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A HERMENÊUTICA NEOPENTECOSTAL
E O INDIVIDUALISMO
Extraído do doc umen to da Igreja Cristã Reformada sobre “Renovação Caris m á tica”.

E m nosso est u do já temos destacado nosso apreço pela freq ü en te e


reiterada ênfase sobre a Bíblia q u e h á n a liter a t u r a neopen tecostal. O
neopen tecostal testifica q u e a experiência do “batis mo do Espírito
Sa n to” o estimula a um a volta à Bíblia, a s u b mergir- se nela, a lê-la,
apren der, m a rcar e digerir in terior men te a Bíblia. Para os
neopen tecostais a Bíblia é um livro apaixon a n te. Por is to, a igreja deve
estar muito agradecida. E n treta n to, q u a n do algu ém exa min a como se
u tiliza a Bíblia en tre os neopen tecostais, t alvez se sin t a um t a n to
fr u s-trado em se u en t u sias mo pela in sis tência sobre a necessidade e
im portâ ncia da Bíblia. A interpretação neopen tecostal de seções
específicas da Bíblia, freq ü en temen te, refletem um a leit u r a de
in terpretação privada e in divid u alis t a. Um a boa ilu s tração da técnica de
in terpretação bíblica encon trada en tre os neopen tecostais se encon tra
em The Holy Spirit and You (O Espírito Sa n to e Você – Painfield, New
J ersey, Logos In ter n a tion al, 1971 , Pg. 199).

“Porta n to, dediq u e parte do tem po para ler a Bíblia n a expectativa de


q u e o Espírito San to fale a você através das s u as págin as. Q u a n do
fizer is to, prepare- se para ter um a s u rpreen den te com preen são e
algum as in terpretações inesperadas! O Espírito Sa n to pode u sar as
Escrit u ras de for m a muito livre e alegórica, q u a n do assim lhe aprouver.
Pode ser q u e veja um detalhe de descrição do tem plo, ou um detalhe em
um pon to inesperado de um a longa lis t a de nomes, e de pron to terão
para ti um a significação espirit u al. Q u a n do for dizer algo a ou tra
pessoa, pode ocorrer de te olh a rem sem com preen der, m as n ão se
desalen te por isso. Essa parte era par a você! O Rev. J . A. Dennis, de
Au s tin , Texas, con t a em se u testemunho como foi c u rado ao apegar- se
a um a promessa q u e aparece u para ele n as Escrit u ras. Estava sofren do
de moléstias estom acais, e o Espírito Sa n to lhe mostrou o texto: “E u
tir a rei do meio de ti toda enfer midade” (Ex. 23:25). “Is to é para mim!”,
disse J . A. Dennis. “No meio de mim, em me u estôm ago, sin to a
enfer midade. De u s a tir a r á”. E De u s lhe c u rou com pleta men te, tir a n do-
lhe o m al. Depois o Rev. Dennis con tou o ocorrido a um er u dito bem
preparado n a Bíblia, q u e riu e disse: “Mas n ão é isso o q u e significa o
versíc ulo!” J . A. Dennis foi c u rado, mes mo assim, porq u e o Espírito
Sa n to disse: “Is to é o q u e eu q u ero q u e is to signifiq u e para ti, para
edificar-te n a fé”. Este tipo de in spiração é para benção, n ão para
dou trin a.

J .A. Dennis, len do assim Êxodo 23:25 , reflete um a her menê u tica em
q u e a ilumin ação privada e imediata do Espírito Sa n to é o ( ú nico)

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elemen to im porta n te n a leit u r a da Bíblia. Q u a n do algu ém atrib ui a


com preen são de um a passagem bíblica à ilumin ação privada, imediata
(sem levar em con t a a clara intenção das palavras bíblicas do con texto)
do Espírito Sa n to, n ão se pode por em d úvidas a a u ten ticidade,
a u tori- dade e validade desta in terpretação, um a vez q u e, pelo pon to de
vista neopen tecostal, ten t a r por em d úvida a validade desta for m a de
leit u r a im plica em um a oposição ao Espírito Sa n to.

Q u a n do escrevemos acerca da “ilumin ação imediata do Espírito Sa n to”,


assin ala mos q u e n a liter a t u r a neopen tecostal q u e temos investigado, as
palavras, frases e orações da Bíblia servem como prop ulsores q u e
precipita m um encon tro direto en tre De u s e o indivíd uo. Este encon tro
De u s - homem n ão ocorre isolado da Bíblia, m as a Bíblia fu ncion a de
for m a muito limitada neste encon tro. A Bíblia serve como in s tr um en to,
por meio do u so da q u al algu ém experimen t a a De u s mes mo em for m a
direta. De u s fala direta men te ao in divíd uo. Ele in s tr ui o in divíd uo; a si
mes mo se mostra ao in divíd uo.

Historica men te a comunidade refor m ada tem rep u diado a possibilidade


de um encon tro direto com De u s . A comunidade refor m ada tem
confessado q u e encon tra mos a De u s somen te n as obras de De u s em
nosso mun do e a nosso favor (s u as obras de criação, providência e
redenção). Reconhecemos e confessa mos a De u s , o Criador Reden tor,
no q u e Calvino virá ch a m a r de “sin ais de s u a presença”. A Bíblia é
in dispen sável neste reconhecimen to e confissão. A Bíblia é a nor m a à
q u e deve confor m a r- se toda experiência. Como comunidade olh a mos o
nosso mun do por meio dos len tes da Bíblia. Q u a n do assim o fazemos,
reconhecemos e confessa mos a De u s , o Reden tor Criador, como a t uou e
a t u a no u niverso nosso favor. Este reconhecimen to e confissão n ão são
a tos a u tônomos. São a tos iniciados e precipitados pelo Espírito de
De u s . Assim, como o Espírito guia à igreja n a interpretação da Bíblia,
ele opera por meio do con tido n a Bíblia e em confor midade com ela; ele
n ão a t u a fora do m a rco do con tido da Bíblia. E n ten demos q u e esta é a
ênfase de J oão 14:26; 15:26 , 27; 16:12 - 15 .

Ain da m ais, n a liter a t u r a q u e temos investigado, a experiência


neopen tecostal de De u s mes mo, q u e disse ser efet u ada pelo Espírito
Sa n to, por meio das palavras, frases e orações da Bíblia, ocorre no
con tín uo espaço-tem po, m as é diferente e distinta de um a experiência
histórica. È um a experiência “espirit u al”. Neste con texto, julga mos q u e
a expressão “espirit u al” tem a fu nção de a n títese ao “físico”, àq u ele q u e
pertence à vida n as esferas físicas e c ult u r ais deste mun do. É um a
experiência “direta” de “ou tro mun do”, de um a “esfera diferen te”. Esta
experiência é efet uada pelo Espírito por meio de palavras, frases e
orações da Bíblia, m as o con texto da experiência n ão é necessaria men te
con trolado pelo con te ú do daq u elas palavras, frases e orações no sen tido
q u e pode ded uzir- se por meio da exegese histórico-gra m a tical da Bíblia.

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Q u a n do a in terpretação q u e algu ém faz da Bíblia é atrib uída à


ilumin ação privada e imediata do Espírito Sa n to, n ão fica critério algum
disponível à comu nidade cristã para avaliar a interpretação.
Con seq ü en temen te, a con d u ta cristã q u e este tipo de in terpretação da
Bíblia estimula é um a con d u t a privada, in divid u alis t a. (Nos limita mos
neste pon to à con d u t a cristã porq u e essa é a limitação q u e os Bennett
põe nesta for m a de leit u r a ou in terpretação da Bíblia: “Este tipo de
in spiração é para benção, n ão para dou trin a”).

Exorta mos a nossos ir m ãos e ir m ãs neopen tecostais a serem sen síveis


aos perigos envolvidos no a to de atrib uir à ilumin a-ção imediata e
privada do Espírito Sa n to a in terpretação q u e algum in divíd uo faz de
um a passagem específica da Bíblia. Este tipo de in terpretação bíblica
põe em perigo o caráter corporativo da igreja cristã em q u e um Espírito
opera em todos os mem bros do orga nis mo da igreja para proveito do
corpo de Cristo. Pa ulo nos disse q u e “vós (plu r al) sois corpo (singular)
de Cristo; e, in divid u almen te, mem bros desse corpo” (1 Co. 2: 27) .

Q u estion a mos t a m bém a a n álise q u e os Bennett fazem do caso de J . A.


Dennis. Este caso con tém evidência q u e é adeq uada para in dicar q u e a
din â mica operativa n a in terpretação da Bíblia é sem pre com pleta. As
circ u n s t â ncias em q u e se encon trava J . A. Dennis con dicion a r a m s u a
in terpretação da Bíblia. Is to é o q u e o a migo de J . A. Dennis, “er u dito
bíblico com boa preparação”, tra tou de fazê-lo en ten der. A interpretação
de J . A. Dennis n ão foi um a to imediato do Espírito Sa n to. Foi um a to
mediato. Ain da m ais, foi um a to privado, in divid u alis t a de J . A. Dennis.
Esteve de t al modo con dicion ado pelas circ u n s t â ncias, q u e extraiu um
texto da Bíblia de se u con texto lingüístico e histórico. Logo foi
in terpolado no m a rco de s u a vida. J . A. Dennis, recorda mos a nossos
ir m ãos neopen tecostais, é mem bro da comunidade cristã. Como tal,
participa de um Espírito, o Espírito de Cristo, q u e é dado a cada um
in divid u almen te como De u s q u er. No en t a n to, o Espírito reparte a cada
mem bro da comunidade cristã com o propósito de alca nçar o bem
comum (1 Co. 12).

Não encon tra mos evidência n a Bíblia q u e per mita a conclu são de q u e
h á dois tipos de a tividades do Espírito Sa n to n a igreja cristã: um a q u e
está dirigida à benção do in divíd uo isolado da comunidade de Cristo, e
um a segu n da q u e opera no in divíd uo, m as q u e está dirigida ao bem
estar de toda a comunidade de Cristo.

Os Bennett acon selh a m aos cristãos q u e dedica m parte do tem po à


leit u r a da Bíblia espera n do q u e o Espírito Sa n to lhes fale das s u as
págin as. Nesta técnica de interpretação bíblica, o cristão n ão u sa
ferra men tas para discer nir o significado da Bíblia, para interpretá-la. O
cristão está passivo. É um a táb ula sobre a q u al Espírito Sa n to, pelo
veíc ulo das palavras da Bíblia, escreve a men sagem privada,
in divid u alis t a de De u s para ele n as circ u n s t â ncias do momen to. Essa
men sagem pode coincidir com o sen tido das palavras bíblicas, ou pode

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diferir do sen tido das palavras bíblicas. Q u eremos assin alar q u e este
modo de in terpretação bíblica s u põe um modo a tomizado da igreja de
Cristo, no q u al cada in divíd uo está só e ime- diata men te n a presença de
De u s .

Adem ais, q u eremos fazer d u as pergu n tas ao respeito.

1. . Ain da q u e este modo de leit u r a bíblica pareça enfatizar gra n- demen


te o papel de De u s n a ilumin ação e direção dos cristãos, n ão faz
ele violência ao q u adro bíblico do homem, como parte do pacto de
Deu s , q u e é sem pre respon sável pera n te De u s por s u a fé e con- d u t
a? O q u adro bíblico do homem é algo em q u e o homem n ão está
isolado dos fa tores históricos, políticos, sociais e econômicos q u e
opera m em se u meio. De u s n ão lhe fala isolada men te destas coisas.
Além disso, os processos do pen sa men to do homem n
ão são ignorados no q u adro bíblico da época do pacto en tre De u s e o
homem (por exemplo, q u a n do Adão põe nome aos a nim ais). Estes
processos t a m bém são obra de De u s . A her menê u tica neopen tecostal
faz violência à obra de De u s . Não hon r a a De u s t a n to como a primeira
vista parece q u e o faz.

2. . Não viola este modo de in terpretação bíblica a a tividade me- diata


de De u s n a revelação e n a prod u ção da Bíblia, a Palavra escrita de
De u s? Podemos for mular esta pergu n t a de ou tra for m a: Não viola este
modo de in terpretação bíblica o modo q u e tem
operado n a comunidade refor m ada, sob os nomes de
“revelação histórica” e “in spiração orgâ nica”?

E m nenh um a liter a t u r a neopen tecostal, a ilumin ação privada, imediata


do Espírito é afir m ada de um modo t ão crasso, q u e parece assim t ão
con trovertida, como a encon trada no livro de Rita e Dennis Bennett.
E n treta n to, deve- se pergu n t a r se a perspectiva declarada q u e grassa
difere de for m a signi-ficativa da perspectiva em operação no livro dos
Bennett. Walter Hollenweger (Los pen tecostais, Pg. 298) nos
proporcion a um a ilu s tração q u e se encon tra no m a n u al da União do
Pleno Eva ngelho.

De u s n ão se está confin ado à palavra escrita. Ele fala direta men te do


jeito q u e a Bíblia clara men te en sin a q u e o fez no passado. Ele n ão
dirige a ningu ém em sen tido con trá rio às nor- m as de ju s tiça en sin adas
n a Bíblia, m as em s u a orien t ação direta sem pre dá a conhecer s u a
von tade a um a pessoa de um a for m a com pleta men te alheia à q u alq u er
declaração escrita de escrit u r a conhecida para a pessoa.

Res umimos os problem as envolvidos n a posição s u s ten tada nesta


citação.

1. . Essa citação ignora a diferença en tre o caráter prim á rio e nor- m a


tivo da Bíblia e o caráter sec u n dário, s u bordin ado a todos os
dem ais con textos históricos.

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2. . E m se conceden do validade à posição s u s ten tada nessa


citação, ficar- se-ia sem critério para declarar q u e De u s n ão dirige
algu ém de for m a con trá ria às nor m as de ju s tiça en sin adas n a Bíblia.

3. . Se, igu almen te, concede- se validade à posição s u s ten tada


nessa citação, como pode algu ém confessar q u e a Bíblia é nossa ú nica
regra infalível de fé e prática?

Reconhecemos q u e h á cristãos, incluin do os da Igreja Cristã Refor m ada,


q u e freq ü en temen te fala m de ler a Bíblia “devocion almen te”. É difícil
afir m a r o q u e s ugere este ter mo. Espera mos q u e esta expressão n ão
tenh a o propósito de s ugerir q u e a r azão n ão funcione n a leit u r a da
Bíblia. Ain da m ais, espera mos q u e a expressão n ão s ugere q u e o
significado de um a parte específica da Bíblia obtida em “leit u ra
devocion al”, difere do sen tido do mes m a passagem q u a n do discer nida
por meio do u so das ferra men tas lingüísticas e históricas q u e a
comunidade cristã tem forjado através dos séc ulos .

Desde logo, reconhecemos q u e em nossa leit u r a in divid u al corporativa


da Bíblia ou n a in terpretação dela, podemos ler um a porção específica
da Bíblia dez, ou a té cem vezes, sem que essa passagem nos “fale”. E m
diversas e mu t áveis circ u n s t â ncias de um momen to em partic ular, no
en t a n to, aq u ela palavra respla n dece como sol respla n decen te.
Descortin a- se um novo mun do. O q u e parecia ser um a palavra morta
ga nh a vida, e gera vida. Este fenômeno é com pleta men te diferen te do
q u e os Bennett descrevem. Este fenômeno pode ser res ultado, em parte
do u so de novas luzes lingüísticas ou históricas. Pode ser, em parte, o
res ultado de um novo con texto histórico q u e é a n álogo ao do a u tor
bíblico. E m parte, pode ser o res ultado da leit u r a da passagem bíblica
sem algum as das lu pas de in terpretação q u e se tem aderido ao texto
historica men te as q u ais tem tirado todo o se u brilho.

Adem ais, reconhecemos q u e um a passagem bíblica específica n as


circ u n s t â ncias a t u ais pode ser um sol respla n decen te para um a pessoa,
m as pode falh a r em s u a intenção de comunicar a significação desta
passagem a ou tra pessoa ou gr u po de pessoas. A mes m a palavra q u e
trouxe um a men sagem poderosa em s u a circ u n s t a ncia pode n ão ser
um a men sagem a ou tro em ou tras circ u n s t â ncias. O ou tro pode dar
graças a De u s por esta evidência da a tividade de De u s , m as a
passagem bíblica específica, esta vez, pode n ão tocá-lo. Este fenômeno
t a m bém é muito diferen te do descrito pelos Bennett. Este fenômeno n ão
depen de da ignorâ ncia das ferra men tas lingüísticas e históricas forjadas
historica men te pela comunidade cristã. Por um a parte, este fenômeno
in dica q u e a in terpretação bíblica está em parte c ult u r almen te
con dicion ada. Por ou tra parte, este fenômeno in dica q u e a in terpretação
bíblica envolve um a dimen são q u e pode ser reconhecida e confessada,
m as q u e n ão ad mite descrição r acion al ou definição - o q u e a

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comunidade refor m ada denomin a “testemunho in terior do Espírito


Sa n to”.

A comunidade refor m ada historica men te tem enfatizado a necessidade e


im portâ ncia de u sar ferra men tas n a in terpretação da Bíblia. Est as
ferra men tas são propriedade comum da comunidade cristã, estão ao
alca nce de todo mem bro da comunidade cristã, n a medida em q u e a
Bíblia tem s u a fu nção n a comunidade. A comunidade cristã forjou
estas ferra men tas. Confessa mos q u e o Espírito de De u s operou n a
comunidade cristã, a medida q u e estas ferra men tas estava m sen do
desenvolvidas. Não devemos con siderar q u e estas ferra men tas são um a
p u r a prod u ção h um a n a, q u e fora m forjadas de for m a isolada da
presença a tiva con tín u a e fiel de De u s en tre os homen s como Senhor.
As ferra men tas são da lingüística e as do historiador. São o dom de
De u s para a comunidade cristã e para o cristão in divid u al. Com isto
n ão q u eremos in d uzir q u e todo cren te deve ser lingüista ou historiador.
Q u eremos enfatizar q u e in terpreta mos a Bíblia sem pre n a comunidade
cristã q u e é for m ada e moldada pela a tividade do Espírito, q u e a tu a
mediata men te n a comunidade cristã pelo veíc ulo destas ferra men tas
lingüísticas e históricas.

Ao avaliar um a in terpretação partic ular de um a passagem bíblica


específica, devemos levar em con sideração as ferra men tas q u e o homem
u sa e a for m a com q u e as u sa. Não se u sa ferra men tas no vazio. O
con texto, a perspectiva den tro da q u al a t u a um in divíd uo, influi
significativa men te n a for m a com q u e se u sa ferra men tas, e, o q u e se
prod uz com elas. Adem ais, a perspectiva den tro da q u al a t u a, n ão
res ulta de um a relação imediata en tre o in divíd uo e o De u s Trino, a
q u al é realizada e m a n tida por meio da Bíblia. De u s u sa a comunidade
de fé, com s u a tradição de leit u r a bíblica ou in terpretação para influir e
for m a r o in divíd uo. O in divíd uo fu ncion a den tro da comunidade de fé.
De u s t a m bém u sa o in divíd uo for m ado e moldado para en riq u ecer e
influir n a comunidade de fé. Não q u eremos elimin a r o Espírito Sa n to
neste processo. Ele opera n a comunidade da fé e no in divíd uo como
mem bro da comunidade da fé para dirigir a toda a comunidade n a
verdade. O q u e esta mos s ugerin do é q u e a in terpretação bíblica é um
a to muito m ais com plexo q u e o q u e nossos ir m ãos e ir m ãs
neopen tecostais s u põem.

E m conversação com ou tra pessoa a respeito da in terpretação bíblica,


devemos trabalh a r de for m a clara e c uidadosa com a perspectiva den tro
da q u al opera mos as ferra men tas q u e u sa mos. A comunicação se
in terrom pe q u a n do n ão fazemos is to. Começa mos a falar d u as língu as
distin tas. “Vivemos em mun dos diferen tes”. Algum as ilu s trações
tom adas do livro de Bennett podem aclarar este pon to. (Usa mos o livro
dos Bennett devido a s u a im portâ ncia histórica no s u rgimen to do
neopen tecostalis mo, e por q u e são represen t a n tes moderados do
movimen to).

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“Não podes encon tra r a Deu s t a tea n do?”, pergu n t a a Escrit u r a, e a


resposta é: “Não, pela b u sca in telect u al e filosófica ja m ais poderás
encon tra r a De u s”. Só podes, se b u scares a De u s por te u “coração”, is to
é, por t u a fome in terior de encon tra r-te com ele, o De u s pessoal, n ão
um conju n to de princípios abstratos. A gen te disse: “Estou b u sca n do a
verdade”, m as J es u s disse: “E u sou a Verdade” (pgs. 43 , 44).

Podemos distinguir um fa tor envolvido n a perspectiva dos Bennett q u e


im plica, pelo menos, em disc u ssão: a saber, o rol nor m a tivo da
experiência. A experiência é, no mínimo, um a fon te e fu n da men to do
“conhecimen to de De u s” para os Bennett. Adem ais, o lugar nor- m a tivo
da experiência é a “vida in terior”. Os Bennett, t a m bém, no melhor dos
casos, minimiza m, ou , elimin a m, o papel da men te do homem n a
“experiência in terior”.

Na Bíblia, como em todo o a n tigo Orien te Médio, o “coração” é um


sím bolo q u e denota o homem em s u a totalidade. E m con seq ü ência,
objeta mos o u so q u e os Bennett fazem do ter mo “coração”. O
descobrimen to de De u s , o conhecimen to de De u s q u e os Bennett
disc u tem, n ão é algo q u e pode ser a rtic ulado ou verbalizado clara men te.
An tes, è um a com preen são imediata, um a in t uitiva captação de De u s .
Esta in sis tência sobre o caráter nor m a tivo da experiência pessoal, s u rge
em parte da posição de fé partic ular, in divid u al q u e é comum en tre os
neopen tecostais. Como chega o neopen tecostal a esta posição de fé
partic ular, in divid u alis t a? Lê ou in terpreta as Escrit u ras de uma
pers- pectiva in divid u alis t a. A perspectiva com q u e opera influi em s u a
in ter- pretação da Bíblia. S u a in terpretação da Bíblia, por s u a vez,
fortalece s u a posição in divid u alis t a. Adem ais, cremos q u e a posição de
fé in di-vid u alis t a do neopen tecostal com promete a visão de pacto da
Bíblia, a q u al tem sido discer nida pela comunidade refor m ada, e q u e
tem sido um fa tor im porta n te n a in terpretação bíblica n a comunidade
refor m ada.

Con sideremos ou tro exem plo q u e tem q u e ver explicita men te com u n a
leit u r a partic ular de um a passagem específico da Bíblia: Atos 9 , que
apresen t a a conversão de Pa ulo:

Ain da q u e a Escrit u r a n ão assin ala, neste lugar, q u e Pa ulo tenh a falado


em língu as, sabemos q u e sim pelo q u e escreve u em 1 Corín tios 14:19 .
“Do u graças a De u s porq u e falo em língu as m ais do q u e todos vós”(pg.
32).

A técnica de in terpretação bíblica q u e está em u so aq ui pode ser


expressada em for m a de silogis mo:

1. . o falar em língu as for m a parte de um padrão de certas sit u ações


no Novo Testa men to q u e são similares a esta.

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2. . E m con seq ü ência, o falar em língu as poderia e deveria ter


ocorrido nesta sit u ação.

3. . Logo, nesta sit u ação, falou- se em língu as.

E m vista do m al- u so q u e se fez desta téc nica n a igreja cristã d u r a n te o


período medieval, confia mos em q u e seja um a técnica q u e os Bennett
n ão u sara m con scien temen te.

Nesta citação se baralh a m textos da Bíblia como se foi sem peças


in terca m biáveis, um mosaico. Um a posição prévia de com promisso
fren te ao papel das língu as gover n a a in terpretação do texto. Adem ais,
todos os textos estão im pressos com a mes m a tin t a. a men sagem
específica de um deter min ado texto é citado livremen te. Faz o texto
dizer o q u e n ão disse e n ão podia dizer. Nesta ilu s tração, a a u toridade
da Bíblia opera de um a m a neira q u e é dissociada do texto da Bíblia.
Está em opera-ção um reconhecimen to for m al da a u toridade e
nor m a tividade da Bíblia, m as esse reconhecimen to n ão depen de do
texto da Bíblia. De on de se origin a este tipo de a u toridade? S ugerimos
q u e um a tradição partic ular da comunidade cristã é a fon te deste
conceito de a u toridade, n ão o texto mes mo. O baralh a r de textos
encon trado nesta ilu s tração é um exem plo, inciden temen te, das
distorções q u e podem res ultar q u a n do se ab u sa de um bom principio
refor m ado de in terpretação bíblica: A Escrit u r a in terpreta as Escrit u ras,
a a n alogia da Escrit u r a.

Os neopen tecostais in sis tem em q u e a Bíblia com freq ü ência fu ncion a


como a resposta a se u s problem as privados n as circ u n s t â ncias do
mo- men to. Esta in sis tência res ulta freq ü en temen te no atropelo de parte
dos neopen tecostais à n a t u reza liter á ria da Bíblia. Esta sorte de
in terpretação bíblica converte as palavras da Bíblia em in dicações do
Espírito pelas q u ais proporcion a um a men sagem privada, imediato e
concreta de De u s a um homem específico q u e resolve um problem a
es- pecífico e imediato do presen te desse homem. Esta for m a de leit u r a e
in terpretação bíblica nega o caráter de história da redenção da Bíblia.

A edição de julho- agosto de 1972 de Logos, conhecido periódico


pen te-costal, con tém um a rtigo escrito por J im Ha n dyside q u e leva por
tít ulo: “O Espírito Sa n to vem a Clydeba n k”. Neste artigo, o Sr.
Ha n dyside descreve o processo media n te o q u al De u s in dico u s u a
aprovação do in ten to de Ha n dyside de obter um novo lugar de re u nião
para se u congregação.

Vimos q u e era tem po de confiar em De u s para um lugar de re u nião


m ais adeq u ado, on de p u déssemos nos re u nir para adorar de um a for m a
design ada biblica men te. Ora n do e b u sca n do a De u s longa e
fervorosa men te, li a promessa de 2 Samuel 7: “Pois t u ó Senhor dos
Exércitos,

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De u s de Is r ael, fizeste ao servo esta revelação, dizen do: Edificar-te-ei


casa”. Poderia essa promessa dada a Davi a n tiga men te ser a resposta
de De u s para mim, cen ten as de a nos depois? Q u a n do conversei a
respeito com minh a esposa, ela confir mou o q u e o Senhor lhe h avia
falado muito clara men te, um a no a n t es, por meio do mes mo versíc ulo, e
com im pressão divin a t ão gra n de q u e ela o havia m a rcado em se u
Bíblia em essa oport u nidade. Mas, por q u e h averia ele de edificar- nos
casa? (pg. 39).

Não é necessário ser especializado em est u dos bíblicos para notar que
h á um jogo de palavras com “casa” em 2 Sa muel 7 . Davi q u eria edi-ficar
um a casa para De u s , m as De u s , em vez disso, promete u-lhe q u e
edificaria s u a “casa” ou a dinastia de Davi. De us reservaria o trono de
Is r ael para a fa mília de Davi. A linh agem de Davi con s tit ui a casa que
De u s lhe edificaria, n ão um a casa de tijolos e concreto.

Os Bennett escrevem q u e este tipo de in spiração é para benção. Não


para dou trin a. Este tipo de in terpretação bíblica é para o cristão como
in divíd uo q u a n do lê e in terpreta a Bíblia privada men te, q u a n do De u s
lhe fala por meio da Bíblia em relação às circu n s t â ncias em q u e se
encon tra.

Ineren te a este u so privado da Bíblia está sempre a possibilidade de


q u e influ a n a captação do “en sin a men to” da Bíblia. A separata Ágape
Power (Poder Ágape) da edição de Logos para julho- agosto de 1972 ,
con tem um a rtigo de Kat h ryn Ku hlm a m en tit ulado “A Palavra de De u s
tem a resposta”.

Este a rtigo ilu s tra q u e a leit u r a ou in terpretação bíblica privada,


in divid u alis t a, q u e se s u põe é prod u to da a tividade imediata do Espírito
Sa n to, pode trasladar- se facilmen te da zon a da con d u t a privada à da
“dou trin a”. Ora, t al “dou trin a” é r uim. Não está s ujeita à avaliação
crítica da comunidade cristã, está em conflito com a in terpretação
bíblica histórica da comunidade cristã. Esta “dou trin a” ignora a q u estão
her menê u tica sobre a influ ência do meio a m bien te sobre o significado
ou con te ú do das palavras, declarações, e método de n arrar uma
história e de descrever acon tecimen tos.

De u s é somen te um Espírito ou tem um corpo?

Creio q u e temos evidência bíblica de q u e De u s tem corpo. Você e e u


fomos feitos à im agem e semelh a nça de nosso gra n de Criador. Aprecio
saber q u e q u a n do olho para cim a, para o me u Pai celestial n ão estou
fala n do só a um Espírito. Estou conversa n do com me u Pai Celestial q u e
tem um corpo. Q u er m ais provas bíblicas? Lem bra- se q u e Moisés e
De u s era m muito ín timos. Um dia Moisés fez um a petição a Deu s .
Disse: “Rogo-te q u e me mostres t u a glória”. De u s lhe respon de u: “Farei
passar toda a minh a bon dade dia n te de ti, e te procla m a rei o nome do
Senhor, ... Q u a n do passar a minh a glória, e u te porei num a fen da da

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penh a, e com a m ão te cobrirei, a té q u e e u tenh a passado. Depois, em


tir a n do em a m ão, t u me verás pelas costas, m as a face n ão se verá”
(Ex. 33:18- 23). Porta n to, De u s , ao falar de si mes mo, fala de se u rosto e
s u as m a nos; e Moisés lhe viu as costas do corpo de De u s . De u s é m ais
q u e Espírito; De u s tem corpo.

Esta leit u r a ou in terpretação de Êxodo 33:18- 23 isola um a passagem do


con texto de toda a Bíblia. Nesta in terpretação toda a lingu agem q u e se
u sa n a Bíblia se põe em um mes mo pla no. A lingu agem “direta”,
idên tica à u sada q u a n do se afir m a “hoje é segu n da-feira” ou “agora são
um a hora da m a nh ã”. Esta in terpretação ignora os m a tizes da
lingu agem q u e se fazem visíveis q u a n do algu ém con sidera for mas
liter á rias em q u e uma peça liter á ria em partic ular é apresen tada e o
con texto histórico den tro do q u al foi escrita um a peça de liter a t u r a em
partic ular. Adem ais, esta in terpretação ignora a for m a em q u e
historica men te a igreja tem tra tado os ch a m ados a n tropomorfis mo e
opta por um a interpretação q u e a igreja cristã tem rech açado
u nifor m emen te. Esta in terpretação con sidera q u e a lingu agem u sada n a
Bíblia acerca de De u s são descrições diretas, lingu agem infor m a tiva.
Através da história, a igreja cristã tem rech açado u n a nim emen te esta
posição.

O neopen tecostalis mo rec u sa q u alq u er esforço de “est u dar” a Bíblia


com as ferra men tas lingüísticas e históricas q u e tem sido desenvolvidas
n a igreja. Estas, s u põe eles, dão um sabor de infidelidade a Bíblia.
In dica m pou co desejo de s u b meter- se corporativa e in divid u almen te a
Palavra de De u s . Walter J . Hollenweger (Lo s Pen tecostais, Pe. 298)
afir m a q u e en tre os pen tecostais um todavia encon tra o pon to de vista
de q u e a Palavra de De u s n ão se en sin a n a igreja para disc u tir a, m as
para obedecera. Nós nega mos q u e estas dos coisas seja m con sideradas
como alter n a tivas. Todo est u do da Bíblia n a comunidade cristã tem
como se u objetivo chegar ao fiel discip ulado. O u so de as ferra men tas
da história e a lingüística no est u do da Bíblia es fin almen te com o
propósito de discip ulado. A eru dição é posta ao serviço do discip ulado
pela comunidade cris t ã sob a direção do Espírito Sa n to de De u s . A
comunidade refor m ada ja m ais h á rech açado o u so das ferra men tas da
lingüística e a história q u a n do é para aju dar à comunidade a viver em
confor midade com a Palavra de De u s .

Historica men te a comunidade refor m ada h á in sis tido em q u e as


ferra men tas da eru dição seja m u sa das de um modo q u e seja
com patível com nossa con sagração à Bíblia como Palavra de De u s e à
prática de um discip ulado q u e seja com patível com o eva ngelho.

O Sínodo de 1972 de u à Igreja Cristã Refor m ada o “Infor- me 44” com o


fim de proporcion a r “linh as mestres para nossa com preen são e
posterior disc u ssão da n a t u reza e alca nce da a u toridade bíblica” (At as
do Sínodo, 1972 Pg. 66 , Recomen dação Nº. 3). Na parte V, do infor me,
(en tit ulado “Con selho Pastoral”) “O Sínodo exorta às igrejas a vigiar, q u e

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se realizem est u dos bíblicos de um a m a neira c uidadosa e disciplin ada,


recon sidera n do s u b missa men te os pen sa men tos das Escrit u ras
mes m as; e em con seq ü ência, adverte con tra o u so de q u alq u er método
de in terpretação bíblica q u e exclu a ou ponh a em d úvida o carát er de
relato de acon tecimen tos ou sen tido revelacion al da história bíblica,
com prometen do assim a plen a a u toridade da Escrit u r a como a Palavra
de De u s” (Atas do Sínodo, 1972 , pg. 541 , N.º 5). Ao explicar este
con selho, o informe declara: “A eru dição bíblica pode realizar- se
critica men te, com o esclarecimen to de q u e a “crítica” n ão im plica em
um a nega-tiva a s u b meter nosso pen sa men to fielmen te às Escrit u ras
ou um a ne-gativa a respon der de todo coração ao poder ilumin ador do
Espírito Sa n to q u e nos de u a Palavra. Os est u dos bíblicos podem levar-
se critica men te se en ten demos q u e crítica significa meditar c uidadosa,
discipli- n ada e a n alitica men te nos pen sa men tos da Escrit u r a mes m a.

“Assim en ten didos, os est u dos crítico históricos, h a r monizados com a


dou trin a da in spiração orgâ nica, tem con trib uído a um a apreciação
m ais rica da verdadeira dimen são h um a n a e histórica da Escrit u ra
como Palavra de De u s para o hom em. Estas con siderações cien tíficas
da Bíblia tem c ulmin ado em estimula n tes for m as de ter um melhor
en ten dimen to do fu n do c ult u r al e con texto histórico da men sagem
bíblica” (Atas do Sínodo, 1972 , Pg. 541 ) .

A perspectiva relativa aos est u dos bíblicos q u e se encon tra m no


“In-for me 44” difere fu n da men t almen te da perspectiva q u e opera n as
ilu s trações de in terpretação bíblica en tre os neopen tecostais q u e temos
u sado para discer nir a her menê u tica a t u a n te en tre eles. Ain da q u e é
certo q u e estas ilu s trações s u rgem da leitu r a ou in terpretação
priva- da, in divid u alis t a da Bíblia, q u e tem o desígnio de benção
in divi- d u alis t a da Bíblia, q u e tem o desígnio de benção in divid u alis t a,
pri-vada, “n ão para dou trin a”, a ilu s tração tom ada do a rtigo de Kat h ryn
Ku hlm a m in dica que n ão h á um a clara linh a de dem a rcação en tre as
d u as á reas. Adem ais, objeta mos a validade de um a separação en tre
leit u r a ou in terpretação privada da Bíblia para “benção “ e ou tro tipo de
leit u r a (p ú blica, em comum ?) para “dou trin a”. Esta desconexão é
incom patível com a Pergu n t a e Resposta 65 do Catecis mo de
Heidelberg: “Se só a fé nos faz participa n tes de Cristo e de todos se u s
benefícios, de on de procede esta fé? Do Espírito Sa n to q u e a incen de
em nosso coração pela pregação do Sa n to Eva ngelho, e a confir m a pelo
u so dos sacra men tos”.

Os neopen tecostais parecem enfatizar a leit u r a privada da Bíblia como


meio de graça por excelência e degradar a pregação da palavra e o uso
dos sacra men tos como meios de graça. A nosso juízo, este fenômeno
res ulta do in divid u alis mo q u e opera como um axiom a n ão s u b metido a
exa me en tre os neopen tecostais. O apoio bíblico para este
in divid u alis mo n ão foi demon s trado. Cremos q u e este in di-vid u alis mo
deve m ais ao espírito dos movimen tos de Iluminis mo dos séc ulos 17 e
18 do q u e à a tividade do Espírito Sa n to. Não q u eremos red uzir a

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im portâ ncia dos exercícios devocion ais privados q u e inclu-em leit u r a,


est u do da Bíblia, oração , etc. Q u eremos afir m a r, con t u do, q u e, ain da,
nossos exercícios devocion ais privados são a tos de um a pessoa q u e é
mem bro do corpo de Cristo. Q u eremos enfatizar a in terdepen dência q u e
caracteriza ao orga nis mo de Cristo. O in divíd uo, por s u as vez, con trib ui
com s u a singularidade q u e lhe é própria como criação especial de De u s
ao en riq u ecimen to da comunidade de Cristo. A in terdepen dência é uma
expressão q u e pode ser ú til ao descrever a relação en tre um e os
muitos n a comunidade cristã.

Freq ü en temen te as fon tes neopen tecostais distingu em os est u dos


bíblicos q u e u sa m as ferra men tas estabelecidas da lingüística e a
história dos est u dos bíblicos q u e são res ultado da ilumin ação
ime- diata, privada do Espírito Sa n to. O primeiro é rech açado e o último
exaltado. Mel Tari (A Migh ty Win d, Um Ven to Im pet uoso, págs. 32 , 33)
in dica q u e a crítica text u al t a m bém é ofen siva a muitos
neopen tecostais q u a n do q uita aos neopen tecostais um de se u s textos
favoritos.

Louvado seja J es u s pela sim plicidade do Eva ngelho. Nosso Eva ngelho,
com freq ü ência, é motivo de zom baria. Q u a n do lemos o trecho de Mar-
cos 16 , começa mos a nos pergu n t a r por q u e n ão o ach a mos nos m a n u
scritos m ais a n tigos. Assim, começa mos a pesq uisar aq ui e ali pela
Palavra de De u s . Est u da mos esse texto por dez a nos e dizemos: “Neste m
an u scrito aqui o teremos e neste ou tro n ão, e assim, teremos q u e con
siderá-lo pen sar bem sobre ele, a n tes de tom a r um a decisão”. Nós n a In
donésia n ão somos t ão in teligen tes para fazê-lo. Os mission
á rios nos trouxera m o “Livro Negro” e nos dissera m q u e toda a
Bíblia era a Palavra de De u s e q u e tería mos q u e aceitá-la. Assim,
aceita mo-la e cremos. E se fomos est ú pidos ao fazê-lo, De u s u sou nossa
est u pidez para s u a glória, porq u e por se u poder demon s trou q u e s u a
palavra é verdade. E u louvo a De u s por q u e n ão im porta o q u e tenh a m
falado os ditos sábios a merica nos sobre algu n s versíc ulos, nós n a
In donésia, pelo poder de se u Espírito Sa n to, temos experimen tado todas
as coisas descritas em Marcos 16 .

Os Bennett, em um a declaração m ais modesta e m ais sofisticada,


apresen t a m o mes mo a rgum en to em relação ao texto de Marcos 16:9 e
segts.

Esta mos com pleta men te con scien tes q u e esta passagem ao fin al de
Marcos tem sido q u estion ada pelos sábios, e desprezada por muitos
como um a “adição posterior”. E m algum as trad u ções pop ulares
moder n as tem sido “rebaixado” para um a nota de rodapé de página.
Um a migo nosso, o Senhor George Gillies, h ábil líder no ministério de
peq u enos gr u pos, disse acerca disto: “Ain da como nota de rodapé,
mes mo assim, serve!” Não se necessita ser muito sábio para ver q u e h á
um a brech a en tre os versíc ulos 8 e 9 de Marcos 16 — m as q u em q u er
q u e tenh a proporcion ado o “fin al perdido” do Eva ngelho de Marcos, seja

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o mes mo Marcos, ou algum a ou tra pessoa, virá dos primeiros tem pos, e
foi aceitado nos primeiros dias da Igreja. Chegou a fazer parte das
Escrit u ras ca nônicas. Ain da q u e o fin al perdido esteja a u sen te em dois
dos docum en tos m ais a n tigos q u e conhecemos, está, con t u do, presen te
em muitos ou tros. Tu do nele é confir m ado em todo lugar por outros
inciden tes das Escrit u ras. Dizemos desta passagem: “Pode ter sido uma
passagem perdida, m as algu ém a encon trou e a in seriu de volta em
nossas Bíblias. Parece q u e o Espírito Sa n to a q u eria nesse lugar!
Devemos ter muito c uidado ao seguir o en sin a men to da crítica text u al
dos sábios da tradição liberal e moder nista, a q u em se lhes apraz
extrair, se possível, t u do o q u e é sobren a t u r al à Escrit u r a. (pág. 58 ,
nota N-º. 2).

Agora res umimos nossos descobrimen tos com respeito à her menê u tica
discer nível da liter a t u r a neopen tecostal e do in divid u alis mo q u e é visível
como um a s u posição de q u e é ocorre en tre os neopen tecostais.

1. . Nos gr u pos neopen tecostais e n a comunidade refor m ada, a


Bíblia tem um a im portâ ncia e significâ ncia ú nica. A Bíblia é a
Palavra de De u s , nossa ú nica regra infalível de fé e con d u t a.

2. . E n tre os neopen tecostais a Bíblia tem um a fu nção comple-ta men te


diferen te da q u e tem n a comunidade refor m ada. Os neopen tecostais
enfatiza m a leit u r a privada, in divid u alis t a da Bíblia, q u e é o res ultado
da ilumin ação direta e imediata do Espírito Sa n to. Este tipo de
leit u r a tem s u a origem n a congregação do neo- pen tecostalis mo ao
in divid u alis mo. S u põe- se q u e o crente é um in divíd uo isolado n a
presença de De u s , q u e o confron t a direta men te.

Nesta confron t ação e ilumin ação a Bíblia serve como veíc ulo necessário
e in dispen sável; no en t a n to, a ilumin ação do Espírito está dissociado do
“sen tido” da Bíblia.

Na comunidade refor m ada a leit u r a ou in terpretação da Bíblia tem


sem pre um a dimen são de comunidade. O Espírito foi dado à
comunidade in teira. O in divíd uo participa de um Espírito como mem bro
da comunidade, n ão de for m a isolada da comunidade. Ain da m ais, a
operação do Espírito n a comu nidade é mediata, n ão é imediata. E m
relação com a in terpretação bíblica, as ferra men tas da lingüística e da
história con s tit u em meios u sados pelo Espírito para guiar à
comunidade n a verdade da Bíblia. A in terpretação ou leit u r a da Bíblia
n ão se desconecta das estr u t u ras lingüísticas, nem do con-texto
c ult u r al nem do m a rco histórico den tro dos q u ais os livros da Bíblia
fora m escritos.

3. . E n tre os neopen tecostais o carát er historica men te con dicion ado da


Bíblia e da in terpretação da Bíblia pela comunidade os mini- mizado
ou rech açado. A preoc u pação neopen tecostal os a men sagem imediato
de De u s para o in divíd uo – a “benção” de De u s .

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A comunidade refor m ada está con scien te do con dicion a men to histó-rico
da Bíblia e da in terpretação da Bíblia pela comunidade, a aceita e a
afir m a, ain da q u e n ão h aja u nifor midade de pon to de vista em q u estão
de detalhes.

4. . E n tre os neopen tecostais a Bíblia parece ter


dois papeis dis-tin tos q u e são in depen den tes um do ou tro: A Bíblia é a
fon te de “dou trin a” e a fon te de “benção “. “Do u trin a” parece significar
o sim ples eva ngelho: o homem é pecador; De u s provê salvação para o
pecador em Cristo, etc. “Benção “ se refere à men sagem imediato de
De u s dado direta men te a um homem específico a través do veíc ulo das
palavras da Bíblia, m as desconectado do “sen tido” da Bíblia. “A
dou trin a” poderia ser uma q u estão da comunidade. (Sem em bargo, h á
muito pou ca liter a t u r a q u e um pode explorar para en ten der o signi-
ficado da expressão para os
neopen tecostais). “Benção “ é ass u n to privado, in divid u alis t a.

Na comunidade refor m ada, “dou trin a” e “benção”, fé e con d u t a, for m a e


con te ú do, ou corporativo e o in divid u al n ão tem sido desconec-tados
como pólos opostos. Por is to é q u e a comunidade refor m ada h á
discer nido o padrão de operação divin a através do pacto. De u s u sa a
comunidade cristã como s u as m ãos e como s ua voz. O in divíd uo é
moldado pela comunidade, e por s u a se u vez o in divíd uo influi n a
comu- nidade a medida q u e c um pre se u com promisso como discíp ulo. A
mu t u a-lidade caracteriza a vida da comunidade refor m ada.

5. . E n tre os neopen tecostais h á desconfia nça n as ferra men tas


da lingüística e da história aplicados à com preen são da Bíblia. Is to
inclui a ciência da critica text u al. Estas são ferra men tas h u- m a n as
forjadas pelo homem e q u e obsc u recem a obra do Espírito de De u s .

Ain da q u e a comunidade refor m ada reconheça q u e algu ém q u e u sa


ferra men tas históricas e lingüísticas pode estar “pratica n do” a
incred ulidade ao u sá-las, en treta n to, a comunidade refor m ada valoriza
as ferra men tas do historiador e do lingüista. A comunidade refor m ada,
reconhecen do e afir m a n do o caráter mediato da a u to-revelação de De u s ,
n ão conhece ou tra for m a de com preen der a Bíblia do q u e o modo de
u sar as ferra men tas históricas e lingüísticas q u e têm sido forjadas. O
Infor me 44 (At as do Sínodo, 1972), nos proporcion a o m a rco den tro do
q u al c um prem s u a fu nção legitim a men te as ferra men tas da lingüística
e a história.

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