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Resumo dos capítulos 19 – 23 da Teologia Sistemática: atual e exaustiva de

Wayne Grudem.

Fábio de Sousa Neto1

I. Introdução

O presente resumo é resultado das leituras dos capítulos 19 a 23 da Teologia


Sistemática: atual e exaustiva, de Wayne Grudem (2015). Trata-se de uma obra publicada
pelas Edições Vida Nova e que se encontra em sua 2ª edição reimpressa em 2015. O livro
se divide em 7 partes estruturadas em 57 capítulos, perfazendo um total de 1075 páginas,
incluindo os dois apêndices. Os trechos resumidos situam-se nas partes 2 e 3. Enquanto a
parte 2 versa sobre “A doutrina de Deus”, a parte 3 aborda “A doutrina do homem”.
Portanto, iniciamos nos dois últimos capítulos da parte 2, intitulados, Anjos: que são anjos?
Por que Deus os criou? e, Satanás e os Demônios: como devem os cristãos encarar hoje
Satanás e os demônios? Batalha espiritual. Por fim, resumiremos os três primeiros
capítulos da parte 3 que são; A Criação do Homem, O Ser Humano como Homem e
Mulher, e A Essência da Natureza do Homem.

II. Capítulo 19 – Os anjos.

No capítulo 19, Grudem nos apresenta a partir das Escrituras, a doutrina acerca dos
seres pneumáticos chamados de anjos. Ante a pergunta, que são anjos? O autor procura
apresentá-los como; criados, desprovidos de corpos físicos, mas dotados de inteligência
e moralidade. São denominados na Bíblia por; filhos de Deus, santos, espíritos, vigilantes,
tronos, soberanias, principados, potestades e poderes. Além disso, o autor entende que
haveriam outros “tipos de seres celestiais” (GRUDEM, 2015. p, 324), que poderiam ser
tipos específicos de anjos, ou seres pneumáticos distintos, sendo eles; Querubins, Serafins
e os Seres viventes. Em relação as ordens angelicais, muito embora, apenas dois nomes
serem conhecidos nas Escrituras, Miguel e Gabriel, o primeiro, é também denominado de
arcanjo, sugerindo, segundo o autor, a ideia de uma hierarquia celeste. Como seres criados,
são limitados quanto a espacialidade e poder, muito embora as Escrituras afirmem seu

1
Graduado em história pela PUC – Goiás. Pós-Graduando em Teologia Sistemática pela FASSEB
número hiperbólico. Sobre a crença na existência de anjos da guarda, Grudem, entende
que tal ideia não teria a chancela das Escrituras. Haveria ainda uma distinção em relação
ao Anjo do Senhor, esse personagem aparece nas páginas do Antigo Testamento
sugerindo-o como o próprio Senhor manifestado em forma humana, mais precisamente o
próprio Deus Filho.
Quanto ao papel dos anjos nos desígnios divinos, temos; em comparação com os
anjos, somos as únicas criaturas morais e dotados de inteligência singular, no entanto,
haveria uma distinção exemplar, fomos feitos à imagem de Deus. Essa distinção seria
suficiente para demostrar nosso valor, somos objetos do amor e cuidados do criador, de
tal forma que os próprios anjos estariam colocados a nosso serviço. Outra distinção
razoável seria a capacidade humana de gerar filhos semelhantes a si, algo que também
nos aproxima de Deus, quanto aos anjos, eles aparentemente não podem se multiplicar,
nesse ponto o autor é cuidadoso, se atendo a escassa referência bíblica sobre o tema. Outro
ponto de comparação seria no plano da redenção (2 Pe 2.4 ), já que tanto anjos quanto
humanos pecaram, contudo somente os últimos são alcançados pela salvação. A graça
demostra o flagrante contraste entre o destino dos anjos e o nosso. De igual modo, os
seres angelicais são um testemunho da existência de um mundo invisível, além de serem
exemplo quanto a obediência e a adoração.
O capítulo termina com advertências quanto à nossa relação com os anjos, estes,
não devem receber adoração, além disso, falsas doutrinas podem surgir por orientação de
seres angelicais, aqui o autor os relaciona à demônios, sugerindo que revelações religiosas
pretensamente angelicais são as bases de algumas das falsas religiões. Por fim, o capítulo
encerra sob a interdição ao culto de anjos e o desencorajamento em procurá-los, muito
embora, o autor admita que eles ainda hoje podem eventualmente se revelar a nós.

III. Capítulo 20 – Satanás e os Demônios.

O capítulo 20 trata de outros seres pneumáticos, Satanás e os demônios. Aquilo que


fora dito sobre os anjos seria válido para os demônios, com a exceção de que são anjos
caídos, que vivem na prática do mal. O autor interpreta que no interregno entre a criação
de todas as coisas por Deus e o episódio da tentação de Eva, ocorrera a rebelião angélica,
essa seria a origem dos demônios que a partir de então se posicionam contra a Palavra de
Deus. Outra interpretação de Grudem, seria a queda de Satanás, cuja possível referência
se encontraria em Isaías 14. 12-15. O autor desconfia do tema sobre à queda dos demônios
ser interpretado a luz de Gênesis 6. 2-4, os “filhos de Deus” que aparecem ali, não
possuiria o mesmo sentido de Jó 1-2, a passagem seria interpretada como o
desdobramento da linhagem piedosa de sete, sua semelhança filial em relação ao próprio
Deus, algo muito caro aos primeiros registros de Gênesis. Satanás é apresentado como
líder dos demônios, aquele que se opõe a Deus e aflige a humanidade, adversário seria o
significado de seu nome, contudo outras nomenclaturas aparecem como; Diabo, Serpente,
príncipe deste mundo, potestade do ar, ou maligno.
Quanto à atividade desses seres pneumáticos do mal, Satanás seria o originador do
pecado, antes mesmo que o homem, sendo assim, Satanás e seus asseclas demoníacos
vivem se opondo à obra de Deus visando destruí-la, usa de muitos expedientes para tentar
minar o testemunho e o serviço do cristão. A narrativa de Jó 1.12;2.6, demostra os limites
do poder e atuação de Satanás que opera sob o controle de Deus, quanto aos demônios,
além de serem mantido sob algemas eternas (Jd 6), podem ser resistidos pelo cristão por
meio da autoridade legada por Cristo (Tg 4.7). O poder dos demônios também seria
limitado em razão do pecado de sua rebelião, por essa razão provavelmente seriam
inferiores aos anjos, não podendo por exemplo, conhecer nossos pensamentos.
Grudem entende que haveria estágios da atividade demoníaca no intercurso da
história da redenção como: (1) No antigo testamento – por trás do culto aos ídolos e das
batalhas contra as nações pagãs, quanto a expulsão de demônios, a analogia (imperfeita)
mais próxima seria o caso de Saul e Davi. O culto satânico tinha por objetivo destruir as
obras de Deus, geralmente tais cultos se manifestam em práticas destrutivas e imorais a
exemplo do sacrifício de crianças, autoflagelação e prostituição cultual. (2) No ministério
de Jesus: manifesta o caráter distintivo de seu ministério, o fato de exercer autoridade
singular sobre as forças demoníacas. (3) Na era da nova aliança: a autoridade sobre as
forças demoníacas se estendeu ao colegiado apostólico (Mt 10.8), em seguida aos setenta
discípulos (Lc 10.17), aos membros da igreja primitiva (At 8.7;16.18) cujo corolário seria
o ministério em nome de Jesus na nova aliança. (4) No milênio: Grudem revela aqui sua
crença em um milênio literal, período de governo de Cristo sobre a terra por um período
de mil anos, nesse período, a atividade de Satanás de dos demônios ficará ainda mais
restrita, pois estará em cadeias. (5) No juízo final: no final do milênio Satanás será solto
e promovera uma ultima rebelião contra Deus, seguirá sua derrocada final e o castigo
eterno posto pelo Senhor.
Quanto a nossa relação com os demônios, o autor chama a atenção para uma
tendência contemporânea naturalista, que anula a existência do mundo espiritual. Grudem
percebe a força dessa cosmovisão nas composições dos teólogos liberais e neoliberais.
Evidentemente, nosso autor chama a atenção para as Escrituras e ao fato de ela firmar a
realidade dos seres pneumáticos e suas influencias sobre as sociedades humanas. Diante
disso, surge um questionamento, qual tipo de atividade os demônios exercem hoje? Elas
podem ser identificadas? Se há influencia e atividade demoníaca no mundo hoje, o autor
prefere uma abordagem cautelosa, afirmando que a ênfase recai sobre as decisões e
atitudes do cristão, sem ignorar a realidade de uma batalha espiritual a contrapelo da
batalha espiritual estratégica. Sobe a possibilidade do cristão se achar possuído por
demônio, o autor entende que não, muito embora admita a possibilidade de influências
demoníacas, nosso autor sugere que em grande medida, os flancos cristãos se abrem em
razão da prática do pecado. No entanto, após reconhecer a realidade dessas influencias,
Grudem admite que Cristo delega ao crente autoridade para expulsar demônios, cuja fonte
de poder é a obra de Cristo na cruz. Por fim, o autor convida o cristão a exercer seu
ministério público em termos de batalha espiritual na certeza de que o evangelho triunfará
sobre as obras do diabo.

IV. Capítulo 21 – A Criação do Homem

Neste capítulo, Grudem passa a apresentar suas leituras sobre o ponto alto da
criação divina, o ser humano, homem e mulher em sua semelhança singular em relação à
Deus. De início, nosso autor faz questão de apontar os problemas contemporâneos em
relação a ideologia na linguagem, defendendo sob o prisma das Escrituras o uso da
palavra homem como referência à raça humana. Ele o faz no sentido de que haveria um
problema teológico ora posto em Gn 5.1-2, ou seja, a prática de se utilizar a palavra
homem tanto para distinguir os seres humanos masculinos quanto à raça humana em geral,
prática que se origina do próprio Deus. Assim, o uso da linguagem traz à baila a
importância dos papéis masculinos e femininos atualmente.
Em resposta a razão da criação do homem, o autor defende que o único motivo fora
para a gloria de Deus, sendo assim, Deus não nos criou por que precisava, ou porque
sentia solidão, isso responde um problema axiomático sobe nosso valor, Deus nos criou
para sua própria glória e sendo assim, temos inestimável valor para Ele. Esse pressuposto
seria a base para o propósito de nossa existência, qual o proposito de nossa vida? Cumprir
a meta para a qual Deus nos criou: glorificá-lo. Essa meta nos propicia intensa alegria ao
mesmo tempo em que revela o nível de nossa comunhão com Ele, pois o Senhor mesmo
se deleita com nossa comunhão com Ele.
Essas declarações nos remetem ao fato do homem ser criado à imagem de Deus,
isso significa que o homem é “semelhante a Deus e o representa” (GRUDEM, p. 164).
Não obstante as discussões dos teólogos sobre os significados das palavras imagem e
semelhança, nosso autor entende que essas declarações eram muito claras para os
primeiros leitores, não necessitando de pormenorizar os significados. Contudo, quanto
mais conhecemos a Deus a ao Homem, mais claro fica tais pontos. Um evento em nossa
história acaba distorcendo essa imagem – a queda, entretanto, mesmo após todas as
consequências nefastas sobre o homem, ele ainda carrega bastante semelhança com Deus,
um exemplo disso, seria pena de morte em razão do homicídio, pois, a razão pela qual
deve haver justiça em ração do assassinato é que “Deus fez o homem segundo a sua
imagem” (Gn 9.6), é isso que lhe confere tamanha dignidade. Um adendo deve ser feito,
essa imagem fora corrompida pelo pecado, afetando o ser humano por inteiro; perdeu sua
pureza moral, sua mente se corrompeu, seu relacionamento foi afetado, temos atualmente
menos de Deus do que outrora antes do pecado.
Uma ascensão antropológica sucede a obra redentora de Cristo, através d’Ele
gradualmente avançamos na recuperação dessa semelhança distorcida (2 Co 3.18), Deus
nos redimiu para que sejamos “conformes à imagem de seu filho” (Rm 8.29). Essa
restauração total se dará na ocasião do regresso de Cristo, já que a plena medida de nossa
criação à imagem de Deus se confirmará em Cristo onde enfim seremos “conformes à
imagem de seu filho” (Rm 8.29; 1 Co 15.49). Segue, no entanto, os aspectos de nossa
semelhança; (1) aspectos morais – como criaturas morais, temos um senso intimo de certo
e errado que nos separa dos animais. (2) aspectos espirituais – além dos corpos físicos,
temos uma existência imaterial. (3) aspectos mentais – a razão e a lógica nos distinguem
do mundo animal. (4) aspectos relacionais – nossas relações com Deus, e as redes de
relacionamentos como; a comunidade, a família, a igreja, o matrimônio (igualdade de
importância e diversidade de papéis) e nossa relação com o restante da criação (vice-
gerência) dão o tom de nossa semelhança com o criador. (5) aspectos físicos – muito
embora Deus não tenha corpo físico, nosso corpo pode falar muito sobre Deus, sobretudo,
nossos sentidos por meio do corpo, através do corpo, emitimos pensamento, juízos morais,
nos relacionamos uns com os outros e sobretudo, adoramos a Deus. Outra característica
distintiva, é o fato de que podemos gerar filhos a nossa semelhança, um reflexo da vontade
divina de gerar filhos à sua imagem. Grudem encerra o capítulo falando sobre a nossa
dignidade em razão da imago dei. Para além de toda criação, mesmo caídos, portamos o
reflexo do criador, por mais que soframos os efeitos deletérios do pecado, envelhecemos
ou adoecemos, entre todas as etnias, faixa etária – inclusive enquanto crianças no ventre
– ou sexo, levamos conosco a condição de existir a imagem de Deus, portanto, recusamos
toda compreensão meramente naturalista que nos coloca ao nível da criação, a dignidade
humana se assegura na semelhança com nosso pai, o Criador.

V. Capítulo 22 – O Ser Humano como Homem e Mulher

De início, Grudem retoma o livro de Gênesis nos capítulos 1.27; 5.1-2, retomando
o tema da criação do homem, termo representativo de toda humanidade, implicando em
homem e mulher. Essa distinção de sexo, refletiria de forma especial a imagem de Deus
em; (1) relações interpessoais harmoniosas, (2) igualdade em termos de pessoalidade e
importância, (3) diferença entre papéis e autoridade. Em relação ao primeiro ponto, as
relações se expressam como espelho da trindade em sua comunhão perfeita, sobretudo,
na relação matrimonial. Quanto ao segundo ponto, em relação à igualdade em termos de
pessoalidade e importância, temos novamente o espelho da Trindade, pois homem e
mulher foram criados à imagem de Deus, portanto ambos refletem em termos de
importância e pessoalidade a figura da Trindade. O terceiro ponto se refere à diferença de
papéis, novamente a analogia com a Trindade é importante, pois, muito embora haja
perfeita comunhão, pessoalidade e igual importância, a Trindade se revela na diferença
de papeis.
Deus o Pai teria autoridade mais elevada no relacionamento com Deus o Filho,
exercendo um papel de liderança na Trindade, na criação, o Pai ordena e inicia, mas o
trabalho de criação é executado pelo Filho, sustentada pela contínua presença do Espírito
Santo. Essa condição ao mesmo tempo de igualdade e diferença também seria operado
nas relações entre homem e mulher, principalmente no matrimônio, pois “Cristo é o
cabeça de todo homem, e o homem o cabeça da mulher, e Deus o cabeça de Cristo” (1Co
11.3). Ante a defesa de diferenças de autoridade como consequência da queda, nosso
autor sustenta que, (1) Adão foi criado primeiro, depois Eva, (2) Eva foi criada como
auxiliadora de Adão, (3) Adão deu nome a Eva, (4) Deus chamou “homem” a raça
humana, e não “mulher”, (5) A serpente aproximou-se primeiro de Eva, (6) Deus falou
primeiro a Adão depois da queda, (7) Adão, não Eva, representava a raça humana, (8) A
maldição inseriu uma distorção nos papéis anteriores, sem no entanto introduzir novos
papéis, ( 9) A redenção de Cristo reafirma a ordem da criação.
Após exegese de Efésios 5.21-33, reafirmando o sentido da palavra grega
hypotassõ– submissão, nosso autor parte para uma nota sobre a aplicação no casamento.
Haveriam aplicações práticas nos relacionamentos entre homem e mulher, especialmente
no matrimônio. A postura áspera, dominadora do marido em relação à mulher pode ser
interpretado como efeito da queda, algo destrutivo e, portanto, não projetado por Deus,
por outro lado, a insubmissão ou concorrência feminina pela autoridade no lar, deve ser
encarado como efeito do pecado. A passividade de ambos os cônjuges também deve ser
rejeitada, uma vez que ao homem cabe assumir sua posição de liderança e à mulher
participar plenamente das decisões em família.

VI. Capítulo 23 – A Essência da Natureza do Homem

Neste capítulo o autor introduz as discussões sobre a natureza do homem, qual sua
composição? Se o homem é composto de uma parte material e outra imaterial, essas
definições não seriam tão fáceis assim. Basicamente, as discussões apresentadas aqui,
giram em torno da tricotomia, dicotomia e monismo. Grudem assume sua posição em
defesa da dicotomia – em que o homem é composto de duas partes, o corpo e a alma
(espírito). Antes de apresentar os argumentos versando sobre essas divisões do homem,
nosso autor entende que a ênfase bíblica está na unidade global do homem, ou seja, o
homem deve ser tratado como ser inteiro, não obstante, não podemos ignorar o ensino
das Escrituras sobre a existência de uma parte imaterial na natureza do homem.
A partir desse posicionamento bíblico, o autor passa a concatená-los; (1) as
Escrituras usam alma e espírito indistintamente, (2) na morte, as Escrituras dizem tanto
que a “alma” parte quanto que o “espirito” parte, ( 3) o homem é tido tanto “como corpo
e alma” quanto como “corpo e espírito” ( 4) a “alma” pode pecar, ou o “espírito” pode
pecar, (5) tudo que se diz que a alma faz, diz-se que o espirito também faz; e tudo o que
se diz que o “espirito” faz, diz-se que a “alma” também faz. Assim o autor conclui que as
Escrituras não fazem distinção entre alma e espírito, no que se refere a parte imaterial do
homem. Após breve apresentação dos argumentos em favor da tricotomia, Grudem passa
a contestá-los concluindo que nenhum argumento em favor da tricotomia pode ser
sustentado diante do testemunho das Escrituras, uma vez que elas não fazem distinção
entre os termos alma/espírito. Ato seguinte, apresenta as declarações de Louis Berkhof
sobre a origem da tricotomia, ou seja, a filosofia grega. Além disso, o autor ainda aponta
algumas fragilidades dos tricotomistas; (1) tomar a parte material do homem como algo
essencialmente má enquanto a parte imaterial seria aquela verdadeiramente importante,
(2) se concebido o espírito como algo desassociado da mente, o tricotomista tende a adotar
uma posição antiintelectualista, concebendo o trabalho intelectual, acadêmico como algo
“não espiritual”, contradizendo o mandamento de Cristo que enfatiza nosso amor a Deus
com todo o nosso “entendimento” ( Mc 12.30). Nosso autor afirma ainda, as declarações
das Escrituras sobre a parte imaterial do homem que pode existir sem o corpo. Não seria
gratuita a declaração de Cristo ao ladrão na cruz, “hoje estarás comigo no paraíso” ( Lc
23.43 ), bem como a última frase do mártir Estevão, “Senhor Jesus, recebe o meu espírito”
( At 7.59 ), além disso, as declarações de Paulo revelam a realidade de uma existência
imaterial fora do corpo, e que se relaciona com Deus ( 2 Co 5.8; Fp 1.23) haverá portanto
um tempo entre a morte e a vinda de Cristo em que o espirito temporariamente existirá
apartado do corpo. Por fim, o capitulo encerra versando sobre a origem da alma,
apresentando as diferentes teses sobre o assunto; (1) o criacionismo – concepção de que
Deus cria uma nova alma para cada pessoa e a envia ao corpo em algum momento entre
a concepção e o nascimento, (2) o traducionismo – sustenta que a alma e o corpo da
criança são herdados dos pais no momento da concepção, (3) o preexistencialismo – ideia
segundo a qual, as almas das pessoas existem no céu muito antes dos corpos serem
concebidos no ventre das mães, Deus conduz a alma à terra unindo-a ao corpo do bebê
durante o processo de gestação. As duas primeiras teses tiveram numerosos defensores
ao longo da história da igreja, a última não. Grudem encerra o capítulo de forma
inconclusiva, mesmo admitindo a criação da alma humana pelo Senhor.

Bibliografia

GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática: atual e exaustiva. 2ª ed. São Paulo: Vida
Nova, 2015.

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