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RBGEA
REVISTA BRASILEIRA DE
GEOLOGIA DE ENGENHARIA
E AMBIENTAL
REVISTA BRASILEIRA DE GEOLOGIA DE ENGENHARIA E AMBIENTAL
Publicação Científica da Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

Editor
Lázaro Valentim Zuquette – USP

Co Editor
Fernando F. Kertzman – GEOTEC

Revisores
Antonio Cendrero – Univ. da Cantabria (Espanha)
Alberto Pio Fiori - UFPR
Candido Bordeaux Rego Neto - IPUF
Clovis Gonzatti - CIENTEC
Eduardo Goulart Collares – UEMG
Emilio Velloso Barroso – UFRJ
Fabio Soares Magalhães – BVP
Fabio Taioli - USP
Frederico Garcia Sobreira - UFOP
Guido Guidicini - Geoenergia
Helena Polivanov – UFRJ
Jose Alcino Rodrigues de Carvalho – Univ. Nova de Lisboa (Portugal)
José Augusto de Lollo - UNESP
Luis de Almeida Prado Bacellar – UFOP
Luiz Nishiyama - UFU
Marcilene Dantas Ferreira - UFSCar
Marta Luzia de Souza – UEM
Newton Moreira de Souza – UnB
Oswaldo Augusto Filho – USP
Reinaldo Lorandi – UFSCar
Ricardo Vedovello – IG/SMA

Projeto Gráfico e Diagramação


Rita Motta - Editora Tribo da Ilha

Foto da Capa
Obras do Rodoanel trecho sul, nas proximidades da represa Billings.,
tirada em 08 de julho de 2008 . Fabrício Araujo Mirandola - IPT

Edição Especial

Circulação: Novembro de 2011

Tiragem: 2.500

ISSN 2237-4590

São Paulo/SP

Novembro/2011
Av. Prof. Almeida Prado, 532 – IPT (Prédio 11) 05508-901 - São Paulo - SP
Tel.: (11) 3767-4361 - Telefax: (11) 3719-0661 - E-mail:abge@ipt.br - Home Page: http://www.abge.com.br

DIRETORIA - GESTÃO 2009/2011


Presidente: Fernando Facciolla Kertzman
Vice-Presidente: Gerson Salviano de Almeida Filho
Diretora Secretária: Kátia Canil
Diretor Financeiro: Luiz Fernando D`Agostino
Diretor de Eventos: Elisabete Nascimento Rocha
Diretor de Comunicação: Marcelo Fischer Gramani

CONSELHO DELIBERATIVO
Elaine Cristina de Castro, Elisabete Nascimento Rocha, Fabio Canzian da Silva, Fabrício Araújo Mirandola, Fer-
nando Facciolla Kertzman, Fernando Ximenes T. Salomão, Gerson Almeida Salviano Filho, Ivan José Delatim,
Kátia Canil, Leonardo Andrade de Souza, Luiz Antonio P. de Souza, Luiz Fernando D’Agostino, Marcelo Fis-
cher Gramani, Newton Moreira de Souza, Selma Simões de Castro.

NÚCLEO RIO DE JANEIRO


Presidente: Nelson Meirim Coutinho - Vice-Presidente: Antonio Queiroz
Diretor Secretário: Eusébio José Gil - Diretor Financeiro: Cláudio P. Amaral
End.: Av. Rio Branco, 124 / 16o andar – Centro - 20040-916 - Rio de Janeiro - RJ
Tel : (21) 3878-7878 Presidente - Tel.: (21) 2587-7598 Diretor Financeiro

NÚCLEO MINAS GERAIS


Presidente: Maria Giovana Parizzi - Secretário: Frederico Garcia Sobreira
Tesoureiro: Luís de Almeida P. Bacellar - Diretor de Eventos: Leonardo A. Souza
End.: Univ. Fed. de Ouro Preto - Depto. Geologia - 35400-000 – Ouro Preto/MG
Fone: (31) 3559.1600 r 237 Fax: (31) 3559.1606 –

REPRESENTANTES REGIONAIS UF

ROBERTO FERES AC
HELIENE FERREIRA DA SILVA AL
JOSÉ DUARTE ALECRIM AM
CARLOS HENRIQUE DE A.C. MEDEIROS BA
FRANCISCO SAID GONÇALVES CE
NORIS COSTA DINIZ DF
JOÃO LUIZ ARMELIN GO
MOACYR ADRIANO AUGUSTO JUNIOR MA
ARNALDO YOSO SAKAMOTO MS
KURT JOÃO ALBRECHT MT
CLAUDIO FABIAN SZLAFSZTEIN PA
MARTA LUZIA DE SOUZA PR
LUIZ GILBERTO DALL’IGNA RO
CEZAR AUGUSTO BURKERT BASTOS RS
CANDIDO BORDEAUX REGO NETO SC
JOCÉLIO CABRAL MENDONÇA TO
APRESENTAÇÃO

A Revista Brasileira de Geologia de Enge- de investigações, estudos e soluções de problemas


nharia e Ambiental (RBGEA) é uma proposta da de engenharia e ambientais decorrentes da inte-
Associação Brasileira de Geologia de Engenharia ração entre a Geologia e as atividades humanas
e Ambiental (ABGE) no sentido de suprir uma la- - (incluindo aspectos relevantes da Geologia rela-
cuna nacional para publicação de trabalhos cien- cionados à Engenharia Civil, Mineração e Recur-
tíficos técnicos e de exemplos de aplicação da Ge- sos Hídricos, assim como relacionados à previsão
ologia de Engenharia e Ambiental, que venham de eventos perigosos, às áreas contaminadas, aos
agregar conhecimentos aos profissionais, pesqui- processos geológicos, à prevenção e remediação
sadores e comunidade em geral, tanto em nível de áreas degradadas) -, Planejamento Territorial
nacional como internacional. e Ambiental, Banco de Dados e Casos Históricos;
 A frequência será de três números regulares além destes estudos serão também contempla-
por ano, e números especiais, no caso de seleção dos os processos modernos, as novas técnicas de
de trabalhos relacionados a um tema especifico. campo e laboratório e temas científicos de interes-
A RBGEA terá o primeiro número na forma se amplo e caráter original, sempre relacionados
impressa, e, logo que tiver uma sequência defini- com a Geologia de Engenharia e Ambiental e com
da, será uma publicação eletrônica, impressa anu- as ciências da terra de uma forma geral, seja do
almente. Com este periódico espera-se que haja Brasil seja de outros países, publicados na língua
um avanço nas relações entre os profissionais que portuguesa e espanhola.
atuam na formação e pesquisa e aqueles que atuam O primeiro número apresenta artigos his-
nas outras esferas da profissão. Assim, será refor- tóricos de três profissionais que dão nome aos
çada a relação que tornou a atividade de Geólogo Prêmios da ABGE para os destaques de nossa
de Engenharia e Ambiental relevante em diversos categoria: Ernesto Pichler, Lorenz Dobereiner e
países, fazendo com que a profissão ocupe uma Fernando Luiz Prandini, bem como uma série ini-
posição de destaque na sociedade, com questões cial de artigos encomendados pelos Editores. A
relevantes relacionadas ao Planejamento Urbano segunda edição continuará com autores convida-
e as Obras de Infraestrutura e tantos outros. dos pelos Editores; e a terceira edição será um dos
Espera-se que esta publicação atinja seus obje- melhores trabalhos escolhidos no 13º CBGE. Na
tivos e venha subsidiar estudantes e profissionais sequência, haverá publicações digitais reunindo
da Geologia de Engenharia nas suas atividades, os artigos submetidos por diversos autores.
seja nas universidades, nos institutos, nas empre-
sas de economia mista, públicas ou privadas. Boa leitura à todos.
A Revista Brasileira de Geologia de Engenha-
ria e Ambiental (RBGEA) destina-se à divulgação
Lazaro V.Zuquette e
Fernando F. Kertzman
Sumário

9 BOÇOROCAS
Ernesto Pichler (In memorian)

17 CARACTERIZAÇÃO GEOMECÂNICA DO MACIÇO ROCHOSO DE FUNDAÇÃO


DA UHE CACHOEIRA PORTEIRA
Lorenz Dobereiner (In memorian)
Fernando Pires de Camargo
Alarico A. C. Jácomo

29 O BRASIL E A GEOLOGIA NO PLANEJAMENTO TERRITORIAL E URBANO


Fernando Luiz Prandini (In memorian)

41 UM BREVE RELATO SOBRE A GEOLOGIA DE ENGENHARIA


Lazaro Valentin Zuquette

57 INTEGRAÇÃO DE ESTUDOS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS APLICADOS A


PROJETOS DE ENGENHARIA E À AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS:
ESTAMOS AVANÇANDO?
Omar Yazbek Bitar
Amarilis Lucia Casteli Figueiredo Gallardo
Sofia Julia Alves Macedo Campos
Tânia de Oliveira Braga
Caio Pompeu Cavalhieri

73 GEOLOGIA APLICADA A BARRAGENS: UMA REVISÃO DE PROCEDIMENTOS


Luiz Ferreira Vaz
Magali Dubas Gurgueira
Talita de Oliveira Muzzi

93 CONTRIBUIÇÃO PARA A GEOLOGIA DE ENGENHARIA APLICADA ÀS CIDADES.


EXPERIÊNCIA DE LONGA DURAÇÃO EM BELO HORIZONTE – MG
Edézio Teixeira de Carvalho - GEOLURB

109 GESTÃO DE RISCOS GEOLÓGICOS NO BRASIL


Margareth Mascarenhas Alheiros

123 IMPORTÂNCIA DA GEOLOGIA DE ENGENHARIA E GEOMECÂNICA NA


MINERAÇÃO
Sérgio N. A. de Brito
Paulo R. C. Cella
Rodrigo P. Figueiredo
GESTÃO DE RISCOS
GEOLÓGICOS NO BRASIL

Margareth Mascarenhas Alheiros


Universidade Federal de Pernambuco, Recife,
Pernambuco, Brasil, alheiros@ufpe.br

RESUMO ABSTRACT
O grande número de desastres naturais registrados nos GEOLOGICAL RISK MANAGEMENT IN BRAZIL
últimos anos no Brasil, especialmente entre 2009 e 2011
está exigindo uma nova postura quanto à gestão de ris- The large number of recorded natural disasters in re-
cos e desastres, embora os anos 2000 tenham sido marca- cent years in Brazil, especially between 2009 and 2011
dos por avanços importantes em ações preventivas jun- demand a new approach regarding the management of
to aos municípios, através de capacitação técnica e dos risks and disasters, although the ‘2000s was marked by
mapeamentos de risco, inseridos no Plano Municipal de important advances in preventive actions in the cities
Redução de Risco. Com base na experiência adquirida through technical training and risk mapping, inserted
no país e no trabalho desenvolvido pela Estratégia In- in the Municipal Plan for Risk Reduction. Based on ex-
ternacional para redução de desastres naturais, através perience produced in the country and the work of the
da ONU é possível promover uma profunda mudança International Strategy for Natural Disaster Reduction,
baseada num modelo consistente de gestão de riscos e
from UN it’s possible to promote a profound change in
desastres no Brasil. Para isso é indispensável o fortaleci-
a consistent model-based risk management and disas-
mento dos órgãos responsáveis e a sua efetiva integra-
ter in Brazil. For it is essential to strengthening of the
ção na divisão dos esforços para atender aos resultados
organisms responsible for its effective integration into
esperados; a participação das instituições de pesquisa
na revisão das metodologias de análise e mapeamento the division of efforts to meet the expected results; the
de risco e, das novas tecnologias aplicáveis à redução contribution of research institutions in the review of
e minimização dos desastres; o incremento nos investi- the methodologies of analysis and risk mapping, and
mentos, especialmente aqueles destinados à previsão e use of new technologies to reduce and mitigate disas-
prevenção do risco; e um modelo de abordagem para as ters; the increase of the investments, especially focused
ações de defesa civil, que melhore as ações de prepara- in risk prediction and prevention; and the adoption of
ção para os desastres, através da operação e difusão de a model approach to civil defense actions, to improve
sistemas de alerta e da comunicação com a comunidade disaster preparedness, through of early warning, evol-
em risco. ving the community at risk.

Palavras-chave: Riscos Naturais; Gestão de Riscos; Ris- Key-words: Natural Risks; Risk Management; Geolo-
cos no Brasil gical Risks in Brazil

1 INTRODUÇÃO

A partir da nomenclatura internacionalmen- aos riscos e aos desastres naturais. Muitas vezes
te aceita, são discutidos alguns dos conceitos bási- abrange a função do próprio planejamento, como
cos adotados neste trabalho, já que envolvem di- forma de antever e prover insumos para coorde-
ferenças de tratamento em função da área técnica nar ações no território desejado.
predominante. O “planejamento” deve prever processos fu-
O termo “gestão” vem sendo usado com mui- turos, identificando a evolução dos fenômenos na-
ta freqüência nos tempos atuais, no que se refere turais e humanos, para buscar implementos que

109
Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

evitem, controlem ou enfrentem tais fenômenos e ambiente, da ação para reduzir a exposição a riscos
suas consequências. A gestão, por sua vez, é res- diminuindo a vulnerabilidade  de pessoas e bens,
ponsável pela implantação das ações e de seus ob- e  de uma melhor preparação dos procedimen-
jetivos e metas. tos para responder aos eventos adversos.
Embora o termo “gerenciamento” seja utilizado A classificação internacional (UN-ISDR)1 bas-
como sinônimo de gestão, esta é considerada mais tante difundida e aplicada na gestão de riscos é
abrangente que o gerenciamento, o qual compreen- apresentada no Quadro 1.
de as ações de monitoramento de risco nas áreas pe-
rigosas e resposta a desastres, entre outras.
Quanto aos termos “risco” e “desastre” o uso 2 QUESTÕES INSTITUCIONAIS
popularizado pela mídia cria algumas distorções
na compreensão dos seus efeitos e dos resultados No Brasil, criou-se uma dicotomia no exercí-
imediatos esperados, a partir das ações emergen- cio das ações preventivas para redução de riscos e
ciais empreendidas. mitigação de desastres, com a prevenção dos ris-
Enquanto o risco é a possibilidade de ocorrên- cos associada aos problemas urbanos no âmbito
cia futura de um desastre (daí a necessidade da sua do Ministério das Cidades e a resposta aos desas-
previsão), o desastre é o fato já ocorrido, trazendo tres executada pelo Ministério da Integração, atra-
perdas materiais e de vidas e danos psicossociais. vés da Secretaria Nacional de Defesa Civil, sem
O risco resulta da combinação de dois fato- o indispensável esforço de integração de ações,
res: uma condição propícia para a ocorrência do troca de informações, entre outras fragilidades in-
processo (suscetibilidade) e uma condição de fra- terinstitucionais.
gilidade das pessoas, de suas moradias e da infra- Os órgãos formais do Sistema de Defesa Civil
estrutura no local a ser afetada (vulnerabilidade). nas três esferas de governo, em decorrência da falta
Não há desastres sem risco, embora este úl- de respaldo político e das deficiências técnicas em
timo nem sempre se anuncie de forma explícita e termos quantitativos e qualitativos, adotaram uma
compreensível, especialmente para a população cultura de ação emergencial focada na resposta aos
em geral. Isso traz uma falsa noção de segurança desastres, sem o necessário planejamento prévio,
que aumenta a vulnerabilidade da população e re- com perda de sinergias e de eficiência no uso dos
duz a sua capacidade de reagir aos desastres. Por recursos emergencialmente disponibilizados, como
isso, a comunicação do risco é atualmente um tema as dotações financeiras, as doações da sociedade, a
da maior relevância na redução da vulnerabilidade ação voluntária, entre outros, ampliando com isso
das comunidades que ocupam áreas perigosas. o sofrimento das comunidades vitimadas.
O termo “prevenção de riscos” abrange o As ações de redução de risco, que vinham
conjunto das ações (análise – avaliação – mapea- sendo desenvolvidas pela Secretaria de Progra-
mento) exigidas para o conhecimento prévio dos mas Urbanos do Ministério das Cidades, desde
riscos, sendo o passo inicial para uma política de 2003, tentavam compensar essa situação, viabili-
redução de desastres. zando programas de prevenção de risco de des-
O termo “redução de desastres” parte do co- lizamentos, através da capacitação técnica das
nhecimento prévio dos riscos (porque, como e onde defesas civis das cidades mais críticas, para a aná-
ocorrem e qual a perda presumida) e consiste na lise e o mapeamento de risco em áreas de assen-
preparação para as emergências, que deve estar de- tamentos precários, além de estimular e financiar
lineada num “plano de contingência” do qual cons- os municípios para elaborarem Planos Municipais
tem ações preliminares para redução dos desastres de Redução de Risco (análise e mapeamento, pro-
esperados, como remoção preventiva de famílias, postas de intervenção e estimativa dos recursos
obras emergenciais e a logística para as ações e in- necessários), projetos básicos para contenção de
sumos necessários à resposta ao desastre. encostas nos setores de maior risco e obras foca-
O termo “redução do risco de desastres”, mais das na redução de risco de deslizamentos. Lamen-
abrangente e adotado internacionalmente, expres- tavelmente, esses programas nunca incluíram o
sa a aplicação de esforços sistemáticos e integra- risco das inundações.
dos para analisar e reduzir os fatores causais dos
desastres, através da gestão sábia da terra e do meio 1 International Strategy for Disaster Reduction - ONU

110
Gestão de riscos geológicos no Brasil

Quadro 1 – Classificação e conceitos de riscos.

Fonte: ISDR (2004) (www.unisdr.org).

111
Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

Os Planos Diretores das cidades, instrumen- (1,4 milhão) e está concentrado nas regiões Norte e
to da maior importância para orientar o uso e Nordeste. Essa situação responde por grande parte
ocupação do solo, como também para o controle dos desastres que ocorrem no Brasil.
urbano, em sua quase totalidade não consideram Por outro lado, os investimentos em preven-
parâmetros técnicos que contemplem os assenta- ção são insignificantes, se comparados àqueles
mentos informais precários. Os desastres, embora destinados às respostas a desastres, ressaltando-se
causem forte comoção em toda a sociedade e per- que estes também ficam muito aquém das necessi-
das materiais e de vidas para os que ocupam áreas dades reais de recuperação e reconstrução. Estudo
perigosas, vêm sendo tratado com tema “anexo” da Confederação Nacional de Municípios (CNM),
e não, determinante das políticas de ocupação das realizado em 2010, sobre a emissão de portarias
áreas urbanas. de reconhecimento de Situação de Emergência e
Em verdade, a causa primordial para a gran- Estado de Calamidade Pública pela Secretaria Na-
de ocorrência de desastres no Brasil deve-se ao cional de Defesa Civil mostrou que entre 2006 e
déficit de moradias para a população carente e à 2010, os recursos destinados à prevenção e à res-
falta de controle urbano sobre a ocupação. Os ge- posta foram de respectivamente R$462.266.060 e
ólogos, Álvaro Santos e Moacyr Schwab, em um R$ 3.167.442.780.
memorial resultante de ampla discussão pela in-
ternet com a contribuição de vários profissionais
3 A GESTÃO DE RISCO NO CONTEXTO
que atuam na área de gestão de risco, afirmam:
INTERNACIONAL
“A produção técnica e científica da comunidade ge-
ológica, geotécnica e urbanística brasileira é de altíssimo
nível, reconhecido internacionalmente, estando já total- 3.1 A ação da ONU
mente disponibilizada para os mais diversos agentes so-
ciais, públicos e privados responsáveis pelo ordenamen- O aumento da recorrência dos desastres na-
to urbano. O principal entrave a uma melhor gestão do turais em quase todo o planeta, com intensidades
problema, dentro da qual se evitariam, ou seriam dras- e frequências acentuadas, vem levando gestores
ticamente reduzidos os problemas urbanos associados públicos e organizações não governamentais, a
a riscos geológicos (...), está na resistência da adminis- buscarem soluções sustentáveis para o problema.
tração pública, em seus diversos níveis, em exercer, com No final da década de 80, a Organização das Na-
eficiência, competência e firmeza, seu papel de regulação ções Unidas instituiu a década de 90 como a Dé-
técnica do crescimento urbano, especificamente no que se cada Internacional para a Redução dos Desastres
refere ao uso e ocupação do território”. Naturais (IDNDR)2, que contou com a adesão de
O Plano Nacional de Habitação do Ministério cerca de 180 países ao protocolo formulado.
das Cidades (Brasil, 2010) destaca a grande desi- Um grande esforço internacional de troca
gualdade social e econômica e a herança resultan- de experiências gerenciais e técnicas produziu ao
te do processo de urbanização intensificado a par- longo desse decênio, uma abundante bibliografia3
tir dos anos 1940, como principais responsáveis contendo análises, novas ferramentas de avalia-
pelos 3,2 milhões de domicílios em assentamentos ção, guias e procedimentos para a implementação
precários. Esses assentamentos caracterizam-se de modelos de avaliação e gestão de risco.
pela informalidade na posse da terra, ausência ou Um modelo de abordagem preventiva para a
insuficiência de infraestrutura, irregularidade no gestão do risco foi difundido pelo UNDRO (Office
processo de ordenamento urbano, falta de acesso of the United Nations Disasters Relief Co-Ordina-
a serviços e moradias com graves problemas de tor) contendo as etapas:
habitabilidade, construídas pelos próprios mora- 1) Identificação dos riscos;
dores sem apoio técnico e institucional. 2) Análise e cartografia dos riscos;
O déficit habitacional em áreas urbanas no Bra-
sil, estimado pela Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílio em 2009, é de 5,8 milhões de unidades 2 International Decade for Natural Disaster Reduction
3 Disponível em www.unisdr.org e em links sugeridos a
habitacionais. O déficit rural também é expressivo partir desse sítio.

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Gestão de riscos geológicos no Brasil

3) Medidas estruturais e não estruturais de pre- Internacional para a Redução de Desastres - ISDR4
venção de desastres; , redesenhada e redirecionada para aprofundar
4) Planejamento para situações de emergência; questões relacionadas a maiores níveis de segu-
5) Informações públicas e treinamento. rança na convivência com os riscos e desastres,
A recorrência de grandes desastres naturais com destaque para as análises de vulnerabilidade
envolvendo expressivo número de mortes (Figura e resiliência social, já que a década de 90 foi forte-
1) e elevadas perdas econômicas levaram à conti- mente marcada pelo estudo dos processos destru-
nuidade pela ONU desse mecanismo internacio- tivos, das metodologias para a avaliação e mapea-
nal, agora como uma ação contínua, sem prazo mento das suscetibilidades e das tecnologias para
pré-estabelecido, sob a denominação de Estratégia a minimização dos desastres.

Figura 1 – Mortes x Desastres: impacto dos desastres naturais no mundo.


Fonte: Guha-Sapir et al. (2011)

Dada a diversidade dos temas abordados uma Conferência Mundial em Yokohama (Japão),
pela IDNDR (terremotos, deslizamentos, inunda- onde foi aprovado por unanimidade o documen-
ções, furacões, ciclones, secas, geadas, incêndios to “Estratégia de Yokohama para um Mundo
florestais, pragas de gafanhotos) áreas de conhe- mais Seguro: Diretrizes para Prevenção, Respos-
cimento como: climatologia, sismologia, geologia, ta e Mitigação de Desastres Naturais”, contendo
geomorfologia, engenharia hidráulica, engenha- um Plano de Ação 1994-2004, cuja implementa-
ria geotécnica e saúde pública, ganharam impul- ção continuou após a década, sob a coordenação
sos na análise de riscos, razão pela qual um tempo da ISDR, criada no ano 2000. Inúmeros eventos
significativo foi destinado à redefinição de concei- ao longo desse período foram realizados para
tos e terminologias, que permitissem a adequada a discussão de idéias, formulação de políticas e
interface entre os diferentes técnicos, gestores e produção de informação como guias, relatórios,
pesquisadores envolvidos. livros, etc, material quase todo disponível na In-
Em maio de 1994, com o objetivo de realizar ternet (www.unisdr.org).
uma avaliação parcial da IDNDR, foi realizada
4 International Strategy for Disaster Reduction

113
Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

A segunda Conferência Mundial para a Re- Cada Plataforma Nacional de Redução de


dução de Desastres - WCDR5 realizada em janei- Risco de Desastres (PN-RRD) é um fórum consti-
ro de 2005, em Kobe (Japão), se deu logo após a tuído por um grupo nacional multi-setorial com
grande catástrofe ocorrida na Ásia, em decorrên- o fim de promover a redução de desastres de for-
cia de um terremoto com 9.3 graus na escala Ri- ma integrada. A criação de Plataformas Nacio-
chter, próximo a Sumatra, em 26/12/2004, que nais tem se ampliado pelos vários continentes,
provocou um maremoto (tsunami) de grandes incluindo países de diferentes graus de desen-
dimensões, deixando um saldo de cerca de 180 volvimento, chegando atualmente a cerca de 50
mil mortes, cinquenta mil desaparecidos e 500 mil Plataformas criadas ou em processo de criação.
desabrigados, em 11 países, com uma perda eco- Infelizmente o Brasil ainda não conseguiu ama-
nômica incalculável. durecer sua articulação política interna, para
Embora a própria Conferência Mundial já ti- constituir a Plataforma Brasileira de Redução de
vesse premonitoriamente escolhido importantes Risco de Desastres, mas as perspectivas para isso
temas centrais relacionados a catástrofes, a ocor- são bastante favoráveis, no atual contexto políti-
rência desse desastre estarreceu a comunidade co e social brasileiro.
científica, técnica e política reunida em Kobe, le-
vando a um conjunto de diretrizes objetivas para
a busca de resultados mais eficientes de preven- 3.2 A política brasileira para a redução do
ção e resposta a esses grandes desastres. risco de desastres
A Conferência aprovou o “Marco de Ação de
Hyogo para 2005-2015: construindo a resiliência O Brasil foi signatário da IDNDR após os
das nações e das comunidades aos desastres”6, es- primeiros anos de sua criação, mostrando-se ini-
timulando a formação de “Plataformas Nacionais cialmente relutante quanto a se reconhecer como
para Redução de Riscos de Desastres PN-RDD”, país com desastres significativos, comparado
contando com o suporte da Secretaria Internacio- àqueles submetidos a grandes tragédias mun-
nal da ISDR e do órgão representativo da Nações diais. Mesmo assim, compreendeu a importância
Unidas no país que aderir ao protocolo. de sua participação no processo, mas a contribui-
Com as sucessivas catástrofes ocorridas em ção oficial que se deu pela via de representação
vários países entre 2006 e 2011, o esforço interna- diplomática foi tímida e limitada à participação
cional tem se ampliado e buscado apoiar de forma em alguns eventos.
concreta os países mais vulneráveis, especialmen- Em contraponto, a comunidade técnico-cien-
te nos continentes africano e asiático. A Terceira tífica teve durante a década uma ação importante
Sessão da Plataforma Global para a Redução do e de impacto para o cenário brasileiro, com a rea-
Risco de Desastres, realizada juntamente com a lização de pelo menos um evento anual incluindo
Conferencia Mundial sobre Reconstrução, ocor- a temática do risco, ora em Simpósios Nacionais
reu em maio de 2011, em Genebra, Suíça, reunin- associados a Congressos nas áreas de Geologia,
do mais de 2.600 delegados, representando 168 Geologia de Engenharia e Engenharia Geotécnica,
países, 25 organizações intergovernamentais, 65 ora em eventos específicos, de caráter local, regio-
ONGs e representantes da sociedade organizada. nal, nacional e internacional.
Estes eventos tiveram como meta principal Diante dos registros de desastres de des-
adaptar mecanismos inovadores de proteção so- lizamento, que provocavam maior número de
cial e gestão de ecossistemas sobre a base de co- vítimas no país, foi essa a área que teve maior
nhecimento atual, a dinâmica da vulnerabilidade, impulso e permitiu a formação de importantes
para reduzir os efeitos dos desastres nas comuni- grupos de pesquisa, tendo como pioneiro o IPT/
dades e grupos sociais mais vulneráveis. DIGEO (São Paulo), produzindo e irradiando
conhecimentos técnicos de avaliação e gestão de
risco, seguido por grupos no Rio de janeiro (Ge-
5 World Conference for Disaster Reduction
6 Hyogo Framework for Action 2005-2015: Building the Resi- oRio), Recife (UFPE), Rio Claro (UNESP), entre
lience of Nations and Communities to Disasters” (HFA) outros.

114
Gestão de riscos geológicos no Brasil

3.2.1 Ações para redução de riscos além de “Prevenção de Riscos de Deslizamentos


em Encostas: Guia para Elaboração de Políticas
Com a criação do Ministério das Cidades, Municipais” entre outros materiais para os cursos
em janeiro de 2003, e quase simultaneamente, da a distância e acesso a financiamentos estão dispo-
Coordenação de Prevenção de Riscos vinculada à níveis no sítio do ministério7.
Secretaria Nacional de Programas Urbanos, a aná- O Plano Municipal de Redução de Risco, já
lise de risco deixou de ser exclusividade dos redu- elaborado em cerca de 60 cidades, tem por base
tos acadêmicos ou de ações isoladas de algumas o mapeamento de risco, em escala de detalhe
poucas cidades no Brasil e passou a se constituir (1:2.500) de todos os assentamentos precários
numa estratégia política, embasada em uma ação em áreas de encostas, hierarquizando os setores
nacional de redução de riscos, até então não efeti- de risco em quatro níveis – baixo – médio – alto
vamente consolidada como uma política pública. – muito alto. Define quais as intervenções de en-
Essa ação teve como ponto de partida um genharia e medidas de segurança em cada caso,
diagnóstico preliminar das cidades com ocorrên- indicando as principais fontes de recursos finan-
cia de desastres com vítimas fatais, sendo identifi- ceiros, as prioridades e os prazos necessários para
cadas cerca de 150 cidades nessa situação. Foi re- a redução das situações de alto risco relacionadas
alizado um Seminário Nacional, em Recife, ainda a deslizamentos de encostas e margens de cursos
em 2003, para delinear o programa e as metodolo- d’água que atingem os assentamentos precários
gias a serem adotadas para uniformizar a análise críticos do município. Essas intervenções devem
e o mapeamento de risco. ser compatibilizadas com medidas já propostas
O programa considerou três eixos de ação nos programas de saneamento, habitação de inte-
principais: resse social e urbanização e regularização fundi-
i) capacitação dos técnicos municipais ligados à ária de assentamentos precários, possibilitando a
defesa civil, obras e controle urbano; articulação das ações de redução de risco a cargo
ii) realização do Plano Municipal de Redução dos três níveis de governo. A elaboração de pro-
de Risco – PMRR, contendo a análise e mape- jetos básicos de estabilização de encostas tem por
amento de risco em assentamentos precários, objetivo apoiar financeiramente os municípios na
propostas de intervenções estruturais e me- implantação das intervenções já definidas como
didas não estruturais para a redução de ris- prioritárias nos PMRRs elaborados.
co, com disponibilização de recursos para a Esse processo deve contar com ampla partici-
elaboração de projetos básicos em setores de pação das comunidades das áreas perigosas e ser
risco alto e muito alto; encerrada com uma Audiência Pública, envolven-
iii) difusão de informações e troca de experiên- do executivo, legislativo e demais lideranças po-
cias através de eventos nacionais. líticas e sociais do município. Foram abertos Edi-
tais para financiar Projetos Básicos de Engenharia
O eixo capacitação de equipes municipais para Estabilização de Encostas nos municípios
apóia financeira e tecnicamente as administrações que já possuíssem o PMRR.
estaduais (atualmente PE, SP, MG, SC e RJ em No eixo da difusão e troca de experiências
parceria com governos estaduais e o Serviço Geo- foram organizados dois seminários de âmbito na-
lógico do Brasil – CPRM) a realizarem treinamen- cional envolvendo mais de 900 participantes de di-
to de técnicos municipais para o gerenciamento versos estados do Brasil. O 1º Seminário Nacional,
de riscos nas cidades. Baseia-se em material e es- realizado em 2003, em Recife-PE, teve como objetivo
tratégias didático-pedagógicas aplicadas há mais montar as bases do programa nacional de apoio à
de uma década, o que possibilitou a formulação gestão municipal de riscos em encostas urbanas, en-
e implementação de cursos presenciais em diver- quanto o 2º, realizado em 2006, em Belo Horizonte-
sos estados e a sua adaptação para a modalidade
de educação à distância, atingindo todo o territó-
rio nacional. O material de treinamento “Mapea- 7 (http://www.cidades.gov.br/index.php?option=com_c
mento de Riscos em Encostas e Margem de Rios”, ontent&view=category&id=135:prevencao-erradicacao-
de-riscos&layout=blog&Itemid=163)

115
Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

MG, promoveu o intercâmbio de experiências mu- De acordo com dados mais recentes do Mi-
nicipais e estaduais na temática de gerenciamento nistério das Cidades, são estimados em cerca de
de áreas de risco e ampliou a atuação nacional do 200, os municípios críticos no Brasil, localizados
programa. Encontra-se em fase de organização o principalmente nos estados de SP, RJ, MG, PE,
3º Seminário Nacional a ser realizado em Salvador, BA, ES, AL e SC (Figura 2), nos quais já ocorreram
possivelmente no mês de outubro próximo. 3.109 mortes por deslizamentos (IPT, 2011).

Figura 2 – Mortes por deslizamentos no Brasil.


Fonte: IPT (2011)

Encontra-se em fase de conclusão um atlas por representantes dos Ministérios e das Secreta-
de risco do Brasil, onde consta um levantamento rias da Presidência da República.
detalhado das situações de risco em todo o país, A SEDEC coordena as ações da defesa civil
encomendado pela SEDEC à UFSC. nacional e tem sua ação direcionada de forma
mais efetiva para as emergências, como as secas
no nordeste e as inundações que afetam vários
3.2.2 Ações de resposta a desastres estados brasileiros. De acordo com a legislação
vigente, o SINDEC tem como objetivo planejar,
O órgão que naturalmente assumiu esse papel
articular e coordenar as ações de defesa civil em
foi a Secretaria Nacional de Defesa Civil (SEDEC),
todo o território nacional. 
do Ministério da Integração Nacional, criado pre-
Entretanto, apesar dos esforços empreendi-
liminarmente em 1942 durante a Segunda Guerra dos, o sistema nacional de defesa civil nunca dis-
Mundial, com o papel de proteger a população ci- pôs de respaldo técnico e político suficiente para
vil dos efeitos da guerra, sofrendo reformulações assumir todas essas atribuições, fragilizado pela
ao longo do tempo, chegando à formatação atual equipe insuficiente e pela falta de recursos orça-
de coordenação de um sistema (SINDEC), consti- mentários que fizessem jus ao tamanho do proble-
tuído por órgãos públicos nas três esferas de go- ma que precisa ser resolvido.
verno, tendo como instância superior o Conselho Um grande esforço tem sido feito pelos gesto-
Nacional de Defesa Civil (CONDEC), formado res sucessivos, no sentido de aperfeiçoar o sistema

116
Gestão de riscos geológicos no Brasil

de respostas aos desastres, com ações preventivas do centro de monitoramento, prevista para setem-
para a preparação do núcleo técnico nacional e das bro. De 2012 a 2014, serão concluídos os módulos 1
defesas civis dos municípios, especialmente no que e 2 e implementados os módulos 3 e 4.
se refere à mobilização dos municípios para a cria- Será feito o levantamento e padronização de
ção de Coordenadorias Municipais de Defesa Civil e mapas de riscos dos municípios brasileiros críti-
de Núcleos Comunitários de Defesa Civil (NUDEC). cos e as instituições responsáveis por esse trabalho
Para isso tem investido em programas de capacita- serão: Secretaria Nacional de Programas Urbanos
ção para sensibilização e preparação das equipes (SNPU) do Ministério das Cidades, Secretaria Na-
municipais, pautados nas doutrinas da defesa civil e cional de Defesa Civil (SEDEC) do Ministério da
nos instrumentos que embasam sua ação. Integração Nacional, Companhia de Pesquisa dos
No final de 2010 a Lei 12.340/2010 atualizou Recursos Minerais (CPRM), Agência Nacional de
o modelo de defesa civil já definido no Decreto Águas (ANA) e Secretaria de Relações Institucio-
7.257/2005, com ênfase na agilização das trans- nais da Presidência da República (SRI). A integra-
ferências de recursos em ações de socorro, assis- ção de informações hidrometeorológicas com os
tência às vítimas, restabelecimento de serviços mapas de risco será feita ainda este ano, sob a res-
essenciais e reconstrução nas áreas atingidas por ponsabilidade do INPE. 
desastre, e ainda, sobre o Fundo Especial para Ca-
lamidades Públicas. 
4 CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES
Atualmente, esse sistema vem recebendo do
governo federal um tratamento diferenciado, com O caráter de urgência que é colocado no mo-
mais respaldo político e orçamentário, que dá su- mento atual para tratar de um assunto que exige
porte ao processo de fortalecimento institucional muita reflexão, cautela, apropriação das boas ex-
e à busca incansável de efetiva intersetorialidade periências e uma boa fundamentação técnica, não
entre os órgãos públicos que assumem mais di- deve ser incentivado.
retamente responsabilidades para com a defesa Para a formulação de um planejamento de âm-
civil no país, como o Ministério da Integração Na- bito nacional, que envolva a reformulação de pro-
cional - MIN (SEDEC) e o Ministério das Cidades cedimentos do órgão central, ampliação da equipe
(SNPU), entre outros. técnica, um arranjo institucional assumido de fato
O Seminário Internacional sobre Gestão Inte- pelos demais órgãos públicos e pela sociedade civil
grada de Riscos  e  Desastres, realizado em Brasí- organizada, e que conte com o apoio de técnicos es-
lia (março/2011), foi uma iniciativa do MIN, que pecializados e pesquisadores, é necessário um perí-
contou com o apoio do Banco Mundial e da ISDR. odo de pelo menos um ano. Até a consolidação do
Esse evento teve um importante papel no con- Sistema, que exigirá um tempo maior, devem ser
vencimento do governo brasileiro e trouxe uma considerados os desdobramentos de curto e médio
excelente oportunidade de compartilhamento de prazos a serem sucessivamente empreendidos pe-
experiências exitosas em redução de risco de de- los gestores federais, estaduais e municipais.
sastres da América Latina e da Europa. Como se pôde observar há vários gargalos
Nos primeiros meses de 2011, foi criado pelo para um bom desempenho da Gestão de Riscos
MCT o Sistema Nacional de Monitoramento e e Desastres no Brasil. Faltam habitações para a
Alerta de Desastres Naturais, ligado ao Instituto população de baixa renda, capacidade técnica
Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, formado instituída na ação dos municípios, instrumentos
por quatro módulos principais: técnicos disponibilizados e apropriados pelos
1) Conhecimento dos Riscos; municípios, controle urbano, recursos financeiros
2) Sistema de Monitoramento e Alerta; compatíveis com as demandas, mas essencialmen-
3) Difusão e Comunicação; e te, falta planejamento e integração. E embora exis-
4) Capacidade de Resposta. ta competência técnica por parte de especialistas
  e pesquisadores, esta ainda não conseguiu chegar
A implementação dos módulos 1 e 2 se dará ain- à forma adequada para apropriação direta pelos
da em 2011, com a instalação de uma sala de situação gestores públicos.

117
Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

Considerando que a gestão de riscos e desas- 4.1 Propostas para a melhoria da gestão de
tres não pode ser apenas um “anexo” de outras risco no Brasil
Políticas de Estado, precisam ser construídos ins-
trumentos de regulação focados na ação nacional As propostas que se seguem refletem o esfor-
e municipal (local), com atribuição de responsabi- ço coletivo de um número significativo de pesqui-
lidades e definição de fontes orçamentárias para sadores e técnicos das áreas de geologia, geotecnia
atender ao Sistema, de forma permanente. e geologia de engenharia, que vêm discutindo de
Nesse sentido, um grande avanço proveio do modo informal pela internet as dificuldades encon-
Ministério do Planejamento que reduziu de 360 para tradas, a necessidade de valorização das experiên-
60, o número de programas orçamentários da União cias e estudos produzidos nessas áreas de conheci-
para o PPA 2012-2015, entre os quais foi incluído o mento e a necessidade de estruturar um modelo de
programa Gestão de Riscos e Resposta a Desastres, gestão de riscos e desastres para o país.
reconhecendo o tema definitivamente como uma Essas propostas também foram discutidas
questão de Estado. Os recursos desse programa fo- com o Confea, para que fossem levadas a um Gru-
ram destinados aos ministérios que têm interseção po de Trabalho criado pelo MIN, para propor me-
na defesa civil do país, especialmente os ministérios lhorias no sistema nacional de defesa civil.
da Integração Nacional e das Cidades. Qualquer modelo que se pretenda eficaz
Os objetivos desse Programa orçamentário para a gestão de risco no Brasil, deverá considerar
incluem os seguintes temas: como premissas as seguintes questões:
■■ Mapeamento da suscetibilidade a processos ■■ Desenvolvimento e fortalecimento da ação
destrutivos nos municípios considerados crí- pública integrada com visão intersetorial, no
ticos para desastres naturais (responsável: âmbito nas três esferas de governo e constru-
CPRM – Serviço Geológico do Brasil/MME); ção de alianças no plano internacional;
■■ Mapeamento de risco em áreas ocupadas ■■ Ampliação de investimentos em ações pre-
(responsável: Secretaria Nacional de Defesa ventivas, para induzir um círculo virtuoso na
Civil/MIN); gestão de risco;
■■ Melhoria do Sistema Nacional de Defesa Ci- ■■ Adoção de um modelo de abordagem para
vil (responsável: Secretaria Nacional de Defe- as ações de defesa civil, que melhore as ações
sa Civil/MIN); de prevenção e preparação para os desastres,
■■ Obras emergenciais para redução do risco a operação e difusão de sistemas de alerta e a
(responsável: Secretaria Nacional de Defesa comunicação com a comunidade em risco;
Civil/MIN); ■■ Atualização de metodologias para análise e
■■ Intervenções estruturais para prevenção de cartografia de risco e adoção de novas tecno-
risco em encostas (responsável: Secretaria Na- logias para a redução dos riscos e minimiza-
cional de Programas Urbanos/MCidades); ção dos desastres, apoiadas em recursos de fo-
■■ Intervenções urbanas em margens de rios e mento à pesquisa, direcionados para o tema.
canais (responsável: Secretaria Nacional de
Saneamento Ambiental / MCidades);
■■ Sistema Nacional de Monitoramento e Alerta 4.1.1 Desenvolvimento e fortaleci-
de Desastres Naturais (responsável: Instituto mento da ação pública
Nacional de Pesquisas Espaciais/MCT); integrada
■■ Implantação de parques urbanos e melhorias
ambientais (responsável: Secretaria de Meio A integração interinstitucional é um das gra-
Ambiente Urbano/MMA). ves dificuldades que o país enfrenta atualmente
no que se refere à gestão dos riscos e desastres. A
No programa orçamentário Planejamento experiência da Estratégia Internacional apontou
Urbano, também consta um objetivo de grande como saída para romper inércias tanto dos seto-
relevância para a redução do risco direcionado a res públicos, quanto da sociedade organizada, a
um instrumento indispensável para o controle do criação das Plataformas Nacionais de Redução
uso do solo urbano: de Risco de Desastres, respaldadas num modelo,
■■ Elaboração de Cartas Geotécnicas nos muni- que vem sendo internacionalmente amadurecido
cípios críticos (responsável: Secretaria Nacio- e consolidado ao longo dos últimos anos, que se
nal de Programas Urbanos/MCidades). reafirmou no sucesso da terceira reunião mundial

118
Gestão de riscos geológicos no Brasil

sobre a Plataforma Global, realizada em Genebra, os danos sociais e evita mortes desnecessárias.
em maio deste ano. Embora repetido como um mantra por todos que
A redução do risco de desastres é um tema atuam direta ou indiretamente na área de riscos e
complexo, transversal e de impacto no desenvolvi- desastres naturais, isso não é observado na prática
mento, razão pela qual requer uma sabedoria coleti- da gestão pública de riscos no Brasil. Conforme
va e a soma dos esforços das instâncias decisórias na mostrado anteriormente neste trabalho, nos últi-
formulação de políticas nacionais (NU-EIRD, 2009). mos cinco anos, a Defesa Civil nacional aplicou
A Plataforma Nacional para Redução de Ris- cerca de sete vezes mais recursos em resposta aos
cos de Desastres é um Fórum de grande impor- desastres do que em prevenção.
tância política e parte de uma ampla campanha As perdas consideradas por ocasião dos desas-
de articulação dos órgãos e setores mais afetos às tres restringem-se quase sempre aos equipamentos
questões da segurança social, para a montagem públicos urbanos destruídos ou danificados, vias
de um arranjo institucional com respaldo político públicas, pontes e moradias das comunidades
do Estado, envolvendo as três esferas de Governo vulneráveis; não são consideradas as perdas pri-
e a sociedade civil. A Plataforma Brasileira é, por-
vadas, subentendendo-se que as mesmas são de
tanto, uma prioridade da maior relevância para o
responsabilidade de seus proprietários e, portan-
contexto atual de desastres no país, demonstrada
to deveriam estar seguradas. Como em nosso país
pelas dificuldades de articulação institucional du-
não se consolidou uma cultura securitária (essen-
rante as catástrofes recentemente ocorridas, po-
cialmente veículos são segurados), as perdas de
dendo contribuir para o estabelecimento de alian-
moradias com todos os bens pessoais ali contidos,
ças de trabalho, reunindo os formuladores das
os estoques comerciais, os equipamentos do setor
políticas públicas nacionais.
A Plataforma Nacional deverá ser o meca- de serviços e de pequenas indústrias, a produção
nismo de coordenação para associar a redução de agrícola, entre outros, deixam essas pessoas atin-
risco de desastres às políticas públicas, ao plane- gidas, pobres e desamparadas, nivelando por bai-
jamento e aos programas de desenvolvimento do xo o sofrimento de todos.
país, atendendo às recomendações do Marco de Fruto da carência de habitações seguras para
Ação de Hyogo. Deverá ainda oferecer oportuni- um grande contingente da população brasilei-
dades à sociedade civil, especialmente às ONGs e ra, o círculo vicioso que resulta na ocorrência de
às organizações comunitárias, para dialogar com desastres é formado pela ocupação de áreas ina-
o poder público acerca da redução de riscos e de- dequadas e autoconstrução cortando encostas
sastres e facilitar o estabelecimento de alianças no ou avançando sobre as margens de rios e canais,
contexto internacional. sem orientação técnica; segue-se uma conivência
Para que essa ação se concretize é indispen- danosa entre o poder público e as comunidades
sável investir de forma permanente no fortaleci- carentes, deixando a questão da cidade informal
mento institucional dos órgãos e setores respon- para ser resolvida depois (quando?), sem ações
sáveis pela defesa civil do país, no que se refere efetivas de controle urbano no uso e ocupação do
ao reconhecimento da necessidade de ampliação solo; como essas áreas são em sua maioria, bolsões
e qualificação de um quadro técnico permanente, de pobreza, ficam à margem de investimentos
de infraestrutura para garantir a modernização significativos para saneamento básico, especial-
da aplicação de novas metodologias e tecnologias mente esgotamento sanitário e drenagem pluvial;
e nas relações com a sociedade civil organizada, o clima tropical ou temperado, dominantemente
especialmente com as comunidades vulneráveis e úmido, implica em estações chuvosas com grande
em condição de risco. volume pluviométrico, que satura solos cortados
e expostos em condições de prévia instabilidade,
causando deslizamentos ou causa o transborda-
4.1.2 Ampliação de investimentos
em ações preventivas mento de leitos fluviais assoreados e ilegalmente
ocupados, levando às inundações; famílias deslo-
A aplicação de recursos na prevenção de ris- cadas dessas áreas afetadas retornam aos mesmos
cos reduz consideravelmente as perdas financeiras, lugares de onde saíram ou ocupam posteriormente

119
Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

novas áreas inadequadas, fechando esse abominá- de novas áreas e o plano de reurbanização defi-
vel círculo. nidos no seu Plano Diretor e consubstanciados
Por outro lado, o círculo virtuoso inicia-se na Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS), para
com a inclusão da cidade informal no planeja- corrigir os problemas existentes e evitar novos
mento do município; passando por um diagnós- desastres; a construção de novas unidades ha-
tico preciso de todo o território municipal obtido bitacionais para realocar a população atingida
pelo Mapa de Suscetibilidades a determinados por desastres ou em situação de risco; os investi-
processos destrutivos (deslizamento, erosão, mentos de maior porte em saneamento básico e a
inundação), determinação das áreas disponíveis construção de moradias em áreas seguras (o que
e adequadas para o crescimento urbano com reduz os riscos sanitários e de desastres, evitan-
base na Carta Geotécnica municipal e da análise do consequentemente os altos custos envolvidos
e Mapa de Risco nas áreas ocupadas, geralmente na resposta aos desastres, para a recuperação e
com histórico de desastres; segue-se o estabele- reconstrução de áreas atingidas), fechando assim
cimento de parâmetros técnicos para a ocupação o desejado círculo (Figura 3).

Figura 3 – Representação esquemática de círculos vicioso e virtuoso em gestão de risco.

4.1.3 Modelo de abordagem para as que trabalham com a redução do risco de desas-
ações da defesa civil tres. Essa condição começa com a sua percepção
do risco, o conhecimento das causas e consequên-
O modelo de abordagem proposto para o cias e o seu papel na redução e controle desses
uso da defesa civil no Brasil, mostrado no início processos destrutivos. Isso implica um importan-
deste trabalho, já vem sendo adotado em vários te programa de comunicação de risco, que já vem
municípios e faz parte dos programas de capaci- sendo parcialmente desenvolvido pelos progra-
tação desenvolvidos nos estados brasileiros mais mas de saúde da família, com a participação dos
críticos em termos de desastres, com a coordena- agentes comunitários de saúde, em alguns esta-
ção da SNPU do Ministério das Cidades. O que se dos do Brasil, mas que precisa ser instituído de
propõe é a universalização do seu uso pelas defe- forma permanente, para produzir resultados fu-
sas civis, especialmente pelos técnicos, gestores e turos significativos.
pelos programas de capacitação da SEDEC. A comunicação do risco (contribuição do ar-
A redução da vulnerabilidade das comunida- quiteto Ney Dantas, do Departamento de arquite-
des ameaçadas por desastres naturais é atualmen- tura e Urbanismo da UFPE) abrange a orientação
te uma das maiores preocupações dos organismos preventiva para a segurança da população, seja na

120
Gestão de riscos geológicos no Brasil

difusão de alertas para a evacuação das áreas mais metodologias e definir aplicações oportunas para
perigosas, seja na preparação e capacitação da os municípios críticos. Essa discussão foi realiza-
gestão pública para uma atuação mais qualifica- da por um grupo de especialistas junto aos mi-
da das equipes técnicas. Deve se constituir em um nistérios das Cidades e das Minas e Energia e na
programa de gestão do conhecimento, que apro- CPRM – Serviço Geológico do Brasil, abrangendo
xime a governança das comunidades sujeitas ao os seguintes instrumentos:
risco, garantindo a confiança indispensável para a a) Mapa de suscetibilidade na escala de plane-
aceitação das orientações emanadas do sistema de jamento municipal (1:25.000), que permita
defesa civil. O processo de adaptação humana aos identificar as áreas propícias à ocorrência de
fatores e condicionantes do ambiente em que vi- processos do meio físico associados a desas-
vem está diretamente relacionado à compreensão tres naturais;
do papel de cada um na construção, prevenção, b) Carta geotécnica de aptidão à urbanização, na
mitigação e redução do risco e o desenvolvimento escala 1:25.000, para a definição de diretrizes
de uma convivência mais segura com estes fatores técnicas para novos parcelamentos do solo e
e condicionantes.
para planos de expansão urbana, de manei-
Esta convivência exige mecanismos e ferra-
ra a definir padrões de ocupação adequados
mentas eficientes de gestão do conhecimento e
face às situações de perigo relacionadas aos
tecnologia da informação que permitam a difusão
desastres naturais.
de conteúdos, e promovam comunicação e co-
c) Mapa de risco nas áreas ocupadas, na escala
nectividade entre governo e a sociedade gerando
de intervenção (1:2.000), para o planejamento
ambientes colaborativos que favoreçam o surgi-
das intervenções estruturais de redução de
mento de soluções inovadoras, eficientes e locali-
riscos (implantação de obras de segurança ou
zadas. O uso de redes sociais e ferramentas digi-
remoção de moradias) e para a operação de
tais colaborativas na mitigação de catástrofes têm
demonstrado seu potencial em desastres recentes planos de contingência de defesa civil.
na África, Austrália e Japão. Desse modo, a forma-
ção de uma rede de conhecimentos e saberes pode Cabe ressaltar ainda que o atual estágio de
atenuar significativamente o tempo de resposta às percepção dos problemas aponta para a neces-
situações de calamidade. sidade de revisão dos Planos Diretores munici-
pais, especialmente nos municípios mais críticos,
apropriando os novos conhecimentos e definindo
4.1.4 Atualização de metodologias parâmetros técnicos adequados para a segurança
e adoção de novas tecnologias nas áreas mais suscetíveis e a requalificação urba-
nística das áreas de risco das cidades.
Após os grandes desastres ocorridos no Rio
de Janeiro, em Angra dos Reis, em janeiro de 2010,
e na região serrana, em janeiro de 2011, fortaleceu- Agradecimentos
se a convicção de que as metodologias adotadas
para mapeamento de risco precisam ser revistas À ABGE e ao Prof. Lázaro Zuquette pelo convite da
e adequadas aos diferentes contextos fisiográficos Revista RBGEA; a todos os colegas que participam
encontrados em nosso território. informalmente do fórum pela internet, oportunamen-
Isso demandará esforços e investimentos em te provocado pelo geólogo Álvaro Santos; aos amigos
pesquisa e desenvolvimento pelos órgãos de fo- Celso Carvalho, Fernando Nogueira e Eduardo Ma-
mento à pesquisa do Brasil, sob a forma de linhas cedo, pelas lições aprendidas ao longo dos últimos 15
de financiamento através de Editais específicos, o anos; ao arquiteto Ney Dantas, pela cessão de seus
que já vem sendo discutido pelo menos há dois conhecimentos em gestão do conhecimento; à UFPE
anos no MCT/FINEP. pelas oportunidades acadêmicas oferecidas e acolhi-
Na área da cartografia urbanística e de riscos, mento dessa linha de pesquisa.
observa-se a importância de revisar e difundir

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Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

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