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E
A
Berta G. Ribeiro
" ... n50 cnfrc~ta~ a ~~6rciil de um~ scc~c~~2~ :t:( ~_. ~ no;
ma grande aldeia, o"e cem casas sólidas c U~~ a~L-:~d~d~
política centralizada" (ibidcm) .
pOVOG.
Conteúdo slmbóJ~co dol' objetos
omp0E.
3) Para o etnólogo, o artefato Jnforma sobre os padrõeD de
ecoló o conteúdo cognJtivo e sirrbólico da cultura material pode
lwoento dos partJclpante5 de ura c0cledade, sua DdarLaç~
glcB, os melos de 5ubsist6ncin r, na ,!ualidade de "texto vJDu~l· der inferido em esludos de campo prolonqados e~ que, co~comitante-
(Mun 1973:xx) sobre os valoreL qun o grupo cultun. rara alca~ mente, se focaliza a esLrutura social, a vida-ritual e a cosmolo -
n
çar essa compreen~~o cahe estudar o arlefato no contexto a que gia. Só recentemente, a pintura e os ornamentos corporais; bem ce
Quando este 6 abstra;eo, C0~0 nos estudos feitos mo os objetos rituais (inclusive i~s~rurnentos de música) vém sendo
pertence.
rnusous . é ?:-üt.ica:-.c,nte
imposs)vc1 recuperar objeto de Llnálise como sistemas de comunicaçio. Esses artefaLos
hase de coleções ~e
Ou seja, a lógica subjacente aos sislemas estio indissoluvelmente associado~ aos pa~éis que os atores soci
esses signiíicadcs.
ais desempenham nos ritos.
sImbólicos.
col ReferJ.ndo-se à pintura co rpoz a L dos alto-xinguanos, Pedro
4) Para o museólogo - investido da guarda c conservaçio de
cabe catalogá-las corret<:1:1er.t.<::
e transf.ormii-las em font Agostinho informa que:
ções
prjm~' n acessivel para fins cie~t.~~icos c didáticos. ~cste C!
"No ciclo do kwa r p (rito fc:.nerário) cabe aos enfeites,
í a
so, o estudo das coleç6es asserelha-se i pesquisa de documento& cessórJos e pinturas corpor~~s manifestar as diferenças de
em arquivos. NUM e noutro casc, cu:-rrc ao analista invectigar, status dos participantes no â:nbito do cerimonial, como mern
bros dos qrupos, poucos ali~5, cujos papéis são complemen=
pr6via e priorita:-~a~~nLe, as ccné~ç~GS do colecionamentç, a tares em seu decorrer" (197~: 135) .
mentalidade e at~~ud~ do colec~~nL~~r 'rente ~ sorird'~' "JC ~
cumenta, bem co;.~ é é:poca e o ca-:;~ :.!";tr:lcctual em que avuou .
Ao mesmo tempo chama a aten~io para o fato de que os moti
vos de desenho
Finalmente, a cultura matnr:a~ constitui o únjco indicador
" ...não sio verbalizados oe nio aflormo i esfera do consci
, .guro do desenvol~~~cnco tecnoló~~=o ~e ~~ qrupo hum;:;no. Aceit;:;~ ente, e só pelo conheci~en:= e a~ilise de outros aspectos-
da cultura, mitos em espec~a:, pederemos ir a16m das sim
.~-se embora o rela:!~ismo cult~=&: e~ ~5=:as esferns - um tipo de
plcs npJ.r(>-.rj ;~;" (ibiêe:---:.
familia nio 6 anter:c= a outro, C~ ~~~ ::rJua não 6 mais perfeita
'lI!'"
outra _ nio [:5 cc r.o lCCJ0r r:'~'= ..C-.; 'J =: ,." r.,'U s s jml'lo s an lC!("~ Para Lux V du I í Regina ::ül:er, Que estudaram a rintura
lI' a mais elaborada e q u e "as for~"s :..
::~~:,las, comparadas com zs co rpo i a l Xikrin a primeira, a dos ;':"":antee Asu r í.nL, a segunda,
formas únicas, refle~em históri3s ~a~s cc:-:plcxas"(D.Newton ~gR4).
"a apresentação vl.sual do 00!:pO exprime a concepção tribal
[Jr'.'ido
a seu ca r t c r ?rogressiv,:,-c- ~e
á "C'~~~l~ ativo - "oue jaC1i1isr~
d;:;pessoa humilna, a catego!::::ação social e outras mens~
Lorna a seu ponto de ?artida" (Leroi-c:eurhan 19731304), a história gens referentes à ordem soc~al e cósmica" (Vidal & MOller
hllmnna se confunde com a da evol uç?'c de sistema tecnoeconômj co . l\~ 1984 no prelol .
Um exemplo da utiljzaçio de ~:-:est.ilo tecnológico para d~ coç50 visual que veiculLlm mensagens de natureza semelhante ã lin
3rmlnar a sucessio de tõcnions é o~erecido por Junius ~ird. Segu~ guagem oral.
<Il1 u ssc autor (1979:429l, nos jazl.<;ospCl-unnos de 2.500 a.C. a 1'\ Si.
Nb ca~o dos Dorôro, Sonia Ferraro Dorta 1l9a.e, 198::1,1984)
1. ~OO a.C., 71% dos produtos têxtc~s encontradas forwo feitos s~ ~1 documenta o significado mltico-rclisioso dos adornos plumários,seu
q\lndo 1\ técnica de entretorcimento (~). Depois do aparecime~
caráter de prerrogiltiva de linhagens, que permite visualizar as
tI.\ ccr5mica e o eu 1ti vo de planti's nessa reqi;;'o:os tecidos e!!
complexas classi .cações sociais Borõ!:o. 1\ combinnçio de diver~os
1141lPcldos (~) é que passam ~ do:::inõr, o que na opinião do n~
elementos do diadcma (EEriko), infor~a Dorta, tais como, cor, con
\nVl,l l\rquC'ólogo pressupõe um desenvolvimento do te.,.rdo tipo per~
textura, tamanho o ornamentação das ~nas, consti~i uma inslqnia
1\1\0 «li' çlnl \11::\) ou do tipo Llmazónico (noláuI:"<"
com un1llme na vert~
J
...
4
5
UIII código que iclenL1fJciI II un Ld ado cLân rca possuidora do er t c f a do dos alto-xingllanos e dos rndi05 Kay~bí (O.Ribeiro 1984 m~.). Em
belo como 00 c~r)irltos a eJa ansociados. ambo3 03 casos, tentou-se a~soclar unjo~des de significados (cate-
gorias visuais) desmembradas dos padrões de desenho cesteiro que,
Uma s mbo loq ra -lJiLO complexa
í e s t.â ligada aos Lns t rumc n t o s
por sua nomenclatura, su~eria~ uma função referencial a temas do
mus í cn s que,
í em algumd" Jnst5ncias(a)to Xingu, alto rio Negro, B~
repertório mítico tribal. Em outras palavras, procurou-se enco~
r.ôr.o)
, são proibidos do Gerem vistos pelas mulheres e pelos rar~
trar a equ1.valência entre o significado semântico dos desenhos de
zes não iniciados. Isto talvez se prenda à divisão de papéis s~
trançado e figuras mitológicas e/ou eventos míticos.
xuaJs, em quo a mulher r~produz o indivicJuo biológico e, portanto,
está ma s 1 ;crada ao mu nd c r.a t ur a L, enquanto
í que o homem é r cs pons â
Dislingue a iconogrilfia da iconologia, ~onsiderando a primeira, "a tes eco] 6gi co c f.'Juals. E a~ cauoas hiot6rJcas sio as que se ver!
í nô Lq cna , Lévi-Strauss (19-5: 279) larc~.~a a resistência dos e t nó lc 'l'aissão as :'inhilsmestras da escola difusionista ou cu Lt u
90S contemporâneos em reali::ar estudos comparativos nessc campo, ~ ralista americana in:1·.1QUradapor Fra:'.230<1S, que propugnou o est=.
nLribuindo-a ao fato de. os antigos, te~dercm
l do intensivo de tric0S para cobrir todos 05 aspectos da cultur3
"quase exclusivarr.ente a provar ~ontatos culturais, fenóme- passi~cis de dcscriç50 clnogr5fica. E~ decorrincia, estabeleceu ~
nos de difusão e empréstimos" :bidem) . reas culturais deflnhi.:ls como regiões ecoloqicamente homôgeneas Có:
de a proxi.rnid.:l'::~
r.wocp·
5f .i ca pr op ciou í ':'ntensa acul t u rec áo inter tr~
/10 o s t abo Le co r paralelos entre o que cn a:
.nou
• "spli t. represcnlation"
balo Boàs evitou gr:111cles
gcner~liz.Jções que o x t r av as as sem essas §.
(representaçio desdobrada ou bifurcada) na Am6rica e na }\sia(op.
reas corno as que LI Escola Histórico-cultural ilustríacojalcmii alr..~
eJt.:279-304), L6vi-Strauss não busca conexões históricas mas sim
jou alcançar. E co nt r í.bu í r pa ra que a antropologia não ficasse
v!nculos a sistemas sócio-rituais.
restrit.J ao mc~o "registro de costumes curiosos e das crenç~s dos
Usado com discernimcnto, o método comparativo é legItimo e povos cxô t cos " (üon s 1949:270).
í E, fin3.1mcnle, buscar provas p~
de quanto às do passado e de terras diRtilnLeu"(lbld~rn) século xx. Além dos cstuclos devidos a NordenkHlld(l919-l940), ~
pesquisas,
colhimcnto
- realizadas,
a museus e a necessieade
às veZES, por ~io especialisLas
de ~~"anizar exposiçC(!s
- s~u
.' •
xe~plo, Betty
Um estudo
Megoer!l a respeito
r arn às de área cultural, tais cozao: â.rea t ernporaL, padr âc CJl ~u:-n~,
cestos. Examinando 960 peças de 7-2 tribcs cesteiras do acervo do
configuração cultural e, mais tarde, a ee aculturaçio. E~ oC"" Museu Nacional, verjfiquei que a pintura - posterior ao entrança-
OS casos, a cultura :-:!::e!"ial, por ser a :-:ais facilmente oc s e r vé ve I mento e a subseqüente raspagem da tinta ea face lisa das talas - 2
e Langível e por encontrar-se à ~.ão nos c e oôs to s dos mUS0-':s, 5('1"
í
co " e o modelo onda (~). A premissa básica é a de que;J eu r eu to rio Negro e entre os Paresi, o c;ue int::-oduz um elemento compli-
r a , tal como
partir da separação
a lIngua, teria
da tribo.
se desenvo:vido
Quanto Qais
em direção
distantes
,~~sLj.nL'
os orul'OS CO!}
.1
'"Í~
cador
.
na análise.
10 11
"de que 50 deve buscar a ori e:-:-.de una t.é:::-.:'ca. no grUDO O estudo de T. Harthmann (l9n) utiliza igual!:lente a evJ:
que melhor a realiza, ~c~er- e-ia deduzi~ ~~e a l~cnicil
de pintu ~ de cestos, ~~~:e~ ar ao cntr~~=~~c~:c, e o dência artefactual para examinar rela7ões entre os 80rêro orientais
a cab amo n o "tipo t.a p i r a c e " seriam o r q r.á r r c s co s
si" (8.;< bc ro 1980: 47) -. í
Pare
-
í í
'. e ocidentais
celente exemplo
(estes íi lt mo s ext n t o s , e os seus v z nho s ,
das vantagens
í í
e dific~:dades
í
elo emprego
í ;::um e~
de elemen-
Raciocin:c semelhante ~c~ ~eito por Scilc~-3a:~:~~Jer(lq7 tos da cultura material como complene~~açio de docu~en:açio ~ist6-
!
I'·
12 13
Transposta essa análise para o n Lve , tribal ela pe rrr í t.c t.:,
rar ilações importantes. Vejamos alguns exe:-lplos relativos a cu~ Isto também se aplica no caso dos gru~os Timbíra. A util~
turas indísenas brasileiras numa ótica de "etnografia de sUFer:í- zdç'iioextensiva da t c r
ê í c a de trançado er1 sua cultura material (65%
·cie" mas que pode servir como referência pa~a determinar c pape: d, to t aI dos objetos) + o s t r a a infase no d e s Lo c arnc n t.o sazonal para
de certos elementos â compreensão da e s t r u tur a t.o t.a L, llividildes de caça e coleta, uma vez que essa têc~ica é empregada
n .• con í c cç ào de ')l·a!.':- de ce s t o s+ce r çue
;-.ú:~.ero i r c s , a s abo r : 2 t.!:
As mâs ce ras de o r uanâ o cor rom e n cre os Kurajc=1, seus viz2:.
pa~ di[erenles para a caça, 2 para frutas, 1 Fs:-a produtos de col~
nho , Tapirapé, 05 Kayapó, x av an te, I\unduruk~ e Pi1rj n ti t Ln (':':1::orC',~
ta, 2 para produtos da roça, somando um total ée 7 cestos-carguei-
ção pessoal, ilndré l\maral). O que é que a "e t non ra f a de s upe r Lí
í >
,\
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- ,~..
14 15
mo~ as coleções e de~crjções de KDrl von den SteJnen, de 18R4, e cullurnção que o grupo experimenta) - permite r ecupc re r uma grande
as compa r a r mos com as atuais, v~rt:':rI.()5 que n50 houve uma mudo nç a riqueza de informações.
precisa ser registrDda. E o cns~ ~ãrias vezes mencionado das bon! bos do alto Xingu, cujo barro é temperado com um espongiário, o
cas Karajá(diminuiç50 da esteato?lgia, estametria), criação de r! cauixi (Tubella ~1ello-Leitão) (Tânia }>.ndrade Lima 1984).
jeto pode ajudar a discernir o a~~~ente eco16gico. Ainda no caso da cerâmica registra-se urna 'possível in:luê,.
\,{,
cja da ·.·c~tenteoric~lal andina sob~c os a~upos cha0cG~hos CC~CQ~
As íun~as c bolc~dciras ~~ são aficazes C~ tc~rc~o ~lerto.
nente a característjcas da ornamentação, motivos curvilíneos ~r~
Pcr isso, a distribuição de arnbas & coi:1cidente (~étraux 1949:253)
sentes na pintura corporal e ce r ârr.í ca dos ~'bayá-Kadi'"'éu, no ch a co ,
Sempre que se encontrem bolas (pec:o-asesféricas) pode-se inferir
e o estilo cumancaya da Bolívia (La t h r ap 1975:154). i\ par disso,
que seus usuários viviam em reqiãc de campo ou pradarias. A sara-
Gordon 'dilley (1949: 190) assinala u,;,acaracterística técnico-.deco-
ba t.ana é, por outro lado, arma de -:;randeutilidade em regiões de
rativa que, ao parecer, só os grupos chaquenhos empregavam: irc,pre~
mata alta muito fechada, como a a~azônica. Isto porque, sô pode
são com barbante.
ser utilizada com um veneno (curare) que parJlisa os músculos da
presa, fazendo-a tombar de árvores de grande altura. Grande conhecedor da bibliografia seiscentista, Hétraux
(1949) fez uma análise diacrônica no seu estudo de armas pub Lí.c ado
o uso de canoas também i~:crroa sobre o meio geográfico. A
no lIandtcok of Sout}) i\merican Indians. Cornbi n ando a lcitura dos
identificação botânica ou zoológlca é um indicador ~ue permite,até
cronistas e das monografias insertas no lISAI afirma o referido a~
certo ponto, dizer da proveniência de um objeto indocumen~ado. Um
tor que o bodoque (combinação de funda e arco) deve ter sido intr~
manto 'l'upinambá pode ser identificado pelas penas - de Ibis rubra-
duzido pelos brancos como brinquedo das crianr;as, deVido â sua d~~
uma vez que essa ave, praticament.:! extinta no litoral, era abundil!:
tribuição'irr~guJar. Com efeito, é encontrado entre os Chiriguano
te em 1500 na costa do Brasil e arr.~lamente.utiliza~,pelos grupos
(Paraguai), Yur acar o (Dolí;"ia), Chu r ap a (?), Maxakall, Kaiwá e K~
Tupi na confecção de adornos.
rajã (Brasil) e entre caboclos do leste do nosso país n949:244).A
A iconografia presente n~ objeto - a exemplo da cerâmica isso se poderia acrescentar a hipótese de que, a aceitação desse
Karajá atual - que retrata não 56 a figura humana tribal,.como inQ objeto alienIgena se deve ao fato de pré-existir, na cul~ura indí-
meros aspectos da vida (idealizada mais que real, po r f o rç a da a' gena, um artefato scmelhi"lnte: o ar=.
•.. -.0,--
r
17
16
~vidênctas de micro-aculturação são obtidas pelo exame dos
artofntos e o trabalho de campo. 1\ técnica de tecelaqem entretec!
A trajetória do UGO do propulsor J dardos é ilustrativa do foi adotada p~los KayilbI após o seu convIvio com os Jurúna no
do auge e d0Gaparecimento de ~r- "rma. E erlconLradn nos jazlgoG norlo do Parque 1••65g0na do Xin9u, nos últimos 30 anos. Mas ao i~
pré-cerilmicO!; e ce r âm co s do~' í (. r~éxico (onde era conhecida sob vCoo do adotarem o:; intrincados dcse:nhos de labirinto e outros, os
e alcunha de e t l a t Ll , bem CO!T'( « r a vu r as rupestres do. piauí, d~ Kllyabí Lmpr í.rn
Lr zc; U!:) "cara ter nacional" ã sua tecelagem de redes e
tadas em 17 mil anos a.C. (Ch. 1984). As crónicas do século ljpóias, transpondo a esse novo cam?O os ~adrões de desenho de sua
XVII assinalam seu emprego na ".n::ra contra os espanhóis pelos K~ I'lllborada cc s t az í e. Sendo esta última um dorn n o masculino
í í da cu1
x âma e Omágua. Su p La n t o do come. arma de caça e guerra 1=-cloarco e t.ur n , [oram os hC·"_=:As..= .qu rv • en s í na.rere suas mulheres a tecer com de
flechas, o pr oj.o Lc o r de dardos si:, ;:. r cq í s t r ado hoje, segundo Chi~ ~~nhon (O.Ribeir~ 1984 d ).
ra, entre os Yariljá, Javahé (p::a~avelrnentc também 05 ~a?irapé) e
Prévio a essa adoção, os KayabI tinham em comum com os AS~
entre as tribos do alto Xingu em que é cmprcqado numa competição
r í n I O <:mprego da. t ê cn í c a de entretorcimento .(t'"ininq)compacto de
esportiva: o jogo do ja·;ari.
redes - ainda pre~alescente - o que representa um indicador "art~
Contrastando com a ampla difusão e antigüidade do propu~ actu~l" de conta~o. Outra evidincia, no tocante à cultura mater!
sor , existem poucos registros ne biblioarat"ia ma s
í antiga sobre '0 al, é o uso da taqüarinha (Arundinaria sp.)na cestariade ambas as
uso da sarabata~a. Jst~ ~e de~e, talvez, segundo Métraux (1949 : tr í bos (e t ambên da. dos Ar awe t ê , em rau í t o mo no r escala). E, sobr e
249) ao fato de as tribos ama z ón í ca o que a cmpr e qav ar; t e r em sido Ludo, a presença C~ ~a~rões de trançado (també~ de pintura corp~
7.Jn :~ctadas ape ne s no século X\,'II. L:zistGrr: provas, cor.~uào, de ral, gravura de =~~as e, no CilSO dos Asurini, de ornar.entação da
tribos - os Jivaro, por exemplo . ~ue a adotaram tilrdia~ente (Nor ce r ãm ca) í . Um c<;:",s é denominado t ae rvr ao , pelos Ke y ab í e t a nc awa ,
í
denskiOld 1924:62) e que seu uso difundiu-se, sobletu~o, em época pelos Asuriní, s:~~i:icando u~ sobre~atural antropomor:o em ambos
pó s co Lomb í.s na . Isso pode ser um j nd í c í o de que a cor.qu í sta prop~ os casos; o outr~, ~~atRiararat (Yayabi) ou kwatsiara~ara (Asurini)
ciou o contato e o intercfu~bio entre os grupos indígenas antes is~ lpndo em ~mbOR c_ (']C:",C:-.:=..S :':::-:-'.('"\is e, pr ovave Lr-ent.e, siqni-
:ados, os quais passarW" a ter acesso à técnica de fabrico do cur~ z, jcados, em com~ r-o í ro 1982, :584 e).
~e, monopólio ce poucas tribos.
Comparcm':s ,~lt".:~as ce r a c t or í s z r ce s de c r upo s t\:.ní silvíco-
Dentre os elementos difundidos após a Conqui:::ca, s t ewa rd 1<1 Lnt.c r Lo r an n t..3~S c, :0 os Guajá, ,\!:a;-;eté
e Héta (extintos): 1)
\1948:515) enu~era os seguintes: Locologom do alg~c3c ,Araweté e Hita) , de tucum (Guaji); 2) uso de
s o í.n
s p<:lOfImu Lhe re s (Cu a j â , Ar awe t ê ) e de tanc;as pelos homens (Hé-
"a sarabatana que subslituiu o arco e flechas; Clversas
drogas e narcóticos, espccialmence o tabaco ~ o caapi, t.c ) .
cujo uso se tornou mais H~p1amence difundido. Outros i
tens, tais como cushmas, camisas, saias, reàcs, camas
em plataforma e canoas se espraiaram tanto ances como
o uso da ve s t rnent a é aqui í d e s t ac ado por n50 ser muito c~
depois ~a Conquista". mum rntre tribos ':':-,dígenas
b ras Le r a s . í í Ela poàe ser atribuída,no
Ci:lSOdos Guajá, ã :r.f1uéncia de seus vizinhos Guajajara e Kaapor,
Influêncius externas inferidas pelo exame de ur.l artefato
05 quais, e nt r e t a r.to , utilizam algoc?l.o ao invés de tucum. Has no
~~dem ser exemplificadas pelas que Frikel detectou em cestos de
caso dos Araweté, d:::-sc-ia tratar-se ãe ~a característica sin1~
trançado espiralado (coiled work)dos indios Tiriyó e c~e ele atr! lar, dado que os ';su:'ini e Parakanã - seus v i z i nh o s e ô o saf e t.os
::-ui aos negros bush (1.973:129). O mesmo parece ter ocorrido no c~ não a utili.,zam. ~;ão se trata, entretanto, de una peculiaridade
so dos Karajá onde essa técnica parece ser de introdução recente das mulhores tll~í, uma vez que, além das citadas, só foi registrada
(Taveira 1980: 243) • entro os Ernerillon c, além destes, entre os Paresi (grupo Aruak) e
Kaxlnówa (grupo Pano)
1\ penetração da-.-e.ulElraandio •• pode ser inferida pelo uso
~- -=::.
do tear de cintura, chamado tear peruano, por grupos da floresta O uso de fibr:\ de tl1cum por dois grupos t\lOr - Parakanã e
tropical (Kax í n àw a - Tilnner 1975 fig.87; Jívaro, Piro, Om5'Jua, I<~
GUi:ljá- na tecel.3<]= d(' redc (pelos GU:ljá, também nil de suias remi
kãma - Nordcnskl01d 1920 figo 55,4).
•..
-
19
18
(1931 :
nJnas) merece uma ok;crvil<;:i;o.
11;; opinião (le Norden5kJÓld Para a irea do alto rio Negro, O.PiLeiro projetou uma pesq~isa s!
483), o a lqodfio deve hu'/er-se propil'jildoii I\mérica do Sul iltr;lví'li me!hante que terá em vista elucidar: 1) se o sistcmil de permutas é ~
du~ migrações dos Karib e Tupi-Guarilni (Rendo o limite merJdional um fator decisivo para a integrilçã:. e homoqc no zaçâo í cultural; 2) t
da r cd o ele dormJr coincJdente core o desses últimos). ,,'étraux(l'l20:
299) aGsJnilla o cultivo do alqodão nOS 17 tribos.desse-t~r~co Ji~
em que medida
se vigentes
reflete
na região;
e explica as relações
3) em que p~Jporção
de hierarquia
o monopólio
e simbi2
de manufat~ t
g(\Istico a rro Lad as no seu estudo
Guaj5 e Parilkanã poderia
di r e r osp o i t o aos alto-zinguanos
í
ser um indício
cO"'ParativO.
"rue empregam
O uso do tucum
de J.solamento? Isso
fibra de buriti
rclo~
também
mJ:J
ras e produtos
fluência
simbólico
especializados
e poder
do objeto;
e se isso ocorre
4)
deter1õJna posições
r.:' função
s+s Lmbo o
se os e r t e e t.o
í
do valor
í
de prestiq10,
utilitário
de determinadas
i~
ou .!
f
~'
LULdUu a? ulgodão na tcccdura de redes? tribos funcionam como emble~~s de s~a identidade êtnica; S} em que ,
Essas hipóteses exigem maiores evidéncias. 0ualauer co~
ci r c un s tânci as e de que forma se es tabelecem
para a distribuição desses artefatos.
canais de comunicação
i
1
clusio tomadil com bilse C~ elementos esparsos s6 pode levar a de! Uma importante abordagem pêZsivel de estudo no campo é f~
vJ.as.
di'!em
Entretanto,
'C a evidéncias
nio se trata
morfo-tecno:;'ógicas
de exerci cios acadimicOs.
e de natureza
Na mcct~
ecolórrica,
calizar
43 ).
o artefato
Ou seja,
como
pesquisar,
"objeto de conhecimento"
no t o car.te à cultura
(Lêvi-Strauss
material, a pr ed s
1975: 1ti
l
í
obtidas no exame dos artefatos, se some~todas as demais djsponlv~- posição humana universal para o o rc ename n co e classificação dos f~
1s _ filiação lingüística, cultural e as de natureza histórica n6menos naturais, sociais e culturais. Essa abordagem tem despe~
i
~I
pode-se chegar a certas ~eneraliza~Õ0s. tado grande interesse em estudos recentes e tem sido chamada etno I
taxonomia ou taxonomia de folk. Pa~a os estudos etnotaxor.ômicos i
o estudo de P.G. Riviêre':9E9) ê um exemplo de tentaLiva
no âmbito da cultura :'1aterial, o p':"quisador deve lançar mão, na t u
em comparar valores nio comparã~e~s: o tubo de prender o cabelo e
I
.ralmente, da metodologia desenvolv~da para outras modalidades de
a sarabalana. Um e outro, têm u~icamente uma longínoua identidilde
etnociência, como a etnobiologia q'~", cemo se sabe, inclui siste
na forma _ serem ocos - ~as nio na ~unçio. O mito a que se refere
mas de representilção simbólica.
Rlvi~rc n50 i um 6bice convincen~e, con!orme quer fazer crer o D~
t.o r I CjUC j nCO: :,:t~:bi) :i.ZÇ._ a ada=~.-:: ...:;) ~(lraba.tunu po l o o r upo O\.1C A rarefação dos estudos de ~ultüra material, nos ~ltimos
usa tubo de cabelo. anos, levou os arquc6:ogos a empre~~der ~e5qui5as pr6prias, de ca~
po, para preencher essa lacuna. Dedicacos ao estudo do que chilloam
Um estudo cláSSiCO que ex;:lora todas as potoncialidade!.;
"arqueologia viva'; os e t.noaroue ô l çc s estão t oma ndo a si a tarefa
comparaJivas de maneira sincrónica e diacrôniea é o de llerbeT.t
que caberia ao etnólogo. Utilizam, ::>:>ré::-"
métodos e uma pr-obI cmâ t í.
respectiva tilzonomiil. ESSil tarcfil colocou-se rara a ilulorilqUilnd mo se tivess('rnsido fej tos com () mesmo p,1clrão e~truturnJ.
se propón e~~udar a ilrtc p1umária da~ indios.Knaror, trabalho este s omc lho n t c e"tn mo n t.c .
0\1 Uni Pilclr,10 EGsa c arac t c r zac ao e í
Deve-se aos arqueólogos, na verdade, os esf.orços mais bem J. Deotz (1967) faz também' uma tentativa de aplicar os co~
sucedidos n3 definição de tipologias e taxonomias.Se~undo Krieger, ceitos de fonema e morfemil a artefatos arqueológicos. Parte do
na determin~ção dos tipos pressuposto do que, assim como
•.... ~ ' .
•
22 23
"os lin']llistac dc s c r cv cn os t r u t ur a cJe dí vr r s a s Lf nrruas ,.,
iJ
definem as r o qr o s po r a c{J~"'bj n a r e s s a s unjc1íld(;!J, "m cor.c t r u- ticao artefactuais, tendo em vista criar uma linguagem documental
ções maiores, t a s cor-o pa lnv ras e sr-nt.enç os ... ·(1967:(l:,).
í
"Do mesmo rr.odo, doiscorj ur. t.o s de e r t e f a t.o s r..cdcm epr esen "cada par de simbolos - respe=:ivamentc um 'radical' e U~
tar alto grau de sc~c:~~~~., n~a:"1to~ alribu~os ind!~1~~ 'afixo' - provê uma desjgnaçã~ ~o ornamento. Ela é ob:~
ais; mas somente qua~~o ~~r.q pnrti:h~~ rcnrlS s0~e:~~~~c~ da combinando-sc essas duas ~:;=es" (l9:,B:3~: .
para c0:-:1bir.5-'')$ ....._:.;.. c " rí r (i'...~0 c s t c o c.o.,.;:=i.~it:,·:z...-,e:;~~
co rro La c on ado s " (196~:9~"
í NO caso da iconografia,exige-~e uma sofisticação ~aior,
Mas ela é igualmente passivel de indexação na medida e~ que se e:
Nesta ordem de racicc!nio, Deetz e, antcs dele, Jea~-C:au-
contrem os termos apropriados à "traó.:ção de uma imagem a una Lí r,
de Gazein, mostram a equi\'a~ê~cia entre arte:atos e palavras. êste
guagem documental" (p.348).
últir-o assim o define:
"Não é correto mascarar, sob a semelhança plausível ce uma do pesquisador diante de material etncsráfico em oposição olO aE,
analogia na forma, a enorme defasagem nue separa a es~rita queológico. No primeiro caso, o colecionador toma o lugar da n~
análise levada a efe: to n$LIi ngtlLs t C:1 das meras aproxima- í
-..llill 35 2) .
ções que nos é dado a.*c~çilr ".. tureza, no processo de seleção, O arqueólogo sabe o que vai e!!
contrar no sItio que escava. O e t nô Ioço ou curador de muscu - e~
Nesse ensaio sobre t~cnica e teoria ar~ucológic~, Jean- frcnta o dilema de conformar-se com os critérios de sele~ão do co
Clauce Gardin (1958) propõe códigos para a descri~50 de caracte~~~ lecionador, e em funçâo disso orientar sua pesquisa.
24 25
cndaju, n~lduu Informa <lue:
D zentende por cOlcqio.
Em primeiro luq~r c~be defjnir o "NO ca t âl oqo d,) co l cç âo Zl'rent.., de 1·1!t:!uendaju, rxistente
Teoric~mcnte, um~ colcçio de ~rlcfatos de uma determinada lribo d~ no Huseu de Golcmbur'Jo, .'lG dc s cr íç óc s dos carimbos são !
creGcentadoc n0mcs de cla~scs de idade· 11961/2:64).
veria ~brangcr todo o sistema dc objetos (lUa essa sociedade util!
zo na oçio sobre a natureza para a subsistência, no conforto domé~
Subentendc-sc, por c c ce informação, que as pinturas de co=:
tico, tranGporte, veslimenta, adornos pessoais e paramentália rit~
po ap Lí c ad a s com ca r Lmho s o r ar- r,ri'/ati""s de determinados grupos !::
alo Ou J1)ais sintetica71':!nte, segundo Leroi-Gourhan, as "técnicas de
tários. Na coleção do nus eu r;"cionul, !'Iirnuendaju incluiu -figur~
aquisição" e as "técnicas de COnGUffio· (l~45).
O ideal é que 5emelh~nte coleçio tivesse sido feita em di nh au hurnan a s , c s cu Lp í d a r. or- ;-~I~(1ci
r a ccr t cmcnt,e pelos índios Xere::
protótipo te, com a Jndlrô';"iio ,10 Jo ca l '1'. rorpo "''" que =r am a p Li c ad a s . A par
ferentes épocas e que os arte' \tos rc?rescntctndo cada
fossem em nGmero suflciente p~rD exe~~ll!~car as variantes(Sturte- dls~o, cGcr~'/~'u urnn M()n0~rafin sobre os Xcrc~te (1942) em a~c o e~
vant 1969). Essa sit1.:a-;:ão raramente é: cr,cor.tradil nos arquivOS de udi090 de U~D ca1eçuo drcca tribo enconlra farta documentaçio p"
museus. Ue um modo Sc~al, as coleçoes são agrupadas sequndo os S! ra cOlllcytualJ z a r os artefatos recolhidos a z.us eus .
forma de colecionar. .•c rt o têm im~)ortânc~a crücial para a avaliação ' dificuldades no estudo compara:i~o baseado em coleç6es de m~seus ~
de uma coleção e SUFl.S !=,ol..cncialiduces c.:: e s t udo . No f"1useu nacio- a discrepància cronolócica e~'~c as in!ormaç~es contidas em fontes
nal, por o xcrnp Lo , cx í s t em C)randes c::::~QçêQS cevicas ã Cor.üssio Ron- b1 hl iocJriif~cé,:Õ e a daLuÇ"io das c':lcqões, cuja c e f a s aq em é às vezes
(I(J d["C':lJc:l::; :::(; ....··Ori I i ,~; Li~., l? 3·;) .
don, a CurL ~imuenct:!: ''': e ou'.:-as, t.a:-:-.!:-é~ s'...:~s::ü.nciélis, doadas por
O exemplo de ':;aramillo Taylo~ co::\ple-::l o 'lu adro porque se por t u n t.o , 1:t\:t111l;'~'!'" o oc vc t c pa r a a Lc anç a r uma compr ee ns áo
trata de um colecionista típico dos fins áo século ~assado: consul \)1011111.1/\ d;\ ~ir.,I/\d,' corno \.1~ t c do .
ci6ncla da Jnstrum0nl09 da anfil1nc. ais como t6cnJca~ d~ rc~J~Lro, a memória tribal, no que se refcr~ 56 suas expressões materiais,
dcscriç50 c cAtalo~a750 de arte[n~~~, ou a falta de n0rmalizaçn que assumem, mais do que nunca, o r.ilpelde simbolos v í s Lve í s de
doe d adoc e, s ob r o t u-Io , a exigOJel"r!r!de recursos d s pon
í í vc í s par" o identidade ê tn í ca (Cf. [l.Ribeiro loja3).
levantamenlo der.:;aGcoleções faz c~~:·que elas s e con s t í t.u a m em a r
quivos morlos, ele dirIcil acesso a ~cm condições mini~as de apro- Neste sentido, os estudos C~ cultura material, com base
veiLamento pilra tarefas didáticas ~ de divulqação cultural. nas coleções mus e oç r à f í ca s , da b.!.:)lJ.ografiae d a Lconoq r af í a j s ào
mO,a aculturação intertribal e,sobretudo, interitnica, características e s pe c í ficas. Esses caracteres 1',/';,,:-. s e r às vezes
'1
diagnósticos de uma tendência ticn~=a vinculada a u~a ~cculiarida-
Como se sabe, ncrr; sempre i: ob r a acabada r o Ll ot.e :.. p r o cc s i, de cultural, ou mesmo individual. -:'s estudos :::;n(1983) 52
de ::..:;e·
-:
tt no16gico e,muito ~enos, o equir~~·pnto ernpreqado. r i:~~G=t~n·_( bre o começo do trançado dos cestos ~imbI~a e os ~~~cs de nós das
~
por ~SSO, nos csLud~s das colQç~~z, 2evantar toda a ~:~:~cJ=~~: '1
I cordas dos arcos de tribos dessa :'-.-
:lia lingüIs'_:'c" e::e outras
não
examina
só com respeito
ou à categor:a
a o <;r~po
de artefatc,
em f c co , como t ambô:n à ~';:'~r,:,:::;,
Isso i importan~e, ~~r exer-
o uc sr.
I
(
tribos,
por exemplo,
demonstrou
verificou-se
variações
que
signi~~cativas.
"as ::::-",as
e n Lac ad a s p r oví
Nes~c: G:=!mo
nh am
caso,
dos
10, no caso da t e cc l aq cn (uso ê~ r c e r , com ou ser l:';,:c, ce rct,; \j Timbíra e as formas e nod ad a s dos n:::--:'imb:ra" (l,,:~:::::':',
= s paro 0uiar a r~':".J', d a ce r ôru c e ' i~')Jcmentos r<1r:,,; (11:5;;:: de
rnr; modo da q~ci~a=, ~al6=~as ?r_-Qs am!1rcgadasl, . _.
_t.;
- •.... ,- ...
•.•. , ... _<.;,;.,
~ Por isso, a autora recomen~a que "duas d~~C:~S~ES n50 podem
ser omitidas", a sa},cr:
rr.a
i
Indicios
s elaboradas - ce tecelagem,
de desenvolvimentos endó~e~as
cc r ê+í.c c , ornill>1enti1~;:",:)
ou fruto do co~:&:=,
- ,or.em 1'('1
1
'/ "1) a descrição fisica do e r t c f a t.c em si 2' o cetalha:nen-
to dos dados contextuais. ~~clusive os r :acio~ados a to
Na falta ou corno cornpLcme n c e c ào d e s s a s Ln f o r r.a c c e s , alClul:f dos os outros espécimes do + c smo tipo" ( ?t~a),
antropólogos têm recorrido a índios em visita a museus pa:-" a ide!!
Lificaçào sistemàtlca de coleçaes Co~unicaçào pessoa: de Silvji1 A isso haveria que agregar a docu~entaç5c :8to~=áfica e ~
Calubi Novais e LGcia H.van Velthc~ Sempre que ho~~cr posslbll! travis do desenho esquemático, a ma~s clara poss!~e: ~3=a abreviar
Jade seria recomend5vel a vinda de ~epresentantes d~ ~:-u-os indiqr ,.:;, o texto e clarificá-Io, tornando s~~ :eituca m3is c:'re:~ e menos
çáo de acervos com materiais orig!~ais. tim de ser, necessaJ.'i:.mente, muito ::C'~ ilustradas. As ~écnicas m~
dernas audio-visuais e f i Lm i c a s , er:'.'::,cra
d s pc nd í í c sas , =-~udam mu í to
o artesanato tem outro a s p-e c t o da maior a sor
impo:-:.'i~:::!a nesse estudo, porque mostrum os ges:2s e os proccé~:-en~=s com toda
asslnalado. Em anos r cce nc e s , sua dcstiJ1uçno ao mo rc a.Jo o x ccrno , a clareza \ Contudo, 6 preciso ter oz: mente que a do cur-o n t açfio v.:!:
ocasionou modificações que compror:Ctem não só a qualid:lde co:no il <\'i>
sua I "não dispensa a necessidade de cescrever, codificar canal.:!:
própria r cpr c scn t a t vLdade í do produxo , IIs tribos que a nd a canse!
í
sar os objetos" (Newton 198~a) coletados e, no caso dos estudos de
vam o seu ar t es ana t o estão d rcc.í cnando=o cada vez mais
í para o ("~ campo, os que deixaram de si-lo.
mircio, atendendo 5s demandas dessa nova cliente13. A outr3 !ace
da moeda, 6 a revi v ôn c.to da pr cduç áo a r t c san a l por pa r te de t r I bo s Embora semelhante estudo nâo !'OSSil ser feito cc- ba sc nas
que a haviam .:\bandonüdo; a incremcntaç50 do irltcresse 0:1 r e cupc rar coleções, essa realid:.de deve ser lC~3d3 em conta ~3 anilise para
28
29
Tudo isso nos leva a concluir ~e o estudo de conjuntos a~ Este trabalho procura contribuir r.a busca dessa linguagem,
t c f ac t.ua s deve
í ser encarado em sua s
eO',sua d{r,~,;'llca, transforma Só assim encontraremos um terreno comum para estudar a cultura m!
çõcs, como parte integrante dos proc~~~s sociais. Embc~u qve5tl~ lerial em sua dimcnsio temporal-cronológica, espacial e funcional.
nados, o~ anlj~os Lrabalhos sobre a ~istribuição e djfusio de el~ IAlo é, nio como um fenômeno cst.ítico, mac Como um movimento diná-
mer.Los de cullura material, feitos pr~~cipalmente com base en col~ m co da cultura,
í Só assim tornaremos esse acervo disponível para
ções de museus, armazenaram uma quantiéaóe inestimãvel de informri- fins científicos e did5ticos, entre os quais as exibições museogr~
ficas,
ções, A criaç50 de um "banco de dados" sobre cultura material que,
com a inlensificaçio do uso de cornputa~ores na catalogação, ocorr~
rã certamente no futuro, ~acilitarã a tarefa dos curadores de m~
seus e dos etnólogos nio só pela loca~:zaçio dos seus materiais,c~
mo twnbém por sua correta docu~entaci0.
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