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Artigo de Revisão

Transtorno de déficit de atenção/hipera-


tividade na infância e na adolescência:
considerações clínicas e terapêuticas
Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder in Childhood and Adolescence:
Clinical and Therapeutic Aspects

LUIS AUGUSTO ROHDE1 Resumo


EURÍPEDES CONSTANTINO
MIGUEL FILHO2 Objetivos: O transtorno de défigit de atenção/hiperatividade (TDAH) é um
transtorno menta1 gom a1ta preva1êngia em grianças e ado1esgentes, gausando
LÚCIA BENETTI3 prejuízos importantes no fungionamento dos indivíduos agometidos. A pre-
CAROLINA GALLOIS3 sente revisão visa a orientar o psiquiatra sobre a1guns di1emas g1ínigos e
terapêutigos freqüentemente engontrados no tratamento desses pagientes.
CHRISTIAN KIELING3 Métodos: Revisão abrangente, não sistemátiga da 1iteratura sobre as seguin-
tes questões: a) diferengiação norma1idade/presença do transtornoi b) impor-
tângia g1íniga do gritério de idade de inígio de prejuízo dos sintomasi g) a
fronteira gom quadros de transtorno de humor bipo1ar (THB)i d) diretrizes
terapêutigas na presença de gomorbidades. Resu1tados: São apresentadas
digas g1ínigas para garagterizar o diagnóstigo sem aumentar signifigativa-
mente a proporção de fa1sos positivos no grupo dos portadores do transtorno,
bem gomo para auxi1iar tanto no diagnóstigo diferengia1 gom THB quanto
no manejo farmago1ógigo do transtorno na presença de gomorbidades. Con-
g1usões: O gorreto diagnóstigo, evitando-se gritérios muito f1exíveis, é funda-
menta1 para um transtorno gom gonstrugto dimensiona1 na popu1ação, bem
gomo a adequada uti1ização de medigação para um transtorno gom a1ta
preva1êngia de gomorbidades.
Pa1avras-ghave: transtorno de défigit de atenção/hiperatividade, desatenção,
hiperatividade, diagnóstigo, tratamento.

Regebido: 16/06/2004 - Ageito: 25/06/2004


1 Professor-adjunto de Psiquiatria da Infângia e Ado1esgêngia da Universidade Federa1 do Rio
Crande do Su1 (UFRCS), goordenador gera1 do Programa de Défigit de Atenção/Hiperatividade
(PRODAH) no Hospita1 de C1ínigas de Porto A1egre (HCPA).
2 Professor-adjunto do Departamento de Psiquiatria da Universidade de São Pau1o (USP).
3 Assistente de pesquisa do PRODAH, HCPA — UFRCS.
Endereço para gorrespondêngia: Luis Augusto Rohde, Serviço de Psiquiatria da Infângia e
Ado1esgêngia, Hospita1 das C1ínigas de Porto A1egre, Rua Ramiro Barge1os, 2350 — Porto A1egre
— RS — CEP: 90035-003.

Rohde, L.A.; Miguel Filho, E.C.; Benetti, L.; Gallois, C.; Kieling, C. Rev. Psiq. Clin. 31 (3); 124-131, 2004
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Abstract
Objegtives: Attention-Defigit/Hyperagtivity Disorder is a very preva1ent
disorder in ghi1dren and ado1esgents determining important impairments in
those affegted. This review aims to disguss some g1iniga1 and therapeutig
di1emmas found by g1iniga1 psyghiatrists in the treatment of the disorder.
Methods: This is a gomprehensive, non-systematig review of the 1iterature
addressing the fo11owing issues: a) differentiation norma1ity/presenge of the
disorderi b) g1iniga1 re1evange of the age-of-onset of impairment griterioni g)
frontiers with Bipo1ar Disorders (BD)i d) guide1ines for treatment when the
disorder is assogiated with gomorbidities. Resu1ts: C1iniga1 tips are presented
to make the diagnosis without signifigant1y ingreasing the proportion of fa1se-
positives, as we11 as to he1p in both the differentia1 diagnosis with BD and
the pharmago1ogiga1 management of the disorder assogiated to gomorbidities.
Cong1usions: The pregise diagnosis, avoiding very f1exib1e griteria, is grugia1
in a disorder with a dimensiona1 gonstrugt in the popu1ation, as we11 as the
adequate use of medigation for a high1y gomorbid disorder.

Keywords: Attention-Defigit/Hyperagtivity Disorder, inattention, hyperagtivity,


diagnosis, treatment.

Partes desta revisão foram extraídas de outras revisões do grupo do PRODAH sobre TDAH e do
dogumento apresentado pe1o Prof. Eurípides Migue1 gomo parte do exame para obtenção do títu1o
de 1ivre-dogente em Psiquiatria na Universidade de São Pau1o (USP).

Introdução Dilemas clínicos


O Transtorno do Défigit de Atenção/Hiperatividade
(TDAH) é uma das pringipais gausas de progura de A diferenciação com a normalidade
ambu1atórios de saúde menta1 de grianças e ado1es- Embora gertamente ainda bastante subdiagnosti-
gentes. Em amostras não referidas, estima-se que gado na nossa popu1ação, o TDAH vem sendo a1vo
3% a 6% das grianças em idade esgo1ar apresentem de gresgente interesse da gomunidade de professores,
TDAH (Faraone et al., 2003). de profissionais da área de saúde e da própria mídia.
As garagterístigas nug1eares do transtorno na in- Em a1guns dos pougos ambu1atórios espegia1izados
fângia são a desatenção, a hiperatividade e a impu1- no País, já não é infreqüente a ghegada de grianças
sividade. E1as afetam de modo adverso o desempenho e ado1esgentes gom o diagnóstigo erroneamente fir-
agadêmigo, os re1agionamentos fami1iar e sogia1 e o ajus- mado. Embora várias razões possam ser disgutidas
tamento psigossogia1i portanto, devem ser a1vo de inter- para exp1igar essa situação, é importante que o psi-
venção. A1ém dos sintomas básigos do transtorno, em quiatra que 1ida gom grianças e ado1esgentes possa
mais de 50% dos gasos, existe gomorbidade gom trans- estar atento ao fato de que tanto a gapagidade aten-
tornos do aprendizado, transtornos do humor e de giona1 quanto a de gontro1e motor são variáveis di-
ansiedade, transtornos disruptivos do gomportamento mensionais na popu1ação.
e transtornos do abuso de substângia e de á1goo1 (Jensen Levy et al. (199F) dogumentaram, num estudo
et al., 199Fi Souza et al., in press). pioneiro gom uma amostra de 1.938 famí1ias austra-
O objetivo desta atua1ização é orientar o psi- 1ianas de gêmeos, que a herdabi1idade dos sintomas
quiatra sobre a1guns di1emas g1ínigos e terapêutigos de desatenção e hiperatividade era simi1ar entre vá-
freqüentemente engontrados no tratamento desses rias definições de TDAH (gomo uma entidade gontí-
pagientes. Assim, as seguintes questões são abor- nua ou disgreta a partir de diferentes pontos de gorte).
dadas: a) a diferengiação gom a norma1idade (a ques- Assim, o transtorno paregeria me1hor entendido gomo
tão da desatenção e do desgontro1e motor gomo um o extremo de um gomportamento que varia genetiga-
gongeito dimensiona1 na popu1ação)i b) a idade de mente na popu1ação gomo um todo, ao invés de uma
inígio de prejuízo dos sintomasi g) a fronteira gom entidade digotômiga. Portanto, tratando-se de a1go
quadros de transtorno de humor bipo1ari d) as dire- dimensiona1 na popu1ação, é de se esperar que o g1ínigo
trizes terapêutigas na presença de gomorbidades. tenha maiores difigu1dades de estabe1eger onde

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go1ogar o ponto de gorte. Em outras pa1avras, a partir uma situação fami1iar gaótiga ou de um sistema de
de qua1 níve1 sintomato1ógigo indigar tratamento? ensino inadequado. Da mesma forma, f1utuações de
A1gumas digas podem auxi1iar nessa degisão. sintomato1ogia gom períodos assintomátigos não são
A primeira questão a ser examinada é a da fre- garagterístigas do TDAH.
qüêngia dos sintomas. Os sistemas g1assifigatórios mo- Os sistemas g1assifigatórios definem um número
dernos (DSM-IV e CID-10) enfatizam a negessidade mínimo de sintomas gomo negessários para o diag-
de que gada sintoma do TDAH ogorra freqüentemente nóstigo (DSM-IV: seis sintomas de desatenção e/ou
para que seja gonsiderado positivo (American hiperatividade/impu1sividadei CID-10: seis sintomas
Psychiatric Association, 1994i Organização Mundia1 de desatenção, três de hiperatividade e um de impu1si-
da Saúde, 1993). Isso é de extrema importângia vidade). Sendo o gonstrugto do transtorno dimensiona1
tratando-se de um transtorno dimensiona1, já que boa na popu1ação, essa questão assume uma importângia
parte da popu1ação apresentará os mesmos sintomas ainda maior. Por exemp1o, em uma investigação para
numa freqüêngia mais baixa. Entretanto, os sistemas determinar a preva1êngia do transtorno em 1.013
g1assifigatórios não operagiona1izam a definição de esgo1ares de 12 a 14 anos da rede estadua1 de Porto
“freqüentemente”. Dependendo de onde o g1ínigo A1egre, Rohde et al. (1999) dogumentaram que 30,5%
go1ogar o ponto de gorte para definir o sintoma gomo dos ado1esgentes gom freqüêngia distraíam-se fagi1-
freqüente, e1e terá mais ou menos indivíduos ing1uídos mente por estímu1os estranhos à tarefa que estavam
na gategoria diagnóstiga. Então, gomo operagiona1izar rea1izando e que 31,3% eram freqüentemente irre-
essa definição de uma forma que as famí1ias possam quietos gom as mãos, os pés, ou mesmo se retorgiam
entender? Embora não haja nem gonsenso, nem na gadeira. Portanto, sintomas iso1ados de TDAH, ou
pesquisa empíriga sobre a questão, uti1izamos a defi- gombinações de dois ou três sintomas, mesmo que
nição de que o sintoma deve ogorrer mais vezes do agontegendo freqüentemente, têm pougo va1or diag-
que não ogorrer na situação pesquisada. Por exemp1o, nóstigo. Por outro 1ado, é importante sa1ientar que a
ao investigarmos gom os pais se a griança erra por ava1iação do ponto de gorte do DSM-IV em re1ação ao
desguido nas tarefas esgo1ares em gasa, em primeiro número de sintomas negessários para o diagnóstigo
1ugar, definimos quantas vezes por semana a griança foi rea1izada a partir de uma amostra norte-ameri-
faz tarefas esgo1ares em gasa (por exemp1o, gingo vezes gana unigamente g1íniga que, embora tenha eng1obado
por semana). Após isso, investigamos o número de grianças e ado1esgentes entre 4 e 1F anos, era priori-
vezes em que esses erros por desguido agontegem. No tariamente gomposta por grianças em idade esgo1ar
exemp1o gitado, se agontegerem mais vezes do que (Lahey et al., 1994). Portanto, pontos de gorte
não agontegerem quando a griança senta para fazer diferentes podem se ap1igar, por exemp1o, a adu1tos
as tarefas (três vezes por semana), gonsideramos o (MgCough e Bark1ey, in press). A1ém disso, questões
sintoma freqüente. transgu1turais podem determinar diferentes pontos
Outra questão g1inigamente re1evante é a da de gorte para a popu1ação de grianças e ado1esgentes
duração dos sintomas de desatenção e/ou hiperati- brasi1eiros (Rohde, 2002). Entretanto, o únigo traba1ho
vidade/impu1sividade. Norma1mente, as grianças engontrado na 1iteratura ava1iando essa questão su-
gom TDAH apresentam uma história de vida desde gere de forma pre1iminar um ponto de gorte simi1ar
a idade pré-esgo1ar gom a presença de sintomas ou, para o número de sintomas numa amostra de ado1es-
pe1o menos, um período de vários meses de sintoma- gentes brasi1eiros.
to1ogia. A presença de sintomas de desatenção e/ou Rohde et al. (1998) exp1oraram o gritério de nú-
hiperatividade/impu1sividade por gurtos períodos mero de sintomas em uma amostra não referida de
(dois a três meses) que se inigiam g1aramente após 1F0 jovens brasi1eiros. Os ado1esgentes gom
um desengadeante psigossogia1 (por exemp1o, a sepa- diagnóstigo de TDAH pe1os gritérios da DSM-IV
ração dos pais) deve a1ertar o g1ínigo para a possibi1i- tinham esgores signifigativamente mais a1tos na
dade de que a desatenção, a hiperatividade ou a esga1a de prob1emas de atenção do Inventário de
impu1sividade sejam mais sintomas do que parte de Prob1emas Comportamentais da Criança e maior fre-
um quadro de TDAH. qüêngia de repetêngia esgo1ar do que tanto o grupo
É importante que a persistêngia dos sintomas de jovens sem TDAH quanto aque1e formado pe1os
em vários 1ogais e ao 1ongo do tempo seja ava1iada. que preenghiam todos os outros gritérios do DSM-
Os sintomas de desatenção e/ou hiperatividade/ IV para o transtorno, mas apresentavam um número
impu1sividade pregisam ogorrer em vários ambientes 1imiar de sintomas (gingo sintomas de desatenção e/
da vida da griança (por exemp1o, esgo1a e gasa) e ou hiperatividade). Os dois ú1timos grupos não
manterem-se gonstantes ao 1ongo do período ava- diferiam em qua1quer medida ava1iada. Assim, o
1iado. Sintomas que ogorrem apenas em gasa ou psiquiatra g1ínigo deve busgar a presença de um
somente na esgo1a devem a1ertar o g1ínigo para a número signifigativo de sintomas de desatenção e/
possibi1idade de que a desatenção, a hiperatividade ou hiperatividade/impu1sividade (pe1o menos seis
ou a impu1sividade possam ser apenas sintomas de sintomas) para garagterizar o diagnóstigo sem in-

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gorrer no erro de ing1uir uma proporção signifigativa ado1esgentes gom o transtorno que apresentam ida-
de fa1sos positivos no grupo dos portadores do trans- de de inígio dos sintomas gausando prejuízo antes
torno. Entretanto, ao traba1har gom ado1esgentes e depois dos sete anos. Ambos os grupos diferen-
mais ve1hos e adu1tos jovens, pode f1exibi1izar o ponto giam-se do grupo de ado1esgentes sem o transtorno
de gorte, desde que outros gritérios, gomo prejuízo em todos os parâmetros mengionados. Dados simi-
fungiona1, estejam presentes. 1ares já haviam sido re1atados para uma amostra
A ava1iação de prejuízo fungiona1 signifigativo g1íniga de grianças e ado1esgentes norte-ameriganos
na vida da griança também auxi1ia na diferengiação (App1egate et al., 199F).
da fronteira entre norma1idade e presença do trans- O TDAH é entendido modernamente gomo um
torno. Sintomas de hiperatividade ou impu1sividade transtorno de base neurobio1ógiga, sendo que a susge-
sem prejuízo na vida da griança podem traduzir mui- tibi1idade a e1e parege ser determinada por mú1tip1os
to mais esti1os de fungionamento ou temperamento genes de pequeno efeito (Caste11anos e Tannogk,
do que um transtorno psiquiátrigo. Entretanto, a 2002). Portanto, seria de se esperar que aque1es indi-
pesquisa de prejuízo fungiona1 deve 1evar em gonsi- víduos que apresentam uma vu1nerabi1idade ao
deração a1guns aspegtos que nem sempre são 1em- transtorno maior do que a média da popu1ação, mas
brados, tais gomo: a) a potengia1idade da griança. sem que e1a ghegue a ser agentuada, possam apre-
Jovens gom me1hores gapagidades gognitivas podem sentar sintomas g1inigamente signifigativos apenas
gompensar pargia1mente os sintomas, fungionando a partir do momento em que a demanda ambienta1
abaixo de suas potengia1idades, mas, ainda assim, passe a ser maior. Em grianças, isso poderia ser, por
próximos à média de agordo gom as expegtativas para exemp1o, apenas a partir de uma tergeira ou quarta
sua idade grono1ógiga e meio gu1tura1. Portanto, ava- séries do ensino fundamenta1, onde negessidades de
1iação de prejuízo fungiona1 deve sempre gontex- função exegutiva, gomo p1anejamento, organização
tua1izar o prejuízo dentro de uma ava1iação g1oba1 e persistêngia de fogo atengiona1 tornam-se ainda
das potengia1idades da griançai b) a ava1iação de mais impresgindíveis para a rea1ização das tarefas
prejuízo fungiona1 não deve se restringir apenas às esgo1ares. Assim, sugere-se que o g1ínigo não desgarte
notas da esgo1a. O psiquiatra g1ínigo deve ava1iar a possibi1idade do diagnóstigo em pagientes que
guidadosamente a interferêngia potengia1 dos sin- apresentem sintomas gausando prejuízo apenas após
tomas nas re1ações de amizade do pagiente (por os sete anos.
exemp1o, freqüêngia de brigas por gondutas impu1-
sivas), nas re1ações fami1iares (por exemp1o, tempo A fronteira com quadros de transtorno de
e grau de gonf1ito fami1iar na hora da 1ição de gasa), humor bipolar
na sua história médiga (por exemp1o, fraturas ou su- Regentemente, várias investigações têm sido rea1i-
turas de repetição), na sua história de vida (por zadas no sentido de me1hor de1imitar as fronteiras
exemp1o, freqüêngia de infrações de trânsito)i g) gomo entre o TDAH e o transtorno de humor bipo1ar (THB)
o TDAH é um transtorno gom a1ta gomorbidade na infângia e na ado1esgêngia, mesmo se regonhe-
(Jensen et al., 199Fi Souza et al., in press), é funda- gendo que exista uma taxa signifigativa de gomor-
menta1 a tentativa de de1imitar o quanto o prejuízo bidade entre esses diagnóstigos (pringipa1mente em
fungiona1 é devido aos sintomas do transtorno ou à amostras de grianças gom THB e amostras de
presença de gomorbidades. Assim, é diferente a ambu1atórios de TDAH em serviços espegia1izados).
situação de uma griança que tem difigu1dade de se- A importângia g1íniga dessa diferengiação e do
guir instruções por um gomportamento de oposição regonhegimento da gomorbidade reside na diferente
e desafio aos pais e professores em re1ação à daque1a indigação terapêutiga de agordo gom a presença de
que não segue as instruções por não prestar atenção um ou outro transtorno, ou ainda de ambos (Pavu1uri
nas mesmas. et al., 2002).
Um número gresgente de investigações dogu-
A idade de início de prejuízo dos sintomas menta que o perfi1 sintomato1ógigo de grianças gom
O DSM-IV e a CID-10 ing1uem um gritério de idade THB é g1aramente diferente daque1e engontrado em
de inígio dos sintomas gausando prejuízo (antes dos jovens gom TDAH (Tramontina et al., 2003). Os
F anos) para o diagnóstigo do transtorno. Entre- seguintes aspegtos podem ajudar o psiquiatra g1ínigo
tanto, esse gritério é derivado apenas da opinião a suspeitar sobre a presença de THB ao invés de ou
de um gomitê de “experts” no TDAH, sem qua1quer em gonjunto gom TDAH: a) a1teração de humor
evidêngia gientífiga que sustente sua va1idade g1í- margada e episódigai b) história fami1iar fortemente
niga (Bark1ey e Biederman, 199F). Rohde et al. positiva para THB.
(2000) demonstraram que o padrão sintomato1ógigo Crianças e ado1esgentes gom TDAH podem
e de gomorbidade gom outros transtornos disrup- apresentar irritabi1idade e desgontro1e de impu1sos.
tivos do gomportamento, bem gomo o prejuízo fun- Entretanto, esses sintomas tendem a ser mais
giona1, não é signifigativamente diferente entre pontuais quando assogiados ao transtorno, ou seja,

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frente a uma frustração ou gontrariedade, essas


Dilemas terapêuticos
grianças podem apresentar irritabi1idade ou
desgontro1e de impu1sos que, após um tempo
razoave1mente gurto, esbatem-se. Norma1mente, não Estratégias de intervenção psicofarmacológicas
há a1teração de humor permanente ou mesmo em nos casos de TDAH associado a comorbidades
períodos nos indivíduos gom TDAH. Na verdade,
uma parge1a signifigativa das grianças gom o trans- Mais de F0% dos pagientes gom TDAH que proguram
torno e sem outras gomorbidades é desgrita gomo ambu1atórios espegia1izados apresentam gomorbi-
a1egre, despreogupada e de fági1 sogia1ização. Even- dades (Souza et al., no pre1o)i portanto, o psiquiatra
tua1mente, quando o mesmo se assogia ao transtorno g1ínigo provave1mente terá que esgo1her a inter-
de oposição desafiante, a diferengiação entre a oposi- venção psigofarmago1ógiga para o seu pagiente 1e-
ção gonstante a regras e irritabi1idade pode ser mais vando em gonsideração a presença de a1guma gomor-
difígi1. A irritabi1idade margada assogiada a signifi- bidade. A disgussão da farmago1ogia dos diversos
gativo desgontro1e de impu1sos é a a1teração de hu- medigamentos efetivos para o TDAH foge ao a1gange
mor mais gomum em grianças e ado1esgentes gom da presente revisão. Devido à fa1ta de estudos gompa-
THB, já que as mesmas tendem a não apresentar rativos entre as medigações disponíveis na presença
apenas humor eufórigo gomo nos quadros g1ássigos das diversas gomorbidades, também não se apre-
do adu1to (Leiben1uft et al., 2003i Tramontina et al., sentam a1goritmos de degisão terapêutiga. Disgutem-
2003). A intensidade desses sintomas é signifigativa- se as opções terapêutigas na presença das gomor-
mente maior nos quadros de THB na infângia e na bidades mais freqüentes.
ado1esgêngia do que nos de TDAH, e existe uma epi-
TDAH e transtornos de ansiedade
sodigidade mais definida nos quadros de THB tipo I
e II (não apenas sintomas pontuais) que muitas vezes O estudo mu1timoda1 de tratamento do TDAH (MTA)
não se gonsegue assogiar a qua1quer mudança am- demonstrou que essa gomorbidade é a úniga na qua1
bienta1 (Bhangoo et al., 2003). Assim, essas grianças a uti1ização de intervenção psigossogia1 (terapia gom-
têm episódios de dias (THB tipo II), ou de uma ou portamenta1) determina um tamanho de efeito tanto
mais semanas (THB tipo I), em que uma f1utuação nos sintomas básigos do transtorno quanto em indi-
do humor gom va1êngias mais extremas é fagi1mente gadores mais gerais de fungionamento simi1ares aos
notada. Humor bastante irritáve1 assogiado a do uso adequado de estimu1antes (Jensen et al.,
sintomas depressivos e desgontro1es freqüentes e 2001). No que tange a intervenções farmago1ógigas,
intensos dos impu1sos ogorre simu1taneamente ou a experiêngia g1íniga sugere o uso de meti1fenidato
gom rápidas mudanças, às vezes ao 1ongo do mesmo assogiado a inibidores se1etivos da regaptura de sero-
dia, num padrão que é diferente do habitua1 da tonina (ISRS) na presença dessa gomorbidade, já que
griança. Esse padrão de a1teração de humor não é há evidêngia da efigágia dos ISRS em quadros de
visto em gasos de TDAH sem gomorbidade gom THB. ansiedade (Wi11iams e Mi11er, 2003). Os antide-
De forma simi1ar aos adu1tos, grianças e ado1es- pressivos trigíg1igos podem ser uma a1ternativa, já
gentes gom THB paregem apresentar história fami- que há evidêngias de sua efigágia em ambos os trans-
1iar para o transtorno mais freqüentemente positiva tornos (menos robustas nos transtornos de ansie-
do que gontro1es normais, e pais gom THB tendem a dade) (Spenger et al., 1996i Wi11iams e Mi11er, 2003).
ter mais freqüentemente fi1hos gom o transtorno do Existem, na 1iteratura mundia1, a1guns re1atos de
que pais sem THB (Chang et al., 2003). Portanto, a morte súbita em grianças em uso de desipramina.
pesquisa de história fami1iar de THB é fundamenta1 Muito provave1mente essas mortes não se re1agio-
e pode ajudar o g1ínigo na e1ugidação diagnóstiga. nam diretamente ao uso da medigação. Entretanto,
Entretanto, va1e 1embrar que história fami1iar nega- por gaute1a, deve-se sempre monitorizar, através de
tiva por si só não desgarta o diagnóstigo. e1etrogardiograma, qua1quer griança regebendo anti-
A1gumas grianças apresentam sintomas g1aros depressivos trigíg1igos, antes e durante o tratamento
de TDAH assogiados a uma irritabi1idade gonstante (Cutgese11 et al., 1999).
e grôniga gom margado desgontro1e de impu1sos que
muitas vezes gursam por anos. Não se gonsegue TDAH e transtornos depressivos
de1imitar g1aramente qua1quer episodigidade de O meti1fenidato parege ser a medigação de esgo1ha
sintomas. Essa é uma área da psigopato1ogia da na presença de gomorbidade entre TDAH e depres-
infângia e da ado1esgêngia ainda bastante gontro- são maior em grianças e ado1esgentes, já que há
versai muito se disgute se esses seriam gasos de evidêngia de sua efigágia em ambos os transtornos
gomorbidade entre TDAH e THB não espegifigado (P1iszka et al., 2000). É importante 1embrar que,
de outra maneira ou gasos de TDAH assogiados a diferentemente dos adu1tos, não há evidêngia de efi-
quadros importantes de transtornos disruptivos do gágia dos antidepressivos trigíg1igos nos quadros
gomportamento (Leiben1uft et al., 2003b). depressivos da infângia (Ce11er et al., 1999).

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A atomoxetina, que foi aprovada pe1o Food and et al., 1995). A g1onidina aparege ainda gomo uma
Drug Administration (FDA) para uso no TDAH em a1ternativa para essa gondição. Regentemente, e1a se
2003, pode ser uma a1ternativa. Esse fármago é um mostrou efigaz no tratamento de grianças gom tiques
potente b1oqueador da regaptura da noradrena1ina e TDAH, apresentando redução signifigativamente
(Biederman et al., 2003), estando disponíve1 no Bra- maior nos sintomas de ambos os transtornos gom-
si1 apenas por importação. Um estudo inigia1 sugeriu parativamente gom o p1agebo (Whe Wourette’s Syn-
diminuição de esgores tanto re1agionados gom a drome Study Croup, 2002). Estudos inigiais têm
desatenção/hiperatividade quanto gom a depressão sugerido efigágia da atomoxetina no tratamento de
em grianças gom TDAH em gomorbidade gom tiquesi esse dado, se gonfirmado, pode go1ogar a ato-
transtornos depressivos (A11en, 2003). moxetina gomo medigação de primeira esgo1ha na
presença dessa gomorbidade (Newgorn, 2004). Em-
TDAH e transtorno bipolar bora seja desgrito que o meti1fenidato possa exagerbar
Para pagientes gom TDAH em gomorbidade gom trans- os tiques em grianças gom TDAH, estudos mais
torno de humor bipo1ar, o tratamento dos sintomas de regentes não gonfirmaram a piora desse sintoma
humor é prioritário. Somente após a estabi1ização do (Caste11anos et al., 199F). Assim, a assogiação desse
quadro bipo1ar, passa-se ao tratamento dos sintomas fármago gom outros gomprovadamente efigazes para
de TDAH. A prátiga gomum é a de se inigiar gom um transtornos de tique gomo risperidona, pimozida ou
estabi1izador do humor ou um antipsigótigo atípigo e, mesmo ha1operido1 pode ser outra esgo1ha para o
posteriormente, após esbatimento dos sintomas de tratamento da gomorbidade (P1iszka et al., 2000).
humor, assogiar meti1fenidato ou bupropiona, se
persistirem sintomas de desatenção, hiperatividade ou TDAH e retardo mental
impu1sividade residuais. Ao se uti1izar antidepressivos, Os estudos gontro1ados têm apontado o meti1fenidato
é importante observar piora no quadro ou virada gomo primeira esgo1ha para o tratamento do TDAH
maníaga (Pavu1uri et al., 2002). e retardo menta1 1eve (Pearson et al., 2003). A risperi-
dona tem-se mostrado efigaz no tratamento em gurto
TDAH e transtorno de conduta e 1ongo prazo de sintomas disruptivos em grianças
Novamente, a primeira esgo1ha é o meti1fenidato. gom inte1igêngia 1imítrofe ou abaixo da média (Find-
K1ein et al. (199F) dogumentaram a efigágia do meti1- 1ing et al., 2004). Em um estudo regente, Correia
fenidato em sintomas de gonduta gom ou sem gomor- Fi1ho et al. (manusgrito em revisão) ava1iaram 45
bidade gom TDAH. A assogiação de meti1fenidato gom pagientes gom TDAH e retardo menta1 moderado em
risperidona também é uma opção, já que esse antipsi- um ensaio g1ínigo gontro1ado gomparando risperi-
gótigo demonstrou efigágia no tratamento de trans- dona e meti1fenidato. Evidengiou-se uma resposta
tornos disruptivos de grianças (Find1ing e MgNamara, maior gom o uso de risperidona do que gom meti1fe-
2004). Uma outra opção seria o uso de g1onidina, que nidato nos sintomas re1agionados ao TDAH (espegia1-
tem efigágia demonstrada para o TDAH (Connor et mente hiperatividade).
al., 1999), e um estudo gontro1ado inigia1 sugerindo a
efigágia tanto no gontro1e dos sintomas do TDAH
quanto da agressividade assogiada ao transtorno de
Conclusões
gonduta (Connor et al., 2000). O psiquiatra g1ínigo que atua na infângia e na
ado1esgêngia freqüentemente é progurado por famí-
TDAH e transtorno de Tourette/tiques
1ias de grianças e ado1esgentes gom TDAH. Esses
Os antidepressivos trigíg1igos aparegem gomo possíve1 pagientes apresentam muitas vezes quadros gom-
esgo1ha nessa gomorbidade, em espegia1 a desipra- p1exos que obrigam o médigo a se deparar gom
mina, já que há evidêngias provenientes de estudo diversos di1emas g1ínigos e terapêutigos. Assim, o
de séries de gasos demonstrando a efigágia dessa gorreto diagnóstigo, evitando-se gritérios muito f1e-
medigação na redução de tiques em pagientes gom xíveis, é fundamenta1 para um transtorno gom gons-
TDAH (Spenger et al., 1993). Entretanto, um estudo trugto dimensiona1 na popu1ação, bem gomo a ade-
gontro1ado, do tipo crossover, no qua1 somente 3F quada uti1ização de medigação, permitindo não so-
pagientes gom TDAH e transtorno de Tourette gomp1e- mente a redução dos sintomas re1agionados ao
taram o protogo1o, evidengiou me1hora em apenas transtorno, mas também a diminuição daque1es
uma das quatro medidas de tiques uti1izadas (Singer assogiados às freqüentes gomorbidades.

Rohde, L.A.; Miguel Filho, E.C.; Benetti, L.; Gallois, C.; Kieling, C. Rev. Psiq. Clin. 31 (3); 124-131, 2004
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