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Muitas pessoas se pronunciam, sejam críticos ou leigos, dizendo que a cultura moderna

é nada, mas uma barata imitação de uma outra coisa mais elevada que ela própria.
Palavras e frases tais como: ‘comerciais pop’, ‘reality shows’ e outras cópias são todas
usadas para nos referimos a uma forma inferior de cultura moderna, como algo
degradante muitas vezes e que não agrega nada de bom em nossa sociedade além do
entretenimento que pode nos dar, escondendo-nos dos problemas do mundo moderno,
nos cauterizando.
A Industria Cultural busca explanar a degradação qualitativa de uma cultura,
primariamente a cultura da Sociedade Ocidental. Os pensamentos de Adorno e
Horkheimer, ambos participantes da Escola de Frankfurt, deram início a uma crítica teoria
social sobre o século XX e XXI.
A Escola de Frankfurt - Introdução
Criada na Alemanha em 1924, sua produção filosófica continuou constante no ocidente
com Kant em primeiro princípio, Marx e Engels, posteriormente com Nietzsche,
atravessando o Século XX entrelaçando com o existencialismo de Heidegger, a
fenomenologia de Husserl e a ontologia de Hatmann e não mais resistiu tendo que
enfrentar duas guerras mundiais.
A Escola reuniu para si filósofos e cientistas sociais com ideias marxistas. Estes criaram
a “Teoria Crítica da Sociedade”. Contemplando assim a crítica que Adorno e Horkheimer
fizeram a sociedade capitalista do século XX, mais especificamente na década de 20 e
adiante.
A Escola de Frankfurt deu fim ao período áureo da filosofia alemã, como forma de
expressão: ‘seu último suspiro’. Criada por Félix Weil, seu financiador, Horkheimer,
Adorno e Marcuse administravam todos juntos a Escola. A Escola tinha uma sede, o
Instituto para Pesquisas Sociais. O mestre do Instituto foi Horkheimer, posteriormente foi
substituído por Adorno.
Pela escola beber da fonte Marxista ascendente na época, sua crítica social foi
embasada na crítica ao capitalismo. Buscando expor os erros e as consequências a curto
e longo prazo desta forma de organização social, os teóricos da história criaram muitas
‘expressões’ para fundamentar sua crítica, tais como ‘indústria cultural’ e ‘cultura de
massa’. Todo o trabalho dos intelectuais da escola foi caracterizado – pelo menos em
grande parte – como ‘Teoria Crítica’ e ou ‘Teoria Social Crítica’. Desta forma introduzo o
pensamento de Horkheimer e Adorno com seus antecedentes.
O Sistema de Produção
Na sociedade moderna, majoritariamente no Ocidente, é muito comum que muitos
indivíduos passem continuamente a comprar produtos que eles já têm, mas que são
postos ou anunciados como novos e melhores. Talvez mais rápidos, mais bonitos, mais
funcionais, entretanto sem expor que o produto tem as mesmas funções do que a pessoa
que comprou já tinha. O exemplo mais claro disto é o iPhone ou celulares em geral. A
maioria dos mesmos pouco muda, desconsiderando o tamanho, a finura da tela, a
duração da bateria e coisas relacionados a isto.
As grandes empresas se aproveitam desta forma de consumismo desenfreado para dar
aos homens aquilo que não precisam ou que já obtiveram anteriormente. Produzir
produtos similares não é mais uma forma de inspiração para melhorar, mas uma forma
de ganhar lucro sem fazer muito esforço, ou gastar muito mais para tentar criar algo
inovador e que vá de fato ajudar o consumidor na pós-compra.
Horkheimer e Adorno argumentam que a Indústria Cultural é algo específico do
Capitalismo Moderno. Produzir toda forma de entretenimento, lazer ou alguma ordem de
satisfação para suprir as necessidades incutidas no consumidor pelas grandes empresas
por meio da manipulação publicitária e pela “onda da moda” (A influência da mídia e dos
veículos de comunicação em massa serão expostos mais para frente).
Provavelmente, os teóricos da Industria Cultural acreditavam que a manipulação era
consciente. A mudança das estações, por assim dizer, na música, nos filmes, nas
revistas é demasiadamente controlada para ser creditada como algo natural. Um
exemplo: vejamos a música popular, em um determinado ano, certo artista têm toda a
atenção midiática, contudo quando alguém mais novo surge – sendo bem otimista
quando a isto – no ano seguinte, a mídia desvincula a publicidade ao cantor anterior.
Talvez seja conspiratório, mas parece-me racional. Os Estados Unidos trocam suas
estrelas a todo momento de acordo com as suas necessidades.
Isto aparentemente é uma forma de manter o controle do marketing e continuar a
hegemonia consumista que beneficia a todos os que vendem algo.
Não há nada novo debaixo do Sol
A Indústria constrói a cada dia mais produtos superficiais e este gráfico é uma
progressão geométrica, enquanto a criação de algo novo e belo, alguma coisa realmente
valiosa que ninguém nunca viu ou experimentou, é a soma de números decimais.
Esta analogia matemática foi a forma mais concisa que consegui encontrar para
expressar a falta de criatividade estagnada. Se formos falar de algo novo, provavelmente
não há nada sendo produzido; se formos falar de cópias, provavelmente já há trailers e
a expectativa para a estreia só aumenta, faltando poucos acabamentos para ser lançado.
A terrível realidade da Indústria Cultural é que o ‘Belo’, a ‘Virtude’ não têm lugar neste
solo. A arte, não tem valor em si; não há interesse pela magia ou pelo sentimento que
adentra em nossas almas quando vemos algo verdadeiramente belo. Não há interesse
para que os olhos dos homens se encham de encanto. Diferente da Idade Média, época
em que os homens faziam para expressar o seu interior, seja para Deus seja para o
próprio homem, havia lugar para a beleza ali. As catedrais góticas, com suas pontas
afiadas pintando o céu azulado da Europa, demonstrava o que havia de melhor no
homem daquela época.
A teoria de Horkheimer e Adorno vieram para mostrar que não há vida em nossas vidas
neste século. A forma moderna de arte produzida hoje, é exclusivamente com o propósito
de reduzir a mentalidade do homem de comprar algo que seja verdadeiramente bom e
enjaula-lo em um sistema capitalista.
Nossa sensibilidade está tão afeta que muitos podem pensar que o novo reality show,
ou o novo filme nunca foi visto antes, mas observando de perto se vê a mesma estrutura.
A alguns meses no Youtube, se deu o movimento de “canais de reação”, apesar da
minha opinião sobre isso ser negativa, a princípio a ideia era nova e interessante para
muitas pessoas. Passaram-se alguns meses e muitas canais novos foram criados, não
com conteúdo novo, mas com a mesma perspectiva de reação, mudando apenas o foco
dos vídeos que serão assistidos. Se o inicio começou com reação de vídeos de futebol,
alguns outros farão sobre anime, outros sobre música. Vê-se então latente a teoria
destes homens participantes da escola de Frankfurt, não só no século XIX como no
século XXI. Acredito também que o Rei Salomão, a 3 mil anos atrás expressou bem o
que se passa na Sociedade Ocidental hoje: “O que foi, isso é o que há de ser; e o que
se fez, isso se fará; de modo que não há nada novo debaixo do sol” (Eclesiastes 1.9).
Os meios de comunicação de massa
A Mídia como meio de comunicação tem papel fundamental no entendimento da teoria.
Com a possibilidade do transporte da comunicação para multidões ao mesmo tempo, a
Industria Cultural por este motivo é uma manifestação peculiar deste século e do
passado. A possibilidade do amplo espectro que será atingido pela internet, jornal e
televisão, permite a forma aqui descrita de alienação cultural.
Com a imprensa no século XVI, permitiu-se algo antes inviável: a expansão da
informação para um maior grupo de pessoas. Isso possibilitou a propagação por exemplo
das ideias de Martinho Lutero e a Reforma Protestante. Entretanto no século XXI, este
meio que foi tido em primeiro princípio como veículo para fins bons em si mesmo, está
sendo usado como forma de manipulação e alienação pela moderna sociedade
capitalista.
As ferramentas de propaganda, publicidade, marketing são inseparáveis e indistintos
da teoria. São estes veículos os responsáveis pela criação e manutenção da crença de
‘liberdade individual’ construída como fachada ilusória pela economia, afim de sustentar
o consumismo. A propaganda tem uma forma estática: põe-se algo que realmente
queremos e muitos homens precisam como aceitação familiar, bons amigos em viagem
e ou relacionamentos perfeitos etc, então se põe algo que não precisamos de fato
relacionado a este tipo de vida tais como celulares, carros, filmes, músicas. A fórmula é
simples mas eficaz. Longe de qualquer satisfação, a indústria busca produzir uma forma
de felicidade, iluminando a ideia como se ela pudesse ser comprada, porém é sabido
que na maioria das vezes os produtos não fornecem o que prometem. Quem nunca viu
um anúncio de um creme que rejuvenesce a pele, um celular novo com mudanças
gritantes mas que na verdade quando o tem em mãos se pode constatar que pouco
mudou, as vezes só o exterior.
Horkheimer e Adorno compreendiam que nossas verdadeiras necessidades são
afastadas de nós pela indústria capitalista para que nós nos esqueçamos do que
realmente precisamos e nos contentemos com os desejos produzidos de empresas que
não estão preocupadas com o nosso bem-estar.
Comodidade da consciência
As consequências desta empreitada são sutis com uma busca muito específica, isto é,
impedir que os homens pensem por si mesmos, com autonomia e legitimidade. A
indústria cultural tem em tão, a produção em massa da perda da consciência e do
raciocínio crítico nos homens, resultando em muitos indivíduos sem o poder de pensar
em um mundo diferente para todos, servindo apenas para fazer permanecer o ‘status
quo’ da sociedade vigente.
Com o intuito de dar lucro, a retirada da crítica beneficia em muito os produtores. Se
não há crítica, não há porque se esforçar para fazer algo verdadeiramente bom em si
mesmo. Benefício em dobro, pois a exposição do produto sem criatividade, permite que
os produtores permaneçam vendendo e os consumidores permaneçam comprando. Os
indivíduos ficam assim apenas com a tarefa de consumir os produtos sem a necessidade
de um esforço intelectual; a indústria começa a servir apenas como um meio de revigorar
o homem antes do próximo dia de trabalho.
Para Horkheimer e Adorno, os homens deviam gastar o tempo livre, ou os finais de
semana relaxando e mantendo a ‘cabeça fora das coisas’, mas devíamos usar esses
momentos para nos expandir e aprimorar, adquirir as ferramentas necessárias para
mudarmos a nós e a sociedade em que estamos participando. É o momento em que
deveríamos assistir aos filmes para compreender a nossa própria história, a forma como
pensamos ou como nossa sociedade foi estabelecida; o lugar de assistir o documentário
acerca de algo que influência a vida hoje; ler livros que nos dão novas ideias sobre
política e formas de manifestação social; até mesmo escutar músicas que nos encorajam
a nos mudar e a mudar a vida em nosso redor.
Esse ideal infelizmente não pode ser alcançado na sociedade moderna. O lazer deixou
de servir para expansão própria e agora é usado como forma de autodestruição ou como
meio de não pensar em nada que importe genuinamente. Deixou-se levar por uma
máquina, por assim dizer, de entretenimento que ao olhar empírico só tem sido malévola
ao indivíduo. Filme, televisão, música, internet, mídia social são agora designadas em
sua maioria como forma para nos manter distraídos, incapazes de entender a nós
mesmos e sem a vontade de mudar a realidade política.
A grande fascinação pelos astros e pela teoria dos signos, mostra com clareza que os
homens estão atordoados com tanta informação e tão cansados que não se permitem
pensar se isto é real. Os astros podem realmente mudar minha vida? Perguntas simples
como esta é inviável numa cultura totalmente distraída com o novo filme de super-herói
que vai lançar. Tão sem autoconsciência, acreditando que os astros conhecem melhor a
si mais do que as próprias. Outra grande manifestação deste cansaço crítico é na grande
procura por coisas prontas. Não falo somente aqui de fastfood, mas de um conceito
pronto, com mestres prontos e um grupo pronto, sem assimilação de conceitos, sem
pensamento crítico, sem contestação, os homens aceitam tudo como verdade e defende
o que mais parece sensato à primeira vista superficial de um assunto.
Conclusão
A teoria de Max Horkheimer e Theodor Adorno é realmente relevante para a sociedade
brasileira do XXI, incapaz de criar algo de si para si, se contenta ao conteúdo pronto de
outros países. Relevante também para mim, permitindo-me refletir sobre como minha
vida está sendo guiada durante estes anos até o terceiro ano do Ensino Médio. Com
certeza é uma confrontação necessária. 44
Acredito eu que Horkheimer e Adorno foram influenciados por Thoreau, autor este que
está influenciando a este que escreve estas palavras (Victor Teixeira), então desejo
terminar com uma citação do livro ‘Walden ou A Vida nos Bosques’: “Enquanto a
civilização andou melhorando nossas casas, ela não melhorou por igual os homens que
vão ocupa-las. Criou palácios, mas não foi tão fácil criar nobres e reis” – Henry David
Thoreau.

BIBLIOGRAFIA:
https://medium.com/@bryanbuchler/the-culture-industry-dd26b96ce21d
https://www.infoescola.com/filosofia/escola-de-frankfurt/
SOCIOLOGY – Theodor Adorno; Vídeo do canal ‘The School of Life’

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