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Produção
científica
acessível
Acesso aberto a artigos publicados
por revistas do Brasil é significativo,
mas impacto ainda é limitado
Fabrício Marques
O
Brasil se destaca no panora- movimento ser criado internacionalmen- seminação dos periódicos indexados na
ma internacional do acesso te. Tomou impulso a partir de 1997 com SciELO é de US$ 500 por artigo. A conta
aberto, movimento lançado a criação da biblioteca virtual SciELO dobra se for preciso traduzir o paper para
no início dos anos 2000 com (sigla de Scientific Electronic Library o inglês. “Vários estudos apontam uma
o objetivo de tornar a produção científica Online), programa financiado pela FA- média internacional de mais de US$ 1,2
disponível on-line e sem custo para os PESP com apoio do Conselho Nacional mil da taxa de publicação de artigos dos
leitores. Segundo dados compilados pelo de Desenvolvimento Científico e Tec- periódicos de acesso aberto via dourada”,
grupo de pesquisa espanhol Scimago, nológico (CNPq), que reúne atualmente diz Packer. “A quantia chega a US$ 2.500
33,5% dos artigos de autores brasileiros 283 periódicos do Brasil disponíveis na em periódicos híbridos”, afirma o coorde-
indexados na base de dados Scopus em web – no total, eles publicaram mais de nador da SciELO, referindo-se a revistas
2016 foram divulgados em periódicos 300 mil artigos que foram objeto de uma disponíveis só para assinantes, mas que
que oferecem livremente para leitura na média de 810 mil downloads diários nos divulgam papers em seus sites se o autor
web todo o seu conteúdo assim que ele é oito primeiros meses de 2017. pagar uma quantia extra.
publicado, num modelo conhecido como De acordo com Abel Packer, coorde- A maioria das revistas de acesso aberto
“via dourada”. Trata-se da maior propor- nador-geral da SciELO, o programa vem do Brasil segue a via dourada, oferecendo
ção entre as 15 nações com maior volume ajudando a profissionalizar e internacio- acesso a todo o seu conteúdo sem que o lei-
de produção científica cadastrada na nalizar dezenas de periódicos do país, tor precise pagar. Nesse modelo, os custos
ilustraçãO freepik + ana paula campos
Scopus. O país também se distingue no permitindo sua indexação em bases de podem ser cobertos ou pela cobrança dos
ranking das nações com maior número dados internacionais, além de dar mais autores de uma taxa de publicação de arti-
de periódicos científicos de acesso aberto visibilidade à produção científica brasi- gos (APC) ou por subsídios governamen-
(ver quadros na página 47). leira. “Sai mais barato publicar em um tais de agências ou entidades de fomento à
O engajamento de periódicos do Bra- periódico vinculado a SciELO, pois o pesquisa. No caso brasileiro, é raro cobrar
sil no acesso aberto, que se contrapõe objetivo final não é o lucro”, completa. taxas de autores. As despesas são bancadas
ao modelo tradicional de acesso por as- O custo médio estimado do processo de por linhas de financiamento de órgãos co-
sinaturas, teve início antes mesmo de o avaliação, editoração, publicação e dis- mo a Coordenação de Aperfeiçoamento de