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PSICOLOGIA 8º SEMESTRE B

GUILHERME AUGUSTO DE MATOS

ANÁLISE FILME: MINHA VIDA COR DE ROSA

MARINGÁ

2018
Resumo do Filme:
O filme nos mostra a história de Ludovic Fabre e sua família que acabaram
de se mudar para nova vizinhança. Sua vizinhança compõe-se de membros do
trabalho do pai, ali estão presentes colegas de trabalho e seu chefe. Logo no
início somos apresentados a uma festa que é feita para recepção da família de
Ludovic. Nessa festa o pai do nosso protagonista está apresentando sua família
para seu chefe, e vemos em outra cena Ludovic se arrumando, quando chega a
hora da apresentação de Ludovic ele aparece na festa vestido de menina. Com
isso o pai diz que o filho é brincalhão e essa é uma de suas piadas, e a mãe o
leva para dentro para que ele retire a maquiagem e lhe diz que ele já tem mais
de 7 anos e já não pode mais brincar de se vestir como menina.
Em todo filme vemos a luta do menino que se identifica como menina,
porém sua família e sociedade fica sempre lhe impondo que tais atitudes são
vergonhosas e não condizentes com sua realidade. Porém Ludovic mesmo
sofrendo frente aos ataques tanto psicológicos quanto físicos que lhe são
impostos não consegue modificar sua forma de sentir a respeito do assunto, e
com isso aumentando cada vez mais seu sofrimento. Ludovic faz amizade com
o filho do chefe de seu pai, e em certo momento que os dois estão brincando na
casa de seu amigo, ele vai ao quarto da falecida irmã do menino e se veste com
as roupas dessa irmã, e monta uma cena de casamento com seu amigo. A mãe
do menino vê essa cena e fica escandalizada.
Com esses acontecimentos a mãe de Ludovic se irrita com ele, e seu pai
lhe bate. Seu amigo passa a não mais querer contato com ele pois seus pais lhe
disseram que se ele se envolver com Ludovic irá para o inferno. Tudo isso que
ocorre faz com que ele seja malvisto na escola, e em casa está sempre levando
sermões dos pais. Seu pai começa a ter uma situação complicada no trabalho
por conta dos ocorridos, o que só o deixa mais e mais nervoso com Ludovic.
Em determinado momento do filme ele após apanhar várias vezes na
escola e em casa de seu pai, e com sua mãe que não quer falar com ele e corta
seu cabelo para que ele passe a se comportar de forma correta. A partir do ponto
que seu cabelo é cortado, mesmo que não seja sua vontade, ele passa a se alto
forçar uma atitude que seja a esperada pela sociedade, até que em uma festa
no fim do filme uma garota o obriga a trocar de roupa com ela. Com esse
acontecimento final a mãe se irrita, porém depois de tudo explicado ela começa
a aceitar e permitir que seu filho se comporte da forma que para ele é o correto,
e não mais o imposto pela sociedade.

Breve fundamentação teórica


Praun (2011) afirma que a partir de 1975, o termo gênero passa a ser
utilizado com o objetivo de compreender as distintas formas e diferenças que a
sexualidade humana pode se apresentar na sociedade. Assim estando em
contraponto ao termo sexo até então utilizado que detém especificidade
exclusivamente anatômica, forma que não embarca toda a possibilidade da
sexualidade humana.
Como sabemos nossa sociedade sempre foi deveras machista e continua
a ser, por isso a questão da feminilidade e o papel da mulher na sociedade, vem
sendo discutida de maneira tímida e até mesmo de maneira quase totalmente
ignorada até as guerras mundiais, porém como salientado por Praun (2011), as
guerras mundiais ocasionaram uma escassez da população masculina,
obrigando as mulheres a terem que exercerem funções que até então eram
exclusivamente masculinas. Com isso as discussões sobre o papal da mulher na
sociedade começam a aumentar em grande ritmo.
Vemos que a luta do feminismo para vencer a opressão feminina
“impulsionou estudos sobre as causas das desigualdades sociais baseadas nas
diferenças de sexo/gênero, bem como das formas de melhor combater essas
desigualdades.” (PRAUN, 2011, p.60). A distinção entre sexo e gênero passa a
representar uma ruptura nos modelos científicos até então utilizados. Dessa
forma, vemos que a forma de se enxergar a mulher na sociedade tem avanços,
mas ainda existe muito a se percorrer até conseguirmos eliminar o preconceito
machista que ainda assombra nossa sociedade.
Outra questão importante a se pensar é a forma que indivíduos que não
se encaixam dentro da tida “normalidade” sexual, ou seja, os que se identificam
com uma forma sexual para além da heteroafetividade. Esses indivíduos muito
sofreram por séculos, apenas há poucos anos vêm sendo pensado a respeito de
“seu reconhecimento como entes detentores dos mesmos direitos daquelas que
expressam comportamento heterossexual” (AMARAL, 2011, p.1). Porém
sabemos que a sociedade ainda se regula pelo dito “normal”, que em geral se
refere ao determinismo biológico ou religioso, assim, a sociedade ainda se regula
pela heteronormatividade. Segue uma definição do termo heteronormatividade:
A heteronormatividade visa regular e normatizar modos de ser e de
viver os desejos corporais e a sexualidade De acordo com o que está
socialmente estabelecido para as pessoas, numa perspectiva
biologicista e determinista, há duas – e apenas duas – possibilidades
de locação das pessoas quanto à anatomia sexual humana, ou seja,
feminino/fêmea ou masculino/macho. (MEYER & PETRY, 2011, p.
195)
Apesar de mudanças na questão de gênero já terem acontecido, e hoje
termos uma melhor aceitação da sexualidade das pessoas, ainda muitas
pessoas que não pertencem a heteronormatividade, ou ao binarismo, para
serem aceitas nessa sociedade se apresentam, ou fingem, como pertencentes
a “normalidade”, “mesmo quando a orientação seja distinta” (AMARAL, 2011,
p.2). Essas pessoas muitas vezes fazem isso apenas para se sentirem aceitos
pelos indivíduos ao seu redor, ou até mesmo para não sofrer consequências por
ser diferente.

Breve análise do filme.

Esse filme nos demonstra claramente diversos elementos apresentados


em nossa fundamentação. Ludovic é um menino que se identifica como menina,
porém vive em uma sociedade heteronormativa que lhe impõem que sua forma
de agir não é correto. Ele apanha do pai, que embora ame o filho se sente
fortemente coagido pela sociedade com o medo de perder o emprego.
O filme demonstra que existe uma tolerância para tais comportamentos,
até 7 anos mesmo que não considerado normal, ainda entra como apenas
brincadeira de criança, que logo passará. Porém após essa idade começam as
represálias e tentativas de ajustamento social.
Vemos que as próprias crianças reproduzem o discurso da
heteronormatividade, pois na escola ele apanha e sofre preconceitos. Esse
discurso, logicamente é aprendido da própria sociedade, sejam os pais ou outros
membros da sociedade.
Ludovic passa todo o filme ou sofrendo por tentar ser como ele é
realmente, e assim sofrer as repesarias da heteronormatividade. Ou tentando
viver como a sociedade lhe impõem que viva, como vemos ao final do filme, e
assim sofrer por ser algo que não é. Somente ao fim do filme vemos que sua
família deixa de dar ouvidos ao que a sociedade lhes impõem e aceita-lo como
realmente é, assim ele passa a ser aquilo que realmente é e não se importar
mais com a sociedade, pois tem o apoio da família. Mesmo que a sociedade
ainda continue lhe impondo a regra da “normatividade”, ele tem um forte em que
se apoiar e poder ser como bem entender.

Referências

AMARAL, Ingrid Silva do. Minha vida cor de rosa: um olhar sobre a construção
social da sexualidade. Anais do II Congresso Internacional de História da UFG/
Jataí. 2011.
MEYER, Dagmar Elisabeth E.; PETRY, Analídia Rodolpho. Transexualidade e
heteronormatividade: algumas questões para a pesquisa. Porto Alegre:
Revista Textos & Contextos, v,10, n1, 2011.
PRAUN, Andrea Gonçalves. Sexualidade, gênero e suas relações de poder.
Revista Húmus nº1, 2011.

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