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FJC – Faculdade João Calvino

Coordenadoria de Pesquisa e Pós-Graduação


Programa de Pesquisa e Pós Graduação Latu Sensu

A Presença de Ações Afirmativas após a Contemplação da Lei


10.639 de 09 de Janeiro de 2003 no Currículo Escolar

Barreiras
2010
FJC – Faculdade João Calvino
Coordenadoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Programa de Pesquisa e Pós Graduação Latu Sensu

A Presença de Ações Afirmativas após a Contemplação da Lei


10.639 de 09 de Janeiro de 2003 no Currículo Escolar

Relatório apresentado a Faculdade João


Calvino - FJC como requisito parcial para
avaliação da disciplina Construção do Ensino
e da Cultura Afro-brasileira na Educação
Básica orientado pela profª Joseima Ignez
Superti Schirmer.
Barreiras
2010
Dados de Identificação

Tema: A Presença de Ações Afirmativas após a Contemplação da Lei


10.639 de 09 de janeiro de 2003 no Currículo Escolar.
Área: Construção do Ensino e da Cultura Afro-brasileira na Educação
Básica.
Órgão Responsável: Coordenadoria de Pesquisa e pós-graduação Latu
Senso.
Local de Realização: Faculdade João Calvino
Acadêmica: Iara
Coordenadora e Orientadora: Joseima Ignez Superti Schirmer.
Não existe democracia racial efetiva [no
Brasil], onde o intercâmbio entre
indivíduos pertencentes a “raças”
distintas começa a terminar no plano da
tolerância convencionalizada. Esta pode
satisfazer às exigências de “bom tom”, de
um discutível “espírito cristão” e da
necessidade prática de “ manter cada um
no seu lugar”. Contudo, ela não aproxima
realmente os homens senão na base da
mera coexistência no mesmo espaço
social e, onde isso chegar a acontecer, da
convivência restritiva, regulada por um
código que consagra a desigualdade,
disfarçando-a acima dos princípios da
ordem social democrática.
(Idem, p. XIV) (Fernandes, 1960).
Resumo

A presença de ações afirmativas contemplando a lei 10.639 de 09 de


janeiro de 2003 no currículo Escolar é de suma importância para as
discursões da educação enquanto prática Universal e Humanizadora.
Sendo assim, reforça a construção de uma Política de Formação cidadã
pela desigualdade nas oportunidades educacionais atendendo aos anseios
da educação nas relações étnico-raciais, bem como a inclusão da cultura
afro-descendente. O Presente relatório foi desenvolvido com foco na
contemplação da Lei 10.639/03 no currículo escolar presente na Unidade
Escolar que atende de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental. Nesse
sentido, foi realizada uma observação na referida escola, utilizando como
coleta de dados um questionário para a verificação da concepção
apresentada por eles. Verificou-se com a sondagem dessa problemática
que a instituição pesquisada desconhece a lei, mas o Trabalho Pedagógico
está voltado de certa forma para a referida Lei de maneira que convide a
todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.

Palavras chave: étnico-racial, igualdade, cultura, afro-descendente, Lei


10.639/03.
1- Introdução

O presente relatório tem como objetivo primordial verificar a


contemplação da Lei 10.639/03 de 09 de janeiro de 2003 no âmbito do
currículo escolar, bem como, as ações afirmativas presentes na mesma,
com vistas a abordar a Educação e Cultura Afro-Brasileira, que estabelece
as diretrizes e bases da educação nacional, para inserir no currículo oficial
da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-
Brasileira”, dando outras providências.
Antes de refletir sobre o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
suas implicações no currículo, é preciso refletir acerca das relações
“raciais”, do preconceito racial e suas manifestações na sociedade
brasileira e, em particular, na escola e no sistema de ensino. Ela é
necessária porque é preciso ampliar a compreensão do problema, para,
então, se poder refletir sobre o que e por que deve ser escolhido para
conteúdo para compor um currículo escolar em que se privilegie um
deslocamento do olhar sobre os negros e mestiços na nossa história e
cultura.
Neste caminho, vale ressaltar que o currículo não é um elemento
neutro e desinteressado na transmissão de conteúdos do conhecimento
social. Ele esteve sempre imbricado em relações políticas do poder e de
controle social sobre a produção desse conhecimento e, por isso, ao
transmitir visões de mundo particulares, reproduz valores que irão
participar da formação de identidades individuais e sociais e, portanto, de
sujeitos sociais. A escolha dos conteúdos curriculares, tanto dos conteúdos
conceituais e temáticos, como os conteúdos de valores morais, passa por
essas relações. Fica, então, para nós que estamos refletindo sobre a
omissão do currículo escolar das informações sobre a presença e
participação dos negros na história brasileira a ponto de não
conseguirmos separar, no plano de cultura, o que é ser negro do que é ser
brasileiro.
Nessa perspectiva, surgiu a necessidade de analisar e discutir o
tema: A presença de ações afirmativas após a Contemplação da Lei
10.639/03 no Currículo Escolar. Observou-se que essa Lei ainda não é
reconhecida por todos os professores, fator este que dificulta a inserção
da temática no currículo escolar e práticas desenvolvidas no âmbito.
A pesquisa realizada constituiu em observar a presença do trabalho
voltado a atender o que sugere a referida Lei, como ela é desenvolvida
pelos docentes, especialmente nas disciplinas de Língua Portuguesa,
História e Educação Artística e algumas ações que torna-se possível inserir
no contexto escolar.

2 - Desenvolvimento

Hodiernamente, já se sabe que o preconceito racial é algo visceral,


um sentimento, que se tem ou não se tem. Isso não quer dizer que não se
possa fazer nada para que as pessoas não consigam superá-la. No
entanto, a marca do preconceito e da discriminação racial está contida na
desigualdade de acesso às posições sociais e nos baixos índices
socioeconômico da população negro-mestiça, o que nos mostra a
necessidade de ampliar o entendimento dessas relações e de como o
preconceito racial opera na nossa sociedade.
Vale salientar que os princípios da lei 10.639/03 norteiam uma
educação livre do racismo e promotora da igualdade de direitos, apontam
para a compreensão e a explicação da diversidade antropológica, cultural
e geográfica que envolve e relaciona direta e indiretamente, histórica e
territorialmente, os diferentes grupos étnico-raciais formadores da nação,
criando as bases educacionais de convívio entre os descendentes desses
grupos, que reconhece, valoriza e respeita as diversas e igualmente
importantes contribuições, materiais e imateriais de cada grupo.
O universo da pesquisa se constitui em três professores para serem
entrevistados, sendo um representante de cada disciplina exigida pela Lei.
De modo geral, a grande maioria dos professores pesquisados,
desconhece o conteúdo da referida Lei, mas desenvolvem projetos
voltados para a diversidade cultural e social com o objetivo de despertar
no aluno um olhar crítico para a compreensão de saber conviver e
aprender com as diferenças.
No que se refere ao questionamento sobre o atendimento das
diretrizes da Lei nº 11.645/08 no PPP da Unidade Escolar, obteve-se as
seguintes respostas: Os professores afirmam a inexistência de
atendimento da temática abordada no Projeto Político Pedagógico,
todavia, percebem a importância de discutir tal proposta. Nestas
respostas fica visível que os professores têm conhecimento da
importância da implantação da Lei no currículo escolar, porém ficou
evidente, que o discurso dos mesmos não é condizente com a prática.
Na segunda questão enfatiza a responsabilidade do representante
do segmento de professores no Colegiado Escolar no que se refere às
situações que propiciem a discussão da necessidade de formação
continuada para que os professores possam atuar com a disciplina Historia
e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, conforme exige a Lei nº 11.645/2008.
Com este questionamento foram adquiridas as seguintes respostas:
Percebeu-se através da fala dos docentes entrevistados que não há uma
notória preocupação por parte do representante legal do segmento de
professores no Colegiado Escolar, estando dessa forma mal
representados, pois não são orientados para o mundo da vida e para o
mundo do trabalho. Necessitando de práticas que visem à extinção das
hierarquias e estereótipos raciais presentes na escola, evitando que se
produzam e reproduzam tanto na própria escola como no mercado de
trabalho.

3 – Considerações Finais

Percebeu-se que a questão da contemplação da Lei nº 10.639/2003


como instrumento de inclusão e promoção de uma educação livre do
racismo está sempre em evidência no contexto do âmbito da Unidade
Escolar pesquisada, embora ainda não haja uma sistematização mais
abrangente, visto que esta se apresente como algo recente e ainda
“pouco cobrado” pelas instituições escolares. Nessa perspectiva, faz-se
necessário que se desenvolva Políticas Públicas Educacionais com vistas a
fortalecer as exigências estabelecidas pela Lei em discussão. Através de
reformulação do Projeto Político Pedagógico, inserindo no mesmo plano de
ação envolvendo o corpo escolar para reflexões acerca da temática,
formação continuada dos docentes para que haja enfim, realizações de
práticas afirmativas, tendo como exemplo, trabalho sistemático no 20 de
novembro e nas disciplinas de forma interdisciplinar.
Nesse sentido, sabemos todos, que a educação é um processo
amplo e complexo de saberes e fazeres sociais, culturais e técnicos,
orientados para o saber conviver. Por essa razão, em sociedades
multirraciais como a brasileira, preconceituosamente hierarquizada, é
obrigatório para o bem da escola e do próprio país educar para igualdade
e respeito às diferenças desenvolvendo práticas, tanto no campo das
atitudes como no campo do conhecimento. Sendo possível com isso, a
construção de uma escola livre do racismo uma realidade e não simples
utopia.
Diante do exposto, combinar práticas no campo das atitudes e no
campo do conhecimento tem como meta desenvolver competências e
habilidades entre todos os alunos sem exceção. Além do referido
representante do Colegiado Escolar não ter conhecimento a respeito da
Lei, não busca inteirar-se e preocupar-se com a formação continuada dos
docentes.
A partir do questionamento lançado acerca de como a Unidade
Escolar em que estão inseridos, está apresentando para os alunos a
História e Cultura Afro-Brasileira, obteve-se a seguinte explicação:
Como já foi citado em outros momentos, os docentes desconhecem
o conteúdo da referida Lei em estudo, mas isso não o impossibilita de
abordar tal temática. De acordo com a observação feita, notou-se que a
escola está desenvolvendo um projeto para trabalhar a Diversidade
Cultural, projeto este que trás como tema, “Convivendo e Aprendendo
com a Diversidade”, onde perpassará por todas as áreas do
conhecimento, tendo como metas o desenvolvimento da capacidade de
reflexão crítica, o respeito à diversidade e o reconhecimento desta como
algo inerente à construção da identidade social.
Nesse sentido, espera-se que o desenvolvimento do projeto
“Convivendo e Aprendendo com a Diversidade”, seja capaz de favorecer a
desconstrução de preconceitos e um aprendizado a partir do respeito e
valorização da diversidade, fortalecendo cada vez mais o combate a
qualquer tipo de discriminação social.
Referências Bibliográficas

NUNES, Silva Souza Antonia Elisabeth, Oliveira Vieira Elias.


Implementação das diretrizes curriculares para a educação das
relações étnico-raciais e o ensino de historia e cultura afro-
brasileira e africana na educação profissional e tecnológica.

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