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Falência

Lei 11.101/2005: art. 201  essa lei entrou em vigor 120 dias depois;

- a nova lei falimentar trata dos três institutos: recuperação judicial, recuperação extrajudicial e
falência;

- a nota lei não exclui a aplicação subsidiária de outras leis, como o CC e o CPC;

Art. 1º e 2º: definem quem está e quem não está sujeito aos ditames da lei de falência;

 Empresário (individual ou individual re responsabilidade limitada) e sociedade


empresária, doravante chamados apenas de devedores;

Lei 12.441/2011: alterou dispositivos do código civil criando a figura da empresa individual de
responsabilidade limitada (EIRELI – pessoa jurídica), que também se submete às regras
falimentares;

 Nesse tipo de empresa há um único sócio, detentor de todo o capital social, que responde
limitadamente pelas obrigações assumidas pelas empresa;

- essa lei é moderna e está em conformidade com a Teoria da Empresa adotada pelo CC;

- com o código civil, 2202, foi adotada, de forma definitiva, a Teoria da Empresa em nosso
ordenamento jurídico, possibilitando a plena abrangência dos agentes econômicos no amparo
jurídico comercial;

- a empresa é um polo de convergência de vários interesses. Nela se encerram os anseios dos


funcionários, do Fisco, da sociedade com o consumo e da economia como um todo;

- empresa é sinônimo de atividade desenvolvida profissionalmente e com habitualidade –seja


por um empresário (individual ou individual de responsabilidade limitada), seja por uma
sociedade empresária- de forma economicamente organizada, voltada à produção ou circulação
de mercadorias ou serviços;

- o empresário é quem desenvolve essa atividade;

- empresário em pessoa física: empresário individual;

- empresário em pessoa jurídica: sociedade empresária ou empresa individual de


responsabilidade limitada;
- para desemprenhar a atividade empresarial e angariar lucros, o empresário assume riscos e
coloca à disposição da coletividade produtos e serviços;

- riscos: variações econômicas decorrentes do mercado ou do governo, a não aceitação de um


produto pelos consumidores, os vícios de serviço, as taxas de juros elevadas, as dificuldades
em obtenção de matéria-prima, etc;

- esses riscos podem levar o empresário à insolvência, e é exatamente disso que trata a lei
falimentar;

- é necessária pessoalidade, isto é, o empresário deve participar das atividades, mas não sozinho.
Ele deve contratar mão-de-obra para o desenvolvimento da atividade empresarial;

- os contratados pelo empresário para o desenvolvimento da atividade empresarial não são


empresários, mas sim prepostos deste, sejam empregados ou prestadores de serviço;

- a empresa, por ser atividade organizada, deve conter os quatro fatores de produção apontados
pela doutrina:

* capital  montante em espécie ou em títulos, necessários, necessário ao seu desenvolvimento;

* insumos  bens articulados pela empresa;

*mão de obra  auxílio prestado por prepostos do empresário;

* tecnologia  não corresponde necessariamente à de ponta, diz respeito ao monopólio das


informações imprescindíveis à exploração do negócio;

- somente quando todos esses elementos estiverem presentes é que se poderá dizer tratar-
se de atividade empresarial;

- uma senhora que fabrica e vende doces profissionalmente, com habitualidade, obtenção de
lucro e emprego de tecnologia e insumos, não é considerada empresaria, pois nõ conta com o
auxílio de prepostos. Assim, percebe-se que o conceito de empresa é obtido por exclusão dos
requisitos preenchidos no art. 966, CC;

* essa senhora desenvolve, somente, atividade civil;

- a atividade empresarial deve gerar lucro. Não importa se eles são canalizados para a própria
empresa ou utilizados para fins filantrópicos;

- uma pessoa jurídica que exerce atividade civil é chamada de sociedade simples (art. 982, CC);
- as sociedades empresárias e as empresas individuais adquirem personalidade jurídica com o
registro de seus atos constitutivos (estatutos ou contratos sociais) na Junta Comercial;

- as sociedades simples adquirem personalidade jurídica com o registro no Ofício de Registro


Civil das Pessoas Jurídicas;

Art. 966, caput: não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza
científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo
se o exercício da profissão constituir elemento de empresa;

 Clínica de estética pode ser considerada atividade empresarial, pois os profissionais são
apenas prestadores de serviço dentro da empresa;

- produtores rurais não registrados na Junta Comercial exercem atividade civil; em caso de
registro, ficam equiparados, para todos os efeitos, aos empresários (art. 971, CC);

- a atividade desenvolvida pelas cooperativas são sempre simples, independentemente do objeto


desenvolvido por elas, segundo art. 982, CC;

- sociedades empresárias: sociedades em nome coletivo, em comandita simples, por cotas de


responsabilidade limitada, em comandita por ações e anônimas;

Art. 2º: o legislador excluiu todas as sociedades acima descritas do regime geral falimentar por
se tratarem de atividades específicas de relevante interesse social e econômico, sendo-lhes
aplicáveis leis especiais no que diz respeito à sua insolvência;

- a obrigação de arquivamento dos atos constitutivos –registro- é imprescindível à legalidade


da atividade empresarial, bem como à aquisição de personalidade jurídica pelas sociedades
empresárias e empresas individuais de responsabilidade limitada;

- aquele que não cumpre a obrigação de registrar a empresa não adquire personalidade jurídica
e é considerado empresário irregular ou de fato e, por isso, sofre severas consequências a
empresa deve ser inscrita no Registro Público das Empresas Mercantis, mediante requerimento
dirigido à Junta Comercial  art. 968, CC;

- sociedades irregulares: são aquelas que possuem um ato constitutivo, porém não registrado,
ou aquelas em que o prazo de existência da empresa expirou sem a renovação de seus registros
junto ao órgão competente;
- sociedades de fato: são as que desempenham atividade empresarial, atuam como empresa,
mas nem sequer possuem um contrato ou estatuto social;

- nas sociedades irregulares, por existir um documento escrito, os sócios têm como provar suas
relações, o que não ocorre com as sociedades de fato;

- toda sociedade de fato é irregular, mas a recíproca não é verdadeira;

- essas sociedades que não têm personalidade jurídica (sociedades de fato e sociedades
irregulares), recebem a denominação de sociedades em comum  art. 986 e seguintes;

- independentemente de possuírem ou não personalidade jurídica, as sociedades


empresárias podem ter a falência decretada. Bastando que prove o efetivo exercício da
atividade empresarial;

Principais consequências da falta de registro:

a) Impossibilidade de requerer a falência de um devedor, pois, para fazê-lo, é necessária a


apresentação de certidão da Junta Comercial comprovando a regularidade de suas
atividades;
b) Impossibilidade de requerer o benefício da recuperação judicial, pois, para requerê-la,
o devedor deve comprovar sua regularidade, apresentando o registro de seus atos
constitutivos (art. 51, V, Lei de Falências);

- são também consequências legais decorrentes da falta de registro:

* falta de eficácia probatória dos livros comerciais;

* impossibilidade de participação em licitações públicas;

*responsabilidade ilimitada e solidária dos sócios;

* impossibilidade de obtenção do CNPJ e responsabilização tributária por esse descumprimento


e pelos que lhe são correlatos, como a impossibilidade de emissão de nota fiscal;

* impossibilidade de cadastro junto ao INSS e sanções advindas;

* inexistência de autonomia entre o patrimônio da pessoa jurídica e de seus sócios;

* impossibilidade de adoção de forma de microempresa etc.


- a falência surge como um procedimento concursal ou liquidatório específico e complexo em
que, em um único processo, reúnem-se os bens do devedor, e são listados os seus credores, que
serão pagos seguindo-se uma ordem de preferência prevista na lei;

- aos credores que estejam em uma mesma classe é assegurada a proporcionalidade no


pagamento para que todos recebam equitativamente;

Procedimento Falimentar

 Arrecadação dos bens da empresa;


 Pagamento dos credores de modo proporcional para que ocorra justiça na distribuição
do patrimônio do devedor, satisfazendo-se, ao máximo, e na medida do possível, os
anseios dos credores.

- se a atividade empresarial consegue produzir uma margem de lucro que supera as despesas,
ela gera superávit, que é reservado em bens ou créditos. Essa é uma empresa solvente no
mercado;

- quando não existe mais solvência, ou seja, a empresa não consegue mais arcar com os seus
débitos, pode ficar sujeita à liquidação concursal de seus patrimônio, isto é, à falência;

- o principal objetivo do direito falimentar é a proteção ao crédito, ou seja, conferir


amparo jurídico que possibilite a recuperação do crédito, mediante a diminuição do nível
de inadimplência;

- atuação da lei de falências na decretação de falência: se existem agentes econômicos no


mercado que apenas contaminam o sistema, porque prejudiciais, gerando ainda mais débitos,
têm de ser excluídos;

- nem sempre a falência representa um mal, pois a permanência no mercado de empresas


atrasadas, insuficientes e mal administradas, traz mais malefícios do que aqueles advindos de
sua falência;

Princípio da Conservação da Empresa Viável: sendo a empresa um polo essencial à vida


econômica, deve, o sistema, tentar manter e recuperar aquelas que ainda têm condições de
continuar buscando tais objetivos, enquanto àquelas que representam malefícios ao sistema
econômico, a legislação falimentar deve ser capaz de retirá-las, pois não conseguem convergir
interesses tais quais: criação de empregos, pagamento de tributos, oferta de produtos e serviços
que beneficiam a sociedade como um todo;
- a aprovação da nova lei falimentar busca oferecer melhores oportunidades para evitar a
decretação da quebra e também reduzir a morosidade do procedimento em relação às já
decretadas;

- hoje há três situações possíveis para os devedores abrangidos pela Lei nº 11.101/2005:

a) ingressar em juízo requerendo a recuperação judicial;

b) negociar com seus credores e pleitear a homologação do acordo de recuperação extrajudicial;

c) falir, quando não houver outra solução.

Art. 192: a lei 11.101/2005 não se aplica aos processos de falência ou de concordata ajuizados
anteriormente ao início de sua vigência, os quais serão concluídos nos termos do Decreto-Lei
nº 7.661/45;

- por algum tempo, serão aplicadas, paralelamente, ambas as leis, ficando vedada a concessão
da concordata suspensiva nos processos nos processos de falência já em curso;

- pode ser promovida a alienação dos bens da massa falida assim que concluída sua arrecadação,
independentemente da formação do quadro-geral de credores e da conclusão do inquérito
judicial  isso para processo de falência anteriores a vigência da legislação atual;

- pode ser deferido o pedido de recuperação judicial pelo devedor que não haja descumprido
obrigação no âmbito de concordata requerida em período anterior à vigência da nova lei. Fica
vedado isso se baseado no plano especial de recuperação judicial para microempresas e
empresas de pequeno porte;

- deferido o processamento do pedido de recuperação judicial, a concordata será extinta e os


créditos submetidos a ela serão inscritos por seu valor original na recuperação judicial,
deduzidas as parcelas pagas pelo concordatário;

- aplicar-se-á a nova lei às falências decretadas já em sua vigência, mas resultantes da


convolação (modificar/substituir) de concordatas (dispositivo que permite uma empresa
prorrogar débitos para se reestabelecer) em falência, ou de pedidos de falência anteriormente
protocolados;
Competência

Art. 3º: a lei será competente para a decretação da falência, ou para a homologação do plano de
recuperação extrajudicial, ou, ainda, para deferir a recuperação judicial o juízo –foro- do local
onde se situa o principal estabelecimento do devedor;

Obs: considera-se como principal estabelecimento para fim de determinação de competência


aquele em que se concentra o maior volume de transações da empresa  é o ponto
economicamente mais importante, não havendo necessidade de que seja fisicamente o maior;

- estabelecimento empresarial: é o complexo de bens organizado, para exercício da empresa,


por empresário, ou por sociedade empresária;

- a lei optou pelo principal estabelecimento e não pela sede da empresa, pois esta poderia ser
facilmente trocada mediante alteração de seus atos constitutivos, o que possibilitaria fraudes ou
complicações na fixação da competência;

- se a empresa possui apenas um estabelecimento, este é o foro competente;

- se o devedor é uma sociedade estrangeira, a competência será a do foro do principal


estabelecimento desta no Brasil (filial economicamente mais importante);

- o processo falimentar, bem como os pedidos de recuperação judicial e extrajudicial,


correm em juízo uno  isto quer dizer que em um único processo reúnem todos os bens
do devedor e seus credores, pois, do contrário, tornar-se-ia inviável o pagamento correto
e equitativo dos credores, assim como a apuração eficiente dos bens do devedor;

Art. 76: o juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens,
interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e outras não reguladas
em lei em que o falido figure como autor e litisconsorte ativo;

- por isso, toda ação proposta contra o devedor deve ser comunicada ao juízo falimentar  vis
attractiva do juízo falimentar: poder de atrair toda e qualquer demanda que seja relacionada à
falência;

- juízo universal da falência: é o mar onde se precipitam todos os rios, segundo Carvalho
Mendonça, pois ela atrai toda e qualquer demanda relacionada à falência, já que toda ação
proposta contra o devedor deve ser comunicada ao juízo falimentar, seja pelo juiz que a receber,
seja pelo devedor ao ser citado;
- a partir da decretação de falência, o juízo falimentar passa também a ser competente
para todo e qualquer litígio que envolva o agente devedor, com exceção dos foros de
competência absoluta;

- os litígios trabalhistas são processados pela Justiça do Trabalho. Obtida a certeza e liquidez
de um crédito trabalhista, este será habilitado no juízo falimentar para pagamento;

Da Atuação do MP

Art. 4º a atuação genérica do MP estava prevista neste artigo, todavia foi vetado;

- o MP atua em momentos expressamente elencados em lei, ou seja, somente quando sua


participação se mostrar imperiosa;

- o juiz encaminhará os autos ao MP sempre que verificar a existência de interesse público;

Disposições Comuns à Recuperação Judicial e à Falência

Obrigações Não Exigíveis

Art. 5º: não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:

 As obrigações à título gratuito  não são exigíveis do devedor os créditos decorrentes


de obrigações que aufere benefício a apenas uma das partes. Ex: doação, cessões,
comodatos, aval, fiança.

-ocorre que, se o patrimônio do devedor não é suficiente para arcar com todas as
dívidas onerosas, ou seja, em que há uma contraprestação por parte dos credores, não
é justo dissipar parte desse montante com obrigações livres de contraprestação;

- os contratos gratuitos caracterizam-se como liberdades que não podem ser honradas
em detrimento de obrigações onerosas;

 As despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na


falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor;
- as custas judiciais decorrentes de litígio em que o devedor sair vencido poderão ser incluídas
como créditos a serem pagos na falência ou recuperação judicial;

Ex: se um credor teve de recorrer a ação judicial para provar a existência, liquidez e certeza de
seu crédito, as custas judiciais desse litígio, juntamente com o crédito reconhecido, poderão ser
habilitadas na falência ou recuperação judicial.

Suspensão da Prescrição, Ações e Execuções Contra o Devedor

Art. 6º, caput: a decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação


judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor,
inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário;

Marcos que suspendem o curso prescricional e todas as ações e execuções em face do devedor:

 Decretação da quebra;
 Despacho de processamento de recuperação judicial – art. 52.

Art. 189, CC: violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela
prescrição, nos prazos a que aludem os art. 205 e 206;

A prescrição pode ser interrompida ou suspensa:

 Quando interrompida, volta a correr novamente desde o início;


 Quando suspensa, volta a correr apenas pelo tempo restante.

- a interrupção da prescrição pode ocorrer somente uma vez, segundo art. 202, CC;

- a interrupção depende do comportamento ativo do credor, ao passo que a suspensão decorre


automaticamente de fatos previstos em lei;

- a decretação da quebra importa na suspensão da prescrição das obrigações do falido, assim


como aquelas do devedor em recuperação judicial, quando do despacho de processamento
desta;

- em se tratando de falência, a prescrição voltará a correr a partir do trânsito em julgado da


sentença de encerramento da falência, e, na recuperação, a partir do encerramento desta, ambos
pelo tempo restante  art 157;
- não há suspensão de prazos decadenciais, pois estes não se interrompem, nem se suspendem,
salvo exceções raríssimas contidas em lei;

- não se suspende a prescrição relativa a obrigações em que o devedor falido ou em recuperação


judicial seja o credor;

- suspensão das ações e execuções que correm contra o falido, entretanto, regra não absoluta;

- o dispositivo tem pertinência, pois, se o procedimento falimentar visa à arrecadação de todo


o patrimônio do falido, sua venda e pagamento dos credores, em um mesmo processo, em ordem
preestabelecida, isso não seria possível se as execuções individuais contra o falido pudessem
prosseguir;

- suspendem as execuções contra o falido, e não aquelas em que ele é exequente;

- se a execução individual de um credor contra um devedor falido já possui hasta pública


|designada, por questão de economia processual, deve ela ser realizada;

- em síntese ocorre o seguinte: as execuções individuais do devedor falido são suspensas, pois
isso inviabilizaria o crédito – par conditio creditorum- assim, para um credor exequente, que já
possui hasta pública designada, o procedimento adequado consistiria em habilitar-se no
processo de falência a fim de receber seu crédito, pois o bem levado a hasta não é entregue ao
exequente, mas sim agregado à massa;

- se o bem levado à hasta não for vendido, suspender-se-á, então, a execução individual, sendo
o bem levado à massa para prosseguir juntamente com o restante do patrimônio do falido;

- se a praça ou leilão – hasta pública- já tiver ocorrido na época da prolação da sentença


declaratória de falência, poderá o exequente levantar o valor obtido com a venda. Se este for
superior a divida executada, a diferença será entregue à massa. Se restar um soldo, caberá ao
exequente habilitar-se para receber o restante no curso do processo falimentar;

- a massa falida é entidade sem personalidade jurídica que é representada ativa e passivamente
pelo administrador judicial;

- na recuperação judicial, a suspensão das ações e execuções tem o escopo de oferecer


condições de superar a crise;

Art. 6º, §4º: na recuperação judicial, a suspensão, em hipótese nenhuma excederá o prazo
improrrogável de 180 dias contado do deferimento do processamento da recuperação,
restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas
ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial;

- não é absoluta a regra de suspensões

 o art. 6º, §1º: terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que
demandar quantia ilíquida. Nessas ações, decidida a liquidez e certeza do crédito contra o falido,
caberá sua inclusão no quadro geral de credores, independentemente de habilitação;

- as reclamações trabalhistas prosseguem na justiça do trabalho;

Para garantir que o credor não sofra prejuízos por rateios já efetuados, prevê a lei, nessas duas
hipóteses –ações que demandam quantias ilíquidas ou dividas trabalhistas-, a possibilidade de
reserva do valor do crédito para satisfação no momento do seu ingresso no juízo falimentar;

- feita a reserva do valor estimado, ainda que sejam efetuados rateios, o valor daquele credito
estará resguardado, na hipótese de uma decisão tardia do litígio;

- se os valores reservados não forem utilizados para pagamento do credor que obteve a reserva,
serão rateados no juízo falimentar entre os credores remanescentes;

Art. 6º e 7º: as execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação
judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do CTN e da legislação ordinária
específica;

Distribuição e Prevenção

- a distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para


qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo devedor;

- quando há, na comarca mais de um juízo competente para a apreciação da matéria de falência
ou recuperação judicial, o juízo que recebeu primeiro torna-se prevento para a apreciação de
outros pedidos que venham a ser feitos contra o mesmo devedor. Isto é, todas as ações
relacionadas ao devedor, com exceção daquelas de juízo especial e natureza fiscal, serão
direcionadas ao mesmo juízo, pois ela atrai todas;

- a prevenção se dá com a distribuição do pedido de falência ou recuperação judicial, pois é


aquele juízo que recebeu primeiro;
Da Verificação e Habilitação dos Créditos e da Formação do Quadro-Geral de Credores

- o pagamento dos credores obedece uma ordem legal de preferência;

- para que os credores habilitem-se na ação de falência, devem passar por uma verificação de
crédito, sendo posteriormente habilitados os que forem comprovados, formando-se, assim, uma
lista para pagamento, chamada de quadro-geral de credores;

Basicamente é assim:

 Os credores pedem a habilitação comprovando, anteriormente, o valor do seu crédito;


 Realiza-se uma verificação pelo administrador judicial, podendo, contudo, passar pelo
crivo jurisdicional em procedimento incidental, se houver impugnação judicial a algum
crédito;
 Quando é comprovada a existência do crédito, habilita-se o credor para fazer parte da
lista de pagamento chamada quadro geral de credores;
 Se houver negativa ao crédito, ...

- o procedimento de habilitação na falência e na recuperação, são os mesmos;

- falência: o pagamento deve ser feito de acordo com uma ordem de pagamento já estabelecida
na própria lei (art. 83 e 84);

- recuperação: a ordem legal não é obrigatória, pois a lei permite que outra seja pactuada entre
as partes, desde que respeitada a prevalência dos créditos trabalhistas;

Do Procedimento

- o juiz, ao determinar o processamento da recuperação judicial ou decretar a falência, mandará


publicar edital com a relação nominal de credores, natureza, classificação, valor do
crédito e endereço do credor;

- recuperação: essa relação (nome do credor, natureza do crédito, classificação, valor do crédito
e endereço do credor) é apresentada pelo devedor junto com a petição inicial, segundo art. 52,
§1º, II;

- na autofalência a relação é apresentada pelo devedor juntamente com o pedido;


- nas demais hipóteses de falência, a relação é juntada pelo falido, no prazo de 5 dias, a
contar da decretação de quebra (art.99, III) em decorrência de ordem judicial (sob pena
de desobediência);

- publicado o edital, os credores terão o prazo de 15 dias para manifestar, perante o


administrador judicial, divergências quanto ao seu conteúdo ou requerer a habilitação de algum
crédito ausente (art. 7º,§1º);

- divergências: podem, credores, contestar a presença de outros credores na lista, valor atribuído
a um crédito, classificação a ele dada etc;

- não é necessário que o credor manifeste-se por meio de advogados, pois essa relação não está
sujeita ao crivo do juiz, somente do administrador judicial;

- após analisar as divergências apresentadas e os pedidos de habilitação, fará publicar, o


administrador, nova relação de credores, no prazo de 45 dias a contar do término do prazo
mencionado no art. 7º, §1º;

- ao publicar novo edital, o administrador deverá indicar o local, horário em que o devedor ou
seus sócios, qualquer credor, o MP ou o Comitê de Credores terão acesso aos documentos que
fundamentaram a elaboração dessa relação;

Art. 8º: no prazo de 10 dias qualquer uma dessas pessoas elencadas acima poderão apresentar
impugnação dirigida ao juiz, apontando ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra
a legitimidade, importância ou classificação do crédito relacionado;

- aquele credor que não foi habilitando nem no primeiro, nem no segundo edital, poderão
impugnar;

- apresentada a impugnação, deverá ela ser autuada em separado, como incidente


processual, para não tumultuar o andamento da ação principal;

- quando a impugnação for relativa ao mesmo crédito, deverão ser reunidas;

Art. 11: os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados para contestar a
impugnação, no prazo de 5 dias;

- se o credor for impugnante porque não concorda com a classificação ou valor de seu crédito,
o devedor e os demais credores é que deverão ser intimados para contestar a impugnação;
- juntadas as contestações, o devedor e o comitê, se houver, terão o prazo de 5 dias para
apresentar manifestação acerca do incidente;

- em seguida, abre-se novo prazo de 5 dias para a juntada de parecer o administrador judicial,
acompanhado de laudo elaborado pelo profissional ou empresa especializada, se for o caso, e
de todas as informações existentes nos livros fiscais e demais documentos do devedor acerca
do crédito constante ou não da relação de credores, objeto da impugnação;

- encerradas essas providências, os autos seguem conclusos ao juiz para a decisão;

- o juiz então:

a) determinará a imediata inclusão, no quadro-geral de credores, dos créditos não impugnados,


no valor constante da relação referida no §2º do art. 7º;

b) julgará as impugnações que entender suficientemente esclarecidas;

c) determinará a produção de provas em relação às impugnações em que isso se faça necessário


e marcará a data para a audiência de instrução e julgamento;

- julgadas as impugnações, caberá ao administrador elaborar o quadro-geral de credores com


base nos créditos não impugnados e nas decisões proferidas pelo juiz nas impugnações (art.
18);

- juiz deverá homologar o quadro para surtir efeito, além de ser assinado por ambos;

- quadro-geral mencionara o valor e a classificação de cada crédito na data do requerimento da


recuperação ou da decretação da falência, sendo juntado os autos e publicado no diário oficial,
no prazo de 5 dias, após o julgamento das impugnações;

Cabe agravo de instrumento contra decisão que julgar a impugnação;

 não tem efeito suspensivo, salvo se tal efeito tiver sido conferido pelo relator para o fim
exclusivo de tal exercício de direito de voto em assembleia geral de credores;

- contra impugnação improcedente referente a algum valor de credito, cabe recurso de


agravo de instrumento, todavia, este recurso não gera efeito suspensivo, assim, quando
ingressar com o agravo, o prazo referente ao rateio e formação do quadro-geral, não irão
parar. Todavia, o credor que ingressou com o recurso, não ficará prejudicado, pois será
dada uma reserva de crédito, desta forma, caso o agravo seja provido, o crédito reservado
será destinado a ele; em caso de negar provimento ao recurso, o valo reservado será
rateado posteriormente entre os demais credores. Já em caso de impugnação parcial d
recurso, o credor será pago imediatamente com base no valor incontroverso e será feita
reserva apenas da diferença;

Princípios do regime concursal empresarial:

 Viabilidade da empresa em crise – a aferição da viabilidade está ligada a fatores


endógenos, como: ativo e passivo, faturamento anual, nível de endividamento, tempo
de constituição, etc, bem como exógenos: relevância socioeconômica da atividade etc.
 Prevalência dos interesses dos credores – a solução proporcional do passivo sempre será
o norte do procedimento adotado. A reestruturação da empresa em dificuldades é
instrumental da satisfação dos credores, desde que observados níveis mínimos de
paridade;
 Publicidade procedimental – os procedimentos para solução da insolvência devem ser
transparentes;
 Par conditio creditorum – proporcionalidade na consideração dos créditos, o que
implica respeitar as peculiaridades que a lei atribui a cada um; não se trata, pois, de
nivelamento;
 Conservação e maximização dos ativos do devedor- é a preservação dos ativos da
empresa devedora. Trata-se de recuperação da unidade econômica e da manutenção de
sua atividade produtiva, para satisfação dos credores e proveito da sociedade;
 Conservação da atividade empresarial – só deve ser liquidada a empresa inviável, ou
seja, aquela que não comporta uma reorganização eficiente ou não justifica o desejável
resgate;

- o regime da concordata continua em vigor para aplicação aos processos de concordata


preventiva, suspensiva e falência. Assim, aquele que entrou em crise econômica não pode
pleitear a concessão do favor legal da concordata preventiva, mas, se encontra sob o regime
da concordata preventiva, poderá pleitear o ingresso no regime de recuperação de empresa
pela legislação atual, caso preencha os requisitos para assim o fizer. Se não possuir os
requisitos, continuar sob o regime da LFC;
- A existência de pedido de concordata anterior à LRE não obsta o pedido de recuperação
judicial pelo devedor, desde que este não tenha deixado de cumprir obrigação da
concordata;

- tudo feito na concordata, créditos, serão inscritos com o valor original, no pedido de
recuperação;

- essa alternativa não vale para microempresas e empresas de pequeno porte, quanto ao
plano especial de recuperação judicial;

- nos processos de falência em andamento, na data da vigência da LRE, não será possível a
obtenção de concordata suspensiva, porque esta não existe mais, como alternativa à falência
em curso;

- na sistemática da LRE a recuperação judicial só é cabível como procedimento preventivo


da falência;

Art. 162 – se o juiz decretar a falência do devedor que postulou a concordata, em face da
ocorrência de impedimentos, da falta de condições para a concordata ou de inexatidão
documental, a falência assim instaurada já será regida pela LRE e não pelas normas da LFC;

Sócios de responsabilidade ilimitada – quando o LRE se refere ao devedor, alcança também


os sócios ilimitadamente responsáveis que compõem as empresas em crise;

Empresário individual – em caso de falência, responde com todo o seu patrimônio


particular, porque a firma individual, não ostenta personalidade jurídica independente da de
seu titular;

Espólio – está sujeito à falência e à recuperação. A falência do espólio visa salvaguardar a


memória do empresário falecido, pela solução dos seus débitos; e ensejar aos herdeiros do
empresário o soerguimento da empresa do falecido;

- a LRE estabelece prazo decadencial para que seja requerida a falência do espólio. Esse prazo
é de um ano a partir da morte do devedor;

- decretada a falência do espólio, o processo do inventario ficará sobrestado, incumbindo ao


inventariante a representação do espólio junto à massa falida;

Empresário rural – no momento em que requer inscrição na junta, fica sujeito a todos os efeitos
da LRE. A LRE não faz distinção entre grande e pequeno empresário rural;
Sociedade Simples – estão fora da lei de recuperação de empresas, pois a sociedade simples
não tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro;

Sociedades em Nome Coletivo – são aquelas formadas somente por pessoas físicas que
respondem, solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Como empresárias, estão
sujeitas a falência e têm legitimidade ativa para postular a recuperação; os sócios de
responsabilidade ilimitada que se retiram, voluntariamente, ou foram excluídos há menos de
dois anos, respondem pelos encargos existentes na data em que sua saída foi arquivada na junta,
n caso de não terem sido solvidos até a data da decretação de falência;

Sociedades Limitadas – subordinam-se, quanto à insolvência, ao regramento da LRE.

- a recuperação judicial só alcança quem pratica a empresa conforme a lei;

- a falência atinge as sociedades irregulares porque é instituto extintivo;

- na sociedade não personificada, a responsabilidade solidária e ilimitada sos sócios é, em regra,


subsidiária;

SÓCIOS

Sócios de responsabilidade limitada

 A máxima responsabilização dos sócios cifra-se no dever de integralização do capital


social
 Em caso de falência, se o capital social não estiver completo, quaisquer sócios poderão
ser compelidos a fazê-lo, tenho em vista o estágio de responsabilidade solidária e
ilimitada em que se encontram;
 Pode ocorrer a responsabilização pessoal dos administradores da sociedade anônima ou
da sociedade limitada, em virtude da atuação irregular;
 Os administradores não respondem pessoalmente pelas obrigações contraídas em nome
da sociedade, mas pode ocorrer em caso de atos praticados com violação do contrato ou
da lei, pelo excesso de mandato, quando seus atos atingem terceiros;
 A prescrição do direito de exercer a ação de responsabilização em pauta ocorre em dois
anos.
Sócios de responsabilidade ilimitada

 Sócios solidários ou de responsabilidade subsidiária ilimitada;


 Comandita simples e por ações (responsabilidade mista): alguns sócios –comanditados
e acionistas diretores-
 A decisão que instaura a liquidação judicial da sociedade com sócios ilimitadamente
responsáveis também acarreta a falência destes;
 É a projeção da indistinção patrimonial a que estão expostos;
 Os sócios ilimitadamente e solidariamente responsáveis ficam sujeitos aos efeitos
patrimoniais da sentença que abre o concurso liquidatório;

- os impedidos de empreendes não poderão obter recuperação extrajudicial, bem como a


judicial;

- as microempresas e empresas de pequeno porte podem optar pelo procedimento normal de


recuperação judicial ou observem o regime especial que a LRE lhes proporciona;

- podem adotar quaisquer meios de recuperação judicial, mas poderão apresentar plano especial
que deverão propor na inicial apresentando o plano propriamente dito até 60 dias da publicação
da decisão;

- esse plano é condicionado, só alcança credores quirografários, ressalvados os créditos


oriundos de adiantamento de contrato de câmbio, de repasse de recursos oficial, de credor
proprietário-fiduciário, de arrendamento mercantil ou de proprietário ou promitente vendedor
de imóvel cujos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade;

Empresas excluídas – a sociedade de de economia mista, ou seja, a pessoa jurídica de direito


privado, criada mediante autorização legal, sob a forma de sociedade anônima, para a
exploração de atividade econômica ou serviço de interesse coletivo, sob controle majoritário da
adm. Publica direta ou indireta;

- as empresas públicas não se sujeitam à recuperação judicial ou falência em caso de


insolvência; as empresas públicas são privadas, mas seu capital é público;

Empresas sujeitas a regime especial –


COMPETÊNCIA

- a natureza concursal da recuperação judicial e da falência determina a instituição de um juízo


capaz de atrair todas as demandas incidentes sobre o patrimônio ativo do agente econômico
devedor;

- o caráter universal dos processos de insolvência pressupõe a unidade do juízo. A unidade do


domicílio determina a unidade do juízo;

- não altera a competência jurisdicional a transferência apenas nominal da sede, ou mesmo a


transferência real com meta fraudulenta;

- princípio da perpetuação jurisdicional – continua competente o juízo situado no domicílio


anterior;

- a alteração do local do principal estabelecimento, ocorrida nos 12 meses imediatamente


anteriores ao pedido de recuperação o de falência, é desconsiderada;

- os mercadores ambulantes e as empresa de espetáculos públicos poderão ter sua falência


decretada no foro onde forem encontrados, uma vez que não possuem estabelecimento fixo ou
domicílio certo;

- em se tratando de casa filial de empresa estrangeira, o juízo competente é o local onde estiver
situado o estabelecimento localizado no Brasil;

- no caso de falência do espólio do empresário individual não havendo coincidência entre o


último domicílio de de cujus –espólio- e o domicilio concursal, prevalecerá o segundo;

- se o agente econômico brasileiro domiciliado no brasil tem estabelecimento no estrangeiro,


em regra, a sentença não é exequível aqui, mas se a decretação de falência emanar de juízo
estrangeiro onde ele efetivamente está domiciliado, aqui poderá ser homologada e executada;

Princípios do Juízo Concursal

o juízo de recuperação ou da falência observa dois princípios reitores:

 Indivisibilidade – preceitua que o juízo da falência e da recuperação é indivisível e


competente para todas as ações e reclamações sobre bens, interesses e negócios do
devedor;
 Universalidade - assim, no juízo da recuperação ou da falência devem concorrer todos
os credores do devedor comum, alegando e provando seus direitos;

- o juízo da insolvência absorve todos os procedimentos contra o patrimônio pretendido


pelos credores;

- no caso da falência, carreia a si todos os bens do devedor e os créditos que nele se


focalizam, isto é, congrega o ativo e o passivo do devedor, porque só assim se poderá
proceder à liquidação de suas obrigações, sem máculas ao princípio de paridade no
tratamento dos créditos;

- os princípios da insolvência não se projetam sobre as ações em curso antes da


decretação da falência, salvo se a citação é posterior a esta, embora o ajuizamento da
ação lhe tenha sido anterior;

- o princípio da indivisibilidade não incide sobre as ações não reguladas na LRE, nas quais
o devedor seja autor ou litisconsorte ativo;

- as ações trabalhistas não se subsumem ao juízo da insolvência, porque devem ser ajuizadas
perante a Justiça do Trabalho;

- as ações trabalhistas devem ser processadas perante a justiça do trabalho até a apuração
do crédito reclamado;

- será competência da Justiça Federal as ações em que a União, suas autarquias e empresas
públicas forem autoras;

- não estão sujeitos à execução concursal os créditos tributários. O ímã jurisdicional da


quebra não os atrai, uma vez que ostentam foro privilegiado;

- as ações ou execuções individuais dos credores sobre direitos e interesses relativos ao


ativo devedor, inclusive as dos credores particulares dos sócios solidários da sociedade
insolvente, ficam suspensas, desde que seja declarada a recuperação judicial ou
falência, até o seu encerramento;

- no caso de decretação superveniente da falência, as relações processuais já instauradas não


são apanhadas pela vis attractiva, devendo continuar normalmente seu curso, no juízo
ordinário;
- terão prosseguimento, com o administrador judicial, as ações e execuções que, antes da
recuperação ou da falência, hajam iniciado os que demandarem quantia ilíquida, coisas
certas, prestação ou abstenção de fato;

- não se tratando de ação regulada pela LRE, inaplicável é o princípio do juízo universal;

- o credor por título de crédito avalizado, independentemente da sua habilitação no


concurso de credores, poderá promover a execução contra o avalista solidário, pois a
decretação do regime de insolvência do emitente da cártula não constitui obstáculo
para o credor pedir o prosseguimento da execução contra o avalista;

- prosseguem contra o devedor as ações tangentes com o direito de família, visto que
personalíssimas;

- sociedade empresária falida  quando são movidas ações baseadas em títulos de exclusiva
responsabilidade das pessoas físicas dos sócios, tratando-se de sociedade empresária falida,
não incide a vis attractiva do juízo concursal;

- credores trabalhistas e acidentários < credores de direito real de garantia;

Ordem de preferência dos credores

- o plano de recuperação judicial não poderá prever prazo maior que um ano para pagamento
dos créditos trabalhistas e acidentários vencidos até a data do requerimento de recuperação
judicial;

- os créditos de natureza salarial vencidos no trimestre anterior ao pedido de recuperação, até o


limite de 5 salários mínimos, tem que ser pagos em 30 dias;

Verificação

- três etapas para a triagem dos créditos:

a) publicação da relação de credores;


b) impugnação ou postulação de inclusão;

c) consolidação do quadro geral.

- o contraditório está presente em todo o procedimento verificatório;

- o processo de verificação, de cunho meramente declaratório, é contencioso, ocorra ou não a


sua impugnação;

Créditos relacionados e habilitação de créditos

- deve-se distinguir os créditos desde logo relacionados no edital do administrador judicial e os


créditos cuja inclusão depende de postulação de seu titular;

- para concorrer, não basta ser credor, deve-se declarar e provar o crédito, se o administrador
judicial não o reconhecer na sua relação;

- há procedimento específico para os credores que não foram declinados pelo administrador
judicial:

* a LRE estipula prazo de 15 dias, a partir do edital do adm judicial, para o credor que não
constar da relação de credores ofereça sua habilitação de crédito;

- no processo de verificação de créditos, os títulos não se revestem de abstratividade, sendo


possível a discussão do negócio subjacente que lhes deu causa;

- se o crédito for impugnado, insta fazer-se a prova de sua existência e valor, conforme os
termos da impugnação.

- não sendo negada a obrigação nem questionado seu valor, o crédito declarado pelo credor ou
declinado pela relação do administrador deverá ser admitido;

- o prazo para a declaração de créditos não é decadencial, na medida em que os credores poderão
fazê-lo extemporaneamente;

- na falência, sofrem a sanção de perda dos rateios anteriormente distribuídos e, no caso da


recuperação judicial, de perda do direito de voto na assembleia;
DA HABILITAÇÃO RETARDATÁRIA

- as pessoas cujos créditos não tenham sido mencionados em relação apresentada pelo próprio
devedor ao juiz, têm momento próprio para requerer sua habilita~]ao, qual seja de prazo de 15
dias mencionado no art. 7º, §1º;

- esse pedido é endereçado ao administrador, mas, caso não acolhido por este, poderá ser objeto
da chamada impugnação-habilitação, feita perante o juiz;

- se o credor perder os 15 dias, poderá requerer sua habilitação perante o administrador, poderá
requerer diretamente ao juiz, desde que ainda não tenha sido formado o quadro geral  ESSA
É CHAMADA HABILITAÇÃO RETARDATÁRIA;

- a lei contempla outra hipótese de habilitação retardatária, que é aquela pleiteada após a
formação do quadro-geral de credores, a qual deverá ser feita por meio de ação própria, pelo
rito ordinário e previsto no CPC, visando a retificação do quadro geral;

Falência:

 Os créditos retardatários perdem direito a rateios eventualmente realizados e ficam


sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios compreendidos entre
o término do prazo e a data do pedido de habilitação;
 Ele pode pedir reserva de crédito na data do requerimento;

- o fato de ser retardatária a habilitação impede o credor de votar na assembleia geral


eventualmente realizada na ação falimentar, exceto se ela for realizada após a inclusão do
crédito retardatário;

- na recuperação judicial os credores retardatários não tem direito a voto, exceto se o crédito for
trabalhista;

- não há impugnação do crédito trabalhista no juízo de insolvência;

- quando ingressa no juízo universal, o credito trabalhista já é liquido e certo;

Ressalvados os créditos derivados de relações de trabalho, limitados a 150 salarios mínimos


por credor, e os acidentários, a classificação dos créditos na falência obedece a ordem
estabelecida no art. 83, lre:

ORDEM:
Créditos extraconcursais > créditos trabalhistas limitados a 150 salarios – isso significa que será
pago até 150 e o restante será quirografário > créditos com garantia real até o limite do valor
do bem gravado > créditos tributários > créditos com privilégio especial > créditos com
privilégio geral > créditos quirografários > multas contratuais e penas pecuniárias > créditos
subordinados;

SOBRE A SUPERIORIDADE DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS:

- os depósitos do FGTS são exigíveis prioritariamente na falência posto que obrigações


derivadas da legislação do trabalho;

- antes dos extraconcursais são pagas as restituições em dinheiro;

- em face a perda do emprego a lre dispõe que os créditos trabalhistas de natureza estritamente
salarial vencidos nos 3 meses anteriores à decretação da falência té o limite de 5 salários
mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade de numerário em caixa;

- o stf decidiu que a limitação do pagamento preferencial de créditos trabalhistas em caso de


falência de empresas e a possibilidade de sua alienação, sem que o novo proprietário tenha de
assumir suas dívidas, observa o principio da função social da empresa;

- valor social do trabalho + regra de integridade salarial  a limitação tem por fio prevenir
fraudes consistentes na geração de créditos simulados de grande valor em concorrência com
créditos dos trabalhadores;

CREDITOS COM GARANTIA REAL:

 Hipotecário;
 Pignoratício – aquele com base em coisa empenhada;
 Anticrético.

Direitos reais de garantia:

 Cédulas rurais;
 Industriais;
 Comerciais;
 Hipotecárias;
 Pignoratícias;
- os créditos por debentures podem ter garantia real;

- nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, a coisa dada em garantia fica sujeita
por vínculo real ao cumprimento da obrigação;

- o valor do bem, objeto de garantia real, é o valor efetivamente arrecadado com sua venda;
tratando-se de alienação em bloco é o valor de avaliação do bem considerado individualmente;

CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS

-compreende os previdenciários, parafiscais e contribuições, independentemente de sua


natureza e tempo de constituição;

- é assim porque são créditos públicos e sua ascendência pelos demais é natural;

CRÉDITOS PRIVILEGIADOS

- dividem-se em créditos com privilegio especial e com privilégio geral;

- c. privilégio especial: são os que afetam determinados bens ou direitos; além daqueles cujos
titulares têm direito de retenção sobre a coisa dada em garantia; aqueles em favor dos
microempreendedores individuais e das microempresas e empresas de pequeno porte;

- c. privilégio geral: alcançam a totalidade do patrimônio do devedor;

- tem ambos privilégios os créditos a que o atribuírem as leis civis e comerciais, salvo
disposição contraria da LRE;

- o privilégio é uma atribuição legal que se incorpora ao crédito, na falência ou na recuperação,


e em virtude delas;

Art. 965 e 964

CRÉDITOS QUIROGRAFÁRIOS

- são créditos comuns e ordinários;

- são os representados por documentos assinados pelo devedor, sem nenhuma garantia ou
prioridade especial;
MULTAS CONTRATUAIS E PENAS PECUNIÁRIAS

- impostas em razão de infrações de leis penais ou administrativas, têm a companhia das multas
tributárias, que foram destacadas pelo legislador dos créditos tributários;

- ou seja, as multas tributárias serão cobradas aqui e não com prioridade;

- as multas ambientais devem ser pagas após a satisfação dos credores quirografários

- são créditos subordinados – QUE NÃO SÃO QUIROGRAFÁRIAS - também: os dos


administradores da empresa sem vínculo empregatício, controladores, diretores e sócios;

- os valores decorrentes de direito de sócio em relação a sua parcela do capital social na


liquidação da sociedade não são oponíveis à massa falida;

HIPÓTESES DE DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA

Impontualidade injustificada (art. 94, I): o devedor, sem relevante razão de direito, não paga,
no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja
soma ultrapasse o equivalente a 40 salários mínimos na data do pedido da falência;

- quando é fundado em impontualidade, faz-se petição inicial ao juízo requerendo a falência da


empresa devedora, que deverá ser instruída com o título vencido e não pago, no original ou em
cópia autenticada. Estando a petição em termos, o juiz determinará a citação do devedor.
Efetuada a citação, o devedor tem prazo de 10 dias para ou requerer sua recuperação ou
depositar o valor correspondente ao total do credito acrescido dos juros ou contestar o pedido;

Requisitos para a decretação da quebra com base nesse dispositivo:

 Que a obrigação esteja materializada em título executivo (duplicata, cheque, nota


promissória, etc);
 Que o título tenha sido protestado (para demonstrar a impontualidade);
 Que o valor supere 40 salários mínimos na data do pedido de falência;
 Que não haja justa causa para a falta de pagamento.
- VÁRIOS CREDORES PODEM REUNIR-SE EM LITISCONSÓRCIO A FIM DE
ALCANÇAR O LIMITE MÍNIMO DE 40 SALÁRIOS MÍNIMOS PARA O PEDIDO DE
FALÊNCIA;

Súmula 361, STJ: A NOTIFICAÇÃO DO PROTESTO, PARA REQUERIMENTO DE


FALÊNCIA DA EMPRESA DEVEDORA, EXIGE A IDENTIFICAÇÃO DA PESSOA QUE
A RECEBEU;

Art. 96 (hipóteses me que a impontualidade será justificável, de modo que a falência não deverá
ser decretada)

 Quando o requerido provar falsidade do título;


 Prescrição;
 Nulidade da obrigação representada no título;
 Pagamento da dívida;
 Vício no protesto ou em seu instrumento;
 Qualquer outro fato que não legitime a cobrança do título;

Frustração de Execução (art. 94, II): o devedor está sofrendo execução individual por qualquer
quantia líquida, e não paga ou deposita o valor respectivo, tampouco nomeia bens suficiente à
penhora dentro do prazo legal;

- distribuída com o requerimento de falência, instruído com certidão expedida pelo juízo em
que se processava a execução individual, em que conste o não pagamento do valor devido, o
juiz determinará a citação do devedor no prazo de 10 dias e então recuperação ou efetuar o
deposito elisivo ou contestar o pedido;

 A execução pode ter-se embasado em título judicial ou extrajudicial;


 Não há necessidade de o valor ser superior a 40 salários;

- a falência não é decretada nos autos me que se processa a execução individual;

- frustrada a execução, o exequente deve munir-se de certidão judicial demonstrando que o


executado não pagou nem depositou os valores devidos, tampouco nomeou bens à penhora, e,
em seguida, formalizar requerimento de falência no juízo competente;

- o credor que tem titulo de credito em seu poder possui a opção de requerer imediatamente a
falência com fundamento no at. 94, I, ou, antes disso, tentar promover uma execução individual,
e, caso dê-se por frustrada, promover o pedido de falência;
Prática de Ato de Falência (art. 94, III)

- são normalmente praticados por devedor insolvente;

- nas hipóteses em que o pedido se baseia em ato de falência, a inicial deve descrever os fatos
que o caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão
produzidas;

- não é baseado em título, mas sim em conduta suspeita do devedor;

- o devedor deve contestar apresentando provas em sentido contrário;

- é inviável o pedido elisivo;

- o juiz analisa a contestação e ou requer novas provas ou prolata sentença, decretando falência
ou não;

SUJEITO ATIVO DA FALÊNCIA

Art. 97:

- a falência pode ser requerida pelo próprio devedor – autofalência- que possui rito próprio e
não há citação do devedor para apresentação de defesa, na medida em que ele é requerente da
falência;

- é pleiteada quando o próprio devedor verifica seu estado de insolvência; não há sanção aquele
que, verificando seu estado de insolvência, deixa de requerer a autofalência;

- A falência pode ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou
ainda pelo inventariante;

- é possível que um único herdeiro requeira a falência, ainda que os demais discordem do
pedido;

- a falência pode ser requerida por cotista ou acionista do devedor, na forma da lei ou do ato
constitutivo da sociedade;

- esse dispositivo só faz sentido para assegurar que acionista ou cotista minoritário efetue o
pedido de quebra, pois, caso a maioria dos integrantes de uma sociedade entenda que a falência
deve ser decretada, podem simplesmente deliberar no sentido de ingressar com o requerimento
de autofalência;
- a falência pode ser requerida por qualquer credor;

- em se tratando de credor empresário, só poderá requerer a falência de outra empresa se


comprovar a regularidade de suas atividades, o que faz mediante a comprovação de que seus
atos constitutivos estão arquivados no regisro público de empresas;

- o empresário irregular pode ter sua falência decretada, mas não pode requerer a falência
de outras empresas;

- juízo universal de falência: após a decretação da falência, o juízo no qual ela tiver sido
decretada passa a ser competente para conhecer todas as ações sobre bens, interesses e negócios
do falido, ressalvadas as causas trabalhistas e fiscais;

- o requerimento da falência deve ser feito na comarca onde se situa o principal estabelecimento
do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil;

- os pedidos de falência estão sujeitos a distribuição obrigatória, respeitada a ordem de


apresentação;

- a distribuição de pedido de falência previne o juízo para qualquer outro pedido referente ao
mesmo devedor;

- os processos de falência e seus incidentes preferem a todos os outros na ordem dos feitos, em
qualquer instancia;

AUTOFALÊNCIA

- deve-se peticionar expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade


empresarial, acompanhada de documentos;

- se o juiz verificar que o pedido não está adequadamente instruído, mandará emendar e, sem
seguida, declarará falência;

Dos recursos contra a sentença

- a sentença que decreta falência encerra uma fase de procedimento, mas da inicio a outra;

- agravo de instrumento conrta a decisão;


- o prazo para a interposição é de 10 dias, nos termos do 522 do CPC;

- existe a possibilidade de o juiz prolatar da decisão recorrida se retratar e modificar sua decisão
– é o juízo de retratação;

- é concedido efeito suspensivo ao agravo, hipótese em que a empresa poderá continuar em


funcionamento até o julgamento do recurso;

- para sentença que denega falência o recurso cabível é apelação;

- prazo de 15 dias

- declara falência: agravo de instrumento com prazo de 10 dias;

- denega falência: apelação com prazo de 15 dias;

- O MP TEM LEGITIMIDADE PARA RECORRER;

DOS EFEITOS DA FALÊNCIA

Art. 77: a decretação da quebra determina o vencimento antecipado das dívidas do falido e dos
sócios ilimitada e solidariamente responsáveis, com o abatimento proporcional dos juros;

- se por ocasião da decretação da falência faltava ainda algum tempo para vencer obrigação
assumida pelo devedor, a decisão judicial fará com que ela imediatamente se considere vencida
-

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