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TEMA DA SEMANA Savana 29-07-2016
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-“Os mediadores querem coisas concretas” – Lourenço do Rosário
-“O problema está com Dhlakama”- Padre Filipe Couto
D
Por Raul Senda*
log
epois da euforia com a partes aceitaram a mediação inter-
chegada dos mediado- nacional, como religiosos, moçam-
res internacionais, o es- bicanos, vimos isso como um sinal
pectro da guerra voltou de esperança para resolver o dife-
a assumir uma posição de relevo. rendo”, disse.
Não é para menos: Mário Rafa- Para Matsolo, o desejo é que os
elli, o negociador-chefe da equipa mediadores continuassem a acom-
dos mediadores, que também teve panhar todo o processo negocial até
as partes se entenderem.
ció
um papel crucial nas negociações
Segundo o reverendo, o povo mo-
de Roma (1990-1992), anunciou, çambicano está bastante martiriza-
esta quarta-feira, a suspensão do do pela guerra pelo que já é tempo
diálogo até 08 de Agosto, depois de de parar com as armas duma vez
não ter conseguido uma trégua nas por todas.
hostilidades militares e as partes “A interrupção do diálogo constitui
terem encalhado na discussão da uma grande decepção para o povo
governação de seis províncias por moçambicano e os políticos deviam
parte da Renamo. Publicamente, reflectir e pensar no povo”, afirma.
Raffaelli disse que os mediadores
deram tempo para que clarifiquem
posições em relação à agenda.
conversações encalharam no início à tensão político-militar. Julho, uma quarta-feira, os encon- preparar agendas para que no nosso
da discussão do primeiro ponto da No dia 18 de Julho, os mediado- tros da comissão mista sucederam- regresso esteja tudo claro para dis-
agenda: a governação de seis pro- res iniciaram com as diligências -se na quinta, sexta e sábado se- cutirmos”, recomendou.
contactando o PR e outras partes guintes. Os encontros começaram Mário Raffaelli fez notar que, nas
víncias do país por parte da Re-
influentes no xadrez político na- a descarrilar quando a Renamo pôs conversas que os mediadores man-
namo. O movimento de Afonso
cional. na mesa o primeiro ponto. Logo tiveram com os dois líderes, apela-
Dhlakama, tal como referiu em
nessa reunião, os representantes dos ram para a necessidade de se encon-
entrevista ao nosso jornal na última A vinda dos mediadores foi vista
mediadores escolhidos pelo gover- trar formas de acabar com a guerra.
edição, não desarma em relação à com grande expectativa, devido a
no não compareceram ao encontro. Raffaelli sublinhou que, quer o PR,
governação das seis províncias onde divergências profundas entre as
Segundo fontes próximas do en- Dinis Matsolo
io
reivindica vitória. Por outro lado, o partes. quer o líder da Renamo, voltaram a
contro, Kikwete nunca esteve nos reiterar o seu compromisso com a
governo argumentou que a preten- Depois de aceitar mediadores, o A par de pré-condicionalismos, Di-
encontros e Quett Masire, como estabilidade da país e frisaram que,
são é inconstitucional e o processo governo, de forma surpreendente, nis Matsolo refere que a constante
antigo presidente, aparentemente
deveria ser visto no quadro das ini- também propôs os seus mediado- desta vez, querem uma paz efectiva, troca de acusações entre as partes
não se sente confortável com um
ciativas de descentralização já ini- res. O PR enviou convites a Jakaya verdadeira e duradoura. também não ajuda na resolução do
papel subalterno, uma vez que a
ciadas. Perante a intransigência das Kikwete, ex-Presidente tanzaniano O impasse que está a dividir as duas conflito.
ár
Masire. O convite a Blair foi passa- víncia do Niassa. Nesta segunda- acabar com o conflito porque quem
Segundo as nossas fontes, não hou- Para contornar o embaraço, foi ex-
-feira, em Cheringoma, na zona está a sofrer é o povo”, apelou.
ve abertura para contra-propostas do ao seu antigo chefe de gabinete, plicado que os mediadores foram
de Inhamintanga, foi atacado um
de ambas as partes. Por sugestão Jonathan Nicholas Powell, também obrigados a cancelar agendas nos
comboio da multinacional Vale. A “Os mediadores querem
de Nyusi, Raffaelli também terá dirigente da Inter Mediate. países de origem, custear as des-
Renamo argumenta que aumenta- coisas concretas” –
sugerido uma trégua nas hostilida- A Renamo tinha proposto a África pesas de alojamento, alimentação,
ram os bombardeamentos à serra Lourenço do Rosário
des militares a Dhlakama enquanto do Sul, a Igreja Católica e a União comunicações e outros gastos refe- O reitor da Universidade Politéc-
da Gorongosa onde, aparentemen-
decorrem as conversações. Aparen- Europeia. rentes à sua estadia na capital mo- nica e antigo mediador do conflito
te, se encontra o seu líder, Afonso
temente, o líder da Renamo aceitou O Presidente Jacob Zuma indi- çambicana, entendendo que há ne- Dhlakama. armado entre o Governo e a Re-
a sugestão, mas exigiu que as forças gitou três diplomatas, incluindo cessidade de haver mais seriedade O reverendo Dinis Matsolo é da namo, Lourenço do Rosário, disse
governamentais que se encontram o alto comissário sul-africano em das partes em conflito com vista a opinião de que a presença de me- que, ao contrário dos mediadores
em posição ofensiva junto à serra Maputo, Mondis Mpalwa, a Igreja flexibilizar o processo negocial. Os diadores internacionais é crucial, nacionais que pacientavam as ne-
da Gorongosa se retirem para um Católica indicou o núncio apos- mediadores indicados pelo gover- neste processo, porque está prova- gociações, por longo tempo e, por
raio calculado a partir da cidade da tólico, Edgar Pena e o Secretário no, nomeadamente Quett Masire do, mais do que nunca, que as par- vezes, sem coisas concretas para
Beira. Dhlakama terá dito ao diplo- da Conferência Episcopal de Mo- e Jonathan Powell, deixaram o país tes em conflito nunca se entendem discutir, os internacionais
mata italiano que não faz sentido çambique, João Carlos Nunes, e na segunda-feira. sozinhas. têm suas agendas, pelo que,
aceitar uma trégua nas presentes a União Europeia é representada O encontro, que culminou com a “A partir do momento em que as “querem coisas concretas”.
Savana 29-07-2016
TEMA DA SEMANA 3
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m comboio da minerado- circulação na via. forçadas posições militares para assegurarem que estão garantidas ações de camiões incendiados, que
ra Vale Moçambique foi Os primeiros ataques às locomoti- assegurar o tráfego. condições de segurança e baixaram vinham acontecendo, eram por
alvo de um novo ataque vas foram justificados pela oposição A vale paralisou a circulação de os ataques às colunas escoltadas exemplo quatro ou cinco camiões,
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segunda-feira na zona como sendo para travar o trans- comboios na linha de Sena a 8 de pelo exército. em cada um dos ataques que eles
de Becanta, distrito de Cheringo- porte de armamento pelo exército Junho, após dois ataques às loco- Na sexta-feira passada, um ataque perpetravam e isso definitivamente
ma, em Sofala, quase três semanas moçambicano, para alimentar as motivas, e retomou a evacuação de fez pelo menos 16 feridos, segundo deixou de existir”, frisou Leonar-
após a multinacional ter retornado ofensivas militares às bases do mo- carvão de Moatize para o porto da contou ao SAVANA um automo- do Colher,
Colher salientando que alguns
o escoamento do carvão na linha vimento na região centro do país. Beira a 27 de Junho. bilista que testemunhou o inciden- focos de ataques têm ocorrido aos
de Sena, depois de duas semanas Entretanto, a multinacional brasi- Este novo ataque é entendido te, mas a Polícia apenas confirmou automobilistas que circulam por
de paralisação, na sequência de leira Vale anunciou nesta quarta- como o corolário de novas perdas idos, todos condutores de
dois feridos, renitência fora das escoltas.
duas emboscadas consecutivas no -feira uma nova suspensão de cir- económicas segundo o director pesados, sendo um nacional e um De 1 a 7 de Junho, pelo menos 12
início de Junho, na mesma zona, culação da sua produção de carvão executivo da empresa estatal CFM malauiano, cujas viaturas eram camiões de transportes de carga,
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que tem um reforço de posições na linha de Sena, após o ataque centro, que administra a linha, principais alvos, até que foi mon- incluindo camiões tanques, a maio-
militares para garantir segurança. armado contra um comboio da Cândido Jone, adiantando que há tada a maior escolta que existe ac- ria do Malawi, foram incendiados
empresa na segunda-feira no troço. todo um trabalho a ser feito para tualmente – tem 270 quilómetros ao longo da EN7, por supostos
Segundo apurou o SAVANA, o “A empresa participou a ocorrência garantir segurança no troço. – entre Vanduzi (Manica) a Chan- homens armados da Renamo no
maquinista e um segurança da lo- às entidades competentes e sus- O director executivo da empresa gara (Tete) junto ao rio Luenha distrito de Báruè (Manica), o que
comotiva ficaram feridos, quando pendeu as actividades na linha do estatal CFM centro, Cândido Jone, que divide as duas províncias. levou Lilongwe a ponderar deixar
cerca das 10:00 horas desta segun- Sena” precisou a Vale em comuni- disse à imprensa na Beira que há Segundo a Polícia de Manica, de usar estradas moçambicanas.
da-feira o comboio, que escoava cado, sem avançar a previsão do re- avolumadas perdas com as restri- em média três colunas, de escolta Em resposta, as autoridades intro-
carvão de Moatize para o porto da torno de circulação naquela linha, ções na circulação na linha Moati- obrigatória do exército no troço da duziram as escoltas obrigatórias a
Beira, foi alvo de disparos, atribu-
ídos aos homens armados da Re-
namo.
O maquinista foi ferido nas costas,
enquanto o segurança no braço e
na perna, apurou o jornal, depois
e aclarou que no comboio atacado
seguiam três trabalhadores, o ma-
quinista e o seu auxiliar e um se-
gurança da empresa privada G4S.
Sabotagem económica
so
ze-Beira, assegurando que um tra-
balho está a ser levado a cabo para
garantir uma circulação segura.
A empresa estatal CFM, respon-
sável pela linha de transporte e es-
paço de manuseamento de carvão
EN7 Vanduzi-Changara, são alvos
de emboscadas por semana.
Leonardo Colher, chefe das re-
lações públicas no comando da
Polícia de Manica, disse que pelo
menos três colunas, escoltadas pe-
9 de Junho no troço, mas poucos
dias depois outros três camiões
foram incendiados próximo ao rio
Cagole, no sentido Nhampassa-
-cruzamento de Macossa (Báruè).
Ainda segundo a fonte, o aumento
que vários disparos contra a loco- O administrador de Cheringo- mineral, perdeu em duas semanas las Forças de Defesa e Segurança, de duas para seis escoltas diárias,
motiva foram feitos pela mata, per- ma, que confirmou na ocasião o de paralisação 68 comboios de car- são atacadas por semana, uma fre- no troço de 273 quilómetros – é
to de Nhamitanga (Cheringoma), incidente com o comboio da Vale gas da vale Moçambique
Moçambique. quência que considera mínima, se a escolta mais longa que existe -
um
uma zona onde foram reforçadas Moçambique, classificou o novo Como consequência, a empresa comparada com as emboscadas an- de Vanduzi (Manica) a Changara
três posições militares, o que serviu ataque à locomotiva de “sabotagem estatal perdeu mais de 30 mil mi- teriores, que forçaram a introdução (Tete), permitiu a redução do nú-
de garantias de segurança para os económica”, assegurando que a in- lhões de meticais pela não circula- das escoltas no troço há um mês e mero de viaturas por escoltar e o
comboios da Vale voltarem a cir- vestida tem grave impacto político ção na via desta empresa que é um meio. aumento de segurança dos escol-
cular. e económico. dos grandes clientes dos CFM, ao “Especificamente aos ataques, eles tados.
“Aquilo é uma mata densa, então “Não tivemos muitos danos como longo da linha de Sena. têm ocorrido de forma esporádica. “O número de carros por escoltar
foram montadas posições do exér- tal, tivemos dois feridos ligeiros, Moçambique tem conhecido um Em termos de média por semana, reduziu, mas sob ponto de vista
cito para evitar novos ataques de- com tipo escoriações, um maqui- agravamento dos confrontos entre pode ser duas ou três vezes, naquela de segurança aumentou, porque é
pois da Vale ter suspendido a cir- nista e um segurança da locomo- as Forças de Defesa e Segurança manifestação típica de situações de complicado ter de escoltar 500 ca-
culação de comboios e ter imposto tiva, mas isso é uma sabotagem e o braço armado da Renamo, o guerrilha e imprevisíveis”, precisou miões, de alguma forma se não se
medidas de segurança para voltar a económica e com grave impacto, principal partido da oposição, além Leonardo Colher, adiantando que tomarem todas as medidas pode se
de
usar a linha”, disse um funcionário pois todas as pessoas vão gritar de acusações mútuas de raptos e tem valido a pronta intervenção pôr em causa as questões de segu-
público local. pela situação”, disse ao jornal José assassínios de militantes dos dois das Forças de Defesa e Segurança rança”, aclarou Leonardo Colher.
As locomotivas eram condicio- Domingos. lados. para se evitar cenários piores. Contudo, um transportador de
nadas a circular apenas de dia no O incidente ocorreu quase um mês A introdução das escoltas, pros- passageiros interdistrital assegurou
referido troço e novas negociações, após a mineradora ter retomado a Teatro na EN7 seguiu, melhorou de forma signi- que apenas uma escolta a cada sen-
exactamente na data do ataque, es- circulação de comboios na linha As incursões militares, atribuídas à ficativa a segurança das pessoas e tido tem sido feita por dia e tem
tavam em curso nos Caminhos de Moatize-Beira, depois de uma Renamo, continuam no centro de bens no troço, sobretudo o ataque se verificado um congestionamen-
Ferro de Moçambique (CFM) na paralisação de duas semanas em atenção em Manica, com as preo- de camiões de transporte de com- to nos estacionamentos dos dois
Beira, para alargar o perímetro de Junho, devido à situação de inse- cupações a crescerem entre os uti- bustíveis e alimentos. extremos, além de “super demoras
segurança e o condicionalismo de gurança no troço, onde foram re- lizadores da via e as autoridades a “Acabamos de evitar aquelas situ- nas esperas das escoltas”.
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Para o académico, esta inter- para explicar a presente interrupção o diálogo, Filipe Couto diz que a teressado em resolver o problema
rupção, para a reorganização e e diz que se os mediadores decidi- Renamo também tem a obrigação da paz. Ele encarnou no seio de si
harmonização da agenda, mos- ram parar o diálogo para o gover- de esclarecer a opinião pública e in- que as armas é que o tornam mais
ár
tra claramente que não estão cá no e a Renamo organizarem suas dicar a entidade que lhe legitimou relevante e forte. Sem armas em
paraa ver as duas partes a dar ditos agendas e trazer pontos concretos como vencedora dessas províncias e punho, perde o seu poder e, neste
por não ditos, trocarem acusações, para a discussão, isso é positivo. que deve governá-las. momento, não se quer ver despido
mas sim trazer coisas concretas que Porém, se pararam porque as partes Sublinha que, entre as partes em desse poder”, sentenciou.
possam ajudar na resolução do con- não têm nada de concreto para dis- conflito, há mágoas escondidas e
flito cutir, é preocupante e negativo. que levam a vaticinar que não será *Com Redacção
Di
Questionado se a interrupção do Filipe Couto, que também foi me- esta geração a acabar, definitiva-
diálogo não poderá pôr em causa
diador do diálogo político entre mente, a confusão, mas sim as ge-
um processo que já dava bons si-
2012 e 2014, defende a tese de que rações vindouras.
nais, o académico referiu que não
se deve criar um ambiente que per- Para Couto, o problema da Rena-
está dentroo do assunto, pelo que,
lhe tornaria difícil fazer suposições. mita encontros informais entre os mo não é a governação das seis pro-
Contudo, disse que a interrupção dois líderes e longe da cobertura víncias, não é a inclusão económica
mostra que o diálogo não está as- Lourenço do Rosário mediática. e muito menos a desmilitarização e
sim tão fácil como aparentava e que Couto avança que defende esta integração dos seus homens na vida
a imagem de que não é o principal
pode levar mais tempo. tese, na medida em que, os seus normal.
responsável pela crise e as acusações representantes no diálogo político Para ele, o problema está encarna-
Quanto às acusações que cada
uma das partes faz, o académico é fazem parte desse jogo de cintura. podem não lhes transmitir, fiel- do na pessoa de Afonso Dhlakama
da opinião de que a vitimização é mente, as questões discutidas e isso que construiu a Renamo no sentido
normal numa situação de conflito O problema está com provocar alguma confusão. de se fazer valer como uma organi-
armado. Dhlakama Sobre a governação das seis provín- zação forte quando tem do seu lado
Segundo Lourenço do Rosário, O antigo reitor da UEM, Filipe cias, exigência feita pelo maior par- homens com armas em punho.
cada uma das partes quer tentar dar Couto, lança duas possibilidades tido da oposição para avançar com “O senhor Dhlakama não está in- Padre Couto
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TEMA DA SEMANA Savana 29-07-2016
o
A
Por Argunaldo Nhampossa
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s bancadas parlamentares Assim, o orçamento rectificativo pas- Outro ponto que inquietou a oposi-
da Renamo e MDM vo- sa para 243,4 mil milhões de meticais ção foi o agravamento de 3.350 mil
taram contra a revisão do contra os 246,1 mil milhões de meti- meticais na rubrica que autoriza o go-
Plano Económico e Social cais aprovados ano passado. verno a emitir garantias e avales, que
(PES) e o respectivo Orçamento de A rubrica das despesas de funciona- partiu de 22.750 mil meticais para
Estado (OE), alegando que o governo mento regista uma subida, passando 26.100 mil metic
meticais.
montou uma engenharia para susten- dos 136,2 mil milhões aprovados em A Renamo entende que esta é uma
tar o pagamento das dívidas ocultas. 2015 para 143,3 mil milhões. Ma- engenharia montada pelo governo
As duas bancadas fundamentam a sua leiane justifica este incremento como para legalizar as dívidas ocultas emi-
posição com o facto de o executivo ter consequência do efeito combinado do tidas a favor da Proindicus e da Mo-
ció
revisto em alta a rubrica de “garantias ajustamento em baixa nas rubricas de zambique Asset Managent (MAM).
e avales” que passaram dos anteriores despesas com pessoal, bens e serviços No mesmo diapasão, o MDM disse
22.750 mil meticais, para 26.100 mil em linha com os critérios de revisão e que esta seria uma maneira de emitir
meticais. 9RWRPDLRULWiULRGD)UHOLPRYLDELOL]DDDSURYDomRGR3(6H2(UHFWLÀFDWLYRV do incremento dos encargos
encarg da dívida, um cheque em branco para o governo
transferências correntes e outras des- legitimar aquelas dívidas.
No entanto, a bancada da Frelimo, que serviços essenciais de educação, saúde, deverão estar nos USD 1,2 milhões, Incomodado com estes posiciona-
pesas correntes.
com recurso à chamada “ditadura do abastecimento de água, energia e pro- contra 2,3 programados. As expor- mentos, o ministro da Economia e Fi-
No cenário contrário, as despesas de
voto” viabilizou esta quarta-feira os tecção social. tações passarão dos actuais USD 3,6 nanças, Adriano Maleiane, convocou
investimento baixam dos actuais 83,9
dois instrumentos, negou, em defesa Assim, a revisão do PES consistiu no milhões para USD 3,2 milhões. a imprensa após a aprovação do PES
mil milhões de meticais para 76,0 mil
ajustamento de 151 metas, do total de A nova proposta orçamental apresenta
do Governo, essa pretensão, alegando
que o valor aumentou devido à oscila-
ção da taxa de câmbio.
Evocando alteração dos pressupostos
macroeconómicos estabelecidos para
o presente ano, causados essencial-
mente pela desaceleração da economia
mundial, baixa dos preços das com-
433 e no adiamento de 69 acções do
total de 308, que constam do Plano
Económico e Social aprovado em De-
zembro de 2015.
Maleiane fez notar que as novas pre-
visões do OE revisto indicam que a
taxa do crescimento do PIB vai desa-
so
um défice de 77.8 mil milhões de me-
ticais que, de acordo com o ministro
de Economia e Finanças, é referente
às despesas de investimento, mas es-
pera mobilizar recursos para a respec-
tiva cobertura.
“O adiamento das acções abrangeu,
milhões de meticais, como efeito di-
recto da suspensão do apoio financei-
ro, pois no entender do ministro este é
o sector onde se fazia sentir o dinheiro
dos doadores.
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e o OE para reiterar que o incremento
daquele valor tem a ver com a depre-
ciação do metical.
“Se pegarmos nos 22,750 mil milhões
de meticais inscritos inicialmente
nas garantias e avales e dividirmos
por 45.20 meticais o dólar vai dar
USD500 milhões que é o valor das
modities, seca, calamidades naturais, celerar para 4,5%, contra a projecção entree outras, a construção de novos O incremento exponencial de 9,3 mil garantias em moeda norte-americana.
tensão político-militar, depreciação do inicial de 7%. Espera igualmente que a ícios para o funcionamento da
edifícios milhões de meticais para a rubrica das Actualizando, se fizer a mesma coisa
outras despesas correntes, que passa-
um
metical e suspensão do financiamento inflação, que actualmente se situa nos administração pública, redução do com o novo valor de 26.100 mil mi-
ao Orçamento do Estado pelos doa- 19,7%, possa abrandar até ao final do echamento de edifícios já con-
apetrechamento rá para 10.5 mil milhões de meticais lhões de meticais e dividir por 52. 22
dores, o governo moçambicano foi à ano para 16,7% contra os 5,6% antes cluídos, bem como a redução de re- contra 1,2 mil milhões anteriormente meticais o dólar (câmbio oficial do
Assembleia da República solicitar a estabelecidos. É preciso lembrar que cursos destinados a viagens e ajudas atribuídos, preocupou os deputados da Banco de Moçambique) vai dar USD
aprovação dos projectos de revisão do o pico da inflação em Moçambique é de custos, combustíveis, lubrificantes e oposição. 500 milhões”, elucidou.
PES e OE, para viabilizar os seus pro- o mês de Dezembro. A título ilustra- comunicações nas despesas de funcio- Na ocasião, Maleiane justificou que Precisou que não houve aumento ne-
jectos governativos. tivo, a inflação anual de 2015 atingiu namento”, disse. este agravamento visa cobrir o défice nhum e nem fazia sentido incluir nes-
O ministro da Economia e Finanças, 10.55%, devido a um aumento acen- O governante destacou que estas ac- orçamental causado pela falta de de- te momento garantias das dívidas da
Adriano Maleiane, esclareceu que a tuado de 5,6% nos preços, em Dezem- ções permitiram ao governo poupar sembolso do financiamento externo, MAM e Proindicus por já terem sido
revisão do PES tem como objectivo bro, o mês que registou a inflação mais 19,5 mil milhões de meticais, dos em casos de ocorrência de mais ca- emitidas em 2013/14. Para o dirigen-
ajustar a actividade económica e social alta de todo o ano em referência. quais 7 mil milhões nas despesas de lamidades naturais, bem como para te, a única coisa que pode acontecer
ao volume dos recursos disponíveis, Na senda das revisões em baixa, as Re- funcionamento e os restantes 12,2 mil atenuar o custo de vida subsidiando o é inscrever as dívidas na Conta Geral
sem afectar a oferta e prestação dos servas Internacionais líquidas (RIL,s) milhões nos investimentos. pão, transporte, água e energia. do Estado e não no OE.
de
Turquia: solução
solução ser
será democrática
N
- Aylin Tashan admite, por outro lado,, ligações
ro lado de golpis
ligações de golpistas turcos com Maputo
io
o calor de um fracassado negociações com a União Europeia, exige a sua extradição para a Turquia. não se tem dúvidas sobre o envol-
golpe de Estado na Tur- Erdogan tem repetido que os golpis- Na narrativa da embaixadora, Gulen, vimento de organizações e empre-
quia, cresce o receio de o tas irão pagar um preço alto pelo que o através da sua organização FETO, sas turcas representadas em Mo-
presidente Recep Tayyip presidente chama por “traição”. tem usado estudantes, recrutas e se- çambique, na fracassada tentativa
Erdogan aproveitar o ambien- Esta semana, entretanto, Aylin guidores empregados, particularmen- de golpe que, até esta quarta-feira,
Tashan, a embaixadora turca, em Ma- te, nos serviços públicos e burocráticos à hora do fecho desta edição, já
ár
aldeia global. os receios da deterioração de direitos Afirmou que o movimento tem tam- quela reapresentação diplomática,
humanos, num país onde o presidente bém uma extensa rede de escolas em diga-se fiel a Erdogan, em Mapu-
Desde o fracassado golpe da fatí- é citado a dizer que é mais caro man- todo o mundo. “Negócios e institui- to, afirmam categoricamente que
dicaa noite de 15 de Julho corrente, ter golpistas nas cadeias, em vez de ções financeiras do grupo foram en- há organizações e empresas turcas,
que apagou a vida de 208 turcos fuzilá-los, Aylin Tashan garantiu que Aylin Tashan, embaixadora da Turquia volvidos no financiamento do grupo, cujos nomes omitimos, que estão
e mais de 1400 feridos, Erdogan, não haverá instalação da ditadura na manos e continua a honrar com os bem como lavagem de dinheiro. Hos- metidas no suposto plano de fun-
que para as celas recolheu milha- Turquia. seus compromissos dentro deste siste- pitais e organizações sem fins lucra- damentalistas que, alegadamente,
res, tem se batido duro pela rein- De acordo com a diplomata, tudo será ma”, disse Tashan, frisando estar con- tivos também servem para criar um pretendiam instalar o seu primeiro
trodução da pena de morte naque- feito no espírito da democracia e das vencida que Erdogan não irá introdu- círculo de simpatizantes” denunciou. Estado na Turquia.
le que é o único país do mundo leis e, nisso, o parlamento turco será zir ditadura. Entretanto, questionada pelo nosso “É preciso estarmos atentos a
que ocupa, simultaneamente, dois decisivo. jornal sobre se haverá ou não ligações essas pessoas porque também
continentes, a Europa e a Ásia. “A Turquia cumpre com os princípios Golpistas turcos em Maputo? do “grupo terrorista” de Fethullah Gu- podem precipitar golpes aqui
Perante um coro internacional do Estado de Direito e faz parte de Na conferência de imprensa, a em- len com Moçambique, Aylin Tashan em Moçambique”, comentou ao
contra a reintrodução da lei abo- um dos maiores e eficientes sistemas baixadora responsabilizou o que de- admitiu a hipótese, mas não entrou SAVANA uma fonte ligada à
lida em 2002, depois de longas de protecção dos direitos humanos, signou por “ataque hediondo” orques- em detalhes. embaixada turca, sem esconder o
conversações no quadro das refor- através do Conselho da Europa e do trado por Fethullah Gulen, que reside O que é certo é que nos corredores seu incondicional apoio ao actual
mas democráticas de abertura das Tribunal Europeu dos Direitos Hu- nos Estados Unidos e que Erdogan daquela representação diplomática presidente turco.
Savana 29-07-2016
TEMA
PUBLICIDADE
DA SEMANA 5
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SOCIEDADE Savana 29-07-2016
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Por Elisa Comé
a manhã quente de 21 de sentimos um apoio. Ele deixa um
Julho, os caminhos con- legado”, referiu.
vergiam ao Teatro Ave- Elliot Alex, actor, considera que
nida, na baixa da cidade Machado foi uma figura incon-
de Maputo, onde foi prestada a tornável na área do teatro. “Ele
última homenagem ao homem do foi um exímio cultor das artes, ele
jornalismo e de cultura que se no- amava o saber, tanto mais que a
ció
tabilizou pela sua crítica incisiva nós artistas ensinou-nos a paixão
e, por vezes, satírica, aos diversos pela leitura. Ele sempre partilhou
temas de actualidade moçambi- tudo que tinha na sua vida”, con-
cana. siderou.
Por sua vez, a filha, Sara Machado,
Foi uma cerimónia simples, mas caracterizou o pai como um ho-
simbólica e à dimensão da figura mem ligado a rotinas com espírito
que foi o jornalista, cronista, car- aventureiro, calmo, pacífico, pon-
toonista, actor e dramaturgo, Ma- derado, mas que podia passar para
chado da Graça. Não é por acaso
que diversas personalidades da
arena política, académica, cultural
e da comunicação social cruza-
ram-se na chamada “catedral das
artes” para prestar o último adeus
so o estado vulcânico em segundo se
algo o incomodasse. “Foi um ho-
mem realista e prático, porém as
peças que criava eram surrealistas,
a política e o estado do país faziam
viver e alimentar a sacana”, disse.
a João Ferraz Miguel Machado da “O meu pai, apesar de ser coerente,
Graça, de seu nome completo, que era uma pessoa cheia de contradi-
perdeu a vida no dia 19 de Julho
um
ções que a meu ver enriqueciam a
último, em Maputo, vítima de do- suas qualidades e pela forma como faz, há espaço para contraditório”, tical. As suas crónicas eram mui- sua personalidade multifacetada”,
ença. lidava com os colegas. A sua morte destacou Muchanga, para quem to importantes, pois através delas acrescentou Sara Machado.
Durante o velório, colegas, amigos é uma grande perda para a rádio, a da Graça estava efectivamente do
e familiares foram convidados a imprensa, a família e a sociedade lado da verdade até aos últimos
D
batalhas foi Fernando Lima, Pre-
sidente do Conselho da Adminis-
tração da Mediacoop, proprietária
explicou que o jornalista é incom-
parável à nova geração de profis-
sionais. “Apesar de estar derrotado
ele foi um combatente de sempre,
enérgico e bastante abnegado.
“Machado da Graça destacou-
Kok Nam lançado em Xai-Xai
dos jornais SAVANA, mediaFAX epois da Beira,
-se pela sua verticalidade, inte-
de
elemento fundamental da profis- graça, cortava os preconceitos com política em geral”. da morte do primeiro
são, sobretudo dos que levam a sé- as suas convicções, que desbravava Manuela Soeiro, amiga e ex-colega presidente de Moçam-
rio a profissão. Talvez aqui passar matas com as suas machadadas. de Machado nos palcos, lamentou bique.
ao lado da tradição. Mas não vou “Foi um lutador incontornável das o desaparecimento físico daquela A cerimónia de lança-
falar do Machado da Graça. Ele desigualdades sociais, defensor da que descreveu como sendo uma mento do álbum decor-
ár
cumpriu a sua missão. Com brio liberdade de expressão e cidada- figura incomensurável. “Ele nun- reu na sede do Conselho
e cidadania. Por isso nos deixa um nia”, realçou Vaz. ca deixou os seus ideais, qualquer Municipal da cidade de
pesado legado”, declamou Lima. António Muchanga, Porta-voz da que fosse a época, ele não mudava Xai-Xai. O livro já está
Seguiu-se a vez de a Rádio Mo- Renamo, referiu que o cartoonista
Renamo de posição. Machado era coerente à venda na Mabuko em
çambique (RM), na voz de Filipe foi uma figura muito incontor- pela justiça, algo incomum hoje Maputo e na Casa do
Mabutana, despedir-se do antigo nável na história do jornalismo em dia, pois muitas pessoas tro- Artista, na capital pro-
Di
2RUoDPHQWRQmRUHFWLÀFDWLYRp
consistente com o cenário “Faz de conta...”
G
o
Por Roberto Tibana
overno optou por mais Moçambique: Consequências possívies das acções do governo (curto e medio prazo: 2016-2020)
défice em vez de menos,
log
Consequências em cada cenário
indo de 10% para 11% Areas de Reforma “Daquí não saio…” “Faz de Conta…” “Agarrar o boi pelos xifres!”)
em relação ao PIB, quan-
do se deveria situar abaixo de 5%! Mais défice/mais dívida (principalmente interna)/mais Mais défice/mais dívida Superavit fiscal primario/-défice/-dívida
pagamentos atrasados (da dívida e de fornecimentos de bens e
Há duas semanas sugeri três cená- serviços ao Estado)
Sem apoio externo directo ao Despesas mais pro-investimento e pro-pobres
orçamento do Estado;
rios para a actual crise económica Sem apoio externo directo ao orçamento do Estado; apoio
Forte apoio sectorial por via de Fundos Comuns e
mais apoio externo por projectos
e financeira em Moçambioque. externo por projectos limitado e estritamente orientado e
projectos/”Fundos
gerido pleos doaores
Todos eles se definem em termos Adjustamento Fiscal e Comuns/Sectoriais
Retoma do apoio directo ao orçamento
da acção do governo em relação Reestruturação da Pressão financeira ao sector privado (pagamentos atrasados
das compras do Estado, elevadas taxas de juros)
Menos reservas internacionais/
Recuperação de reservas internacionais/Estabilização
Dívida do cambio da moeda nacional
ao ajustamento fiscal e reestrutu- mais dpreciação da moeda
ció
Mais incumprimentos das dividas privadas/empresariais; crise nacional Estabilidade no secror financeiro/bancario
ração da dívida pública (incluindo bancária
Crise bancária
a garantida), responsabilização dos Continuada perca de reservas internacionais e da depreciação
autores do endividamenteo secreto da moeda nacional
cho dos negócios entre as empresas macroeconómicas. O governo che- Banco de Moçambioque (leia-me
e da Lei orçamental, e de possível trás mas que se agravaram mais
estrangeiras envolvidas). gou ao fim do primeiro trimestre de na próxima semana).
abuso de cargo. Segundo, o governo desde a contratação das dívidas ile-
Para enquadrar estes desenvolvi- 2016 com um défice financiável da Em lugar de ir para uma verdadei-
apresentou (e o parlamento apro- gais e secretas. Ou trata-se de uma
mentos, hoje partilho a matriz irmã ordem dos 3% do PIB, no entanto, ra consolidação fiscal reduzindo o
vou) um orçamento que vários ana- incompetência ténica em desenhar
na qual escalpelizo as consequên- o défice realizado foi de 10%, o que défice global, o governo optou pelo
listas e activistas consideram que um verdadeiro programa de con-
cias que poderão advir das acções signific
significa um excesso de 7% foi re- contrário, elevando-o de 10% no
não reflecte as expectativas de ges- solidação fiscal (sempre esperaram
do governo em cada um dos cená- alizado que não é consistente com orçamentpo original para 11% no
tão macro fiscal responsável desta pelo FMI!), ou estamos em pre-
rios esboçados na outra matriz (a o crescimento económico interno e orçamento que deveria ser rectifi-
vez. Terceiro, iniciaram-se as con- sença de uma decisão consciente e
matriz das consequências que pu- externo, o comportamtneo da taxas cativo.
versações (ou negociações?) entre a
blico hoje já circula há três sema- de câmbio (nominal e real), as ex- Uma vez que as variáveis que deter- deliberada de “Fazer de conta”. À
io
RENAMO e o governo da FRE- portaçoes, e os juros internos e ex- minam o défice não se comportam
nas nas redes sociais como compa- espera de quê?
LIMO com a assistência de media-
dores estrangeiros e a exclusão de nheiro inseparável dos cenários eles
todos os restantes actores políticos, próprios).
sociais e cívicos do país. Quarto, o
parlamento aprovou a criação de Olhando para a matriz nota-se cla-
ár
12
Di
10
-2
-4
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
$QiOLVHGD3URSRVWDGH/HLDWLQHQWHDR2UoDPHQWR5HFWLÀFDWLYRGH
o
espoletar a
reforma da Gestão das Finançass PPúblicas e
log
úblicas e
garantir a priorização dos sectores sociais
ctores sociai
Recomendações do Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO): II. Principais Constatações
tações
$ &RPLVVmR GR 3ODQR H 2UoDPHQWR &32 H D$VVHPEOHLD GD 3. Cortes orçamentais ais feitos
feitos sem
sem diferenciação
diferencia sectorial. A pro-
5HS~EOLFD$5QmRGHYHPSHUPLWLUFRUWHVRUoDPHQWDLVDRVVHF- posta de revisão ão orçamental
orçamental adopta
adopta uma
um regra de cortes orça-
ció
WRUHVVRFLDLVHHFRQyPLFRVSULRULWiULRVFRPYLVWDDJDUDQWLUVHU- mentais em “Bens
“Bens ee Serviços”
Serviços”HPLQWHUYDORVTXHYDULDPHQWUH
YLoRVPtQLPRVVRFLDLVEiVLFRVHPLQLPL]DURVLPSDFWRVGDFUL- RVHVHPROKDUSDUDRVVHFWRUHVHUHVSHFWLYRVLPSDFWRV
VHHFRQyPLFDMiVHQWLGRVSHORFLGDGmRHSDUWLFXODUPHQWHSHORV QDYLGDGRVFLGDGmRV1RHQWHQGHUGR)02HVVDIRUPDGHID]HU
JUXSRVPDLVYXOQHUiYHLVjSREUH]D FRUWHVpSUHMXGLFLDODRGHVHQYROYLPHQWRVRFLRHFRQyPLFRHSRGH
$&32HD$5GHYHPJDUDQWLUTXHDUHYLVmRRUoDPHQWDOQmRVHMD SURPRYHUPDLVSREUH]DHGHVLJXDOGDGHVVRFLDLV$PHWRGRORJLD
DSURYHLWDGDSDUDOHJDOL]DUDVGtYLGDVLOHJDLV DGRSWDGDGHYLDWHUHPFRQWDTXHRLPSDFWRGRVFRUWHVHPEHQV
2)02UHLWHUDRVHXSRVLFLRQDPHQWRGHTXHRVPRoDPELFDQRV HVHUYLoRVH[FRPEXVWtYHOQDiUHDGDVD~GHSRUH[HPSORWHP
HVHUYLoRVH[FRPEXVWtYHOQDiU
QmR GHYHP SDJDU GtYLGDV LQFRQVWLWXFLRQDLV H LOHJDLV WDPEpP
GHFODUDGDVLOHJDLVSHOD3URFXUDGRULD*HUDOGD5HS~EOLFD3*5 4.
SRULVVRLQVWDj&32HD$5DQmRDSURYDUHPHVWDSURSRVWDGH
UHYLVmRRUoDPHQWDOQDVXDDFWXDOIRUPXODomRSRLVSRGHUiHV-
FRQGHUDLQWHQomRGHOHJDOL]DUDVGtYLGDVDRVHDXPHQWDUROLPL-
so XPLPSDFWRGLIHUHQWHQDGHIHVDSRUH[HPSOR
4. Aumento
Aumento do
der
do limite
der legalizar
limite de
legalizar dívidas
público.
de Garantias
G e Avales como forma de po-
dívidas ilegais e continuar com endividamento
público.1R2(D$5DXWRUL]RXR*RYHUQRDHPLWLU*DUDQ-
WLDVH$YDOHVQRPRQWDQWHGHPLO0HWLFDLV1DSUH-
WHGHJDUDQWLDVHDYDOHVHDUXEULFDGHRXWUDVGHVSHVDVFRUUHQWHVHV VHQWH3URSRVWDR*RYHUQRVROLFLWDXPDXPHQWRGH
$&32HD$5GHYHPH[LJLUGR*RYHUQRXPDIXQGDPHQWDomR PLO 0HWLFDLV SDUD SDVVDU D WHU FRPR QRYR OLPLWH R YDORU GH
SDUDDSUHVHQWDomRGR2UoDPHQWR5HFWLÀFDWLYR25TXHWHQKD PLO0HWLFDLVSDUD*DUDQWLDVH$YDOHVYHUDUW
PLO0HWLFDLVSDUD*DUDQWLDVH$YDOHVYHUDUW
um
LQWHUQD--
HP FRQWD QmR VRPHQWH IDFWRUHV H[WHUQRV FRQMXQWXUD LQWHUQD QD SiJ GD 3URSRVWD (VVH DXPHQWR HTXLYDOH D FHUFD GH
FLRQDOPDVWDPEpPHVREUHWXGRIDFWRUHVLQWHUQRVWDLVFRPRR PLOK}HVGHGyODUHVQRUWHDPHULFDQRV(VWHSHGLGRGHDXPHQWR
FRQÁLWRSROtWLFRPLOLWDU HVWDUiUHODFLRQDGRFRPDSRVVtYHOLQWHQomRGR*RYHUQRGHOHJD-
$&32HD$5GHYHPH[LJLUGR*RYHUQRDIXQGDPHQWDomRGRV OL]DUDVGtYLGDVLOHJDLV"7DODFRQWHFHXHPFRPDGtYLGDGD
OL]DUDVGtYLGDVLOHJDLV"7DODFRQWHFHXHPFRPDGtYLGDGD
SUHVVXSRVWRVPDFURHFRQyPLFRVFRQWLGRVQD3URSRVWDGH/HLDWL-
SUHVVXSRVWRVPDFURHFRQyPLFRVFRQWLGRVQD3URSRVWDGH/HLDWL- (0$780FXMROLPLWHGH*DUDQWLDVH$YDOHVIRLSRVWHULRUPHQWH
QHQWHDR25GHVHJXQGRRVTXDLVDWD[DGHFUHVFLPHQWR DOWHUDGR QR 2( FRPR IRUPD GH OHJDOL]DU D JDUDQWLD VREHUDQD
GR3URGXWR,QWHUQR%UXWR3,%VHUiGHDLQÁDomR0pGLD FRQFHGLGDSHOR(VWDGRPRoDPELFDQRjTXHODHPSUHVD2)02
/tTXL-
$QXDO VLWXDUVHi HP DV 5HVHUYDV ,QWHUQDFLRQDLV /tTXL- UHLWHUDRVHXDSHORj&32Hj$5SDUDTXHQmRSHUPLWDPHVVD
GDVVHUmRGH0LOK}HVGH'yODUHVHDV([SRUWDo}HVVHUmRGH OHJDOL]DomR
5. Redução geral do Orçamento do Estado como sinal de incum-
de
0LOK}HVGH'yODUHV4XDLVVmRRVIXQGDPHQWRV"
$&32HD$5GHYHPH[LJLUGR*RYHUQRXPDH[SOLFDomRGHWD- primento das metas do PES 2016 e comprometimento das me-
OKDGDVREUHRSRUTXrGDSURSRVWDGHUHGXomROtTXLGDRUoDPHQ- tas do PQG 2015-2019.$UHGXomRJHUDOGR2UoDPHQWRGR(VWDGR
WDOQHVWDUHYLVmRVHUGHPLOPLOK}HV
GHPLOPLOK}HV GHPLO0HWLFDLVSDUDRVSURSRVWRV
PLOPLOK}HVGR2(SDUDPLOPLOK}HVGR2( PLO0HWLFDLVpHYLGrQFLDGRLQFXPSULPHQWRGDVPHWDVTXHHV-
5HYLVWR4XDLVVmRRVIXQGDPHQWRVSDUDDUHGXomRRUoDPHQWDO WDYDPSUHYLVWDVQR3ODQR(FRQyPLFRH6RFLDO3(6pXP
VHUGHVWDGLPHQVmRHQmRGHRXWUD" VLQDOGHTXHDVPHWDVGR3ODQR4XLQTXHQDOGR*RYHUQR34*
ÀFDPFRPSURPHWLGDVVREUHWXGRSRUTXHQmRKiH[-
I. Introdução SHFWDWLYDVGHUHFXSHUDomRHFRQyPLFDVXÀFLHQWHDPpGLRSUD]R
io
(VWDDQiOLVHUHSUHVHQWDRFRQWULEXWRGDVRUJDQL]Do}HVGDVRF -
(VWDDQiOLVHUHSUHVHQWDRFRQWULEXWRGDVRUJDQL]Do}HVGDVRFLH FDSD]GHFRQGX]LUDRDOFDQFHRXVXSHUDomRGDVPHWDVGR34*
GDGHFLYLOFRQJUHJDGDVQR)yUXPGH0RQLWRULDGR2UoDPHQWR
)02SDUDRGHEDWHHPWRUQRGD3URSRVWDGH/HL$WLQHQWHDR 6. Redução das despesas, mas com aumento das Despesas de
2UoDPHQWR5HFWLÀFDWLYR$DQiOLVHUHWRPDGXDVGDVYiULDV Funcionamento.$3URSRVWDGHUHYLVmRGR2(SUHYrXPD
ár
SUHRFXSDo}HV DSUHVHQWDGDV SHOR )02 HP RFDVL}HV DQWHULRUHV UHGXomR GDV GHVSHVDV GH PLO 0HWLFDLV DQWHULRU-
QRPHDGDPHQWH D TXHVWmR GDV GtYLGDV LQFRQVWLWXFLRQDLV H LOH- PHQWHSDUDPLO0HWLFDLV(QWUHWDQWRR*RYHUQR
JDLVHRÀQDQFLDPHQWRS~EOLFRGHVHFWRUHV(FRQyPLFRVHVRFLDLV
JDLVHRÀQDQFLDPHQWRS~EOLFRGHVHFWRUHV(FRQyPLFRVHVRFLDLV VROLFLWD XP DXPHQWR GD UXEULFD RUoDPHQWDO GDV 'HVSHVDV GH
SULRULWiULRV HGXFDomR VD~GH SURWHFomR VRFLDO iJXD H VDQHD- )XQFLRQDPHQWR GRV DFWXDLV PLO 0HWLFDLV SDUD
PHQWRH$JULFXOWXUD PLO0HWLFDLV(VWHDVSHFWROHYDQWDGXDVTXHVW}HV
Di
o
VH GD GtYLGD S~EOLFD PRoDPELFDQD QmR p VRPHQWH GHULYDGD GD HP WHUPRV QRPLQDLV GH 0LOK}HV GH 0HWLFDLV SDUD
GtYLGDH[WHUQDPDVWDPEpPGDGtYLGDLQWHUQD1RFDVRGRHQ- 0LOK}HVGHPHWLFDLV$VGHVSHVDVFRPSHVVRDOEDL-
GLYLGDPHQWR LQWHUQR R *RYHUQR GHYH WHU HP FRQWD R IDFWR GH [DUDPGRVDFWXDLVPLO0HWLFDLVSDUDRVSURSRVWRV
log
HVVDRSomRVHUSUHMXGLFLDODRH[HUFtFLRHPSUHVDULDOQDFLRQDOXPD PLO0HWLFDLV1RPHVPRPLQLVWpULRDFRPSRQHQ-
YH] TXH HP PRPHQWRV GH FULVH HFRQyPLFD FRPR D TXH DFWXDO- WH´%HQVH6HUYLoRVµSRGHUiVRIUHUXPDUHGXomRGRVDFWXDLV
PHQWHVHYLYHHP0RoDPELTXHRVDJHQWHVHFRQyPLFRVSUHIHUL- PLO 0HWLFDLV SDUD PLO 0HWLFDLV ² XP
UmR VHPSUH FRPSUDU GtYLGD S~EOLFD GHVYLDQGR DVVLP UHFXUVRV FRUWHGHPLO0HWLFDLV
ÀQDQFHLURVTXHID]HPIDOWDDRVVHFWRUHVSURGXWLYRVJHUDGRUHVGH 18. A capacidade do Ministério
inistério da
da Saúde
Saúde (MISAU)
(MIS em adqui-
HPSUHJRVHFRPSRWHQFLDOGHPHOKRULDGDVFRQGLo}HVGHYLGDGRV ULUEHQVHVHUYLoRVSRGHUiÀFDUUHGX]LGDHPPLO
PRoDPELFDQRV Meticais.$SHVDUGDSURSRVWDGHDXPHQWRQRPLQDOGRRUoD-
PHQWRJOREDOGDVD~GHGH0LOK}HVGH0HWLFDLVSDUD
ció
III. Análise dos aumentos e cortes orçamentais 0LOK}HVGH0HWLFDLVR*RYHUQRSURS}HTXHVHFRUWHD
9. A Proposta de revisão orçamental aprovada pelo Governo su- DFWXDOGRWDomRRUoDPHQWDOSDUDDTXLVLomRGHEHQVHVHUYLoRV
gere a adopção de um padrão de priorização de sectores não GHPLO0HWLFDLVSDUDPLO0HWLFDLV$
produtivos e de segurança (por exemplo, Casa Militar, Conse- FRPSRQHQWHGH´'HVSHVDVFRP3HVVRDOµGR0,6$8WDPEpP
lho Constitucional, Ministério do Interior) em detrimento dos SRGHUHGX]LUHPPLO0HWLFDLVVHRFRUWHSURSRVWR
sectores produtivos e de assistência social dos moçambicanos SHOR*RYHUQRIRUDSURYDGRSHOD$5GHPLO0HWL-
mais carenciados (por exemplo, Ministérios da Agricultura FDLVSDUDPLO0HWLFDLV
e Segurança Alimentar; da Saúde; da Educação; do Género,
Criança e Acção Social). (VWH SDGUmR SRGH UHSUHVHQWDU PDLRU
SUHRFXSDomRFRPDGHIHVDGRSRGHUHPSUHSDUDomRSDUDRVWHP-
SRVGLItFHLVTXHVHYLYHPQRSDtVFRPJUDQGHVSRVVLELOLGDGHVGH
FRQWHVWDomRVRFLDOHSROtWLFD2)02HVSHUDYHUFRUWHVRUoDPHQ-
so
19.
9. A
20.
A redução
no
redução no
no sub-sector
no sector
sector de
sub-sector de
de águas
de águas
á e obras públicas terá impacto
água e saneamento?2RUoDPHQWRGRVHF-
WRUGHÉJXDVH2EUDV3~EOLFDVEDL[DGH0LOK}HVGH
0HWLFDLVSDUD0LOK}HVGH0HWLFDLV
20. O
O Ministério
Ministério dodo Género, Criança e Acção Social – a enti-
WDLVGRVVHFWRUHVQmRSURGXWLYRVHTXHQmRDIHFWHPRVFLGDGmRV dade
dade governamental
governam responsável pela protecção social dos
PDLVFDUHQFLDGRV moçambicanos
moçambican mais pobres e vulneráveis – poderá ser ou-
10. Dez mil milhões para “Demais Despesas Correntes”? $SUR $SUR-- tra
tra vítima
vítima dos
d cortes orçamentais propostos pelo Governo,
um
SRVWDGHUHYLVmRRUoDPHQWDODSUHVHQWDXPDLQTXLHWDQWHU~EULFD TXHSUHWHQGHYHUUHGX]LGDDGRWDomRRUoDPHQWDOGHVWLQDGDD
GHFHUFDGHGH]PLOPLOK}HVGHVWLQDGRVD´'HPDLVGHVSHVDVFRU--
GHFHUFDGHGH]PLOPLOK}HVGHVWLQDGRVD´'HPDLVGHVSHVDVFRU EHQVHVHUYLoRVGHPLO0HWLFDLVSDUDPLO
H[SOL--
UHQWHVµ 2 )02 FRQVLGHUD LQGLVSHQViYHO TXH R *RYHUQR H[SOL 0HWLFDLV(VVDUHGXomRGHPLO0HWLFDLVDVHPDWHULD-
TXHHPGHWDOKHDTXHVHGHVWLQDH[DFWDPHQWHDTXHODOLQKDRUoD--
TXHHPGHWDOKHDTXHVHGHVWLQDH[DFWDPHQWHDTXHODOLQKDRUoD OL]DUVLJQLÀFDUiPDLRUIUDJLOL]DomRGDFDSDFLGDGHGR(VWDGR
PHQWDO PRoDPELFDQRHPSURWHJHUDFDPDGDGDSRSXODomRPDLVYXO-
11. Aumentar Orçamento da Casa Militar? 2 *RYHUQR SUHWHQGH QHUiYHO
YHUDXPHQWDGDDGRWDomRRUoDPHQWDOGHVWLQDGDD´'HVSHVDVFRP
FRUUHVSRQ--
3HVVRDOµ GD&DVD0LOLWDU HP PLO 0HWLFDLV FRUUHVSRQ IV. Conclusão
GHQWHVDGHDXPHQWR'RVPLO0HWLFDLVGR2(
GHQWHVDGHDXPHQWR'RVPLO0HWLFDLVGR2( 1RHQWHQGLPHQWRGR)02RVYDORUHVJOREDLVGDSURSRVWD
R*RYHUQRSUHWHQGHTXHVHSDVVHSDUDPLO0HWLFDLV RUoDPHQWDOHVWmRVREUHYDORUL]DGRVWHQGRHPFRQWDRFRQWL-
de
inistério do
0,17SRGHUiWDPEpPYHURVHXRUoDPHQWRFUHVFHUQXPDDOWXUD VHJXUDQoD HP GHWULPHQWR GRV VHFWRUHV SURGXWLYRV H GH
HP TXH VH ID]HP FRUWHV RUoDPHQWDLV GHYLGR D FULVH HFRQyPLFD PHOKRULDGDYLGDGRVFLGDGmRV
SROtWLFDHVRFLDO$VVLPR0,17SRGHUiSDVVDUDWHU
SROtWLFDHVRFLDO$VVLPR0,17SRGHUiSDVVDUDWHU LLL0DLVPDUJLQDOL]DomRGDVFDPDGDVPDLVSREUHVGDSRSXOD-
PLO0HWLFDLVFRQWUDRVDQWHULRUHVPLO0HWLFDLV omRPRoDPELFDQDDXPHQWDQGRDSREUH]DHDVGHVLJXDO-
14. Cortar orçamento to do
do Instituto
Instituto Nacional
Nacional de Gestão de Calami-
ár
GDGHVVRFLDLV
dades (INGC)) éé enfraquecer
enfraquecer ainda
ainda mais
ma a capacidade de res- LY3RVVtYHOOHJDOL]DomRGDVGtYLGDVLOHJDLV
posta do Governo
verno aos
aos desastres
desastres naturais.
nat 2 *RYHUQR SURS}H
XPFRUWHRUoDPHQWDOGHPLO0HWLFDLVGDUXEULFD´%HQV
H 6HUYLoRVµ GR ,1*& QRV VHJXLQWHV WHUPRV GRV PLO
0HWLFDLV DQWHULRUPHQWH RUoDPHQWDGRV QR 2( SUHWHQGHVH
Di
SDVVDUDWHUDSHQDVPLO0HWLFDLV
15. Cortar
ar orçamento
orçamento da da Agricultura
Agric e Segurança Alimentar, da
Educação ee da da Saúde
Saúde éé promover subdesenvolvimento dos
moçambicanoss maismais carenciados.
care $RFRQWUiULRGRTXHR*RYHU-
QRWHPDÀUPDGRHPGLYHUVDVRFDVL}HVD3URSRVWDGHUHYLVmRRU-
oDPHQWDOYLVDID]HUFRUWHVHPVHFWRUHVVRFLDLVHVVHQFLDLVFRPRD
SURGXomRDOLPHQWDUDHGXFDomRHDVD~GHGRVPRoDPELFDQRV
16. O Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar – um sec-
tor tradicionalmente tratado como o “parente pobre” do Or-
çamento do Estado em Moçambique, não deverá escapar aos
cortes orçamentais propostos pelo Governo.$SHVDUGHDXPHQ-
WRJOREDOQRPLQDOGH0LOK}HVGH0HWLFDLVSDUD
12
SOCIEDADE Savana 29-07-2016
As aspirinas de Gove
O
o
Por Raul Senda
Banco de Moçambique tado.
(BM) está, desde Outubro Se Macuácua é obrigado a andar com
log
de 2015, a actualizar as ta- a calculadora para sobreviver, Maria
xas directoras e encarecen- Alice Magaene, empregada domésti-
do o dinheiro no sistema financeiro. ca e mãe de três filhos, solteira, diz
A medida, segundo Ernesto Gove, que sobrevive por força divina.
governador do BM, visa conter a in- Conta que aufere, mensalmente,
flação e tirar o dinheiro que está fora 3.500 meticais e é com esse valor que
do sistema financeiro e dar pujança compra arroz, farinha, açúcar, pão,
ao metical. Contudo, de Outubro de energia, água, transporte e trata da
2015 a esta parte, a moeda nacional saúde e educação dos filhos.
não pára de depreciar, contradizen- Alice Magaene diz que não está em
ció
do as medidas do Banco central. Por condições de fazer contas porque, na
exemplo, de 50 meticais, em Ou- realidade, não sabe como sobrevive.
tubro do ano passado, o dólar ame- Delega tudo para a força divina.
ricano hoje é cotado a 72 meticais, Macuácua e Magaene são o exemplo
enquanto o rand sul-africano, que de milhares de moçambicanos que
estava a três, e agora é cotado a cinco nos últimos 12 meses viram-se obri-
meticais. O que é certo é que o custo gados a esquematizar um novo estilo
de vida não recua. A título ilustrati- de vida devido à subida de custo de
vo, o saco de 25 quilos de arroz, que vida.
há nove meses custava 650 meticais,
passou para 1200 meticais; o quilo de
açúcar passou de 30 para 50; o óleo
alimentar de 100 para 150 meticais o
litro; a batata de 180 para 350 o saco
de dez quilos; a cebola de 180 para
400 meticais e o pão de cinco para
créditos nos bancos comerciais es-
tão a ser obrigados a refazer as suas
contas porque as prestações mensais
estão a subir fora das suas previsões
so
$SHVDUGDVPHGLGDVGUDPiWLFDVHVDFULÀFDQWHVGR%DQFRGH0RoDPELTXHRPHWLFDOFRQWLQXDDGHSUHFLDUHRFXVWRGHYLGD
$SHVDUGDVPHGLGDVGUDPiWLFDVHVDFULÀFDQWHVGR%DQFRGH0RoDPELTXHRPHWLFDOFRQWLQXDDGHSUHFLDUHRFXVWRGHYLGD
estão em contra-mão com o Gover- Hoje,, o dólar americano custa 72 me- abaixo dos 20%, os empréstimos de 90 meticais para uma dúzia de ovos, Novela, a subida de preços de pro-
no porquanto já estão a arruinar o ticais e o rand sul-africano cinco me- consumo já estão próximo dos 30%, 50 meticais para um quilo de açúcar, dutos básicos não deriva apenas da
empresariado nacional e a sacrificar ticais no mercado formal e a inflação portanto,
por isto é muito pesado para 800 meticais para pagar energia, sete tensão política, calamidades naturais
o pacato cidadão. também não pára de aumentar. uma empresa que tem de funcionar”, meticais para comprar pão e o seu ou crise internacional, mas da inca-
Como consequência directa da cons- deplorou.
deplor crédito bancário foi incrementado de pacidade do Governo em controlar a
Com vista a conter a subida da in- tante desvalorização do metical, os 2600 para 2950 meticais. depreciação do Metical, face ao dólar
flação (actualmente está nos 19.7%) preços de produtos básicos, no mer- Cenário da crise na primei- Com estes números, o enfermeiro e o rand.
resultante do agravamento de preços cado nacional, estão a subir de forma ra pessoa Macuácua ainda não contemplou as Sublinha que no mercado sul-afri-
de produtos básicos, bens e serviços, galopante e o custo de vida está a Jerónimo Macuácua, 41 anos de ida- despesas de água, transporte, saúde, cano os preços mantêm-se estáveis.
assim como evitar a utilização da mo- deteriorar-se dia-após-dia, deixando de, quatro filhos, residente no bairro educação e outros serviços essenciais Porém, o metical perdeu valor. Um
io
eda fora do sistema financeiro, o BM o consumidor comum cada vez mais de Guava, distrito de Marracuene, para a sua sobrevivência. produto adquirido na África do Sul,
está a actualizar, em alta, as Taxas de asfixiado. província de Maputo, é enfermeiro No cômputo geral, as despesas do que há nove meses custava 300 me-
Facilidade Permanente de Cedência Trata-se de medidas vistas por alguns médio afecto a uma unidade sani- enfermeiro Macuácua subiram em ticais, hoje custa 600 meticais. Isso
(TFPC) e as Taxas de Facilidade de economistas como aspirina e que tária da cidade de Maputo. Auferia 100% e o seu salário em apenas 7%. não deriva da subida do produto na
Depósito (TFD). vão em contra-mão com o discurso até Abril de 2016 um salário base “Hoje, sou obrigado a mudar a forma origem, mas porque o metical ficou
Assim, a 21 de Julho, o banco regu- governamental que apregoa o cresci- de 7.580 meticais que, acrescido aos de vida, mas há despesas que não é sem valor.
ár
lador agravou, pela sétima vez, em mento da produção através de peque- subsídios de risco e de turno, atingia possível contornar e tenho de fazer Entende que a desvalorização do
menos de nove meses, as TFPC e de nas e médias empresas.
empr 10.151 meticais. Macuácua conta ao magia para sobreviver. Vivo fazendo metical e a consequente subida de
TFD em 17,25% e 10,5%, respecti- Eduardo Sengo, economista e porta- SAVANA que, há um ano, quan- contas. Isto está complicado”, lamen- preços de produtos básicos não pre-
vamente. -voz da Confederação das Associa- do auferia 10.151 meticais, aplicava tou. judica apenas os consumidores, mas
Com estas medidas, o crédito ficou ções Económicas (CTA), entende 1.200 na aquisição de 50 quilogramas O nosso entrevistado reconhece a também os vendedores porque, com
mais caro no sistema financeiro, as que estas medidas, em vez de ala- de arroz que alimentava a sua família situação calamitosa em que o país se os preços em alta, a população perde
pequenas e médias empresas estão a
Di
vancar a produção, estão a contribuir por um mês, 2.600 no pagamento de encontra. Porém, entristece-se pelo o poder de compra e a clientela reduz.
declarar falência por dificuldades de para o encarecimento do crédito e crédito bancário, 500 meticais para facto dos sacrifícios serem para al- Sudecar apela à criação de políticas
acesso ao financiamento, milhares aumento dos custos de produção, re- energia eléctrica e com o remanes- guns, enquanto um certo grupo, por que permitam o fornecimento da
de trabalhadores estão a perder em- sultando no incremento dos preços cente comprava açúcar a 30 meticais sinal a minoria, vive no berço de ouro moeda nacional, o fim do conflito ar-
pregos, os consumidores que detêm para os consumidores e da inflação. o quilo, pão a cinco meticais, batata e a desfrutar das mordomias do Es- mado, promoção de investimentos e
a criação de mecanismos que estimu-
lam a produção interna, sobretudo, na
agriculta.
Por sua vez, Mouzinho Nicols, pre-
sidente da associação dos Consumi-
dores (ADECOM) entende que a
dinâmica do mercado é determinado
por factores internos e externos.
No capítulo interno aponta a instabi-
lidade político-militar que li-
mita a circulação de bens assim
como as calamidades naturais
(GXDUGR6HQJR 6RGHFDU1RYHOD 'DQLHO0RQGODQH 0D[7RQHOD enquanto ao nível internacio-
Savana 29-07-2016
SOCIEDADE
SOCIEDADE 13
nal, o problema resulta da fragilidade Para além do alto custo do dólar, de vida que se verifica no país com cado nacional em produtos de pri- matérias-primas da indústria alimen-
da moeda nacional face ao dólar e ao Mondlane referiu que, por vezes, a as fragilidades do sector produtivo, as meira necessidade como o arroz, mi- tar, bem como de produtos que o país
rand, o que está a perturbar o proces- sua companhia depara-se com situa- calamidades naturais e factores exter- lho, trigo, tomate, cebola entre outros. não produz e, por fim, implementou
so de aquisição de produtos básicos ções em que a sua empresa fica sem nos. Max Tonela falou também da combi-
medidas fiscais e aduaneiras para mi-
para o país. matéria-prima porque os bancos co- Segundo o ministro da Indústria e nação de factores como redução das
Sublinha que não há magia possível Comércio, Max Tonela, a economia receitas de exportação, tendo destaca- tigar o impacto da evolução cambial
merciais não têm divisas para trans- nos preços finais pagos pelos consu-
para contornar a situação, senão o ferir aos fornecedores. Parte conside- moçambicana apresenta níveis de do a queda de preços de commodities
aumento da produção interna para produção incapazes de satisfazer o no mercado internacional, o fim do midores.
rável das matérias-primas provém da
diminuir os níveis das importações. mercado interno, facto que é aliado à ciclo de investimento de mega pro-
o
Na mesma ocasião, Tonela reconhe-
Índia.
Para tal, diz, o Governo deve criar fraca diversificação da oferta de pro- jectos no sector mineiro, a desvalo- ceu as revindicações dos panificado-
Sublinhou que a crise está a contri-
políticas que, de facto, estimulem a dutos industriais. rização do metical face às principais res para o aumento do preço do pão,
produção interna, visto que, com a buir também na queda de volume de Esta situação faz com que o país te- moedas de transação com destaque
negócios da empresa. Nos últimos tendo referido que houve um acordo
actual crise, as classes mais desfavo- nha de importar os bens de consumo para o dólar.
log
recidas é que saem mais prejudicadas. meses as vendas caíram em 6%. essenciais, o que acaba gerando uma Para controlar a situação, o ministro para estabilização do preço daquele
Diz que há necessidade de se conter Economia não satisfaz forte pressão na moeda nacional face diz que o Governo priorizou a alo- produto básico para os moçambica-
a crise sob o risco de criar outras si- mercado interno ao dólar. cação de divisas para importação de nos, até o primeiro trimestre do pró-
tuações sociais como a criminalidade, O Governo justifica o elevado custo Apontou o deficit existente no mer- bens essenciais, com enfoque para as ximo ano.
alcoolismo, consumo excessivo de
drogas, prostituição e desagregações
de famílias.
ció
básicos
Entretanto, o aumento de custo de
vida é também relacionado à falta de
divisas no sistema financeiro, o que
encarece a moeda estrangeira e com-
plica o processo de importação de
produtos básicos.
Algumas correntes falam do conflito
armado que está a retrair investimen-
tos e, consequentemente, a não entra-
da de divisas no país. Outras apon-
tam a “greve” dos doadores devido às
dívidas contraídas, fraudulentamente,
pelo Governo de Armando Guebuza,
fora dos esquemas legais e, por fim,
aponta-se a renitência do executivo
so
em relação à questão de raptos, facto
que fez com que muitos investidores,
sobretudo de origem asiática, fechas-
um
sem as suas empresas e recolhessem o
seu capital para fora do país.
Eduardo Sengo é da opinião de que
a falta de divisas nos bancos comer-
ciais dificulta o funcionamento das
empresas na medida em que não
conseguem fazer importações das
quais a economia moçambicana é de-
pendente.
“Neste momento as divisas (dólar e
rand) estão mais caras e as empresas
não têm conseguido obter liquidez
de
tagens.
Assim, para conseguir atenuar a situ-
ação, o grupo Maeva viu-se obrigado
a delinear novas estratégias, mas sem
contornar a actualização do preço.
“A nossa empresa produz óleo ali-
mentar e sabão. São produtos con-
sumidos por famílias de baixa renda.
Com a depreciação do metical, os
nossos custos de produção encarece-
ram em mais de 20% e isso tinha de
ser compensado. Assim, tivemos de
actualizar em alta os preços dos nos-
sos produtos, mas sempre pensando
na vertente social. Logo a nossa mar-
gem de lucro também reduziu, gran-
demente”, frisou.
12 Savana 29-07-2016 Savana 29-07-2016 17
NO CENTRO DO FURACÃO
Reclamações e Sugestões dos cidadãos sobre a prestação dos serviços distritais de Namaacha, Manhiça e Marracuene
Período: Maio a Julho de 2016
Contextualização previstos no Decreto 30/2001 de 15 de Outubro, que aprova as normas de funcio-
o
No âmbito da implementação das caixas paralelas de reclamações e sugestões, a namento dos serviços da Administração Pública e na Lei 7/2012 12 de Junho que
Sociedade Aberta em coordenação com as Plataforma Distritais de Marracuene, aprova a Lei de Base da organização e funcionamento da Administração Pública.
Manhiça e Namaacha recolheram as reclamações e sugestões nas caixas instaladas FRPRDSDUWLFL-
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(VWHVLQVWUXPHQWRVYLVDPDVVHJXUDUDHÀFiFLDGRVVHUYLoRVEHP
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nas comunidades para a elaboração do respectivo relatório. O presente relatório pação do cidadão no processo de tomada de decisões por parte da Administração
baseou-se na compilação das petições dos cidadãos e visa facilitar a apresenta- pública. As caixas paralelas de reclamações e sugestões foram instaladas com o
ção das demandas dos cidadãos aos provedores de serviços públicos, bem como objectivo de complementar às caixas de Reclamações e Sugestões existentes nas
avaliar a sua satisfação em relação à qualidade dos serviços. Após a recolha das instituições públicas.
reclamações e sugestões, a Sociedade Aberta faz a sistematização e enquadramen-
to destas petições, tomando em consideração o mandato e as competências das Reclamações e sugestões depositadas de Maio a Julho de 2016
instituições públicas do nível distrital e não se responsabiliza pelo seu conteúdo.
As tabelas abaixo ilustram as reclamações e sugestões apresentadas pelas comu-
nidades nas caixas de reclamações e sugestões paralelas, as quais foram sistemati-
A instalação das caixas de reclamações e sugestões constitui um dos mecanismos zadas e enquadradas por sectores de incidência.
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Sociedade Aberta
A Sociedade Aberta (SA) é uma Organização de Sociedade Civil moçambicana, que se dedica à pesquisa
Parceiros
ande enfoque para as áreas de Governação Local
e promoção de modelos de desenvolvimento local, com grande
um
e renda comunitária.
Contactos: Av. Kofi Annan, Bairro da Matola B, Nº50, Matola 700, Cel 826437391, Tel: 21.783.405,
Fax: 21783134,
www.sociedade-aberta.org, s_aberta@yahoo.com.br
de
io
ár
Di
18
OPINIÃO Savana 29-07-2016
EDITORIAL Cartoon
Os sinais de um Estado doentio
o
O primeiro caso está relacionado com um anúncio feito pelo Gabinete
Central de Combate à Corrupção (GCCC), dando conta de que qua-
tro funcionários do Estado conseguiram entre si desviar 32 milhões de
Meticais de fundos públicos através do uso criminoso do sistema de
log
pagamentos do Estado (e-SISTAF).
Dado que este roubo é citado como tendo decorrido entre os meses de
Abril e Dezembro de 2015, podemos extrapolar que o valor roubado
se situa em pouco menos de um milhão de dólares, tomando como
termo de referência a taxa média de câmbio durante aquele período.
Há um ditado popular que diz que o peixe começa a apodrecer a par-
tir da cabeça. Estes eram funcionários de nível médio. Se quisermos
tomar este exemplo como uma pequena amostra, podemos ter uma
ideia mais amplificada da magnitude de roubo de recursos do Estado
ció
aos níveis mais altos da administração pública. Por outro lado, embora
a responsabilidade criminal seja individual e intransmissível, é possível
concluir que se àquele nível os funcionários podiam actuar convenci-
dos da sua impunidade, a prática pode estar de certa forma generali-
zada. Do mesmo modo que também se pode considerar que o facto
de terem sido descobertos demonstra a impermeabilidade do sistema.
ção Criminal (SERNIC) deveria estar na tutela do Ministério Público vincial, etc.. Nyusi não conhece nem
mensão do buraco do barco que está visão da máquina do Estado que ele
ou do Interior. A polícia mantém a firmeza de que possui provas irre- detém influência em nenhum dos
a conduzir no alto mar. Digo que está conhecia muito bem.
futáveis de delito por parte dos presumíveis criminosos que entrega à dois monstros. É por isso que é um
a “fazer de conta” que ainda não per- Ao não dar tempo a Nyusi para, no
justiça.
a. Só que em muitos casos, para os magistrados, essas provas não Presidente de “faz de conta”.
cebeu, porque tenho impressão que mínimo entrar no partido e no Esta-
são suficientes para sustentar o rigor dos princípios fundamentais da Pessoalmente, sinto que ele tem von-
ele, na verdade, sabe e percebe, pro- do, estava claro que esta elite queria
legalidade. tade, mas a sua vontade esbarra-se nos
fundamente, a gravidade da situação que entrasse e conduzisse as máqui-
Moçambique não é o único país onde se verifica esta tensão perma-
Di
do país, mas ele é incapaz de esboçar nas por ela minadas, sem que tivesse interesses desta elite gerontocrática.
nente entre magistrados e polícias. Só que questões complexas como O seu discurso de tomada de posse
qualquer medida séria, dado que me- tempo de as testar. Na verdade, Nyusi
estas não se resolvem com estes braços de ferro, que não têm nenhuma didas sérias afectariam, substancial- entrou nos dois Leviatãs que desco- espelha a vontade que ele tem. Porém,
utilidade
de se não mesmo como sinais de um EstaEstado doentio. mente, os interesses da elite armada nhecia por completo. Foi como dar é medroso, impotente e incapaz de
dos antigos combatentes, a mesma camião-cavalo manual de 16 veloci- avançar para uma ruptura.
'HVPLVWLÀFDQGRDJRYHUQDomRYLVLRQiULD
de Moçambique 2004-20141
o
A
Por Thomas Selemane
década de 2004-2014 çambique assistiu o crescimen- ticularmente gás natural, areias O último capítulo do li- ções de poder – na adopção do
log
foi a que mais transfor- to de movimentos retrógrados pesadas, carvão mineral e sinais vro (5o Capítulo, págs. 134- método de “dividir para reinar” e
mações políticas, sociais de ataque às vozes críticas (ver de ocorrência de petróleo. A po- 137) apresenta as “considerações de encontrar sempre culpados “de
e económicas trouxe a págs. 12-15), ao assassinato de lítica económica promovida na- finais”, apesar de cada um dos dentro e de fora” para justificar os
Moçambique pós-independente carácter com cunho racista. Os quela década gerou um capita- outros capítulos conter um re- pr
seus próprios falhanços.
e pós-guerra civil. Conhecidas moçambicanos foram estratifica- lismo sem capitalistas (ver pág. sumo na sua parte final. Chamo Ademais, este livro é uma grande
por toda a gente, porque vividas dos em diferentes camadas, tendo 53), uma réplica, no dizer dos à vossa atenção para o facto de a contribuição para a compreensão
por todos, variando na dimensão existido “os de gema, os originá- autores, do que se viveu no país leitura desse capítulo não poder do processo moçambicano dos
e intensidade consoante a classe rios, os apóstolos da desgraça, os após a independência nacional: substituir a leitura dos demais últimos 10 anos na configura-
ció
política, social e económica a que tagarelas e os delirantes” e outros “um marxismo-leninismo” sem capítulos, que como referi aqui, ção do Estado, na manutenção
cada pessoa pertence, essas trans- inomináveis. A par da deteriora- ou com poucos marxistas. cada um deles possui um vasto da estrutura económica nacio-
formações foram detalhadamen- ção da liberdade de expressão e Essa política económica tinha leque de informação detalhada e nal de altos níveis decrescimento
te analisadas e estão agora sis- de imprensa, a partidarização (ou um duplo objectivo (ver pág. 70): análise profunda, revelando o alto do PIB sem redução da pobreza,
tematizadas nestas 144 páginas em rigor, a frelimização) do apa- “primeiro, manter e reproduzir o grau de conhecimento e domínio do reforço do pior do que existe
de João Mosca, Máriam Abbas relho do Estado foi oficializada controlo do poder de Estado pela das matérias neles tratadas pelos no modelo de desenvolvimen-
e Natacha Bruna, com o título (ver pág. 28) tendo atingido ní- elite da Frelimo que o instru- três autores. to neoliberal, de capitalismo de
“Governação, 2004-2014: Poder, veis alarmantes. mentalizou para a constituição Para terminar, devo referir que periferia dependente de pou-
panças externas e da delapidação
Estado, Economia e Sociedade.”
O período analisado no livro
2004-2014 coincide com aque-
le em que Armando Guebuza
foi Presidente de Moçambique.
Mesmo assim, os autores de-
Ainda no 1o capítulo, no ponto
referente ao “Estado, economia e
sociedade” (págs. 33-37), os au-
tores chamam à atenção para as
promiscuidades entre os interes-
ses públicos e privados, que “se
so
de grupos económicos; e segundo
objectivo, reforçar o poder re-
pressivo e de controlo/clima de
medo social para manter a crise
de baixa intensidade (...).”
O crescimento económico foi
João Mosca, Máriam Abbas e
Natacha Bruna adoptam neste
livro uma metodologia de análise
de economia política e sua rela-
ção com as políticas económi-
cas e a governação que definiram
de recursos naturais (produtos
mineiros, florestais, faunísticos e
marinhos), de “facilitações e co-
missões” nos negócios, e de uma
sociedade de medo e de desespe-
ro em que vivemos hoje.
cidiram não incluir o nome do misturam de forma consciente excepcional ao longo da década o leito do caudal do desenvolvi-
ex-Presidente da República no com o objectivo de formar uma visionária, mas também foi para- Os efeitos da governação da
mento de Moçambique nos últi-
título do livro, porque como eles classe média endinheirada mas doxal, pois não conseguiu reduzir década passada estão e estarão
mos dez anos assente no contexto
um
justificam “o dilema da decisão não empresarial”. Ou como diria a pobreza. E a saga das dívidas sempre presentes no Estado, na
histór
histórico, social e político. Uma
foi o de saber, até que ponto o o actual vice-ministro da indús- ocultas veio dizer-nos que, no economia e na sociedade mo-
análise feita assim “com os pés no
Presidente foi um elemento de- tria e comércio, “Moçambique fundo, em termos económicos, o çambicana. Por isso, este é um
chão” e com consulta a 85 fon-
cisor sem o qual, ou sendo outro, livro que vale a pena ter e ler! Es-
só tem empresários de cartões de que foi feito aos moçambicanos tes bibliográficas, é robusta não
o percurso de Moçambique no pero que os mil exemplares desta
visita.” foi essencialmente uma burla ca- somente porque permite com-
tiragem inicial se esgotem entre
período estudado pudesse ser Como notam os autores, os as- paz de apagar tudo o que podia preender melhor a realidade e os
hoje e amanhã!
diferente” (ver pág. 5). Portanto, pectos apresentados neste capí- ser considerado positivo daquele contornos das principais decisões
Bem hajam os autores!!!
este não é um livro sobre Arman- tulo representam a continuidade período. tomadas pela governação, mas Muito obrigado pela vossa aten-
do Guebuza, mas sim sobre o do regime ideológico de direita O 4o capítulo do livro, dedica- também porque permite identifi- ção!!!
percurso feito por Moçambique adoptado após as reformas de do à “Educação e Saúde” (págs. car as implicações dessas decisões
nos últimos dez anos a nível de
de
1987, e alguns aspectos são expli- 116-131) mostra que houve uma no médio e longo prazos.
governação, poder, Estado, eco- cados por factores que remontam expansão significativa dos servi- E essa é a maior contribuição 1
Texto de apresentação do livro
nomia e sociedade. à constituição da FRELIMO ços de educação e saúde, porém deste livro: a identificação e ex- “Governação, 2004-2014: Poder,
Nos cinco capítulos que com- (Movimento, em 1962) e do Es- não correspondidas com o de- plicação sem subterfúgios do que Estado, Economia e Sociedade” de
põem este livro - Estado e So- tado moçambicano em 1975 (ver sejável padrão de qualidade, ao se passou em Moçambique entre João Mosca, Máriam Abbas e Na-
ciedade, 1o capítulo; Economia págs. 46-47). mesmo tempo que se acentuaram 2004 e 2014, por outras palavras, tacha Bruna. Título da responsa-
Política da Governação entre É preciso lembrar que foi du- as desigualdades regionais no o decifrar do verdadeiro legado bilidade do apresentador do livro e
2004-2014, 2o capítulo; Evolu- rante a era visionária de 2004- acesso a esses serviços. da governação a nível das rela- não dos autores.
ção da Economia, 3o capítulo; 2014 que Moçambique retornou No concernente à educação, no
io
poníveis, as tensões sócio-políti- seu futuro hipotecado em dívi- “aproximadamente 970 mil meti- Email: carlosserra_maputo@yahoo.com
cas e os conflitos económicos vi- das ocultas cujas consequências cais por escola no país” (ver pág. Portal: http://oficinadesociologia.blogspot.com
vidos em Moçambique naqueles reais e completas ainda estão por 124). 487
10 anos, em contraposição com ser vistas. Na componente de saúde, con-
As cidades da cidade de Maputo
U
as opções tomadas no processo O 2o Capítulo (Economia Po- forme ilustra o gráfico 49 (Uni-
do chamado “combate à pobre- lítica da Governação 2004- dades sanitárias por região) – ver
Di
o
F oi uma flechada, assim do género de compreendo o ser humano, compreendo
log
inalar uma dose cavalar de tetrahi- até que ponto uma pessoa pode ser in- Uns dizem que o nosso problema é querermos
é um chamamento à consciência dos
drocanabinol às 6 da manhã, em je- feliz, até que ponto uma pessoa pode ser sair bonitos na foto, mesmo quando estamos
moçambicanos e eu digo que se trata
jum. Êxtase puro! Entrei para cima vilipendiada por um defeito biológico. Eu de um sonho meu expresso em texto. Quero esfarrapados, mal-nutridos, doentes, em guer-
das nuvens, perfurei-as e senti-me bem. não tenho culpa de não fazer filhos. Não ver o meu país a desenvolver-se a sério em am- ra, sem tecto, sem direitos ou com direitos
Dei comigo a recitar o poema daquele podem pensar que eu, Sabina Lopes, por biente de paz e de livre concorrência.
ência. violados...queremos aparentar que está tudo
poeta brasileiro louco que diz: “Hoje eu não poder fazer filhos sou uma pessoa O que pretendo dizer às minhas compatriotas bem. Até quando assim agiremos?
acordei / Com uma vontade danada / De infeliz, sou feiticeira ou não amo a vida. iotas é o seguinte:
e aos meus compatriotas Sabe, o futuro depende do que fizermos hoje.
mandar flores ao delegado / De bater na Amo. Podemos passar a vida a lamentar por nunca
Temos feito muito pouco para sermos um país
porta do vizinho / E desejar bom dia / De termos tentado algo diferente, ou podemos le-
A minha casa, aqui na Mafalala, está cheia de homens e mulheres livres. Nós quando so-
beijar o português / Da padaria”. Nunca te vantar e trabalhar para que Moçambique seja
ció
de flores, a minha cama está cheia de per- mos mais novos passamos o tempo a sonhar melhor
melhor. Moçambique pode ser melhor em tudo.
deu isso? A mim também dá raramente, fumes. Eu própria deixei de ser costureira, com aquilo que seremos quando adultos. Basta querermos e sermos agentes dessa mu-
mas às vezes acontece. Às vezes apetece- como se dizia antigamente: agora sou es- Quando somos jovens passamos o tempo a danç
dança necessária e termos coragem de conquis-
-me ser feliz e não tenho como evitar isso. tilista. Faço exposições de moda e utilizo a procurar realizar os sonhos de infância, ou a tar a nossa felicidade.
Tenho 37 anos, deixa que me apresente: minha própria beleza, embora eu não seja lamentar nos muros das lamentações que exis- Eu quero parabenizar mulheres de coragem e
chamo-me Sabina Lopes, fiquei sem a mi- muito bela, nem tenha um corpo assim de tem nalguns bairros. acção que mostraram ao mundo quão bravas
nha mãe aos 20 anos de idade, quando se Há ainda aqueles que, depois de tanto tenta- nós mulheres podemos ser quando diante das
mulher.
estavam a completar 15 anos da morte do rem, vêem-se sem esperança de a médio ou oportunidades que muitas vezes nos tentam ti-
Hoje, 19 de Julho de 2016, sinto-me bem
meu pai. longo prazo realizar os seus sonhos. E dizem rar.
porque acordei, liguei o rádio e o rádio Muquilina Soares, Joana Pereira e Amália Cor-
Não, não desligues a ficha, querido leitor, para si próprios: eu tentei de tudo e parece que
ou querida…Não te estou a utilizar como
muro de lamentações. Não sou uma pessoa
muito de alegrias, mas também não sou
muito de tristezas. Sinto-me feliz hoje e
gostaria de partilhar esta felicidade conti-
go. É uma felicidade muito profunda, uma
me disse que é o Dia Mundial do Nelson
Mandela. Mandela é um homem que ad-
miro muito. Não é qualquer um que aceita
ficar 27 anos na cadeia, solitário, e volta a
viver na alta, como presidente de um país.
Pena, digo eu, porque eu, Sabina Lopes,
37 anos de idade, me sinto bem na minha
so
“esta é a realidade que estamos com ela”, pois
pensam eles: continuaremos a ser o pouco que
somos hoje.
Eu sou uma mulher de fé. Acredito que po-
demos fazer a diferença. Acredito que homens
e mulheres, rapazes e raparigas possam fazer
coisas grandiosas por este belo país. Belo e rico,
reia são mulheres moçambicanas internacional-
mente respeitadas.
Eu ‘destapo-me’, ou seja tiro o véu para mulhe-
res que se batem por conquistar o seu espaço.
As nossas karatecas internacionais venceram e
duas delas dedicaram a sua vitória apelando à
Paz no seu país: Moçambique.
felicidade que vem de uma pessoa que se Quem não quer a paz?
ama e, através de si, ama os outros. incapacidade de fazer filhos. diga-se, mas com 41 anos de empobrecimento.
Quem não quer essa Paz que corre o risco de
Mas, repito, “Hoje eu acordei / Com uma Então, se temos um país belo, rico e temos so-
Sou estéril, razão pela qual tive muitos ser apenas um exercício retórico caso não se-
um
vontade danada / De mandar flores ao de- nhos, o que nos falta?
namoros, tive muitos homens na vida. A jam criadas as condições políticas para que haja
legado / De bater na porta do vizinho / E Aos moçambicanos batalhadores falta a cora- negociações de Paz baseadas na reconstrução da
minha cama cheira a muitos homens, mas
desejar bom dia / De beijar o português / gem que os jovens de antigamente tiveram. confiança e no espírito de respeito pelos com-
todos me abandonaram porque todo o No tempo dos meus avós lutou-se contra todo
macho negro, preto, moçambicano ou ni- Da padaria”. Dá para entenderes? Não sei, promissos assumidos?
talvez dê. Talvez seja loucura. Mas o que o tipo de dominação colonial para que houves- Agora, em tempo de agir, todos nós temos de
geriano, quer filhos e eu não faço filhos. se liberdade democrática, debalde. O que nos
é a loucura, então? Como diz o outro po- fazer tudo o que está ao nosso alcance sem he-
Entreguei-me, tenho-me entregue com apareceu foi uma liberdade aparente, sem li-
eta brasileiro, é seguir a cartilha que o ou- sitar e com o peito cheio lançarmos um repto
muito amor. Abro tudo o que tenho por berdade de expressão, sem livre circulação, sem para que haja PAZ já.
abrir. Não faço filhos? Pronto! tro desenhou, é comer o pão que o diabo
liberdade religiosa, sem livre associação, sem Você, querido(a) (e)leitor(a) que me está a ler:
Tenho 37 anos e não tenho filhos nem ho- amassou. Será? Senta – diz o mesmo poeta diversidade de opinião. Em suma, deram-nos o que fez hoje pelo seu país e o que fará ama-
mem. Ou seja, tenho muitos homens que – Se acomoda, bebe um copo. A tristeza uma liberdade em que TODOS tinham de nhã?
passam por aqui. Aqui. Continuo a viver vai passar.. Dá um tempo. Dá um tempo… replicar as posições do partido único: Frelimo. Moçambique é maior que a política e os mo-
nesta mesma casa de madeira e zinco, na caba hoje.
A vida não acaba çambicanos são maiores que os carrascos de
de
3DUDFRPHoDU´VHLVSURYtQFLDVµ
io
U m dos pontos tratados pela Co- Cabo Delgado, seria governado pela Rena- gama de recursos minerais diversificados e de Consensualizar, na Comissão do diálogo
ár
missão mista do diálogo político, mo. Colocando nesta aritmética geográfica o grande importância económica, grande po- político, o significado de “inclusão”, é um
composta pelo Governo/Frelimo universo eleitoral moçambicano, percebe-se
univ tencialidade para o desenvolvimento da agri- caminho para o entendimento.
e Renamo, já põe à prova a equi- que, se a Renamo reclama ter vencido nes- cultura, pesca e turismo, um maior número Cá entre nós: como dá para perceber, o
pa de mediadores/facilitadores que anun- sas “suas províncias” que constituem, no seu de escolas, de institutos e até de implantação braço de ferro com relação ao assunto
ciou a sua pretensão em elaborar uma su- conjunto, o maior universo eleitoral do País, de universidades, maior número de unidades “seis províncias”, primeiro ponto do de-
gestão que ilumine as partes. Tudo tem então, algo não ficou muito claro no apu- sanitárias, etc. Neste sentido, colocar-se-iam bate da “Comissão”, precisa de media-
Di
a ver com a “insistência” da Renamo em ramento das últimas eleições. O problema questões, como, por exemplo: aceitar o ponto dores comprometidos com uma solução
governar as províncias de Niassa, Nam- arrastou-se, não houve esclarecimento sobre apresentado pela Renamo seria “entregar o de equilíbrio e de abandono da confron-
pula, Zambézia, Tete, Manica e Sofala. a “problemática dos editais”, não houve co- País”? Para que isso não aconteça qual seria, tação militar. Que sugestão trarão os
Seis províncias governadas pela Renamo ragem para convencer a Renamo de que os então, o melhor caminho: discutir a questão mediadores, nos próximos tempos, para
significariam a sua gestão em mais de resultados eram transparentes e que não dei- da legitimidade e da legalidade e chegar à iluminar as partes? As partes estarão
metade do País. Em termos de área se- xavam margem para dúvidas, como dizia, o conclusão de que o que hoje está a aconte- preparadas para aceitar alguma ajuda?
ria, claramente, a maior parcela do País, diferendo arrastou-se e colocou o País numa cer no País não é mais do que o pesado custo A máxima que diz que “não se entrega
ficando o seu adversário político, a Fre- “guerra escondida” (cuja aprovação não pas- da falta de transparência nos processos elei- o ouro ao bandido” exige uma pergunta:
limo, no Norte, apenas com a Província sou pela AR, se é que alguém ainda pensa torais? Voltando à vaca fria: não seria mais a que bandido? Sem esta resposta o “as-
de Cabo Delgado. No centro a Frelimo que tenha que passar). sensato negociar a governação das seis pro- sunto” tenderá a arrastar-se nos próximos
não teria praticamente nada, acontecen- Considerando a totalidade do País, as seis víncias dentro de uma lógica de promoção meses com a possibilidade de entrarmos
do o contrário com o Sul do Save, total- províncias “reclamadas” pela Renamo são as da paz e do entendimento? Que lógica seria em 2017 sem soluções exequíveis. Espe-
mente sob seu domínio. Dito por outras que apresentam uma série de aspectos po- essa? Seria a de dar um novo sentido ao ter- remos para ver, agora que resmungamos
palavras, todo o território moçambicano tencialmente estratégicos, ou seja, um capi- mo “inclusão”, aquele sentido que o povo teve inconformados com o sufocante “apertar
tal humano maioritário e diversificado, uma crença depois do primeiro discurso do PR. do cinto”. Os mediadores prometem!
situado a Norte do Rio Save, excluindo
Savana 29-07-2016
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22
DESPORTO Savana 29-07-2016
Dr. Cazé leu a tempo o cenário e, sem muitas chances para ganhar, optou por desistir da corrida à presidência da FMP
o
ontrariamente a alguns ambiente mudou: os presentes en- dos os requisitos exigidos pela lei
segmentos da sociedade treolhavam-se e foram dando conta ou não. Findo este exercício já ti-
que crucificam o ex-vice- de que não havia nenhuma pessoa nha sido encontrado
enco o presidente
log
-ministro da Juventude e que se assemelhava de longe com o da FMP. A seguir eram abraços e
Desportos, Carlos de Souza (Dr. Dr. Cazé. aplausos porque, fazendo fé às pa-
Cazé), pelo facto de não ter con- E antes de ler a “sentença”, Chachi- lavras de Chachine, a família do
corrido à presidência da Federa- ne desejou, primeiro, boas-vindas a hóquei saiu mais coesa e organizada
ção Moçambicana de Patinagem todos, particularmente aos repre- que nunca.
nunc
(FMP), a posição deste é, no míni- sentantes dos núcleos das associa- O presidente da FMP, Nicolau
mo, reveladora de muita maturida- ções de Zambézia e Nampula, para Manjate, apresentou, à comunica-
de, uma vez que acabou deixando a depois pedir um minuto de silêncio ção social, as principais linhas do
sua imagem impoluta. pela mortete da jovem Sharon dos seu programa que, na prática, estão
ció
Santos, filha de Sandro dos Santos, consubstanciadas no seu manifesto,
E enganam-se os que lhe atribuem treinador e jogador de hóquei em que compreendem a promoção e
epítetos pejorativos por ter optado circunstâncias
cunstâncias tidas como estranhas. desenvolvimento da modalidade em
pela desistência, pois a grandeza de Explicou, apressadamente, como Moçambique, no quadriénio 2016-
um homem mede-se pelas análises todo o processo foi decorrendo 2020; a massificação da modalidade
situacionais e contextuais que faz até àquele dia e, inteligente que é, por algumas províncias do país que
antes de decidir tomar qualquer que Nicolau Manjate reconduzido à presidência da FMP mostrou-se surpreso por apenas ter tenham condições infra-estruturais
seja a posição. recebido uma única candidatura para o efeito.
que não ficaram indiferentes e ame- Finalmente, na semana passada,
E no caso vertente, há que se ter ca- tendo perguntado
pergunta se haveria mais Aliás, o quarto lugar alcançado em
rácter, saber reconhecer e admitir os
seus próprios erros com a consciên-
cia de que eles são necessários para
o crescimento e amadurecimento de
qualquer vivalma.
Começamos por partes: o anúncio
da candidatura do Dr. Cazé desde
açaram boicotar as actividades caso
este fosse eleito.
Este posicionamento surpreendeu
a maioria dos presentes, incluindo
o próprio presidente da Mesa da
Assembleia-Geral, Lucas Cachi-
ne. Foi por esta e mais razões que
so
num ambiente relativamente calmo,
até porque alguns mais próximos
da modalidade já sabiam que o Dr.
Cazé não tinha apresentado a sua
candidatura, um batalhão de jorna-
listas foi aguardando,, impaciente-
mente, a chegada de Lucas Chachi-
um outro concorrente. Em seguida
esclareceu que havia uma única lis-
ta como fruto de uma concertação
havida entre as duas listas, onde se
procurou integrar parte dos ele-
mentos da lista do Dr.
D Cazé.
E nem foi preciso fazer a votação:
Suan Juan, em 2011, no Mundial de
grupo “A”, bem como os dois séti-
mos lugares conseguidos nos Mun-
diais de 2013 em Angola e 2015
em Nantes, França, são o cartão-
-de-visita que motiva a acreditar no
sucesso da criação do departamento
cedo caiu mal no seio da família do a Assembleia-Geral foi sofrendo ne, ao local da assembleia. apenas procurou ver se, de facto, a de marketing, no novo elenco fede-
hóquei, em particular nos atletas adiamentos. Quando este finalmente apareceu, o lista única apresentada reunia to- rativo.
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o
sóficas da Universidade Pedagógica, Colocar em foco o pensamento de Boaventu-
realizou-se recentemente uma palestra em ra de Sousa Santos pressupõe, antes de mais
parceria com a Associação dos Escritores nada, situar este homem/pensador nos circui-
Moçambicanos (AEMO) proferida pelo tos do tempo e do espaço, circunscrevendo o
log
sociólogo Boaventura de Sousa Santos, que lugar de onde pensa e fala, mais precisamente,
dissertou em torno do tema “Pelo Estado o lugar de onde enuncia este pensamento ins-
Social e Inclusão”. tigante que circula pelo mundo e mobiliza a
Academia, os Movimentos Sociais, as Redes
Boaventura de Sousa Santos é um dos mais e Fóruns de Lutas Sociais, para além de áreas,
influentes sociólogos de língua portugue- de campos, de países e continente; Boaventu-
sa da actualidade. Seus trabalhos podem ser ra de Sousa Santos tem reconhecimento pelo
enquadrados em três áreas: Direito e Socie- mundo fora, sendo conhecido internacional-
dade, Filosofia ou Epistemologia das Ciên- mente por sua contribuição teórica e pela sua
ció
cias Sociais e Democracia. Actuando basica- posição militante em favor de um projecto
mente nestas três grandes áreas, ele se tornou pluralista e amplo de emancipação social.
referência obrigatória nas mais diferentes Assim, nos anos 2000, Boaventura de Sou-
disciplinas das Ciências Sociais no mundo sa Santos propunha uma “Epistemologia do
(Direito, Educação, Serviço Social, Ciência Sul”, como um novo paradigma a encarnar
Política, Sociologia etc.). uma outra racionalidade ampla e abrangen-
Sendo a democracia um projecto de inclu- Boaventura de Sousa Santos proferindo palestra na AEMO te, capaz de apreender a riqueza infinita e a
são social e de inovação cultural que se co- e outra societal. A transição epistemológi- regulação e o conhecimento emancipação. diversidade da experiência social em todo
loca como tentativa de instituição de uma ca ocorre entre o paradigma dominante da Os pontos extremos do primeiro são o caos o mundo. O “Sul” em Boaventura de Sousa
nova soberania democrática, Boaventura de
Sousa Santos, na sua obra A crítica da razão
indolente – Contra o desperdício da experi-
ência, (São Paulo: Cortez 2000), sustenta que
estamos vivendo num momento de transi-
ção paradigmática, no qual o paradigma da
ciência moderna e o paradigma emergente
(conhecimento prudente para uma vida de-
cente). A transição societal ocorre do para-
digma dominante (sociedade patriarcal, pro-
dução capitalista, consumismo individualista,
identidades fortaleza, democracia autoritária
so
(ignorância) e a ordem (conhecimento); do
segundo são o colonialismo (ignorância) e a
solidariedade (conhecimento). O pilar da re-
gulação é composto pelo Estado, o mercado
e a comunidade, enquanto no pilar da eman-
cipação encontramos três formas de racio-
Santos não é um conceito geográfico é, sim,
uma categoria sócio-política relativa aos pa-
íses, regiões, segmentos, grupos que sofrem
processos de exclusão, opressão e discrimina-
ção. O “Sul” é uma metáfora do sofrimento
humano, produzido nas hibridações do ca-
modernidade se encontra em declínio, em e desenvolvimento global e excludente) para nalidade: a estético-expressiva, a cognitivo- pitalismo e da colonialidade do poder. Na
função do colapso do pilar da emancipação um conjunto de paradigmas que ainda não -instrumental e, por último, a racionalidade formulação de Boaventura Santos, “a Epis-
no pilar da regulação, fruto da convergência sabemos exactamente o que vem a ser. prático-moral do direito. A absorção do pilar temologia do Sul” assenta-se numa tripla
um
do paradigma da modernidade e do capita- Em sua construção teórica, o autor afirma da emancipação pelo pilar da regulação se orientação: “aprender que existe o Sul; apren-
lismo. Este período transicional possui duas que o projecto da modernidade possui duas deu através da convergência entre moderni- der a ir para o Sul; aprender a partir do Sul e
dimensões principais: uma epistemológica formas de conhecimento: o conhecimento dade e capitalismo e a consequente raciona- com o Sul”. A.S
Popular
de
O
tulada “Os souvenirs de A MA”, do guntaram aos habitantes locais o nome do
artista João Donato. lugar, a resposta foi ‘A-Ma Gau’ (Baía de
A-Ma). Esta amostra é assim uma espécie de jovem escritor e jornalista, educação no nosso país”, disse Eduardo
Macau”, explica João Donato
homenagem a Macau”, Eduardo Quive, Presidente da Quive.
Esta exposição, que estará patente apenas Associação Movimento Lite- O FREPOP tem como tema principal
uma semana é, tal como descreve o próprio Nascido em Maputo, Moçambique, em 1953,
João Donato iniciou-se na arte da cerâmica rário Kuphaluxa, participou de “Educação Popular: democracia e os de-
artista, “como uma página de um caderno de 19 a 23 de Julho corrente no 13º Fó- safios das lutas sociais na construção da
campo: são as “notas” da minha viagem a Ma- em 2002 em Brasília, com a mestre ceramista
Cecy Sato. Em 2005, foi para Londres onde rum de Educação Popular (FREPOP), sociedade que queremos” e contou com
cau, onde fui participar numa feira de arte e
io
estudou sob tutela da mestre ceramista Da- na cidade brasileira de Recife, no estado vários oradores brasileiros para além de
artesanato no âmbito da semana da Lusofo- de Pernambuco. “É sempre um prazer
phne Carnegy, no City & Islington College, outros oriundos dos países da América
nia que ali se realiza todos os anos. Ali, numa desfrutar de uma oportunidade de de-
tendo depois trabalhado na mesma cidade latina e Moçambique. “O facto de estar
as de souvenirs,
livraria antiga ladeada de lojecas bater assuntos como este que me levou a
como técnico de cerâmica até 2011. Vive ac- com pessoas de vários cantos do mundo
na zona turística do Castelo de São Paulo, viajar até Brasil. A Educação, como sa-
tualmente em Maputo. Realizou exposições a expressarem as suas realidades é uma
encontrei uma referência a um texto do séc. bemos, ainda preocupa na nossa socie-
ár
o
Já estão a cansar
log
A
destes?
forma como os assuntos candentes do país são tratados mostra que
não são levados a sério por parte dos que têm a responsabilidade de
resolvê-los. Dependemos da vontade deles. O nível de impunidade em
que vivemos faz-nos questionar se realmente queremos viver num país
ció
Onde vamos chegar com o elevado custo de vida, tensão político-militar, dívidas
ocultas, só para dar alguns exemplos. Passados 40 anos de independência, gover-
nados pelo mesmo partido, quando fazemos o rescaldo das quatro décadas de
governação, percebemos que muita coisa ainda falta para fazer, e fez-se pouco.
Cada dia que passa a sociedade vai ficando mais ciente de que o país não melho-
rou em muitos aspectos porque um punhado de moçambicanos enriqueceu em
detrimento da maioria. A vida da maioria da população é levada sem esperança
nenhuma do futuro. Parece-nos ser o que está a dizer o Bastonário da Ordem
dos Advogados, Flávio Menete, ao Ministro dos Combatentes, Eusébio Guim-
biwa, num jeito de brincadeira.
Outros confraternizam sempre. Mesmo num ambiente bastante tenso, caóti-
co, encontram momento para mostrar que são confrades. É o que vemos nesta
imagem onde aparece o antigo Primeiro-ministro, Aires Ali, e o Hermenegildo
Infante, antigo Secretário da Frelimo na Cidade de Maputo.
As mulheres sempre mostram compaixão, solidariedade perante a situação em
so
que vivemos actualmente no país. Não lhes agrada de forma nenhuma saber que
estão a perder seus filhos em batalhas cujo inimigo desconhecem. É como se
um
Graça Machel estivesse a dizer para Marina Machinuapa: temos de ser fortes.
Sempre fomos fortes. Sabemos enfrentar as adversidades.
Há quem aproveita para fazer sentir o sabor da sua graça dialogando com uma
camarada, que ocupa um lugar no órgão decisório do glorioso no intervalo entre
as reuniões do Comité Central. Pelo semblante da deputada da Frelimo, Lucília
Hama, vislubramos que não esteja a falar da situação actual do país com o An-
tónio Niquice, secretário da Mobilização e Propaganda da Frelimo.
Falar chega a cansar. Porque quando analisamos muitas coisas que acontecem na
sociedade moçambicana ficamos frustrados. Perdemos a vontade de continuar a
lutar pelos ideais que traçamos para o nosso país. O ar desolado do veterano da
luta de libertação nacional, Mariano Matsinha, aqui sentado, espelha isso. E o
olhar de comoção de Manuel Tomé demonstra alguma sensibilidade. É mesmo
de
iz-se
IMAGEM DA SEMANA Naíta Ussene Diz -se. .. D
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mo. Se quiserem governar províncias, esperem por legisla-
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regresso ao calor europeu, à espera que por cá, nas próximas
semanas, saia fumo branco de alguma das trincheiras da dita
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ció
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casa. E como que a dar resposta aos homens das togas, até
resolveram premiar os cinzentinhos que resistiram a receber
ordens de uma procuradora preocupada com uma feminis-
ta espanhola que reeditou a famosa ordem guebuzista do
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A
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*/.)85&0455/#.),5+/5á5/'5
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de aritmética.
multinacional italia- parceira no projecto de gás da bacia sufoco financeiro que o país atra-
do Rovuma. vessa, devido à crise económica e à
um
na ENI poderá tomar a
chamada decisão final de Por outro lado, as negociações com dívida, agravada pela descoberta de R55 5 )')5 $á5 ,5 -*,)65 *)#-5 5 '5 -"#(!.)(5 .,'5
investimento (DFI) para o Governo moçambicano sobre as- empréstimos
éstimos de mais de 1,4 biliões (/(#)5 +/5
*/.)5 (ã)5 -.05 *,*,)5 *,5 #.,5
a produção de Gás Natural Lique- pectos fiscais e financiamento da de dólares contraídos pelo anterior
anter a auditoria internacional, o timoneiro local mandou à fava
feito (LNG) em Moçambique den- *,.##*éã)5 5 '*,-5 #)(&5 Governo. )-5.#-5+/5+/,'5'.,5)5(,#45(-5)(.-5&)#-855.#-
tro de alguns meses, dando corpo à 5#,),)(.)-5BC5()5*,)- “Há definitivamente urgência da
-tac dos relógios e o cinto dos moçambicanos parece contar
transformação do país como uma jecto também conheceram avanços parte do Governo moçambicano
potência energética mundial, escre- nos últimos dois meses. em ver estes negócios a irem para a
pouco...
ve a agência Reuters, citando fontes Um outro desenvolvimento impor- ,(._65 &,)/5 /'5 )(.5 #.5
próximas do projecto. tante tem a ver com o acordo com a pela Reuters. R55 -5()-5)(.#(/'5&!,'(.55 ),,,55ù0#5!)0,-
BP, para a venda de gás. (+/(.)5 5 5 *)-.5 '5 *& *&- namental e a manter alegres os funcionários do Estado de
Segundo a Reuters, a prova de que “Houve progressos significativos nas taformas flutuantes para produzir ,.ã)50,'&")85-5#(#),-5+/5)5
5+/,#5-)5)(-
de
)5 #(.,--5 5 5 ()5 -(0)&0#- últimas semanas, o que deixa os in- 655(,%)5-.á5'*("5 trolo continuam a disparar.
mento do projecto de gás na Bacia vestidores mais optimistas, a Deci- em construir instalações no distrito
do Rovuma é irreversível está no -ã)5 #(&5 5 (0-.#'(.)5 (ã)5 -.á5 de Palma, para gerar o recurso, no
.ã)5 &)(!_65 #--5 /'5 (+/#,)5 (-
(- meio de disputas com comunidades R55 *-,55.,5*(-5)5*)#)5 ,&65)-5")'(-5+/5,ŀ4,'5
facto de a companhia italiana ter
volvido nas negociações do projecto que devem ser reassentadas. )-5 (Ě',)-5 )5 ),é'(.)5 - ,!'5 -5 'ã)-5 5 )(.(.-5
assinado recentemente acordos com
5!á-55 65#.)5*&5/.,-85 5(,%)5*,#-55$/(.,5hj5#-
5(,%)5*,#-55$/(.,5hj5# *),5.,'5)(-!/#)5,&",55)*#(#ã)5*Ěȫ)*)-#-
parceiros e com o Governo moçam-
*-,5)5()0)5ù'*.)5+/5)5*,)--
*-,5)5()0)5ù'*.)5+/5)5*,) liões de dólares para avançar com o éã)85ŀ(&65")/05'-')5),.-5-/-.(##-5()5),é'(.)>5
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-se comprometido com a chamada sobre as fontes dos 11 biliões de dó-
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5 -.5 ()5 '5 ,&éã)5 )5 '- lares necessários para o desenvolvi- para dirigir a área do negócio de
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po de gás Coral e em 2017 sobre o mento da empreitada. 5!,)/5()-5#(0-.#),-5'#),5 ser mostradas nos media do sector público. Só que, do outro
campo de gás Mamba, os dois que 5 65 5 ),)5 )'5 5 /.,-65 confiança na capacidade de a multi- &)65)-5.#(!#)-65-ã)5'#-5!,--#0)-5)5+/5()5&)55á85
o consórcio detido pela empresa ita- espera mobilizar vários biliões de nacional norte-americana conseguir -5-*.),-5550#,'5)-5*,-(.),-55-.-
liana controla. ĉ&,-5#0##()55-/5)(--ã)55 mobilizar o financiamento de que tal compareceram ao serviço vestidos de preto, em sinal de
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no consórcio Technip e JGC, num '5 .,(-éã)5 (.,5 5 5 5 -.,5 5 &'("65 #()5 (#- ()-55/_65#-/.7-5-5)-5.&.-5+/50ã)5)52.,#),5(ã)5
contrato orçado em 5.4 biliões de Exxon Mobil será vista como uma )65 ,(é5 5 .á (-5 *,ĉ2#'-5
0'5.,5/'5&!éã)5, ),é5)'5!(.-55),*),-
dólares. ĉ#5 5 -&0éã)5 *&-5 /.),#-65 duas décadas.
Fontes citadas pela Reuters refe- dado que o Estado moçambicano )5 'ù(#')65 5 *,)/éã)5 5 5 éã)85,5$á65!,(.#'5+/5(ã)5"0,#5(#,-55*,.#)-5
rem que a General Electric também terá acesso a mais-valias que lhe demorará cinco anos, após a Deci- 5)*)-#éã)5(-5!!(-5)-5.&.-85
"!)/5 5 ),)5 )'5 5 5 )')5 permitam ganhar oxigénio face ao -ã)5#(&55 (0-.#'(.)8
Savana 29-07-2016 1
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um
A
de
s Cervejas de Moçam- as necessidades de importação 330 ml, poupando, dessa forma, retornáveis custam 35 MT con- nómica que afecta o país faz-se
bique (CDM) lançaram, o; e melhorar o impacto
do vidro; 268 milhões de meticais por ano tra 45 MT das não retornáveis)”, sentir nas CDM, onde as vendas
esta semana, o Projecto ambiental causado pelo lixo das porque, explica Pedro Cruz, “cada avançou. registaram uma queda “aparato-
“Devolver”, uma inicia- garrafas não retornáveis (atinge garrafa pode ser utilizada 30 ve- “Não sabemos quando é que sa”.
tiva que visa promover o retorno 11500 toneladas por ano). zes”. haverá aumento de preços, mas “Pela primeira vez, em muitos
das garrafas de 330 ml, de todas “Uma garrafa deitada fora é um A iniciativa, que entretanto não garantimos que neste momen- anos, as vendas das CDM estão
as marcas nacionais (2M, Mani- desperdiço porque pode ser reu- é nova no mercado nacional e to os preços não serão alterados. abaixo do ano anterior. A norma
ca, Impala e Laurentinas Preta tilizada. Para tal, é preciso que mundial (já era feita nas garrafas Porém, há produtos cujos preços foi sempre crescer face ao ano an-
io
e Clara), em todos os pontos de as pessoas mudem de compor- médias de 550 ml), visa defender são ainda mais baixos, devido às terior”, afiançou.
venda. tamento, passando a devolver as os interesses dos consumidores, matérias-primas que são nacio- Entretanto, em sentido contrário
O projecto foi apresentado, esta garrafas no estabelecimento onde permitindo que a companhia não nais (Chibuko e Impala)”, co- está a estiagem que não afecta
quarta-feira, em Maputo, pelo compraram”, disse Cruz. agrave o preço dos produtos face mentou o Director-geral daquela aquela unidade fabril, visto que
Director-geral da companhia, Sendo assim, com a implemen- ao aumento dos custos de produ- companhia, questionado sobre o nunca teve limitações no acesso
ár
Pedro Cruz, e tem o objectivo tação do projecto, as CDM pre- ção. possível agravamento de preço à mandioca, matéria-prima prin-
de garantir maior controlo do tendem atingir uma meta de de- “Permite ao consumidor poupar dos seus produtos. cipal para a produção da cerveja
preço ao consumidor; diminuir volução de 80% das garrafas de 10 MT por garrafa (as garrafas Pedro Cruz revela que a crise eco- Impala.Abílio Maolela
Di
2 Savana 29-07-2016
o
distrito de Boane, ção no aumento da transparência to disse ao 6$9$1$ que a
A
província de Mapu- no sector extractivo em Moçam- conferência irá ainda discutir
to, acolhe de 02 a 05 bique,, o papel da Assembleia da o papel das Organizações da
Associação dos Supervi- pervisão de seguros no actual qua- República enquanto órgão fiscali- Sociedade Civil na monitoria
log
de Agosto de 2016 o
sores de Seguros Lusófo- dro económico de Angola. terceiro Acampamento In- zador do executivo para divulgação da qualidade e abrangência
nos (ASEL) juntou seus Falando na abertura do encontro, ternacional de Direitos Hu- e implementação da Lei do Direito dos serviços públicos (com
membros, na capital mo- a vice-ministra da Economia e Fi- manos, Cidadania e Acesso à à Informação e seu regulamento, destaque para os sectores de
çambicana, Maputo, de 25 a 27 do nanças, Isaltina Lucas, lamentou Informação. bem como o papel do Provedor da educação e saúde bem como
mês corrente, para analisar o am- o facto de Moçambique ter uma Justiça como actor estratégico na as responsabilidades dos ór-
biente de seguros ao nível dos pa- população estimada em cerca de O encontro financiado pela monitoria da implementação da gãos de comunicação social
íses falantes da língua portuguesa. 25 milhões de habitantes, mas que Íbis, no quadro do Programa Lei do Direito à Informação no públicos de radiodifusão (RM
apenas sete por cento é que tem AGIR, contará com a partici- sector público. e TVM) na garantia cons-
No encontro foi analisada a neces- acesso aos serviços financeiros e de pação de activistas nacionais José Abudo, Provedor da Justiça, titucional de independência
ció
sidade da criação de um ambiente seguros. e internacionais de Direitos Tomás Timbane, advogado e antigo editorial como direito à in-
que facilite a expansão dos produ- Isaltina Lucas referiu que os núme- Humanos, pesquisadores, es- bastonário da Ordem dos Advoga- formação e o seu papel na
tos e serviços de seguros para todas ros atingiram a cifra acima citado tudantes, jornalistas, comuni- dos, Lucas Chomera, presidente da implementação da LDI e seu
as camadas populacionais, sobretu- devido ao seguro obrigatório como cadores das rádios comunitá- Quarta Comissão da Assembleia regulamento.
do da classe baixa. é o caso da responsabilidade civil rias e funcionários públicos. da República, Teodato Hunguana, Paralelamente, será organiza-
Na conferência que contou com a do automóvel. Na conferência serão debati- jurista e político, são parte de vários da uma Feira de Direito à in-
participação de pouco mais de uma Para além do discurso da gover- dos vários temas com maior oradores que desfilarão durante o formação, além da exibição de
centena de convidados, nomeada- nante moçambicana, o encontro foi enfoque para a contribuição encontro. filmes e documentários sobre
marcado por um ciclo de palestras e
mente os representantes das insti-
tuições integrantes da ASEL e de
instituições públicas e privadas de
Moçambique, das quais se desta-
cam as Seguradoras e os Corretores
de Seguros a operar no País, fez-se
uma avaliação da adesão dos mem-
debates sobre temas de grande rele-
vância para a indústria seguradora.
A ASEL é uma associação profis-
sional sem fins lucrativos criada em
1994 e recentemente foi admitida
com o estatuto de Observador da
so
de Lei do Direito à Informa- Uma fonte da organização do even- Direito à Informação. (EC)
o
de Casamentos Prematuros
(CECAP), defendem a revisão, com definido no seio da família e na so- os casamentos prematuros e protec-
urgência, da Lei da Família, concre- ciedade. ção de menores em casamentos.
tamente os artigos relativos aos direi- “Deve-se mobilizar mais investimen- “Este acontecimento remete-nos a
tos da rapariga, por forma a adequá- tos destinados à educação da rapariga uma reflexão e reverificação do que
log
-los à realidade actual do país. e que a promoção dos direitos deste está em falta na nossa legislação, com
grupo populacional esteja patente vista a dar maior protecção à rapari-
O número 02 do artigo 30 da Lei da nos curricula escolares, bem como a ga”, destacou.
Família, que estabelece a excepciona- criminalização dos casamentos pre- Refira-se que, durante os dois dias,
lidade do casamento de menores de maturosos no país”, apelou. para além de se debater a Lei da
16 anos com a permissão dos pais, é Por fim, Antónia Charre, vice- Família, também foi apresentada a
visto como parte da solução para a re- -presidente da 3ª Comissão na AR, proposta da Lei das Sucessões, com
solução do problema e, segundo estas, mostrou a abertura do seu grupo de enfoque para inclusão do cônjuge so-
a idade núbil para contrair o matri- trabalho em acolher as propostas de brevivo nas primeiras classes de gru-
ció
mónio deve fixar-se nos 18 anos. revisão da lei e acrescentou: “há con- pos sucessíveis, ambas sob orientação
Esta posição foi tomada, esta sema- vergência de ideias entre as duas par- da Procuradora Geral Adjunta, Irene
na, em Bilene, província de Gaza, tes (SC e sua comissão), no que tange Utui. (EC)
cria, desenvolve e se consolida a per-
durante a realização do Seminário de
sonalidade dos seus membros e onde
Advocacia sobre a Revisão do quadro
devem ser cultivados os valores mais
Legal referente aos direitos da rapa-
nobres”, disse.
riga, com foco na Lei da Família e
Para Zeca, a reflexão deve prosseguir
sucessória, estampada no Livro V do
e culminar com a actualização dos ar-
Código Civil.
tigos que se mostrem desajustados ao
O encontro promovido pela CECAP,
que durou dois dias, contou com a
participação de deputados da AR
(da Comissão dos Assuntos Consti-
tucionais, Direitos Humanos e Le-
galidade e a Comissão dos Assuntos
Sociais, do Género e Tecnologias de
Comunicação Social) e tinha como
contexto sócio-cultural e a dinâmica
face à conjuntura e chama a atenção
para a necessidade de se verificar “a
diversidade do contexto moçambica-
no”.
Por sua vez, a directora do Centro de
Formação Jurídica e Judiciária, Vita-
so
objectivo traçar um plano de trabalho lina Papadakis, afirmou que embora
para acompanhar a revisão da Lei da haja esforços desenvolvidos pelo Go-
Família e advogar para que a proposta verno e pela sociedade civil, no sen-
um
da Lei das Sucessões seja submetida à tido de promover a igualdade entre
“Casa do Povo”. pessoas do sexo feminino e mascu-
No seu discurso de abertura, a gover- lino, os mesmos “ainda não são sufi-
nadora de Gaza, Stella Pinto Zeca, cientes” para a eliminação das situa-
destacou a importância da revisão do ções de desigualdade entre homens
quadro político-legal referente aos di- e mulheres, rapazes e raparigas e de
reitos da rapariga, pois, esta camada violação dos direitos das mulheres e
encontra-se numa situação de fragi- raparigas.
lidade, devido ao contexto do patriar- “Há necessidade de revisão, emenda
cado da sociedade moçambicana. ou revogação de normas que discri-
A governante mostrou-se preocupada minem as raparigas e harmonização
com a ausência de Leis que protegem da legislação,
ão, das políticas, estratégias
de
Médicos Veterinários
D origem animal.
ár
A Embaixada dos Esta- ciado em partes iguais pelo Plano programa do PEPFAR para
o
recém-licenciados na área e para a compreensão mútua, aju- dos Unidos da Amé- de Emergência do Presidente dos criação de uma geração livre
do Direito participam, até dando também no fomento e pro- rica (EUA) lançou, EUA para o Alívio do SIDA (PE- de HIV e SIDA. Pela primeira
30 de Julho, na Universi- moção da responsabilidade social nesta segunda, em PFAR) e pela Fundação Conrad N. vez em Moçambique, activida-
dos estudantes de Direito e jovens
log
dade de Verão Internacional, num Maputo, o programa de De- Hilton. des do DPI serão sistematica-
evento denominado “Law & Bu- advogados. senvolvimento da Primeira mente integradas nos serviços
siness Oporto International Sum- O projecto pretende, além disso, Infância, inserido no âmbito da Este esforço pioneiroo assinala um de saúde materno-infantil,
mer School”. abrir portas aos participantes para Aliança de Desenvolvimento compromisso entre o governo Mo- de nutrição, de prevenção da
novas perspectivas de emprego, Global (GDA). Este projecto çambicano e os parceiros inter- transmissão do HIV e de apoio
novas experiências, desafios, contri- resulta de uma Parceria Pú- nacionais no sentido de apoiarem a crianças órfãs e vulneráveis.
Os participantes, de 30 nacionali-
buindo, também, para a progressão blico-Privada, com a duração crianças vulneráveis. A aliança tem Moçambique foi seleccionado
dades diferentes, terão a possibili- na carreira.
dade de usufruir de uma experiên- de três anos, entre o Governo em vista a melhoraria do estado de entre 48 candidaturas de 16
Fundada em 1881, em Viena, a dos Estados Unidos da Améri- saúde das populações alvo, de for- países no âmbito da Terceira
cia de aprendizagem internacional, rede ELSA que começou com qua-
ció
de desenvolver competências jurí- ca através da sua Agência para ma a melhorar os resultados do de- Ronda do Fundo de Incenti-
tro estudantes – conta agora com o Desenvolvimento Interna- senvolvimento das crianças vulne- vo PEPFAR para aumentar o
dicas num contexto multicultural e, 38 mil estudantes de Direito e jo-
ainda, de desenvolver uma rede de cional (USAID), a Fundação ráveis afectadas pelo HIV e SIDA. envolvimento do sector priva-
vens advogados e está actualmen-
Conrad N. Hilton e a PATH Ao longo de três anos, a PATH do no reforço e alargamento
contactos a nível global. te representada em mais de 300
- uma organização americana vai usar este financiamento para do princípio da responsabili-
Integrada na ELSA – The Euro- universidades num universo de 42
internacional sem fins lucrati- expandir intervenções de DPI nas dade compartilhada, visando
pean Law Students’ Association, a países, sendo considerada a maior
vos. O mesmo, avaliado em três províncias de Maputo, Sofala e alcançar uma geração livre do
iniciativa “Law & Business Oporto associação independente de estu-
milhões de dólares, foi finan- Zambézia, em alinhamento com o SIDA.
International Summer School” visa dantes no mundo.
pela seguradora tem mérito por sas, sendo a EMOSE, nos últimos
de crescimento da economia, de- programou uma série de jornadas infra-estrutura, reabilitada este ano, 5 anos, parte do grupo das quatro
apresentar “um crescimento notável,
vido a uma conjuntura económica de reflexão, de modo a conhecer o após ser assolada por um vendaval, com maior domínio do mercado. A
traduzido em melhoria da qualidade
caracterizada por choques internos estágio de vida da empresa, por for- em Fevereiro passado, num investi- facturação, em 2015, foi de cerca de
dos serviços prestados aos segura-
dos, aumento contínuo dos volumes e externos, que levaram o Governo ma a reposiciona-lá e responder aos mento de 1.7 milhões de meticais. 2.14 mil milhões de Meticais, num
a propor uma revisão, em baixa, do desafios do mercado. O Governador da província de Ma- mercado cuja produção global, em
ár