter Rem. São prestações impostas ao titular de determinado direito real
pelo simples fato de assumir tal condição. A mera titularidade de um direito real importará na
assunção de obrigações independentemente de qualquer manifestação de vontade. A obrigação
propter rem vincula ao titular do bem, quem quer que seja ele, querendo ele ou não (ex.: todos
os direitos de vizinhança referenciados no Código Civil. As obrigações dos condôminos de
cuidado com a coisa em comum. Os impostos relativos à propriedade). Nestas obrigações, o
adquirente posterior se responsabiliza ainda que os débitos tenham surgido em face do
titular anterior. Um porém: o devedor só se obriga nos limites da coisa e não do seu próprio
patrimônio, permitindo a chamada renúncia liberatória (abandono da coisa).