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INTRODUCCIÓN

Aire, agua, alimentos, ligh y el calor son los cinco

essentals es exisience yuman. sobre ellos

está escrita la historia de la humanidad, Primaria

El rhey son, sin embargo, cómo lo hace Hough Littie '

cilizen el promedio de hoy dar a ellos

GEORGE CHANDLER WHIPPLE (1)

Ajustes. Sanitaria Hidrobiología campo de juego

Hidrobiología, en su sentido más amplio (y etimológico)

significa la biología acuática, debe entender, por lo tanto, el estudio de la vida

los seres que habitan en el medio acuático agua, dulce o salada. cómo-

tanto las reservas en general, para el estudio de este último, el nombre

"La biología marina", que es un capítulo de la oceanografía, así como

Hidrobiología es el capítulo de la limnología (o cstudo Lagos) y

rcologia (estudio de los ríos). Por otra parte, se da generalmente a esta disciplina

um cunho mais de ecologia do que propriamente de sistemática dos organis-

mos de água doce, o que significa que os seres vivos são estudados, em hidro-

biologia, principalmente do ponto de vista das suas relações seja com o

ambiente fisico e quimico, seja com os outros organismos que o cercam

Constitui, assim, o seu estudo sistemático ou seja a microscopia e classifica

ção dos organismos, apenas um capitulo auxiliar e instrumento indispensável

à compreensão do papel destes na natureza. Por esse notivo, existem relações

muito estreitas entre a hidrobiologia c os outros capitulos da limnologia e

da reologia, como sejam: a fisica c química da água, a fisiogralia e a geologia


dos lagos e rios

Pelas mesmas razões, a hidrobiologia sanitária não se ocupa apenas com

organismos dirctamente prejudiciais à saúde humana mas sim com todos

os seres vivos aquáticos capazes de fornecer informaçoes sobre as caracte

risticas e condições reinantes no meio aquático, que possam interessar à

saúde piblica. Constitui, pois, cssa matéria, importante capitulo da saude

pública, relacionando-se com a medicina c a engenharia, formando, de certo

modo, o elo de ligação entre o médico e o engenheiro especializados em

saúde pública. O médico de saûde pública não tem, propriamente, a função

de eurar: no trabalha, cm geral, com o agente produtor das moléstias;

teim ele a função de prevenir a disseminação do mal pela população, preo-

cupando-se, sobretudo, com os agentes fisicos ou biológicos que servem de

veiculo a parasitas. E nesse terreno, elc tem um contacto intimo com o

biólogo, que se dedica à catalogaçao e à pesquisa da biologia (ou modo

de vida) e à ecologia (ou relações com o ambiente) dos veículos de doenças

Por outro lado, esse estudo ecológico, de identificação dos organismos

com o meio, serve como base ao engenheiro, cuja principal função enm

geral consiste em alterar o meio, de mancira a torná-lo mais favorável

sobrevivência e conforto humano. Para isso, é necessário que o engenheiro

possua os conhecimentos básicos da matéria, que lhe permitam interpreta

os dados fornecidos pelo biólogo especializado em saúde públi

compreender os fenômenos de natureza biológica que sc verificam, por

exemplo, nos processos de depuração das águas que recebem esgotos

Man
tém, ainda, a hidrobiologia sanitária, relações estreitas com a

bacteriologia e com a parasitologia. É papel do hidrobiologista est

bactérias

udar

de vida livre, que habitam os cursos dágua ou esgoto, limitando-sc

ger

alilnente, o bacteriologista, ao estudo de bactérias que normalmente tom

relacões com o corpo humano ou de animais, seja como parasitas, seja como

simbiontes ou comensais. Com rclacão à parasitologia, o hidrobiólogo tem

um papel importante no estudo das condições do ambiente que possibilitam

o desenvolvimento de organismos vetores, de vida aquática ou semi-aquática,

ais como as larvas de mosquitos transmissores da malária, os caramujos

hospedeiros do Schistosoma, etc.

Como se pode perceber, o pólo de convergência de todas essas ativid

des é o Meio Ambiente e o seu objetivo principal é, por outro lado, a sua

proteção contra a depredação que pode ser causada por atividades humanas

mal planificadas c a protecão do homem contra clementos nocivos do mcio,

particularmente de um meio alterado pela citada depredaçãc

São indispensáveis á formação do especialista em hidrobiologia, estudos

aprofundados de botánica e fisiologia vegetal; zoologia e fisiologia animal,

além de biologia geral e ecologia. Para o conhecimento desta última disci-

plina, são necessárias noções elementares de química e fisica. Os elementos

básicos de cada uma dessas matérias, necessários à compreensão, pelo en-

genheiro sanitarista, dos principios da hidrobiologia, são fornecidos, no

presente trabalho, especialmente nos capitulos 2 e 3. Não são fornecidos


entretanto, aqui, por fazerem parte de trabalhos familiares ao engenheiro

que se dedica à saúde pública, elementos sobre a parte de saneamento pro-

priamente dito, instalações e princípios de tratamento de águas e esgot

Da mesma forma, silencia este livro sobre a técnica bacteriológica e a para

sitológica, que constituem objeto de livros especificos ou de disciplinas es

pecializadas, nos cursos de saúde pública para engenheiro

Importância da Hidrobiologia para a Engenharia Sanitária

A engenharia sanitária tem, por finalidade principal, preservar as con-

dições ecológicas favoráveis à sobrevivência do ser humano. Essas condições

dizem respeito sobretudo às caracteristicas do ar, do solo e da água cabendo

ao engenheiro evitar o "desnaturamento" desses elementos como consequcn

cia da própria atividade humana. Com relação à água, a atividade do en-

genheiro sanitarista diz respeito à proteção de suas qualidades e ao seu

fornecimento através de distribuição adequada

manutençã

o das caracteristicas da água é realizada através de pro-

teção dos recursos hidricos contra a poluição, incluindo o tratament

residuos liquidos e do próprio condicionamento sanitário da água para as

várias utilizações que dela são feitas. Assim sendo, os objetivos do presente

manual podem ser sistematizados em: tratamento de águas para abasteci-

mento; estudos sobre a poluição e tratamento de águas residuárias

Hidrobiologia e tratamento de águas de abastecimento

Não apcnas os microrganismos patogênicos neccssitam controle em

águas destinadas ao abastecimento público; igualmente, muitas espécies de


microrganismos aquáticos, de vida livre, devem ser combatidas a fim de não

prejudicarem as caractcristicas de pobatilidade. Essa interferência pode ser

dircta, graças a substâncias com propriedades organolépticas ou mesmo

tóxicas que podem ser liberadas na água, ou ainda ao aumento de turbidez

produzido pela sua presença em grande nüimcro; ou indireta, a

ficuldades que causam ao sistema de tratamento, prejudicando imecanica-

mente a filtração ou, quimicamente a coagulação e decantação de material

sedimentave

importância das algas em águas destinadas ao abastecimento público

tem sido discutida através de um grande número de publicacões nos últimos

anos. A mais completa c didática dessas publicaçocs, ainda é o pequeno

livro de autoria de Patlmer (2), publicado em 1959. Nesse livro são estudadas

seguintes principais ocorrências de importância sanitária, relacionadas

coin algas: sabor e odor; entupimento de filtros de arcia; algas indicadoras

de poluição: algas indicadoras de águas limpas; algas que cobrem a super-

ficie de reservatórios, dificultando a penctração da luz e causando demanda

de oxigênio quando entram em decomposição; algas que se fixam às pa-

redes de reservatórios; formação de lodo; produção de cor na água; corro

de estruturas de ferro e de concreto; algas tóxicas, elc.

Em trabalho mais recente (3), aquele mesmo autor salienta que o fato

de serem as algas tão nocivas à qualidade das águas está relacionado

cipalmente, com a imensa massa orgânica que chegam a formar no meio

liquido, levando à produção de grandes quantidades de lodo, além de li-

bertar na água vários compostos orgânicos c pigmentos. Esses compostos

organicos podem ser tóxicos, produzir sabor, e odor ou interferir com a efi-
ciência do eloro e outros agentes quimicos utilizados no tratamento da agua.

Além disso, as algas podem causar alterações de carater fisico-quimico da

água, especialmente elevação do pH, o que gera problemas para obtenção

de um ponto, ótimo de floculação. Finalmente, interferem também direta-

mente na decantação, por produzirem

bolhas de gás no interior dos

Os padrões internacionais da Organização Mundial da Saúde (4), em

scu capítulo sobre qualidades biológicas, indicam as scguintes aplicaçcões para

a análise hidrobiológica

determinar as causas de sabores e odores indesejávcis e controlar o seu

tratamento corretivo;

facilitar a interpretação dos resultados das análises quimicas

- permitir a identificação de uma água quando esta se encontra misturada

com outra de procedência diversa

- determinar a causa de obstruções na rede de distribuição, dos filtrose

demais instalações de tratamento;

- descobrir rapidamente a poluição da água por compostos orgânicos ou

tóxicos e a penetração de água poluída no sistema de distribuição

Como se podc observar, não há menção, nessa rclação, de praticamente

nenhum dos distúrbios provocados esscncialmente por algas e outros mi-

crorganismos da água. Com exceção do sabor e odor, não reconhecem os

autores dessa padronização nenhuma das influências apontadas por Palmer

e por outros autores especializados. A análise hidrobiológica assume, assim,

um papel meramente acessório no conjunto de análises a serem realizadas


na água. Sua função seria a de dar um "polímento final, mas não indis-

pensável, ao relatório final sobre a qualidade da água. Esse ponto de vista

reflcte, aliás, a atitude dominante em quase todos os laboratórios de análise

de águas potáveis, em todo o mundo, com muito raras exceções.

Realmente, os problemas criados por algas em águas de abastecimento

embora sejam muitos c de natureza muito variada, não são, por outro lado,

muito frequentes. Raramente uma cidade abastecida com água de rios se

defronta com problemas dessa natureza. Águas provenientes de poços nunca

contêm algas e os únicos problemas de natureza biológica que poderiam apre

sentar-se seriam os rclacionados com a precipitação do ferro nas canalizações.

provocada pela atividade de certos tipos de bactérias. As águas de lagos e

represas, estas sim, estão muito mais sujeitas a aprescntar problemas bioló-

gicos. E quando esses problemas se apresentam são sempre muito agudos

Talvez não chegue a 10 o número de sistemas de abastecimento de águas

que apresente reais problemas de natureza hidrobiológica em cada 1,000

sistemas em operação. Mas esses 10 problemas são, certamente, muito sérios

e geralmente dificeis de serem solucionados. Em vista disso, estações de

tratamento que passam 5, 10, 20 anos operando sem jamais defrontar

com um desses problemas, não necessitam, evidentemente, manter una

rotina de análises hidrobiológicas, que só serviria para onerar o custo

tratamento

Atualmente, porém, verifica-se uma tendência geral à eutrofização ace-

lerada dos lagos - sobretudo represas causada pela crescente introducio

de nutrientes minerais provenientes de esgotos das cidades, residuos industriais

ou ainda fertilizantes agricolas. Essa cutrofização provoca o aumento do


número de organismos aquáticos e conseqüente aumento da frequôncia de

problemas ccológicos e sanitários por eles causados

Tratando-se de sistemas que utilizam águas represadas, é de todo acon

selhável o estabelecimento de uma rotina permanente de análises hidrobio-

1ógicas cuja freqüência oscilará, entre análises mensais (quando não há pro-

blemas) e análises diárias (quando os problemas são muito graves). Em tais

circunstâncias, as análises hidrobiológicas deixam de ter um mero papel de

complementação ou polimento das demais análises, para constituir efetiva-

mente, uma atividade indispensável e das mais importantes no controle da

qualidade da água. Não se pode deixar de considerar, como sumamente

importantes, algumas das conseqüências do desenvolvimento de microrga-

nismos que, entretanto, não são mencionados nos padröes da OMS; as

alterações diárias do pH da água ou a introdução de bolhas gasosas no in-

terior do

s flocos de sulfato de alumínio constituem um problema gravissimo

que onera o tratamento (pois exige maior consumo de coagulantes) e difi

culta enormemente a operação, exigindo, assim, uma vigilância permanente;

a obstrução de filtros e formação de bolas de lodo podem levar å perda total

das instalações; a formação de toxinas na água de abastecimento pode levar

a conseqüências imprevisíveis, e assim por diante. A verificação da existência

de grande número de microrganismos nocivos, em certas épocas do ano, ou

de condições ccológicas potenciais, relacionadas sobretudo com o conteúdo

químico da água, pode determinar providências prévias, a serem tomadas

já na elaboração do projeto. Essas providências podem relacionar-se sobre-

tudo, com a prevenção contra a poluicão crescente, através de medidas de


fiscalização dos lançamentos de despejos de várias naturezas; com as carac-

terísticas morfológicas da represa; com a construção de certos dispositivos

de captação que permitam tomar a água em regiões de menor número de

microrganismos ou, ainda, instalações que permitam um pré-tratamento

mecânico ou químico de pequeno volume de água, em vez do lançament

de microbicidas a toda a massa dágua do rio ou lago; finaimente, a recomen

dação do abandono do manancial por ser imprestável ou anti-econômico

De qualquer forma, um estudo prévio, bem elaborado, implicará forçosa

mente em barateamento do tratamento e, por conseguinte, do custo da água

potável, sobretudo quando se leva em conta que as despesas com tais pes

quisas (que são minimas, em relação ao custo do projeto e da obra) serão

realizadas somente durante um ano, enquanto que um eventual tratamento

corretivo, com emprego de carvão ativado e outros materiais dispendio

que muitas vezes poderá ser evitado, custará grandes somas, por um espaç

de tempo ilimitado

lidrobiologia e poluição

Do ponto de vista da potabilidade, o conceito de pureza da água é to-

talmente diverso do conceito químico. A pureza quimica da ågua è nao

só dispensável como até mesmo indesejável. A água ć um alimento que,

cmbora não tenha valor energćtico, contribui fundamentalmente para a cdi-

ficação do organismo, fazendo parte da composição celular de mancira pre-

ponderante, constituindo cerca de 2/3 do peso corporal do homem. Segundo

uma definição do grande fisiólogo argentino - prêmio Nobel Dr. Ber-

ardo Houssay (5) "o organismo é formado de água na qual se acham di


persas micelas, moléculas e ions". Em nenhuma parte do organismo, entre-

tanto, a água se encontra em estado puro. A manutençño dc um certo valor

osmótico nos liquidos tissulares é condição importante para seu funciona-

mento e evita perda de água por diálise. Assim sendo, a ingestão de água

de menor salinidade ou de baixo valor osmótico não é recomendável. Além

disso, a água pura é insípida principalmente quando não contém gás carb

nico e oxigênio dissolvidos. Muitos dos compostos minerais ou elementos

químicos que se encontram dissolvidos nas águas naturais constituem fatorcs

de grande importância fisiológica, seja como nutricntes, seja como mante-

nedores do equilibrio fisico-quimico do meio interno. Entrc outros, merecem

destaque especial - dada a sua carência em outros tipos de alimentos -

o iodo e o flúor, cuja ausência na alimentação pode provocar distúrbios

como o bócio e a cárie dentária, respectivamentc, em uma população que

não disponha de outras fontes desses nutrientes

Em que se basciam, pois, os critérios de pureza da água para fins de

abastecimento ou potabilidade? Desde as civilizações mais remotas, se obser-

va a existência de uma preocupação constante do homem em relaçao à qu li-

dade da água e à transmissão de doenças. Aguas turvas, de superficic, eram

utilizadas para bebida após filtração em aparelhos domésticos de porcelana

porosa ou sedimentação em potes de barro, pelos antigos egipcios e pelos

japoneses. Outro método de purificação empregado na antiguidade, baseava

uma vasilha a outra, cmpregando

tiras de tecido. O objetivo primordial de tais práticas seria, provavelmente,

o de obter água com boas características cstéticas, mas é possivel queá

então relacionassem o aspecto da água com a transmissão de doenças, rela


cionamento esse que ainda hoje predomina nos meios menos cultos: o homem

comum prefere a água da fonte, por ser cristalina e rejeita a água dos rio

por ser turva, embora, muito freqüentemente, a água cristalina, da fonte

se no transporte por capilaridade, de

seja transmissora de germes patogênicos e esta última não

Evidentemente, o homem comum é obrigado a servir-se dos recursos

sensoriais, para estabelecer um critério e como nem sempre os seres pato-

gênicos são visiveis a olho nu, ou as substâncias nocivas possuem sabor ou

odor próprios, esses recursos são falhos. Na verdade, tornaram-se falhos

com o desenvolvimento das civilizações. Nos tempos antigos inclusive na

Idade Média - os subprodutos da atividade humana, seus dejetos, residuos

domésticos ou de seu labop. manufatureiro, eram lançados diretamente à

superficie dos solos, onde se acumulavam por certo tempo. Somente nas

épocas de chuvas é que esse material, juntamente com os elementos nocivos

nele contidos, era arrastado pelas enxurradas, para o leito dos ri

sendo, o fenômeno da contaminação das águas era sempre acomp

de elevação da sua turbidez. Por outro lado, os métodos de tratarm

pregados - filtração em material poroso, ou sedimentacão prolon

não só removiam a turbidez como tambem os seres patogê

assim, por mais esta co

dos sistemas de esgotamento de residuos, levando-os, de maneira continu

aos rios (e não mais na dependência de chuvas torrenciais) é que esses crite-

rios passaram a perder a sua validez.

incidência, aqucle critérios primitivos


nicos justificando,

Em 1648 Willem Pies, médico da corte de Nassau escrevia, a respeito

das águas do Brasil: "Os velhos naturais não menos solertes em distinguir

pelo gosto as difcrenças das águas, que os nossos em discernir as várias qua-

lidades dos vinhos, acusam de imprudência os que colhem águas sem de

nenhum modo as discriminar. Quanto a eles, buscam as mais tênucs e doces

que não deixam nenhum depósito e as conservam ao ar livre em lugares

levados (de preferência aos subterrâneos por causa do tepor) por dias e

noites, em bilhas de barro, onde não obstante os raios a prumo do sol, se

tornam num momento mui frescas" (6). Esta ć possivelmente, a mais antiga

rccomendação de critério sanitário da água no Brasil e é bascada nas mesmas

características físicas e organolépticas em que se basearam todos os povos

prinitivos.

O principal objetivo dessas prescrições sempre foi pois -e continu

ará

preservação da saúde ou da não transmissão de doenças

sendo - o da

não o mero propósito estético. O sabor de argila, das águas conservadas

em potes; o cheiro de ovos podres das águas sulfurosas; o gosto salino de

muitas águas magnesianas ou carbonatadas ou a acidcz picante de águas

minerais e até a temperatura tépida de águas juvenis não constituem obstáculos

à sua ingestão pelo público comum, que muito freqüentemente lhes vota prefe

rência, pelas suas propriedades medicinais. Repelidas são as caracteristicas

que, crrada ou acertadamente, possam pressupor a existência de elementos

tóxicos, depauperantes, patogênicos ou que, de qualquer forma, possam


constituir perigo à saude

A descoberta dos microrganismos por Leewenhoek em 1683

sição por Henle e a constatação por Koch, Pasteur e outros de que muitos

deles são causadores de enfermidades, é que trouxeram uma base concreta,

como ponto de partida à elaboração de normas racionais de proteção e de

qualidade da água potável. Docnças são originadas de microrganismos

estes não são gerados expontâneamente na água, mas devem ser levados a

ela pelas dejeções de pessoas portadoras dessas mesmas doenças. A associa-

ção dessas doenças com caracteres tais como turbidez, cor, odor ou sabor

da água perderam, a partir de então, todo o seu significado. Todas as me-

dos corpos d'água contra a introdução de elementos tóxicos e de seres pa

togênicos. E como o veículo principal de seres

qualidade da água passaram a basear-se na proteção

patogênicos são os dejetos

humanos, o seu controle passou a ser rcalizado através de medidas visando

a caracterização e mensuração de concentrações de matéria fecal na água

Permanece, porém, a necessidade de o poder público preservar, o mais

possivel, a qualidade estética das águas de abastecimento, a fim de que as

mesmas mereçam a preferência popular, em favor da sua segurança sanitária.

A distinção entre padrão de qualidadc e padrão de potabilidade é im-

portante. O primeiro diz respeito a todos os usos possíveis da água, enquanto

que o segundo refere-se tão somente à sua utilizacão para fins de alimentação

Entre os usos possíveis, com implicações sanitárias, podem ser citados; alerm

astecimento domiciliar de água potável: o uso pastoril, usos recrea-


onais, criação de peixes, irrigação agricola, usos em processos indt

omas de recursos vêm sendo aplicadas, atualmente, na pesquisa

ntaminantes e de limites adequados de suas concen-

trações na água potável. Para muitos deles têm sido estabelccidos padrõcs

restrit

que dispõem, até agora, os nossos serviços públic

quível. Em face disso, torna-se imperioso utilizar-se maiores graus de segu-

rança ao se estabelecerem os critérios de potabilização de águas sujeitas à

contaminação. O próprio indice de coliformes, que constitui o mais preci

e sensivel teste para revelar as características sanitárias de uma água tem o

seu significado de certa forma comprometido, em nosso meio, pela falta de

trabalhos básicos visando estabelecer o seu verdadeiro significado, ou seja,

a relação existente entre o número de coliformes e o número de patogênicos

inclusive enterovirus. Por esse motivo, nossas normas restritivas à potabili

ação devem manter-se as mais rigidas, muito embora esse critério não seja,

sempre, o mais realista além de ser um critério oneroso, que nos obriga a

rejeitar águas que, de outra forma poderiam ser utilizadas. A pesquisa nes

campo deve ser, pois, estimulada, principalmente tendo-se em vista a pre

mência de tempo, dada a crescente escassez de recursos hídricos e a necessi

dade, cada vez maior, de se recorrer a mananciais de águas menos "puras"

para o abastecimento. Essa utilização é po

outros países - dado o grande avanço tecnológico que caracteriza

era mas não pode ser preconizada em nosso meio, antes que se disponha

de garantias mínimas que só a pesquisa bem programada e bem conduzida

podera prover.
ivos, mas sua aplicação ao nosso meio, com os recursos técnicos de

os, é praticamente inexe-

ssivel e vem sendo realizada cm

O aspecto básico, fundamental, ao defrontarmos um problema de po

da escolha do ângulo sob o qual es:. problema deve ser encarado

ntre os sanitaristas, geralmente encontra-se muito arraigado o conceito

e poluição ligado à transmissão de doenças: o indice de coliformes, a pre-

de compostos ou elementos quimicos tóxicos ou potencialmente t-

xicos, a concentração de elementos ionizantes e, em segundo plano, alguns

dos elementos que prejudicam as qualidades estéticas da água potável, são

os seus inimigos mais visados. Ao tratar os esgotos para depois lançá-los

aos rios, os seus objetivos mais imediatos são: a destruição de bactérias e

luição ć o

a estabilização da matéria orgânica que, decompondo-se no rio, poderá a

rar suas características de potabilidade, através da produção de sabor, odor

aumento de matérias voláteis ou mesmo redução da concentração do oxi-

nio dissolvido que, alem de constituir um parâmetro importante.de qua

lidade è clemento recomendável para a boa composição da água potável

Para o piscicultor, nem o sabor nem o odor, nem a cor nem os col

formes constituem valores negativos à qualidade da água e, portanto, n

podem ser tomados como denunciadores de poluição. Uma intensa colo-

ração verde - repugnante para quem bebc água e, quase sempre associada

a pronunciado sabor ć até desejável, pois é devida ao plâncton que, em

ültima análise, é o alimento básico do peixe. Ao contrário do sanitarista,

que tem pavor dos sais de nitrogênio e fösforo, porque favorecem o desen
Ivimento de algas, o piscicultor costuma, na prática "adubar" as iguas

com nitratos, fosfatos ou com excrementos de aves ou de bovinos. A água

poluida é, para elc, somente aquela que possui pouco oxigênio, ou substan

cias tóxicas para peixcs. A matéria orgânica somente torna-se nociva quando

constitui causa de forte depressão dos níveis de oxigênio dissolvido. Por

outro lado, constituem clementos altamente nocivos ou poluidores, substân

cias como o zinco (que o sanitarista emprega no revestimento dos tubos de

ferro galvanizado) e o cobre (que o sanitarista aplica, nas águas de trata-

mento, para controle de algas).

Para o ccologista puro, constitui poluição toda e qualquer alteraçao

de natureza fisica, química, biológica ou mesmo de regime hidrológico que

venha a produzir desequilíbrios no ciclo biológico normal, contribuindo assim

para alterar a composição faunistica ou floristica do meio. Esse conceito não

tem um objetivo prático. Não visa a proteção de água no sentido de uma

reutilização qualquer; não leva em consideração as preferências ou a saúd

do homem

_._ Poderíamos desejar manter algo do sentido etimológico da palavra po

luição, na tentativa de chegarmos a um termo comum. "Poluere" significa

em latim, sujar. Dessa forma, estaríamos eliminando, desse conceito, o

ponto de vista puramente ecológico. Nao poderiamos qualificar de poluidas

águas que simplesmente sofressem modificações de caráter ecológico não

devidas a fatores nocivos (num sentido prático) ou anti-estéticos. Essa po-

sição, entretanto, leva a problemas de outra ordem. É que muitas alterações

decididamente nocivas do ponto de vista prático, não podem ser abarcadas

pelo conceito de sujidade. Este é, essencialmente de caráter estético e, fre-


qüentemente, uma água nociva não é anti-estética. Não se poderia chamar

por exemplo, a um litro de água destilada que recebesse uma gota

de suja,

de cultura de bacilos causadores de febre tifoide, ou de virus de hepat

infecciosa. Não se poderia qualificar de poluição (polui

é chamada) à elevação de poucos graus da

ção térmica, como

temperatura da água, provocando

perda de oxigênio dissolvido e destruição maciça de peixes, fenômeno fre-

qijentemente causado pelo lançamento das águas de refrigeração de máquinas

Ao que parece, o conceito de poluição sc prende na verdade, ao aspecto

cológico. Além disso, não deve perder de vista um sentido cminentemente

utilitário. É ecológico porque a natureza real, íntima, dos cfcitos que pro-

voca no rio ou lago que o recebe, é diretamente relacionada com a alteração

do meio. A elevação de températura que provoca dizimação de cardumes

não o faz cozinhando os peixes, mas sim causando-lhes asfixia, pela falt

de oxigênio no meio aliada à elevação do metabolismo respiratório; o mesmo

pode dizer com referência à introdução de excessiva matéria orgânica

na água: ela, por si, não mata, pois não é tóxica. Mas permite um exagerado

descnvolvimento da flora bacteriana, o que leva a um descquilibrio ecológico

depressão das concentrações de oxigênio c asfixia clos seres acróbios. Mas

deve ser utilitária, pois do contrário, não terá nenhum sentido prático: será

considerada poluição a alteração ecológica, ou desequilibrio biológico que

destruição ou impossibilidade da criação de peixes, ou de camarões,


ou moluscos, enfim, seres aquáticos de valor nutritivo ou comercial; ou que

comprometa a utilização da água para fins recreacionais ou sanitários. Essa

definição ainda abrange um campo muito mais amplo do que, em geral

se supõe, uma vez que, freqüentemente, pequenas alterações ecológicas po-

dem levar ao desaparecimento de peixes. Há peixes que são muito específicos

na sua nutrição, podendo desaparecer totalmente por causa do desapareci-

mento de um qualquer pequeno animal que lhes servia de alimento, ou porque

a alteração da composição do leito do rio -devida à simples modificação

de velocidade das águas não mais lhe permite a construção de seus ninho

tipicos para rcprodução. Mas cstas ainda são alteraçõcs de ciclo biológico

muito pequenas para poderem ser considcradas como resultado de poluição

O desaparecimento de uma dessas espécies dominantes de peixes, levará

aparecimento de outras, se o meio não estiver decididamente comprometido

sto é, alterado pela poluição. Este é o sentido utilitário que desejamos definir.

A presença de um grande número de microrganismos pertencentes a

oucas espécies, indica a existência de poluição, na água; por outro lado

existência de poucos indivíduos mas muito diversificados constitui car

teristica de ambiente natural, não poluído. A primeira possibilidade se de

o fato de que diferentes espécies comportam-se diferentemente com relação

aos vários fatores de poluição, o que possibilita também o reconheciment

do tipo e grau de contaminação existente no meio através da proporção

relativa das diferentes espécies. Essa caracterização por intermédio dos cha-

mados organismos indicadores tem grande valor para o sanitarista, uma vez

que tais modificações da flora e da fauna persistem, por tempo mais ou

menos longo após a supressão dos despejos, não havendo necessidade de


detecção no próprio momento em que se dá a poluição, como sucede com

os processos quimicos

Hidrobiologia e tratamento das águas residuárias

Os despejos orgânicos de origenm doméstica ou industria

onstitucm

fator altamente seletivo quando introduzidos em um corpo d'água receptor.

seleção por eles produzida é geralmente negativa do ponto de vista prático

da utilização da água seja porque os seres aquáticos de interesse econômico

não são capazes de resistir à presença dos despejos seja porque o próprio

esgoto é portador de elementos nocivos à saude humana. O próprio fato,

cntretanto, dc serem os elementos componentes dos despejos, elementos

seletivos- e não esterilizantes condiciona a possibilidade de sua esta

bilização por via biológica, dependendo apenas, essa estabilização, de que

sejam criadas condições as mais favoráveis ao desenvolvimento dos micror

ganismos tolcrantes para que cstes realizem o seu trabalho biológico

Assim sendo, a maior parte dos processos de tratamento de esgotos

inclui depuração biológica, isto é, estabilização dos compostos orgânicos

promovida por atividade de microrganismos acróbios ou anaeróbios. Além

das bactérias, responsáveis diretas por essa estabilização existe um número

muito grande de outros organismos interessados no processo, especialmente

protozoários, fungos, algas e vermes. A identificação desses organismos

bem como o estudo da sua fisiologia com o propósito de evidenciar o seu

papel em cada etapa do tratamento, constitui importante atividade para o

biólogo sanitarista. Dos dados obtidos nesses estudos depende o engenheiro


que pretende projetar um sistema de tratamento com rendimento máximo,

principalmente quando este se destina à depuração de um determinado tipo

particular de residuo. Além disso, inúmeros problemas surgidos na operação

do tratamento podem ser solucionados com a contribuiçao do biólogo

endo cnorme

sucesso em muitos paises e para vários tipos de despejos é o das chamadas

oxidação ou lagoas de estabilização. Além de grande eficiência

com relação å redução de DBO e outros fatores, as lagoas de estabilização

titucm um dos mais baratos processos de tratamento conhecidos, onde

se disponha de grandes áreas de terreno. Nessas lagoas, o esgoto é simples

mente abandonado à voracidade dos microrganismos que o consomem,

utilizando-se de oxigênio produzido por outros microrganismos, as algas

de lodos, etc.

Um processo de tratamento que há vários anos vem obt

lagoas de

Não existem problemas mecânicos de aeração, de retorno

Apenas o dimensionamento da lagoa deve scr bem calculado em fun

da carga de esgotos e das exigências dos organismos com relação à luz e

outros fatores. Torna-se necessária; entretanto, a observação atenta

drobi

blogo, a fim de controlar o rendimento obtido pelo sistema biológico.

A operação de uma estação de tratamento de esgotos, particularmente

das instalações de lodos ativados, outrora realizada quase que empiricamente,

tem sofrido, ultimamente sensíveis e proveitosas modificações graças aos


dados fornecidos pelos biólogos a respeito do verdadeiro papel das bactérias

aeróbias que facilitam ou prejudicam a depuração. A melhor compreensão

das funções biológicas, e das exigências dos microrganismos com relação

ao fornecimento de oxigênio e de nutrientes e conseqüente multiplicacão e

pr

odução de energia vem permitindo o estabelecimento de um critério mais

eguro na introdução do esgoto e do ar nos sistemas de lodos ativados

Outro problema cuja solução se encontra na dependência de maiores

estudos hidrobiológicos é o constituido pela eutrofização ou fertilização cres-

cente das águas, produzida por despejos in natura ou mesmo por efluentes

de estações de tratamento de esgotos, que são ricos em compostos de nitro-

gênio e fósforo. Tais substâncias, quando presentes nos mananciais em con-

centrações apenas superiores a 0,3 e a 0,01 mg/l respectivamente, determinam

proliferações maciças de algas que, por sua vez, causam sérios problemas

à utilização das águas, quer para abastecimento quer para fins recreacionais

e outros. A eliminação desses sais minerais dos efluentes de estações de tra-

tamento de esgotos, por processos fisico-químicos, bascados gcralmente na

floculação por meio de coagulantes, envolve despesas muito grandes. Atual

mente, procura-se, por meio de algas criadas em instalações especialmento

destinadas, promover a desmineralização biológica dos efluentes, se possível,

com o aproveitamento das grandes massas de material orgânico sintetiza

no proccsso

Uma outra possibilidade que vem sendo explorada nos últimos anos

é a remoção de nitratos pela transformação em nitrogênio livre, o que é


executado, em condições especiais, pelas chamadas bactérias desnitrificantes,

através do processo denominado desnitrificação biológica

Programas de análises hidrobiológicas de rotina

Os exames hidrobiológicos não devem ser feitos apenas em circunstân

cias especiais, calamitosas, ou em levantamentos sanitários com fins especi

ficos. É preciso que o engenheiro sanitarista compreenda, também, a necessi-

dade de se promover uma vigilância contínua da qualidade das águas de

abastecimento ou das condições de funcionamento de uma estação de tra

tamento de esgotos em operação, através de um programa de análises pe

riódicas, se possivel semanais, que permita prever com alguma antecedência

a eventualidade do aparecimento de problemas que são mais fäcil e econó

micamente solucionados por meio de medidas preventivas do que corretiva

O tratamento,-por exemplo, de um surto de algas em um manancial, mediante

o emprego de algicidas, depois de agravadas essas situações, pode implicar

em sérios prejuízos advindos da decomposição de grande número de mi-

crorganismos mortos pela ação do tóxico. Disto podem derivar grandes

concentrações de substâncias indesejáveis, ou mesmo um comprometimento

irreversível das instalacões de tratamento, sendo preferivel agir antes desses

organismos atingirem uma certa densidade, isto é, nas épocas em que se

verificar que a sua proliferação se faz em escala muito acentuada. As curvas

de desenvolvimento traçadas em análises periódicas realizadas durante um

ou mais anos consecutivos constituem a base para um programa eficiente

de tratamento preventivo, pois esses fenômenos muitas vezes tendem a se

repetir a intervalos regulares ou quando as condições de clima, bem como


s químicas e físicas da água são favoráveis. Constitui então,

uma boa medida, aumentar a freqüência dessas análises quando se aproxima

s caracteristica

época prevista para o aparecimento das perturbações (7)

lização desses programas de controle está na dependência da for

mação de técnicos competentes e obtenção de algum equipamento indispen

sável. Os estudos mais aprofundados, de previsão de eventuais problemas

aseados na composição, biológica e fisico-química do meio, realização ou

direção de levantamentos biológico-sanitários, bem como as pesquisas hidro-

biológicas en geral somente devem ser confiados a biólogos com bom pre

paro, sobretudo em sistemática, fisiologia e ecologia de organismos aquáticos

ob pena de se incorrer, com maior freqüência, em erros de previ

interpretação que poderão, algumas vezes, importar em prejuizos não só

nitários como também financeiros apreciáveis. Para a rotina de laboratório,

entretanto, que consiste principalmente na identificação dos microrganismos

mais freqüentes, na sua enumeração e traçado de gráficos correspondentes

ao seu desenvolvimento, não são necessários, geralmente mais do que técnicos

e senso

de nível médio preparados pelo biólogo, com bom discernimento

e responsabilidade e que, além de tudo, demonstrem real interesse por esse

tipo de trabalho

O laboratório deve ser localizado, tanto quanto possível, próximo ao

manancial em estudo. Quanto ao equipamento necessário, este se encontra

na dependência do nivel que se pretende dar à pesquisa em questão. Um

laboratório bem montado, com farto e moderno aparelhamento apresenta


antagem de fornecer ambiente para estudos de maior profundidade, mais

riqueza e maior precisão de dados e uma grande economia de tempo para

o pesquisador que poderá dedicar-se a maior número de trabalhos. Porém

a escassez de recursos não constitui argumento suficiente para privar um

rviço de abastecimento de águas ou de tratamento de esgotos dos indispen

sáveis es

tu

dos hidrobiológicos. Um biólogo competente e responsável nã

ará a essa tarefa, desde que possa contar com um microscópio comum

e uns poucos reagentes, além

e algumas lâminas de vidro, pipetas e frascos

de um necessário incentivo moral e pecuniário que Jhe permita dedicar-s

se possível, unicamente a essa tarefa.

as despes

pessoal técnico será amplamente compensada pelos inúmeros benefici

Deve-se lembrar, entretanto, que todas

as realizadas com aquisição de um equipamento razoável e bom

tantes desses estudos para a saúde pública e para a economia do tratamento.

Perspectivas para a Hidrobiologia Sanitária

titui um

desenvolver

hidrobiologia sanitária, como ciência relativamente nova que é, cons-

vasto campo de investigações e experimentações, tendendo a se

com o tempo. Muitos de seus problemas permanecem ainda sem


ão ou solucionados por processos poucos práticos, dispendiosos ou

inconvenientes por qualquer razão. A destruição de organismos na água

onstitui tarefa muito delicada, uma vez que essa água se destina a ser consu

mida por um organismo, que é o ser humano

No terreno do tratamento de águas, a hidrobiologia se ressente da falta

hoje, principalmente de estudos de natureza bioquínica mais aprofundados

sando estabelecer a composição das substâncias produzidas pelos micror

anismos, capazes de produzir sabor, odor, toxidez ou quaisquer outras

interferências nas águas de abastecimento. Vários pesquisalores têm-se dedi

cado a essa tarefa e alguns passos têm sido dados nesse sentido. Possivelmente

existirão, entretanto, muitos fenômenos de saúde pública, tais como reações

alérgicas por parte de alguns individuos da população, gastroenterites de

origem desconhecida e outras que se relacionem com a composição química

de certos microrganismos ou de suas secreções e produtos de decomposiçao

Tais substâncias alergenas ou levemente tóxicas, não induziriam qualquer

reação sensível, por parte do organismo humano, quando ingeridas em

pequena quantidade ou poucas vezes, mas a sua ingestão repetida, por muitos

meses ou mesmo muitos anos seguidos poderia redundar em respostas pato-

lógicas. Experiências com o fim de demonstrar fenômenos dessa naturcza

são muito dificilmente realizadas, uma vez que os animais de laboratório

nem sempre se prestam, por não reagirem do mesmo modo que o homem

à presença de uma substância tóxica ou alergena. A experimentação com

seres humanos exigiria um grupo muito grande de voluntários, dispostos

a se prestar a uma dieta rigida, obrigatória, por espaço de tempo igualmente

grande, a fim de se eliminar as respostas individuais, ou condicionadas por


toxinas alimentares, etc

Os problemas relacionad s com a ecologia de organismos de água dooe

são também numerosos e, en bora seja esse um campo que vem merecendo

estudos cada vez mais amplo : e aprofundados, muitos de seus aspectos per-

manecem ainda indeterminac os. Além dos fatores conhecidos, responsáveis

pela proliferação ou pela ini ição do desenvolvimento dos microrganismos

existe uma grande quantidavle dos chamados micronutrientes e dos que po-

deriam ser denominados m croinihidores que permanecem desconhecido

que somente poderão ser ievelados através de meticulosas determinações

microquímicas,

alta precisão. Da mesma fe rma, os estimulantes fisicos e climáticos de fraca

intensidade merecem estudı s mais detalhados. Esses estudos serão de enorme

utilidade, no chamado cont ote biológico dos microrganismos, o qual envolve

ainda estudos das relações e do comportamento que mantêm entre si, os

componentes das comuni Jades microbiológicas

que requere m técnicos dedicados e equipamento especial de

tuições de pesquisa, muito se têm dedicado à experimen

tação com substâncias qu e sejam tóxicas a microrganismos nocivos coma

finalidade de eliminá-los Ja população e várias dificuldades têm sido encon

tradas nesses trabalhos. A aplicação de tóxicos seletivos, com o fim de elimina

penas o grupo nocivo, nem sempre traz resultados satisfatórios, uma vez

que a simples eliminação de um grupo geralmente conduz ao super-desen-

vimento de outro, que antes não criava problemas e isto sucede porque

lestruido o concorrente mais forte, os elementos indispensáveis à vida ficam


disposição de outros que antes se achavam limitados. Além disso, a aplica-

substâncias à água exige sempre cuidados especiais, uma vez que podem

rejudicar a vida de peixes, assim como a do homem que dela se abastece

Com relação aos problemas criados pela poluição há, também, muito

ue ser estudado. Várias relações ecológicas da poluição e da autodepuração

ermanecem desconhecidas. Muita atenção tem sido prestada ultimamente

contaminação radiativa e, no campo da hidrobiologia, aos efeitos que a

esma pode produzir no meio, bem como aos fenômenos de acumulação

u potencialização da radiatividade por pårte de microrganismos resistentes

icam-se as indústrias que lançam aos mananciais despejos causadores

esse tipo de contaminação, com crescente perigo para a saúde, vida e here-

Aultipl

itariedade humana.

A realização de bioensaios, utilizando peixes, crustáceos e outros orga-

ismos para a mclhor compreensão desses é de outrus efeitos nocivos dos

iversos tipos de poluição, constitui uma das atividades fundamentais da

idrobiologia. Existem hoje, pelo menos em fasc de experimentacão, estações

estinadas à detecção biológica permanente da poluição nas quais se insta

m, além de potenciômetros, turbidímetros e colhedores automático

mostras periódicas, um aquário em que circula constantemente a água e

studo e no qual são colocados peixes e outros organismos que testemunham

ação deletéria de qualquer componente tóxico na água.

Merecem especial destaque, nesta linha de pesquisas, os estudos sobre

cfeitos ecológicos e fisiológicos causados por compostos orgânicos não

iodegradáveis, de utilização cada vez maior nas atividades industriais


grícolas e domésticas, tais como os inseticidas sintéticos, os detergentes de

adeia ramificada, os herbicidas, os PCB etc., os quais, por não serem

ecompostos pelá atividade biológica, tendem a acumular-se no meio am-

ente. Da mesma forma, alguns tóxicos potenciais e cumulativos, como

etais pesados, vêm sendo objeto de pesquisa intensiva pela possibilidade

e serem concentrados através das cadeias biológicas

Constitui ainda um terreno muito fértil, o da biologia do tratamento

sgotos e resíduos industriais (principalmente de industrias tipicas de

osso pais). Não foi determinado ainda, com precisão, o papel desempenhado

or vários tipos de microrganismos no processo da depuração. Entre estes

contra-se o vastissimo grupo dos fungos (o maior grupo vegetal conhecido)

ue, presente em grande número e representado por muitas espécies nos

parelhos de tratamento, sobretudo nos filtros biológicos, não tem merecido,

té hoje, maior atencão por parte dos biólogos. Muitos desses fungos são

pazes de digerir celulose e outras substâncias de dificil tratamento, sendo

esejável que se aprofundem, no futuro, pesquisas em torno dessas suas

possibilidades (9). Um campo que se abre, com imensas perspectivas, na

época que atravessamos, caracterizada pelas explosões demográficas e ca-

rências alimentares, é o da pesquisa de processos de recupcração de residuos,

seja mediante sua direta utilização como nutrientes e fertilizantes, seja por

intermédio de sua transformação, realizada através do metabolismo de mi-

crorganismos, em proteinas e outros compostos nutritivos. Um caso particular

utrientes minerais dos efluentes


de estações de tratamento de esgotos, tendo-se voltado, os sanitaristas, para

a solução biológica que, ultimamente começa a ser posta em prática. Esses

sais minerais servem, como já foi dito, de alimento às algas, que reproduzindo-

de recuperação é ligada à eliminação de n

intensamente, criam problemas ao uso da água para diversasinaldade

A solução biológica consiste em criar algas em compartimentos especiais

onsomem uma porcentagem considerável desses nutrientes. As

algas tem que ser removidas periódica e automaticamente dos compartimen-

tos, a fim de não atingirem a superpopulação, o que inibiria a sua própria

clevado teor

de proteínas, constituem um material de notável valor alimentício, podendo

destinar-se ao consumo pecuário ou mesmo, mediante adequado tratamento

nutrição humana. Há vários anos, vem-se cogitando uma solução dessa

ara os problemas do suprimento não só em carbohidratos, proteinas,

futuras

ões interplanetárias". Este ciclo resolveria também o problema da

quais c

reprodução e produtividade. As algas retiradas, dado o scu

gorduras e vitaminas, como também de oxigênio dos habitantes das

eliminação dos dejetos humanos e animais em tais estações (10) (I1)

Verifica-se que há, pois, panorama muito amplo de futuras realizações

no terreno da hidrobiologia sanitária. A solução dos problemas acima expos-

tos bem como a de muitos outros existentes, além desses, em muito contri

buirá para o desenvolvimento da técnica do tratamento de águas e resíduos.

a solução
desses problemas, deve procurar adquirir. conhecimentos básicos dessa ma

ria a fim de poder melhor interpretar os scus resultados e realizar aquilo

ue não está ao alcance do biólogo: a aplicação prática das inovações obti

O engenheiro sanitarista, além da colaboração do biólogo, para

pela experimentação. Nenhuma disciplina é suficiente, por si, para sa

biólogos e médicos de saúde pública constituem as peças indispensáveis,

de um sistema que opera com um objetivo comum, constituido pela preser-

humano de-

endo a auto-suficiência ser combatida como elemento prejudicial ao sistema

e como empecilho às suas realizações fundamentais. Saúde pública significa

a incom-

tisfazer os anseios fundamentais de saúde pública. Engenheiros, quimi

vação das condições ideais que formam o ambiente ecológico

preservação da espécie e, como tal, não pode ser manipulada pel

petencia e pela irresponsabilidade

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