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- deixou a cidade em 1909 para estudar filosofia em lyon,onde chegou a assistir palestras do
famoso filosofo espiritualista Henri Bergson
- Em 1921, Entrega sua tese de doutorado na sorbonne, essa que dá origem a sua primeira
,cujo o nome é “A dialética do mundo sensível”
- Daí se segue uma das mais vastas produções filosóficas do século XX, entorno de 30 obras.
Inclusive, é dito por A. Sertillanges, um famoso tomista da época, que Lavelle é o platão dos
nossos tempos pela imensidão e densidade das suas obras. É uma mina de ouro.
- Mas, uma pergunta muito comum ,pra quem quer começar a estudar um filosofo, é
perguntar a qual corrente filosófica ele pertence ? Bom, é comum,nos livros de história da
filosofia, colocarem o lavelle na corrente do espiritualismo francês. Não que ele não tenha
elementos voltados para questões voltadas para esse tema, mas a sua preocupação em
recuperar uma metafísica – mostrar slide -- para fundamentar a vida do espírito, é de uma
originalidade que ele mesmo é quase uma corrente filosófica por si só.
No seu livro, a presença total, Lavelle explicita que a sua filosofia é constituída, da descrição de
uma experiência, que , para ele, fundamenta toda atividade humana que é a experiência do eu
no ser.---- Citação---
Bom, isso implica que a filosofia de Lavelle é,antes de mais nada, uma filosofia também do Ser
e , com isso, uma restauração da metafísica como ramo primordial para o fazer filosófico na
medida que essa está implicada em todas as outras experiências humanas a partir do diálogo
com o ser. Então, o interessante é que para lavelle, veja, essa “restauração” da metafísica, não
tem somente uma importância especulativa para à filosofia , mas ela tem , sim, uma
importância prática, pois se todas as ações humanas, estão implicadas nessa experiência que
ele diz ser uma experiência por presença, da presença no ser absoluto ,significa que a
compreensão do papel do meu eu,está diretamente relacionado ao Ser, e , portanto, à
Metafísica. Portanto, a minha relação com o ser, é um ato metafísico por excelência, e
determina , em certa medida, o valor da minha ação, já que, em sua filosofia, todo ato humano
tenta alcançar alguma perspectiva do Ser, e ,nesse movimento, retorna ao Ser absoluto.
Eu falei aqui do ser, mas, para Louis Lavelle, o que é o Ser ? É claro, que esse conceito é tem
uma importância ao longo da história da filosofia, mas, o que eu poderia dizer em respeito a
particularidade da concepção do Ser ,para o Lavelle, é que esse não é um conceito abstrato
que a razão alcança quase como em um movimento de retorno até encontrar uma
anterioridade lógica para explicar as causas das coisas. Não. O Ser está para além disso. –
citação –
Ou seja, ele é uma fonte constante, que subjaz, que está latente a todo e qualquer fenômeno,
ou acontecimento, portanto, é uma luz que ,não somente, é origem do mundo sensível ( uma
das suas particularidades ,mas é por meio dele que temos acesso às coisas, não só pela via dos
sentidos, mas pela própria consciência. – explicar o ser que consegue abarcar a realidade da
intelecção-- .
Unívoco – tem seu significado também contido no ser, o significado de todas as coisas
pertencem ao ser.
Segundo aponta o filosofo, é dessa forma que se desenvolve o conhecimento ; é aqui , nessa
dimensão “espiritual” ou “noética” que o intelecto consegue apreender as coisas, pois estando
em participação no interior do ser, por meio da consciência, estamos em comunhão com a
fonte originária da realidade, sendo assim, habitando em seu interior , nós temos acesso às
coisas(diferente da concepção kantiana)—explicar, falar grau de profundidade –
Para todo ato sincero do conhecer, há um esforço de retorno ao Ser.Esse esforço é o ato, que
nossa consciência, ao participar no seio do Ser ,ilumina a sua própria existência. E , para
Lavelle, o Ato é a forma mesmo a qual toda existência se revela, pois todo ato comporta uma
determinação e dá luz à uma forma do Ser.
-- Citações --
A formação do Eu como ato da consciência.
“A experiência da participação é a experiência do ato interior que nos faz ser.É o ato que me
faz ser,que me revela o próprio ser de que participo”.
Bom, é por meio dos atos que a consciência , na interioridade do Ser ,constrói o nosso próprio
“eu” , pois, para Lavelle, o eu não é somente esse ato de liberdade criadora da participação no
Ser, mas é uma experiência a qual a nossa consciência assume, por meio de uma atenção
lúcida e modeladora , uma possibilidade do Ser ,para si, e a atualiza , e é essa atualização que
forma o nosso próprio ser, o nosso eu.
É esse ato da consciência, de vislumbre momentâneo e , portanto, naturalmente finito , que irá
definir a nossa própria experiência de si. O Eu é resultado ,então, de sucessivas determinações
espontâneas ,isto é, de toda uma dimensão da experiência que a consciência tem no seu
percurso participativo , com à apropriação constantes dos movimentos por ela empreendidos,
cristalizando assim um Eu.
Para entender,o papel da linguagem , é preciso,de antemão, salientar um outro aspecto dessa
filosofia lavelliana que,talvez, clareie mais as coisas: Participação é pensamento.
Bom o que eu quero dizer com isso ? Que os atos da consciência, aqui descritos, podem ser
entendidos como pensamentos, na medida que, quando nossa mente,tenta se agarrar a uma
perspectiva do ser, por meio dessa participação, ela, nesse ato próprio da inteligência, produz
aquilo que pode ser intitulado de “pensamento”. Portanto, se entendo o esforço do
pensamento, como conhecimento, isto é, como uma forma de alcançar o Ser, o pensamento, é
, duplamente, uma forma de conhecer o ser e uma forma do(e) ser. E é, a partir desse
momento,que se entra na dimensão da linguagem ,pois, segundo Lavelle, , A Linguagem não é
somente uma das formas do ser,ou uma roupagem, a qual o nosso pensamento faz uso para
percorrer esses caminhos(os atos) .Na verdade, repousa nela, enquanto atividade, o desígnio
capacitar o diálogo entre o homem e o Ser, sendo ela a ponte entre a experiência a qual
temos na interioridade do Ser e o mundo no qual estamos inserido. Mas veja, mesmo que o
mundo sensorial e o mundo das percepções ou abstrações, expressem formas finitas do Ser, é
a linguagem que permite estabelecer esse elo entre essa dimensão da consciência intelectiva,
que apreende a presença das coisas nessa dimensão interior, para que , posteriormente,
possamos comunicar aos outros homens os mesmos atos interiores que a nossa consciência
traçou para alcançar aquela perspectiva ou conhecimento sobre o Ser,e ,com isso , ter acesso
aquela experiência do Ser, por meio da participação pela linguagem. Em outras palavras, é a
linguagem que nos permite reconstituir e atualizar todos esses atos de pensamentos e
participar deles. Se a mesma simboliza algum objeto, é porque ,aquele objeto, enquanto uma
forma finita do ser, foi apreendido no interior de uma consciência e agora,por meio da
linguagem,podemos apontar os caminhos percorridos pela consciência no seio do Ser. A
linguagem é a forma mesma a qual o homem então , percorrendo esses sucessivos atos finitos,
estabelece a sua participação na realidade e ,com isso, consegue ter acesso ao conhecimento,
pois a linguagem dá os sinais de acesso à essa realidade de presença das coisas.