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Dificuldades de aprendizagem
Pós Graduação
Lato Sensu
moderadas, graves e profundas
UNICOIMBRA
Circulação
Interna
2
0
“ Paciência e
perseverança tem o
efeito mágico de fazer
as dificuldades
desaparecerem e os
obstáculos
sumirem. ”
Sumário
INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 2
CAPÍTULO I
O QUE SÃO DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM MODERADAS,
GRAVES E PROFUNDAS? ........................................................................................................ 5
ATIVIDADE DE REFLEXÃO................................................................................................ 14
CAPÍTULO II
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM MODERADAS................................................................. 15
ATIVIDADES DE SÍNTESE....................................................................................................... 27
CAPÍTULO III
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM GRAVES: CURRÍCULO E AVALIAÇÃO............................. 28
ATIVIDADES DE SÍNTESE....................................................................................................... 42
CAPÍTULO IV
ASPECTOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM PARA ALUNOS COM
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM GRAVES......................................................................... 43
ATIVIDADES DE SÍNTESE....................................................................................................... 55
CAPÍTULO V
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM PROFUNDAS E MÚLTIPLAS............................................ 56
ATIVIDADES DE SÍNTESE....................................................................................................... 71
CONCLUSÃO........................................................................................................................... 72
REFERÊNCIAS......................................................................................................................... 74
ATIVIDADES AVALIATIVAS................................................................................................... 79
2
Introdução
Bons estudos!
5
Capítulo I
abordagens de ensino visam especialmente à sua área frágil (DfES, Capítulo 5, seção 44). Os
motivos para a estimulação na fase primária seria o fato de que “apesar de receber um programa
individualizado e/ou apoio concentrado a criança continua trabalhando em níveis
substancialmente inferiores ao esperado para crianças de idade semelhante” (DfES, Capítulo 5,
seção 56).
Passando para a fase secundária, os motivos para estimulação precoce e/ou
acompanhamento escolar específico são quase idênticos aos da fase primária.
Com referência à avaliação estatutária das NEE, quando um serviço pedagógico
especializado está decidindo sobre uma avaliação, deve “buscar evidências claras, registradas do
desempenho acadêmico da criança e perguntar, por exemplo, se (...) a criança está trabalhando
em um nível significativamente inferior ao de seus contemporâneos em qualquer uma das
matérias do currículo nacional” (DfES, Capítulo 7, seção 41).
À luz das evidências do que o Código classifica como “dificuldade de aprendizagem”,
mas que, de fato, referem-se às crianças com NEE, o serviço pedagógico especializado deve
considerar as ações tomadas e perguntar, particularmente, se “a escola utiliza, quando
apropriados, programas estruturados de leitura e ortografia, e estratégias de ensino
multissensoriais para intensificar as estruturas nacionais de letramento e de numeralização”
(DfES, 2001a, Cap. 7, seção 49).
Isso tem um grande efeito sobre sua capacidade de participar do currículo escolar sem
apoio. Eles também podem manifestar dificuldades na mobilidade e coordenação,
comunicação, percepção e na aquisição de habilidades de auto-ajuda. Os alunos com
dificuldades de aprendizagem graves precisarão de apoio em todas as áreas do
currículo. Também podem precisar aprender habilidades sociais, de auto-ajuda e
independência. Alguns alunos podem usar sinais e símbolos, mas a maioria será capaz
de manter conversas simples. Seu desempenho pode estar no intervalo superior P da
escala (P4-8) durantegrande parte de sua escolarização (que é abaixo do nível 1 do
currículo nacional) (DfES, 2003, p. 3-4).
• ajuda para organizar e coordenar o português falado e escrito para facilitar a cognição;
• ajuda nas habilidades de sequencialização e organização;
• ajuda para resolver problemas e desenvolver conceitos;
• programas para auxiliar o desenvolvimento de competências motoras e finas;
• apoio no uso de termos técnicos e idéias abstratas;
• ajuda para compreender idéias, conceitos e experiências quando a informação não
pode ser obtida por experiências sensoriais e físicas em um primeiro momento.
O trecho acima não é tão útil quanto poderia ser, pois o Código combina observações
sobre a provisão para alunos com dificuldades de aprendizagem gerais e específicas.
Igualmente, algumas das sugestões não estão claras. O que, por exemplo, são “programas para
auxiliar o desenvolvimento de competências motoras e finas”? São programas para auxiliar
“competências finas”? Nesse caso, quais são elas? São programas para auxiliar habilidades
motoras amplas e finas? E “ajuda para processar a linguagem, habilidades de memória e de
raciocínio” realmente significa ajuda para processar a linguagem e ajuda para desenvolver
habilidades de memória e de raciocínio?
A expressão “inclusão total”, aplicada a alunos com NEE, sugere a idéia de que todos
os alunos com NEE deveriam ser educados em escolas comuns. Uma variedadeprovisional
abrangendo escolas regulares, escolas especiais, unidades de encaminhamento de alunos, ou
tutoramento em casa) não seria aceitável. Seria melhor haver maior apoio e mais recursos nas
escolas regulares, de acordo com a gravidade ecomplexidade das NEE (por exemplo, Gartner e
Lipsky, 1989). A inclusão total nãoera o objetivo do governo da Inglaterra, nem a dos principais
partidos políticos da oposição.
O documento Inclusive Schooling: ChildrenwithSpecialEducational (DfES,
2001b)apresenta a orientação legal com relação à estrutura de inclusão. O
SpecialEducationalNeedsandDisabilityAct 2001 (uma lei relativa a necessidades educacionais
edeficiências) “reforça o direito das crianças com necessidades educacionais especiaisTCde
receber uma educação convencional” (DfES, 2001b, p. 1, parágrafo 4), em umaemenda da Lei
de Educação de 1996.
Com relação à natureza do aparente “direito” à inclusão, há um claro constrangimento.
Isso é indicado pelo documento Inclusive Schooling, referindo-se ao “direitoreforçado à
educação convencional” (p. 1, parágrafo 4). O direito (se é essa a palavra correta) é parcial. A
extensão do direito pode ser examinada considerando-se os deveres proporcionais que são
impostos aos outros em relação ao “direito”.
Como resultado da Lei de Educação de 2001 sobre necessidades educacionais e
deficiências, a seção 316(3) da Lei de Educação de 1996 foi corrigida conforme segue:
Se a criança tiver registro na seção 324, ela deve ser educada em uma escola regular,
amenos que isso seja incompatível com:
· os desejos dos pais ou
· a provisão de educação eficiente para outras crianças.
O uso da palavra deve na seção acima da Lei indica o dever dos serviços pedagógicos
especializados e outros, correspondente ao “direito” de ser educada convencionalmente. Se a
educação de uma criança com NEE for incompatível com a educação eficiente de outros alunos,
a educação convencional só poderá ser recusada se não for possível a adoção de medidas
razoáveis para evitar a incompatibilidade. Talvez não seja possível adotar medidas para que a
inclusão da criança seja compatível com a educação eficiente dos outros alunos. Isso pode
acontecer, por exemplo, se o professor, mesmo com auxílio, precisar dedicar à criança um
tempo desproporcionalmente grande em detrimento do restante da turma.
10
Os direitos também são atingidos quando consideramos uma escola específica em vez
do conceito genérico de convencional. Os pais podem preferir que uma determinada escola
regular conste no registro de NEE de seu filho ou filha. Nesse caso, a nota 27 da Lei de
Educação de 1996 requer que os serviços pedagógicos especializados nomeiem a escola de
preferência dos pais, a menos que alguma das três condições seguintes se aplique:
Vemos que não existe nenhum direito completo de ingresso na escola regular, e sim que
os direitos dos pais de uma criança com NEE são contrabalançados com os direitos dos pais das
crianças que não têm NEE e com outros fatores. E nesse contexto que a provisão - o que
funciona melhor para os alunos com dificuldades de aprendizagem gerais - deve ser
compreendida.
NationalChildren’s Bureau.
Em relação ao trabalho profissional conjunto, foi anunciada em 2001 uma estrutura
nacional de curadorias da criança, destinada a desenvolver novos padrões no Serviço Nacional
de Saúde e nos serviços sociais para crianças e a incentivar parcerias entre agências.
Posteriormente, as curadorias da criança passaram a ser vistas como uma tentativa de integrar os
serviços educacionais, assistência social e alguns serviços de saúde (pela Lei da Saúde de 1999,
seção 31) para crianças e jovens, e de incorporar uma estratégia integrada entre os serviços. Os
serviços pedagógicos especializados, incluirão, potencialmente, todas as funções de educação,
abrangendo NEE, o serviço de assistência à educação e à psicologia educacional. Os serviços
sociais para a criança incluirão avaliação e atendimento às crianças com “necessidades
especiais”. Serviços comunitários e de saúde incluirão serviços de saúde mental para a criança e
o adolescente oferecidos localmente e comissionados, e também poderão incluir serviços de
fonoaudiologia, visitação de saúde, fisioterapia e serviços de terapia ocupacional voltados à
criança e à família. As curadorias de atendimento primário delegarão funções para a curadoria
da criança e obterão fundos com o governo local.
As curadorias também podem incluir outros serviços, como o Conexões, as equipes que
trabalham com jovens infratores e o Início Seguro. Podem ser envolvidos outros parceiros locais
como organizações voluntárias, serviços residenciais e serviços de lazer.
É esperado que as curadorias estejam em contato com as autoridades locais, reportando-
se ao diretor dos serviços de atendimento à criança que, por sua vez, se reportará aos
conselheiros locais por meio do executivo-chefe. As curadorias contratarão serviços e poderão
oferecê-los diretamente ou por contratos com organizações públicas, privadas ou do setor
voluntário.
A resultante integração de provisão de serviços deve se refletir nos seguintes aspectos:
serviços co-localizados, tais como centros infantis e escolas ampliadas; equipes
multidisciplinares e um sistema de profissionais-chave; uma estrutura de avaliação comum entre
os serviços; sistemas de comunicação de informações entreos serviços; treinamento conjunto e
meios eficazes para proteger as crianças. A intenção é integrar serviços-chave de atendimento à
criança com um mesmo foco organizacional, preferivelmente por meio das curadorias. Em 2003
foram aprovadas 35 licitações para curadorias “desbravadoras”, financiadas até 2006.
Envolvendoosalunos
parte da criança;
• se fizer perguntas, utilizar um nível de generalidade apropriado (por exemplo,
perguntas abertas ou moderadamente pontuais parecem gerar respostas mais precisas em
crianças com dificuldades de aprendizagem do que perguntas extremamente específicas),
• evitar perguntas sim/não para evitar aquiescência, especialmente no caso de alunos
com dificuldades de aprendizagem,
• procurar obter uma narrativa ininterrupta.
(Lewis, 2004, p. 4-6 parafraseado)
Podemos considerar:
TEXTOS-CHAVE
Farrell, M. The special education handbook (3. ed.). Londres: David FultonPublishers, 2003.
Como ponto de partida, verbetes que podem ser úteis incluem: dificuldade de aprendizagem
moderada, dificuldade de aprendizagem grave, dificuldade de aprendizagem profunda e
múltipla, necessidades educacionais especiais e dificuldade de aprendizagem. Outras são: plano
de educação individual, objeto de referência, linguagem de sinais, símbolos, defesa e ambientes
multissensoriais. Os apêndices resumem a legislação, relatórios relacionados e documentos
consultivos do relatório Wamock até o presente, regulamentos selecionados de 1981 até o
presente e circulares selecionadas de 1981 até o presente, incluindo o Special Educacional
NeedsCodeofPractice de 2001 e o SpecialEducationalNeedsandDisabilityAct de 2001.
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Atividade de Reflexão
A expressão “inclusão total”, aplicada a alunos com NEE, sugere a idéia de que todos os alunos
com NEE deveriam ser educados em escolas comuns. Uma variedade provisional abrangendo
escolas regulares, escolas especiais, unidades de encaminhamento de alunos, ou tutoramento em
casa) não seria aceitável. Sobre esta questão escreva um texto crítico reflexivo sobre a “inclusão
total” dos alunos com NEE na rede comum de ensino, destaque os avanços e os retrocessos
desta medida.
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Capítulo II
Dificuldades de
aprendizagem moderadas
Introdução
Este capítulo procura definir as dificuldades de aprendizagem moderadas (DAM) de
maneira mais precisa do que no capítulo anterior, no qual elas foram discutidas brevemente. São
consideradas a prevalência e possíveis fatores causais a elas associados. O capítulo examina a
identificação e avaliação das DAM. São apresentadas várias abordagens de atendimento ou
provisão: intervenções de letramento e de matemática; intervenções mais gerais, utilizando
recursos concretos e visuais, compreensão e uso do ensino multissensorial; estabelecimento para
o aluno de conexões com outros objetos e situações de vida relevantes; oferta de oportunidades
de investigação e aprendizagem explanatória; garantia de que as lições tenham um ritmo
adequado. Finalmente, são apresentadas intervenções utilizadas com alunos que possuem
dificuldades adicionais de comunicação e linguagem ou dificuldades comportamentais,
emocionais e sociais.
Definições
Deve-se lembrar de que a orientação relacionada ao Censo Escolar Anual do Nível dos
Alunos (DfES, 2003) oferece uma descrição de DAM. A orientação diz respeito à coleta de
informações sobre o tipo de NEE de alunos para os quais está sendo feita uma provisão
educacional especial, com um acompanhamento escolar específico ou com um registro de NEE
(p. 2). (Os alunos com acompanhamento escolar específico são registrados como tendo NEE,
mas, para o propósito do censo escolar, não é necessário registrar seu tipo de NEE.)
Segundo a orientação, os alunos com DAM “terão um desempenho significativamente
inferior aos níveis esperados na maioria das áreas do currículo, apesar das intervenções
apropriadas. Suas necessidades não serão atendidas pela diferenciação normal e pela
flexibilidade do currículo nacional” (DfES, 2003, p. 3, grifos meus). A orientação enfatiza que
esses alunos “devem ter registro de DAM se estiverem recebendo uma provisão educacional
adicional para ajudá-los a ter acesso ao currículo” (DfES, 2003, p. 3, grifo no original). Os
alunos com DAM “terão uma dificuldade muito maior do que seus pares para adquirir
habilidades básicas de letramento e de numeralização e para compreender conceitos. Eles
também podem apresentar atraso na fala e na linguagem, baixa auto-estima, baixos níveis de
concentração e habilidades sociais subdesenvolvidas” (DfES, 2003, p. 3).
Parte desta definição refere-se ao baixo desempenho. Não é sugerido que o baixo
desempenho seja uma falha da escola, por exemplo, por não estar utilizando intervenções
adequadas. Entretanto, a definição também não sugere que a escola seja complacente e suponha
16
que não é capaz de fazer mais, depois de ter oferecido intervenções “apropriadas”. A definição
especifica que os desempenhos situam-se abaixo dos níveis esperados, “apesar de intervenções
apropriadas”. Então, por que os desempenhos são baixos? A definição sugere que isso está
relacionado à “dificuldade” da criança de “adquirir habilidades básicas de letramento e de
numeralização e para compreender conceitos”.
A introdução à orientação deixa claro que “falta de competência na língua materna não
é uma necessidade educacional especial” (DfES, 2003, p. 2, grifo no original). Ela também
parece indicar que as circunstâncias da casa ou familiares da criança não são um dos fatores que
constituem uma NEE. A orientação afirma que “o subdesempenho pode ser um indicador de
NEE, mas o baixo rendimento pode ser devido a outros fatores, como problemas domésticos ou
familiares da criança ou freqüência escolar insuficiente” (DfES, 2003, p. 2). Isso não se ajusta
bem às noções de DAM que as relacionam, em parte, a circunstâncias socioeconômicas.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR) (American
PsychiatricAssociation, 2000, publicado pela Artmed) utiliza categorias para descrever os
transtornos e incluem o retardo mental. Este é um transtorno “caracterizado pelo funcionamento
intelectual significativamente inferior à média (QI igual ou inferior a 70) com início anterior aos
18 anos e déficits/comprometimentos concomitantes no funcionamento adaptativo” (p. 39). No
“retardo mental leve”, os níveis de QI ficam entre 50/55 e aproximadamente 70” (p. 42). Deve
haver déficits no funcionamento adaptativo em pelo menos duas de oito áreas específicas, como
comunicação ou cuidados pessoais, correspondendo a algumas interpretações de DAM na
Inglaterra. As definições de DAM variam internacionalmente (Norwich e Kelly, 2004, p. 17-19)
e, na Inglaterra, também variaram ao longo do tempo (p. 20- 27). Se quisermos que o termo seja
útil, quanto maior a concordância sobre o que ele significa, mais relevante será seu uso. A
comissão de auditoria (AuditComission, 2002) também argumenta em defesa de uma definição
nacional das NEE.
Para Norwich e Kelly (2004), a validade das categorias de NEE tem a ver “com a
possibilidade de categorias como DAM terem implicações para a provisão educacional
adicional ou diferente para alunos com DAM comparados [.sic] aos que não apresentam DAM”
(p. 31). Tais implicações poderiam ser, por exemplo, o atendimento com turmas muito
pequenas, talvez em uma unidade ou escola especial, ou através de organizações especiais em
um agrupamento convencional de turma (grupos) em que o aluno recebe da professora atenção
muito maior do que em outras provisões. Relacionadas às questões de definição estão as
questões de classificação. Foi sugerido, em relação às DAM, que:
A fim de ser relevante para a educação, a classificação precisa ser feita em termos de
currículo e ensino; em termos de metas de aprendizagem amplas e proporcionais,
acesso e adaptação dos métodos de ensino e seu contexto. Foi argumentado que
qualquer classificação adequada seria multidimensional e [sic] em termos do impacto
de aprendizagem da provisão educacional adicional e diferente.
(Norwich e Kelly, 2004, p. 158)
Dificuldades adicionais
Em um estudo relatado por Norwich e Kelly (2004, p. 13-14), foi utilizada uma amostra
que sugere fatores associados a alunos com diagnóstico de DAM. Foram identificados todos os
alunos em um serviço pedagógico especializado (SPE) do sudoeste da Inglaterra com registro de
NEE em que “dificuldades de aprendizagem gerais leves e moderadas” eram a principal
dificuldade de aprendizagem. Desses, foi selecionada uma amostra aleatória, com 50 alunos de
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escolas regulares e 50 de escolas especiais. A metade dos alunos de cada ambiente tinha de 10 a
11 anos e a outra metade, de 13 a 14 anos, com números iguais de meninos e meninas. Os
alunos das escolas regulares eram de 29 escolas de ensino fundamental e médio, enquanto os
das escolas especiais eram de 4. Foram registradas as dificuldades associadas do registro de
NEE mais recente de cada aluno. Foram anotados os níveis mais recentes do currículo nacional
inglês em matemática e inglês, o que permitiu comparações entre a natureza e gravidade das
dificuldades dos alunos de escolas convencionais e especiais.
Enquanto 16% da amostra total foram registrados como tendo apenas DAM, 61% da
amostra tinham alguma forma de dificuldade de linguagem e comunicação com DAM. Mais de
um terço da amostra tinha mais de duas dificuldades adicionais. Voltando à amostra da escola
especial, os alunos apresentaram mais dificuldades adicionais do que a amostra da escola
regular; por exemplo, 75% dos alunos com apenas DAM estavam em escolas regulares,
enquanto somente 25% estavam em escolas especiais. Igualmente, para os alunos com DAM e
duas outras dificuldades adicionais, 29% estavam na amostra da escola regular e 71% na
amostra da escola especial.
Em uma pesquisa anterior, diretores de escolas especiais relataram que seus alunos com
DAM apresentavam dificuldades associadas (Male, 1996). A amostra incluiu 54 escolas
especiais da Inglaterra para alunos com DAM em 1993. Cerca de 87% dos diretores relataram
que metade de seus alunos tinha dificuldades de linguagem e comunicação e 80% relataram que
metade dos alunos tinha dificuldades emocionais e comportamentais.
Foi sugerido que essa predominância de dificuldades adicionais requer “um esquema de
definição que acomode áreas adicionais” (Norwich e Kelly, 2004, p. 14). Entretanto, a
necessidade e a utilidade de tal esquema dependem de dois fatores: primeiro, em termos
educacionais práticos, da extensão em que a principal dificuldade de aprendizagem é DAM; e,
segundo, da extensão em que essas dificuldades adicionais, como dificuldades
comportamentais, emocionais e sociais, serão atendidas em um ambiente que atende
primariamente alunos com DAM. Igualmente, para qualquer serviço pedagógico especializado
usado em uma amostra, a clareza de definições de NEE em todas as áreas (como dificuldades de
aprendizagem moderadas, graves e dificuldades comportamentais, emocionais e sociais) precisa
ser levada em conta. Finalmente, deve ficar claro se o mecanismo financiador de qualquer
serviço pedagógico especializado oferece possíveis incentivos previstos para dificuldades
adicionais encontradas na população de alunos com DAM. Por exemplo, um sistema pode
fornecer fundos extras para alunos com NEE com necessidades adicionais. A menos que
existam critérios para determinar quando tais dificuldades atingem um grau que justifique serem
consideradas necessidades adicionais, fica difícil saber quão significativas elas são. Muitos
serviços pedagógicos especializados ainda estão esforçando-se para desenvolver critérios
comuns para o principal tipo de NEE da criança. (Outros já possuem tais critérios, como, por
exemplo, os serviços pedagógicos especializados de Croydon, Blackpool e Northampton e mais
alguns.) O desenvolvimento de critérios para possíveis dificuldades adicionais está bem mais
atrasado.
É possível que exista um incentivo político para se achar dificuldades adicionais,
particularmente em escolas especiais para alunos com DAM que podem sentir-se ameaçadas
pela possível queda no número de alunos, devido àquela linha de inclusão que procura encorajar
a colocação de alunos em escolas comuns, em vez de em especiais. Em um estudo, vários
profissionais, incluindo professores, psicólogos educacionais, assistentes sociais e funcionários
do serviço de saúde, expressaram opiniões sobre alunos com determinados tipos de NEE serem
18
mais fáceis ou difíceis do que outros de incluir em escolas convencionais. Os tipos de NEE mais
fáceis de incluir seriam as DAM, dificuldades sensoriais e físicas, dificuldades de fala e de
linguagem e dificuldades de aprendizagem específicas. Os mais difíceis seriam os tipos de NEE
como dificuldades de aprendizagem graves (DAG), dificuldades de aprendizagem profundas e
múltiplas (DAPM) e dificuldades comportamentais, emocionais e sociais (Evans e Lunt, 2002).
Evidentemente, o grau de gravidade da NEE também é importante, mas a implicação é
que, todas as outras coisas sendo iguais, os alunos com DAM estão entre os mais fáceis de
incluir e, por exemplo, os alunos com dificuldades comportamentais, emocionais e sociais estão
entre os mais difíceis. Portanto, uma escola especial identificar dificuldades comportamentais,
emocionais e sociais em uma população com DAM sugeriria que a inclusão seria mais difícil.
Há fatores que sugerem outras explicações: quando os alunos apresentam DAM e não
experienciamdificuldades associadas, como dificuldades comportamentais, emocionais e
sociais, é mais provável que sejam colocados em escolas regulares, de modo que a população
das escolas especiais tende a ser composta por mais alunos com dificuldades adicionais,
incluindo dificuldades comportamentais, emocionais e sociais.
Isso não quer dizer que os alunos com DAM não apresentem dificuldades adicionais.
Apenas sugere que a sua existência e, portanto, seu potencial de impacto sobre a educação do
aluno, requerem um rigor semelhante ao que está desenvolvendo-se em relação à identificação
dos tipos principais de NEE.
Prevalência
acompanhamento escolar.) Os alunos com registro de NEE para DAM são o maior grupo nas
escolas especiais e nas escolas de ensino médio regulares, mas nas escolas de ensino funda-
mental há um número levemente maior de alunos com “necessidades de fala e da linguagem”
como principal NEE do que com DAM.
Os números específicos para escolas de ensino fundamental e médio regulares e para
escolas especiais são os seguintes: nas escolas de ensino fundamental, 71.540 dos alunos com
DAM eram auxiliados pelo acompanhamento escolar específico (32,7% de todos os alunos nas
escolas de ensino fundamental) e 13.770 tinham registro de NEE (20% de todos os alunos com
registro nas escolas de ensino fundamental). Nas escolas de ensino médio, o número era menor,
estando 34.640 em processo de acompanhamento (26,4% de todos os alunos nas escolas de
ensino médio) e 23.450 com registro de NEE (29,9% de todos os alunos com registro nas
escolas de ensino médio). Nas escolas especiais, onde é raro que os alunos não tenham registro
de NEE, havia apenas 140 alunos tinham o acompanhamento (8,6% de todos os alunos em
escolas especiais) e 28.380 com registro de NEE (31,9% de todos os alunos com registro em
escolas especiais). Os números das escolas especiais incluíam alunos que freqüentavam escolas
especiais mantidas e não-mantidas, mas excluíam alunos em escolas especiais independentes e
alunos em hospitais-escola.
Fatores causais
Identificação e avaliação
A identificação e avaliação das DAM é um desafio para quem trabalha com os serviços
pedagógicos especializados e para as escolas. As razões disso são evidentes. As definições não
concordam, por exemplo, quanto ao nível de desempenho em determinadas idades, em
disciplinas curriculares como português e matemática, que estaria associado às DAM, ou quanto
aos níveis cognitivos, conforme indicados por testes padronizados, que seriam tomados como
uma das indicações de DAM.
Os esforços dos serviços pedagógicos especializados para desenvolver e chegar a um
20
Provisão
Pontos gerais
Uma provisão adicional ou diferente para alunos com DAM pode ser especificada em
termos do currículo, ensino e aprendizagem. Tal provisão deve ir além da flexibilidade escolar
normal. Norwich e Kelly (2004) enfatizam o que consideram ser a importância pedagógica
limitada das DAM como categoria. Eles afirmam que, se fosse sugerida uma “provisão distinta
para alunos com DAM em termos de programas de enriquecimento cognitivo (Fuerstein, 1979),
teríamos de examinar a questão de por que esses programas não seriam relevantes também para
alunos com baixo desempenho e dificuldades de aprendizagem graves (DAG)” (p. 36, grifos
meus). Igualmente, se fosse proposto “um programa distinto focalizado nas condições sociais e
familiares subjacentes, teríamos de examinar se tais programas também não seriam relevantes
para os alunos com baixo desempenho” (p. 36, grifos meus).
Entretanto, essas críticas podem estar mais focalizadas na distintividade do que na
eficácia. Considere uma situação em que uma determinada abordagem, como adotar programas
de ensino e aprendizagem multissensorial, melhorou o desempenho de alunos com baixo
desempenho, que trabalham, digamos, um ano “abaixo” do nível esperado para a criança típica.
Vamos supor que a abordagem também melhorou o desempenho de alunos com DAM, que
talvez trabalhem em um nível muito abaixo da criança típica da mesma idade. Poderia estar
certo salientar que a intervenção não é exclusiva ou distintiva para alunos com DAM, mas seria
irracional negar a eficácia da intervenção para alunos com DAM. (Entretanto, se o programa
fosse rotina para todos os alunos ou para muitos alunos em uma escola regular, talvez ficasse
21
difícil considerar a intervenção como relacionada a NEE, porque ela não teria sido adicional ou
diferente daquilo que a escola normalmente oferece.)
Certamente, o que estamos buscando são abordagens eficazes para alunos com
dificuldades muito maiores do que as crianças com desempenho típico. Se um aluno
considerado como tendo DAM está vários anos atrás dos alunos-padrão da mesma idade, então
serão bem-vindas todas as intervenções que aumentarem seu progresso e melhorarem seu
desempenho. O fato de algumas delas também funcionarem para outros alunos não parece
diminuir essa utilidade. E claro, o que talvez seja mais distintivo de alunos com DAM,
comparados a alunos que não são identificados como apresentando dificuldades de
aprendizagem, é o nível do currículo em que ele provavelmente está trabalhando. Isso
constituiria um dos fatores “diferentes” da maioria dos outros alunos. A justificativa para
identificar alunos com DAM como grupo ou para diagnosticar alunos individualmente seria o
fato de eles estarem muito atrás dos outros alunos no nível de desempenho acadêmico ou
cognitivo - portanto, é particularmente importante garantir que progridam bem.
Intervenções de letramento
Para alunos com DAM, é importante que o progresso seja reconhecido, mesmo que seja
mais lento do que o de outros alunos. Essa questão envolve dois aspectos. Primeiro, é necessário
que o material seja apresentado começando pelo que é fácil de entender e passando
gradativamente ao mais difícil. Conceitos e procedimentos complexos podem ser divididos em
componentes mais simples, que podem ser ensinados e utilizados para chegar a conceitos mais
complexos. Ao mesmo tempo, o professor precisa garantir que a separação de tópicos em partes
componentes não distorça o todo e que aquilo que o aluno aprende não seja fragmentado.
Paralelamente, é necessário reconhecer e registrar pequenas etapas de progresso. Por
22
exemplo, se a professora quer ensinar um processo, como o ciclo da chuva, convém dividi-lo em
componentes, como a evaporação e a condensação, e ter certeza de que isso foi compreendido
antes de esperar que o aluno entenda o significado do ciclo. Em um esquema de trabalho, é
importante que o aluno tenha um conhecimento suficiente dos conceitos básicos antes de
aprender conceitos e procedimentos mais complexos. Uma breve revisão geral do tópico, para
começar, ajuda a garantir que a aprendizagem dos componentes não seja fragmentada.
Panter (2001) sugere que o uso de recursos concretos e visuais ajuda a ensinar
matemática para alunos com DAM, e a abordagem tem uma aplicação para outras matérias do
currículo. Como os alunos têm muita dificuldade para entender conceitos, uma variedade de
experiências concretas e visuais os ajudará a compreender e desenvolver um raciocínio mais
abstrato. Essa ênfase em recursos concretos e visuais, por exemplo, na matemática, e em
experiências concretas e visuais em outras partes do currículo também é importante para
desenvolver um entendimento mais completo do ambiente. A experiência de resolver problemas
utilizando recursos concretos relaciona-se ao subseqüente desenvolvimento do pensamento
operacional, em que não são usados ou não são necessários materiais concretos.
Isso está de acordo com a teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget (para um
resumo recente, ver Tilstone e Layton, 2004, p. 15-21). Seguindo-se ao estágio sensório-motor,
a fase do pensamento pré-operacional caracteriza-se pelo pensar infantil baseado nas evidências
dos sentidos. Isso se relaciona a “uma forma de lógica que carece de reversibilidade e de foco
constante em um aspecto do problema com a exclusão dos outros aspectos” (p. 9). Mais tarde,
conforme se desenvolve o pensamento operacional, suas primeiras manifestações envolvem a
criança visualizar objetos para auxiliar o pensamento (operações concretas). A implicação é que
o desenvolvimento cognitivo da criança rumo ao pensamento concreto é auxiliado pela
experiência de objetos concretos e, posteriormente, pela visualização desses objetos no
pensamento. Para um aluno com DAM, o uso estruturado de objetos concretos e visuais será
particularmente útil.
No desenvolvimento da linguagem, a experiência direta repetida ajudará. Então, quando
falamos sobre frutas, é importante ter frutas reais para ver, cheirar, manusear e provar. Quando
discutimos conceitos mais difíceis, como segurança, exemplos visuais reais de itens e situações
envolvendo segurança e insegurança facilitarão o desenvolvimento do conceito. Na matemática,
é importante o uso de materiais concretos e visuais, como líquidos para medir, objetos reais para
classificar, dinheiro real para manusear e áreas reais para medir. Na história, objetos reais serão
mais pertinentes do que figuras. A partir dessa experiência estruturada, o aluno gradualmente
passa a ser capaz de pensar concretamente ao visualizar os itens. Por exemplo, ele pode
visualizar a ordem de altura de três pessoas ao saber sua altura em relação às outras.
sensoriais diversos. Isso também ajuda a garantir que, quando um aluno tiver um modo sensorial
preferido para aprender, este modo apareça nas lições. Quando ele tiver um modo menos
eficiente, haverá uma substituição pela existência de outro modo que auxilie a aprendizagem e a
memória.
Na prática, a professora deve apresentar as lições de uma forma multissensorial. Uma
lição sobre o uso do dinheiro teria um elemento visual, pois seria usado dinheiro de verdade.
Haveria um elemento tátil e proprioceptivo, porque o aluno manusearia e contaria moedas e
notas. Ao explicar cálculos específicos e solicitar aos alunos que os repitam ou expliquem, a
professora garante um aspecto auditivo.
Uma série de sessões explorando a devoção e crenças cristãs poderia recorrer ao sentido
do olfato (incenso, flores usadas na igreja para casamentos e funerais); paladar (vinho, pão);
visão (vestes coloridas, vitrais, prédios de igrejas, túmulos, artefatos de ouro e prata,
manuscritos); audição (hinos, música de órgão, repique de sinos, preces, cânticos); movimento
(caminhar até o altar, ajoelhar-se para rezar); tato (a textura da madeira dos bancos da igreja, os
tecidos que revestem os bancos para ajoelhar, o mármore das estátuas). Evidentemente, esses
são apenas alguns exemplos.
• conversem sobre seus próprios brinquedos ou brinquedos que tiveram quando eram
mais jovens;
• observem outras crianças brincando com brinquedos que se movem;
• examinem outros brinquedos que se movem e desmontem um para ver como funciona.
Podem ser estabelecidas ligações com outras matérias do currículo, como o português
(examinar brinquedos e aprender os nomes de diferentes brinquedos e suas partes) e a
matemática (separar e classificar brinquedos e partes de brinquedos ou medir diferentes
brinquedos ou partes).
Ao aprender sobre eletricidade, a experiência prática de construir circuitos pode ser
aplicada a um item funcional, como a campainha de uma porta, fazendo-se comparações com
campainhas acionadas por bateria e por fios que conduzem eletricidade. Os alunos podem ler o
medidor de eletricidade na escola e em casa. Podem ser estabelecidos vínculos com matemática
(ler mostradores de recursos, números), geografia (visitar uma estação geradora ou ver torres
que carregam eletricidade) e ter experiências práticas de situações em que é seguro usar
eletricidade.
aluno é incentivado a ter experiências diretas com itens e materiais. Há um paralelo entre a
aprendizagem de descoberta e a relevância, no sentido de que a descoberta orientada é
considerada a abordagem mais útil na aprendizagem de descoberta. A exploração é importante,
mas ela será mais útil para a aprendizagem se for estruturada de modo a encorajar as conexões a
serem feitas e as aprendizagens que devem ocorrer.
Por exemplo, convém que a exploração dos materiais seja encorajada antes que o ensino
ocorra, pois assim as crianças estarão familiarizadas com eles. Depois que o aluno explorou
diferentes formas de comunicação, como livros, jornais, internet, e-mails, conversas, televisão,
rádio e assim por diante, é mais provável que seja capaz de responder a lições em que se discute
a importância das comunicações e como diferentes tipos de comunicação podem influenciar a
mensagem.
procuram garantir que haja uma comunicação direta, clara e compreensível por parte do
professor e que o aluno tenha um tempo extra e oportunidades para superaprender conforme seja
necessário. Oportunidades planejadas de discussão em grupo e o uso de auxílios visuais para
facilitar a comunicação são outras intervenções.
As dificuldades no significado (semântica) podem ser tratadas melhorando-se o
entendimento e as habilidades de “rotulagem” do aluno (por exemplo, por meio do ensino direto
e experiências estruturadas utilizando objetos e dramatização e depois figuras que representam
objetos e ações). O “agrupamento” (combinação de significado conceituai e gramatical na
comunicação) pode ser facilitado por exemplos e modelos e uma sensata reformulação das
vocalizações do aluno. A criação de rede refere-se à maneira como um lexema (unidade léxica
de linguagem de uma ou mais palavras cujos elementos não transmitem separadamente o
significado do todo) ganha significado a partir de sua relação com outras palavras. A “criação de
rede” pode ser facilitada pelo ensino direto em várias matérias e pelo uso e explicação, por parte
da professora, de palavras polissêmicas (palavras que têm diversos significados) em diferentes
matérias.
Dificuldades no uso da linguagem (pragmática) podem ser abordadas pelo
desenvolvimento de habilidades de conversação, como introduzir um tópico, mantê-lo e
concluí-lo. Isso pode envolver dramatização e aprender as oportunidades freqüentemente usadas
para mudar ou encerrar o tópico da conversa. O Social Use ofLanguageProgramme (Rinaldi,
2001) foi utilizado para melhorar as habilidades de conversação de crianças e jovens com
“dificuldades de aprendizagem leves a moderadas” (Kirby e Drew, 2003, p. 133). Ele pode ser
usado para avaliar habilidades de comunicação social verbais e não-verbais e para implementar
um programa de intervenção.
Se o aluno apresentar dificuldades de compreensão, estratégias úteis incluem o ensino
explícito e lembretes de como manter a atenção e o ensino do “comportamento de escuta”.
Outras estratégias úteis são verificar áreas específicas de entendimento e incentivar a
assertividade do aluno em sinalizar quando não compreende.
Podemos considerar:
TEXTOS-CHAVE
Cornish, U.; Ross, F. Social skills trainingfor adolescents with general moderate learning
difficulties.Londres: Jessica KingsleyPublishers, 2003.
Norwich, B.; Kelly, N. Moderate learning difficulties and the future of inclusion.Londres:
RoutledgeFalmer, 2004.
Esse livro é um dos poucos que examinam questões amplas referentes às DAM e consideram as
27
Atividades de Síntese
1- Uma provisão adicional ou diferente para alunos com DAM pode ser especificada em termos
do currículo, ensino e aprendizagem. Tal provisão deve ir além da flexibilidade escolar normal.
Sendo assim, discorra sobre como deve ser esta provisão.
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2- Comente a seguinte afirmação:
“Para alunos com DAM, é importante que o progresso seja reconhecido, mesmo que seja mais
lento do que o de outros alunos.”
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3- Como devem ser as intervenções no caso do aluno com DAM e também dificuldades de
comunicação e linguagem? E no caso de dificuldades comportamentais, emocionais e sociais
adicionais?
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Capítulo III
Dificuldades de
aprendizagem moderadas
gravescurrículo e avaliação
Introdução
Isso tem um grande efeito sobre a sua capacidade de participar do currículo escolar
sem apoio. Eles também podem apresentar dificuldades na mobilidade e coordenação,
comunicação, percepção e na aquisição de habilidades de auto-ajuda. Os alunos com
dificuldades de aprendizagem graves precisarão de apoio em todas as áreas do
currículo. Eles também podem requerer o ensino de habilidades sociais, de auto-ajuda
e independência. Alguns alunos podem utilizar sinais e símbolos, mas a maioria será
capaz de manter conversas simples. Seu desempenho poderá estar no intervalo
superior P da escala (P4-8) durante grande parte de sua escolarização (que fica abaixo
do nível 1 do Currículo Nacional) (DfES, 2003, p. 3-4).
Fatores causais
Prevalência
fundamental) e 3.900 tinham registro de NEE (5,7% de todos os alunos com registro em escolas
ensino fundamental). Nas escolas de ensino médio, o número de alunos auxiliados pelo
acompanhamento escolar específico era muito menor: 750 alunos (0,6%) e 2.320 com registro
de NEE (23,9%). Os números para escolas especiais incluíam alunos em escolas mantidas e não
mantidas, mas excluíam alunos em escolas especiais independentes e alunos em hospitais-
escolas mantidos.
Identificação e avaliação
Adaptando o currículo
Uma abordagem geral do planejamento para provisão de alunos com DAG em relação
às matérias básicas do currículo nacional inglês requer, primeiro, que a professora conheça bem
o programa de estudo na matéria específica. Já existe, no currículo, uma flexibilidade que
permite cobrir importantes estágios anteriores e tratar de outros aspectos mais superficialmente.
Com esta flexibilidade em mente, são identificados aspectos essenciais da matéria e
características que os distinguem. Por exemplo, geografia pode ser vista como tratando “das
relações entre pessoas e lugares”, e seus objetivos podem ser considerados como “ajudar os
alunos a compreender seu ambiente e a interação das pessoas com o ambiente” (Sebba, 1995).
Um planejamento de longo prazo pode começar com uma adaptação dos programas de estudo
do próprio currículo nacional. O currículo do Equals2 para alunos com DAG é muito útil
(Equals, 1990). Também é útil a orientação não-estatutária, por exemplo, sobre o currículo de
matemática para alunos com dificuldades de aprendizagem, que estabelece metas de matemática
e atividades adequadas a cada estágio etário (QCA, 2001b).
2 N. de R.T. Entitlement and Quality Education for Pupils with Learning Disabilities (Equals).
Instituição que promove o desenvolvimento de crianças com dificuldades de aprendizagem.
31
Conforme salienta Aird (2001, p. 79), os alunos com DAG (e aqueles com DAPM)
tendem a apresentar pouca consciência fonológica e/ou problemas de memória auditiva, o que
toma improvável que desenvolvam “capacidades fonológicas funcionais”. O comprometimento
auditivo também está comumente associado a dificuldades de aprendizagem graves (e,
especialmente, profundas). Essas dificuldades “depõem contra uma abordagem fonética no
ensino das habilidades de letramento” e o reconhecimento visual é o meio “principal e
preferido” para ensinar letramento a alunos com DAG (ou DAPM) (p. 79).
Metas intermediárias
Valendo-se desses recursos, Panter (2001, p. 48-49) sugere uma maneira de planejar
aulas em relação à matemática. Para uma lição sobre a área de formas regulares com quatro
lados, o trabalho pode ser ensinado em termos de conhecimento, conceitos, habilidades,
estratégias de ensino, registro e avaliação da aprendizagem. Especificamente, isso permite à
professora ser pontual sobre aquilo que os alunos precisam, deveriam e poderiam ser capazes de
fazer. Isso ajuda a garantir o principal foco da aula seja atingido por todos, isto é, o que os
alunos precisam ser capazes de fazer.
33
Avaliação
A avaliação dos alunos com DAG inclui o uso de estimativas que identificam o de-
sempenho e indicam o progresso abaixo do esperado. Como exemplo, temos descrições de
desempenho (escalas P - Performance), B Squared e Indicadores de Desempenho para o
Estabelecimento de Metas e Valor Agregado.
O P7 para “usar e aplicar matemática”, “os alunos realizam uma série de atividades de
classificação usando critérios determinados. Eles identificam quando um objeto é diferente e
não pertence a uma determinada categoria conhecida” (QCA, 2001b, p. 22). Em “número”, o P7
é:
Os alunos contam juntos até 10. Podem contar pelo menos cinco objetos confia-
velmente. Começam a reconhecer numerais de 1 a 5 e a compreender que cada um
representa um número ou quantidade constante. Respondem apropriadamente a voca-
bulário e perguntas-chave, por exemplo, “Quantos?”. Os alunos começam a
reconhecerdiferenças de quantidade, por exemplo, comparando determinados
conjuntos de objetos e dizendo qual tem mais ou menos, qual é o maior ou o menor
grupo. Em situações práticas, eles respondem “acrescente um” e “tire um” (QCA,
2001b, p. 23, grifos no original).
BSquared
Registros de realizações
busca soluções, isto é, observar tanto o processo de aprendizagem quanto os resultados. Podem
ser escolhidas atividades que fornecem uma riqueza maior de informações, especialmente no
sentido de revelar como o aluno realiza a tarefa.
A professora pode usar as conferências aluno-adulto para analisar os erros em uma
atividade, como a leitura. Uma análise desses erros pode sugerir abordagens de ensino. Elas
serão proveitosamente informadas pelo relato do aluno sobre como ele abordou a atividade.
Lewis faz algumas observações úteis sobre as conferências aluno-adulto. Por exemplo, a
preparação da conferência pode envolver aspectos como aproveitar os momentos em que o
aluno está bastante motivado e o bom relacionamento com o professor. Certas perguntas podem
ajudar a manter o foco no aluno, tais como: “Ele pode explicar por que está realizando a
atividade de uma determinada maneira?” ou “Ele compreende o que está sendo solicitado que
faça?”. Como alguns alunos nem sempre são capazes de compreender a linguagem do professor,
ele pode fazer a si mesmo algumas perguntas: “Como estou apresentando esta tarefa?”, “Estou
sendo claro e específico?”, “Quão envolvida está a classe?” e “Existem distrações que
atrapalham a tarefa?” (2001, p. 236-238).
O trabalho planejado na educação infantil (que pode ser aplicado a crianças de3anos até
o final da 1ªsérie do ensino fundamental) deve basear-se em áreas específicas de aprendizagem e
nos objetivos iniciais de aprendizagem. O desenvolvimento pessoal, social e emocional é uma
das cinco áreas de aprendizagem e inclui “disposições e atitudes, autoconfiança e auto-estima,
construção de relacionamentos, comportamento e autocontrole, cuidados pessoais e senso de
comunidade” (Office for Standards in Education, 1999, p. 2). As expectativas para a maioria das
crianças no final da educação infantil são estabelecidas de acordo com cada área de
aprendizagem. Por exemplo, para “cuidados pessoais”, elas são “independência para se vestir e
despir e para assumir a higiene pessoal; capacidade de selecionar e usar atividades e recursos
com independência” (p. 9).
A contribuição de outras matérias que não as identificadas como parte da EPSS também
é importante. Da mesma maneira como deve estar claro como as rotinas regulares contribuem
para a EPSS, também deve estar claro que as outras matérias estão ensinando. Por exemplo,
design e tecnologia (alimentos) pode ensinar a preparar um lanche ou uma refeição para si
mesmo, o que contribui de forma importante para os cuidados pessoais e a auto-estima.
Observar e cuidar de plantas na sala de aula pode ser parte da provisão de ciências, mas se
relaciona claramente a cuidar de outras coisas vivas.
Podemos considerar:
TEXTOS-CHAVE
Berger, A.; Morris, D. Implementing the literacy hour for pupib with learning dijficulties,
segundaedição.Londres: David FultonPublishers, 2001.
Esse livro demonstra como a estratégia nacional de letramento e a hora do letramento foram
adaptadas por Bristol para alunos com dificuldades de aprendizagem moderadas, graves e
profundas. Vincula descrições de nível de desempenho a objetivos de aprendizagem do início
escolar relacionados à estratégia nacional de letramento. Indica como a estrutura pode ser
utilizada para desenvolver um esquema de trabalho para os alunos.
Berger, A.; Morris, D.; Portman, J. Implementing the national numeracy strategy for pupils
with learning dijficulties: access to the daily mathematics lesson.Londres: David FultonPu-
blishers, 2000.
Esse livro descreve, com detalhes úteis, a abordagem à estratégia nacional de numeralização
desenvolvida no Bristol CountyCouncil, envolvendo um projeto para implementar a estratégia
nacional de numeralização com alunos de desempenho muito abaixo do esperado. Os objetivos
iniciais estão vinculados a pequenas etapas de aprendizagem e avaliação.
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Atividades de Síntese
1- O que são metas intermediárias? Quais benefícios elas podem trazer para o processo ensino
aprendizagem de crianças com DAG?
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2- Como proporcionar o desenvolvimento do comportamento pessoal e social, da cidadania das
crianças e jovens com DAG?
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3- Explique como acontece o progresso do aluno em termos de amplitude, qualidade, desafio,
intensidade ou lateralidade.
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Capítulo IV
Aspectos de ensino e
aprendizagem para alunos
com dificuldades de
aprendizagem grave
Introdução
Enquanto o capítulo anterior concentrou-se na educação de alunos com DAG em
relação ao currículo e à avaliação, este capítulo trata principalmente do ensino e aprendizagem
desses alunos, embora os dois claramente se inter-relacionem.
As abordagens de ensino e aprendizagem incluem abordagens multissensoriais,
abordagens interativas, inputs visuais, comunicação aumentativa e alternativa e incentivo à
comunicação por meio da música. Também é considerado o uso das TIC (tecnologias de
informação e comunicação) para melhorar o acesso ao currículo, o desenvolvimento e a
utilização de rotinas regulares, começando com o que é familiar e escolhendo e tomando
decisões. Finalmente, o capítulo examina o uso e o desenvolvimento da compreensão de
perguntas; aproveitamento máximo de atividades práticas; desenvolvimento de vocabulário;
narração de histórias interativa; desenvolvimento de mobilidade e coordenação; agrupamento de
alunos; uma abordagem de “gerenciamento de sala” e recursos.
Abordagens multissensoriais
Nessa linha, um recurso atualmente popular são os bag books. Originalmente chamados
de histórias táteis, os bag books (Fuller, 1999) utilizam métodos multissensoriais para engajar e
envolver os alunos nas histórias.
Abordagens interativas
Inputs visuais
para ensinar letramento (em parte, devido às outras dificuldades). Para alunos com DAG, o
elemento visual de sinalizações manuais, como o Makaton (Walker, 1985, 1993) ou o
Signalong, também é importante. O Makaton é um programa de linguagem que oferece um
meio básico de comunicação e pode ser usado para incentivar o desenvolvimento de habilidades
de linguagem verbal. O Signalong é um sistema de apoio de sinais baseado na Linguagem
Britânica de Sinais) e utilizado com alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem e
autismo. Espera-se que os sistemas de sinalização sejam um instrumento de comunicação eficaz
para alunos com DAG não só por serem visuais, mas também porque, ao serem visuais, os
movimentos de mão da criança ao sinalizar podem ser modificados e corrigidos pelo adulto. (A
sinalização é discutida com maiores detalhes no livro Dificuldades de comunicação e autismo.
O uso de símbolos visuais e de abordagens da palavra inteira no ensino e aprendizagem do
letramento de alunos com DAG também aproveita ao máximo o input visual (por exemplo,
Carpenter, 1991).
Quando alunos com DAG têm dificuldades na memória auditiva de curto prazo, as
estratégias podem enfatizar o modo visual. Por exemplo, com alunos com síndrome de Down,
Alton (2001) indica como um ícone ou pictograma podem ajudar a estabelecer uma conexão que
permite à criança unir os sons das letras aos nomes delas. Alton defende o ensino da leitura
(talvez indicado pelas respostas de sinalização, vocalização ou aproximações verbais) para
reforçar e encorajar as habilidades de linguagem. Quando há dificuldades específicas para
estabelecer correspondências fonema-grafema, as abordagens de palavra inteira utilizam as
habilidades visuais (possivelmente mais pronunciadas) dos alunos ao unir a visão da palavra
inteira à resposta falada.
Como os métodos de ensino e aprendizagem são, com freqüência, predominantemente
auditivo-verbais, uma consideração adequada da importância do modo visual pode suplementar
ou compensar isso (Carpenter e Morris, 2001). Essa atenção ao modo visual é considerada
importante para os alunos com DAM (Pinsent, 1999), DAG (Abbot, 2000; Lawton, 1999) e
DAPM (Lawton, 1999).
(Carpenter e Detheridge, 1994), para apoiar o letramento que está começando (King-deBaun,
1990) e para ler (Musselwhite, 1993). Os símbolos têm sido empregados para tomar as
atividades da hora do letramento mais acessíveis às crianças com dificuldades de aprendizagem,
dando significado ao texto e facilitando a compreensão (Abbot, 2000).
A base para usar objetos como referência é discutida por Park (1998). Um dos usos do
objeto de referência é ser uma oportunidade ou lembrete para uma determinada atividade - por
exemplo, um disquete de computador pode ser usado como lembrete de que é hora de usar o
computador. Isso, em parte, tem o objetivo de ajudar o aluno a reconhecer quando está sendo
proposta uma mudança e o que essa mudança envolve.
As habilidades necessárias para desenvolver a competência na comunicação envolvem
(Light, 1989):
O acesso físico tem a ver com a utilização das tecnologias de informação e comunicação
para eliminar ou limitar barreiras físicas à aprendizagem. São exemplos um sintetizador de fala,
com um banco de palavras e flexibilidade para criar novas palavras para auxiliar a comunicação,
ou um aparelho como o Big mac4, que permite que sejam programadas frases breves, com
duração de até 20 segundos, possibilitando que o aluno participe e responda. Auxílios físicos ao
uso de computador, como uma Roller bali5, podem permitir ao aluno comparar e classificar
objetos, talvez em gráficos tridimensionais, o que talvez ele não seja capaz de fazer fisicamente.
No acesso de apoio, as TIC ajudam o aluno a executar uma tarefa que é difícil para ele,
como usar um processador de texto para fazer uma apresentação quando suas habilidades de
escrita manual são deficientes. Aparelhos de emissão de fala, como sintetizadores de fala e
softwares de reconhecimento de fala para permitir a escrita, são outros exemplos de tecnologia
usada para oferecer acesso de apoio.
Para possibilitar o acesso cognitivo, as TIC são usadas para apresentar o currículo de
maneira mais acessível aos alunos com DAG (e alunos com outras NEE). São sugeridas três
maneiras pelas quais as TIC podem intensificar o acesso cognitivo: “simplificar o processo de
escrita, permitir que os alunos explorem idéias e experimentem coisas antes de se comprometer
com um resultado final e apresentar informações em pequenas quantidades que podem ser
facilmente assimiladas” (Detheridge e Stevens, 2001, p. 164). “Simplificar o processo de
escrita” poderia envolver o uso de uma grade de palavras (ou símbolos) e frases na tela para os
alunos transferir para o seu próprio texto com o objetivo de facilitar seu processo de escrita.
Uma maneira para permitir que os alunos explorem idéias e “experimentem coisas” antes de
decidir qual será o produto final é o uso de processadores de texto, que possibilitam refazer e
corrigir o texto antes de imprimir a versão final. Um exemplo para “apresentar informações em
pequenas quantidades” é o uso de livros falados ou CD-ROMs apresentando porções manejáveis
de informações, geralmente acompanhadas de figuras, videoclipes, animação, comentários
falados ou música.
envolver a escolha de algum alimento que será consumido no passeio; levar roupas adequadas
para as condições climáticas; levar câmeras fotográficas, papel e canetas, blocos de desenho e
outros materiais para registrar o que é visto e feito; definir a rota e verificar os planos de
transporte.
Começar pelo que é familiar é um bom princípio geral para todas as áreas e matérias do
currículo. Por exemplo, foi sugerido que um assunto familiar pode ser uma boa maneira de
introduzir a EPSSC (Lawson e Fergusson, 2001, p. 206-207). A autoconsciência do aluno pode
ser intensificada se ele for estimulado a expressar aquilo que gosta ou desgosta, ou aprender a
controlar seu ambiente pessoal pelo uso, por exemplo, de interruptores. A consciência do outro
pode envolver reconhecer pessoas familiares, como os membros do grupo de colegas, o
professor e pessoas que visitam a escola regularmente, mas não todos os dias, e também
desenvolver habilidades de revezamento ou participação nas atividades da classe ou de grupos,
tais como cantar.
O desenvolvimento da compreensão sobre a comunidade pode começar com a
percepção da classe ou escola como uma pequena comunidade. Isso pode envolver papéis e
deveres na sala de aula, como ajudar a fazer coisas para a turma (por exemplo, preparar um
lanche). Em relação à escola como um todo, as atividades podem ser planejar uma assembléia,
participar do conselho escolar ou tomar-se membro de um “círculo de amigos” para algum
aluno nos períodos de recreio. A compreensão da comunidade local pode começar com visitas
de pessoas da própria cidade que ajudam outras, como uma enfermeira ou um bombeiro, e
visitas a locais da comunidade, como a biblioteca pública, a delegacia de polícia, as lojas, os
museus, as igrejas ou o correio.
do dia escolar é criar uma matriz, um quadro e listar verticalmente as atividades diárias, em uma
coluna lateral, e as oportunidades de escolha horizontalmente, na transversal da matriz. Essas
últimas podem ser “escolhas entre duas ou mais atividades”, “escolhas entre dois ou mais itens”,
“escolha de um colega para trabalhar em dupla” e assim por diante. As intersecções mostram
que as oportunidades são oferecidas conforme indicado. Por exemplo, nas aulas diárias de
numeralização, o aluno pode escolher entre duas atividades com resultados de aprendizagem
semelhantes. Em passeios fora da escola, o aluno pode escolher roupas adequadas. A mesma
matriz também pode ser usada para registrar a variedade de escolhas oferecidas e o progresso do
aluno no exercício de escolhas. Para assegurar que a escolha e a independência também sejam
encorajadas em casa, os pais podem usar a mesma abordagem.
Igualmente, isso envolve falar e escutar as medidas, enxergar as distâncias e tocar a extensão do
canteiro de terra.
Além de utilizar diferentes sentidos, as atividades práticas ajudam a dar relevância à
vida cotidiana e à aprendizagem. Contar as pessoas e as toalhinhas individuais para o almoço é
necessário para que o aluno obtenha o número correto. Medir um canteiro de terra é relevante
para saber o número certo de mudas para a fileira a ser plantada. Ler e compreender
informações pode envolver a leitura sobre o horário de um trem, ônibus ou metrô para um
passeio proposto e verificar os horários de partida e chegada. Outra habilidade importante que
as atividades práticas podem envolver é a solução de problemas. Como poderemos chegar ao
número certo de toalhas para os alunos no almoço? Como poderemos calcular o número de
mudas que precisamos plantar? Como saberemos quando o ônibus chegará? Finalmente, todas
atividades podem e devem ser explicitamente vinculadas a outras matérias e aspectos do
currículo - por exemplo, muitas das atividades descritas do ponto de partida matemático têm
aplicação na EPSSC e em ciências.
Voltando à natureza prazerosa das atividades práticas, um dos aspectos satisfatórios é
que elas geralmente têm um claro início, meio e fim, e transmitem um sentimento de satisfação
por uma tarefa concluída, além do fato de alguma coisa útil ter sido aprendida e consolidada.
Desenvolvendo o vocabulário
Agrupamento de alunos
abordagem pode ser modificada de maneira constante para tentar assegurar que o engajamento
dos alunos seja otimizado. Essas modificações levarão em conta o aluno, a tarefa, o momento do
dia e quaisquer outros fatores que pareçam relevantes. O objetivo é obter o máximo da
abordagem de gerenciamento de sala e, ao mesmo tempo, garantir que seja corrigido o possível
ponto fraco de os alunos não se envolverem mais. A abordagem pode ser usada com alunos que
apresentam DAG ou DAPM.
Recursos
Podemos considerar:
TEXTO-CHAVE
Carpenter, B., Ashdown, R.; Bovair, K. (eds) Enabling access: effective teaching and
leamingfor pupils with leaming difp.culti.es,segundaedição, Londres: David Fulton Publishers,
2001.
Esse livro apresenta uma ampla cobertura de abordagens de ensino e aprendizagem nas matérias
do currículo nacional e todo o currículo, assim como capítulos referentes a questões e políticas
nas diferentes matérias.
Atividades de Síntese
1- O que são as abordagens multissensoriais? Qual o objetivo de sua utilização com alunos com
DGA ou DAPM? Cite 2 exemplos.
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2- Como a escola pode auxiliar o aluno a desenvolver a autonomia e a independência?
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3- Como o desenvolvimento do vocabulário pode auxiliar na aprendizagem matemática?
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56
Capítulo V
Dificuldades de
aprendizagem profundas
e múltiplas
Introdução
Este capítulo examina definições de dificuldades de aprendizagem profundas e
múltiplas (DAPM). Considera a prevalência dessas dificuldades e os fatores causais a elas
associados. Trata da sua identificação e avaliação. A provisão para alunos com DAPM é
descrita com particular referência ao currículo, à avaliação, ao ensino e à aprendizagem. Este
último aspecto tem a ver com abordagens multissensoriais, facilitação da comunicação,
recursos, rotinas e alunos controlando seu entorno. O capítulo também discute o aproveitamento
dos interesses, aptidões e realizações dos alunos, comportamento desafiador e os efeitos do
comprometimento sensorial, da deficiência física e de condições médicas graves.
Definições
A orientação relacionada ao Censo Escolar Anual do Nível dos Alunos (DfES, 2003)
sugere coletar informações sobre o tipo de NEE de alunos para os quais está sendo feita uma
provisão educacional especial, com um acompanhamento escolar específico ou com um registro
de NEE (p. 2). Com relação aos alunos que apresentam DAPM, a orientação afirma:
(SCAA, 1996).
Prevalência
Fatores causais
Identificação e avaliação
Provisão
Currículo
O currículo para alunos com DAPM busca um equilíbrio entre os desafios de responder,
por um lado, à estrutura do currículo nacional inglês, baseada em matérias, e às necessidades
desenvolvimentais de aprendizagem dos alunos com DAPM, por outro lado (Aird, 2001).
Igualmente, as exigências adicionais do currículo precisam ser integradas à provisão e incluem
terapia e programas especiais. Um reflexo disso é a observação de que as prioridades dos planos
59
Avaliação
PI (I) Os alunos se deparam com atividades e experiências. Eles podem ficar passivos
ou resistentes. Podem apresentar respostas reflexas simples. Qualquer participação é
totalmente sugerida.
Embora essas descrições de desempenho sejam gerais, ainda podem ser interpretadas no
contexto das matérias, como indicam os exemplos da orientação específica para as matérias.
61
Enquanto algumas orientações sobre os níveis iniciais P oferecem o mesmo exemplo, outras são
distintas. Como ilustração, abaixo estão os níveis P para português, incluindo exemplos de como
podem ser interpretados (grifados, como no documento original).
PI (I) Os alunos se deparam com atividades e experiências. Eles podem ficar passivos
ou resistentes. Podem apresentar respostas reflexas simples, por exemplo, assustando-
se diante de barulhos ou movimentos súbitos. Qualquer participação é totalmente
sugerida.
Ensino e aprendizagem
• abordagens multissensoriais;
• abordagens interativas;
• inputs visuais;
• comunicação aumentativa e alternativa;
• incentivo à comunicação em todos os níveis;
• utilização das TIC para melhorar o acesso ao currículo;
• desenvolvimento e utilização de rotinas regulares;
• escolha e tomada de decisões;
• agrupamento de alunos e recursos.
64
Foi salientado, em relação aos alunos que apresentam DAPM, que “é provável que
precisem de estimulação sensoriaP (DfES, 2003, p. 4). A estimulação sensorial é uma maneira
de incentivar a responsividade em uma criança menos disposta ou, devido a dificuldades físicas
e motoras concomitantes, menos capaz do que outras crianças de explorar o ambiente sem
considerável apoio e encorajamento. A estimulação sensorial é uma maneira de introduzir
experiências diferentes para o aluno e incentivar seu interesse e resposta.
As escolas para alunos com DAPM ou DAG geralmente possuem uma sala de
estimulação sensorial. As salas podem incluir dispositivos que respondem ao toque ou som,
produzindo efeitos sonoros ou visuais, o que pode incentivar respostas no aluno. Pode ser
preparada uma sala tranqüila e confortável, talvez com uma piscina de bolinhas, um projetor,
tubos que lançam bolhas de sabão, iluminação de fibra ótica e um transmissor de efeitos sonoros
ou música. Além de estimular os sentidos e funcionar como incentivo a respostas, as salas
também podem criar um ambiente com sons tranqüilizadores e iluminação suave, para ajudar a
criança a relaxar quando estiver frustrada ou estressada. As escolas nem sempre explicitam
suficientemente os efeitos educacionais ou terapêuticos das salas sensoriais, nem avaliam
suficientemente seu suposto impacto.
Foi afirmado no Capítulo 4 que as abordagens multissensoriais têm por objetivo engajar
diversos sentidos para garantir que, quando o aluno possuir um modo sensorial mais eficiente,
esse modo seja estimulado e encorajado. Quando o aluno possuir um modo sensorial menos
eficiente, ele pode ser parcialmente compensado ou suplementado pelo envolvimento dos outros
sentidos. Foi mencionado que versões da abordagem, em diferentes formas, foram utilizadas
com diferentes alunos, incluindo aqueles com DAPM assim como as abordagens
multissensoriais de Hemmens (1999), ligadas à ciência, para alunos com DAG e DAPM. Os
bancos de recursos mencionados nesse capítulo, relacionados aos sentidos do tato, visão,
audição, paladar e olfato, também são importantes para alunos com DAPM. Igualmente, os Bag
books (Fuller, 1999), que utilizam métodos multissensoriais para envolver os alunos nas
histórias são eficazes para alunos com DAPM. O uso e o desenvolvimento dos sentidos de
movimento e equilíbrio estão incluídos em atividades como músicas de ação e mímica.
No contexto da estrutura curricular delineada anteriormente, as abordagens
multissensoriais são usadas com alunos que apresentam DAPM. São sugeridas três maneiras de
utilizar as abordagens sensoriais (Ouvry e Saunders, 2001, p. 245): para estimular os sentidos,
como parte de atividades significativas e para ajudar o acesso a tarefas das disciplinas
curriculares.
Os sentidos são estimulados, por exemplo, para que as habilidades perceptuais sejam
desenvolvidas e o aluno consiga obter informações do ambiente. Na medida em que essa
abordagem utiliza equipamentos especializados sem nenhum significado inerente em situações
que não possuem um contexto significativo, tendem a ser empregados, por exemplo, como um
ponto de partida para o uso funcional dos sentidos, mas apresentam “limitações como técnica de
ensino a longo prazo” (Ouvry e Saunders, 2001, p. 245).
A segunda maneira é incorporar experiências sensoriais a atividades que possuem
65
“estrutura e significado” próprios, mas foram planejadas para oportunizar o trabalho sensorial.
As experiências sensoriais baseiam-se no que julgamos ser prioridade para cada criança (por
exemplo, prestar atenção e “acompanhar” a trajetória de um objeto), mas incorporam isso a uma
atividade, como teatro (manusear e depois observar um marionete-luva como parte de uma
história).
A terceira maneira de usar experiências sensoriais é permitir a participação em
atividades baseadas nas disciplinas curriculares. Essas disciplinas, como matemática, ciências
ou história, envolvem entendimentos, conhecimentos e habilidades específicas, algumas das
quais podem ser acessíveis a alunos com DAPM. A atividade é significativa e envolve aspectos
sensoriais como cheirar, manusear e enxergar um antigo utensílio de culinária. Conforme
salientam Ouvry e Saunders (2001, p. 245), uma dificuldade é que, para o aluno com DAPM, o
tópico pode ter significado ou não. Se o tópico estiver fora da compreensão do aluno, as
experiências sensoriais em si parecerão aleatórias e sem sentido para ele.
A habilidade do professor é identificar, nos contextos de ensino, oportunidades para
encorajar experiências sensoriais que auxiliem o desenvolvimento do aluno. Isso pode ser o
eventual progresso da tolerância para o prestar atenção, ou do prestar atenção para o participar,
ou do participar para o compreender. O aluno dever ser capaz de compreender o significado da
experiência sensorial, além de compreender o significado que essa experiência tem em relação
ao contexto da atividade.
Conforme indicado no capítulo anterior, o encorajamento e a estimulação do sentido
visual têm sido considerados importantes em relação às DAPM (Aird, 2001, por exemplo, p.
79). O elemento visual da sinalização manual, como o Makaton (Walker, 1985, 1993) ou o
Signalong, é importante. O uso de símbolos visuais e abordagens de palavra inteira aproveita o
input visual. Como os métodos de ensino e aprendizagem costumam ser tão predominantemente
auditivo-verbais, uma consideração adequada da importância do modo visual pode ser um
suplemento ou uma compensação (Carpenter e Morris, 2001). Essa atenção ao modo visual é
considerada importante para os alunos com DAPM (Lawton, 1999).
Encorajando a comunicação
Foi observado que a maioria das crianças com DAPM “experienciam dificuldades de
comunicação” (SCAA, 1996) e que alguns alunos “se comunicam por gestos, apontando com os
olhos ou por símbolos; outros, por uma linguagem simplificada” (DfES, 2003, p. 4).
Algumas respostas iniciais podem ser espontâneas, mas, quando o adulto responde a
elas, passam a ter significação comunicativa. Tais conseqüências fazem parte do
desenvolvimento da linguagem para todas as crianças. Por exemplo, se o aluno olha para
alguma coisa, parecendo manifestar sinais de prazer, o adulto poderia responder supondo que o
aluno gostaria que o objeto fosse trazido ao seu alcance e, talvez, de tocá-lo. Se o aluno
responder a isso positivamente, começa a se desenrolar um ciclo inicial de comunicação. Essas
respostas e padrões de resposta podem levar muito tempo para se tomar rotineiros e seguros. O
ponto principal é a sensibilidade por parte do adulto, como o professor, àquilo que o aluno faz e
a como reage. Isso pode levar o professor a responder de uma maneira que estabelece a base
para o gesto, som ou olhar com intenção comunicativa.
A sensibilidade também é necessária quando o aluno começa a apresentar um repertório
de comunicação, como apontar com o olhar ou com gestos, para que suas tentativas de
comunicação não sejam perdidas. Quando são aprendidos símbolos, eles abrem a oportunidade
66
de comunicar sobre coisas ou pessoas que podem estar presentes ou, em um nível mais abstrato,
sobre atividades propostas e outras questões.
Quando um aluno se comunica “por uma linguagem muito simples” (DfES, 2003, p. 4),
é importante que isso também seja encorajado e que os adultos e outros alunos estejam prontos a
responder. A linguagem falada utilizada pelos adultos com alunos que apresentam DAPM não
precisa ser forte demais, lenta ou telegráfica, mas também não deve submergir o aluno sob
fluência impetuosa de fala. Palavras-chave podem ser naturalmente enfatizadas e repetidas, e
acompanhadas pelo item ao qual a pessoa está referindo-se ou por sinais manuais, um símbolo
ou um objeto de referência. São importantes o tom de voz, a expressão, a linguagem corporal;
além de garantir a atenção do aluno.
Conforme explicado no Capítulo 4 em relação aos alunos com DAG, as abordagens
interativas têm por objetivo auxiliar os alunos com DAPM a compreender a percepção do seu
ambiente por meio da interação com os outros e pela construção de relacionamentos. Para
alunos com DAPM, e também com DAG, encorajar a interação através de atividades como as
envolvidas no revezamento estabelece os precursores da comunicação e procura incentivá-la. A
interação intensiva (Nind e Hewett, 2001), conforme descrito no Capítulo 4, é utilizada com
alunos que apresentam DAPM para incentivar a linguagem e o comportamento interpessoal.
A comunicação aumentativa e alternativa emprega uma abordagem ou uma combinação
de abordagens, de acordo com as habilidades e as preferências do aluno, para possibilitar a
comunicação. As abordagens incluem fotografias e sintetizadores de fala, sinalização, símbolos
e objetos de referência. E muito importante encorajar a comunicação em todos os níveis, por
exemplo, na música, utilizando recursos como raios sonoros (Ellis, 1996).
Há uma discussão adicional sobre comunicação na última seção referente ao
comportamento desafiador em que é examinada, especialmente, a relevância de se determinar a
possível intenção comunicativa do comportamento desafiador.
design e tecnologia (alimentos) está prestes a começar. O aluno, então, vê o pão e uma
torradeira e começa a vincular os dois itens ao ato de fazer uma torrada. Cada item - o utensílio
de culinária, o pão e a torradeira - ganha significado, e a atividade começa a ser compreendida
como associada à preparação de um alimento.
Comportamento desafiador6
Podemos considerar:
TEXTO-CHAVE
Aird, R. The education and cave of children with severe, profound and multiple learning
difficulties.Londres: David FultonPublishers, 2001.
Como o título indica, esse livro discute tanto as DAG como as DAPM. Revela muita sen-
sibilidade e abrange uma grande variedade de questões, incluindo a preocupação de garantir que
o currículo seja suficientemente responsivo às necessidades de aprendizagem e outras
necessidades dos alunos e aos possíveis requisitos do currículo nacional e outras estruturas.
Atividades de Síntese
Conclusão
Neste breve capítulo de encerramento, são considerados princípios que se aplicam às
dificuldades de aprendizagem gerais e como adequá-los aos casos em que as dificuldades são
mais graves ou profundas. Em outras palavras, o capítulo examinará por que o termo
dificuldades de aprendizagem gerais é usado e por que ele é útil.
A expressão dificuldades de aprendizagem gerais visa a distinguir essas dificuldades das
dificuldades de aprendizagem específicas, como dislexia, dispraxia e discalculia, em que uma
área de aprendizagem tende a ser afetada (letramento, organização do movimento ou
habilidades e entendimentos matemáticos). Isso não significa que existe uma sobreposição nas
indicações de algumas dificuldades de aprendizagem específicas, mas que elas não afetam da
mesma maneira geral todos ou a maioria dos aspectos da aprendizagem, como acontece nas
dificuldades de aprendizagem moderadas, graves e profundas.
A diferença de grau nas dificuldades de aprendizagem gerais é indicada na orientação
relacionada ao censo escolar anual (DfES, 2003). A orientação sugere coletar informações sobre
o tipo de NEE dos alunos para os quais está sendo feita uma provisão educacional especial, com
um acompanhamento escolar específico ou com um registro de NEE (p. 2).
Segundo a orientação, os alunos com DAM aterão um desempenho significativamente
inferior aos níveis esperados na maioria das áreas do currículo, apesar das intervenções
apropriadas. Suas necessidades não serão atendidas pela diferenciação normal e pela
flexibilidade do currículo nacional” (p. 3). A orientação enfatiza que esses alunos “só devem ter
registro de DAM se estiverem recebendo uma provisão educacional adicional para ajudá-los a
ter acesso ao currículo” (p. 3, grifo no original). Os alunos com DAM “terão uma dificuldade
muito maior do que seus pares para adquirir habilidades básicas de letramento e numeralização
e para compreender conceitos. Eles também podem apresentar atraso na fala e na linguagem,
baixa auto-estima, baixos níveis de concentração e habilidades sociais subdesenvolvidas” (p. 3).
Os alunos com DAM apresentam “deficiências intelectuais ou cognitivas significativa”.
A orientação prossegue:
Isso tem um grande efeito sobre sua capacidade de participar do currículo escolar sem
apoio. Eles também podem manifestar dificuldades na mobilidade e coordenação, co-
municação, percepção e na aquisição de habilidades de auto-ajuda. Os alunos com
dificuldades de aprendizagem graves precisarão de apoio em todas as áreas do cur-
rículo. Também podem precisar aprender habilidades sociais, de auto-ajuda e inde-
pendência. Alguns alunos podem usar sinais e símbolos, mas a maioria será capaz de
manter conversas simples. Seu desempenho pode estar no intervalo superior P da es-
cala (P4-8) durante grande parte de sua escolarização (DfES, 2003, p. 3-4).
médica grave. Os alunos requerem um alto nível de apoio dos adultos, tanto para suas
necessidades de aprendizagem como para seus cuidados pessoais. É provável que
precisem de estimulação sensorial e um currículo dividido em passos muito pequenos.
Alguns alunos se comunicam fazendo gestos, apontando com o olhar ou por símbolos,
outros por uma linguagem muito simples. Seu desempenho provavelmente estará no
intervalo inicial P da escala (PI-4) durante toda sua escolarização (DfES, 2003, p. 4).
Pode-se notar que uma diferença de grau na dificuldade de aprendizagem está refletida
em termos “dentro-da-criança” relacionados à extensão do comprometimento cognitivo e ao
intervalo curricular em que se espera que o aluno trabalhe. Por exemplo, alunos com DAM
estão trabalhando “significativamente abaixo” do nível esperado para a sua idade; para os
alunos com DAG, o desempenho poderá estar no intervalo P4 a 8 durante grande parte de sua
escolarização; e, para os alunos com DAPM, o desempenho provavelmente estará no intervalo
PI a 4 durante toda a escolarização.
Também há tendência a estarem associadas dificuldades adicionais no caso das
dificuldades de aprendizagem mais graves e profundas. Isso se reflete na provisão, no sentido de
que a ênfase será diferente se a dificuldade de aprendizagem for moderada, grave ou profunda.
Por exemplo, para alunos com DAM, a provisão inclui um currículo nacional inglês modificado,
com ênfase na aprendizagem prática ocorrendo significativamente no contexto em que é
utilizada. No caso de alunos com DAG, embora os princípios de contexto e significação
continuem sendo relevantes, também é importante que o currículo nacional e a avaliação sejam
vistos como parte da provisão, além disso, o currículo deve ser modificado e suplementado
conforme necessário e a avaliação deve envolver pequenas etapas e outras modificações. Em
relação aos alunos com DAPM e também com comprometimentos cognitivos mais profundos,
as dificuldades adicionais do aluno são um foco específico, para garantir que o currículo, a
avaliação, o ensino e a aprendizagem levem isso em conta. Existe maior preocupação para
garantir que o currículo seja suficientemente amplo e responsivo às exigências específicas da
aprendizagem.
Conforme aumenta a necessidade de atender às dificuldades adicionais, também se torna
crescentemente necessário montar equipes competentes nos aspectos médicos da provisão. Aird
(2001, p. 103) propõe um modelo possível, que procura assegurar o trabalho coeso dos
professores, assistentes de ensino e outros. Os professores trabalhariam com os assistentes de
ensino, que seriam treinados e qualificados em um de três níveis. Os níveis 2 e 3 envolveriam,
entre outras coisas, maior conhecimento e habilidade no gerenciamento do atendimento
paramédico. Além disso, as equipes médica e paramédica seriam responsáveis por tal provisão,
como a avaliação especializada e a provisão de auxílio. Um gerente de atendimento, entre outras
tarefas, coordenaria a orientação e o apoio entre agências e os regimes de medicação. Isso
envolve financiamento para órgãos de saúde e cargos conjuntamente financiados.
O nível de currículo e os níveis de avaliação, assim como as abordagens de ensino, são
diferentes, dependendo de o aluno apresentar DAM, DAG ou DAPM, conforme indicado nos
primeiros capítulos deste livro. Mas existem abordagens que parecem funcionar para alunos
com DAG e DAPM, considerando-se os diferentes níveis curriculares em que provavelmente
serão aplicadas.
74
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Atividades Avaliativas
4- Discorra sobre a provisão para alunos com DAG em termos de uma adaptação do
currículo e da avaliação, e sobre as questões curriculares da adaptação do currículo
nacional e as estruturas nacionais de letramento e de numeralização.
6- Quais as semelhanças e distinções entre pedagogias para alunos com DAG e DAPM?
Como deve ser a rotina na sala de aula para o aluno com DAPM controlar seu entorno?
Bom desempenho!