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O meteorologista e geofísico
Introdução
Este trabalho foi concebido para que ficássemos todos a compreender factos sobre a SIDA.
Neste trabalho fala-se sobre vários temas, nomeadamente, o que é a SIDA, sintomas da
doença, como se faz o diagnóstico, de que formas se pode contrair a doença, de que formas
nos podemos prevenir, viver com SIDA, a SIDA em Portugal, onde obter informação e
apoio sobre os testes do VIH, estatísticas e números sobre a SIDA e um pequeno glossário.
O que é a SIDA
A infecção com o VIH caracteriza-se por quatro fases diferentes. Ocorre primeiro o período
de infecção aguda, até quatro semanas após o contágio e no qual o seropositivo é afectado
por diversos sintomas pouco característicos, semelhantes aos de uma gripe, e cuja causa,
normalmente, passa despercebida a doentes e médicos. Segue-se um período que pode durar
dez a 15 anos (em alguns casos mais em outros menos), no qual, embora o vírus se continue
a multiplicar, o seropositivo não apresenta quaisquer sintomas. Nesta fase, apesar de o vírus
continuar a matar as células CD4, o organismo consegue repor quase a mesma quantidade de
células que são destruídas diariamente.
A quarta fase, em que o seropositivo passa a ter SIDA, ocorre quando a contagem de
células CD4 se torna muito baixa ou quando a pessoa é afectada por outra doença indicadora
de um estado de imunodeficiência grave.
O vírus da SIDA
Segundo as investigações feitas nesta área, o VIH pode ter evoluído a partir do Vírus de
Imunodeficiência dos Símios encontrado nos chimpanzés da África ocidental, e ter passado
aos humanos dessa região e daí para o resto do mundo. Esta é a teoria actualmente aceite
para a origem do VIH.
O vírus tem que entrar no sistema sanguíneo para poder multiplicar-se. Ele infecta e
multiplica-se dentro dos linfócitos T4, também conhecidos como células CD4, que fazem
parte do sistema imunológico. Ao penetrar na célula, o VIH transforma o seu código
genético de ARN em ADN, que lhe permite replicar-se e destruir estas células. Para
completar o seu ciclo de reprodução, o vírus utiliza ainda outras duas enzimas, a protease e a
integrase.
Todos os dias o organismo produz quase a mesma quantidade de células CD4 para repor a
diferença, mas, a partir de certa altura, não consegue aguentar este ritmo. Se a contagem
diminui para menos de 200 unidades por mililitro de sangue, diz-se que o seropositivo
passou a ter SIDA. O vírus começa a multiplicar-se assim que entra no sistema sanguíneo da
pessoa infectada, mas podem passar algumas semanas até que o organismo comece a
produzir anticorpos.
Imagens do vírus HIV por microscópio electrónico de transmissão
Sintomas da doença
Algumas pessoas apresentam sintomas semelhantes aos de uma gripe como febre, suores,
dor de cabeça, de estômago, nos músculos e nas articulações, fadiga, dificuldades em
engolir, gânglios linfáticos inchados e um leve prurido. Calcula-se que pelo menos de 50 por
cento dos infectados tenham estes sintomas.
Os seropositivos vivem, depois da fase aguda, um período em que não apresentam sintomas,
embora o vírus esteja a multiplicar-se no seu organismo o que pode prolongar-se por
diversos anos. É neste período que se encontram, actualmente, 70 a 80 por cento dos
infectados em todo o mundo.
Na fase sintomática da infecção (mas ainda sem critérios de SIDA), o doente começa a ter
sintomas e sinais de doença, indicativos da existência de uma depressão do sistema
imunológico. O doente pode referir cansaço não habitual, perda de peso, suores nocturnos,
falta de apetite, diarreia, queda de cabelo, pele seca e descamativa, entre outros sintomas.
A fase seguinte na evolução da doença designa-se por SIDA e caracteriza-se por uma
imunodeficiência grave que condiciona o aparecimento de manifestações oportunistas
(infecções e tumores).
O teste usado é o ELISA (“Enzime Linked Immuno-Sorbent Assay”). Pode usar-se também
um outro teste, o “Western Blot”, para confirmar o resultado.
Aos seropositivos realizam-se também testes para avaliar o nível de VIH no sangue. Estes,
juntamente com os exames servem para contar o número de células CD4, que são
fundamentais para fazer um prognóstico sobre a evolução da doença.
Uma pessoa saudável tem entre 500 a 1 500 células CD4 por mililitro de sangue.
Através de sangue, sémen, fluidos vaginais, leite materno e, provavelmente, dos fluidos pré-
ejaculatórios dos seropositivos. O VIH não se transmite pelo ar nem penetra no organismo
através da pele, precisando de uma ferida ou de um corte para penetrar no organismo.
A forma mais perigosa de transmissão é através de uma seringa com sangue contaminado, já
que o vírus entra directamente na corrente sanguínea.
A transmissão por via sexual nas relações heterossexuais é mais comum do homem para a
mulher, do que o contrário. O contágio pode ocorrer em todos os tipos de relação já que as
secreções vaginais ou esperma, mesmo que não entrem no organismo, podem facilmente
contactar com pequenas feridas e cortes existentes na vagina, ânus, pénis e boca.
De mãe para filho, o vírus pode ser transmitido durante a gravidez, o parto ou, ainda, através
da amamentação.
O VIH pode encontrar-se nas lágrimas, no suor e na saliva de uma pessoa infectada,
contudo, a quantidade de vírus é demasiado pequena para conseguir transmitir a infecção.
É durante a fase aguda da infecção, que ocorre uma a quatro semanas após a entrada do vírus
no corpo, que existe maior perigo de contágio, devido à quantidade elevada de vírus no
sangue.
É, também, preciso ter atenção à utilização de objectos, uma vez que, se estiverem em
contacto com sémen, fluidos vaginais e sangue infectados, podem transmitir o vírus.
Actividade Física:
Não há nada que impeça um seropositivo de fazer exercício, excepto se o cansaço ou outros
sintomas o impedirem. Como se sabe, o exercício é importante para a saúde e ajuda a
prevenir doenças cardiovasculares. Não se sabe se tem uma influência directa sobre a
infecção com o VIH, mas a maior parte das pessoas que pratica exercícios, com
regularidade, sente-se física e emocionalmente melhor.
Gravidez:
Alimentação:
Os seropositivos devem ter bastante atenção ao seu regime alimentar, porque a perda de peso
é um dos sintomas da infecção, podendo os doentes, numa fase avançada da doença,
emagrecer de forma excessiva. É, também, necessário ter uma boa alimentação para ajudar a
manter em forma o sistema imunológico, já que este está a ser afectado pelo vírus.
Vida Sexual:
Desde que se proteja e que tenha em atenção determinadas práticas sexuais, é possível
manter um relacionamento sexual. Deve usar sempre preservativo em todos os tipos de
relações sexuais, por duas razões, para proteger os parceiros e a si próprio, já que pode ser
infectado por uma estirpe diferente do VIH ou por outras doenças sexualmente
transmissíveis como a hepatite B. Devem se evitar as relações sexuais se o parceiro for
mulher e estiver com o período menstrual.
A SIDA em Portugal
Em apenas três meses foram registados 884 novos casos de VIH em Portugal, segundo
resultados publicados no boletim do Centro de Vigilância Epidemiológica das Doenças
Transmissíveis (CVEDF) do Instituto Nacional de Saúde.
Entre 1 de Janeiro e 31 de Março, o Centro recebeu o maior número de casos desde que a
epidemia entrou no país. Dos 884 casos, 55 por cento não apresentam sintomas da doença,
35,7 por cento são de sida em estado visível, 9,3 por cento estão numa fase intermediária. As
idades destes seropositivos vão dos 25 aos 39 anos, e 83,8 por cento são homens.
O total de casos oficiais de VIH em Portugal são 13 287, mas os cálculos apontam para 30
mil. Destes casos identificados, 51,7 por cento são de sida, 9,3 por cento são intermediários e
39 por cento são seropositivos. De acordo com estes resultados a fase intermediária é muito
reduzida, o que poderá indicar ou um rápido desenvolvimento do vírus ou uma tardia
descoberta do mesmo.
Para avaliar as condições de detecção da presença do vírus, deve passar um prazo de três
meses (é chamado o período de janela), entre o início da infecção e a realização do teste.
Durante este período, como em qualquer outro, é preciso que a pessoa se proteja e que tome
as medidas preventivas para evitar os riscos de transmissão.
. 50 por cento das infecções adquiridas em 2004 ocorreram em pessoas entre 15 e 24 anos;
. 28 milhões de crianças africanas terão, em 2010, perdido pelo menos um dos pais, em
consequência da SIDA. No total dos países em desenvolvimento, estima-se que esse número
seja de 44 milhões (relatório agência americana para desenvolvimento internacional, 2000);
Glossário
Anticorpo
Substância que se forma no organismo em resposta a um antigénio, seja alimentar, químico
ou biológico. A sua presença significa que a reacção de defesa do corpo atingiu o pico
máximo contra o antigénio que está a afectar o organismo.
Carga vírica
Teste que permite a determinação da quantidade de VIH que está a circular pelo organismo
de uma pessoa infectada. A carga vírica é calculada em número de cópias de ARN do VIH
por mililitros de plasma.
Imunodeficiência
Incapacidade de resistir a infecções por deficiência, congénita ou adquirida, do sistema
imunológico.
Linfócitos
Células do sangue presentes no tecido conjuntivo, directamente relacionados com o sistema
imunológico. Um dos tipos de Leucócitos ou Glóbulos Brancos. Podem ser de dois tipos: B
(Bursa de Fabrícius) e T (Timo).
Síndrome - refere-se ao grupo de sintomas que colectivamente caracterizam uma doença. No
caso da SIDA pode incluir o desenvolvimento de determinadas infecções e tumores, tal
como a diminuição de determinadas células do sistema imunitário (de defesa).
Conclusão
Com este trabalho fiquei a saber muito mais sobre a SIDA, como a podíamos prevenir e
como deveríamos agir se algum dia a contraíssemos. Espero que com este trabalho muitas
pessoas fiquem mais sensibilizadas com os números desta doença e que não façam asneiras,
pois poderá vir-lhe a custar-lhe a sua própria vida.