Vous êtes sur la page 1sur 47

CURSO ON-LINE 1

CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E


GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

AULA DEMONSTRATIVA

Apresentação

Olá caros amigos(as) de todo Brasil.


Estou aqui para compor à equipe de professores do curso on-
line preparatório para concurso público do Ponto dos Concursos e
dividir com vocês minha experiência na área de concursos públicos, e
em especial, na área de Meio Ambiente, Gestão Ambiental e
Geoprocessamento.
Este curso surgiu do anseio de consolidar o conhecimento em
Meio Ambiente, Gestão Ambiental e Geoprocessamento, assuntos
cobrados na maioria dos concursos na área ambiental (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –
Ibama, Ministério do Meio Ambiente - MMA, Secretarias Estaduais de
Meio Ambiente, entre outros) e concursos que cobrem o
conhecimento na área ambiental (Infraero, Aneel, Petrobrás, ANP,
Caixa Econômica Federal, BNDES, entre outros). Vale ressaltar que
este material também poderá ser utilizado como base para outros
concursos, como Ministério Público da União – MPU, Ministérios
Públicos Estaduais.
O nosso curso será diferente de todos os outros cursos que já
ministrei aqui no Ponto e da maioria dos materiais já avaliados/
estudados por vocês.
Iniciaremos a aula demonstrativa fazendo um breve histórico
da evolução das discussões sobre as questões ambientais e da
legislação ambiental e apresentaremos os princípios gerais do direito
ambiental, bem como comentários gerais sobre o curso.
Inicialmente, gostaria de fazer aqui minha apresentação.
Meu nome é Getúlio Ezequiel da Costa Peixoto Filho, doravante
Getúlio Filho, graduado em Engenharia Ambiental e mestre em
Tecnologias Ambientais, e a convite do professor Vicente Paulo passo

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 2
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

a compor esse seleto grupo de docentes. É um grande prazer poder


compartilhar conhecimentos com todos vocês. Tenho vasta
experiência em concursos públicos e este é o sexto curso que
ministro aqui no Ponto.
Sou funcionário público há cinco anos, já tendo sido aprovado
em diversos concursos. Comecei a estudar em meados do ano de
2000 e no início, apesar de quase sempre ser aprovado, não
conseguia ser classificado entre as vagas definidas nos editais. Na
época eu possuía outros compromissos (faculdade, estágio, etc.) e
não tinha experiência (traquejo) para estudar e muito menos para
fazer uma boa prova. Devo ressaltar que também faltara foco em
relação à(s) carreira(s) que gostaria (sentiria plena satisfação) de
realmente seguir.
Aos poucos, fui obtendo melhores colocações. Depois de
formado, e apaixonado por minha profissão, decidir fazer apenas
concursos ligados a minha formação: Agência Nacional de Águas –
ANA (Área de Geoprocessamento e Hidrologia), IBAMA (área de
auditoria, fiscalização, licenciamento e monitoramento ambiental),
órgãos ambientais regionais, e órgãos que exigiam como formação,
um profissional em meio ambiente.
Fui funcionário público municipal em Campo Grande – MS
(Secretaria de Meio Ambiente), passei e fui convocado para outros
concursos nacionais e regionais como o do Instituto Brasília
Ambiental – Ibram – para o Cargo de Analista de Atividades do Meio
Ambiente, da CPRM – Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais
– para o cargo de engenheiro hidrólogo e do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão – para o cargo de analista de
infraestrutura.
Exerci o cargo de Pesquisador-Tecnologista em meio ambiente
do Inmetro, tendo sido aprovado em 1º lugar. Gostaria de ressaltar
que, além de concurseiro, também adoro ministrar aulas, palestras.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 3
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

Atualmente ocupo o cargo de Analista de infraestrutura lotado


no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão com exercício
descentralizado na Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente
Urbano do Ministério do Meio Ambiente – MMA.
Ministrei, pelo Ponto aula para os concursos: Agência Nacional
de Energia Elétrica – ANEEL para o cargo de Especialista em
regulação de Serviços Públicos de Energia (área de
Geoprocessamento e Recursos Hídricos), Ministério Público da União –
MPU para o cargo de Analista de Engenharia Ambiental/ Perito,
Ministério de Meio Ambiente – MMA para o cargo de Analista
Ambiental, e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
– BNDES para o cargo de Engenharia.
Idealizei esse curso on-line com especial empenho, a fim de
que vocês, que almejam tornarem-se servidores públicos, possam
alcançar o sucesso em breve, de forma objetiva, clara e tranquila.
Para terem noção de como serão conduzidas nossas aulas,
apresento abaixo um trecho demonstrativo de aula e algumas
questões comentadas.

Sobre o Curso

Em minha trajetória preparatória para concurso, já me deparei


com variados materiais de nossa disciplina e foi possível criar um
olhar crítico a partir das análises: algumas apostilas são
extremamente superficiais e não permitem uma formação completa
ao candidato, enquanto outras são mais abrangentes, porém utilizam
uma linguagem acadêmica e rebuscada, dificultando a compreensão
de conceitos que precisam ser rapidamente assimilados. E nesse
momento surge a oportunidade da criação de um material que esteja

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 4
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

de acordo com nossos objetivos: textos mais práticos, que


contenham uma linguagem objetiva.
Com isso, venho ressaltar que, com o nosso curso,
nivelaremos os diversos níveis de conhecimento nesta área do
saber, muitas das vezes sendo, até mesmo, repetitivo.
Como já comentado, esse curso será diferente de todos os
outros cursos que já ministrei aqui no Ponto e da maioria dos
materiais já avaliados/ estudados por vocês. A matéria será
disponibilizada de forma bem interessante, tentarei demonstrar
exemplos práticos do dia-a-dia, resolvendo questões de concursos
anteriores, fazendo comentários exaustivos, que, em geral, não são
encontrados nos livros nacionais.
As questões comentadas serão de diversas bancas (Cesgranrio,
ESAF, CESPE, dentre outras), dando preferência para questões
elaboradas pelo CESPE.
De forma didática iremos dividir o conteúdo do curso em 39
(trinta e nove) módulos distribuídos conforme apresentado em nossa
programação.
O curso, iniciará em 03/11/2011, finalizando no período de 4 a
5 meses, dia 23/04/2012.
O curso apresentará ainda:
• Duração: 17 (dezessete) aulas
• Frequência: em média 1 (uma) aula a cada 10 (dez) dias.
• Número de Laudas/Páginas: 20 a 50
A metodologia desse curso será teórico-prática, pois, além da
leitura, você, caro(a) aluno(a), terá a oportunidade de realizar
questões e corrigi-las através dos gabaritos comentados. As questões
trabalhadas serão de provas anteriores de diversos órgãos (MMA,
IBAMA, Instituto Brasília Ambiental – IBRAM, MPU, Caixa Econômica
Federal, dentre outros) instituições que exigem o conhecimento na
área em questão em suas provas.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 5
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

Em contrapartida do que muitos pensam, é possível um contato


bastante direto com o professor em cursos on-line, uma vez que,
através do fórum de dúvidas, o aluno pode solicitar um novo
esclarecimento. Muitas vezes as turmas superlotadas dos cursos
presenciais impedem um contato mais próximo entre professor e
aluno. Portanto, iremos dialogar através do fórum, e as dúvidas
postadas poderão servir como subsídio para as próximas aulas. Por
isso, prezado(a) aluno(a), sua participação sempre será bem-vinda!
Gostaria de deixar claro que será priorizado responder nos
fóruns as questões das aulas vigentes, portanto, recomendo ao aluno
que estude o material e contribua (por meio de dúvidas,
posicionamentos, pensamentos) no período de 5 a 10 dias após
disponibilizada cada aula.
Críticas e sugestões poderão ser enviadas para:
getulio@pontodosconcursos.com.br

Programação

O nosso curso terá 39 (trinta e nove) módulos, totalizando 17


(dezessete) aulas disponibilizadas, em média, a cada 10 (dez) dias,
incluindo a aula zero, onde trabalharemos o conteúdo programático
de concursos anteriores que exigiram o conhecimento na área de
Meio Ambiente, Gestão Ambiental e Geoprocessamento. Irei dar um
enfoque maior a determinados pontos que foram cobrados com maior
frequência nos últimos concursos.
O curso, iniciará em 07/11/2011, finalizando no período de 4 a
5 meses, em meados do dia 30/04/2012.
Reforçamos que o curso apresentará:
• Duração: 17 (dezessete) aulas
• Frequência: em média 1 (uma) aula a cada 10 (dez) dias.
• Número de Laudas/Páginas: 20 a 50

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 6
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

Devida a solicitação de diversos alunos alteramos o nosso


cronograma de aulas, sendo que o conteúdo programático seguirá a
seguinte seqüência:
1- Aula 00 (Aula Demonstrativa) – 1- Breve Histórico da
Evolução das Discussões sobre as Questões Ambientais e a
Legislação Ambiental. Princípios Gerais do Direito Ambiental.
2- Aula 01 (07/11/2011) – 2- Constituição Federal de
1988. 3- Conceitos de Meio Ambiente, Dano Ambiental,
Impacto Ambiental, Poluição Ambiental, outros conceitos
importantes. 5. Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA
(Lei 6.938/81), Sistema Nacional de Meio Ambiente – SNMA e
seus instrumentos
3- Aula 02 (19/11/2011) – 6- Política Nacional de
Recursos Hídricos – PNRH e Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos – SINGREH. (Lei
9.433/97) e seus instrumentos. 7- Política Federal de
Saneamento Básico e Ambiental (Lei 11.445/2007). 8- Política
Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010). 9- Política
Nacional de Mudanças do Clima – PNMC (Lei 12.187/2009).
4- Aula 03 (29/11/2011) – 10- Lei de Crimes Ambientais
(Lei 9.605/1998). 11- Sistema Nacional de Unidades de
Conservação – SNUC (Lei 9.985/2000). 12- Código Florestal
(Lei 4.771/1965).
5- Aula 10 (11/12/2012) – 19- Avaliação de Impactos
Ambientais: Estudo de Impacto Ambiental – EIA e Relatório de
Impacto Ambiental – RIMA. 20- Avaliação de Riscos
Ambientais. 21- Licenciamento Ambiental – Lei 6.938/1981 e
Resolução Conama 237/1997. Resolução Conama 001/1986.
22- Agenda 21. 23- Administração Pública, Políticas Públicas e
Meio Ambiente.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 7
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

6- Aula 04 (21/12/2011) – 13- Geoprocessamento e


Sensoriamento Remoto (Parte I) – Conceitos, Princípios e
Ferramentas do Geoprocessamento.
7- Recesso do dia 23/12/2011 ao dia
13/01/2012.
8- Aula 11 (16/01/2012) – 24- Noções de Metereologia e
Climatologia. 25- Noções de hidrologia. 26- Ecologia e
Ecossistemas Brasileiros.
9- Aula 12 (26/01/2012) – 27- Tecnologias Ambientais:
Qualidade da Água; Qualidade do Solo; Qualidade da Água
Subterrânea; Remediação de solos e águas subterrâneas.
10- Aula 13 (06/02/2012) – 28- Saneamento Ambiental I:
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. 29- Saneamento
Ambiental II: Sistema de Abastecimento de Água.
11- Aula 14 (16/02/2012) –30 - Saneamento Ambiental
III: Tratamento de Efluentes (esgotamento sanitário). 31-
Saneamento Ambiental IV: Drenagem Urbana (Manejo
Sustentável de Águas Pluviais).
12- Aula 15 (28/02/2012) – 32 - Mudanças Climáticas e
Mercado de Carbono.
13- Aula 16 (10/03/2012) –33 – Recursos Energéticos e
Biocombustíveis. 34- Política Nacional de Recursos Energéticos
(Lei 9.478/1997). 35- Eficiência Energética. 36- Política
Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia (Lei
10.295/2001). 37 – Biocombustíveis e Programa Brasileiro de
Avaliação da Conformidade em Biocombustíveis. 38-
Ordenamento Territorial: Zoneamento Ecológico-econômico;
Planejamento Territorial e Lei de Uso e Ocupação do Solo. 39-
Ética e Responsabilidade Sócio-ambiental.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 8
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

14- Aula 05 (20/03/2011) – 14- Geoprocessamento e


Sensoriamento Remoto (Parte II) – Cartografia I.
15- Aula 06 (30/03/2012) – 15- Geoprocessamento e
Sensoriamento Remoto (Parte III) – Cartografia II.
16- Aula 07 (10/04/2012) – 16- Geoprocessamento e
Sensoriamento Remoto (Parte IV) – Sensoriamento Remoto I.
17- Aula 08 (20/04/2012) – 17- Geoprocessamento e
Sensoriamento Remoto (Parte V) – Sensoriamento Remoto II.
18- Aula 09 (30/04/2012) – 18- Geoprocessamento e
Sensoriamento Remoto (Parte VI) – Sistema de Informações
Geográficas - SIG.

Prof. Getúlio Filho


Janeiro de 2012

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 9
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

Breve Histórico da Questão Ambiental e


Princípios Gerais do Direito Ambiental

Introdução e Histórico

Desde os primórdios de seu aparecimento até os dias atuais o


homem vem alterando as características do meio. No início, a
influência do homem sobre o equilíbrio ecológico era mínima, pois,
assim como outros animais, sobrevivia do que o meio podia lhe
oferecer. Em sua história, o homem inventou diversos
instrumentos/tecnologias, e como uma destas descobertas temos o
fogo, que ainda se constitui como um dos meios mais poderosos de
alteração dos habitats. O ser humano, então, passou a controlar e a
dominar a terra, o cultivo e os animais; e a partir da revolução
industrial, a utilização do petróleo e outras fontes de energia não-
renováveis foi cada vez mais crescente, acentuando, desta forma, a
degradação do ambiente.
A partir da revolução industrial, com avanço da tecnologia e
com o aumento da população mundial intensificaram as interferências
do homem sobre o meio ambiente, principalmente devido a grande
necessidade de matéria-prima e de áreas para assimilar resíduos,
aumentou significativamente o consumo de energia e de água, os
efluentes, poluentes atmosféricos e resíduos se tornaram cada vez
mais tóxicos.
Estes impactos passaram a ser mais observados na década de
60 que começou evidenciar ao mundo de forma mais intensa as
conseqüências do modelo econômico adotado pelos países ricos,
traduzido em níveis crescentes de poluição atmosférica nos grandes
centros urbanos (Los Angeles, Berlim, Nova Iorque, Chicago, Tóquio,
entre outros); em rios envenenados por dejetos industriais (Tamisa,

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 10
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

Danúbio, Sena, entre outros); em perda de cobertura vegetal, perda


de biodiversidade, entre outros. Em relação a esta “crise ecológica”,
gostaria de reforçar a preocupação de Leonardo Boff, ao dizer que
devemos nos lembrar que “ O Nosso planeta Terra merece um
cuidado todo especial, pois temos apenas ele pra viver”.
A partir da intensificação no uso dos recursos naturais
aconteceram “desastres ambientais”, grandes eventos e
acontecimentos na área ambiental, bem como se evidenciou a
evolução do arcabouço jurídico e normativo ligados às questões
ambientais. Estes grandes “eventos”, convenções e publicações
relatando os efeitos dos impactos ambientais foram cruciais para que
a sociedade se desse conta da magnitude que poderiam alcançar
esses problemas. Dentre esses eventos, publicações, legislações e
convenções podemos destacar:
A) Intenso Crescimento Econômico pós-Segunda Guerra
Mundial;
B) “Smog Fotoquímico” Londres 1952 – morte de 1600
pessoas;
C)Década de 60 – Poluição atmosférica nos grandes
centros urbanos: Los Angeles, Nova Iorque, Tóquio e
Londres e envenenamento de grandes rios: Tâmisa, Sena
entre outros;
D) 1956 – Lei do Ar puro (Inglaterra);
E) 1959 – Mal de Minamata (Morte de mais de 900 pessoas
devido a contaminação por mercúrio provocado por uma
fábrica instalada na cidade de Minamata, no Japão. Estima-
se que mais de 1 milhão de pessoas foram contaminadas
por comer carne de peixe envenenado por mercúrio;
F) 1962 (Silent Spring) – Raquel Carson, relatou em seu
livro Silent Spring (primavera silenciosa) que o campo, já
não era mais o mesmo, o barulho e o canto dos animais já

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 11
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

não era o mesmo, devido ao uso de pesticidas. Está obra


impulsionou uma inversão na política nacional norte-
americana levando a uma proibição sobre DDT e outros
pesticidas;
G) A partir da Década de 60 (ambientalismo nos EUA
e na Europa);
H) 1965 – “Novo” Código Florestal – Lei 4.771, de 15
de setembro de 1965, que revogou o antigo Código
Florestal, Decreto 23.793, de 23 de janeiro de 1934;
I) 1968 – Clube de Roma “os Limites do Crescimento”;
J) 1970 – Porto Alegre – Luta contra Instalação da Industria
de Celulose Boregaard;
K)1972 – Conferência da ONU sobre “Ambiente Humano”,
conhecida como Estocolmo/72;
L) 1973 – No Brasil – Criação da SEMA;
M) 1981 – No Brasil – Política Nacional de Meio
Ambiente – Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981;
N) 1984 – Bhopal – Índia. A Union Carbide, uma das
maiores indústrias químicas do mundo, descarregou no ar
uma grande quantidade (várias toneladas) de isocianato de
metila e hidrocianeto – gases letais – provocando a morte
de milhares de pessoas;
O) 1988 – Carta Magna Brasileira, Constituição Federal
de 1988;
P) Exxon Valdez – 1989 - O petroleiro Exxon Valdez
derramou sua carga em 1989, causando danos imensos a
uma grande área no litoral do Alasca;
Q) 1989 – No Brasil – Criação do IBAMA;
R) 1992 – Conferência da ONU sobre “Desenvolvimento e
Meio Ambiente” (Diversos Tratados Internacionais e Agenda
21), conhecida como Rio/92;

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 12
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

S) 1997 – Política Nacional de Recursos Hídricos – Lei 9.433,


de 8 de janeiro de 1997;
T) 1998 – Lei de Crimes Ambientais – Lei 9.605, de 12 de
fevereiro de 1998;
U) 2000 – Sistema Nacional de Unidades de
Conservação – SNUC – Lei 9.985, de 18 de julho de 2000;
V) 2002 – Rio Mais 10 [...];
W) 2010 – Golfo do México – Plataforma de petróleo
da empresa British Petroleum, explodiu deixando 11
funcionários desaparecidos e uma mancha de óleo que se
espalhou rapidamente pela costa dos Estados Unidos. Ainda
não se sabe a real extensão do acidente.
Portanto, ao falarmos das questões ambientais, dos problemas
ambientais, dos impactos ambientais, danos provocados ao meio
ambiente, devemos pensar na necessidade de proteção que o meio
ambiente requer e analisarmos o surgimento do direito ambiental
internacional e a repercussão das primeiras convenções e tratados de
caráter mundial no que se refere ao meio ambiente, tais como a
Estocolmo-72 e Rio-92. Vale ressaltar que foi devido à gravidade dos
problemas ambientais que a Organização das Nações unidas – ONU,
se rendeu à pressão da opinião pública e realizou a Conferência das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (Rio-92), apesar de haver
oposição de vários países.
No ano de 1972, devido influências geradas a partir do relatório
do Clube de Roma, aconteceu a primeira conferência da ONU Sobre o
Ambiente Humano sediada em Estocolmo (Suécia) no ano de 1972.
Está conferência ficou conhecida como Estocolmo-72 e sua realização
foi conseqüência da crescente atenção internacional para preservação
da natureza.
Estocolmo-72, segundo vários estudiosos, foi a precursora de
conceitos e princípios que se tornaram base da diplomacia na

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 13
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

área ambiental. Nesta Conferência foi criado o Programa das


Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA – que tem atribuição
de incentivar os estados a proteger o meio ambiente –, bem como a
Declaração do Meio Ambiente – que é um documento em que são
elencados 26 princípios e um plano de ação com 109
recomendações, que servem como base para o Direito Ambiental.
Nesse Período, o Brasil, que se encontrava no período de
ditadura, não participara das decisões de cunho ambiental, dizendo
em Estocolmo-72, por meio de seus representantes, que o Brasil não
se importaria de pagar o preço da degradação ambiental. Os
representantes do Brasil, segundo a majoritária literatura, diziam,
inclusive, aos países industrializados que poderiam poluir, trazer
resíduos para nosso país, tudo em prol do “Desenvolvimento”, melhor
dizendo crescimento, sem qualquer preocupação, cuidado.
Devido às repercussões de Estocolmo-72, pressões do Banco
Mundial e instituições ambientalistas do Brasil, em 1973, a
presidência da república criaria, no âmbito do ministério interior, a
secretaria de meio ambiente (SEMA), primeiro organismo brasileiro
de ação nacional, orientado para a gestão integrada do ambiente.
Em 31 de agosto de 1981 foi sancionada a Lei 6.938 que
instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) e o Sistema
Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA). Esse constituiu num
importante instrumento para o amadurecimento, implantação e
consolidação da PNMA no Brasil. Ressalto que mesmo se datando de
1981, período anterior a Conferência do Rio-92 (a qual se tornou a
base “global” de princípios ligados à questão ambiental, orientando a
maioria dos textos normativos após está data histórica), esse texto
normativo ainda se mostra moderno para os dias atuais.
Em 1982, em Nairóbi, foi criada uma comissão Mundial de Meio
Ambiente para realizar audiências ao redor do mundo e produzir um
relatório para avaliar os resultados de Estocolmo-72 e realizar uma

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 14
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

agenda global para mudança. Este relatório, em sua versão final, foi
intitulado como “Nosso Futuro Comum”, também conhecido como
Relatório Brudtland. Foi neste relatório, publicado em 1987, que foi
apresentado o conceito de “Desenvolvimento Sustentável”

Tome Nota!!!
Em relação do Desenvolvimento Sustentável, a definição mais
comumente aceita é a criada em 1987, na Comissão Brundtland, que
determina que o desenvolvimento sustentável é aquele que “satisfaz
as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as
futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades”. Já a
sustentabilidade empresarial, segundo o Instituto Ethos , consiste em
"assegurar o sucesso do negócio a longo prazo e ao mesmo tempo
contribuir para o desenvolvimento econômico e social da comunidade,
um meio ambiente saudável e uma sociedade estável". O resultado
do desenvolvimento sustentável é a sustentabilidade nas dimensões
ambiental, econômica e social. A dimensão ambiental da
sustentabilidade diz respeito aos impactos da organização sobre
sistemas naturais, vivos ou não, incluindo ecossistemas terra, água e
ar. A dimensão econômica da sustentabilidade diz respeito aos
impactos da organização sobre as circunstâncias econômicas das
partes interessadas e sobre os sistemas econômicos em níveis local,
regional, nacional e global. A dimensão social da sustentabilidade
refere-se aos impactos da organização sobre os sistemas sociais
(incluindo-se as questões política, cultural, institucional, espacial e
espiritual, entre outras) nos quais opera.

Em 1988 foi promulgada a 1º Constituição Federal (C.F.) a


conter um capítulo especialmente voltado ao meio ambiente (art. 225

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 15
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

C.F.). Esse feito foi muito importante para tornar as normas


(Leis, Decretos, entre outros) mais eficazes.
Em 1989, criar-se-ia o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)1, com a finalidade de
formular, coordenar e executar a PNMA2. Atualmente, o papel do
Ibama, após a criação do MMA, passou a ser de execução da PNMA,
sendo as outras competências repassadas para o MMA. A
competência para executar a política também é do Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O
Ministério do Meio Ambiente (MMA), criado em novembro de 1992,
tem como missão promover a adoção de princípios e estratégias para
o conhecimento, a proteção e a recuperação do meio ambiente, o uso
sustentável dos recursos naturais, a valorização dos serviços
ambientais e a inserção do desenvolvimento sustentável na
formulação e na implementação de políticas públicas, de forma
transversal e compartilhada, participativa e democrática, em todos os
níveis e instâncias de governo e sociedade. A Lei nº 10.683, de 28 de
maio de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da
República e dos ministérios, constituiu como área de competência do
Ministério do Meio Ambiente os seguintes assuntos:
I - política nacional do meio ambiente e dos recursos hídricos;
II - política de preservação, conservação e utilização
sustentável de ecossistemas, e biodiversidade e florestas;
III - proposição de estratégias, mecanismos e instrumentos
econômicos e sociais para a melhoria da qualidade ambiental e o uso
sustentável dos recursos naturais;
IV - políticas para a integração do meio ambiente e produção;

1
O IBAMA foi formado pela fusão de quatro órgãos: a SEMA, o Instituo Brasileiro de Desenvolvimento
Florestal (IBDF), a Superintendência de Desenvolvimento de Pesca (SUDEPE) e a Superintendência de
Desenvolvimento da Heveicultura (SUDHEVEA). Heveicultura (borracha).
2
Contudo, com o Decreto 99.274, de 06 de junho de 1990, no que se refere a nova estrutura do
SISNAMA, o IBAMA passou a assumir apenas o papel executivo na PNMA.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 16
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

V - políticas e programas ambientais para a Amazônia Legal; e


VI - zoneamento ecológico-econômico.
A segunda conferência mundial sobre questões ambientais
ocorreu após 20 anos. Em 1992, na cidade do Rio de Janeiro, a
Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento e o Meio
Ambiente3 teve a participação de 179 países. Vale ressaltar que
paralelamente a esta conferência foi realizado outro grande evento, o
Fórum Global das ONG’s, com participação de 4 mil entidades da
sociedade civil de diversos países.
Durante a Rio-92 foram produzidos diversos resultados de
grande importância para o meio ambiente e para o direito ambiental,
sendo eles: Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento4, contendo 27 princípios; Agenda 21 (vinte e um),
um plano de ação para o meio ambiente e desenvolvimento no século
XXI (vinte e um); Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
Mudança do Clima (UNFCCC, sigla em inglês); Convenção sobre
Diversidade Biológica (CDB), entre outros.
Portanto, fica claro que foi a partir desses acontecimentos
(grandes eventos, como a Rio/92), dos grandes acidentes ambientais
(como o da Bahia de Minamata, no Japão) que potencializaram as
preocupações com questões ambientais, éticas e com a
responsabilidade sócio-ambiental.
Atualmente, nossa sociedade vive momentos preocupantes, não
só em função do que acontece no Brasil, mas também no mundo:
degradação ambiental, guerras, violência, desrespeito aos direitos
humanos, discriminação, intolerância, corrupção, abuso de drogas,
Aids, gravidez indesejada, drásticas transformações no mundo do
trabalho e tantos outros problemas, cujo enfrentamento exige clareza

3
Nesta convenção foram definidas as bases para o Desenvolvimento Sustentável.
4 A Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Carta
da Terra, é um conjunto de princípios que repete alguns já estabelecidos em Estolcomo-72 e cria
outros.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 17
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

dos valores que devem orientar as ações de cada cidadão e cidadã


em direção à democracia e aos direitos de cidadania. Mais do que
nunca, é preciso recuperar os princípios na formação das novas
gerações, para alimentar a esperança de que a humanidade possa,
em um futuro próximo, superar esses grandes problemas e construir
um ambiente ecologicamente equilibrado e uma sociedade
verdadeiramente justa e democrática.
Gostaria de ressaltar que foram os impactos ambientais de
origem antrópica (ou seja, provocados e/ou intensificados pela ação
do homem) que contribuíram para a inserção da ecologia e do meio
ambiente no pensamento jurídico coletivo. Esse fato fica comprovado
ao analisarmos o breve, e não completo, histórico apresentado em
nossa aula, o que nos faz observar que, principalmente, nas últimas
décadas houve uma significativa constitucionalização de inúmeras
prerrogativas em matéria ambiental.

Política Ambiental

A política ambiental brasileira pode ser entendida a partir de 3


grandes momentos:
a) 1930-1971- construção de uma base de regulação dos usos
dos recursos naturais;
b)1972-1987- marcada pela ação intervencionista do Estado ;
c) de 1988 aos dias atuais- marcado pelos processos de
democratização e descentralização decisórias e pela rápida
disseminação da noção de desenvolvimento sustentável.

As políticas ambientais podem ser classificadas em:


9 Regulatórias: elaboração de legislação específica e criação de
aparatos institucionais.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 18
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

9 Estruturadoras: intervenção direta do poder público ou ONG’s


na proteção do meio ambiente (ex. criação de UC’s)
9 Indutoras de Comportamento: ações que objetivam
influenciar o comportamento de indivíduos ou grupos sociais.
Identificadas com a noção de Desenvolvimento Sustentável.
Financiamentos especiais ou políticas fiscais e tributárias. Certificações
ambientais são formuladas com o objetivo de influir no comportamento
dos consumidores.

Princípios em Matéria Ambiental

Muitas questões de concursos públicos, ainda mais as questões


elaboradas pelo CESPE têm sua resolução facilitada por aqueles que
dominam os princípios em matéria ambiental.
Os princípios constituem as idéias centrais de um determinado
sistema jurídico. São eles que dão ao sistema jurídico um sentido
lógico, harmônico, racional e coerente. Na visão do professor Celso
Antônio Bandeira de Mello, princípio é o mandamento nuclear de um
determinado sistema; é o alicerce do sistema jurídico; é aquela
disposição fundamental que influencia e repercute sobre todas as
demais normas do sistema.
Vale ressaltar que os princípios ambientais são de suma
importância ao se analisar um determinado caso concreto, pois
muitas vezes não se têm condições de tomar decisões baseadas
apenas nas normas escritas (Leis, Decretos, entre outros), lançando
mão, nestes casos das normas principiológicas.
Neste sentido vale realçar que as normas principiológicas, e
mais especificamente os princípios em matéria ambiental, são
formalizados em diversas constituições e tratados adquirindo notória
importância na ordem jurídica e nas agendas políticas.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 19
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

9 Princípio do Desenvolvimento Sustentável

O que se busca com esse princípio não é impedir o


desenvolvimento econômico, mas sim, minimizar os seus efeitos
negativos, utilizando todos os instrumentos que possam diminuir a
degradação ambiental. O princípio do desenvolvimento sustentável
postula a necessária avaliação e ponderação de projetos de cunho
econômico, públicos ou privados, tendo em vista os impactos e custos
ambientais resultantes.
Para VEIGA RIOS & DERANI (2005)5
“O desenvolvimento sustentável não é propriamente um princípio
de direito ambiental, como expressão de uma diretriz, um
comportamento, como ocorre com o princípio da precaução ou o
do poluidor-pagador. [...] Entre outras palavras, o princípio, para
sua realização, necessita da concretização de valores e diretrizes
próprios ao direito ambiental, ao desenvolvimento social e
econômico, à equidade e ao bem-estar”.

Em tal seara, os poderes públicos, no âmbito das atividades


administrativas e legislativas, devem, segundo a denominada
“fundamentação ecológica”, justificar e demonstrar a sustentabilidade
ambiental de suas medidas e decisões de caráter econômico, sob
pena de afastamento, por inconstitucionalidade, de atos
insuportavelmente gravosos para o meio ambiente.
Nesse sentido, a Declaração do Rio para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (1992) preceitua
“Para se alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção do
meio ambiente deve constituir parte integrante do processo de
desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente em
relação a ele”.

5
VEIGA RIOS, Aurélio Virgílio & DERANI, Cristiane. Princípios Gerais do Direito
Ambiental Internacional. In: VEIGA RIOS, Aurélio Virgílio & IRIGARAY, Carlos
Teodoro (Orgs). O Direito Ambiental e o Desenvolvimento Sustentável: Curso de
Direito Ambiental. São Paulo: Fundação Peirópolis, 2005.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 20
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

A sociedade também assume um importante papel em relação


ao princípio do desenvolvimento sustentável. Para o professor Édis
Milaré6:
“A sociedade, da mesma forma, sujeitar-se-á, dado o princípio em
questão, a sustentáveis padrões de vida, assumindo, por exemplo,
razoáveis índices de consumo, em consonância com o princípio da
solidariedade entre gerações, tendo em vista que a ratio de toda a
produção é o uso e o consumo, nas suas variadas facetas”.

Várias questões devem ser observadas, quando falamos sobre o


princípio do desenvolvimento sustentável: boa parte dos recursos
naturais (água, florestas, entre outros) são bens que tendem a se
acabar, caso o atual modelo econômico não seja repensado visando o
adequado aproveitamento dos mesmos; mudanças nos padrões de
consumos de matéria e energia devem ser tomadas; as matrizes
energéticas de fontes não-renováveis devem ser repensadas; entre
outras.

9 Princípio da Prevenção e Precaução

Há um amplo debate doutrinário acerca dos princípios da


prevenção e precaução na ciência jurídico-ambiental do Brasil. Não
de deve confundir o princípio da prevenção com precaução.
Segundo Paulo Affonso Leme Machado7:
“em caso de certeza do dano ambiental, este deve ser prevenido,
como preconiza o princípio da prevenção. Em caso de dúvida ou de
incerteza, também se deve agir “antecipadamente”. Essa é a
grande inovação do princípio da precaução. A dúvida científica,
expressa com argumentos razoáveis, não dispensa a
prevenção”.

6
MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 2.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2001.
7
LEME MACHADO, Paulo Affonso. Direito Ambiental Brasileiro. 15.ed. São
Paulo: Malheiros Editores, 2007.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 21
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

Nesse mesmo sentido, Paulo de Bessa Antunes8, considera o


princípio da prevenção aplicável a
“impactos ambientais já conhecidos e que tenham uma história de
informações sobre eles”.

O objetivo fundamental do Direito Ambiental é a prevenção.


Devemos nos antecipar ao momento da consumação do dano, ao
momento do mero risco. Quando haja perigo de dano grave ou
irreversível, a falta de uma certeza absoluta não deverá ser utilizada
para postergar-se a adoção de medidas eficazes em função do custo
para impedir a degradação do meio ambiente. Em função disso a
CF/88 (Constituição Federal de 1988) adotou o principio da prevenção
no seu artigo 225, Caput.
A prevenção se destina a evitar perigos imediatos (iminentes) e
concretos, bem como procura, afastar os riscos futuros, mesmo que
não ainda inteiramente determináveis. O professor Paulo Afonso
Leme Machado, apresenta um exemplo interessante sobre o princípio
da prevenção
“O estudo prévio de impacto ambiental, por exemplo, necessário à
licença de atividades públicas e privadas potencialmente lesivas ao
meio ambiente, é um inegável procedimento administrativo de
cunho preventivo. Através dele, os agentes públicos,
diagnosticando o perigo de dano, vetam ou condicionam a
aprovação de obras ou projetos econômicos, visando à proteção
dos recursos naturais. O princípio aqui abordado propicia a
inversão do ônus da prova e impõe ao autor potencial a
demonstração da inexistência de nexo causal entre a sua atividade
e ulteriores danos constatáveis. Assim sendo, “[...] para não
adotar medida preventiva ou corretiva é necessário demonstrar
que certa atividade não danifica seriamente o ambiente e que essa
atividade não causa dano irreversível”.

8
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 7. ed. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2004.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 22
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

Para VEIGA RIOS & DERANI (2005)9, o princípio da prevenção


orienta no sentido de se prevenir quanto a consequências que se
sabe exatamente quais e como são, e que, portanto, devem ser
evitadas.
O princípio da precaução, segundo parcela da doutrina
brasileira, está alicerçado na tripla fonte de incerteza: a ignorância
científica acerca da existência e natureza do provável dano
ambiental; o desconhecimento da extensão dos seus perniciosos
efeitos ecológicos e a ausência de irrefutáveis provas indicativas do
nexo causal existente com o fato sujeito a avaliação e controle. A
seriedade ou a irreversibilidade dos danos, embora previamente
indeterminados, justifica a adoção de imediatas medidas que os
previnam ou minimizem, pois diante do risco, in dubio pro natura10.
Na precaução a intenção é se precaver quanto aos efeitos
que sabidamente existirão, mas não se sabe quais, como e
nem a extensão (VEIGA & DERANI, 2005). Uma atitude de cautela
em relação ao meio ambiente pressupõe um conduto de precaução
pelo Estado, que, na dúvida, deve postergar a decisão de aceitar
novas tecnologias, empreendimentos, produtos e substâncias sobre
os quais recaem suspeitas de serem prováveis causadores de graves
e irreversíveis danos ambientais.
Gostaria de ressaltar quer o princípio da precaução é um dos
princípios da Declaração do Rio para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, sendo:

9 VEIGA RIOS, Aurélio Virgílio & DERANI, Cristiane. Princípios Gerais do Direito
Ambiental Internacional. In: VEIGA RIOS, Aurélio Virgílio & IRIGARAY, Carlos
Teodoro (Orgs). O Direito Ambiental e o Desenvolvimento Sustentável: Curso de
Direito Ambiental. São Paulo: Fundação Peirópolis, 2005.
10
Na dúvida sobre a periculosidade de uma certa atividade para o ambiente,
decide-se a favor do ambiente e contra o potencial poluidor, pois, o ônus da prova
da inocuidade de uma ação em relação ao ambiente é transferido do Estado para
potencial poluidor (ARAGÃO, Alexandra. Direito Constitucional do Ambiente da
União Européia. In: CANOTILHO, José Joaquim Gome & LEITE, José Rubens
Morato (Orgs). Direito Constitucional Ambiental Brasileiro. São Paulo: Saraiva,
2008.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 23
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

“Princípio 15 – Com a finalidade de proteger ao meio ambiente, os


Estados devem aplicar amplamente o critério da precaução
conforme as suas capacidades. Quando houver perigo de dano
grave ou irreversível, a falta de uma certeza absoluta não deverá
ser utilizada para postergar-se a adoção de medidas eficazes para
prevenir a degradação ambiental”.

9 Princípio do Poluidor/Pagador (PPP)

Princípio que imputa ao poluidor o custo social da poluição


gerada por ele, caracterizando um mecanismo de responsabilidade
por dano ecológico. Primeiramente ele arca com os custos da
prevenção, mesmo assim, ocorrido o dano, será responsável por sua
reparação.
Os Estados, na realidade as autoridades devem garantir que os
custos para internalizar as externalidades de uma determinada
intervenção e/ou atividade devem ser arcados pelo poluidor
(proprietário, pessoa que fez a intervenção). Na realidade, as
externalidades, sem entrar muito no viés econômico, são impactos
ambientais gerados por uma determinada intervenção e/ou atividade,
dos quais, a princípio não foram contabilizados nos custos/despesas
as serem pagas por quem fez a intervenção, arcando a sociedade
com estes. Por exemplo, a construção e o funcionamento de um
grande condomínio no centro de uma cidade tornaram o trânsito
daquela localidade caótico. Os impactos com o aumento de horas no
trânsito, aumento de custos com combustível, entre outros serão
pagos, a princípio por todos. O que o conceito de internalização busca
fazer é com que o poluidor pague pelos custos gerados, pelas
externalidades. Como exemplo mais específico, podemos citar a
situação de uma determinada atividade que lança seu efluente no
córrego, e que nesta bacia hidrográfica há implantado os
instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, mais

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 24
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

especificamente o instrumento da cobrança. Neste caso, esta


atividade poderá pagar para estar lançando seu efluente, seja ele
tratado ou não. Claro que se o efluente passar por um processo de
tratamento, será pago um valor mais baixo pelo lançamento. É nesse
sentido que o conceito de internalizar as externalidades e o princípio
do poluidor-pagador se aplica. Note que, não significa dar à
atividade o direito de poluir, mas sim de pagar, por uma poluição
que não pode ser mais minimizada. Outro fator que deve ser neste
exemplo levantado é que os recursos com esta cobrança são
aplicados na própria bacia, para recuperar sua qualidade ambiental.
Após dado este exemplo, espero que tenha ficado claro este
princípio. Contudo, para melhorar ainda mais nossa compreensão
gostaria de aprofunda um pouco nossa abordagem.
O PPP, aplicável a produtores e consumidores
independentemente de crime ambiental, objetiva a compensação
financeira dos danos ecológicos proporcionados por atividades de
cunho econômico e dos subseqüentes custos tendentes à regeneração
ambiental.
A doutrina brasileira, apoiando-se na normativa constitucional
pátria, considera o princípio abarcado pela responsabilidade civil em
matéria ambiental. Assim, como podemos observar no artigo 225, §3,
da CF/88:
“As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções
penais e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados”.

Portanto, o principal objetivo é fazer com que, por meio do


regime de responsabilidade jurídica pelo dano ambiental, este
princípio induza ou fortaleça mecanismos de mercado que sejam
instrumentos para minimizar impactos ao meio ambiente.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 25
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

Outro exemplo deste princípio foi estabelecido pelo Protocolo de


Quioto, onde aqueles países que possuem metas estabelecidas de
redução de emissão de Gases do Efeito Estufa – GEE`s (Países Anexo
– I, conforme definido pelo Protocolo de Quioto) e que não
conseguem reduzir suas emissões de forma a atingir estas metas,
financiam projetos em países que não possuem metas de redução
estabelecidas (Países Não-Anexo – I) por meio do mecanismo de
flexibilização conhecido por Mecanismo de Desenvolvimento Limpo –
MDL.

9 Supremacia do Interesse Público

É o princípio que vincula a Administração Pública a aplicar a lei,


no exercício da função administrativa, atribuindo-lhe os poderes de
desapropriar, de requisitar, de intervir, de policiar, de punir, visando
sempre o atendimento aos interesses da coletividade, que devem
prevalecer sobre os interesses dos particulares, de índole privada.
Trata-se, na realidade, de verdadeiro pressuposto de estabilidade da
ordem social.
Para o professor Álvaro Luiz Valery Mirra, o interesse na
proteção do meio ambiente, dessa forma, por ser de natureza
pública, deve prevalecer sempre sobre os interesses individuais
privados, ainda que legítimos. Até porque já se reconhece hoje em
dia que a preservação do meio ambiente se tornou condição essencial
para a própria existência da vida em sociedade e, conseqüentemente,
para a manutenção e o exercício pleno dos direitos individuais dos
particulares.

9 Princípio da Função Social e Ambiental da Propriedade

A função social e Ambiental da propriedade foi reconhecida


expressamente pela Constituição de 1988, nos artigos 5º, inciso

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 26
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

XXIII, 170, inciso III e 186, inciso II. É a submissão do direito de


propriedade, essencialmente excludente e absoluto, pela natureza
que se lhe conferiu modernamente, a um interesse coletivo.
Vale ressaltar que a Função Social e Ambiental da Propriedade é
um princípio que hoje encontra-se dentre as normas constitucionais
sujeitas ao grau máximo de rigidez.
Quando se diz que a propriedade privada tem uma função social
e ambiental, na verdade está se afirmando que ao proprietário se
impõe o dever de exercer o seu direito de propriedade, não mais
unicamente em seu próprio e exclusivo interesse, mas em benefício
da coletividade, sendo precisamente o cumprimento da função social
e ambiental que legitima o exercício do direito de propriedade pelo
seu titular.
O artigo 186, inciso II da CF/88, fala sobre a função social da
propriedade rural, sendo
“A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I- aproveitamento
racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos
naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III -
observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos
trabalhadores”.

Neste sentido, por exemplo, ao levarmos em consideração o


inciso II, do artigo 186 da CF/88, um proprietário rural que ao
desrespeitar o Código Florestal, Lei 4.771/67, poderá neste caso ser
aplicado o princípio da função social e ambiental da propriedade,
detalharei o porquê.
Dentre as definições do Código Florestal, duas podemos pegar
aqui como exemplo. A Área de Preservação Permanente – APP e
Reserva Legal* (Figura 1). O proprietário ao desrespeitar o Código
Florestal, ou seja, não manter as APP’s e a Reserva Legal em sua

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 27
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

propriedade, poderá sofrer sanções administrativas, civis e penais,


baseadas no princípio da função social e ambiental da propriedade.
Portanto, cabe ao proprietário, a obrigação de recompor a APP e a
Reserva Legal, independentemente de ter sido ele o responsável ou
não pelo dano. Há uma obrigação legal de manterem-se estas áreas
com vegetação e os proprietários devem se sujeitar a ela, em
qualquer circunstância, por força do princípio da função social e
ambiental da propriedade, que lhes impõe o exercício do direito de
propriedade em conformidade com as diretrizes de proteção do meio
ambiente vigentes.

*Tome Nota!!!
Áreas de Preservação Permanente (APP) – Esta área, protegida
por lei, coberta ou não por vegetação, tem como função ecológica/
ambiental preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger
o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
APP não é definida apenas em áreas situadas ao longo de
córregos, rios. Também há delimitação em áreas limites a lagos
(naturais e artificiais) e em áreas que de certa forma são “sensíveis”,
“instáveis”, tais como: topo de morros, montes, montanhas e serras;
encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°,
equivalente a 100% na linha de maior declive; restingas, como
fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; bordas dos
tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo [...].
A Reserva Legal compreende uma área localizada no interior de
uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 16 do
Código Florestal. Sua função é assegurar o uso econômico de modo
sustentável dos recursos naturais, proporcionar a conservação e a
reabilitação dos processos ecológicos, promover a conservação da
biodiversidade, abrigar e proteger a fauna silvestre e a flora nativa.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 28
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

Para cumprimento desse papel, é fundamental o Manejo


Florestal Sustentável, entendido como a administração e uso da
floresta para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e
ambientais, respeitando-se a sustentação do ecossistema.

Figura 1 – APP e Reserva legal. Fonte: Exemplificação feita pelo


autor e figura de Bayer (2004).

9 Princípio da Participação Popular na Proteção do Meio


Ambiente

Segundo o professor Álvaro Luiz Valery Mirra, a participação


popular na proteção do meio ambiente está prevista expressamente
no Princípio 10 da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento de 92.
Entre nós, no Brasil, ela tem como fundamento genérico o
artigo 1º, parágrafo único, da CF/88 - que instituiu no país um
regime de democracia semidireta - e, como fundamento específico

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 29
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

em matéria de meio ambiente, o artigo 225, caput, da CF/88. Trata-


se, portanto, de decorrência necessária do direito de todos ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado e do regime jurídico do
ambiente como bem de uso comum do povo.
São, basicamente, essas as regras que autorizam a atuação da
coletividade na proteção do meio ambiente. Mas a Constituição foi
ainda mais longe: ao lado da faculdade atribuída à coletividade de
defender e preservar o meio ambiente, a nossa Carta Magna impôs
expressamente à sociedade o dever de atuar nesse sentido (art. 225,
caput).
E como a sociedade pode participar na preteção ao meio
ambiente?
Dever de todos de defender e preservar o meio ambiente, a
CF/88 apresenta alguns mecanismos de participação:
i. Iniciativa popular através de leis, referendo e plebiscito;
ii. Participação na formulação de políticas e definições
administrativas;
iii. Por intermédio do Poder Judiciário via Ação Popular;
iv. Direito à informação e a educação ambiental.

9 Indisponibilidade do Direito Público na Proteção do Meio


Ambiente

As gerações atuais não podem dispor do patrimônio ambiental,


que pertence também às gerações futuras "bem de uso comum do
povo".

9 Princípio da Responsabilidade Objetiva

Princípio muito importante quanto à responsabilidade do


poluidor. Em questões ambientais ela é objetiva, isto é, independente
da existência de dolo (intenção de causar o dano) ou culpa
(negligência, imperícia ou imprudência). O poluidor é responsável

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 30
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

pelos danos causados ao Meio Ambiente e a terceiros, devendo


repará-los, isto porque, como bem diz o Prof. Paulo Affonso Leme
Machado “a atividade poluente acaba sendo uma apropriação pelo
poluidor dos direitos de outrem, pois, na realidade, a emissão
poluente representa um confisco do direito de alguém em respirar ar
puro, beber água saudável e viver com tranqüilidade”.

Questões Comentadas

Primeiramente gostaria de descrever como serão compostas


nossas questões comentadas.
Teremos três tipos de questões: Questões Inteiras (QI) –
questão de múltipla escolha composta por todos os itens de uma
determinada pergunta de uma prova; Questões Divididas (QD) –
numa mesma questão há itens de diversas provas e bancas; Questão
Getulio (QG) – Questão elaborada pelo professor Getulio.

Questão 1 (QI) (Profissional Básico: Engenharia – BNDES –


CESGRANRIO/2008) (Questão 51) – A Revolução Industrial,
geralmente, é apontada como um marco importante na intensificação
dos problemas ambientais porque
A) ( ) alterou a maneira de produção de bens e serviços,
com técnicas intensivas em material e energia,
equilibrando recursos e resíduos.
Errado – é verdade que a partir da revolução industrial
houve modificação na maneira de produção de bens e
serviços, com técnicas intensivas em material e energia,
porém, esta modificação não foi harmoniosa,
intensificando os impactos e danos ambientais,

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 31
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

aumentando descontroladamente a geração de resíduos e


a procura desenfreada por recursos naturais.

B) (X) modificou o modo como a produção e o consumo


passaram a ser realizados desde então, exigindo recursos
e gerando resíduos em quantidades vultosas.

C) ( ) modificou a relação do homem com o meio ambiente,


que, antes, era bem mais harmoniosa, não havendo
problemas ambientais.
Errado – é verdade que a partir da revolução industrial
houve uma drástica modificação na relação do homem
com a natureza, não sendo harmoniosa, portanto
intensificando os impactos e danos ambientais. Outro
fato que deve ser entendido e é que o homem, desde
suas origens e principalmente a partir do momento que
começou a dominar o fogo e a desenvolver técnicas e
ferramentas de exploração degradava o meio em que
vivia.

D) ( ) ampliou a idéia de que a natureza existe para servir ao


ser humano, gerando o conceito de utilização intensiva
dos recursos.
Errado – Não é de hoje que ouvimos falar das grandes
ameaças que o planeta vem sofrendo por conta da
interferência direta do ser humano na natureza com fins
na extração de recursos naturais, matéria-prima e pela
obtenção de alguma vantagem. Contudo, no princípio as
relações do homem com a natureza eram permeadas de
mitos, rituais e magia, pois se tratava de relações
divinas. Destacava-se também neste contexto a pequeno

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 32
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

número populacional e o baixo poder de intervenção


humana. Com a evolução da espécie humana, o homem
foi abandonando suas crenças em relação aos “deuses da
natureza” e passou a destruí-la como se ele próprio fosse
divino, cheio de poderes absolutos. Assim, o desejo
desenfreado pelo poder e pelo dinheiro, fez com que o
homem mudasse sua concepção como parte do natural
(intensificando a utilização dos recursos naturais) e, a
partir dessa visão, natureza e homem passaram a ser
duas coisas distintas, dicotômicas.

E) ( ) intensificou o uso de produtos industrializados em


todos os setores da economia, reaproveitando inclusive
seus resíduos.
Errado – o reaproveitamento de resíduos não foi uma
“ideologia” imediata à revolução industrial. Foi
justamente a partir da intensificação dos impactos e
danos provocados e intensificados a partir da revolução
industrial que a partir da segunda metade do século XX
(após Estocolmo/1972 e, principalmente após Rio/92)
que a preocupação em reaproveitar os resíduos veio à
tona.

Questão 2 (QM) - Nos dias atuais acredita-se ser necessário


cobrar pelo uso de recursos ambientais como condição essencial para
que o processo econômico cumpra suas funções de alocar com
eficiência os recursos disponíveis, sem comprometer o nível de
qualidade ambiental desejado pela sociedade. Para o exercício da
cobrança, é necessário responder às seguintes questões práticas:
qual o valor a ser cobrado? De quem cobrar? Qual é o melhor

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 33
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

instrumento de cobrança? Considerando os questionamentos do texto


acima, julgue os itens a seguir em certo ou errado:
1) (Analista Ministerial Especializado – Especialidade:
Engenharia Ambiental – MPE/TO – CESPE-UnB/2006) (Item 101) Com
referência a quem deve ser onerado pela cobrança do uso de
recursos naturais, existe, na atualidade, um princípio amplamente
aceito, conhecido como princípio do usuário pagador. Esse princípio
estabelece que a cobrança deve onerar aqueles que são os
usuários do bem ou do serviço ambiental e o governo —
municipal, estadual ou federal, dependendo de esfera de impacto
ambiental. Um exemplo disso é a cobrança pelo uso da água, do ar
ou do solo como receptores de poluentes de um processo produtivo
industrial, que deve onerar a indústria que o emprega e o governo,
pela falta de fiscalização do processo poluidor em sua fase inicial.
Item errado – O Princípio do usuário-pagador
estabelece que quem utiliza o recurso ambiental deve
suportar seus custos, sem que essa cobrança resulte na
imposição taxas abusivas. Já o Princípio do poluidor-
pagador impõe ao Estado o dever de estabelecer um
tributo ao agente poluidor, usuário ou não de algum
serviço público destinado a tratar a poluição. O Princípio
do Poluidor Pagador imputa ao poluidor o custo social
da poluição gerada por ele, caracterizando um
mecanismo de responsabilidade por dano ecológico.
Primeiramente ele arca com os custos da prevenção,
mesmo assim, ocorrido o dano, será responsável por sua
reparação. Então, em nenhum desses dois princípios
há que se falar em Poder Público ou terceiros
suportando esses custos, mas somente naqueles
que dele se beneficiaram.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 34
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

2) (Analista Ministerial Especializado – Especialidade:


Engenharia Ambiental – MPE/TO – CESPE-UnB/2006) (Item 99) A
fumaça que sai de um automóvel é exemplo de externalidade
negativa, pois afeta o bem-estar dos pedestres e o motorista não tem
que pagar nada por isso, a menos que um dispositivo legal o obrigue
a tal.
Item certo – Este exemplo poderia ser enquadrado
dentro do principio do poluidor pagador, no qual o
proprietário de um veículo automotor, que lança
poluentes no meio ambiente, poderá vir a pagar, caso
regulamentado, por esta externalidade.

Questão 3 (QM) – Há inúmeros princípios ambientais que


orientam a otimização das regras de proteção do meio ambiente.
Esses princípios constam na Política Nacional do Meio Ambiente, na
CF e em documentos internacionais de proteção do meio ambiente,
como Conferência de Estocolmo de 1972, Nosso Futuro Comum
(Relatório Brundtland) e Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, de 1992 (ECO-92). Considerando o texto acima,
julgue os itens subseqüentes (em certo ou errado), acerca dos
princípios ambientais e de sua adoção em regras procedimentais de
proteção do meio ambiente.
1) (Procurador Federal de 2º Categoria – AGU – CESPE-
UnB/2007) (Item 170) O princípio do poluidor-pagador, dispositivo
internacional da proteção do meio ambiente, ainda não foi
incorporado à legislação infraconstitucional brasileira.
Errado – Como visto em nosso material, o PPP foi
recepcionado pelas normas infraconstitucionais
brasileiras. A título de exemplo, gostaria de citar a Lei
9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos
Hídricos e o Sistema Nacional de Gerenciamento de

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 35
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

Recursos Hídricos – SINGERH. Nesta política há como um


de seus instrumentos, a cobrança pela utilização de
recursos hídricos, que teve como base, principalmente os
princípios do poluidor-pagador – PPP e o princípio do
usuário-pagador.

2) (Procurador Federal de 2º Categoria – AGU – CESPE-


UnB/2007) (Item 171) Na ECO-92, o princípio da precaução consta
como princípio 15. De modo a proteger o meio ambiente, esse
princípio deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo
com as suas necessidades. Quando houver ameaça de danos sérios
ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve
ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e
economicamente viáveis para se prevenir a degradação ambiental.
Anulado – a tendência do candidato seria marcar esse
item como correto, o que de “tudo” não estaria errado. O
Cespe, ao elaborar a questão trocou uma palavra no
texto, o que, segundo alguns candidatos, prejudicou o
seu entendimento.
Segundo a banca, o item foi anulado em decorrência do
emprego de “necessidades” no lugar de “capacidades”, o
que invalida a assertiva.
O documento oficial da ONU (acessado em
http://www.un.org/documents/ga/conf151/aconf15126-
1annex1.htm) usa o termo capabilities (capacidades), que
tem significado distinto das necessidades de países
desenvolvidos ou em desenvolvimento.

3) (Procurador Federal de 2º Categoria – AGU – CESPE-


UnB/2007) (Item 172) Não há relação entre o princípio da precaução
e as regras previstas no estudo de impacto ambiental (EIA/RIMA).

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 36
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

Item Errado – Vamos olhar a resposta da letra C,


questão 5. No exemplo, falei que a uma relação entre
EPIA (erroneamente chamado de EIA)/ RIMA com o
princípio da prevenção. Note que também há uma
relação com o princípio da precaução, pois se ao
identificar no estudo que há riscos de danos, e não se
saber ao certo (incerteza) quais as proporções que esse
dano poderá atingir, por exemplo, teri-se-a que aplicar o
princípio da precaução.

4) (Procurador Federal de 2º Categoria – AGU – CESPE-


UnB/2007) (Item 175) O princípio da participação da população na
proteção do meio ambiente está previsto na Constituição Federal e na
ECO-92.
Item Correto – A Rio-92, erroneamente chamada de
ECO-92, prevê em diversos de seus princípios o processo
participativo na gestão ambiental, na proteção do meio
ambiente, bem como, conforme já explicitado em nosso
material, a própria CF/88 também prevê.

Questão 4 (QI) – (Procurador do Estado de Alagoas – Governo


do Estado de Alagoas/Procuradoria Geral do Estado de Alagoas –
CESPE-UnB/2008) (Questão 91) - Para o licenciamento e a instalação
de antenas de telefonia (estações radiobase) nas proximidades de
escolas e hospitais, deve-se levar em conta o princípio ambiental
A) ( ) do poluidor-pagador e do usuário-pagador.
B) ( ) da educação ambiental e do desenvolvimento
sustentável.
C) (X) da prevenção e da precaução.
D) ( ) da competência federativa municipal e estadual.
E) ( ) in dubio pro tecnologia.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 37
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

Dependendo da quantidade de radiação absorvida pelo


corpo humano, o usuário poderá desenvolver doenças
como glaucoma e catarata. Os riscos a longo prazo, como
o desenvolvimento de tumores cancerígenos, é que ainda
não foram comprovados.
Não se sabe ao certo os efeitos provocados pela radiação
eletromagnética emitida por torres (antenas) de telefonia,
por isso aplica-se o princípio da prevenção e da
precaução.
Sabe-se, portanto, que há riscos e que poderá haver
impactos/ danos (prevenção), mas não se sabe
quantificar todos esses efeitos (precaução). Há diversas
legislações municipais, que baseadas nestes dois
princípios, limitam a instalação de antenas nas
proximidades de hospitais, creches e escolas, e dão
outras disposições.

Questão 5 (QI) – (Procurador do Estado de Alagoas – Governo


do Estado de Alagoas/Procuradoria Geral do Estado de Alagoas –
CESPE-UnB/2008) (Questão 92) - Assinale a opção correta com
relação aos princípios gerais do direito ambiental.
A) (X)O princípio da participação popular na proteção do
meio ambiente é assegurado por meio das audiências
públicas em procedimentos de licenciamento e de estudo
de impacto de vizinhança.
B) ( ) O princípio da prevenção aplica-se a eventos incertos e
prováveis causadores de dano ambiental.
Errado – Como visto em nosso material, quando se falar
em eventos incertos, de dúvidas sobre os prováveis
danos, estaremos falando do princípio da precaução.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 38
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

C) ( ) Não há possibilidade de correlação de mais de um


princípio na análise de um caso concreto de dano
ambiental.
Item errado – pois ao analisarmos uma determinada
situação, um determinado caso concreto, vários
princípios poderão ser utilizados para compreensão.
Por exemplo, no caso da elaboração de Estudos Prévios
de Impactos Ambientais – EPIA e Relatórios de Impactos
Ambientais – RIMA, poderão ser levados em consideração
diversos princípios, como por exemplo, o princípio da
prevenção, princípio da precaução e o princípio do
desenvolvimento sustentável (PDS). Vejamos: se o PDS
postula a necessária avaliação e ponderação de projetos
de cunho econômico, públicos ou privados, tendo em
vista os impactos e custos ambientais resultantes, há
previsão deste princípio na elaboração do EPIA/ RIMA,
pois ponderação da ordem econômica, social e ecológica,
bem como alternativas tecnológicas devem ser previstas
nestes estudos. Também se aplica no caso da elaboração
de EPIA/ RIMA o princípio da prevenção, pois de acordo
com nosso material:
“O EPIA necessário à licença de atividades públicas e privadas
potencialmente lesivas ao meio ambiente, é um inegável
procedimento administrativo de cunho preventivo. Através dele, os
agentes públicos, diagnosticando o perigo de dano, vetam ou
condicionam a aprovação de obras ou projetos econômicos,
visando à proteção dos recursos naturais. O princípio aqui
abordado propicia a inversão do ônus da prova e impõe ao autor
potencial a demonstração da inexistência de nexo causal entre a
sua atividade e ulteriores danos constatáveis. Assim sendo, “[...]
para não adotar medida preventiva ou corretiva é necessário
demonstrar que certa atividade não danifica seriamente o
ambiente e que essa atividade não causa dano irreversível”.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 39
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

D) ( ) Se, na análise de determinado problema, houver a


colisão de dois princípios ambientais, um deverá
prevalecer e o outro será obrigatoriamente derrogado.
E) ( ) O princípio do poluidor-pagador aplica-se ao usuário
que capta água para irrigação de produtos orgânicos sem
agrotóxico.
Errado – Na realidade, nesse caso concreto, poderá
aplicar o princípio do usuário-pagador, onde o irrigante
estará retirando (usando) a água do rio, independente de
utilizar agrotóxico ou não. No caso de uma indústria que
capta a água do rio para utilizá-la em seu processo
produtivo, poderá ser aplicado o princípio do usuário-
pagador. Para esta própria indústria, ao lançar seus
efluentes industriais, poderá ser aplicado o PPP. Acredito
que agora ficou clara a diferença entre o PPP e o princípio
do usuário-pagador.

Questão 6 (QI) Fátima construiu, sem autorização do órgão


licenciador competente, uma casa dentro de um parque nacional e lá
cultivou milho para dar ao gado que criava em um pequeno curral ao
lado de sua residência, para geração de renda, mediante a venda de
leite e carne. Fátima, embora fosse analfabeta, tinha ciência de que a
área era gerenciada e protegidas por órgão ambiental. Com base
nessa situação hipotética, julgue os itens que se seguem em certo ou
errado:
1) (Analista Ambiental: tema 01: Sub-tema 02 – Ibama –
CESPE-UnB/2009) (Item 67) – O baixo grau de escolaridade e
instrução de Fátima não influenciará a pena que a ela for aplicada
pelo delito cometido.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 40
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

Item Errado – De acordo com o artigo 14, da Lei


9.605/98, o baixo grau de escolaridade está contemplado
dentre o rol de circunstâncias que atenuam a pena.

2) (Analista Ambiental: tema 01: Sub-tema 02 – Ibama –


CESPE-UnB/2009) (Item 68) – A área em que Fátima exerce a
atividade é uma unidade de conservação, segundo o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), o que
levará, no caso concreto, à aplicação de uma agravante prevista na
lei de crimes ambientais.
Item Errado – Não podemos afirmar que no caso
concreto Fátima terá sua pena agravada, pois mesmo ela
ter impactado um Parque Nacional, unidade de
conservação da modalidade de proteção integral, ela
possuem características de atenuação da pena, como o
seu baixo grau de escolaridade. Outra questão que deve
ser levada em conta é que para a imposição e gradação
da penalidade deve-se observar outros fatores (artigo 6º
da Lei 9.605/98), tais como: a gravidade do fato, tendo
em vista os motivos da infração e suas conseqüências
sobre a saúde pública e meio ambiente.

Questão 7 (QI) Com base na Lei de Crimes Ambientais — Lei


n.º 9.605/1998 —, ou Lei da Natureza, como também é conhecida,
julgue os itens a seguir em certo ou errado:
1) (Analista Ministerial Especializado – Especialidade:
Engenharia Ambiental – MPE/TO – CESPE-UnB/2006) (Item 96) Antes
da existência da referida lei, pichar e grafitar era considerado crime,
e o infrator estava sujeito a cumprir até um ano de detenção. Com a
decretação dessa lei, pichar e grafitar passaram a ser considerados

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 41
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

parte de um movimento social característico de áreas urbanas e não


têm mais penas definidas.
Item Errado – Primeiramente, gostaria de realçar que o
Cespe não é de elaborar provas do tipo decoreba, como
por exemplo, decorar artigos. Contudo, se faz necessário
dominarmos os crimes previstos na Lei de Crimes
Ambientais (Lei 9.605/98). O meio ambiente pode ser
um meio primitivo (natural), um meio ambiente antrópico
(alterado pelo homem) e um mix entre estes dois meios.
Dentre do meio ambiente antrópico encontram-se as
cidades, os monumentos históricos e culturais, dentre
outros. Levando em consideração este meio antrópico é
que a Lei de Crimes Ambientais definiu alguns crimes,
como os previstos na Seção IV desta que “Dos Crimes
contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural”.
Dentro desta Seção, no artigo 65, está tipificado o crime
de “Pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar
edificação ou monumento urbano”, como pena de
detenção, de três meses a um ano e multa.

2) (Analista Ministerial Especializado – Especialidade:


Engenharia Ambiental – MPE/TO – CESPE-UnB/2006) (Item 97) A
referida lei, tal como as anteriores, continua considerando crime
matar animais da fauna silvestre. No entanto, essa lei descriminaliza
o abate para saciar a fome do agente ou de sua família.
Item certo – Conforme mencionado em nossa aula 01
existe as modalidades de atenuação de pena, previstas no
artigo 14 (I - baixo grau de instrução ou escolaridade do
agente; II - arrependimento do infrator, manifestado pela
espontânea reparação do dano, ou limitação significativa
da degradação ambiental causada; III - comunicação

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 42
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

prévia pelo agente do perigo iminente de degradação


ambiental; IV - colaboração com os agentes encarregados
da vigilância e do controle ambiental). Além das
modalidades de atenuação, a Lei de Crimes prevê em
alguns artigos algumas situações especiais que não se
configuram em crime. É o caso do artigo 37 que fala que
não é crime o abate de animal, quando realizado: I - em
estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou
de sua família; II - para proteger lavouras, pomares e
rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais,
desde que legal e expressamente autorizado pela
autoridade competente; IV - por ser nocivo o animal,
desde que assim caracterizado pelo órgão competente.

Questões sem Comentários para Treinamento

Devido à experiência de outros concursos e a solicitação


do Ponto dos Concursos, seguem as questões sem
comentários para treinamento e fixação.
Questão 1 (QI) (Profissional Básico: Engenharia – BNDES –
CESGRANRIO/2008) (Questão 51) – A Revolução Industrial,
geralmente, é apontada como um marco importante na intensificação
dos problemas ambientais porque
A) ( ) alterou a maneira de produção de bens e serviços,
com técnicas intensivas em material e energia,
equilibrando recursos e resíduos.
B) () modificou o modo como a produção e o consumo
passaram a ser realizados desde então, exigindo recursos
e gerando resíduos em quantidade vultosas.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 43
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

C) ( ) modificou a relação do homem com o meio ambiente,


que, antes, era bem mais harmoniosa, não havendo
problemas ambientais.
D) ( ) ampliou a idéia de que a natureza existe para servir ao
ser humano, gerando o conceito de utilização intensiva
dos recursos.
E) ( ) intensificou o uso de produtos industrializados em
todos os setores da economia, reaproveitando inclusive
seus resíduos.

Questão 2 (QM) - Nos dias atuais acredita-se ser necessário


cobrar pelo uso de recursos ambientais como condição essencial para
que o processo econômico cumpra suas funções de alocar com
eficiência os recursos disponíveis, sem comprometer o nível de
qualidade ambiental desejado pela sociedade. Para o exercício da
cobrança, é necessário responder às seguintes questões práticas:
qual o valor a ser cobrado? De quem cobrar? Qual é o melhor
instrumento de cobrança? Considerando os questionamentos do texto
acima, julgue os itens a seguir em certo ou errado.
1) (Analista Ministerial Especializado – Especialidade:
Engenharia Ambiental – MPE/TO – CESPE-UnB/2006) (Item 101) Com
referência a quem deve ser onerado pela cobrança do uso de
recursos naturais, existe, na atualidade, um princípio amplamente
aceito, conhecido como princípio do usuário pagador. Esse princípio
estabelece que a cobrança deve onerar aqueles que são os
usuários do bem ou do serviço ambiental e o governo —
municipal, estadual ou federal, dependendo de esfera de impacto
ambiental. Um exemplo disso é a cobrança pelo uso da água, do ar
ou do solo como receptores de poluentes de um processo produtivo
industrial, que deve onerar a indústria que o emprega e o governo,
pela falta de fiscalização do processo poluidor em sua fase inicial.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 44
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

2) (Analista Ministerial Especializado – Especialidade:


Engenharia Ambiental – MPE/TO – CESPE-UnB/2006) (Item 99) A
fumaça que sai de um automóvel é exemplo de externalidade
negativa, pois afeta o bem-estar dos pedestres e o motorista não tem
que pagar nada por isso, a menos que um dispositivo legal o obrigue
a tal.

Questão 3 (QM) – Há inúmeros princípios ambientais que


orientam a otimização das regras de proteção do meio ambiente.
Esses princípios constam na Política Nacional do Meio Ambiente, na
CF e em documentos internacionais de proteção do meio ambiente,
como Conferência de Estocolmo de 1972, Nosso Futuro Comum
(Relatório Brundtland) e Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, de 1992 (ECO-92). Considerando o texto acima,
julgue os itens subseqüentes (em certo ou errado), acerca dos
princípios ambientais e de sua adoção em regras procedimentais de
proteção do meio ambiente.
1) (Procurador Federal de 2º Categoria – AGU – CESPE-
UnB/2007) (Item 170) O princípio do poluidor-pagador, dispositivo
internacional da proteção do meio ambiente, ainda não foi
incorporado à legislação infraconstitucional brasileira.
2) (Procurador Federal de 2º Categoria – AGU – CESPE-
UnB/2007) (Item 171) Na ECO-92, o princípio da precaução consta
como princípio 15. De modo a proteger o meio ambiente, esse
princípio deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo
com as suas necessidades. Quando houver ameaça de danos sérios
ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve
ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e
economicamente viáveis para se prevenir a degradação ambiental.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 45
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

1) (Procurador Federal de 2º Categoria – AGU – CESPE-


UnB/2007) (Item 172) Não há relação entre o princípio da precaução
e as regras previstas no estudo de impacto ambiental (EIA/RIMA).
2) (Procurador Federal de 2º Categoria – AGU – CESPE-
UnB/2007) (Item 175) O princípio da participação da população na
proteção do meio ambiente está previsto na Constituição Federal e na
ECO-92.

Questão 4 (QI) – (Procurador do Estado de Alagoas – Governo


do Estado de Alagoas/Procuradoria Geral do Estado de Alagoas –
CESPE-UnB/2008) (Questão 91) - Para o licenciamento e a instalação
de antenas de telefonia (estações radiobase) nas proximidades de
escolas e hospitais, deve-se levar em conta o princípio ambiental
A) ( ) do poluidor-pagador e do usuário-pagador.
B) ( ) da educação ambiental e do desenvolvimento
sustentável.
C) ( ) da prevenção e da precaução.
D) ( ) da competência federativa municipal e estadual.
E) ( ) in dubio pro tecnologia.

Questão 5 (QI) – (Procurador do Estado de Alagoas – Governo


do Estado de Alagoas/Procuradoria Geral do Estado de Alagoas –
CESPE-UnB/2008) (Questão 92) - Assinale a opção correta com
relação aos princípios gerais do direito ambiental.
A) ( )O princípio da participação popular na proteção do meio
ambiente é assegurado por meio das audiências públicas em
procedimentos de licenciamento e de estudo de impacto de
vizinhança.
B) ( ) O princípio da prevenção aplica-se a eventos incertos e
prováveis causadores de dano ambiental.

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 46
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

C) ( ) Não há possibilidade de correlação de mais de um


princípio na análise de um caso concreto de dano ambiental.
D) ( ) Se, na análise de determinado problema, houver a
colisão de dois princípios ambientais, um deverá prevalecer e o outro
será obrigatoriamente derrogado.
E) ( ) O princípio do poluidor-pagador aplica-se ao usuário
que capta água para irrigação de produtos orgânicos sem agrotóxico.

Questão 6 (QI) Fátima construiu, sem autorização do órgão


licenciador competente, uma casa dentro de um parque nacional e lá
cultivou milho para dar ao gado que criava em um pequeno curral ao
lado de sua residência, para geração de renda, mediante a venda de
leite e carne. Fátima, embora fosse analfabeta, tinha ciência de que a
área era gerenciada e protegidas por órgão ambiental. Com base
nessa situação hipotética, julgue os itens que se seguem em certo ou
errado:
1) (Analista Ambiental: tema 01: Sub-tema 02 – Ibama –
CESPE-UnB/2009) (Item 67) – O baixo grau de escolaridade e
instrução de Fátima não influenciará a pena que a ela for aplicada
pelo delito cometido.
2) (Analista Ambiental: tema 01: Sub-tema 02 – Ibama –
CESPE-UnB/2009) (Item 68) – A área em que Fátima exerce a
atividade é uma unidade de conservação, segundo o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), o que
levará, no caso concreto, à aplicação de uma agravante prevista na
lei de crimes ambientais.
Questão 7 (QI) Com base na Lei de Crimes Ambientais — Lei
n.º 9.605/1998 —, ou Lei da Natureza, como também é conhecida,
julgue os itens a seguir em certo ou errado:
1) (Analista Ministerial Especializado – Especialidade:
Engenharia Ambiental – MPE/TO – CESPE-UnB/2006) (Item 96) Antes

www.pontodosconcursos.com.br
CURSO ON-LINE 47
CURSO DE MEIO AMBIENTE, GESTÃO AMBIENTAL E
GEOPROCESSAMENTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PROFESSOR GETÚLIO FILHO

da existência da referida lei, pichar e grafitar era considerado crime,


e o infrator estava sujeito a cumprir até um ano de detenção. Com a
decretação dessa lei, pichar e grafitar passaram a ser considerados
parte de um movimento social característico de áreas urbanas e não
têm mais penas definidas.
2) (Analista Ministerial Especializado – Especialidade:
Engenharia Ambiental – MPE/TO – CESPE-UnB/2006) (Item 97) A
referida lei, tal como as anteriores, continua considerando crime
matar animais da fauna silvestre. No entanto, essa lei descriminaliza
o abate para saciar a fome do agente ou de sua família.

Saudações, Bons Estudos e Sucesso a Todos(as).


Qualquer coisa “dê um grito”, pois estarei à disposição.
Getulio Filho

www.pontodosconcursos.com.br

Vous aimerez peut-être aussi