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7-43
© 2005, CIEd - Universidade do Minho
Abílio Amiguinho
Escola Superior de Educação de Portalegre, Portugal
Resumo
Neste artigo problematiza-se e analisa-se um processo de territorialização
sócio-educativa em contexto rural. Corresponde a um desafio — assim o
entendemos — para que sobre ele reflectíssemos, tendo como eixo
estruturante a problemática da exclusão social ou a do desenvolvimento local.
Optámos por nos situar neste último campo de análise, por razões tanto de
natureza teórica como política que, numa primeira parte do artigo, explicitamos
e discutimos. De uma investigação que realizámos, ao longo de vários anos,
invocamos contributos que pretendem discutir e elucidar como pode a escola
ser uma instância promissora de desenvolvimento local. A sua identificação e
reconhecimento como instituição local, quer pelos que trabalham e vivem no
seu interior, quer pelos que actuam no contexto envolvente, são passos
decisivos para instituir a escola, progressivamente, em parceiro do
desenvolvimento. A promoção dos valores locais e das raízes, a reconstrução
de identidades sócio-pessoais e locais, a produção de sociabilidades e o
equacionamento e solução de problemas comuns, foram vertentes de uma
intervenção socioeducativa, assumidamente globalizante. Este quadro, como
se argumenta, foi também, intencionalmente, o de transformação e de
mudança deliberada da escola e da administração dos territórios educativos.
Palavras-chave
Exclusão social; Desenvolvimento local; Escola em meio rural; Identidades
locais; Redes
neles se reflecte como resultado das políticas públicas. Ora, normal seria que,
quer no domínio das práticas quer em termos conceptuais, outra atenção
fosse dada ao envolvimento da escola em dinâmicas de desenvolvimento
local, em contexto rural. Por um lado, tal significaria implicar e analisar o papel
de uma instituição importante para o processo de desenvolvimento, até pela
falta de outras. Por outro lado, equivaleria a admitir, teoricamente e na prática,
os contributos específicos que a escola poderia fornecer para a melhoria dos
contextos, assim como a procurar perceber como poderia a escola beneficiar
do desenvolvimento em que participasse, localmente tão necessitada dele
como outras instituições, tal como os actores que lhe dão corpo.
Não tem sido, efectivamente, por aí que se tem vindo a considerar e a
propor a necessidade de um relacionamento mais estreito entre escola e
comunidade, ou, pelo menos, não se tem conferido a esta perspectiva o
devido relevo. Mesmo na defesa de uma "lógica comunitária" para regular a
escola de outro modo, incrementando ou reforçando a participação das
famílias e da comunidade, tem havido, por um lado, dificuldades para superar
perspectivas mais estritas de contextualização do currículo; e, por outro lado,
a consideração de processos de transformação da escola, é certo, mas muito
em torno da sua missão mais tradicional ou arreigada, sem ousar no pôr à
prova da velha gramática escolar.
O entrosamento local da escola é uma alternativa válida para agarrar
e gerir as novas figuras e contornos da escolarização e que minam a
"sacralização" e a legitimação do velho "programa institucional" (Dubet, 2003;
2004). Assume-se esta defesa em nome do refazer (ou da "invenção") da
escola, dos projectos e das políticas educativas e de novas
profissionalidades. Estas cada vez mais tendem a configurar-se e a recompor-
se pelo quotidiano do seu exercício, num ambiente social onde a instituição
escola já não define a priori o que é ser professor (e, até mesmo, ser aluno).
As escolas deverão ser cada vez menos escola no sentido escolar, para
serem cada vez mais escolas no seu sentido educativo, como "lugares de
cultura comum". Por isso, nos projectos e nas políticas volta a defender-se
uma territorialização da escola, para a sua polivalência e para uma oferta
educativa local, como, de resto, noutros planos sociais, enquanto campo
indefinido, porventura contraditório, de possibilidades (Autès, 2004). Em
relação à gestão local da escola ela serve para devolver o poder educativo
Educação em meio rural e desenvolvimento local 17
Eu acho bem. Apesar de eu dizer que os bonecos não eram de cá, que no meu
tempo não estavam cá, vinham ali de São Bento, era o (bonecreiro) Sandes. Ele
tinha cá família e vinha.... Puseram-lhe o nome de Santo Aleixo, mas depois, as
outras pessoas mais velhas dizem que sim, que sempre foram de cá, mas que
depois abalaram... Acho bem que isto não se perca. Tanto faz ser isso, como
outra coisa qualquer … Naquela altura ninguém dava apreço a essas coisas.
Era como tudo, eu ia à escola para aprender que era para saber alguma coisa,
nunca passei do que passei e poucos passaram... (Sra. Gracinda, Santo Aleixo
Julho de 2001).
Esses passeios que são acontecimentos culturais, não só para as crianças,
mas também para a própria população, porque vem tudo para a rua ver, é um
dia de festa. Quando é uma visita dos espanhóis aqui a Assumar isso é um dia
de festa na aldeia. Isto é muito importante para uma terra como esta que é
monótona se não existirem essas coisas. Isso tudo graças aos professores de
agora. Porque noutro tempo os professores não faziam isso (Sr. Moura,
Assumar, Junho de 1995).
Produção de sociabilidades
Actualmente, num envelhecimento progressivo da população local, na
exiguidade das pensões de reforma, na deficiente cobertura de saúde e de
assistência genérica aos mais velhos, como penalizações das comunidades
rurais (Lee, 2003), tornou "a situação local num ponto sem pontes para o
vizinho mais próximo" (Reis, 1998b, p. 77). É, pois, a consequência mais
directa, de uma transformação das "economias de proximidade" em
"deseconomias de distância" que insularizam os actores sociais, os recursos
e os factores de identidade" (Idem).
O depoimento que se segue faz da convivência e do relacionamento
entre os mais velhos e as crianças, uma condição para o refazer dos laços e
da vida comunitária.
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Então, achei que é uma coisa interessante porque é muito bom e, dizemos nós
noutras palavra, muito bonito, os idosos terem convivência com as crianças,
continuadamente. Foi o que aqui passou a haver. Ora se ali no Centro
Comunitário se começou a dar apoio aos idosos, que já ali eram servidas as
refeições às crianças, encontrámos uma coisa engraçada. Nós, os velhotes,
estávamos a conviver com as crianças, tanto ali dentro da escola, ali na escola,
como dentro do Centro Comunitário à hora das refeições. Os velhotes, uns
porque tinham os netos, outros porque tinham os sobrinhos e, quer dizer, atrair-
se mais assim uma parte de convivência nessa altura, dessa altura para cá,
porque quer dizer as crianças iam para a escola, os avôs estavam cá para cima
e era quando vinham lá da escola e iam para a escola é que o viam lá em casa.
E ali não, vimo-lo mais vezes durante o dia.
Ah! Pois sim. Sim, até porque, quer dizer, não só na parte do convívio que eles
têm uns com os outros, porque a aldeia está muito despovoada, e estão muito
dispersos os vizinhos uns dos outros. E ali é um sítio onde eles vão e que se
juntam todos. Têm uma ou outra convivência que não têm, se não tivessem
aquele sítio onde vir a comer (Sr. António, Maio de 2002, Ouguela).
Isso foi claro e por ai percebi e entendi que a pequena escola rural é
extremamente importante quando articula as suas práticas com outros
parceiros. Mas depois no outro projecto que nós desenvolvemos que tinha por
título construir um Centro de Dia para Assumar, porque, de facto também era
um problema que aquela comunidade tinha — o de um envelhecimento muito
grande — e a comunidade não tinha alternativa para o lar que existe em
Assumar. Mas no desenvolver deste projecto um problema se me levantou que
é este: até que ponto é que a escola… não é bem isto, é: quando é que o
professor, quando é que nós devemos ter consciência que já não podemos ir
mais além Isto é, levantamos o problema tentamos contribuir para que, de facto,
esse problema se resolva — e posso informar que esse problema se vai
efectivamente resolver no próximo mês de Dezembro com a abertura do Centro
de Dia de Assumar. Mas a grande questão era esta: quando é que o professor,
a escola termina a sua função. Porque o que é que aconteceu no decorrer deste
projecto? É que os professores, no caso concreto eu e a Maria Leonor que ela
é a Presidente da Direcção do Centro de Dia e eu sou o Presidente da
Assembleia Geral. Não haverá um momento em que a escola e os professores
terão que devolver a direcção aos outros parceiros da comunidade? E os
professores "remeterem-se" à sua função? Não sei se estou a transmitir? (Prof.
David, Assumar).
Conclusão
Entre um passado, por vezes, mitificado e um futuro improvável, um
presente de projectos, deverá ser, para Bastien (2003), a referência
incontornável para enfrentar os problemas e dificuldades do mundo rural. Para
Educação em meio rural e desenvolvimento local 37
nós faz sentido que assim seja em função do modo como os projectos e as
acções permitem repensar "o social", o "educativo" e o "escolar", e as suas
relações, em contexto rural, e intervir sobre eles de forma integrada. É por
aqui que se pode desencadear um longo percurso de recusa do fatalismo, de
inflexão do desespero, de superação de sentimentos de incapacidade, de
aposta nas potencialidades e nos recursos.
Os projectos aqui analisados tiveram como uma das suas dimensões
mais promissoras a institucionalização dos idosos como interlocutores
privilegiados de uma intervenção sócio-educativa que visou o reequacionar da
"questão social" em meio rural. Na relação entre idosos e crianças,
contrariando concepções sobre o conservadorismo, imobilismo, apatia,
aversão às mudanças e à cooperação dos mais velhos e privilegiando o
sentido comunitário das aprendizagens, da socialização e da formação pelos
mais novos, no refazer das afectividades, se criaram as condições para uma
reconstrução identitária, como elemento estratégico de um processo
educativo e social em que se traduz o desenvolvimento.
Esta reposição de uma solidariedade intergeracional, na valorização
dos saberes e das culturas locais que promove, através de uma acção
educativa global, pode ter, em nosso entender, efeitos a dois níveis. Por um
lado, na mobilização dos actores necessária ao reconhecimento de um
património comum ou das raízes, num processo que é também de reabilitação
de uma identidade sócio-pessoal, e, por outro lado, na identificação do que
nesse património podem ser objectos ou plataformas de desenvolvimento,
nomeadamente no campo da produção, circulação e fruição de bens
simbólicos.
A consciência do relevo social e educativo destes contributos, entre
outros, está na base de projectos mais alargados, nos seus princípios,
finalidades, objectivos e acções que pretendem relançar a dinâmica sócio-
educativa que analisámos precedentemente. Um plano de intervenção
assumidamente intergeracional constitui, de novo, o seu eixo estruturante. Se
antes nos referimos a momentos e acções específicos da relação entre
crianças e idosos, visa-se, agora, um reforço da presença de outros adultos,
mas, principalmente, dos jovens. As parcerias institucionais, para além das
escolas e autarquias, estendem-se a associações de jovens, associações de
desenvolvimento local, IPSSs, etc. Trata-se de um quadro renovado de
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Notas
1 Não se trata de um conceito, como o próprio autor refere, mas de uma palavra, aliás
na sequência de tentativas de outros autores que falam de desqualificação e de
desafiliação.
2 Em Portugal, é praticamente o tempo que faz de abandono dessas práticas,
particularmente intensas no período imediatamente após o 25 de Abril de 1974.
3 Este primado histórico poderia ser outra das razões para abordar a intervenção pelo
lado do desenvolvimento local, ao passo que, só muito recentemente, e
pontualmente, se veio a falar de exclusão em meio rural.
4 O discurso da falta de condições e de meios das escolas mais pequenas de meio
rural, e, que por isso, "excluem", pode ser classificada como a fase extrema das
contradições da governação. As omissões ou as práticas políticas explícitas e as
ameaças permanentes às pequenas estruturas escolares constituem,
precisamente, o que mais as debilita e fragiliza, objectiva e subjectivamente — nas
expectativas negativas que se vão apoderando dos actores. É fácil, depois, invocar
as condições que faltam, mas que, contudo, jamais se explicam ou justificam.
5 D’Espiney acresce à participação dos idosos nesta dinâmica o simbolismo de sinal
contrário ao imobilismo e ao conservadorismo que se lhes atribui. Isto é, numa
"necessária transformação de afectos passados em afectos recriados" que entende
ainda "os idosos não como lastros do passado, mas como depositários da teia de
afectos, do acervo de saberes e de sentimentos de pertença que podem induzir
uma nova identidade com raízes na especificidade do rural" (2003, p. 10).
6 Para uma descrição mais detalhada de alguns destes projectos ver Amiguinho
(2004), anexo 1.
7 O horizonte temporal previsto é o de, pelo menos, mais dois anos (até finais de
2007), contando-se com o apoio institucional e financeiro da iniciativa comunitária
EQUAL.
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Educação em meio rural e desenvolvimento local 41
Abstract
The process of socio-educational territorialisation in rural contexts is the topic
of this text. The theme corresponds to a challenge to address it having as main
axis of discussion either the problem of social exclusion or that of local
development. The reasons to locate the discussion in this last field of analysis
are discussed in the first part of the text. Theoretical and political reasons are
there articulated because the question is about projects whose intentions and
practices call for the political both in the theoretical debate and in the choices
that anticipate intervention. From research conducted for several years, I use
contributions that aim at discuss and enlighten how school can be a potential
locus of local development. Its identification and recognition as local institution
(either because of those that work and live in it or because of those that act in
the surrounding context) are crucial steps to progressively constitute school as
a partner for development. The promotion of the local values and roots, the
reconstruction of socio-personal and local identities, the production of
sociabilities and the equation and solution of shared problems were the
dimensions of a socio-educative intervention, markedly globalising. This
scenario, as it is argued, was also, intentionally, one of transformation and of
deliberate change of school and of the administration of the educative
territoires.
Keywords
Social exclusion; Local development; Rural schools; Local identities; Networks
Educação em meio rural e desenvolvimento local 43
Résumé
Ce texte discute un procès de territorialisation socio-éducative dans le
contexte rural. Il répond à un défi pour réfléchir sur ce thème ayant comme axe
la problématique de la exclusion sociale ou celle du développement local.
Nous avons choisi ce dernier champ d’analyse pour des motives expliqués
dans une première partie du texte. Ces motives sont, au même temps,
théoriques et politiques, dans une conjugaison a nos avis explicable, car ce
sont des projets donc les intentions et pratiques appellent au politique, soit
dans le débat théorique soit dans les choix avant l’intervention. D’une
recherche réalisée au long de plusieurs années, nous convoquons des
contributions qui visent discuter et élucider comme l’école peut être un
contexte promoteur du développement local. Sa identification et
reconnaissance comme institution locale (au même temps, a cause de ceux
qui y travaillent et vivent et de ceux qui sont des agents dans le contexte
entourant) sont des pas décisives pour instituer, progressivement, l’école
comme un pair du développement. La promotion des valeurs et racines
locales, la reconstruction des identités socio personnelles et locales, la
production de sociabilités et l’équation et solution des problèmes partagés ont
été les dimensions d’une intervention socio-éducative, explicitement
globalisante. Ce scénario a été aussi, volontairement, celui de la
transformation et de change délibérée de l’école et de l’administration des
territoires éducatives.
Mots-clé
Exclusion sociale; Développement local; École rurale; Identités locales;
Réseaux
Toda a correspondência relativa a este artigo deve ser enviada para: Abílio Amiguinho, Escola
Superior de Educação de Portalegre, Apartado 125, 7300 Portalegre, Portugal. e-mail:
abilio.amiguinho@mailesep.ipportalegre.pt