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Rousseau
·2 Ninguém renuncia à totalidade de seus direitos para dá-la a um terceiro, que seja
monarca ou soberano. A teoria de Rousseau não é absolutista, delegando todos os
poderes a um terceiro. Pelo contrário, é radicalmente democrática. Sendo
membros de tal coletividade surgida do contrato, os indivíduos entregam os seus
direitos a uma totalidade da qual são parte, portanto sendo elementos ativos dessa
mesma entidade política.
·3 Cidadania Ativa (Rousseau enxerga o indivíduo como membro ativo da comunidade. Trata-se
de um súdito das leis do Estado, mas, ao mesmo tempo, de um cidadão, que participa ativamente
da autoridade soberana.)
·5 A vontade geral é uma vontade soberana orientada para o bem comum, ainda que
os indivíduos, isoladamente, assim não pensem ou não percebam.
·6 Será a lei, para Rousseau, que consubstanciará a vontade geral. A mesma é fixada
em conjunto pelos membros do Estado, por meio de leis.
·9 Para Rousseau, livre, na verdade, é aquele que segue a lei por ele mesmo
determinada.
·10 Para ele, com o contrato social, os indivíduos, agora membros do Estado, não
delegam poderes a terceiros. O poder eternamente se revela como soberano de
seus membros. Assim sendo, o governo, que Rousseau divide em legislativo e
executivo, não é um poder soberano que se impõe acima do povo.
·11 Governo é subordinado ao povo. (independente da forma de governo)
·12 Para o mesmo, toda vez que o governo, em qualquer de suas formas, se eleva
como poder soberano acima do povo, ele degenera.
·20 Embora o termo da igualdade dos homens antes e depois do contrato se mantenha
o mesmo, o seu escopo e situação são totalmente distintos.
·21 Para Rousseau, mesmo havendo um direito natural, ele se revela e se resolve na
lei civil, na convenção humana a partir do contrato social.
·22 O modelo de direito natural de Rousseau, ao contrário dos demais modernos, não
é estático, é dinâmico: o justo é uma mudança dos homens, transformando seu
individualismo e seu amor-próprio em solidariedade.
·27 Contrastando, pois, com os demais filósofos modernos, Rousseau está no limite
entre a visão jurídica burguesa e a crítica contemporânea, que de algum modo
antecipa.
·29 Kant estará, em toda a sua trajetória intelectual, de algum modo ligado aos temas
fundamentais de certa consideração moral cristã.
A razão pura
·32 A construção do modelo filosófico kantiano não é nem empirista nem racionalista.
·33 idealismo alemão (Trata-se de uma relação superior entre realidade e razão.)
·34 o que se conhece das coisas, com a percepção, é só ofenômeno que tais coisas
representam para o sujeito do conhecimento. Fenômeno, nessa acepção kantiana,
quer dizer daquilo que se apresenta da coisa para os sentidos do sujeito do
conhecimento.
·35 Para Kant, não conhecemos, por meio das experiências, as coisas em si,
diretamente.
·36 Kant firmava posição numa teoria do conhecimento que, embora reconhecendo
pontes entre sujeito e objeto, dá mais ênfase ao sujeito que ao objeto.
·37 Para que o sujeito possa ver os fenômenos, é preciso que ele se valha de estruturas
que lhe deem suporte para captar tal manifestação.
A razão prática
·43 A razão pura, para Kant, trata do conhecimento dos fenômenos, das condições de
possibilidade do entendimento. Mas, para o direito, mais importante que a razão
pura, será a razão prática.
·44 A teoria kantiana sobre a justiça e a injustiça, sobre o bem e o mal, sobre o belo,
sobre o correto, as virtudes, enfim, sobre tudo que envolve o mundo dos valores,
da vida prática, das considerações para a ação e o julgamento humano, essa teoria
em Kant faz-se com base na razão prática, cujo núcleo residirá nos imperativos
categóricos.
·45 A razão prática é o campo filosófico no qual Kant constrói sua teoria a respeito da
valoração ética, moral, jurídica, estética, política.
·46 Segundo Kant, para estruturar a razão prática é preciso distinguir entre dever e
moralidade.
·47 Agir conforme o dever é empreender as ações que sigam os trâmites de uma
determinada legalidade. Mas seguir o dever não significa, necessariamente, o
cumprimento da moralidade. A moralidade não é apenas o cumprimento do dever.
É mais: trata-se de uma predisposição a cumprir o dever sem nenhum outro
fundamento que não apenas o próprio querer.
·48 O fundamento último que leva à moralidade será apenas uma boa vontade. A
mesma é elevada como eixo instituidor da moralidade kantiana
·49 Para Kant, a boa vontade é boa não porque leve à felicidade, nem porque atinja
um fim desejado por Deus, mas apenas por si própria.
O imperativo categórico
·51 O imperativo categórico é não apenas um saber que orienta a moral, mas uma
diretiva que tem em vista a ação.
·52 O imperativo categórico não é uma orientação moral que busca um certo fim. Ele
não se apresenta como ferramenta para alcançar um determinado objetivo.
·55 Para Kant, sendo o universal o lastro do racional, à medida que a razão se põe a
priori e para todos, somente as ações ou as máximas que puderem
seruniversalizadas poderão ser consideradas como justas e boas.
·56 "Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela
se torne lei universal"
·57 O imperativo categórico revela-se como máxima universal.
·60 É apenas a vontade boa, isto é, meramente um querer, o que faz com que os
interesses individuais sejam superados em favor de um padrão universal de
medida, valoração e ação da moralidade.
Direito e moralidade
·61 Para Kant, o direito se distingue da moral porque esta última busca uma espécie
de prática da lei por si mesma, tendo seu âmago na vontade interna do sujeito,
enquanto o direito se impõe como uma ação exterior, concretizando-se no seu
cumprimento, ainda que as razões do sujeito não sejam morais. Embora tal
distinção, há, no entanto, um núcleo comum ao direito e à moralidade. Para Kant,
a forma do direito é semelhante à forma da moralidade.
·62 Para Kant, os princípios que regem racionalmente o direito são hauridos da
mesma fonte lógica daqueles que regem a moral.
·64 Para Kant, o direito natural não é o da natureza. Como os demais burgueses
modernos, para ele o direito natural é da razão, extraído como possibilidade do
pensamento do sujeito.
·65 Para Kant, o direito justo não é aquele que visa ao bem comum. Não é aquele que
se orienta para corrigir as desigualdades sociais, e tampouco para amparar os mais
frágeis na sua relação com os mais fortes. Apenas a forma da relação entre livres e
iguais é o que importa.
·68 Ao campo do direito, a legislação tem por motivo não a moralidade em si mesma,
mas um princípio externo.
·69 Assim sendo, a relação entre o direito e a moralidade, para Kant, é estreita e
complementar, para o que isso aponte de mais frágil na própria moralidade, que
não consegue se assentar como campo fundamental da sociabilidade, e também no
próprio direito, que está preso aos ditames da moralidade individualista burguesa.
O contratualismo kantiano
·70 Todo o projeto jusfilosófico kantiano se funda numa ideia contratualista muito
própria, sem a qual o sistema jurídico não se completa em sua racionalidade.
·71 Sua teoria não pressupõe o contrato social como realidade histórica. Não se o há
de buscar em algum evento concreto do passado. Pelo contrário, o contrato social
é uma necessidade do pensamento, tendo em vista que o Estado de direito se
funda nesse nível de racionalidade que pressupõe o resguardo institucional da
liberdade dos indivíduos em convívio.
·72 Para Kant, não há um estado de natureza como um fato. Ele também é uma ideia.
·73 Para Kant, somente numa forma republicana se alcança uma soberania da
organização social e política tal que a liberdade seja garantida. Por isso, o
despotismo, embora se organize a partir de um Estado, não é artífice suficiente do
Estado de direito.
·74 Para Kant, peculiarmente, o Estado de direito garante apenas a justiça para todos,
não o bem-estar dos seus cidadãos.
·75 Numa posição altamente liberal, os indivíduos, por si próprios, são responsáveis
pela sua felicidade. O Estado apenas garante as possibilidades da liberdade dos
indivíduos, por isso sua função é assegurar, nas palavras de Kant, apenas a justiça.
·76 Para Kant, o fundamento do direito reside primeiro no direito privado, e só depois
no direito público.
·77 Numa posição muito mais conservadora que a maioria dos iluministas – tomando-
se, por exemplo, o pensamento de Rousseau –, Kant erige a garantia da
propriedade privada como um inabalável direito da razão, um direito natural.
·80 Sua abominável distinção entre cidadãos ativos e passivos – que segrega o
trabalhador e a mulher – revela o quanto sua filosofia política e do direito não
representa um marco de rompimento, mas sim de conservação do já dado.
·81 Para Kant, ainda que o soberano seja um tirano, injusto, não há um direito de
resistência do povo, que deve se conformar à condição jurídica dada, sem postular
uma revolução.
·82 Tal visão kantiana revela, no campo da política, a extensão necessária de seu
conservadorismo jurídico.
·84 Estados antigos - não existe separação entre dominio econômico e dominio
politico // Capitalismo - existe a separação entre os dois
·93 Para que possam contratar, osindivíduos são tomados, juridicamente, como
sujeitos de direito.
·95 Com isso, quer-se dizer que as formas sociaisnão são preexistentes a
quaisquer relações, como se fossemcategorias do pensamento.
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