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)
126(<)Políticas públicas, organización industrial y desarrollo tecnológico.
5(%24"/&(<)Trabajo acadêmico

Milton de Abreu Campanário Marcello Muniz da Silva


Universidade De São Paulo - USP Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado
8@6(&#<)miltonac@ipt.br de São Paulo
8@6(&#<)marcello@ipt.br
Tiago Ribeiro Costa
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado
de São Paulo
8@6(&#<)tiagorc@ipt.br
)
A2.-6"<)
A política econômica da era FHC promoveu a abertura econômica causando profundas
mudanças estruturais na indústria ao afetar o nível de investimento, preços, quantum
produzido, valor adicionado, margens, emprego, coeficientes de comércio e produtividade. Os
instrumentos da política de estabilização foram os agentes da mudança. A política industrial
foi negligenciada. As conquistas no plano macroeconômico contrastam com os desequilíbrios
e fragilidades do parque produtivo nacional. Nesse contexto, ressurge a discussão em torno da
necessidade de adoção de políticas como meio de afetar o desenvolvimento industrial. Tal
como recentemente concebida pelo Governo, a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio
Exterior (PITCE) não deve interferir na busca da estabilização macroeconômica; pretende,
outrossim, contribuir para corrigir os desequilíbrios microeconômicos daí resultantes,
valorizando a competitividade industrial nos mercados interno e externo e incrementos em sua
função social por meio de maior articulação entre setor produtivo, universidades e institutos de
pesquisa. Sob esta perspectiva, o atual governo têm procurado, inclusive, lançar programas
objetivando o progresso de setores indústrias considerados prioritários. Este artigo pretende
apontar o caráter da PITCE, procurando indicar o papel e as possíveis limitações do modelo
adotado por meio da análise dos arranjos institucionais que respaldam sua execução. Como
será demonstrado, o novo arranjo é marcado por sobreposição de diversos órgãos. As análises
são feitas a partir da discussão dos fundamentos da PITCE e enquadramento formal do papel
de cada instituição responsável por sua execução. Nesse contexto, é apresentado
esquematicamente como se articulam os diversos entes governamentais. Defende-se a hipótese
de que os programas têm sido implementados sob um vácuo de medidas destinadas a
adequação de arranjos administrativos/institucionais, o que deve prejudicar a eficiência e
eficácia da PITCE.
)
!(#(B/(.@'C(B2<)política industrial, política tecnológica, competitividade industrial,
estabilização macroeconômica, instituições, PITCE

1
DE) *+%/",-FG")
A política econômica da era FHC promoveu a abertura econômica causando profunda
mudança estrutural na indústria ao afetar o nível de investimento, preços, !"#$%"& produzido,
valor adicionado, margens, emprego, coeficientes de comércio e produtividade. Os
instrumentos da política de estabilização foram os agentes da mudança. A política industrial
foi negligenciada em meio a crise fiscal e aos desajustes verificados no plano
macroeconômico a partir do início da década de 1980. Em meio êxito do Plano Real e o
“choque de competitividade” pelo qual passou a indústria, as conquistas no plano
macroeconômico contrastam com os desequilíbrios e fragilidades do parque produtivo
nacional. Nesse contexto, ressurgiu a discussão em torno da necessidade de adoção de
políticas como meio de afetar o desenvolvimento industrial. Tal como recentemente concebida
pelo Governo, a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE) não deve
interferir na busca da estabilização macroeconômica; pretende, outrossim, contribuir para
corrigir os desequilíbrios microeconômicos daí resultantes, valorizando a competitividade
industrial nos mercados interno e externo, incrementando sua função social por meio de maior
articulação entre setor produtivo, universidades e institutos de pesquisa. Sob esta perspectiva,
o atual governo têm procurado, inclusive, lançar programas objetivando o progresso de setores
industrias considerados prioritários. Este artigo pretende apontar o caráter da PITCE,
procurando indicar o papel e as possíveis limitações do modelo adotado. Isso será feito por
meio da análise dos arranjos institucionais que respaldam a execução da PITCE. Como será
demonstrado, o novo arranjo é marcado por sobreposição de diversos órgãos. As análises são
feitas a partir da discussão dos fundamentos da PITCE e enquadramento formal do papel de
cada instituição responsável por sua execução. Nesse contexto, apresenta-se
esquematicamente como se articulam os diversos entes governamentais. Defende-se a hipótese
de que os programas têm sido implementados sob um vácuo de medidas destinadas a
adequação de arranjos administrativos/institucionais, o que deve prejudicar a eficiência e
eficácia da PITCE. O artigo encontra-se dividido em 6 seções, além dessa introdução. Na
seção 2, é elaborada uma classificação das etapas da industrialização a qual é analisada de
maneira sumária em termos das funções assumidas pelo governo e em termos do balizamento
das funções apontadas. Em seguida (seção 3) são apontados os aspectos da abertura econômica
e os efeitos mais gerais da (re)inserção da indústria. Na seção 4 são apresentados os grandes
marcos gerais da atual política industrial (PITCE) para, em seguida (seção 5), apontar seu
caráter mais objetivo. A seção 6 faz um mapeamento das principais instituições responsáveis
pela PITCE e seu resultado. Com base nestas informações são discutidos os papéis do CNDI e
da ABDI, responsáveis pela execução e coordenação das instituições que operam a PITCE.
Por fim, a seção 8 tece algumas considerações acerca de seu caráter e efetividade.

HE) 5#(..&>&'(FG")2)(+=#&.2),(.)2%(I(.),()&+,-.%/&(#&J(FG")
O quadro 1 procura sumarizar as diversas fases, contextos, orientações/ênfases e instrumentos
das políticas de promoção da indústria no Brasil. A fase '()&)%)*# da industrialização brasileira
se dá no final do século XIX e início do XX a partir da implantação de capacidade produtiva
em bens de consumo não duráveis, no contexto de uma economia agrário-exportadora,
marcada por crises econômicas internas e externas. Nesta etapa, compreendida entre 1870-
1930, doravante denominada KLM8) D, não havia clara intenção de promover a indústria

2
nascente. O café e uns poucos +,&&,-)%)./ agrícolas (algodão, borracha, açúcar, etc.) eram as
bases de sustentação da economia em torno do qual gravitava a vida sócio-econômica e
política da nação. As esparsas medidas de apoio à indústria se davam sob pressões oriundas
pelos setores tradicionais da economia (agricultura e serviços) em meio a problemas de
financiamento do Balanço de Pagamentos e política de câmbio fixo. Nesse mundo pré-
keynesiano, marcado pela crença na lei das vantagens comparativas, vigorava a idéia de
mercado auto-regulado.1 Nesse contexto, não havia intenção nem condições sociais e políticas
de promover a industrialização.
Durante a etapa seguinte, compreendida entre 1930-1980 e aqui denominada de KLM8) H,
instrumentos de incentivo à indústria seriam implementados por meio de políticas explícitas
destinadas a promover o desenvolvimento industrial. A rigor, a KLM8)H se subdivide em dois
sub-períodos, o primeiro compreende o período que se estende entre DNOP e DNQP, o segundo
entre DNQP e DNRP. Tal como indicado no quadro 1, estas sub-fases serão denominadas,
respectivamente, de M-S@>(.2)* e M-S@>(.2)**. Durante estas sub-fases a política comercial e,
de maneira incisiva, instrumentos explícitos de política industrial, formam implementados
(Versiani e Suzigan, 1990; Suzigan, 2000). Nesse contexto, o setor externo foi perdendo
paulatinamente a importância como determinante (exógena) dos níveis de emprego e renda –
ao mesmo tempo em que investimento agregado se tornava a variável (endógena) crítica do
processo desenvolvimento da economia.
O deslocamento do centro dinâmico da economia representa profunda mudança na estrutura
produtiva nacional. Embora o setor exportador estimulasse algumas atividades internas este
impulso não era suficiente para dar a elas um dinamismo próprio. O crescimento econômico
estava intrinsecamente atrelado à dinâmica das relações da economia com o exterior (Furtado,
1971). Nas grandes economias abertas (EUA, Inglaterra, França, Alemanha, etc.) isso não se
verificava tão pouco havia diferenciação qualitativa entre setores destinados a atender os
mercado externo e interno. Segundo Tavares (1972:33), “#0 +()/.0 -,/0 #$,/0 120 ',-.0 /.(0
.$+#(#-#0+,&,0,0',$%,0+(3%)+,0-.0("'%"(#0-,0&,-.4,0'()&5(),0.6',(%#-,07(#/)4.)(,.”
O elemento de ajuste ao desequilíbrio foi a taxa de câmbio, pois o crescimento abrupto dos
preços dos importados gerou fortes estímulos à produção doméstica. Este movimento deslocou
gradualmente o centro da atividade econômica. Paulatinamente, o setor externo vai perdendo
importância como elemento determinante do emprego, renda, produção e investimento. As
atividades industriais orientadas para o mercado interno ganhariam impulso. Em linhas gerais,
o crescimento econômico brasileiro no pós-guerra atravessou vários ciclos, a exemplo do que
ocorreu com outros 4#%.84#%.8+,&.(/ (países de industrialização tardia). Em tempo
relativamente curto foram introduzidos no Brasil setores industriais completos. Isso implicou
na necessidade de criação e ampliação da infra-estrutura (comunicações, transportes, energia,
bens e serviços públicos, etc.) para atender a dinâmica de formação dos estágios superiores da
matriz industrial brasileira (indústria siderúrgica, química pesada, indústria de bens de
consumo duráveis, etc.). Isso exigia o emprego de vultosos recursos que só poderiam ser
sustentados pelo Estado.

1
Esta crença seria paradoxalmente revertida em meio as crises cíclicas do setor agrário-exportador culminado no Convênio de Taubaté.
Segundo Furtado (1971), a política de valorização do café promovia uma política tipicamente keynesiana antes mesmo da publicação da
9.,()#0Gera,l0em 1936.

3
!uadro () *r+t-.a/0 mode3o/ de de/en5o35-mento e .ara.ter-6a78o da/ 9a/e/ (0 :0 ;0 < e = >.ont-nua a /egu-r@A
BASE CGHIEJIG KHBASE GLMEINOGS E SEIGPES NHSIPRSEHIGS
*PNGPNIQPNGS
Crises e'ternas+ flutuações no Busca garantir lucratividade das Atividades orientadas I e'portaç:o Medidas destinadas a manter o controle do cTmbio.
produto dos países atividades orientadas a produç:o (notadamente o café, algod:o e borracha). Ausência de instrumentos orientados I promoç:o das
industrializados, 77 8evoluç:o cafeeira. Efeitos, n:o esperados sobre a atividades industriais.
7ndustrial, 7 ;uerra Mundial, crise 8esultado n:o esperado+ manutenç:o lucratividade e produç:o de bens de Política tarifária como meio de manter o nível de
de >?@?. do nível de renda interna por meio da consumo n:o duráveis (indústria tê'til, arrecadaç:o tributária.
BASE (
Crises internas+ desajuste estrutural política de valorizaç:o do café. alimentos e máquinas e equipamentos
>(TUVW(X;V@
entre a demanda e oferta de café, 8ecuperaç:o da economia e entrada simples).
problemas no Balanço de em novo ciclo de desenvolvimento Salorizaç:o e insustentabilidade de
Pagamentos, ciclos de com maior participaç:o do produto políticas baseadas na defesa dos interesses
desvalorizaç:o cambial e estímulo industrial. ligados a cafeicultura
I industrializaç:o, crises sociais.
Estado novo (era Sargas), pUs- Ynfase em uma resposta ao Crescimento da produç:o de Bens de Política cambial seletiva
SRLBASE N >(X;VW=V@

guerra, populismo, estrangulamento e'terno. Consumo n:o [uráveis. Política comercial – controles administrativos
estrangulamento e'terno absoluto e Necessidade de substituiç:o de Atividades industriais orientadas ao 8estrições Is importações
relativo, PS7, maior participaç:o do importações (matéria prima, insumos mercado interno. Ciraç:o de empresas públicas nos setores de insumos
Estado nas atividades econômicas. básico, máquinas e equipamentos). Estado atuando de forma a incentivar a básicos, energia, bens de consumo duráveis, etc.
Maior participaç:o do Estado como produç:o e como produtor direto em
provedor de bens e serviços. diversos setores econômicos (energia,
telecomunicações, etc.).
PS7, maior participaç:o Estado Crescimento urbano, Ynfase na produç:o de BC[ e mais tarde 8eformas institucionais (criaç:o do SaN).
(produtor direto) desenvolvimento industrial, em BK. (mecTnica pesada, máquinas Política comercial de proteç:o >Le- /-m-3ar na.-ona3)
BASE : Crescimento da participaç:o do surgimento de mecanismos de elétricas, construç:o naval e produtos Política tributária balizadora de estímulos I atividade
>(X;V Y setor secundário no P7B. financiamento mais adequados, químicos) industrial (depreciaç:o acelerada, política cambial
SRLBASE NN>(X=VW(XTV

(XTV@ Atraç:o de capital privado ampliaç:o do mercado interno. [esenvolvimento de infra-estrutura de seletiva, etc.)
(nacional e e'terno) Criaç:o de instituições (BN[ES, transportes e energia com forte presença do Atraç:o de investimento estrangeiro direto – tripé
Período Militar (>?]^->?_^) BACEN, etc.) Estado, criaç:o de empresas de mineraç:o, Estado e capital privado interno e e'terno.
Primeiro e segundo choques do Maior concentraç:o de renda (final siderurgia, etc. Criaç:o de mecanismos de financiamento (BN[E) e
petrUleo. período). Proteç:o comercial gerava impacto captaç:o recursos (a;bS)
Aumento inflaç:o e flutuações no negativo na produtividade e mudança 7ncentivos I produç:o (Le-/ reme//a/ 3u.ro/)
nível de reservas. tecnolUgica. Plano de Metas e 77 PN[.
Bai'o nível de comércio.

Bonte) E3a[orado \e3o/ autore/A

4
!uadro () *r+t-.a/ e mode3o/ de de/en5o35-mento e .ara.ter-6a78o da/ 9a/e/ a\re/entada/ >.ont-nua78o@A
BASE CGHIEJIG KHBASE GLMEINOGS E SEIGPES *PNGPNIQPNGS NHSIPRSEHIGS
aim do período militar, Ajuste e'terno, ajuste fiscal, Economia fechada gerava bai'o nível de Apoio dos Urg:os internacionais (aM7).
esgotamento capacidade de aç:o consolidaç:o da matriz industrial em incentivos ao investimento e a inovaç:o. Política monetária e fiscal restritiva, controle
do governo, inflaç:o, crescimento meio aos choques do petrUleo. Perda de competitividade e dinamismo da inflaç:o.
BASE ; da dívida, defaults, políticas Condições desfavoráveis ao industria. Ausência de instrumentos orientados I promoç:o
>(XTVWXV@ contracionistas. desenvolvimento industrial. Amplo setor industrial, mas carente de produtos das atividades industriais.
Péssimo desempenho econômico, Criaç:o de condições para o processo de alto valor agregadodtecnologia.
cdécada perdidac, economia de abertura comercial.
fechada e início da abertura..
Crises e'ternas (asiática, russa, Abertura da economia consolida novo Abertura econômica e inicio da mentalidade P7CE e Plano 8eal
etc.) cenário na esfera da produç:o. voltada a e'portaç:o. Abertura econômica com queda das barreiras n:o
Abertura da economia, programas Competiç:o acabou gerando aumento CTmbio desvalorizado incentivava a aquisiç:o tarifárias e, sobretudo, n:o tarifárias.
de estabilizaç:o econômica, de produtividade. de máquinas e equipamentos. CTmbio valorizado
Política 7ndustrial e de Comércio Plano 8eal trou'e estabilizaç:o Aumento da produtividade, reduç:o de margens 8eforma patrimonial - privatizações
BASE < E'terior (P7CE) econômica. e emprego em diversos setores. Abertura ao capital e'terno
>(XXVW(XXX@ Privatizações, aumento da Bai'os níveis de crescimento Aumento do 7E[. Estabilizaç:o monetária.
regulaç:o, pública. ;randes déficits comerciais 7ncentivos para investimentos em tecnologia, Poucos programas de incentivo a Ceb
Plano 8eal, aumento do comércio Processo de modernizaç:o industrial. em especial na importaç:o, mas n:o na criaç:o Programa Brasileiro de fualidade e de
e'terior, entrada de capital Necessidade de uma maior de inovações. Produtividade
estrangeiro, cTmbio valorizado. modernizaç:o do parque produtivo Criaç:o de Agências de 8egulaç:o
nacional.
[esvalorizaç:o cambial, cenário Pauta de e'portações orienta-se para Prioridade aos setores ligados I e'portaç:o. [esvalorizaç:o cambial e cTmbio fle'ível.
e'terno conturbado, crise diminuir a participaç:o de Algum foco em programas sociais e políticas bentativa e inicio de uma reforma tributária.
Argentina, impasse da ALCA, commodities. de desconcentraç:o de renda. 8eforma previdenciária, etc.
retomada do crescimento, aumento Superávits comerciais P7bCE, definiç:o de setores considerados [iminuiç:o incipiente dos juros e do risco-país
BASE = das e'portações, superávit [esenvolvimento de setores prioritários, (iE b7dsemicondutores, P7bCE, PPPks
>(XXX ] comercial. estratégicos e de alta tecnologia ainda b7dSoftware, bens de capital e fármacos). Persistência na busca de superávits primários
:VV<@ Lançamento da Política 7ndustrial em fase de iniciaç:o. ibjetivo de crescimento econômico Lançamento de programas de política industrial
becnolUgica e de Comércio Ynfase no equilíbrio fiscal e controle sustentável. centrados nos critérios de horizontalidade e
E'terior (P7bCE) (março de @hh^). do processo inflacionário. Contradições entre objetivos e problemas de estímulo I inovaç:o industrial.
coordenaç:o dos Urg:os e'ecutores da P7bCE 7nstrumentos baseados na capacitaç:o, critérios
normativos e aumento no valor adicionado.
Bonte) E3a[orado \e3o/ autore/A

5
A rigor a KLM8) H e seus sub-períodos compreendem o I/"'2..") ,2) &+,-.%/&(#&J(FG") I"/)
.-S.%&%-&FG"),2)&6I"/%(FT2. (PSI), o qual dotou o país de um dos maiores parques industrias do
mundo, já a partir do final da década de 1970. São marcos desta fase denominada nacional
desenvolvimentista, o Plano de Metas (1956-61) e o II Plano Nacional de Desenvolvimento (1976-
79). :,0 ;)$#40 -./%#0 ;#/.0 -.0 )$-"/%()#4)<#=>,?0 #0 &#%()<0 )$-"/%()#40 (."$)#0 +#'#+)-#-.0 '(,-"%)*#0 .&0
'(#%)+#&.$%.0 %,-,/0 ,/0 /.%,(./0 )$-"/%()#)/0 @7.$/0 -.0 +,$/"&,0 $>,0 -"(5*.)/?0 7.$/0 -.0 +,$/"&,0
-"(5*.)/?07.$/0)$%.(&.-)5(),/0.07.$/0-.0+#')%#4A?0.6+.%,0$,/0/.%,(./0-.0%.+$,4,B)#0-.0',$%#0@#4B"$/0
/.B")&.$%,/0 -#0 !"3&)+#0 ;)$#?0 &)+(,.4.%(C$)+#?0 #"%,&#=>,0 )$-"/%()#4?0 .%+DAD0 E-.&#)/?0 ,0 FGH0 $>,0
+,$/.B")"0)$%.($#4)<#(0#0+#'#+)-#-.0-.0)&'4.&.$%#(0)$,*#=I./0-.0'(,-"%,0.0,"0'(,+.//, – isso em
um momento no qual a indústria mundial avançava na direção do paradigma eletro-mecânico, em
contraposição ao metal-mecânico, vigente até então (Zanatta, 2004, Suzigan, 2000).
No início da década de 1980, devido ao esgotamento do modelo nacional desenvolvimentista, a
atividade industrial entraria em uma fase de franca letargia.2 Este período, compreendido entre
1980-1989, doravante denominado KLM8) O, seria marcado pela queda da participação relativa da
indústria no produto e violenta redução no nível de atividade e de investimento industrial. Ao longo
das KLM8M) H e O, descritas de maneira sumária acima, assistiu-se a formação e ao paulatino
esgotamento do modelo nacional desenvolvimentista e a consolidação de um modelo de
desenvolvimento econômico e industrial aberto ao exterior (Ferraz .%0#4D, 1996). Correspondendo a
KLM8) U, um novo modelo de desenvolvimento industrial foi implementado a partir da abertura
comercial iniciada em 1989, a qual foi aprofundada em 1991 por meio da !"#$%&'()*+,-.%/&(#)2),2)
5"67/'&") 89%2/&"/ (PICE) do Governo Collor, sendo consolidada em 1994 por meio dos
mecanismos do !#(+") A2(# de estabilização. :./%#0 $,*#0 ;#/.?0 /.()#&0 .&'(.B#-,/0 )$/%("&.$%,/0
'#//)*,/0 -.0 ',43%)+#0 )$-"/%()#4?0 7#/.#-,/0 $,/0 &.+#$)/&,/0 -.0 4)*(.0 &.(+#-,?0 +,&,0 &.),/0 -.0
'(,&,*.(0,0-./.$*,4*)&.$%,0)$-"/%()#4. Este modelo, ainda não totalmente superado, se baseia na
(re)inserção externa da economia brasileira por meio da abertura comercial, financeira e patrimonial
dos setores público e privado, privilegiando as forças de mercado como melhor meio de garantir a
estabilidade de preços, a eficiência do setor produtivo industrial e a defesa da concorrência. A partir
de janeiro de 1999, com a passagem do regime de (mini)bandas cambiais para um regime de
câmbio flutuante, seria inaugurada a fase recente de inserção da indústria – esta fase aqui
denominada como KLM8)Q)(Batista Jr., 1996; Campanário e Silva, 2004).
Incorporando lógicas distintas, +#-#0"&#0-#/0;#/./0-.0-./.$*,4*)&.$%,0)$-"/%()#40#',$%#-#/0#+)&#0
;,)0 +,$+.7)-#?0 )&'4.&.$%#-#0 .0 .6.+"%#-#0 /,70 +,$+.'=I./0 %.J()+#/?0 )-.,4JB)+#/0 .0 .&0 +,$-)=I./0
K)/%J()+,8.+,$C&)+#/0-)/%)$%#/. Em linhas gerais, a industrialização por substituição de importações
foi marcada por fortes barreiras à entrada; baixa concorrência externa; reduzidas escalas de
produção empresarial; baixos padrões tecnológicos e de produtividade; baixa competitividade
externa; intervencionismo estatal na oferta e demanda; recurso a fortes intervenções do setor
público de grande capilaridade (Campanário e Silva, 2004). Nesse ínterim, constata-se que, ,0%.+)-,0
)$-"/%()#40!".0.&.(B)"0#0'#(%)(0-#3?0%L&0+,&,0"&0-,/0'()$+)'#)/0,7/%5+"4,/0#,0/."0-./.$*,4*)&.$%,0
#0)$/)').$%.0+#'#+)-#-.0-.0-./.$*,4*.(0.0-);"$-)(0$,*,/0'(,+.//,/0.0'(,-"%,/?0;#%,0!".0/.0(.;4.%.0$#0
+,&'.%)%)*)-#-.0 )$%.($#0 .0 .6%.($#0 -#0 )$-M/%()#. Estas incapacidades constituem o desafio
fundamental a ser enfrentado pelas políticas industrial, científica e tecnológica – seja aquelas
destinadas a atender a indústria de maneira horizontal, seja as orientadas por critérios seletivos

2
A rigor, a crise do modelo nacional desenvolvimentista, que marcou o esgotamento do processo de industrialização por substituição de importações,
foi aprofundada pelos choques externos associados as fragilidades do modelo. Como conhecido, após o primeiro choque do petróleo (1973), o Brasil
optou por aprofundar o processo de industrialização financiando-o com capital externo provindo dos euro-dólares contratados pela Libor. Foi a fase
do II PND (1976-79). Em meio ao segundo choque do petróleo (1979) e a concomitante elevação das taxas de juros internacionais houve o
esgarçamento do modelo culminando na crise da dívida externa. Este movimento levou ao chamado ajustamento externo durante os anos de 1982-83.

6
destinados a atender setores tidos como prioritário.3 De fato, essa carência estrutural do parque
industrial brasileiro, apontada em diversos estudos, se torna crítica quando consideradas as opções
estratégicas, orientadas a segmentos industriais baseados em ciência (bens de capital,
semicondutores, /,;%N#(., fármacos), estabelecidas pelo Governo Federal, por meio da PITCE.

OE) LS2/%-/()2'"+V6&'()2)I"#$%&'()&+,-.%/&(#)+")W/(.&#)
A década de 90 marca uma profunda mudança no padrão de desenvolvimento do Brasil ,
conduzindo-o a um novo padrão de crescimento. Como salienta Baumann (1999), esse período pode
ser denominado como “!"#$%!#!"#!&"'()*'+!&”. De fato, ele representa um momento excepcional
de ruptura na orientação das políticas públicas – o que inclui a política industrial. Estas podem ser
traduzidas pelo redesenho das políticas de caráter social; privatizações; regulação de setores via da
criação de agências (Anatel, Aneel, ANP, etc.); promulgação da Lei de responsabilidade fiscal;
ampliação da abertura da economia e liberalização comercial; redução e controle da inflação;
liberalização financeira; implementação do código de defesa do consumidor; entre outras.4 Aqui
cabe destacar dois importantes momentos.
O Plano Collor, implementado no início dos anos 1990, tinha como principal desafio conter a
inflação. O diagnóstico apontava que as causas da escalada dos preços se encontravam na
fragilidade financeira e fiscal do governo e no excesso de liquidez provocado. Este plano foi
estruturado em torno de três pontos (reforma monetária, ajuste fiscal e política de rendas). Nesse
contexto que a !"#$%&'() *+,-.%/&(#) 2) ,2) 5"67/'&") 89%2/&"/ (PICE) foi lançada. A estratégia de
desenvolvimento industrial se baseava na abertura comercial, por meio da redução de barreiras não
tarifárias, focalizada em setores oligopolizados da economia (setor automotivo, fármacos, etc.).
Nesse sentido, pode-se dizer que a #7.(%"(#0$>,0.(#0)((./%()%#0.0',//"3#0"&0+#(5%.(0.&)$.$%.&.$%.0
/.4.%)*,. Em meio ao fracasso da estratégia de estabilização e ao )&'.#+K&.$% do presidente Collor
a inflação e o problema fiscal ressurgiram (Campanário, 1992). Contudo, persistiria a idéia de que
abertura aumentaria a eficiência produtiva da economia. A solução definitiva para o problema da
inflação crônica só viria com o Plano Real. Apesar de tratar-se de um plano de estabilização, /%()%,0
+.$/,, o !#(+") A2(#, lançado em 1994, representa um grande divisor de águas no padrão de
desenvolvimento econômico brasileiro. Como afirma Batista Jr (1996), comparado aos planos de
estabilização anteriores, o Plano Real foi, sem dúvida, o mais eficaz no combate à inflação. Partindo
de um cenário econômico e político adverso, foram criados “fundamentos” fiscais e monetários que,
embora pouco sólidos, levaram à criação da nova moeda em julho de 1994. Os elementos centrais
do modelo de estabilização adotado foram: uso da taxa de câmbio como instrumento de combate à
inflação, abertura econômica às importações por meio de drástica redução de barreiras tarifárias e
não tarifárias, abertura financeira com adoção, inclusive, de políticas de estímulo a entrada de
capitais de curto prazo e medidas de desindexação da economia (URV). Esta arquitetura vai de
encontro aos postulados do Consenso de Washington. Em função da abertura, a indústria ficou mais
exposta à concorrência estrangeira, o que foi facilitado pelo crescimento da renda real da população
e a adoção de um modelo de câmbio valorizado.
A tabela 1 sumariza os resultados das medidas sobre o setor industrial. Além da mudança estrutural
indicada, os efeitos das medidas são evidenciados pela forte elevação das importações a partir de
1995 e mudança estrutural na forma de financiamento do balanço de pagamentos. A rigor, a

3
Como será indicado adiante, tal é o caso das chamadas opções estratégicas (OE) eleitas na Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior –
PITCE (lançada em março de 2004).
4
É importante destacar que muitas intentonas reformistas foram discutidas por diversos setores da sociedade civil nesse período; entre elas, as
reformas administrativas, previdenciária; outras delas, encontram-se em processo de consolidação (tributária, política, judiciário, sindical, etc).

7
sobrevalorização cambial aumentou a competição com as importações e reduziu a competitividade
das exportações. Nesse contexto, o governo procurou realizar, por meio de uma série de programas,
um amplo processo de reorganização industrial, cujos objetivos eram a melhora da qualidade,
produtividade e redução de custos. E0 '#(%)(0 -#30 #0 ./%(#%OB)#0 -.0 -./.$*,4*)&.$%,0 .+,$C&)+,0 .0
)$-"/%()#40 )$+,(',(#()#0 "&0 $,*,0 .$;,!".0 (.4#+),$#-,0 P0 ,'=>,0 '.4#0 )$/.(=>,0 +,&'.%)%)*#0 -#0
.+,$,&)#07(#/)4.)(#0$,0+.$5(),0)$%.($#+),$#4 (Baumann, 1999; Moreira, 1999). No campo fiscal o
ajuste veio acompanhado da reforma patrimonial do Estado, liberalização e regulação setorial
(energia, telecomunicações, etc.) (Giambiagi e Além, 2001). Q,&0 #0 #7.(%"(#0 ,0 )$*./%)&.$%,0
)$-"/%()#40 +,$+.$%(,"8/.0 '()$+)'#4&.$%.0 $#0 &,-.($)<#=>,0 +,&0 .6'#$/>,0 #'.$#/0 4)&)%#-#0 -#0
+#'#+)-#-.0 '(,-"%)*#0 .&0 #4B"$/0 /.%,(./0 ./'.+3;)+,/. (Baumann, 1999:30).5 A estabilização teria
provocado o “()(,-*" ',./(0!” o que estimulou o crescimento das inversões nas atividades
produtoras de bens de consumo e em outros setores específicos. Setores como os de
telecomunicações atraíram fortes inversões em função das privatizações. R&0 &.),0 #,/0 L6)%,/0 -,0
F4#$,0 S.#4?0 B#$K,"0 ;,(=#0 #0 )-O)#0 /.B"$-,0 #0 !"#40 ,0 R/%#-,0 -.*.()#0 #%"#(0 +,&,0 #%,(0 (.B"4#-,(0 .0
T;#+)4)%#-,(U0-,0-./.$*,4*)&.$%,.
1(S2#()D<)8B"#-FG"),")26I/24"0).(#=/&".0)6(/42+.),2)#-'/")2)I/",-%&B&,(,2)I(/()()&+,X.%/&()(Base: agosto de 1994=100)
LYZ) 86I/24") [(..().(#(/&(#) M(#=/&")/2(#)67,&") [(/426),2)#-'/") !/",-FG")K$.&'() !/",-%&B&,(,2)
1994 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
1995 97,04 123,18 126,94 82,00 101,01 104,09
1996 87,30 130,71 149,73 79,64 104,10 119,24
1997 82,68 134,21 162,32 79,13 106,20 128,45
1998 74,70 133,69 178,97 78,02 104,30 139,63
1999 69,47 105,98 152,56 98,14 104,01 149,72
2000 70,47 102,05 144,81 108,93 111,16 157,74
\(/&(FG") @HN0QO) H0PQ]) UU0RD]) R0NO]) DD0D^]) Q_0_U])
K"+%2<)5(6I(+=/&")2)M&#B():HPPU;E)

Como conceituam Campanário e Silva (2004) e Silva (2003), #0 ',43%)+#0 )$-"/%()#40 ',-.0 /.(0
.$%.$-)-#0 +,&,0 #0 +()#=>,?0 #0 )&'4.&.$%#=>,?0 #0 +,,(-.$#=>,0 .0 ,0 +,$%(,4.0 ./%(#%OB)+,0 -.0
)$/%("&.$%,/0 -./%)$#-,/0 #0 #&'4)#(0 #0 +#'#+)-#-.0 '(,-"%)*#0 .0 +,&.(+)#40 -#0 )$-M/%()#?0 #0 ;)&0 -.0
B#(#$%)(0+,$-)=I./0+,$+,((.$+)#)/0/"/%.$%5*.)/0$,/0&.(+#-,/0)$%.($,0.0.6%.($,. Tradicionalmente
(fases 2 e 3), a política industrial visava gerar capacidade produtiva, reduzir gargalos produtivos e
contornar desajustes externos em meios a conciliação de grupos de interesse diversos.6 A rigor, em
meio a deterioração das condições de equilíbrio macroeconômico, verificadas ao longo dos anos
1980 e 1990 (em parte oriundas da crise fiscal), a política industrial seria relegada a um plano
secundário na concepção das políticas econômicas. Isso não quer dizer que determinados setores da
sociedade deixassem de discutir temas a ela associados. Este embate fica caracterizado pela
polarização entre os chamados desenvolvimentistas e os chamados monetaristas durante a era
FHC.7 E0()B,(?0#$,/0-.0'(,%.+),$)/&,?0$,0+,$%.6%,0-#0+()/.0-#/0;)$#$=#/0'M74)+#/?0;#<)#&0+,&0!".0
;,//.&0*)/%,/0+,&0&#"/0,4K,/0#0#'4)+#=>,0-.0)$/%("&.$%,/0-.0',43%)+#0)$-"/%()#4. No plano político,
em meio a redemocratização, passou a haver certo consenso acerca da necessidade de revisão do
papel do Estado na economia:. a (&./('#! criticava a (re)distribuição de renda impetrada durante o
regime militar; a #,'(,-! defendia a redução do papel do Estado o qual geraria distorções diversas
(mal emprego de recursos, distorções devido a falhas de informação, descompasso entre formulação
e execução de medidas e o estado real da economia, etc.); já o %(1-'* argumentava que chegara ao

5
Bauman (1999) aponta ainda que este excesso de investimento em certos setores indica uma diminuição futura nos níveis de inversão,
principalmente em telecomunicações, setor automotivo, etc. e constitui sério desequilíbrio.
6
As câmeras setoriais representam um bom exemplo da tentativa de contornar conflitos entre o capital e o trabalho.
7
Mais recentemente, estas discussões de dão no seio do atual governo nas discussões pelas polêmicas travadas entre o Ministério da Fazenda e a Casa
Civil.

8
fim o ciclo de desenvolvimento iniciado a partir do PSI e que era necessário encontrar um novo
modelo para o desenvolvimento (Mantega, 2001).
R&0 &.),0 #/0'(,',/%#/0(.;,(&)/%#/?0K#*)#0 #0+(.$=#0!".0,0/.%,(0'(,-"%)*,0$#+),$#40$.+.//)%#*#0-.0
"&0T+K,!".0-.0+,&'.%)%)*)-#-.UD A parir dos êxitos iniciais do Plano Real (estabilidade da moeda,
fim do imposto inflacionário e populismo cambial) as concepções ortodoxas, baseadas no caráter
auto-regulador do mercado, foram ganhando espaço. E/0&.-)-#/0,(%,-,6#/0!".0(./"4%#(#&0$,0L6)%,0
-#0./%(#%OB)#0-.0./%#7)4)<#=>,0-.(#&0;,(=#0P0#4#0&,$.%#()/%#0$#0+,$-"=>,0-#0',43%)+#0.+,$C&)+#D
Assim, setores alinhados ao ideário ou doutrinas do Consenso de Washington colocaram em prática
medidas de política econômica ortodoxas na condução da política econômica.8 Nesse sentido, o
Brasil seguiria, com relativo atraso, os passos do México e da Argentina. Estes paises combinaram:
políticas de câmbio valorizado e abertura econômica com política fiscal restritiva (ajuste fiscal,
reforma patrimonial do Estado, etc.) destinadas a aliviar a pressão orçamentária do governo e
eliminar ou mitigar ineficiências econômicas diversas (má alocação de recursos, baixa escala e
produtividade setoriais, eliminar atividades rentistas, etc.). R/%#/0 &.-)-#/0 ;,(#&0 (./',$/5*.)/0 ',(0
"&#0 -#/0 &#),(./0 &"-#$=#/0 ./%("%"(#)/0 -#0 )$-M/%()#0 -./-.0 ,0 '(,+.//,0 -.0 /"7/%)%")=>,0 -.0
)&',(%#=I./0@FGHA (Campanário e Silva, 2004; Campanário .%0#4D, 2005).Ante aos desequilíbrios e
fragilidades oriundos do modelo de estabilização adotado, a discussão em torno da política
industrial, vez por outra, entrava na pauta da agenda nacional. No final da década de 1990, a
discussão em torno da política industrial gradualmente ganharia corpo. Fato que foi reforçado pela
divulgação de diversos estudos promovidos pelo IEDI, CNI, Fiesp e outras entidades civis. Esse
movimento foi reforçado pela forte pressão social, que ganharia força durante a sucessão
presidencial de 2002. Sintetizando as informações apresentadas, do ponto de vista analítico é
possível apontar três momentos da política de desenvolvimento industrial brasileira entre 1930-
2004(quadro 2).

`-(,/")H<)!"#$%&'()2'"+V6&'()I"/)62&"),2)>-+FT2.),2)4"B2/+")2).2-)S(#&J(62+%"E)
(i) Durante o PSI (KLM8) H)(1930-80), havia uma estratégia deliberada baseada na função alocativa (indução de investimento para
setores estratégicos) com forte viés intervencionista (incluía intervenções diretas do setor público por meio da produção de bens e
serviços ) e regulacionista (por meio de mecanismos tributários, fiscais, etc.). Isso resultou em um processo de industrialização com
insipiente capacidade de exportar e de desenvolver novos processos e produtos.
(ii) Os momentos posteriores (KLM8) O) 2) U) (1930-1999) se dão em meio ao processo de estabilização e abertura dos anos 80 e 90.
Devido aos desequilíbrios macroeconômicos verificados nestas fases o foco do planejamento econômico seria orientado pela função
estabilizadora (equilíbrio macroeconômico) com forte viés liberal e regulacionista (estabelecimento de regras e metas de
investimento para o setor privado por meio de agências reguladoras). Este constitui um período de profunda mudança estrutural da
indústria em meio ao processo de abertura (Tabela 1) que se deu mais na direção do mercado interno.
(iii) Em meio a KLM8) Q) (1999-2004), a indústria ainda não realizou totalmente seu ajuste. Como será indicado a seguir, com o
lançamento da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE) a estratégia de desenvolvimento industrial passa a
se concentrar na função alocativa e função distributiva (com ênfase no emprego e renda) incipiente com forte viés regulacionista
(por meio de mecanismos tributários, fiscais, etc., incluindo rediscussão acerca do papel das agências reguladoras).
K"+%2<)8#(S"/(,")I2#".)(-%"/2.E)
)

UE) [(/'".)42/(&.),()(%-(#)I"#$%&'()&+,-.%/&(#<)!*158)
Os marcos oficiais da intervenção pública do atual governo encontram-se presentes em três
documentos. De acordo com a Constituição de 1988, o Presidente da República deve encaminhar
suas metas e programas de investimento previstos durante seu mandato e em parte do mandato do
governo subseqüente.9 Esses documentos são conhecidos como Planos Plurianuais ou PPA’s
(Matos, 2002). Constituem documentos de governo que apresentam as grandes diretrizes
8
O Consenso de Washington defendia as seguintes medidas: controle da inflação, abertura da economia, abertura ao capital externo (inclusive de
curto prazo), privatizações, equilíbrio nas contas públicas por meio de ajuste fiscal, etc. Ao Estado caberia exercer as funções essencialmente públicas
(prover saúde, segurança, educação fundamental universal, etc.).
9
Mais precisamente, se refere aos recursos que devem ser aplicados entre o segundo ano da gestão até o primeiro ano da gestão do governo
subseqüente (2004-2007).

9
estratégicas incorporadas no Orçamento Geral da União (OGU) para atender as áreas de infra-
estrutura (saneamento, transporte, comunicações e energia) (Matos, 2002; PPA, 2004-2007). Em
linhas gerais, apresentam diretrizes para a alocação de recursos públicos em programas prioritários
com vistas a promover o desenvolvimento regional reduzindo disparidades, ampliar os canais de
inclusão social, desconcentrar renda, gerar emprego, garantir o desenvolvimento ambientalmente
sustentável, dinamizar o mercado de consumo de massa e superar a vulnerabilidade externa. A
política industrial deve ser consistente com estas orientações de caráter mais geral.
Alinhada ao PPA 2004-2007 e com vistas a promover o desenvolvimento do setor industrial, no dia
31 de março de 2004, o atual governo lançou a !"#$%&'()*+,-.%/&(#0)12'+"#34&'()2),2)5"67/'&")
89%2/&"/):!*158;. Esta consubstancia um conjunto de 11 programas de política distribuídos em 57
medidas. Os objetivos e as medidas básicas da PITCE são apresentados em três documentos
governamentais: G.6%#0 Q#(%#0 -.0 Q,$+.(%#=>,V0 F,43%)+#0 H$-"/%()#40 +,&,0 Q,$/.$/,0 F#(#0 W&#0
EB.$-#0-.0X./.$*,4*)&.$%,Y0X)(.%()<./0-.0F,43%)+#0H$-"/%()#4,09.+$,4JB)+#0.0-.0Q,&O(+),0R6%.(),(;
e Z.-)-#/0-.0F,43%)+#0H$-"/%()#40.0-.0Q,&O(+),0R6%.(),(.10 Divulgada em 11 de março de 2004, a
G.6%#0Q#(%#0-.0Q,$+.(%#=>,0apresenta as bases políticas PITCE. Nela, destacam-se a orientação e
estímulo ao investimento privado, salientando a função do crédito produtivo, a busca da
consolidação da trajetória de crescimento equilibrado com metas de desenvolvimento econômico e
a importância de se estabelecer novos marcos regulatórios setoriais e institucionais como forma de
promover investimentos em parceria com o setor privado nos campos da infra-estrutura (Parceria
Público Privada - PPP). Articulada ao PPA 2004-2007, a Carta salienta a opção pelo estímulo as
atividade voltadas a P&D&I. Divulgada em 31 de março do mesmo ano, as X)(.%()<./0-.0F,43%)+#0
H$-"/%()#40 (2003) é um documento de caráter técnico que apresenta os objetivos, funções,
características e forma de implementação da PITCE. A rigor, o documento é tecnicamente
consistente ao enfatizar as diferenças setoriais e propor medidas especificas de atuação da PITCE
como meio de promover o desenvolvimento industrial. Resta salientar que a partir desses três
documentos é possível ter uma idéia do espírito da orientação governamental: #'(,*.)%#(0 #/0
',%.$+)#4)-#-./0-#07#/.0'(,-"%)*#04,+#40.0)$-"<)(0#0+()#=>,0-.0*#$%#B.$/0+,&'.%)%)*#/0-)$[&)+#/0
',(0&.),0-.0&#),(0*#4,()<#=>,0-#0)$,*#=>,0%.+$,4JB)+#0$#0.&'(./#0%.$-,0,0/.%,(0)$-"/%()#40+,&,0
7#/.0 -,0 -./.$*,4*)&.$%,0 .+,$C&)+,0 $,0 +,$%.6%,0 -.0 ./%#7)4)-#-.0 &,$.%5()#0 .0 -.0 (./%()=I./0 -.0
$#%"(.<#0;)/+#4.

QE) 5(/=%2/),()!*158<)&+.%/-62+%".)+"/6(%&B".)2)I".%-/()
Como evidenciado acima, as condições macroeconômicas de ajuste fiscal e monetário limitam a
atuação do governo via redução do investimento público, o que tende a afetar as condições de
crescimento. Em meio a execução de políticas monetárias e fiscais restritivas, o governo procura
criar mecanismos que estimulem os investimentos privados e, a partir deles, a retomada do
desenvolvimento sustentado. Sob essa perspectiva, a política industrial deve ampliar a
competitividade do setor produtivo, o que inclui a modernização do parque industrial, maior
valorização da inovação tecnológica e ampliação do volume de comércio. É esta a justificativa de se
adotar, no momento, a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE), coerente e
compatível com uma economia em processo de ajustamento macroeconômico. E0'()$+)'#40&"-#$=#0
-.0 .$;,!".0 .&0 (.4#=>,0 P/0 ',43%)+#/0 )$-"/%()#)/0 '(.%O()%#/0 @*.(0 !"#-(,0 \A0 O0 #0 7"/+#0 .6'43+)%#0 -.0
,7%.$=>,0-.0*#$%#B.$/0+,&'#(#%)*#/0-)$[&)+#/?0#//,+)#-#/0P0&#),(0*#4,()<#=>,0-#0)$,*#=>,0.0-#0
-);"/>,0K,()<,$%#40-.0%.+$,4,B)#?07.&0+,&,0-.0+#'#+)%#=I./0.0-.0+,&'.%L$+)#/0)$/%)%"+),$#)/?0/.&0

10
Documento disponível em <http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/inicial/index.php>

10
#',$%#(0 '#(#0 "&0 ./%)4,0 )$%.(*.$+),$)/%#0 -)(.%,?0 &#/0 /)&'4./&.$%.0 (.B"4#-,(. Conforme apontam
Campanário .%0#4D0(2005) com base na aplicação de 11 critérios normativos de política industrial11, a
PITCE privilegia dois grandes vetores. Primeiro, a horizontalidade. Este critério normativo,
presente em 10 dos 11 programas, também pode ser identificado na própria eleição das estratégicas
em semicondutores e software – seguimentos com forte capilaridade econômica e social. A
horizontalidade também se reflete nos instrumentos mais utilizados que são a formação de
competências gerais, reformas institucionais e normativas. O segundo vetor é a inovação, critério
presente em outros 10 dos 11 programas. Esta garante uma personalidade da PITCE voltada para a
busca de competitividade e inserção externa da indústria brasileira. Trata-se, certamente, de uma
forte diferenciação da atual política frente a versões anteriores que pouco privilegiavam este
componente. Dados apresentados por Campanário et al. (2005) indicam certa singularidade da
PITCE: +,&'4.&.$%#()-#-.0 .$%(.0 +()%O(),/0 ;,+#-,/0 $#0 )$,*#=>,0 .0 K,()<,$%#4)-#-.. De fato, na
tênue presença ou mesmo ausência de um, apresenta-se o outro como critério dominante. A PITCE
assume uma forte personalidade frente aos instrumentos utilizados. F,"+#0L$;#/.0O0-./%)$#-#0#,/0
)$+.$%)*,/0 ;)/+#)/0 .0 +(.-)%3+),/?0 '()*)4.B)#-,/0 .&0 ',43%)+#/0 )$%.(*.$+),$)/%#/D0 ]/0 )$/%("&.$%,/0
$,(&#%)*,/0.0#!".4./0,().$%#-,/0P0;,(&#=>,0-.0+,&'.%L$+)#/0'#(#0)$,*#=>,0.0/"#0B./%>,0/>,0,/0
-./%#!"./0$#0&#),()#0-#/0)$)+)#%)*#/D0E-.&#)/?0#0"%)4)<#=>,0-./%./0)$/%("&.$%,/0*#)0-.0.$+,$%(,0#0
"&#0*)/>,0-.0(.B"4#=>,0)$/%)%"+),$#4?0B"#(-#$-,0#/0)$%.(*.$=I./0-)(.%#/0'#(#0#05(.#0-.0)$,*#=>,0.0
#'.(;.)=,#&.$%,0 $,(&#%)*,0 .0 )$/%)%"+),$#4. Também merece destaque o instrumento de valor
adicionado, com representações em muitos programas. Finalmente, convém apontar que os
programas e medidas apresentadas na PITCE são coerentes com os documentos estratégicos
elaborados pelo governo. Esta coerência, contudo, não garante o sucesso de sua implementação,
mas é um bom começo. Finalmente, como aponta Bastian (2005), ,0+#(5%.(0.0#0',/%"(#0-#0FH9QR0
;,)0 ;,(^#-,0 #,0 4,$B,0 -,0 %.&',0 *#()#$-,0 .$%(.0 '(,',/)=I./0 ,(%,-,6#/0 -.0 +#(5%.(0 K,()<,$%#40
@&.%(,4,B)#?0 !"#4)-#-.0 )$-"/%()#4?0 $,(&#%)<#=>,?0 .%+DA?0 '#//#$-,0 '#(#0 "&#0 ',/%"(#0
-./.$*,4*)&.$%)/%#0@,"0*.(%)+#4A?0#%O0)$+,(',(#(0#/'.+%,/0.*,4"+),$)/%#/?0+.$%(#-,/0.&0)$,*#=>,0$#0
./;.(#0-#/0.&'(./#/D09(#%#8/.0-.0.$;#%)<#(0#0B.(#=>,0-.0)$,*#=>,0-.$%(,0-#0.&'(./#0+,&7)$#$-,0
',43%)+#/0)$-"/%()#)/0-.0+"$K,0K,()<,$%#40.0*.(%)+#4.

^E) [(I2(62+%"),2)&+.%&%-&FT2.)/2.I"+.=B2&.)I2#()!*158)
Para melhor compreender as medidas consubstanciadas nos 11 programas e 57 medidas que
integram a PITCE e seus órgãos executores, faz-se necessário ilustrar por meio da Figura 1 as várias
inter-relações entre os diversos ministérios, bancos, financiadoras, institutos, câmaras e demais
órgãos da administração pública direta e indireta envolvidos na nova política. Inicialmente, cabe
destacar que a figura ilustra, embora de maneira impressionista, a complexidade de execução e
controle de uma política industrial com a abrangência da PITCE. Isso tende a gerar dificuldades de
inter-comunicação e perda de eficiência na execução dos programas e medidas. Nesse contexto, a
criação do Conselho Nacional do Desenvolvimento Industrial (CNDI) e da Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI), ao concentrar o estabelecimento e balizamento de diretrizes e
11
Os onze critérios normativos apontados por Campanário e Silva (2004) e Silva (2003) são consistência macroeconômica (garantir estabilidade de
preços); ajustamento externo (superávits comerciais e atração de investimento externo direto); seletividade (escolha de prioridades setoriais);
horizontalidade (garantir ganhos de produtividade sistêmica e isonomia de condições de crédito, tributária, etc. com concorrentes externos);
cooperação (incremento dos APL’s, acordos tecnológicos pré-competitivos, apoio a PME’s, etc.); sustentabilidade social e ambiental; espacialidade
(promover o desenvolvimento regional); inovação (induzir a criação de novos produtos e processo, apoiar o registro de patentes, certificação,
incentivos ao P&D, etc.); alinhar a política industrial aos acordos comerciais firmados no plano internacional (Alca, Mercosul, EU, OMC, OIT, etc.) e
local; garantir a defesa da concorrência e criar e implementar mecânicos eficientes de regulação de mercado por meio de instituições diversas (:
CADE, agências reguladoras, etc.); estabelecer critérios de defesa do consumidor (respeito a normas técnicas, certificação, incremento da qualidade,
etc.).

11
a coordenação de ações, em conformidade com a PITCE, são de importância fundamental para o
êxito da política.
K&4-/()D<)8.S"F".),2)&+%2/@/2#('&"+(62+%".)2+%/2)(.)&+.%&%-&FT2.)"I2/(,"/(.),()!*158E):a;)

K"+%2<)8#(S"/(,")()I(/%&/),"),"'-62+%")[2,&,(.),2)!"#$%&'()*+,-.%/&(#E)
:a;)YZ1L<)Segue pela ordem em que aparecem, os nomes das instituições: ITI – Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, FINEP –
Financiadora de Estudos e Projetos, CNPQ - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, SUFRAMA – Superintendência da Zona Franca de Manaus, INPI – Instituto Nacional
da Propriedade Industrial, BACEN – Banco Central do Brasil, APEX - Agência de Promoção de Exportações do Brasil, BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social,
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, SINMTERO - Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, CONMETRO - Conselho
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industria, BB – Banco do Brasil, ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas e CAMEX – Câmara do Comércio Exterior.)

O quadro permite ainda perceber a importância relativa de algumas das instituições responsáveis
pela PITCE. As informações para sua construção estão baseadas no documento “Z.-)-#/0 -.0
F,43%)+#0 H$-"/%()#4” (2003). Percebe-se, como não poderia deixar de ser, a forte orientação do
MDCI e MCT além da grande participação de instituições como BNDES e INMETRO. Já o
Ministério da Fazenda (MF), além de interferir horizontalmente por meio da política monetária,
também atua diretamente na PITCE por meio de medidas relacionadas a desoneração no campo
tributário (exportações, IPI, Cofins, etc.) e determina, por meio da política monetária, as condições
gerais dos negócios. Já o gráfico 2, dá uma idéia da concentração de atribuições entre os órgãos
responsáveis pela PITCE. É possível perceber que a política se concentra claramente em dois
ministérios (MDIC e MCT) com clara interferência do Ministério da Fazenda (MF). O quadro 3,
procura discutir o papel de algumas dessas instituições e as dificuldades e desafios encontrados.

b/=>&'")D<)!(/%&'&I(FG")/2#(%&B(),(.)I/&+'&I(&.)&+.%&%-&FT2.)+()!*158E)

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%
MDIC MCT MF INMETRO BNDES MS Outros

K"+%2<)8#(S"/(,")I2#".)(-%"/2.)'"6)S(.2)+"),"'-62+%")c2(#,#!&"#("3*45-,%!"61#/&-',!4dE)
)
))

12
!uadro ;) *a\e30 o[^et-5o/ e de/a9-o/ a//o.-ado/ a -n/t-tu-78o re/\on/+5e3 \e3a e_e.u78o da *NICE >.ont-nua@A
NHSINIRN`aG GLMEINOGS *A*EL HA *NICE PESRLIAbGS E bNBNCRLbAbES EHCGHIPAbAS
SbNC >S-n-/tcr-o do bem como principais competências+ políticas de i M[7C está presente no desenvolvimento de Maiores ê'itos nas questões tarifárias e também em alguns projetos da
be/en5o35-mento0 desenvolvimento da indústria, do comércio e dos serviçosm quase todos os programas e medidas (figura >). 8ede Brasil de becnologia, bem como na reestruturaç:o do 7NP7. N:o
Nndd/tr-a e Comcr.-o propriedade intelectual e transferência de tecnologiam ibjetiva o desenvolvimento industrial (com avançou nos programas de ipções Estratégicas e Portadores de auturo e
E_ter-or@ políticas de comércio e'terior. ibjetiva o desenvolvimento políticas voltadas para diversos setores), obteve pouco avanço I respeito da inserç:o e'terna.
econômico e social. fortalecimento das empresas, desenvolvimento n interessante notar que, dentre os programas e medidas, as que tinham
de novas tecnologias, estruturaç:o, participaç:o de um maior número de instituições obtiveram ê'ito aquém
desburocratizaç:o, etc. do esperado.
SCI >S-n-/tcr-o da n responsável pela formulaç:o e implementaç:o da Política ibjetiva aumentar o número de registro de [eve atuar por meio da consolidaç:o de funções do CN[7 e AB[7,
C-en.-a e Ie.no3og-a@ Nacional de Ciência e becnologia, tendo como principais patentes no Brasil, assim como desenvolver a implementados no Tmbito do MCb e do M[7C, e também via
competências+ o patrimônio científico e tecnolUgico e seu capacidade de inovaç:o e criaç:o de tecnologia, sancionamento da Lei de inovaç:o. Pouco avanços foram verificados na
desenvolvimentom a definiç:o da Política Nacional de incentivando investimento em Pe[. Almeja conduç:o das medidas na área de Cebe7. N:o houve avanços
Ciência e becnologiam a coordenaç:o de políticas setoriaism também desenvolver a indústria microeletrônica questionáveis na quest:o de fármacos, microeletrônica, biotecnologia e
a política nacional de pesquisa, desenvolvimento, produç:o e de softwares. nanotecnologia. n possível corrigir as deficiências pois esses segmentos
e aplicaç:o de novos materiais e serviços de alta est:o mantidos como plano estratégico de longo prazo.
tecnologia.
SB >S-n-/tcr-o da i Ministério da aazenda é o Urg:o que na estrutura [eve atuar no desenvolvimento industrial e balvez o maior avanço da P7bCE tenha se dados pelas ações do Ma nas
Ba6enda@ administrativa da 8epública aederativa do Brasil cuida inserç:o e'terna, através da desoneraç:o das questões de desoneraç:o do 7P7 e outros incentivos fiscais – isso se
basicamente da formulaç:o e e'ecuç:o da política e'portações e desburocratizaç:o de todos os justifica pois compõe ações administrativas com efeito de curto e médio
monetária. processos de aduaneiras por meio da 8eceita prazos. Esse fato é interessante porque n:o envolve capacitaç:o,
aederal. inovaç:o ou qualquer quest:o relacionada I tecnologia, mas a uma
política econômica (que é objeto do Ma). iutro fato importante é que as
ações do Ma independe das outras instituições, além do fato de que essas
medidas n:o dependem de um ambiente de longo prazo.
NHSEIPG >Nn/t-tuto ibjetiva fortalecer as empresas nacionais, aumentando sua Atua no programa de inovaç:o de produto, Pouco avanço na área de metrologia – entretanto alguns programas já
Ha.-ona3 de produtividade por meio da adoç:o de mecanismos processo e gest:o, objetivando dotar os foram melhor definidos, assim como a aprovaç:o de parte dos recursos
Setro3og-a0 destinados I melhoria da qualidade de produtos e serviços, produtos brasileiros de maior qualidade e dos projetos. Há ainda a necessidade de implantaç:o de novos
Horma3-6a78o e destacando-se a e'ecuç:o de políticas nacionais de competitividade, englobando também pequenas laboratUrios. Uma melhor definiç:o da atuaç:o do 7NMEb8i é
!ua3-dade Nndu/tr-a3@ metrologia e qualidade, a observTncia das normas técnicas e médias empresas, estimulando o atendimento necessária para garantir condições de qualidade e competitividade nos
e legais, a conservaç:o de padrões das unidades de de novos mercados. mercados interno e e'terno.
medidas de forma a torná-las compatíveis nos planos
nacional e internacional.
LHbES >Lan.o Apoiar empreendimentos que contribuam para o i BN[ES está ligado a Modernizaç:o i BN[ES tem desenvolvido um papel importante no financiamento das
Ha.-ona3 de desenvolvimento do país, almejando a melhoria da 7ndustrial e a diversas opções estratégicas, medidas da P7bCE, entretanto o volume de recursos alocado foi bem
be/en5o35-mento competitividade da economia brasileira. objetivando a modernizaç:o do parque menor que orçado. Espera-se uma maior atuaç:o do BN[ES para o
E.onfm-.o e So.-a3@ Possui quatro grandes linhas de atuaç:o interligadas+ a produtivo, crescimento das e'portações e financiamento de máquinas e equipamentos, além de bens de capital sob
inclus:o socialm a recuperaç:o e desenvolvimento da infra- fortalecimento de pequenas e médias empresas, encomenda. 8essalta-se que as condições de financiamento n:o têm sido
estrutura nacionalm a modernizaç:o e a ampliaç:o da através de fomentaç:o e financiamento. muito favoráveis, e as decisões dos empresários sobre investimentos em
estrutura produtiva e a promoç:o das e'portações. modernizaç:o englobam mais variáveis que a oferta de crédito.
Bonte) E3a[orado \e3o/ autore/A

1l
!uadro ;) *a\e30 o[^et-5o/ e de/a9-o/ a//o.-ado/ a -n/t-tu-78o re/\on/+5e3 \e3a e_e.u78o da *NICE >.ont-nua78o@A
*A*EL HA *NICE >LASEAbG HG
NHSINIRN`aG GLMEINOGS bGCRSEHIG bE SEbNbAS bG PESRLIAbGS E bNBNCRLbAbES EHCGHIPAbAS
gGOEPHG@
A*EJ >Agen.-a de Compete I APEq a e'ecuç:o de políticas de promoç:o Est:o inseridas nos programas de 7nserç:o7mplantaç:o de uma unidade de investimentos pela APEq e reduç:o da
*romo78o de de e'portações, em cooperaç:o com o poder público, E'terna e Competitividade, bem como na tarifa de importaç:o e bens de capital sem similar nacional. i programa
E_\orta7he/ do Lra/-3@ e com o objetivo de inserir novas empresas e'portadoras participaç:o na modernizaç:o industrial, de 7nserç:o E'terna e Competitividade vem sendo bastante defendido
CASEJ >Cimara do no mercado internacional. objetivando atingir todas as empresas através de
pelo ;overno, ma efetivamente n:o houve grandes incentivos para a
Comcr.-o E_ter-or@ A CAMEq tem por objetivo a formulaç:o, adoç:o, maiores facilidades para importaç:o de bens de
e'portaç:o, principalmente através da inserç:o de pequena e médias
implementaç:o e a coordenaç:o de políticas e atividades capital. empresas. E'istem muitas instituições envolvidas com a quest:o da
relativas ao comércio e'terior de bens e serviços, inserç:o e'terna, o que dificulta uma maior clareza a respeito do papel de
incluindo o turismo. cada uma.
BNHE* >B-nan.-adora de ibjetiva promover e financiar a inovaç:o e a pesquisa
Atua nos programas de aortalecimento do SN7 e A a7NEP atua como o apêndice financeiro do MCb. Até o momento
E/tudo/ e *ro^eto/@ científica e tecnolUgica em empresas, universidades,de pequenas e médias empresas, assim como no pouco tem se desenvolvido na capacitaç:o de empresas, laboratUrios e
centros de pesquisa, governo e entidades do terceirodesenvolvimento de tecnologia, capacitando centros de pesquisa. As dificuldades encontradas pelo MCb na definiç:o
setor, mobilizando recursos financeiros e integrandoempresas, laboratUrios e centros de pesquisa, de suas ações dificultam a atuaç:o da a7NEP.
instrumentos para o desenvolvimento econômico e objetivando dotar o país de infra-estrutura de
social do Brasil. pesquisa capaz de sustentar o processo de
inovaç:o e capacitaç:o.
SS >S-n-/tcr-o da Sadde@ Compete ao Ministério da Saúde a+Política nacional de i MS objetiva reduzir a importações de N:o houve avanços na quest:o da fábrica de hemoderivados nem na
saúdem Coordenaç:o e fiscalizaç:o do Sistema rnico de fármacos e também o desenvolvimento de modernizaç:o de laboratUrios, entretanto houve quase 8s lhh milhões de
Saúdem SigilTncia de saúde, especialmente drogas, laboratUrios. financiamentos oriundos do BN[ES.
medicamentos e alimentosm Pesquisa científica e A falta de atuaç:o do MS é resultado da falta de definições claras a
tecnologia na área de saúde. respeito da e'ecuç:o e coordenaç:o das medidas e programas da P7bCE.
Lan.o do Lra/-3 >LL@ Banco do ;overno aederal atua por meio da alocaç:o de i BB está relacionado ao programa 7nserç:o i BB tem atuado de forma consistente, entretanto o papel do BB
recursos públicos do irçamento ;eral da Uni:o e outras E'terna e Competitividade, bem como em representa uma parte pequena nos objetivos P7bCE. Além disso, os
fontes em diversas linhas de financiamento e apoio ao ipções Estratégicas de becnologia, apoiando as programas de crédito e au'ilio fornecidos pelo Banco atingem um
setor produtivo nacional. empresas nacionais e'portadoras e também a número limitado de empreendimentos.
industria de tecnologia.
Ca/a C-5-3 As competências da Casa Civil est:o inseridas na Atua junto a outros ministérios, objetivando i papel da Casa Civil está entrelaçado com as outras instituições. [esse
organizaç:o da Presidência da 8epública e dos fortalecer o nome do país no e'terior e também modo as tarefas desempenhadas pela Casa Civil na P7bCE dependem do
ministérios, competindo assistir direta e imediatamente incentiva o desenvolvimento tecnolUgico. desenvolvimento e desempenho das atribuições das outras instituições. n
ao Presidente da 8epública no desempenho de suas interessante notar que a falta de uma atuaç:o consistente é resultado da
atribuições, especialmente na coordenaç:o e na falta de articulaç:o e necessidade de uma maior definiç:o do papel de
integraç:o das ações do ;overno, na verificaç:o prévia cada instituiç:o e principalmente das recém criadas AB[7 e CN[7.
da constitucionalidade e legalidade dos atos
presidenciais.
Bonte) E3a[orado \e3o/ autore/A

1^
As informações apresentadas permitem afirmar que o projeto apresentando resultados tímidos. As
medidas têm sido implementadas de forma lenta e muitas iniciativas ainda não saíram do papel. Isso
indica que a coordenação entre os diversos ministérios é ainda frágil. Passados um ano de seu
lançamento é possível afirmar que não foram definidos de maneira clara que mecanismos serão
empregados para incentivar a inovação tecnológica no setor privado e ainda falta clareza e eficácia
na execução da maioria das ações anunciadas. Do ponto de vista operacional não há mecanismos de
controle entre os desembolsos feitos pelos bancos federais (BB, BNDES, etc.) e outros órgão
governamentais (Finep, etc.) e sua afinidade com a política. Essas críticas apontam para o modelo,
papel e importância da ABDI e CNDI. Na próxima, são retratados os papeis previstos para CNDI e
ABDI bem como alguns dos resultados alcançados pela PITCE, entre março e dezembro de 2004.

^E) !(I7&.),")5Ye*)2),()LWe*)2)/2.-#%(,".)I(/'&(&.),()!*158)
Em acordo com sua complexa estrutura (baseada nos 11 programas e nas 57 medidas), os objetivos
da nova política industrial só poderão ser alcançados por meio de uma franca e eficiente
coordenação e convergência das diversas instituições responsáveis pela sua
implementação/execução, acompanhamento e controle. Espera-se que, por meio da criação e
regulamentação do CNDI e da ABDI, seja possível uma maior articulação entre o setor público e
privado, bem como uma melhor coordenação e eficiência dos diversos órgãos públicos, via
concentração das ações nessas instituições.

`-(,/")O<)!(I2#),")5Ye*)2),()LWe*)+()(/%&'-#(FG")2)'""/,2+(FG"),()!*158E
5Ye*):5"+.2#C")Y('&"+(#),2)e2.2+B"#B&62+%")*+,-.%/&(#;:)Criado em dezembro de 2004 e regulamentado somente em janeiro de 2005, corresponde ao
órgão consultivo destinado a formular as diretrizes do desenvolvimento industrial do país. A rigor, o CNDI é o órgão responsável pelo estabelecimento e
balizamento da política industrial por meio do desenvolvimento de planos e estratégias relacionadas às áreas da política industrial (medidas da PITCE)
envolvendo nove ministérios e as demais instituições da figura 1.
LWe*):L4f+'&()W/(.&#2&/(),2)e2.2+B"#B&62+%")*+,-.%/&(#;: criada em dezembro de 2004 e regulamentada somente em janeiro de 2005, tem o papel de
articular e executar as ações, estratégias e medidas da política industrial (MDIC). De fato, a agência deverá ter a capacidade de aumentar a eficiência da
execução das diversas medidas da PITCE, por meio do inter-relacionamento, coordenação e auxílio às diversas instituições públicas. Deve atuar também por
meio da interlocução com o setor privado. Nesse sentido, deve facilitar o trabalho dos ministérios na execução das políticas, fortalecendo o caráter e
conjugando as ações da PITCE. Nesse contexto, ao ativar as ações da PITCE, deve diminuir os custos de transação, racionalizando recursos e eliminando
sobreposição de funções. Em suma, enquanto o CNDI tem o papel de definir a orientação dos programas e medidas da PITCE, a ABDI terá o papel de
coordenar as diversas ações conciliando papeis, eliminando sobreposições e alinhando dos interesses diversos.
K"+%2<)8#(S"/(,")I2#".)(-%"/2.E)

É importante frisar que devido ao pouco tempo de existência desses órgãos, não se dispõe de
resultados práticos de sua atuação. Isso dificulta uma definição mais clara do escopo de seu
funcionamento e abrangência de ações. De acordo com a estrutura da PITCE, os objetivos da nova
política industrial só poderão ser alcançados por meio da coordenação e convergência das diversas
instituições responsáveis por sua implementação. Nesse sentido, somente por meio da ação eficiente
e eficaz do CNDI e da ABDI a PITCE terá êxito. Contudo, o quadro 4 procura sumarizar as
principais ações e programas implementados no âmbito da política industrial no período de março a
dezembro de 2004 – ano de lançamento da PITCE. Percebe-se que, em função das indefinições e
problemas de coordenação apontados, o resultado da PITCE foi apenas parcial.

15
Quadro 4: Principais ações e programas implementados no período entre março a dezembro de 2004.
Sancionada em dezembro de 2004, a lei objetiva viabilizar e facilitar o relacionamento entre as empresas e as instituições
g2&),()&+"B(FG") de pesquisa, através de contratos de transferência de tecnologia e licenças de direito de uso e exploração das inovações.
Ainda há a necessidade de uma melhor definição acerca dos incentivos para desenvolvimento de P&D no setor privado.
O programa objetiva a modernização do parque produtivo nacional. Até o período, foram contratadas 440 operações,
[",2/6(h) resultando em um financiamento de R$ 197,8 milhões (MDIC). Apesar do programa ter sido iniciado, os valores
financiados ainda estão muito aquém do previsto inicialmente de R$2,5 bilhões.
Foram implementados 59 projetos visando fortalecer as áreas de petróleo, gás natural e energia. A meta era a implantação
A2,2)W/(.&#),2)12'+"#"4&()
de 165 projetos. Por meio de uma melhor articulação dos ministérios por parte da ABDI isso deve se efetivar.
A alíquota do IPI que era de 5% até janeiro de 2004 chegou a 2% em agosto do mesmo ano, incentivando a aquisição de
e2."+2/(FG"),")*!*)I(/()
máquinas e equipamentos para a modernização do parque produtivo. Essa medida que está de acordo com o Programa de
S2+.),2)'(I&%(#
Modernização Industrial (Modermaq), também se ampliou a lista de máquinas e equipamentos beneficiados.
Redução do prazo de aproveitamento do crédito do PIS/Cofins proveniente da aquisição de máquinas e outros
Z-%/".)&+'2+%&B".)>&.'(&.) equipamentos; Ampliação do prazo de recolhimento do IPI; Redução do imposto de importação para máquinas sem
produção nacional; Instituição de Regime Tributário para Incentivo à Modernização e Ampliação da Estrutura Portuária.
g2&),()*+>"/6=%&'() Prorrogada até 2019. Deve contribuir para desenvolvimento do setor no contexto das pol´ticas seletivas na área de TI.
!/"4/(6(),2)A2'-/.".) O programa objetiva a formação de novos doutores e cientistas na área de microeletrônica. O apoio às pesquisas e
i-6(+".)I(/() formação de novos profissionais aumentou, mas ainda são poucos os beneficiados. O índice de importação de componentes
[&'/"2#2%/V+&'() continua muito alto e não houve entrada de novas empresas no país.
O programa para o desenvolvimento da industrial nacional de /,;%N#(. e serviços correlatos objetiva a ampliação da
participação das empresas nacionais no mercado interno, fortalecer a P&D e a inserção desses empresas no mercado
Y"B")!/".">%)
externo. Foram aprovadas operações no valor de R$ 75 milhões, relativamente próximo dos R$ 100 milhões previstos para
o programa.
O programa objetiva a produção de medicamentos e insumos, reduzindo o déficit comercial. Até o final de 2004 existiam
!/">(/6() 14 operações, correspondendo a um financiamento de R$ 283 milhões. O governo esperava aplicar R$ 500 milhões no
primeiro ano.
K"+%2<)8#(S"/(,")I2#".)(-%"/2.)'"6)S(.2)+(.)c2(#,#!&"#("3*45-,%!"61#/&-',!4d):HPPO;E)
)
)
_E) 5"+.&,2/(FT2.)>&+(&.)
Em termos técnicos, os documentos que orientam a ação pública no campo da PITCE são
consistentes. Porém há certas contradições implícitas. O +,$^"$%,0-#/0&.-)-#/0proposto na PITCE
possui caráter marcadamente horizontal. São apontados elementos tecnológicos e de incentivo a
inovação, tendo a política grande capilaridade na malha produtiva – haja vista a opção pelo “setor
de bens de capital”. A rigor, a PITCE *#4,()<#0#0)$,*#=>,0como meio de desenvolvimento sofrendo
influências da escola evolucionária. Trata-se de orientar a ação pública na busca de vantagens
comparativas dinâmicas e aumento de produtividade. Antes da PITCE, o estilo de política
constituía-se na formulação de instrumentos e incentivos sem um acompanhamento do seu real
impacto sobre o aumento de produção, redução de preços e aumento de qualidade. Em termos de
seus )$/%("&.$%,/, a atual política se orienta para a formação de competências destinadas à
inovação e instrumentos normativos. A utilização destes vai de encontro a valorização da regulação.
Também merecem destaque as iniciativas orientadas para geração de valor adicionado. Estas
orientações da PITCE se dão em detrimento de incentivos tributários em meio ao ajustamento fiscal
em curso. Em termos de seu caráter seletivo, ao eleger quatro setores prioritários (semicondutores,
software, fármacos e bens de capital), intensivos em mão-de-obra qualificada e em capital. Por
outro lado, a PITCE sugere ainda a busca de maior +,$+.$%(#=>,0)$-"/%()#40por meio de estímulos a
fusões e aquisições o que funcionaria como elemento poupador de mão-de-obra. Estas questões
contrastam com a função distributiva relacionada a ação do governo.
Do ponto de vista de sua execução, pouco foi feito em relação aos planos propostos no ano de 2004
– quando a atual política foi lançada. Traçando um mapa da PITCE, vê-se o grande número de
instituições e a multiplicidade de inter-relações e sobreposições estabelecidas. Nesse sentido, se
torna extremamente difícil a articulação, coordenação e controle dos programas. O Conselho
Nacional de Desenvolvimento Industrial e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, os
órgãos responsáveis pela sua efetivação, demoraram a sair do papel e, sem dúvida, encontrarão
muitos desafios para efetivamente implementar e acompanhar a PITCE.

16
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Paulo: PGT-USP, 2004. CD-ROM.

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