Vous êtes sur la page 1sur 52

LUIZ GUSTAVO BATISTA FERREIRA

QUALIDADE FITOSSANITÁRIA DE ESPÉCIES MEDICINAIS


COMERCIALIZADAS EM LONDRINA - PR

Londrina,
2012
LUIZ GUSTAVO BATISTA FERREIRA

QUALIDADE FITOSSANITÁRIA DE ESPÉCIES


MEDICINAIS COMERCIALIZADAS EM LONDRINA-PR.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Departamento de
Agronomia da Universidade Estadual
de Londrina como requisito a obtenção
do título de Engenheiro Agrônomo

Orientador: Prof. Dr. José Roberto


Pinto de Souza

Londrina, 2012
LUIZ GUSTAVO BATISTA FERREIRA

QUALIDADE FITOSSANITÁRIA DE ESPÉCIES


MEDICINAIS COMERCIALIZADAS EM LONDRINA-PR.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Departamento de
Agronomia da Universidade Estadual
de Londrina

BANCA EXAMINADORA

__________________________________
Prof. Dr. José Roberto Pinto de Souza
Universidade Estadual de Londrina

__________________________________
Prof. Dr. Seiji Igarashi
Universidade Estadual de Londrina

_______________________________
Eng. Agr. Ms. Letícia Trindade Ataíde
Universidade Estadual de Londrina

_________________________________
Prof. Dr. Adilson Luiz Seifert (Suplente)
Universidade Estadual de Londrina

_________________________________
Prof. Dra. Maria Isabel Balbi Pena (Suplente)
Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 08 de outubro de 2012.


Dedico este trabalho a DEUS,
aos meus pais e a meu irmão.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a DEUS pela presença constante, me fortalecendo


espiritualmente e me concedendo sabedoria na superação das etapas dessa
trajetória.
Ao apoio do meu irmão André em todos os momentos, sempre
acreditando em minha capacidade.
Ao professor e orientador Dr. José Roberto Pinto de Souza, pela
paciência concedida, pelos ensinos ministrados, por me fazer conhecer e
despertar o interesse sobre a importância das plantas medicinais.
Aos professores do Departamento de Agronomia, em especial
aos docentes doutores: Claudemir, Ricardo Faria, Inês, Marcelo Augusto,
Odair, Seiji, Cássio, Lúcia, Vieira, Maurício, Édison Miglioranza e Deonísio
Destro, aposentado da UEL, que deixaram legado de trabalho, empenho e
conhecimento.
Aos colegas de Graduação Marcelo Pezatti, André Tanaka, Jorge
Benigno e Wellington Borges pela amizade e pelos constantes auxílios nessa
etapa.
Ao Engenheiro Agrônomo Renan Carvalhal pela ajuda em
momento difícil da minha jornada.
Aos que me ajudaram no estágio no IAPAR: Carlos Riede, Lauro
Okuyama, Nelson, Lázaro e Luiz Henrique.
A todas as pessoas, que, contribuíram de alguma maneira para a
conclusão desta etapa.
“Assim faço: Me esqueço das coisas
desagradáveis do passado, avanço
para as que estão diante de mim e
prossigo para o alvo, para o premio da
soberana vocação de Deus, em Cristo
Jesus”

Filepenses 4: 13 e 14
FERREIRA, Luiz Gustavo Batista. Qualidade fitossanitária de espécies
medicinais comercializadas em Londrina – PR. 2012. 51 p. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Agronomia) – Universidade Estadual de
Londrina, Londrina, 2012.

RESUMO

A utilização de plantas medicinais é uma prática difundida em todo o mundo,


desde os primórdios da humanidade, quando os ancestrais da espécie humana
utilizavam plantas como alimento e remédio. Seu uso é de grande importância
principalmente em populações de baixa renda e sem acesso aos recursos de
saúde. O objetivo do presente trabalho foi averiguar a qualidade fitossanitária
das espécies medicinais comercializadas na cidade de Londrina. As plantas
medicinais foram escolhidas com base nas estruturas secretoras ou
armazenadoras dos princípios ativos como folhas, cascas, flores e frutos. As
espécies vegetais escolhidas para realizar as análises de qualidade
fitossanitárias foram: camomila (Chamomilla recutita L. Rauschert), hortelã
(Mentha piperita), erva doce (Pimpinella anisum L), hibisco (Hibiscus sabdariffa
L.), canela (Cinnamomum zeylanicum Blume) e melissa (Melissa officinalis L.).
Os materiais vegetais foram adquiridos em cinco pontos ou estabelecimentos
comerciais da cidade: Feira livre (local 1); lojas de produtos naturais (local 2,
local 3 e local 4) e farmácia homeopática (local 5). As espécies compradas
foram transportadas para o laboratório. Em seguida, foram colocados em
placas de Petri esterilizadas com meio de cultura BDA (batata; dextrose e ágar)
e 40 g de cada espécie vegetal divididas em quatro pontos distintos da placa, e
mantidas a temperatura constante de 25ºC durante sete dias na ausência de
luz. Foram realizadas duas repetições para espécie e ponto de
comercialização. Foram identificados microrganismos nocivos à saúde humana
como Aspergillus flavus, Aspergillus niger, Aspergillus ochraceus, Fusarium sp,
Nigróspora sp, Penicillium sp, e Rhizopus sp. As seis espécies medicinais
adquiridas no comércio de Londrina apresentaram baixa qualidade
fitossanitária. Há grande incidência de fungos nocivos a saúde humana como
Aspergillus flavus e Penicillium sp nas seis espécies medicinais coletadas nos
cinco pontos de comercialização.

Palavras chave: Plantas medicinais. Fungos. Bactérias. Contaminação.


FERREIRA, Luiz Gustavo Batista. Phytossanitary quality medicinal plants
species traded in Londrina – PR. 2012. 51 p. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Agronomia) – Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, 2012.

ABSTRACT

The use of medicinal plants is a common practice around the world since the
dawn of mankind, when the ancestors of the human species plants used as
food and medicine. Its use is of great importance especially in low-income
populations without access to health resources. The aim of this study was to
evaluate the quality medicinal plant species traded in the city of Londrina.
Medicinal plants were chosen on the basis of secretory structures or storage
facilities of the active ingredients such as leaves, bark, flowers and fruits. Plant
species chosen to perform the analyzes were phytosanitary quality: chamomile
(Chamomilla recutita L. Rauschert), peppermint (Mentha piperita), anise
(Pimpinella anisum L), hibiscus (Hibiscus sabdariffa L.), cinnamon
(Cinnamomum zeylanicum Blume) and lemon balm (Melissa officinalis L.). The
plant materials were purchased by five points or shops in town: Fair free (site
1), food stores (site 2, site 3 and site 4) and homeopathic pharmacy (site 5).
The species purchased were transported to the laboratory. Then, they were
placed in sterile petri plates with PDA culture medium (potato, dextrose and
agar) and 40 g of each plant species divided into four distinct points of the plate,
and maintained at a constant temperature of 25ºC for seven days. There were
two replicates for species and point of sale. Were identified microorganisms
harmful to human health as Aspergillus flavus, Aspergillus niger, Aspergillus
ochraceus, Fusarium sp, Nigrospora sp, Penicillium sp, and Rhizopus sp. The
six medicinal species acquired in trade from Londrina lower quality plant. There
is a high incidence of fungi harmful to human health as Aspergillus flavus and
Penicillium sp in the six medicinal plants collected within five points of
marketing.

Keywords: Medicinal plants. Fungi. Bactéria. Contamination.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Amostras de espécies medicinais adquiridas em pontos de


comercialização de Londrina....................................................................................48

Figura 2 – Nítida diferença entre tipos de embalagens comercializadas para


chá ...........................................................................................................................48

Figura 3 – Placas de petri no laboratório de fitopatologia........................................48

Figura 4 – Placas de petri com os resultados da contaminação fitossanitária ........49

Figura 5 – Alternaria sp e formações bacterianas visualizadas em erva doce


(Pimpinella anisum)..................................................................................................49

Figura 6 – Aspergillus niger identificado nas folhas de melissa (Melissa


oficinalis L.). .............................................................................................................49

Figura 7 –Bactérias visualizadas em canela (Cinnamomum zeylanicum Blume). ...50

Figura 8 – Aspergillus flavus observado nas flores de camomila (Chamomilla


recutita L.Rauschert). ...............................................................................................50

Figura 9 – Penicillium sp observado em hibisco (Hibiscus sabdariffa L.) ..............50

Figura 10 – Aspergillus niger, Rhizopus sp e formações bacterianas


observadas em folhas de hortelã (Mentha piperita) .................................................51
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Presença de fungos e bactérias nos frutos sementes de erva doce


(Pimpinella anisum) coletados em cinco pontos de comercialização do
município de Londrina. 2012 ....................................................................................30

Tabela 2 – Presença de fungos e bactérias nas folhas de melissa (Melissa


oficianalis L) coletadas em cinco pontos de comercialização do município de
Londrina. 2012 ........................................................................................................31

Tabela 3 – Presença de fungos e bactérias nas cascas de canela


(Cinnamomum zeylanicum Blume) coletadas em cinco pontos de
comercialização do município de Londrina. 2012 ...................................................32

Tabela 4 – Presença de fungos e bactérias nas flores de camomila


(Chamomilla recutita L. Rauschert) coletadas em cinco pontos de
comercialização do município de Londrina. 2012.....................................................33

Tabela 5 – Presença de fungos e bactérias nos hibiscos (Hibiscus sabdariffa


L.) coletados em cinco pontos de comercialização do município de Londrina.
2012 .........................................................................................................................34

Tabela 6 – Presença de fungos e bactérias nas folhas de hortelã (Mentha


piperita) coletadas em cinco pontos de comercialização do município de
Londrina. 2012 .........................................................................................................35
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABIFISA - Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico.


ANVISA - Agencia Nacional de Vigilância Sanitária.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
OMS - Organização Mundial da Saúde.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................12

2 DESENVOLVIMENTO ...........................................................................................15
2.1 A IMPORTÂNCIA, UTILIZAÇÃO E ESTUDOS DE PLANTAS MEDICINAIS NO BRASIL ...........15
2.1.1 Comercialização de Plantas Medicinais ...........................................................20
2.1.1.1 Patógenos nocivos ao homem presente nas plantas comercializadas .........21
2.1.1.1.1 Caracterização e utilização das plantas medicinais: camomila,
melissa, erva doce, canela, hibisco e hortelã ............................................................25

3 MATERIAL E MÉTODOS .....................................................................................28

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................30

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................37

REFERÊNCIAS.......................................................................................................38

APÊNDICES ...........................................................................................................47
APÊNDICE A – Ilustrações da condução do trabalho .............................................48
12

1 INTRODUÇÃO

As plantas medicinais, aromáticas e condimentares sempre


estiveram presentes em todo o transcorrer da evolução da espécie humana. A
historicidade do uso de plantas medicinais nos mostra ao longo dessa
evolução, que pela própria necessidade do homem, as plantas foram os
primeiros recursos terapêuticos utilizados. Recorrer às virtudes curativas de
alguns vegetais é uma das primeiras manifestações do mesmo, marcando um
antigo e profundo desejo de compreender e utilizar a natureza como recurso
terapêutico, sendo que os primeiros escritos sobre plantas com princípios
medicinais relatam sua importância nos cerimoniais de magia e medicina. Elas
foram utilizadas por diversos povos, tais como caldeus, babilônicos e
principalmente no Egito Antigo, onde se faziam receitas para utilização de
plantas medicinais para curar moléstias da população.
Entretanto, as plantas medicinais no período dessas culturas
antigas, eram atribuídas pelas suas propriedades medicinais ao misticismo, a
deuses e ao poder sobrenatural de certas plantas que podiam efetuar curas de
moléstias e incômodos da população. Ao longo do progresso de estudos sobre
plantas medicinais, constatou-se que o real motivo de certas plantas serem
capazes de efetuar curas de enfermidades chame-se princípio ativo, seja ele
constituído de uma única substância existente na planta ou de um conjunto de
substâncias as quais atuam sinergicamente formando um complexo
fitoterápico. Essas substâncias podem ser empregadas tanto dentro da própria
planta na forma de preparações caseiras, como chás, tinturas e pós, ou na
forma de composto puro isolado da planta, como pela indústria farmacêutica.
A planta medicinal quando bem escolhida e utilizada
corretamente, somente difere do medicamento industrial feito com a substância
isolada por sua embalagem e pelas substâncias corantes, aromatizantes,
flavorizantes e conservantes que acompanham o princípio ativo no
medicamento final (LORENZI, 2008). Assim, há um avanço da perspectiva e
métodos de utilização de plantas de uso medicinal.
Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS, 80% da
população mundial faz uso de medicamentos derivados de plantas medicinais,
13

no Brasil pesquisas demonstram que mais de 90% da população já fez uso de


alguma planta medicinal (ABIFISA, 2012).
A riqueza da diversidade vegetal brasileira contribuiu para que
a utilização das plantas medicinais seja considerada uma área estratégica para
o país. Segundo Batalha et al. (2007), o país contem cerca de 23% das
espécies vegetais catalogadas pela ciência. Contudo para Veiga Júnior et al.
(2005), há grave problema nesse contexto, por uma série de motivos
prescritos. Entre eles estão o mau uso das plantas medicinais para realizar
curas (automedicação), dosagens erradas as quais podem tornar os princípios
ativos tóxicos ao ser humano, manejo inadequado no campo e falta de
fiscalização de órgãos especializados em pontos de venda, sobretudo em
países emergentes como Brasil, no qual a população usuária desses produtos
pouco valoriza o conhecimento científico e novas descobertas sobre utilização
de plantas medicinais, embora haja casos também registrados em países
desenvolvidos como Alemanha e Estados Unidos da América.
Além dos problemas mencionados relacionados à utilização de
plantas medicinais, existe outro fundamental, a saber, a qualidade fitossanitária
de plantas utilizadas na medicina popular, comercializadas com agentes
patogênicos que possuem elevado potencial de causar distúrbio na saúde do
consumidor. Há suspeita de que diversos centros de comércio das cidades
paranaenses, como Londrina, comercializam plantas com fungos nocivos a
saúde humana, tais como Aspergillus e Penicillium. Esses agentes patogênicos
são considerados fungos de armazenamento e a sua presença indica má
qualidade ou problemas na conservação dos organismos vegetais. Eles podem
provocar alterações físico-químicas nos tecidos das plantas, no sabor
causando perda de lipídeos, alterações no metabolismo do vegetal, perda de
carboidratos e proteínas além de aumento de ácido graxo, comprometendo as
propriedades essenciais terapêuticas, as quais resultam em malefício ao
organismo humano. Além disso, Aspergillus e Penicillium, juntamente com o
Fusarium, possuem espécies produtoras de micotoxinas (substancias tóxicas
potencialmente nocivas à saúde humana).
Em áreas comerciais, principalmente feiras livres e lojas,
comercializam plantas medicinais contaminadas as quais podem desencadear
uma série de reações alérgicas comprometendo a saúde do usuário. Isso se
14

agrava principalmente com a falta de fiscalização dos produtos, desde a forma


de cultivo até as condições de armazenamento e venda ao consumidor final.
Embora existam parâmetros específicos para a produção e comércio de
fitoterápicos, esses fatores têm ocorrido e preocupado profissionais da área de
saúde e a comunidade científica, uma vez que comprometem o uso dessas
plantas para uso na forma de chá (MELO et al., 2007).
O presente trabalho teve como objetivos avaliar a qualidade
fitossanitária de: camomila (Chamomilla recutita L.Rauschert), melissa (Melissa
officinalis L.), erva doce (Pimpinella anisum L.), canela (Cinnamomum
zeylanicum Blume), hortelã (Mentha piperita) e hibisco (Hibiscus sabdariffa)
comercializados no município de Londrina – PR.
15

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 A IMPORTÂNCIA, UTILIZAÇÃO E ESTUDOS DE PLANTAS MEDICINAIS NO BRASIL.

A planta medicinal constitui uma unidade terapêutica na qual


todos os princípios ativos formam um fitocomplexo que interage entre si e com
outras moléculas aparentemente inativas, este representa a unidade
farmacológica integral da planta medicinal (JORGE, 2009). Para Duarte et al,
2004, a atividade biológica de plantas medicinais tem sido objeto de intensa
investigação científica. Plantas superiores e aromáticas são amplamente
utilizadas na medicina popular, uma vez que apresentam amplo espectro de
atividade e inibição comprovada contra bactérias e fungos, o que faz com que
os vegetais medicinais estejam nas formulações dos remédios comercializados
pela indústria farmacêutica (MATOS e LORENZI, 2002). A maioria dessas
propriedades é conferida por produtos do metabolismo secundário, como
terpenóides e compostos fenólicos e estão presentes em larga escala na
natureza (SAAD et al, 2005).
O conhecimento sobre plantas medicinais simboliza muitas
vezes o único recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos.
Elas são comercializadas desde tempos antigos e chegaram ao Brasil
juntamente com a colonização portuguesa (FIGUEIREDO, 2006). Ainda hoje,
nas regiões mais pobres do país e até mesmo nas grandes cidades brasileiras,
plantas medicinais, aromáticas e condimentares são comercializadas em feiras
livres, mercados populares e encontradas em quintais residenciais (MACIEL et
al., 2002).
Martins (2003) ressalta dado importante da OMS: 80% da
população mundial já fez uso de chá, enquanto no Brasil, 90%. A utilização
dessas plantas tem sido estimulada, em parte, pela crescente demanda da
indústria por novas fontes naturais de medicamentos e, por outro lado, devido
aos efeitos colaterais causados pelos fármacos sintéticos que estimulam o
aproveitamento de medicamentos de origem vegetal ou, em muitos casos,
porque representam a única fonte de medicamentos, especialmente nos
lugares mais isolados e distantes (BERG, 1993), e como resposta aos
problemas imediatos de saúde (DEFILLIPS, 2001).
16

Para Brito et al. (2009), o uso de plantas medicinais na cura de


doenças é demonstrado pelos vários exemplos citados na literatura quanto ao
uso e eficácia das drogas de origem vegetal, tais como os estudos utilizando
plantas como tomilho, salvia, orégano e coentro (PRUTHI, 1980), cravinho
(HITOKOTO et al., 1980; MABROUK; El-SHAYEB, 1980), canela, alecrim,
rosmaninho (DAVIDSON, 1997), cominho, pimenta, alcaravia (BEUCHAT;
GOLDEN, 1989), alho, cebola (ABDOU et al., 1972; GANDHI; GHODEKAR,
1988), manjericão, açafrão da Índia, manjerona e anis (HITOKOTO et al., 1980)
na inibição de doenças humanas.
Ferreira (1998) classifica, em termos gerais, as plantas
medicinais como vegetais que possuem atividade biológica com um ou mais
princípios ativos úteis à saúde. São vegetais que possuem ação farmacológica
benéfica ao organismo humano (MARTINS et al., 1995). Elas têm a importância
direta na fitoterapia como também é matéria prima para indústria farmacêutica
(KARL et al., 1997). A utilização de medicamentos, suplementos e chás a base
destas plantas é caracterizada como fitoterapia a qual segundo Sanguinetti
(1989), são inúmeras as vantagens da mesma, no seu emprego racional e
sensato, para tratar as enfermidades do corpo humano.
A fitoterapia clássica consiste na busca da cura das doenças
através do uso das plantas medicinais. Diversas vezes, ela não é opção de uso
da população e sim o único recurso (CARRICONDE, 2002). Esta prática vem
sendo amplamente divulgada de geração a geração, em forma de chás,
infusões e lambedores (BRITO et al, 2009). O uso das plantas medicinais no
Brasil, desde antes do início da colonização portuguesa, era utilizada por
curandeiros nativos (MING et al., 2009). Com relação ao conhecimento
empírico de fitoterapia popular, Morgan (1989) em seu trabalho, afirmou que tal
prática incrementa o método cientifico através de métodos de tentativas e
erros.
Já a OMS refere-se à planta medicinal como sendo “todo e
qualquer vegetal que possui, em um ou mais órgãos, substâncias que podem
ser utilizadas com fins terapêuticos ou que sejam precursores de fármacos
semi-sintéticos”. A diferença entre planta medicinal e fitoterápico reside na
elaboração da planta para uma formulação específica, o que caracteriza um
fitoterápico (VEIGA JUNIOR et al, 2005). Segundo Duarte (2006), no passado,
17

a fitoterapia era mais adotada pela população carente da área rural ou urbana,
devido à fácil disponibilidade e menores custos. Atualmente, o uso de plantas
como uma fonte de medicamentos é predominante em países em
desenvolvimento como no Brasil, sendo solução alternativa para problemas de
saúde. O uso de plantas medicinais está bem estabelecido em alguns
continentes como Ásia, América Latina e África.
De acordo com Martins et al. (2003), a utilização de plantas no
Brasil para o tratamento de doenças apresenta fundamentalmente, influências
da cultura indígena, africana e européia. Os índios utilizavam a fitoterapia
dentro de uma visão mística. A influência européia, por sua vez teve início com
a vinda dos primeiros padres da Companhia de Jesus ao Brasil. É fundamental
para o aproveitamento racional e não predatório dos recursos naturais, o
conhecimento tradicional sobre a ecologia e o manejo de plantas medicinais
(CASTELLANI, 2003). O Brasil detém a maior diversidade biológica do mundo,
contando com uma rica flora, despertando interesses de comunidades
científicas internacionais para o estudo, conservação e utilização racional
destes recursos. O Brasil, segundo Plotkin (1991), é o país com maior número
de espécies espermatófitas no mundo. Os biomas brasileiros contem uma das
maiores diversidades do mundo (MENDONÇA et al, 1998), muitas delas com
valor alimentício e principalmente medicinal (ALMEIDA et al, 1998). Para
Duarte (2006), vários biomas brasileiros têm sido utilizados como fármacos
naturais.
No setor da medicina, as plantas tropicais fornecem material
para a produção de analgésicos, tranquilizantes, diuréticos, laxativos e
antibióticos entre outros. A comercialização mundial de produtos medicinais de
origem vegetal tem tendência a aumentar (MEYERS,1983; PRINCIPE,1985),
uma vez que há tratamentos e medicamentos sintéticos demasiadamente
custosos ao usuário.
A ciência da etnobotânica é considerada nova vertente
científica (HAMILTON et al., 2003) e considerada por Ford (1978) estudo
científico da interação direta entre a espécie humana e os vegetais, em
sistemas dinâmicos (ALCORN, 1995) e possui amplo caráter interdisciplinar
científico (ALBUQUERQUE,2009). Para Schultes e Reis (1995), o
conhecimento etnobotânico existe desde a origem da espécie Homo sapiens.
18

O termo etnobotânica foi empregado pela primeira vez em


1895 por Harshberger, que embora não o tenha definido, apontou maneiras
pelas quais poderia ser útil à investigação científica. Desde então, várias
definições podem ser encontradas para etnobotânica. Dentre as mais recentes
destacam-se: “disciplina que se ocupa do estudo e conceituações
desenvolvidas por qualquer sociedade a respeito do mundo vegetal” - engloba
a maneira como um grupo social classifica as plantas e a utilidade que dá a
elas; “verdadeira botânica científica voltada para o hábitat e uso de uma etnia
específica”- sendo realizada por alguém treinado em botânica científica, que
efetuaria correspondências entre a classificação científica ocidental e local;
“ciência botânica que possui uma etnia específica”- vê a cultura de uma
sociedade como tudo aquilo que alguém tem que saber ou crer, a fim de operar
de forma aceitável para seus membros (MACIEL et al., 2002).
O estudo etnobotânico consiste na avaliação da interação
humana com todos os aspectos do meio ambiente, através de levantamentos
nas comunidades tradicionais sobre a utilização das plantas na farmacopéia
caseira e na economia doméstica. Um dos pioneiros em estudos
etnobotânicos, Richard Evans Schultes, dedicado à pesquisa da flora da
América tropical, relata inúmeras espécies vegetais brasileiras usadas por
caboclos e indígenas da Amazônia (MARTIN, 1995).
Diversos estudos etnobotânicos vêm sendo desenvolvidos no
Brasil e no mundo, buscando conhecer a medicina popular de povos
tradicionais e/ou contemporâneos e as formas de organização desses
conhecimentos, procurando, ainda, plantas que apresentem efetivamente uma
atividade terapêutica e que consequentemente possibilita descoberta de novos
fármacos (COUTINHO et al., 2002). Também, tais estudos permitem inferir
sobre eficácia dos produtos que atingem o mercado de produção de chás,
xaropes, cremes e outros (ALEXIADES e SHELDON, 1996). O estudo dos usos
das plantas medicinais deve levar em consideração o contexto social e cultural
no qual estes usos são encaixados (HERRICK, 1983; ELISABETSKY, 1986
ETKIN, 1990; MACIEL et al., 2002).
Muitas plantas frequentemente utilizadas por populações locais
ainda não foram estudadas ou seus princípios ativos ainda não foram
identificados para validá-las como medicamentos ou para aproveitá-las
19

economicamente (BERG, 1993). Ainda assim, muitas plantas são utilizadas e


comercializadas na atualidade e o Brasil, um dos países com maior
biodiversidade do mundo, se revela como um importante e potencial provedor
de um recurso tão valioso como as plantas medicinais. Como exemplos de
plantas valiosas do Brasil se pode citar o Curare indígena ou Dedaleira
(Digitalis purpurea) utilizada na preparação de chá contra a hidropisia,
provocada pela insuficiência cardíaca antes de ser descoberta a ação da
Digitalina sobre o músculo cardíaco, Casca dánta (Drimys brasiliensis) com
propriedades estomáquicas, a Quina (Cinchona calisaya) utilizada na cura da
malária, a Ipecacuanha (Cephaelis ipecacuanha) utilizada para tratar diarréias,
disenteria amebiana, catarros crônicos, hemorragias e asmas, e Sapucainha,
(Carpotroche brasiliensis) com efeitos antiinflamatórios comprovados
cientificamente e cujo óleo extraído da semente é empregado no tratamento de
lepra (COUTINHO et al., 2002).
O consumo de medicamentos fitoterápicos tem aumentado
consideravelmente nas últimas duas décadas, tanto nos países desenvolvidos
como nos países em desenvolvimento. Somente na Europa, o mercado dos
medicamentos fitoterápicos atinge cerca de 7 bilhões de dólares ao ano, sendo
a Alemanha responsável por 50% deste valor (ABIFISA, 2012). Mas no Brasil,
mesmo perante a importância desse mercado, não existem dados oficiais de
quanto movimenta a indústria de fitoterápicos.
Estima-se algo em torno de 1 bilhão de reais/ano (ABIFISA,
2012) com tendência a crescer cada vez mais. Devido a existência de
problemas relacionados a qualidade e regularidade de oferta, a maioria das
empresas farmacêuticas, 70% empresas transnacionais instaladas no Brasil,
preferem importar suas matérias-primas. Portanto, embora haja demanda de
plantas medicinais e potencialidade de atendimento, existe despreparo por
parte dos agricultores/coletores para atender as exigências do mercado e da
cadeia produtiva em geral.
20

2.1.1 Comercialização de Plantas Medicinais

Para Nunes et al. (2003), o comércio e o uso de plantas


medicinais são bastante conhecidos e discutidos no Brasil e no mundo. O
mercado atende de distintas formas o consumidor desse tipo de produto,
incluindo as comercializações feitas em empresas, mercados e ervanários
(BRANDÃO; FREIRE; VIANNA-SOARES, 1998a). Em diferentes países, a
medicina popular por meio de plantas é amplamente praticada por raizeiros e
pequenos ervanários, e apresenta-se em franca expansão. Podem ser ainda,
citados os produtos tecnicamente elaborados provenientes de plantas
medicinais, que são os medicamentos fitoterápicos, mercado que também tem
se expandido (CALIXTO, 2000; SUZUKI, 2002).
A OMS tem descrito o perfil desse usuário, revelando que a
maioria da população mundial, vivendo principalmente em países em
desenvolvimento, não tem acesso à medicina moderna e, consequentemente,
aos medicamentos sintéticos e fitoterápicos, recorrendo então à medicina
popular (FARNSWORTH et al., 1985) que se apresenta disponível, entre outras
formas, como produtos comercializados por raizeiros e ervanários ou extraídos
de fontes próximas aos locais de residência. Diversos fatores sócio-
econômicos têm sido apontados para explicar esse fenômeno, entre os quais
figuram desde o alto custo dos medicamentos até os modismos (BRANDÃO;
FREIRE; VIANNA-SOARES, 1998b).
Os produtos comercializados deveriam respeitar os critérios
de adequação à saúde e atender ao binômio segurança e eficácia, como é
exigido dos demais produtos. O que se tem observado, no entanto, é uma má
qualidade das plantas medicinais comercializadas, a ausência de
farmacovigilância (BRANDÃO;FREIRE;VIANNA-SOARES,1998b) e a utilização
de espécies não inteiramente avaliadas do ponto de vista farmacológico e
toxicológico. No Brasil, isso ocorre principalmente com plantas nativas (RITTER
et al., 2002), que são as mais comercializadas por serem obtidas de forma
extrativista. Segundo Barbosa et al,(2010), a falta de boas práticas na produção
e comercialização de plantas medicinais e fitoterápicos, associada à ausência
de farmacovigilância, contribui para quedas significativas na qualidade de
fitoterápicos. Para manter a qualidade de um fitoterápico são necessárias
21

adequadas práticas de identificação, cultivo, coleta, manipulação, secagem,


armazenamento e transporte dos mesmos, como indicado na Resolução RDC
nº 306, de 07 de dezembro de 2004 da ANVISA, o que não acontece com
produtos comercializados por “raizeiros”.

2.1.1.1 Patógenos nocivos ao homem presente nas plantas comercializadas.

As plantas medicinais, aromáticas e condimentares, assim


como em outras plantas de interesse econômico podem ser afetadas por
fitopatógenos, como ferrugens, manchas foliares, míudios e oídios
(RUSSOMANO e KRUPPA, 2010; LIMA et al., 2004). Tais doenças diminuem a
qualidade das plantas medicinais e o rendimento das culturas em geral
(CUMMINS e HIRATSUKA, 2003; HAWKSWORTH et al., 1995; AGRIOS,
1997; URBEN et al., 1987; SOUZA et al., 1995), sendo que os principais
fatores climáticos que contribuem para a incidência de doenças de plantas são
temperatura e alta umidade relativa do ar, de modo geral (MELCHING et al.,
1989; ALVES et al., 2006; TSCHANZ, 1984; DEL PONTE et al., 2006).
Russomano e Krupa (2010) afirmam que o controle das
patologias fúngicas da parte aérea de plantas medicinais, condimentares e
aromáticas deve ser feito, preferencialmente, pelo emprego de variedades
resistentes e pelo uso de sementes, mudas e material propagativo livres de
inóculos, em locais sem ocorrência de doenças. O emprego de sementes
sadias e de alto vigor evita a introdução de patógenos nos canteiros, viveiros e
no campo e, quando semeadas em profundidade adequada, possibilitam a
rápida emergência e crescimento da planta, permanecendo por menos tempo
suscetíveis aos agentes causais.
Quando não existirem variedades resistentes, a utilização de
técnicas culturais de controle pode colaborar na redução dos danos causados
pelas doenças. Nesse contexto, o uso de agrotóxicos (fungicidas) deve ser
evitado, devido ao impacto que causam ao meio ambiente e à saúde humana,
pela poluição de seus resíduos químicos. Além disso, não há informação
suficiente do efeito do fungicida no metabolismo dos princípios ativos,
22

terapêuticos e condimentares tão pouco na presença de resíduos tóxicos nos


extratos usados para fins medicinais e culinários.
Hoje em dia, diversas e inovadoras estratégias têm sido
empregadas para efetuar controle de doenças na agricultura, como o controle
biológico que utiliza Trichoderma, uso de extratos vegetais, eliminação de
restos culturais, rotação de culturas (com culturas não hospedeiras dos
patógenos), adubação equilibrada, controle de espécies invasoras,
espaçamento apropriado e recomendado, cultivo das plantas em locais que
apresentam solo com boa drenagem e poda de ramos de árvores e arbustos
(RUSSOMANO e KRUPPA, 2010).
Contudo, ainda não há estudos científicos nem registros os
quais comprovem que essas doenças afetam o organismo humano. As plantas
medicinais, aromáticas e condimentares podem ser hospedeiras de agentes
patogênicos nocivos tais como os fungos do gênero Aspergillus, da espécie
fumigatus ou níger (fungo filamentoso), Penicillium, Fusarium e Trichoderma,
sendo que tais microrganismos podem ser comercializados juntamente com
plantas medicinais e o consumidor final, através de chás, por exemplo, pode
ingerir esses fungos causando complicações na saúde por meio de tais
microrganismos (TORTORA et al, 2000).
O aumento de consumo de chá torna-se preocupante
considerando que a fiscalização do comércio de tais produtos é precária;
representando, assim, vários riscos ao consumidor, podendo-se enumerar
como principais a identificação errada da espécie vegetal, indicações errôneas
de utilização, uso de plantas de má qualidade e espécies tóxicas (ESPÍNOLA,
1997).
Segundo Oliveira et al. (1997), Correa Junior et al.(1994) e
Matos (2000), a contaminação de espécies medicinais por fungos pode levar a
alteração e/ou destruição dos princípios ativos, ocasionando, assim, perda da
segurança e eficácia na utilização, além de representarem risco pela produção
de substâncias tóxicas (micotoxinas), tornando-as, assim, impróprias para o
consumo, independente do nível de contaminação. As aflatoxinas, metabólitos
secundários produzidos por várias espécies de fungos do gênero Aspergillus,
representam micotoxinas de grande interesse médico-sanitário devido à grande
ocorrência e alta toxicidade, ocasionando intoxicações agudas ou crônicas,
23

com propriedades hepatóxicas, mutagênicas, teratogênicas e cancerígenas


(ROITMAN et al, 1988) e são termoestáveis com ponto de fusão ao redor de
269°C (CARVALHO et al, 2010). São classificadas, segundo o International
Agency for Research on Cancer (IARC), como agente carcinogênico para o ser
humano. Para Rosa (2012), existem evidencias morfológicas nos fungos que
caracterizam a produção de aflatoxinas, como presença de blastoconídeos,
clamidoconídios e esclerócitos.
A aflatoxina B1 é uma das aflatoxinas produzidas pelo fungo
Aspergillus flavus, que se desenvolve principalmente em alimentos. Esse fungo
pode se desenvolver em alimentos, tendo sua incidência bastante acentuada
na armazenagem principalmente de cereais, amendoim e mandioca. Seu
desenvolvimento é rápido, atingindo níveis altíssimos em ambientes favoráveis
com temperatura e umidade ideais (BIS, 2012). Caldas et al.(2002) afirmam
que não é incomum as pessoas serem intoxicadas por micotoxinas em
alimentos e espécies medicinais na forma de chá.
A utilização de plantas para fins terapêuticos sem garantia de
segurança e eficácia é agravada pelo comércio indiscriminado e sem controle,
representando perigo ao consumidor, pelo risco de aquisição e utilização de
produtos de má qualidade, além de condições inapropriadas de
armazenamento na pós- colheita (ARAÚJO; OHARA, 2000).
O gênero Rhizopus também é considerado patogênico por ser
saprófita oportunista (ESTEVES et al., 1990; BUGNO et al., 2005). As
aspergiloses são micoses produzidas por fungos oportunistas do gênero
Aspergillus, principalmente A. fumigatus e com menos frequência por A. flavus,
A. nidulans, A. niger, A. terrus e A. ochraceus (MEZZARI e CAUDURO, 1996).
Além disso, bolores causados por Fusarium sp., Aspergillus sp. e Penicillium sp
também fazem parte dessa gama de agentes contaminantes, e também são
produtores de micotoxinas (ZARONI et al., 2004), representando risco ao
usuário de plantas medicinais na forma de chá.
A zigomicose é uma doença ocasional, com manifestações
clínicas cutâneas, subcutâneas e sistêmicas que é provocada por fungos
oportunistas que se tornam patogênicos, sendo as espécies Rhizopus oryzae,
R. rhizoposiformis e R. microsporus agentes patogênicos desta doença
(MEZZARI e CAUDURO, 1996).
24

Os microrganismos podem contaminar os vegetais durante as


etapas pré e pós-colheita. Na pré-colheita, os principais focos de contaminação
são o solo, os adubos não compostados de forma adequada, a água de
irrigação contaminada, a água utilizada na aplicação de fungicidas e
inseticidas, a poeira, os insetos, os animais domésticos e silvestres e a
manipulação humana (ZARONI et al., 2004)
As fontes de contaminação pós-colheita incluem manipulação
humana, limpeza inadequada ou insuficiente de equipamentos de colheita,
embalagens de transporte sujas e contaminadas, animais, insetos, poeira, água
de lavagem contaminada, veículos de transporte e contaminação de
equipamentos utilizados nos processamentos pós-colheita, secagem e
armazenamento, realizados de forma inadequada, sem qualquer tipo de
controle (BRACKETT, 1999; BEUCHAT, 2002; KALKASLIEF-SOUZA et al.,
2009; SATOMI et al., 2005).
Matos (1998) reafirma, com ênfase, e ressalta cuidados
imprescindíveis que se deve ter no manuseio de materiais vegetais, tais como
a correta secagem, a manutenção de condições mínimas de higiene para se
evitar o desenvolvimento de mofos e evitar que o material entre em contato
com o chão, poeira ou até mesmo chuva, a qual favorece o desenvolvimento
dos microrganismos nas plantas medicinais.
Silva et al.(1995) alerta no tocante ao risco que consumidores
correm mediante a possibilidade do produto final apresentar contaminação
fúngica nos mais diferentes pontos comerciais (BUGNO et al., 2006).
Dessa forma, faz-se necessário que se estabeleçam medidas
adequadas de controle higiênico-sanitário para garantir a qualidade e
segurança deste tipo de produto desde a coleta, armazenamento, manipulação
até o produto final (medicamentos caseiros ou fitoterápicos). Além dessas
adequações, o controle microbiológico do material vegetal e de seus derivados
devem ser mais rigorosos e eficientes por parte dos fabricantes e mais exigidos
pelos órgãos governamentais responsáveis para garantir a segurança, eficácia
e qualidade dos produtos, sendo, portanto, de extrema necessidade, o
consumidor seguir receitas legais e de que os produtos contenham
informações sobre a qualidade dos mesmos, evitando uma provável
contaminação dos usuários de plantas medicinais e aromática
25

(FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 2005; OLIVEIRA et al, 1997; DINIZ et al, 1997;


MATOS, 2000).

2.1.1.1.1 Caracterização e utilização das plantas medicinais: camomila,


melissa, erva doce, canela, hibisco e hortelã.

A camomila (Chamomilla recutita L.Rauschert), da família


Asteraceae, é nativa da Europa e aclimatada em algumas regiões da Ásia e de
países do continente americano, com a maior área de cultivo. O estado do
Paraná destaca-se como maior produtor, com área cultivada de 700 ha e
produção de cerca de 260 t, o que atende a 74% do consumo nacional, que é
de 350 t (DALLA COSTA, 2001; CORREA JÚNIOR et al., 2003). Parte da
camomila consumida no país é importada da Argentina, principal produtor
mundial (CURIONI, 2004). A Chamomilla recutita é herbácea, anual, aromática
com flores reunidas em capítulos, sendo amplamente cultivada em
praticamente todos os lugares do mundo (LORENZI, 2008). Segundo Lorenzi
(2008), é considerada uma das plantas de uso mais antigo pela medicina
tradicional europeia, hoje incluída como oficial nas Farmacopeias de quase
todos os países. É utilizada tanto na medicina científica como na popular, na
forma de infuso e decocto (cozimento dos capítulos), para facilitar a eliminação
dos gases, combater cólicas e estimular o apetite, agindo também por via
tópica pela aplicação de compressas do infuso ainda quente sobre o abdômen
no tratamento de cólicas de crianças.
A Melissa oficinalis L, da família Verbanaceae, na região de
Londrina conhecida popularmente como erva cidreira ou melissa, é um
subarbusto de morfologia variável, tendo em média altura de 150 cm. Seus
ramos são finos, esbranquiçados, arqueados, longos e quebradiços, as folhas
são inteiras, opostas, de bordos serrados e ápice agudo, de 3-6 cm de
comprimento, as flores são de coloração azul-arrocheadas, reunidas em
inflorescências axilares capituliformes de eixo curto e tamanho variável
(LORENZI, 2008). Para Ming (1992), essa espécie é cultivada e utilizada em
26

todo Brasil por sua propriedade analgésica, antiespasmódica, calmante,


sedativa e citostática e seus efeitos terapêuticos já foram comprovados
cientificamente. Segundo Scheffer (1992), são poucas informações disponíveis
relativas ao aspecto agronômico, havendo necessidade de estudos científicos
que revelem o comportamento das espécies medicinais quando submetidas às
técnicas de produção sem afetar o valor terapêutico da planta considerando-se
o fato de que os princípios ativos podem apresentar alterações conforme as
técnicas de cultivo (MADUEÑO BOX, 1973).
Para Lorenzi (2008), a Pimpinella anisum L. pertencente à
família Apiaceae, conhecida por erva doce, é nativa da Ásia e cultivada no sul
do Brasil; é considerada aromática, anual, ereta, de até 50 cm de altura, possui
folhas compostas de várias formas, fendidas e flores brancas, dispostas em
umbelas. Os frutos são aquênios, de sabor adocicado e cheiro forte, além de
serem secos (mericarpos) sendo utilizados desde a mais remota antiguidade,
como estimulante das funções digestivas, para eliminar gases, combater
cólicas, dor de cabeça e estimulo de lactação. O uso do chá é
internacionalmente aprovado como medição simples contra o resfriado, tosse e
bronquite, febre, cólicas, inflamação na boca e na garganta, má digestão e
perda no apetite (LORENZI, 2008).
A planta medicinal Cinnamomum zeylanicum Blume (canela)
pertence à família Lauraceae, e seu centro de origem é o Sri Lanka e no
sudeste indiano. É tempero importante e utilizada em indústrias de perfumaria
e bebidas (JAYAPRAKASHA et al., 2003), cultivada em diversas regiões no
mundo. Também é utilizada na indústria farmacêutica, uma vez que confere
benefícios a saúde em virtude de seus princípios ativos (KHAN et al., 2003).
Segundo Shan et al.(2005), análises químicas comprovam que essa planta é
rica em polifenóis e óleos voláteis. Lorenzi (2008) descreve a planta de canela
como sendo árvore aromática de 6 a 12 metros de altura, com folhas opostas,
ovadas e trinervadas. As flores são numerosas e reunidas em racemos
ramificados e dispostos em panículas terminais, de coloração esverdeado-
amarelada. Boorhem (1999) recomenda a utilização popular para tratamento de
diarreia infantil, gripe, verminoses, dor de dente e mau-hálito. Ensaios
farmacológicos mostraram que o óleo essencial da canela apresenta atividade
27

antibacteriana contra microrganismos que provocam moléstias no aparelho


respiratório do organismo humano (LORENZI, 2008).
O hibisco (Hibiscus sabdariffa L.) é um subarbusto anual ou
bienal, ereto, ramificado, de caule arrocheado, 80-140 cm de altura e nativo do
continente africano, possui folhas alternas, longo-pecioladas, inteiras na base
da planta e 3 ou 4 locadas no ápice, com margens dentadas, de 5-12 cm de
comprimento; as flores são solitárias, axilares, de corola amarela e os frutos
são cápsulas revestidas pelos híspidos (LORENZI, 2008). Para Panizza (1997),
o hibisco pode ser utilizado de maneira terapêutica, como diurético, laxante,
estomáquico, calmante e antiescorbútico com a utilização dos cálices em chás,
refrescos, geléias e condimentos.
A hortelã (Mentha piperita) é utilizada para fins medicinais e
alimentos (LORENZI; MATOS, 2002). Seu cultivo tem importância econômica,
devido à sua capacidade de produzir e armazenar óleo essencial, cujo principal
constituinte é o mentol, utilizado em produtos de higiene oral, produtos
farmacêuticos, cosméticos e alimentos. Mentol também apresenta atividade
antifúngica elevada, além de potencial antibacteriano (SOUZA et al., 1991).
28

3 MATERIAL E MÉTODOS

As espécies utilizadas no trabalho foram escolhidas com base


nos órgãos vegetais das plantas que apresentam estruturas secretoras ou
armazenadoras dos princípios ativos como folhas, cascas, flores e frutos. As
espécies vegetais escolhidas para realizar as análises de qualidade
fitossanitárias foram: camomila (Chamomilla recutita L. Rauschert), hortelã
(Mentha piperita), erva doce (Pimpinella anisum L), hibisco (Hibiscus sabdariffa
L.), canela (Cinnamomum zeylanicum Blume) e melissa (Melissa officinalis L.).
Os materiais vegetais foram adquiridos em cinco pontos ou
estabelecimentos comerciais do município de Londrina: Feira livre (local 1);
lojas de produtos naturais (local 2, local 3 e local 4) e farmácia homeopática
(local 5). Em seguida, as amostras identificadas foram transportadas para o
laboratório. Os critérios para a escolha desses locais foram: região populosa na
zona norte do município (feira livre, local 1); lojas da região central da cidade
de diferentes patamares sociais (lojas de produtos naturais, local 2, local 3 e
local 4) e um local especializado também na região central em remédios
naturais (farmácia homeopática, local 5). Foram locais específicos de
comercialização de plantas medicinais.
As placas de Petri utilizadas no trabalho foram lavadas com álcool
70% e esterilizadas a temperatura de 170ºC pelo período de 60 minutos
(MENDONÇA et al., 2009). Após a esterilização, as placas de Petri foram
levadas a câmara de fluxo para a colocação do meio de cultura BDA (batata;
dextrose e ágar) e a inserção de 40 g de cada espécie vegetal divididas em
quatro pontos distintos da placa. Em seguida, as placas foram vedadas e
deixadas à temperatura constante de 25ºC durante sete dias na ausência de
luz (BRASIL, 2003). Foram realizadas duas repetições para cada espécie e
ponto de comercialização (local de coleta do material).
Decorridos os sete dias, realizou-se avaliação das placas de Petri.
Foram preparadas lâminas coradas com solução azul de lactofenol para tintura
de fingos e observadas ao microscópio óptico para a identificação dos
microrganismos fúngicos, e a verificação da presença ou não de formações
bacterianas. Para a identificação dos agentes fúngicos foi utilizado o Manual de
Análise Sanitária de Sementes (BRASIL, 2009). Com relação às formações
29

bacterianas, não foi possível efetuar identificação dos gêneros e das espécies
das mesmas, uma vez que o laboratório não apresenta as condições técnicas
apropriadas, como microscópio eletrônico de varredura, para efetuar essa
identificação, dessa forma, foram apenas visualizadas, quando presente nas
amostras.
30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A identificação de espécies de fungos nas amostras analisadas


encontra-se demonstrada na Tabela 1. Verificou-se a presença de patógenos
com potencial nocivo a saúde humana como Aspergillus níger, Aspergillus
ochraceus, Aspergillus ochraceus, Penicillium sp e Rhizopus sp. Os fungos
Alternaria sp e Nigróspora sp não são nocivos a saúde, apenas causam danos
a fisiologia da planta. Os patógenos predominantes nas amostras de frutos
sementes de erva doce (Pimpinella anisum) foram Rhizopus sp e formações
bacterianas (não identificadas). Todos os locais apresentaram contaminação
fitossanitária para essa espécie medicinal. Dos fungos nocivos, apenas
Aspergillus flavus não foi identificado nas amostras coletadas. Mendonça et al.
(2009) apontaram que os fungos do gênero Rhizopus não são tão nocivos
quanto os do gênero Aspergillus. Com relação à contaminação bacteriana, 80%
das amostras adquiridas apresentam contaminação, significa que existe
elevada possibilidade de se encontrar formações bacterianas nocivas a saúde.

Tabela 1: Presença de fungos e bactérias nos frutos sementes de erva doce


(Pimpinella anisum) coletados em cinco pontos de comercialização do
município de Londrina. 2012.
Local %
Patógenos
L1 L2 L3 L4 L5 patógeno****
Alternaria sp* X X X 60
**
Aspergillus flavus 0
**
Aspergillus niger X X 40
Aspergillus
X X 40
ochraceus**
Curvalaria sp* X 20
**
Fusarium sp X X X 60
**
Nigróspora sp X 20
**
Penicillium sp X X X 60
**
Rhizopus sp X X X X 80
***
Bactérias X X X X 80
% local***** 87,5 37,5 25,0 37,5 50,0 ---
*
Patógeno com potencial nocivo a saúde humana.
**
Patógeno com potencial não nocivo a saúde humana.
***
Bactérias não foram identificadas.
****
Porcentagem de presença do patógeno nos cinco pontos de comercialização.
*****
Porcentagem de presença dos patógenos no ponto de comercialização.
L1: Feira livre. L2, L3, L4: Lojas específicas de produtos naturais. L5: Farmácia homeopática.
31

Nas amostras de folhas de melissa (Melissa oficianalis L),


demonstrada na Tabela 2, a micoflora predominante identificada foi composta
por Fusarium sp e Aspergillus niger, fungos capazes de produzirem
micotoxinas Os cinco pontos de coleta das amostras apresentaram
contaminação fitossanitária, comprometendo indubitavelmente o uso
terapêutico dessa planta. O local com maior percentual de contaminação é o
local 1 (feira livre). Assim como para erva doce, foi detectado o valor de 80%
de formação bacteriana nas amostras de melissa.

Tabela 2: Presença de fungos e bactérias nas folhas de melissa (Melissa


officinalis L) coletadas em cinco locais de comercialização do município de
Londrina. 2012.

Local %
Patógenos
L1 L2 L3 L4 L5 patógeno****
*
Alternaria sp 0
Aspergillus flavus** X 20
Aspergillus niger** X X X 60
Aspergillus
X 20
ochraceus**
Curvalaria sp* X 20
Fusarium sp** X X X X 80
Nigróspora sp** X X 40
Penicillium sp** X 20
Rhizopus sp** X X 40
Bactérias*** X X X X 80
% local***** 75,0 50,0 37,5 37,5 25,0 ---
*
Patógeno com potencial nocivo a saúde humana.
**
Patógeno com potencial não nocivo a saúde humana.
***
Bactérias não foram identificadas.
****
Porcentagem de presença do patógeno nos cinco pontos de comercialização.
*****
Porcentagem de presença dos patógenos no ponto de comercialização.
L1: Feira livre. L2, L3, L4: Lojas específicas de produtos naturais. L5: Farmácia homeopática.

A Tabela 3 apresenta os valores obtidos de contaminação


fitossanitária das amostras adquiridas nos cinco pontos de comercialização
para a casca de canela (Cinnamomum zeylanicum Blume). O único patógeno
não identificado foi Curvalaria sp, fungo não nocivo a saúde humana. O
patógeno predominante nas amostras foi Aspergillus niger, embora esse fungo
não tenha capacidade de produzir elevados percentuais de aflatoxinas, a sua
32

presença nas amostras compromete o uso dessa espécie medicinal na forma


de chá. Com relação à presença bacteriana para amostras de canela, 60% das
amostras apresentaram formações bacterianas.

Tabela 3: Presença de fungos e bactérias nas cascas de canela (Cinnamomum


zeylanicum Blume) coletadas em cinco pontos de comercialização do município
de Londrina. 2012.

Local %
Patógenos
L1 L2 L3 L4 L5 patógeno****
*
Alternaria sp X 20
Aspergillus flavus** X 20
Aspergillus niger** X X X 60
Aspergillus
X 20
ochraceus**
Curvalaria sp* 0
Fusarium sp** X X 40
Nigróspora sp** X 20
Penicillium sp** X X 40
Rhizopus sp** X 20
Bactérias*** X X X 60
% local***** 62,5 50,0 12,5 37,5 12,5 ---
*
Patógeno com potencial nocivo a saúde humana.
**
Patógeno com potencial não nocivo a saúde humana.
***
Bactérias não foram identificadas.
****
Porcentagem de presença do patógeno nos cinco pontos de comercialização.
*****
Porcentagem de presença dos patógenos no ponto de comercialização.
L1: Feira livre. L2, L3, L4: Lojas específicas de produtos naturais. L5: Farmácia homeopática.

Os resultados obtidos de análise de contaminação


microbiológica de flores de camomila comercializadas em diferentes pontos de
Londrina estão apresentados na tabela 4. Verificou-se elevado percentual de
contaminação de Aspergillus flavus, patógeno com capacidade de produzir
compostos cancerígenos denominados de aflatoxinas. Kneifel (2002) identificou
em diversas amostras de espécies medicinais a presença de Aspergillus flavus
no experimento de segurança microbiológica com espécies medicinais, em São
Paulo, SP. Para o autor, a incidência elevada desse patógeno está relacionada
com todos os eventos desencadeados na pós-colheita, tais como
beneficiamento, secagem e armazenamento desses materiais redistribuídos
33

para os pontos comerciais. Tal constatação implica na desqualificação


fitossanitária de flores de camomila comercializadas em Londrina para fins
calmante. Todos os patógenos alvo a saúde foram identificados nas amostras
de camomila adquiridas nos pontos comerciais de Londrina. Diante dessas
informações, a utilização dessa espécie medicinal como chá está
comprometida em termos de qualidade fitossanitária devido a elevada micoflora
produtora de aflatoxinas encontrada nas amostras de flores de camomila.
Assim como canela, as amostras de flor de camomila adquiridas em pontos de
comercialização de Londrina apresentaram 60% de amostras com formações
bacterianas visualizadas.

Tabela 4: Presença de fungos e bactérias nas flores de camomila (Chamomilla


recutita L. Rauschert) coletadas em cinco pontos de comercialização do
município de Londrina. 2012.

Local %
Patógenos
L1 L2 L3 L4 L5 patógeno****
*
Alternaria sp X X 40
Aspergillus flavus** X X X X X 100
Aspergillus niger** X X X 60
Aspergillus
X 20
ochraceus**
Curvalaria sp* X 20
Fusarium sp** X X 40
Nigróspora sp** X X 40
Penicillium sp** X X 40
Rhizopus sp** X X 40
Bactérias*** X X X 60
% local***** 87,5 62,5 37,5 50,0 12,5 ---
*
Patógeno com potencial nocivo a saúde humana.
**
Patógeno com potencial não nocivo a saúde humana.
***
Bactérias não foram identificadas.
****
Porcentagem de presença do patógeno nos cinco pontos de comercialização.
*****
Porcentagem de presença dos patógenos no ponto de comercialização.
L1: Feira livre. L2, L3, L4: Lojas específicas de produtos naturais. L5: Farmácia homeopática.

A frequência de patógenos nocivos identificados nas amostras de


hibisco é elevada (Tabela 5). De todas as amostras aferidas, somente o fungo
Aspergillus ochraceus não foi encontrado e identificado nas mesmas. Isso
34

implica na redução de confiabilidade e segurança fitossanitária para uso dessa


espécie medicinal pelos consumidores, mesmo para o ponto de
comercialização 3, o qual nas duas repetições foram encontradas apenas
fungos do gênero Rhizopus. A micoflora predominante nas amostras adquiridas
nos cinco pontos de comercialização da espécie Hibiscus sabdariffa L foi de
60% como nas amostras de sementes de erva doce. Sendo assim, o consumo
de infusão de hibisco é, no tocante a segurança microbiológica, não
recomendado por apresentar, além de formações bacterianas consideráveis,
vários outros gêneros de patógenos fúngicos perigosos à saúde humana. Em
60% das amostras de hibisco, foram visualizadas presença de formações
bacterianas.

Tabela 5: Presença de fungos e bactérias nos hibiscos (Hibiscus sabdariffa L.)


coletados em cinco pontos de comercialização do município de Londrina. 2012.

Local %
Patógenos
L1 L2 L3 L4 L5 patógeno****
*
Alternaria sp 0
Aspergillus flavus** X 20
Aspergillus niger** X X 40
Aspergillus
0
ochraceus**
Curvalaria sp* 0
Fusarium sp** X 20
Nigróspora sp** X X 40
Penicillium sp** X X X 60
Rhizopus sp** X X 40
Bactérias*** X X X 60
% local***** 50,0 25,0 12,5 50,0 37,5 ---
*
Patógeno com potencial nocivo a saúde humana.
**
Patógeno com potencial não nocivo a saúde humana.
***
Bactérias não foram identificadas.
****
Porcentagem de presença do patógeno nos cinco pontos de comercialização.
*****
Porcentagem de presença dos patógenos no ponto de comercialização.
L1: Feira livre. L2, L3, L4: Lojas específicas de produtos naturais. L5: Farmácia homeopática.

A visualização e identificação de gêneros e espécies


potencialmente danosos à saúde humana nas amostras de folha de hortelã
(Mentha piperita) são apresentadas na Tabela 6. Tal qual a espécie medicinal
camomila (Chamomilla recutita L. Rauschert), todas as amostras de folhas de
35

hortelã adquiridas nos cinco diferentes pontos de comercialização de espécies


medicinais apresentaram contaminação microbiológica, mesmo os dois fungos
não nocivos (Alternaria sp e Curvalaria sp). Também pode ser detectado na
Tabela 6, o valor elevado de formações bacterianas visualizadas nas amostras
de folha de hortelã, isto é, 80%, sendo que, apenas nas amostras do ponto de
comercilizacao 4 não foram detectadas formações bacterianas.

Tabela 6: Presença de fungos e bactérias nas folhas de hortelã (Mentha


piperita) coletadas em cinco pontos de comercialização do município de
Londrina. 2012.

Local %
Patógenos
L1 L2 L3 L4 L5 patógeno****
*
Alternaria sp X X 40
Aspergillus flavus** X 20
Aspergillus niger** X X X 60
Aspergillus
X X 40
ochraceus**
Curvalaria sp* X 20
Fusarium sp** X 20
Nigróspora sp** X 20
Penicillium sp** X X X 60
Rhizopus sp** X X X X 80
Bactérias*** X X X X 80
% local***** 62,5 50,0 37,5 12,5 75,0 ---
*
Patógeno com potencial nocivo a saúde humana.
**
Patógeno com potencial não nocivo a saúde humana.
***
Bactérias não foram identificadas.
****
Porcentagem de presença do patógeno nos cinco pontos de comercialização.
*****
Porcentagem de presença dos patógenos no ponto de comercialização.
L1: Feira livre. L2, L3, L4: Lojas específicas de produtos naturais. L5: Farmácia homeopática.

A avaliação da qualidade fitossanitária de plantas medicinais no


Brasil, nos trabalhos realizados por Fischer e Saito (1988), Fischer et al (1993),
Santos et al (1995), Dallagnol e Alves (1998), Amaral (1999) e Araújo e Ohara
(2000) demonstraram que os principais microrganismos envolvidos na
contaminação de tais produtos são os fungos, sendo constatada elevada
ocorrência dos gêneros Aspergillus e Penicillium. Para Bugno et al. (2006), a
contaminação de produtos de origem vegetal por fungos está de alguma forma
relacionada às condições inadequadas de colheita e pós colheita. Situação
36

agravada pelos consumidores de plantas para uso medicinal que as adquirem


nos mercados e feiras livres, onde a intensa circulação de pessoas, junto ao
acondicionamento com embalagens inadequadas, expondo o material vegetal a
calor, umidade, poeira e produtos de outra natureza, como gêneros
alimentícios perecíveis, contribuem efetivamente na contaminação adicional do
material. As informações discutidas podem ser resumidas no gráfico abaixo.

Percebe-se no gráfico a elevada contaminação fitossanitária nas


amostras adquiridas nos pontos de comercialização de espécies medicinais do
município de Londrina, o que representa potencial risco ao consumidor dessas
espécies medicinais.
37

5 CONCLUSÕES

A camomila (Chamomilla recutita L. Rauschert), hortelã (Mentha


piperita), erva doce (Pimpinella anisum L), hibisco (Hibiscus sabdariffa L.),
canela (Cinnamomum zeylanicum Blume) e melissa (Melissa officinalis L.)
adquiridas no comércio de Londrina apresentam baixa qualidade fitossanitária.
38

REFERÊNCIAS

ABDOU, I. A.; ABOU-ZEID, A. A.; El-SHERBEENY, M. R.; ABOU-EL-GHEAT,


Z. H., Antimicrobiol activities of Allium sativum, Allium cepa, Raphanus sativus,
Capsicum frutescens, Eruca sativa, Allium kurrat on bacteria. Quality of Plant
Material., p. 29-35, 1972.

ABIFISA - Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico,


Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde. Disponível em:
<http:/www.abifisa.org.br>. Acesso em 10 maio. 2012

AGRIOS, N.G. Plant pathology. 4. ed. San Diego: Academic Press, p.635.,
1997.

ALBUQUERQUE,U.P. Quantitative ethnobotany or quantification in


ethnobotany? Ethnobotany Research and Applications, 7: 1-2, 2009.

ALCORN, J.B. The scope and aims of ethnobotany in a developing world. In:
R.E. Schultes and S.V. Reis (eds.). Ethnobotany: evolution of a discipline.
Cambridge, Timber Press, p.23-39, 1995.

ALEXIADES, M.N.;SHELDON, J.W. Ethnobotanical Research: A Field


Manual. Bronx, New York, The New York Botanical Garden, 1996.

ALMEIDA, S.P.; PROENÇA, C.E.B.; SANO, S.M.; RIBEIRO, J.F. Cerrado:


Espécies vegetais úteis. Planaltina, EMBRAPA-CPAC, Distrito Federal, p.464,
1998.

ALVES S.A.M; FURTADO,G.Q;BERGAMIN FILHO, A. Influência das condições


climáticas sobre a ferrugem da soja. In: Zambolim L (Ed.). Ferrugem asiática
da soja. Viçosa MG. Suprema Gráfica e Editora Ltda. p. 37-59, 2006.

AMARAL, F. M. M. Frutos de Luffa operculata (L.) Cogn.: avaliação da


comercialização e controle de qualidade de amostras adquiridas em mercados
de São Luís/MA. Revista Brasileira de Farmacognosia. São Luis.
Universidade Federal do Maranhão, p.27-31, 1999.

ARAÚJO, A. L. A.; OHARA, M. T. Qualidade microbiológica de drogas vegetais


comercializadas em feiras de São Paulo e de infusos derivados. Revista
Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v.36, n.1, jan./jun., p.129- 136, 2000.

BARBOSA, C.K.R.; COSTA, J.P.R.; BONFIM, F.P.G.; ALMEIDA, A.C.;


MARTINS, E.R. Qualidade microbiológica de plantas medicinais cultivadas e
comercializadas em Montes Claros, Instituto de Ciências Agrárias,
Universidade Federal de Minas Gerais Biotemas, Minas Gerais, p. 77- 81,
2010
39

BATALHA , M. O.; NANTES, J. F. D.; ALCÂNTARA, R. L. C.; MING, L. C.;


CASTRO, D. M. de; LOURENZANI, A. E. B. S.; MACHADO, J. G. C. F.;
RIBEIRO, P. M. T. Plantas medicinais no Estado de São Paulo: situação atual,
perspectivas e entraves ao desenvolvimento. Revista Brasileira de Plantas
Medicinais, São Paulo (SP), p. 64-69, 2007.

BERG, M.E. Plantas medicinais na Amazônia: contribuição ao seu


conhecimento sistemático 2 ed. Rev. E aum.- Belém: Museu Paraense Emílio
Goeldi ,1993.

BEUCHAT, L. R. e GOLDEN, D. A., Antimicrobials ocorring naturally in foods.


Food Technol.,U.S.A, p. 134-142, 1989.

BEUCHAT, L. R. Ecological factors influencing survival and growth of human


pathogens on raw fruits and vegetables. Microbes and infection, Paris, v. 4, p.
413-423, 2002.

BIS. Organização Logística Interna Otimização de Processos Utilidades


Energia Racionalização da Produção Sistemas de Gestão da Qualidade e
Ambiental. Disponível em: <http://www.bisbrazil.com.br/dicas/aflatoxina.htm.
Acesso 05 set. 2012.

BOORHEM, R.L. Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais, Reader


Digest, Brasil, Rio de Janeiro, p.416, 1999.

BRACKETT, R.E. Incidence, contributing factors, and control of bacterial


pathogens in produce. Postharvest Biology and Technology, Amsterdam, v.
15, p. 305-311, 1999.

BRANDÃO, M. G. L.; FREIRE, N.; VIANNA-SOARES, C. D. Vigilância de


fitoterápicos em Minas Gerais. Verificação da qualidade de diferentes amostras
comerciais de camomila. Cadernos de Saúde Pública, v.14, n.2, p.693-700,
1998 a.

BRANDÃO, M. G. L.; FREIRE, N.; VIANNA-SOARES, C. D. Vigilância de


fitoterápicos em Minas Gerais. Verificação da qualidade de diferentes amostras
comerciais de camomila. Cadernos de Saúde Pública, v. 14, n. 3, p. 613-616,
1998 b.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Governo Federal. Comunicado Técnico


101, 1 edição, Brasília,Distrito Federal, 2003.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Governo Federal. Manual de Análise


Sanitária de Sementes, Brasília ,Distrito Federal, p.202, 2009

BRITO, V.F.S.; DANTAS, I.C.; DANTAS, G.D.S. Plantas medicinais utilizadas


pela comissão de mulheres na zona rural no município de Lagoa Seca - PB,
Revista de Biologia e Farmácia, vol3, n 1,Lagoa Seca, p.112-121, 2009.
40

BUGNO, A.; BUZZO, A.; A.; NAKAMURA, C. T. Avaliação da contaminação


microbiana em drogas vegetais. Revista Brasileira de Ciências
Farmacêuticas. Vol. 41, n. 4, p.491-497, 2005.

BUGNO, A.; ALMODOVAR,A.A.B.; PEREIRA, T.C.;PINTO, T.J.A.; SABINO,M


Currence of toxigenic fungi in herbal drugs, Instituto Adolfo Lutz, São Paulo,
SP, Brasil; Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo,
São Paulo, SP, Brasil,p.47-51, 2006

CALDAS, E. P.; SILVA, S. C.; OLIVEIRA, J. N. Aflatoxinas e ocratoxinas em


alimentos e riscos para a saúde humana. Revista de Saúde Pública, São
Paulo, v. 36, n. 3, 2002.

CALIXTO, J. B. Efficacy, safety, quality control, marketing and regulatory


guidelines for herbal medicines (phytotherapeutic agents). Brazilian Journal of
Medical and Biological Research, v. 33, p. 179-189, 2000.

CARRICONDE, C. Introdução ao uso de fitoterápicos nas patologias de


APS. Olinda: Centro Nordestino de Medicina Popular, 2002.

CARVALHO, L.M.; COSTA, J.A.M.; CARNELOSSI, M.A.G. Qualidade em


Plantas Medicinais, Aracajú, p.56, dez. 2010.

CASTELLANI, D. C, Plantas medicinais e aromáticas: produtos florestais não


Madeireiros (PFNM) In. COELHO, M. F. B.; JÚNIOR, P. C.; DOMBROSKI, J. L.
D. (orgs.) Diversos olhares em etnobiologia, etnoecologia e plantas
medicinais: anais do I Seminário Matogrossense e II Seminário Centro-Oeste
de plantas medicinais- Cuiabá: Unicen, p.199-212, 2003.

CORREA JUNIOR, C.; MING, L. C.; SCHEFRER, M. C. Cultivo de plantas


medicinais e aromáticas. 2ª ed. Jaboticabal: FUNEP, p 162, 1994.

CORREA JÚNIOR, C.; EMPINOTTI, A.L.; SCHEFFER, M.C.; GRAÇA, L.R.


Estudo da cadeia produtiva de plantas medicinais, condimentares e
aromáticas. Curitiba: EMATER-PR. p.26, 2003.

COUTINHO, D. F.; TRAVASSOS, L. M. A.; AMARAL, F. M. M. do. Estudo


etnobotânico de plantas medicinais utilizadas em comunidades indígenas no
estado do Maranhão – Brasil. Visão Acadêmica, Curitiba, v. 3, n. 1, p. 7-12,
Jan.-Jun./2002

CUMMINS, G.B. e HIRATSUKA, Y. Illustrated Genera of Rust Fungi. 3 ed.


rev. Saint Paul:American Phytopathological Society, p. 240, 2003.

CURIONI, A.O. Cultivation and post harvest process for aromatic and medicinal
plants in Argentina. In: International symposium breeding research on
medicinal and aromatic plants, 3, latin American symposium on the
production of medicinal and aromatic plants and condiments, Campinas.
Program and Abstracts, Campinas: UNICAMP/IAC/CEFET/ UNESP, p.5, 2004.
41

DALLA COSTA, M.A. Processo de produção agrícola da cultura da camomila


no município de Mandirituba, PR. (Dissertação de mestrado), UFPR, Curitiba,
p.69, 2001.

DALL’AGNOL, L. e ALVES, L. E. Qualidade das plantas aromáticas


comercializadas em Curitiba-PR. In: Simpósio de Plantas Medicinais do
Brasil, 15., Águas de Lindóia, 1998. Programa e Resumos. Águas de Lindóia,
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, p.199, 1998.

DAVIDSON, P. M., Chemical preservatives and natural antimicrobial


compounds, 29: 520-556. In: DOYLE, M. P.; BEUCHAT, L. R.; MONTVILLE, T.
J. (eds), Food Microbiology fundamentals and frontiers, p.768, 1997.

DEFILIPPS, R. Conservation of Brazilian Medicinal Plants. In: Biological


Conservation Newsletter. N.193, January 2001. Plant Conservation Unit.
Department of Botany. Smithsonian National Museum of Natural History, 2001.

DEL PONTE, E.M.; GODOY, C.V.; Li. X; YANG, X.B. Predicting severity of
Asian soybean rust epidemics with empirical rainfall models. Phytopathology
96:797-803, 2006.

DINIZ, M. F. F. M.; OLIVEIRA, R. A. G.; MALTA JUNIOR, A. Das plantas


medicinais aos fitoterápicos: abordagem multidisciplinar. 2ª ed. João
Pessoa: UFPB/CCS, p.131, 1997.

DUARTE, M.C.T. Atividade antimicrobiana de plantas medicinais e


aromáticas utilizadas no Brasil, Universidade Estadual de Campinas Centro
Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas DMB – Divisão
de Microbiologia. Disponível em: <http:/www.multiciencia.unicamp.br/art05>
Campinas, SP, 2006. Acesso em 29 abril. 2012

ELISABETSKY,E. New directions in ethnopharmacology. Journal of


Ethnobiology, 6(1): 121-128, 1986.

ESPÍNOLA, E. B. Uso seguro e racional de produtos fitoterápicos. Revista


Racine, p. 52-53, junho, 1997.

ESTEVES, J. A.; CABRITA, J. D.; NOBRE, G. N. Micologia médica. 2ª Ed.


Porto (Lisboa): Fundação Calouste Gulbenkian, p.341, 1990.

ETKIN, N.L. Etnopharmacology: Biological and behavioral perspectives in the


study of indigenous medicines. p. 149-158. In: T.M. Johnson and C.F. Sargent
(eds.). Medical antropology: A handbook of theory and method. New York,
Greenwood Press, 1990.

FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 4ª ed. Brasília: Atheneu Editora São Paulo Ltda,


p.174, 2005.
42

FARNSWORTH, N. R.; AKERELE, O.; BINGEL, A. S.; SOEJARTO, S. S.;


GUO, Z. G. Medicinal plants in therapy. Bulletin of the World Health
Organization, v. 63, n. 6, p. 965-981, 1985.

FERREIRA, S. H. Medicamentos a partir de plantas medicinais no Brasil.


Academia Brasileira de Ciências, p. 133, 1998.

FIGUEREDO, C.A. Fitoterapia, NEPHF, p. 156, 2006.

FISCHER, D. C. H.; SAITO, T. Contaminação microbiana em fitoterápicos.


Revista de Farmácia e Bioquímica. USP, São Paulo, v. 24, n. 2, p. 143-144,
1988.

FISCHER, D. C. H.; OHARA, M. T.; SAITO, T. Contaminação microbiana em


medicamentos fitoterápicos sob a forma sólida. Revista de Farmácia e
Bioquímica. USP, São Paulo, v.29,n.2, p.81-88, 1993.

FORD, R.I. Ethnobotany: historical diversity and synthesis. In: R.I. Ford; M.
Hodge and W.L. Merril (eds.). The nature and status of ethnobotany. Annals
of Arnold Arboretum. Michigan: Museum of Anthropology, University of
Michigan, Anthropological Papers 67: 33-49, 1978.

GANDHI, D. N. e GHODEKAR, D. R., Antibacterial activity of garlic extract


against lactic acid bacteria and contaminantes of fermented milks. Indian J.
Dairy Science. 41: 511-512, 1988.

HAMILTON, A.C.; SHENGJI, P.; KESSY, J.; KHAN, A.A.; LAGOS-WITTE, S.;
SHINWARI, Z.K. The purposes and teaching of Applied Ethnobotany.
Godalming, People and Plants working paper. 11, 2003.

HAWKSWORTH, D.L.; KIRK, P.M.; SUTTON, B.C.; PEGLER, D.N. Ainsworth


and Bisby’s dictionary of the fungi. 8. edition Wallingford:CAB international,
p. 650, 1995.

HERRICK, J.W. The symbolic roots of three potent Iroquois medicinal plants.
p. 134-155. In: L. Romanucci- Ross; D.E. Moerman and L.R. Tancredi (eds.).
The antropology of medicine: From culture to method. South Hadley, J.F.
Bergin ,1983.

HITOKOTO, H.; MOROZUMI; S., WAUKE, T.; SAKAI, S.; KURATA,H. Inhibitory
effects of spices on growth and toxin production of toxigenic fungi. Applied and
Environmental Microbiology, 39: 818-822, 1980.

JAYAPRAKASHA, G.K.; RAO L.J.; SAKARIAH, K.K. Chemical composition of


volatile oil from Cinnamomum zeylanicum, p.57, 2003.

JORGE, S.S.A. Plantas Medicinais. Coletânea de Saberes, p.85, 2009.


43

KALKASLIEF-SOUZA, S. B.;KIKUCHI, I. S.; MANSANO, R. D. Microbial


decontamination study of some medicinal plants by Plasma treatment. Acta
Horticulturae, Wageningen, v. 826, p. 205-211, 2009.

KARL, A.C; SOUZA, R.M e MATTOS, J.K.A. Patogenicidade de Meloidogyne


janica em quatros espécies de plantas medicinais. Horticultura Brasileira
p.118- 121, 1997.

KNEIFEL, W. Microbial contamination of medicinal plants. A review. Planta


Medica, v68, p.5-15, 2002.

KHAN, A; SAFDAR, M.; KHAN, M.M.A.; KHATTAK, K.N.; ANDERSON, R.A.


Cinnamom improves glucose and lipids of people with type 2 diabetes.
Diabetes Care, p.26, 2003.

LIMA, C.S.;SOUZA, P.E. de; BOTELHO, A.O. Fungos da família Pucciniaceae


causadores de ferrugem em plantas medicinais. Fitopatologia Brasileira
p.499-503. 2004.

LORENZI H.; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais do Brasil: Nativas e


Exóticas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, 2002.

LORENZI, H. Plantas Medicinais no Brasil Nativas e Exóticas, 2 Edição,


p.544, 2008

MABROUK, S. S.; EL-SHAYEB, N. M. A.Inhibition of aflatoxin formation by


some spices. Z. Lebensm. Unters. Forsch., 171: 344-347. In: GOLOB, P.,
MOSS, C., DALES, M., FIDGEN, A., EVANS, J.; GUDRUPS, I. (eds.). The Use
of Spices and Medicinals as Bioactive Protectants for Grains. FAO Agric.
Serv. Bull., p.137, 1980.

MACIEL,M.A.M.; PINTO,A.C.; VEIGA JÚNIOR,V.F.; GRYBERG,N.F. Plantas


medicinais: a necessidade de estudos multidisciplinares. Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro- RJ, Quim. Nova, Vol. 25, No. 3, p.429-438,
2002.

MADUEÑO BOX, M. Cultivo de plantas medicinais. Madrid: Labor, p.490,


1973

MARTIN, G.J. Ethnobotany - A methods manual. London, Ed. Chapman e


Hall, p.268, 1995.

MARTINS, E.R; CASTRO, D.M. de; CASTELLANI, D.C.; DIAS, J.E. Plantas
Medicinais. Viçosa: UFV, 1995.

MARTINS, E. R.; CASTRO, D.M.; CASTELLANI, D.C.; DIAS, J.E. Plantas


Medicinais. Viçosa/ MG: UFV, p. 220, 2003.

MATOS, F. J. A; LORENZI, H. Plantas Medicinais no Brasil - Nativas e


Exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Platarum, 2002.
44

MATOS, F.J.A. Farmácias vivas. 3ª Ed., Fortaleza: EUFC, 1998.

MATOS, F. J. A. Plantas medicinais: guia de seleção e emprego de plantas


usadas em fitoterapia no nordeste do Brasil. 2ª ed. Fortaleza: Imprensa
Universitária-UFC, p.344, 2000.

MEZZARI, A.; CAUDURO, P. F. Micologia no laboratório. Editora Sagra,


Brasil, Porto Alegre, p.139, 1996.

MELCHING, J.S; DOWLER, W.M; KOOGLE, D.L; ROYER, M.H. Effect of


duration, frequency, and temperature of leaf wetness period on soybean rust.
Plant Disease 73:117-122, 1989.

MELO, J. G.; MARTINS, J. D. G. R.; AMORIM, E. L. C. Qualidade de produtos


a base de plantas medicinais comercializadas no Brazil: castanha da índia
(Aesculus hippocastanum L.; capim limão (Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf.);
e centela (Centela asiática (L.) Urban) Acta Botânica Brasílica, Brasília, v. 21,
n. 1, 2007.

MENDONÇA, R.; FELFILI, J.M.; WALTER, B.M.T.; SILVA JÚNIOR, M.C.;


REZENDE, A.V.; FILGUEIRAS, T.S.; NOGUEIRA, P.E.N. Flora vascular do
Cerrado, p. 287-556, 1998.

MENDONÇA, M.B.; HIDALGO, A.F.; CHAVES, F.C.M. Isolamento e


identificação de fungos com potencial patogênico para a saúde humana em
material vegetal de uso medicinal comercializado em Manaus. Horticultura
Brasileira, p. 1208-1214, 2009.

MEYERS, N. Tropical moist forests; over-exploited and under-utilized? Forest


Ecology and Management , 1983.

MING, L.C. Influência de diferentes níveis de adubação orgânica na produção


de biomassa e teor de óleos essenciais de Lippia alba (Mill.) N.E.Br. -
Verbenaceae. Dissertação de mestrado. Curitiba: UFPR, p.206, 1992.

MING, L.C.; SILVA, S.M.P; SILVA, M.A.S.; HIDALGO, A.H; MARCHESE, J.A.;
CHAVES, F.C.M. Departamento de Produção Vegetal Setor Horticultura.
Faculdade de Ciências Agronômicas UNESP – Botucatu – SP, 2009

MORGAN, R. Enciclopédia das ervas e plantas medicinais. São Paulo:


Hemus, p.555, 1989.

NUNES, G.P.; SILVA, M.F; RESENDE, U.M.; SIQUEIRA, J.M. de.Plantas


medicinais comercializadas por raizeiros no Centro de Campo Grande Mato
Grosso do Sul. Revista Brasileira de Farmacognosia, p 82-83, 2003
45

OLIVEIRA, C. A. F.; GERMANO, P.M. Aflatoxinas: conceitos sobremecanismos


de toxicidade e seu envolvimento na etiologia do câncer hepático celular.
Revista de Saúde Pública, v. 31, n. 4, p. 417-424, 1997.

PANIZZA, S. Plantas que curam. São Paulo: IBRASA, p.120, 1997.

PLOTKIN, M. J. Traditional knowledge of medicinal plants: the search for


new jungle medicines. In: AKERELE, O.; HEYWOOD, V.; SYNGE, H.
Conservation of medicinal plants. Cambridge; Cambridge University Press,
p. 53-64, 1991.

PRINCIPE, P.P. The value of biological diversity among medicinal plants.


Paris, Environment Directorate, Organization for Economic Cooperation and
Development, 1985.

PRUTHI, J. S., Spices and condiments: chemistry, microbiology, technology.


Advances in food research, suppl. 4, Academic Press, New York, p.463, 1980.

RITTER, M. R.; SOBIERAJSKY, G. R.; SCHENKEL, E. P.; MENTZ, L. A. C.


Plantas usadas como medicinais no município de Ipê. Revista Brasileira de
Farmacognosia, RS, Brasil. vol.12, n. 2, p. 51-62, 2002.

ROITMAN, I.; TRAVASSOS, L. R.; AZEVEDO, J. L. Tratado de microbiologia.


São Paulo: Manole, p.186, 1988.

ROSA, F.O. Estudos em doenças de plantas. Disponível em: <


http://fitopatologia1.blogspot.com.br/2010/04/aspectos-gerais-e-morfologicos-
do-fungo_15.html>. Acesso em 05. set, 2012.

RUSSOMANNO, O.M.R.; KRUPPA, P.C. Doenças fúngicas das plantas


medicinais, aromáticas e condimentares. Divulgação Técnica Biológica,
Instituto Biológico, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade
Vegetal, São Paulo (SP), p. 31-37, junho, 2010.

SAAD, B; AZAIZEH, H; SAID, O. Tradition and Perspectives of Arab Herbal


Medicine: A Review, 2(4): 475-479, october, 2005.
SANGUINETTI, E. E. Plantas que curam. 2 ed. Editora Rígel, Porto Alegre
p. 208, 1989.

SANTOS, P. R. V.; OLIVEIRA, A. C. X.; TOMASSINI, T. C. B. Controle


microbiológico de produtos fitoterápicos. Revista Farmacêutica Bioquímica.
Universidade São Paulo, v. 31,n.1, p.35-38, 1995.

SATOMI, L. C.; SORIANI, R. R.; PINTO, T. J. A. Descontaminação de drogas


vegetais empregando radiação gamma e óxido de etileno: aspectos
microbianos e químicos. Revista Brasileira de Ciência Farmacêuticas, São
Paulo, v. 41, n. 4, p. 445-450, 2005.
46

SCHEFFER, M.C. Roteiro para estudo de aspectos agronômicos das plantas


medicinais selecionadas pela fitoterapia do SUS-PR/ CEMEPAR. SOB Informa
v. 10-11, n. 1-2, p. 29- 31, 1992.

SCHULTES, R.E. ;REIS, S.V. (eds.). Ethnobotny: evolution of a discipline.


Cambridge, Timber Press, 1995.

SHAN, B; CAI, Y.Z.; SUN, M.; CORKE, H. Antioxidant Capacity of 26 spices


extracts and characterization of their phenolic constituents. J Agriculture Food
Chemist., p.53, 2005.

SILVA, I.; FRANCO, S.L.; MOLINARI, S.L. Noções sobre o organismo


humano e utilização de plantas medicinais. 3ª Ed., Cascavel (PR), 1995.

SOUZA, M.P.;MATOS, N.E.O.; MATOS, F.J.A. Constituintes Químicos de


Plantas Medicinais Brasileiras. Imprensa Universitária/UFC, Fortaleza, 1991.

SOUZA, R.M.; MATTOS, J.K.A; KARL, A.C. Avaliação preliminar da reação de


plantas medicinais a Meloidogyne javanica e M. incognita. Horticultura
Brasileira vol.13: p. 209-211,1995.

SUZUKI, O. Mercado de medicamentos fitoterápicos no Brasil. In: SCHULZ, V.;


HÄNSEL, R.; TYLER, V. E. Revista Brasileira de Plantas Medicinais 4. ed.
São Paulo: Manole, p. 94- 99, 2002.

TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 6. ed. Porto


Alegre: Artmed, 2000.

TSCHANZ, A.T. Soybean rust epidemiology: Final Report. Asian Vegetable


Research and Development Center, Shanhua, Taiwan, 1984.

URBEN, A.F.;MATTOS, J.K.A.; MENDES, M.A.S. Fungos associados a


manchas de folhas em plantas de uso medicinal. Fitopatologia Brasileira
Distrito Federal, vol12: p. 390-394. 1987.

VEIGA JÚNIOR, F.V.; PINTO, A.C; MACIEL, M.A. Plantas medicinais: cura
segura? Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Campus Universitário,
Natal – RN, vol. 28, no. 3, p. 519-528, 2005

ZARONI, M.; PONTAROLO, R.; ABRÃO, W. S. M. Qualidade microbiológica


das plantas medicinais produzidas no Estado do Paraná. Revista Brasileira de
Farmacognosia, São Paulo, v. 14, n. 1, 2004.
47

APÊNDICES
48

APÊNDICE A
Ilustrações da condução do trabalho.

Figura 1: Amostras de espécies medicinais adquiridas em pontos de


comercialização de Londrina.

Figura 2: Nítida diferença entre tipos de embalagens comercializadas para chá.

Figura 3: Placas de petri no laboratório de fitopatologia.


49

Figura 4: Placas de petri com os resultados da contaminação fitossanitária.

Figura 5: Alternaria sp e formações bacterianas visualizadas em erva doce


(Pimpinella anisum)

Figura 6: Aspergillus niger identificado nas folhas de melissa (Melissa oficinalis


L.).
50

Figura 7: Bactérias visualizadas em canela (Cinnamomum zeylanicum Blume).

Figura 8: Aspergillus flavus observado nas flores de camomila (Chamomilla


recutita L.Rauschert).

Figura 9: Penicillium sp observado em hibisco (Hibiscus sabdariffa L.)


51

Figura 10: Aspergillus niger, Rhizopus sp e formações bacterianas observadas


em folhas de hortelã (Mentha piperita).

Vous aimerez peut-être aussi