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MANUAL DO FORMADOR

CURSO BÁSICO

LINHA ESCOTISTA
APOSTILA CURSO BÁSICO

LINHA ESCOTISTA

Esta é o Manual do Formador do Curso Básico da UEB - União dos Escoteiros do Brasil - para
Escotistas, conforme previsto nas Diretrizes Nacionais para Gestão de Adultos, e produzido por
orientação da Diretoria Executiva Nacional com base na experiência centenária do Movimento
Escoteiro no Brasil.

2ª EDIÇÃO | ABRIL DE 2014

Conteúdo
Os conteúdos que aparecem nesta apostila foram baseados nos materiais de
cursos das Regiões Escoteiras.

Ilustrações
Foram usados desenhos produzidos ou adaptados por Raphael Luis K.,
assim como ilustrações em geral que fazem parte do acervo da UEB ou são de domínio público.

Diagramação
Raphael Luis K.

Organização de conteúdo
Megumi Tokudome | Vitor Augusto Gay

Revisão de textos
Shenara Pantaleão

Todos os direitos reservados.


Nenhuma parte desta publicação poderá ser traduzida ou adaptada a nenhum idioma, como
também não pode ser reproduzido, armazenado ou transmitido por nenhuma maneira ou meio,
sem permissão expressa da Diretoria Executiva Nacional da União dos Escoteiros do Brasil.

União dos Escoteiros do Brasil - Escritório Nacional


Rua Coronel Dulcídio, 2107 - Bairro Água Verde
CEP 80250 100 | Curitiba | Paraná
www.escoteiros.org.br
APRESENTAÇÃO

MENSAGEM Seja bem vindo ao Curso do Nível Básico da Linha


Escotista. Esta apostila foi especialmente preparada com
O Manual do Formador é um instrumento de apoio conteúdos selecionados para que você se sinta cada
aos adultos em processo de formação, cujo conteúdo busca vez mais apto à contribuir com o Escotismo brasileiro.
contribuir para o desenvolvimento das competências Aproveite para ler e discutir o conteúdo da apostila com
necessárias para o exercício das atribuições inerentes aos o seu assessor pessoal de formação. Ao final de cada
escotistas e dirigentes no Movimento Escoteiro. unidade, anote as suas dúvidas e sugestões para melhor
A UEB está se dedicando a atualizar e produzir aproveitamento do curso e sua participação no Grupo
importantes publicações para adultos, contando, para Escoteiro.
tanto, com a inestimável colaboração e esforço de muitos
voluntários de todo o Brasil, além do apoio dos profissionais OBJETIVO DO NÍVEL
do Escritório Nacional. A todos que contribuíram, e
continuam trabalhando, os agradecimentos do escotismo Qualificar o adulto para uma atuação plena como
brasileiro. Escotista.
É claro que ainda podemos aprimorar o material,
introduzindo as modificações necessárias a cada nova TAREFAS PRÉVIAS
edição. Portanto, envie suas sugestões para melhorar o
trabalho (adultos@escoteiros.org.br), pois a sua opinião e Ler e discutir com o APF:
participação serão muito bem-vindas!
A qualidade do Programa Educativo aplicado nas • Apostila do curso Básico Escotista - cursante;
Seções, além da eficiência nos processos de gestão da
organização escoteira, em seus diversos níveis, depende • Pelo menos os seguintes capítulos do Manual do
diretamente da adequada preparação dos adultos. Escotista conforme o ramo que você atua:
O nosso trabalho voluntário rende mais e
melhores frutos na medida em que nos capacitamos Ramo Lobinho: Os meninos e meninas da
adequadamente para a tarefa. Portanto, investir na Alcateia / o marco simbólico do Ramo Lobinho / o
formação significa valorizar o próprio tempo que ciclo de programa / as áreas de desenvolvimento,
dedicamos voluntariamente ao escotismo. as competências e as atividades dos lobinhos;
Além disso, o nosso compromisso com as crianças
e jovens exige que estejamos permanentemente Ramo Escoteiro: Os jovens de 11 a 14 anos / o
dispostos a adquirir novos conhecimentos, habilidades e marco simbólico / o ciclo de programa / as áreas
atitudes, em coerência com a postura de educadores em de desenvolvimento, os objetivos educativos e as
aperfeiçoamento constante. competências;
Desejo que tenham ótimos e proveitosos momentos
de formação, que aprendam e ensinem, que recebam e Ramo Sênior: A identidade pessoal / o método
compartilhem. Sejam felizes! escoteiro / o ciclo de programa / as áreas de
desenvolvimento e os objetivos educativos;

Sempre Alerta! Ramo Pioneiro: A adultez emergente / valores


e método escoteiro / o ciclo de programa / as
áreas de desenvolvimento, objetivos educativos,
competências e plano de desenvolvimento
Diretoria Executiva Nacional pessoal.

• Ler os capítulos do POR : dos adultos e o específico do


Ramo de atuação.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 3


• Diretrizes Nacionais para Gestão de Adultos; PRÁTICA SUPERVISIONADA

• Guia do Chefe Escoteiro • Participar do planejamento e auxiliar na aplicação de


um ciclo de programa de acordo com a função exercida
• Leitura do documento de bolso do jovem, específico na UEL inclusive acompanhando a progressão pessoal
ao Ramo (Alcateia em Ação, Tropa Escoteira em Ação, de crianças e jovens da sua Seção .
Tropa Sênior em Ação e Clã Pioneiro em Ação)
• Elaborar o Plano Pessoal de Formação
SUGESTÃO DE LEITURA
• Participar do planejamento e auxiliar na aplicação de
• Padrões de Atividades Escoteira uma atividade ao ar livre.
• De Lobinho a Pioneiro
B) escolher duas opções:
SUGESTÃO DE LEITURA - RAMO LOBINHO
• participar da organização de uma Flor Vermelha , Fogo
• Livro de Jângal de Conselho ou Lamparada

• ter participado de pelo menos dois módulos


seminários, oficinas ou cursos técnicos (presencial e/ou
EAD);

• ter participado de pelo menos uma atividade de


adultos, no nível distrital, regional ou nacional;

• ter coordenado ou auxiliado em pelo menos uma


reunião de pais da seção;

• ter participado de pelo menos três reuniões de Roca de


Conselho, Corte de Honra ou Comissão Administrativa
do Clã, dependendo se seu Ramo de atuação.

4 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


ÍNDICE

APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................................................................................... 3

MÉTODO ESCOTEIRO ............................................................................................................................................................................................... 7

CONHECENDO O JOVEM II ..................................................................................................................................................................................... 11

SISTEMA DE EQUIPE E SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO .............................................................................................................................................. 39

COMPETÊNCIAS, ATIVIDADES E AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL .............................................................................................................. 71

CICLO DE PROGRAMA .......................................................................................................................................................................................... 137

PLANEJANDO ATIVIDADES AO AR LIVRE ............................................................................................................................................................. 169

MARCO SIMBÓLICO E SÍMBOLO DOS RAMOS ...................................................................................................................................................... 181

ESPECIALIDADES E INSÍGNIAS DE INTERESSE ESPECIAL ..................................................................................................................................... 213

JOGOS II - UM RECURSO EDUCATIVO .................................................................................................................................................................. 231

ADMINISTRAÇÃO DE SEÇÃO ................................................................................................................................................................................ 239

ESCOTISMO E COMUNIDADE ............................................................................................................................................................................... 245

ESPIRITUALIDADE II ............................................................................................................................................................................................ 249

FOGO DE CONSELHO, LAMPARADA E FLOR VERMELHA ....................................................................................................................................... 255

GRUPO ESCOTEIRO COMO UNIDADE FAMILIAR ................................................................................................................................................... 263

CERIMÔNIAS II .................................................................................................................................................................................................... 269

CANCIONEIRO ..................................................................................................................................................................................................... 299

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 5


GRADE HORÁRIA DO CURSO BÁSICO

MÉTODO ESCOTEIRO ...................................................................................................................................................................................... 60 MIN

CONHECENDO O JOVEM II .............................................................................................................................................................................. 60 MIN

SISTEMA DE EQUIPE E SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO ....................................................................................................................................... 60 MIN

COMPETÊNCIAS, ATIVIDADES E AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL ...................................................................................................... 90 MIN

CICLO DE PROGRAMA .................................................................................................................................................................................... 90 MIN

PLANEJANDO ATIVIDADES AO AR LIVRE ....................................................................................................................................................... 90 MIN

MARCO SIMBÓLICO E SÍMBOLO DOS RAMOS ................................................................................................................................................ 60 MIN

ESPECIALIDADES E INSÍGNIAS DE INTERESSE ESPECIAL ............................................................................................................................... 60 MIN

JOGOS II - UM RECURSO EDUCATIVO ............................................................................................................................................................. 60 MIN

ADMINISTRAÇÃO DE SEÇÃO .......................................................................................................................................................................... 40 MIN

ESCOTISMO E COMUNIDADE .......................................................................................................................................................................... 60 MIN

ESPIRITUALIDADE II ....................................................................................................................................................................................... 60 MIN

FOGO DE CONSELHO, LAMPARADA E FLOR VERMELHA ................................................................................................................................. 60 MIN

GRUPO ESCOTEIRO COMO UNIDADE FAMILIAR ............................................................................................................................................. 40 MIN

CERIMÔNIAS II ............................................................................................................................................................................................... 60 MIN

6 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | CURSO BÁSICO - ESCOTISTA

MÉTODO ESCOTEIRO

Duração 60 minutos

Conhecer o Método Escoteiro, como se dá a sua aplicação e como os pontos se


Objetivos Gerais
articulam.

Conhecer os cinco pontos do Método Escoteiro;


Objetivos Específicos Reconhecer o Método Escoteiro como elemento indispensável nas atividades escoteiras;
Compreender a aplicação do Método Escoteiro.

Conteúdo Os cinco pontos do Método Escoteiro.

• Quatro exemplares do Projeto Educativo dos Escoteiros do Brasil;


Material • Quatro cartolinas ou papel de flipchart;
• Quatro pincéis atômicos.

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

5 Reflexão sobre a palavra “método” DD

15 Explicação sobre os pontos que compõem o Método Escoteiro PL

Elaboração de uma atividade que atenda os cinco pontos do


20 TG
Método Escoteiro

20 Apresentação das atividades elaboradas TG

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Reflexão sobre o significado da palavra “método” (5 minutos)


O formador orientará os cursantes a refletirem sobre o significado da palavra “método”. Em seguida várias perguntas
são realizadas como: qual é o método de fazer grandes amigos? Qual é o método de educação que seus pais
utilizaram? Qual é o método de ensino da escola que você estudou? Em seguida é perguntado: qual método que o
Escotismo utiliza para ter uma boa aceitação dos jovens?

Explicação sobre os pontos que compõem o Método Escoteiro (15 minutos)


O formador deverá apresentar o Método Escoteiro, explorando cada um de seus pontos, conforme previsto no
documento projeto educativo do Movimento Escoteiro.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 7


Elaboração de uma atividade que atenda os cinco pontos do Método Escoteiro (20 minutos)
Os cursantes serão divididos em quatro grupos, e deverão elaborar uma atividade que contemple os cinco pontos
do Método Escoteiro, destacando no flipchart onde eles aparecem. Esta dinâmica tem por objetivo reforçar que os
elementos do Método Escoteiro devem ser observados como um todo e trabalhados de maneira articulada.

Apresentação das atividades elaboradas (20 minutos)


Cada grupo deverá apresentar a atividade elaborada, destacando onde os pontos do Método Escoteiro aparecem. O
formador poderá intervir quando necessário e sanar as dúvidas à medida que forem surgindo.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Projeto Educativo do Movimento Escoteiro


Manual do Escotista (Ramos: Lobinho, Escoteiro, Sênior e Pioneiro)

Última atualização: 04/12/2013

8 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


MÉTODO ESCOTEIRO

O Método Escoteiro com aplicação eficazmente • Um sistema progressivo de objetivos, competências


planejada e sistematicamente avaliada nos diversos níveis e atividades;
do Movimento caracteriza-se pelo conjunto dos seguintes • A presença estimulante do adulto;
pontos: • A aprendizagem pela ação;
• A adesão à Lei e à Promessa;
Aceitação da Promessa e da Lei Escoteira • O marco simbólico;
Todos os membros assumem voluntariamente, um • O sistema de patrulhas;
compromisso de vivência da Promessa e da Lei Escoteira. • A aprendizagem por meio do serviço;
• A vida em contato com a natureza;
Aprender fazendo • A aprendizagem por meio do jogo.
Educando pela ação, o Escotismo valoriza: o aprendizado
pela prática; o treinamento para a autonomia, baseado Embora esses elementos existam isoladamente,
na autoconfiança e iniciativa; os hábitos de observação, é preciso compreendê-los em conjunto, apreciar sua
indução e dedução. interconexão e os processos segundo os quais eles
operam, para que se possa entender o Método Escoteiro.
Vida em equipe
Denominada nas Tropas, “Sistema de Patrulhas”, incluindo: Como qualquer outro sistema, o Método Escoteiro
possui certa complexidade dinâmica, mas, quando
• A descoberta e aceitação progressiva de responsabilidade; entendem os vínculos entre as partes, os escotistas se
• A disciplina assumida voluntariamente; familiarizam progressivamente com esse dinamismo e o
• A capacidade tanto para cooperar como para liderar. incorporam a sua forma de agir.

Atividades progressivas, atraentes e variadas


Compreendendo:

• Jogos;
• Habilidades e técnicas úteis, estimuladas por um sistema
de distintivos;
• Vida ao ar livre e em contato com a natureza;
• Interação com a comunidade;
• Mística e ambiente fraterno.

Desenvolvimento pessoal com orientação individual:


Considerando:

• A realidade e o ponto de vista dos jovens;


• A confiança nas potencialidades de cada jovem;
• O exemplo pessoal do adulto;
• Seções com número limitado de jovens e faixa etária
própria.
Para saber mais, confira:
O Método Escoteiro pode ser definido corno um
sistema de autoeducação progressiva, que complementa Manual do Escotista (Ramos Lobinho, Escoteiro,
o trabalho da família e da escola, e que se baseia na Sênior e Pioneiro)
interação de vários elementos, entre os quais se destacam: Guia do Chefe Escoteiro
Escotismo na Prática

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 9


ANOTAÇÕES

10 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | CURSO BÁSICO - ESCOTISTA

CONHECENDO O JOVEM II

Duração 60 minutos

Objetivos Gerais Reconhecer as principais diferenças das crianças/adolescentes/jovens por Ramo.

Reconhecer a importância do trabalho em conjunto entre os escotistas dos ramos


levando-se em conta as fases de desenvolvimento do membro juvenil;
Objetivos Específicos
Analisar as principais mudanças entre as diferentes faixas etárias dos membros juvenis;
Compreender o desenvolvimento da sexualidade de acordo com a respectiva faixa etária.

Caraterísticas gerais de desenvolvimento da criança/adolescente/jovem em cada ramo


Conteúdo
do Escotismo.

• Papel para cartaz;


Material • Pincel atômico;
• Fita crepe.

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

10 Apresentação do vídeo gerações VD

30 Trabalho em grupo TG

20 Fechamento DD

VD = Vídeo TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Apresentação do vídeo “Gerações” (10 minutos)


Apresentação de um vídeo que trata das mudanças de gerações ao longo dos anos.
https://www.youtube.com/watch?v=h5YXmYrPpKU

Trabalho em grupo (30 minutos)


O grupo será dividido em quatro subgrupos. Cada subgrupo ficará responsável por um ramo e deverá produzir
um cartaz ilustrativo, elencando as principais características da criança/adolescente/jovem nesta fase de
desenvolvimento.

Cada subgrupo deverá apresentar o seu cartaz e as características elencadas para o grande grupo.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 11


Fechamento (20 minutos)
O formador deverá fazer um link entre as características dos membros juvenis apresentadas pelos subgrupos, as
mudanças dos jovens que o mundo moderno trás e ressaltar os valores que o Escotismo trabalha na formação de um
cidadão. A base de formação nestes valores não muda com o tempo e o que necessita ser mudado é a forma de olhar
esta criança/adolescente/jovem para que se continue proporcionando estes valores por meio de atividades criativas
e atraentes. E que este papel é do adulto voluntário seja ele na condição de escotista ou dirigente institucional.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

De Lobinho a Pioneiro

Última atualização: 04/12/2013

12 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


CONHECENDO O JOVEM II

Crianças, adolescentes e jovens possuem RAMO LOBINHO


características próprias, porém interligadas entre as suas
fases de desenvolvimento. É importante que o grupo O conhecimento espontâneo que temos sobre as
escoteiro e os escotistas tenham clareza de que apesar crianças é muito útil, mas não é suficiente se queremos
de os membros juvenis estejam divididos em ramos nos ajudá-los a crescer e a se desenvolver. Para proporcionar
grupos, são seres únicos que transitam por estes ramos atividades atraentes, desafiadoras e seguras, assim
e recebem de cada ramo novas experiências que lhe como para avaliar o desenvolvimento pessoal de cada
auxiliam a se tornarem cidadãos melhores para o mundo. Lobinho(a), é imprescindível uma informação ampla e um
Neste período de transição de passagem entre os conhecimento profundo das crianças com 6 anos e meio
ramos é importante que os escotistas dos ramos que a 10 anos.
entregará e receberá o(a) garoto(a) trabalhem sempre em Um perfil em linhas gerais são:
conjunto. Esta simples ação propicia para que a mudança
de ramo impacte menos possível no processo evolutivo • Ativos e sempre cheios de energia;
do jovem.
As mudanças do mundo moderno causam impactam • Fazem perguntas e buscam respostas sobre as coisas.
na criança/adolescente/jovem que participa dos grupos Tudo é novidade e descoberta;
escoteiros e, por isso, é necessário estar atento e oferecer
de forma criativa e atraente as experiências na vida • Observadores da natureza e do mundo que os rodeia,
deles. As mudanças nas atividades e a forma de oferecer inventores de objetos, obras de arte, capazes de construir
podem mudar com o passar do tempo, mas a essência qualquer coisa;
do Escotismo e os bons valores jamais mudam com as
gerações. • Defensores daquilo que consideram justo e verdadeiro;
Abaixo apresentamos os períodos e fases entre
7 e 21 anos de idade. Baseado neste desenvolvimento • Pouco a pouco as opiniões e interesses dos demais são
evolutivo conheceremos um pouco mais sobre a criança/ considerados;
adolescente/jovem que participam em nossos grupos.
• Aprendem que nem sempre podem fazer tudo que
querem;

• Aceitam compromissos relacionados com pequenas


tarefas e tentam realizá-las bem;

• Humor estável, só se altera em caso de emoções fortes e


contraditórias, desaparecendo com a mesma rapidez com
que aparecem;

• As opiniões dos adultos influenciam intensamente


sua conduta, mas de modo passageiro, de forma que a
repetição das recomendações será sempre necessária;

• Compartilham com a família, com os amigos e com os


escotistas de maneira espontânea a alegria, a tristeza, a
raiva e a excitação provocada por algo novo ou o tédio
pela rotina;

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 13


• Apesar de seu individualismo, podem realizar jogos e RAMO ESCOTEIRO
conviver com outros meninos e meninas dentro de um
ambiente de regras que regulam a vida comum; O Ramo Escoteiro se ocupa com os jovens que estão
no período da pré-adolescência, composta por duas fases
• Progressivamente, as regras impostas pelos adultos distintas, que chamamos de pré-puberdade (entre 11 e 12
passam a ser regras consensuais com outras crianças e anos de idade) e puberdade (entre 13 e 14 anos de idade).
adultos que ajudam a respeitar essas regras; Evidentemente, neste período, os jovens têm
características muito específicas, que se manifestam nos
• Descobrem que existem pessoas com opiniões diferentes seus principais interesses e necessidades.
e similares e isso constituirá a base para a tolerância e o O corpo se renova a cada dia. Com (e por) ele
respeito aos demais e aos seus diferentes modos de viver; acontecem coisas que confundem, que convidam a
exploração, que empurram ao extremo dos próprios
• Curiosos sobre a ideia de Deus estão dispostos a fazer limites, que revelam a beleza, que fazem surgir o pudor,
o que Ele espera que façam, mas também pedirão coisas que distorcem as proporções, que importam demais ou
concretas, agradecerão a Ele pelos seus momentos de de menos, que alegram, que entristecem, que ferem, que
alegria e pedirão proteção e consolo em seus momentos dão prazer e que são parte do caminho de ser homem e
de medo ou tristeza. ser mulher.
O cansaço é uma presença permanente, que só
Do ponto de vista anatômico e, salvo por seus desaparece quando é hora de comer. A disciplina não
sistemas reprodutores, os meninos e meninas entre é seu forte, o esporte os atrai, a preparação pessoal os
6 anos e meio e 10 anos são muito semelhantes, mas é inquieta, as roupas não lhe servem e, se lhe servem, nunca
possível observar diferenças nos traços de personalidade, lhes é apropriada.
nos comportamentos, nas atitudes e nos interesses de Tudo se encontra em constante mudança,
meninas e meninos. crescimento e desenvolvimento. É difícil criar uma
Atualmente se entende que as formas de imagem estável sobre si mesmo.
comportamento são adquiridas e dependem do ambiente O mundo também começa a mudar e a crescer. O dia
em que as crianças são educadas, com os modelos que é muito curto para cumprir com todas as suas tarefas e
têm como referência e com o que representam para eles muito longo quando se tem pouco a ser feito. Aparecem
uma mulher ou um homem no qual se identificam. os conceitos que já não necessitam estar aliados com a
Acreditamos que se deve educar na diferença, realidade. As ideias tem vida própria, são combinadas e
resgatando e ressaltando as infinitas possibilidades que dão seus frutos com novas ideias.
residem nas diferenças entre homens e mulheres. E nesse mundo de ideias, pouco a pouco, ganham
O processo educativo deve considerar os meninos espaço a realidade, o prático e o concreto. Fazer com que
e meninas iguais diante dos direitos e garantir a todos as as coisas aconteçam é sempre um desafio, inclusive no
oportunidades de pleno desenvolvimento. Isto significa momento de expressar o que se sente e o que se pensa
promover, entre as crianças, o conhecimento do outro, em palavras concretas.
o respeito por suas particularidades e pelo caráter As perguntas antes dirigidas ao mundo exterior
complementar de ambos os sexos. concentram-se em si mesmo. “Quem sou?” e “Como sou?”
É necessário dedicar tempo à criança, conhecer seu são alguns questionamentos que os jovens levarão alguns
ambiente, compartilhar vivências, ser testemunha de anos para responder (se é que o farão). No entanto, essas
suas reações, compreender suas frustrações, escutar seu indagações são o motor que os conduzem a refletir sobre
coração e decifrar seus sonhos. tudo - principalmente sobre o que antes eram, para eles,
Essa é a principal tarefa de um escotista e seu sucesso verdades indiscutíveis.
dependerá da qualidade das relações que estabelecer O mundo do correto e incorreto também é objeto
com cada um dos meninos e meninas. Essa relação deve de dúvidas e perguntas. Analisa-se, acredita-se, volta-se
basear-se no interesse, no respeito e na consideração. atrás e recomeça-se a caminhar, muda-se como se mudam
as ideias e os conceitos. Surge a capacidade de se colocar
no lugar do outro e, repentinamente, tudo pode ser
questionado a partir desse “outro” ponto de vista, em um
exercício que parece não ter fim. Esse é o ponto de partida

14 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


da construção de um código de conduta que começa a ser acompanham o processo. Nesta fase ocorre o chamado
assumido pessoalmente - que já não depende da opinião “estirão”, um acelerado aumento de estatura e peso,
familiar (que muitas vezes não é considerada) e que se que – tanto em homens quanto mulheres - aponta o
articula a partir das próprias crenças, especialmente, do amadurecimento sexual.
diálogo permanente com outros jovens da mesma idade. Nas moças, em média, a aceleração do
O mundo interior cobra força. As sensações, desenvolvimento começa entre 10 e 11 anos e chega ao
emoções e sentimentos mudam o tempo todo, mas são seu ápice entre 12 e 13 anos. Com os rapazes será mais
sempre intensos e muito mais duradouros que na infância. comum observar esta fase começar pouco antes dos 13
Os sentimentos inundam, enchem, desconcertam, anos, alcançando seu máximo aos 14 anos. Em ambos
descontrolam e passam a ser um eixo central da vida os casos, após este período o desenvolvimento reduz-se
dos jovens. Amar o amor, odiar o ódio, ser amigo dos rapidamente, atingindo padrões anteriores ao “estirão”,
amigos e inimigo dos inimigos... E, na busca de ser, de ter que propiciarão um crescimento lento e contínuo durante
identidade própria, às vezes são um e às vezes são outros. mais alguns anos.
Algumas vezes esta dualidade faz os adultos perderem a O fato das mulheres alcançarem a estatura e peso de
paciência. Mas, se fitarmos nosso olhar sem preconceito adultas cerca dois anos antes que os homens alimenta a
e com cuidado, descobriremos o crescimento que, dia a crença comum de que “as mulheres amadurecem antes
dia, experimentam os jovens, e veremos com satisfação os dos homens”. Isso é um equívoco, pois o amadurecimento
resultados esperados. é um processo que envolve o conjunto das modificações
Os vínculos afetivos dos jovens se concentram psicológicas, comportamentais, sexuais e cognitivas, e
nos amigos. Neles confia-se, acredita-se, descansa-se e não somente os aspectos físicos.
recuperam-se as forças. Embora o número de amigos Já entre 13 e 15 anos acentua-se o desenvolvimento
possa parecer restrito, a intensidade da relação entre cognitivo. Assim, aparece mais explicitamente a
eles é maior e permite aos jovens um desenvolvimento capacidade de pensar sobre as afirmações que não
significativo, pois os amigos se tornam modelos e possuem relação com os objetos concretos. Os jovens
referências. demonstram mais capacidade de formular e provar
Em contrapartida, eles sentem que os familiares hipóteses, de pensar “no que poderia ser” e não somente
(especificamente os pais) parecem não entender o “no que é” e tornam-se mais introspectivos e analíticos.
que desejam e o que sentem, ou não respeitam seus Consequentemente, o aumento do uso da ironia, da
momentos. Como se não bastasse, parece que estes capacidade crítica, o gosto e diversão no uso dos duplos
somente trazem cobranças, compromissos e implicâncias. sentidos e ambiguidades são expressões do desejo de
Em outras palavras, as liberdades são escassas e as demonstrar suas novas habilidades e destrezas para
responsabilidades muitas. aqueles que os cercam.
Além disso, a luta constante entre estar com os Essas habilidades intelectuais aparecem e aumentam
demais ou estar consigo mesmo, entre a companhia à medida que a sociedade apresenta suas demandas e
e o isolamento, entre o interno e o externo. Estes exigências dos jovens nessa faixa etária, especialmente
comportamentos ambíguos e contraditórios são intensos quando o assunto é educação, vocação e independência.
e parecem não ter fim. No entanto, fazem parte dos Assim, o progresso em suas relações com os adultos,
exercícios e experimentações que desenvolverão suas aumenta naturalmente e acelera sua integração no grupo
habilidades de se relacionar com os demais. junto aos seus pares e ao contexto social no qual estão
A transição entre a fé das crianças - recebida da inseridos.
família como um dom que ilumina a vida infantil - e a fé do
adulto – pessoal, íntima e consequente dos atos, é outro RAMO SÊNIOR
processo que começa nesta etapa e que, na maioria dos
casos, só termina muito mais tarde. O Ramo Sênior se ocupa com os jovens que estão
Vive-se em constante dualidade entre a crítica no período da Primeira Adolescência entre 15 e 17 anos
permanente e a busca incessante de respostas. Descobrir de idade. Evidentemente, neste período, os jovens têm
que a transcendência é um feito essencial na existência características específicas, que se manifestam nos seus
humana será uma tarefa que tomará tempo e esforço, principais interesses e necessidades.
tanto por parte dos jovens como dos adultos que

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 15


As características seguintes são genéricas e apresentadas na infância e adotam valores para orientar
que os jovens podem apresentá-las em maior ou suas decisões e comportamentos. Do ponto de vista
menor intensidade em diferentes momentos de seu religioso deve passar de uma fé recebida no seio familiar
desenvolvimento. para uma fé própria.
Entre os 14 ou 15 anos e até os 17 ou 18 anos a Identificar e comunicar emoções mais complexas,
principal característica está na busca da identidade entender as emoções dos outros de maneira mais
pessoal, ou seja, sentir-se estável ao longo do tempo. Um sofisticada e pensar sobre as emoções de forma mais
dos sinais mais evidentes dessa busca é o afastamento de abstrata. A estabilidade emocional conseguida nos anos
sua família e a aproximação aos grupos de amigos. que antecederam e a segurança dos afetos dentro da
O grupo de amigos para o adolescente funciona família vão conter as oscilações e permitirão uma direção
como um espaço intermediário entre a família e a mais estável. Já aqueles que não contaram com esta
sociedade. Nos grupos eles encontram um elevado grau unidade e coerência familiar na infância e puberdade,
de intimidade e coesão, o que proporciona a troca de terão que lutar com mais esforços para enfrentar as
sentimentos e ideias gerando apoio e segurança. Quando naturais crises desta fase.
estamos num grupo de iguais, fica mais fácil falar de Nesta fase, tendem a desenvolver relacionamentos
incertezas, fantasias e desejos com a convicção de se com seus pares desempenhando um papel muito
sentir compreendido e aceito. mais importante do que na infância. Elas deixam de
Mesmo que as mudanças graduais na infância ter amizades baseadas em compartilhar atividades e
permitam que a criança vá se acostumando à mudança de interesses para aquelas baseadas em compartilhar ideias
imagem corporal, ou seja, a imagem que ele tem de seu e sentimentos.
próprio corpo; a velocidade e a intensidade das mudanças Embora o processo de formação da identidade dure
nesta etapa torna-se muito difícil mantendo um senso toda a vida, aspectos fundamentais da identidade são
de familiaridade e até mesmo de estabilidade consigo forjados na adolescência, incluindo o desenvolvimento de
mesmo. uma identidade que reflete um senso de individualidade
Deve se adaptar a um corpo que rapidamente dobrou e conexão com pessoas e grupos que são valorizados.
de tamanho e adquiriu características sexuais. Isto significa Desenvolve uma identidade positiva sobre a sexualidade,
que o jovem deve aprender a lidar com as mudanças relações de gênero, atributos físicos e sensibilidade a
biológicas e sentimentos sexuais, estabelecendo uma diferentes grupos, etnias e níveis socioeconômicos que
identidade sexual e prática de comportamentos saudáveis compõem a sociedade.
e habilidades para desenvolver relacionamentos Gradualmente assume o papel que deles se espera
amorosos. na vida adulta, eles aprendem habilidades para adquirir
Os jovens se deparam com mudanças profundas e gerenciar os múltiplos requisitos que lhes permitam
em seu pensamento e agora tem a habilidade de ser inseridos no mercado de trabalho, de modo a
compreender e coordenar de forma mais eficaz as ideias corresponder às expectativas da família e da comunidade,
abstratas, pensar em diversas possibilidades, testando como cidadãos.
hipóteses, projetando para o futuro, construindo filosofias
e estabelecendo conceitos. RAMO PIONEIRO
Quando os jovens aprendem a “se colocar na
posição de outra pessoa” aprendem a tomar a sua própria Devido a fatores sociais, aos avanços da nutrição
perspectiva e as dos outros, usando essa nova habilidade e aos cuidados com a saúde em geral, a adolescência
para resolver conflitos e problemas em suas relações. A começa, em média, antes do que começava há um século,
isso chamamos de empatia. por volta dos 10 anos de idade.
A partir das novas capacidades de pensamento, os Da mesma maneira, se considerarmos como final
jovens adquirem novas habilidades para pensar e planejar da adolescência o momento em que o (a) jovem assume
o futuro. Assim, utilizam estratégias mais complexas no papéis de adulto, tais como casamento, maternidade ou
processo de decisão, resolução de problemas e resolução paternidade e o emprego estável, a adolescência termina
de conflitos, bem como reduzem os riscos que assumem depois. Isso geralmente é resultado da prolongação da
e atingem seus objetivos ao invés de colocá-los em risco. educação e das dificuldades para ingressar no mercado
Os jovens desenvolvem uma compreensão mais de trabalho.
completa do comportamento ético. Questionam crenças

16 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


O período da adolescência, compreendido A capacidade de compromisso tem a ver com a
tradicionalmente entre os 10 e 18 anos de idade, hoje se possibilidade de a pessoa assumir aqueles pontos de
estende um pouco além. vista que considera válidos, enquanto continua aberta a
Atualmente, tende-se a reconhecer três períodos na reavaliar suas opiniões caso se apresentem novas provas.
adolescência: À medida que aprendem a considerar ou adotar
a perspectiva dos outros, os jovens se tornam menos
• Adolescência prematura: dos 10 aos 14 anos; egocêntricos, como parte do processo que os aproxima
• Adolescência média: dos 15 aos 18 anos; da maturidade. O jovem entende que a outra pessoa tem
• Adolescência tardia: dos 18 aos 25 anos uma perspectiva diferente da sua, e se dá conta, também,
aproximadamente. de que as outras pessoas entendem que ele tem sua
própria perspectiva.
Todas estas divisões são relativas e devem ser A autoestima é o sentimento de valorização e bem
considerados os contextos sociais, culturais e a biografia estar pessoal que uma pessoa tem de si mesma. Imagem
individual. pessoal, conceito pessoal e autopercepção são conceitos
Por ser a idade de interesse do Ramo Pioneiro, o relacionados que se referem à forma como as pessoas se
texto se concentra nas características da faixa etária dos veem e se avaliam.
18 aos 21 anos. Na adolescência tardia, o jovem já passou pelas
O jovem nesta fase explora várias possibilidades de mudanças difíceis da puberdade e se sente mais
amor e trabalho. Obtém conclusões sobre quem é, quais confortável com sua aparência, aumentando a autoestima
são suas capacidades e limitações, quais são suas ideias, na maioria dos casos. Neste período ocorre melhora da
valores e que lugar ocupa na sociedade. Essas explorações relação com os pais, diminuindo os conflitos.
fazem com que, nessa etapa, ainda exista instabilidade. Os parceiros nunca deixam de influenciar na
Por outro lado, cabe lembrar que o sentido da adolescência. Na tardia ocorre diferente: diminui como
identidade não se consegue de uma vez e para sempre; pressão de grupo e aumenta como fonte de conselho
constantemente, se perde e se recupera, ainda entre os pessoal e apoio emocional. Os jovens costumam dedicar
adultos. mais tempo a conversas sobre temas importantes para
Já não é considerado adolescente, mas também não eles do que para as atividades compartilhadas.
é considerado plenamente adulto. Sente que alcançou o O trabalho não somente é importante do ponto de
amadurecimento em alguns aspectos, mas em outros não. vista econômico (autonomia econômica), mas também
Já que pouco dos sonhos juvenis foram testados na como possibilidade de realização dos direitos de cidadão,
vida real, a maioria dos jovens tem autonomia para tomar acesso à informação e vínculos sociais. Dele depende
decisões – e essa margem aumentará ao passar do tempo. a implementação de outros projetos na vida do jovem,
O jovem evolui de uma forma de pensamento duplo, como, por exemplo, conseguir seu espaço próprio e a vida
por meio do qual tende a enxergar as situações em termos em parceria.
polarizados (um ato é certo ou errado, uma afirmação é Atualmente, os jovens crescem imersos em um
verdadeira ou falsa, independentemente dos refinamentos mundo de mídia e, para a maioria deles, é um tema especial
ou da situação a que se aplique), a um pensamento e fascinante. Este mundo é moldado pela televisão, música,
múltiplo ou pensamento dialético, no qual cada questão cinema, redes sociais, videogames, telefones celulares, etc.
tem outros lados, valorizando todos os pontos de vista. Os meios de comunicação tendem a usar os jovens como
É consciente de que os problemas não têm uma solução usuários ativos e não como receptores passivos. Por sua
única, e que as estratégias ou pontos de vista contrários vez, os jovens selecionam os diversos meios e relacionam
têm seus méritos e devem ser considerados. de maneira diferente às mesmas experiências, fazendo
Na adolescência tardia aparece, também, o uso deles como entretenimento, busca de sensações,
pensamento crítico. Trata-se do pensamento que não formação de identidade ou identificação com a cultura
somente implica a memorização de informação, sem juvenil.
analisá-la, mas também fazer juízo sobre seu significado, A tecnologia desempenha um papel predominante
relacionando-a com outra informação e considerando entre os jovens. Esta é uma geração que, em geral, está
porque é válida ou inválida. mais capacitada para utilizar a tecnologia.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 17


A existência e o prolongamento dessa etapa variam Isto faz com que as características dessa etapa
de acordo com contextos culturais, sociais, econômicos, variem não somente de um país a outro, mas também de
ambiente rural ou urbano, e de gênero. As trajetórias de uma cidade a outra e até mesmo de um bairro a outro,
construção da identidade são fortemente influenciadas especialmente em países com diversidade cultural.
pela classe social e pelo gênero. Por isso, especialmente nesse Ramo, os adultos
Os adultos responsáveis devem aprender a analisar responsáveis devem adaptar a aplicação do Método
os aspectos de desenvolvimento de seus jovens a partir Escoteiro à realidade cultural dos diferentes ambientes
dos aspectos culturais. A adolescência, e em especial esta em que atuam os jovens.
etapa denominada adolescência tardia, é uma construção
cultural e não um fenômeno puramente psicológico ou
biológico.

ANOTAÇÕES

18 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO LOBINHO

CONHECENDO O JOVEM II

Duração 60 minutos

Objetivos Gerais Reconhecer o desenvolvimento evolutivo das crianças.

• Reconhecer a importância do trabalho em conjunto entre os escotistas dos Ramos no


desenvolvimento do membro juvenil;
Objetivos Específicos • Analisar as principais mudanças nas diferentes faixas etárias dos membros juvenis;
• Compreender como se desenvolve questões ligadas ao crescimento, à sexualidade e à
sociabilidade na faixa etária do Ramo Lobinho.

Conteúdo Caraterísticas gerais de desenvolvimento da criança.

• Papel para cartaz - Pincel atômico - Fita crepe


Material
• Vídeo e equipamento para reproduzi-lo

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

10 Apresentação do vídeo gerações VD

30 Trabalho em grupo TG

20 Fechamento DD

VD = Vídeo TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Apresentação do vídeo gerações (10 minutos):


Apresentação de um vídeo que trata das mudanças de gerações ao longo dos anos.
https://www.youtube.com/watch?v=h5YXmYrPpKU

Trabalho em grupo (30 minutos):


Os cursantes serão divididos em 6 grupos, que deverão produzir um cartaz ilustrativo e elencar as principais
características da criança na área de desenvolvimento que lhe coube.
Depois deverão apresentar para todos e dar oportunidade para que os outros grupos façam acréscimos.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 19


Fechamento (20 minutos):
O formador deverá fazer uma ligação entre as características das crianças apresentadas pelos subgrupos, as
mudanças trazidas pelo mundo moderno e ressaltar os valores que o Escotismo na formação de um cidadão.
A formação nestes valores não muda com o tempo e o que necessita ser mudado é a forma de olhar esta criança para
que se continue proporcionando estes valores por meio de atividades criativas e atraentes. E que este papel é do
adulto voluntário seja ele na condição de escotista ou dirigente.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

De lobinho a Pioneiro
Manual do Escotista do Ramo Lobinho

Última atualização: 31/03/2014

20 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO LOBINHO

CONHECENDO O JOVEM II

As mudanças decorrentes do crescimento físico e • Observadoras da natureza e do mundo que os rodeia,


psicológico causam impactos na vida social da criança/ inventores de objetos, obras de arte, capazes de construir
adolescente/jovem e por essa razão, no Grupo Escoteiro, qualquer coisa;
deve-se ter atenção a esse processo e oferecer-lhes
experiências de maneira criativa e atraente. As mudanças • Defensoras do que consideram justo e verdadeiro;
nas atividades e a forma de aplica-las podem mudar com
o passar do tempo, mas a essência do Escotismo, ou seja, • Pouco a pouco as opiniões e interesses dos demais são
seus princípios e valores jamais mudam com as gerações. considerados;
Abaixo, apresentamos o quadro das fases
de desenvolvimento evolutivo relativo a crianças, • Aprendem que nem sempre podem fazer tudo que
adolescentes e jovens entre 7 e 21 anos de idade, que são querem;
atendidas pelo Movimento Escoteiro.
• Aceitam compromissos relacionados com pequenas
tarefas e tentam realizá-las bem;

• Humor estável, só se altera em caso de emoções fortes e


contraditórias, desaparecendo com a mesma rapidez com
que aparecem;

• As opiniões dos adultos influenciam intensamente


sua conduta, mas de modo passageiro, de modo que a
repetição das recomendações será sempre necessária;

• Compartilham com a família, com os amigos e com os


escotistas de maneira espontânea a alegria, a tristeza, a
raiva, a excitação provocada por algo novo ou o tédio pela
rotina;

• Apesar de seu individualismo, podem realizar jogos e


conviver com outros meninos e meninas dentro de um
ambiente de regras que regulam a vida comum;
RAMO LOBINHO
• Progressivamente, as regras impostas pelos adultos
O conhecimento espontâneo que temos sobre as passam a ser regras consensuais com outras crianças e
crianças é muito útil, mas não é suficiente se queremos adultos que ajudam a respeitar essas regras;
ajudá-los a crescer e a se desenvolver. Para proporcionar
atividades atraentes, desafiadoras e seguras, assim • Descobrem que existem pessoas com opiniões diferentes
como para avaliar o desenvolvimento pessoal de cada e similares e isso constituirá a base para a tolerância e o
lobinho(a), é imprescindível uma informação ampla e um respeito aos demais e aos seus diferentes modos de viver;
conhecimento profundo das crianças com 6 anos e meio a
10 anos. Um perfil em linhas gerais: • Curiosos sobre a ideia de Deus estão dispostos a fazer
o que Ele espera que façam, mas também pedirão coisas
• São ativas e sempre cheias de energia; concretas, agradecerão a Ele seus momentos de alegria e
pedirão proteção e consolo em seus momentos de medo
• Fazem perguntas e buscam respostas sobre as coisas. ou tristeza.
Tudo é novidade e descoberta;

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 21


Do ponto de vista físico e, salvo por seus sistemas É necessário dedicar tempo à criança, conhecer seu
reprodutores, os meninos e meninas entre seis anos e ambiente, compartilhar vivências, ser testemunha de
meio e 10 anos são muito semelhantes, mas é possível suas reações, compreender suas frustrações, escutar seu
observar diferenças nos traços de personalidade, nos coração, decifrar seus sonhos.
comportamentos, nas atitudes e nos interesses de Essa é principal tarefa de um escotista e seu sucesso
meninas e meninos. dependerá da qualidade das relações que estabelecer
Atualmente se entende que as formas de com cada um dos meninos e meninas. Essa relação deve
comportamento são aprendidas socialmente e basear-se no interesse, no respeito e na consideração.
dependem do ambiente em que as crianças são educadas,
com os modelos que têm como referência e com o que TRABALHO DE GRUPO
representam para eles uma mulher ou um homem com
qual se identificam. Pesquisando nos livros De Lobinho a Pioneiro e
Acreditamos que se deve educar na diferença, Manual do Escotista do Ramo Lobinho, cada grupo de
resgatando e ressaltando as infinitas possibilidades que trabalho deve produzir um cartaz ilustrativo e elencar
residem nas diferenças entre homens e mulheres. as principais características da criança na área de
O processo educativo deve considerar os meninos desenvolvimento que lhe coube.
e meninas iguais diante dos direitos e garantir a todos as Depois devem apresentar para todos e dar
oportunidades de pleno desenvolvimento. Isto significa oportunidade para que os outros grupos façam
promover, entre as crianças, o conhecimento do outro, acréscimos.
o respeito por suas particularidades e pelo caráter
complementar de ambos os sexos.

ANOTAÇÕES

22 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO ESCOTEIRO

CONHECENDO O JOVEM II

Duração 60 minutos

Reconhecer as principais características e mudanças que passam os Jovens de 11 á 15


Objetivos Gerais
Anos.

• Conhecer a importância do trabalho em conjunto entre os escotistas no desenvolvimento


do membro juvenil;
Objetivos Específicos • Analisar as principais mudanças que passam os jovens
• Compreender como se desenvolve questões ligadas à sexualidade de acordo com a
respectiva faixa etária.

Conteúdo Caraterísticas gerais de desenvolvimento dos jovens do Ramo do Escoteiro

• Papel para cartaz


Material • Pincel atômico
• Fita crepe

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

10 Apresentação do vídeo gerações VD

30 Trabalho em grupo TG

20 Fechamento DD

VD = Vídeo TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Apresentação do vídeo gerações (10 minutos)


Apresentação de um vídeo que trata das mudanças de gerações ao longo dos anos.
https://www.youtube.com/watch?v=h5YXmYrPpKU

Trabalho em grupo (30 minutos)


O grupo será dividido em 2 subgrupos. Cada subgrupo ficará responsável por um uma faixa de desenvolvimento
do Ramo Escoteiro (Pré-Puberdade e Puberdade) e deverá produzir um cartaz ilustrativo e elencar as principais
características da do jovem nesta fase de desenvolvimento.

Cada subgrupo deverá apresentar o seu cartaz e as características elencadas para o grande grupo.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 23


Fechamento (20 minutos):
O formador deverá fazer um link entre as características dos membros juvenis apresentadas pelos subgrupos, as
mudanças dos jovens que o mundo moderno trás e ressaltar os valores que o Escotismo trabalha na formação de
um cidadão. A base de formação nestes valores não muda com o tempo e o que necessita ser mudado é a forma de
olhar jovem para que se continue proporcionando estes valores por meio de atividades criativas e atraentes. E que
este papel é do adulto voluntário seja ele na condição de escotista ou dirigente institucional.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

De lobinho a pioneiro
Manual do Escotista do Ramo Escoteiro

Última atualização: 21/03/2014

24 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO ESCOTEIRO

CONHECENDO O JOVEM II

Crianças, adolescentes e jovens possuem RAMO ESCOTEIRO


características próprias, porém interligadas entre as suas
fases de desenvolvimento. É importante que o Grupo O Ramo Escoteiro se ocupa com os jovens que estão
Escoteiro e os escotistas tenham clareza de que apesar no período da Pré-Adolescência, composta por duas fases
dos membros juvenis estejam divididos em Ramos nos distintas, que chamamos de pré-puberdade (entre 11 e 13
Grupos, são seres únicos que transitam por estes Ramos anos de idade) e puberdade (entre 13 e 15 anos de idade).
e recebe de cada Ramo uma nova experiência que lhe Na primeira etapa, aproximadamente entre os 11 e
auxilia a se tornar um cidadão melhor para o mundo. 13 anos, as preocupações do adolescente se concentram,
Neste período de transição de passagem entre os de um modo geral, nos aspectos biológicos do “eu”. Os
Ramos é importante que os Escotistas do Ramos que jovens se encontram muito atarefados em se ajustar a uma
entregarão e receberão o(a) garoto(a) trabalhem sempre velocidade insólita de amadurecimento biológico e se
em conjunto. Esta simples ação propicia para que a voltam para eles mesmos. Como não se sentem seguros,
mudança de Ramo impacte menos possível no processo não estão muito interessados em seus pares do outro sexo,
evolutivo do jovem. não se propiciam contatos com eles e tendem, inclusive,
As mudanças do mundo moderno causam impactam a afastá-los. Esta atitude muda por volta dos 13 anos, na
na criança/adolescente/jovem que participa dos Grupos medida em que os jovens se adaptam ás novas condições,
Escoteiros e por isto é necessário estar atento e oferecer consolidam sua imagem corporal e adquirem uma nova
de forma criativa e atraente as experiência na vida segurança. Com o prosseguimento do desenvolvimento,
deles. As mudanças nas atividades e a forma de oferecer as “turmas” do mesmo sexo cedem espaço ás mistas, onde
podem mudar com o passar do tempo, mas a essência se encontram jovens de ambos os sexos.
do Escotismo e os bons valores jamais mudam com as De 13 á 15 anos, também de maneira genérica,
gerações. se acentua o desenvolvimento cognitivo associado as
Abaixo, apresentamos o quadro das fases transformações físicas. Aparece com mais clareza a
de desenvolvimento evolutivo relativo a crianças, etapa das operações formais ou pensamento abstrato,
adolescentes e jovens entre 7 e 21 anos de idade, que são constituída pela capacidade de pensar sobre afirmações
atendidas pelo Movimento Escoteiro. que não guardam relação com objetivos reais. Nesta faixa
etária, os jovens demostram mais capacidade de formular,
provar hipóteses e de pensar em o que poderia ser, em
lugar de pensar apenas no que é, o que os torna mais
introspectivos e analíticos. O aumento do uso da ironia, a
capacidade de criticar e o gosto pela utilização de duplo
sentido nas expressões do desejo de mostrar suas novas
habilidades.
Do ponto de vista do nosso Programa Educativo,
essas duas faixas etárias dão origem a duas colunas
diferentes de objetivos intermediários e Competências
que, embora apontem para os mesmos objetivos finais,
consideram as particularidades de cada faixa etária, tal
como foram descritas.
Nesta fase, meninos e meninas são iguais e diferentes,
as alterações hormonais que despertam a adolescência
marcarão diferenças físicas e motoras, além de ritmos de
crescimento distintos, entre o homem e a mulher.
Também é possível observar diferenças em aspectos
afetivos e cognitivos, que se referem aos impulsos,
comportamentos, atitudes e interesses dos jovens de

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 25


ambos os sexos. A origem da diferença destes aspectos O que se deve, então, é educar na igualdade, fazendo
da personalidade que não são de natureza física tem com que os jovens experimentem uma real aprendizagem
gerado discussões acaloradas. No entanto, hoje se aceita, da igualdade de direitos entre os homens e mulheres,
de modo geral, que as formas de comportamento de garantindo a ambos os sexos as mesmas oportunidades
homens e mulheres são adquiridas e dependem, quase de pleno desenvolvimento.
que completamente do ambiente em que os jovens
foram educados e dos modelos que tiveram a seu redor,
que representam para eles uma forma “herdada” de ser
homem e ser mulher.

ANOTAÇÕES

26 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO SÊNIOR

CONHECENDO O JOVEM II

Duração 60 minutos

Objetivos Gerais Reconhecer as principais características dos adolescentes participantes do Ramo Sênior.

• Reconhecer a importância do trabalho em conjunto entre os escotistas dos ramos


levando-se em conta as fases de desenvolvimento do membro juvenil.
Objetivos Específicos • Analisar as principais características da faixa etária dos membros juvenis participantes
do Ramo Sênior;
• Compreender como se desenvolvem questões ligadas à sexualidade nesta faixa etária.

Conteúdo Caraterísticas gerais de desenvolvimento do adolescente.

• Papel para cartaz


Material • Pincel atômico
• Fita crepe

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

10 Apresentação do vídeo gerações VD

30 Trabalho em grupo TG

20 Fechamento DD

VD = Vídeo TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Apresentação do vídeo gerações (10 minutos)


Apresentação de um vídeo que trata das mudanças de gerações ao longo dos anos.
https://www.youtube.com/watch?v=h5YXmYrPpKU

Trabalho em grupo (30 minutos)


O grupo será dividido em 4 subgrupos. Cada subgrupo ficará responsável por produzir um cartaz ilustrativo e elencar
as principais características do adolescente nesta fase de desenvolvimento.

Cada subgrupo deverá apresentar o seu cartaz e as características elencadas para o grande grupo.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 27


Fechamento (20 minutos):
O formador deverá fazer um link entre as características dos membros juvenis apresentadas pelos subgrupos, as
mudanças dos jovens que o mundo moderno trás e ressaltar os valores que o Escotismo trabalha na formação de um
cidadão. A base de formação nestes valores não muda com o tempo e o que necessita ser mudado é a forma de olhar
este adolescente para que se continue proporcionando estes valores por meio de atividades criativas e atraentes. E
que este papel é do adulto voluntário seja ele na condição de escotista ou dirigente institucional.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

De lobinho a pioneiro

Última atualização: 26/03/2014

28 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO SÊNIOR

CONHECENDO O JOVEM II

“Os mais velhos acreditam em tudo, os de meia-idade CONHECENDO OS JOVENS DO RAMO SÊNIOR
suspeitam de tudo, os jovens sabem tudo.”
O Ramo Sênior se ocupa com os jovens que estão no
(Oscar Wilde) período da Primeira Adolescência entre 15 e 18 anos de
idade.
Crianças, adolescentes e jovens possuem Evidentemente, neste período, os jovens tem
características próprias, porém interligadas entre as suas características específicas, que se manifestam nos seus
fases de desenvolvimento. É importante que o Grupo principais interesses e necessidades.
Escoteiro e os Escotistas tenham clareza de que apesar É preciso que os Escotistas estejam cientes de que
dos membros juvenis estarem divididos em Ramos nos os jovens são normalmente imprevisíveis e raramente
Grupos, são seres únicos que transitam por estes Ramos conseguem “controlar” sentimentos e emoções durante
e recebem de cada Ramo uma nova experiência que lhes esse periodo turbulento.
auxilia a se tornarem um cidadão melhor para o mundo. Um dos grandes dilemas é saber se “Sou Normal?”
Neste período de transição de passagem entre Como neste periodo os jovens passam por uma série
os Ramos é importante que os Escotistas dos diversos incontável de alterações físicas, é muito comum que
Ramos que entregará e receberá o(a) garoto(a) trabalhem fiquem se olhando diante do espelho, não se sabendo
sempre em conjunto. Esta simples ação auxilia de maneira se estão maravilhados ou horrorizados com o que vêem.
que a mudança de Ramo impacte o mínimo possível no Corpos e emoções em transformação, numa velocidade
processo evolutivo do jovem. alarmante. Com certo desespero, procuram ficar iguais
As mudanças do mundo moderno causam impactos aos amigos, ser “normais”, quer seja quanto à aparência
nas crianças e jovens que participam dos Grupos física, quer seja quanto ao comportamento. Muitas vezes
Escoteiros e por isto é necessário estar atento e oferecer os dois juntos.
de forma criativa e atraente as experiências na vida
deles. As mudanças nas atividades e a forma de oferecer UM PERFIL EM LINHAS GERAIS SOBRE OS DISTINTOS
podem mudar com o passar do tempo, mas a essência ASPECTOS DA PERSONALIDADE
do Escotismo e os bons valores jamais mudam com as
gerações. É possível que muitas das características
Abaixo, apresentamos o quadro das fases apresentadas sejam familiares e o façam lembrar-se dos
de desenvolvimento evolutivo relativo a crianças, jovens da sua seção. Mas é importante ressaltar que as
adolescentes e jovens entre 7 e 21 anos de idade, que são características seguintes são genéricas e que os jovens
atendidas pelo Movimento Escoteiro. podem apresentá-las em maior ou menor intensidade em
diferentes momentos de seu desenvolvimento.
Entre os 14 ou 15 anos e até os 17 ou 18 anos a
principal característica está na busca da identidade
pessoal, ou seja, sentir-se estável ao longo do tempo. Um
dos sinais mais evidentes dessa busca é o afastamento de
sua família e a aproximação aos grupos de amigos.
Enquanto as mudanças físicas na adolescência
podem, quase sempre, ser vistas, as alterações emocionais
são complexas e não raro se apresentam como grandes
desafios. Emocionalmente os adolescentes são
imprevisíveis. Em um dia estão psicologicamente estáveis
e agem com maturidade. No seguinte, tornam-se de uma
hora para outra mal humorados, chorosos, zangados
e reagem de forma imatura. É preciso muita paciência,
compreensão e parcimônia ao lidar com tais situações.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 29


Principalmente porque estes comportamentos interferem do mesmo sexo não significam, obrigatoriamente, que o
diretamente na vida de Patrulha e da Tropa. jovem vai assumir uma identidade homosexual. Muitos
O grupo de amigos para o adolescente funciona passam por períodos de incertezas, durante os quais
como um espaço intermediário entre a família e a ocorrem essas experiências.
sociedade. Nos grupos eles encontram um elevado grau Para muitos jovens, é uma fase traumática,
de intimidade e coesão o que proporciona a troca de repleta de sentimentos de culpa em razão do estigma
sentimentos e idéias gerando apoio e segurança. Quando social e postura familiar ligados à homossexualidade.
estamos num grupo de iguais, fica mais fácil falar de Muitos sofrem com pesadelos e acreditam que, se saírem
incertezas, fantasias e desejos com a convicção de se à caça desenfreada por um parceiro do sexo oposto,
sentir compreendido e aceito. a atração que sentem por aqueles do mesmo sexo vai
Abstenha-se de fazer comentários sobre as desaparecer. Alguns jovens se envolvem em inúmeros
alterações físicas que saltam à vista. Um comentário, relacionamentos heterossexuais apenas para provar que
por mais inocente que seja, pode provocar uma reação são “normais”. Lembre-se de que o desejo de ser normal é
negativa ou o jovem pode ficar ainda mais ansioso. uma das grandes preocupações da adolescência.
De toda forma, o importante é o Escotista
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO saber lidar com tranquilidade com estas condutas e,
principalmente, evitar uma visão preconceituosa quanto
Para conhecer um pouco mais os jovens entre 15 e ao comportamento adotado, buscando, na maneira do
18 utilizaremos o conceito de áreas de desenvolvimento. possível, envolver a família, para que o/a jovem se sinta
Refere-se aos desafios que se enfrentam em um bem acolhido/a.
determinado período da vida para conseguir dar o
próximo passo, tendo assim uma sólida plataforma. DESENVOLVER E IMPLEMENTAR HABILIDADES ESPECIFICAS
DO PENSAMENTO FORMAL
HABITUAR-SE AO CORPO E SENTIMENTOS NO PROCESSO DE
AMADURECIMENTO SEXUAL Os jovens se deparam com mudanças profundas em
seu pensamento, agora tem a habilidade de compreender
Mesmo que as mudanças graduais na infância e coordenar de forma mais eficaz as ideias abstratas,
permitam que a criança vá se acostumando à mudança de pensar em diversas possibilidades, testando hipóteses,
imagem corporal, ou seja, a imagem que ele tem de seu projetando para o futuro, construindo filosofias e
próprio corpo; a velocidade e a intensidade das mudanças, estabelecendo conceitos.
nesta etapa torna muito difícil integrá-los mantendo
um senso de familiaridade e até mesmo de estabilidade DESENVOLVER E IMPLEMENTAR UM NÍVEL MAIS COMPLEXO DE
consigo mesmo. PERSPECTIVA
Deve se adaptar a um corpo que rapidamente
dobrou de tamanho e adquiriu características sexuais. Quando os jovens aprendem a “se colocar na
Isto significa que o jovem deve aprender a lidar posição de outra pessoa” aprendem a tomar a sua própria
com as mudanças biológicas e sentimentos sexuais, perspectiva e as dos outros, usando essa nova habilidade
estabelecendo uma identidade sexual e prática para resolver conflitos e problemas em suas relações. A
de comportamentos saudáveis e habilidades para isso chamamos de empatia.
desenvolver relacionamentos amorosos.
Neste periodo, muitos estão se tornando DESENVOLVER E APLICAR NOVAS HABILIDADES DE
sexualmente ativos, isto quando não tiveram sua iniciação ADAPTAÇÃO, TAIS COMO A TOMADA DE DECISÕES, RESOLUÇÃO
ainda no Ramo Escoteiro, portanto, precisam aprender o DE PROBLEMAS E RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
que vem a ser um comportamento responsável e quais as
consequências da atividade sexual. A partir das novas capacidades de pensamento, os
Também é normal e bastante comum que os jovens adquirem novas habilidades para pensar e planejar
adolescentes passem por um periodo em que questionam o futuro. Assim, utilizam estratégias mais complexas no
a sua sexualidade. Também não é raro que tenham processo de decisão, resolução de problemas e resolução
experiências com pessoas do mesmo sexo. Pode ser um de conflitos, bem como reduzem os riscos que assumem
singelo beijo ou ir além disso. Experiências com outros e atingem seus objetivos ao invés de colocá-los em risco.

30 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


IDENTIFICAR OS VALORES MORAIS, NORMAS DE CONDUTA E ESTABELECER OS PRINCIPAIS ASPECTOS DA IDENTIDADE
CRENÇAS PESSOAL

Os jovens desenvolvem uma compreensão mais Embora o processo de formação da identidade dure
completa do comportamento ético. Questionam crenças toda a vida, aspectos fundamentais da identidade são
apresentadas na infância e adotam valores para orientar forjadas na adolescência, incluindo o desenvolvimento de
suas decisões e comportamentos. Do ponto de vista uma identidade que reflete um senso de individualidade
religioso deve passar de uma fé recebida no seio familiar e conexão com pessoas e grupos que são valorizados.
para uma fé própria. Desenvolve uma identidade positiva sobre a sexualidade,
relações de gênero, atributos físicos e sensibilidade a
COMPREENDER E EXPRESSAR EMOÇÕES MAIS COMPLEXAS diferentes grupos, etnias e níveis sócio-econômicos que
compõem a sociedade.
Identificar e comunicar emoções mais complexas, A busca por uma identidade é uma das mais
entender as emoções dos outros de maneira mais importantes metas que os adolescentes têm de alcançar.
sofisticada e pensar sobre as emoções de forma mais Cabelos verdes, cabelos azuis, brincos por todo lado, todo
abstrata. de preto, cabelo espetado, sem cabelo, etc. Além disso,
A estabilidade emocional conseguida nos anos que pode contar que estilo musical, linguagem, bijuteria, tudo
antecederam e a segurança dos afetos dentro da família que for visível e audível vai mudar de novo e outras tantas
vão conter as oscilações e permitirão uma direção mais vezes. Os adolescentes irão sempre surpreendê-lo!
estável. Já aqueles que não contaram com esta unidade e Alguns adolescentes não acham uma identidade
coerência familiar na infância e puberdade, terão que lutar de uma hora para outra. Para descobrirem quem
com mais esforços para enfrentar as naturais crises desta são, experimentam uma sequência de mascaras até
fase. encontrarem a que serve. Muitos escolhem participar de
Alguns jovens se envolvem em atitudes perigosas “grupos” ou “tribos” para terem algo com que se identificar,
porque estão entediados, zangados ou querem chamar para pertencerem. Isto ocorre, independentemente
atenção. Trata-se de um sentimento de ligação, de ser de fazerem parte do Movimento Escoteiro e estarem
importante para outra pessoa ou pessoas, sobretudo para inseridos numa Patrulha.
a família.
Os sentimentos que afloram servem, em geral, RESPONDER AS DEMANDAS QUE IMPLICAM EM FUNÇÕES E
para disfarçar sentimentos profundos mais delicados. É RESPONSABILIDADES DECORRENTES DO AMADURECIMENTO
mais fácil ficar zangado do que triste ou amedrontado.
Por baixo da raiva, sempre encontramos mágoa, culpa, Gradualmente assume o papel que deles se espera
tristeza ou medo. Normalmente a raiva é a opção “segura” na vida adulta, eles aprendem habilidades para adquirir
que os jovens escolhem quando estão confusos. e gerenciar os múltiplos requisitos que lhes permitam
O que os jovens mais querem é que os escutem e que ser inseridos no mercado de trabalho, de modo a
sejam valorizados. Eles aprendem a escutar quando são corresponder às expectativas da família e da comunidade,
escutados e aprendem a confiar quando lhes atribuem como cidadãos.
responsabilidades. Na fase intermediária da adolescência, os jovens
começam a refletir sobre as opções de carreira profissional.
FORMAR AMIZADES INTIMA TENDO APOIO MÚTUO Isto quando não foram inseridos no Mercado de trabalho,
sem qualquer qualificação, por razões socio-familiares.
Nesta fase, tendem a desenvolver relacionamentos Porém, normalmente, é na pós-adolescência que são
com seus pares desempenhando um papel muito levados a considerer planos e objetivos de longo prazo.
mais importante do que na infância. Elas deixam de Em qualquer das etapas da adolescência podemos
ser amizades baseadas em compartilhar atividades e proporcionar aos jovens alguns estímulos, por meio de
interesses para aquelas baseadas em compartilhar ideias atividades vivenciadas, que os inspire, e daí, quem sabe,
e sentimentos. começarem a pensar: “Bem, isso é o que quero ser. É o que
realmente quero fazer da minha vida.” Porém, devemos
também lembrar que não somos os únicos influenciadores

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 31


para tal e, por isso, não se torna uma obrigação que os Mas, não basta ao adulto educador no Movimento
jovens encontrem, em nossas atividades, seu futuro Escoteiro saber o que é a adolescência, a puberdade e
profissional. quais são os desafios que se apresentam aos jovens entre
15 e 18 anos. Para essa etapa de desenvolvimento e de
REFORMULANDO RELAÇÕES COM OS ADULTOS QUE EXERCEM O grandes mudanças (irregulares e individuais), é necessário,
PAPEL DE PAIS OU RESPONSÁVEIS conhecer a cada jovem pessoalmente.
Para tanto, é fundamental observar as
Embora às vezes o processo da adolescência seja particularidades que tornam única a personalidade de
descrito como “separar” dos pais ou outros responsáveis, cada jovem e que dependem da genética e do ambiente
hoje temos a interpretação no sentido de um esforço - do lugar onde nasceu, da ordem que ocupa entre seus
conjunto de adultos e adolescentes para estabelecer irmãos, da escola em que estuda, dos amigos e amigas
um equilíbrio entre autonomia e conexão contínua, com quem convive ao seu redor, da forma na qual se tem
enfatizando um ou outro antecedente de acordo com desenvolvido sua vida. Enfim, da sua história única e de
cada família e as tradições culturais. sua realidade individual.
Para obter essa informação de cada jovem que
CADA JOVEM É UMA HISTÓRIA E UM PROJETO QUE NÃO SE integra a Tropa Sênior ou Guia não bastam livros, cursos
REPETE e nem manuais. É necessário tempo para compartilhar,
conhecer o seu ambiente, viver os mesmos momentos, ser
Contudo, é evidente que nem todos os jovens são testemunha de suas reações, entender as suas frustrações,
iguais e que nem todos enfrentam as mesmas demandas escutar seu coração, decifrar seus sonhos... Esse esforço é
do seu ambiente. Um jovem do interior possui prioridades a primeira tarefa de um Escotista e seu êxito dependerá da
e necessidades diferentes de um jovem de uma grande qualidade das relações que estabeleça com cada jovem.
cidade, por exemplo. O mesmo princípio de aplica se Uma relação educativa que expresse interesse, respeito e
consideradas diferenças culturais, econômicas, etc. consideração.
Mesmo assim, todos os adolescentes compartilham Uma personalidade integrada com sucesso
certo numero de experiências e problemas comuns. Todos dependerá da vitória razoável na passagem de todos às
passam por mudanças físicas e fisiológicas na puberdade. fases anteriores do desenvolvimento. Além disso, também
Todos enfrentam a necessidade de estabelecer a sua dependerá da solução de numerosas tarefas específicas
identidade e traçar o seu próprio caminho como membro da adolescência a fim de que ao final deste período
independente da sociedade. Contudo e não obstante, este adolescente se forme um adulto razoavelmente
diferentemente do que de forma comum se apresentam autossuficiente. Neste período se alcançou o ponto
em muitas palestras, não existe uma identidade única, decisivo de sua jornada. É a hora de caminhar por si só.
“um adolescente” ou a possibilidade de generalização “os
jovens de hoje”. Essas são simplificações equivocadas e
exageradas, principalmente se vierem acompanhadas de
percepções euforicamente positivas (como “o futuro da Mais detalhes sobre as características do
Nação”) ou negativas (como “o reflexo de todo o mal da jovem que faz parte da sua Tropa Sênior podem ser
nossa sociedade”) encontrados na publicação “De Lobinho a Pioneiro”
ou no Manual do Escotista Ramo Sênior.

ANOTAÇÕES

32 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO PIONEIRO

CONHECENDO O JOVEM II

Duração 60 minutos

Reconhecer as principais características de desenvolvimento dos jovens que participam


Objetivos Gerais
do Ramo Pioneiro, para melhor atuar com eles.

• Identificar as principais características da adolescência tardia nos diferentes aspectos


da personalidade.
• Reconhecer as principais influências que sofrem os jovens durante a adolescência
Objetivos Específicos
tardia.
• Compreender como se desenvolvem as questões ligadas à sexualidade na adolescência
tardia.

Conteúdo Caraterísticas gerais de desenvolvimento do jovem que pertence ao Ramo Pioneiro.

• Data show
• Papel para cartaz
• Pincel atômico
Material • Fita crepe
• Tesoura
• Cola
• Revistas

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

10 Apresentação do vídeo gerações VD

30 Trabalho em grupo TG

20 Fechamento DD

VD = Vídeo TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Apresentação do vídeo gerações (10 minutos)


Apresentação de um vídeo que trata das mudanças de gerações ao longo dos anos.
https://www.youtube.com/watch?v=h5YXmYrPpKU

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 33


Trabalho em grupo (30 minutos)
O grupo será dividido em 4 subgrupos. Cada subgrupo ficará responsável por 3 a 4 características da adolescência
tardia descritas na apostila e deverá produzir um cartaz ilustrativo que as retrate.

Cada subgrupo deverá apresentar o seu cartaz e as características elencadas para o grande grupo.

Fechamento (20 minutos)


O formador deverá fazer um link entre as características dos jovens apresentadas pelos subgrupos, as mudanças
dos jovens que o mundo moderno trás e ressaltar os fundamentos do Escotismo na busca da formação de melhores
cidadãos. Reforçar que o propósito e os princípios não mudam com o tempo, mas muda a forma de olhar e de
trabalhar com este jovem. As atividades devem ser atraentes, variadas e adequadas à faixa etária e ao momento que
eles vivem.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Livro :De lobinho a pioneiro: a criança e o jovem com quem lidamos


Manual do Escotista do Ramo Pioneiro

Última atualização: 26/03/2014

34 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO PIONEIRO

CONHECENDO O JOVEM II

Crianças, adolescentes e jovens possuem Atualmente, tende-se a reconhecer três períodos na


características próprias, porém interligadas entre as suas adolescência:
fases de desenvolvimento. É importante que o Grupo
Escoteiro e os escotistas tenham clareza de que, apesar • Adolescência prematura: dos 10 aos 14 anos
dos membros juvenis estarem divididos em Ramos nos • Adolescência média: dos 15 aos 18 anos
Grupos, são seres únicos que transitam por estes Ramos e • Adolescência tardia: dos 18 aos 25 anos
recebem de cada um deles uma nova experiência que lhes aproximadamente,
auxiliam a se tornar um cidadão melhor.
Abaixo, apresentamos o quadro das fases Todas estas divisões são relativas e devem ser
de desenvolvimento evolutivo relativo a crianças, considerados os contextos sociais, culturais e a biografia
adolescentes e jovens entre 7 e 21 anos de idade, que são individual.
atendidas pelo Movimento Escoteiro. Por ser a idade de interesse do Ramo Pioneiro, o
texto se concentra nas características da faixa etária dos
18 aos 21 anos.

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DA ADOLESCÊNCIA TARDIA

1. Continua a exploração para construção da identidade

O jovem nesta fase explora várias possibilidades de


amor e trabalho. Obtém conclusões sobre quem é, quais
são suas capacidades e limitações, quais são suas ideias,
valores e que lugar ocupa na sociedade. Essas explorações
fazem com que, nessa etapa, ainda exista instabilidade. Por
outro lado, cabe lembrar que o sentido da identidade não
se consegue de uma vez e para sempre; constantemente,
se perde e se recupera, ainda entre os adultos.

2. Sente-se no meio do caminho

OS JOVENS DO RAMO PIONEIRO Já não é considerado adolescente, mas também não


é considerado plenamente adulto. Sente que alcançou o
Devido a fatores sociais, aos avanços da nutrição amadurecimento em alguns aspectos, mas em outros não.
e aos cuidados com a saúde em geral, a adolescência
começa, em média, antes do que começava há um século, 3. É a idade das possibilidades, das esperanças e das
por volta dos 10 anos de idade. expectativas
Da mesma maneira, se considerarmos como final
da adolescência o momento em que o jovem assume Já que pouco dos sonhos juvenis foram testados
papéis de adulto, tais como casamento, maternidade na vida real. Para a maioria dos jovens, a margem de
ou paternidade e o emprego estável, a adolescência autonomia para tomar decisões de como viver é maior do
ultimamente termina depois. que antes e, provavelmente, também menor do que será
O período da adolescência, compreendido no futuro.
tradicionalmente entre os 10 e 18 anos de idade, hoje
se estende um pouco além, em um período que se
denominou “adolescência tardia”.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 35


4. Surge o pensamento dialético e o juízo reflexivo 8. A relação com os parceiros ganha em intimidade e
confiança
O jovem evolui de uma forma de pensamento
dual, por meio do qual se tende a enxergar as situações Os parceiros nunca deixam de influenciar na
em termos polarizados (um ato é certo ou errado, uma adolescência. Na adolescência tardia, ocorre diferente;
afirmação é verdadeira ou falsa, independentemente diminui como pressão de grupo e aumenta como fonte de
dos refinamentos ou da situação a que se aplique), a um conselho pessoal e apoio emocional. Os jovens costumam
pensamento múltiplo ou pensamento dialético, no qual dedicar mais tempo a conversas sobre temas importantes
cada questão tem outros lados, valorizando todos os para eles do que a atividades compartilhadas.
pontos de vista. É consciente de que os problemas não têm
uma solução única, e que as estratégias ou pontos de vista 9. A relação com a família se estrutura mais
contrários têm seus méritos e devem ser considerados. Do horizontalmente
pensamento dialético, surge o juízo reflexivo que consiste
na capacidade de avaliar a coerência lógica de provas e Na adolescência tardia, aumenta a capacidade dos
argumentos. jovens de entender seus pais. À medida que amadurecem,
mostram-se mais capazes de compreender a forma como
5. Também aparece o pensamento crítico e a seus pais veem as coisas. Da mesma maneira, os pais
capacidade de compromisso tendem a mudar a forma como veem e se relacionam
com seus filhos. Diminui o papel de supervisão e a relação
Na adolescência tardia aparece, também, o torna-se mais ampla e amável. Nasce uma nova intimidade
pensamento crítico. Trata-se do pensamento que não com senso de respeito mútuo. Esta tendência é melhor
somente implica a memorização de informação, sem observada nos casos em que os jovens saem da casa da
analisá-la, mas também fazer juízo sobre seu significado, família. Estes jovens tendem a se dar melhor com seus pais
relacioná-la com outra informação e considerar porque é do que os que permanecem em suas casas.
válida ou inválida. A capacidade de compromisso tem a
ver com a possibilidade da pessoa assumir aqueles pontos 10. O Trabalho torna-se relevante
de vista que considera válidos, enquanto continua aberta
a reavaliar suas opiniões caso se apresentem novas provas. O trabalho não somente é importante do ponto de
vista econômico (autonomia econômica), mas também
6. Dissolve-se o egocentrismo como possibilidade de realização dos direitos de cidadão,
acesso à informação e vínculos sociais. Dele depende
À medida que aprendem a considerar ou adotar a implementação de outros projetos na vida do jovem,
a perspectiva dos outros, os jovens se tornam menos como, por exemplo, conseguir seu espaço próprio e a vida
egocêntricos, como parte do processo que os aproxima em parceria. Entre os jovens, são frequentes os empregos
da maturidade. O jovem entende que a outra pessoa tem temporários que não têm relação com um futuro trabalho
uma perspectiva diferente da sua, e se dá conta, também, adulto. Geralmente, os jovens têm acesso a empregos não
de que as outras pessoas entendem que ele tem sua qualificados, o que implica em poucas oportunidades
própria perspectiva. de crescimento e baixo reconhecimento social, o que se
denomina precarização do emprego (trabalho flexível).
7. Melhora da autoestima O acesso a um emprego, cada vez mais, requer maior
extensão dos anos de escolaridade. Ao constituir-se o
A autoestima é o sentimento de valorização e bem trabalho no valor principal obre o qual giram parte das
estar pessoal que uma pessoa tem de si mesma. Imagem possibilidades de realização pessoal, qualquer problema
pessoal, conceito pessoal e auto-percepção são conceitos com esse origina sentimentos de desânimo e falta de
relacionados que se referem à forma como as pessoas esperança. Por isso, ao falar dos projetos, o assunto
se veem e se avaliam. Na adolescência Tardia, o jovem emprego deve ser prioritário.
já passou pelas mudanças difíceis da puberdade e se
sente mais confortável com sua aparência, aumentando
a autoestima na maioria dos casos. Melhora a relação com
seus pais e os conflitos diminuem.

36 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


11. O amor nesta etapa seja a mesma em todas as partes do mundo. A identidade
dos jovens está se tornando cada vez mais bicultural, com
Nas relações amorosas entre adolescentes, é difícil uma identidade para sua partipação em sua cultura e
que o compromisso exista, e, se existe, é oscilante. outra na cultura global.
Enquanto algumas relações podem prolongar-se, na
maior parte dos casos durará pouco. Não significa que não 14. Esta é uma etapa com ênfase cultural
sejam capazes de se comprometer, mas que o farão ao
final da adolescência tardia. É claro que todos conhecemos A existência e o prolongamento dessa etapa
algumas exceções bem sucedidas. variam de acordo com contextos culturais, sociais,
econômicos, ambiente rural ou urbano, e de gênero. As
12. A influência dos meios de comunicação trajetórias de construção da identidade são fortemente
influenciadas pela classe social e pelo gênero. Os adultos
Atualmente, os jovens crescem imersos em um responsáveis devem aprender a analisar os aspectos de
mundo de mídia e, para a maioria deles, é um tema especial desenvolvimento de seus jovens a partir dos aspectos
e fascinante. Este mundo é moldado pela televisão, pela culturais. A adolescência, e em especial esta etapa
música, pelo cinema, pelas redes sociais, videogames, denominada adolescência tardia, é uma construção
telefones celulares, etc. Os meios de comunicação cultural e não um fenômeno puramente psicológico ou
tendem a usar os jovens como usuários ativos e não biológico. Isto faz com que as características dessa etapa
como receptores passivos. Por sua vez, os jovens variem não somente de um país a outro, mas também de
selecionam os diversos meios e relacionam de maneira uma cidade a outra e até mesmo de um bairro a outro,
diferente às mesmas experiências, fazendo uso deles especialmente em países com diversidade cultural. Por
como entretenimento, busca de sensações, formação isto, especialmente nesse Ramo, os adultos responsáveis
de identidade ou identificação com a cultura juvenil. A devem adaptar a aplicação do método escoteiro à
tecnologia desempenha um papel predominante entre realidade cultural dos diferentes ambientes em que
os jovens. Esta é uma geração que, em geral, está mais atuam os jovens.
capacitada para utilizar a tecnologia.

13. A globalização produz uma identidade bicultural Leia mais sobre o assunto, no Manual do
Escotista do Ramo Pioneiro e no livro “De lobinho a
Enquanto a globalização faz com que jovens de pioneiro: a criança e o jovem com quem lidamos”.
diferentes culturas experimentem ambientes cada vez
mais parecidos, isso não significa que a identidade cultural

ANOTAÇÕES

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 37


UNIDADE DIDÁTICA | CURSO BÁSICO - ESCOTISTA

SISTEMA DE EQUIPE E SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO

Duração 60 minutos

Compreender a importância do sistema de equipe e sistema de participação no


Objetivos Gerais
Movimento Escoteiro.

• Conhecer as diferenças existentes em cada Sistema de Equipe: matilha, patrulha e


equipes de interesse.
• Conhecer qual sistema de equipe se aplica a cada ramo no programa educativo.
Objetivos Específicos
• Entender a importância do Sistema de Participação: Roca de Conselho, Corte de Honra
e Comad.
• Identificar a diferença entre os Sistemas de Participação existentes dentro do Escotismo.

• Matilhas e Roca de Conselho;


• Patrulhas e Corte de Honra;
Conteúdo
• Equipes de interesse;
• Conselho de Clã e Comad;

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

20 Sistema de Equipe PL

20 Sistema de participação TG

20 Dinâmica de fixação – Sistema de Equipe TG

VD = Vídeo TG = Trabalho em Grupo

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Sistema de equipe (20 minutos)


A ênfase educativa desta unidade deve estar centrada no terceiro ponto do Método Escoteiro (vida em equipe).
O formador deverá apresentar, por meio de equipamento audiovisual, o que é Sistema de Equipe, como ele se
materializa em cada ramo, as principais características e diferenças entre eles. Deverá ser abordado:

- Matilhas, para o Ramo Lobinho.


- Primo e Segundo, no Ramo Lobinho.
- Patrulhas para os ramos Escoteiro e Sênior.
- Encargos de patrulha nos Ramos Escoteiro e Sênior.
- Equipes de interesse.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 39


Trabalho em grupo - Sistema de Participação (20 minutos)
Divididos em equipes e utilizando-se das literaturas existentes (apostila, manuais, guias, etc), os cursantes deverão
escrever as principais diferenças existentes entre: Roca de Conselho, Corte de Honra e Comad. O formador deve
pedir para que cada grupo apresente a sua produção, pontuando as principais diferenças entre cada Sistema de
Participação, sanando as dúvidas que surgirem e dando destaque para importância de cada um desses órgãos.

Dinâmica de fixação – Sistema de Equipe (15 minutos)


Após a explicação sobre Sistema de Equipe e o trabalho em grupo sobre o Sistema de Participação, o formador
deverá colocar em uma parede ou quadro, um painel conforme exemplificado abaixo;

RAMO LOBINHO RAMO ESCOTEIRO RAMO SÊNIOR RAMO PIONEIRO

No centro da sala, o formador deverá disponibilizar uma caixinha contendo papéis com palavras, afirmações ou
frases relacionadas ao sistema de equipe e sistema de participação de cada ramo. Cada cursante deverá pegar um
papel e colar no local que considere como sendo o correspondente. Exemplos de palavras, afirmações ou frases:

- Patrulhas com nomes de animais ou constelações;


- Monitor eleito pelos demais membros da patrulha;
- Primo;
- Se distinguem pelas cores: preta, cinza, branca, vermelha, marrom ou amarela;
- Segundo;
- Comad;
- Conselho de Clã;
- Roca de Conselho;
- Patrulha com no mínimo quatro e no máximo seis integrantes;
- Patrulhas com nome de acidente geográfico;
- Corte de Honra;
- Conselho de Patrulha;
- Equipes de interesse.

Ao final, o formador deverá fazer o fechamento da unidade fazendo as correções necessárias e sanando as
dúvidas remanescentes.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista – Ramo Lobinho


Manual do Escotista – Ramo Escoteiro
Manual do Escotista – Ramo Sênior
Manual do Escotista – Ramo Pioneiro
POR 2013

Última atualização: 17/12/2013

40 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


SISTEMA DE EQUIPE E SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO

SISTEMA DE EQUIPE fácil que as crianças exponham seus pontos de vista,


favorecendo a aprendizagem das responsabilidades,
ALCATEIA E MATILHAS a iniciativa pessoal e as decisões tomadas em grupo,
aspectos que uma criança teria dificuldade de desenvolver
A Alcateia em um grupo maior.
O lobo é o animal símbolo de todas as matilhas, que
A Alcateia é a Seção do Ramo Lobinho para crianças se distinguem numa mesma Alcateia pelas cores típicas
de 6,5 a 10 anos, podendo ser composta apenas de de suas pelagens, ou seja: matilha preta, matilha cinza,
Lobinhos, apenas de Lobinhas ou ter uma composição matilha branca, matilha vermelha, matilha marrom ou
mista. No caso das Alcateias mistas, deve-se procurar matilha amarela.
alcançar um número equilibrado de meninos e meninas,
admitindo as variações que decorrem das circunstâncias Primo (a) e Segundo (a)
naturais na vida da Seção.
“Para a organização das crianças e melhor A Matilha é liderada por um Lobinho ou Lobinha,
funcionamento da Alcateia, os escotistas a dividem em denominado Primo ou Prima, auxiliado e substituído
pequenos grupos denominados Matilhas, cada uma delas em suas ausências por outro Lobinho ou Lobinha,
composta por até seis lobinhos e lobinhas. denominado de Segundo ou Segunda. Ambos são eleitos
Do ponto de vista educacional, as matilhas não pela própria matilha, de acordo com as orientações
chegam a ser “comunidades de vida”, como acontece descritas no Manual do Escotista - Ramo Lobinho.
com as Patrulhas e Equipes, em outros Ramos. Assim, As atribuições dos Primos variam segundo as
as atividades são mais frequentemente realizadas pela atividades e de acordo com a experiência do Lobinho e da
Alcateia, como um todo, do que pelas Matilhas. Lobinha que exerce temporariamente a função.
É por isso que dizemos que a unidade da Alcateia é A eleição do Primo, no interior da Matilha, deverá
a própria Alcateia. O espírito de grupo está na Alcateia em ser circunscrita aos Lobinhos e Lobinhas que ainda não
si, pois “os lobos caçam todos juntos e as matilhas servem tenham ocupado o cargo anteriormente; se todos os
apenas para melhor planejar a caçada”. Devemos enfatizar Lobinhos de uma mesma matilha já desempenharam a
e estimular essa unidade, baseando-se tanto na mística do função, só deverão ser “candidatos” os que exerceram uma
menino lobo que aprendeu a conviver em uma sociedade única vez.
organizada, harmoniosa e obediente à lei, como nos Este sistema, que considera tanto o exercício
próprios princípios da Lei e na Promessa do Lobinho.” da democracia como a igualdade de oportunidade
A Alcateia congrega até 24 Lobinhos divididos em para que todos exerçam a cooperação e a liderança,
quatro matilhas. As matilhas são as equipes da Alcateia exige que os escotistas preparem devidamente as
composta por 4 a 6 crianças. crianças, especialmente aquelas que ainda não tenham
desenvolvido a capacidade de condução, as tímidas, as
As matilhas mais novas e outras que, por razões diferentes, possam
se sentir pressionadas diante da redução da autoestima,
Para organizar melhor o funcionamento da Alcateia, a frustração, o isolamento e até mesmo a marginalização
são formados pequenos grupos denominados matilhas, na Alcateia.
cada uma composta por 4 a 6 crianças.
Do ponto de vista educativo, as matilhas não SISTEMA DE PATRULHAS
chegam a ser uma “comunidade de vida”, como acontece
com as patrulhas nos Ramos Escoteiro e Sênior, mas já é O Sistema de Patrulhas foi idealizado por Baden
o primeiro passo na vivência do sistema de equipes, tão Powell para contemplar a tendência natural dos jovens
característico do Escotismo. em formar pequenos grupos em torno de um líder, a fim
De qualquer forma, as matilhas se constituem em de realizar uma atividade de interesse comum.
um núcleo educativo, pois em pequenos grupos é mais

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 41


No Método Escoteiro é abordada, em seu terceiro diferentes cargos. Cada jovem deve ter a oportunidade de
ponto, a vida em equipe, que pressupõe a descoberta e ser responsável por uma tarefa e exercer um cargo por um
aceitação progressiva da responsabilidade, a disciplina tempo não menor que o tempo de um Ciclo de Programa.
assumida voluntariamente e a capacidade tanto Também deve ter a oportunidade de exercer diferentes
para cooperar como para liderar. A disciplina e as responsabilidades;
responsabilidades assumidas no Sistema de Patrulhas
treinam o jovem para a tomada de decisão, que é em • Tem um líder eleito pelos jovens: o Monitor de patrulha
última análise “o assumir seu próprio desenvolvimento” é um jovem integrante da Patrulha, eleito pelos outros
do propósito do Escotismo. jovens, e que assume um papel relevante na direção e
O Sistema de Patrulhas é, então, a organização animação da equipe;
de aprendizagem com base no Método Escoteiro, pelo
qual jovens amigos integram de forma livre e com • Tem uma instância formal de tomada de decisões,
ânimo permanente um pequeno grupo com identidade o Conselho de Patrulha: espaço em que se tomam as
própria, com o propósito de desfrutar sua amizade, decisões mais importantes da patrulha e do qual todos
apoiar-se mutuamente em seu desenvolvimento pessoal, participam. Suas reuniões podem realizar-se cada vez que
comprometer-se em um projeto comum e interagir com a patrulha perceba ser necessário, sem que sua excessiva
outras patrulhas. frequência o converta na reunião habitual de patrulha
Para que o Sistema de Patrulhas funcione (na que a patrulha realiza atividades). Trata assuntos
corretamente, seguem algumas orientações importantes: como: aprovação das atividades da patrulha para um
ciclo de programa e das atividades propostas para
• O ingresso na patrulha é voluntário: o fato de serem realizadas pela Tropa; avaliação das atividades de
pertencer ou não a uma patrulha é um ato que depende patrulha e autoavaliação de progressão pessoal de cada
da própria escolha do jovem e da aceitação do resto dos jovem; eleição do Monitor da patrulha; administração
integrantes da patrulha. Não devemos armar patrulha dos recursos; determinação de cargos e avaliação de seu
segundo a nossa vontade ou ponto de vista; desempenho;

• É um grupo coeso de caráter permanente: não é uma • Aprende através das ações: os jovens aprendem,
estrutura ocasional. É um grupo estável com membros por meio das aventuras e desafios, que vivem juntos
estáveis, que por meio da vivência e ações de seus na patrulha, planejando atividades, organizando-as,
integrantes constrói uma história, estabelece tradições e gerando recursos, avaliando resultados e aprendizagens e
tem em comum seu compromisso; auxiliando uns aos outros (os que mais sabem ajudam os
que menos sabem);
• Tem identidade própria e autonomia: cada um da
patrulha tem sua identidade, seus símbolos (nome, • Interage com outras patrulhas da Tropa: a patrulha
bandeirola, local e livro de patrulha), forma de ser e interage com as outras patrulhas, competindo e
características diferentes das outras patrulhas. Cada uma cooperando. Interage também com os escotistas e com os
das patrulhas da Tropa deve ser autônoma, ou seja, ter outros membros do grupo escoteiro.
sua própria vida independente da Tropa, inclusive criando
suas próprias normas, desde que coerentes com os valores Patrulhas no Ramo Escoteiro
propostos pela Lei Escoteira;
Na Tropa Escoteira, as patrulhas podem conter de
• Realiza atividades por sua conta e com outras cinco a oito jovens. No caso de Tropas Escoteiras mistas,
patrulhas da Tropa: a patrulha tem vida própria. Com as patrulhas também podem ser compostas por jovens de
isto queremos dizer que realiza suas próprias atividades, ambos os sexos, ou apenas por escoteiros ou apenas por
projetos e reuniões independente das que realizam com escoteiras, se os jovens assim desejarem.
a Tropa. As patrulhas também propõem atividades para Cada Tropa Escoteira terá, no máximo, cinco
fazer com as outras patrulhas da Tropa. patrulhas, desde que respeitado o efetivo máximo.
Cada Patrulha tem como designativo o nome de um
• As funções são atribuídas e há tarefas para cada animal, de uma estrela ou de uma constelação.
integrante: as patrulhas designam aos seus membros

42 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


Mais orientações sobre o Sistema de Patrulhas desenvolvimento de cada Ciclo de Programa e auxiliar na
podem ser encontradas no Manual do Escotista - Ramo avaliação da progressão pessoal de seus integrantes.
Escoteiro e em outras publicações oficiais da União dos O Conselho de Patrulha delibera sobre todos
Escoteiros do Brasil. os assuntos de interesse da patrulha, inclusive suas
atividades, admissão de novos membros, problemas de
Patrulhas no Ramo Sênior administração, treinamento e disciplina.

Na Tropa Sênior as patrulhas podem conter de Encargos na patrulha


quatro a seis jovens. No caso de tropas mistas, as patrulhas
também podem ser compostas por jovens de ambos os Para assegurar o comprometimento de todos com
sexos, apenas por Seniores ou apenas por Guias, se os o funcionamento da patrulha e objetivando o sucesso de
jovens assim desejarem. suas atividades, o Conselho de Patrulha, segundo seus
Cada Patrulha Sênior/Guia adota um nome próprios critérios e avaliações de desempenho, deve
característico, que pode ser o de acidente geográfico ou estabelecer responsabilidades específicas denominadas
o de uma tribo indígena nacional. “encargos”, que propiciam o desenvolvimento da
Mais orientações sobre o Sistema de Patrulhas ou das capacidade de gerir responsabilidades, de liderar e ser
Equipes de Interesse podem ser encontradas no Manual liderado e trabalhar em equipe. Esses encargos estão
do Escotista - Ramo Sênior e em outras publicações descritos no POR.
oficiais da União dos Escoteiros do Brasil.
EQUIPES DE INTERESSE NO RAMO SÊNIOR
Monitor (a) e Submonitor (a)
Além das patrulhas no Ramo Sênior, existem as
Cada patrulha é liderada por um dos seus integrantes, equipes de interesse. Estes são formados por jovens
eleito pela própria patrulha e nomeado pelo Chefe de de distintas patrulhas da mesma Tropa. Eles têm como
Seção para ser Monitor. O Monitor é auxiliado em suas objetivo realizar alguma tarefa ou atividade específica
atribuições pelo Submonitor, que pode ser indicado pelo dentro de uma atividade ou projeto. Por exemplo, em um
próprio Monitor ou eleito pela patrulha, conforme decisão projeto de navegação de um rio de canoas, nem todos
do respectivo Conselho de Patrulha. se ocupam da mesma coisa, por isso se formam equipes
O Monitor e o Submonitor não necessitam ter um de interesse que se encarregarão do financiamento do
mandato de duração predeterminada e ocuparão seus projeto, outros da compra dos materiais, outros das
cargos segundo avaliação conduzida pelo Conselho de instruções das embarcações, outros do menu, etc. Uma
Patrulha. O exercício da liderança é parte do programa vez cumprida a tarefa específica para a qual se formou, a
educativo e todos devem ter a oportunidade de exercê-la. equipe de interesse se dissolve. Deste modo, enquanto as
O Monitor é um jovem que está desenvolvendo sua patrulhas são permanentes, as equipes de interesse são
capacidade de liderança. Como tal, é responsável pela temporárias.
administração, disciplina, treinamento e atividades de
sua Patrulha. Preside o Conselho de Patrulha, organiza EQUIPES DE INTERESSE NO CLÃ PIONEIRO
a programação das reuniões e demais atividades,
transmitindo aos companheiros os conhecimentos, As equipes de interesse no Clã Pioneiro são
habilidades e técnicas escoteiras. Cabe-lhe zelar para que integradas por jovens de um mesmo Clã ou de outros
seus companheiros distribuam entre si, segundo critérios Clãs, podendo contar com outros colaboradores. O que
próprios de cada patrulha, as tarefas e os encargos une fundamentalmente a equipe de interesse é a tarefa
necessários ao seu bom funcionamento. a realizar, por meio de uma atividade variável ou um
projeto. O interesse na tarefa não implica que, na equipe
Conselho de Patrulha de interesse, não existam relações interpessoais, mas a
orientação à tarefa é primordial.
O Conselho de Patrulha é a reunião formal As equipes de Interesses são uma excelente
dos membros da patrulha, sob a presidência de seu oportunidade para que os jovens ganhem e pratiquem
Monitor, para tratar de todas as tarefas necessárias ao competências, se insiram socialmente e avancem na
conquista de seu Plano de Desenvolvimento Pessoal.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 43


Por sua natureza, são essencialmente temporárias • A acolhida de novos Lobinhos;
e se constituem ou dissolvem segundo se dá o início ou • A despedida de Lobinhos e Lobinhas que passam para
término de uma atividade variável ou um projeto. o Ramo Escoteiro ou de escotistas que deixam a Alcateia;
A equipe de interesse é dirigida por um responsável, • A aprovação do calendário de atividades de um “Ciclo de
escolhido dentre os participantes. Programa”;
• A avaliação do que se realizou durante o “Ciclo de
Característica das equipes de interesse no Ramo Programa”;
Pioneiro • Outros assuntos importantes ou especiais que possam
surgir.
• Orientada à tarefa. A integração está mais determinada
pelo interesse da atividade ou projeto a realizar. Em nenhum caso se analisam assuntos relacionados
• Essencialmente temporária, formada para a realização de com a organização e com a rotina, já que esses se discutem
atividades ou projetos específicos. muito brevemente todas as semanas, no começo ou no
• Satisfaz principalmente a necessidade de alcançar fim das reuniões normais da Alcateia.
conquistas concretas mediante a realização. As formalidades da Roca de Conselho são as
• Os integrantes têm interesse em uma tarefa, atividade seguintes:
ou projeto, e sua relação é boa, mesmo que não
necessariamente seja uma amizade profunda. • São convocadas com uma semana de antecedência,
• O número de integrantes é muito variável, e depende da indicando previamente os temas sobre os quais se
natureza e complexidade da tarefa. pretende conversar;
• As tarefas da equipe de interesse são sempre atividades
variáveis e projetos geralmente orientados aos campos de • Os membros da Alcateia devem comparecer corretamente
ação prioritários. uniformizados ou com o vestuário escoteiro;
• A responsabilidade da equipe é do participante que está
mais bem preparado para a tarefa, em que se destaca sua • Devem ser realizadas em um local especial ou, se isso
função de líder. não é possível, na própria sala da Alcateia, devidamente
• A liderança se apoia na competência. ambientada para a ocasião;
• Sua estrutura formal depende das necessidades
planejadas pela atividade. • Um certo ritual marcará o início e o término da reunião:
• Os papeis e tarefas internas se determinam em função o canto do hino da Alcateia, o Grande Uivo e uma reflexão
dos diferentes aspectos da atividade ou projeto a realizar especial.
e das capacidades pessoais.
• A identidade como grupo não é um tema relevante Apesar dessas formalidades, as reuniões devem ser
simples, dinâmicas e durar não mais que 20 a 30 minutos.

SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO
CORTE DE HONRA NA TROPA ESCOTEIRA E NA TROPA SÊNIOR
ROCA DE CONSELHO NA ALCATEIA
A Corte de Honra é o órgão formado pelos Monitores
Como a Alcateia de Seeonee, que reunia todos os da Tropa, com ou sem a participação dos Submonitores,
lobos em um Conselho, a Alcateia também se reúne como que se reúne com a equipe de escotistas. É presidida por
um órgão que toma decisões e, seguindo a tradição do um dos membros juvenis e age como principal órgão
Povo Livre, é realizada uma atividade especial denominada executivo da Tropa.
Roca de Conselho, da qual participam os escotistas e todos A Corte de Honra é responsável pela administração
os Lobinhos e Lobinhas, mesmo que ainda não tenham interna da Tropa, devendo evitar, por todos os meios
feito a Promessa Escoteira. cabíveis, a criação de regulamentos e normas que a
Durante a Roca de Conselho somente se decidem burocratizem e lhe retirem a agilidade de funcionamento.
assuntos que são muito especiais para a Alcateia e para Ela serve como ponto de encontro para onde convergem
seus integrantes como: os interesses das Patrulhas que, mediante a democrática
negociação, se convertem em interesses da Tropa como

44 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


um todo, inclusive nos casos relacionados com a aplicação COMISSÃO ADMINISTRATIVA DO CLÃ PIONEIRO (COMAD)
de medidas disciplinares e concessão de distintivos
especiais, devendo se reunir pelo menos uma vez por mês. O Clã é dirigido por uma comissão administrativa,
A equipe de escotistas assessora e orienta com composição, funções e mandato definidos na Carta
educativamente as reuniões da Corte de Honra, cabendo Pioneira. Esta comissão é responsável pelos assuntos de
como adultos responsáveis, oferecer informações e administração, finanças, disciplina e programação do Clã.
orientações que assegurem o caráter educativo das A comissão administrativa do Clã é particularmente
decisões e a segurança física e psicológica dos envolvidos. responsável pela manutenção de um ambiente
Compete ao Chefe de Seção, como obrigação legal moralmente sadio em todas as atividades do Clã,
e educacional, sempre que necessário, estabelecer assegurando um alto nível de realização e produtividade,
parâmetros e limites para a decisão de seus integrantes, de disciplina e de boa apresentação pessoal. O mestre
explicando suas razões da forma mais clara possível. é responsável pelo treinamento da Comad. No Ramo
Pioneiro o Clã é eficiente quando a Comad é atuante.

ANOTAÇÕES

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 45


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO LOBINHO

SISTEMA DE EQUIPE E SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO

Duração 60 minutos

Compreender a importância do Sistema de Equipe e do Sistema de Participação no


Objetivos Gerais
Ramo Lobinho.

• Conhecer as características do Sistema de Equipe (matilha) no Ramo Lobinho.


Objetivos Específicos • Entender a importância do Sistema de Participação no Ramo Lobinho, aprender o
funcionamento vivenciando uma Roca de Conselho.

Conteúdo • Alcateia, Matilhas e Roca de Conselho

- Distintivos de matilha
Material - Distintivos de Primo e de Segundo
- Totem da Alcateia

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

20 Sistema de Equipe PL

20 Sistema de Participação DM

20 Dinâmica de Fixação – Sistema de Equipe TG

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DM = Demonstração

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Sistema de Equipe (20 minutos)


A ênfase educativa desta unidade deve estar centrada no 3º ponto do Método Escoteiro (Vida em Equipe). O formador
deverá apresentar, através de equipamento audiovisual, o que é Sistema de Equipe. Deverá ser abordada a questão
da Alcateia, Matilhas, Primos e Segundos.

Demonstração - Sistema de Participação (20 minutos)


A equipe de formadores representam os escotistas de uma Alcateia e os cursantes representam os lobinhos, na
simulação de uma Roca de Conselho.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 47


Dinâmica de Fixação – Sistema de Equipe (15 minutos)
Para finalizar a UD e avaliar os conhecimentos dos cursantes, fazer um jogo de revezamento para montar um painel
com afirmações relativas a cada um dos sistemas, escolhidos de uma caixa.

SISTEMA DE EQUIPES SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO

Exemplos de afirmações:

- Primo eleito pela matilha


- Primo escolhido pelo Akelá
- As matilhas se distinguem pelas cores de lobos
- Segundo escolhido pelo Primo
- Segundo eleito pela Matilha
- As matilhas são nomeadas por cores
- A Roca de Conselho é realizada em toda reunião
- Na Roca de Conselho participam todos os lobinhos e lobinhas

Por fim, o formador deverá fazer o fechamento da unidade fazendo as correções necessárias e sanando as dúvidas
remanescentes.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista – Ramo Lobinho


POR

Última atualização: 01/04/2014

48 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO LOBINHO

SISTEMA DE EQUIPE E SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO

SISTEMA DE EQUIPE aspectos que uma criança teria dificuldade de desenvolver


em um grupo maior.
A ALCATEIA O lobo é o animal símbolo de todas as Matilhas, que
se distinguem numa mesma Alcateia pelas cores típicas
A Alcateia é a Seção do Grupo Escoteiro para de suas pelagens, ou seja: Matilha Preta, Matilha Cinza,
crianças de 6,5 a 10 anos, podendo ser composta apenas Matilha Branca, Matilha Vermelha, Matilha Marrom ou
de Lobinhos, apenas de Lobinhas ou ter uma composição Matilha Amarela.
mista. No caso das Alcateias mistas, deve-se procurar
alcançar um número equilibrado de meninos e meninas, PRIMO (A) E SEGUNDO (A)
admitidas as variações que decorrem das circunstâncias
naturais na vida da Seção. A matilha é liderada por um lobinho ou lobinha,
“Para a organização das crianças e melhor denominado Primo (no sentido de primeiro) ou Prima,
funcionamento da Alcateia, os escotistas a dividem em auxiliado e substituído em suas ausências por outro
pequenos grupos denominados Matilhas, cada uma delas lobinho ou lobinha, denominado Segundo ou Segunda.
composta por até seis lobinhos e lobinhas. Ambos são eleitos pela própria Matilha, de acordo com
Do ponto de vista educacional, as matilhas não as orientações descritas no Manual do Escotista - Ramo
chegam a ser “comunidades de vida”, como acontece Lobinho.
com as Patrulhas e Equipes, em outros Ramos. Assim, As atribuições dos Primos variam segundo as
as atividades são mais frequentemente realizadas pela atividades e de acordo com a experiência do lobinho e da
Alcateia, como um todo, do que pelas Matilhas. lobinha que exerce a função. Eles (as) auxiliam os escotistas
É por isso que dizemos que a unidade da Alcateia é na organização e funcionamento da sua Matilha.
a própria Alcateia. O espírito de grupo está na Alcateia em
si, pois “os lobos caçam todos juntos e as matilhas servem ORIENTAÇÕES IMPORTANTES:
apenas para melhor planejar a caçada”. Devemos enfatizar
e estimular essa unidade, baseando-se tanto na mística do • A matilha é um grupo estável e coeso, não é uma
menino lobo que aprendeu a conviver em uma sociedade estrutura ocasional. Por meio da vivência e ações, seus
organizada, harmoniosa e obediente à lei, como nos integrantes auxiliam uns aos outros (os que mais sabem
próprios princípios da Lei e na Promessa do Lobinho.” ajudam os que menos sabem);
A Alcateia congrega até 24 Lobinhos divididos em 4
matilhas. • Tem um líder eleito pelas crianças: o Primo ou Prima
assume um papel relevante na animação da matilha e no
AS MATILHAS cumprimento de suas tarefas, auxiliado pelo Segundo ou
Segunda.
As matilhas são equipes compostas por 4 a 6 crianças
com a finalidade de organizar melhor o funcionamento da SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO: ROCA DE CONSELHO
Alcateia.
Do ponto de vista educativo, as Matilhas não
chegam a ser uma “comunidade de vida”, como acontece
com as Patrulhas nos Ramos Escoteiro e Sênior, mas já é
o primeiro passo na vivência do sistema de equipes, tão
característico do Escotismo.
De qualquer forma, as Matilhas se constituem em
um núcleo educativo, pois a organização em pequenos
grupos facilita a exposição do ponto de vista das
crianças, favorece a aprendizagem das responsabilidades,
a iniciativa pessoal e as decisões tomadas em grupo,

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 49


Como a Alcateia de Seeonee, que reunia todos os Em nenhum caso se analisam assuntos relacionados
lobos em um Conselho, a Alcateia também se reúne como com a organização e com a rotina, já que esses se discutem
um órgão que toma decisões e, seguindo a tradição do muito brevemente todas as semanas, no começo ou no
Povo Livre, é realizada uma atividade especial denominada fim das reuniões normais da Alcateia. As formalidades da
Roca de Conselho, da qual participam os escotistas e todos Roca de Conselho são as seguintes:
os lobinhos e lobinhas, mesmo que ainda não tenham
feito a Promessa Escoteira. • São convocadas com uma semana de antecedência,
Durante a Roca de Conselho somente se decidem indicando previamente os temas sobre os quais se
assuntos que são muito especiais para a Alcateia e para pretende conversar;
seus integrantes como: • Os membros da Alcateia devem comparecer
corretamente vestidos conforme uma das opções
• A acolhida de novos lobinhos; descritas no POR;
• A despedida de lobinhos e lobinhas que passam • Devem ser realizadas em um local especial ou, se
para o Ramo Escoteiro ou de Escotistas que deixam isso não é possível, na própria Gruta, devidamente
a Alcateia; ambientada para a ocasião;
• A aprovação do calendário de atividades de um • Um certo ritual marcará o início e o término da
ciclo de programa; reunião: o canto do hino da Alcateia, o Grande Uivo,
• A avaliação do que se realizou durante o ciclo de uma reflexão especial.
programa; e
• Outros assuntos importantes ou especiais que Apesar dessas formalidades, as reuniões devem ser
possam surgir. simples, dinâmicas e durar não mais que 20 a 30 minutos.

ANOTAÇÕES

50 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO ESCOTEIRO

SISTEMA DE EQUIPE E SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO

Duração 60 minutos

Compreender a importância do Sistema de Equipe e Sistema de Participação no


Objetivos Gerais
Movimento Escoteiro.

• Conhecer as características das Patrulhas escoteiras


Objetivos Específicos • Conhecer as características do Conselho de Patrulha
• Entender a importância do Sistema de Participação: Corte de Honra.

Conteúdo • Patrulhas e Corte de Honra

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

25 Sistema de Equipe PL

25 Sistema de Participação TG

10 Tira-dúvidas -

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Sistema de Equipe (25 minutos)


A ênfase educativa desta unidade deve estar centrada no 3º ponto do Método Escoteiro (Vida em Equipe). O formador
deverá apresentar, através de equipamento audiovisual, o que é Sistema de Equipe, como ele de materializa no ramo
Escoteiro e quais as principais características.

Deverá ser abordado:

- Patrulhas para os Ramos Escoteiro


- Encargos de Patrulha no Ramo Escoteiro

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 51


Trabalho em Grupo - Sistema de Participação (25 minutos)
Divididos em equipes e utilizando-se das literaturas existentes (apostila, manuais, guias, etc), os cursantes deverão
escrever as principais características da Corte de Honra , conselho de Patrulhas e Assembleia de Tropa no Ramo
Escoteiro.

O formador deve pedir que cada grupo apresente a sua produção, pontuando as principais diferenças entre cada
Sistema de Participação, sanando as dúvidas que surgirem e dando destaque para importância de cada um desses
órgãos.

Tira dúvidas – (10 minutos)

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista – Ramo Escoteiro


POR

Última atualização: 21/03/2013

52 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO ESCOTEIRO

SISTEMA DE EQUIPE E SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO

SISTEMA DE EQUIPE • Tem sua própria identidade: A identidade de uma


patrulha como grupo informal é sua consciência de “ser
SISTEMA DE PATRULHAS de uma determinada maneira”, ao longo do tempo e
apesar das diferentes situações que se pode apresentar.
O Sistema de Patrulhas foi idealizado por Baden A estrutura interna, a posição e os papeis que atribui a
Powell para contemplar a tendência natural dos jovens seus integrantes, suas normas seu estilo de liderança e
em formar pequenos grupos em torno de um líder, a fim os símbolos que adota guardam uma relação bastante
de realizar uma atividade de interesse comum. estreita de sua identidade.
O sistema de patrulhas é uma forma de organização
e aprendizagem, com base no Método Escoteiro, pelo • A posição que os jovens se atribuem determina os
qual os jovens amigos integram uma forma livre e com papeis e as tarefas internas: A posição é lugar que os
ânimo permanente, um pequeno grupo com identidade integrantes de um grupo reconhecem que cada um deve
própria, a fim de desfrutar de suas amizades, apoiar- ocupar dentro do grupo. N os grupos formais, a posição
se mutuamente em seu desenvolvimento pessoal, se baseia, como regra geral, na função desempenhada
comprometer-se em torno de um projeto comum e na organização formal, nos grupos informais, entretanto,
interagir com outros grupos similares. a posição pode estar baseada em qualquer circunstancia
relevante para o grupo. Na patrulha a atribuição de
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS PATRULHAS posição decorre da idade, da antiguidade de participação
no Movimento Escoteiro, da experiência, dos vínculos
• O ingresso na patrulha é voluntário: Este elemento é afetivos, das condições pessoais e das habilidades
a própria essência do Grupo informal. O fato de pertencer específicas.
ou não a uma patrulha é um ato que depende da escolha
do jovem e de sua aceitação pelos demais integrantes. Os A posição que os jovens se atribuem quase sempre
jovens preferem conviver com as pessoas que gostam, determina a hierarquia formal dentro da patrulha. De
com as pessoas que se sente a vontade, com amigos com acordo com ela as patrulhas costumam designar seus
quem tenham interesses comuns. membros para exercer cargos. Dentre estes cargos estão;

• É um grupo coeso de caráter permanente: A patrulha • Monitor


não é uma estrutura ocasional projetada para a conquista • Sub Monitor
de um objetivo imediato. É um grupo estável com • Secretário
membros permanentes que, por meio da vivencia e • Tesoureiro
da ação de seus integrantes, constrói uma história, cria • Cozinheiro
tradições e assume compromissos comuns, transmitindo • Enfermeiro
tudo isso, progressivamente, a cada um de seus novos • Animador
integrantes. • Almoxarife

• Quantidade de integrantes: Não existe um número Podem ainda haver outros cargos, que surgem
ideal de integrantes da patrulha, mas, a experiência espontaneamente das necessidades de organização da
recomenda que tal número não seja inferior a 5 nem patrulha.
superior a 8. Dentro dessas margens, o melhor numero Os jovens fazem periodicamente um rodízio entre os
é aquele que tem o número de amigos ou aquele que o cargos, avaliando-os e redistribuindo-os de acordo com
os próprios membros do grupo entendem ser o melhor. as atividades em desenvolvimentos. Admite-se, contudo,
O melhor ou pior funcionamento de uma patrulha não que se o Conselho de patrulha assim o desejar, qualquer
depende do número de integrantes, mas da sua coesão um possa ser reeleito para um dado cargo, observando o
interna. cuidado para que não haja “acomodação”.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 53


• Conselho de patrulha: O conselho de patrulha funciona regras escoteiras, legislação vigente ou nas questões
como uma instancia formal de tomada de decisões relativas à segurança nas atividades.
relevantes, e dele participam todos os integrantes da Cada vez que na tropa se devam estabelecer
patrulha, sob a presidência do Monitor. Suas reuniões normas de funcionamento ou convivência, estas serão
podem acontecer sempre que a patrulha considere determinadas na Assembléia de Tropa. Como as normas
necessário, sem que converta, pela excessiva frequência, afetam a todos, todos devem tomar parte na sua
na reunião habitual de patrulha, que tem uma função criação. Nisso reside o principal auxílio da Assembléia no
bem mais operacional. As decisões tomadas no Conselho funcionamento do sistema.
de Patrulha devem ser registradas no livro da Patrulha.
CONSELHO DE PATRULHA
SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO
O Conselho de Patrulha é a reunião formal
CORTE DE HONRA NA TROPA ESCOTEIRA dos membros da Patrulha, sob a presidência de seu
Monitor, para tratar de todas as tarefas necessárias ao
A Corte de Honra é o órgão formado pelos Monitores desenvolvimento de cada Ciclo de Programa e auxiliar na
da Tropa, com ou sem a participação dos Submonitores, avaliação da progressão pessoal de seus integrantes.
que se reúne com a equipe de escotistas. É presidida por O Conselho de Patrulha delibera sobre todos
um dos membros juvenis e age como principal órgão os assuntos de interesse da Patrulha, inclusive suas
executivo da Tropa. atividades, admissão de novos membros, problemas de
A Corte de Honra é responsável pela administração administração, treinamento e disciplina.
interna da Tropa, devendo evitar, por todos os meios
cabíveis, a criação de regulamentos e normas que a PROCESSO DE TOMADA DE DECISÕES
burocratizem e lhe retirem a agilidade de funcionamento.
Ela serve como ponto de encontro para onde convergem A tomada de decisões é um importante componente
os interesses das Patrulhas que, mediante a democrática do auto desenvolvimento do jovem. Aprender a decidir,
negociação, se convertem em interesses da Tropa como muitas vezes, significa abrir mão de alguma coisa para ter
um todo, inclusive nos casos relacionados com a aplicação outra ou estabelecer prioridades.
de medidas disciplinares e concessão de Distintivos Os jovens podem e devem assumir o risco de suas
Especiais, devendo se reunir pelo menos uma vez por mês. decisões. Aprender a decidir e assumir os riscos da decisão
A equipe de escotistas assessora e orienta é um treinamento para a vida.
educativamente as reuniões da Corte de Honra, cabendo Erros vão acontecer. Os resultados podem até causar
como adultos responsáveis, oferecer informações e decepção ou frustração. Deve-se no entanto ter em mente
orientações que assegurem o caráter educativo das que este é um exercício simulado da vida como adulto.
decisões e a segurança física e psicológica dos envolvidos. Quanto antes o jovem praticar este “jogo”, tanto antes ele
Compete ao Chefe de Seção, como obrigação legal estará apto a assumir o seu destino.
e educacional, sempre que necessário, estabelecer
parâmetros e limites para a decisão de seus integrantes,
explicando suas razões da forma mais clara possível.

A ASSEMBLÉIA DE TROPA

A assembléia é integrada por todos os jovens


da Tropa, que intervém individualmente e não como
representantes de suas patrulhas. Reúne-se ao menos
duas vezes em cada ciclo de programa ou quando for
necessário. Quem a preside é o jovem que for eleito com
esse propósito ao começo da Assembléia.
Os escotistas participam da Assembléia orientando-a
e, embora não votem, podem vetar em casos raros e
extremos que forem contra a Lei e a Promessa Escoteira,

54 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


ANOTAÇÕES

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 55


56 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL
UNIDADE DIDÁTICA | RAMO SÊNIOR

SISTEMA DE EQUIPE E SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO

Duração 60 minutos

Compreender a importância do Sistema de Equipe e Sistema de Participação no Ramo


Objetivos Gerais
Sênior.

• Conhecer e Identificar que o Sistema de Equipes é um dos pontos do Método Escoteiro;


• Reconhecer que o Sistema de Patrulhas é o sistema aplicado no Ramo Sênior, sendo ele
o segredo do sucesso do trabalho com o ramo;
Objetivos Específicos • Entender a importância do Sistema de Participação: Conselho de Patrulha, Assembleia
de Tropa e Corte de Honra;
• Identificar a diferença entre as Patrulhas e as Equipes de Interesse, reconhecendo as
formas de trabalho com ambas as formas de equipe.

• Sistema de Patrulhas
Conteúdo • Conselho de Patrulha, Assembleia de Tropa e Corte de Honra
• Equipes de Interesse

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

30 Sistema de Equipe PL

30 Sistema de Participação PL

PL = Palestra

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Sistema de Equipe (60 minutos)


A ênfase educativa desta unidade deve estar centrada no 3º ponto do Método Escoteiro (Vida em Equipe). O formador
deverá apresentar, através de equipamento audiovisual, o que é Sistema de Patrulhas, como ele de materializa no
Ramo Sênior . Deverá ser abordado:

- O Sistema de Patrulhas
- Patrulhas para os Ramos Escoteiro e Sênior e suas diferenças;
- Equipes de Interesse;
- Encargos de Patrulha;
- Conselho de Patrulha, Assembleia de Tropa e Corte de Honra.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 57


- Abordar situações práticas vivenciadas em sua seção que auxiliem na compreensão do Sistema de Patrulhas
como sendo o segredo do sucesso do trabalho no Ramo.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista – Ramo Sênior


Sistema de Patrulhas – Roland Philips
POR 2013

Última atualização: 26/03/2014

58 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO SÊNIOR

SISTEMA DE EQUIPE E SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO

SISTEMA DE EQUIPE • a disciplina assumida voluntariamente e


• a capacidade tanto para cooperar como para liderar.
SISTEMA DE PATRULHAS
Mas isso só é possível se os pontos que o caracterizam
“Em todos os casos, como um passo decisivo para forem mantidos e colocados em prática com:
o sucesso, recomendaria muitíssimo o uso do Sistema de
Patrulhas, isto é, a formação de pequenos grupos, cada • um ambiente divertido
um sob a responsabilidade de um rapaz encarregado da • pequenas unidades permanentes
liderança.”
As palavras acima citadas encontram-se nas páginas Baden Powell observando a tendência natural dos
iniciais da primeira edição do livro “ Scouting for Boys” jovens em formar pequenos grupos em torno de um
(Escotismo para Rapazes), publicado em 1908, num líder, partiu desta observação básica para a criação do
preâmbulo para os formadores. Sistema de Patrulhas. A disciplina e as responsabilidades
Desde então, muitas coisas têm acontecido, sendo assumidas no Sistema de Patrulhas treinam os jovens
que uma das mais surpreendentes foi o grande número na tomada de decisões, que é em última análise, o “que
de edições desse livro de Baden-Powell. E se alguém os jovens assumam o seu próprio desenvolvimento”, do
abrir a última edição, encontrará as seguintes palavras: propósito do Escotismo. A prática de B-P. na formação
“ Geralmente o Escotismo é praticado por um par de de soldados e mais tarde, em técnicas de jovens, o levou
escoteiros e às vezes por um Escoteiro sozinho; se um a crer que o Sistema de Patrulhas é a melhor forma de
número maior se junta para pô-lo em prática, chama-se a desenvolver o trabalho de formação do caráter a que o
isto uma Patrulha.” Escotismo se propõe.
Trecho extraído do livro “O Sistema de Patrulhas” do O Sistema de Patrulhas é, então, a organização
Cap. Roland E. Phillips, da Editora Escoteira: de aprendizagem com base no Método Escoteiro, pelo
qual jovens amigos integram de forma livre e com
Devemos atribuir à ideia fundamental contida nos dois ânimo permanente um pequeno grupo com identidade
trechos citados a maior parte do êxito obtido em seu trabalho própria, com o propósito de desfrutar sua amizade,
pelos Chefes Escoteiros no Brasil e ao redor do mundo. apoiar-se mutuamente em seu desenvolvimento pessoal,
comprometer-se em um projeto comum e interagir com
Mas o que é o Sistema de Patrulhas? outras patrulhas.

Ainda citando Baden Powell: Para que o sistema de patrulhas funcione corretamente,
seguem algumas orientações importantes:
“O principal objetivo do Sistema de Patrulhas é dar
responsabilidade real a tantos rapazes quanto seja possível. • O ingresso na patrulha é voluntário: o fato de pertencer
Isto faz com que cada rapaz sinta que tem, pessoalmente, ou não a uma patrulha é um ato que depende da própria
alguma responsabilidade pelo bem de sua Patrulha.” escolha do jovem e da aceitação do resto dos integrantes
da patrulha. Deve haver, naturalmente, um respeito aos
(Devemos lembrar que na época, o Escotismo era demais requisitos do programa, como o número máximo
exclusivamente masculino) de jovens em uma patrulha e, nos casos de coeducação
com patrulhas mistas, um equilíbrio numérico de rapazes
O Sistema de Patrulhas é a denominação que recebe e moças.
a aplicação do terceiro ponto do Método Escoteiro: ou
seja a vida em equipe que inclui: • É um grupo coeso de caráter permanente: não é uma
estrutura ocasional. É um grupo estável que mantém os
• a descoberta e a aceitação progressiva da mesmos membros, que através da vivência e ações de seus
responsabilidade; integrantes constrói uma história, estabelece tradições e
tem em comum seu compromisso;

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 59


• Tem identidade própria, é autônoma e • Aprende através das ações: os jovens aprendem através
autossuficiente: cada um da patrulha tem sua identidade, das aventuras e desafios que vivem juntos na patrulha,
seus símbolos (nome, sua bandeirola, seu local e seu livro planejando atividades, organizando-as, gerando recursos,
de patrulha), forma de ser e características diferentes das avaliando resultados e aprendizagens, auxiliando uns aos
outras patrulhas. Cada uma das patrulhas da Tropa deve outros (os que mais sabem ajudam os que menos sabem);
ser autônoma, ou seja, ter sua própria vida independente
da Tropa, inclusive criando suas próprias normas, • Interage com outras patrulhas da Tropa: a patrulha
desde que coerentes com os valores propostos pela Lei interage com as outras patrulhas, competindo e
Escoteira. Também, cada patrulha é autossuficiente, já cooperando. Interage também com os Escotistas e com os
que deve buscar resolver seus problemas sozinhas, sem a outros membros do Grupo Escoteiro.
necessidade de apoio de outras patrulhas ou mesmo dos
escotistas da tropa. • Ambiente divertido: Ao mesmo tempo em que atribui
responsabilidades, o Sistema de Patrulhas proporciona
• Realiza atividades por sua conta e com outras divertimento. A aventura, a ação, alegria e o ambiente
patrulhas da Tropa: a patrulha tem vida própria. Com fraterno predominante em todas as atividades faz com que
isto queremos dizer que realiza suas próprias atividades, cada atividade ou cada instante seja vivido intensamente
projetos e reuniões independente das que realizam com pelos jovens. Este é um ponto fundamental que difere
a Tropa. As patrulhas também propõem atividades para o Escotismo de qualquer outro sistema educacional - o
fazer com as outras patrulhas da Tropa. de direcionar para o trabalho sem privá-lo do aspecto
prazeroso.
• As funções são atribuídas e há tarefas para cada
integrante: as patrulhas designam aos seus membros Cabe ao Escotista da Seção orientar seus Monitores
diferentes encargos. Cada jovem deve ter a oportunidade de tal forma que suas Patrulhas tenham membros
de ser responsável por uma tarefa e exercer um encargo satisfeitos de a ela pertencerem, trabalhando juntos e
por um tempo não menor que o tempo de um Ciclo de divertindo-se juntos. Não há como conseguirem que a
Programa, estimulando com isso o exercício da liderança Patrulha trabalhe reunida, de uma forma produtiva e
na patrulha por todos, conforme a situação se apresente. harmoniosa se as desavenças entre seus membros não
Também deve ter a oportunidade de exercer diferentes permite que se goze com alegria os momentos que todos
responsabilidades. estão juntos.
Em última análise, o que buscamos é o conjunto de
• Tem um líder eleito pelos jovens: o Monitor de patrulha todos os elementos apresentados, que é simplesmente
é um jovem integrante da Patrulha, eleito pelos outros a felicidade que todos almejam, tão brilhantemente
jovens, e que assume um papel relevante na direção e prevista por B-P. no Sistema de Patrulhas.
animação da equipe;
PATRULHAS NO RAMO SÊNIOR
• Tem uma única instância formal de tomada de
decisões, o Conselho de Patrulha: espaço que se toma Na Tropa Sênior as Patrulhas podem conter de
as decisões mais importantes da patrulha e do qual quatro a seis jovens. No caso de tropas mistas, as Patrulhas
todos participam. Suas reuniões podem realizar-se cada também podem ser compostas por jovens de ambos os
vez que a patrulha perceba ser necessário, sem que sua sexos, apenas por seniores ou apenas por guias, se os
excessiva frequência o converta na reunião habitual jovens assim desejarem. Isso porque com menos de 4
de patrulha (na que a patrulha realiza atividades). Trata jovens, a divisão de encargos fica muito pesada para
assuntos como: aprovação das atividades da patrulha para os jovens, e com mais de 6 as relações que devem ser
um ciclo de programa e das atividades propostas para profundas entre os jovens, tornam-se superficiais.
serem realizadas pela Tropa; avaliação das atividades de Cada Patrulha Sênior/Guia adota um nome
patrulha e auto avaliação de progressão pessoal de cada característico, que pode ser o de acidente geográfico ou
jovem; eleição do Monitor da patrulha; administração o de uma tribo indígena nacional.
dos recursos; determinação de cargos e avaliação de seu
desempenho. As reuniões do Conselho de Patrulha devem
ser registradas na ata da patrulha;

60 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


DIFERENÇAS ENTRE A PATRULHA DE ESCOTEIROS E A PATRULHA Patrulha. O exercício da liderança é parte do Programa
SÊNIOR Educativo e todos devem ter a oportunidade de exercê-la.
O Monitor é um jovem que está desenvolvendo sua
capacidade de liderança. Como tal, é responsável pela
Patrulha de Escoteiros Patrulha Sênior
administração, disciplina, treinamento e atividades de
A patrulha escoteira é um A Patrulha Sênior é um sua Patrulha. Preside o Conselho de Patrulha, organiza
grupo de amigos mais grupo de amigos mais a programação das reuniões e demais atividades,
orientado à ação orientando à relação transmitindo aos companheiros os conhecimentos,
habilidades e técnicas escoteiras. Cabe-lhe zelar para que
Isto produz conseqüências seus companheiros distribuam entre si, segundo critérios
próprios de cada Patrulha, as tarefas e os encargos
necessários ao seu bom funcionamento.
Tem de 6 a 8 integrantes Tem de 4 a 6 integrantes

Podem ser verticais ou ENCARGOS NA PATRULHA


Tendem a ser horizontais
horizontais
Para assegurar o comprometimento de todos com
A coesão se baseia
Além da amizade, o funcionamento da Patrulha e objetivando o sucesso de
fundamentalmente
sua coesão requer suas atividades, o Conselho de Patrulha, segundo seus
na Profundidade da
Homogeneidade próprios critérios e suas avaliações de desempenho, deve
relação
estabelecer responsabilidades específicas denominadas
Algumas atividades e ENCARGOS, que propiciam o desenvolvimento da
Todas as atividades dos
projetos se realizam por capacidade de gerir responsabilidades, de liderar e ser
pequenos grupos são
“equipes de interesse” liderado e trabalhar em equipe. Esses encargos estão
“por patrulha”
temporárias. descritos no POR, mas é permitido às patrulhas criar
outros além dos apresentados, conforme as necessidades
A liderança é mais
de cada atividade.
permanente e o monitor A liderança é mais
da patrulha, que rotativa e menos
EQUIPES DE INTERESSE NO RAMO SÊNIOR
personifica as aspirações personalizada, sem que o
dos demais jovens, é um monitor perca seu caráter
Além das Patrulhas no Ramo Sênior, existem as
“iniciador de ações” da de educador dos pares.
Equipes de Interesse. Estes são formados por jovens
patrulha
de distintas Patrulhas da mesma Tropa. Eles têm como
Como existe uma relação Como há relações mais objetivo realizar alguma tarefa ou atividade específica
de amizade, mas não intensas e profundas com dentro de uma atividade ou projeto. Por exemplo, em
seletiva, os conflitos amigos mais seletivos, um projeto de navegação de um rio à canoas, nem todos
estão mais relacionados podem aumentar os se ocupam da mesma coisa, por isso se formam equipes
com a liderança, as conflitos de caráter de interesse que se encarregarão do financiamento do
operações e a ação. emocional. projeto, outros da compra dos materiais, outros das
instruções das embarcações, outros do menu...etc. Uma
vez cumprida a tarefa específica para a qual se formou, a
MONITOR (A) E SUBMONITOR (A) equipe de interesse se dissolve. Deste modo, enquanto as
Patrulhas são permanentes, as Equipes de Interesse são
Cada Patrulha é liderada por um dos seus temporárias.
integrantes, eleito pela própria Patrulha e nomeado pelo
Chefe de Seção para ser Monitor. O Monitor é auxiliado SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO
em suas atribuições pelo Submonitor, o qual é indicado
pelo Monitor, com a aprovação do Conselho de Patrulha. CORTE DE HONRA
O Monitor e o Submonitor não necessitam ter um
mandato de duração predeterminada e ocuparão seus A Corte de Honra é o órgão formado pelos Monitores
cargos segundo avaliação conduzida pelo Conselho de da Tropa, com ou sem a participação dos Submonitores,

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 61


que se reúne com a equipe de escotistas. É presidida por - Prepara o diagnóstico e a ênfase para cada ciclo de
um dos membros juvenis e age como principal órgão programa e pré-selecionar as atividades e projetos
executivo da Tropa. comuns;
A Corte de Honra é responsável pela administração
interna da Tropa, devendo evitar, por todos os meios - Organiza em um calendário as atividades e projetos
cabíveis, a criação de regulamentos e normas que a comuns selecionados pela Assembléia e colabora com sua
burocratizem e lhe retirem a agilidade de funcionamento. programação e preparação;
Ela serve como ponto de encontro para onde convergem
os interesses das Patrulhas que, mediante a democrática - Avalia as atividades realizadas em cada ciclo e fixa os
negociação, se convertem em interesses da Tropa critérios de avaliação da progressão pessoal dos jovens;
como um todo, inclusive nos casos relacionados com
a aplicação de medidas disciplinares e concessão de - Aprova a Entrega dos distintivos de progressão
Distintivos Especiais, devendo se reunir com frequência, outorgados pelos escotistas encarregados do
de preferência semanalmente. acompanhamento;
A equipe de escotistas assessora e orienta
educativamente as reuniões da Corte de Honra, cabendo - Obtém e administra os recursos necessários para a
como adultos responsáveis, oferecer informações e realização e financiamento das atividades comuns
orientações que assegurem o caráter educativo das programadas.
decisões e a segurança física e psicológica dos envolvidos.
Compete ao Chefe de Seção, como obrigação legal - Apóia as patrulhas e equipes de interesse em seu
e educacional, sempre que necessário, estabelecer funcionamento, na integração de novos jovens e na
parâmetros e limites para a decisão de seus integrantes, vinculação com redes externas; e supervisiona os
explicando suas razões da forma mais clara possível. O processos de eleição de monitores e responsáveis, salvo
escotista, no entanto, não possui poder de voto. Sua quando estes últimos são designados e nomeados;
função nas reuniões da Corte de Honra referem-se
especialmente à boa aplicação do Método Escoteiro e à - Desenvolve ações de captação quando for necessário
segurança de todos. Em todo caso, cabe ao escotista ouvir
mais do que falar nessas reuniões. - Decide, conjuntamente com a Assembléia de Tropa
e com a Assembléia de Grupo, a política pela qual as
A CORTE DE HONRA TEM UMA DUPLA FUNÇÃO: patrulhas e a tropa decidiram seu caráter misto, de acordo
com as orientações dadas nesse capítulo.
a) é o órgão de governo que coordena as operações,
sendo órgão executivo e administrativo; e Como instância de aprendizado suas funções são:

b) é a instância de aprendizado para os monitores e - Reflete sobre a vivência e o cumprimento da Lei e


submonitores e, em segundo plano, para os responsáveis Promessa pelos membros da Tropa;
pelas equipes de interesse.
- Capacita os monitores, submonitores e responsáveis para
Através de seus líderes, todas as patrulhas intervém o desempenho de suas funções. Sendo esse um aspecto
no processo de tomada de decisão relativas à ação comum. chave para o funcionamento do sistema de patrulha, deve
Para que essa representação opere com efetividade, as ser lembrado que os escotistas atuam como mediadores
patrulhas conhecem com antecipação os temas que serão educativos e quase sempre “através” dos monitores,
discutidos na Corte de Honra e emitem suas opiniões. submonitores e responsáveis.
Qualquer que seja sua opinião, todos os membros da
Tropa são solidários com as decisões tomadas na Corte de - Promove, por meio de seus membros ou de terceiros,
Honra. a capacitação específica e a informação técnica que
Como instância que coordena as operações a Corte requerem certas atividades
de honra se ocupa, de forma geral, com todos os aspectos
que tem relação com a interação entre as patrulhas tais - Capta e orienta especialistas externos para o apoio de
como: especialidades

62 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


- Recebe novos membros e organiza seu período Quanto antes o jovem praticar este “jogo”, tanto antes ele
introdutório; estará apto a assumir o seu destino.

- Determina ações de reconhecimento ou correção QUAL A FUNÇÃO DO CHEFE?


quando forem necessárias ou apropriadas
O Chefe deve ser hábil o suficiente para identificar
A ASSEMBLÉIA DE TROPA a potencialidade de cada jovem e, de forma consciente
estimulá-lo para a descoberta desta potencialidade.
A assembléia é integrada por todos os jovens O Chefe deve preparar a Corte de Honra para que
da Tropa, que intervém individualmente e não como ela possa assumir a administração da Tropa. Esta é uma
representantes de suas patrulhas. Reúne-se ao menos fase diretiva. À medida que os jovens vão dominando
duas vezes em cada ciclo de programa ou quando for as técnicas de administração o Chefe vai diminuindo
necessário. Quem a preside é o jovem que for eleito com a diretividade e assumindo seu papel permanente de
esse propósito ao começo da Assembléia. conselheiro, incentivador e observador.
Os escotistas participam da Assembléia orientando-a Ao Chefe cabe acompanhar a elaboração do
e, embora não votem, podem vetar em casos raros e planejamento e a execução das atividades para que
extremos que forem contra a Lei e a Promessa Escoteira, não ocorram acidentes nem transgressões à Promessa
regras escoteiras, legislação vigente ou nas questões Escoteira.
relativas à segurança nas atividades. Um dos pontos do Método Escoteiro é o Aprender
Cada vez que na tropa se devam estabelecer Fazendo e no caso da tomada de decisões pode-se dizer
normas de funcionamento ou convivência, estas serão que só se aprende a decidir ... decidindo.
determinadas na Assembléia de Tropa. Como as normas
afetam a todos, todos devem tomar parte na sua
criação. Nisso reside o principal auxílio da Assembléia no Mais orientações sobre o Sistema de
funcionamento do sistema. Patrulhas ou das Equipes de Interesse podem
ser encontradas no Manual do Escotista - Ramo Sênior
CONSELHO DE PATRULHA e em outras publicações oficiais da União dos
Escoteiros do Brasil.
O Conselho de Patrulha é a reunião formal
dos membros da Patrulha, sob a presidência de seu
Monitor, para tratar de todas as tarefas necessárias ao
desenvolvimento de cada Ciclo de Programa e auxiliar na
avaliação da progressão pessoal de seus integrantes.
O Conselho de Patrulha delibera sobre todos
os assuntos de interesse da Patrulha, inclusive suas
atividades, admissão de novos membros, problemas de
administração, treinamento e disciplina.

PROCESSO DE TOMADA DE DECISÕES

A tomada de decisões é um importante componente


do auto desenvolvimento do jovem. Aprender a decidir,
muitas vezes, significa abrir mão de alguma coisa para ter
outra ou estabelecer prioridades.
Os jovens podem e devem assumir o risco de suas
decisões. Aprender a decidir e assumir os riscos da decisão
é um treinamento para a vida.
Erros vão acontecer. Os resultados podem até causar
decepção ou frustração. Deve-se no entanto ter em mente
que este é um exercício simulado da vida como adulto.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 63


ANOTAÇÕES

64 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO PIONEIRO

SISTEMA DE EQUIPE E SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO

Duração 60 minutos

Compreender a importância do Sistema de Equipe e Sistema de Participação no


Objetivos Gerais
funcionamento do Clã Pioneiro.

• Identificar as Equipes de Interesse como o sistema de equipe que funciona no Ramo


Pioneiro.
Objetivos Específicos • Compreender o funcionamento das Equipes de Interesse no Clã.
• Entender a importância do Sistema de Participação no Clã Pioneiro.
• Identificar os diferentes Sistemas de Participação no Clã e o seu funcionamento.

• Equipes de Interesse
• Conselho de Clã
Conteúdo
• COMAD
• Papel dos Escotistas

• Data show
• Papel para cartaz
Material
• Pincel Atômico
• Caixa com cartões

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

20 Sistema de Equipe PL

20 Sistema de Participação TG

20 Dinâmica de Fixação – Sistema de Equipe DD

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Sistema de Equipe (20 minutos)


A ênfase educativa desta unidade deve estar centrada no 3º ponto do Método Escoteiro (Vida em Equipe). O formador
deverá apresentar, através de equipamento audiovisual, o que é Sistema de Equipe e como ele de materializa no Clã
Pioneiro.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 65


Trabalho em Grupo - Sistema de Participação (20 minutos)
Divididos em equipes e utilizando-se das literaturas existentes (apostila, manuais, guias, etc), os cursantes deverão
fazer um cartaz com as principais características do Conselho de Clã e COMAD.

O formador deve pedir que cada grupo apresente a sua produção, pontuando as principais características de cada
Sistema de Participação, sanando as dúvidas que surgirem e dando destaque para a importância de cada um desses
órgãos.

Dinâmica de Fixação – Sistema de Equipe e de Participação(20 minutos)


Após a explicação sobre Sistema de Equipe e o trabalho em grupo sobre Sistema de Participação, o formador deverá
colocar em uma parede, ou quadro, um painel conforme exemplificado abaixo;

Equipes de Interesse Conselho do Clã COMAD

No centro da sala, o formador deverá disponibilizar uma caixinha contendo papéis com palavras, afirmações ou
frases relacionadas ao sistema de equipe e sistema de participação do Clã. Cada cursante deverá pegar um papel e
colar no local que considere como sendo o correspondente. Se necessário, faz uma breve explicação.

Ao final, o formador deverá fazer o fechamento da unidade fazendo as correções necessárias e sanando as dúvidas
remanescentes.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista do Ramo Pioneiro

Última atualização: 27/03/2014

66 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO PIONEIRO

SISTEMA DE EQUIPE E SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO

SISTEMA DE EQUIPE • A responsabilidade da equipe é do participante que está


mais bem preparado para a tarefa, em que se destaca sua
EQUIPES DE INTERESSE NO CLÃ PIONEIRO função de líder.

As equipes de interesse no Clã Pioneiro são • A liderança se apoia na competência.


integradas por jovens de um mesmo Clã ou de outros
Clãs, podendo contar com outros colaboradores. O que • Sua estrutura formal depende das necessidades
une fundamentalmente a equipe de interesse é a tarefa planejadas pela atividade.
a realizar, por meio de uma atividade variável ou um
projeto. O interesse na tarefa não implica que, na equipe • Os papéis e tarefas internas se determinam em função
de interesse, não existam relações interpessoais, mas a dos diferentes aspectos da atividade ou projeto a realizar
orientação à tarefa é primordial. e das capacidades pessoais.
As equipes de Interesses são uma excelente
oportunidade para que os jovens ganhem e pratiquem • A identidade como grupo não é um tema relevante
competências, se insiram socialmente e avancem na
conquista de seu Plano de Desenvolvimento Pessoal. SISTEMA DE PARTICIPAÇÃO
Por sua natureza, são essencialmente temporárias
e se constituem ou dissolvem segundo se dá o início ou 1. Conselho de Clã
término de uma atividade variável ou um projeto.
A equipe de Interesse é dirigida por um Responsável, É formado por todos os jovens do Clã, os quais
escolhido dentre os participantes. intervêm individualmente e não com representantes de
suas equipes de interesse. É convocado de acordo com
Característica das Equipes de Interesse no Ramo a Carta Pioneira. O jovem que preside a COMAD é que
Pioneiro: preside este Conselho.
O Conselho de Clã não se confunde com a reunião
• Orientada à tarefa. A integração está mais determinada do Clã, que se caracteriza pelo desenvolvimento de uma
pelo interesse da atividade ou projeto a realizar. atividade, de acordo com a programação.
As atribuições do Conselho de Clã são:
• Essencialmente temporária, formada para a realização de
atividades ou projetos específicos. • Estabelecer normas de funcionamento e
convivência cada vez que seja necessário fazê-lo.
• Satisfaz principalmente a necessidade de alcançar
conquistas concretas mediante a realização. • Fixar a visão e o prazo em que se espera atingi-la.

• Os integrantes têm interesse em uma tarefa, atividade • Determinar os objetivos anuais do Clã de acordo
ou projeto, e sua relação é boa, mesmo que não com a visão, integrados com o Planejamento Anual
necessariamente seja uma amizade profunda. de Grupo.

• O número de integrantes é muito variável, e depende da • Decidir os projetos e atividades do Clã que se
natureza e complexidade da tarefa. realizarão em um ciclo de programa e aprovar o
calendário de atividades depois que estas tenham
• As tarefas da Equipe de Interesse são sempre atividades sido organizadas pela COMAD do Clã.
varáveis e projetos, geralmente orientados aos campos de
ação prioritários. • Outorgar atribuições adicionais ao Presidente da
COMAD com o “de acordo” da Equipe de Escotistas.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 67


2. COMAD – Comissão Administrativa do Clã Pioneiro
Leia mais sobre a elaboração da Carta
O Clã é dirigido por uma Comissão Administrativa, Pioneira no Manual do Escotista do Ramo Pioneiro.
com composição, funções e mandato definidos na Carta
Pioneira. Esta Comissão é responsável pelos assuntos de
administração, finanças, disciplina e programação do Clã. 3. Equipe de Escotistas
A Comissão Administrativa do Clã é particularmente
responsável pela manutenção de um ambiente Os escotistas, como equipe ou individualmente,
moralmente sadio em todas as atividades do Clã, atuam geralmente como tutores em suas tarefas
assegurando um alto nível de realização e produtividade, educativas e como assessores nos aspectos organizativos
de disciplina e de boa apresentação pessoal. do Clã. Um dos adultos desempenhará o papel de
A COMAD é constituída por todos aqueles que foram responsável pelo Clã (Mestre) e os outros serão Assistentes
eleitos para os diversos cargos: Presidente, Secretário, do Clã. O número ideal de adultos nem Clã é de pelo
Tesoureiro, etc. Estes cargos são criados pelo Clã de acordo menos um adulto para cada seis jovens.
com as suas necessidades, constando da Carta Pioneira.
Num Clã pequeno, o Conselho de Clã e a COMAD
se confundem, pois todos os pioneiros participam Leia mais sobre a atuação e capacitação de
efetivamente dos assuntos e tomada de decisão referentes escotistas no Manual do Escotista do Ramo Pioneiro.
à direção do Clã.
A COMAD, assim como o Conselho de Clã, devem
receber o assessoramento e a orientação do Mestre
Pioneiro e de seus Assistentes. Os Escotistas, participam
da COMAD, embora sem exercerem cargos, zelando para
que o Clã seja conduzido dentro do Propósito, Princípios
e Método Escoteiro. Lembramos que o responsável final
pelo Clã é o Mestre Pioneiro, que tem direito a veto
sobre as decisões da COMAD, direito esse que deverá ser
exercido em questões de segurança, moral ou violação de
regulamentos escoteiros.
O Mestre é responsável pelo treinamento da
COMAD. No Ramo Pioneiro o Clã é eficiente quando a
COMAD é atuante.
A COMAD cumpre dupla função:

• É o organismo que coordena as operações no Clã.

• É a instância de aprendizagem, especialmente


para os Coordenadores das Equipe de Interesse e
responsáveis pelas atividades.

Carta Pioneira

A Carta Pioneira é a Constituição do Clã. Estabelece


as regras de gestão administrativa complementares às
demais normas escoteiras. Ela é o resultado de sugestões
e debates, sendo aprovada pelo pioneiros no Conselho de
Clã. Cada Clã deve elaborar a sua própria Carta Pioneira,
subordinando-a ao Estatuto da UEB, ao POR e aos demais
regulamentos escoteiros em vigor, inclusive o Estatuto do
Grupo.

68 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


ANOTAÇÕES

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 69


UNIDADE DIDÁTICA | CURSO BÁSICO - ESCOTISTA

COMPETÊNCIAS, ATIVIDADES E AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL

Duração 90 minutos

Reconhecer a realização das atividades educativas como sendo importante


Objetivos Gerais
instrumento para aquisição de competências.

• Conhecer as Áreas de Desenvolvimento.


• Compreender a relação entre objetivos educativos, competências e atividades
educativas.
Objetivos Específicos
• Compreender o funcionamento do sistema de progressão.
• Compreender os principais conceitos e funcionamento da avaliação da progressão
pessoal dos jovens.

• Áreas de desenvolvimento (Físico, Intelectual, Social, Afetivo, Espiritual e Caráter)


• Competências e habilidades
Conteúdo • Atividades educativas.
• Avaliação da progressão pessoal (como, o que e quando se avalia).
• Sistema de progressão de cada ramo.

• Cartolinas
• Pincel atômico
• Quadros em tamanho grande com uma imagem do “Onde está Wally”.
Material
• Fita crepe
• Tiras de papel contendo competências e atividades diversas.
• Cartazes com nome de cada Área de Desenvolvimento.

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

Áreas de Desenvolvimento, Objetivos Educativos,


20 PL
Competências e atividades

10 Caça-competência TG

20 Observando para avaliar TG / DD

40 Conhecendo melhor o Sistema de Progressão dos Ramos TG

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 71


DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Áreas de Desenvolvimento, Objetivos Educativos , Competências e atividades (20 minutos)


Baseado no conteúdo da apostila, o formador deverá abordar através de apresentação audiovisual os seguintes
temas:

• Áreas de Desenvolvimento.
• Objetivos Educativos
• Competências.
• Atividades

Caça-Competência e atividades (10 minutos):


Com o auxilio de seis cartazes contendo em cada o nome de uma Área de Desenvolvimento (físico, intelectual, social,
afetivo, espiritual e caráter) e um cesto cheio de tiras de papel contendo competências e atividades (nos diversos
ramos), os cursantes formarão por equipe e ao sinal do formador, um por vez, de cada equipe, sairá correndo e
pegará apenas uma tira, colando-a no cartaz que lhe convier. Ao final, em conjunto com os cursantes, o formador
deverá fazer a correção.

Observando para avaliar (20 minutos):


Utilizando quadros do livro “Onde está Wally” (as imagens podem ser encontradas na internet), o formador desafiará
os cursantes a procurarem “condutas ou comportamentos” considerados bons ou ruins, tentando correlacioná-los
com as condutas previstas nas competências.

Em cima do trabalho anterior as equipes montarão uma pequena apresentação, através de cartazes, mostrando os
pontos observados anteriormente.

O formador deverá incentivar a discussão sobre: avaliação por observação

- quais os tipos de dificuldades que foram sentidas?


- a avaliação teria sido mais fácil se tivesse sido escolhido um instrumento de medição?
- que tipo de instrumento poderia ser utilizado para “medir condutas”?

O objetivo é chegar à conclusão de que é possível avaliar condutas por observação, de forma simples, durante a
realização das atividades escoteiras.

Conhecendo melhor o Sistema de Progressão dos Ramos (40 minutos)


O formador conduzirá um jogo de perguntas e respostas. Os cursantes serão divididos por Ramo e terão que
responder perguntas sobre a progressão pessoal dos jovens. Após cada resposta utilizando uma apresentação o
formador fará comentários sobre a progressão de cada ramo.

Perguntas:

1) O Primeiro distintivo conquistado pelo lobinho é?

a. Sempre o de Pata Tenra


b. Sempre o de Saltador
c. O de Saltador se o Grupo Escoteiro optou pelo ingresso linear
d. Pode ser qualquer um dos distintivos se o Grupo Escoteiro optou pelo ingresso direto.

72 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


2) Quando o Escoteiro faz todas as atividades do primeiro guia da Aventura Escoteira ele conquista qual distintivo?

a. Trilha
b. Pistas
c. Rumo
d. Travessia

3) Qual o nome deste distintivo?

a. Eficiência 1
b. Azimute
c. Conquista
d. Escalada

4) Qual o nome da Cerimônia que o Pioneiro (a) participa quando vai sair do Ramo Pioneiro ?

a. Investidura
b. Partida
c. Integração
d. Saída

Resposta : 1- d ; 2-C;3-C; 4-b

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista do Ramo Lobinho


Manual do Escotista do Ramo Escoteiro
Manual do Escotista do Ramo Sênior
Manual do Escotista do Ramo Pioneiro
POR 2013

Última atualização: 19/12/2013

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 73


COMPETÊNCIAS, ATIVIDADES E AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL

AS ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO

O Movimento Escoteiro convida os jovens a


desenvolverem de forma equilibrada todas as dimensões
de sua personalidade. É um desafio para que explorem
a riqueza de suas possibilidades e para que sejam um
homem ou uma mulher completo (a). Para ajudá-los a
conquistar este propósito, o Método Escoteiro agrupa
essas dimensões em áreas de desenvolvimento, que
consideram a variedade de expressão do ser humano.

Dimensão da Área de
Personalidade desenvolvimento

O corpo Físico
OS OBJETIVOS EDUCATIVOS
A inteligência Intelectual

A vontade Caráter Toda atividade humana, mesmo que


inconscientemente, está orientada para a conquista de
Os afetos Afetivo
objetivos. A atividade educativa não é imaginável sem que
A integração social Social se definam claramente os objetivos que pretende atingir.
Os objetivos educativos de cada faixa etária são uma
O sentido da existência Espiritual
sequência de passos intermediários até a conquista de
cada um dos objetivos finais e apresentam condutas que
os jovens podem alcançar, de acordo com sua idade.
A consideração dessas diferentes áreas de Assim como os objetivos finais, os objetivos
desenvolvimento é uma perspectiva educativa muito útil, educativos de cada faixa etária de desenvolvimento se
pois permite: estabelecem para todas as áreas de crescimento, tratando
de cobrir de forma equilibrada o desenvolvimento de
• Evitar que as atividades desenvolvidas nas seções se todos os aspectos da personalidade das crianças e jovens,
concentrem apenas em alguns aspectos da personalidade o desenvolvimento físico, intelectual, social, espiritual,
dos jovens, descuidando dos outros; afetivo e de caráter.

• Contribuir para que as crianças, adolescentes e jovens No Ramo Lobinho, se trabalha com duas faixas-etárias:
percebam, pouco a pouco, as diferentes realidades • Infância média (compreendida entre 6,5 e 9 anos,
que convivem dentro de si, ajudando-os, por meio dos aproximadamente)
objetivos, a se desenvolverem em todas essas dimensões; • Infância tardia (compreendida entre 9 e 10 anos,
aproximadamente).
• Avaliar seu desenvolvimento em todas as diferentes
dimensões. No Ramo Escoteiro também se trabalha com duas faixas
etárias:
• Pré-puberdade (compreendida entre 11 e 13 anos,
aproximadamente)
• Puberdade (compreendida entre 13 e 15 anos,
aproximadamente)

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 75


No Ramo Sênior trabalha-se com uma única faixa etária, a AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL DO JOVEM
primeira adolescência, compreendida entre 15 e 18 anos,
aproximadamente. Como parte do Programa Educativo, o Movimento
Escoteiro trabalha com um Sistema de Avaliação da
No Ramo Pioneiro, que encerra a passagem pelo Progressão Pessoal, que visa oferecer ao jovem e ao
Movimento Escoteiro, também trabalhamos com uma escotista alguns indicadores para avaliar o crescimento
única faixa-etária, a juventude. pessoal de cada jovem. Esses indicadores revelam não
só o impacto das atividades escoteiras nos jovens, mas
Para cada uma das faixas etárias existem objetivos também pontos fortes e fracos de cada um, o que permite
educacionais específicos. uma intervenção mais direta dos escotistas.
Em todos os casos as idades são uma referência Para efetivar o acompanhamento, foram
aproximada, utilizadas para identificar determinados desenvolvidos indicadores que servirão de base para
comportamentos. a avaliação dos jovens. Para motivá-los em busca do
autodesenvolvimento estabeleceram-se as Etapas de
AS COMPETÊNCIAS Progressão.
Devemos estar atentos para o fato de que as pessoas
Para avaliação dos jovens os objetivos foram são diferentes, com diferentes histórias e possibilidades,
transformados em competências: razão pela qual deveremos, principalmente, avaliar como
Por COMPETÊNCIA define-se a união de poderemos ajudar os jovens a crescer.
CONHECIMENTO, HABILIDADE e ATITUDE em relação a
algum tema específico. A AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL É CONTÍNUA E FAZ
O aspecto educativo da competência é que PARTE DA VIDA DA SEÇÃO
ela reúne não só o SABER algo (conhecimento), mas
também o SABER FAZER (habilidade) para aplicação do À medida que se observa o desenrolar das
conhecimento e, mais ainda, SABER SER (atitude) em atividades, é inevitável apreciar a forma como os jovens se
relação ao que sabe e faz, ou seja, uma conduta que revela comportam e comprovar as mudanças que neles ocorrem.
a incorporação de valores. Assim, a avaliação da progressão pessoal é um processo
Por meio da realização de atividades, o Método contínuo, integrado a todas as coisas que acontecem na
Escoteiro oferece aos jovens oportunidades de adquirir seção.
e desenvolver competências. Cada atividade é rica em
oportunidades para que cada jovem adquira, ou se inicie O DESENVOLVIMENTO DOS JOVENS SE AVALIA PELA
na aquisição, de uma competência. OBSERVAÇÃO, O QUE EXIGE TEMPO, PACIÊNCIA E DEDICAÇÃO.

AS ATIVIDADES EDUCATIVAS A avaliação pela observação exige um ambiente


especial – a vida da Seção – simpático, interessante e
Para ajudar os jovens a conquistar essas estimulante, que leve o membro juvenil a se manifestar
competências são oferecidas atividades. sem receio e com plena confiança nos outros. Na atmosfera
Para que os jovens caminhem facilmente em direção da Seção, os jovens emitem a cada instante, sinais que
a essas competências, e para que os chefes tenham indicam seu progresso em direção à conquista de seus
parâmetros na avaliação do que eles conquistam, para objetivos e os problemas com que estão se defrontando.
cada uma dessas competências foi criado um conjunto Para realizar esta tarefa, os escotistas necessitam:
de atividades. Esses conjuntos de atividades são os
indicadores de aquisição das competências. • Visão que permita perceber a importância da tarefa
Nos manuais dos escotistas estão descritas todas educativa;
as competências do ramo específico e o conjunto
de atividades sugeridas para cada competência. Nos • Tempo sem pressas, para conviver com o membro juvenil
guias dos jovens estão descritas somente as atividades em contatos ricos; e acompanhar, já que o processo é tão
sugeridas que contribuirão para que os jovens conquistem importante quanto seu resultado. Não se trata apenas de
as competências. avaliar se um objetivo foi alcançado, mas também saber
como foi alcançado ou por que não foi alcançado.

76 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


• Paciência, para acumular informações e não tirar juvenil. Quando for necessário o escotista buscará dados
conclusões de atos isolados, não desanimar facilmente mais específicos com professores, autoridades da religião
nem buscar êxitos rápidos, que são improváveis em frequentada pelo jovem, amigos, pais, outros escotistas
educação. etc. Deve, porém, ter o máximo de cuidado para não
provocar situações de constrangimento ao membro
Um escotista deverá acompanhar um número juvenil.
limitado de crianças/jovens durante pelo menos um ano. O mais importante é que o escotista, no seu trabalho
de acompanhar a criança ou o jovem, possa verificar se a
CADA ESCOTISTA DA SEÇÃO DEVE ACOMPANHAR A conduta, prevista na competência, efetivamente existe e
PROGRESSÃO DE UM NÚMERO DE JOVENS DE UMA SEÇÃO se manifesta repetidamente.
No final do ciclo de programa ocorre uma
Na Alcateia e no Ramo Sênior o ideal é que sejam no conversa, um “bate papo” entre o jovem e o escotista
máximo seis e no Ramo Escoteiro, oito jovens. que o acompanha. Nesta conversa o jovem expõe sua
O acompanhamento deve ser feito durante um autoavaliação, mostrando quais atividades realizou do
tempo relativamente prolongado. Para fazer um bom seu guia, revisa conforme a opinião dos outros membros
acompanhamento é necessário reunir informação e da Patrulha, e o escotista apresenta a avaliação que fez do
conquistar a confiança do jovem, o que não será possível jovem, considerando, se for o caso, a opinião de outros
se os escotistas estão sempre mudando ou se alternam agentes educativos.
após períodos muito breves. É recomendável que cada Nesta avaliação deve ocorrer um consenso entre o
escotista permaneça em sua função por um período escotista e o jovem sobre quais atividades (indicadores)
não inferior a um ano, podendo continuar por mais podem ser consideradas realizadas ou não. Ocorrendo
tempo, a menos que existam razões que justifiquem discrepância entre a opinião do jovem e dos escotista
sua substituição. Ao se produzir uma substituição, esta prevalecerá sempre a opinião do jovem.
deve ser progressiva, considerando cuidadosamente os Esta conversa é realizada no fim de cada ciclo de
sentimentos dos jovens. programa, de modo informal e fraterno.

A AUTOAVALIAÇÃO DOS JOVENS O SISTEMA ENXERGA O JOVEM EM TODAS AS SUAS DIMENSÕES

Utilizando os guias, os jovens fazem uma Como estamos falando de um movimento educativo,
autoavaliação marcando quais as atividades ele considera que tem como propósito contribuir com a formação
feito com sucesso. integral dos jovens, entendemos que o processo de
No conselho de Patrulha os escoteiros debatem desenvolvimento pessoal deve considerar o ser humano
sobre a autoavaliação de cada um. A partir destas opiniões em sua totalidade, ou seja, o desenvolvimento em seis
cada membro da patrulha irá rever sua autoavaliação. áreas: físico, intelectual, social, afetivo, espiritual e de
Na Alcateia a avaliação pelos outros Lobinhos é caráter. Se por um lado as atividades escoteiras devem
opcional, deve ser breve e ter a presença do escotista. oferecer experiências educativas que auxiliem no
desenvolvimento do jovem em todas essas áreas, por
AVALIAÇÃO DOS ESCOTISTAS COM OUTROS AGENTES outro o sistema de avaliação deve ter indicadores que
EDUCATIVOS incentivem os jovens a crescer nas seis dimensões e que
nos ajudem a fazer uma avaliação de como isso está
Não só as atividades que os jovens participam no acontecendo.
Movimento Escoteiro contribuem para a conquista das Como abordado anteriormente, para efeitos de
competências: todas as experiências vividas por ele avaliação do processo educativo do Escotismo, todo o
contribuirão para estas conquistas (em casa, na escola, sistema foi baseado na malha de objetivos educativos do
nos esportes, na sua religião, etc). Movimento Escoteiro. Para facilitar a avaliação dos jovens,
Por isso, é importante que o escotista que estes objetivos foram transformados em competências.
acompanha o jovem considere a existência deste outro Para que os jovens caminhem facilmente em direção
universo. O escotista deverá aproveitar os contatos a essas competências, e para que os chefes tenham
informais com os pais e outros agentes de educação parâmetros na avaliação do que os jovens conquistam,
como uma oportunidade de conhecer melhor o membro para cada uma dessas competências foi criado um

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 77


conjunto de atividades. Esses conjuntos de atividades são os indicadores de aquisição das competências.
Importante ressaltar que, além desses conjuntos de atividades, também constam, em cada um dos Guias, um
conjunto adicional para a Modalidade do Mar e outro para a Modalidade do Ar.

Átividades
Competência
(indicadores)

• Participar de pelo menos cinco atividades ao ar livre


da patrulha (jornadas, excursões, acampamentos de
patrulha ou tropa) utilizando normas de baixo impacto
ambiental;

• Conhecer e aplicar normas de limpeza no tratamento


Como alimentos saudáveis, nas horas certas, e cuido
e na conservação de alimentos nas atividades de
da limpeza respeitando as regras e aos demais
Patrulha;
participantes ao preparar refeições.

• Aferir seu passo duplo, conhecer as medidas de seu


corpo e aplicá-las em avaliações e medições.

• Conhecer os elementos que compõem a caixa de


primeiros socorros da patrulha;

A seguir segue o exemplo de uma competência e conjunto de atividades do Ramo Escoteiro:

COMPETÊNCIA

ATIVIDADES

78 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


INGRESSO NA SEÇÃO – PERÍODO INTRODUTÓRIO ACOMPANHAMENTO DA PROGRESSÃO

A sequência de progressão de um jovem começa Para conquistar o próximo distintivo de progressão


com sua chegada na Seção. Este período dura cerca de o jovem deverá realizar as atividades do seu período de
três meses, no máximo. Durante este período, o jovem desenvolvimento.
se incorpora na Seção, toma conhecimento de seu Para exemplificar o sistema, apresentamos como
funcionamento, características, enfim o cotidiano da exemplo a progressão do Ramo Escoteiro:
Seção.
Nesta oportunidade o jovem passa a conhecer seus • Para passar da Etapa de Pistas para Etapa de Trilha o
companheiros e escotistas e vice-versa. jovem deverá realizar metade das atividades oferecidas
Para conclusão do período introdutório o jovem da Fase da Pré-Puberdade;
deverá passar por um conjunto de atividades que
auxiliarão sua integração na Seção. Essas atividades estão • Para passar da Etapa de Trilha para Etapa do Rumo o
descritas nos guias de cada ramo. jovem deverá realizar a outra metade das atividades
oferecidas da Fase da Pré-Puberdade.
CERIMÔNIA DE INTEGRAÇÃO E CERIMÔNIA DE PROMESSA
• Para passar da Etapa do Rumo para Etapa da Travessia o
Uma vez que o jovem se integrou a sua nova Seção, jovem deverá realizar a metade das atividades oferecidas
seus novos companheiros e conheceu seu funcionamento, da Fase da Puberdade.
é chegado o momento da Cerimônia de Integração.
Nesta cerimônia o jovem receberá o lenço do Grupo • Para passar da Etapa da Travessia ao Distintivo Lis de
Escoteiro e o seu primeiro distintivo de Progressão. Ouro o jovem deverá realizar, além dos outros requisitos, a
Neste mesmo momento o jovem também poderá fazer outra metade das atividades da Fase da Puberdade.
sua Cerimônia de Promessa, recebendo o distintivo de
Promessa. Caso isso não aconteça, por decisão do jovem, Desde a cerimônia de integração o jovem pode
os escotistas deverão atuar para que ele faça sua Promessa começar a conquistar as especialidades e as Insígnias de
em período futuro não superior a dois meses. Interesse Especial (IMMA, Insígnia do Cone Sul, Insígnia da
Para decidir em que Etapa de Progressão o jovem Lusofonia, Insígnias de Envolvimento na Comunidade).
ingressará, existem duas formas, sendo que caberá ao Uma vez na Etapa de Travessia, conquistadas todas
Grupo Escoteiro decidir qual delas adotará: as atividades, e preenchidos os demais requisitos do POR,
o jovem poderá conquistar o Distintivo de Escoteiro Lis de
• Acesso linear – nesta opção, independente da fase Ouro.
de desenvolvimento e maturidade, todos os jovens
ingressarão sempre na etapa inicial, e avançarão na IMPORTANTE
progressão pela conquista das atividades previstas em
cada etapa. É importante destacar o que se entende por “realizar
a metade/totalidade dos itens”. Em nenhum momento
• Acesso direto – ao aproximar-se do final do período espera-se que um adulto impeça a Progressão de um
introdutório o escotista que acompanhará a progressão jovem pela falta de uma ou duas atividades. Oferecemos
do jovem conversará com ele, avaliando em que fase de experiências e avaliamos – em conjunto com o jovem – o
desenvolvimento ele está e quais as competências que desenvolvimento demonstrado.
ele já possui. Neste caso, em acordo entre o escotista Também não se deve entender que apenas a
e o jovem, ele ingressará na etapa de progressão realização de um conjunto de atividades referente a
correspondente. uma competência garante sua conquista. É missão dos
escotistas, mais do que verificar se uma atividade foi feita
ou não, avaliar se o jovem está se aproximando do definido
na competência, e motivar os jovens nesta direção.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 79


Se o jovem, no momento de avaliação de sua Tampouco se espera que todos façam exatamente
Progressão não se sentir seguro acerca da aquisição de um as mesmas atividades. Há a opção de substituição de
conhecimento, habilidade ou atitude, deve ser estimulado itens por quaisquer outros que julgarmos interessantes,
a realizar outras atividades que o levem neste caminho. considerando a realidade de cada jovem. Montar um blog
O contrário também vale: um jovem que já demonstre pode ser muito fácil para um deles, enquanto para outro
uma competência pode ser “liberado” de determinada exigirá um esforço de disciplina tremendo. Este aspecto
atividade que julgue inócua ou entediante, desde que permite que jovens com alguma deficiência desfrutem de
acordado com o escotista. todo o potencial que o Movimento Escoteiro lhes possa
oferecer.

SISTEMA DE PROGRESSÃO DO RAMO LOBINHO

Caminho do
Integrar

Distintivos de Insígnias de
Especialidades
Progressão Interesse
Acesso linear

e/ou
Acesso direto

e/ou

e/ou

• Tenha conquistado todas as atividades previstas no 2o Guia do Caminho da Jângal;


• Tenha participado de, no mínimo, de três acampamentos ou acantonamentos;
• Tenha conquistado, no mínimo, cinco especialidades de três ramos de conhecimentos diferentes;
Cruzeiro
• Tenha conquistado uma das quatro Insígnias de Interesse Especial do Ramo Lobinho: Insígnia Mundial
do Sul
Escoteira de Meio Ambiente, ou a Insígnia da Lusofonia, Insígnia Boa Ação ou Insígnia do Cone Sul.
• Ser recomendado pelos Velhos Lobos e pela Roca de Conselho por ser um Lobinho dedicado, frequente
às atividades da Alcateia e cumpridor da Lei e Promessa do Lobinho.

80 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


SISTEMA DE PROGRESSÃO DO RAMO ESCOTEIRO
(ACESSOS LINEAR E DIRETO)

Período
Introdutório

Distintivos de Insígnias de Insígnias de


Especialidades Cordões de Eficiência
Progressão Interesse Modalidade
Acesso linear

e/ou
Acesso direto

e/ou

e/ou

• Tenha realizado a totalidade das atividades previstas no Guia da Aventura Escoteira - Rumo e Travessia;
• Possuir o Cordão Vermelho e Branco;
• Possuir uma das seguintes Insígnias de Interesse Especial do Ramo Escoteiro: Insígnia Mundial do Meio
Lis de Ouro Ambiente, Insígnia da Lusofonia, Insígnia Cone Sul ou Insígnia da Ação Comunitária.
• Possuir pelo menos 10 noites de acampamento com sua Patrulha ou Tropa Escoteira.
• Possuir uma das Insígnias da Modalidade do Ramo Escoteiro (Aviador, Grumete ou Explorador).
• Seja especialmente recomendado pelos Escotistas e pela Corte de Honra da Tropa.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 81


SISTEMA DE PROGRESSÃO DO RAMO SÊNIOR
(ACESSOS LINEAR E DIRETO)

Período
Introdutório

Distintivos de Insígnias de Insígnias de


Especialidades Cordões de Eficiência
Progressão Interesse Modalidade

Acesso linear

e/ou
Acesso direto

e/ou

e/ou

• Tenha realizado a totalidade das atividades na Etapa Azimute;


• Tenha conquistado o Cordão Dourado;
• Possua uma das seguintes Insígnias de Interesse Especial do Ramo Sênior: Insígnia Mundial do Meio
Escoteiro da
Pátria
Ambiente, Insígnia da Lusofonia, Insígnia Cone Sul ou Insígnia do Desafio Comunitário.
• Possua pelo menos 10 noites de acampamento, como Sênior, com sua Patrulha ou Tropa.
• Possua uma das Insígnias da Modalidade do Ramo Sênior (Aeronauta, Naval ou Mateiro).
• Seja especialmente recomendado pelos Escotistas e pela Corte de Honra da Tropa.

82 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


SISTEMA DE PROGRESSÃO DO RAMO PIONEIRO
(ACESSOS LINEAR E DIRETO)

Período
Introdutório

Distintivos de Insígnias de
Progressão Interesse
Acesso linear
Acesso direto

• Ter a Insígnia de Cidadania e ser especialmente recomendado pelos Mestres Pioneiros e pelo
Conselho de Clã.
• Ter realizado 100% das atividades do Guia do Projeto Pioneiro.
• Revisar o seu Plano de Desenvolvimento Pessoal (Projeto de Vida).
• Elaborar e executar um projeto pessoal, com duração de no mínimo 4 meses, de sua livre escolha,
cujo conteúdo seja aprovado pela Comissão Administrativa do Clã, que deverá cobrir os seguintes
aspectos:
- Cujo conteúdo atenda uma das áreas prioritárias: Serviço, Natureza, Trabalho ou Viagem;
- Escolha da ideia;
Insígnia - Planejamento e programação;
de B-P - Organização;
- Coordenação;
- Execução;
- Avaliação;
- Relatório.
• Devendo ser enviado pelos canais competentes, ao Escritório Regional:
a. relatório dos serviços comunitários e das atividades de desenvolvimento que participou;
b. relatório detalhado e ilustrado do seu projeto pessoal;
c. parecer do Conselho de Clã
d. parecer do Mestre Pioneiro(a)

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 83


ANOTAÇÕES

84 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO LOBINHO

COMPETÊNCIAS, ATIVIDADES E AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL NO RAMO LOBINHO

Duração 90 minutos

Reconhecer a realização das atividades educativas como sendo importante


Objetivos Gerais instrumento para aquisição de competências
Conhecer o sistema de Progressão Pessoal no Ramo Lobinho.

• Conhecer as Áreas de Desenvolvimento.


• Compreender a relação entre objetivos educativos, competências e atividades pessoais.
Objetivos Específicos • Compreender o Sistema de Progressão Pessoal no Ramo Lobinho.
• Compreender os principais conceitos e funcionamento da avaliação da progressão
pessoal dos jovens.

• Áreas de desenvolvimento (Físico, Intelectual, Social, Afetivo, Espiritual e Caráter)


• Competências e habilidades
Conteúdo • Atividades pessoais
• Avaliação da progressão pessoal (o que, como e quando se avalia).
• Sistema de Progressão Pessoal no Ramo Lobinho.

• Cartolinas
• Pincel atômico
• Quadros em tamanho grande com uma imagem do “Onde está Wally”.
Material • Fita crepe
• Tiras de papel contendo competências diversas.
• Cartazes com nome de cada Área de Desenvolvimento.
• Diagrama dos Sistemas de Progressão Pessoal

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

Áreas de Desenvolvimento, Objetivos Educativos e


20 PL
Competências.

10 Caça-Competência e atividades TG

20 Observando para avaliar TG / DD

40 Conhecendo melhor o Sistema de Progressão dos Ramos TG

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 85


DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Áreas de Desenvolvimento, Objetivos Educativos , Competências e atividades (20 minutos)


Baseado no conteúdo da apostila, o formador deverá abordar através de apresentação audiovisual os seguintes
temas:

• Áreas de Desenvolvimento.
• Objetivos Educativos
• Competências.

Caça-Competência e atividades (10 minutos)


Com o auxilio de seis cartazes contendo em cada o nome de uma Área de Desenvolvimento (físico, intelectual,
social, afetivo, espiritual e caráter) e um cesto cheio de tiras de papel contendo competências e atividades (do Ramo
Lobinho), os cursantes formarão por equipe e ao sinal do formador, um por vez, de cada equipe, sairá correndo e
pegará apenas uma tira, colando-a no cartaz que lhe convier. Ao final, em conjunto com os cursantes, o formador
deverá fazer a correção.

Observando para avaliar (20 minutos)


Utilizando quadros do livro “Onde está Wally” (as imagens podem ser encontradas na internet), o formador desafiará
os cursantes a procurarem “condutas ou comportamentos” considerados bons ou ruins, tentando correlacioná-los
com as condutas previstas nas competências.

Em cima do trabalho anterior as equipes montarão uma pequena apresentação, através de cartazes, mostrando os
pontos observados anteriormente.

O formador deverá incentivar a discussão sobre: avaliação por observação

• quais os tipos de dificuldades que foram sentidas?


• a avaliação teria sido mais fácil se tivesse sido escolhido um instrumento de medição?
• que tipo de instrumento poderia ser utilizado para “medir condutas”?

O objetivo é chegar à conclusão de que é possível avaliar condutas por observação, de forma simples, durante a
realização das atividades escoteiras.

Conhecendo melhor o Sistema de Progressão dos Ramos (40 minutos)


O formador coordenará um jogo de perguntas e respostas.

Exemplos de perguntas:

1) O Primeiro distintivo conquistado pelo lobinho é?

a. Sempre o de Pata Tenra


b. O de Saltador se o Grupo Escoteiro optou pelo ingresso linear
c. Pode ser qualquer um dos distintivos se for usado o sistema direto.
d. Sempre o de Saltador

86 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


2) A área de desenvolvimento que trabalha pelo fortalecimento e controle da vontade é a:

a. Afetiva
b. Caráter
c. Espiritual
d. Social

3) Para cada competência existem:

a. várias atividades pessoal


b.somente uma atividade pessoal
c. vários distintivos
d. uma área de desenvolvimento

4) Quem decide sobre o ingresso direto ou linear:

a. o lobinho ou a lobinha
b. os escotistas da Alcateia
c. O Grupo Escoteiro
d. A Região Escoteira

Respostas: 1-c 2-b 3-a 4-c

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista do Ramo Lobinho.


POR

Última atualização: 30/03/2014

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 87


RAMO LOBINHO

COMPETÊNCIAS, ATIVIDADES E AVALIAÇÃO DA


PROGRESSÃO PESSOAL

AS ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO

O Movimento Escoteiro convida as crianças a se


desenvolverem de forma equilibrada todas as dimensões
de sua personalidade. É um desafio para que explorem
a riqueza de suas possibilidades e para serem pessoas
completas.
Para ajudá-los a conquistar este propósito o
Programa Educativo agrupa essas dimensões em áreas
de desenvolvimento, que consideram a variedade de
expressão do ser humano.

Dimensão da Área de
Personalidade desenvolvimento

O corpo Físico OS OBJETIVOS EDUCATIVOS


A inteligência Intelectual
A atividade educativa não é imaginável sem que se
A vontade Caráter definam claramente os objetivos que pretende atingir. Por
isso o Programa Educativo da UEB definiu objetivos finais
Os afetos Afetivo
como referência de onde queremos chegar.
A integração social Social Os objetivos educativos de cada faixa etária são uma
sequência de passos intermediários até a conquista de
O sentido da existência Espiritual
cada um dos objetivos finais e apresentam condutas que
os jovens podem alcançar, de acordo com sua idade.
Assim como os objetivos finais, os objetivos
A consideração dessas diferentes áreas de educativos de cada faixa-etária de desenvolvimento se
desenvolvimento é uma perspectiva educativa muito útil, estabelecem para todas as áreas de crescimento, tratando
pois permite: de cobrir de forma equilibrada o desenvolvimento de
todos os aspectos da personalidade das crianças e jovens,
• Evitar que as atividades desenvolvidas nas seções se o desenvolvimento Físico, Intelectual, Social, Espiritual,
concentrem apenas em alguns aspectos da personalidade Afetivo e de Caráter.
dos jovens, descuidando dos outros;
AS COMPETÊNCIAS
• Contribuir para que as crianças, adolescentes e jovens
percebam, pouco a pouco, as diferentes realidades Como estamos falando de um Movimento Educativo,
que convivem dentro de si, ajudando-os, por meio dos que tem como propósito contribuir com a formação
objetivos, a se desenvolverem em todas essas dimensões; integral dos jovens, entendemos que o processo de
desenvolvimento pessoal deve considerar o ser humano
• Avaliar seu desenvolvimento em todas as diferentes em sua totalidade, ou seja, o desenvolvimento nas seis
dimensões. áreas. Se por um lado as atividades escoteiras devem
oferecer experiências educativas que auxiliem no
desenvolvimento do jovem em todas essas áreas, por

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 89


outro o sistema de avaliação deve ter indicadores que
Atividades
incentivem os jovens a crescer nas seis dimensões e que Competência
(indicadores)
nos ajudem a fazer uma avaliação de como isso está
acontecendo.
Para avaliação dos jovens os Objetivos foram S1 - Saber como é
transformados em Competências. organizada a Alcatéia,
Por COMPETÊNCIA define-se a união de conhecer as pessoas
CONHECIMENTO, HABILIDADE e ATITUDE em relação a que dela fazem parte,
algum tema específico. saber fazer as formações
O aspecto educativo da Competência é que e atender as vozes de
ela reúne não só o SABER algo (Conhecimento), mas comando dos Velhos
também o SABER FAZER (Habilidade) para aplicação do Lobos.
conhecimento e, mais ainda, SABER SER (Atitude) em
relação ao que sabe e faz, ou seja, uma conduta que revela S2 - Ouvir o episódio
a incorporação de valores. “Irmãos de Mowgli“ (1ª
Como no Ramo Lobinho, trabalhamos com duas Conhece a estrutura da parte) do Livro da Selva
faixas-etárias, a saber: Alcateia e os principais de Rudyard Kipling
elementos do Ramo
• Primeira Fase (compreendida entre 6,5 e 9 anos) Lobinho. S3 - Usar o Lema do
• Segunda Fase (de 9 até completar 11 anos) Lobinho, a Saudação,
o Aperto de Mão e
As competências também foram definidas com participar do Grande
progressivo nível de dificuldade e de abrangência para Uivo, compreendendo
cada uma dessas fases. seus significados.

AS ATIVIDADES EDUCATIVAS S4 - Conhecer o uniforme


de lobinho ou traje
Para ajudar as crianças a ganharem competências usado por sua Seção
são oferecidas atividades, que por ser uma proposta e os distintivos que irá
pessoal, ou seja, para a criança e não para a Alcateia, as receber neste período.
denominamos “atividades pessoais”. Elas podem ser
realizadas individualmente, em pequenos grupos, em
matilha, etc, conforme estabelecem as propostas. No Manual do Escotista do Ramo Lobinho estão
Cada atividade é rica em oportunidades para que descritas todas as competências e o conjunto de
cada jovem adquira ou desenvolva uma competência. atividades sugeridas para cada competência.
Por outro lado, às vezes é preciso que realizem várias Nos guias do Caminho da Jângal estão descritas e
atividades para ganhar uma competência. Assim, para explicadas somente as atividades pessoais.
cada competência foi estabelecido um conjunto de
atividades pessoais. A PROGRESSÃO PESSOAL NO RAMO LOBINHO – O CAMINHO DA
E para que os chefes tenham parâmetros na avaliação JÂNGAL
do que os jovens conquistam, as atividades são entendidas
como indicadores de aquisição das competências. A progressão de uma criança começa desde que
Exemplo de competência e suas atividades: ingressa na Alcateia. No período inicial que dura de
dois a três meses, a criança toma conhecimento do
funcionamento da Alcateia, conhece seus companheiros
e escotistas e se familiariza com o cotidiano da vida de
grupo da Seção.
As atividades pessoais das crianças estão
configuradas como passos a serem dados pelo Caminho
da Jângal, que é constituído por 5 trechos:

90 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


Caminho do Integrar: Realizar as atividades do Caminho do Caçar: Realizar metade das atividades
Período Introdutório (No final do caminho do Integrar a da segunda fase (No final do caminho do Caçar a criança
criança recebe o distintivo de lobo Pata Tenra) recebe o distintivo de lobo Caçador ).

Caminho do Descobrir: Realizar metade das Caminho das Estrelas: Realizar todas as atividades
atividades da primeira fase (No final do caminho do da segunda fase e conquistar as outras 4 estrelas do
Descobrir a criança recebe o distintivo de lobo Saltador ). Cruzeiro do Sul para chegar ao distintivo Cruzeiro do Sul.

Caminho do Rastrear: Realizar todas as atividades da


primeira fase (No final do caminho do Rastrear a criança
recebe o distintivo de lobo Rastreador ).

Caminho do
Integrar

Distintivos de Insígnias de
Especialidades
Progressão Interesse
Acesso linear

e/ou
Acesso direto

e/ou

e/ou

• Tenha conquistado todas as atividades previstas no 2o Guia do Caminho da Jângal;


• Tenha participado de, no mínimo, de três acampamentos ou acantonamentos;
• Tenha conquistado, no mínimo, cinco especialidades de três ramos de conhecimentos diferentes;
Cruzeiro
• Tenha conquistado uma das quatro Insígnias de Interesse Especial do Ramo Lobinho: Insígnia Mundial
do Sul
Escoteira de Meio Ambiente, ou a Insígnia da Lusofonia, Insígnia Boa Ação ou Insígnia do Cone Sul.
• Ser recomendado pelos Velhos Lobos e pela Roca de Conselho por ser um Lobinho dedicado, frequente
às atividades da Alcateia e cumpridor da Lei e Promessa do Lobinho.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 91


CERIMÔNIA DE INTEGRAÇÃO E CERIMÔNIA DE PROMESSA DOIS SISTEMAS DE PROGRESSÃO PESSOAL

A cerimônia de Integração ocorre no final do O Caminho da Jângal pode ser percorrido em sua
Caminho do Integrar. Nela, a criança recebe o lenço do íntegra pelo chamado Sistema de Progressão Linear ou ser
Grupo Escoteiro e o seu primeiro distintivo de Progressão. abreviado, no caso das crianças que ingressam com mais
Neste mesmo momento ela faz a sua Promessa, recebendo idade e maturidade, pelo chamado Sistema de Progressão
o distintivo de Promessa. Caso isso não aconteça, por por Acesso Direto. A opção por qualquer dos dois sistemas
decisão do jovem, os escotistas deverão atuar para que é do Grupo Escoteiro e uma vez adotado, o sistema deve
ele faça sua Promessa em período futuro não superior a ser mantido.
dois meses.

O Caminho da Jângal no Sistema de Progressão Linear:

92 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


O Caminho da Jângal no Sistema de Progressão por Acesso Direto:

AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL DOS LOBINHOS E razão pela qual devemos, principalmente, avaliar como
LOBINHAS poderemos ajudá-las a crescer.

Como parte do Programa Educativo, o Movimento A Avaliação da Progressão Pessoal é contínua e faz parte
Escoteiro trabalha com um Sistema de Avaliação da da vida da seção
Progressão Pessoal, que visa oferecer à criança e ao
escotista alguns indicadores para avaliar o seu crescimento A medida que se observa o desenrolar das atividades,
pessoal. Esses indicadores revelam não só o impacto das é inevitável apreciar a forma como as crianças se
atividades escoteiras nas crianças, mas também pontos comportam e comprovar as mudanças que nelas ocorrem.
fortes e fracos de cada um, o que permite uma intervenção Assim, a avaliação da progressão pessoal é um processo
mais direta dos escotistas. contínuo, integrado a todas as coisas que acontecem na
Para efetivar o acompanhamento, foram Alcateia.
desenvolvidos indicadores que servirão de base para
a avaliação das crianças. Para motivá-las em busca do O desenvolvimento das crianças se avalia pela
autodesenvolvimento estabeleceram-se as Etapas de observação, o que exige tempo, paciência e dedicação.
Progressão.
Devemos estar atentos para o fato de que as pessoas A avaliação pela observação exige um ambiente
são diferentes, com diferentes histórias e possibilidades, especial – simpático, interessante e estimulante, que leve

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 93


a criança a se manifestar sem receio e com plena confiança Avaliação dos Escotistas com outros agentes Educativos
nos outros. Assim, elas emitem a cada instante sinais que
indicam seu progresso em direção à conquista de seus Não é só pelas atividades que as crianças participam
objetivos e os problemas com que estão se defrontando. no movimento escoteiro que se medem as conquistas
Para realizar esta tarefa, os escotistas necessitam: das competências. Todas as experiências vividas por ele
contribuirão para estas conquistas (em casa, na escola,
• Visão, que permita perceber a importância da tarefa nos esportes, na sua religião, etc).
educativa; Por isto é importante que o escotista que acompanha
o jovem considere a existência deste outro universo.
• Tempo sem pressas, para conviver com o membro juvenil O escotista deverá aproveitar os contatos informais
em contatos ricos; e acompanhar, já que o processo é tão com os pais e outros agentes de educação como uma
importante quanto seu resultado. Não se trata apenas de oportunidade de conhecer melhor a criança. Quando e
avaliar se um objetivo foi alcançado, mas também saber se necessário o escotista buscará dados mais específicos
como foi alcançado ou por que não foi alcançado. com professores, autoridades da religião frequentada pelo
jovem, amigos, pais outros escotistas etc. Deve, porém,
• Paciência, para acumular informações e não tirar ter o máximo de cuidado para não provocar situações de
conclusões de atos isolados, não desanimar facilmente constrangimento à criança nem engessar o processo de
nem buscar êxitos rápidos, que são improváveis em progressão.
educação. O mais importante é que o escotista, no seu trabalho
de acompanhar a criança ou o jovem, possa verificar se a
Na Alcateia um escotista acompanha no máximo conduta, prevista na competência, efetivamente existe e
6 crianças. Para fazer um bom acompanhamento é se manifesta repetidamente.
necessário reunir informação e conquistar a confiança da Na avaliação deve ocorrer um consenso entre o
criança e de sua família. É recomendável que cada escotista escotista e a criança sobre quais atividades (indicadores)
permaneça em sua função por um período não inferior a podem ser consideradas realizadas ou não. Ocorrendo
um ano, podendo continuar por mais tempo, a menos que discrepância entre a opinião do jovem e dos escotista
existam razões que justifiquem sua substituição. prevalecerá sempre a opinião do jovem.
Esta conversa é realizada no fim de cada Ciclo de
A auto avaliação Programa, de modo informal e fraterno.

Na Alcateia é mais frequente a avaliação seja feita Ferramentas que auxiliam o acompanhamento da
pelos escotistas, mas pode-se experimentar a auto Progressão Pessoal
avaliação. Se houver interesse em consultar os outros
lobinhos sobre algum ponto em particular, que seja num 1. Guias do Caminho da Jângal (para uso da criança)
clima de descontração, de modo breve e sempre ter a 2. Mapa do Caminho da Jângal (para uso da criança)
presença e mediação do escotista. 3. Planilhas em papel ou em arquivo eletrônico (para uso
dos escotistas)
4. Mapa geral da Progressão Pessoal da Alcateia (para uso
de toda a Alcateia)

ANOTAÇÕES

94 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO ESCOTEIRO

COMPETÊNCIAS, ATIVIDADES E AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL NO RAMO ESCOTEIRO

Duração 90 minutos

Reconhecer a realização das atividades educativas como sendo importante


Objetivos Gerais instrumento para aquisição de competências.
Conhecer o sistema de Progressão Pessoal no Ramo Escoteiro

• Conhecer as Áreas de Desenvolvimento.


• Compreender a relação entre objetivos educativos, competências e atividades
educativas.
Objetivos Específicos
• Compreender o funcionamento do sistema de progressão.
• Compreender os principais conceitos e funcionamento da avaliação da progressão
pessoal dos jovens.

• Áreas de desenvolvimento (Físico, Intelectual, Social, Afetivo, Espiritual e Caráter)


• Competências e habilidades
Conteúdo • Atividades educativas.
• Avaliação da progressão pessoal (como, o que e quando se avalia).
• Sistema de progressão do Ramo Escoteiro

• Cartolinas
• Pincel atômico
• Quadros em tamanho grande com uma imagem do “Onde está Wally”.
Material
• Fita crepe
• Tiras de papel contendo competências diversas.
• Cartazes com nome de cada Área de Desenvolvimento.

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

Áreas de Desenvolvimento, Objetivos Educativos e


20 PL
Competências.

10 Caça-Competência e atividades TG

20 Observando para avaliar TG / DD

Conhecendo melhor o Sistema de Progressão do Ramo


30 TG
Escoteiro

10 Tira dúvidas

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 95


DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Áreas de Desenvolvimento, Objetivos Educativos , Competências e atividades (20 minutos)


Baseado no conteúdo da apostila, o formador deverá abordar através de apresentação audiovisual os seguintes
temas:

• Áreas de Desenvolvimento.
• Objetivos Educativos
• Competências.

Caça-Competência e atividades (10 minutos)


Com o auxilio de seis cartazes contendo em cada o nome de uma Área de Desenvolvimento (físico, intelectual, social,
afetivo, espiritual e caráter) e um cesto cheio de tiras de papel contendo competências e atividades do Ramo, os
cursantes formarão por equipe e ao sinal do formador, um por vez, de cada equipe, sairá correndo e pegará apenas
uma tira, colando-a no cartaz que lhe convier. Ao final, em conjunto com os cursantes, o formador deverá fazer a
correção.

Observando para avaliar (20 minutos)


Utilizando quadros do livro “Onde está Wally” (as imagens podem ser encontradas na internet), o formador desafiará
os cursantes a procurarem “condutas ou comportamentos” considerados bons ou ruins, tentando correlacioná-los
com as condutas previstas nas competências.

Em cima do trabalho anterior as equipes montarão uma pequena apresentação, através de cartazes, mostrando os
pontos observados anteriormente.

O formador deverá incentivar a discussão sobre: avaliação por observação

• quais os tipos de dificuldades que foram sentidas?


• a avaliação teria sido mais fácil se tivesse sido escolhido um instrumento de medição?
• que tipo de instrumento poderia ser utilizado para “medir condutas”?

O objetivo é chegar à conclusão de que é possível avaliar condutas por observação, de forma simples, durante a
realização das atividades escoteiras.

Conhecendo melhor o Sistema de Progressão do Ramo (30 minutos)


O formador conduzirá um jogo de perguntas e respostas. Os cursantes serão divididos em equipes e terão que
responder perguntas sobre a progressão pessoal dos jovens. Após cada resposta utilizando uma apresentação o
formador fará comentários sobre a progressão dos jovens no Ramo Escoteiro.

Perguntas:

1) O Primeiro distintivo conquistado pelo Escoteiro é?

a. Sempre o de Pistas
b. Sempre o de Rumo
c. O de Trilha se o Grupo Escoteiro optou pelo ingresso linear
d. Pode ser qualquer um dos distintivos se o Grupo Escoteiro optou pelo ingresso direto.

96 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


2) Quando o Escoteiro faz todas as atividades do primeiro guia da Aventura Escoteira ele conquista qual distintivo?

a. Trilha
b. Pistas
c. Rumo
d. Travessia

3) Qual o nome deste distintivo?

a. Trilha
b. Pistas
c. Rumo
d. Travessia

4) Quais os nomes das insignias da modalidade no Ramo Escoteiro

a. Pistas e Trilha
b. Mundial do Meio Ambiente e Lusofonia
c. Aviador e Grumete
d. Aeronauta e Naval

Respostas = 1-d 2-C 3- C 4-C

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista do Ramo Escoteiro.


POR

Última atualização: 21/03/2014

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 97


RAMO ESCOTEIRO

COMPETÊNCIAS, ATIVIDADES E AVALIAÇÃO DA


PROGRESSÃO PESSOAL

AS ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO

A tropa Escoteira é um espaço em que, em companhia de seus amigos de patrulha, os jovens brincam, organizam
suas aventuras e aprendem. Em meio a essas atividades, eles encontram o apoio necessário para desenvolver todas as
dimensões de sua personalidade, sem excluir nenhuma e sem desenvolver umas em detrimento das outras.
O quadro abaixo apresenta as 6 áreas de desenvolvimento relacionando com a dimensão da personalidade e os
interesses da idade.

Dimensão da Personalidade Área de desenvolvimento Interesses educativos nesta idade

Esquema corporal – afirmação do


O corpo Físico
papel sexual

Desenvolvimento de novas formas


A inteligência Intelectual de pensar, juízo crítico e maior
compreensão de mundo.

Autoestima, opção por valores,


A vontade Caráter formação da consciência moral e
busca da identidade

Administração e orientação da
Os afetos Afetivo
afetividade e vivencia da amizade

Aprendizagem do respeito pela


opinião alheia, construção de
A integração social Social normas por meio do consenso
e integração à sociedade mais
imediata.

Uma fé pessoal construída a partir


O sentido da existência Espiritual
de dentro

É importante lembrar que nossa personalidade resulta da união dessas diferentes dimensões e que cada uma delas
influencia todas as outras, o que torna identificar as fronteiras entre elas.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 99


OS OBJETIVOS EDUCATIVOS AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL DO JOVEM

Toda atividade humana, mesmo que Como parte do Programa Educativo, o Movimento
inconscientemente, está orientada para a conquista de Escoteiro trabalha com um Sistema de Avaliação da
objetivos. A atividade educativa não é imaginável sem que Progressão Pessoal, que visa oferecer ao jovem e ao
se definam claramente os objetivos que pretende atingir. escotista alguns indicadores para avaliar o crescimento
São as condutas o que esperamos que cada pessoal de cada jovem. Esses indicadores revelam não
pessoa demonstre, em cada determinado estágio só o impacto das atividades escoteiras nos jovens, mas
de desenvolvimento, pois caracterizam as condutas também pontos fortes e fracos de cada um, o que permite
apropriadas para aquele período ou fase, e são uma intervenção mais direta dos escotistas.
características da maioria das pessoas. Para efetivar o acompanhamento, foram
Os objetivos constituem uma proposta e não desenvolvidos indicadores que ser virão de base para
pretendem formar modelos ideias de pessoas. a avaliação dos jovens. Para motivá-los em busca do
autodesenvolvimento estabeleceram-se as Etapas de
AS COMPETÊNCIAS Progressão.
Devemos estar atentos para o fato de que as pessoas
Para avaliação dos jovens os Objetivos foram são diferentes, com diferentes histórias e possibilidades,
transformados em Competências: razão pela qual deveremos, principalmente, avaliar como
Por COMPETÊNCIA define-se a união de poderemos ajudar os jovens a crescer.
CONHECIMENTO, HABILIDADE e ATITUDE em relação a
algum tema específico. A AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL É CONTÍNUA E FAZ
O aspecto educativo da Competência é que PARTE DA VIDA DA SEÇÃO
ela reúne não só o SABER algo (Conhecimento), mas
também o SABER FAZER (Habilidade) para aplicação do A medida que se observa o desenrolar das
conhecimento e, mais ainda, SABER SER (Atitude) em atividades, é inevitável apreciar a forma como os jovens se
relação ao que sabe e faz, ou seja, uma conduta que revela comportam e comprovar as mudanças que neles ocorrem.
a incorporação de valores. Assim, a avaliação da progressão pessoal é um processo
Através da realização de atividades, o Método contínuo, integrado a todas as coisas que acontecem na
Escoteiro oferece aos jovens oportunidades de adquirir seção.
e desenvolver competências. Cada atividade é rica em
oportunidades para que cada jovem adquira, ou se inicie O DESENVOLVIMENTO DOS JOVENS SE AVALIA PELA
na aquisição, de uma competência. OBSERVAÇÃO, O QUE EXIGE TEMPO, PACIÊNCIA E DEDICAÇÃO.

AS ATIVIDADES EDUCATIVAS A avaliação pela observação exige um ambiente


especial – a vida da Seção – simpático, interessante e
Para Ajudar os Jovens a Conquistar essas estimulante, que leve o membro juvenil a se manifestar
Competências são Oferecidas Atividades. sem receio e com plena confiança nos outros. Na atmosfera
Para que os jovens caminhem facilmente em direção da Seção, os jovens emitem a cada instante, sinais que
a essas competências, e para que os chefes tenham indicam seu progresso em direção à conquista de seus
parâmetros na avaliação do que os jovens conquistam, objetivos e os problemas com que estão se defrontando.
para cada uma dessas competências foi criado um Para realizar esta tarefa, os escotistas necessitam:
conjunto de atividades. Esses conjuntos de atividades são
os indicadores de aquisição das Competências. • Visão, que permita perceber a importância da tarefa
No manual do Escotista do Ramo Escoteiro estão educativa;
descritas todas as competências e o conjunto de atividades
sugeridas para cada competência. No guia Tropa Escoteira • Tempo sem pressas, para conviver com o membro juvenil
em Ação dos jovens estão descritas somente as atividades em contatos ricos; e acompanhar, já que o processo é tão
sugeridas que contribuirão para que os jovens conquistem importante quanto seu resultado. Não se trata apenas de
as competências. avaliar se um objetivo foi alcançado, mas também saber
como foi alcançado ou por que não foi alcançado.

100 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


• Paciência, para acumular informações e não tirar etc. Deve, porém, ter o máximo de cuidado para não
conclusões de atos isolados, não desanimar facilmente provocar situações de constrangimento ao membro
nem buscar êxitos rápidos, que são improváveis em juvenil.
educação. O mais importante é que o escotista, no seu trabalho
de acompanhar a criança ou o jovem, possa verificar se a
Um escotista acompanha um número limitado de conduta, prevista na competência, efetivamente existe e
crianças/jovens durante pelo menos um ano. se manifesta repetidamente.
No final do ciclo de programa ocorre uma conversa,
CADA ESCOTISTA DA SEÇÃO DEVE ACOMPANHAR A um “bate papo” entre o jovem e o escotista que o
PROGRESSÃO DE UM NÚMERO DE JOVENS DE UMA SEÇÃO acompanha. Nesta conversa o jovem expõe sua auto-
avaliação, mostrando quais atividades realizou do seu
No Ramo Escoteiro o numero indicado é de 8 jovens. guia, revisa conforme a opinião dos outros membros da
O acompanhamento deve ser feito durante um patrulha, e o escotista apresenta a avaliação que fez do
tempo relativamente prolongado. Para fazer um bom jovem, considerando, se for o caso, a opinião de outros
acompanhamento é necessário reunir informação e agentes educativos.
conquistar a confiança do jovem, o que não será possível Nesta avaliação deve ocorrer um consenso entre o
se os escotistas estão sempre mudando ou se alternam escotista e o joven sobre quais atividades (indicadores)
após períodos muito breves. É recomendável que cada podem ser consideradas realizadas ou não. Ocorrendo
escotista permaneça em sua função por um período discrepância entre a opinião do jovem e dos escotista
não inferior a um ano, podendo continuar por mais prevalecerá sempre a opinião do jovem.
tempo, a menos que existam razões que justifiquem Esta conversa é realizada no fim de cada Ciclo de
sua substituição. Ao se produzir uma substituição, esta Programa, de modo informal e fraterno.
deve ser progressiva, considerando cuidadosamente os
sentimentos dos jovens. O SISTEMA ENXERGA O JOVEM EM TODAS AS SUAS DIMENSÕES

A AUTO-AVALIAÇÃO DOS JOVENS Como estamos falando de um Movimento Educativo,


que tem como propósito contribuir com a formação
Os jovens utilizando os guias fazem uma auto- integral dos jovens, entendemos que o processo de
avaliação marcando quais as atividades ele considera feito desenvolvimento pessoal deve considerar o ser humano
com sucesso. em sua totalidade, ou seja, o desenvolvimento em seis
No conselho de patrulha os escoteiros debatem áreas: Desenvolvimento Físico, Intelectual, Social, Afetivo,
sobre à auto-avaliação de cada um, a partir destas opiniões Espiritual e do Caráter. Se por um lado as atividades
cada membro da patrulha irá rever sua auto-avaliação. escoteiras devem oferecer experiências educativas
que auxiliem no desenvolvimento do jovem em todas
AVALIAÇÃO DOS ESCOTISTAS COM OUTROS AGENTES essas áreas, por outro o sistema de avaliação deve ter
EDUCATIVOS indicadores que incentivem os jovens a crescer nas seis
dimensões e que nos ajudem a fazer uma avaliação de
Não só atividades que os jovens participam no como isso está acontecendo.
movimento escoteiro contribuem para a conquista das Como abordado anteriormente, para efeitos de
competências. Todas as experiências vividas por ele avaliação do processo educativo do Escotismo todo o
contribuirão para estas conquistas (em casa, na escola, sistema foi baseado na malha de Objetivos Educativos do
nos esportes, na sua religião, etc). Movimento Escoteiro. Para facilitar avaliação dos jovens
Por isto é importante que o escotista que acompanha estes objetivos foram transformados em competências.
o jovem considere a existência deste outro universo. Para que os jovens caminhem facilmente em direção
O escotista deverá aproveitar os contatos informais a essas competências, e para que os chefes tenham
com os pais e outros agentes de educação como uma parâmetros na avaliação do que os jovens conquistam,
oportunidade de conhecer melhor o membro juvenil. para cada uma dessas competências foi criado um
Quando e se necessário o escotista buscará dados mais conjunto de atividades. Esses conjuntos de atividades são
específicos com professores, autoridades da religião os indicadores de aquisição das Competências.
frequentada pelo jovem, amigos, pais outros escotistas

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 101


COMPETÊNCIA ATIVIDADES (INDICADORES)

Participar de pelo menos 5 atividades ao Ar livre da


patrulha (jornadas, excursões, acampamentos de
patrulha ou tropa) utilizando normas de baixo impacto
ambiental

Conhecer e aplicar normas de limpeza no tratamento


Como alimentos saudáveis, nas horas certas, e cuido
e na conservação de alimentos nas atividades de
da limpeza respeitando as regras e aos demais
Patrulha;
participantes ao preparar refeições.

Aferir seu passo duplo, conhecer as medidas de seu


corpo e aplicá-las em avaliações e medições.

Conhecer os elementos que compõem a caixa de


primeiros socorros da patrulha;

Abaixo segue o exemplo de uma competência e conjunto de atividades do Ramo Escoteiro:

COMPETÊNCIA

ATIVIDADES

102 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


INGRESSO NA SEÇÃO – PERÍODO INTRODUTÓRIO ACOMPANHAMENTO DA PROGRESSÃO

A sequência de progressão de um jovem começa Para conquistar o próximo distintivo de progressão


com sua chegada na seção. Este período dura cerca de o jovem deverá realizar as atividades do seu período de
três meses, no máximo. Durante este período, o jovem desenvolvimento.
se incorpora na seção, toma conhecimento de seu Para exemplificar o sistema, apresentamos como
funcionamento, características, enfim o cotidiano da exemplo a progressão do Ramo Escoteiro:
Seção.
Nesta oportunidade o jovem passa a conhecer seus • Para passar da Etapa de Pistas para Etapa de Trilha – o
companheiros e escotistas e vice versa. jovem deverá realizar metade das atividades oferecidas
Para conclusão do Período Introdutório o jovem no primeiro livro da Aventura Escoteira ;
deverá passar por um conjunto de atividades que
auxiliarão sua integração na Seção. Essas atividades estão • Para passar da Etapa de Trilha para Etapa do Rumo – o
descritas nos guias de cada ramo. jovem deverá realizar a outra metade das atividades
oferecidas no primeiro livro da Aventura Escoteira.
CERIMÔNIA DE INTEGRAÇÃO E CERIMÔNIA DE PROMESSA
• Para passar da Etapa do Rumo para Etapa da Travessia – o
Uma vez que o jovem se integrou a sua nova Seção, jovem deverá realizar a metade das atividades oferecidas
seus novos companheiros e conheceu seu funcionamento, no segundo livro da Aventura Escoteira.
é chegado o momento da cerimônia de Integração.
Nesta Cerimônia o jovem receberá o Lenço do • Para passar da Etapa da Travessia ao Distintivo Lis de
Grupo Escoteiro e o seu primeiro distintivo de Progressão. Ouro – o jovem deverá realizar, além dos outros requisitos,
Neste mesmo momento o jovem também poderá fazer a outra metade das atividades do segundo livro da
sua Cerimônia de Promessa, recebendo o distintivo de Aventura Escoteira.
Promessa. Caso isso não aconteça, por decisão do jovem,
os escotistas deverão atuar para que ele faça sua Promessa Desde a cerimônia de integração o jovem pode
em período futuro não superior a dois meses. começar a conquistar as Especialidades e as Insígnias de
Para decidir-se em que Etapa de Progressão o jovem Interesse Especial (IMMA, Insígnia do Cone Sul, Insígnia da
ingressará, existem duas formas, sendo que caberá ao Lusofonia, Insígnias de Envolvimento na Comunidade).
Grupo Escoteiro decidir qual delas adotará. Uma vez na Etapa de Travessia, conquistadas todas
as atividades, e preenchidos os demais requisitos do POR,
• Acesso Linear – Nesta opção, independente da fase o jovem poderá conquistar o Distintivo de Escoteiro Lis de
de desenvolvimento e maturidade, todos os jovens Ouro.
ingressarão sempre na etapa inicial, e avançarão na
progressão pela conquista das atividades previstas em Importante
cada etapa.
É importante destacar o que se entende por “realizar
• Acesso Direto – ao aproximar-se do final do período a metade/totalidade dos itens”. Em nenhum momento
introdutório o escotista que acompanhará a progressão espera – se que um adulto impeça a Progressão de um
do jovem conversará com ele, avaliando em que fase de jovem pela falta de uma ou duas atividades. Oferecemos
desenvolvimento ele está e quais as competências que experiências e avaliamos – em conjunto com o jovem – o
ele já possui. Neste caso, em acordo entre o escotista desenvolvimento demonstrado.
e o jovem, ele ingressará na etapa de progressão Também não se deve entender que apenas a
correspondente. realização de um conjunto de atividades referente
uma Competência garante sua conquista. É missão dos
escotistas, mais do que verificar se uma atividade foi feita
ou não, avaliar se o jovem está se aproximando do definido
na competência, e motivar os jovens nesta direção.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 103


Se o jovem, no momento de avaliação de sua Tampouco se espera que todos façam exatamente
Progressão não se sentir seguro acerca da aquisição de um as mesmas atividades. Há a opção de substituição de
conhecimento, habilidade ou atitude, deve ser estimulado itens por quaisquer outros que julgarmos interessantes,
a realizar outras atividades que o levem neste caminho. considerando a realidade de cada jovem. Montar um blog
O contrário também vale: um jovem que já demonstre pode ser muito fácil para um deles, enquanto para outro
uma competência pode ser “liberado” de determinada exigirá um esforço de disciplina tremendo. Este aspecto
atividade que julgue inócua ou entediante, desde que permite que jovens com alguma deficiência desfrutem de
acordado com o escotista. todo o potencial que o Movimento Escoteiro lhes possa
oferecer.

SISTEMA DE PROGRESSÃO DO RAMO ESCOTEIRO


(ACESSO LINEAR E ACESSO DIRETO)

104 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO SÊNIOR

COMPETÊNCIAS, ATIVIDADES E AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL NO RAMO SÊNIOR

Duração 90 minutos

Reconhecer a realização das atividades educativas como sendo importante


Objetivos Gerais instrumento para aquisição de competências.
Conhecer o sistema de Progressão Pessoal no Ramo Sênior

• Conhecer as Áreas de Desenvolvimento.


• Compreender a relação entre objetivos educativos, competências e atividades
educativas.
Objetivos Específicos
• Compreender o funcionamento do sistema de progressão.
• Compreender os principais conceitos e funcionamento da avaliação da progressão
pessoal dos jovens.

• Áreas de desenvolvimento (Físico, Intelectual, Social, Afetivo, Espiritual e Caráter)


• Competências e habilidades
Conteúdo • Atividades educativas.
• Avaliação da progressão pessoal (como, o que e quando se avalia).
• Sistema de progressão do Ramo Sênior

• Cartolinas
• Pincel atômico
• Quadros em tamanho grande com uma imagem do “Onde está Wally”.
Material
• Fita crepe
• Tiras de papel contendo competências diversas.
• Cartazes com nome de cada Área de Desenvolvimento.

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

Áreas de Desenvolvimento, Objetivos Educativos e


20 PL
Competências.

10 Caça-Competência e atividades TG

20 Observando para avaliar TG / DD

40 Conhecendo melhor o Sistema de Progressão do Ramo Sênior TG

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 105


DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Áreas de Desenvolvimento, Objetivos Educativos , Competências e atividades (20 minutos)


Baseado no conteúdo da apostila, o formador deverá abordar através de apresentação audiovisual os seguintes
temas:

• Áreas de Desenvolvimento.
• Objetivos Educativos
• Competências.

Caça-Competência e atividades (10 minutos)


Com o auxilio de seis cartazes contendo em cada o nome de uma Área de Desenvolvimento (físico, intelectual,
social, afetivo, espiritual e caráter) e um cesto cheio de tiras de papel contendo competências e atividades do Ramo
Sênior, os cursantes formarão por equipe e ao sinal do formador, um por vez, de cada equipe, sairá correndo e pegará
apenas uma tira, colando-a no cartaz que lhe convier. Ao final, em conjunto com os cursantes, o formador deverá
fazer a correção.

Observando para avaliar (20 minutos)


Utilizando quadros do livro “Onde está Wally” (as imagens podem ser encontradas na internet), o formador desafiará
os cursantes a procurarem “condutas ou comportamentos” considerados bons ou ruins, tentando correlacioná-los
com as condutas previstas nas competências.

Em cima do trabalho anterior as equipes montarão uma pequena apresentação, através de cartazes, mostrando os
pontos observados anteriormente.

O formador deverá incentivar a discussão sobre: avaliação por observação

• quais os tipos de dificuldades que foram sentidas?


• a avaliação teria sido mais fácil se tivesse sido escolhido um instrumento de medição?
• que tipo de instrumento poderia ser utilizado para “medir condutas”?

O objetivo é chegar à conclusão de que é possível avaliar condutas por observação, de forma simples, durante a
realização das atividades escoteiras.

Conhecendo melhor o Sistema de Progressão do Ramo (40 minutos)


O formador coordenará um jogo de perguntas e respostas. Os cursantes serão divididos por patrulhas e terão
que responder a pergunta sobre o Ramo Sênior. E utilizando uma apresentação após a resposta o formador fará
comentários sobre a Progressão do Ramo

Exemplo de Perguntas:

1) Qual o nome deste distintivo?

a. Eficiência 1
b. Azimute
c. Conquista
d. Escalada

106 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


2) Quais cordões os jovens do ramo podem conquistar?

a. Dourado e Desafio Sênior


b. Verde e amarelo e Vermelho e Branco
c. Correia de Mateiro e Dourado
d. Dourado e Aventura Sênior

3) O Primeiro distintivo conquistado pelo Sênior é?

a. Sempre o de Escalada
b. Sempre o de Azimute
c. O de Conquista se o Grupo Escoteiro optou pelo ingresso linear
d. Pode ser qualquer um dos distintivos se o Grupo Escoteiro optou pelo ingresso direto.

4) Quando o Sênior faz 1/3 das atividades do Guia do Guia do Desafio Sênior ele conquista qual distintivo?

a. Azimute
b. Escalada
c. Conquista
d. Escoteiro da Pátria

Resposta: 1-c ; 2 - a 3- d 4-c

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista do Ramo Sênior


POR

Última atualização: 26/03/2014

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 107


RAMO SÊNIOR

COMPETÊNCIAS, ATIVIDADES E AVALIAÇÃO DA


PROGRESSÃO PESSOAL

AS ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO

O Movimento Escoteiro convida os jovens a se


desenvolverem de forma equilibrada todas as dimensões
de sua personalidade. É um desafio para que explorem
a riqueza de suas possibilidades e para que sejam um
homem ou uma mulher completo. Para ajudá-los a
conquistar este propósito o Método Escoteiro agrupa
essas dimensões em áreas de desenvolvimento, que
consideram a variedade de expressão do ser humano.

Dimensão da Área de
Personalidade desenvolvimento

O corpo Físico
OS OBJETIVOS EDUCATIVOS
A inteligência Intelectual

A vontade Caráter Toda atividade humana, mesmo que


inconscientemente, está orientada para a conquista de
Os afetos Afetivo
objetivos. A atividade educativa não é imaginável sem que
A integração social Social se definam claramente os objetivos que pretende atingir.
Os objetivos educativos de cada faixa etária são uma
O sentido da existência Espiritual
sequência de passos intermediários até a conquista de
cada um dos objetivos finais e apresentam condutas que
os jovens podem alcançar, de acordo com sua idade.
A consideração dessas diferentes áreas de Assim como os objetivos finais, os objetivos
desenvolvimento é uma perspectiva educativa muito útil, educativos de cada faixa-etária de desenvolvimento se
pois permite: estabelecem para todas as áreas de crescimento, tratando
de cobrir de forma equilibrada o desenvolvimento de
• Evitar que as atividades desenvolvidas nas seções se todos os aspectos da personalidade das crianças e jovens,
concentrem apenas em alguns aspectos da personalidade o desenvolvimento Físico, Intelectual, Social, Espiritual,
dos jovens, descuidando dos outros; Afetivo e de Caráter.
No Ramo Sênior trabalha-se com uma única faixa-
• Contribuir para que as crianças, adolescentes e jovens etária, a primeira adolescência, compreendida entre 15 e
percebam, pouco a pouco, as diferentes realidades 18 anos, aproximadamente. As idades são uma referência
que convivem dentro de si, ajudando-os, por meio dos aproximada, utilizadas para identificar determinados
objetivos, a se desenvolverem em todas essas dimensões; comportamentos.

• Avaliar seu desenvolvimento em todas as diferentes AS COMPETÊNCIAS


dimensões.
Para avaliação dos jovens os Objetivos foram
transformados em Competências:

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 109


Por COMPETÊNCIA define-se a união de A AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL É CONTÍNUA E FAZ PARTE
CONHECIMENTO, HABILIDADE e ATITUDE em relação a DA VIDA DA SEÇÃO
algum tema específico.
O aspecto educativo da Competência é que A medida que se observa o desenrolar das
ela reúne não só o SABER algo (Conhecimento), mas atividades, é inevitável apreciar a forma como os jovens se
também o SABER FAZER (Habilidade) para aplicação do comportam e comprovar as mudanças que neles ocorrem.
conhecimento e, mais ainda, SABER SER (Atitude) em Assim, a avaliação da progressão pessoal é um processo
relação ao que sabe e faz, ou seja, uma conduta que revela contínuo, integrado a todas as coisas que acontecem na
a incorporação de valores. seção.
Através da realização de atividades, o Método
Escoteiro oferece aos jovens oportunidades de adquirir O DESENVOLVIMENTO DOS JOVENS SE AVALIA PELA OBSERVAÇÃO, O
e desenvolver competências. Cada atividade é rica em QUE EXIGE TEMPO, PACIÊNCIA E DEDICAÇÃO.
oportunidades para que cada jovem adquira, ou se inicie
na aquisição, de uma competência. A avaliação pela observação exige um ambiente
especial – a vida da Seção – simpático, interessante e
AS ATIVIDADES EDUCATIVAS estimulante, que leve o membro juvenil a se manifestar
sem receio e com plena confiança nos outros. Na atmosfera
Para Ajudar os Jovens a Conquistar essas da Seção, os jovens emitem a cada instante, sinais que
Competências são Oferecidas Atividades. indicam seu progresso em direção à conquista de seus
Para que os jovens caminhem facilmente em direção objetivos e os problemas com que estão se defrontando.
a essas competências, e para que os chefes tenham Para realizar esta tarefa, os escotistas necessitam:
parâmetros na avaliação do que os jovens conquistam,
para cada uma dessas competências foi criado um • Visão, que permita perceber a importância da tarefa
conjunto de atividades. Esses conjuntos de atividades são educativa;
os indicadores de aquisição das Competências.
No Manual do Escotista – Ramo Sênior estão descritas • Tempo sem pressas, para conviver com o membro juvenil
todas as competências e o conjunto de atividades em contatos ricos; e acompanhar, já que o processo é tão
sugeridas para cada competência. Nos guias dos importante quanto seu resultado. Não se trata apenas de
jovens estão descritas somente as atividades sugeridas avaliar se um objetivo foi alcançado, mas também saber
que contribuirão para que os jovens conquistem as como foi alcançado ou por que não foi alcançado.
competências.
• Paciência, para acumular informações e não tirar
AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL DO JOVEM conclusões de atos isolados, não desanimar facilmente
nem buscar êxitos rápidos, que são improváveis em
Como parte do Programa Educativo, o Movimento educação.
Escoteiro trabalha com um Sistema de Avaliação da
Progressão Pessoal, que visa oferecer ao jovem e ao Um escotista acompanha um número limitado de
escotista alguns indicadores para avaliar o crescimento crianças/jovens durante pelo menos um ano. No Ramo
pessoal de cada jovem. Esses indicadores revelam não Sênior o ideal é que sejam no máximo 6 jovens.
só o impacto das atividades escoteiras nos jovens, mas O acompanhamento deve ser feito durante um
também pontos fortes e fracos de cada um, o que permite tempo relativamente prolongado. Para fazer um bom
uma intervenção mais direta dos escotistas. acompanhamento é necessário reunir informação e
Para efetivar o acompanhamento, foram conquistar a confiança do jovem, o que não será possível
desenvolvidos indicadores que servirão de base para se os escotistas estão sempre mudando ou se alternam
a avaliação dos jovens. Para motivá-los em busca do após períodos muito breves. É recomendável que cada
autodesenvolvimento estabeleceram-se as Etapas de escotista permaneça em sua função por um período
Progressão. não inferior a um ano, podendo continuar por mais
Devemos estar atentos para o fato de que as pessoas tempo, a menos que existam razões que justifiquem
são diferentes, com diferentes histórias e possibilidades, sua substituição. Ao se produzir uma substituição, esta
razão pela qual deveremos, principalmente, avaliar como deve ser progressiva, considerando cuidadosamente os
poderemos ajudar os jovens a crescer. sentimentos dos jovens.

110 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


A AUTO AVALIAÇÃO DOS JOVENS O SISTEMA ENXERGA O JOVEM EM TODAS AS SUAS DIMENSÕES

Os jovens utilizando os guias fazem uma auto Como estamos falando de um Movimento Educativo,
avaliação marcando quais as atividades ele considera feito que tem como propósito contribuir com a formação
com sucesso. integral dos jovens, entendemos que o processo de
No conselho de patrulha os jovens debatem sobre à desenvolvimento pessoal deve considerar o ser humano
auto avaliação de cada um, a partir destas opiniões cada em sua totalidade, ou seja, o desenvolvimento em seis
membro da patrulha irá rever sua auto avaliação. áreas: Desenvolvimento Físico, Intelectual, Social, Afetivo,
Espiritual e do Caráter. Se por um lado as atividades
AVALIAÇÃO DOS ESCOTISTAS COM OUTROS AGENTES EDUCATIVOS escoteiras devem oferecer experiências educativas
que auxiliem no desenvolvimento do jovem em todas
Não só atividades que os jovens participam no essas áreas, por outro o sistema de avaliação deve ter
movimento escoteiro contribuem para a conquista das indicadores que incentivem os jovens a crescer nas seis
competências. Todas as experiências vividas por ele dimensões e que nos ajudem a fazer uma avaliação de
contribuirão para estas conquistas (em casa, na escola, como isso está acontecendo.
nos esportes, na sua religião, etc). Como abordado anteriormente, para efeitos de
Por isto é importante que o escotista que acompanha avaliação do processo educativo do Escotismo todo o
o jovem considere a existência deste outro universo. sistema foi baseado na malha de Objetivos Educativos do
O escotista deverá aproveitar os contatos informais Movimento Escoteiro. Para facilitar avaliação dos jovens
com os pais e outros agentes de educação como uma estes objetivos foram transformados em competências.
oportunidade de conhecer melhor o membro juvenil. Para que os jovens caminhem facilmente em direção
Quando e se necessário o escotista buscará dados mais a essas competências, e para que os chefes tenham
específicos com professores, autoridades da religião parâmetros na avaliação do que os jovens conquistam,
frequentada pelo jovem, amigos, pais outros escotistas para cada uma dessas competências foi criado um
etc. Deve, porém, ter o máximo de cuidado para não conjunto de atividades. Esses conjuntos de atividades são
provocar situações de constrangimento ao membro os indicadores de aquisição das Competências.
juvenil. Importante ressaltar que, além desses conjuntos de
O mais importante é que o escotista, no seu trabalho atividades, também constam, em cada um dos Guias, um
de acompanhar o jovem, possa verificar se a conduta, conjunto adicional para a Modalidade do Mar e outro para
prevista na competência, efetivamente existe e se a Modalidade do Ar.
manifesta repetidamente.
No final do ciclo de programa ocorre uma conversa,
um “bate papo” entre o jovem e o escotista que o
acompanha. Nesta conversa o jovem expõe sua auto
avaliação, mostrando quais atividades realizou do seu
guia, revisa conforme a opinião dos outros membros da
patrulha, e o escotista apresenta a avaliação que fez do
jovem, considerando, se for o caso, a opinião de outros
agentes educativos.
Nesta avaliação deve ocorrer um consenso entre o
escotista e o jovem sobre quais atividades (indicadores)
podem ser consideradas realizadas ou não. Ocorrendo
discrepância entre a opinião do jovem e dos escotista
prevalecerá sempre a opinião do jovem.
Esta conversa é realizada no fim de cada Ciclo de
Programa, de modo informal e fraterno.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 111


COMPETÊNCIA ATIVIDADES (INDICADORES)

Elaborar e executar um cardápio para a patrulha em um


acampamento de 3 dias.

Elaborar a lista de compras e um cardápio individual,


Preparo programas alimentares apropriados para
corretamente equilibrado em quantidade, variedade
diversos tipos de atividades da minha patrulha,
e valores nutricionais para um bivaque ou um
distribuindo-os corretamente ao longo do dia,
acampamento volante de 2 dias devidamente
incorporando também uma alimentação saudável ao
balanceado e adequado ao clima e à conservação dos
meu cotidiano.
gêneros.

Cozinhar à lenha ao ar livre, sem o uso de utensílios


(cozinha mateira) pelo menos 3 pratos e 1 sobremesa.

Abaixo segue o exemplo de uma competência e conjunto de atividades do Ramo Sênior:

COMPETÊNCIA

ATIVIDADES

112 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


O GUIA DA CONQUISTA DO ESCOTEIRO DA PÁTRIA Porém, observamos que, em grande parte, a causa
que impede o jovem de chegar até o Escoteiro da Pátria
Todo sênior, ao iniciar sua vida na tropa, almeja a passa pela falta de um conhecimento claro dos caminhos
conquista do Escoteiro da Pátria. E todos são capazes de para essa conquista. Por isso, iremos ajudá-los a entender
alcançá-lo. No entanto, nem todos chegam lá. Os motivos um pouco melhor essa importante conquista da vida
pra que um jovem não conquiste esse objetivo são sênior.
variados, e vão desde a falta de planejamento do tempo
durante sua vida no Ramo até a desmotivação frente a
pequenos obstáculos.

AS TRILHAS DO ESCOTEIRO DA PÁTRIA

Analisando os requisitos descritos no P.O.R. para a conquista do distintivo máximo do Ramo Sênior, observamos
quatro linhas de progressão que precisam ser percorridas para se chegar lá, de acordo com a figura abaixo:

Apesar de não ser uma denominação oficial, iremos • Trilha das Insígnias de Modalidade – Nesse caminho
chamar as quatro linhas de progressão da seguinte forma: estão as três insígnias de modalidade: Aeronauta, Naval e
Mateiro. Para cumprir essa trilha é necessário conquistar
• Trilha das Etapas – É o caminho das 75 atividades (+ uma dessas insígnias, obrigatoriamente a correspondente
9 da modalidade). Nessa trilha estão as etapas Escalada, à modalidade do seu Grupo Escoteiro.
Conquista e Azimute. Para cumprir essa trilha é necessário
conquistar as três etapas, em sua totalidade. • Trilha das Insígnias Especiais – Nesse caminho existem
quatro insígnias: a IMMA (Insígnia Mundial do Meio
• Trilha dos Cordões – Nesse caminho estão os cordões Ambiente), a Insígnia do Desafio Comunitário, a Insígnia
Dourado e do Desafio Sênior. Para cumprir essa trilha é da Lusofonia e a Insígnia do Cone Sul. Para cumprir essa
necessário conquistar os dois cordões. trilha é necessário conquistar uma dessas insígnias.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 113


Vamos esmiuçar os requisitos exigidos por cada • Conhecer o uniforme/traje escoteiro e o significado dos
uma dessas trilhas e ajudar a esclarecer como, com um seus distintivos.
pouco de planejamento e dedicação, chegar ao Escoteiro • Conhecer o sistema de progressão do Ramo Sênior.
da Pátria é algo completamente ao alcance de qualquer • Saber como hastear e arriar a Bandeira Nacional.
sênior ou guia. • Conhecer os aspectos mais importantes da história do
Escotismo e do seu Fundador.
PERÍODO INTRODUTÓRIO • Conhecer a Lei e Promessa Escoteira.
• Participar das atividades com sua Patrulha durante pelo
Segundo o P.O.R.: menos, dois meses.

Período introdutório – processo de duração variável CERIMÔNIA DE INTEGRAÇÃO E CERIMÔNIA DE PROMESSA


que se inicia no momento do ingresso de um jovem em
uma Seção e que termina com a Cerimônia de Integração, Uma vez que o jovem se integrou a sua nova Seção,
a entrega do distintivo da etapa correspondente de sua seus novos companheiros e conheceu seu funcionamento,
progressão e, se for o caso, da Cerimônia de Promessa. é chegado o momento da cerimônia de Integração.
Neste período o jovem se integra à Seção e se familiariza Nesta Cerimônia o jovem receberá o Lenço do
com o ambiente e sistema de competências e atividades. Grupo Escoteiro e o seu primeiro distintivo de Progressão.
Neste mesmo momento o jovem também poderá fazer
Isso quer dizer que o período introdutório é a sua Cerimônia de Promessa, recebendo o distintivo de
primeira parte de toda a progressão sênior. Seja um jovem Promessa. Caso isso não aconteça, por decisão do jovem,
proveniente da tropa escoteira ou alguém que ainda os escotistas deverão atuar para que ele faça sua Promessa
não realizou sua promessa escoteira. É nesta fase que o em período futuro não superior a dois meses.
jovem consolida os conhecimentos básicos sobre o que Para decidir-se em que Etapa de Progressão o jovem
é o Escotismo. Essa fase, apesar de ter duração variável, ingressará, existem duas formas, sendo que caberá ao
costuma ter entre dois e três meses. Grupo Escoteiro decidir qual delas adotará.
Os requisitos para o cumprimento do Período
Introdutório estão da seguinte forma no guia Ramo Sênior • Acesso Linear – Nesta opção, independente da fase
em Ação: de desenvolvimento e maturidade, todos os jovens
ingressarão sempre na etapa inicial, e avançarão na
O Período Introdutório é destinado à integração progressão pela conquista das atividades previstas em
do jovem à Tropa, ou seja, é um tempo em que o jovem cada etapa.
poderá conhecer e ser conhecido. Neste período um
escotista será encarregado de observá-lo, acompanhando • Acesso Direto – ao aproximar-se do final do período
sua relação com seus pares e a capacidade em aprender, introdutório o escotista que acompanhará a progressão
e principalmente para verificar se sua maturidade está de do jovem conversará com ele, avaliando em que fase de
acordo com sua idade, ou seja, se suas condutas estão desenvolvimento ele está e quais as competências que
dentro do que está previsto. O jovem deverá receber apoio ele já possui. Neste caso, em acordo entre o escotista
de seu Monitor, da sua Patrulha e dos escotistas, para que, e o jovem, ele ingressará na etapa de progressão
ao final do período, tenha conquistado o conjunto de correspondente.
itens a seguir:

• Conhecer a estrutura da Tropa Senior/Guia e do Grupo A TRILHA DAS ETAPAS


Escoteiro.
• Conhecer os membros da sua Patrulha e os seus encargos. Para se alcançar o Escoteiro da Pátria, o sênior ou guia
• Entender e usar o lema do Escoteiro, o sinal, a saudação deve percorrer o caminho das três etapas de progressão
e o aperto de mão. do Ramo Sênior em sua totalidade. Isso quer dizer que ele
• Reconhecer os sinais manuais e apitos de comandos. precisa, obrigatoriamente, cumprir as 75 atividades (+9,
• Conhecer a história, o grito e os demais símbolos da sua caso seja de modalidade) das etapas Escalada, Conquista
Patrulha e Azimute.

114 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


ESCALADA CONQUISTA AZIMUTE

As atividades estão divididas em seis áreas de CORDÃO DO DESAFIO SÊNIOR


desenvolvimento (Físico, Intelectual, Caráter, Afetivo,
Social e Espiritual) e representam a parte fundamental
do desenvolvimento individual do sênior ou guia. O
cumprimento das atividades deve vir de forma natural,
através da prática do dia a dia da vida escoteira. É
responsabilidade dos adultos da tropa proporcionar as
oportunidades de práticas dessas atividades no cotidiano
das reuniões de sede e atividades externas.
Ao completar um terço das atividades, o sênior ou
guia passa para a etapa seguinte, Conquista. Ao completar
dois terços, vai para a etapa Azimute. Porém, para chegar
ao Escoteiro da Pátria é necessário que se complete o total
das atividades, ou seja, as 75 (+9 da modalidade).
A lista das atividades, com toda a explicação de
como devem ser executadas e os conhecimentos ligados
a cada uma, se encontra no Guia do Desafio Sênior ou no Concedido pela Diretoria de Nível Local, por
guia de bolso Ramo Sênior em Ação. Este último pode ser proposta dos escotistas da Seção ao jovem especialmente
encontrado e baixado diretamente do site da União dos recomendado pela Corte de Honra de sua Tropa, que
Escoteiros do Brasil (http://escoteiros.org.br/downloads/ possuir a pelo menos oito especialidades, em qualquer
seniores.php). nível, distribuídas nos cinco ramos de conhecimento, e
Então é simples: se o jovem quiser o Escoteiro dentre elas, uma das opções abaixo, no Nível 3:
da Pátria, obrigatoriamente precisa cumprir todas as
atividades das etapas de progressão. • Canoagem;
• Ciclismo;
A TRILHA DOS CORDÕES • Corrida de Orientação;
• Escalada;
Para cumprir essa trilha o sênior ou guia precisa • Espeleoturismo;
conquistar os dois cordões, o Cordão do Desafio Sênior e • Excursões;
o Cordão Dourado. Os requisitos para a conquista deles • Montanhismo;
estão descritos abaixo. • Mountain Bike;
• Técnicas Verticais;
• Le Parkour.

O Cordão do Desafio Sênior é um cordão de fio prata


que precede a conquista do Cordão Dourado.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 115


Cordão Dourado Concedida pela Diretoria de Nível Local, ao Sênior
ou Guia que possuir 3 especialidades relacionadas à
Modalidade do Mar, no Nível 3, dentre as seguintes: Arte
da Marinharia, Aquariofilia, História Marítima, Marinharia,
Mergulho Autônomo, Mergulho Livre, Mecânica de Motor
de Popa, Natação, Pesca, Vela, Meteorologia, Oceanologia,
Reparos em Fibra, Salvamento e Sinalização.

INSÍGNIA DE AERONAUTA

Concedido pela Diretoria do Nível Local, por


proposta dos escotistas da Seção, ao jovem que possuir
o Cordão do Desafio Sênior, que for especialmente Concedida pela Diretoria de Nível Local, ao Sênior
recomendado pela Corte de Honra de sua Tropa e que ou Guia que possuir 3 especialidades relacionadas
possuir, no mínimo, quinze especialidades, estando entre à Modalidade do Ar, no Nível 3, dentre as seguintes:
estas a especialidade de Primeiros Socorros, no nível 3 Meteorologia, Radioamadorismo, Aeromodelismo,
e mais três especialidades do ramo de conhecimentos Planador, Astronomia, Técnica Aeronáutica, História
Serviços, todas no nível 3. Aeroespacial, Mecânica Aérea, Navegação Aérea,
Então, para cumprir essa trilha e conquistar os dois Observação Aérea, Astronáutica e Plastimodelismo.
cordões, você deve focar em especialidades. São pelo
menos 15 delas, e apenas 5 precisam ser em nível 3.
Nenhum bicho de sete cabeças. INSÍGNIA DE MATEIRO

A TRILHA DAS INSÍGNIAS DE MODALIDADE

Para cumprir essa trilha, cada sênior ou guia deve


conquistar a Insígnia da sua própria modalidade. Para as
tropas do mar, o jovem deve conquistar a Insígnia Naval;
para as tropas do ar, o jovem deve conquistar a Insígnia
de Aeronauta; e para as tropas sem modalidade, o jovem
deve conquistar a Insígnia de Mateiro.

INSÍGNIA NAVAL Concedida pela Diretoria de Nível Local, ao Sênior


ou Guia que possuir 3 especialidades relacionadas à
Modalidade Básica, no Nível 3, dentre as seguintes:
Meteorologia, Cartografia, Sobrevivência, Sinalização,
Acampamento, Pioneiria, Rastreamento, Técnicas de Sapa,
Culinária, Excursões e História do Escotismo.

116 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


A TRILHA DAS INSÍGNIAS DE ESPECIAIS A avaliação do nível de participação dos membros
juvenis nas atividades, jogos e dinâmicas será realizada pela
Nessa última trilha para a conquista do Escoteiro chefia em conjunto com a Seção, de acordo com o roteiro
da Pátria se encontram quatro insígnias, três novas sugerido em cada ficha de atividade, buscando-se aferir e
criadas neste último ano, além da IMMA. As três novas aumentar o nível de compreensão dos jovens sobre o tema
insígnias são: a Insígnia do Desafio Comunitário, a Insígnia tratado.
da Lusofonia e a Insígnia do Cone Sul. Para chegar ao
Escoteiro da Pátria o sênior ou guia deve conquistar uma b) O membro juvenil deverá planejar e executar, sozinho
dessas quatro insígnias. ou em equipe, um projeto ambiental no qual ponha em
As quatro insígnias diferem entre si nos temas, prática conhecimentos adquiridos em relação a um ou mais
mas todas exploram a capacidade do sênior ou guia objetivos explorados no item “a”.
em trabalhar com projetos e se engajar em questões
sociais, seja na relação com a comunidade local, com uma c) A ROCA DE CONSELHO ou CORTE DE HONRA avaliará o
comunidade cultural ou com o meio ambiente. Vamos comportamento do jovem em relação ao meio ambiente
olhar os requisitos de cada uma. e emitirá uma RECOMENDAÇÃO em que atesta que o
postulante “manifesta, no dia-a-dia, que compreende e
INSÍGNIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE demonstra, conforme seu grau de maturidade, a importância
de adotarem-se as melhores práticas para o meio ambiente,
participando ativamente das ações coletivas da sua seção”.

Para entender os detalhes de como conquistar


a IMMA e até para pegar boas ideias de atividades e
projetos, aconselhamos ler o guia específico da Insígnia
Mundial do Meio Ambiente.

INSÍGNIA DO DESAFIO COMUNITÁRIO

Para a conquista da IMMA o sênior ou guia deve


cumprir um conjunto de tarefas divididas em duas partes.
Na primeira parte, ele irá cumprir cinco atividades, da
mesma forma que as atividades das etapas de progressão
sênior, cada uma delas relacionada a um objetivo
específico ligado ao meio ambiente.
Na segunda parte, o jovem deverá executar um
projeto de sua autoria, que contribua com a preservação
do meio ambiente, de preferência em sua comunidade.
Abaixo seguem os requisitos descritos de acordo A nova Insígnia do Desafio Comunitário vem pra
com os documentos oficiais: substituir o antigo Projeto de Escoteiro da Pátria. A IDC
possui os mesmos requisitos e regras que havia no PEP.
a) O jovem deverá participar satisfatoriamente, a critério A diferença, porém, é que não consta mais como uma
da chefia da Seção, de atividades, jogos e dinâmicas como atividade obrigatória, mas como uma opção dentre as
aquelas propostas no GUIA DA IMMA, realizadas com o quatro insígnias que estamos tratando.
objetivo de levar o jovem a “EXPLORAR E REFLETIR” em cada Seus requisitos são os seguintes:
um dos 5 objetivos seguintes:
1. Participar, como Sênior, de um Mutirão Nacional
- ar e água; Escoteiro de Ação Comunitária, ou de outra atividade de
- habitats e espécies; ação comunitária realizada pela sua Patrulha, Tropa ou
- substâncias perigosas; pelo seu Grupo Escoteiro.
- melhores práticas ambientais;
- riscos ambientais e desastres naturais.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 117


2. Participar de um PROJETO, no Ramo Sênior, que pode b) Criar uma comunidade em alguma rede social,
ser realizado sozinho, com sua Patrulha ou equipe de com jovens e adultos de outros países lusófonos,
interesse, nas seguintes condições: e mantê-la atualizada com notícias e informações
úteis por pelo menos quatro meses.
a) Que seja idealizado e concebido pelo próprio
jovem, Patrulha ou Equipe de Interesse. c) Criar um “Jornal Mural” na Sede de seu Grupo
b) Cujo conteúdo seja resultado de uma necessidade Escoteiro e mantê-lo atualizado com informações
apresentada por uma comunidade diferente daquela úteis (notícias, dicas, etc.) por pelo menos quatro
em que reside, estuda, trabalha ou está localizado meses.
seu Grupo Escoteiro.
c) Que seja desenvolvido seguindo todas as etapas Escotismo - Realizar pelo menos duas, dentre as opções
de diagnóstico, organização, execução e avaliação; abaixo:
com acompanhamento de um adulto designado
pelo Chefe de Tropa; a) Participar de um Encontro Lusófono em alguma
d) Cuja execução ocupe um período mínimo de 4 atividade internacional.
meses de duração;
e) Cujo conteúdo esteja relacionado a uma das b) Organizar uma coleção de distintivos, com pelo
Prioridades do Milênio definidas pela Organização menos 50 peças, contendo distintivos lusófonos de
das Nações Unidas; e pelo menos 3 países diferentes do seu.
f ) Que seja apresentado relatório final com todos os
dados e resultados do projeto. c) Entrar em contato com um escoteiro de outro
país lusófono, em conjunto com ele programar uma
Dentro do Guia do Desafio Sênior, onde ainda há atividade que seja totalmente típica naquele país,
uma atividade referente ao antigo Projeto de Escoteiro com duração mínima de duas horas, e aplicá-la em
da Pátria, há um bom texto de auxílio na execução de um sua ou em outra seção do grupo escoteiro;
projeto desta magnitude.
Cultura - Realizar pelo menos duas, dentre as opções
INSÍGNIA DA LUSOFONIA abaixo:

a) Participar de um evento cultural em conjunto com


outros cidadãos de países lusófonos.

b) Organizar um Jantar típico para sua Seção, de


um país lusófono, a sua livre escolha. Neste jantar
deverá ser servido um cardápio típico (bebida típica,
A nova Insígnia da Lusofonia vem pra proporcionar ao prato principal, acompanhamentos e sobremesa),
sênior ou guia a oportunidade de trabalhar sua afinidade os participantes deverão estar usando trajes
com a cultura dos países de língua portuguesa. Para típicos, música típica e deverá ser realizada uma
conquistar essa insígnia, o jovem deve cumprir tarefas e apresentação artística.
projetos dentro das áreas de Linguagem e Comunicação,
Escotismo, Cultura e Geografia, demonstrando seu c) Escrever uma peça com um escoteiro de outro país
conhecimento e capacidade organizacional. Abaixo estão lusófono e apresentá-la para a seção, considerando
os requisitos: cenário e caracterização dos personagens.

Linguagem e Comunicação - Realizar pelo menos duas, Geografia - Realizar pelo menos duas, dentre as opções
sendo obrigatória a primeira: abaixo:

a) Participar ativamente de um debate (pessoal ou a) Preparar um roteiro de viagem para outro país
via internet) com, pelo menos mais duas pessoas de lusófono, considerando os pontos turísticos a
outro país lusófono, sobre um tema de abrangência serem visitados, transporte, orçamento e campanha
global da atualidade. financeira, segurança e cronograma de ações.

118 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


b) Visitar outro país lusófono, fazendo uma Neste jantar deverá ser servido um menu típico
apresentação posterior a sua seção, mostrando (bebida típica, prato principal, acompanhamentos e
fotos e vídeos dos locais visitados, principais traços sobremesa), os participantes deverão estar usando
culturais, gastronomia, curiosidades, etc. trajes típicos, música típica e deverá ser realizada
uma apresentação artística. O jantar poderá ser
c) Elaborar um projeto de atividade aventureira em organizado pela Patrulha ou Equipe de Interesse.
outro país lusófono.
c) Escrever uma peça com um escoteiro de outro país
INSÍGNIA DO CONE SUL do Cone Sul e apresentá-la para a seção, considerando
cenário e caracterização dos personagens.

Linguagem e Comunicação - Realizar pelo menos duas,


sendo obrigatória a primeira:

a) Participar ativamente de um debate (pessoal ou


via internet) com, pelo menos, mais duas pessoas
de outro país do Cone Sul; sobre um tema de
abrangência global da atualidade.
De forma semelhante à anterior, a Insígnia do Cone
Sul abre ao sênior ou guia a oportunidade de trabalhar sua b) Criar uma comunidade, ou grupo, em alguma
afinidade com a cultura de alguns países da América do rede social, com jovens e adultos de outros países
Sul. Para conquistar essa insígnia, o jovem deve cumprir do Cone Sul e mantê-la atualizada com notícias e
os seguintes requisitos: informações úteis por pelo menos quatro meses.

Escotismo - Realizar pelo menos duas, dentre as opções c) Criar um “Jornal Mural” na Sede de seu Grupo
abaixo: Escoteiro e mantê-lo atualizado com notícias úteis
do Cone Sul por pelo menos quatro meses.
a) Participar de um Jamboree Panamericano ou
outra atividade com escoteiros de outros países do Geografia - Realizar pelo menos duas, dentre as opções
Cone Sul. abaixo:

b) Organizar uma coleção de distintivos, com pelo a) Preparar um roteiro de viagem para outro país
menos 30 peças, contendo distintivos de pelo menos do Cone Sul, considerando os pontos turísticos a
3 países diferentes do seu. serem visitados, transporte, orçamento e campanha
financeira, segurança e cronograma de ações.
c) Entrar em contato com um escoteiro de outro
país do Cone Sul, programar uma atividade, com b) Visitar um outro país do Cone Sul, fazendo uma
duração mínima de 2 horas, que seja totalmente apresentação posterior a sua seção, mostrando
típica naquele país e aplicá-las em sua ou em outra fotos e vídeos dos locais visitados, principais traços
seção do grupo; culturais, gastronomia, curiosidades, etc.

Cultura - Realizar pelo menos duas, dentre as opções c) Fazer uma apresentação áudio visual sobre o
abaixo: Mercosul para sua Tropa, explicando os principais
objetivos, países que o integram e seu ponto de vista
a) Participar de um evento cultural em conjunto com quanto a sua importância.
outros cidadãos de países do Cone Sul.
d) Elaborar um projeto de atividade aventureira em
b) Organizar um Jantar típico para sua Seção, de um outro país do Cone Sul.
país do Cone Sul, a sua livre escolha. O jantar poderá
ser organizado pela Patrulha ou Equipe de Interesse.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 119


O ESCOTEIRO DA PÁTRIA Importante

É importante destacar o que se entende por “realizar


a metade/totalidade dos itens”. Em nenhum momento
espera–se que um adulto impeça a Progressão de um
jovem pela falta de uma ou duas atividades. Oferecemos
experiências e avaliamos – em conjunto com o jovem – o
desenvolvimento demonstrado.
Também não se deve entender que apenas a
realização de um conjunto de atividades referente a
uma Competência garante sua conquista. É missão dos
escotistas, mais do que verificar se uma atividade foi
feita ou não, avaliar se o jovem está se aproximando do
objetivo educacional definido na competência, e motivar
os jovens nesta direção.
Se o jovem, no momento de avaliação de sua
Progressão não se sentir seguro acerca da aquisição de um
Finalmente chegou a hora de conquistar o Escoteiro conhecimento, habilidade ou atitude, deve ser estimulado
da Pátria. Uma vez percorridos todas as quatro trilhas a realizar outras atividades que o levem neste caminho.
que descrevemos até agora, o sênior ou guia está quase O contrário também vale: um jovem que já demonstre
pronto pra chegar ao seu objetivo. Abaixo seguem os uma competência pode ser “liberado” de determinada
requisitos listados no P.O.R.: atividade que julgue inócua ou entediante, desde que
acordado com o escotista, podendo compensá-la por
Aprovado pela Diretoria do Nível Local, homologado meio de outra que entenda mais desafiante.
pela Diretoria Regional e certificado pela Diretoria Executiva Confirmando o comentado acima, tampouco
Nacional, ao jovem especialmente recomendado pelos se espera que todos os jovens façam exatamente as
escotistas e pela Corte de Honra de sua Tropa, que: mesmas atividades. Há a opção de substituição de itens
por quaisquer outros que julgarmos interessantes,
• Tenha realizado a totalidade das atividades da Etapa considerando a realidade de cada jovem. Montar um blog
Azimute; pode ser muito fácil para um deles, enquanto para outro
exigirá um esforço de disciplina tremendo. Este aspecto
• Tenha conquistado o Cordão Dourado; permite que jovens com alguma dificuldade ou deficiência
desfrutem de todo o potencial que o Movimento Escoteiro
• Possua uma das seguintes Insígnias de Interesse lhes possa oferecer.
Especial do Ramo Sênior: Insígnia Mundial do Meio
Ambiente, Insígnia da Lusofonia, Insígnia Cone Sul ou
Insígnia do Desafio Comunitário;

• Possua pelo menos 10 noites de acampamento, como


Sênior, com sua Patrulha ou Tropa;

• Possuir a Insígnia da sua respectiva modalidade


(Aeronauta, Naval ou Mateiro), do Ramo Sênior.

Nessa lista existe um único requisito que não está


nas quatro trilhas, que é a necessidade do sênior ou guia
completar 10 noites de acampamento com sua patrulha
ou tropa. Uma vez cumprido mais esse quesito, é hora
de comemorar a tão sonhada conquista do Escoteiro da
Pátria.

120 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


ANOTAÇÕES

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 121


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO PIONEIRO

COMPETÊNCIAS, ATIVIDADES E AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL NO RAMO PIONEIRO

Duração 90 minutos

Reconhecer a realização das atividades educativas como sendo importante


Objetivos Gerais instrumento para aquisição de competências.
Conhecer o sistema de Progressão Pessoal no Ramo Pioneiro

• Conhecer as Áreas de Desenvolvimento.


• Compreender a relação entre objetivos educativos, competências e atividades
educativas.
Objetivos Específicos
• Compreender o funcionamento do sistema de progressão.
• Compreender os principais conceitos e funcionamento da avaliação da progressão
pessoal dos jovens.

• Áreas de desenvolvimento (Físico, Intelectual, Social, Afetivo, Espiritual e Caráter)


• Competências e habilidades
Conteúdo • Atividades educativas.
• Avaliação da progressão pessoal (como, o que e quando se avalia).
• Sistema de progressão de cada ramo.

• Data show
• Cartolinas
• Pincel atômico
Material • Quadros em tamanho grande com uma imagem do “Onde está Wally”.
• Fita crepe
• Tiras de papel contendo competências diversas.
• Cartazes com nome de cada Área de Desenvolvimento.

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

Áreas de Desenvolvimento, Objetivos Educativos e


20 PL
Competências.

10 Caça-Competência e atividades TG

20 Observando para avaliar TG / DD

40 Conhecendo melhor o Sistema de Progressão dos Ramos TG / DD

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 123


DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Áreas de Desenvolvimento, Objetivos Educativos , Competências e atividades (20 minutos)


Baseado no conteúdo da apostila, o formador deverá abordar através de apresentação audiovisual os seguintes
temas:

• Áreas de Desenvolvimento.
• Objetivos Educativos
• Competências.

Caça-Competência e atividades (10 minutos)


Com o auxilio de seis cartazes contendo em cada o nome de uma Área de Desenvolvimento (físico, intelectual,
social, afetivo, espiritual e caráter) e um cesto cheio de tiras de papel contendo competências e atividades (nos ramo
Pioneiro), os cursantes formarão por equipe e ao sinal do formador, um por vez, de cada equipe, sairá correndo e
pegará apenas uma tira, colando-a no cartaz que lhe convier. Ao final, em conjunto com os cursantes, o formador
deverá fazer a correção.

Observando para avaliar (20 minutos)


Utilizando quadros do livro “Onde está Wally” (as imagens podem ser encontradas na internet), o formador desafiará
os cursantes a procurarem “condutas ou comportamentos” considerados bons ou ruins, tentando correlacioná-los
com as condutas previstas nas competências.

Em cima do trabalho anterior as equipes montarão uma pequena apresentação, através de cartazes, mostrando os
pontos observados anteriormente.

O formador deverá incentivar a discussão sobre: avaliação por observação

• quais os tipos de dificuldades que foram sentidas?


• a avaliação teria sido mais fácil se tivesse sido escolhido um instrumento de medição?
• que tipo de instrumento poderia ser utilizado para “medir condutas”?

O objetivo é chegar à conclusão de que é possível avaliar condutas por observação, de forma simples, durante a
realização das atividades escoteiras.

Conhecendo melhor o Sistema de Progressão do Ramo (40 minutos)

O formador conduzirá um jogo de perguntas e respostas. Os cursantes serão divididos em equipes e terão que
responder perguntas sobre a progressão pessoal dos jovens. Após cada resposta utilizando uma apresentação o
formador fará comentários sobre a progressão dos jovens no Ramo Pioneiro.

1) O Primeiro distintivo conquistado pelo Pioneiro (a) é?

a. Sempre o de Cidadania
b. Sempre o de Comprometimento
c. O de Cidadania se o Grupo Escoteiro optou pelo ingresso linear
d. Pode ser qualquer um dos distintivos se o Grupo Escoteiro optou pelo ingresso direto.

124 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


2) Quando o Pioneiro faz 50% das atividades do Guia do Projeto Pioneiro ele conquista qual distintivo?

a. Comprometimento
b. Insígnia de BP
c. Cidadania
d. Investidura

3) Qual o nome deste distintivo?

a. Cidadania
b. Comprometimento
c. Pistas
d. Insígnia de BP

4) Qual o nome da Cerimônia que o Pioneiro (a) participa quando vai sair do Ramo Pioneiro ?

a. Investidura
b. Partida
c. Integração
d. Saída

Respostas : 1-d ; 2 -c ; 3-b ;4-b

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista do Ramo Pioneiro


POR

Última atualização: 27/03/2014

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 125


RAMO PIONEIRO

COMPETÊNCIAS, ATIVIDADES E AVALIAÇÃO DA


PROGRESSÃO PESSOAL

AS ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO

O Movimento Escoteiro convida os jovens a se desenvolverem de forma equilibrada todas as dimensões de sua
personalidade. É um desafio para que explorem a riqueza de suas possibilidades e para que sejam um homem ou uma
mulher completo. Para ajudá-los a alcançar este propósito, essas dimensões se ordenam em áreas de crescimento, que
consideram as variadas dimensões do ser humano.

Ênfase educativa na adultez


Dimensão da Personalidade Área de desenvolvimento
emergente

Integração permanente das


O corpo Físico condutas responsáveis no cuidado
do corpo.

Desenvolvimento do pensamento
crítico e da capacidade de inovar
e de se aventurar; escolha e
A inteligência Intelectual
desenvolvimento da vocação
segundo aptidões, interesses e
possibilidades.

Fortalecimento da consciência ética;


construção do seu projeto de vida
com base em uma escala de valores
A vontade Caráter pessoalmente aceitos; adequação
da conduta a estes valores; e
desenvolvimento da capacidade de
se comprometer.

Aquisição de um estado interior


de maturidade emocional; e
Os afetos Afetivo manutenção de relações com pares
estáveis e harmônicos, fundados no
amor.

Aquisição progressiva de uma


identidade social e laboral estável;
A integração social Social
e integração solidária em sua
comunidade,

Busca de Deus, vivência de uma


O sentido da existência Espiritual fé pessoal e respeito pelas opções
religiosas dos demais.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 127


A consideração dessas diferentes áreas de formulada a partir da descrição do que chamamos de perfil
desenvolvimento é uma perspectiva educativa muito útil, de saída – que é uma descrição de como gostaríamos que
pois: fossem as condutas de alguém que, depois de viver um
bom período como “escoteiro”, deixasse o Movimento ao
• Permite que os jovens conheçam mais a si próprios, completar 21 anos de idade. A essas condutas , que estão
reconhecendo e diferenciando as dimensões da sua dentro das seis Áreas de Desenvolvimento, chamamos de
personalidade; OBJETIVOS FINAIS.
No processo normal de crescimento, para que
• Facilitam o ordenamento da proposta de Objetivos Finais alcance esses Objetivos Finais, a pessoa deve, em cada
e Competências do processo educativo escoteiro; período e fase de desenvolvimento, adquirir as condutas
que levem em direção a estes. A estas condutas damos
• Contribuem para que os jovens organizem os objetivos o nome de OBJETIVOS INTERMEDIÁRIOS, e são as
do seu Plano de Desenvolvimento Pessoal condutas que esperamos que cada pessoa demonstre
em cada estágio de desenvolvimento, pois caracterizam
• Servem para avaliar o seu desenvolvimento em todas as as condutas apropriadas para aquele período ou fase.
diferentes dimensões. Foi com foco nestes Objetivos Intermediários que os
Programas dos Ramos Lobinho, Escoteiro e Sênior foram
• Evitam que as atividades e projetos desenvolvidos montados. No Ramo Pioneiro, entretanto, o foco está nos
se concentrem em somente alguns aspectos da OBJETIVOS FINAIS.
personalidade dos jovens, descuidando-se dos demais.
AS COMPETÊNCIAS

Para avaliação dos jovens os Objetivos foram


transformados em Competências:
Por COMPETÊNCIA define-se a união de
CONHECIMENTO, HABILIDADE e ATITUDE em relação a
algum tema específico.
O aspecto educativo da Competência é que
ela reúne não só o SABER algo (Conhecimento), mas
também o SABER FAZER (Habilidade) para aplicação do
conhecimento e, mais ainda, SABER SER (Atitude) em
relação ao que sabe e faz, ou seja, uma conduta que revela
a incorporação de valores.
Através da realização de atividades, o Método
Escoteiro oferece aos jovens oportunidades de adquirir
e desenvolver competências. Cada atividade é rica em
oportunidades para que cada jovem adquira, ou se inicie
na aquisição, de uma competência.
No Ramo Pioneiro, foram estabelecidas 22
Competências para as Etapas de Progressão, baseadas nos
Objetivos Finais do Movimento Escoteiro.
OS OBJETIVOS EDUCATIVOS
AS ATIVIDADES EDUCATIVAS
Toda atividade humana, mesmo que
inconscientemente, está orientada para a conquista de Para Ajudar os Jovens a Conquistar essas
objetivos. A atividade educativa não é imaginável sem que Competências são oferecidas Atividades.
se definam claramente os objetivos que pretende atingir. Para que os jovens caminhem com mais facilidade
Para acompanhamento e avaliação do processo em direção a essas competências, e para que tenham
educativo do Escotismo, todo o sistema foi baseado na parâmetros que ajudem na avaliação das conquistas, para
malha de Objetivos Educacionais do Movimento Escoteiro, cada uma dessas competências foi criado um conjunto

128 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


de atividades. Esses conjuntos de atividades são os Por sua parte, o acompanhamento, que é parte da
indicadores de aquisição das Competências. avaliação do escotista, não consiste somente em recolher
No Guia do Projeto Pioneiro, constam vinte e duas e acumular informação com o objetivo de determinar o
competências, cada uma com uma quantidade de grau de identificação ou discrepância entre a conduta
atividades oferecidas aos jovens do Ramo Pioneiro. de um jovem e seus objetivos pessoais. É um processo
As atividades permitem que os jovens tenham amável que acompanha o desenvolvimento, promove a
experiências pessoais que contribuem para incorporar em participação do jovem no Clã, eleva sua autoestima e o
seu comportamento as condutas que tenham propostas ajuda a melhorar o nível de conquista de seus objetivos. É
para si, em seu Plano de Desenvolvimento Pessoal. Esta um acompanhamento e não um controle.
aprendizagem pela ação permite uma aprendizagem
pelo descobrimento, que faz com que os conhecimentos, O DESENVOLVIMENTO DOS JOVENS SE AVALIA OBSERVANDO
habilidades e atitudes aprendidas se interiorizem de
maneira profunda e permanente. Temos dito que os objetivos pessoais dos jovens
propõem a conquista de condutas que se referem a todos
AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL DO JOVEM os aspectos de sua personalidade. Isto significa que o
desenvolvimento harmônico de um jovem também está
A avaliação da progressão pessoal é um processo integrado por componentes subjetivos que admitem um
contínuo, um subsistema dentro do sistema aplicado. amplo grau de valorização.
Integrado com todas as coisas que acontecem durante um Medir ou qualificar aspectos subjetivos é mais
Ciclo de Programa, transcorre paralelamente. complexo do que estabelecer o peso ou determinar
Entende-se por “progressão pessoal” o avança se conhece ou não um determinado teorema. Muitas
que um jovem atinge paulatinamente na obtenção medições simplesmente são impraticáveis e outras
de competências previstas para a sua fase de exigem o uso de instrumentos técnicos ou o emprego de
desenvolvimento. Compreende todos os aspectos de sua pessoal especializado.
personalidade e incorpora as ideias afins de crescimento e Por isto, para avaliar o desenvolvimento de um
desenvolvimento. jovem, o fazemos por observação, o que coincide com a
Por sua parte, o acompanhamento, que é parte da natureza subjetiva da progressão pessoal, mas também
avaliação do escotista, não consiste somente em recolher é com o propósito educativo complementar do método
e acumular informação com o objetivo de determinar o escoteiro e com o caráter voluntário de nossos recursos
grau de identificação ou discrepância entre a conduta de humanos. Não se deve pensar, por isto, que a avaliação por
um jovem e as competências. È um processo amável que observação seja uma avaliação de pouca qualidade. Pelo
acompanha o desenvolvimento, promove a participação contrário, é a mais apropriada num processo educativo
do jovem no Clã, eleva sua autoestima e o ajuda a que compreende toda a pessoa.
melhorar o nível de conquista. É um acompanhamento e Na atmosfera do Clã, a cada instante, os jovens
não um controle. apresentam sinais que indicam progresso em direção
a conquistas de seus objetivos e os problemas que
A AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL É UM PROCESSO AMÁVEL E enfrentam.
CONTÍNUO QUE FAZ PARTE DA VIDA DO CLÃ Se os escotistas estão capacitados como educadores
de tempo livre, saberão perceber estes sinais, sua
A avaliação da progressão pessoal é um processo observação será confiável e suficiente, e poderão prestar
contínuo, um subsistema dentro do sistema aplicado. o apoio requerido no momento oportuno.
Integrado com todas as coisas que acontecem durante um
ciclo de programa, transcorre paralelamente. AVALIAR POR OBSERVAÇÃO REQUER TEMPO E DISPOSIÇÃO GEN-
Entendemos por “progressão pessoal” o avanço EROSA PARA COM OS JOVENS
que um jovem atinge paulatinamente na obtenção das
condutas previstas em seus objetivos. Compreende todos Para avaliar por observação, se necessita tempo
os aspectos de sua personalidade e incorpora as ideias para compartilhar com os jovens e enriquecer a relação,
afins de crescimento e desenvolvimento. Mesmo quando conhecer sua família e amigos, conversar com os
estas expressões têm matizes que as diferenciam, é normal especialistas dos grupos de trabalho em que participa,
que se usem como sinônimos de progressão pessoal. praticar um esporte ou um hobby junto com o jovem.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 129


Um tempo que nos permita falar de tudo o que seja A AVALIAÇÃO DO ESCOTISTA RECORRE À OPINIÃO DE OUTROS
necessário, escutar tudo o que for necessário, pensar o AGENTES EDUCATIVOS
que tem que dizer e dizer o justo, com oportunidade e
respeito. Um tempo para acompanhar, já que o processo Os diferentes agentes educativos que atuam em
é tão importante quanto o resultado: não se trata só torno da vida de um jovem podem proporcionar ao
de avaliar se atingiu uma determinada conduta, como escotista uma informação muito valiosa. Se possível e se
também saber como a atingiu e por que ainda não necessário o Escotista deve consultar estes outros agentes.
atingiram outras. Como principais educadores de seus filhos e em
Para definir critérios válidos que enriqueçam o atenção a que os objetivos sejam alcançados pelos jovens
apoio que se presta ao jovem é necessário ter paciência. em sua vida inteira e não só no Clã, os pais são importantes
Necessita-se escutar tudo o que ele quer dizer e da no processo de avaliação. No entanto, a tarefa não é fácil,
maneira que queira dizer. Observar sem pressa, analisar já que nesta idade dos jovens, os pais se envolvem pouco
com fundamento, não desanimar-se facilmente nem em suas atividades.
buscar sucessos apressadamente, que em educação é É necessário fazer com que os pais percebam que
improvável. as atividades do Clã “lhes oferecem a oportunidade de
Por último, avaliar por observação demanda estar com seus filhos em um local diferente, que não
capacidade de entrega. Fazer ou aplicar uma prova são existe em sua casa, que dificilmente poderia achar em
matérias que dependem do manejo das habilidades outro ambiente e que contribui com a sua necessidade
técnicas respectivas, mas acompanhar constantemente de estabelecer com eles uma relação horizontalmente
um jovem em seu desenvolvimento supõe exigências estruturada”.
maiores. Nos primeiros momentos da idade Pioneira, em
que os jovens ainda cursam o ensino médio ou técnico
UM ESCOTISTA ACOMPANHA, NO MÁXIMO, 6 JOVENS, POR PELO profissional, os professores dos jovens podem dar
MENOS UM ANO informações importantes sobre seu comportamento.
Para isto também é necessário que o escotista tenha
Pelas razões acima, temos recomendado que um mantido um contato prévio com estes educadores, ainda
escotista assuma o acompanhamento de, no máximo, mais se o Grupo Escoteiro não fizer parte da respectiva
seis jovens. É pouco provável que uma responsabilidade comunidade escolar. Uma vez que os jovens cursam
como a descrita anteriormente possa ser desenvolvida uma faculdade ou trabalham, o contato com seus
se tivermos um número maior de jovens. Igualmente, o professores ou empregadores é de pouca utilidade. Dos
acompanhamento deve ser assumido por escotista do demais agentes que podem proporcionar informação,
mesmo sexo do jovem a quem se acompanha em seu temos os especialistas que apoiam na aquisição de uma
crescimento. competência, os participantes externos em um mesmo
Não é apropriado que todos os escotistas avaliem projeto ou grupo de trabalho, os demais escotistas do
indistintamente todos os jovens de um Clã. Isto conduziria Grupo Escoteiro, os amigos não escoteiros, as autoridades
a apreciações gerais, insuficientes para determinar o da comunidade de fé a que o jovem pertence. A opinião
atingimento de objetivos e indicar o tipo de apoio que destas pessoas é útil quando elas mantêm um contato
é necessário prestar em um dado momento, sendo permanente com o jovem ou têm uma influência
que os jovens não teriam a atenção personalizada que significativa em sua educação e desenvolvimento.
necessitam. Todas estas opiniões proporcionam uma visão mais
O acompanhamento deve acontecer durante um ampla, mas não substituem a apreciação que o escotista
tempo relativamente prolongado. Para fazer um bom faz na relação direta com o jovem. Também a opinião do
acompanhamento, se necessita reunir informação e obter escotista revela e antecipa futuros, mas não substitui a
a confiança do jovem, o que não acontecerá se o escotista avaliação que o próprio jovem faz de si mesmo.
que o acompanha muda a cada momento. É recomendável
que os escotistas se mantenham nesta função por pelo OS PARES CONTRIBUEM PARA QUE O JOVEM AVALIE SEU AVANÇO
menos um ano, podendo aumentar este prazo, a menos
que existam causas que justifiquem a substituição. Ao fazer A avaliação de seus pares influencia com força a
uma mudança, esta deve ser progressiva, considerando opinião que os jovens têm de si mesmos. Em um grupo
cuidadosamente os sentimentos dos jovens. de amigos, esta opinião se manifesta informalmente de

130 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


várias maneiras, desde as piadas até as conversas mais estima, sempre serão consideradas. Numa situação
pessoais. Os jovens são muitos sensíveis, mesmo que não de intransigência total do jovem, deve-se agir com
demonstrem, com facilidade detectam a opinião implícita inteligência. Uma das possíveis soluções considera que
que há em cada gesto ou atitude de seus companheiros ou o jovem vá permanecer no Grupo por mais tempo e que
companheiras. Apesar de suas possíveis arbitrariedades assim poderá ser influenciado positivamente durante as
ou excessos, a opinião dos pares é muito valiosa para que próximas atividades a mudar de pensamento. Nesta linha,
cada jovem objetive suas reflexões. que o escotista deverá tentar um acordo condicionado a
Através da vida interna do clã, o método escoteiro uma mudança de postura, por exemplo: “tudo bem, você
procura que esta opinião se manifeste como um apoio venceu. Mas, na próxima vez que conversarmos sobre este
e reduza ao máximo sua agressividade e seja contribua assunto, vou esperar este resultado”. No médio prazo, os
para a aprendizagem. A avaliação conclui-se com um resultados funcionam bem.
consenso entre o jovem e o escotista encarregado do No final da conversa, o escotista convidará o jovem a
acompanhamento. marcar as atividades que foram consideradas concluídas.
Para estabelecer este consenso é conveniente que o Se o jovem tiver completado 1/2 das atividades do Guia
jovem e o escotista encarregado de seu acompanhamento do Projeto Pioneiro com êxito, estará apto a mudar de
tenham uma conversa destinada somente a determinar etapa de progressão, conforme explicado anteriormente.
quais atividades que serão consideras realizadas com A entrega do distintivo de etapa é motivo para uma
êxito durante o ciclo. Esta conversa é uma de muitas celebração A entrega do distintivo deve ser realizada
que ocorrerão entre o escotista e o jovem, por isso não numa pequena cerimônia em que o tema central consiste
será difícil obter um ambiente tranquilo. Nesta conversa em deixar testemunho da superação alcançada. Trata-se
é concluído o processo de avaliação de progressão do de uma cerimônia simples, breve, pessoal e privada da
jovem durante o ciclo. Tropa, realizada ao término de uma reunião ou durante
Nesta conversa, o jovem expressa sua auto avaliação, uma excursão ou acampamento. Normalmente a entrega
ajudado pela opinião de seus companheiros de patrulha, do distintivo de etapa acontece ao final de um ciclo de
indicando as atividades que considera ter realizado programa, quando se conclui o processo de avaliação
durante o ciclo que termina. O escotista divide com o da progressão pessoal correspondente a este ciclo.
jovem sua opinião, que pode ter sido influenciada também Na cerimônia podem ser entregues distintivos a mais
por outros agentes externos. Além de entrarem em um de um jovem, mas cada um deles terá um momento
consenso para determinar as atividades que considerarão individual para receber seu reconhecimento. Serão bem
concluídas, este encontro servirá para apoiar e animar vindas algumas palavras de estímulo, pronunciadas em
o jovem em seu crescimento, sugerindo-lhe correções cada caso pelo Escotista responsável pelo respectivo
destinadas a melhorar sua participação e elevar o nível acompanhamento.
de alcance dos objetivos. A conversa também servirá para
avaliar a necessidade de substituição ou soma de outras A AVALIAÇÃO CONCLUI-SE COM UM CONSENSO ENTRE O JOVEM E O
atividades, visando atingir a conquista da competência ESCOTISTA ENCARREGADO DO ACOMPANHAMENTO.
esperada. Durante o diálogo, o escotista é livre para chegar
aonde é mais conveniente para o desenvolvimento do Para estabelecer este consenso é conveniente que o
jovem. A opinião do escotista é importante para o jovem, jovem e o escotista encarregado de seu acompanhamento
mas em nenhum caso deve prevalecer somente a sua. tenham uma conversa destinada somente a determinar
Ao contrário, o escotista deve estar sempre disposto a quais atividades que serão consideras realizadas com
questionar seus pontos de vista, aceitando as conclusões êxito durante o ciclo. Esta conversa é uma de muitas
da auto avaliação do jovem. que ocorrerão entre o escotista e o jovem, por isso não
Caso existam discrepâncias que não puderam será difícil obter um ambiente tranquilo. Nesta conversa
ser resolvidas, sempre prevalecerá a auto avaliação. É é concluído o processo de avaliação de progressão do
preferível que o jovem exceda em suas conclusões e não jovem durante o ciclo.
que afete sua autoestima, a que desanime de seguir em Nesta conversa, o jovem expressa sua auto avaliação,
frente porque foi imposto o ponto de vista do escotista. ajudado pela opinião de seus companheiros de patrulha,
Por experiência esta situação é muito difícil de ocorrer. indicando as atividades que considera ter realizado
As palavras certas de um adulto que esteja efetivamente durante o ciclo que termina. O escotista divide com
próximo de um jovem, que mereça sua confiança e

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 131


o jovem sua opinião, que pode ter sido influenciada término de uma reunião ou durante uma excursão
também por outros agentes externos. ou acampamento.
Além de entrarem em um consenso para determinar
as atividades que considerarão concluídas, este encontro 3. Normalmente a entrega do distintivo de etapa
servirá para apoiar e animar o jovem em seu crescimento, acontece ao final de um ciclo de programa, quando
sugerindo-lhe correções destinadas a melhorar sua se conclui o processo de avaliação da progressão
participação e elevar o nível de alcance dos objetivos. A pessoal correspondente a este ciclo. Na cerimônia
conversa também servirá para avaliar a necessidade de podem ser entregues distintivos a mais de um jovem,
substituição ou soma de outras atividades, visando atingir mas cada um deles terá um momento individual
a conquista da competência esperada. para receber seu reconhecimento. Serão bem vindas
Durante o diálogo, o escotista é livre para chegar algumas palavras de estímulo, pronunciadas em
aonde é mais conveniente para o desenvolvimento do cada caso pelo Escotista responsável pelo respectivo
jovem. A opinião do escotista é importante para o jovem, acompanhamento.
mas em nenhum caso deve prevalecer somente a sua.
Ao contrário, o escotista deve estar sempre disposto a O Sistema de Progressão no ramo Pioneiro foi
questionar seus pontos de vista, aceitando as conclusões idealizado da seguinte maneira:
da auto avaliação do jovem.
Caso existam discrepâncias que não puderam O ingresso pode ser feito por um jovem que veio do
ser resolvidas, sempre prevalecerá a auto avaliação. É Ramo Sênior ou por um que veio de fora do Movimento
preferível que o jovem exceda em suas conclusões e não Escoteiro. Independente da origem, todos ingressam no
que afete sua autoestima, a que desanime de seguir em Clã em um PERÍODO INTRODUTÓRIO, que terá a duração
frente porque foi imposto o ponto de vista do escotista. de três meses. Os jovens que vierem do Ramo Sênior
Por experiência esta situação é muito difícil de ocorrer. terão mais facilidade nesse momento e provavelmente
As palavras certas de um adulto que esteja efetivamente viveram este momento em um tempo mais curto. Durante
próximo de um jovem, que mereça sua confiança e o Período Introdutório, o jovem deverá realizar um
estima, sempre serão consideradas. Numa situação conjunto de itens que contribuirão com sua integração e
de intransigência total do jovem, deve-se agir com ambientação no Clã Pioneiro.
inteligência. Uma das possíveis soluções considera que Ao final do Período Introdutório, o jovem passará
o jovem vá permanecer no Grupo por mais tempo e que pela Cerimônia de Integração, na qual receberá o lenço
assim poderá ser influenciado positivamente durante as do Grupo Escoteiro (se ainda não é membro do Grupo)
próximas atividades a mudar de pensamento. Nesta linha, e a Insígnia da Etapa de Progressão. Recomenda-se que
que o escotista deverá tentar um acordo condicionado a no momento o jovem faça a sua Promessa, recebendo
uma mudança de postura, por exemplo: “tudo bem, você o distintivo de Promessa. Caso isso não aconteça, por
venceu. Mas, na próxima vez que conversarmos sobre este decisão do jovem, os escotistas deverão atuar para que ele
assunto, vou esperar este resultado” . No médio prazo, os faça sua Promessa em período futuro, que se recomenda
resultados funcionam bem. não seja superior a dois meses.

1. No final da conversa, o escotista convidará o jovem Observação:
a marcar as atividades que foram consideradas
concluídas. Se o jovem tiver completado 1/2 das Existem duas formas de definir a etapa em que o
atividades do Guia do Projeto Pioneiro com êxito, jovem ingressará após o período introdutório, o acesso
estará apto a mudar de etapa de progressão, linear e o acesso direto, cabendo a cada Grupo Escoteiro
conforme explicado anteriormente. decidir qual delas adotará.

2. A entrega do distintivo de etapa é motivo para • Acesso Linear: nesta opção, independentemente
uma celebração. A entrega do distintivo deve ser da Fase de Desenvolvimento e maturidade,
realizada numa pequena cerimônia em que o tema todos os jovens ingressarão sempre na Etapa de
central consiste em deixar testemunho da superação “Comprometimento”, e avançarão na Progressão
alcançada. Trata-se de uma cerimônia simples, pela conquista das atividades previstas.
breve, pessoal e privada da Tropa, realizada ao

132 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


• Acesso Direto: dependendo do resultado da Para refletir:
avaliação sobre as competências que o jovem
já possui, ele poderá ingressar na Etapa de É importante destacar o que se entende por
“Comprometimento” ou de ‘Cidadania”. “realizar 50% das atividades”. Em nenhum momento,
espera-se que um escotista impeça o Progressão de um
Para efeitos de progressão, devem ser levados em jovem pela falta de uma ou duas atividades. Oferecemos
consideração os seguintes parâmetros: experiências e avaliamos – em conjunto com o jovem – o
desenvolvimento demonstrado.
• Para passar da Etapa de Comprometimento para a Também não de deve entender que apenas a
Etapa de Cidadania: ter 50% das atividades propostas realização de um conjunto de atividades referente a
no Guia do projeto Pioneiro, participar de um projeto uma Competência garante a sua conquista. È missão
e elaborar seu Plano de Desenvolvimento Pessoal dos escotistas, mais do que verificar se uma atividade foi
(Projeto de Vida). feita ou não, avaliar se o jovem está se aproximando do
definido na competência, e motivá-lo nesta direção.
• Para passar da Etapa de Cidadania para a Insígnia Se o jovem, no momento de avaliação de sua
de B-P: ter realizado 100% das atividades do Guia Progressão, não se sentir seguro acerca da aquisição de um
do projeto Pioneiro, elaborar e executar projeto de conhecimento, habilidade ou atitude, deve ser estimulado
relevância e revisar o Plano de Desenvolvimento a realizar outras atividades que o levem neste caminho.
Pessoal. O contrário também vale: um jovem que já demonstre
ter uma competência adquirida pode ser “liberado” de
A elaboração do Projeto de Vida para ser apresentado determinada atividade que julgue inócua ou entediante,
ao Clã no dia da Investidura precede a sua revisão, e deve desde que acordado com o escotista.
ocorrer como requisito para a participação na cerimônia. Tampouco se espera que todos façam exatamente
A revisão do Projeto de Vida é requisito para a as mesmas atividades. Há a opção de substituição de
conquista da Insígnia de B-P. itens por quaisquer outros que julgarmos interessantes,
A participação em um Projeto em andamento, considerando a realidade de cada jovem.
do mesmo modo, antecede a conquista da Insígnia de
Cidadania.
Já a elaboração e execucução do Projeto de
Relevãncia deve ocorrer posteriormente, como requisito
para a conquista da Insínia de B-P.

Leia mais sobre os requisitos para a


conquista da Insígnia de B-P, no POR.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 133


SISTEMA DE PROGRESSÃO DO RAMO PIONEIRO
(ACESSOS LINEAR E DIRETO)

Período
Introdutório

Distintivos de Insígnias de
Progressão Interesse
Acesso linear
Acesso direto

• Ter a Insígnia de Cidadania e ser especialmente recomendado pelos Mestres Pioneiros e pelo
Conselho de Clã.
• Ter realizado 100% das atividades do Guia do Projeto Pioneiro.
• Revisar o seu Plano de Desenvolvimento Pessoal (Projeto de Vida).
• Elaborar e executar um projeto pessoal, com duração de no mínimo 4 meses, de sua livre escolha,
cujo conteúdo seja aprovado pela Comissão Administrativa do Clã, que deverá cobrir os seguintes
aspectos:
- Cujo conteúdo atenda uma das áreas prioritárias: Serviço, Natureza, Trabalho ou Viagem;
- Escolha da ideia;
Insígnia - Planejamento e programação;
de B-P - Organização;
- Coordenação;
- Execução;
- Avaliação;
- Relatório.
• Devendo ser enviado pelos canais competentes, ao Escritório Regional:
a. relatório dos serviços comunitários e das atividades de desenvolvimento que participou;
b. relatório detalhado e ilustrado do seu projeto pessoal;
c. parecer do Conselho de Clã
d. parecer do Mestre Pioneiro(a)

134 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


ANOTAÇÕES

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 135


UNIDADE DIDÁTICA | CURSO BÁSICO - ESCOTISTA

CICLO DE PROGRAMA

Duração 90 minutos

Compreender a importância do ciclo de programa como ferramenta de planejamento


Objetivos Gerais
participativo, bem como adquirir conhecimentos sobre seu funcionamento.

• Reconhecer o ciclo de programa como ferramenta educativa, que valoriza a opinião e


Objetivos Específicos desejo dos jovens;
• Conhecer as fases de um ciclo de programa.

• As fases de um ciclo de programa;


Conteúdo • Jogos democráticos;
• Elaboração de um calendário do ciclo de programa.

• Quatro calendários;
• Quatro diagnósticos fictícios;
• Cartolinas;
Material
• Tesoura,cola, tinta guache, canetinhas, lápis de cor, etc.;
• Pincel atômico;
• Dinheirinho fictício de papel.

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

30 Conhecendo os passos de um ciclo de programa PL

30 Elaborando um ciclo de programa TG

15 Feira de obras de arte TG

15 Elaboração do calendário TG

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Conhecendo os passos de um ciclo de programa (30 minutos)


Com apoio de equipamento audiovisual, o formador deverá abordar o conteúdo, dando destaque nos seguintes
aspectos:

- A importância do ciclo de programa como instrumento educativo e ferramenta de planejamento participativo.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 137


- As vantagens do ciclo de programa.
- Fases do ciclo de programa (diagnóstico e ênfase educativa – seleção de atividades - organização -
desenvolvimento – avaliação)

O Formador deverá falar as principais diferenças do Ciclo de Programa nos Ramos conforme quadro abaixo:

LOBINHO ESCOTEIRO SÊNIOR PIONEIRO

Conselho de Conselho de
Patrulha – faz um Patrulha – faz um
diagnóstico como diagnóstico como
anda a patrulha e anda a patrulha e
a tropa a tropa

Elaborado pelos
Diagnóstico Corte de Honra Corte de Honra Conselho do Clã
Escotistas
– analisa os – analisa os
diagnósticos diagnósticos
das patrulhas e das patrulhas e
completa uma completa uma
diagnóstico geral diagnóstico geral
da tropa da tropa

Ênfase do Ciclo de Definida pelos Definida pela Definida pela


Conselho do Clã
Programa Escotistas Corte de Honra Corte de Honra

Elaborado pelos
Elaborada pela Elaborada pela
Escotistas , no
Corte de Honra Corte de Honra
dia do Jogo
Pré-seleção das com base nas com base nas
Democrático os Conselho do Clã
atividades sugestões vindas sugestões vindas
lobinhos podem
dos Conselhos de dos Conselhos de
sugerir novas
Patrulha Patrulha
atividades.

Não é necessário o Não é utilizado o


Jogo Democrático, Jogo Democrático,
um debate na um debate no
assembleia de Conselho do Clã
Jogo democrático Sim Sim
tropa vai fazer com vai fazer com
que se expresse que se expresse
a vontade da a vontade da
maioria. maioria.

Organização e
Equipe de
elaboração do Corte de Honra Corte de Honra COMAD
Escotistas
calendário

Aprovação do Assembleia de Assembleia de


Roca do Conselho Conselho do Clã
calendário Tropa Tropa

138 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


Elaborando um ciclo de programa (30 minutos)
O formador deverá separar os cursantes em equipes (idealmente quatro). Cada equipe receberá um papel contendo
alguns diagnósticos fictícios (três ou quatro indicadores são suficientes). Cada equipe poderá receber o diagnóstico
específico de um determinado ramo. Com base neste diagnóstico, as equipes deverão elaborar uma ênfase educativa
e pré-selecionar duas atividades para atendê-las. Para cada atividade pré-selecionada, a equipe deverá elaborar um
cartaz, que será a sua “obra de arte”.

Feiras de obras de arte (15 minutos)


Com os cartazes elaborados, o formador orientará o jogo democrático: “Feira de obras de arte”.

Cada integrante da equipe receberá uma quantia “x” de dinheiro. A equipe deverá escolher um canto da sala, onde
deixará em exposição a sua obra.

Como se estivessem em uma feira, as equipes deverão vender as suas obras. A equipe não pode investir seu dinheiro
em sua própria obra, devendo gastá-lo nas obras das demais equipes. O investimento em cada obra é de opção
individual.

O formador se encarregará de manter o ânimo da atividade. Uma música animada ajuda na construção de um
ambiente alegre e movimentado.

Ao final, é feito o levantamento das obras que captaram mais recursos. As duas que foram mais compradas serão as
que comporão o próximo ciclo de programa.

Elaboração do calendário (15 minutos)


De posse dos modelos de calendário, as equipes deverão inserir as atividades selecionadas no jogo anterior, seguindo
as orientações do formador. Lembrar as equipes para verificar se existem oportunidades para cada uma das seis
áreas de desenvolvimento.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista – Ramo Lobinho


Manual do Escotista – Ramo Escoteiro
Manual do Escotista – Ramo Sênior
Manual do Escotista – Ramo Pioneiro
POR 2013

Última atualização: 19/12/2013

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 139


CICLO DE PROGRAMA

É uma ferramenta de planejamento participativo, áreas, a conquista das etapas, insígnias e especialidades, a
no qual se diagnostica o estado atual da Seção, se frequência, o entusiasmo e a qualidade da vida de grupo
programam mudanças e ajustes para o futuro, se executa da seção.
esse programa e se avalia seus resultados. Por participativo O que chamamos de ênfase é a questão principal
entende-se uma sistemática que se preocupa em valorizar apontada pelo diagnóstico e que deve receber tratamento
a opinião e os desejos de todos os envolvidos, no caso os prioritário no ciclo. Por exemplo: “envolver mais os pais
jovens. na vida da Seção” ou “aumentar o efetivo de jovens” ou
A equipe de escotistas e os jovens organizam tudo o “equilibrar as atividades fixas e variáveis”, etc.
que acontece na vida do Grupo, como as atividades fixas Definida a ênfase educativa, se inicia a pré-seleção
e variáveis. E, como acontece com toda ferramenta, sua das atividades variáveis que serão propostas para que
habilidade em aplicá-la irá melhorando à medida que é sejam realizadas no ciclo de programa. Essas atividades
utilizada. devem guardar coerência com a ênfase e contribuir
A duração de um ciclo de programa é variável e para a conquista de competências em todas as áreas de
geralmente durante um ano se desenvolvem dois ou desenvolvimento.
três ciclos. Os ciclos de programa não necessitam ter
sempre a mesma duração. Além disso, a duração prevista SELEÇÃO DE ATIVIDADES
inicialmente pode ser alterada durante o decorrer de
um ciclo de programa. Essa flexibilidade possibilita Todas as propostas oriundas da pré-seleção de
ajustar a programação a circunstâncias imprevistas e a atividades citada acima, são submetidas finalmente a
necessidades que possam surgir. decisão da Seção (conforme características de cada ramo),
Por meio de fases sucessivas do ciclo de programa, se que selecionará as atividades que serão desenvolvidas
prepara, desenvolve e avalia um conjunto de atividades, durante o ciclo de programa.
ao mesmo tempo em que se analisa a forma em que se Para efetuar esta seleção, podem ser utilizados
aplica o Método Escoteiro e se observa e reconhece o diversos jogos democráticos, que visam facilitar a
crescimento pessoal dos jovens. participação ativa dos jovens no processo de tomada de
As fases do ciclo descrevem uma sequência lógica decisão e aprendam a fazer opções, de maneira divertida
que facilitará o desenvolvimento de uma atividade, e atraente.
permitindo atender opiniões e gostos dos jovens e
atendendo a proposta educativa do Movimento Escoteiro. ORGANIZAÇÃO
Os passos ou fases do ciclo de programa variam de acordo
com o ramo, mas seguem basicamente o seguinte roteiro: Este é o momento em que são determinadas de
Diagnóstico e ênfase educativa – Seleção de atividades - maneira concreta o que os jovens irão realizar, seja em
Organização - Desenvolvimento – Avaliação. equipe ou seção, conforme a necessidade. O calendário é
Produto da gestão coletiva do Clã, o ciclo de programa elaborado e os objetivos das atividades são estabelecidos.
do Ramo Pioneiro tem diferenças comparando com os Definidos os objetivos, são ajustados os demais
demais ramos. Para conhecer estas particularidades, elementos do planejamento, tais como: compartilhar as
consulte o Manual do Escotista do Ramo Pioneiro. responsabilidades, levantamento de recursos, duração de
cada atividade, etc.
DIAGNÓSTICO E ÊNFASE EDUCATIVA
DESENVOLVIMENTO
Para fazer um bom diagnóstico da seção, são
analisadas as atividades realizadas, a aplicação do Método Nesta fase cada um assume seu papel: os jovens
Escoteiro, o relacionamento entre os jovens, o controle desenvolvem a atividade e os escotistas desempenham
do desenvolvimento pessoal dos jovens em todas as um papel educativo de observação, apoio e orientação.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 141


AVALIAÇÃO As distintas fases de um ciclo de programa articulam
distintos momentos e instâncias que permitem aos jovens
Esta fase encerra o ciclo de programa, onde se participar e exercitar a vida democrática.
comparam os objetivos da atividade com os resultados
alcançados. Esta avaliação se realiza da mesma forma que
a elaboração do ciclo de programa.
Para saber mais sobre as características do
AS VANTAGENS DO CICLO DE PROGRAMA ciclo de programa, específicas em cada ramo,
consulte:
Utilizar o ciclo de programa dá aos jovens a
oportunidade de: Manual do Escotista – Ramo Lobinho
Manual do Escotista – Ramo Escoteiro
• Aprender a ter uma opinião, a expressá-la e a tomar Manual do Escotista – Ramo Sênior
decisões que sejam aderentes com essa opinião; Manual do Escotista – Ramo Pioneiro
• Exercitar mecanismos de participação que lhes
ensine a respeitar e valorizar a opinião alheia;
• Aprender a elaborar um projeto, apresentá-lo e a
defendê-lo;
• Adquirir a capacidade de organização e desenvolver
habilidades de negociação.

ANOTAÇÕES

142 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO LOBINHO

CICLO DE PROGRAMA

Duração 90 minutos

Compreender a importância do Ciclo de Programa como ferramenta de planejamento


Objetivos Gerais
participativo, bem como adquirir conhecimentos sobre seu funcionamento.

• Reconhecer o Ciclo de Programa como ferramenta educativa, que valoriza a opinião


das crianças e enseja a sua participação no processo de planejamento das atividades da
Objetivos Específicos Alcateia;
• Conhecer as fases de um Ciclo de Programa;
. Planejar um Ciclo de Programa.

• Conceito, duração e fases do Ciclo de Programa


Conteúdo • Jogos democráticos: conceito e vivência
• Organização (calendário), acompanhamento e avaliação de um Ciclo de Programa

• 4 Calendários;
Material • Apostilas do curso;
• Material para o jogo democrático escolhido

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

30 Conceito, duração e fases do Ciclo de Programa PL

30 Elaborando um Ciclo de Programa TG

15 Jogo democrático TG

15 Elaboração do calendário TG

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Conhecendo os passos de um ciclo de programa (30 minutos)


Com apoio de equipamento audiovisual, o formador deverá abordar o conteúdo, dando destaque nos seguintes
aspectos:

- A importância do ciclo de programa como instrumento educativo e ferramenta de planejamento participativo.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 143


- As vantagens do ciclo de programa.
- Fases do ciclo de programa (Diagnóstico da Alcateia e preparação da proposta de atividades – Proposta e Seleção
de Atividades – Organização, projeto e preparação das atividades – Desenvolvimento e avaliação das atividades e
acompanhamento da progressão pessoal – Conclusões e avaliação das atividades e acompanhamento da progressão
pessoal).

Elaborando um ciclo de programa (30 minutos)


O formador deverá separar os cursantes em equipes, cada equipe receberá um papel contendo alguns diagnósticos
fictícios, com base no diagnóstico que lhe coube, a equipe deverá elaborar uma ênfase educativa e pré-selecionar
pelo menos duas atividades para atendê-las.

Jogo democrático (15 minutos)


A equipe de formação aplicará um jogo democrático para que os cursantes experimentem a sistemática de escolha
das atividades.

Elaboração do calendário (15 minutos)


As atividades selecionadas no jogo serão organizadas no calendário do Ciclo de Programa (exercício 3)

Por fim, mostrar que o planejamento macro das atividades da Alcateia pode ser ampliado com previsões das
cerimônias e atividades pessoais do Caminho da Jângal

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista – Ramo Lobinho

Última atualização: 27/03/2014

144 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO LOBINHO

CICLO DE PROGRAMA

O Ciclo de Programa é a forma como a Alcatéia Para fazer um bom diagnóstico da seção, são
organiza a vida em grupo. analisadas as atividades realizadas, a aplicação do
É o período durante o qual se prepara, se desenvolve Método Escoteiro, o relacionamento entre as crianças, o
e se avalia um conjunto de atividades, ao mesmo tempo controle do desenvolvimento pessoal em todas as áreas,
em que se observa a aplicação do Método Escoteiro e se a conquista das etapas, insígnias e especialidades, a
reconhece o crescimento pessoal das crianças. frequência, o entusiasmo e a qualidade da vida de grupo
O Ciclo de Programa é um instrumento de da Alcateia.
planejamento participativo, pois nele há espaço para que
as crianças contribuam com as opiniões e sugestões que Ênfase orientadora do Ciclo de Programa
refletem seus interesses e suas necessidades, atendendo à
proposta educativa do Movimento Escoteiro. O que chamamos de ênfase é a questão principal
A duração do Ciclo de Programa é variável e apontada pelo diagnóstico e que deve receber tratamento
geralmente durante um ano se desenvolvem dois ou três prioritário no ciclo.
ciclos. Eles não necessitam ter sempre a mesma duração, A ênfase que vai orientar o ciclo diz respeito:
que pode ser alterada durante o decorrer de um Ciclo de
Programa para ajustar a programação às circunstâncias - ao tipo de atividades;
imprevistas e às necessidades que possam surgir. - às áreas de desenvolvimento;
- às relações sociais na Alcatéia.
FASES DE UM CICLO DE PROGRAMA
Vários pontos do diagnóstico podem convergir
1) Diagnóstico da Alcateia - Estabelecimento da ênfase - para uma mesma ênfase.
Pré-seleção das atividades;
Pré-seleção de atividades
2) Proposta e escolha das atividades;
Definida a ênfase educativa, inicia-se a pré-seleção
3) Organização, projeto e preparação das atividades; das atividades que serão propostas às crianças para que
escolham as que querem que sejam realizadas no Ciclo de
4) Execução e avaliação das atividades - Acompanhamento Programa.
da progressão pessoal das crianças; Essas atividades devem guardar coerência com
a ênfase estabelecida e contribuir para a conquista de
5) Avaliação da progressão pessoal dos lobinhos e competências em todas as áreas de desenvolvimento.
lobinhas. Às vezes é necessário realizar mais de uma atividade
para atender a uma ênfase, tanto para trabalhar seus vários
DIAGNÓSTICO DA ALCATEIA, ÊNFASE, PRÉ- SELEÇÃO DAS aspectos quanto para poder fazer uma boa avaliação do
ATIVIDADES alcance dos objetivos.

Diagnóstico da Alcateia

Diagnóstico é uma análise, realizada pelos escotistas


da seção, que define a situação atual da Alcateia como
um todo. De certo modo é também uma avaliação do
Ciclo de Programa recém-terminado, e de seus resultados
positivos e/ou negativos.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 145


Exemplos:

Diagnóstico Ênfase Atividades pré-selecionadas

Apresentação teatral e lanche para


os pais
Pouca participação dos pais nas Envolver os pais nas atividades da
atividades Seção.
Gincana – jogos da época dos pais
atuais.

Onde Vamos Jantar esta Noite?


Bom relacionamento entre os Manter o clima de amizade que já
membros da Alcatéia. existe entre as crianças
Teatro Infantil + Lanchonete

Oficina de brinquedos para o Natal

A Alcatéia não tem realizado Promover observação e reflexão


Visita a um asilo com projeto de
atividades de ação comunitária sobre questões sociais relevantes e
atividade recreativa para os idosos.
e os lo-binhos não demonstram esti-mular ações que desen-volvam
preocupação com o outro. a solidariedade.
Visita a um orfanato para
brincadeiras

Excursão para conhecer templos de


diferentes religiões no bairro.
Bom desenvolvimento nas etapas
de progressão
Realizar mais atividades extra- Momento de espiritualidade
sede que possam desenvolver elaborado pelos Lobinhos fora da
Muitas atividades na sede e poucas
a espiritualidade e manter o sede
em outros locais
bom desempenho nas etapas de
progressão Conhecendo as religiões das
Faltam atividades de espiritualidade
famílias dos Lobinhos: Encontro
inter–religioso em uma chácara

Para este Ciclo de Programa no exemplo 1 foi É de extrema importância:


escolhida a ênfase “Envolver os pais” , no exemplo 2 foi
escolhida a ênfase “Desenvolver atividades comunitárias” • declarar às crianças quantas atividades serão escolhidas;
no exemplo 3 “Desenvolver a espiritualidade” e no • que a dinâmica do Jogo Democrático permita chegar a
exemplo 4 “Realizar mais atividades extra-sede que um resultado claro;
possam desenvolver a espiritualidade e manter o bom • que o resultado seja rigorosamente respeitado.
desempenho nas etapas de progressão”.
Se, por qualquer razão, na fase de organização das
PROPOSTA E SELEÇÃO DAS ATIVIDADES atividades, for necessário adiar ou acrescentar qualquer
atividade, esta alteração deverá ser negociada com a
A seleção das atividades é feita pelas crianças Alcateia.
por meio de uma atividade lúdica chamada Jogo
Democrático, que visa facilitar sua participação ativa no ORGANIZAÇÃO, PROJETO E PREPARAÇÃO DE ATIVIDADES
processo de tomada de decisão e aprender a fazer opções,
de maneira divertida e atraente. Este é o momento de elaboração do calendário e da
Exemplos de Jogos Democráticos podem ser definição dos principais objetivos das atividades.
encontrados no Manual do Escotista do Ramo Lobinho –
capítulo 11.

146 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


Depois são ajustados os demais elementos EXECUÇÃO E AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES
do planejamento, tais como: compartilhar as
responsabilidades, levantamento de recursos, duração de • Execução das atividades
cada atividade, etc.
O êxito das atividades depende da habilidade com A realização das atividades é a parte mais importante
que são organizadas, projetadas e preparadas. Deve haver do Ciclo de Programa.
um equilíbrio entre as atividades fixas e as variáveis, entre Nesta fase cada um assume seu papel: os jovens
as de curta duração e as de longa duração. participam, se divertem e aprendem, enquanto que
os escotistas aplicam a atividade. Todos os escotistas
• Organização participam, colaboram e se envolvem em suas diferentes
tarefas. Enquanto um dirige a atividade os demais dão
Organizar as atividades é elaborar o calendário do apoio, observam o desempenho dos jovens e prestam
Ciclo de Programa, dispondo as atividades escolhidas atendimento individual para aqueles que estão agindo
com equilíbrio, considerando a distância entre atividades fora do planejado. Os escotistas auxiliam na motivação e
que exigem maior investimento financeiro e o período ajudam a manter o foco e o ritmo da atividade.
de provas escolares, entre outras variáveis que possam Segurança é fator prioritário. Antes de iniciar a
promover dificuldades na realização das atividades. atividade deve-se verificar se todas as condições de
segurança pré-estabelecidas estão mantidas. Qualquer
• Elaboração do calendário alteração nestas condições deve ser motivo de uma
reavaliação. Outros requisitos também devem ser
- Identificar finais de semana e feriados; verificados, pois a falta de um material ou local adequado
- Anotar as atividades nacionais, regionais, setoriais e de compromete os resultados.
grupo de que a Alcateia pretende participar; A disciplina é voluntária, assumida e vivida
- Analisar o tempo necessário para realizar as atividades livremente, porém é necessária para a segurança e para
variáveis selecionadas; que todos aproveitem ao máximo a atividade. Os jovens
- Determinar a duração do Ciclo de Programa devem entender que os principais beneficiários são eles
- Colocar no calendário as atividades variáveis mesmos.
selecionadas, primeiramente as de maior duração; Excesso de disciplina prejudica o desenvolvimento
- Completar com as reuniões normais, os cursos da chefia, dos jovens. A educação pelo temor foi condenada por
as reuniões com pais,... Baden Powell desde a origem do ME. Uma conduta
inadequada que se repete ou persiste, apesar das
• Projeto e preparação das atividades recomendações dos Escotistas, deve ser analisada em
profundidade, pois geralmente existe uma causa que
As atividades são preparadas sempre com a desencadeia. O diálogo com o jovem pode auxiliar a
antecedência compatível à sua complexidade. identificar esta causa e servir como ponto de início de
Os acampamentos, as campanhas, campeonatos, uma transformação de comportamento. Esse diálogo
atividades de Setor em geral são atividades mais deve ser feito sempre em particular e depois da atividade.
complexas e exigem um período maior para elaboração Nunca exponha o jovem a uma reprimenda pública para
do projeto (planejamento) e de preparação (confecção não constrangê-lo e evitar reações e consequências
dos materiais, compras e demais providências). indesejáveis.
Mas, por mais simples que seja uma atividade ela
deve ser planejada e preparada com antecedência para • Avaliação das atividades
evitar improvisações que quase sempre não produzem
bons resultados. Todas as atividades no ME são realizadas visando
atingir objetivos, que devem ser fixados previamente e
avaliados após sua execução.
Atividades fixas com objetivos conhecidos por todos
podem ser avaliadas de maneira informal. Por exemplo, as
cerimônias de abertura no Grupo, que são atividades fixas
não estão do agrado dos jovens. Uma pesquisa especifica

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 147


observa que eles não gostam de discursos e avisos E, para os escotistas, é uma ferramenta que os
demorados, que surpresas rápidas e divertidas são bem ajuda a planejar e avaliar constantemente o seu trabalho,
aceitas. A Seção faz as modificações e após uma série de resultando em maior eficácia e coerência com a proposta
cerimônias de abertura volta a fazer uma nova pesquisa educativa do Movimento Escoteiro.
para ver a aceitação (ou não) das mudanças.
Atividades variáveis, devido a sua variedade de EXERCÍCIOS
conteúdos, devem ter seus objetivos negociados com os
jovens e registrados formalmente por escrito para orientar 1) Faça um diagnóstico de sua Alcatéia respondendo às
a avaliação após sua realização. seguintes questões:

AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL QUANTO AOS ADULTOS

Todas as atividades devem permitir à criança • A alcatéia conta com número ideal de escotistas? (um
perceber que está vivenciando experiências que a levam para cada 6 lobinhos)
a progredir.
Sendo que, na educação não-formal, a melhor • Todos os escotistas já fizeram cursos? Em qual nível de
maneira de avaliar é por observação, acompanhar o formação estão?
desenvolvimento das crianças implica em observar a
sua participação nas atividades, que pode revelar o seu • Os escotistas são freqüentes às reuniões?
interesse, as suas habilidades, os seus conhecimentos, o
seu comportamento. • Os escotistas participam de outras atividades de
No final da atividade também é possível colher formação?
informações sobre essa participação, por meio de auto
avaliação, pelos depoimentos de seus pares e dos • Os escotistas desempenham seu papel de maneira
observadores externos. eficaz: têm atitudes de educador,dispõem de tempo, têm
Assim, ao final do Ciclo de Programa, depois de várias paciência, são afetuosos com as crianças e têm entusiasmo
atividades em que se acumulou informações sobre o pelo trabalho que realizam?
desenvolvimento da criança, os escotistas poderão chegar
a uma conclusão sobre a conquista das competências pela • Os escotistas reúnem-se para planejar e programar as
criança. atividades? Com que freqüência?

VANTAGENS DO CICLO DE PROGRAMA • Os pais participam efetivamente da vida da alcatéia?

A vida da Alcateia é uma sucessão de Ciclos de • Os pais colaboram nas atividades?


Programa. A articulação entre as fases, principalmente
entre a última fase de um ciclo e a primeira do ciclo • Os pais aparecem quando solicitados?
seguinte é fundamental para garantir a continuidade do
processo sem interrupções. • Os pais conhecem o trabalho que fazemos na alcatéia?
A avaliação que se faz do ciclo recém-terminado
é subsídio para o diagnóstico do ciclo a ser iniciado • Os pais dão suporte para as despesas da alcatéia?
e, portanto, deve ser extremamente realista e sincera.
Qualquer falha não percebida corre o risco de ser repetida. QUANTO ÀS ATIVIDADES
Uma boa avaliação aponta caminhos que podem nos
levar a melhorar sempre as nossas atividades. • Existe equilíbrio entre as atividades fixas e variáveis?
Utilizar o Ciclo de Programa dá aos jovens à
oportunidade de exercitar a vida democrática, aprender • As atividades fixas são significativas para os lobinhos?
a defender a sua opinião, respeitar e valorizar a opinião
alheia, tomar decisões e adquirir a capacidade de • As atividades variáveis que temos realizado têm sido
organização. desafiantes? (contém desafios proporcionais à capacidade
das crianças e as estimulam a se superar)

148 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


• As atividades variáveis que temos realizado têm sido QUANTO À PROGRESSÃO PESSOAL DOS LOBINHOS
úteis? (desencadeiam experiências que levam à efetiva
aprendizagem) • Estamos atentos ao desenvolvimento pessoal de cada
menino ou menina?
• As atividades variáveis que temos realizado têm
sido recompensantes? (produzem a sensação de que
conquistaram algo ou dela tiraram algum proveito ou • Promovemos realmente o desenvolvimento pessoal com
satisfação) orientação individual?

• As atividades variáveis que temos realizado têm sido • Observamos os diferentes tipos de conduta nos lobinhos:
atraentes? (despertam o desejo de realizá-las) saber, saber fazer e saber ser ?

• As atividades oferecem desenvolvimento equilibrado • Estamos conseguindo fazer com que as crianças
para meninos e meninas, nas diversas Áreas de conquistem, progressivamente, os comportamentos
Desenvolvimento? previstos nos objetivos?

• O princípio da progressividade está presente em nossas • Registramos sistematicamente as conquistas das


atividades? crianças?

• Existe equilíbrio entre atividades na sede e fora dela? • Estimulamos a conquista de especialidades e da Insígnia
Mundial de Conservacionismo?
• Temos promovido razoáveis oportunidades de vida ao ar
livre? • Estamos atentos à obtenção do Cruzeiro do Sul?

QUANTO À VIDA DE GRUPO DA ALCATÉIA


2) Em equipes, elabore o planejamento de um Ciclo de
• Nas atividades as crianças aprendem fazendo? Programa, considerando o DIAGNÓSTICO feito.

• A vida em equipe está presente na alcatéia? ÊNFASE - Diante do diagnóstico, defina a ênfase educativa
para o Ciclo:
• Na alcatéia vive-se a lei e a promessa?
PRÉ- SELEÇÃO DAS ATIVIDADES - Imagine 6 atividades
• Há compromisso com o serviço? ( boas ações) adequadas para trabalhar a ênfase que você definiu:

• Educa-se pelo jogo? PROPOSTA DAS ATIVIDADES - Sugira uma maneira


interessante de fazer a proposta das atividades:
• O marco simbólico do Ramo Lobinho faz parte do dia-a-
dia da alcatéia? ESCOLHA DAS ATIVIDADES - Crie uma dinâmica diferente
para a escolha das atividades (Jogo democrático):
• O fundo de cena reflete-se na vida de grupo da Alcatéia?

• Usamos as histórias da Jângal para orientar valores e 3) Com base no Plano Anual da Alcatéia abaixo, planeje
exemplificar ações? o Calendário do Ciclo de Programa:

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 149


PLANO ANUAL DA ALCATEIA

Janeiro Fevereiro Março

7 Indaba Grupo 6

14 Início das atividades 13


Férias
21 20

28 27

Abril Maio Junho

3 1 5 Ação Ecológica - Grupo

4 2 Caçada (atividade distrital) 12

10 8 19

17 15 20

24 22 26 Aniversário do GE

29

Julho Agosto Setembro

7 4

14 7 Desfile cívico
Férias
21 11

28 18 Ação Comunitária - Grupo

25

Outubro Novembro Dezembro

2 6 4

Atividade comemorativa
4 13 Acampamento de grupo 11 Encerramento do ano
do Dia do Lobinho

9 14 Acampamento de grupo

16 15 Acampamento de grupo

23 20

30 27

150 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


CALENDÁRIO DO CICLO DE PROGRAMA

______ / ______ / ________ a ______ / ______ / ________

Dia Atividade Dia Atividade

PLANEJAMENTO MACRO DAS ATIVIDADES PESSOAIS DAS CRIANÇAS E DAS ATIVIDADES DA ALCATEIA

Caminho do Caminho do Insígnias de


Tipo de Caminho do Previsões
Data Descobrir e Caçar e das Especialidades Interesse
atividade Integrar Cerimônias
Rastrear Estrelas Especial

IMMA –
Integração do
Exemplo Excursão A1 F4 - F10 – E1 F20 – F22 Excursão Sentindo a
lobinho xxxxx
natureza

Caminho do Caminho do Insígnias de


Tipo de Caminho do Previsões
Data Descobrir e Caçar e das Especialidades Interesse
atividade Integrar Cerimônias
Rastrear Estrelas Especial

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 151


ANOTAÇÕES

152 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO ESCOTEIRO

CICLO DE PROGRAMA

Duração 90 minutos

Compreender a importância do Ciclo de Programa como ferramenta de planejamento


Objetivos Gerais
participativo, bem como adquirir conhecimentos sobre seu funcionamento.

• Reconhecer o Ciclo de Programa como ferramenta educativa, que valoriza a opinião dos
adolescentes e enseja a sua participação no processo de planejamento das atividades
Objetivos Específicos da Tropa;
• Conhecer as fases de um Ciclo de Programa;
• Planejar um Ciclo de Programa.

• Conceito, duração e fases do Ciclo de Programa


Conteúdo • Jogos democráticos: conceito e vivência
• Organização (calendário), acompanhamento e avaliação de um Ciclo de Programa

- Manual do Escotista do Ramo Escoteiro


Material
- Escotistas em Ação

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

30 Características fundamentais do ciclo de programa PL

30 Elaborando um Ciclo de Programa PL

20 Prática de um Jogo democrático TG

10 Tira-dúvidas PL

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Conhecendo os passos de um ciclo de programa (30 minutos)


Com apoio de equipamento audiovisual, o formador deverá abordar o conteúdo, dando destaque nos seguintes
aspectos:

- A importância do ciclo de programa como instrumento educativo e ferramenta de planejamento participativo.


- As vantagens do ciclo de programa.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 153


- Fases do ciclo de programa (Conclusão da avaliação pessoal,diagnóstico da tropa e pré-seleção de atividades ;
Proposta e seleção de atividades; Organização, Planejamento e preparação de atividades; Desenvolvimento e
avaliação de atividades e acompanhamento da progressão pessoal)

Destacar o papel dos conselhos de Patrulha, Corte de Honra, Assembléia de Tropa .

Elaborando um ciclo de programa (30 minutos)


O formador deverá separar os cursantes em equipes, cada equipe receberá um papel contendo alguns diagnósticos
fictícios, com base no diagnóstico que lhe coube, a equipe deverá elaborar uma ênfase educativa e pré-selecionar
pelo menos duas atividades para atendê-las.

Prática do Jogo Democrático (20 minutos):


Fazer uma simulação de um Jogo Democrático

Tira-dúvidas (10 minutos)


O formador dará espaço para perguntas e sanará as dúvidas.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Escotistas em Ação.
Manual do Escotista – Ramo Escoteiro

Última atualização: 20/03/2014

154 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO ESCOTEIRO

CICLO DE PROGRAMA

É uma ferramenta de planejamento participativo, no para realizar o diagnóstico da Tropa, fixar um ênfase, pré-
qual se diagnostica o estado atual da Tropa, se programam selecionar atividades e para isso os monitores usarão
mudanças e ajustes para o futuro, se executa esse o que foi concluído nos seus respectivos Conselhos de
programa e se avalia seus resultados. Por participativo Patrulha.
entende-se uma sistemática que se preocupa em valorizar Em seguida, em outro Conselho de Patrulha,
a opinião e os desejos de todos os envolvidos, no caso os preferencialmente realizado durante a semana, as
jovens e suas patrulhas. A equipe de Escotistas e os jovens patrulhas analisam as conclusões da Corte de Honra,
organizam tudo o que acontece na vida do grupo, como principalmente qual a ênfase e que atividades para a Tropa
as atividades de patrulha e da Tropa, as atividades fixas foram pré-selecionadas. As patrulhas podem fazer outras
e variáveis... E, como acontece com toda ferramenta, sua sugestões ou alterações nas idéias apresentadas. Nesta
habilidade em aplicá-la irá melhorando à medida que mesma reunião a Patrulha também define as atividades
utiliza. próprias que vai realizar no próximo ciclo.
Através de fases sucessivas do ciclo de programa se De acordo com o sistema previamente planejado,
prepara, desenvolve e avalia um conjunto de atividades, as ideias serão preparadas em uma proposta final de
ao mesmo tempo em que se analisa a forma em que se atividades variáveis, que será levada ao Jogo Democrático
aplica o Método Escoteiro e se observa e reconhece o para a escolha final pela Tropa.
crescimento pessoal dos jovens. A Assembléia de Tropa é então convocada para,
As fases do ciclo descrevem uma sequência lógica através de um Jogo Democrático, escolher quais, dentre
que facilitará o desenvolvimento de uma atividade as atividades variáveis sugeridas devem ser realizadas. No
permitindo atender opiniões e gostos dos jovens, Jogo Democrático, de maneira divertida e participativa,
atendendo a proposta educativa do Movimento Escoteiro. serão escolhidas atividades variáveis para o próximo Ciclo
No ramo Escoteiro o ciclo de programa tem as seguintes de Programa. O jogo democrático pode ser temático,
fases; simulando uma campanha política, uma feira, um tribunal
de juri, entre outros.
1. Conclusão da avaliação pessoal, diagnóstico da Feito o jogo e a escolha, os outros procedimentos
Tropa e pré-seleção de atividades; são administrativos, e acontecerão na reunião da Corte
2. Proposta e seleção de atividades; de Honra, quando, considerando as atividades variáveis
3. Organização, planejamento e preparação de da Tropa e as atividades fixas, mais aquilo que está
atividades; no calendário anual do Grupo Escoteiro, e também as
4. Desenvolvimento e avaliação de atividades e atividades de patrulha, será montado o calendário do
acompanhamento da progressão pessoal. próximo ciclo.
Finalmente, o Calendário será aprovado na
PRÁTICA DO CICLO DE PROGRAMA NO RAMO ESCOTEIRO Assembléia de Tropa e passa a ser executado.

Uma das características do ciclo de programa no


Ramo Escoteiro é que os jovens começam a aumentar
gradativamente a intensidade de sua participação nas Para saber mais sobre as características do
escolhas, através dos conselhos de Patrulhas, Corte de Ciclo de Programa, específicas em cada ramo,
Honra e Assembléia de Tropa. consulte:
Quando estiver chegando ao final de um Ciclo de
Programa oriente para que as Patrulhas façam reunião Manual do Escotista – Ramo Escoteiro
do Conselho de Patrulha, com o propósito de realizar um Escotistas em Ação – Ramo Escoteiro
diagnóstico de patrulha e da tropa e formular ideias de
atividades.
Logo após os Conselhos de Patrulha deve ser
marcada uma reunião da Corte de Honra, especialmente

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 155


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO SÊNIOR

CICLO DE PROGRAMA

Duração 90 minutos

Compreender a importância do Ciclo de Programa como ferramenta de planejamento


Objetivos Gerais
participativo, bem como adquirir conhecimentos sobre seu funcionamento.

• Reconhecer o Ciclo de Programa como ferramenta educativa, que valoriza a opinião dos
adolescentes e enseja a sua participação no processo de planejamento das atividades
Objetivos Específicos da tropa;
• Conhecer as fases de um Ciclo de Programa;
• Planejar um Ciclo de Programa.

• Conceito, duração e fases do Ciclo de Programa


Conteúdo • Jogos democráticos: conceito e vivência
• Organização (calendário), acompanhamento e avaliação de um Ciclo de Programa

• 4 Calendários;
Material
• 4 Diagnósticos fictícios;

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

30 Conhecendo os passos de um ciclo de programa PL

30 Elaborando um Ciclo de Programa TG

15 Assembleia de Tropa TG

15 Elaboração do calendário TG

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Conhecendo os passos de um ciclo de programa (30 minutos)


Com apoio de equipamento audiovisual, o formador deverá abordar o conteúdo, dando destaque nos seguintes
aspectos:

- A importância do ciclo de programa como instrumento educativo e ferramenta de planejamento participativo.


- As vantagens do ciclo de programa.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 157


- Fases do ciclo de programa (Conclusão da Avaliação Pessoal, diagnóstico da tropa e pré-seleção de atividades;
Proposta e Seleção de Atividades ; organização , projeto e preparação de atividades ; desenvolvimento e avaliação
de atividades e acompanhamento da progressão pessoal).

Elaborando um ciclo de programa (30 minutos)


O formador deverá separar os cursantes em patrulhas (idealmente 4). Cada patrulha receberá um papel contendo
alguns diagnósticos fictícios (Três ou quatro indicadores são suficientes). Com base neste diagnóstico, as equipes
deverão elaborar uma ênfase educativa e pré-selecionar cinco atividades para atendê-las.

Assembleia de Tropa (15 minutos)


Nesse momento, iremos simular uma assembleia de tropa para selecionar 2 atividades que a Corte de Honra trouxe.
Nesse caso, faz um sorteio dentre as 4 equipes. Iremos utilizar o diagnóstico, a ênfase educativa e as atividades
pré-selecionadas pela mesma, como se fosse da tropa. Inicia-se um debate onde todos poderão apresentar suas
atividades, defender as que preferem, etc. O importante é dar a chance para todos falarem e defenderem a atividade
que quiser, tentar convencer os demais companheiros sem desrespeitar a opinião dos demais. Ao final, caso não se
tenha chegado a um consenso, o presidente da Corte de Honra propõe uma votação.

O formador se encarregará de fazer o papel do chefe de seção, orientando quando for solicitado e observando os
participantes para tecer suas considerações depois.

Elaboração do calendário (15 minutos)


De posse dos modelos de calendário, as equipes deverão inserir as atividades selecionadas na atividade anterior,
seguindo as orientações do formador.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista – Ramo Sênior


POR

Última atualização: 26/03/2014

158 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO SÊNIOR

CICLO DE PROGRAMA

É uma ferramenta de planejamento participativo, A fase 4 ocupa a maior parte do tempo disponível em
pois se preocupa em valorizar a opinião e os desejos dos um ciclo e as fases 1, 2 e 3 não implicam uma interrupção
jovens e suas patrulhas, no caso os beneficiários deste nas atividades para que a Tropa se dedique exclusivamente
Programa, sem deixar de considerar os Escotistas da seção. “a planejar”. Elas não se desenvolvem como atividades
O diagnóstico do estado atual da Tropa, as mudanças específicas, mas junto às outras atividades que já estejam
previstas para o futuro, a execução de um programa acontecendo na Tropa.
de atividades e a avaliação dos resultados alcançados A duração de um ciclo de programa é variável,
completam o Ciclo, todo ele realizado com participação podendo chegar a 4 ou 6 meses. Durante um ano se
pró-ativa dos seniores e guias. desenvolvem dois ou três ciclos de programa, não
A equipe de Escotistas e os jovens organizam tudo necessitando ter sempre a mesma duração. É a Corte
o que acontece na vida da Tropa, como as suas atividades de Honra que determina a duração de cada ciclo, de
e projetos, sejam de patrulha e ou da Tropa. E, como acordo com sua experiência, com a realidade da Tropa,
acontece com toda ferramenta, sua habilidade em aplicá- com o calendário de atividades fixas e com o tipo de
la irá melhorando à medida que é utilizada. atividades e projetos selecionados pelos jovens, sendo
Um ciclo de programa tem 4 fases sucessivas: este último fator o que mais influencia a duração de
um ciclo. É importante lembrar que a duração pode ser
FASE 1. Conclusão da avaliação pessoal, Diagnóstico alterada durante o decorrer do mesmo . Essa flexibilidade
de Tropa, ênfase do ciclo e pré-seleção de atividades possibilita ajustar a programação a circunstâncias
imprevistas e a necessidades que possam surgir.
FASE 2. Proposta e seleção de atividades e projetos As fases do ciclo descrevem uma sequência lógica
que facilitará o desenvolvimento de uma atividade
FASE 3. Organização e preparação de atividades e permitindo atender opiniões e gostos dos jovens,
projetos atendendo a proposta educativa do Movimento Escoteiro.

FASE 4. Desenvolvimento e avaliação de atividades


e projetos além do acompanhamento da progressão
pessoal dos jovens

RESUMO DO DESENVOLVIMENTO DE UM CICLO DE PROGRAMA

TEMPO ATIVIDADES

Conselhos de Patrulha:

• Fazem um diagnóstico da patrulha e da Tropa.


• Fazem sugestões para atividades de patrulha e atividades e projetos para a Tropa.

Corte de Honra:

1a semana • Elabora o diagnóstico da Tropa.


• Define a ênfase para o Ciclo de Programa.
• Pré-seleciona as atividades e projetos da Tropa para o próximo Ciclo de Programa para
apreciação da Assembleia de Tropa.
• Monta o calendário para o próximo ciclo, reservando as datas disponíveis para as atividades que
serão decididas na Assembleia de Tropa.
• Apresenta a ênfase, o calendário e as atividades pré-selecionadas à Assembleia de Tropa.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 159


Assembleia de tropa:

• Decide as atividades e projetos que serão realizados pela Tropa durante o Ciclo de Programa.
2 semana
a • Aprova o Calendário para o próximo Ciclo de Programa.

Corte de Honra:

• Organiza a divisão de tarefas para a implementação do Calendário da Tropa.

Desenvolvimento e avaliação de atividades e projetos

• Desenvolvimento de atividades e projetos


• Aquisição de competências
• Avaliação de atividades e projetos
• Avaliação da progressão pessoal

DIAGNÓSTICO E ÊNFASE EDUCATIVA

Para fazer um bom diagnóstico da seção, são analisadas as atividades realizadas, a aplicação do Método Escoteiro,
o relacionamento entre os jovens, o controle do desenvolvimento pessoal dos jovens em todas as áreas, a conquista das
etapas, insígnias e especialidades, a frequência, o entusiasmo e a qualidade da vida de grupo da seção.
O que chamamos de ênfase é a questão principal apontada pelo diagnóstico e que deve receber tratamento
prioritário no ciclo. Vejam os três exemplos abaixo:

DIAGNÓSTICO ÊNFASE

Os jovens estão satisfeitos com as atividades da Tropa.


Manter a atratividade e incrementar a variedade de
Há equilíbrio entre atividades fixas e variáveis e todas as
atividades.
áreas de desenvolvimento são atendidas.

Fortalecer o espírito de patrulha, suas tradições, seus


encargos, incrementar o torneio interpatrulhas e
A vida das patrulhas é pouco intensa, há falta de
melhorar a formação dos Monitores e Submonitores.
comprometimento e interesse dos seniores e guias.
Ampliar a participação dos jovens nas decisões da
Tropa.

Estimular a criação de Equipes de Interesse voltadas


Há falta de interesse pela conquista de especialidades. para o tema de Especialidades que despertem maior
interesse dos jovens.

Definida a ênfase educativa, se inicia a pré-seleção das atividades variáveis que serão propostas para que sejam
realizadas no Ciclo de Programa. Todas as atividades sugeridas pelos Conselhos de Patrulhas são encaminhadas para a
Corte de Honra que pré-selecionará aquelas que guardem coerência com a ênfase e irão contribuir para a conquista de
competências em todas as áreas de desenvolvimento.

160 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


SELEÇÃO DE ATIVIDADES AVALIAÇÃO

Todas as propostas oriundas da pré-seleção de Esta fase encerra o ciclo de programa, onde se
atividades citada acima, são submetidas finalmente a comparam os objetivos da atividade com os resultados
decisão da seção durante uma assembleia de tropa, alcançados. Esta avaliação se realiza da mesma forma que
que selecionará as atividades que serão desenvolvidas a elaboração do ciclo de programa.
durante o Ciclo de Programa, através de votação de
todos os jovens. Ao final, algumas atividades não serão AS VANTAGENS DO CICLO DE PROGRAMA
selecionadas, seja por falta de interesse da maioria, tempo,
etc. Nesse momento aparece uma boa oportunidade Utilizar o Ciclo de Programa dá aos jovens à
para se incentivar a formação de equipes de interesse oportunidade de:
e atividades de patrulha. Leia mais sobre equipes de
interesse na página 198 do Manual do Escotista do ramo • Aprender a ter uma opinião, a expressá-la e a tomar
Sênior. decisões que sejam aderentes com essa opinião;

ORGANIZAÇÃO • Exercitar mecanismos de participação que lhes ensine a


respeitar e valorizar a opinião alheia;
Este é o momento em que são determinadas de
maneira concreta o que os jovens irão realizar, seja em • Aprender a elaborar um projeto, apresentá-lo e a
equipe ou a seção, conforme a necessidade. O calendário é defendê-lo;
elaborado e os objetivos das atividades são estabelecidos.
Definidos os objetivos, são ajustados os demais • Adquirir a capacidade de organização e desenvolver
elementos do planejamento, tais como: compartilhar as habilidades de negociação.
responsabilidades, levantamento de recursos, duração de
cada atividade, etc. As distintas fases de um ciclo de programa articulam
distintos momentos e instâncias que permitem aos jovens
DESENVOLVIMENTO participar e exercitar a vida democrática.

Nesta fase cada um assume seu papel; os jovens


desenvolvem a atividade e os escotistas desempenham Para saber mais sobre as características do
um papel educativo de observação, apoio e orientação. Ciclo de Programa, consulte o capítulo 8 do Manual
do Escotista – Ramo Sênior

ANOTAÇÕES

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 161


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO PIONEIRO

CICLO DE PROGRAMA

Duração 90 minutos

Compreender a importância do Ciclo de Programa como ferramenta de planejamento


Objetivos Gerais
participativo, bem como adquirir conhecimentos sobre seu funcionamento.

• Reconhecer o ciclo de programa como ferramenta educativa, que valoriza a opinião e


Objetivos Específicos desejo dos jovens.
• Identificar as fases de um ciclo de programa.

• As fases do ciclo de programa no Ramo Pioneiro.


Conteúdo
• Elaboração de um calendário do ciclo de programa.

• Data show
• 4 Calendários;
Material • 4 Diagnósticos fictícios;
• Cartolinas ou papel para fazer cartaz
• Pincel atômico.

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

30 Conhecendo os passos de um ciclo de programa PL

40 Elaborando um Ciclo de Programa TG

20 Apresentação dos Calendários DD

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Conhecendo os passos de um ciclo de programa (30 minutos)


Com apoio de equipamento audiovisual, o formador deverá abordar o conteúdo, dando destaque nos seguintes
aspectos:

- A importância do ciclo de programa como instrumento educativo e ferramenta de planejamento participativo.


- As vantagens do ciclo de programa.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 163


- Fases do ciclo de programa no Ramo Pioneiro

Elaborando um ciclo de programa (40 minutos)


O formador deverá separar os cursantes em equipes com base em alguns planos fictícios de jovens de um clã para
aquisição de competências e suas atividades e projetos pessoais, são decididas iniciativas e atividades que serão
realizadas pelo Clã, além de elaborado um diagnóstico do mesmo.

Depois é elaborado o calendário.

Apresentação do calendário montado (20 minutos)


Cada equipe apresenta o seu calendário e o formador e os outros cursantes fazem as observações necessárias.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista – Ramo Pioneiro

Última atualização: 27/03/2014

164 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO PIONEIRO

CICLO DE PROGRAMA

O ciclo de programa é um processo pelo qual o 1. PRIMEIRA FASE: AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL E DE-
Clã prepara, desenvolve e avalia atividades e projetos, CISÕES SOBRE ATIVIDADES E PROJETOS
ao mesmo tempo em que observa, avalia e reconhece
o crescimento pessoal dos jovens. É um instrumento de • Cada pioneiro faz sua auto-avaliação e determina
planejamento participativo que, nas fases sucessivas, quais as competências que deseja desenvolver no ciclo
articula o programa e permite organizar o apoio aos que irá se iniciar. É uma tarefa individual que pode ser
jovens para que estes conquistem competências por compartilhada com o Clã, com o escotista encarregado
intermédio da realização de atividades e projetos, do seu acompanhamento e com as pessoas que achar
construindo a partir dai seu Plano de Desenvolvimento interessante.
Pessoal. Por participativo, entende-se uma sistemática
que se preocupa em valorizar a opinião e os desejos de • De acordo com as competências que deseja conquistar, o
todos os envolvidos, no caso os jovens. Eles exercitam pioneiro lista as atividades individuais que espera realizar
mecanismos de participação que consideram a sua e atividades e projetos que gostaria que a equipe ou o Clã
opinião e que também lhes ensinam a respeitar e colocasse em prática.
valorizar a opinião alheia. Desenvolvem capacidades de
organização, negociação e execução. • No Conselho de Clã os jovens compartilham suas
reflexões pessoais e relatam suas sugestões de atividades
FASES DO CICLO DE PROGRAMA e projetos para o Ciclo de Programa que se inicia.

São três fases sucessivas e estão articuladas umas • Irão surgindo iniciativas a serem realizadas pelo Clã que
com as outras, de maneira que cada uma é sequência da podem complementar, integrar ou modificar os projetos
anterior e se prolonga na seguinte. Da mesma forma um individuais. Como parte do mesmo processo, é provável
ciclo termina com o início do outro. que apareçam iniciativas mais ambiciosas para serem
implementadas por todo o Clã.

• Feitas as negociações, esta etapa se encerra com o


acordo sobre as atividades e projetos do Clã que serão
apresentados à COMAD.
1- Avaliação
da Progressão • É possível que, durante as reflexões e discussões, surjam
Pessoal e decisões elementos para fazer um diagnóstico do funcionamento
sobre atividades e do Clã. Se os jovens acharem conveniente, também
projetos podem incluir estes dados em sua apresentação à COMAD
do Clã.

• De posse de todas as sugestões e do conteúdo do


diagnóstico do Clã, a COMAD elabora uma proposta de
3- atividades e projetos que submeterá à consideração do
2- Definição e
Desenvolvimento Conselho de Clã.
preparação de
e avaliação das
atividades e
atividades e • A primeira fase encerra-se com a decisão do Conselho de
projetos
projetos Clã sobre a proposta de atividades, projetos e ênfase para
aquele Ciclo.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 165


2. SEGUNDA FASE: DEFINIÇÃO E PREPARAÇÃO DE ATIVIDADES E as atividades individuais, as de equipe e os projetos
PROJETOS comuns, através do acompanhamento semanal do
desenvolvimento do programa previsto no calendário.
• A COMAD do Clã organiza as atividades e projetos
(programação) num calendário que determinará a • Avaliam-se as atividades e projetos segundo o nível de
duração do ciclo. cumprimento dos objetivos previamente determinados.

• Uma vez aprovado o calendário pelo Conselho de Clã, DURAÇÃO DO CICLO DE PROGRAMA
a COMAD incentiva a formação de Equipes de Interesse
que sejam necessárias para a realização de atividades e No Ramo Pioneiro, o ciclo de programa tem uma
projetos de longa duração no ciclo que se inicia. duração aproximada de 6 meses, de forma que, em um
ano, pode-se realizar 2 ciclos. No entanto é o Conselho De
• Identifica e convida especialistas que serão necessários, Clã que determina a duração de cada ciclo, de acordo com
recorrendo à rede de contato do Clã. sua experiência, a realidade do Clã e o tipo de atividades e
projetos escolhidos.
• Identifica os conhecimentos e habilidades que serão
necessárias adquirir pelos jovens e oferece-os a quem CARACTERÍSTICAS DO CICLO DE PROGRAMA DO RAMO
manifeste interesse em obtê-los, a menos que já coincidam PIONEIRO
com as escolhidas pelos jovens. Isto pode determinar
novos ajustes nos Projetos Pessoais. Produto da gestão coletiva do Clã, o ciclo de
programa do Ramo Pioneiro tem diferenças comparando
• Definem-se atividades e projetos, seus componentes e a com os demais Ramos. As principais diferenças são as
interação existente entre eles. A definição de atividades ou seguintes:
projetos comuns do Clã é realizada pela COMAD ou pela
respectiva Equipe de Interesse, com o apoio dos Pioneiros • É menos estruturado que nos Ramos anteriores e deixa
que participam na atividade ou no projeto. muitos procedimentos para a decisão do Conselho de Clã.

• Definida a atividade, ela é preparada para ser realizada • Tem apenas três fases, enquanto que no Ramo Lobinho
em data determinada no calendário de programação do tem cinco e nos Ramos Escoteiro e Sênior tem quatro. Ao
Clã. mesmo tempo, em cada fase apresenta menos “passos”.

3. TERCEIRA FASE: DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DAS ATIVI- • Substitui os meios lúdicos como os “jogos democráticos”
DADES E PROJETOS por maiores reflexões e análises, o que obedece ao tipo de
pensamento dos jovens nesta idade.
• Desenvolvem-se ao mesmo tempo atividades e projetos
individuais, das Equipes de Interesse e do Clã. • Como parte do processo de individualização, coloca-se
ênfase na avaliação pessoal dos jovens, iniciando a partir
• Cada pioneiro realiza as atividades e projetos individuais deles e não do diagnóstico do Clã, mesmo sabendo que
com apoio de sua Equipe, dos especialistas, e a assessoria há espaço para o diagnóstico.
dos escotistas.
• Os escotistas não pré-selecionam atividades, mas
• As Equipes de Interesse realizam as atividades com sugerem ideias, tanto em momentos informais como no
autonomia, sob a direção do respectivo responsável com Conselho de Clã, ao formalizar a proposta e ao organizar
o apoio dos escotistas e a coordenação e supervisão da o calendário.
COMAD do Clã.
• A ênfase é um resultado da Avaliação da Progressão
• Todas as iniciativas, tanto as individuais quanto as Pessoal e das atividades e projetos que se desenvolvem
coletivas, ocorrem paralelamente e entrelaçadas em apoio aos objetivos dos jovens.
constituindo harmonicamente a programação daquele
ciclo. É de responsabilidade da COMAD o ajuste entre

166 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


• Dada a envergadura dos projetos, as tarefas de definição
são realizadas no começo do ciclo, e assim se conhecem,
desde o princípio, os requisitos de sua preparação.

ANOTAÇÕES

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 167


UNIDADE DIDÁTICA | CURSO BÁSICO - ESCOTISTA

PLANEJANDO ATIVIDADES AO AR LIVRE

Duração 90 minutos

Objetivos Gerais Instrumentalizar o adulto voluntário a planejar uma atividade ao ar livre.

• Reconhecer o que é e as diferenças entre excursões, jornadas, bivaques,


Objetivos Específicos acantonamentos e acampamentos;
• Aprender a planejar um plano de segurança e de emergência.

• Conceito de excursões, jornadas, bivaques, acampamento e acantonamento;


Conteúdo
• Plano de segurança.

• Papel para cartaz;


Material • Pincel atômico;
• Fita crepe.

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

Conceito: atividades de patrulhas, excursões, jornadas,


15 PL
bivaques, acampamento e acantonamento

15 Plano de segurança e de emergência PL

40 Elaborar o Planejamento de uma atividade ao Ar Livre TG

20 Fechamento DD

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Palestra (30 minutos)


O que é e quais as diferenças entre: excursões, jornadas, bivaques, acampamento e acantonamento. O formador
deverá falar também sobre Plano de Segurança e Emergência.

Trabalho em grupo (45 minutos)


O grupo será dividido em quatro subgrupos. Cada um dos subgrupos ficará responsável em elaborar um planejamento
de: excursão, jornada, bivaque, acampamento, contendo: local, material, plano de segurança, documentação
necessária, ideia de programação e tipo de alimentação. Cada subgrupo deverá apresentar o seu planejamento para
o grande grupo.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 169


Fechamento (20 minutos)
O formador deverá observar os planejamentos elaborados pelos subgrupos e pontuar os pontos que necessitam
mais atenção ou que deixaram de ser contemplado nos planejamento e que merecem atenção.

Reforçar a necessidade de se ter um planejamento bem elaborado para evitar futuros transtornos no desenvolvimento
da atividade.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Padrões de atividades escoteiras

Última atualização: 04/12/2013

170 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


PLANEJANDO ATIVIDADES AO AR LIVRE

EXCURSÕES, JORNADAS, BIVAQUES, ACAMPAMENTOS E


Descanso
ACANTONAMENTO
Jogo: O Mensageiro
EXCURSÕES
11:45 Chegada a Pedra Bonita

Atividade de passeio que pode ter por objetivo a Avisos


recreação, confraternização, formação técnica, pesquisa,
Almoço
informação, visita, cultura, etc, fora do local de residência.
Pode ser de um ou vários dias. O deslocamento Atividade Técnica:
pode ser por meio de caminhada, bicicleta, ônibus,
barco ou qualquer combinação destes e outros meios de Bússola
transporte. Vista panorâmica
Orientação relógio
A PROGRAMAÇÃO DE UMA EXCURSÃO Orientação pelo sol

Características Grande jogo de tocaia:


Ver sem ser visto
Normalmente se inicia de manhã e termina
ao entardecer (EXCURSÃO) ou termina no outro dia Canção: Excursionando
(PERNOITE). O percurso a pé a ser desenvolvido deve ser
15:00 Descida
de acordo com o nível de desenvolvimento dos jovens e o
Ramo ao qual eles pertencem. 15:30 Retorno
Deve ter um planejamento prévio pela Chefia,
Chegada prevista na
podendo nas tropas ter a participação da Corte de 17:00
sede
Honra em determinadas ocasiões, dando sugestões
de locais assim como podendo sugerir as atividades as
desenvolvidas Como podemos observar excursão deve ser
Exemplo de Programação de uma Excursão: programada de forma diferente de uma reunião rotineira
de sede, numa sequência de jogos e atividades, sem que
haja a rigidez dos horários pré-determinados.

LOCAL: Pedra Bonita JORNADAS


Hora Atividade Responsável
Uma jornada também é tipo excursão, uma
07:00 Encontro na sede expedição em área não urbana, usualmente feito a pé, mas
07:15 Saída que também pode ser feita por meio de locomoção não
motorizado. A palavra “jornada” é definida como atividade
Chegada ao Alto da Boa de um dia, e no Movimento Escoteiro ela normalmente
08:45
Vista está ligada à aplicação de conhecimentos técnicos.
Início da caminhada
BIVAQUES
Jogo: A missão secreta

Início da caminhada É uma atividade que se desenvolve durante um


09:30 dia inteiro, ou seja, não envolve pernoite. Este tipo de
para Pedra Bonita
atividade se realiza em virtude de alguma necessidade
Chegada à nascente da Seção, que exija um tempo maior que as reuniões

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 171


de Seção, como por exemplo, treinamento técnico, Deve-se partir para um acampamento somente após
recreação, confraternização, etc. Existe outra definição de ter certeza de se estar empreendendo uma atividade de
Bivaque, que se refere a uma atividade em que o pernoite bom nível, segura e com os recursos humanos e materiais
é realizado em abrigo construído, e não em barracas. necessários.
Como geralmente são atividades de um dia, é
comum os participantes levam sua alimentação pronta de Objetivos do acampamento
casa.
Os objetivos dos acampamentos são
ACAMPAMENTOS determinados a partir das necessidades individuais
dos jovens que compõe a Seção. O desejo dos jovens
Uma das atividades mais interessantes que se realiza! em relação ao “que fazer” e “onde fazer” é debatido no
Sair da sede e entrar em contato com a natureza durante Sistema de Participação, procurando buscar sempre as
alguns dias é uma experiência que realmente motiva. No informações geradas no início do ciclo de programa.
acampamento colocam-se em prática todas as técnicas Atividades de um acampamento
escoteiras, mateiras e de segurança, ou seja, tudo aquilo
que se pratica na sede. Atividades de rotina:

• Acampamento de final de semana: é o acampamento ou • Inspeção, bandeira, oração, avisos, procedimentos


excursão de dois dias de duração, geralmente ocorrendo de chegada e saída do acampamento, montagem e
no mínimo um a cada ciclo de programa. desmontagem das instalações, higiene, alimentação,
repouso, instruções sobre o uso do local e procedimentos
• Acampamentos de média duração: é a atividade onde de segurança;
aproveitando um final de semana prolongado, ou as férias
escolares de meio do ano, devendo durar de 3 a 5 dias. • Atividades específicas: Contato com a natureza,
especialmente em locais desconhecidos ou de rara beleza;
• Acampamentos volantes: neste tipo de acampamento,
a Tropa Escoteira ou Sênior sai em excursão ou jornada, • Prática das habilidades treinadas nas reuniões de sede e
porém, em pontos pré-determinados, para armar as reuniões especiais;
barracas e a cozinha do acampamento. Para isso deverão
ter ciência de que todo material da atividade deverá estar • Oportunidades para a conquista das competências,
condicionado nas mochilas. Insígnias de Interesse Especial e especialidades;

• Acampamentos de longa duração: é uma atividade • Prática de atividades de campismo (barraca, cozinha,
desenvolvida durante mais de uma semana, geralmente etc.);
ocorridas durante as férias de verão. É preciso considerar •
que este acampamento deve ter toda a estrutura de um Realização de jogos de duração maior que os realizados
acampamento de média duração. Durante o desenrolar na sede;
destes acampamentos, cada Seção deve realizar, pelo
menos uma vez, uma excursão para fora do local em que • Realização de atividades e jogos noturnos.
a Seção está acampada. Não se trata de um passeio, e por
isso, deve ter uma fonte de conteúdo de exploração da Treinamento para acampamentos
natureza e observação do meio ambiente, conhecimento
da região e de seus habitantes e, evidentemente, uma As reuniões de sede que precedem os
dose equilibrada de esforço físico. acampamentos devem criar oportunidades para os
escoteiros receberem as instruções sobre as técnicas
As atividades de campo exigem cuidados especiais de acampamento e técnicas específicas que serão
com a segurança e os participantes são onerados com empregadas na programação. Se um dos objetivos do
custos de transporte e alimentação. Estes fatores exigem acampamento é utilizar bússola, o treinamento sobre o
objetivos bem definidos, planejamento e execuções assunto deve ser feito em reuniões, desta forma temos
eficazes. mais garantias de que os jovens irão aproveitar a atividade.

172 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


Autorizações para realizar acampamentos • Local onde a atividade será realizada;
• Data, hora e local da saída e chegada;
Os responsáveis devem autorizar o grupo escoteiro a • Meio de transporte a ser utilizado;
levar o(a) menor de idade ao acampamento. • Valor da taxa;
O escotista é o responsável pela atividade, e deve • Croqui de acesso para emergências;
verificar a programação e os cuidados com a segurança. • Adultos responsáveis pela atividade;
Somente após criteriosa verificação, a solicitação de • Esquemas de segurança;
autorização deve ser encaminhada à diretoria do grupo • Esquemas de emergência;
escoteiro. • Programação.

Pais Logística para realizar acampamentos

As Seções devem enviar, com antecedência de 15 • Os escotistas da Seção devem visitar o local onde será
dias, uma circular aos pais ou responsáveis contendo: realizado o acampamento, visando avaliar se a área é
apropriada para os objetivos pretendidos e se oferece
• Informações sobre as principais características da segurança, e ainda se o proprietário / responsável pelo
atividade: local concorda que a atividade seja realizada e quais as
restrições ou limitações que devem ser obedecidas.
a) Local onde a atividade será realizada;
b) Data, hora e local da saída e chegada; • O ideal é que a autorização para o uso do local seja
c) Meio de transporte a ser utilizado; feita por escrito para evitar imprevistos na hora da
d)Valor da taxa; atividade. Esta autorização pode ser dispensada quando
e) Croqui de acesso para emergências; o proprietário reside no local.
f ) Adultos responsáveis pela atividade.
• Determinar qual o transporte mais adequado (ônibus de
• Autorização dos pais ou responsáveis contendo: linha, ônibus alugado ou o carro dos pais).

a) A identificação da atividade (local, data e hora da • Verificar se os materiais de campo estão em boas
partida e chegada); condições de uso.
b) A Seção que vai realizar a atividade;
c) O nome do jovem; • Verificar se o cardápio foi corretamente dimensionado.
d) Informações sobre o estado de saúde do jovem
(limitações físicas ou medicamento que está ACANTONAMENTOS
utilizando);
e) Telefone/endereço da família para contato de A principal diferença entre o acantonamento e o
emergência. acampamento é que no acampamento dorme-se em
barracas. Enquanto no acantonamento dorme-se em área
A autorização deve ser devolvida assinada pelos pais coberta, tais como em galpões, ginásios, casas, etc., sendo
ou responsáveis para a Seção com antecedência de sete que as demais atividades podem ocorrer normalmente
dias. como em um acampamento, conforme programação
planejada.
Grupo escoteiro
Objetivos
A Seção deve solicitar autorização para a diretoria
do grupo com pelo menos 15 dias de antecedência. A Os acantonamentos dão oportunidade para que
solicitação deve conter as seguintes informações: os jovens pensem, façam e aprendam coisas por eles
mesmos a exemplo dos acampamentos. É o lugar ideal
• A Seção que vai realizar a atividade; para que o jovem ponha em prática o conceito de
• A quantidade de jovens que vão participar da “descobrir aprendendo”.
atividade;

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 173


A sociabilidade é altamente exercitada, pois em > DOIS MESES ANTES
um acantonamento eles aprendem a conviver em
comunidade, repartir e respeitar, além de travarem mais • Providenciar o local que tenha acomodações para
profundamente a amizade que deve haver entre os acampamento, acantonamento ou bivaque, de
membros da seção. preferência em locais perto da natureza.

A participação dos jovens no planejamento e execução • Obtenha informações e decida sobre o melhor meio de
das atividades locomoção para chegar ao local, se for locar um ônibus,
você já deve providenciá-lo. Mantenha consigo os dados
O sucesso da programação da Seção é consequência sobre os meios de transporte coletivos, mesmo que venha
da aplicação correta do Sistema de Patrulhas, envolvendo a utilizar transporte próprio, pois imprevistos podem
jovens e Chefes num trabalho integrado e progressivo acontecer.
desde a Alcateia até o Clã.
No processo educacional escoteiro, os jovens são > UM MÊS ANTES
incentivados a participar do planejamento e da execução
das atividades. A participação é progressiva, compatível • Trace a programação com os escotistas do Ramo e a Corte
com a idade e experiência dos jovens. de Honra, levando em consideração o local (importante
Os jovens da Tropa Escoteira são incentivados a elaborar uma programação alternativa para casos de mau
contribuir com o planejamento e execução das atividades, tempo).
sugerem atividades através de jogo democrático,
escolhem métodos a serem empregados, executam • Visite o local e certifique-se que a programação proposta
grande parte e avaliam. é adequada ao local.
É responsabilidade do Chefe treinar os jovens para
aplicar o Sistema de Patrulha. Este treinamento deve levar • Localize o pronto socorro, posto policial, mercado e
em consideração as características da Seção e o grau de farmácia mais próximos e anote o seu endereço.
maturidade dos jovens.
Em Seções recém-criadas, ou com jovens no início > 20 DIAS ANTES
de seu treinamento, a Chefia necessita exercer um papel
maior, suprindo a falta de experiência dos jovens. À • Faça a reunião com os pais, apresentando o programa,
medida que os jovens adquirirem experiência, a Chefia os objetivos educacionais que se deseja alcançar com
deve delegar ao jovem de acordo com as suas condições os jovens e a localização. Monte a equipe de apoio para
de realizar com sucesso (dentro de padrões de segurança cozinha, atividades e transporte.
e segundo os Princípios do Movimento Escoteiro).
• É uma boa medida designar um pai, que tenha telefone
Resumo do planejamento e não irá sair nos dias da atividade, para ser o nosso
“contato”, isto será útil no caso de haver algum imprevisto,
Sem dúvida a atividade mais esperada pelos jovens como um atraso na volta, por exemplo.
é baseada em viver uma grande aventura como dormir
fora de casa, viajar, conhecer novos lugares, conviver o > 15 DIAS ANTES
“dia a dia” com seus companheiros. Aos escotistas da
Seção requer uma sobrecarga, mas é recompensado pelos • Providencie a autorização dos pais e grupo.
objetivos alcançados. Um acampamento, acantonamento
ou bivaque bem sucedido, além de alegrar aos jovens, • Envie um ofício ao pronto socorro e ao posto policial
fortalece a união da Tropa, oferece grande oportunidade informando da atividade que será desenvolvida e garanta
para aplicação do Método Escoteiro e motiva a participação que os responsáveis efetuem a compra dos materiais para
dos pais. É fundamental que seja bem planejado. as atividades e alimentos não perecíveis.
Descrevemos a seguir passos deste planejamento:
• Reveja a programação com os assistentes.

174 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


> 7 DIAS ANTES • Aplique ao máximo o programa desenvolvido em sede,
aproveite a oportunidade para tirar especialidades e
• Visite o local para verificar se não há qualquer incentivar o desenvolvimento individual dos jovens.
anormalidade.
• Tire o maior proveito do local, elabore atividades que
• Verifique transporte, participação de equipe de apoio, desfrutem os seus recursos. Se o local tiver piscina, você
chefia e cardápio. poderá propor uma reunião aquática; se tiver um lago ou
rio elabore uma pescaria, uma corrida de barcos feitos
> 3 DIAS ANTES pelos próprios escoteiros ou modelagens com o barro
das margens; Proponha um reconhecimento da natureza;
Última checagem da programação e equipe de apoio. organize passeios noturnos para ver as estrelas; realize um
jogo noturno, etc.
• Avise aos Chefes e membros da equipe de apoio para
entrarem imediatamente em contato caso surja um • A atividade deverá ser prevista até a hora de dormir,
impedimento na sua participação, afim de que possam quando o silêncio deverá ser respeitado.
ser feitas substituições.
ATIVIDADES DE PATRULHAS
> NO DIA
As Patrulhas podem realizar atividades ao Ar Livre ,
• Recolha as autorizações e coloque os materiais no quando a presença de um líder adulto não é necessária
transporte. e a liderança adulta deve estar limitada ao treinamento e
orientação do monitor. Com o treinamento apropriado,
> DURANTE orientação e aprovação do Chefe da Tropa, a patrulha
realiza atividades sozinha, em ambiente seguro e local
• Cuide do desenvolvimento harmônico da programação. previamente visitado pelos adultos e isento de riscos.
Nesse caso, a autorização da atividade deve constar,
• Exija a presença de todos os escoteiros em todas as expressamente, que o evento não contará com a presença
atividades. Supervisione e exija o cuidado de cada jovem direta de adultos.
em relação à higiene, segurança, alimentação e cuidados É essencial que a patrulha tenha um telefone
com seus pertences. Zele constantemente pela segurança celular ou rádio, que só será usado nesta situação de
da Tropa, suspendendo imediatamente a atividade caso emergência e não para comunicação com outras pessoas
algo a ameace (usando a programação alternativa). não envolvidas na atividade.( Esse é um compromisso
assumido pelos jovens.)
> DEPOIS É preciso saber de antemão em caso de necessidade
quais recursos podemos utilizar: Hospital, posto de saúde
• Fazer a avaliação com os participantes, assistentes e mais próximo, Clinica, se há emergência, pronto socorro,
equipe de apoio. É importante realizar esta avaliação horários e dias de atendimento, telefones e localização
separadamente com cada grupo. Enviar relatório a precisa e o percurso mais fácil e rápido entre o local da
diretoria. Fazer os agradecimentos aos proprietários do atividade e o atendimento médico.
local, aos membros da equipe de serviço; transporte, É imprescindível, testar antes da atividade, para ver
cozinha, etc. se há cobertura para celulares ou no caso de rádio ver se
estão funcionando, distancia de operação etc. no local
Notas: Programação onde será realizada a atividade.
Naturalmente o sucesso dessa e de qualquer outra
• Deverá ser minuciosamente detalhada, nunca sofrendo atividade vai depender da intensa participação das
interrupções que permitam tempo vago aos participantes. jovens, no planejamento nos preparativos, no conteúdo
do programa da atividade, que deverá ser resultado das
• Deverá ser equilibrada, com jogos de grande ação, sugestões de todos os membros da Patrulha e da discreta,
canções, estórias e uma excelente oportunidade para mas atenciosa supervisão dos Escotistas junto ao Monitor,
grandes jogos, Fogo de Conselho ou Lamparada. durante todo o processo.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 175


É claro que a intenção da Patrulha realizar o
acampamento ou outra atividade ao Ar Livre deverá IMPORTANTE
ser apresentada a Corte de Honra que deverá analisar A autorização dos pais não exime o escotista
as condições atuais da Patrulha e autorizar ou não a das responsabilidades civis e criminais em caso
atividade. de acidente!
É bom lembrar que o sucesso da atividade como
experiência educativa é de responsabilidade dos Escotistas
da Seção que têm como função essencial assegurar aos AMPARO LEGAL
Monitores condições de exercer uma liderança capaz e
responsável. É necessária autorização, por escrito, dos pais ou
responsáveis legais dos jovens participantes da atividade.
PLANO DE SEGURANÇA II A responsabilidade civil, em caso de acidente,
poderá ter consequências jurídicas segundo o Código
A responsabilidade de quem coordena uma atividade Civil Brasileiro, Código Penal Brasileiro, e ainda no Estatuto
escoteira é prevenir para que o acidente não ocorra, ou da Criança e do Adolescente, onde são listados todos os
se ocorrerem, que tenham sua gravidade diminuída. O procedimentos legais para o trato com os mesmos.
escotista responsável pela mesma é o responsável pela
segurança das atividades, mas a rigor a responsabilidade CONDUTAS DE SEGURANÇA
sobre a ocorrência de acidentes e o esforço em evitá-los é
dever de todos. Escotista
Antes de desenvolver qualquer atividade, todos os
seus participantes devem ser orientados em relação às • Os chefes e assistentes devem possuir capacitação para
regras de segurança que a atividade exige, segundo a bem dirigir as atividades programadas (capacitação física,
avaliação do Chefe da Seção. Alguns passos para prevenir técnica e preparo psicológico);
acidentes são: • Número suficiente;
• Efetivo grau de integração;
• Identificar os riscos; • Conhecimento de primeiros socorros;
• Eliminar os riscos; • Apoio de um especialista, dependendo da atividade;
• Reduzir os riscos que não puderem ser eliminados; • Formação de equipes para cozinha, transporte,
• Treinar os participantes. segurança, primeiros socorros, compras e etc., quando
necessário;
Em casos especiais, as atividades de maior risco • Carros e meios de comunicação;
podem ser limitadas a determinados membros mais • Fichas médicas atualizadas dos membros juvenis (e se
experientes da Seção, que tenham o necessário preparo. possível dos adultos também), com a identificação dos
convênios médicos e dos portadores de alergias.
A RESPONSABILIDADE DO ESCOTISTA
Local
Ao escotista, em primeira instância, compete zelar
pela integridade física dos menores sob sua guarda, • Reconhecimento obrigatório, por uma comissão de
cumprindo e fazendo cumprir as regras de segurança Chefes e se possível, pais;
estabelecidas em normas escoteiras (POR, Resolução • Elaborar mapa de acesso;
da Diretoria Regional, Regulamento do Grupo, etc.), • Solicitar a autorização por escrito, do proprietário ou
sujeitando-se às responsabilidades civis, criminais e responsável pelo local, com as recomendações que se
escoteiras. fizerem necessárias;
A autorização para atividades fora da sede tem • Meio de transporte;
que ter a assinatura do Chefe da Seção responsável pela • Meio de comunicação.
atividade, do diretor técnico e do presidente e do grupo,
e a autorização do Coordenador Distrital ou do Diretor
Técnico da Região Escoteira.

176 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


Programação • Orientação aos participantes quanto às medidas de
segurança exigidas para a atividade;
• Estabelecer as datas e horários de saída e do provável
retorno; • As atividades de maior risco podem ser limitadas aos
• Compatibilidade das atividades com a faixa etária dos membros mais experientes no tipo de atividade;
jovens;
• Observar todas as normas de segurança e medidas de • Nos deslocamentos por vias de tráfego (estradas) deve
prevenção; haver controladores de tráfego à frente e atrás, devendo
• Fazer uma programação alternativa para ao caso de portar artefatos luminosos à noite(luz branca à frente e
intempéries. vermelha atrás); observância de disciplina de marcha e
deslocamento pelo lado oposto ao trânsito dos veículos;
Equipamento
• Banhos em rios, lagos, etc., devem ser supervisionados
• Todos os equipamentos e utensílios a serem utilizados por um adulto responsável, e em local anteriormente
durante a atividade devem ser checados, inclusive a vistoriado e preparado para isso;
validade dos medicamentos;
• Adequação às atividades desenvolvidas, bem como aos • Guarda de equipamentos de corte nas bainhas ou em
participantes; local não sujeito a tráfego e com o gume protegido;
• Quantidade suficiente.
• Evitar exposição prolongada a condições climáticas
Participantes demasiadas rigorosas; zelar pela hidratação, aquecimento,
resguardo de radiação, etc.;
• Devem estar instruídos técnica e fisicamente para as
atividades planejadas; • Ronda noturna;
• Condições físicas e psicológicas;
• Material pessoal adequado para as atividades planejadas. • Verificar local das fogueiras, do fogo.

Pais Como fazer um plano de segurança

• Autorização por escrito; Cabe ao(s) escotista(s) encarregado(s) da atividade


• Cientes dos horários de saída e retorno; o preenchimento de um plano de segurança, contendo
• Estarem informados sobre o local, meio de transporte e todas as informações que se fizerem necessárias.
atividades programadas.
• Local da atividade;
Recursos extras • Mapa de acesso;
• Tipo da atividade;
• Recursos de pessoal, financeiro e de material necessário; • Meios de transporte;
• Comunicar a presença de escoteiros em atividade, • Escotistas e/ou dirigentes responsáveis pela atividade;
aos órgãos policiais de segurança e de saúde mais • Lista de participantes;
próximos, inclusive para o caso de acidentes com animais • Telefones de contato do local;
peçonhentos; • Telefones do apoio no local de origem;
• Apoio no local de origem dos participantes para acionar • Entidades de segurança e saúde avisadas sobre data e
ajuda, se necessário. local da atividade;
• Autorização por escrito dos pais;
Condutas de segurança • Material de primeiros socorros;
• Local, data e hora de saída e retorno;
O escotista responsável deve, previamente, dar • Programação.
conhecimento das condutas de segurança, tais como:

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 177


Exemplos:
Para saber mais sobre este assunto, consulte
a publicação “Padrões de atividades”. • Uma atividade em que haja a necessidade da remoção
de jovem para um hospital, exemplo fraturas de costelas,
no plano de emergência deve constar um hospital mais
Um Plano de PREVENÇÃO deve, por isso, ter as próximo com todas as condições de atender ao ocorrido.
seguintes características:
• Um principio de incêndio, as pessoas participantes
a) Simplicidade – Ao ser elaborado de forma simples e devem ser orientadas de como fazer o abandono do local
concisa, será bem compreendido, evitando confusões e de maneira organizada e possuírem pessoas treinadas
erros, por parte dos executantes; para conduzir este abandono, enquanto outros treinados
iniciam o combate a princípios de incêndios.
b) Flexibilidade – Um plano não pode ser rígido. Deve
permitir a sua adaptação a situações não coincidentes
com os cenários inicialmente previstos; • Um acidente que exige imobilização e depois remoção.
Deve ter nesta atividade pessoa treinada para realizar o
c) Dinamismo – Deve ser atualizado, em função do suporte básico de vida e remoção do acidentado e o
aprofundamento da análise de riscos e da evolução hospital certo e mais próximo a ser levado.
quantitativa e qualitativa, dos meios disponíveis;
• Picadas de cobras - ter conhecimento de local próximo,
d) Adequação – Deve estar adequada à realidade da menos de 3 horas de acesso, em que apliquem o soro.
instituição e aos meios existentes;
• Principio de incêndio ambiental - estarem preparados
e) Precisão – Deve ser claro na atribuição de para realizar o combate e pedir auxilia ao Corpo de
responsabilidades. Bombeiro mais próximo.
• Uma necessidade de um pai ir buscar seu filho no
acampamento, por vários motivos, deixar na copia da
Para saber mais sobre este assunto, consulte autorização um telefone de alguém que conheça o local e
a publicação “Padrões de atividades”. mapas e ou coordenadas no caso de uso de GPS.

PLANO DE EMERGÊNCIA

Um plano de emergência se caracteriza por ações


previsíveis e realizáveis quando o planejamento por “a” ou
por “b” falhou e a ocorrência diante da falha do planejado
exige uma ação imediata para evitar um dano maior, ou
seja, mitigar o ocorrido.

Características:

Cada plano de emergência tem suas características


especificas em função do plano de segurança e prevenção
de acidentes previamente elaborados para aquela
atividade, ou seja, para cada plano preventivo deve haver
um correspondente de emergência, para o caso de algo
dar errado.

178 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


ANOTAÇÕES

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 179


UNIDADE DIDÁTICA | CURSO BÁSICO - ESCOTISTA

MARCO SIMBÓLICO E SÍMBOLOS DOS RAMOS

Duração 60 minutos

Reconhecer a importância do marco simbólico, como elemento educativo, na aplicação


Objetivos Gerais
de atividades.

- Identificar o marco simbólico dos ramos Lobinho, Escoteiro, Sênior e Pioneiro;


Objetivos Específicos - Identificar os principais símbolos utilizados nos ramos Lobinho, Escoteiro, Sênior e
Pioneiro.

• O papel do marco simbólico;


• Conceito de símbolo, significado e significante;
Conteúdo
• Marco simbólico dos ramos Lobinho, Escoteiro, Sênior e Pioneiro;
• Principais símbolos dos ramos Lobinho, Escoteiro, Sênior e Pioneiro

• 4 pincéis atômicos;
Material • 4 folhas de papel flipchart ou cartolina;
• 1 Manual do Escotista de cada ramo.

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

20 Conceitos básicos sobre marco simbólico e símbolos PL

35 Elaborando uma atividade utilizando o marco simbólico TG

5 Encerramento / Tira-dúvidas DD

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Conceitos básicos sobre marco simbólico (20 minutos)


Por meio de explanação, o formador deverá abordar os seguintes assuntos:

• O papel do marco simbólico;


• Conceito de símbolo, significado e significante;
• Marco simbólico dos ramos;
• Principais símbolos dos ramos.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 181


Elaborando uma atividade utilizando o marco simbólico (35 minutos)
O formador deverá dividir a turma em quatro equipes. Cada equipe receberá o Manual do Escotista de um
determinado ramo para consulta, devendo elaborar uma atividade de curta duração, utilizando o marco simbólico
do ramo selecionado, destacando os principais aspectos da atividade elaborada em uma folha de cartolina ou papel
de flipchart.

Em seguida, cada equipe deverá apresentar para o grupo maior a atividade elaborada, enfatizando onde aparecem
os elementos do marco simbólico. O formador deverá ficar atento durante as apresentações, de modo a contribuir
com mais informações ou fazer correções necessárias.

Tira-dúvidas (5 minutos)
O formador deverá sanar as dúvidas remanescentes sobre o tema.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista do Ramo Lobinho


Manual do Escotista do Ramo Escoteiro
Manual do Escotista do Ramo Sênior
Manual do Escotista do Ramo Pioneiro.

Última atualização: 05/11/2013

182 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


MARCO SIMBÓLICO E SÍMBOLOS DOS RAMOS

OS SÍMBOLOS reforça mediante o contraste entre dois povos que


representam estilos muito diferentes e formas de ser, que
O SÍMBOLO REPRESENTA E EDUCA simbolizam atitudes que nos assediam continuamente na
vida e diante das quais devemos optar.
Um símbolo é uma imagem ou figura que A alcateia de Seeonee é uma sociedade reconhecida
possui uma característica que lhe permite representar na selva por sua capacidade de organização. Em oposição
uma realidade ou conceito. Por isso, existe, em qualquer aos Bandar-logs, o povo sem lei dos macacos, os lobos
símbolo, um significante e um significado. O significante é têm uma sociedade baseada no pertencimento a uma
a imagem perceptível de alguma coisa e o significado é o Alcateia e no cumprimento da lei, o que faz deles um
conceito a que se refere esse significante. povo respeitado pelos demais. Sem ordem, solidariedade,
A balança, por exemplo, é considerada o metas claras e constância para alcançar suas metas, não se
símbolo da justiça porque, em razão do equilíbrio que pode ser livre: assim são os Bandar-logs. E ser Bandar-log
a caracteriza, representa a equidade, que é essencial a é coisa muito diferente, é viver sempre com a cabeça no
justiça. A balança é o significante e a justiça o significado. ar, e dos galhos das árvores, criticar sem participar, fazer
O escotismo recorre com frequência aos barulho, tecer intrigas, porém nunca pisar em terra firme,
símbolos. A Flor de Lis é um dos mais conhecidos, provêm jamais assumir responsabilidades. Não tem como errar, é
dos antigos mapas que a utilizavam na rosa dos ventos melhor ser como o povo livre dos lobos que têm uma lei.
para indicar o Norte. Segundo Baden-Powell representa
“o bom caminho que todo escoteiro há de seguir”. A RAMO ESCOTEIRO
saudação, lemas, as bandeiras, bandeirolas, bastão-totem, “Explorar novos territórios com um grupo de amigos”
os hinos, os vestuários e distintivos são outros dos muitos
símbolos usados no Movimento Escoteiro. Entre 11 e 15 anos, o marco simbólico proposto
para os Escoteiros guarda uma estreita relação com
O MARCO SIMBÓLICO o dinamismo que eles experimentam e expressam
por meio de suas atividades espontâneas: conhecer o
O marco simbólico é o conjunto de símbolos mundo (explorar), apropriar-se de novos espaços (novos
que serve para animar o processo educativo. Ele incentiva territórios) e vincular-se cada vez mais com seu grupo de
os jovens a irem além do cotidiano, transformando o pares (com um grupo de amigos).
comum em extraordinário, o impossível em possível, A expressão explorar novos territórios com um grupo
o imperceptível em algo que pode ser sentido de amigos é um ambiente de referência que reforça a vida
intuitivamente, colocando diante de nossos olhos, em comum na patrulha e na Seção Escoteira, contribuindo
pensamento e coração realidades que não percebemos para dar coerência a tudo o que se faz. Este ambiente
habitualmente. permite apresentar os valores de maneira atrativa,
Cada ramo do Movimento Escoteiro possui um incentiva a imaginação, desenvolve a sensibilidade, reforça
marco simbólico próprio que se ajusta às características, o pertencimento, marca um mesmo propósito e motiva e
necessidades e interesses das crianças e jovens daquela dá importância à conquista de objetivos pessoais.
faixa etária.
O marco simbólico de cada ramo é o seguinte: RAMO SÊNIOR
“Superar seus próprios desafios”
RAMO LOBINHO
“O Povo Livre dos Lobos” Na faixa etária do Ramo Sênior, o jovem se depara com
o desafio de buscar a formação da identidade pessoal. Já
Por meio de contos e representações, Lobinhos e não se trata apenas de descobrir o mundo, mas também
Lobinhas se familiarizam com as dezenas de histórias do de identificar o espaço que se ocupará neste mundo.
“Livro do Jângal”, a centenária fábula de Rudyard Kipling. A exploração muda de propósito: não basta andar por
O processo de aquisição de hábitos e valores se

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 183


aí vendo como fazem o mundo, tem que se preparar Tenho um projeto para minha vida, expressão
para fazê-lo. É chegada a hora de superar seus próprios simbólica que o método propõe aos Pioneiros, coincide
desafios. com a proposta do fundador do Escotismo para os jovens
desta idade: “toma tua própria canoa e rema”. Já não se
RAMO PIONEIRO trata de viver uma aventura que é em parte individual e
“Tenho um projeto para minha vida” parte em equipe. Mais ou menos próximo de definir sua
identidade pessoal, agora é o tempo em que o jovem
Os Pioneiros vivem uma aventura que já não é deverá começar paralelamente a definir um propósito
simbólica ou imaginária, já que permite aos jovens para sua vida. E a equipe que está presente, porém de
experimentar o papel real do adulto por meio do serviço um modo diferente, pode ajudar muito nesta tarefa. No
e das atividades de desenvolvimento comunitário. entanto, a responsabilidade é individual. Ninguém poderá
Estabelece vínculos de solidariedade bem além das viver pelo jovem a vida que ele ou ela começarão a viver a
barreiras sociais, culturais, nacionais ou étnicas, e incentiva partir desta etapa.
a integração social e profissional. É uma aventura no
coração da vida real, a rota da vida. Por estas razões não
existe nenhum fundo de cena no Ramo Pioneiro. O único
ramo que tem fundo de cena é o Ramo Lobinho.

ANOTAÇÕES

184 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO LOBINHO

MARCO SIMBÓLICO E SÍMBOLOS DO RAMO LOBINHO

Duração 60 minutos

Reconhecer a importância do marco simbólico, como elemento educativo, na aplicação


Objetivos Gerais
de atividades.

- Identificar o marco simbólico do ramo Lobinho.


Objetivos Específicos
- Identificar os principais símbolos utilizados no ramo Lobinho.

• Conceito de símbolo, significado e significante.


• O papel do Marco Simbólico.
Conteúdo
• O marco simbólico do ramo Lobinho.
• Principais símbolos do ramo Lobinho.

• Pincel atômico;
Material • Folhas de papel flipchart ou cartolina.
• Manual do Escotista do Ramo Lobinho.

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

20 Conceitos gerais e o marco simbólico do Ramo PL

Elaborar uma atividade utilizando o marco simbólico do Ramo


35 TG
Lobinho

5 Tira-dúvidas DD

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Conceitos básicos sobre marco simbólico


Através de explanação enriquecida por imagens, o formador explica:

• Conceito de símbolo, significado e significante.


• A importância e o papel do marco simbólico.
• Marco simbólico do Ramo Lobinho
• Principais símbolos do ramo.

Explicar um pouco sobre o significado e significante de cada símbolo do Ramo Lobinho.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 185


Elaborar uma atividade utilizando o marco simbólico e seus conceitos
Dividir a turma em equipes para elaborar uma atividade de curta duração, na qual fique evidente a aplicação do
marco simbólico do Ramo Lobinho. Consultar o Manual do Escotista.

Destacar os principais aspectos da atividade em um cartaz para ser usado na apresentação aos demais, posteriormente.
O(a) formador(a) deverá ficar atento durante as apresentações, de modo a contribuir com mais informações ou fazer
as correções necessárias.

Tira-dúvidas
O(a) formador(a) deverá sanar as dúvidas remanescentes sobre o tema.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista do Ramo Lobinho


Livro da Selva de Rudyard Kipling

Última atualização: 15/03/2014

186 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO LOBINHO

MARCO SIMBÓLICO E SÍMBOLOS DO RAMO LOBINHO

OS SÍMBOLOS de agir muito diferentes, simbolizando atitudes com que


nos defrontamos continuamente na vida e antes as quais
Um símbolo é uma imagem ou figura que possui uma devemos optar.
característica que lhe permite representar uma realidade A Alcatéia de Seeonee é uma sociedade reconhecida
ou conceito. Por isso existe, em qualquer símbolo, um na selva por sua capacidade de organização. Em oposição
significante e um significado. O significante é a imagem aos Bandar-logs, o povo sem lei dos macacos, os lobos
perceptível de alguma coisa e o significado é o conceito a têm uma sociedade baseada no pertencimento a uma
que se refere esse significante. Alcatéia e no cumprimento da lei, o que faz deles um povo
A balança, por exemplo, é considerada o símbolo da respeitado pelos demais. Sem ordem, sem solidariedade,
justiça porque, em razão do equilíbrio que a caracteriza, sem metas claras e sem constância para chegar até suas
representa a equidade, que é essencial a justiça. A balança metas não se pode ser livre: assim são os Bandar-logs. E
é o significante e a justiça o significado. ser Bandar-log é coisa muito diferente, é viver sempre com
O símbolo representa e educa. Por isso, o Escotismo a cabeça no ar, e dos galhos das árvores, criticarem sem
recorre com frequência aos símbolos. A Flor de Lis é um participar, fazer barulho, tecer intrigas, porém nunca pisar
dos mais conhecidos, provêm dos antigos mapas que em terra firme, jamais assumir responsabilidades. Não tem
a utilizavam na rosa dos ventos para indicar o Norte. como errar, é melhor ser como o povo livre dos lobos que
Segundo Baden-Powell representa “o bom caminho que têm uma lei.
todo escoteiro há de seguir”.
A saudação, lemas, as bandeiras, bandeirolas, bastão- PRINCIPAIS SÍMBOLOS DO RAMO LOBINHO
totem, os hinos, os vestuários e distintivos são outros dos
muitos símbolos usados no Movimento Escoteiro. A transferência simbólica e a evocação constante
dos acontecimentos do jângal dão origem a uma série
O MARCO SIMBÓLICO de nomes e símbolos, com os quais meninos e meninas
convivem constantemente. Alguns se originam na história
O marco simbólico é o conjunto de símbolos que serve do Povo Livre: as palavras lobinho, lobinha, Matilha,
para animar o processo educativo. Ele incentiva os jovens Alcatéia, Flor Vermelha, Livro de Caça, Roca do Conselho;
a irem além do cotidiano, transformando o comum em o conceito de gruta, o significado do Grande Uivo, da Roca
extraordinário, o impossível em possível, o imperceptível de Conselho, entre outros.
em algo que pode ser sentido intuitivamente, colocando
diante de nossos olhos, pensamento e coração realidades TRABALHO EM GRUPO
que não percebemos habitualmente.
O marco simbólico do Ramo Lobinho é: Com base no Manual do Escotista do Ramo Lobinho,
capítulo 3, elabore uma atividade de Alcateia utilizando
“O Povo Livre dos Lobos”. o marco simbólico do Ramo Lobinho, explicitando os
objetivos específicos da atividade, ou seja, no que ela
Através de contos e representações, Lobinhos e pode contribuir para o entendimento de conceitos e
Lobinhas se familiarizam com as dezenas de histórias do valores por meio da história do Povo Livre dos lobos de
“Livro da Selva”, a centenária fábula escrita por Rudyard Seeonee.
Kipling.
A história do povo livre apresenta uma grande
quantidade de valores e modelos a imitar ou rejeitar. É
certo que, na realidade, os lobos, os macacos e os demais
animais da Jângal não são como a fábula os apresenta,
mas representam símbolos que nos permitem chegar
à alma infantil. E o símbolo nos mostra, por exemplo, o
contraste entre dois povos com estilos de vida ou formas

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 187


ANOTAÇÕES

188 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO ESCOTEIRO

MARCO SIMBÓLICO E SÍMBOLOS DO RAMO ESCOTEIRO

Duração 60 minutos

Reconhecer a importância do marco simbólico, como elemento educativo, na aplicação


Objetivos Gerais
de atividades.

- Identificar o marco simbólico do Ramo Escoteiro


Objetivos Específicos
- Identificar a forma de explorar o marco simbólico.

• Conceito de símbolo
Conteúdo • O marco simbólico do Ramo Escoteiro
• O papel do marco simbólico.

• Pincel atômico;
Material • Folhas de papel flipchart ou cartolina.
• Manual do Escotista do Ramo Escoteiro

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

20 Conceitos gerais e o marco simbólico do Ramo PL

Elaborar uma atividade utilizando o marco simbólico do Ramo


35 TG
Escoteiro

5 Tira-dúvidas DD

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Conceitos básicos sobre marco simbólico:


Através de explanação enriquecida por imagens, o formador explica:

• Conceito de símbolo, significado e significante.


• A importância e o papel do marco simbólico.
• Marco simbólico do Ramo Escoteiro

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 189


Elaborar uma atividade utilizando o marco simbólico e seus conceitos:
Lançar o desafio para os alunos de elaborarem, baseados no Marco Simbólico do Ramo Escoteiro, duas atividades.
Uma para ser aplicada na sede e outra para ser aplicada em um acampamento

Tira-dúvidas:
O(a) formador(a) deverá sanar as dúvidas remanescentes sobre o tema.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista do Ramo Escoteiro

Última atualização: 21/03/2014

190 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO ESCOTEIRO

MARCO SIMBÓLICO E SÍMBOLOS DO RAMO ESCOTEIRO

OS SÍMBOLOS • O gosto por explorar


• O interesse pela conquista de um território
Um símbolo é uma imagem ou figura que possui uma • O senso de pertencer a um Grupo de amigos
característica que lhe permite representar uma realidade
ou conceito. Por isso existe, em qualquer símbolo, um PAPEL DO MARCO SIMBÓLICO
significante e um significado. O significante é a imagem
perceptível de alguma coisa e o significado é o conceito a O Marco Simbólico se apresenta como um ambiente
que se refere esse significante. de referencia que reforça a vida em comum na patrulha e
A balança, por exemplo, é considerada o símbolo da na tropa, contribuindo para dar coerência a tudo que se
justiça porque, em razão do equilíbrio que a caracteriza, faz.
representa a equidade, que é essencial a justiça. A balança Oferece vantagens educativas sob os mais variados
é o significante e a justiça o significado. aspectos;
No plano educativo, a existência de um símbolo
ajuda a tomar impulso para chegar a ser aquilo com que
alguém se identifica. Um Marco Simbólico estimula os • Incentiva e desenvolve a sensibilidade;
jovens a ir mais além da vida cotidiana, transformando o
ordinário em extraordinário, o impossível em possível, o • Reforça o senso de pertencer a uma comunidade que
imperceptível em algo que se pode sentir intuitivamente, caminha em busca de um propósito;
pondo diante dos olhos, do pensamento e do coração
aquelas realidades que habitualmente não podemos • Permite aos escotistas apresentar os valores escoteiros
perceber. de maneira atraente e ajuda os jovens a se identificar com
esses valores;
O MARCO SIMBÓLICO
• Na educação escoteira, o exemplo de pessoas que
O Marco Simbólico que o Ramo Escoteiro propõe aos viveram segundo seus princípios apresenta e reforça
jovens de 11 á 14 anos EXPLORAR NOVOS TERRITÓRIOS valores contidos na Lei e entusiasma o jovem, levando-o a
COM UM GRUPO DE AMIGOS guarda uma estreita relação querer fazer o mesmo em sua própria vida;
com as necessidades que eles experimentam e expressam
por meio de suas atividades espontâneas. • Motiva e dá importância à conquista dos objetivos
Este Marco Simbólico se apoia em 3 dinamismos pessoais.
essenciais, próprios desta idade;

ANOTAÇÕES

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 191


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO SÊNIOR

MARCO SIMBÓLICO E SÍMBOLOS DO RAMO SÊNIOR

Duração 60 minutos

Reconhecer a importância do marco simbólico, como elemento educativo, na aplicação


Objetivos Gerais
de atividades.

- Identificar o marco simbólico do ramo Sênior;


Objetivos Específicos
- Identificar os principais símbolos utilizados no ramo Sênior.

• O papel do Marco Simbólico;


• Conceito de símbolo, significado e significante;
Conteúdo
• Marco simbólico do ramo Sênior;
• Principais símbolos do ramo Sênior.

• 4 pincel atômico;
Material • 4 folhas de papel flipchart ou cartolina.
• 4 Manual do Escotista do ramo Sênior.

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

20 Conceitos básicos sobre marco simbólico e símbolos PL

30 Elaborando uma atividade utilizando o marco simbólico TG

10 Encerramento / Tira-dúvidas DD

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Conceitos básicos sobre marco simbólico (20 minutos)


Através de explanação, o formador deverá abordar os seguintes assuntos:

• O papel do marco simbólico.


• Conceito de símbolo, significado e significante.
• Marco simbólico do ramo.
• Principais símbolos do ramo.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 193


Elaborando uma atividade utilizando o marco simbólico (30 Minutos)
O formador deverá dividir a turma em 4 equipes. Cada equipe receberá o Manual do Escotista do ramo Sênior para
consulta, devendo elaborar uma atividade de curta duração, utilizando o marco simbólico do ramo, destacando os
principais aspectos da atividade elaborada em uma folha de cartolina ou papel de flipchart.

Após, cada equipe deverá apresentar para o grupo maior a atividade elaborada, enfatizando onde aparecem os
elementos do marco simbólico. O formador deverá ficar atento durante as apresentações, de modo a contribuir com
mais informações ou fazer correções necessárias.

Tira-dúvidas (10 minutos)


O formador deverá sanar as dúvidas remanescentes sobre o tema.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista do Ramo Sênior

Última atualização: 26/03/2014

194 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO SÊNIOR

MARCO SIMBÓLICO E SÍMBOLOS DO RAMO SÊNIOR

OS SÍMBOLOS em algo que pode ser sentido intuitivamente, colocando


diante de nossos olhos, pensamento e coração realidades
O SÍMBOLO REPRESENTA E EDUCA que não percebemos habitualmente.
Cada ramo do Movimento Escoteiro possui um
Um símbolo é uma imagem ou figura que possui uma marco simbólico próprio que se ajusta às características,
característica que lhe permite representar uma realidade necessidades e interesses das crianças e jovens daquela
ou conceito. Por isso, existe, em qualquer símbolo, um faixa etária.
significante e um significado. O significante é a imagem
perceptível de alguma coisa e o significado é o conceito a 1. O MARCO SIMBÓLICO NO RAMO SÊNIOR
que se refere esse significante.
A balança, por exemplo, é considerada o símbolo da “Superar seus próprios desafios”
justiça porque, em razão do equilíbrio que a caracteriza,
representa a equidade, que é essencial a justiça. A balança Na faixa etária do Ramo Sênior, os jovens se deparam
é o significante e a justiça o significado. com o desafio de buscar a formação da identidade
O Escotismo recorre com frequência aos símbolos. A pessoal. Para cada jovem já não se trata somente de
Flor de Lis é um dos mais conhecidos, provêm dos antigos descobrir o mundo, mas também de identificar o espaço
mapas que a utilizavam na rosa dos ventos para indicar o que ele ou ela ocupará neste mundo. Para isso, precisará
Norte. Segundo Baden-Powell representa “o bom caminho se conhecer melhor, testar seus limites, aceitar e aprimorar
que todo escoteiro há de seguir”. A saudação, lemas, as suas características pessoais, se desafiar constantemente
bandeiras, bandeirolas, bastão, os hinos, os vestuários e na busca de sua identidade.
os distintivos são outros dos muitos símbolos usados no A aventura deixa de ser a sua propulsão, não se trata
Movimento Escoteiro. mais de andar por ai vendo como viver no nosso mundo,
mas sim se preparar para ele. Por isso o marco simbólico
O SÍMBOLO DO RAMO SÊNIOR dá ênfase no caráter pessoal do desafio próprio dessa fase.
Chegou a hora de descobrir seus próprios limites,
O símbolo do Ramo Sênior é uma rosa-dos-ventos, “Superar seus próprios Desafios”, e essa é precisamente a
com os pontos cardeais, tendo ao centro, em campo expressão que o programa propõe aos Sêniores e Guias
circular, uma flor de lis estilizada. como Marco Simbólico.

O MARCO SIMBÓLICO

O marco simbólico é o conjunto de símbolos que serve


para animar o processo educativo. Ele incentiva os jovens
a irem além do cotidiano, transformando o comum em
extraordinário, o impossível em possível, o imperceptível

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 195


2. ENTENDENDO O “SUPERAR SEUS PRÓPRIOS DESAFIOS”

Como isso se dá na
Quando se diz Significa que... sua Tropa do Ramo
Sênior?

Os jovens são provocados/ estimulados a serem atores e


não espectadores, engajando-se em tudo o que é feito. São
incentivados a descobrirem seus limites, suas características
SUPERAR pessoais, importante passo na formação da identidade. Dessa
maneira, na superação dos desafios irão desenvolver todas as
facetas da sua personalidade: o corpo, a inteligência, o caráter,
os afetos, a sensibilidade social e a busca espiritual.

A expressão seus “próprios” desafios não desestimula a vida em


equipe. Somente destaca que a formação da identidade é um
PRÓPRIOS
processo pessoal. O importante é interiorizar as experiências
vividas em equipe.

A palavra desafio diz respeito aos conceitos de enfrentamento,


provocação a si próprio no intuito de conhecer-se.
O principal é superar-se ao experimentar os diferentes papéis
DESAFIOS a fim de solidificar sua identidade, personalidade e caráter.
As atividades e projetos são tratados simbolicamente como
desafios a serem superados, sucessos extraordinários onde os
jovens intervêm como atores.

3. COMO APLICAR O MARCO SIMBÓLICO NA TROPA?

O marco simbólico atende às necessidades Acampamento volante - desde a preparação da


de desenvolvimento do jovem na fase da primeira programação até a sua execução estimula o jovem a uma
adolescência e vai ao encontro da ênfase do ramo. Para reflexão constante de sua postura em relação a si mesmo
isto ele deve estar presente na construção e condução das e aos demais, aceitação das diferenças, o seu desempenho
atividades. físico, seu raciocínio lógico para execução e preparo de
Não se trata de uma palavra, jogo ou atividade e sim tarefas. Enfim, é um desafio constante consigo próprio.
de um conceito que norteia a condução da Tropa, a vida
em grupo e a motivação dos jovens. É um equívoco o Escotista desafiar o jovem para
Tomemos como exemplo: uma competição de desempenho entre ele e outro
companheiro ou para com o próprio Escotista. O papel
Compromisso Sênior - toda a cerimônia estimula o jovem do Escotista é estimular o desafio do jovem para consigo
a assumir condutas transformadoras para com ele mesmo. mesmo no intuito da SUPERAÇÃO. Para isto, muitas
vezes será necessário muito mais COOPERAÇÃO do que
competição. Por exemplo, em tropas mistas onde as

196 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


patrulhas podem ser do mesmo gênero ou mistas, algumas Etapa ESCALADA
atividades podem trazer competições desvantajosas
relacionadas ao desenvolvimento físico.

Busco novos desafios, explorando meus limites.


O termo “escalada” simboliza um início desafiante e
atraente, que caracteriza a primeira etapa de progressão
do Ramo Sênior. Após uma longa “travessia”, nada melhor
que encarar uma desafiante escalada pelos desafios do
Ramo Sênior.

Etapa CONQUISTA

É importante que o Escotista mostre o desafio de


se conquistar a convivência harmônica, de se relacionar
eficazmente, de se equilibrar os sentimentos, de contribuir
para o sucesso do outro. Mostrar o que está realmente por
trás do sentimento da vitória ou da conquista de algo: a
superação ou a competição negativa gerando egoísmo? Superando meus desafios, conquisto meu espaço.
A competição positiva que é exercitada por jogos, Nesta etapa, através de atividades desafiadoras
atividades, etc. pode provocar um grande impacto feliz possibilitamos ao jovem conhecer-se melhor, aceitar e
na Tropa se exercida de forma a atender aos cinco pontos aprimorar suas características pessoais, auxiliando-o na
do Método, ao Marco Simbólico (Desafio) e a Ênfase do conquista de sua identidade.
Ramo. O que queremos dizer é que um acampamento
competitivo pode ser muito útil para animar a Tropa para Etapa AZIMUTE
superar-se em habilidades e conceitos, contudo deve
sempre chegar a gerar mudanças de ATITUDES para tornar
os jovens mais COMPETENTES em seu desenvolvimento.

4. AS ETAPAS DE PROGRESSÃO COMO MARCO SIMBÓLICO

As etapas de progressão têm por objetivo


reconhecer e motivá-lo na conquista de competências
importantes para o seu desenvolvimento, e se identificam Consciente, traço o meu próprio destino.
por distintivos que são usados no vestuário ou uniforme. Nesta etapa, superando desafios ainda maiores, o
Os nomes das etapas exploram termos empregados jovem ganha mais experiência e é capaz de traçar o seu
no cotidiano das atividades do Ramo Sênior, tanto próprio caminho, estabelecendo metas de onde quer
o Montanhismo como a Orientação são atividades chegar no futuro.
largamente empregadas com sucesso pelas Tropas
Seniores e Guias ao longo dos anos, possuindo estreita BIBLIOGRAFIA
relação com o marco simbólico do Ramo.
São três as etapas de progressão do Ramo Sênior: - Escotistas em ação Ramo Sênior
- Guia do Desafio Sênior
- POR 2013

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 197


ANOTAÇÕES

198 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO PIONEIRO

MARCO SIMBÓLICO E SÍMBOLOS DO RAMO PIONEIRO

Duração 60 minutos

Reconhecer a importância dos símbolos e do marco simbólico, como elemento


Objetivos Gerais
educativo, na aplicação de atividades escoteiras e na vida da seção

- Identificar os principais símbolos utilizados no Ramo Pioneiro.


Objetivos Específicos
- Identificar o marco simbólico do Ramo Pioneiro.

• Conceito de símbolo, significado e significante.


Conteúdo • Principais símbolos utilizados no Ramo Pioneiro
• Marco simbólico do Ramo Pioneiro

• Símbolos do Ramo Pioneiro


• Guia – Clã Pioneiros em Ação
Material
• Formulário prático para elaboração do Projeto de Vida
• Canetas

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

Conceitos básicos sobre símbolos e marco simbólico e


20 PL
apresentação dos principais símbolos usados no Ramo Pioneiro

35 Elaborando um Projeto de Vida TG

5 Encerramento / Tira-dúvidas DD

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Conceitos básicos sobre marco simbólico (20 minutos)


Através de explanação, o formador deverá abordar os seguintes assuntos:

• O papel dos símbolos e do marco simbólico.


• Conceito de símbolo, significado e significante.
• Principais símbolos do Ramo Pioneiro (trazer os símbolos para mostrar aos cursantes)
• Marco Simbólico do Ramo Pioneiro

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 199


Elaborando um Projeto de Vida (35 Minutos)
O formador deverá dividir a turma em 4 equipes. Cada equipe receberá o Guia – Clã Pioneiro em Ação para consulta e
um formulário em branco do Projeto de Vida. Deverá elaborar um Projeto de Vida de um Pioneiro fictício, consultando
o modelo que está pronto no guia. Na elaboração, os participantes deverão perceber a importância deste Marco
Simbólico para o pioneiro. Não concluirão o trabalho neste intervalo de tempo, mas poderão compreender o
processo.

Tira-dúvidas (10 minutos)


O formador deverá sanar as dúvidas remanescentes sobre o tema.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista do Ramo Pioneiro


Guia – Clã Pioneiro em Ação
Formulário Prático para elaboração do Projeto de Vida – site da UEB (www.escoteiros.org.br)

Última atualização: 25/03/2014

200 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO PIONEIRO

MARCO SIMBÓLICO E SÍMBOLOS DO RAMO PIONEIRO

OS SÍMBOLOS • Bandeira do Clã: criada pelos pioneiros, apresenta


elementos da identidade daquele Clã. Nos Clãs que as
Um símbolo é uma imagem ou figura que possui uma possuem, são utilizadas nas Cerimônias Pioneiras.
característica que lhe permite representar uma realidade
ou um conceito. Por isso existe, em qualquer símbolo: • Distintivos: os distintivos de progressão do Ramo
Pioneiro, descritos e normatizados no P.O.R, também são
• Um significante - que é a imagem perceptível de símbolos utilizados para exteriorizar as conquistas dos
alguma coisa Pioneiros. O momento de entrega dos distintivos também
é um elemento simbólico do Ramo.
• Um significado - que é o conceito a que se refere
esse significante. • A Cor Vermelha: cada um dos Ramos tem uma cor que
o caracteriza. A vermelha é a utilizada pelo Ramo Pioneiro.
A balança, por exemplo, é considerada o símbolo da
justiça porque, em razão do equilíbrio que a caracteriza, • Plano de Desenvolvimento Pessoal (Projeto de Vida):
representa a equidade, que é essencial a justiça. A balança é um instrumento educativo que ajuda aos jovens a
é o significante e a justiça o significado. acostumar-se ao exercício de proporcionar objetivos para
A pedagogia escoteira recorre com frequência aos a sua vida e organizar as ações, tempo e recursos para
símbolos. A Flor de Lis é um dos mais conhecidos, provêm alcancá-los.
dos antigos mapas que a utilizavam na rosa dos ventos
para indicar o Norte. Segundo Baden-Powell representa Quatro momentos simbólicos marcam o transcurso
“o bom caminho que todo escoteiro há de seguir”. A de um jovem pelo Clã Pioneiro: A Passagem, a Promessa,
saudação, lemas, as bandeiras, bandeirolas, bastão-totem, a Investidura (vigília, investidura e comemoração) e a
os hinos, os vestuários e distintivos são outros dos muitos Partida. Todos eles estão relacionados com o Plano de
símbolos usados no Movimento Escoteiro. Desenvolvimento Pessoal (Projeto de Vida).
Os rituais e os símbolos fazem parte de um contexto
que ajuda o indivíduo a sentir-se parte de um grupo O MARCO SIMBÓLICO
junto com seus companheiros, o que lhes dá referências
comuns. O marco simbólico é o conjunto de símbolos e
tradições que serve para animar o processo educativo.
SÍMBOLOS UTILIZADOS NO RAMO PIONEIRO É próprio do Movimento Escoteiro oferecer aos jovens
diversas visões simbólicas, que vão substituindo umas à
• Forquilha: é o mais popular símbolo do Ramo Pioneiro. outras nos diferentes ramos. Cada um deles possui um
Indica os caminhos que se bifurcam e as decisões marco simbólico próprio que se ajusta às características,
que o Pioneiro tem que tomar em sua vida. Tem uma necessidades e interesses das crianças e jovens daquela
significativa relação com o lema Servir, pois supõe uma faixa etária.
escolha que considera o interesse e as necessidades dos Os marcos simbólicos oferecem aos jovens
outros além das suas próprias, já que nesta idade diluem- uma motivação apropriada aos seu processo de
se os egocentrismos. amadurecimento e acompanham seu crescimento desde
a etapa do pensamento imaginário e a moral convencional
• Lema Servir: é um grito de identidade que lembra até a idade do pensamento crítico, a consciência ética e o
um elemento essencial do seu compromisso: SERVIR! compromisso.
O serviço, expresso por ações individuais e coletivas de No Ramo Pioneiro, a denominação “Pioneiro” é o
engajamento social e desenvolvimento comunitário, é a elemento chave do marco simbólico. Quando B-P criou o
manifestação da boa ação que estão presentes em todos ramo para os jovens de 18 a 21 anos, escolheu o termo
os outros ramos. “rover”, termo que em inglês significa errante. Com tal
termo, convidava os jovens a iniciar uma viagem real

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 201


pelos caminhos da vida, descobrir outras realidades e com a proposta do fundador do escotismo para os jovens
nesse processo ir delineando o seu projeto de vida. A desta idade: “toma tua própria canoa e rema”. Já não se
denominação do ramo maior do Movimento Escoteiro no trata de viver uma aventura que é em parte individual e
Brasil tem o mesmo espírito do nome original em inglês. parte em equipe. Mais ou menos próximo de definir sua
O marco simbólico do Ramo Pioneiro é o seguinte: identidade pessoal, agora é o tempo em que o jovem
deverá começar paralelamente a definir um propósito
“Tenho um projeto para minha vida” para sua vida. E a equipe que está presente, porém de
um modo diferente, pode ajudar muito nesta tarefa. No
Os pioneiros vivem uma aventura que já não é entanto, a responsabilidade é individual.
simbólica ou imaginária, já que permite aos jovens Então, tem que ter um projeto para a vida. A expressão
experimentar o papel real do adulto por meio do serviço não é puramente simbólica: na prática, a grande tarefa
e das atividades de desenvolvimento comunitário. dos Pioneiros no Clã é a construção, desenvolvimento,
Estabelece vínculos de solidariedade bem além das avaliação e reformulação contínua, por escrito, de um
barreiras sociais, culturais, nacionais ou étnicas, e incentiva Plano de Desenvolvimento Pessoal (Projeto de Vida).
a integração social e profissional. É uma aventura no
coração da vida real, a rota da vida. Por estas razões não
existe nenhum fundo de cena no Ramo Pioneiro. O único
Ramo que tem Fundo de Cena é o Ramo Lobinho.
“Tenho um projeto para minha vida”, expressão
simbólica que o método propõe aos Pioneiros, coincide

ANOTAÇÕES

202 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


MEU PROJETO DE VIDA
(FORMULÁRIO PRÁTICO)

1. Seu nome:

2. Data de elaboração: 3. Próxima revisão:

4. Minha Visão de Futuro (como me vejo daqui a 5 anos?)

QF – Físico (corpo)

QI – Mental (mente) => denominamos “intelectual”

QC – Coletiva (sociedade) => denominamos “social”

QE – Emocional (coração) => denominamos “afetivo”

QS – Espiritual (espírito)

QV – Caráter (valores)

Observação
Redija textos curtos, representativos da sua visão de futuro em cada uma das 6 áreas de desenvolvimento.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 203


5. Metas para este ano (passos intermediários rumo ao alcance da visão)

Visão 1: QF – Físico (corpo)

Meta 1.a

Meta 1.b

Visão 2: QI – Mental (mente) => denominamos “intelectual”

Meta 2.a

Meta 2.b

Visão 3: QC – Coletiva (sociedade) => denominamos “social”

Meta 3.a

Meta 3.b

Visão 4: QE – Emocional (coração) => denominamos “afetivo”

Meta 4.a

Meta 4.b

Visão 5: QS – Espiritual (espírito)

Meta 5.a

Meta 5.b

Visão 6: QV – Caráter (valores)

Meta 6.a

Meta 6.b

Observação
Liste uma ou duas metas a serem alcançadas neste ano. As metas devem ser claras e factíveis.

204 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


6. Crie o seu plano de ação (tarefas e prazos a serem cumpridos para alcançar a meta anual, além dos recursos
necessários)

Ação Prazo Recursos

Ação Prazos Recursos


Meta 1.a

Ação Prazos Recursos

Ação Prazo Recursos

Ação Prazos Recursos


Meta 1.b

Ação Prazos Recursos

Ação Prazo Recursos

Ação Prazos Recursos


Meta 2.a

Ação Prazos Recursos

Ação Prazo Recursos

Ação Prazos Recursos


Meta 2.b

Ação Prazos Recursos

Observação
Liste duas ou três ações pontuais que permitam alcançar cada meta anual. Ao concluir as ações previstas para este ano,
a meta deve ter sido atingida.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 205


Ação Prazo Recursos

Ação Prazos Recursos


Meta 3.a

Ação Prazos Recursos

Ação Prazo Recursos

Ação Prazos Recursos


Meta 3.b

Ação Prazos Recursos

Ação Prazo Recursos

Ação Prazos Recursos


Meta 4.a

Ação Prazos Recursos

Ação Prazo Recursos

Ação Prazos Recursos


Meta 4.b

Ação Prazos Recursos

206 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


Ação Prazo Recursos

Ação Prazos Recursos


Meta 5.a

Ação Prazos Recursos

Ação Prazo Recursos

Ação Prazos Recursos


Meta 5.b

Ação Prazos Recursos

Ação Prazo Recursos

Ação Prazos Recursos


Meta 6.a

Ação Prazos Recursos

Ação Prazo Recursos

Ação Prazos Recursos


Meta 6.b

Ação Prazos Recursos

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 207


7. Para agir diariamente (agenda semanal)

Domingo ______ / _______ / __________ Atividades principais

Foco principal da semana: 1.

2.

3.

Compromissos do dia

07:00 15:00

08:00 16:00

09:00 17:00

10:00 18:00

11:00 19:00

12:00 20:00

13:00 21:00

14:00 22:00

Segunda-feira ______ / _______ / __________ Atividades principais

Foco principal da semana: 1.

2.

3.

Compromissos do dia

07:00 15:00

08:00 16:00

09:00 17:00

10:00 18:00

11:00 19:00

12:00 20:00

13:00 21:00

14:00 22:00

208 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


Terça-feira ______ / _______ / __________ Atividades principais

Foco principal da semana: 1.

2.

3.

Compromissos do dia

07:00 15:00

08:00 16:00

09:00 17:00

10:00 18:00

11:00 19:00

12:00 20:00

13:00 21:00

14:00 22:00

Quarta-feira ______ / _______ / __________ Atividades principais

Foco principal da semana: 1.

2.

3.

Compromissos do dia

07:00 15:00

08:00 16:00

09:00 17:00

10:00 18:00

11:00 19:00

12:00 20:00

13:00 21:00

14:00 22:00

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 209


Quinta-feira ______ / _______ / __________ Atividades principais

Foco principal da semana: 1.

2.

3.

Compromissos do dia

07:00 15:00

08:00 16:00

09:00 17:00

10:00 18:00

11:00 19:00

12:00 20:00

13:00 21:00

14:00 22:00

Sexta-feira ______ / _______ / __________ Atividades principais

Foco principal da semana: 1.

2.

3.

Compromissos do dia

07:00 15:00

08:00 16:00

09:00 17:00

10:00 18:00

11:00 19:00

12:00 20:00

13:00 21:00

14:00 22:00

210 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


Sábado ______ / _______ / __________ Atividades principais

Foco principal da semana: 1.

2.

3.

Compromissos do dia

07:00 15:00

08:00 16:00

09:00 17:00

10:00 18:00

11:00 19:00

12:00 20:00

13:00 21:00

14:00 22:00

Lembretes e anotações importantes para a semana

Observação
Planeje o seu dia-a-dia focando suas energias nas questões que são importantes para a sua vida. Use a agenda e se
organize melhor para alcançar suas metas.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 211


UNIDADE DIDÁTICA | CURSO BÁSICO - ESCOTISTA

ESPECIALIDADES E INSÍGNIAS DE INTERESSE ESPECIAL

Duração 60 minutos

Compreender a relação existente entre a conquista de especialidades e Insígnias de


Objetivos Gerais
Interesse Especial e o Programa Educativo do Movimento Escoteiro.

- Compreender a importância educativa das especialidades;


- Conhecer os níveis das especialidades e os passos para conquistá-las;
- Conhecer os passos para criação de uma nova especialidade;
- Conhecer os distintivos de especialidade e sua aplicação;
Objetivos Específicos - Conhecer as Insígnias de Interesse Especial (Insígnia Mundial de Meio Ambiente,
Insígnia do Cone Sul, Insígnia da Lusofonia e Insígnias de Envolvimento Comunitário)
compreendendo sua importância educativa;
- Conhecer o local de aplicação no vestuário/uniforme das Insígnias de Interesse
Especial.

• Conceito educativo das especialidades;


• Ramos de Conhecimento;
• Como conquistar especialidades;
Conteúdo • Procedimentos para criação de novas especialidades;
• Conceito educativo das Insígnias de Interesse Especial (Insígnia Mundial de Meio
Ambiente, Insígnia do Cone Sul, Insígnia da Lusofonia e Insígnias de Envolvimento
Comunitário)

• Quatro exemplares do Guias de Especialidades;


• POR;
• Os seguintes distintivos impressos e recortados em tamanho grande: Prevenção
de Incêndio – nível 1, Manutenção Elétrica – nível 1, Informações Turísticas – nível 2,
Prevenção de Incêndio – nível 3, Manutenção Elétrica – nível 2, Primeiros Socorros – nível
Material
2, Informática – nível 1, Coleções – nível 2;
• Cartolinas recortadas em forma de manda de camisa (uma com inscrição manga direita
e a outra com a inscrição manga esquerda);
• Quatro cópias (uma por equipe) do caso em anexo – Joãozinho Pata Tenra decide
conquistar especialidades.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 213


PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

20 Conceito educativo e como conquistar especialidades. PL

Conceito educativo e procedimentos para conquista das


10 PL
Insígnias de Interesse Especial

20 Dinâmica: estudo de caso e aplicação dos distintivos DG

10 Tira-dúvidas DD

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida DG = Dinâmica de Grupo

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Conceito educativo e como conquistar especialidades (20 minutos)


Por meio de explanação, o formador deverá abordar os seguintes assuntos:

• O que são especialidades e seu conceito educativo;


• Ramos de Conhecimento;
• Como conquistar especialidades;
• Procedimentos para criação de novas especialidades.

Conceito educativo e procedimentos para conquista das Insígnias de Interesse Especial (10 Minutos)
Por meio de explanação, o formador deverá abordar os seguintes assuntos:

• O que e quais são as Insígnias de Interesse Especial (Insígnia da Lusofonia, Insígnia do Cone Sul, Insígnias de
Envolvimento Comunitário, Insígnia Mundial do Meio Ambiente);
• Conceito educativo de cada uma delas.

Dinâmica
Estudo de caso para aplicação dos distintivos de especialidades (20 minutos): o formador deverá colar em uma das
paredes da sala as “mangas” direita e esquerda. No centro da sala, de maneira visível, o formador deverá dispor
os distintivos de especialidades recortados. Utilizando o caso da ficha de trabalho (Joãozinho Pata Tenra decide
conquistar especialidades), o formador seleciona voluntários para aplicar os distintivos nas mangas, conforme o
caso vai sendo contado. Após a aplicação dos distintivos, o formador, com o auxílio dos cursantes, faz as correções
necessárias.

Tira-dúvidas (10 minutos)


O formador deverá sanar as dúvidas remanescentes sobre o tema Especialidades e Insígnias de Interesse Especial.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

POR
Guia de Especialidades

Última atualização: 31/10/2013

214 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


FICHA DE TRABALHO | CURSO BÁSICO - ESCOTISTA
Especialidades e Insígnias de Interesse Especial

ESTUDO DE CASO

JOÃOZINHO PATA TENRA DECIDE CONQUISTAR ESPECIALIDADES

• Joãozinho Pata Tenra, um jovem da Seção que ainda não conquistou nenhuma especialidade, assiste uma notícia
sobre um incêndio numa reserva florestal que chama sua atenção para o combate ao fogo. Resolve então adquirir
mais conhecimentos sobre o trabalho dos Bombeiros e acha no Guia de Especialidades, no ramo de Serviços, uma
especialidade chamada de Prevenção de Incêndios, com 12 requisitos. Em negociação com seu formador ele escolhe
quatro requisitos que consegue completar. Ele recebe então o certificado e o distintivo de Prevenção de incêndios, no
nível 1.

• Após alguns dias, observando o trabalho de um eletricista que foi instalar um chuveiro elétrico na sua casa, este jovem
resolve aprender mais sobre eletricidade. No Guia de Especialidades existe a especialidade de Manutenção Elétrica,
com 15 requisitos. Numa conversa com o formador ele seleciona cinco e trata de alcançá-los. Recebe o certificado e o
distintivo correspondente, no nível 1.

• Como este jovem sempre morou na mesma cidade acredita que, sem muito trabalho, pode conquistar a especialidade
de Informações Turísticas, que segundo o Guia é constituída de nove requisitos. Realmente eram tão fáceis para ele que
conquistou logo seis requisitos. Recebe o certificado e o distintivo de Informações turísticas, no nível 2. Agora ele tem
três distintivos do ramo de Serviços.

• Sua Seção fez uma visita ao Corpo de Bombeiros. Interessado pelo assunto e após esta atividade, aproveitando os
ensinamentos adquiridos, este jovem conquista os oito requisitos que faltavam da especialidade de Prevenção de
Incêndios. Ele recebe o certificado e o distintivo de Prevenção de incêndios, no nível 3.

• O interesse do jovem por eletricidade continua e ele conquista mais cinco requisitos da especialidade de Manutenção
Elétrica. Ele recebe o certificado correspondente, e substitui o distintivo antigo, do nível 1, para o distintivo de nível 2.

• O jovem demonstra interesse em “correr atrás” e consegue conquistar 12 requisitos da especialidade de Primeiros
Socorros, recebendo então o certificado e o distintivo de Primeiros Socorros, no nível 2.

• Dando sequência na sua progressão, ele escolhe a especialidade de Informática, com 12 itens, do ramo de Ciência e
Tecnologia e a de Coleções, com 9 itens do ramo de Cultura. Alcança 1/3 dos requisitos da especialidade de Informática
e 2/3 da especialidade de Coleções. Recebe os certificados correspondentes e os distintivos de Informática, no nível 1 e
o de Coleções, no nível 2. Significando que agora ele tem, além de quatro especialidades no ramo de Serviços, mais uma
especialidade no ramo de Ciência e Tecnologia no nível 1 e uma no ramo de Cultura no nível 2.

• Como bom escoteiro, Joãozinho Pata Tenra acampa com bastante frequência, o que o fez despertar o interesse pela
especialidade de Acampamento. Como ele possui sete noites de acampamento, que é pré-requisito para conquista
desta especialidade no nível 1, ele resolve conquistar seis itens, recebendo então o certificado e distintivo desta
especialidade no nível 1.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 215


ESPECIALIDADES E INSÍGNIAS DE INTERESSE ESPECIAL

ESPECIALIDADES Muitas vezes não dispomos de conhecimento


ou mesmo de tempo para atuar como formadores ou
Uma especialidade é um conhecimento ou examinadores, nestes casos devemos sempre buscar
habilidade particular que se possui sobre um determinado alguém de nossa confiança para cumprir este papel.
assunto. Esta é uma forma interessante de buscar a
Para chegar a conquistar uma especialidade, é aproximação de pais dos jovens da Seção. Podemos
necessário tempo, estudo e dedicação, mas sempre existe recorrer ao conhecimento de pais para o desenvolvimento
um ponto de partida, uma pessoa ou circunstância que destas especialidades.
nos estimula em uma determinada direção e nos faz ficar
interessado em conhecer mais sobre aquele assunto. As OBJETIVOS, AÇÕES E REQUISITOS DE UMA ESPECIALIDADE SÃO
especialidades que propomos aos jovens pretendem FLEXÍVEIS
ser este ponto de partida, estimulando os jovens a
adquirirem mais conhecimento sobre algum assunto O jovem, depois de escolher o assunto, deve traçar
que lhes chamou a atenção. Assim podem desenvolver com seu formador o desenvolvimento da especialidade,
aptidões inatas, são motivados a explorar novos interesses fixando os objetivos que terá, as ações que serão
e, como consequência, melhoram sua autoestima, graças executadas e os requisitos que deverão ser observados
à segurança que resulta do desenvolvimento de uma para que se considere a especialidade conquistada. Os
capacidade. requisitos e ações constantes no Guia de Especialidades
Na realidade a conquista de uma especialidade devem servir como referência, mas eles podem ser
não faz do jovem um especialista, até porque estamos adaptados, levando em conta as diferenças geográficas,
mais interessados no esforço que ele desenvolve para culturais, sociais econômicas e outras, próprias do meio
conquista-la do que exatamente nos conhecimentos e em que o jovem vive.
habilidades que adquire, mas pode ser um bom começo.
Tendo contato com os mais variados temas, o jovem tem AS ESPECIALIDADES PERMITEM EXPLORAR, CONHECER, FAZER E
melhores condições para, mais tarde, eleger aquele em SERVIR
que efetivamente vai querer se especializar e quem sabe
até ser sua futura profissão. Por meio de uma especialidade, um jovem explora
um campo novo e que lhe era então desconhecido, obtém
A CONQUISTA DE UMA ESPECIALIDADE É VOLUNTÁRIA informações sobre o assunto escolhido, faz coisas que com
ele se relacionam e se qualifica para seguir aplicando a
Na Alcateia e na Tropa Escoteira o jovem é aprendizagem adquirida. É preciso fazer com que o jovem
estimulado a desenvolver e conquistar especialidades, vá em busca de informações, permitindo que as coisas
mas a decisão de fazê-lo é inteiramente voluntária. A que faz, ou que vai poder fazer, o estimulem a aprender
especialidade se desenvolve individualmente embora por sua própria conta. O bom é avaliar o cumprimento dos
possa ser estimulada no decorrer das atividades da seção, requisitos por meio de ações do jovem, e melhor ainda se
em diferentes momentos, num tempo adicional àquele ele, além de demonstrar que a especialidade lhe permite
destinado às reuniões habituais e em período muito fazer coisas, demonstrar que as coisas que faz constituem
variável, cuja duração depende do assunto escolhido e da um serviço útil para as outras pessoas.
profundidade com que o jovem decidiu abordá-lo.
O jovem pode conquistar uma especialidade a AS ESPECIALIDADES COMPLEMENTAM A PROGRESSÃO PESSOAL
partir do momento que ingressa na Tropa. Um formador
ou examinador de especialidade apoia o jovem - esta A especialidade representa um aprofundamento, um
função pode ser desempenhada por algum membro da esforço adicional do jovem, que complementa e enriquece
equipe de escotistas ou por qualquer pessoa capacitada e seu processo educativo global. E como ainda podem ser
designada pela equipe. criadas outras especialidades além das constantes no
guia, elas ajudam a reforçar os objetivos educativos em

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 217


todas as áreas de desenvolvimento em qualquer fase de Escoteiro, somente as especialidades obrigatórias para
progressão. se conquistar os cordões (Verde e Amarelo / Vermelho e
Branco) e o distintivo especial (Lis de Ouro), é que devem
FAZEM AUMENTAR A NECESSIDADE DE ATENÇÃO ESPECIAL AOS ser conquistadas no nível 2.
JOVENS Também não existe uma ordem na qual os requisitos
devam ser conquistados, é o jovem que escolhe quais
Para orientar o desenvolvimento de uma os itens que vai realizar e em que ordem irá fazê-lo. O
especialidade, os escotistas necessitam conhecer mais importante é estimular cada jovem a conquistar o nível
sobre os interesses, aptidões e possibilidades de cada que corresponda ao seu grau de amadurecimento ou
jovem, o que significa conviver mais e escutá-los com mais conhecimento específico do assunto escolhido.
frequência e atenção do que o habitual. Este contato será
a chave para ampliar o conhecimento sobre cada jovem. LOCALIZAÇÃO DOS DISTINTIVOS

SÃO AGRUPADAS EM RAMOS DE CONHECIMENTO Depende do Ramo de conhecimento ao qual a


especialidade pertence:
Em razão da natureza objetiva dos seus temas,
as especialidades se agrupam em conjuntos, cada um • Manga Direita: Ciência e Tecnologia, Cultura e Desportos.
relacionado com um determinado ramo de conhecimento. • Manga Esquerda: Serviços e Habilidades Escoteiras.

• Ciência e Tecnologia FICHA DE ACOMPANHAMENTO DAS ESPECIALIDADES


• Cultura
• Desportos Um dos escotistas ou um pai/mãe da Seção pode
• Serviços ser o responsável pelo preenchimento da Ficha de
• Habilidades escoteiras Acompanhamento de Especialidades. Quando um jovem
resolve conquistar uma especialidade, cada item que ele
NÍVEIS DAS ESPECIALIDADES realiza deve ser anotado na ficha. Quando ele completar
o nível 1 desta especialidade deve receber o certificado, o
Os distintivos de especialidades se apresentam respectivo distintivo e a data deve ser anotada na ficha -
bordados sobre um fundo que pode ser amarelo, e assim sucessivamente com todas as especialidades que
representando o nível 1, ou verde, representando o nível ele for conquistando. Esta ficha deve acompanhar a Ficha
2, ou grená, representando o nível 3. de Vida Escoteira na ocasião da passagem para outro
Todas as especialidades possuem um número de ramo, já que contém toda a progressividade do jovem que
requisitos múltiplo de 3. pode continuar no ramo seguinte. Esta ficha encontra-se
no SIGUE.
• Nível 1 = fundo amarelo = 1/3 dos requisitos.
• Nível 2 = fundo verde = 2/3 dos requisitos. COMO CRIAR UMA NOVA ESPECIALIDADE
• Nível 3 = fundo grená = 3/3 dos requisitos.
O Guia de Especialidades tem mais de cem
As especialidades são exatamente as mesmas para especialidades, mas existe a possibilidade de um jovem
o Ramo Lobinho, Ramo Escoteiro e Ramo Sênior. Sempre se interessar por um tema que não está formatado
existem os requisitos mais simples, os médios e os mais em especialidade. Para que esta ideia se torne uma
difíceis, estabelecidos em níveis progressivos. O que não especialidade é necessário seguir os seguintes passos:
quer dizer que um Lobinho não possa conquistar o nível
3 (grená) ou que um Sênior não possa ficar com o nível 1 • Identificar um interesse – a ideia do jovem, que deve
(amarelo). discutir sobre o assunto com a Tropa e os escotistas,
A cor não corresponde ao ramo e sim ao nível que decidindo o nome da especialidade e a qual ramo de
aquela especialidade foi conquistada. É o jovem que conhecimento se enquadra.
determina o nível que quer alcançar, o que depende
muito do conhecimento anterior que já tenha do assunto
ou da profundidade que queira chegar. No caso do Ramo

218 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


• Definir os requisitos – o jovem deve listar os requisitos Os jovens podem conquistar as Insígnias de Interesse
necessários para conquistar a especialidade, com a ajuda Especial livremente, de acordo com seus interesses e
de uma pessoa que conheça o assunto, depois de um aptidões, podendo utilizar os distintivos conquistados
amplo processo de discussão para que se tenha certeza conforme as normas estabelecidas no POR.
que a conquista desta especialidade trilhe o caminho do As Insígnias de Interesse Especial são as seguintes:
aprender, do fazer e do servir. O número de requisitos deve
sempre ser múltiplo de 3. A lista deve ser apresentada na Insígnia Mundial do Meio Ambiente (IMMA)
Corte de Honra e na Assembleia de Tropa.
É oferecida para os ramos Lobinho, Escoteiro e Sênior.
• Conquistar a especialidade – o jovem que teve a ideia A estrutura da IMMA encoraja o aprendizado progressivo
inicia a conquista da especialidade. Depois outros jovens à medida que o escoteiro desenvolve a consciência e a
que tenham interesse podem tentar conquistá-la. compreensão do ambiente e do mundo que o circunda.
As atividades propostas permitem a exploração do
• Propor a inclusão no Guia de Especialidades – após ambiente, encorajam a investigação e a consciência
um jovem ter conquistado pelo menos o nível 1 da ambiental compartilhada. Encorajam o pensamento
nova especialidade, o grupo escoteiro encaminha uma crítico sobre o ambiente e promovem a compreensão
proposta ao Escritório Nacional que a submeterá à da responsabilidade individual para com o meio em que
apreciação da Equipe Nacional de Atualização Permanente vivemos. As atividades para sua conquista estão centradas
do Programa (ENAP). Depois de examinar o assunto e em cinco eixos: ar e água, habitats e espécies, substâncias
introduzir as modificações que se façam necessárias, a perigosas, melhores práticas ambientais, riscos ambientais
ENAP restituirá a proposta ao Escritório Nacional para que e desastres naturais.
seja incluída no Guia de Especialidade. Se, por acaso, a A IMMA é utilizada acima do bolso esquerdo da
proposta for rejeitada pelo Grupo de Trabalho, o Escritório camisa, acima das estrelas de atividade e abaixo do
Nacional informará as razões e nenhum outro jovem distintivo da Organização Mundial do Movimento
poderá conquistar a especialidade, mas aqueles que já Escoteiro. Quando usada em conjunto com outras
conquistaram conservam o direito de utilizar o distintivo, Insígnias de Interesse Especial deve estar disposta em
embora não possam mais conquistar outros níveis. simetria em relação ao centro do bolso. Poderá ser
utilizada no vestuário ou uniforme até ser substituída
pelo mesmo distintivo no ramo seguinte, ou até a saída
do Ramo Sênior.
Dica – as especialidades são um rico
instrumento de aprendizado, conquista de objetivos Insígnia da Lusofonia
pessoais e de temas para atividades, contendo também
muitos itens que levam o jovem a procurar ensinamentos Oferecida para todos os ramos. Lusofonia é o
antes contidos nas chamadas etapas de classe. Você é o conjunto de identidades culturais existentes em países
grande incentivador para que o jovem tenha acesso a falantes da língua portuguesa como Angola, Brasil, Cabo
tudo isto. Usem e abusem deste instrumento. Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São
Tomé e Príncipe, Timor-Leste e por diversas pessoas e
comunidades em todo o mundo. O principal objetivo
desta insígnia é criar um espaço de diálogo entre os
INSÍGNIAS DE INTERESSE ESPECIAL escoteiros dos países de Língua Portuguesa, fortalecendo
a fraternidade mundial e a aproximação entre os povos.
São insígnias que complementam o programa A Insígnia da Lusofonia é utilizada acima do bolso
educativo e permitem que o jovem personalize sua esquerdo da camisa, acima das estrelas de atividade
progressão, ampliando o leque de opções para conquista e abaixo do distintivo da Organização Mundial do
dos distintivos especiais. Estas insígnias possibilitam maior Movimento Escoteiro. Quando usada em conjunto com
amplitude em áreas consideradas como estratégicas outras Insígnias de Interesse Especial deve estar disposta
pelos Escoteiros do Brasil, reforçando a fraternidade em simetria em relação ao centro do bolso. Poderá ser
escoteira, espírito solidário, penetração na sociedade e
compreensão do mundo.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 219


utilizada no vestuário ou uniforme até ser substituída Insígnias de Envolvimento na Comunidade
pelo mesmo distintivo no ramo seguinte, ou até a saída
do Ramo Pioneiro. Oferecida para os ramos Lobinho (Insígnia da
Boa Ação), Escoteiro (Insígnia da Ação Comunitária) e
Insígnia do Cone Sul Sênior (Insígnia do Desafio Comunitário). As atividades
oferecidas encorajam o pensamento crítico, promovem a
Oferecida para todos os ramos. O principal objetivo compreensão da responsabilidade e a participação ativa
desta insígnia é criar um espaço de diálogo entre os da vida da comunidade em que o jovem está inserido,
escoteiros dos países que integram o Cone Sul (Brasil, contribuindo para criar uma sociedade justa, participativa
Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai e Bolívia) fortalecendo e fraterna.
a fraternidade mundial e a aproximação entre os povos. As Insígnias de Envolvimento Comunitário são
A Insígnia do Cone Sul oferece atividades nas seguintes utilizadas acima do bolso esquerdo da camisa, acima das
dimensões: Escotismo, Cultura, Idiomas, Comunicação e estrelas de atividade e abaixo do distintivo da Organização
Geografia. Mundial do Movimento Escoteiro. Quando usada em
A Insígnia do Cone Sul é utilizada acima do bolso conjunto com outras Insígnias de Interesse Especial
esquerdo da camisa, acima das estrelas de atividade deve estar disposta em simetria em relação ao centro do
e abaixo do distintivo da Organização Mundial do bolso. Poderá ser utilizada no vestuário ou uniforme até
Movimento Escoteiro. Quando usada em conjunto com ser substituída pelo distintivo correspondente no ramo
outras Insígnias de Interesse Especial deve estar disposta seguinte, ou até a saída do Ramo Sênior.
em simetria em relação ao centro do bolso. Poderá ser
utilizada no vestuário ou uniforme até ser substituída
pelo mesmo distintivo no ramo seguinte, ou até a saída
do Ramo Pioneiro.

ANOTAÇÕES

220 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO PIONEIRO

PROJETOS E INSÍGNIAS DE INTERESSE ESPECIAL

Duração 60 minutos

- Compreender a importância educativa dos projetos no Ramo Pioneiro.


Objetivos Gerais - Relacionar os projetos de viagem com as Insígnias de Interesse Especial do Ramo
(Lusófona e do Cone Sul).

- Reconhecer os projetos como forma de planejamento no Ramo Pioneiro.


- Identificar as fases do ciclo de desenvolvimento de um projeto.
- Conhecer a estrutura de um projeto.
- Saber orientar os pioneiros na montagem de um projeto nos quatro campos de ação
Objetivos Específicos
prioritários.
- Conhecer as Insígnias de Interesse Especial do Ramo Pioneiro e como obtê-las.
- Identificar o local de aplicação no vestuário/uniforme das Insígnias de Interesse
Especial.

• Conceito de planejamento e de projetos.


• Ciclo de desenvolvimento de um projeto.
Conteúdo
• Estrutura de um projeto
• Insígnias de Interesse Especial no Ramo Pioneiro

• Data show
• 4 Guias do Projeto Pioneiro
Material • POR
• Cópias do Formulário prático de projetos
• Cartazes com a estrutura de um projeto.

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

15 Conceito e Ciclo de Desenvolvimento de um projeto PL

15 Estrutura de um Projeto PL

Exercício prático de montagem de um projeto em um dos


20 TG
quatro campos de ação prioritários

10 Insígnias de Interesse Especial do ramo Pioneiro DD

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 221


DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Conceito e ciclo de desenvolvimento de um Projeto (15 minutos)


Através de explanação, o formador deverá abordar o assunto.

Estrutura de um Projeto (15 minutos)


Através de cartazes, o formador irá apresentar a estrutura de um projeto, explicando aos cursantes de que maneira
eles podem orientar os pioneiros na montagem de projetos.

Trabalho em Grupo (20 minutos)


Dividir os participantes em quatro grupos. Utilizando o formulário prático de projetos (em anexo), os quatro grupos
formados, farão um exercício de montagem de um projeto cada um em um dos campos de ação prioritários, que lhe
será atribuído. Na duração prevista para o exercício não será possível terminar o trabalho, mas o mais importante é
que durante a execução, o formador oriente cada grupo e que eles compreendam o processo pata poder orientar os
pioneiros no Clã.

Discussão dirigida (10 minutos)


O formador discutirá com os participantes sobre o tema: Insígnias de Interesse Especial do Ramo Pioneiro,
relacionando-as com os projetos de viagem.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

P.O.R.
Manual do Escotista do Ramo Pioneiro
Guia do Projeto Pioneiro

Última atualização: 10/04/2014

222 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO PIONEIRO

PROJETOS E INSÍGNIAS DE INTERESSE ESPECIAL

OS PROJETOS NO RAMO PIONEIRO ESCOLHER: a escolha do que farão e seus objetivos

Projeto é um conjunto de atividades inter- Um dos elementos mais importantes para decidir
relacionadas e interdependentes que se realizam para por uma alternativa é averiguar se ela é factível, seja do
alcançar uma meta planejada pelos jovens. ponto de vista da oportunidade, das capacidades com
No Ramo Pioneiro pode ser realizado por todo que se conta, ou dos recursos financeiros.
o Clã ou por um Equipe de Interesse, assumindo as Em seguida, é necessário fixar seus objetivos,
equipes ou seus integrantes individualmente, atividades procurando que sejam poucos, claros e realistas. Será
e competências que se complementam para a conquista necessário decidir também, se o projeto será realizado
de um objetivo comum. Também podem ser individuais, por uma só equipe de interesse ou por todo o Clã; e
como é o caso de alguns projetos que um jovem finalmente, preparar uma forma atrativa para apresentar
empreende em certos campos de ação prioritários, como a idéia ao Clã.
é o caso dos projetos de trabalho.
ORGANIZAR: a preparação para fazê-lo
CICLO DE DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO
Definido o projeto, sua duração, responsáveis e
estrutura que o levará á realização, chega o momento de
prepará-lo. Isto compreende diferentes tarefas:

a. identificar e ordenar as ações necessárias;


b. distribuir as responsabilidades entre os
participantes de maneira que todos tenham alago
para fazer;
c. determinar o equipamento necessário;
d. estabelecer um orçamento detalhado;
e. assegurar os recursos financeiros e materiais;
f. obter a colaboração de especialistas;
g. adquirir ou reunir as competências necessárias
h. harmonizar as diferentes fases do projeto com as
demais atividades do Clã;
i. estabelecer um calendário;
j. controlar o estado de desenvolvimento.

A avaliação que se faz neste período servirá para


introduzir modificações na ideia original, o que quase
sempre é necessário. È importante lembrar que a
SONHAR: expressão dos anseios dos jovens preparação de um projeto é parte do seu encanto.

Mesmo que as ideias não sejam factíveis, é REALIZAR: entrar em ação.


importante que os sonhos sejam expressos, o que pode
ser feito em vários encontros como objetivo de que todos O projeto começa a acontecer. Toda a preparação
tenham a oportunidade de se manifestar. A expressão dos adquire sentido; as competências são colocadas em
sonhos pode acontecer por equipes ou no Clã, conforme prática e os sonhos se convertem em realidade.
o número de integrantes, já que deve existir um clima Na medida em que se tenha planejado bem o
de intimidade apropriado para que as pessoas se sintam projeto, a etapa de realização se desenvolverá com a
confiantes para compartilhar seus sonhos. menor quantidade de imprevistos possíveis.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 223


AVALIAR: reflexão sobre a conquista e como ela é feita. ato de planejar não contém um fim em si mesmo. Não se
planeja com o objetivo de ter um planejamento. Planeja-
A avaliação final compreende três aspectos: se para alcançar determinados objetivos.
Vantagens de se conceber um projeto:
a. as conquistas alcançadas, confrontando o
resultado obtido com os objetivos fixados; a. Organiza as ideias do autor de forma sistematizada.
b. o processo seguido, o que se avalia examinando se
o caminho percorrido resultou ser o mais apropriado; b. Ajuda a enxergar de forma mais clara, as metas a
c. avaliação dos participantes. serem alcançadas.

FESTEJAR: celebração c. Permite definir os passos a serem dados rumo aos


objetivos.
Tudo tem seu tempo e também há um tempo
para festejar. A celebração do projeto é também uma d. Propicia uma visão de todas as implicações
oportunidade para reconhecer, agradecer e manter vivo o e providências a serem tomadas, antevendo os
sentido do que se faz. problemas e antecipando soluções.

GUIA PRÁTICO DE PROJETOS Segue abaixo um instrumento prático para


elaboração de projetos. Mas pode ser utilizado qualquer
Projetar não precisa ser complicado. Ao contrário, a outro com a mesma finalidade. O importante é que
prática demonstra que a simplicidade gera efetividade. os pioneiros escrevam o essencial e tenham êxito na
É preciso planejar, mas o planejamento é uma execução e além disso, incorporem o hábito de planejar
ferramenta que permite alcançar objetivos. Em suma, o as suas coisas, utilizando a ferramenta para a sua vida.

FORMULÁRIO PRÁTICO DE PROJETOS

Título do projeto:

Responsável (Pioneiro ou Pioneira)

Data de início: Data de conclusão:

Colaboradores (Equipe de Interesse ou Colaboradores Eventuais):

224 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


Qual é o grande objetivo deste projeto (PROPÓSITO)?

Que resultados devemos alcançar para atingirmos o objetivo (METAS)?

Quais são os principais contatos relacionados à execução deste projeto?

Número Nome Telefone E-mail

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 225


Quais são os principais recursos necessários à execução do projeto (pessoal, recursos financeiros,
equipamentos, espaço físico, materiais)?

10

Faça um breve resumo das razões deste projeto e da estratégia de execução, tentando organizar o
pensamento em relação ao modo de agir mais eficiente para alcançar o seu objetivo:

226 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


Quais são as tarefas a desenvolver para alcançar cada um dos resultados esperados (AÇÕES)?

META:

Ação Responsável Prazo Recursos

Ação Responsável Prazo Recursos


Meta 1

Ação Responsável Prazo Recursos

META:

Ação Responsável Prazo Recursos

Ação Responsável Prazo Recursos


Meta 2

Ação Responsável Prazo Recursos

META:

Ação Responsável Prazo Recursos

Ação Responsável Prazo Recursos


Meta 3

Ação Responsável Prazo Recursos

META:

Ação Responsável Prazo Recursos

Ação Responsável Prazo Recursos


Meta 4

Ação Responsável Prazo Recursos

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 227


META:

Ação Responsável Prazo Recursos

Ação Responsável Prazo Recursos


Meta 5

Ação Responsável Prazo Recursos

META:

Ação Responsável Prazo Recursos

Ação Responsável Prazo Recursos


Meta 6

Ação Responsável Prazo Recursos

Aqui vão algumas explicações a respeito do 6. Prepare uma lista dos principais recursos necessários,
formulário: tais como pessoal, recursos financeiros, equipamentos,
espaço físico, materiais, etc. Depois você poderá utilizar
1. Escolha um título representativo para o seu projeto, que esta lista para preencher a planilha de ações detalhadas.
esteja associado ao objetivo que você pretende alcançar; Aqui, trata-se apenas de listar as necessidades, até mesmo
para conhecer todas as implicações;
2. Liste os seus colaboradores e obtenha deles um
compromisso em torno dos objetivos do projeto; 7. Agora elabore um pequeno texto contendo a
justificativa da escolha do projeto. Tente responder à
3. Defina o seu propósito. É o grande “objetivo” do seu seguinte pergunta: Por que escolhi realizar este projeto?
projeto. Para defini-lo, responda às seguintes perguntas: Isso ajudará a manter o foco, na medida em que aquilo
O que eu quero alcançar? Qual é o grande resultado que o animou a projetar deve ser sempre relembrado,
esperado ao final deste projeto? deve estar sempre claro para você e para os demais
colaboradores. Agregue a isso um breve resumo de como
4. Em seguida, liste as metas que devem ser alcançadas e você pretende executar o projeto, organizando o
que, em conjunto, permitirão chegar ao propósito maior. pensamento e procurando estabelecer um “passo a passo”
São os “passos intermediários”, que devem ser poucos, de como você visualiza o caminho rumo ao propósito;
mas muito bem definidos. Em geral, quatro a seis metas
representa uma quantidade razoável, permitindo o 8. Finalmente, estabeleça as ações que devem ser
adequado acompanhamento; empreendidas para cumprir cada uma das metas que você
definiu. Trata-se de uma lista de “atividades”, de “tarefas”,
5. Faça uma lista dos principais contatos que você precisará em número médio de duas ou três para cada meta. Com a
ao longo do projeto, o que facilitará a comunicação em realização das atividades se alcança a meta proposta. Aqui
momentos importantes ao longo da execução; é fundamental que se defina claramente o responsável e
o prazo para a realização da tarefa. Além disso, listar os
recursos específicos ajuda a organizar a ação.

228 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


explorar, desde uma simples excursão até a aventura de
Para saber mais consulte o exemplo de uma viagem a lugares longínquos, sem esquecer-se dos
formulário prático de projeto já preenchido no grandes eventos que convidam à peregrinação de jovens
Guia do Ramo Pioneiro. de diferentes povos e culturas. Por último, o trabalho é
expressão da missão do Movimento, isto é, de seu desejo
constante de que os jovens “participem ativamente
RELATÓRIO FINAL DO PROJETO de sua sociedade”, propósito que aos jovens preocupa
muitíssimo nesta etapa de sua vida e que requer atenção
Um último aspecto importante é a elaboração do especial do Clã Pioneiro.
relatório final do projeto, que permite manter um registro Pretende-se que, ao final do Ramo Pioneiro, o jovem
fidedigno de tudo o que ocorreu, desde a concepção, tenha experiências relevantes em alguns destes campos.
passando pelo alcance das metas, até a conquista do
propósito maior do projeto. INSÍGNIAS DE INTERESSE ESPECIAL
Com as informações que já se dispõe – e constam do
planejamento – fica fácil gerar um relatório simples, mas São insígnias que complementam o programa
que contenha alguns elementos importantes: educativo e permitem que o jovem personalize sua
progressão, ampliando o leque de opções para conquista
a. Um relato geral sobre o projeto; dos distintivos especiais. Estas insígnias possibilitam maior
amplitude em áreas consideradas como estratégicas
b. A prestação de contas dos recursos eventualmente pelos Escoteiros do Brasil, reforçando a fraternidade
empregados, com os registros de receitas e despesas escoteira, espírito solidário, penetração na sociedade e
(anexe as notas fiscais ou comprovantes); compreensão do mundo.
Os jovens podem conquistar as Insígnias de Interesse
c. A descrição dos objetivos alcançados; Especial livremente, de acordo com seus interesses e
aptidões, podendo utilizar os distintivos conquistados
d. As impressões pessoais sobre a jornada percorrida conforme as normas estabelecidas no POR.
e o aprendizado obtido. As Insígnias de Interesse Especial do Ramo Pioneiro
são as seguintes:
O relatório permitirá partilhar as experiências com
outras pessoas e também servirá para a consulta pessoal • Insígnia da Lusofonia:
quando da realização de novos projetos.
Oferecida para todos os ramos. Lusofonia é o
OS PROJETOS NOS CAMPOS DE AÇÃO PRIORITÁRIOS conjunto de identidades culturais existentes em países
falantes da língua portuguesa como Angola, Brasil, Cabo
No Ramo Pioneiro, sem menosprezar a liberdade de Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São
opção, quatro campos são considerados campos de ação Tomé e Príncipe, Timor-Leste e por diversas pessoas e
prioritários. Eles são: comunidades em todo o mundo. O principal objetivo
desta insígnia é criar um espaço de diálogo entre os
• Serviço escoteiros dos países de língua portuguesa, fortalecendo
• Natureza a fraternidade mundial e a aproximação entre os povos.
• Trabalho A Insígnia da Lusofonia é utilizada acima do bolso
• Viagem esquerdo da camisa, acima das estrelas de atividade
e abaixo do distintivo da Organização Mundial do
A escolha destes campos como prioritários não é Movimento Escoteiro. Quando usada em conjunto com
aleatória, já que obedecem quatro pilares históricos e outras Insígnias de Interesse Especial deve estar disposta
conceituais do Movimento Escoteiro. Serviço e natureza em simetria em relação ao centro do bolso. Poderá ser
são componentes originais, ligados á história, aos utilizada no vestuário ou uniforme até ser substituída
valores, ao método e á tradição do Movimento. Com a pelo mesmo distintivo no ramo seguinte, ou até a saída
viagem ocorre algo similar. A imagem de um escoteiro do Ramo Pioneiro.
está associada à ideia de sair para descobrir algo novo e

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 229


• Insígnia do Cone Sul: A Insígnia do Cone Sul é utilizada acima do bolso
esquerdo da camisa, acima das estrelas de atividade
Oferecida para todos os ramos. O principal objetivo e abaixo do distintivo da Organização Mundial do
desta insígnia é criar um espaço de diálogo entre os Movimento Escoteiro. Quando usada em conjunto com
escoteiros dos países que integram o Cone Sul (Brasil, outras Insígnias de Interesse Especial deve estar disposta
Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai e Bolívia) fortalecendo em simetria em relação ao centro do bolso. Poderá ser
a fraternidade mundial e a aproximação entre os povos. utilizada no vestuário ou uniforme até ser substituída
A Insígnia do Cone Sul oferece atividades nas seguintes pelo mesmo distintivo no ramo seguinte, ou até a saída
dimensões: Escotismo, Cultura, Idiomas, Comunicação e do Ramo Pioneiro.
Geografia.

ANOTAÇÕES

230 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | CURSO BÁSICO - ESCOTISTA

JOGOS II - UM RECURSO EDUCATIVO

Duração 60 minutos

Objetivos Gerais Demonstrar capacidade de planejar e aplicar jogos educativos no Movimento Escoteiro.

• Planejar jogos e vivenciar aplicação de jogos;


• Compreender a importância dos jogos como instrumento educativo, reconhecendo
Objetivos Específicos
sua importância para o desenvolvimento dos jovens;
• Compreender os critérios para a escolha de um determinado jogo

• Jogo como instrumento educativo;


• Classificação de jogos;
Conteúdo
• Objetivo do jogo;
• Critérios para a escolha de um jogo.

• Apostila do cursante;
Material • Livros diversos sobre jogos;
• Materiais diversos para aplicação de jogos (bola, barbante, etc)

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

15 A importância dos jogos como recurso educativo PL

15 Preparação de um jogo educativo TG

30 Aplicação dos jogos educativos TG

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

A importância dos jogos como recurso educativo (15 minutos)


Por meio de explanação, o formador deverá abordar os seguintes assuntos:

• A importância da aplicação de jogos educativos no Escotismo;


• Classificação dos jogos;
• Dicas para execução dos jogos;
• Postura dos escotistas.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 231


Preparação de um jogo educativo (15 minutos)
Os cursantes deverão ser divididos em quatro equipes, e por meio de sorteio, cada equipe deverá preparar um
jogo que tenha como objetivo o desenvolvimento físico, outra equipe o desenvolvimento intelectual, outra o
desenvolvimento da afetividade e outra o desenvolvimento espiritual.

Aplicação dos jogos educativos (30 minutos)


Cada equipe deverá aplicar os jogos preparados anteriormente. A aplicação dos jogos não deve ultrapassar cinco
minutos. Ao final da aplicação de cada jogo, o formador deverá sanar as dúvidas e apontar as correções necessárias.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Jogos, Dinâmicas & vivências Grupais/ Albigenor & Rose Militão – Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2000
Jogos e Dinâmicas de Grupo – Pessoa com Deficiência – União dos Escoteiros do Brasil, 2009
Jogos para a Paz e a Compreensão entre os Homens – União dos Escoteiros do Brasil, 1995
Jogos para Educação para o Desenvolvimento – União dos Escoteiros do Brasil, 1995
Jogos ao Ar Livre – União dos Escoteiros do Brasil, 1995
Livro de Jogos - – União dos Escoteiros do Brasil
Atividades Educativas – 7 a 11 anos – União dos Escoteiros do Brasil, 2006
Atividades Educativas – 11 a 15 anos – União dos Escoteiros do Brasil, 2007
Projetos e Atividades Educativas – 15 a 21 anos - – União dos Escoteiros do Brasil, 2008

Última atualização: 04/12/2013

232 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


JOGOS II - UM RECURSO EDUCATIVO

A importância dos jogos no Escotismo é bem OBJETIVOS DOS JOGOS


ilustrada pela definição dada por B-P, o fundador do
Movimento: “O Escotismo é um jogo para jovens”. • Desenvolver as áreas de crescimento;
Da mesma forma tem destaque como um dos itens • Formação do caráter e da personalidade;
do Método Escoteiro: “Atividades progressivas, atraentes e • Conhecer as crianças e jovens;
variadas, compreendendo: jogos, etc.” • Incentivar a participação;
Falar de jogos é fascinante, visto que brincar, jogar e • Incentivar ou inibir o espírito de competição;
recrear faz parte de nossas vidas desde que somos bebê • Corrigir determinada característica;
e contribuem sobremaneira para o desenvolvimento do • Criar espírito de equipe;
ser humano. • Divertir.
No início é a descoberta da mão, do pezinho, do
barulho do chocalho, do som do balbucio, entre outros. CRITÉRIO DE ESCOLHA DOS JOGOS
Depois os comportamentos vão se ampliando e as
crianças vão sendo capazes de realizar muitas outras • Atender os objetivos que se pretende alcançar;
coisas por meio do desenvolvimento dos sentidos, da • Local adequado;
criatividade, do trabalho em grupo, entre outros. Mesmo • Número de crianças adequado à sua realização;
depois de adultos, o jogo permeia nosso caminho. • Verificar só itens de segurança existentes para a sua
O jogo é o meio mais eficaz e mais rápido de aplicação;
conduzir a criança e o jovem à atividade, à autoexpressão • Não abusar dos jogos favoritos.
e a socialização. Os escotistas devem aproveitar esse
extremo interesse que as crianças e jovens demonstram APLICAÇÃO DOS JOGOS
pelos jogos, canalizando na formação e desenvolvimento
das partes físicas e moral. A possibilidade de estimular a • Definição clara das regras;
formação de qualidades positivas, como a autodisciplina • Material necessário a sua aplicação;
e a verdadeira camaradagem. Outros pontos como a • Arbitragem atenta e honesta;
lealdade e a iniciativa também devem ser aproveitados. • Ter certeza de que todos os assistentes e formadores
O valor dos jogos na educação é reconhecido, conhecem o jogo.
especialmente sua utilidade no desenvolvimento:
CLASSIFICAÇÃO DE JOGOS
• Físico: resistência, força, agilidade e controle motor;
• Intelectual: observação, memória, dedução, A variedade de jogos é de tal ordem que para utilizá-
imaginação, raciocínio e criatividade; los com propriedade, isto é, com o maior proveito possível,
• Social: lealdade, cortesia, disciplina, cooperação, faz-se necessário classificá-los de forma a encontrar a
participação, colaboração, justiça e espírito esportivo; receita certa na hora que dela precisarmos. Para tanto,
• Afetivo: amor ao próximo, cortesia, bondade, tolerância existem muito sistemas que podem ser adotados:
e empatia;
• Espiritual: procura de Deus, reflexão, respeito à TIPOS DE JOGOS
natureza;
• Caráter: conhecer suas limitações, autocrítica, alegria e Jogo inicial
bom humor, valores.
É um jogo simples, rápido, movimentado e
Independente de sua função educativa, o jogo tem empolgado, com objetivo de que¬brar a apatia dos jovens
também uma função lúdica, ou seja, de puro prazer, sem quando iniciam uma atividade. Também conhecido como
nenhuma outra intenção e, como tal, descarrega energias, “jogo quebra-gelo”. É importante que todos participem
desliga a mente, descontrai e expande alegria. dele.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 233


Jogo técnico cria uma oportunidade para que os jovens conheçam
melhor o lugar onde vivem.
É usado para avaliar os conhecimentos adquiridos As instruções podem ser apresentadas em forma de
durante um determinado treinamento. Estes jogos devem charadas ou cartas (cartas prego) que podem ser abertas
ser variados para que a cobrança não se torne repetitiva. em horários ou locais determinados.
Um caso típico é o da cobrança de uma atividade que
envolve conhecimento sobre nós e amarras, onde o jogo Jogo de observação e desenvolvimento dos sentidos
evita a cobrança formal.
Estas duas categorias de jogos estão classificadas
Jogo de revezamento juntas, pois ambas desenvolvem raciocínio, memória e os
sentidos. A partir de impressões recebidas pela visão, tato,
É caracterizado por ações repetitivas geralmente olfato, audição ou paladar, o jovem deve memorizar para
empregadas para a cobrança de treinamento. É uso posterior.
considerada vencedora a equipe que concluir as tarefas
corretamente no menor tempo. Jogo cooperativo

Jogo de equipe É o tipo de jogo onde os participantes jogam com


os outros e não contra os outros. Eles jogam para superar
É um jogo onde equipes se confrontam. Para a desafios e não superar pessoas. O jogo cooperativo
realização deste tipo de jogo é importante que os limites é planejado de forma que a cooperação entre os
da área ou do campo sejam facilmente identificados por participantes leve ao sucesso.
todos os participantes e que as regras sejam esclarecidas a Características dos jogos cooperativos:
todos antes do início. Estas regras poderão ser adaptadas
em função do número de participantes, das condições do - Os participantes colaboram entre si para alcançar
terreno e dos materiais disponíveis. Nos ramos Escoteiro e um resultado. Todas as equipes vencem juntas ou
Sênior materializa-se por meio dos jogos de patrulha. perdem juntas.

Jogo amplo - Não existe eliminação de participantes ou equipes,


todos podem alcançar o sucesso.
É caracterizado pela surpresa, espaço e tempo. Os
participantes vão conhecendo as regras e o terreno ao - Equipes ou pessoas jogam contra índices e não
longo do jogo, abrindo instruções após terem concluído entre si. Os que alcançarem os índices recebem um
tarefas ou após um determinado horário. prêmio.
O sucesso dos jogos amplos está relacionado com
o detalhamento das instruções e a garantia de que Jogos noturnos
serão bem entendidas pelos participantes. Nestes jogos
geralmente o dirigente não está presente em todos os São recebidos com grande satisfação por todos os
momentos do desenvolvimento. jovens. Estes jogos criam condições para o jovem perder
Jogos amplos podem ser iniciados e terminados o medo da escuridão, se deslocar e observar o movimento
em horários determinados ou por sinais sonoros, tais dos outros no escuro. A escuridão é uma dificuldade
como apitos. Devem existir também dispositivos de que transforma pequenas tarefas em grandes desafios.
emergência, caso alguma equipe se perca ou alguém Deslocamentos no escuro, sem ser percebido por outros,
sofra um acidente. faz com que o jovem se sinta como um rastreador
experiente.
Jogo de cidade
> Recomendações para elaboração de jogos noturnos
É caracterizado por deslocamentos dentro da cidade, - estes jogos possuem características semelhantes aos
incluindo particularidades da vida urbana, programação jogos amplos e deve se tomar alguns cuidados especiais:
cultural, história e meios de transporte. Este tipo de jogo

234 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


- Informar o proprietário sobre o tipo de jogo e autonomia para deslocamento e de relacionamento
horário que vai ser desenvolvido. É importante com estranhos.
prender cães e avisar aos moradores para evitar
surpresas desagradáveis. Temas

- Avisar a polícia quando o jogo ocorrer em local Os fundos de cena criam um “clima de aventura”. É
público. muito mais empolgante o ataque do bando de piratas aos
soldados da corte, do que um encontro da equipe “A” com a
- Inspecionar o local antes do jogo visando identificar equipe “B”. Deve-se, porém, garantir que os jovens saibam
os riscos. Estes riscos devem ser eliminados ou exatamente quais serão as suas funções, independente do
sinalizados. Os participantes devem ser informados fundo de cena. Por exemplo: os soldados da corte devem
sobre os riscos. defender a cidadela, que é formada por quatro árvores
cercadas por uma corda; os tesouros a serem defendidos
- No caso de contato físico, introduzir regras bem são quatro latas e as vidas são representadas por fios de lã
definidas para evitar descontroles ou excesso de amarrados no pulso.
violência.
Jogos diversos
- O horário para a realização de jogos noturnos
deve respeitar períodos de sono compatíveis com Por mais que se tente encontrar formas diferentes
a idade dos jovens, não exigindo deles acima de de classificar jogos, sempre existirão aqueles que não
sua capacidade física. Excessos resultam em queda se encaixam bem em nenhum dos tipos existentes ou
de rendimento e possibilidade de acidentes no dia aqueles que são combinações de dois ou mais tipos.
seguinte. Deve-se respeitar um período de 8 horas
de sono para os jovens. Fichário/caderno de jogos

- Jogos noturnos que envolvem parte maior da noite Qualquer que seja a classificação que você adote,
e grande desgaste físico são recomendáveis para o é importante que saiba encontrar rapidamente o jogo
Ramo Sênior e Ramo Pioneiro. desejado. Assim recomendamos que cada escotista crie o
seu fichário ou caderno de jogos.
- As fases da lua devem ser levadas em consideração: Em cada ficha deve constar a classificação adotada,
um jogo que pode ser ótimo em uma noite escura, o objetivo do jogo, o material necessário, o número de
talvez não tenha êxito em uma noite de lua cheia. participantes, a duração média do jogo, as regras e o
desenvolvimento. Finalmente o nome que você utiliza ou
- Locais abertos são mais favoráveis para jogos que se for o caso, o nome que a maioria utiliza.
envolvem correrias e contatos físicos. Observações podem ser acrescidas, como as datas
em que foram utilizados, resultado prático, cuidados com
- Locais arborizados são mais favoráveis para jogos segurança e outras.
de tocaia. No entanto, são locais favoráveis para a A internet tem se revelado uma boa fonte para
proliferação de animais peçonhentos. localizar jogos. É possível encontrar sites com centenas
de jogos e planilhas prontas para escolha e impressão de
- No caso do Ramo Lobinho, não se recomenda fichas de jogos. Mas, uma velha lista de jogos, uma ficha de
a aplicação de jogos noturnos uma vez que as atividades em seu bolso, facilita incrementar as atividades
crianças deste Ramo ainda estão em processo de do programa. De um lado coloque jogos fáceis, bons para
aquisição de determinadas habilidades motoras e de qualquer tempo e do outro lado as fichas com jogos para
capacidade para avaliar riscos. A escuridão da noite tempo chuvosos, todos com pouco ou nenhum material.
ainda é uma dificuldade para as crianças. O jogo
noturno pode ser substituído por uma caminhada Segredos para o sucesso
noturna com lanternas enfeitadas, observação das
estrelas, histórias durante o percurso. Também não O jogo é uma atividade natural para os jovens e
se recomenda Jogos de cidade que necessitem de como instrumento educativo deve ser planejado com

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 235


antecedência quer pelos jovens, quer pelos escotistas. - Incentive os jogadores a deixarem limpo e
No momento da execução dos jogos, devem-se observar organizado o local do jogo, pois: “O escoteiro não
as regras de segurança, como ter um local apropriado, deixa rastro”.
materiais adequados e adultos em quantidade suficiente. - Jogos de eliminação são pouco interessantes.
No final do jogo deve-se registrar o “desempenho” Caso seja dado, tenha sempre um assistente pronto
do jogo para aproveitar a experiência em uma nova para ocupar com alguma atividade os escoteiros
aplicação. Algumas perguntas facilitam levantar as eliminados.
informações: as regras foram bem entendidas por todos
e eram adequadas ao tipo de jogo? O local e os materiais A postura dos escotistas nos jogos
utilizados foram adequados ao tipo de jogo? O tempo
empregado foi suficiente? Houve interesse de todos os - Planejar jogos estabelecendo dificuldades
participantes? progressivas adequadas à maturidade e experiência
Para que um jogo tenha sucesso é necessário dos participantes;
observar os seguintes pontos: - Agir com imparcialidade e justiça;
- Agir com energia quando houver transgressões
- Conhecer jogos variados ou dispor de material de das regras do jogo, da Lei Escoteira ou situações que
consulta suficiente e adequado; apresentem riscos de acidentes;
- Escolher o jogo de acordo com a ocasião; - Motivar os participantes;
- Preparar com antecedência o material necessário; - Escotistas não jogam o jogo, pois enquanto os
- Estabelecer regras simples e explicá-las com jovens jogam ele observa e analisa condutas dos
clareza. Não se deve iniciar um jogo antes que as participantes, que serão úteis na avaliação da
regras tenham sido entendidas por todos; progressão pessoal.
- Animar o jogo constantemente sem que os
escotistas se tornem jogadores; A competição em quantidade adequada
- Dar continuidade ao jogo e não interrompê-lo sem
motivo válido; A sociedade em que vivemos é caracterizada pela
- Não deixar nenhum jovem fora do jogo a menos competição. A busca por uma vaga na universidade, uma
que a saída decorra das regras do próprio jogo; vaga no trabalho ou na equipe esportiva. Vencer significa
- Encerrar o jogo antes que o interesse comece sobreviver e ser reconhecido.
a decair, desde que o encerramento possa ser
determinado por quem o aplica. Interrompa o jogo Excesso – agressão, frustração para os vencidos,
no clímax; discórdia.
- Fazer respeitar o perdedor e reconhecer o mérito
do ganhador. Estimule os perdedores, dando-lhes Falta – desânimo e falta de desafios para melhorar o
palavras de incentivo; desempenho.
- Não repetir um jogo com demasiada frequência.
Não exagere nos jogos favoritos; Equilíbrio - crescimento pessoal.
- Avaliar o jogo e o cumprimento das regras e das
tarefas com ele relacionadas;
- Deve-se dar um clima ao jogo antes de iniciá-lo;
- Evite a improvisação, tenha o material necessário a
mão antes de iniciá-lo;
- Na perca de controle, pare o jogo e reinicie-o;
- Incentive os mais fracos, porem apoie a todos;
- Cada jogo deverá ter seu objetivo, mesmo que seja
para divertimento;
- Explique claramente a delimitação da área do jogo;
- Evitar violência;
- Anote as falhas do jogo, para que possam ser
sanadas na próxima aplicação;

236 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


ANOTAÇÕES

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 237


UNIDADE DIDÁTICA | CURSO BÁSICO - ESCOTISTA

ADMINISTRAÇÃO DE SEÇÃO

Duração 40 minutos

Reconhecer o SIGUE como uma das principais ferramentas do Grupo Escoteiro na


Objetivos Gerais
administração da Seção.

Compreender a importância de manter atualizadas as informações no SIGUE;


Objetivos Específicos Identificar onde recorrer para esclarecer dúvidas relacionadas ao SIGUE;
Conhecer as ferramentas existentes para melhor manuseio do SIGUE.

Conteúdo SIGUE – Sistema de Informações e Gerenciamento de Unidades Escoteiras.

• Manual do SIGUE;
• Vídeo do SIGUE;
Material
• Computadores;
• Exemplo de uma atividade desenvolvido no Grupo Escoteiro.

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

15 Apresentação do SIGUE: manual e do vídeo do SIGUE PL

15 Exercício de cadastrar uma atividade no SIGUE TG

10 Fechamento DD

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

O formador fará uma explanação sobre o que é o SIGUE, a sua importância e quais informações podem e devem ser
inseridas. Apresentará aos participantes o Manual e o vídeo do SIGUE aos participantes.

Os participantes subdivididos em grupo deverão registrar uma atividade no SIGUE baseadas nas orientações
recebidas pelo formador e pelas informações contidas no Manual do SIGUE.

Cada subgrupo receberá um exemplo de atividade e um computador. O ideal é que o nº de pessoas por subgrupo
não ultrapasse quatro pessoas.

O formador deverá apresentar alguns livros utilizados na administração de seção (Ex: livro de Corte de Honra)

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 239


BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do SIGUE
Vídeo do SIGUE

Última atualização: 11/07/2011

240 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


ADMINISTRAÇÃO DE SEÇÃO

DOCUMENTOS GERENCIADOS PELA CHEFIA DA SEÇÃO REGISTRO ANUAL

A organização é importante para a realização de • Os membros do Movimento Escoteiro no Brasil recebem


qualquer tarefa. Ao aceitar uma função de diretoria ou autorização para praticar Escotismo por meio do “Registro
de chefia, a pessoa está aceitando a responsabilidade de Grupo Escoteiro”.
de desenvolver um trabalho sério em prol da formação
de jovens por meio do Método Escoteiro. Influem • A finalidade das informações do registro anual é
significativamente no sucesso do Grupo Escoteiro as fundamental para o acompanhamento do Escotismo no
características das pessoas que ocupam os cargos de Brasil.
liderança. Lamentavelmente motivado pela falta de
colaboradores, o Grupo acaba aceitando pessoas sem
avaliar suas potencialidades, comportamento e atitudes. PEDIDO DE INSCRIÇÃO
Às vezes o desejo do colaborador é trabalhar na área
técnica e acaba preenchendo um cargo administrativo e • A admissão no Grupo Escoteiro é formalizada por meio
vice-versa. De uma forma geral: os adultos que prestam do documento “Pedido de inscrição”.
serviços no Grupo devem agir com cordialidade, otimismo,
paciência e respeito aos jovens e adultos. É possível treinar • O preenchimento é feito pelo responsável pelo menor ou
um colaborador para executar uma determinada tarefa, pelo próprio candidato no caso dele ser maior de idade.
porém dever ser considerado que isto acarreta em: tempo,
custos, oportunidades e, principalmente, vontade. • Os procedimentos de admissão dos membros do Grupo
Independente de você ser chefe ou assistente, a Escoteiro estão descritos no POR.
equipe que trabalha numa Seção deve ser bem coesa,
com tarefas distribuídas de alguma maneira, por exemplo: • O pedido corretamente preenchido - inclusive com o
quem cuida das finanças; dos equipamentos e patrimônio; atestado médico (que deve ser renovado a cada três anos),
controle das fichas individuais e médicas; das anotações habilita o candidato à prática do Escotismo
das etapas; da emissão dos certificados, de cada um
dos diversos livros, etc., de maneira a não sobrecarregar • O pedido é um documento legal e dever ser arquivado
apenas um ou alguns escotistas. no Grupo durante toda a vida escoteira do mesmo.

AUTORIZAÇÃO DE ATIVIDADES FORA DA SEDE


FICHA MÉDICA
• Todas as atividades fora da sede devem ser
autorizadas pelo Chefe da Seção, pelo diretor- • A ficha médica é um documento indispensável à prática
presidente do Grupo e pelo Coordenador Setorial/ do Escotismo.
Distrital.
• Ela deve ser assinada por um médico e apresentada
• Atividades fora do estado devem ser autorizadas pelos pais no ato da inscrição do jovem.
pela Direção Regional. Todas as atividades devem
constar na programação anual do Grupo e sua • A ficha médica deve ser renovada a cada três anos, visto
autorização deve ser solicitada pelo menos 20 dias que as condições clínicas dos jovens mudam muito na
antes do evento. adolescência.

Antes de solicitar essa autorização será necessário • É aconselhável que o Chefe da Alcateia, da Tropa e do Clã
elaborar: programa, estimativa de custos, cardápios, etc., tenha uma cópia desta ficha médica para a realização de
pois estes dados irão interferir na emissão da autorização atividades.
(SIGUE).

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 241


SIGUE - SISTEMA DE INFORMAÇÕES E GERENCIAMENTO DE • Os escotista da Seção podem acessar e atualizar
UNIDADES ESCOTEIRAS automaticamente a informações da ficha médica dos
associados da sua Seção;
O SIGUE é um programa desenvolvido para auxiliar
as Unidades Escoteiras Locais (UEL), que podem ser • A diretoria da Unidade Escoteira Local pode fazer um
grupos escoteiros ou seções escoteiras autônomas, na cadastro de prestadores de serviços, fornecedores,
administração das informações relacionadas à Secretaria, contatos importantes e antigos escoteiros;
aos beneficiários, aos escotistas, ao controle das atividades
e aos contatos externos da UEL. O SIGUE funciona via • Inserção da cópia de documentos comprobatórios;
internet e pode ser acessado de qualquer lugar, em
qualquer computador; • Controle da progressão do membro juvenil;
O “SIGUE Administrativo” é um programa voltado
para os responsáveis pela administração de informações • Controle da conquista de especialidades pelo membro
da Unidade Escoteira Local, são eles os diretores, juvenil.
escotistas e voluntários da área administrativa. De acordo
com o nível de acesso definido pelo diretor-presidente os VANTAGENS DO “MEU SIGUE”
usuários podem, fazer alterações, inclusões, exclusões e
consultas. • Acessar os seus dados cadastrais, podendo atualizar
O “Meu SIGUE” é o programa para os membros somente o seu telefone, o seu e-mail, o seu endereço e
juvenis da UEL. Nele os Lobinhos, Escoteiros, Seniores e sua foto. Os dois últimos dependerão da determinação do
Pioneiros podem fazer consultas de suas informações e da Grupo;
Seção a que pertencem.
O primeiro acesso ao “Meu SIGUE” será feito de forma • Acessar as informações da sua Patrulha/Matilha, como
direta, sem a necessidade de definições de nível de acesso. telefone e e-mail dos componentes;
Basta digitar o seu número de registro nos Escoteiros do
Brasil no campo “Nº de Registro” e depois digitar a sua data • Consultar o calendário da sua seção, podendo imprimir a
de nascimento no campo “Senha”. autorização de participação em cada atividade;
Dúvidas relacionadas ao SIGUE podem ser
encaminhadas para o e-mail sigue@escoteiros.org.br • Inscrição de eventos.

VANTAGENS DO “SIGUE ADMINISTRATIVO” PRÓXIMAS FUNÇÕES DO SIGUE

• Não é necessário cadastrar as informações já enviadas no • Controle financeiro da Unidade Escoteira Local;
processo de registro ou renovação; • Controle do patrimônio da Unidade Escoteira Local;
• Inscrições em cursos efetuadas diretamente no SIGUE.
• Todas as alterações, inclusões e exclusões feitas no SIGUE
são atualizações automaticamente;
OUTROS DOCUMENTOS
• Os escotistas podem atualizar e acessar informações de
associados de suas seções, e podem consultar os membros LIVRO ATA DA CORTE DE HONRA
das patrulhas/matilhas, atualizando automaticamente os
seus componentes; • É o livro operacional das Cortes de Honra das Tropas de
Escoteiros e de Seniores e da comissão administrativa do
• As informações antigas da ficha individual (120) podem Clã.
ser cadastradas no SIGUE pelos escotistas da Seção, de
acordo com o nível de acesso; • Nele são registradas as questões de disciplina,
condecorações e programação, entre outros assuntos
• Todas as seções podem cadastrar a atividades atuais e inerentes à Seção.
antigas, com atualização automática da ficha individual
(120);

242 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


LIVRO DE FREQUÊNCIA FICHA DE PROGRAMAÇÃO

• É usado para registrar a participação dos jovens da Seção • São empregadas para registrar as atividades
nas atividades. desenvolvidas na Seção.

• Normalmente a Loja Escoteira vende livros de frequência. • Também são essenciais para o planejamento de
atividades.
LIVRO OU MAPA DE ETAPAS
REALIZAÇÃO DE CONSELHOS DE PAIS DAS SEÇÕES
É usado para acompanhar a conquista de etapas e
especialidades dos jovens da Seção. É essencial para o Todas as seções devem realizar Conselhos de Pais
planejamento. pelo menos uma vez por semestre. Além de assuntos
específicos que podem surgir a partir do Conselho de
LIVRO HISTÓRICO DA SEÇÃO Chefes de Seção.
Sugerimos a seguinte programação:
É o livro de registros da história da Seção, fotografias,
relatórios de atividades, fatos pitorescos, tradições.
Seção: ________ Local: _________ Data: ______________
FICHA INDIVIDUAL Horário de início: _________________________________
Horário previsto para o término: _____________________
• Utilização: registro da vida escoteira de cada membro do
Movimento. Assuntos a serem tratados - exemplo:

• É utilizada como fonte de informações pelo Chefe de • Apresentação da Chefia; apresentação dos pais
Seção e acompanha todos os processos de condecorações. novatos;
• Relato das atividades do semestre anterior e
• Seu uso é obrigatório para os membros juvenis e opcional programação para o ano que se inicia;
para os adultos. • Pequena palestra técnica (Método Escoteiro,
acampamentos, importância dos distintivos etc.);
• Os adultos devem ter a ficha para registrar toda a sua • Assuntos gerais.
vida escoteira, inclusive as atividades que participa.
SOBRE LISTA DE ESPERA E PRIORIDADES DE ATENDIMENTO
CERTIFICADOS
• Os pais ou responsáveis pelos jovens menores de 18 anos
• Os certificados são usados como comprovantes das e os jovens maiores de 18 anos que quiserem participar do
conquistas de etapa, anos de atividades, especialidades, Grupo deverão preencher seus dados na lista de espera.
etc. Este procedimento é obrigatório mesmo quando a Seção
tiver vagas ou o jovem já tiver parentes no Grupo.
• Devem ser entregues em cerimônias apropriadas
(simples, rápidas e sinceras). • Quem define a existência de vaga na Seção é o Chefe,
pois é ele quem tem controle do sistema educacional da
• As datas das conquistas, registradas nestes certificados, mesma.
devem ser transcritas para a ficha individual do jovem.
• A partir da existência de vagas em uma seção, o Chefe da
FICHA DE JOGOS mesma comunica a diretoria sobre a faixa etária do jovem
a ser chamado.
• São empregadas para registrar jogos aplicados na Seção.
• Um encarregado do Grupo convoca os responsáveis
• O registro dos jogos e a avaliação dos resultados são pelos jovens, atendendo a seguinte prioridade:
essenciais para o planejamento de atividades.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 243


• Irmão de membro do Grupo;

• Filhos de chefes atuantes no Grupo;

• Filhos de membros da diretoria;

• Lista de espera, por antiguidade.

ANOTAÇÕES

244 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | CURSO BÁSICO - ESCOTISTA

ESCOTISMO E COMUNIDADE

Duração 60 minutos

Objetivos Gerais Compreender a importância da relação grupo escoteiro e comunidade.

- Reconhecer a importância institucional de manter uma boa relação com a comunidade;


- Compreender a relevância da comunidade como meio educativo do Escotismo para a
Objetivos Específicos formação de crianças/adolescentes/jovens;
- Entender que tipo de competências podem ser desenvolvidas a partir de algumas
atividades envolvendo a comunidade.

• Relação entre o Escotismo e a comunidade;


Conteúdo
• A comunidade como ferramenta educacional.

• 1 Manual do Escotista – Ramo Lobinho


• 1 Manual do Escotista – Ramo Escoteiro
Material
• 1 Manual do Escotista – Ramo Sênior
• 1 Manual do Escotista – Ramo Pioneiro

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

20 Escotismo e comunidade PL

25 Elaboração de atividade TG

15 Fechamento TG

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Explanação sobre Escotismo e Comunidade focando principalmente a relação institucional e a relação educativa
entre o grupo escoteiro e a comunidade.

Divide-se os participantes em quatro grupos. Cada grupo receberá um Manual do Escotista e deverá elaborar uma
proposta de atividade para ser desenvolvido com crianças/adolescentes/jovens do respectivo Ramo do manual. A
atividade proposta deverá abordar um trabalho comunitário e identificar a competência que será desenvolvida no
jovem. Cada grupo apresenta ao grande grupo a atividade elaborada.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 245


O formador fará um fechamento após as apresentações ressaltando a importância deste trabalho em parceria entre
o grupo escoteiro e a comunidade. Reforçar com os participantes de que as atividades a serem desenvolvidas com a
comunidade podem ser absorvidas nas atividades desenvolvidas no cotidiano do grupo escoteiro.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual do Escotista – Ramo Lobinho


Manual do Escotista – Ramo Escoteiro
Manual do Escotista – Ramo Sênior
Manual do Escotista – Ramo Pioneiro
Escotismo e Comunidade

Última atualização: 04/12/2013

246 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


ESCOTISMO E COMUNIDADE

Para atingir a proposta educativa do Movimento Outro aspecto relevante é a comunidade como meio
Escoteiro na vida de crianças, adolescentes e jovens, a educativo do Escotismo para a formação de crianças,
comunidade tem participação significativa no processo. adolescentes e jovens. Com o objetivo de formar pessoas
O fundador do Movimento Escoteiro ao elaborar melhores para a sociedade, os grupos escoteiros utilizam-
nossa Lei e Promessa já ressaltou a importância da vida se da comunidade como ferramenta para a aplicação
em comunidade para nossos jovens. das atividades do programa educativo. Entre várias
Podemos elencar alguns aspectos onde a atividades propostas pelo programa é disponibilizada
comunidade assume papeis na prática do Escotismo. uma aproximação dos membros juvenis, de acordo com a
O primeiro aspecto que abordamos é a relação sua respectiva faixa etária, por meio de mutirões nacionais
institucional que o grupo escoteiro assume com a como o de Ação Ecológica e de Ação Comunitária,
comunidade. Muitos grupos não enxergam a comunidade conquistas de insígnias de Interesse Especial (Insígnia
como parceira e esta relação pode ser muito mais produtiva da Boa Ação, Insígnia da Ação Comunitária e Insígnia do
do que a princípio possa parecer. É muito comum o grupo Desafio Comunitário) e especialidades, e nas próprias
escoteiro receber entre os seus integrantes, membros atividades propostas nas etapas de progressão de cada
juvenis da comunidade local; contar com o apoio e ramo. A ação comunitária é apresentada às crianças,
participação da comunidade em campanhas financeiras adolescentes e jovens dos Escoteiros do Brasil de forma
do grupo; receber adultos que desejam ser voluntários; desafiante, útil, recompensante e atraente. A experiência
zelo e segurança aos membros do grupo; manutenção do vivenciada em atividades comunitárias por eles
espaço do grupo; desenvolvimento das atividades, entre proporciona uma análise crítica, que os tornam capazes
outras ações. Quanto mais participativa for a comunidade de traçar diagnósticos e serem protagonistas nas soluções
no cotidiano do grupo, mais agregado à comunidade criativas ao meio em que eles encontram-se inseridos.
ele se torna. Isso significa ser parte das soluções dos Tanto escotistas quanto dirigentes institucionais
problemas da comunidade, compartilhar dos esforços têm papel fundamental no processo de proporcionar
coletivos e mostrar-se como força organizada relevante. esta experiência ao longo da vida escoteira do membro
A comunidade somente vai dar valor ao Escotismo juvenil. São estas experiências que crianças, adolescentes
se perceber que o Movimento pode contribuir para a e jovens registram em sua memória e replicarão ao longo
melhoria do bem estar da sociedade. da vida adulta.

ANOTAÇÕES

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 247


UNIDADE DIDÁTICA | CURSO BÁSICO - ESCOTISTA

ESPIRITUALIDADE II

Duração 60 minutos

Compreender que a prática do Escotismo inclui o cumprimento dos deveres para com
Objetivos Gerais
Deus.

Compreender que podem participar do Movimento Escoteiro pessoas de todos os


credos, sem qualquer distinção, e todos são estimulados a cumprir os preceitos de sua
Objetivos Específicos
religião ou a buscar um sentido espiritual para sua vida.
Reconhecer atividades que contribuam para o desenvolvimento espiritual

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

30 Apresentação do conteúdo da UD PL

15 Discussão em grupo dos textos de apoio TG

10 Apresentação das conclusões do trabalho em grupo DD

Encerramento com a canção “Se eu quiser falar com Deus” ou


5 ~
outra a critério do responsável pela UD

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

TEXTOS DE APOIO SUGERIDOS PARA O TRABALHO EM GRUPO

O Alpinista

Contam que um alpinista, empenhado por conquistar uma altíssima montanha, iniciou sua escalada depois de
anos de preparação. Como queria a glória só para si, resolveu subir sem companheiros.
Durante a subida foi ficando tarde e mais tarde e ele para ganhar tempo decidiu por não acampar, sendo que
continuou subindo… E por fim ficou escuro.
A noite era muito densa naquele ponto da montanha e não se podia ver absolutamente nada. Tudo era negro,
não se via nada, a lua e as estrelas estavam encobertas pelas nuvens.
Ao subir por um caminho íngreme, a poucos metros de chegar ao topo escorregou e precipitou-se pelos ares,
caindo em grande velocidade.
O alpinista via apenas velozes manchas escuras passando por ele e sentia a terrível sensação de estar sendo
sugado pela gravidade. Continuava caindo… E em seus angustiantes momentos, passaram por sua mente toda a sua
vida momentos maravilhosos e outros tristes; isso tudo em fração de segundos.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 249


Pensava na proximidade da morte, sem solução… De repente, sentiu um fortíssimo solavanco, causado pelo
esticar da corda na qual estava amarrado e presa nas estacas cravadas na montanha.
Nesse momento de silêncio e solidão, suspenso no ar, não havia nada que pudesse fazer, então gritou com
todas as suas forças:
- Meu Deus, me ajude!
De repente, uma voz grave e profunda vinda dos céus lhe respondeu:
- O que você quer de mim, meu filho?
- Me salve, meu Deus, por favor!
- Você realmente acredita que eu possa te salvar?, perguntou a voz.
- Eu tenho certeza, meu Deus!
- Então, corte a corda que te mantém pendurado.
Houve um momento de silêncio e reflexão. O homem se agarrou mais ainda à corda e pensou que se a cortasse
morreria.
A equipe de resgate conta que no outro dia encontraram o alpinista morto, congelado pelo frio, com as mãos
fortemente agarradas a corda, a apenas dois metros do solo.

A Enchente

Um homem estava sentado no telhado porque uma enchente invadia sua aldeia. A água já estava no nível
do telhado quando vieram salvá-lo num bote a remo. A equipe esforçou-se muito para conseguir chegar até ele e
quando finalmente conseguiram, gritaram para que descesse e entrasse no bote. Ele respondeu: “Não, não. Deus
virá salvar-me”. A água continuava elevando-se, cada vez mais e ele subia cada vez mais para o topo do telhado. A
água estava muito turbulenta, mas um outro bote ainda conseguiu aproximar-se dele. De novo suplicaram-lhe que
entrasse no bote para se salvar. E mais uma vez ele respondeu: “Não, não, não. Deus irá salvar-me. Estou rezando.
Deus irá salvar-me!”. Enfim quando a água já estava praticamente cobrindo-o todo, só sua cabeça estava de fora.
Veio um helicóptero, que pairou exatamente sobre ele. Chamaram-no: “Venha logo. Essa é sua última oportunidade!
Suba!”. Ele ainda comentou: “Não, não, não. Deus irá salvar-me!”. Por fim sua cabeça submergiu e ele se afogou.
Quando chegou ao céu, queixou-se a Deus: “Deus, por que Você não me salvou?”. Deus disse: “Mas Eu tentei: mandei
dois botes a remo e um helicóptero”.

O Viajante Solitário

Um viajante solitário perdeu-se na floresta. Ele tinha muita confiança em suas habilidades. Assim, sem nenhum
temor ou ansiedade, decidiu continuar a caminhar, aproveitando a luz do dia. “Não importa a extensão da floresta.
Ela há de ter um fim”, ele pensou. “Se eu continuar a andar sem interrupção, certamente vou encontrar o caminho
de volta”. Ele estava tão certo de que conseguiria encontrar a saída, que não parou a caminhada nem um minuto.
No entanto, após muitos dias de caminhada, ele estava perdido na floresta, que agora parecia interminável. O
homem começou a ficar tão cansado, que parou e olhou a sua volta. Quando olhou cuidadosamente, percebeu que
o local era o mesmo de quando ele percebeu que tinha se perdido. Dia após dia, andou ininterruptamente, somente
para chegar ao mesmo lugar que começara a caminhada! Quando percebeu isso, toda sua força desapareceu e ele
se sentou.
Quando começou a ouvir o ameaçador som das folhas entre as árvores e os gritos das criaturas da floresta,
perdeu instantaneamente a confiança em si e entrou em desespero. Instalou-se em sua mente o medo de que ficaria
perdido para sempre e nunca mais encontraria o caminho de volta. Ao mesmo tempo, olhou ao redor ansiosamente
e foi tomado por um medo tão intenso que não conseguiu mais se mover.

250 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


Em outra parte da floresta, outro viajante também estava perdido. Esse homem primeiro se sentou para pensar
no que fazer. Moveu a cabeça em direção ao céu, viu uma estrela que poderia ser sua guia. Dependendo da estrela,
ele andava numa direção. Quando estava incerto de que direção tomar, ele esperava a noite e a estrela aparecer.
Quando via a estrela, verifica onde estava. Pouco a pouco, foi capaz de andar na direção correta.
O ruído ameaçador da floresta e os gritos das feras não o assustaram tanto. Na mente dele, sempre havia uma
estrela para guiá-lo e, por isso, não havia motivo para preocupação.
No caso desse último viajante, ele não pediu para a estrela intervir por ele. A estrela não estava fazendo nada
diretamente para ele. No entanto, a estrela brilhava acima dele e usava a luz para guiá-lo à medida em que continuava
o seu caminho.
Não seria isso que chamamos de confiança em Deus?

(adaptado do texto “Tipos de Viajante e Tipos de Fé: Uma Parábola”, do Monshu Koshin Ohtani, publicado no livro
“The Buddhas’s wish for the world”, ainda não traduzido para o português).

Canção sugerida para o encerramento da UD

SE EU QUISER FALAR COM DEUS


Gilberto Gil
1980

Se eu quiser falar com Deus


Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 251


Alegrar meu coração
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar

252 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


ESPIRITUALIDADE II

O ser humano busca um sentido para a vida. Desde O desenvolvimento espiritual é um processo de
pequeno, procura por explicações sobre sua existência e dentro pra fora, que surge de uma fé espontânea, e cresce
outros fenômenos, enchendo-se de porquês e ansiando por meio do entendimento de sua doutrina e desemboca
por respostas. Essa busca por entender a si mesmo e num compromisso pessoal para com Deus, com o próximo
ao mundo está diretamente relacionada ao fenômeno e consigo mesmo.
religioso. Na prática, cabe ao escotista:
A espiritualidade é a certeza de um sentido na vida,
simbolizado na fé por algo superior. A religião, por sua • Dar o exemplo pessoal, não por meio da imposição de
vez, é a explicação em si, onde as respostas aos porquês sua religião, mas servindo de modelo de alguém que se
variam de acordo com cada doutrina. esforça para viver de acordo com sua crença religiosa;
A contribuição do Escotismo nesta busca espiritual
do jovem está, conforme o próprio B-P, em inspirar a • Ressaltar as obras do criador, aproveitando a vida ao ar
religião como um sopro de fé. O símbolo que representa livre e a convivência fraterna para mostrar ao jovens o
a área de desenvolvimento espiritual é a árvore. Por estar quanto Deus está presente ali;
com as raízes aprofundadas na terra e os galhos em
direção ao céu, representa a união da vida terrena com o • Estimular as boas ações, desenvolvendo a inclinação do
Divino. Simboliza o homem material aspirando o eterno e jovem para o bem, fazendo com que perceba o quanto é
a paz celestial. gratificante servir;
Assim, estão definidos para cada ramo, objetivos que
mobilizem a busca espiritual, colocando, acima de tudo, • Conhecer as diferentes religiões que seus jovens
a “reverência a Deus, respeito ao próximo e a si próprio” professam, para melhor auxiliá-los em se entendimento;
(Guia do Chefe Escoteiro - Baden Powell).
Geralmente, quando existe a preocupação da família • Favorecer momentos de oração e reflexão sobre sua
com a educação espiritual, a religião, para o Lobinho, é um espiritualidade, jamais como uma atividade mecânica
prolongamento da religião dos pais. Ele tem uma imagem e obrigatória, mas um momento de aconchego e
fantasiosa de Deus e sua prática religiosa varia conforme o proximidade com Deus;
envolvimento da família com suas próprias crenças e ritos.
No Ramo Escoteiro, por conta da idade, começa a • Elaborar e fazer uso de fichas técnicas com ênfase no
se interessar por diferentes formas de entender Deus e desenvolvimento espiritual;
a própria espiritualidade. É um curioso religioso, mas, na
maioria das vezes, professa a religião dos pais. • Incentivar e propiciar condições para a conquista de
Por outro lado, como Sênior e Pioneiro, pode romper especialidades religiosas como as de Animação da Fé e
com a crença imposta e começar a constituir sua própria Estudos da Bíblia.
convicção religiosa, podendo reafirmar-se na religião da
família ou encorajar-se pelo caminho de outras religiões. Assim, nas atividades escoteiras, temos:
Não é papel do escotista fazer uma doutrinação
religiosa, nem obrigar o jovem a práticas e ritos. Em tão • O momento da oração, seja na cerimônia da Bandeira,
delicada área, a tarefa do escotista está em ressaltar e seja para agradecer a refeição, prece para abertura de
valorizar o desenvolvimento espiritual, estimulando uma reuniões de Roca de Conselho, Patrulha, Tropa, Corte de
fé comprometida com a religião seguida ou escolhida Honra e Clã;
pelo jovem. É levá-lo à reflexão, por meio do convívio com
a natureza como obra do Criador, junto de seus amigos, • O momento do culto, celebração ou espiritualidade nos
respeitando as diferentes religiões e facilitando sua acampamentos;
aproximação com Deus.
• A livre participação em celebrações religiosas na
comunidade;

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 253


• Atividades específicas incluídas no Ciclo de Programa,
tais como visita a um templo, dramatizações de temas
espirituais, entrevista com líderes religiosos, palestras,
leituras e debates sobre as diferentes religiões, confecção
de painéis, aprendizado de preces, rituais e canções.

Em síntese, o Escotismo se propõe a estimular o


jovem a desenvolver-se espiritualmente, seguindo os
preceitos de sua religião ou, se ele ainda não estiver
certo quanto a sua opção religiosa, buscando um sentido
espiritual para sua vida.

ANOTAÇÕES

254 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | CURSO BÁSICO - ESCOTISTA

FOGO DE CONSELHO, LAMPARADA E FLOR VERMELHA

Duração 60 minutos

Objetivos Gerais Compreender como se planeja e organiza um Fogo de Conselho ou Lamparada.

• Compreender a importância do Fogo de Conselho como elemento no programa


educativo;
Objetivos Específicos • Conhecer os tipos de Fogo de Conselho;
• Distinguir a diferença existente entre o Fogo de Conselho, Lamparada e a Flor Vermelha;
• Compreender os passos que devem ser seguidos para organizar um Fogo de Conselho.

• Fogo de Conselho;
Conteúdo • Lamparada;
• Flor Vermelha.

• Área suficiente para a realização de um Fogo de Conselho;


Material
• Madeira.

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

30 Fogo de Conselho, Lamparada e Flor Vermelha PL

Realização do Fogo de Conselho TG

30 Avaliação e fechamento DD

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

O formador realiza uma explanação sobre a origem do Fogo de Conselho, a importância do Fogo de Conselho como
elemento no programa educativo e os tipos de Fogo de Conselho. O formador deverá abordar sobre as diferenças
entre Fogo de Conselho, Flor Vermelha e Lamparada, e sobre a programação de um fogo de conselho.

Os participantes do curso sob a supervisão do formador e dos demais membros da equipe do curso deverão organizar
e realizar um Fogo de Conselho. Sugere-se esta etapa prática seja realizada no período da noite após o jantar.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 255


Após a realização do Fogo de Conselho, o formador deverá fazer uma avaliação coletiva com os participantes para
levantar os pontos a serem melhorados e os pontos de sucesso na atividade. O formador deverá estar atento durante
a realização do Fogo de Conselho para levantar os pontos importantes que deixaram a desejar e explicar como
deveria ter sido feito. Também deverá contar com o apoio e colaboração dos demais membros da equipe para
auxiliar nos levantamento de todos os pontos.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Fogo de Conselho (autor: Luiz Cesar de Simas Horn)

Última atualização: 05/12/2013

256 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


FOGO DE CONSELHO, LAMPARADA E FLOR VERMELHA

ORIGEM DO FOGO DE CONSELHO sua expressão pelos princípios escoteiros. Necessário


se faz, portanto, que situações inconvenientes sejam
Baden-Powell em suas andanças observou que tratadas com cortesia e firmeza.
os nativos da Ásia, da África e da América e também os O dirigente pode valer-se desses acontecimentos,
colonizadores brancos, reuniam-se, à noite, em torno que serão raros, para propor uma reflexão de todos os
do fogo que com sua luz e calor, espantavam a treva, o presentes sobre o acontecido.
frio e os animais selvagens. Era o momento em que se
encontravam para conversar, cantar, contar histórias, TIPOS DE FOGO DE CONSELHO
realizar cerimônias religiosas, planejar caçadas, guerras ou
a paz. Há pelo menos três tipos de Fogo de Conselho:
Para o Escotismo, o Fogo de Conselho é uma reunião
em que, à noite, iluminados por uma fogueira, todos se a) De seção
reúnem para se divertir, cantar, representar peças ligeiras, É normalmente realizado em acampamentos. Dele
danças folclóricas, para refletir ou aprender algo de novo participam apenas os membros da Seção e os seus
pela palavra do Chefe. chefes.
O Fogo de Conselho, como muitas outras atividades
que caracterizam a mística e a ambientação do Programa b) De grupo
Educativo, tem sua origem nas observações do fundador Érealizado com menos frequência que o primeiro.
sobre, os costumes, valores e tradições culturais dos Dele devem participar todas as seções do grupo
muitos povos que conheceu durante suas viagens. escoteiro que prepararão as representações por
Seção. Nessas ocasiões podem ser convidados os
IMPORTÂNCIA DO FOGO DE CONSELHO COMO ELEMENTO DO pais, antigos escoteiros e amigos do grupo.
PROGRAMA EDUCATIVO
c) De relações públicas
O Fogo de Conselho é uma atividade muito É uma atividade programada com o objetivo de dar
importante, sobretudo em acampamentos ou ao público ou a determinada parcela da comunidade
acantonamentos. É uma ocasião que pode e deve ser uma amostra dessa atividade escoteira. A sua
utilizada como elemento de desenvolvimento do caráter realização deve ser cercada dos maiores cuidados,
e da responsabilidade dos jovens. na preparação do local, do conteúdo do programa,
Por meio de representações, jogos, pequenas da fogueira e de todos os outros detalhes.
palestras, canções e danças, num clima jovial e alegre,
movimentado, interessante e informal, criam-se situações Esse tipo de Fogo de Conselho é mais um espetáculo
propícias para desenvolver e incentivar no jovem: de teatro de arena à luz do fogo e que por isso mesmo
perde muito da característica do Fogo de Conselho - o
• A criatividade e a imaginação; improviso, a espontaneidade e o clima informal.
• A facilidade de expressão; É uma atividade válida, mas sua organização tem que
• A alegria; ser cuidadosa, pois, muitas vezes um pequeno detalhe
• A sociabilidade; distorce a imagem que gostaríamos de transmitir.
• A autoconfiança; É o Fogo de Conselho de seção que, sem dúvida,
• Habilidades artísticas. mais se aproxima da ideia do fundador ao incluí-lo nas
atividades do Escotismo.
Para que essa finalidade educacional seja alcançada
é indispensável que o Chefe ou dirigente cuide sempre DIFERENÇAS
para que as atividades do Fogo de Conselho caracterizem
• Fogo de Conselho – é uma atividade noturna, feita ao ar
livre e em volta de uma fogueira.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 257


• Lamparada – é uma atividade noturna, feita em outros) - nunca devem ser colocados após o fogo ter sido
ambiente fechado e em volta de um foco de luz (pode ser: aceso a partir da garrafa ou recipiente que a contém,
lâmpada, lampião ou carbureto). Em Minas Gerais vamos pois existe o risco do fogo residual incendiar e explodir a
encontrar esse tipo de atividade com o nome de “Carbeto”. garrafa. O procedimento correto é colocar o líquido em
uma lata ou recipiente de boca larga e utilizar uma haste
• Flor Vermelha – é a festa do fogo, momento ideal para para levá-la ao fogo.
cantar e dançar em torno de uma fogueira, demonstrando
a capacidade de expressão e o gênio artístico de Lobinhos O PROGRAMA
e Lobinhas. Seu nome provém do episódio da história de
Mowgli em que ele parte para a aldeia dos homens em Um bom programa tem os seguintes ingredientes:
busca do fogo, única forma de afugentar Shere-Khan e os canções calmas ou movimentadas e alegres ou
que queriam matar Akelá (a flor vermelha é uma atividade inspiradoras - jogos calmos ou agitados, concursos,
exclusiva da Alcateia). histórias curtas, palestras curtas e representações. Esses
elementos intercalados de maneira adequada e dirigidos
PLANEJAMENTO com entusiasmo resultam no sucesso da atividade.
Devemos fazer com que se torne um clima
No Fogo de Conselho a chave do sucesso também de camaradagem, relaxamento, alegria, inspiração,
se chama planejamento. É preciso, portanto, tomar as entretenimento saudável e criativo e de desinibição geral.
medidas necessárias para que essa atividade cumpra os Para conseguir um bom programa é preciso três coisas: um
seus objetivos. bom dirigente, um bom animador do Fogo de Conselho e
a preparação prévia.
• O local: não deve ser muito afastado do acampamento, É necessário que o dirigente ou o Chefe da Seção
mas será ótimo que não tenha sido usado para outras avise aos jovens, o dia e a hora do Fogo de Conselho
atividades. Deve permitir que todos se sentem em torno com antecedência, pedindo então, que cada Matilha/
do fogo a uma distância tal que haja espaço para as Patrulha prepare uma apresentação ou número que seja
representações. de interesse e adequado à ocasião.
Pode ser conveniente dar temas, que facilitem e
• A fogueira: deverá ser preparada com antecedência orientem o trabalho dos jovens sem, no entanto, impedir
pelos chefes ou pela Patrulha de Serviço (que deverá sua criatividade. Melhor ainda, é apresentar uma lista
possuir os conhecimentos para cumprir essa tarefa. Se de sugestões e deixar que escolham ou sugiram algo
não for esse o caso, o Chefe poderá estar presente para equivalente. O importante é que não façam algo medíocre
orientação do trabalho da Patrulha). Não esquecer de por falta de inspiração.
observar a direção do vento e o tamanho da fogueira, Uma hora antes da atividade o dirigente terá
pois o calor de chamas muito altas pode perturbar os montado o programa ficando as canções, jogos e histórias
participantes. das Matilhas/Patrulhas intercaladas, adequadamente,
para produzir um conjunto equilibrado.
É muito importante que haja sempre duas pessoas Como partes importantes do programa estão a
encarregadas de alimentar o fogo em caso de necessidade. abertura e o encerramento. Ambos têm que ser momentos
Nesse caso, deverão fazê-lo entre um número e outro marcantes. Não precisam ser graves, mas devem ser
para não interferir nas representações, palestras, etc. Há, inspiradoras.
portanto, necessidade de lenha de reserva fora do círculo Antes do encerramento deve haver uns cinco
do Fogo de Conselho. minutos que o Chefe da Seção preencherá com uma
palestra curta, sobre um tema inspirador. (Palavra do
Iscas - são materiais utilizados para auxiliar no início do Chefe).
fogo. Os tipos comuns de iscas são: jornal com parafina, O encerramento deve ser com uma canção calma.
algodão com parafina e acendelha (gravetos, arrepiados,
grimpas, folhas secas, etc). DIREÇÃO

Atenção: um cuidado especial deve ser dado a líquidos O Dirigente do Fogo de Conselho deve reunir as
combustíveis (álcool, gasolina, querosene, parafina e seguintes características:

258 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


• Jovialidade; para cima, de uma parte dos participantes que fica
• Cortesia; sendo incomodada pela mesma. Os figurantes não
• Firmeza; são bem vistos quando se encontram, em relação aos
• Entusiasmo; participantes, do outro lado da fogueira. Os escoteiros
• Liderança; encarregados de manter o fogo alimentado são obrigados
• Conhecer canções e atividades próprias de um a passar pelos elementos colocados ao lado da reserva
Fogo de Conselho. de lenha. Assim, na boa prática, o Fogo de Conselho
deve ser arena em ferradura, ficando o fogo na abertura
Com o programa traçado caberá ao dirigente a tarefa da ferradura e o eixo de arame no sentido do vento
de manter a animação e o interesse dos participantes. dominante, de forma a projetar a fumaça para fora da
Daí a importância de reunir as características já ferradura, não incomodando os participantes. Por sua vez,
descritas e conduzir a atividade com entusiasmo, sabendo as demonstrações e o animador ficarão entre a fogueira e
criar um clima de alegria, animação e movimento, mas os participantes, sendo, desta forma, visto por todos.
também disciplinado e apropriado para os momentos de
reflexão. EXEMPLO DE PROGRAMAÇÃO DE UM FOGO DE CONSELHO
Com esses cuidados teremos um Fogo de Conselho
não só divertido, mas também cumprindo com o nosso Já foi dito que o programa precisa ser bem
propósito de educar com alegria e espontaneidade. equilibrado. Lembramos que o Fogo de Conselho não deve
ultrapassar uma hora de duração, sendo este tempo dado
DISPOSIÇÃO como recomendação e não como obrigação. Efetivamente
pode durar mais, se a programação for muito boa e o nível
Contrariamente ao que a maioria pensa, o círculo de interesse estiver sendo bem sustentado.
com o fogo no centro não é a melhor disposição para o Apresentamos abaixo um programa que
Fogo. Com efeito, qualquer imagem projeta a fumaça consideramos básico mas que, evidentemente, pode ser
alterado.

PROGRAMA DE FOGO DE CONSELHO

Local: ____________________ Data: ___________________ Horário: ________________


Construção da Fogueira: ____________________________________
Limpeza do Local: ________________e ________________________
Dirigente: ________________________________________________
Animador: _______________________________________________

Ord Atividade/apresentação Responsável Tempo (min)

1 Abertura Acendimento Chefia 2

2 Saudação Introdução Chefia 5

3 Canção Brilha Fogueira Chefia 2

4 Apresentação Equipe 1 5

5 Aplauso Equipe 4 2

6 Dança – Sai Tainha Chefia 2

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 259


7 Apresentação Equipe 2 5

8 Aplauso Equipe 3 2

9 Brincadeira – Avião Chefia 2

10 Apresentação Equipe 3 5

11 Aplauso Equipe 2 2

12 Canção Equipe de chefes 2

13 Apresentação Equipe 4 5

14 Aplauso Equipe 1 2

15 Canção – Espírito de B-P Chefia 2

16 Minuto do Chefe Chefia 2

17 Canção da despedida Chefia

Abertura – geralmente tem um caráter formal. Pode ser feitas pelas Matilhas/Patrulhas ou por alguns jovens.
feita por uma ou mais pessoas. Itens que podem compor Criam oportunidades para os jovens perderem a inibição,
a abertura: desenvolvendo a facilidade de expressão, comunicação e
criatividade. Assim como outras atividades no Movimento
• Saudação aos participantes e mensagem de Escoteiro, as esquetes também evoluem de forma
otimismo; progressiva: quando os jovens têm poucas experiências,
• Acendimento do fogo com tochas ou engenhoca; as apresentações e os papéis que representam são
• Declaração oficial de abertura do fogo feita pelo simples, sendo incentivada e esperada a busca de
dirigente; melhorias no conteúdo e na representação de esquetes.
• Canção animada de abertura. A escolha dos temas pode ser feita pela Seção, pela
Chefia ou pela livre escolha da Matilha/Patrulha. A falta
Canções – podem ter temas variados, desde as tradicionais de treinamento, criatividade, motivação ou tempo para a
do Movimento Escoteiro até modernas músicas populares. pesquisa do tema e elaboração do roteiro do esquete e
Não deve se utilizar canções complicadas que ninguém ensaios, faz com que os jovens improvisem os esquetes,
conhece. Elas devem ser simples e de fácil assimilação. repetindo muitas vezes os programas de TV, diminuindo
Para criar um ambiente mais alegre, podem ser usados a possibilidade de o jovem desenvolver sua criatividade.
toca-fitas, CDs ou instrumentos musicais, inclusive os Critérios para avaliação dos esquetes:
improvisados pelos jovens, que criam efeitos especiais,
tais como: latas com pedras, areia, sopros em garrafas, • O tema é apropriado para o momento e tipo de
batidas em garrafas com água, canções com gestos e Fogo de Conselho?
danças. • O tema trará interesse e novidades aos participantes?
• O tema é adequado? Está de acordo com os
Brincadeira, Charadas e Jogos – estas atividades alegram Princípios da Promessa Escoteira?
o Fogo de Conselho. Os Chefes devem cuidar para que elas • A distribuição dos papéis dá oportunidades a todos
não causem constrangimentos, humilhações ou medo os jovens da Matilha / Patrulha ou equipe?
nos participantes. Elas devem ser agradáveis a todos.
Minuto do Chefe – é o momento em que o Chefe
Histórias – bem contadas cativam os participantes. O apresenta uma mensagem final relacionada aos valores,
escuro da noite e o fogo criam um clima propício para com o objetivo de levar os participantes a uma reflexão.
contar histórias. A mensagem não deve ser lida e nem ser moralista com
Esquetes – são representações teatrais de curta duração o objetivo de criticar. Ela deve ser contada como uma

260 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


história e ser uma mensagem positiva de curta duração. • Fortalece o espírito de grupo, pois o Fogo de Conselho
é, na maioria das vezes, uma forte experiência vivida em
Encerramento – geralmente o encerramento do Fogo conjunto.
de Conselho também tem um caráter formal. Pode ser
formada uma Cadeia da Fraternidade e cantada uma Importante:
canção. É muito usada a Canção da Despedida.
• Abertura é 75% do êxito;
FINALIDADE DO FOGO DE CONSELHO • Encerramento confirma o êxito;
• O animador é parte do sucesso;
• Estimula a disciplina, pois a criança deve aprender a • Nunca iniciar com uma canção desconhecida;
escutar, a aplaudir na hora certa, obedecer com alegria • É recomendável iniciar com um quebra-gelo (canções
às ordens do sentar, levantar, cantar. Além, é lógico alegres e vibrantes como: Yêpo, Canção do Periquito, etc);
da sua disciplina em esperar o momento exato da sua • É necessária uma equipe para a direção, para dar
apresentação, bem como a disciplina que teve que ter continuidade ao Fogo;
antes da apresentação, durante o ensaio com a sua • Para encerrar, é conveniente uma canção moderada,
Matilha ou equipe. como preparação para a oração (a canção CUMBAIÁ
tem caráter espiritual e pode substituir a oração final,
• Diverte e relaxa. Essa é a finalidade mais óbvia. Depois dependendo naturalmente do dirigente do Fogo).
de um dia no campo, realizando uma série de atividades • Aplausos devem ser selecionados, inventados e
físicas, nada mais gratificante do que se reunir, contar e preparados com antecedência, entretanto, poderão ser
escutar algumas boas histórias. apresentados novos aplausos, caso seja oportuno.

• Sociabiliza, pois a criança se vê forçada a participar Caso a atividade tenha uma duração de mais de uma
como uma peça importante do todo. Mesmo que ela não noite, normalmente reserva-se a última noite para o Fogo
participe como elemento principal, ela é necessária quer de Conselho, servindo as demais noites para uma roda de
como plateia, quer como elemento secundário. canções; um show de imitações; um concurso de paródias;
etc.
Além disso, todo o Fogo de Conselho é uma grande
dramatização. É nesse ambiente familiar e amigo que a
criança sente-se encorajada a representar e é por meio da Para saber mais sobre Fogo de Conselho,
observação dos outros que ela melhora e passa a reforçar consulte o Livro Fogo de Conselho
a confiança em si mesma.
• Relembra a fraternidade mundial como uma das nossas Para saber mais sobre Lamparada e Flor
mais caras tradições. Além disso, o dirigente do Fogo de ermelha, consulte Manual do Escotista,
Conselho sempre deve abri-lo dizendo: ”Nesta mesma Ramo Lobinho
hora, em outros locais, outros escoteiros estão reunidos
com essa mesma finalidade”. A frase a ser dita no ato da
abertura não precisa ser exatamente esta, mas uma que
contenha esse mesmo pensamento.

• Reforça a mística e estimula a imaginação que é o “tapete


mágico” que levará a criança onde nós queiramos. Uma
sala pode virar um acampamento cigano, um pedaço de
quintal pode virar um navio pirata ou um pedacinho do
Japão. É por meio dela que contaremos estórias e que,
principalmente, falaremos sobre lealdade, dever, honra,
felicidade, etc., de maneira sucinta, mas tocante.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 261


ANOTAÇÕES

262 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | CURSO BÁSICO - ESCOTISTA

GRUPO ESCOTEIRO COMO UNIDADE FAMILIAR

Duração 40 minutos

Proporcionar ao participante a compreensão da relação familiar existente em um grupo


Objetivos Gerais
escoteiro.

- Compreender que um grupo escoteiro possui membros de várias faixas etárias e como
uma família possuem características diferentes.
Objetivos Específicos - Reconhecer a necessidade da participação e colaboração dos pais o grupo escoteiro
para que as atividades oferecidas às crianças/ jovens sejam viabilizadas.
- Perceber a importância de manter um clima de harmonia em todo o grupo escoteiro.

Conteúdo Grupo escoteiro como unidade familiar.

Mini curriculum de vários adultos com informações como: se tem filho no Escotismo,
Material
idade, experiência profissional, hobbies, etc.

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

15 Grupo escoteiro como unidade familiar PL

15 Grupo Escoteiro como Unidade Familiar TG

10 Fehcamento DD

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Dividir os participantes em quatro grupos. Cada grupo irá discutir umas das questões abaixo e apresentar as
conclusões para os outros participantes. O formador fará comentários quando necessário.
Criar questões para os cursantes, para em grupos ou individualmente, opinarem:

• A Seção ficou sem Chefia porque o escotista responsável passou num concurso público e teve que mudar de
cidade. Como os pais podem ajudar o GE a solucionar essa questão?
• Citar alguns temas para um Conselho de Pais.
• Dê exemplos de como podemos criar um “comprometimento” dos pais com o GE.
• Quais os principais cuidados que devemos tomar com relação à participação dos pais em atividades escoteiras?

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 263


BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Apostila do curso

Última atualização: 12/12/2013

264 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


GRUPO ESCOTEIRO COMO UNIDADE FAMILIAR

O grupo escoteiro é composto de membros de várias TOMADAS DE DECISÕES EM CONJUNTO


faixas etárias. Tal como na família, existem características
diferentes: enquanto os jovens aprendem brincando, • Assembleia de Grupo;
jogando e servindo, os pais transmitem sua experiência e • Diretoria do Grupo;
viabilizam as atividades. • Conselho de Pais da Seção;
O grupo escoteiro tem condições de atingir os • Corte de Honra/Roca do Conselho
objetivos educacionais do Movimento Escoteiro quando • Conselho de Patrulha;
seus membros: • Assembleia de Tropa
• Conselho de Monitores;
• Conhecem o propósito do Movimento Escoteiro; • Conselho de Clã;
• Conhecem e assumem suas atribuições, direitos e • Comissão Administrativa do Clã;
deveres; • Reuniões de escotistas e/ou dirigentes.
• Trabalham em equipe, respeitando e incentivando
os demais. COMPORTAMENTO

Para que o Escotismo tenha a oportunidade de O comportamento dos membros deve promover um
contribuir para a formação do jovem, é importante que reforço do espírito de grupo.
ele permaneça no grupo vivenciando várias seções. A
integração entre jovens e escotistas de todas as seções • Possuir senso se humor e criatividade;
é favorável nas passagens de um ramo para outro. Todo • Superar imprevistos;
o grupo escoteiro deve empenhar-se para ter todas as • Agir em emergências;
seções. • Recomeçar após os fracassos;
As seções, embora funcionando independentemente • Reconhecer a necessidade de pertencer:
umas das outras, devem estimular a vida em conjunto por • Entender e aceitar as limitações do próximo
meio de atividades de grupo, além daquelas que são feitas • Gerar relações empáticas (trate como gostaria de
pela Seção, Patrulha ou Equipes de Interesse. ser tratado)
• Acolher a família desde a inscrição;
ATIVIDADES EM CONJUNTO • Receber bem a todos;
• Interessar-se pelos outros, todos devem sentir-se
• Região; importantes, úteis e queridos.
• Distrito;
• Outros grupos; ENVOLVIMENTO DOS PAIS NO GRUPO
• Demais seções do grupo;
• Famílias do grupo; A participação dos pais é um fator de motivação e
• Outras organizações juvenis, do meio ambiente, altamente gratificante para os filhos. Os pais devem estar
social, etc. presentes nos momentos significativos da vida escoteira:

ATIVIDADES ESPECÍFICAS • Integração e Promessa;


• Entrega de distintivos de progressão, eficiência e
• Seção; medalhas;
• Patrulhas; • Passagens de um ramo para outro.
• Alcateia;
• Equipes de Interesse. Os pais devem prestar apoio para que seus filhos
possam participar das reuniões, acampamentos e outras
atividades do grupo.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 265


A participação dos pais em atividades especiais com PROCEDÊNCIA DE ADULTOS QUE COMPÕEM A CHEFIA
seus filhos propicia um melhor entendimento do Método
Escoteiro e integração da família. O grupo é dirigido por adultos voluntários
A omissão dos pais no processo educacional procedentes das seguintes origens:
inviabiliza a existência do grupo. O primeiro sintoma é a
sobrecarga dos escotistas e em seguida a evasão. É muito • Pais que trazem seus filhos para o Escotismo e passam
difícil trabalhar com jovens cujos pais não participam a atuar, mesmo não tendo sido membros juvenis. Eles
ativamente da vida do grupo escoteiro. possuem experiência de vida e pouco ou nenhum
Pais podem e devem participar como escotistas, conhecimento do Movimento Escoteiro. São a força
mesmo quando não tiverem experiência prévia em permanente de onde os grupos podem reforçar seus
Escotismo. Os grupos estáveis têm um significativo quadros de escotistas, dirigentes e colaboradores. Sua
número de pais participando em cargos de chefia. colaboração normalmente cessa quando o filho abandona
o Escotismo.
PROCESSO DE ADMISSÃO DA FAMÍLIA NO GRUPO ESCOTEIRO:
• Pessoas que foram membros juvenis em uma ou mais
PRIMEIRA ENTREVISTA seções do grupo. Possuem experiência em atividades
escoteiras e pouca experiência de vida; estão envolvidos
Quando uma família visita o grupo escoteiro com com estudo, emprego e vida afetiva. A idade de pós-
o propósito de tomar informações sobre o Movimento adolescência facilita a identificação com os jovens.
Escoteiro, um membro do grupo – especialmente Possuem o vigor da juventude para dirigir atividades.
designado e treinado – realiza a primeira entrevista. As Sua colaboração normalmente cessa quando percebem
informações devem ser curtas e precisas. O entrevistador que a função de educadores exige estudo e trabalho,
deve mostrar segurança e entusiasmo pelo Escotismo. não conseguindo conciliar as atividades externas com o
Os dados da família são registrados em uma ficha de Escotismo.
inscrição contendo: nome do jovem, data de nascimento,
nível de escolaridade, escola, endereço, telefone, nome • Escotistas e dirigentes que atuam em outros grupos.
dos responsáveis profissão e aptidões ou atividades que Trazem a experiência da chefia em outros grupos e,
possam ser úteis ao grupo. infelizmente, os motivos que o fizeram desistir do grupo.

PROCEDIMENTO DE RECEPÇÃO Pessoas da comunidade que não foram membros


juvenis nem têm filhos para colocar no Escotismo:
Quando a família é chamada para ingressar no são caracterizados pelo desejo de ajudar o próximo.
Grupo, são feitas várias reuniões com o objetivo de É recomendada muita cautela antes de admitir estas
integrar a nova família ao grupo. A diretoria explica aos pessoas.
responsáveis: o propósito do Movimento Escoteiro, a
estrutura do Grupo, os direitos e deveres, o Regulamento A entrada de alguém na chefia ou direção do grupo
do Grupo e os custos diretos e indiretos. pode se dar de duas formas: a forma passiva e a forma
O escotista que desempenha a função de Chefe de ativa. A forma passiva (a que mais acontece nos grupos
Seção explica aos responsáveis: o processo educacional – e a menos desejada) caracteriza-se pela entrada de um
do Movimento Escoteiro, suas responsabilidades e as dos adulto pela vontade pessoal deste, sem que se faça um
jovens, a carga horária e os tipos de atividades. real estudo das necessidades do grupo e do perfil do
Explica ao jovem: como são as atividades, a estrutura adulto para ocupar o cargo. A forma ativa ocorre quando
da Seção, suas responsabilidades e a carga horária. a diretoria do grupo verifica a necessidade de um adulto,
Para a administração do grupo escoteiro, o jovem levanta o perfil técnico/educacional do adulto que se
passa a ser aspirante ao grupo no momento em que deseja, levanta prováveis pessoas que se interessariam
preencher a ficha de inscrição no mesmo e passa a em atuar em tal cargo e posteriormente convidam estas
pertencer à União dos Escoteiros do Brasil quando é feito pessoas para ingressarem em um processo de seleção/
seu registro nesta instituição. captação.

266 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


MOTIVAÇÃO DOS PAIS PARA AJUDAR NO GRUPO O Conselho de Pais é dirigido pelo Chefe da Seção
e tem o objetivo de cooperação entre os escotistas e
O primeiro ponto referente à motivação é a os responsáveis pelos membros juvenis da Seção. O
indicação de um dirigente exclusivamente para tratar conselho deve ser realizado para:
deste assunto. A direção pode também coletar em um
livro as sugestões dadas pelos pais sobre os mais variados • Expor um relatório sucinto das atividades realizadas;
temas e posteriormente envolver os pais na execução das • Apresentar planejamento das atividades da Seção;
sugestões. Temas que podem ser incluídos: • Debater quaisquer assuntos de interesse da Seção,
ouvir palestras de educadores, estudo conjunto de
• Construção e manutenção da sede; problemas de educação, entre outros.
• Materiais disponíveis que podem ser aproveitados;
• Comerciantes que possam fornecer descontos para PARTICIPAÇÃO DOS PAIS EM ATIVIDADES DE SEDE
determinadas mercadorias;
• Locais de acampamento, incluindo as características Os pais normalmente têm programações
do local; concorrentes para realizar fora do Escotismo no mesmo
• Croqui e nome dos proprietários; horário. Eles trocam estas atividades para ficar no grupo
• Disponibilidade de transporte; desde que:
• Indicações de pessoas de seu círculo de amizades
que possam contribuir como formadores ou • Seja valorizada sua presença;
escotistas; • Existam tarefas específicas para serem feitas
• Tipos de serviços que os pais gostariam de realizar (cantina, secretaria, manutenção ou construção da
no grupo escoteiro durante as reuniões ou em outro sede);
horário, incluindo jornadas e acampamentos; • Exista um local para que os pais possam se reunir
• Organização de festas; e conversar (cantinho do tricô, roda de música, local
• Etc. para jogos, etc.);
• O grupo seja um local agradável, bonito e bem
Este tipo de abordagem normalmente cria nos pais cuidado;
a expectativa de que algumas de suas sugestões serão • Reunião ou palestra sobre um tema específico de
efetivadas. seu interesse.

Não aproveitar boas ideias ou não envolver a PARTICIPAÇÃO DOS PAIS EM ACAMPAMENTOS
pessoa que sugeriu na execução geralmente causa
desmotivação. É útil a participação dos pais em atividades fora da
sede (principalmente as do Ramo Lobinho). Eles podem
PARTICIPAÇÃO DOS PAIS EM ATIVIDADES DAS SEÇÕES realizar os serviços de apoio: transporte, distribuição ou
preparo de alimentação, segurança, limpeza e outros
Pelo menos uma vez a cada semestre deve ser serviços.
realizado um Conselho de Pais da Seção com os seguintes Na área técnica, eles podem participar como
objetivos: formadores de especialidades e mesmo como assistentes.
As participações em atividades, e especialmente nas áreas
• Conhecer os Chefes que atuam com seus filhos; técnicas, devem ocorrer sob a coordenação da Chefia
• Conhecer o processo educacional escoteiro; após a avaliação das potencialidades e conveniências.
• Opinar sobre a programação semestral da Seção, Alguns aspectos devem ser levados em consideração;
inclusive sobre os custos;
• Apresentar dúvidas, reclamações e sugestões; • Definir com os pais antes da atividade como serão suas
• Programar atividades em conjunto para pais e refeições e, principalmente, alertando sobre a proibição
filhos; do consumo de bebidas alcoólicas em atividades do
• Assumir tarefas nas atividades da seção (transporte, programa educativo e sobre o fumo, para que seja evitado
saúde, alimentação, etc.). em qualquer atividade que envolva membros juvenis.
Eventuais áreas de fumantes, exclusivas para adultos,

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 267


devem ser localizadas longe dos ambientes usados pelos • Evitar interferência nas atividades dos jovens,
jovens. Mesmo que um jovem seja tabagista, com ou sem exceto no caso de risco de acidentes, por solicitação
conhecimento e permissão dos seus pais ou responsáveis, da Chefia ou em caso de emergência;
é totalmente vedado o uso de tabaco e assemelhados nas • Evitar também que os jovens fiquem o tempo todo
atividades escoteiras; consultando os seus respectivos pais, ou vice-versa.
O ideal seria que os pais se portassem como se não
• Definir o alojamento; fossem pais dos jovens durante o evento, tratando
• Criar um ambiente em que os pais possam todos os jovens de forma imparcial.
ter atividades livres, que não interfiram com as
atividades dos jovens no período em que não
estiverem prestando serviços;

ANOTAÇÕES

268 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | CURSO BÁSICO - ESCOTISTA

CERIMÔNIAS II

Duração 60 minutos

Objetivos Gerais Conduzir adequadamente cerimônias específicas dos ramos.

- Conduzir adequadamente cerimônia de passagem de Ramo;


- Conhecer a cerimônia de Compromisso Sênior;
Objetivos Específicos
- Conhecer a cerimônia de Investidura Pioneira;
- Conhecer a cerimônia de partida do Ramo Pioneiro.

- Cerimônia de passagem de Ramo;


- Cerimônia de Compromisso Sênior;
Conteúdo
- Cerimônia de Investidura Pioneira;
- Cerimônia de Partida do Ramo Pioneiro;

• Quatro exemplares do Manual de Cerimônias Escoteiras;


Material
• Um exemplar do Símbolo da Partida.

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

Características fundamentais das cerimônias; orientações


10 PL
quanto a cerimônias de passagem de Ramo.

25 Prática da Cerimônia de Passagem e Cerimônia de Partida. TG

Prática da Cerimônia do Compromisso Sênior e Cerimônia de


25 TG
Investidura Pioneira.

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Características fundamentais das cerimônias; orientações quanto às cerimônias de passagem de Ramo (15
minutos):
O formador inicia a unidade relembrando as características fundamentais para realização de cerimônias (curtas,
simples, sinceras e personalizadas). Deve também destacar as orientações da regra 043 do POR, que trata da transição
entre os ramos, bem como as orientações do Manual de Cerimônias Escoteiras, sobre passagens de um ramo para
outro.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 269


Prática da cerimônia de passagem (35 minutos):
Em seguida, os cursantes deverão ser separados em quatro equipes e por meio de sorteio deverão preparar e realizar
as seguintes cerimônias:

- Passagem do Ramo Lobinho para o Ramo Escoteiro;


- Passagem do Ramo Escoteiro para o Ramo Sênior;
- Passagem do Ramo Sênior para o Ramo Pioneiro;
- Cerimônia de Partida do Ramo Pioneiro.

À medida que as cerimônias forem sendo realizadas, o formador deverá fazer as observações que se fizerem
necessárias, sanando eventuais dúvidas.

Prática da cerimônia de passagem (10 minutos):


Por meio de recurso audiovisual ou outra metodologia de explanação, o formador deverá destacar as principais
características da Cerimônia do Compromisso Sênior e da Investidura Pioneira, contidas no Manual de Cerimônias
Escoteiras.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual de Cerimônias Escoteiras


Princípios, Organização e Regras
Manual do Escotista – Ramo Lobinho
Manual do Escotista – Ramo Escoteiro
Manual do Escotista – Ramo Sênior
Manual do Escotista – Ramo Pioneiro

Última atualização: 04/12/2013

270 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


CERIMÔNIAS II

Relembrando algumas características fundamentais


das cerimônias escoteiras: II - Ao mesmo tempo em que o membro juvenil dá
continuidade à sua formação na última etapa de
• Curtas, pois as pessoas se cansam e logo se distraem. Se desenvolvimento num determinado Ramo, deve
há crianças e jovens participando, ou se há convidados começar a tomar contato com o que lhe espera no
que não fazem parte do dia-a-dia da instituição, isto pode novo Ramo, diminuindo as inquietações e indagações
ocorrer com mais facilidade. Deve ser breve, mas sem próprias das mudanças que se apresentam.
“correrias”.
III - Os Chefes de Seção dos dois Ramos envolvidos
• Simples, como tudo no Movimento Escoteiro. As palavras na transição devem planejar este período
certas terão melhor serventia do que qualquer outro cuidadosamente, incluindo contatos do membro
utensílio que se possa inventar. A simplicidade também juvenil com seus futuros companheiros e escotistas,
auxilia no entendimento e na importância do que está possibilitando um relacionamento preliminar e o
acontecendo, especialmente por parte das crianças e conhecimento da história, características e atividades
jovens. do novo Ramo.

• Sinceras, pois a melhor cerimônia é aquela feita com IV - A Promessa Escoteira deverá ser renovada quando
amor, com o coração aberto. Sorrisos e elogios possuem concluído o Período Introdutório no novo Ramo. No
efeito semelhante a um forte abraço. caso de passagem do Ramo Lobinho, a criança fará a
sua Promessa Escoteira assim que concluir o Período
• Personalizadas, devendo-se levar em conta as Introdutório no Ramo escoteiro.
características e particularidades dos envolvidos. Quando
se personaliza algo, está se dizendo que aquele momento V - São terminantemente proibidos no Movimento
foi pensado exclusivamente para aquela pessoa. Palavras Escoteiro os “trotes” ou quaisquer outras ações
de incentivo especialmente elaboradas e outros pequenos constrangedoras aos jovens, seja durante o período
detalhes fazem muita diferença. É importante que a de transição, seja na cerimônia de passagem, sendo
pessoa sinta aquele momento como sendo seu. Por este estas ações passíveis de aplicação de processo
motivo as cerimônias devem ser realizadas de maneira disciplinar aos escotistas e/ou dirigentes da Unidade
individual. Escoteira Local onde estes abusos ocorram. Cabe à
Diretoria Regional a orientação e a adoção de práticas
CERIMÔNIAS DE PASSAGEM que eliminem ações desta natureza.

O que diz nosso POR:

O QUE SÃO AS CERIMÔNIAS DE PASSAGEM?


REGRA 043
As cerimônias de passagem marcam o momento
I - A cerimônia de passagem de um membro juvenil da despedida de um jovem de seu Ramo para passar ao
de um Ramo para outro deve ser o ponto culminante Ramo seguinte. É um ponto crítico, que marca a criança ou
de um processo de transição individualizado, que se o jovem, por várias variáveis:
inicia alguns meses antes da data da efetiva passagem.
Esta transição tem como finalidade fazer com que • Ele não verá mais com tanta frequência alguns dos seus
a recepção seja tranquila e fraterna, facilitando o amigos;
Período Introdutório no novo Ramo e diminuindo
as possibilidades de evasão por dificuldades de • Ele não fará mais aquelas atividades com as quais estava
adaptação ao novo ambiente. acostumado, mas ao mesmo tempo, não sabe que tipo de
atividades o espera;

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 271


• Seu Chefe não será mais aquele que ele tanto gostava e • Não se deve menosprezar ou diminuir o Ramo anterior.
estava acostumado; Afinal, nenhum Ramo é comparativamente melhor ou
pior do que outro. São apenas diferentes, cada um mais
• Seu “status” não será mais o mesmo, pois está se unindo adequado à natureza de uma determinada faixa etária.
a um grupo de pessoas onde ele ainda terá que mostrar Além disso, o jovem que passa para um próximo Ramo
o seu valor; traz consigo vínculos muito fortes com o Ramo anterior.
Só com o passar das atividades ele será definitivamente
• Geralmente os jovens não terão uma estatura igual ou conquistado pelo novo Ramo.
inferior à dele, justo pelo contrário, provavelmente serão
todos maiores do que ele. • O escotista deve contar ao jovem as aventuras e desafios
do Ramo seguinte.
O bom observador logo notará que existem muitas
indefinições na cabeça dos jovens que se despedem de • Conversar com o jovem é sempre fundamental. Ele deve
suas seções, e essas incertezas devem ser transformadas se sentir previamente preparado para fazer a passagem, e
em algo positivo, por isso essa cerimônia tem como isso é tarefa do escotista.
objetivo não apenas simbolizar uma transição, mas
também receber o jovem de uma forma atraente, • Cabe aos escotistas ter a sensibilidade para perceber
motivadora e com uma pitada de desafio. quando um jovem já está mais inclinado para fazer
Para a perfeita realização da Cerimônia de Passagem parte do Ramo seguinte. Por vezes, ele sobressai
do Ramo, é necessário uma preparação prévia, que inclui demasiadamente em termos de maturidade (e/ou até
itens anteriores à data da cerimônia em si. fisicamente) com os demais jovens da Seção, os quais,
para ele, são “crianças demais”. Esse é o caso de pensar em
Alguns destaques: antecipar uma passagem, pensando no que é melhor para
o próprio jovem. Por vezes, por não estar fazendo nada,
• Deve-se evitar realizar a passagem bruscamente. O jovem ele pode se cansar e sair do Movimento.
deve ser preparado e levado a conhecer a Seção seguinte,
participando de pelo menos três atividades conjuntas,
num período aproximado de três meses (uma atividade Confira as especificidades das cerimônias de
por mês). Em cada um desses dias, o jovem, ao invés de passagem de um Ramo para outro no MANUAL DE
participar da atividade com a sua Seção, será o convidado CERIMÔNIAS ESCOTEIRAS.
especial da atividade da Seção seguinte, com pelo menos
uma dessas atividades na sede do Grupo e outra externa.
CERIMÔNIA DO COMPROMISSO SÊNIOR
• Costuma ser útil que, anualmente, as seções do Grupo
façam uma atividade conjunta, pois isso transforma o O Compromisso Sênior é, além de uma confirmação
medo sobre o desconhecido em uma admiração pelos da promessa escoteira, um exercício de reflexão sobre a
seus “irmãos mais velhos”. mesma, onde o jovem amplia seu comprometimento de
acordo com a sua maturidade. Trata-se de um documento
• Não deve haver ameaças de trote ou de batismos, pois o formal, firmado pelo jovem após ele ter pessoalmente
objetivo não é criar o medo, o que pode até fazer o jovem elaborado e discutido seu conteúdo com os escotistas
se afastar de imediato. e com seus companheiros de patrulha e de tropa. O
compromisso deve ser firmado após a promessa e entre
• Ambas as seções devem ser envolvidas no dia, tanto a a primeira e a segunda etapa de progressão que atinja no
que se despede quanto a que recebe o jovem. Ramo Sênior.
A Cerimônia de Compromisso Sênior deve valorizar
• A atividade da Seção que recebe o jovem, na data da o esforço do jovem e o seu compromisso voluntário. Ela
passagem, deve ser estimulante. Planejar a melhor data é ocorre após a elaboração do documento. Será dirigida
essencial para evitar que o jovem passe em um dia onde, pelo Chefe da Seção ou, no seu impedimento, por um de
por exemplo, a Seção vá arrumar o seu material. seus assistentes.

272 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


Preferencialmente, a cerimônia deve ser realizada Feitos os destaques, vamos abordar a cerimônia em
ao ar livre ou, se não for possível, em um momento de si. Cada Tropa deve criar a sua própria cerimônia, mas a
exclusividade da Seção, em um local agradável da sede. seguir está um exemplo de como ela pode ser realizada
O alto de uma montanha, uma praia deserta, o interior de forma simples, mas atingindo os objetivos a que se
de uma caverna ou uma clareira no meio da floresta são propõe.
locais excelentes para a sua realização. Caso disponhamos Os Sêniores e Guias estão reunidos em ferradura
de um lugar como esses, ótimo. Contudo, se ficam ou círculo numa área ao ar livre ou de outra escolha da
distantes da sede ou se são de difícil acesso, dificultando tropa. A Bandeira Nacional e a Bandeira da Tropa estão
a operacionalização da cerimônia, devem ser evitados. Ter desfraldadas atrás do chefe. Velas podem iluminar o
um local único, especial e marcante é ótimo, mas isso não ambiente inspirado por uma suave música de fundo. O
pode ser um impeditivo para a realização da Cerimônia. Monitor traz o jovem que realizará seu compromisso e
Afinal, seria um contrassenso fazer o jovem esperar para que se posiciona no centro do círculo.
que a Seção possa se deslocar até um local específico. O chefe então conversa com o jovem que irá assumir
A cerimônia deve ser desenvolvida com seriedade, o compromisso, destacando alguns pontos do texto
não devendo ser confundida, sob nenhuma hipótese, com escrito por ele, reforçando a importância deste momento.
um clima assustador. Também não deve ser transformada A tropa está toda em silêncio, atenta, escutando a breve
em um ritual de iniciação mística ou performance teatral conversa.
com tema medieval ou de realismo fantástico. Após este breve diálogo, o escotista avisa a Tropa
O ideal é realizá-la à noite, ao entardecer, ao final que o Sênior assumirá seu compromisso e pede que ele
de um fogo de conselho ou de um dia de atividades. O leia em voz alta de forma que todos possam escutá-lo.
silêncio característico da noite, o luar, o som dos animais O Compromisso inicia com o seguinte texto:
noturnos, das águas do rio ou do mar e do vento tocando “Quero como Sênior (ou Guia): Orientar minha vida pela
as folhas das árvores assumem dimensões especiais. Em Promessa e Lei Escoteiras...”. A partir daí o jovem deverá
uma cerimônia noturna pode-se utilizar a luz de velas ou escrever seu compromisso pessoal de valores, abordando
tochas. Se for realizada durante o dia, um local sombreado, obrigatoriamente alguns aspectos, estreitamente ligados
como as ruínas de uma velha construção ou abaixo de ao seu desenvolvimento nas seis áreas que o Escotismo
uma árvore frondosa podem ser boas opções. trabalha: físico, social, afetivo, espiritual, intelectual e
Uma bela música também ajuda a criar um bom caráter.
clima. Prefira músicas instrumentais e não se esqueça de Algumas sugestões que podem ser abordadas pelos
levar a mídia e o player com bateria carregada. jovens em seu Compromisso:
Para a decoração, é sugerida a utilização das
Bandeiras Nacional e da Seção, além do Livro de • Importância de assumirem atitude proativa em relação
Cerimônias do Ramo e do Livro de Compromissos da à vida;
Tropa. Caso exista uma lembrança típica da Tropa e/ou
certificado, não esquecer esse elemento, pois não há nada • Valorização do desenvolvimento físico;
pior do que o improviso ou o esquecimento.
Sugere-se que apenas os jovens já compromissados • O conhecimento da Constituição Brasileira, especialmente
participem da cerimônia, com o objetivo de provocar os Direitos e Deveres individuais e coletivos e os direitos
um estímulo à participação. De forma alguma deve ser sociais;
uma cerimônia secreta, mas sim de caráter privado e
intimista. É uma cerimônia específica do Ramo e, por isso, • O comportamento ético em todas suas atitudes;
não se recomenda a participação de jovens de outras
seções. Escotistas, dirigentes e adultos responsáveis • Fortalecimento das relações com a família;
ligados ao jovem podem participar deste momento,
quando convidados pelo próprio jovem ou pelo • Convivência construtiva em todos os grupos que faz
escotista responsável pela seção. Ainda, é importante parte, sendo mais que um mero integrante de diferentes
que os Seniores e Guias já compromissados participem grupos sociais;
ativamente da preparação e desenvolvimento da
cerimônia, zelando para que tudo saia na mais perfeita • Valorização da educação e do trabalho;
ordem.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 273


• Importância de valores em sua vida, tais como A cerimônia, tradicionalmente, conta com a presença
honestidade, lealdade, altruísmo, cortesia, gentileza e apenas de escotistas e jovens do Clã já “investidos”. Isso
bondade; não é uma questão fundamental e nem é proibida a
presença de outras pessoas. Eventualmente, por exemplo,
• Consciência de suas responsabilidades para com a o jovem pode querer a presença de um escotista,
comunidade e seu País, inclusive do exercício do voto; dirigente ou familiar que foi importante em sua vida, ou
de um ex-Pioneiro seu amigo. O fato importante é que o
• Respeito às diferentes condições sociais, raças, credos, ambiente desejado é muito mais facilmente atingido sem
convicções políticas, gênero e opção sexual; a presença de estranhos, e que é muito importante que
este seja um momento totalmente novo para os jovens
• Atitude proativa de serviço à comunidade e de que serão investidos.
conservação do meio ambiente; Não cabem na investidura a inclusão de atos que
não têm qualquer relação com o Escotismo em si e o
• Vivência cotidiana e ampliada de sua espiritualidade. compromisso de cidadão assumido.
Deve-se considerar, também, que eventualmente
Após a leitura, o jovem assina o documento que um escotista ou dirigente nunca tenha sido “investido”,
elaborou. seja por não ter sido membro juvenil ou por nunca ter
integrado um Clã. Não há, absolutamente, nenhum
O chefe parabeniza-o e convida a todos a realizarem problema nisso, e é necessário combater absurdos tais
o sinal escoteiro, para que o jovem renove sua promessa. como fazer com que os escotistas ou dirigentes sejam
Em seguida, o jovem assina o Livro de Compromissos e submetidos a “cerimônias de investiduras” para qualificá-
todos dão um “bravo” saudando o jovem. los. Normalmente uma Cerimônia de Investidura é
Para terminar a cerimônia, o escotista responsável composta por três momentos:
pede a todos que façam a saudação às bandeiras e todos
participam do grito da Tropa. Sugere-se que a cerimônia 1. Vigília
dure no máximo 20 minutos e que seja realizada de forma 2. Investidura
individual. 3. Comemoração

CERIMÔNIA DE INVESTIDURA PIONEIRA CERIMÔNIA DE PARTIDA

Esta é uma cerimônia que se destaca na vida do Ao completar 21 anos de idade ou um pouco antes
Clã e de cada jovem. Seu eixo central gira em torno da disto, o jovem deve despedir-se do Clã Pioneiro. Termina,
renovação da Promessa Escoteira e um compromisso, assim, um ciclo de vida no escotismo como membro
refletido e honesto, de evoluir como indivíduo e como beneficiário. Ele pode continuar no Grupo Escoteiro em
membro ativo de sua sociedade, investir-se na condição alguma função como adulto, ou pode optar em dedicar-
de cidadão. se mais intensamente aos seus projetos pessoais, que
Esta cerimônia será programada a partir da exigem atenção e energia.
solicitação de um jovem, em momento que se situe entre Deve ser realizada uma cerimônia de Partida, em
seu primeiro e segundo distintivo de progressão. Uma vez que se entrega ao jovem que se despede um presente
recebida a solicitação, a Comissão Administrativa do Clã que o identifique como alguém que passou pelo Clã e, ao
e os escotistas irão planejar e organizar a cerimônia, que mesmo tempo, o recorde permanentemente das vivências
deve, sempre que possível, ser individual. e dos valores aprendidos no Movimento Escoteiro.
O jovem que passará pela Cerimônia de Investidura Algumas palavras do presidente da COMAD, do
já fez sua Promessa anteriormente, seja em outro Ramo ou Mestre Pioneiro, do Padrinho/Madrinha e do dirigente de
após a conclusão do seu Período Introdutório. Este é um Grupo Escoteiro são interessantes. Elas devem fazer com
novo momento, estritamente vivencial, em que a questão que o jovem termine um ciclo sentindo-se “Escoteiro Para
que se destaca é a intenção do jovem em assumir, perante Sempre”.
seus amigos, seu lugar como cidadão, e a disposição em É o momento do jovem inserir-se totalmente na
começar a traçar um projeto de desenvolvimento pessoal, sociedade como cidadão responsável, comprometido
incluindo metas para seu futuro. com suas ideias e princípios.

274 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


ANOTAÇÕES

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 275


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO LOBINHO

CERIMÔNIAS II

Duração 60 minutos

Objetivos Gerais Conduzir adequadamente cerimônias específicas do Ramo Lobinho

Preparar e conduzir corretamente a cerimônia de passagem do Ramo Lobinho para o


Objetivos Específicos
Ramo Escoteiro.

- Características fundamentais das cerimônias do Ramo (revisão);


Conteúdo
- Cerimônia de passagem do Ramo Lobinho para o Ramo Escoteiro.

- Manual do Escotista do Ramo Lobinho


Material
- Manual de Cerimônias Escoteiras

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

Características fundamentais das cerimônias; Orientações


15 PL
quanto a cerimônias de passagem de ramo

30 Prática da cerimônia de passagem TG

15 Tira-dúvidas PL

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Características fundamentais das cerimônias; orientações quanto a cerimônias de passagem de ramo (15
minutos)

O formador inicia a unidade relembrando a características fundamentais para realização de cerimônias com foco na
faixa etária do Ramo Lobinho.

Deve também destacar as orientações da regra 043 do POR, que trata da transição entre os ramos, bem como as
orientações do Manual de Escotista do Ramo Lobinho e do Manual de Cerimônias Escoteiras, por meio de recurso
audiovisual ou outra metodologia de explanação.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 277


Prática da cerimônia de passagem (30 minutos)
Os cursantes deverão ser separados em duas equipes (uma Alcateia e uma Tropa Escoteira) para a demonstração da
passagem do Ramo Lobinho para o Ramo Escoteiro.

Na sequência, invertem-se os papéis para que eles conduzam a cerimônia e, se necessário, corrigidos.

Tira-dúvidas (15 minutos):


O formador dará espaço para perguntas e sanará as dúvidas.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual de Cerimônias Escoteiras


Princípios, Organização e Regras
Manual do Escotista – Ramo Lobinho

Última atualização: 04/03/2014

278 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO LOBINHO

CERIMÔNIAS II

Relembrando o aprendido no Curso Preliminar, as A PASSAGEM DO RAMO LOBINHO PARA O RAMO ESCOTEIRO
cerimônias escoteiras devem ser simples, curtas, sinceras
e personalizadas. Trata-se de um momento crítico que marca a
Elas devem ocorrer em momento oportuno, em local criança, pois doravante ela não verá mais com tanta
adequado e seguir as recomendações da UEB. frequência alguns dos seus amigos mais queridos; não
O planejamento é fundamental para que se realize fará mais as atividades com as quais estava acostumada;
completa e corretamente, contando com a participação seu novo chefe ainda lhe é desconhecido; seus novos
das pessoas relevantes à situação e dispondo dos recursos companheiros/as provavelmente serão maiores e mais
materiais necessários providenciados antecipadamente. velhos do que ela e o seu “status” não será mais o mesmo,
Outros aspectos se somam a esses: pois está se unindo a um grupo de pessoas para as quais
ela ainda terá que mostrar o seu valor.
• O reconhecimento público confere importância às Por outro lado, há uma grande expectativa sobre
conquistas e contribui para que a criança se sinta o que vai encontrar na Tropa e o desejo de participar de
estimulada a prosseguir, animando as outras crianças a novas e diferentes atividades, cujas aventuras e desafios
seguirem seu exemplo e desenvolvendo o sentimento de lhe são contadas pelos escotistas.
alegria de todos pelo progresso de cada um; Quando o Grupo Escoteiro realiza atividades
conjuntas entre as Seções, o medo sobre o desconhecido
• Considerando a faixa etária do Ramo Lobinho, a se transforma em admiração pelos seus “irmãos mais
brevidade favorece a concentração em toda a cerimônia, o velhos”.
que implica na percepção do significado e da importância Para evitar que receios levem a criança a querer
do momento; abandonar o Movimento, o Programa Educativo prevê
uma preparação, pela qual se estabelece uma aproximação
• O protagonista (lobinho ou lobinha) deve receber com a Tropa Escoteira.
esclarecimento sobre o significado da cerimônia e Nesse processo, a criança deve ter a oportunidade
conhecer antecipadamente o conteúdo da cerimônia e ter de:
clareza de seu papel, para que fique confortável e “curta”
o momento; - Conversar com os escotistas da Tropa Escoteira à qual irá
pertencer;
• As cerimônias no Ramo Lobinho devem ser dinâmicas e
alegres, apesar de seu caráter solene. As falas devem ser - Conhecer as patrulhas e seus monitores;
altas e claras e todas as crianças devem ter algo para fazer
para que se mantenham atentas e ativas; - Participar de um jogo com a Tropa;

• O tom que se dispensa às cerimônias do Ramo Lobinho - Escolher a patrulha à qual deseja pertencer;
deve ser afetuoso, para que o momento toque o coração
das crianças; - Participar de uma reunião com a Tropa Escoteira;

• Uma cerimônia pode ganhar algum complemento - Ouvir e compreender as mensagens do episódio
especial conforme o desejo da Alcateia, desde que “Embriaguez da Primavera” do Livro da Selva de Rudyard
seus significados não sejam deturpados. Uma canção Kipling;
apropriada, uma mensagem, um presente, um
cumprimento, um ato simbólico como a colocação ou - Saber como proceder na Cerimônia de Passagem.
retirada da fita do totem, por exemplo.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 279


CERIMÔNIA DE PASSAGEM A CERIMÔNIA DE PASSAGEM NO RAMO LOBINHO

O que diz a regra 043 do nosso POR: A Cerimônia de Passagem, que marca o momento da
despedida de um lobinho ou lobinha da Alcateia e o seu
ingresso na Tropa Escoteira, simboliza a transição da vida
REGRA 043 na selva para a cidade dos homens.
Esta última cerimônia do Ramo Lobinho é um
I - A cerimônia de passagem de um membro juvenil momento muito significativo para a criança e para sua
de um Ramo para outro deve ser o ponto culminante família, portanto o tom da cerimônia deve ser altamente
de um processo de transição individualizado, que se positivo e sua recepção na Tropa deve ser feita de forma
inicia alguns meses antes da data da efetiva passagem. atraente e motivadora, com uma pitada de desafio.
Esta transição tem como finalidade fazer com que Para a perfeita realização da Cerimônia de Passagem
a recepção seja tranquila e fraterna, facilitando o é necessário uma preparação prévia, que inclui tarefas
Período Introdutório no novo Ramo e diminuindo anteriores à data da cerimônia em si:
as possibilidades de evasão por dificuldades de
adaptação ao novo ambiente. - Convite à família;
- Programação da cerimônia pela Alcateia conjuntamente
II - Ao mesmo tempo em que o membro juvenil dá com a Tropa Escoteira;
continuidade à sua formação na última etapa de - Preparação de uma atividade bem atraente e estimulante
desenvolvimento num determinado Ramo, deve na Tropa nesse dia;
começar a tomar contato com o que lhe espera no - Preparação dos membros juvenis das duas Seções para
novo Ramo, diminuindo as inquietações e indagações a cerimônia.
próprias das mudanças que se apresentam.
DINÂMICA DA CERIMÔNIA
III - Os Chefes de Seção dos dois Ramos envolvidos
na transição devem planejar este período FORMAÇÃO:
cuidadosamente, incluindo contatos do membro
juvenil com seus futuros companheiros e escotistas,
possibilitando um relacionamento preliminar e o
conhecimento da história, características e atividades
do novo Ramo.

IV - A Promessa Escoteira deverá ser renovada quando


concluído o Período Introdutório no novo Ramo. No
caso de passagem do Ramo Lobinho, a criança fará a Diretor Presidente
sua Promessa Escoteira assim que concluir o Período Tropa Escoteira Obstáculo Alcateia
Introdutório no Ramo escoteiro.

V - São terminantemente proibidos no Movimento 1ª PARTE:


Escoteiro os “trotes” ou quaisquer outras ações
constrangedoras aos jovens, seja durante o período O(a) lobinho(a) é chamado(a) ao centro do círculo
de transição, seja na cerimônia de passagem, sendo da Alcateia para renovar sua Promessa, volta ao seu lugar
estas ações passíveis de aplicação de processo para realize o seu último Grande Uivo e despede-se de
disciplinar aos escotistas e/ou dirigentes da Unidade todos os lobinhos, dos Velhos Lobos e finalmente de
Escoteira Local onde estes abusos ocorram. Cabe à Akelá, que a exemplo da saída de Mowgli da Alcateia de
Diretoria Regional a orientação e a adoção de práticas Seeonee, lhe diz que “se precisar de pata, olho ou dente,
que eliminem ações desta natureza. é só pedir que toda a Alcateia atenderá o seu apelo”. Em
seguida o(a) leva até o obstáculo onde o(a) entrega ao
Diretor Presidente do G.E.

280 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


2ª PARTE: Entrega do Distintivo Especial – Cruzeiro do Sul:

Encaminhado(a) pelo Diretor, o(a) lobinho(a) Dado grau de dificuldade da conquista, e por esta
passa pelo obstáculo e é recebido(a) pelo(a) chefe da representar a conclusão de uma grande jornada de
Tropa Escoteira, que o(a) acompanha até a patrulha que desafios e aprendizados para a faixa etária, vale a pena
integrará. Após as boas vindas, poderá receber o distintivo fazer uma cerimônia especial, embora ainda dentro
da patrulha pelas mãos do(a) monitor(a) e entoar pela do conceito de curta, simples e sincera. O escotista
primeira vez o grito da patrulha ou o grito da Tropa. deve tecer palavras sobre a importância daquele feito,
destacando a superação do jovem em vencer os desafios
CUIDADOS: até chegar naquele momento. Os assistentes também
serão chamados para parabenizar o jovem e entregar-lhe
• O obstáculo mencionado acima é mais simbólico do que o certificado. É importante que os pais e todo o grupo
físico, assim uma corda esticada no chão representa o rio escoteiro estejam presentes para esta ocasião especial.
Waiganga, um banco para ser transposto representa um Não há problemas de se entregar mais de um distintivo
morro no caminho, etc. Não se recomenda montagens especial numa mesma data, desde que se mantenha a
mirabolantes que intimidem ou constranjam as crianças, característica de individualidade da cerimônia.
nem brincadeiras de mau gosto como jogar água, farinha
ou qualquer coisa desse tipo. Lembrem-se que o momento
é de emoção, afetuosidade e acolhida. Leia mais no MANUAL DO ESCOTISTA DO
RAMO LOBINHO e no MANUAL DE CERIMÔNIAS
• Não se deve aceitar nenhum gesto, ação ou palavra ESCOTEIRAS.
que menospreze o Ramo Lobinho, pois nenhum Ramo
é melhor ou pior do que outro e aquele que passa traz
consigo vínculos muito fortes com a Alcateia. Só com o
passar das atividades ele será definitivamente conquistado
pelo novo Ramo.

ANOTAÇÕES

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 281


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO ESCOTEIRO

CERIMÔNIAS II

Duração 60 minutos

Objetivos Gerais Conduzir adequadamente cerimônias específicas do Ramo Escoteiro

Preparar e conduzir corretamente a cerimônia de passagem do Ramo Lobinho para o


Objetivos Específicos
Ramo Escoteiro e do Ramo Escoteiro para o Ramo Sênior

- Características fundamentais das cerimônias do Ramo Escoteiro


Conteúdo - Cerimônia de passagem do Ramo Lobinho para o Ramo Escoteiro e do Ramo Escoteiro
para o Sênior

- Manual do Escotista do Ramo Escoteiro


Material
- Manual de Cerimônias Escoteiras

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

Características fundamentais das cerimônias; Orientações


15 PL
quanto a cerimônias de passagem de ramo

30 Prática da cerimônia de passagem TG

15 Tira-dúvidas PL

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Características fundamentais das cerimônias; orientações quanto a cerimônias de passagem de ramo (15
minutos)

O formador inicia a unidade relembrando a características fundamentais para realização de cerimônias com foco na
faixa etária do Ramo Escoteiro.

Deve também destacar as orientações da regra 043 do POR, que trata da transição entre os ramos, bem como as
orientações do Manual de Escotista do Ramo Escoteiro e do Manual de Cerimônias Escoteiras, por meio de recurso
audiovisual ou outra metodologia de explanação.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 283


Prática da cerimônia de passagem (30 minutos)
Os cursantes deverão ser separados em três equipes (uma Alcateia, uma Tropa Escoteira e uma tropa Sênior) para
a demonstração da passagem do Ramo Lobinho para o Ramo Escoteiro e depois do Ramo Escoteiro para o Ramo
Senior.

Na sequência, invertem-se os papéis para que eles conduzam a cerimônia e, se necessário, corrigidos.

Tira-dúvidas (15 minutos):


O formador dará espaço para perguntas e sanará as dúvidas.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual de Cerimônias Escoteiras


Princípios, Organização e Regras
Manual do Escotista – Ramo Escoteiro

Última atualização: 17/03/2014

284 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO ESCOTEIRO

CERIMÔNIAS II

Relembrando algumas características fundamentais


das cerimônias escoteiras: II - Ao mesmo tempo em que o membro juvenil dá
continuidade à sua formação na última etapa de
• Curtas, pois as pessoas se cansam e logo se distraem. Se desenvolvimento num determinado Ramo, deve
há crianças e jovens participando, ou se há convidados começar a tomar contato com o que lhe espera no
que não fazem parte do dia-a-dia da instituição, isto pode novo Ramo, diminuindo as inquietações e indagações
ocorrer com mais facilidade. Deve ser breve, mas sem próprias das mudanças que se apresentam.
“correrias”.
III - Os Chefes de Seção dos dois Ramos envolvidos
• Simples, como tudo no Movimento Escoteiro. As palavras na transição devem planejar este período
certas terão melhor serventia do que qualquer outro cuidadosamente, incluindo contatos do membro
utensílio que se possa inventar. A simplicidade também juvenil com seus futuros companheiros e escotistas,
auxilia no entendimento e na importância do que está possibilitando um relacionamento preliminar e o
acontecendo, especialmente por parte das crianças e conhecimento da história, características e atividades
jovens. do novo Ramo.

• Sinceras, pois a melhor cerimônia é aquela feita com IV - A Promessa Escoteira deverá ser renovada quando
amor, com o coração aberto. Sorrisos e elogios possuem concluído o Período Introdutório no novo Ramo. No
efeito semelhante a um forte abraço. caso de passagem do Ramo Lobinho, a criança fará a
sua Promessa Escoteira assim que concluir o Período
• Personalizadas, devendo-se levar em conta as Introdutório no Ramo escoteiro.
características e particularidades dos envolvidos. Quando
se personaliza algo, está se dizendo que aquele momento V - São terminantemente proibidos no Movimento
foi pensado exclusivamente para aquela pessoa. Palavras Escoteiro os “trotes” ou quaisquer outras ações
de incentivo especialmente elaboradas, e outros constrangedoras aos jovens, seja durante o período
pequenos detalhes fazem muita diferença. É importante de transição, seja na cerimônia de passagem, sendo
que a pessoa sinta aquele momento como sendo seu. estas ações passíveis de aplicação de processo
Por este motivo as cerimônias devem ser realizadas de disciplinar aos escotistas e/ou dirigentes da Unidade
maneira individual. Escoteira Local onde estes abusos ocorram. Cabe à
Diretoria Regional a orientação e a adoção de práticas
CERIMÔNIAS DE PASSAGEM que eliminem ações desta natureza.

O que diz nosso POR (Regra 043):

RECEPCIONANDO UM LOBINHO NA TROPA ESCOTEIRA


REGRA 043
Trata-se de um momento crítico que marca a
I - A cerimônia de passagem de um membro juvenil criança, pois doravante ela não verá mais com tanta
de um Ramo para outro deve ser o ponto culminante frequência alguns dos seus amigos mais queridos; não
de um processo de transição individualizado, que se fará mais as atividades com as quais estava acostumada;
inicia alguns meses antes da data da efetiva passagem. seu novo chefe ainda lhe é desconhecido; seus novos
Esta transição tem como finalidade fazer com que companheiros/as provavelmente serão maiores e mais
a recepção seja tranquila e fraterna, facilitando o velhos do que ela e o seu “status” não será mais o mesmo,
Período Introdutório no novo Ramo e diminuindo pois está se unindo a um grupo de pessoas para as quais
as possibilidades de evasão por dificuldades de ela ainda terá que mostrar o seu valor
adaptação ao novo ambiente.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 285


O Lobinho deverá fazer um período transitório Entrega do Distintivo Especial – Lis de Ouro:
aonde irá se familiarizando com as características da
Tropa, irá conhecer sua futura patrulha e seus integrantes. Dado grau de dificuldade da conquista, e por esta
Durante este período pode-se iniciar o processo das representar a conclusão de uma grande jornada de
etapas introdutórias. desafios e aprendizados para a faixa etária, vale a pena
Para a perfeita realização da Cerimônia de Passagem fazer uma cerimônia especial, embora ainda dentro
é necessário uma preparação prévia, que inclui tarefas do conceito de curta, simples e sincera. O escotista
anteriores à data da cerimônia em si: deve tecer palavras sobre a importância daquele feito,
destacando a superação do jovem em vencer os desafios
- Convite à família; até chegar naquele momento. Os assistentes também
- Programação da cerimônia pela Alcateia conjuntamente serão chamados para parabenizar o jovem e entregar-lhe
com a Tropa Escoteira; o certificado. É importante que os pais e todo o grupo
- Preparação de uma atividade bem atraente e estimulante escoteiro estejam presentes para esta ocasião especial.
na Tropa nesse dia; Não há problemas de se entregar mais de um distintivo
- Preparação dos membros juvenis das duas Seções para especial numa mesma data, desde que se mantenha a
a cerimônia. característica de individualidade da cerimônia.

CERIMÔNIA DE PASSAGEM DE UM ESCOTEIRO PARA A TROPA


SÊNIOR Confira as especificidades das cerimônias de
passagem de um ramo para outro no MANUAL DE
Da mesma forma deve-se ter especial atenção para CERIMÔNIAS ESCOTEIRAS.
a passagem de um Escoteiro para a tropa Sênior. Este
processo deve ser preparado e planejado entre as duas
chefias de tropa visando que esta transferência seja algo
natural.

ANOTAÇÕES

286 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO SÊNIOR

CERIMÔNIAS II

Duração 60 minutos

Objetivos Gerais Conduzir adequadamente cerimônias específicas do Ramo Sênior

- Conduzir adequadamente cerimônia de passagem de ramo.


Objetivos Específicos - Conhecer a cerimônia de Compromisso Sênior.
- Vivenciar a Cerimônia do Compromisso Sênior

- Cerimônia de passagem de ramo.


Conteúdo
- Cerimônia de Compromisso Sênior.

Material 4 Manual de Cerimônias Escoteiras

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

Características fundamentais das cerimônias; orientações


15 PL
quanto a cerimônias de passagem de ramo.

15 A cerimônia do Compromisso Sênior PL

15 Vivência da Cerimônia do Compromisso Sênior DM

15 Vivência da Cerimônia de Passagem DM

PL = Palestra DM = Demonstração

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Características fundamentais das cerimônias; orientações quanto a cerimônias de passagem de ramo


(15 minutos)

O formador inicia a unidade relembrando a características fundamentais para realização de cerimônias (curtas,
simples, sinceras e personalizadas). Deve também destacar as orientações da regra 043 do POR, que trata da transição
entre os ramos, bem como as orientações do Manual de Cerimônias Escoteiras, sobre passagens de um ramo para
outro.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 287


A cerimônia do Compromisso Sênior (15 minutos)
Através de recurso audiovisual ou outra metodologia de explanação, o formador deverá destacar as principais
características da Cerimônia do Compromisso Sênior contidas no Manual do Escotista do Ramo Sênior e do Manual
de Cerimônias Escoteiras. É importante ressaltar que devemos evitar excessos para evitarmos constrangimentos.

Prática da cerimônia do Compromisso Sênior (15 minutos)


O Formador deverá proporcionar aos cursantes a vivência de uma cerimônia de Compromisso Sênior, conforme as
orientações passadas.

Prática da cerimônia de Passagem (15 minutos):


O Formador deverá proporcionar aos cursantes a vivência de uma cerimônia de passagem do Ramo Sênior para o
Ramo Pioneiro, conforme as orientações passadas.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual de Cerimônias Escoteiras


Princípios, Organização e Regras
Manual do Escotista – Ramo Sênior

Última atualização: 26/03/2014

288 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO SÊNIOR

CERIMÔNIAS II

Relembrando algumas características fundamentais


das cerimônias escoteiras: II - Ao mesmo tempo em que o membro juvenil dá
continuidade à sua formação na última etapa de
• Curtas, pois as pessoas se cansam e logo se distraem. Se desenvolvimento num determinado Ramo, deve
há crianças e jovens participando, ou se há convidados começar a tomar contato com o que lhe espera no
que não fazem parte do dia-a-dia da instituição, isto pode novo Ramo, diminuindo as inquietações e indagações
ocorrer com mais facilidade. Deve ser breve, mas sem próprias das mudanças que se apresentam.
“correrias”.
III - Os Chefes de Seção dos dois Ramos envolvidos
• Simples, como tudo no Movimento Escoteiro. As palavras na transição devem planejar este período
certas terão melhor serventia do que qualquer outro cuidadosamente, incluindo contatos do membro
utensílio que se possa inventar. A simplicidade também juvenil com seus futuros companheiros e escotistas,
auxilia no entendimento e na importância do que está possibilitando um relacionamento preliminar e o
acontecendo, especialmente por parte das crianças e conhecimento da história, características e atividades
jovens. do novo Ramo.

• Sinceras, pois a melhor cerimônia é aquela feita com IV - A Promessa Escoteira deverá ser renovada quando
amor, com o coração aberto. Sorrisos e elogios possuem concluído o Período Introdutório no novo Ramo. No
efeito semelhante a um forte abraço. caso de passagem do Ramo Lobinho, a criança fará a
sua Promessa Escoteira assim que concluir o Período
• Personalizadas, devendo-se levar em conta as Introdutório no Ramo escoteiro.
características e particularidades dos envolvidos. Quando
se personaliza algo, está se dizendo que aquele momento V - São terminantemente proibidos no Movimento
foi pensado exclusivamente para aquela pessoa. Palavras Escoteiro os “trotes” ou quaisquer outras ações
de incentivo especialmente elaboradas, e outros constrangedoras aos jovens, seja durante o período
pequenos detalhes fazem muita diferença. É importante de transição, seja na cerimônia de passagem, sendo
que a pessoa sinta aquele momento como sendo seu. estas ações passíveis de aplicação de processo
Por este motivo as cerimônias devem ser realizadas de disciplinar aos escotistas e/ou dirigentes da Unidade
maneira individual. Escoteira Local onde estes abusos ocorram. Cabe à
Diretoria Regional a orientação e a adoção de práticas
CERIMÔNIAS DE PASSAGEM que eliminem ações desta natureza.

O que diz nosso POR (Regra 043):

O QUE SÃO AS CERIMÔNIAS DE PASSAGEM?


REGRA 043
As Cerimônias de Passagem marcam o momento
I - A cerimônia de passagem de um membro juvenil da despedida de um jovem de seu Ramo para passar ao
de um Ramo para outro deve ser o ponto culminante Ramo seguinte. É um ponto crítico, que marca a criança ou
de um processo de transição individualizado, que se o jovem, por várias variáveis:
inicia alguns meses antes da data da efetiva passagem.
Esta transição tem como finalidade fazer com que • Ele não verá mais com tanta frequência alguns dos seus
a recepção seja tranquila e fraterna, facilitando o amigos;
Período Introdutório no novo Ramo e diminuindo
as possibilidades de evasão por dificuldades de • Ele não fará mais aquelas atividades com as quais estava
adaptação ao novo ambiente. acostumado, mas ao mesmo tempo, não sabe que tipo de
atividades o espera;

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 289


• Seu chefe não será mais aquele que ele tanto gostava e • Não se deve menosprezar ou diminuir o Ramo anterior.
estava acostumado; Afinal, nenhum Ramo é comparativamente melhor ou
pior do que outro. São apenas diferentes, cada um mais
• Seu “status” não será mais o mesmo, pois está se unindo adequado à natureza de uma determinada faixa etária.
a um grupo de pessoas onde ele ainda terá que mostrar Além disso, o jovem que passa traz consigo vínculos
o seu valor; muito fortes com o Ramo anterior. Só com o passar das
atividades ele será definitivamente conquistado pelo
• Geralmente os jovens não terão uma estatura igual ou novo Ramo.
inferior à dele, justo pelo contrário, provavelmente serão
todos maiores do que ele. • O escotista deve contar ao jovem as aventuras e desafios
do Ramo seguinte.
O bom observador logo notará que existem muitas
indefinições na cabeça dos jovens que se despedem de • Conversar com o jovem é sempre fundamental. Ele deve
suas Seções, e essas incertezas devem ser transformadas se sentir previamente preparado para fazer a passagem, e
em algo positivo, por isso essa cerimônia tem como isso é tarefa do escotista.
objetivo não apenas simbolizar uma transição, mas
também receber o jovem de uma forma atraente, • Cabe aos escotistas ter a sensibilidade para perceber
motivadora e com uma pitada de desafio. quando um jovem já está mais inclinado para fazer
Para a perfeita realização da Cerimônia de Passagem parte do Ramo seguinte. Por vezes, ele sobressai
do Ramo, é necessário uma preparação prévia, que inclui demasiadamente em termos de maturidade (e/ou até
itens anteriores à data da cerimônia em si. fisicamente) com os demais jovens da Seção, os quais,
para ele, são “crianças demais”. Esse é o caso de pensar
Alguns destaques em antecipar uma passagem, pensando no que é melhor
para o próprio jovem. Por vezes, em não fazendo nada, ele
• Deve-se evitar realizar a Passagem bruscamente. O jovem pode se cansar e sair do Movimento.
deve ser preparado e levado a conhecer a Seção seguinte,
participando de pelo menos três atividades conjuntas, CERIMÔNIA DO COMPROMISSO SÊNIOR
num período aproximado de três meses (uma atividade
por mês). Em cada um desses dias, o jovem, ao invés de O Compromisso Sênior é, além de uma confirmação
participar da atividade com a sua Seção, será o convidado da promessa escoteira, um exercício de reflexão sobre a
especial da atividade da Seção seguinte, com pelo menos mesma, onde o jovem amplia seu comprometimento de
uma dessas atividades na sede do Grupo e outra externa. acordo com a sua maturidade. Trata-se de um documento
formal, firmado pelo jovem após ele ter pessoalmente
• Costuma ser útil que, anualmente, as Seções do Grupo elaborado e discutido seu conteúdo com os escotistas
façam uma atividade conjunta, pois isso transforma o e com seus companheiros de patrulha e de tropa. O
medo sobre o desconhecido em uma admiração pelos compromisso deve ser firmado após a promessa e entre
seus “irmãos mais velhos”. a primeira e a segunda etapa de progressão que atinja no
Ramo Sênior.
• Não deve haver ameaças de trote ou de batismos, pois o A Cerimônia de Compromisso Sênior deve valorizar
objetivo não é criar o medo, que pode até fazer o jovem se o esforço do jovem e o seu compromisso voluntário. Ela
afastar de imediato. ocorre após a elaboração do documento. Será dirigida
pelo Chefe da Seção ou, no seu impedimento, por um de
• Ambas as seções devem ser envolvidas no dia, tanto a seus assistentes.
que se despede quanto a que recebe o jovem. Preferencialmente, a cerimônia deve ser realizada
ao ar livre ou, se não for possível, num momento de
• A atividade da Seção que recebe o jovem, na data da exclusividade da Seção, num local agradável da sede. O
passagem, deve ser estimulante. Planejar a melhor data é alto de uma montanha, uma praia deserta, o interior de
essencial, para evitar que o jovem passe em um dia onde, uma caverna ou uma clareira no meio da floresta são
por exemplo, a Seção vá arrumar o seu material. locais excelentes para a sua realização. Caso disponhamos
de um lugar como esses, ótimo. Contudo, se ficam

290 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


distantes da sede ou se são de difícil acesso, dificultando tropa. A Bandeira Nacional e a Bandeira da Tropa estão
a operacionalização da cerimônia, devem ser evitados. Ter desfraldadas atrás do chefe. Velas podem iluminar o
um local único, especial e marcante é ótimo, mas isso não ambiente inspirado por uma suave música de fundo. O
pode ser um impeditivo para a realização da Cerimônia. Monitor traz o jovem que realizará seu compromisso e
Afinal, seria um contra-senso fazer o jovem esperar para que se posiciona no centro do círculo.
que a Seção possa se deslocar até um local específico. O chefe então conversa com o jovem que irá assumir
A cerimônia deve ser desenvolvida com seriedade, o compromisso, destacando alguns pontos do texto
não devendo ser confundida, sob nenhuma hipótese, com escrito por ele, reforçando a importância deste momento.
um clima assustador. Também não deve ser transformada A tropa está toda em silêncio, atenta, escutando a breve
em um ritual de iniciação mística ou performance teatral conversa.
com tema medieval ou de realismo fantástico. Após este breve diálogo, o escotista avisa a tropa
O ideal é realizá-la à noite, ao entardecer, ao final que o sênior assumirá seu compromisso e pede que ele
de um fogo de conselho ou de um dia de atividades. O leia em voz alta de forma que todos possam escutá-lo.
silêncio característico da noite, o luar, o som dos animais O Compromisso inicia com o seguinte texto:
noturnos, das águas do rio ou do mar e do vento tocando “Quero como Sênior (ou Guia): Orientar minha vida pela
as folhas das árvores assumem dimensões especiais. Em Promessa e Lei Escoteiras...”. A partir daí o jovem deverá
uma cerimônia noturna pode-se utilizar a luz de velas ou escrever seu compromisso pessoal de valores, abordando
tochas. Se for realizada durante o dia, um local sombreado, obrigatoriamente alguns aspectos, estreitamente ligados
como as ruínas de uma velha construção ou abaixo de ao seu desenvolvimento nas seis áreas que o Escotismo
uma árvore frondosa podem ser boas opções. trabalha: físico, social, afetivo, espiritual, intelectual e
Uma bela música também ajuda a criar um bom caráter.
clima. Prefira músicas instrumentais e não se esqueça de Algumas sugestões que podem ser abordadas pelos
levar a mídia e o player com bateria carregada. jovens em seu Compromisso:
Para a decoração, é sugerida a utilização das
Bandeiras Nacional e da Seção, além do Livro de • Importância de assumirem atitude pró-ativa em relação
Cerimônias do Ramo e do Livro de Compromissos da à vida;
Tropa. Caso exista uma lembrança típica da Tropa e/ou
certificado, não esquecer esse elemento, pois não há nada • Valorização do desenvolvimento físico;
pior do que o improviso ou o esquecimento.
Sugere-se que apenas os jovens já compromissados • O conhecimento da Constituição Brasileira, especialmente
participem da cerimônia, com o objetivo de provocar os Direitos e Deveres individuais e coletivos e os direitos
um estímulo à participação. De forma alguma deve ser sociais;
uma cerimônia secreta, mas sim de caráter privado e
intimista. É uma cerimônia específica do Ramo e, por isso, • O comportamento ético em todas suas atitudes;
não se recomenda a participação de jovens de outras
seções. Escotistas, dirigentes e adultos responsáveis • Fortalecimento das relações com a família;
ligados ao jovem podem participar deste momento,
quando convidados pelo próprio jovem ou pelo • Convivência construtiva em todos os grupos que faz
escotista responsável pela seção. Ainda, é importante parte, sendo mais que um mero integrante de diferentes
que os Sêniores e Guias já compromissados participem grupos sociais;
ativamente da preparação e desenvolvimento da
cerimônia, zelando para que tudo saia na mais perfeita • Valorização da educação e do trabalho;
ordem.
Feitos os destaques, vamos abordar a cerimônia em • Importância de valores em sua vida, tais como
si. Cada Tropa deve criar a sua própria cerimônia, mas a honestidade, lealdade, altruísmo, cortesia, gentileza e
seguir está um exemplo de como ela pode ser realizada bondade;
de forma simples, mas atingindo os objetivos a que se
propõe. • Consciência de suas responsabilidades para com a
Os sêniores e guias estão reunidos em ferradura comunidade e seu País, inclusive do exercício do voto;
ou círculo numa área ao ar livre ou de outra escolha da

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 291


• Respeito às diferentes condições sociais, raças, credos, Entrega do Distintivo Especial – Escoteiro da Pátria:
convicções políticas, gênero e opção sexual;
Dado grau de dificuldade da conquista, e por esta
• Atitude pró-ativa de serviço à comunidade e de representar a conclusão de uma grande jornada de
conservação do meio ambiente; desafios e aprendizados para a faixa etária, vale a pena
fazer uma cerimônia especial, embora ainda dentro
• Vivência cotidiana e ampliada de sua espiritualidade. do conceito de curta, simples e sincera. O escotista
deve tecer palavras sobre a importância daquele feito,
Após a leitura, o jovem assina o documento que destacando a superação do jovem em vencer os desafios
elaborou. até chegar naquele momento. Os assistentes também
O chefe parabeniza-o e convida a todos a realizarem serão chamados para parabenizar o jovem e entregar-lhe
o sinal escoteiro, para que o jovem renove sua promessa. o certificado. É importante que os pais e todo o grupo
Em seguida, o jovem assina o Livro de Compromissos e escoteiro estejam presentes para esta ocasião especial.
todos dão um “bravo” saudando o jovem. Não há problemas de se entregar mais de um distintivo
Para terminar a cerimônia, o escotista responsável especial numa mesma data, desde que se mantenha a
pede a todos que façam a saudação às bandeiras e todos característica de individualidade da cerimônia.
do participam do grito da tropa. Sugere-se que a cerimônia
dure no máximo 20 minutos e que seja realizada de forma
individual. Confira as demais cerimônias realizadas e
que são comuns a todos os ramos no MANUAL
DE CERIMÔNIAS ESCOTEIRAS.

ANOTAÇÕES

292 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


UNIDADE DIDÁTICA | RAMO PIONEIRO

CERIMÔNIAS II

Duração 60 minutos

Objetivos Gerais Conduzir adequadamente cerimônias específicas do Ramo Pioneiro.

- Identificar os passos da cerimônia de Passagem de ramo.


Objetivos Específicos - Simular uma cerimônia de Investidura Pioneira.
- Compreender a cerimônia de Partida do Ramo Pioneiro.

- Cerimônia de Passagem de ramo.


Conteúdo - Cerimônia de Investidura Pioneira.
- Cerimônia de Partida do Ramo Pioneiro.

• 4 Manual de Cerimônias Escoteiras e apostila


Material • Materiais para a cerimônia de Investidura Pioneira
• 1 Símbolo da Partida

PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO

Tempo (minutos) Tema Metodologia

Características fundamentais das cerimônias; orientações


10 PL
quanto a cerimônia de Passagem de ramo.

40 Prática da cerimônia de Investidura Pioneira TG

10 Cerimônia de Partida DD

PL = Palestra TG = Trabalho em Grupo DD = Discussão Dirigida

DETALHAMENTO DA METODOLOGIA

Características fundamentais das cerimônias; orientações quanto a cerimônias de passagem de ramo


(15 minutos)

O formador inicia a unidade relembrando a características fundamentais para realização de cerimônias (curtas,
simples, sinceras e personalizadas). Deve também destacar as orientações da regra 043 do POR, que trata da transição
entre os ramos, bem como as orientações do Manual de Cerimônias Escoteiras, sobre passagens de um ramo para
outro.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 293


Prática da cerimônia de Investidura (30 minutos):
Os cursantes receberão papéis a serem desempenhados na simulação da Cerimônia de Investidura. Lerão sobre a
cerimônia na apostila e deverão preparar a cerimônia com o material disponível.

À medida que a cerimônia for sendo realizada, o formador deverá fazer as observações que se fizerem necessárias,
sanando eventuais dúvidas.

Prática da cerimônia de partida (15 minutos):


O Formador deverá proporcionar aos cursantes a vivência de uma cerimônia de partida do Ramo Pioneiro

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Manual de Cerimônias Escoteiras


Princípios, Organização e Regras
Manual do Escotista – Ramo Pioneiro

Última atualização: 26/03/2014

294 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


RAMO PIONEIRO

CERIMÔNIAS II

Relembrando o aprendido no Curso Preliminar, as


cerimônias escoteiras devem ser simples, curtas, sinceras A tarefa do Clã, através dos pioneiros e escotistas, é
e personalizadas. diminuir esta ansiedade e facilitar a passagem com
Elas devem ocorrer em momento oportuno, em local uma calorosa e fraterna recepção. Este processo
adequado e seguir as recomendações da UEB. começa antes da recepção oficial, com os contatos
O planejamento é fundamental para que se realize prévios, conhecimento mútuo e uma boa quantidade
completa e corretamente, contando com a participação de informação. A forma de fazer a cerimônia varia de
das pessoas relevantes à situação e dispondo dos recursos Clã para Clã, mas alguns pontos são essenciais:
materiais necessários providenciados antecipadamente.
São várias as cerimônias que ocorrem no Clã de • Depois de acertada a data e local, o Clã, através da
Pioneiros. Elas têm a intenção de destacar positivamente COMAD e orientação dos escotistas, deve planejar e
o esforço do jovem em busca do seu desenvolvimento organizar a recepção, conforme a tradição daquele
pessoal, ou valorizar algum momento na vida dos jovens Clã.
ou do Clã. • A presença do escotista é fundamental, como aquele
São elas: que vai apoiar na jornada que está se iniciando.
• A cerimônia deve revelar o entusiasmo do Clã em
- Cerimônias receber um novo membro.
- Hasteamento e Arriamento da Bandeira • Não deve existir nenhum tipo de constrangimento,
- Passagem do Ramo Sênior para o Ramo Pioneiro seja físico ou moral, e os trotes devem ser
- Integração rigorosamente reprimidos.
- Promessa
- Investidura Pioneira
- Entrega da Insígnia de B-P 3. CERIMÔNIA DE INTEGRAÇÃO
- Partida
Ao final do Período Introdutório, o jovem realiza a
1. HASTEAMENTO E ARRIAMENTO DA BANDEIRA Cerimônia de Integração, na qual receberá o seu primeiro
distintivo de Progressão, a Insígnia do Comprometimento
As cerimônias de Hasteamento e Arriamento são e o Lenço do Grupo (caso o jovem ainda não faça parte do
formas de expressar respeito à Pátria, e normalmente Grupo Escoteiro).
fazem parte da rotina de início e fim das atividades O Clã ou o Grupo estarão formados em ferradura, no
escoteiras. Consultar normativa sobre o assunto no local de hasteamento, já com as bandeiras hasteadas, e o
livro Escotistas em Ação! Ramo Pioneiro e no Manual de escotista responsável pelo Clã convida o jovem a colocar-
Cerimônias Escoteiras. se à sua frente, e o apresenta a todos. Um diretor do Grupo
ou seu representante entrega ao jovem o Lenço do Grupo,
2. CERIMÔNIA DE PASSAGEM DO RAMO SÊNIOR PARA O RAMO manifestando a sua alegria em recebê-lo. O escotista
PIONEIRO entrega então, o distintivo de Progressão e estimula o
jovem a continuar o seu caminho de progressão dentro
do Clã.
REGRA 043
4. CERIMÔNIA DE PROMESSA
O momento de passagem de um jovem que está
deixando o Ramo Sênior para ingressar no Clã é um Ao final do Período Introdutório, o jovem pode optar
momento marcante e merece cuidados. É, por um por realizar a Cerimônia de Promessa em conjunto com
lado momento de alegria para o jovem que avança a Cerimônia de Integração. Caso isso não aconteça por
em direção a um mundo novo e atraente, mas decisão do jovem, os escotistas deverão atuar para que ele
também é um momento de despedida da seção onde faça sua Promessa em período futuro, que se recomenda
viveu intensamente o escotismo. não seja superior a dois meses.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 295


A Cerimônia de Promessa é o momento de afirmar do jovem assumir, perante seus amigos, seu lugar como
a adesão ao código de valores proposto pelo Escotismo e cidadão, e a disposição em começar a traçar um projeto de
depende de convicção, fruto da necessária reflexão. desenvolvimento pessoal, incluindo metas para o futuro.
A Cerimônia de Promessa é, basicamente, a mesma A cerimônia, tradicionalmente, conta com a presença
que se faz no ramos Escoteiros e Sênior, com pequenas apenas de escotistas e jovens do Clã já “investidos” e do
particularidades. Agora o jovem passa a “remar sua própria padrinho/madrinha, caso o jovem tenha escolhido algum.
canoa”, ou seja, tomar as decisões e assumir publicamente. Isso não é uma questão fundamental nem é proibida a
Normalmente, a cerimônia tem a seguinte sequência: presença de outras pessoas. Eventualmente, por exemplo,
o jovem pode querer a presença de um escotista,
• O Clã em forma de ferradura e o escotista convida o dirigente ou familiar que foi importante na sua vida, ou
jovem que vai fazer a Promessa para vir até a sua frente. de um ex-Pioneiro, seu amigo. O fato importante é que o
ambiente desejado é muito mais facilmente atingido sem
• O escotista enfatiza a importância deste momento e a presença de estranhos, e que é muito importante que
pergunta ao jovem se ele quer fazer a Promessa Escoteira. este seja um momento totalmente novo para os jovens
que serão investidos.
• Com a resposta afirmativa, o escotista convida todos a Normalmente uma Cerimônia de Investidura é
fazer o “Sinal de Promessa”, inclusive o jovem e ele próprio. composta de três momentos:

• Dependendo do que foi previamente combinado, o i) Vigília


escotista pede ao jovem que recite o texto da Promessa, ii) Investidura
ou o escotista pede ao jovem que repita s frases que ele for iii) Comemoração
dizendo. Às vezes, ao perceber que o jovem está nervoso,
o escotista toma a iniciativa de pedir que ele repita, ao Vigília
invés de falar sozinho.
É um momento realizado, normalmente, na noite
• Feita a Promessa, o escotista afirma sua crença em que ou madrugada que antecede à Investidura, em lugar
ela será cumprida e norteará a vida do jovem para o acolhedor e seguro. Ao Longo da vigília, o jovem revisa
futuro, e lhe entrega o distintivo de Promessa, entregando, sua vida e faz opções para o futuro, e é interessante ter,
também, o respectivo certificado. como símbolos que facilitam a reflexão, alguns elementos
próprios do Ramo Pioneiro e do Clã. Em momento anterior,
• O jovem pode ser cumprimentado pelos demais algum tempo antes da Vigília, o Pioneiro já conversou com
escotistas, dirigentes e familiares, e, em seguida, se volta o Mestre e Padrinho/Madrinha, e elaborou um esboço
para o Clã e pronuncia a sua saudação – “Servir” – voltando de um Plano de Desenvolvimento Pessoal (Projeto de
em seguida para o seu lugar na formação. Vida), que será maturado e consolidado durante a Vigília.
Antes de iniciar a Vigília é importante uma nova conversa
5. INVESTIDURA PIONEIRA com o Mestre Pioneiro, que conhece o esboço do Plano
de Desenvolvimento Pessoal. A presença do Padrinho/
Esta é uma cerimônia que se destaca na vida do Madrinha, como figura de apoio e orientação, também
Clã e de cada jovem. Seu eixo central gira em torno da é preciosa neste instante. Após isso, o jovem é deixado
renovação da Promessa Escoteira e um Compromisso, sozinho para desenvolver a sua reflexão pessoal, que
refletido e honesto, de evoluir como indivíduo e como deve ter os mesmos objetivos do esboço previamente
membro ativo de sua sociedade, investir-se na condição preparado.
de cidadão.
Esta cerimônia será programada a partir da • A auto-análise, reconhecendo qualidades, limites
solicitação de um jovem, em um momento que se situe pessoais e potencialidades;
entre o primeiro e o segundo distintivo de progressão. • A identificação das exigências que se espera de
Uma vez recebida a solicitação, a COMAD e os escotistas uma vivência adulta da Lei e Promessa Escoteiras;
irão planejar e organizar a cerimônia, que deve ser, sempre • A projeção de metas e ações que possam ajudar a
que possível, individual. É um momento estritamente construir seu futuro.
vivencial, em que a questão que se destaca é a intenção

296 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


• Elaboração, a partir de um modelo, do seu Plano 6. ENTREGA DO INSÍGNIA DE B-P
de Desenvolvimento Pessoal (Projeto de Vida), a ser
apresentado durante a Investidura. Deve ser um momento de festa no Clã. O ideal é
que a entrega seja feita diante de todo o Grupo Escoteiro,
A Investidura mas não convém que a entrega seja adiada por longos
períodos somente para conciliar datas. Devem estar
Após o término da Vigília, e de acordo com o que foi presentes convidados, dentre os quais os familiares, o
programado pela COMAD com o auxílio dos escotistas, Padrinho/Madrinha do jovem e algum diretor do Grupo
realiza-se a Cerimônia de Investidura, em um ambiente Escoteiro.
reservado e inspirador. É importante que estejam
presentes elementos próprios da vida do Clã e do cidadão 7. CERIMÔNIA DE PARTIDA
que valorizam o simbolismo do momento, tais como:
Ao completar 21 anos de idade ou um pouco antes
• A Forquilha Pioneira; disto, o jovem deve despedir-se do Clã. Termina assim, um
• A Flor de Lis; ciclo de vida no escotismo como membro juvenil. Ele pode
• Símbolos Nacionais; continuar no Grupo Escoteiro em alguma função como
• Documentos que orientam a cidadania e vida em adulto, ou pode optar em dedicar-se mais intensamente
comunidade, como a Constituição Brasileira, etc; aos seus projetos pessoais, que exigem atenção e energia.
• O emblema do Grupo Escoteiro; A despedida será na Cerimônia de Partida que deverá ser
• A Bandeira do Clã; solene, alegre e simples. O Símbolo da Partida poderá
• O Compromisso Pioneiro. ser entregue na cerimônia e poderá ser usado por toda a
vida. Seu desenho é formado por um perfil de uma pessoa
Sugestões para a cerimônia segurando uma forquilha ( está descrito na regra 175 do
POR) podendo ser aplicado na forma de brinco, pingente
• O jovem é apresentado por alguém significativo, como de colar, pin de lapela ou outra decidida pelo próprio Clã
Padrinho/Madrinha, amigo ou escotista, que contam um Pioneiro.
pouco sobre sua vida e quem ele é.

• Os membros da COMAD ou o Mestre Pioneiro manifestam


a alegria do momento e a importância da cerimônia. Leia mais sobre o assunto no MANUAL
DO ESCOTISTA DO RAMO PIONEIRO e no
• O jovem lê o seu Plano de Desenvolvimento Pessoal, MANUAL DE CERIMÔNIAS ESCOTEIRAS.
e sua interpretação adulta da Promessa Escoteira – o
Compromisso Pioneiro. O P.D.P. e o compromisso podem
ser assinados, dependendo da tradição do Clã.

• Em seguida o Mestre faz a renovação da Promessa do


jovem

• O jovem pode falar sobre o que pensa para o seu futuro,


à luz deste seu projeto de vida.

A Comemoração (Festa)

Terminada a Cerimônia de Investidura, é momento


de comemorar o passo dado pelo jovem, com um jantar,
coquetel ou lanche.

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 297


ANOTAÇÕES

298 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


CANCIONEIRO

PIONEIROS CANÇÃO DO SENIOR

( Paródia de Two of Us por Ana Luzia Guerreiro) Temos 15, 16, 17 anos
O futuro é nosso, vamos prosseguir
Somos pioneiros por opção Vemos longe brilhar a nossa estrela Dalva
Temos o Escotismo no coração Quando se é Sênior não se pode desistir.
E um lema a cumprir
O ideal de B-P – SERVIR ! Marchar avante e sempre avante
Por sobre a terra, sobre os mares e pelo ar
Somos companheiros e esta união Continuando se outros param
Cada vez mais forte nos torna irmãos Sorrindo mesmo se há vontade de chorar
Partilhando emoções Não sentir fome, não sentir sede
Entoando canções, e assim ... Ter persistência, paciência e resistir
Ser mais que humano, querer por dez
Com a mochila e a forquilha eu vou E conquistar a nossa meta no porvir
Procurar nova trilha e então
Enfrentar desafios, vencer ! 15, 16, 17 anos...
Reforçar sempre o meu querer
Fazer melhor ... A humanidade busca a verdade
Pela ciência, pelo estudo e o saber
As altas montanhas vou escalar E a mocidade é como a flecha
E do mar o fundo vou pesquisar Que vai do arco até o alvo sem tremer
Vou crescer muito mais A fé nos guia, coragem temos
Eu vou me superar – SER FELIZ ! Temos amor pra dar aos outros e ajudar
Ao que é mais fraco, mas nosso irmão
ALÔ, BOM DIA ! E todos juntos o sucesso conquistar

Alô! bom dia, ó como vai você ? Temos 15, 16, 17 anos...
Um olhar bem amigo
Um claro sorriso ACAMPEI LÁ NA MONTANHA
Um aperto de mão
E a gente sem saber como e por que Acampei lá na montanha,
Se sente feliz De manhã fiz meu café,
E sai a cantar alegre canção Arrumei minha mochila,
E toquei pra frente a pé
Bom dia nada custa ao nosso coração
E é bom fazer feliz o nosso irmão Como é bom viver acampando assim,
Por Deus se deve amar Ver o sol no horizonte nascer,
Amar sem distinção Todos devem ter um grande ideal,
Alô! Bom dia, irmão E por ele lutar e vencer
Saber dar um bom dia cheio de bondade
Dizer bom dia com sinceridade Acampei num lindo bosque
E dar sempre o melhor do nosso coração E já era escuridão
Alô ! bom dia, irmão Acendi uma fogueira,
E cantei esta canção

Como é bom viver...

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 299


CANÇÃO DO CLÃ Avançam as patrulhas ao longe, lá ao longe
Avançam as patrulhas cantando com valor
Em uma montanha bem perto do céu (Lá ao longe)
Se encontra uma lagoa azul Juntos escalemos a montanha altiva
Que só a conhecem aqueles que têm Juntos escalemos o seu pico azul
A dita de estar em meu clã. Somente os falcões estão na nossa frente
La la, la la la , la la la, la la la ... E voam majestosos sob o céu de anil

A sede de riscos que nunca se acaba Com a mochila ao ombro ao longe,lá ao longe
As rochas que há a escalar Com a mochila ao ombro a Tropa já partiu
O rio tranqüilo que canta e que chora (Lá ao longe)
Jamais poderei olvidar Juntos escalemos...
La la, la la la , la la la, la la la ...
Avisto o acampamento ao longe, lá ao longe
No alto da serra, na gruta escondida Avisto o acampamento por causa do fogão
Foi lá que eu fiz o meu lar (Lá ao longe)
Subindo e descendo em corda ligeira Juntos escalemos...
Eu vi o meu clã acampar
La la, la la la , la la la, la la la ... Avistam-se as barracas ao longe, lá ao longe
Avistam-se as barracas douradas pelo sol
À noite, sentados ao pé da fogueira (Lá ao longe)
Crepita a alma escoteira Juntos escalemos...
Pioneiros meditam, definem a trilha
E fazem a sua vigília DAMOS GRAÇAS
La la, la la la , la la la, la la la ...
Damos graças ao Senhor, damos graças
O sol nos aponta um caminho de sonho Graças pelo seu amor (bis)
O vento nos leva a andar De manhã cedo, os passarinhos
No brilho de vivas, estrelas repetem Estão cantando, louvando o Criador
O eco do nosso cantar E tu, amigo, por que não cantas,
La la, la la la , la la la, la la la ... Agradecendo a vida ao Senhor ?

BULI ALI HINO DO LOBINHO

Gosto das flores até do mal-me-quer Irmão de lobo nasci


Gosto dos montes e de um vale qualquer De um povo livre e valente
Gosto dos ventos que cantam para mim A selva onde eu cresci
Buli ali buli ali buli ali Bom borom bom bom Me deu um Deus e uma Lei
Akelá escuto tua voz
Gosto dos bichos do besouro ao elefante E sigo as suas pegadas
Gosto das árvores de copa exuberante Bagheera e Baloo
Gosto da chuva que canta para mim São os amigos que me levam
Buli ali buli ali buli ali Bom borom bom bom Avançar, sempre melhor!
Povo Livre avançar!
Gosto das coisas que Deus criou na Terra Com vocês, hei de ser,
Que Ele as conserve sempre em paz sem guerra Cada dia melhor!
Para que cantem esta canção pra mim A FLOR VERMELHA
Buli ali buli ali buli ali Bom borom bom bom
AVANÇAM AS PATRULHAS

300 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


A Flor Vermelha iluminará JUCAIDI
Alcateia dança ao seu redor
Vamos dançando nossa lei cantar Pelos campos ao redor, jucaidi, jucaidá
Com o cair do Sol Vamos todos passear, jucaidi, ai-dá
Desde cedo ao pôr do sol nós queremos caminhar
Tu e eu somos irmãos Jucaidi jucaidá jucaidi -aidi -aidá
E do mesmo sangue Jucaidi jucaidá jucaidi – aidá
Teu rastro vai junto ao meu rastro
Minha caça é para ti Para frente toca o pé, jucaidi, jucaidá
Toma alento, toma ardor, jucaidi, ai-dá
De Baloo ouve sempre as lições Quem se atrasa por demais não é bom caminhador
Alcateia dança ao seu redor Jucaidi jucaidá jucaidi -aidi -aidá
Boa caçada assim conseguirás Jucaidi jucaidá jucaidi –aidá
Com o cair do Sol
A montanha ao longe está, jucaidi, jucaidá
Tu e eu somos irmãos A mostrar-nos seu perfil, jucaidi, ai-dá
E do mesmo sangue Vamos todos para lá escalando o alcantil
Teu rastro vai junto ao meu rastro Jucaidi jucaidá jucaidi -aidi -aidá
Minha caça é para ti. Jucaidi jucaidá jucaidi -aidi -aidá

NOSSA ALCATÉIA SOU ESCOTEIRO

(melodia do Hino do Soldado) Eu sou escoteiro (eu sou escoteiro)


De coração (de coração)
Nós somos de uma alcatéia Acamparei (acamparei)
De alegres lobos que não são bobos Com emoção (com emoção)
O nosso Akelá ensina Eu sou escoteiro de coração
Ter olho aberto e ouvido esperto Acamparei com emoção!
Andamos pela floresta A Promessa e Lei (a Promessa e Lei)
Sem medo, fortes, buscando a caça Eu cumprirei (eu cumprirei)
Pois somos de uma raça Uma boa ação (uma boa ação)
Que é amiga pra toda a vida. Sempre farei (sempre farei)
A Promessa e Lei eu cumprirei
STODOLA Uma boa ação sempre eu farei

Brilha a fogueira ao pé do acampamento VIAGEM


Para alegria não há melhor momento
Velhos amigos não perdem a ocasião Eu vim de longe para encontrar o meu caminho
De reunidos cantar essa canção Tinha um sorriso, e o sorriso ainda valia
Stodola Stodola Stodola Pum-pa Achei difícil a viagem até aqui
Stodola pum-pa Stodola Pum-pa Mas eu cheguei, mas eu cheguei.
Stodola Stodola Stodola Pum-pa Eu vim depressa, eu não vim de caminhão
Stodola pum-pa-pum-pa-pum Eu vim a jato neste asfalto e nesse chão
Achei difícil a viagem até aqui
No acampamento que faz o escoteiro Mas eu cheguei, mas eu cheguei.
Muito trabalha durante o dia inteiro Eu vim por causa daquilo que não se vê
Mas quando a noite já trouxe a escuridão Vim nu, descalço, sem dinheiro e o pior
Acende o fogo e canta essa canção Achei difícil a viagem até aqui
Stodola... Mas eu cheguei, mas eu cheguei.
Eu tive ajuda de quem você não acredita

ESCOTEIROS DO BRASIL CURSO BÁSICO 301


Tive a esperança de chegar até aqui
Vim caminhando, aqui estou, me decidi
Eu vou ficar, eu vou ficar.

302 CURSO BÁSICO ESCOTEIROS DO BRASIL


CONTRIBUÍRAM NA ELABORAÇÃO DESTE MATERIAL

Ailton Carlos Santos


Alessandro Garcia Vieira
André Luiz Corrêa Gomes
André Luiz Assi
Ângelo Ernesto
Antônio César Oliveira
Carmen V. C. Barreira
Daniel Hackbart
Fábio Conde
Hugo Sales
Ilka Denise Gallego
Juliana Oliveto
Leonardo Weihrauch
Líria Romero Dutra
Luiz César de Simas Horn
Luíza Flávia Almeida
Marcos Carvalho
Maria Soares
Marjorie Friedrich
Megumi Tokudome
Paulo Cabello
Renato Eugênio
Ricardo Kontz
Rodrigo Valentim
Rogério Assunção
Rubem Suffert
Sônia Jorge
Theodomiro Rodrigues
Vitor Augusto Gay
Wilham Bonalume
2014

União dos Escoteiros do Brasil - Escritório Nacional


Rua Coronel Dulcídio, 2107 - Água Verde
CEP 80250-100 | Curitiba | Paraná
Tel.: 41. 3253 4732 | Fax: 41. 3353-4733
www.escoteiros.org.br

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