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Curso de Psicologia
Estágio Supervisionado – Psicodiagnóstico
SÍNTESE INTERPRETATIVA
TESTES
Nome do paciente:
Idade:
Número do prontuário:
Data da aplicação:
Hora de início da aplicação:
Hora da finalização da aplicação:
Estagiário responsável:
Supervisor responsável: Fernanda Pessolo Rocha
CASA
A casa foi desenhada com detalhes essenciais sendo uma porta, uma janela, uma parede,
telhado e chaminé. Sentimentos de pressões ambientais podem ser expressos simbolicamente
por fumaça que, em vez de sair da chaminé em direção ao céu, desvia para um lado, indicando
que o vento esta soprando. A chaminé foi desenhada em ângulo reto, o que indica regressão.
Uma chaminé desproporcionalmente pequena sugere que o individuo pode sentir falta de calor
na situação do lar.
O telhado e as paredes da casa parecem representar de uma forma rudimentar, o ego do
individuo: os limites periféricos da personalidade são representados pelos limites periféricos da
parede e do telhado. O telhado foi estendido até o chão, tornando-se tanto uma parede como um
telhado. Esse tipo de casa é produzido por esquizofrênicos que parecem estar simbolicamente
enfatizando o fato de que seu mundo é em grande parte fantasia. Dando ênfase as paredes da
casa indicam esforço para manter o controle do ego.
O desenho da casa foi realizado na borda do papel, isso ocorre quando parte do desenho
toca a margem, mas não parece se estender para além dela. O uso da margem inferior desse
modo implica depressão e tendência a se comportar de maneira concreta e desprovida de
imaginação. Este é o menos patológico dos quatro usos desviantes das margens.
Quando questionado sobre quem gostaria que morasse na casa, o paciente relata que ficaria
sozinho, pois queria ser independente; Indivíduos fortemente paranoicos geralmente preferem
morar sozinhos ou com outra pessoa que eles possam dominar. O paciente também expõe que a
casa parece estar perto, normalmente a proximidade pode significar capacidade de realização,
sentimentos de calor e acolhimento, ou ambos.
Quando perguntado de que tipo de tempo gosta, o paciente relata que gosta de tempo
nublado. Essa pergunta mostra o nível de estresse ou calor humano no lar, da mesma forma
quando questionado do que a casa mais precisa o paciente diz que “precisa de pessoas para que
não fique vazia”; Isso expressa normalmente à necessidade do individuo de afeto, abrigo,
segurança e boa saúde. Quando questionado de quem a casa o faz lembrar, o paciente relata que
lembra a avó, pois ela gosta de flores. Frequentemente objetos aparentemente irrelevantes
desenhados ao redor da casa representam membros da família ou pessoas com as quais o
indivíduo esta intimamente associado. O desenho do vaso de flor e a nuvem, posteriormente
foram identificados como sendo duas amigas. A distancia deles em relação à casa na folha do
desenho podem caracterizar essas relações pessoais.
ÁRVORE
A árvore deve ter um tronco e pelo menos um galho. O tronco parece representar o
sentimento básico de poder do individuo. Os galhos, por seu tamanho e posição em relação ao
tronco e a página, parecem indicar os recursos de obtenção de satisfação do individuo. O
desenho da árvore esta localizada a esquerda inferior sugerindo retraimento, regressão,
organicidade, preocupação consigo mesmo, fixação no passado, impulsividade, necessidade de
gratificação imediata, concretismo, depressão, insegurança, inadequação.
Os galhos são grossos e curtos, como se fossem cortados perto do tronco, podendo
indicar tendências suicidas; Um deles foi desenhado dirigindo-se para o centro da árvore em vez
de convencionalmente se dirigirem para fora, o que indica fortes tendências ruminativas e são
vistos em desenhos de obsessivo-compulsivos.
No inquérito o paciente foi questionado sobre o tipo de árvore e onde a mesma estava
localizada, deixando claro que se tratava de uma macieira e que estava perto da casa. Segundo o
paciente, a árvore esta viva, tem 60 anos e parece mais uma mulher pelo seu formato.
Quando questionado para onde a árvore estaria virada caso ela fosse uma pessoa, o
paciente relata que estaria virada “para frente, para o Sol”. A resposta a essa pergunta é uma
projeção de sua relação com o ambiente. Quando questionado se a árvore esta sozinha ou em
um grupo de árvores, o paciente expõe que “esta em um grupo de árvores, porém ela se destaca”
(sic). Respostas a essa questão não são muito significativas a não ser que tenham forte carga
emocional. Sentimentos de isolamento e/ou uma necessidade de associação com os outros são
frequentemente estimulados nessa questão do inquérito.
PESSOA
A ênfase nos traços fortes da face sugere dominação social compensatória. A cabeça e
os olhos foram feitos em proporção grandiosa indicando paranoia. Indivíduos desajustados que
colocam ênfase indevida na inteligência ou na fantasia como uma fonte de satisfação geralmente
desenham uma cabeça muito grande, sugerindo regressão, grandiosidade. As orelhas foram
desenhadas pequenas em relação à cabeça, pouca ênfase nas orelhas pode indicar um desejo de
impedir a entrada da crítica. Acredita-se que o queixo seja um símbolo de masculinidade; A
ênfase exagerada no queixo implica a necessidade de domínio social, pouca ênfase indica um
sentimento de impotência social.
O pescoço unindo a cabeça (área do controle) ao corpo (considerada área dos impulsos)
é um indicador da coordenação entre a cabeça e o corpo. O tronco é a sede das necessidades e
impulsos físicos básicos. Um tronco comprido e estreito, como no desenho, carrega conotações
esquizoides. O tamanho do ombro é indicador do sentimento de força básica ou poder, tanto
físico como psicológico. Ombros muito pequenos implicam sentimentos de inferioridade.
As pernas como instrumentos do corpo para locomoção podem ser consideradas como
representando a visão que o individuo tem sobre sua autonomia dentro do ambiente. Foram
desenhadas muito curtas, implicam sentimentos de constrição, desamparo e perda de autonomia.
A posição aberta das pernas pode representar desafio e/ou forte necessidade de segurança; A
incapacidade de fechar a base da pélvis é um forte indicador de patologia. Os pés são
instrumentos refinados para modificar e controlar a locomoção, também é usado como armas de
ataque. Pés desproporcionalmente pequenos implicam constrição e dependência, quando
apontados para direções diametralmente opostas, com a pessoa totalmente de frente, podem
revelar sentimentos ambivalentes.
Detalhes não essenciais (cortinas nas janelas, folhas nas arvores, roupas nas pessoas)
indicam bom contato com a realidade e uma interação sensível, provavelmente bem equilibrada
com o ambiente. No desenho, foi dada ênfase nos botões indicando imaturidade. A linha da
cintura pode ser considerada a coordenadora dos impulsos de poder e dos impulsos sexuais
(parte inferior do tronco).
Diz que ela esta pensando na escola; Esta se sentindo bem, pois a amiga de S. não vai mais para
fora do Brasil. Relata também que esta no período da manhã e o tempo esta frio. Quando
perguntado de quem a pessoa o faz lembrar e do que ela mais precisa, o paciente diz que lembra
K., amiga de S. e que o que mais precisa é ser feliz pois isso faz bem. O desenho pode
representar uma combinação dessas duas pessoas citadas pelo paciente.
Foi pedido ainda, que fosse feito o desenho de uma pessoa do sexo oposto. O paciente
desenhou um menino de 15 anos que esta vestido com uniforme de futebol. Este é seu amigo
M., que esta jogando bola na escola e se sente feliz, pois marcou um gol.
Essa pessoa faz lembrar-se de futebol e o que mais precisa é fazer um gol. Quando questionado
se a bola de futebol fosse uma pessoa, quem ela seria, a resposta foi de que ela seria J., uma
amiga.
A questão sobre quem é, onde esta e o que a pessoa esta fazendo determina o quanto à
ação aparente da pessoa desenhada se aproxima da descrição verbal do individuo. A questão
também pode estimular sentimentos de pressão ou compulsão. A idade estabelecida representa a
idade sentida pelo paciente em vez da idade cronológica. O desenho pode representar uma
combinação de pessoas diferentes, como supostamente ocorreu no desenho da pessoa
identificada primeiro como a amiga S., e posteriormente que o faz lembrar da amiga K.
A questão sobre o que a pessoa esta fazendo e onde esta fazendo pode estimular
sentimentos de pressão e/ou compulsão. A pergunta sobre o que ambas as pessoas estão
pensando pode estimular evidências de pensamentos obsessivos e/ou alucinatórios do paciente.
Normalmente, a resposta sobre como a pessoa se sente parece expressar os sentimentos do
individuo em relação à situação que envolve a pessoa desenhada ou ainda, fornecer estímulos
suficientes para produzir comentários referentes aos sentimentos do paciente em relação às
condições do presente ou assuntos que ele ainda não foi capaz de discutir.
A pergunta sobre o que a pessoa o faz lembrar provoca associações sobre a pessoa
desenhada e sobre relacionamentos interpessoais em geral. Muitas vezes, a questão sobre a
pessoa estar feliz precipita expressões de queixas, medos e ansiedades que tenham sido parcial
ou totalmente reprimidos.
A projeção do tempo na figura, citado como frio no desenho da pessoa descreve a visão
do paciente sobre as relações ambientais e interpessoais. Como o tipo de roupa pode fornecer
insight sobre as necessidades do individuo.
Síntese Geral
Conclui-se pelo teste H-T-P, que através dos desenhos apresentados o paciente
demonstrou dependência, imaturidade, insegurança e falta de calor na situação do lar. Indicou
também, busca por objetivos inatingíveis, buscando satisfação intelectual ou na fantasia.
O teste apontou ainda, a inadequação frente ao ambiente, regressão, concretismo e
grande ansiedade. Sinais patológicos foram identificados, indicando um conflito ou trauma.
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Assinatura do Supervisor