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Projeto de Pesquisa

Orientador: Inara Marin


Orientando: Gabriel Lima

A repetição e o sentido da técnica em Freud

1) Resumo:

A presente pesquisa pretende investigar em que medida a noção de repetição é um fator


orientador da técnica para Freud, tomando como eixo os “artigos sobre a técnica” e os
escritos acerca da cultura (Kultur). A escolha desse duplo eixo bibliográfico é
consequência do duplo sentido que a questão técnica assume no desenvolvimento de
teoria freudiana, de um lado como fundamentação da prática psicanalítica, de outro, como
um dos componentes centrais da cultura. Em ambos conjuntos de textos a técnica se
apresenta vinculada à moral, a qual tende a repetição; a técnica psicanalítica se apoia na
repetição enquanto transferência apresenta como uma diretriz, seja do método analítico,
seja. Minha hipótese é que o sentido adquirido pela técnica é derivado pela a maneira
como a repetição é posicionada, seja através do atravessamento por elaboração, ou
ciclicamente.

2) Introdução e justificativa, com síntese da bibliografia fundamental

O fato de Freud fundar com a psicanálise não apenas uma teoria, mas também um novo
método terapêutico, o obrigou a sistematizar a especificidade desta técnica e assim tornar
possível a transmissão do tratamento psicanalítico. Entre 1911 e 1914, Freud escreveu
uma série de artigos técnicos que foram reunidos posteriormente pelo próprio autor em
uma coletânea denominada “sobre a técnica da psicanálise”. Em tais artigos é orientada a
especificidade do modo de intervenção durante o tratamento analítico, bem como a
conceituação dos principais operadores clínicos, a saber, a associação livre, a atenção
flutuante, a resistência e a função da transferência.

Entretanto, a técniNo texto de 1908, “A moral sexual ‘cultural’ e o nervosismo moderno”,


Freud se insere no debate que procura responder em que medida o desenvolvimento
técnico e as práticas sociais que surgem a partir dele são a causa de um “nervosismo
moderno”, característico do citadino imerso no excesso de estímulos da cidade moderna,
tendo seus sentidos superexcitados constantemente. A tese que o artigo defende é que os
fatores sociais são insuficientes para explicar os novos distúrbios nervosos, a partir de
então passa a defender os fatores etiológicos que afetam essas doenças, mais
especificamente aqueles que são fruto da moral sexual “cultural”. Como coloca Dunker
(2017), a tese defendida por Freud “descarta a abordagem direta que traduz práticas em
perturbações e recorre aos conceitos de mediação: privação (Entbehrung) e influxo
hipertrófico (übergrosser Zufuhr)” (p.121) Cito Freud:

“Nossa civilização está baseada na repressão das pulsões. Cada indivíduo


renunciou a um quê do que possuía, à plenitude de seu poder, às tendências
agressivas e vingadoras de sua personalidade” 1(FREUD, 2018, p.368)

Saroldi (2011) aponta que neste texto Freud ainda estava mais no campo da sexologia do
que no da psicanálise, uma vez que o de pulsão ainda não estava sendo empregado..., só
seria extensivamente e fundamentalmente estabelecido com o artigo de 1915, “As pulsões
e seus destinos”.

1
FREUD, A moral sexual “cultural” e o nervosismo moderno (1908) In: Sigmund Freud. Obras
Completas. Volume 10 São Paulo: Companhia das letras, 2018ª p. 368
6) Bibliografia

6.1) Obras de Sigmund Freud (em ordem cronológica)

FREUD, Projeto para uma psicologia (1895). Tradução e notas de Osmyr F. Gabbi. Rio
de Janeiro: Imago, 1995

______, A interpretação dos sonhos (1900) Porto Alegre: L&PM Editores, 2017

______, A moral sexual “cultural” e o nervosismo moderno (1908) In: Sigmund Freud.
Obras Completas. Volume 10 São Paulo: Companhia das letras, 2018a

______, Formulações sobre os dois princípios do funcionamento psíquico (1911) In:


Sigmund Freud. Obras Completas. Volume 10 São Paulo: Companhia das letras, 2015

______, Sobre a dinâmica da transferência (1914) In: Fundamentos da Clínica


Psicanalítica. Belo Horizonte: Autentica, 2017

______, Lembrar, repetir, perlaborar (1914) In: Fundamentos da Clínica Psicanalítica.


Belo Horizonte: Autentica, 2017

______, As pulsões e seus destinos (1915) Tradução de Pedro Heliodoro Tavares. Belo
Horizonte: Autentica, 2017

______, O Inquietante (1920) In: Sigmund Freud. Obras Completas. Volume 14, São
Paulo: Companhia das letras, 2017

______, Além do princípio do prazer (1920) In: Sigmund Freud. Obras Completas.
Volume 14, São Paulo: Companhia das letras, 2017

______, O problema econômico do masoquismo (1924) In: Sigmund Freud. Obras


Completas Volume 16. São Paulo: Companhia das letras, 2017

______, Nota sobre o bloco mágico (1925) In: Sigmund Freud. Obras Completas Volume
16. São Paulo: Companhia das letras, 2017

______, O mal-estar na civilização (1930) In: Sigmund Freud. Obras Completas Volume
18. São Paulo: Companhia das letras, 2017

______, A análise finita e a infinita (1937) In: Fundamentos da Clínica Psicanalítica. Belo
Horizonte: Autentica, 2017
______, Compêndio de psicanálise (1938) In: Sigmund Freud. Obras Completas Volume
19. São Paulo: Companhia das letras, 2018

6.2) Bibliografia secundária

BEZERRA JUNIOR, Projeto para uma psicologia científica: Freud e as neurociências


Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013

DERRIDA, Freud e a cena da escritura. In: A escritura e a diferença São Paulo:


Perspectiva, 1995

FUKS, Freud e a cultura. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 2011

GARCIA-ROZA, Acaso e repetição em Psicanálise. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar,


1986

____________, Freud e o inconsciente. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 2018

____________, Introdução a metapsicologia freudiana. 3 volumes. Rio de Janeiro:


Editora Jorge Zahar, 1996.

GIACOIA, Além do Princípio do prazer. Um dualismo incontornável. Rio de Janeiro:


Civilização Brasileira, 2008

KIMMERLE, G. Denegação e retorno. Uma leitura metodológica de Para Além do


Princípio de Prazer, de Freud. Piracicaba: Editora Unimep, 1999

LACAN, O Seminário 2. O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise. Rio de


Janeiro: Editora Jorge Zahar, 2008

_______, O Seminário Livro 7. A ética na psicanálise. Rio de Janeiro: Editora Jorge


Zahar,

MEZAN, Freud: A trama dos conceitos. São Paulo: Perspectiva, 1982.

MONTENEGRO, A pulsão de morte racionalidade no pensamento freudiano. Fortaleza:


Editora da Universidade Federal do Ceará, 2002

MONZANI, Freud. O movimento de um pensamento. Campinas: Editora da Unicamp,


2014

TÜRCKE, Sociedade excitada. Campinas: Editora da Unicamp, 2010


______, Filosofia do sonho

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