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QUÍMICA FARMACÊUTICA II

2018/2019

Componente prática laboratorial


Introdução

QUÍMICA FARMACÊUTICA II – COMPONENTE PRÁTICA LABORATORIAL


1. OBTENÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS

Fontes naturais
Síntese

2. CONTROLO DE QUALIDADE DAS MATÉRIAS-PRIMAS

3. CONTROLO DE QUALIDADE DE MEDICAMENTOS E


ESPECIALIDADES FARMACÊUTICAS

Análise Farmacêutica
Análise Farmacopeica
• Química Geral e Inorgânica
Revisão e aplicação de: • Química Orgânica I e II
• Métodos Instrumentais de Análise I e II
• Química Analítica I e II
• Química Farmacêutica I
Introdução

Algumas definições...

Medicamento

Toda a preparação farmacêutica contendo um ou mais fármacos, destinada ao


diagnóstico, prevenção ou tratamento de doenças ou à correcção ou modificação de
funções orgânicas.

Especialidade farmacêutica

Toda a preparação farmacêutica apresentada no mercado em embalagem própria,


destinada a ser entregue ao consumidor, e com uma designação ou marca própria.
Introdução
CONTROLO DE QUALIDADE de medicamentos
ANÁLISES
1) Ensaios de identificação FARMACOPEICAS
* Ensaios químicos, * Determinação do Ponto de Fusão, * Espectrofotometria no
IV, * Cromatografia em Camada Fina, etc...

2) Ensaios limite de impurezas ENSAIOS LIMITE


qualitativos
semi-quantitativos
3) Ensaios de doseamento quantitativos

Métodos Clássicos
Gravimetrias
Volumetrias *ácido-base ANIDROVOLUMETRIAS

*oxidação-redução
*precipitação
*complexação
Métodos Instrumentais
*Espectrofotometria UV/Vis,...
Espectroscópicos
*GC, * HPLC, ...
Cromatográficos
QUÍMICA FARMACÊUTICA II - Trabalhos práticos laboratoriais Introdução

Trabalho nº 1
Identificação e doseamento de metronidazol em comprimidos
Trabalho nº 2
Ensaios de pureza da dextrose
Trabalho nº 3
Identificação e doseamento de flurbiprofeno em drageias
Trabalho nº 4
Identificação e doseamento de cloridrato de tetraciclina em cápsulas
Trabalho nº 5
Parte I: Doseamento de um esteroide numa pomada
Parte II: Pesquisa de esteroides estranhos aparentados em prednisona (matéria-prima)
Trabalho nº 6
Ensaios de pureza do álcool
Trabalho nº 7
Doseamento do Ibuprofeno em comprimidos
Trabalho nº 8
Identificação e doseamento do Aciclovir em comprimidos
Anidrovolumetrias

ANIDROVOLUMETRIAS
volumetrias em solvente não aquoso

Método analítico que permite obviar problemas resultantes do


comportamento anfotérico da água
É muito usado no doseamento de ácidos fracos e bases fracas que, por serem
demasiadamente fracos, não podem ser titulados em meio aquoso

Ex. aminoácidos, compostos heterocíclicos


nitrogenados, aminas, sulfas, entre outros H2O como solvente teria um
compostos amplamente utilizados no domínio efeito dominante e competiria
das Ciências Farmacêuticas com a substância a dosear pelo
titulante

Cuidados a ter para garantir o meio anidro na titulação

• Os reagentes precisam de estar anidros (exigem preparação especial e por isso são mais caros)
• Material convenientemente seco (140 ºC por 2 h)
• Se necessário aquecimento, deve ser feito em mantas ou placas eléctricas
(nunca em banho de água)
• Trabalho em hotte – reagentes corrosivos e muito concentrados
Anidrovolumetrias

Natureza do solvente – sua importância nas reacções ácido-base


Segundo Bronsted e Lowry, ácidos são todas as partículas capazes
de doar protões e bases aquelas que os conseguem aceitar

A capacidade das substâncias actuarem como ácidos ou como bases depende da


natureza do solvente no qual elas se encontram dissolvidas
RCOOH + H2O RCOO- + H3O+
Dissociação incompleta

Compostos pKa
Ácidos Minerais ~1
Ar-COOH ~4
R-COOH ~5
Fenóis ~10

ArNH2 + H2O ArNH3+ + OH-


Dissociação incompleta

Compostos pKa
Anilinas ~5
Piridinas ~6
Aminas Alifáticas ~11

EFEITO DIFERENCIADOR DO SOLVENTE


(reacção não quantitativa entre solvente e soluto)
Anidrovolumetrias

EFEITO NIVELADOR DO SOLVENTE

reacção quantitativa entre o soluto e o solvente


Todas as bases ou os ácidos se comportam do mesmo modo quando estamos na presença de um solvente
que exerce o seu efeito nivelador. Assim, se o solvente é um:

Ácido forte
ArNH2 + CH3COOH ArNH3+ + CH3COO-
Dissociação completa

A força aparente de uma base depende da acidez do solvente

Base forte

RCOOH + NH3 RCOO- + NH4+


Dissociação completa

A força aparente de um ácido depende da basicidade do solvente


Anidrovolumetrias
SOLVENTES USADOS EM ANIDROVOLUMETRIAS
Apróticos
• baixa constante dieléctrica
Ex: acetona, benzeno, clorofórmio, tetracloreto de carbono, dioxano • carácter neutro
• quimicamente inertes
Protofílicos S + HB SH+ + B-
Solvente Ácido Protão Base conjugada
básico solvatado do ácido • alta constante dieléctrica
• carácter básico
Ex: amónia, etilenodiamina, dimetilformamida, piridina • efeito nivelador sobre ácidos

Protogénicos SH + B: S- + BH+
Solvente Base Ácido conjugado • alta constante dieléctrica
ácido da base • carácter ácido
• efeito nivelador sobre bases
Ex: ácido fórmico anidro, anidrido acético, cloreto de sulfonilo
Anfipróticos
CH3COOH + B: CH3COO- + BH+
• alta constante dieléctrica
CH3COOH + HB CH3COOH2+ + B- • protofílicos e protogénicos
ião acetónio
Ex: ácido acético glacial, álcoois (metanol, etanol, isopropanol...)

A água também é uma partícula anfiprótica mas, como é óbvio,


não pode ser usada em anidrovolumetrias!
Anidrovolumetrias

CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DOS SOLVENTES A USAR EM


ANIDROVOLUMETRIAS

• O solvente não deve ser consumido em reacções secundárias com o titulante e/ou com o
titulado

• O solvente deve dissolver a substância a titular numa concentração mínima de 0,01 N

• O solvente usado deve ter a capacidade de dissolver o produto da reacção de titulação

• O solvente deve permitir uma fácil visualização do ponto final, com ajuda de indicadores
visuais ou por potenciometria

• O solvente deve ter baixo custo e idealmente será de fácil preparação


Anidrovolumetrias
DOSEAMENTO DE SUBSTÂNCIAS DE NATUREZA BÁSICA
T1
Solventes: natureza neutra ou ácida
N
- protogénico (ácido acético glacial - o mais usado - ou anidrido O 2N CH3
N
acético - no caso de bases muito fracas)
CH2CH2OH

- protogénico + aprótico (ácido acético glacial + dioxano)


a presença deste ião
Titulante: torna as soluções
fortemente ácidas
- ácido perclórico em meio acético

HClO4 + CH3COOH CH3COOH2+ + ClO4-


ião Acetónio
partícula mais ácida que o ião hidrónio (H3O+)

Teor de água deve ser inferior a 0,05%  pode adicionar-se Anidrido Acético

Detecção do ponto final da volumetria:


- bases com pka ≈ 4 em água  indicadores visuais de ácido-base
- bases com pka = 1-4 em água  detecção potenciométrica
Anidrovolumetrias

Reacções:

1. Dissolução da base no solvente adequado

R-NH2 + CH3COOH R-NH3+ + CH3COO-

2. Titulação da solução com um ácido mais forte que o solvente

HClO4 + CH3COOH ClO4- + CH3COOH2+

CH3COOH2+ + CH3COO- 2 CH3COOH

R-NH2 + HClO4 R-NH3+ + ClO4- Equação geral

Princípio de Le Chatelier – esta reacção desloca o equilíbrio da primeira no


sentido da formação do ião acetato
Anidrovolumetrias

DOSEAMENTO DE BASES SOB A FORMA DE SAIS


Muitos fármacos estão disponíveis na forma de sais ácidos
como cloridratos, bromidratos...

R-NH2 . HX R-NH3+ + X-
BASES MUITO FRACAS
(Cl-, Br-, I-) que não reagem
quantitativamente com HClO4
acetoso

1. Substituição do ião halogeneto (X-) por quantidade equivalente de ião CH3COO-

Hg(CH3COO)2 + 2 X- HgX2 + 2 CH3COO-

O acetato mercúrico só se dissocia na presença de halogenetos e origina o ião acetato no


meio, que em ácido acético é uma base forte
2. Titulação com HClO4 acetoso

CH3COO- + CH3COOH2+ 2 CH3COOH


Anidrovolumetrias
DOSEAMENTO DE SUBSTÂNCIAS DE NATUREZA ÁCIDA
Solventes: natureza básica ou aprótica
- protofilíco
- aprótico

Titulante:

- metóxido de potássio (sódio ou lítio) em soluções de metanol-benzeno ou metanol-tolueno


- hidróxido de tetrabutilamónio

CH3OK + H2O CH3OH + KOH

CO2 + H2O H2CO3

H2CO3 + 2 CH3OK 2 CH3OH + K2CO3

Titulação deve ser conduzida em meio anidro


e em atmosfera inerte
Anidrovolumetrias

Reacções:

1. Dissolução do ácido

R-COOH + C5H5N RCOO- + C5H5NH+


ou
R-CONH2

2. Titulação da solução com uma base mais forte que o solvente

C5H5NH+ + CH3OK C5H5N + CH3OH + K+

R-COOH + CH3OK RCOO- + K+ + CH3OH Equação geral

Detecção do ponto final da volumetria:


- ácidos com pka ≈ 7 em água  indicadores visuais de ácido-base
- ácidos com pka = 7-11 em água  detecção potenciométrica
Anidrovolumetrias

Vantagens das Anidrovolumetrias


▪ método rápido e exacto
▪ é possível titular dois ou mais fármacos em mistura pela escolha adequada do
solvente
▪ como um grande número de fármacos é ácido fraco ou base fraca é de grande
amplitude de uso em análise farmacêutica
▪ também podem ser usadas para:
- substâncias que sejam insolúveis em água (titulante, titulado ou produtos da reacção)
- substâncias que reajam com a água (ex. facilmente hidrolizáveis)
Desvantagens das Anidrovolumetrias
▪ os solventes orgânicos usados apresentam
COEFICIENTES DE EXPANSÃO CÚBICA ELEVADOS

Pequenas variações de temperatura de


ensaio provocam alterações não
desprezáveis do volume do titulante e a
concentração da solução varia
Anidrovolumetrias

Ácido Acético Glacial possui elevado coeficiente de expansão cúbica

Determinação do título do ácido perclórico em solução acética à temperatura de ensaio:


Ácido preclórico não é uma substância primária e as soluções necessitam ser tituladas

Dissolver 0,1 g de biftalato de potássio bem seco (2 horas a 110 ºC) em 20 ml de ácido
acético anidro (com ligeiro aquecimento).
Deixar arrefecer e titular com solução acética de ácido perclórico 0,1 M na presença de II
gotas de verde malquite TS. Seja n o volume (ml) gasto.
Realizar ensaio em branco. Seja n’ o volume (ml) gasto neste ensaio.
COOK COOH
HClO4 KClO4
Anotar a temperatura da titulação (t0). COOH COOH

Título θ0 = p / [(n-n’) x 0,204] p = peso da amostra (g)


0,204 = meq de biftalato de potássio

Título à temperatura ambiente do ensaio θt = θ0 [1+0,0011(t0-t)]

t = temperatura ambiente do ensaio


t0 = temperatura na padronização
0,0011 = coeficiente de expansão
cúbica do ácido acético anidro
T1 Identificação e doseamento de metronidazol em comprimidos
Trabalho nº 1

Identificação e doseamento de Metronidazol em comprimidos

4 3
N Metronidazol
5 2
O2N CH3
N1 1-(2-hidroxietil)-2-metil-5-nitroimidazol
CH2CH2OH
C6H9N3O3 Mr = 171,2

Actividade terapêutica
• derivado nitroimidazólico usado em terapêutica antimicrobiana
• actua exclusivamente sobre microorganismos que se desenvolvem em meio anaeróbio (bactérias ou
protozoários)

Especialidade farmacêutica: Flagyl


Forma farmacêutica: comprimidos doseados a 250 mg de substância activa

Análise farmacopeica (técnica adaptada da BP 2001)


T1 Identificação e doseamento de metronidazol em comprimidos

Identificação
Ensaio A
“A. Com agitação magnética, extraia uma quantidade de comprimidos pulverizados
correspondente 100 mg de Metronidazol com 40 ml de clorofórmio durante 15 min. Filtre e
evapore o filtrado até à secura.
Registe o espectro no IV do resíduo obtido e compare-o com o espectro de referência do
Metronidazol.”

▪ Pulverização dos comprimidos em almofariz de porcelana


▪ Extracção do princípio activo com clorofórmio (agitação magnética durante 15
min.)
▪ Filtração por filtro de pregas e evaporação do solvente em evaporador rotativo até
obtenção de um resíduo
▪ Registo do espectro no IV da substância isolada (em discos de KBr) e comparação
com o espectro de referência do Metronidazol presente na BP
T1 Identificação e doseamento de metronidazol em comprimidos

Espectro no infravermelho de uma amostra de Metronidazol

Bandas principais: 1187, 1535, 1070, 1265, 745, 1160 (em discos de KBr)
Espectrofotometria no infravermelho

Espectrofotometria de absorção no Infravermelho (IV)


A absorção de radiação electromagnética na região do IV (400 a 4000 cm-1) provoca
mudanças nos movimentos vibracionais e rotacionais das moléculas e, normalmente,
é de elevada utilidade na detecção de grupos funcionais, visto que estes possuem
ligações com frequências de vibração específicas

a cada espectro no IV corresponde apenas uma substância -especificidade-

Espectrofotómetro de IV: relaciona intensidade da radiação incidente na amostra e


da radiação transmitida após passagem pela amostra

Preparação da amostra:
As amostras sólidas são analisadas na forma de discos de brometo de potássio ou cloreto de
sódio (substâncias transparentes às radiações no infravermelho) e necessita-se apenas de uma
pequena quantidade de amostra que é depois comprimida após ser diluída em KBr

As amostras líquidas serão analisadas entre dois discos de brometo de potássio


Espectrofotometria no infravermelho

Uso de espectrofotometria no IV em ensaios de identificação farmacopeicos

Após registo do espectro no IV da amostra surgem duas hipóteses:

• O espectro da amostra é obtido nas condições descritas na Farmacopeia e é


depois comparado com o espectro padrão do princípio activo presente na
Farmacopeia

• O espectro da amostra é comparado com o espectro da substância química de


referência (SQR), obtido no mesmo espectrofotómetro e nas mesmas condições
laboratoriais (desvantagens: substâncias muito caras e dificuldade na obtenção de
padrões de certas substâncias controladas legalmente)

O espectro problema deve exibir máximos que correspondem em posição e


intensidade relativa aos do espectro de referência ou aos do espectro da substância
padrão (sobreponíveis)
T1 Identificação e doseamento de metronidazol em comprimidos

Ensaio B
“B. A uma quantidade de pó correspondente a 200 mg de Metronidazol adicione 4 ml de
uma solução a 0,5 M de ácido sulfúrico, agite e filtre. Ao filtrado junte 10 ml de solução de
ácido pícrico R1 e deixe repousar. O ponto de fusão do precipitado formado é de cerca de
150 ºC, após filtração, lavagem com água e secagem a 105 ºC.”

▪ Em tubo de ensaio com rolha adicionar ácido sulfúrico à quantidade indicada de


comprimidos reduzidos a pó

▪ Agitação manual para dissolução do composto e filtração por filtro de pregas

▪ Adição de ácido pícrico, arrefecimento em banho de gelo e recolha do precipitado em


funil de Büchner. Lavagem dos cristais com água fria e secagem em estufa a 105 ºC

▪ Determinação do ponto de fusão do derivado sintetizado em microscópio de Köfler


T1 Identificação e doseamento de metronidazol em comprimidos

Formação do sal do ácido pícrico com o metronidazol

O derivado sintetizado no ensaio B é um sal formado entre o ácido pícrico


(fenol muito ácido devido ao efeito -i dos grupos nitro presentes na molécula)
e o azoto do grupo imina (mais básico do que a amina presente na molécula,
cujos electrões fazem parte do sexteto aromático)
OH
H O-
N O2N NO2 N+ O2N NO2
O2N CH3 + O2N CH3
N N
CH2CH2OH CH2CH2OH
NO2 NO2

Ácido Pícrico Picrato de Metronidazol

Sal do ácido pícrico

Pode também formar-se um


Precipita do meio reaccional complexo molecular entre o
metronidazol e o ácido pícrico
Determinação do ponto de fusão
do derivado (cerca de 150 ºC)
T1 Identificação e doseamento de metronidazol em comprimidos

Ensaio C

“C. Aqueça em banho de água durante 5 minutos uma quantidade de pó que contenha 10
mg de Metronidazol com 1 ml de água, 10 mg de zinco em pó e 0,25 ml de ácido clorídrico
3 M. Arrefeça em banho de gelo, adicione 0,5 ml de solução de nitrito de sódio, 0,5 ml de
solução de β-naftol e 2 ml de hidróxido de sódio 5 M. Aparece no meio uma intensa
coloração vermelha ou alaranjada.”

▪ Em tubo de ensaio aquecer o pó resultante da pulverização dos comprimidos em


água adicionada de zinco e ácido clorídrico
▪ Agitação para dissolução do metronidazol e dos produtos da reacção e
aquecimento para promover a redução do grupo nitro
▪ Observação da formação da cor característica do diazocomposto obtido (laranja ou
vermelho)
T1 Identificação e doseamento de metronidazol em comprimidos

Identificação de grupos amina(s) primário(s) aromático(s)


após redução do grupo nitro aromático

1. Redução do grupo nitro aromático a amina primária por acção do zinco em meio de ácido clorídrico
N N
O2N CH3 H2N CH3 +
N + 3 Zn + 6 H+ 3 Zn+ + 2 H2O
N
CH2CH2OH CH2CH2OH

2. Reacção de diazotação de aminas primárias aromáticas

N + N
H2N CH3 + HNO2 + HCl Cl- N N CH3 + 2 H2O
N N
CH2CH2OH CH2CH2OH
Sal de diazónio

3. Reacção de acoplamento do sal de diazónio com o β-naftol


N
CH3
N N
N
CH2CH2OH
+ N OH OH
OH-
Cl- N N CH3 + + HCl
N
CH2CH2OH
Diazocomposto de cor
vermelha ou alaranjada
T1 Identificação e doseamento de metronidazol em comprimidos
Doseamento
▪ Pesagem de 20 comprimidos e cálculo do peso médio
P médio = somatório das massas de 20 comprimidos / 20
▪ Pulverização dos comprimidos necessários para efectuar a pesagem de uma quantidade
de pó correspondente a 50 mg de Metronidazol
▪ Transferência quantitativa para matraz com rolha e adição de 40 ml de anidrido acético
▪ Aquecimento em placa durante 3 min., para promoção da dissolução
▪ Adição de duas gotas de verde malaquite TS

ANIDROVOLUMETRIA

▪ Titulação com ácido perclórico 0,1 M VS. Nota: efectuar um ensaio em branco
▪ Cálculo da quantidade de Metronidazol por comprimido, comparação com a dosagem
especificada na especialidade farmacêutica e com o intervalo estipulado pela BP
T1 Identificação e doseamento de metronidazol em comprimidos

Titulante: Ácido perclórico 0,1 M


Anidrovolumetria usada no doseamento do Metronidazol ácido acético
Solvente: Anidrido acético
1. Dissolução do metronidazol em anidrido acético
Indicador: Verde malaquite

Par de electrões do N tipo imina não faz parte do sexteto


aromático (aquando do ataque não há perda de
N Azoto do tipo imina
aromaticidade)
O2N CH3
N Par de electrões do N tipo amina (aparentemente mais
CH2CH2OH básico) faz parte do sexteto aromático e como perde
Azoto do tipo amina aromaticidade se houver ataque forma um ião muito
instável... Além disso, o grupo nitro em ortho tem
O Azoto que funciona como efeito -i muito pronunciado e diminui a disponibilidade
nucleófilo é o N da imina dos electrões para o ataque.

O O O
H3C O CH3 H3C
O
N H3C
+ +
N N
O2N CH3 + O + CH3COO
-
N O2N CH3 O2N CH3
H3C N N
CH2CH2OH O CH2CH2OH CH2CH2OH

Ião acilamónio
do Metronidazol
T1 Identificação e doseamento de metronidazol em comprimidos

2. Titulação com ácido perclórico (0,1 N) em ácido acético e verde malaquite como indicador

HClO4 + CH3COOH ClO4- + CH3COOH2+


partícula
Ião acetónio
titulante
CH3COOH2+ + CH3COO- 2 CH3COOH
O
N O H3C
H3C +
O2N CH3 + O + HClO4 N -
N + ClO4 + CH3COOH
H3C O2N CH3
CH2CH2OH N
O
Reacção global CH2CH2OH

Cálculos
1 mol HClO4 0,1M  CH3COOH2+  CH3COO-  1 mol Metronidazol
171,2 g Metronidazol 10000 ml HClO4 0,1M
xg (ve-vb) ml HClO4 0,1M
x toma de ensaio
y peso médio dos comprimidos

y = quantidade de Metronidazol por comprimido


T2 Ensaios de pureza da dextrose
Trabalho nº 2

Ensaios de pureza da Dextrose (matéria-prima)

CH2OH Dextrose ou glucose mono-hidratada


H OH [Mono-hidrato de D-(+)-glucopiranose]
H . H2O
OH H
OH OH C6H12O6 . H2O Mr = 198,2
H OH

A glucose é um açúcar (monossacarídeo) normalmente obtido por hidrólise ácida do amido

Características importantes
Pó cristalino branco, bastante solúvel em água e ligeiramente solúvel em álcool e que
possui uma molécula de água de hidratação

A glucose é usada na preparação de soluções injectáveis para administração endovenosa


como fonte de energia em casos de desidratação ou hipoglicemia, ou como veículo para a
administração de fármacos (soros glucosados)

Análise farmacopeica (técnica adaptada da USP 2002)


T2 Ensaios de pureza da dextrose

Identificação
“A 2 ml de solução alcalina cupri-tartárica TS (1 ml de solução A e 1 ml de solução B adicionados no
momento do ensaio) aquecida, adicione algumas gotas de solução de Glucose (1:20). Observe.”

É um ensaio não limite que utiliza uma reacção não específica para a glucose

A reacção de Fehling faz uso das propriedades demonstradas pela


glucose, que possui um grupo aldeído livre ou potencialmente livre, e
que em meio alcalino tem propriedades redutoras (reduz Cu2+ a Cu+)

2 RCHO + 2 Cu2+ + 4 OH- Cu2O + 2 RCOOH + H2O


óxido cuproso
(cor avermelhada)
O ensaio é realizado adicionando a uma solução problema de glucose (1:20) o
reagente preparado extemporaneamente (as mesmas quantidades de solução
A e de solução B) e aquecendo para acelerar a reacção
Solução A: Sulfato cúprico a 7 %
Solução B: Tartarato duplo de sódio e potássio a 33 % em meio alcalino
T2 Ensaios de pureza da dextrose

Controlo de qualidade da Dextrose - ensaios limite


Cor da solução

“Dissolva, a quente, 25 g de Glucose em água e perfaça, com o mesmo solvente, 50 ml.


A solução não deve apresentar coloração mais intensa do que a de uma solução obtida por
mistura de 1,0 ml de cloreto de cobalto CS, 3,0 ml de cloreto férrico CS, 2,0 ml de sulfato cúprico
CS e água até 10 ml, e diluindo 3 ml desta solução com água até perfazer 50 ml.”

Solução primária vermelha


É um ensaio limite semi-quantitativo:
a solução de glucose preparada não deve apresentar cor mais intensa do que
uma solução obtida por mistura de soluções de cloreto de cobalto, cloreto férrico e
sulfato cúprico numa determinada proporção

Solução primária azul Solução primária amarela


T2 Ensaios de pureza da dextrose

Acidez
“Dissolva, com auxílio de calor, 5,0 g de Glucose em 50 ml de água previamente
fervida e arrefecida ao abrigo do ar. Adicione fenolftaleína TS (solução deve
permanecer incolor) e titule com NaOH 0,020 N.
Não deve gastar na neutralização mais do que 0,30 ml de NaOH 0,020 N.”

A fonte mais usual de glucose é a hidrólise ácida de amido


(a acidez pode, assim, estar aumentada)

É um ensaio limite quantitativo:

volumetria directa ácido/base (indicador: fenolftaleína)

NaOH + HCl NaCl + H2O

não deve gastar mais do que 0,30 ml de NaOH 0,020 N e deve-se fazer um
ensaio em branco e utilizar água isenta de dióxido de carbono
T2 Ensaios de pureza da dextrose

Cloretos
“Dissolva 2,0 g de Glucose em 30-40 ml de água. Adicione 1 ml de ácido nítrico, 1 ml de
nitrato de prata TS e água até 50 ml. Homogenize e deixe em repouso ao abrigo da luz
solar durante 5 min.
Compare a turvação, caso exista, com a produzida por uma solução, preparada
simultaneamente, contendo 0,50 ml de ácido clorídrico 0,020 N e 30-40 ml de água
adicionada dos mesmos reagentes e perfazendo o volume de 50 ml com água.”

É um ensaio limite semi-quantitativo:


comparação da turvação (caso exista) de uma solução de glucose e nitrato de
prata em meio ácido com outra solução que possui a quantidade máxima de
cloretos permitida e adicionada dos mesmos reagentes

Cl- + AgNO3 AgCl + NO3-

precipitação de um sal pouco solúvel (AgCl)


da impureza a testar
T2 Ensaios de pureza da dextrose

Sulfatos
“Dissolva 2,0 g de glucose em 30-40 ml de água. Adicione 1ml de ácido clorídrico 3 N, 3
ml de solução de cloreto de bário TS e água até 50 ml. Homogenize, deixe em repouso 10
minutos e compare a turvação, se existir, com a produzida por uma solução, preparada
simultaneamente, que contenha 0,50 ml de H2SO4 0,020 N em 30-40 ml de água
adicionada dos mesmos reagentes e perfazendo o volume de 50 ml com água.”

É um ensaio limite semi-quantitativo:

formação de um sal pouco solúvel (sulfato de bário) e comparação da


turvação da solução problema com uma solução contendo a quantidade
máxima de sulfatos que é imposta pela Farmacopeia dos Estados Unidos

SO42- + BaCl2 BaSO4 + 2 Cl-


T2 Ensaios de pureza da dextrose

Arsénio
É um ensaio limite semi-quantitativo colorimétrico:

É uma impureza universal e o seu teor é, normalmente, expresso em ppm


(o limite imposto é de 1 ppm)

O arsénio pode existir sob as mais variadas formas:


AsO3 (anidrido arsenioso)
As2O5 (anidrido arsénico)
Arsenitos
Arseniatos
Metarsenitos

2 HCl + Zn H2 (g) + ZnCl2

Arsénio (As) + H2 AsH3 (g)


arsina
AsH(HgBr)2
AsH3 + HgBr2 AsH2HgBr + HBr
As(HgBr)3
papel impregnado com complexo corado
brometo de mercúrio As2Hg3
T2 Ensaios de pureza da dextrose

Dextrinas
“Dissolva 1 g de amostra em 30 ml de álcool a 90% (v/v) e leve a solução à ebulição em
placa de aquecimento. A Dextrose dissolve completamente.
Arrefeça e observe. O aspecto da solução não deve sofrer nenhuma modificação.”

Conjunto de polímeros de fórmula geral (C6H10O5)n.H2O


Impurezas comuns na dextrose produzidas pelo aquecimento a seco do amido e/ou por hidrólise
do amido catalisada por ácido ou enzimática
As dextrinas são insolúveis em álcoois e, por isso, quando a dextrose é dissolvida em etanol não podem
permanecer resíduos insolúveis
Amido solúvel
“A uma solução de 1 g de Dextrose em 10 ml de água adicione I gota de iodo TS. O líquido
deve ficar corado de amarelo.”

polímero de fórmula geral (C6H10O5)n


polímero de origem vegetal (amilose + amilopectina) que origina glucose quando ocorre a sua
hidrólise, pode estar aumentado por hidrólise insuficiente

I2 (s) + 2 e- 2 I- I2 (aq) + I- I3-

coloração amarela acastanhada


Mudança de cor para azul revela existência de amido
T3 Identificação e doseamento de flurbiprofeno em
Trabalho nº 3 drageias

Identificação e doseamento de Flurbiprofeno em drageias


3
COOH
2 1 Flurbiprofeno
4
3
2 ácido (RS)-2-(2-fluor-4-bifenil)propiónico
1
F

C15H13FO2 Mr = 244,3

Características importantes
Pó cristalino branco, praticamente insolúvel em água, bastante solúvel em clorofórmio, éter e outros
solventes orgânicos; também se dissolve em soluções aquosas diluídas de hidróxidos de metais alcalinos

Actividade terapêutica
Fármaco anti-inflamatório não esteróide, derivado do ácido propiónico, com acção analgésica e
antipirética
Especialidade farmacêutica: Froben
Forma farmacêutica: drageias doseadas a 50 mg ou 100 mg de p.a.
Análise farmacopeica (técnica adaptada da BP 2001)
T3 Identificação e doseamento de flurbiprofeno em
drageias
Identificação
Pulverização de 3 drageias em almofariz de porcelana

Extracção do princípio activo com éter dietílico (processo contínuo sólido/líquido em


extractor de Soxhlet)

Evaporação do solvente extractor com auxílio da pressão reduzida

Recristalização do resíduo do sistema de solventes metanol/água


Os cristais assim obtidos devem satisfazer aos seguintes ensaios:
Ensaio A
Registo do espectro no IV da substância isolada (em discos de KBr) e comparação com o
espectro de referência do Flurbiprofeno presente na Farmacopeia Britânica

Bandas principais: 1695, 1220, 707, 930, 773, 960 (em disco de KBr)

Ensaio C
Determinação do ponto de fusão dos cristais (114 ºC)
T3 Identificação e doseamento de flurbiprofeno em
drageias

Espectro no infravermelho de uma amostra de Flurbiprofeno

Exemplos de
frequências de vibração Zona da impressão digital
no infravermelho de -O H -C = O
alguns grupos
funcionais presentes no
Flurbiprofeno
T3 Identificação e doseamento de flurbiprofeno em
drageias

Ensaio B
“B. Aqueça num tubo de ensaio 0,5 ml de mistura sulfocrómica em banho de água
durante 5 min; a solução humedece facilmente as paredes do tubo e não tem aspecto
gorduroso. Adicione, de seguida, 2 ou 3 mg de cristais e aqueça em banho de água por 5
min; a solução escurece e não molha as paredes do tubo de ensaio.”

Método químico direccionado para a detecção de Flúor em moléculas orgânicas

A solução sulfocrómica consegue molhar as paredes do tubo, mas as paredes do


tubo já não aparecem molhadas após adição à solução de um composto orgânico
com pelo menos um átomo de flúor e depois de se proceder ao seu aquecimento

Mudanças na viscosidade e tensão


superficial da solução
T3 Identificação e doseamento de flurbiprofeno em
drageias
Doseamento
Pesagem de 20 drageias e cálculo do peso médio (P)

P médio= somatório das massas de 20 drageias / 20

Pulverização das drageias necessárias para efectuar a pesagem de uma quantidade


de pó correspondente a 0,1 g de Flurbiprofeno (P1)

Doseamento por espectofotometria no UV, determinando a absorvência a  = 247 nm e


tomando em linha de conta o valor de A 11 cm
% a 247 nm neste solvente como sendo de 802

Cálculo da quantidade de Flurbiprofeno por drageia

Comparação do resultado obtido com a dosagem inscrita na embalagem da especialidade


farmacêutica em análise e comparação com o intervalo estipulado pela BP (2002)
T3 Identificação e doseamento de flurbiprofeno em
drageias
P1 100,00 ml
NaOH 0,1 M

10,00 ml 100,00 ml
NaOH 0,1 M

10,00 ml 100,00 ml
NaOH 0,1 M

Cálculos: A ( = 247 nm)


1 g / 100 ml A 1% contra ensaio em branco
1 cm
x g / 100 ml A
Considerar A 11 cm
% = 802 a um máximo de 247 nm e, entrando em linha de conta com as

diluições efectuadas, achar a massa de Flurbiprofeno correspondente a P1 (z)

z mg P1
y mg P (peso médio das drageias)

y = mg de flurbiprofeno / drageia

Nota: as drageias estão doseadas a 50 ou a 100 mg de Flurbiprofeno


Espectrofotometria no ultravioleta e visível

Espectrofotometria de absorção no Ultravioleta e no Visível


(200 – 800 nm) e o seu uso em análise quantitativas

A absorvência (A) de uma dada solução é proporcional à espessura (b) da camada atravessada
ou percurso óptico e à concentração (c) da solução da substância a determinar

A=cb

Sendo  a absortividade molar com b expresso em cm e c em mol/l

Mantendo as mesmas condições e instrumentação é possível,


sabendo as absorvências de duas soluções da mesma
substância e em que apenas uma tem concentração
desconhecida, determinar essa mesma concentração
Espectrofotometria no ultravioleta e visível

Alternativamente,

Quando não é necessária ou mesmo possível a preparação de uma solução padrão de


uma dada substância, e sabendo o valor de A 11 cm
% de uma substância, a um dado

comprimento de onda, pode calcular-se a concentração de uma solução problema

A 1% = A c = 1 g / 100 ml
1 cm c . b b = 1 cm

Sendo A 11 cm
% a absorvência específica de uma substância dissolvida e que

corresponderá à absorvência de uma solução com concentração 1% (m/v) num


percurso óptico de 1 cm, num dado comprimento de onda e num determinado
solvente:

A 1%
= 10 . 
1 cm
Mr
T4 Identificação e doseamento de cloridrato de tetraciclina em cápsulas
Trabalho nº 4

Identificação e doseamento de Cloridrato de Tetraciclina em cápsulas


OH O OH O Cloridrato de Tetraciclina
OH
CONH2
(4-dimetilamino-1,4,4a,5,5a,6,11,12a-octa-hidro-3, 6,10,12,12a-
• HCl penta-hidroxi-6-metil-1,11-dioxonaftaceno-2-carboxamida)
OH
HO CHH H
3 N(CH3)2
C22H24N2O8 . HCl Mr = 480,9
Características
Pó cristalino amarelo, solúvel em água, pouco solúvel em álcool e praticamente insolúvel em éter;
também se dissolve em soluções aquosas diluídas de hidróxidos de metais alcalinos, mas, por repouso,
as soluções turvam devido à precipitação de Tetraciclina – substância anfotérica
Substância fluorescente à luz UV (365 nm) que escurece após exposição à luz solar e que sofre
epimerizações
Actividade terapêutica
Fármaco antibiótico bacteriostático, inibidor da síntese proteica e que pertence ao grupo das
tetraciclinas, possuindo um largo espectro de acção
Especialidade farmacêutica: Ciclobiótico * (retirada do mercado)
Forma farmacêutica: Cápsulas doseadas a 250 ou a 500 mg de Cloridrato de Tetraciclina
Análise farmacêutica (técnica adaptada de A. H. Beckett e J. B. Stenlake, “Practical
Pharmaceutical Chemistry”) e farmacopeica (adaptada da BP 2001)
T4 Identificação e doseamento de cloridrato de tetraciclina em cápsulas

Identificação

Ensaio A
“A. Agite uma quantidade do conteúdo das cápsulas que possua 10 mg de Cloridrato de
Tetraciclina com 20 ml de metanol em matraz com rolha. Após a extracção transfira para 2
tubos de centrífuga o mesmo volume e proceda à centrifugação das soluções.
Aplique, separadamente, numa placa de gele de sílica H - após pulverização da placa com
uma solução de edetato de sódio 10% (m/v) a pH 8 (acertado com hidróxido de sódio 10 M) e
secagem da placa na estufa a 110 ºC, durante 1 h - 1 µl do sobrenadante (1) e 1 µl de cada uma
das seguintes soluções:
(2) 0,05% (m/v) de Cloridrato de Tetraciclina EPCRS em metanol.
(3) 0,05% (m/v) de Cloridrato de Tetraciclina EPCRS, Cloridrato de
Clorotetraciclina EPCRS e Cloridrato de Oxitetraciclina EPCRS em metanol.
Faça simultaneamente uma prova cruzada.
Desenvolva a placa cromatográfica no seguinte eluente: 6 volumes de água, 35 volumes de
metanol e 59 volumes de diclorometano. Após eluição seque a placa na hotte à temperatura
ambiente e examine-a à luz UV de 365 nm.
A mancha principal do cromatograma obtido com a solução (1) é semelhante quanto à
posição, coloração e dimensões, à mancha principal do cromatograma obtido com a solução (2).
Observação da conformidade do sistema: o teste só é válido se o cromatograma obtido com a
solução (3) mostrar três manchas nitidamente separadas.”
T4 Identificação e doseamento de cloridrato de tetraciclina em cápsulas

▪ Pesagem do conteúdo de uma cápsula em balança analítica


▪ Extracção, com 20 ml de metanol e em matraz com rolha, de uma quantidade de
conteúdo das cápsulas que contenha 10 mg de Cloridrato de Tetraciclina
(nesta proporção o Cloridrato de Tetraciclina é solúvel em metanol)

▪Centrifugação para separação do sobrenadante (contendo o Cloridrato de


Tetraciclina) e efectuar uma Cromatografia em Camada Fina (CCF ou TLC) nas
seguintes condições:
Fase estacionária e seu grau de activação
gele de sílica H e antes da aplicação das soluções na placa esta deve ser pulverizada
com uma solução de edetato de sódio 10% (m/v) a pH 8 (acertado com hidróxido de
sódio 10 M) e secagem da placa na estufa a 110 ºC, durante 1 h

O acerto do pH é importante porque a reacção


As tetraciclinas originam quelatos insolúveis e
do EDTA com os catiões de cálcio provoca
muito estáveis com catiões di- e polivalentes
descida de pH e pode interferir com a forma da
(essencialmente com Ca2+ e Mg2+ na proporção
Tetraciclina em solução, visto esta ter
de 1:1) provocando a sua precipitação e a não
características anfotéricas e dever ser aplicada
separação por TLC
preferencialmente numa única forma

A adição do sal dissódico do ácido etilenodiaminotetracético visa a quelatação dos


catiões divalentes (Ca2+) presentes no ligante usado na preparação de maioria das
fases estacionárias e na água utilizada em todo o processo
T4 Identificação e doseamento de cloridrato de tetraciclina em cápsulas

Fase móvel
água / metanol / diclorometano (6:35:59)

Aplicação
1 l de cada uma das soluções:
(1) solução sobrenadante resultante da centrifugação
(2) 0,05% (m/v) de Cloridrato de Tetraciclina EPCRS em metanol
(3) 0,05% (m/v) de Cloridrato de Tetraciclina EPCRS, Cloridrato de
Clorotetraciclina EPCRS e Cloridrato de Oxitetraciclina em metanol.
Fazer também uma prova cruzada
[1 l de solução (1) e 1 l de solução (2) aplicados no mesmo ponto de aplicação]

Revelação
luz UV a 365 nm
Confirmação da conformidade do sistema
O teste apenas é válido se aparecerem 3 manchas perfeitamente separadas no cromatograma obtido
com a solução (3) e uma mancha apenas no cromatograma obtido na prova cruzada

Conclusões a retirar
Comparação do Rf, coloração e tamanho das manchas obtidas.
A mancha principal existente no cromatograma obtido com a solução (1) é
semelhante nestes 3 parâmetros à mancha obtida com a solução (2)
T4 Identificação e doseamento de cloridrato de tetraciclina em cápsulas

Ensaio B
“B. Transfira uma quantidade do conteúdo das cápsulas correspondente a 40 mg de Cloridrato
de Tetraciclina para um matraz e adicione 20 ml de metanol. Agite e deixe em repouso durante 20
min. Filtre por filtro de pregas e divida o filtrado em duas porções, levando-as à secura
separadamente e recorrendo a pressão reduzida. Efectue os seguintes ensaios nos resíduos:
B.1. Adicione ao resíduo 2 ml de ácido sulfúrico; dever-se-á formar uma coloração
vermelha/violeta. De seguida, adicione 1 ml de água; a cor deve mudar para amarela.”
B.1.
As reacções de identificação efectuadas neste ensaio são reacções cromáticas e têm
uma base empírica
Teste do ácido sulfúrico
Pela adição de ácido sulfúrico a uma amostra que contenha Cloridrato de Tetraciclina
após extracção com metanol ocorre desenvolvimento de coloração violeta

Este teste permite diferenciar as várias tetraciclinas, visto que cada uma delas origina
uma coloração diferente em presença de ácido sulfúrico
Cloridrato de tetraciclina + H2SO4 concentrado coloração violeta
(resíduo)
Se a substância a identificar for a tetraciclina ou o seu cloridrato deve
haver mudança de cor para amarelo por diluição posterior com água
Nota: Os Cloridratos de Clorotetraciclina e Oxitetraciclina originam coloração azul
e vermelha respectivamente quando tratadas com ácido sulfúrico concentrado
T4 Identificação e doseamento de cloridrato de tetraciclina em cápsulas

B.2.
“B.2. Dissolva o resíduo em 2 ml de água e acidifique com ácido nítrico diluído. Junte 0,5 ml de
solução de nitrato de prata. Agite e deixe em repouso. Deve formar-se um precipitado branco. Retire
um pouco do sobrenadante e adicione 1,5 ml de amónia ao resíduo. O precipitado deve dissolver-se
com facilidade.”

Teste para identificação do ião cloreto

AgNO3 + Cl- AgCl  + NO3-


precipitado
branco
Sal muito pouco solúvel que precipita
em meio de ácido nítrico

AgCl  + 2 NH4OH [Ag(NH3)2]+ + Cl- + H2O


catião diaminoprata

Deslocamento da prata do AgCl sólido e


dissolução do precipitado
T4 Identificação e doseamento de cloridrato de tetraciclina em cápsulas
Doseamento
Pesagem do conteúdo de uma cápsula (P) e toma de uma quantidade de pó equivalente a 30
mg de Cloridrato de Tetraciclina (P1)

Espectrofotometria no UV/VIS a um comprimento de onda de 380 nm

P1 250,00 ml
HCl 0,01 M

10,00 ml 100,00 ml
5 ml NaOH 5 N

As determinações espectrofotométricas deverão ser


efectuadas 6 minutos após a adição da solução de determinação da Absorvência da
NaOH 5N e contra um branco e uma solução padrão solução problema
de Cloridrato de Tetraciclina preparadas nas  = 380 nm
mesmas condições da amostra

A Tetraciclina tem espectros no UV/VIS muito característicos quer em soluções aquosas


ácidas quer em soluções alcalinas – adição de NaOH 5 M
As soluções apresentam cor amarela (absorção mais intensa na
zona dos 380-400 nm) mas com tendência a diminuir ao longo do tempo
T4 Identificação e doseamento de cloridrato de tetraciclina em cápsulas

Preparação da solução padrão de Cloridrato de Tetraciclina


(submetida ao mesmo tratamento da solução problema)
c1 . v1 = c2 . v2
0,15 . 10 = c2 . 100
c2 = 0,015 mg / ml A (380 nm)
Cálculos

A (solução padrão) 0,015 mg / ml


A (solução problema) a

a 1 ml
b 100 ml
b 10 ml
z 250 ml P1
w P

w = massa (mg) de Cloridrato de Tetraciclina por cápsula

Comparação da quantidade de princípio activo obtido no doseamento e a quantidade


indicada na embalagem das cápsulas em análise
T5 Doseamento de um esteróide numa pomada oftálmica e Pesquisa de
esteróides estranhos aparentados em prednisona (matéria-prima)
Trabalho nº 5
Parte I – Doseamento de um esteróide numa pomada oftálmica
Parte II – Pesquisa de esteróides estranhos aparentados em prednisona
CH2OH
(matéria-prima) CH2OCOCH3
CH3 C O Prednisona HO
H CH3 C O
O OH
OH CH3 H
CH3 H C21H26O5
C23H30O6
H H
H H Mr = 358,4
O Mr = 402,5 O

17,21-di-hidroxipregna-1,4-dieno-3,11,20-triona Acetato de Prednisolona


21-acetato de 1β,17,21-tri-hidroxipregna-1,4-dieno-3,20-diona
Características
Pós cristalinos brancos ou quase brancos, praticamente insolúveis na água, pouco
solúveis no álcool e que apresentam o fenómeno de polimorfismo
Actividades terapêuticas
Fármacos anti-inflamatórios esteróides activos em processos inflamatórios e alérgicos
Especialidade farmacêutica: Predniocil
Forma farmacêutica: Pomada oftálmica constituída por Acetato de Prednisolona em
excipiente gordo apropriado (5 mg de acetato de prednisolona por g de pomada)
Análise farmacêutica (técnica adapt. de A. H. Beckett e J. B. Stenlake, “Practical Pharmaceutical Chemistry”)
T5 Doseamento de um esteróide numa pomada oftálmica

Doseamento espectrofotométrico no UV/VIS após reacção de


desenvolvimento de cor
Os Esteróides em geral, e nomeadamente o Acetato de Prednisolona, apresentam baixa
absorvência na zona do espectro correspondente ao UV/VIS e por isso deve proceder-se à
sua transformação quantitativa num derivado corado (de cor amarela – absorve a um
comprimento de onda máximo de 415 nm):
A reacção do acetato de prednisolona (contendo um grupo cetónico ,-insaturado) com a
isoniazida produz quantitativamente um composto corado

Como a reacção é lenta deve aquecer-se o meio reaccional a 55 ºC durante 45 min


CH2OCOCH3
HO H CH3 C O
CH2OCOCH3 OH
CH3 H
CONHNH2 H CH3 C O
HO H H
OH CONHN
CH3 H + H2 O
+

N H H
O N
isoniazida hidrazona corada
(hidrazida do ácido isonicotínico)  = 415 nm
T5 Doseamento de um esteróide numa pomada oftálmica

Preparação da solução problema


▪ Pesagem rigorosa de uma quantidade de pomada oftálmica que contenha 2,5
mg de esteróide

▪ Extracção da substância activa com clorofórmio em matraz com rolha de vidro

▪Para retirar a água que possa estar presente no meio deve proceder-se à
desidratação simultânea da solução com sulfato de sódio anidro

▪ Filtração por papel de filtro separador de fases (papel impregnado numa das
suas faces com uma substância hidrofóbica – retenção da água)

x g de 50,00 ml
pomada CHCl3

5,00 ml 25,00 ml A ( = 415 nm)


10 ml de solução de isoniazida
e CHCl3
Nota: Após completar o volume com clorofórmio poderá ocorrer algum tipo de floculação.
Neste caso deve filtrar-se a solução imediatamente antes da leitura da sua
absorvência no espectrofotómetro
T5 Doseamento de um esteróide numa pomada oftálmica

Preparação da solução padrão

25 mg de
25,00 ml
Acetato de
CHCl3
Prednisolona

5,00 ml 100,00 ml
CHCl3

5,00 ml 25,00 ml
10 ml de solução de isoniazida
e CHCl3

A ( = 415 nm)

As leituras espectrofotométricas devem ser efectuadas contra uma solução branco


preparada com 5 ml de clorofórmio e 10 ml de solução de isoniazida aquecidos a 55 ºC por
45 min e acertando o volume de 25 ml com clorofórmio em balão volumétrico
Calcular a quantidade de Acetato de Prednisolona por unidade de massa
de pomada (g) e comparar com o valor indicado na embalagem da
especialidade
T5 Pesquisa de esteróides estranhos aparentados em prednisona (matéria-prima)

Parte II – Pesquisa de esteróides estranhos aparentados em


Prednisona (matéria-prima)
Este ensaio executa-se sobre a matéria-prima (antes ainda da preparação da forma
farmacêutica final) e permite controlar a possível existência de outros esteróides que
possam persistir como impurezas numa amostra de prednisona
Análise farmacopeica - técnica
adaptada da British Pharmacopoeia
Método A (1988)

Cromatografia em camada fina (TLC) Efectua-se apenas um dos métodos


admitidos pela BP para a pesquisa de
Condições cromatográficas: esteróides estranhos aparentados

Adsorvente: gele de sílica G (espessura: 0,25 mm; grau de activação: 1 h a 100 ºC)

Eluente: 77 volumes de diclorometano


15 volumes de éter Preparado na hora de utilização e
8 volumes de metanol aguardar um pouco de tempo
1,2 volumes de água para a câmara saturar
T5 Pesquisa de esteróides estranhos aparentados em prednisona (matéria-prima)

Preparação das seguintes soluções, usando como solvente na sua preparação uma
mistura de clorofórmio / metanol (9:1):

Solução problema (I) 1,5 % (m/v) da matéria-prima analisar


(Prednisona)

Solução padrão (II) 1,5 % (m/v) da substância química de


referência (Prednisona EPCRS)

Solução testemunha (III) 0,03 % (m/v) de Prednisona (EPCRS)


0,03 % (m/v) de Prednisolona (EPCRS)
0,03 % (m/v) de Acetato de Cortisona
(EPCRS)

European Pharmacopoeia
Ensaio limite semi-quantitativo Chemical Reference Substance
A solução III possui a quantidade máxima de Prednisolona e Acetato
de Cortisona permitida pela BP para uma amostra de Prednisona
T5 Pesquisa de esteróides estranhos aparentados em prednisona (matéria-prima)

Aplicar, separadamente, 1 l (micro-seringa) de cada uma das soluções


II I III Nota : nivelar os pontos de aplicação e lavar a microsseringa entre cada
aplicação com a mistura solvente

Após eluição, deixar evaporar o eluente ao ar e, de seguida, levar à estufa a


105 ºC / 10 min

Deixar arrefecer a placa e ver sob a luz UV (254 e 365 nm)

Revelar com solução alcalina de azul de tetrazólio (preparação extemporânea):


1 volume (1 ml) de solução de azul de tetrazólio a 0,2 % (m/v) em metanol
3 volumes (3 ml) de solução de NaOH a 12 % (m/v) em metanol

As manchas adquirirão coloração azulada


O grupo α-cetol (-CHOH-CO-) dos esteróides possui
N N N NH propriedades redutoras. Pode por isso reduzir o cloreto
Cl
N N N N de trifeniltetrazólio alcalino ao respectivo formazano
(as cores variam de vermelho a azul)
formazano

Comparar vários parâmetros das manchas obtidas nos cromatogramas, nomeadamente:


Rf
Dimensão
Intensidade da coloração
T6 Ensaios de pureza do álcool
Trabalho nº 6
Ensaios de pureza do Álcool

Etanol ou Álcool Etílico


CH3CH2OH
C2H6O Mr = 46,1
Características
Líquido límpido, incolor, volátil, inflamável e higroscópico. O Etanol é miscível com a
água e o diclorometano e entra em ebulição a cerca de 78 ºC.
Actividade terapêutica
Acção desinfectante ou anti-séptica dependente da concentração
Solvente muito usado na preparação de várias formas farmacêuticas
Métodos de preparação
 fermentação a partir de hidratos de carbono
C6H12O6 2 C2H5OH + 2 CO2
 síntese a partir de etileno H3O+
H2C CH2 + H2O C2H5OH

Análise farmacopeica (técnica adaptada da USP 25 – 2002)


T6 Ensaios de pureza do álcool

Principais impurezas presentes no Álcool


▪ Metanol
▪ Aldeídos (acetaldeído, furfural, ...)
▪ Cetonas (acetona, metiletilcetona, ...)
▪ Álcoois simples e de baixo peso molecular
ex. álcoois isopentílico, n-propílico, isobutírico, amílico,
n-hexílico, ...
▪ Ácidos Carboxílicos
▪ Sais inorgânicos
▪ Compostos insaturados
▪ Álcoois de estrutura complexa e alto peso molecular
T6 Ensaios de pureza do álcool

Identificação

“B. A 0,5 ml de Álcool junte 4 ml de água, 1 ml de solução de hidróxido de


sódio 0,1 N e, lentamente (por um período de 3 min), 2 ml de iodo 0,1 N. Deve
formar-se precipitado amarelo nos 30 min imediatos.”

H I2 I2
O O OH- O
H3C C OH H3C C I3C C CHI3 + HO C
NaOH NaOH
R R R R
iodofórmio
O descoloração da solução de iodo e o aparecimento de um precipitado amarelo pálido
indica a presença de uma metilcetona ou um composto que seja facilmente oxidável a
uma metilcetona (alguns álcoois)

Por vezes a cor do iodofórmio pode


estar mascarada por alguma Etanol é o único álcool primário que dá origem à
substância escura... Nesse caso deve
precipitação de TRI-IODOMETANO (Iodofórmio)
agitar-se a solução e, caso a cor
escura persista, adicionar-se mais
um pouco de NaOH.

O cheiro do iodofórmio também é característico e quando não se


forma precipitado pode identificar-se a sua presença pelo
aparecimento do cheiro característico
Acidez T6 Ensaios de pureza do álcool

“Num matraz de 250 ml, introduza 50,00 ml de Álcool e igual volume de água
recentemente fervida. Adicione 0,1 ml de fenolftaleína TS e titule com hidróxido de sódio
0,020 N até coloração persistente por 30 segundos.
Não deve gastar na neutralização mais do que 0,90 ml de hidróxido de sódio 0,020 N.
Calcule a acidez (expressa em ácido acético).”

O teor de H+ pode estar aumentado devido, entre outras coisas, à possível oxidação do etanol a ácido
acético:
CH3CH2OH CH3CHO CH3COOH

Ensaio limite quantitativo – Volumetria directa ácido-base


A reacção de titulação é a seguinte:

CH3COOH NaOH CH3COONa H2O

Considerando que Mr (CH3COOH) = 60 e


A acidez deve ser expressa em ácido acético que todo o ácido titulado está na forma
de ácido acético – o teor pode ser
expresso em ppm

Nota: deve ser efectuado um ensaio em branco apenas com a água ou


usar água isenta de dióxido de carbono
T6 Ensaios de pureza do álcool

Resíduo não volátil

“Evapore em banho de água à secura 40,00 ml de Álcool em cápsula de


porcelana previamente tarada. Seque na estufa a 100-105 ºC durante 1 h.
A massa do resíduo não deve exceder 1 mg.”

Controlo da contaminação por matéria inorgânica não específica  substâncias solúveis no


álcool e que formam resíduo após a sua volatilização

Ensaio limite quantitativo

sendo o limite imposto de 25 ppm (m/v)

O arrefecimento da cápsula com o resíduo deve ser efectuado em exsicador e a cápsula


deve ser manuseada com pinça

Se após uma pesagem o resíduo ultrapassar o limite imposto, a cápsula deve ser aquecida por
mais uma hora em estufa, arrefecida em exsicador e pesada novamente (este procedimento
deve ser repetido até obtenção de peso constante – 2 pesagens sucessivas iguais)
T6 Ensaios de pureza do álcool

Substâncias insolúveis em água

“Num tubo de ensaio dilua 5 ml de Álcool em igual volume de água. A mistura


deve ser límpida e incolor (se necessário compare com água) e deve manter essas
características durante 30 min, depois de arrefecida a 10 ºC.”

Este ensaio visa fundamentalmente o controlo da presença de álcoois de cadeia


complexa e compostos insaturados (entre outras substâncias) presentes no etanol e
que sejam insolúveis em água quando esta é arrefecida a 10 ºC

É importante respeitar escrupulosamente a temperatura de ensaio (10 ºC)

O tubo de ensaio deve ser introduzido num


banho de água-gelo e a temperatura deve ser
controlada pela adição de mais água ou mais gelo
T6 Ensaios de pureza do álcool

Aldeídos e outras substâncias orgânicas estranhas


“Em matraz com rolha de vidro introduza 20,0 ml de Álcool. Arrefeça em
banho de água a aproximadamente 15 ºC e adicione, por uma pipeta cuidadosamente
limpa, 0,10 ml de permanganato de potássio 0,10 N. Misture e deixe em repouso, a
15ºC, durante 5 min.
A cor rosada não deve desaparecer completamente.”

Controlo da “capacidade redutora” do álcool, nomeadamente pesquisa da possível


presença de substâncias com características redutoras (aldeídos...). Assim,

RCHO + MnO4- Mn2+ + RCOOH


etanal ião ião manganês
permanganato
incolor
coloração violeta
Os aldeídos e as outras substâncias redutoras não devem ultrapassar a quantidade que
reage a 15 ºC com o volume adicionado de permanganato (0,10 ml)
E, por isso, a cor rósea não deve desaparecer completamente
T6 Ensaios de pureza do álcool

Absorvência no Ultravioleta
“Registe o espectro de absorção da amostra no ultravioleta entre 235 e 340 nm,
usando água como líquido de compensação.
O valor da absorvência a 240 nm não deve ser maior do que 0,08; e entre 270 e
340 não deve ser superior a 0,02, e entre estes dois pontos a curva deve ser pouco
pronunciada.”

Ensaio que pretende controlar a presença de substâncias que possam interferir no perfil
de absorção por parte do etanol da radiação na zona do ultravioleta (essas substâncias
podem estar em solução ou em suspensão)

Qualquer alteração mais substancial no espectro de absorção no UV do etanol


denota a possibilidade da presença de algumas impurezas inespecíficas mais
absorventes
T6 Ensaios de pureza do álcool
Metanol
“Num tubo de ensaio coloque I gota de Álcool e adicione, por ordem, I gota de ácido
fosfórico diluído (1:20) e I gota de solução de permanganato de potássio (1:20). Misture, aguarde 1
minuto e adicione, gota a gota, solução de hidrogenossulfito de sódio (1:20) até desaparecimento da
cor devida ao permanganato. Se permanecer uma coloração acastanhada, adicione I gota de ácido
fosfórico diluído. À solução incolor adicione 5 ml de ácido cromotrópico TS e aqueça em banho de água
a 60 ºC por 10 min. Não deve formar-se cor violácea.”

• A presença de metanol deve ser diminuta (limite muito baixo) dado que é muito tóxico
• A sua existência pode ser devida a origem natural (fermentação) ou ser resultante de
adulteração fraudulenta
Ensaio limite qualitativo - ensaio muito sensível, pelo que a detecção de
metanol leva logo à não conformidade com o estipulado pela USP
O
CH3OH + MnO4 -
C +
H H

O
OH OH C HO3S O HO SO3H
H H
2 O
HO3S SO3H

Ácido cromotrópico SO3H SO3H


reagente específico para o Coloração
HCOH violeta
T7 Identificação e Doseamento do Ibuprofeno em comprimidos
Trabalho nº 7

Identificação e Doseamento do Ibuprofeno em comprimidos


Ibuprofeno

Ácido (RS)-2-(4-(2-metilpropil)fenil)propanóico

C13H18O2 Mr = 206,3

Características
Pó cristalino branco ou cristais incolores, praticamente insolúvel em água e facilmente
solúvel em acetona, diclorometano, éter e metanol. O ibuprofeno dissolve-se nas soluções
diluídas dos hidróxidos e dos carbonatos dos metais alcalinos.
Actividades terapêuticas
Fármaco usado como analgésico e anti-inflamatório.
É um inibidor da ciclo-oxigenase.
Especialidade farmacêutica: Ibuprofeno MG
Forma farmacêutica: comprimidos
Análise farmacopeica (técnica adaptada da BP 2012)
T7 Identificação e Doseamento do Ibuprofeno em comprimidos
Identificação
Ensaio A
“Extraia uma quantidade de pó dos comprimidos equivalente a 0,5 g de princípio
activo com 20 ml de acetona, filtre e evapore o filtrado à secura em corrente de ar e sem
aquecimento. Trace o espectro de absorção no IV do resíduo obtido e compare-o com o
espectro do Ibuprofeno BPCRS”.

Ensaio B
“Determine o ponto de fusão do resíduo obtido no ensaio A, após recristalização
usando como solvente éter de petróleo (40º-60º). O valor obtido é de cerca de 75 ºC”.

Doseamento
“Pese 20 comprimidos e calcule o peso médio. Extraia uma quantidade de pó
equivalente a 0,2 g de princípio activo com cerca de 30 ml de fase móvel, agitando
aproximadamente 30 min., e complete o volume de 100,0 ml. Homogeneize e filtre. Use o
filtrado como amostra”.

“Prepare uma solução a 0,2% (m/v) de Ibuprofeno BPCRS padrão em fase móvel”.

“Cromatografe (HPLC) e determine o teor de p.a. por comprimido”.


T7 Identificação e doseamento de Ibuprofeno em comprimidos

Cromatografia líquida de alta resolução (HPLC)


é um método de separação de substâncias baseado na sua distribuição diferencial entre duas
fases imiscíveis, uma fase estacionária (numa coluna) e uma fase móvel líquida que a
atravessa Neste caso o eluente é constituído por 3 volumes de
ácido ortho-fosfórico, 247 volumes de água e 750
volumes de metanol. A mistura das soluções aquosa e
Aparelhagem metanólica é efectuada pelo próprio aparelho.
O cromatógrafo líquido consiste em: Débito constante (fluxo) - 1,5 ml/min.
Eluição isocrática – constituição da fase
→ Reservatório(s) contendo a fase móvel móvel é constante ao longo de todo o
processo.
→ Sistema de bombagem para forçar a passagem da fase
Injector em ansa ou “loop” de
móvel pelo sistema a alta pressão volume fixo (20 µl)
→ Injector para introdução da amostra na fase móvel - Coluna de aço inoxidável de 25 cm
de comprimento e 4,6 mm de
→ Coluna cromatográfica (temperatura ambiente) diâmetro interno.
UV/VIS a 264 nm
→ Detector -A fase estacionária é um polímero
de sílica quimicamente modificado
→ Sistema para obtenção de dados (integrador, computador...) para cromatografia de fase inversa
(RP – reverse phase): C18 –
Repetir a injecção da amostra e do padrão pelo menos octodecilsilano e com tamanho das
mais duas vezes partículas de 10 µm.
- A fase móvel é polar.
T7 Identificação e doseamento de diazepam em soluções injectáveis

Cálculos

(AP) - média da área dos picos correspondentes ao padrão


(AA) - média da área dos picos relativos ao Ibuprofeno da amostra
(CP) - concentração de Ibuprofeno na solução padrão
(CA) - concentração de Ibuprofeno na solução problema

AP CP

AA CA

Após cálculo da concentração da solução problema injectada no


cromatógrafo, entrar em linha de conta com a diluição efectuada e calcular a
quantidade de Ibuprofeno por comprimido.
T8 Identificação e doseamento do Aciclovir em comprimidos
Trabalho nº 8

Identificação e Doseamento do Aciclovir em comprimidos

2-amino-9-((2-hidroxietoxi)metil)-1H-purin-6(9H)-ona

C8H11N5O3 Mr = 225,2

Actividades terapêuticas
Acção antivírica: actividade inibitória in vitro e in vivo contra os vírus herpes humano,
incluindo o vírus do Herpes simplex (VHs), tipos 1 e 2, o vírus Varicella zoster (VVZ),
vírus Epstein-Barr (VEB) e Citomegalovirus (CMV).
Nucleosídeo análogo da guanosina

Especialidade farmacêutica: Aciclovir MG


Forma farmacêutica: comprimidos
Análise farmacopeica (técnica adaptada da BP 2000)
T8 Identificação e doseamento do Aciclovir em comprimidos
Trabalho nº 8

IDENTIFICAÇÃO

“Trace o espectro de UV, entre 230 e 350 nm, de uma solução de aciclovir preparada

segundo as indicações do procedimento destinado ao doseamento.

Deverá obter um valor máximo de absorção para o comprimento de onda de 255 nm e uma

banda larga a cerca de 274 nm.”

255 nm

274 nm
|
T8 Identificação e doseamento do Aciclovir em comprimidos
Trabalho nº 8

DOSEAMENTO
“Pese e reduza a pó 20 comprimidos de aciclovir. Pese uma quantidade de pó
equivalente a 0,1 g de princípio ativo e adicione 60 ml de hidróxido de sódio 0,1 M.
Coloque no ultrasons durante 15 min.
Complete o volume de 100,00 ml com hidróxido de sódio 0,1 M. Homogeneize. Filtre a
solução anteriormente preparada e meça 15,00 ml do filtrado para um balão
volumétrico de 100,00 ml. Adicione 50 ml de água desionizada e 5,8 ml de ácido
clorídrico 2,0 M. Complete o volume com água desionizada e homogeneize. Meça 5,00
ml da solução anteriormente preparada e complete o volume a 50,00 ml com ácido
clorídrico 0,1 M. Homogeneize.
Meça a absorvência da solução ao comprimento de onda de 255 nm, usando como
branco a solução de ácido clorídrico 0,1 M.

Calcule o teor de aciclovir nos comprimidos, assumindo que Absorvência específica


255 nm é 560.”

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