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RESUMO
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Artigo desenvolvido como trabalho de conclusão de curso para a obtenção do título de bacharel em direito pela
Faculdade Católica de Rondônia.
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Graduado em Ciências Contábeis, Pós-graduado em Gestão Tributária e Graduando do 9º período de Direito da
Faculdade Católica de Rondônia. E-mail: diego.weis@icloud.com
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Advogado, docente da disciplina de Direito Tributário I da Faculdade Católica de Rondônia. Orientador do
artigo. E-mail: edson@dplaw.com.br
ABSTRACT
The Tax on Services of Any Kind – ISSQN is one of the main taxes levied of
companies operating and selling private healthcare plans. Healthcare plans, as they
are usually called, are products that are the payment of costs of health care of the
buyer and his family. Thus, don´t configure as an obligation to do, but yes, an
obligation to give money, to pay, to the actual service provider of health care, the
cost of treatment. This is a random contract, insurance cleat. The art. 34 of law nº
9656, on 3rd July 1998, establishes that companies operating private healthcare
plans must do so in a specific legal person for such a purpose, materializing the
legislator´s intention to not confuse institutes. The judiciary has already positioned
itself in the sense that the inclusion of healthcare plans in the field of incidence of
ISSQN it´s unconstitutional, considering these products aren´t in obligation to do, but
in insurance activity, accomplished by obligation to give money, to indemnify
expenses arising from random events, that even have the certain events. The STF
(Supreme Court) already recognized the general impact of the subject and, coming
soon, will manifest about the subject. In view of the arguments already cast in
jurisprudential previous, it is possible to believe that the praetorian prefect exalted will
be positioned for the unconstitutionality of the items 4.22 and 4.23 the list attached to
the Supplementary Law nº 116/2003.
INTRODUÇÃO
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Desde sua criação, em 1965, até esta data, é evidente a vinculação do fato
gerador do ISSQN à Prestação de Serviços. Entretanto, como não houve o
estabelecimento de critérios, exigidos pela Emenda Constitucional nº 18, para
estabelecer a diferença entre as atividades de Serviços, Produção e
Comercialização, o fato gerador do ISSQN foi sempre vinculado a uma lista de
atividades específicas, que por sua vez sofreu inúmeras inclusões, exclusões e
modificações, sempre de cunho corretivo, visando garantir a máxima abrangência da
incidência do imposto.
Cumpre ressaltar, contudo, que mesmo carecendo de conceituação, a
afirmação de que o ISSQN tem como fato gerador a “prestação de serviços” fato
indiscutível, de razoável consenso entre todos os juristas e tributaristas. Tal
afirmação está lastreada pelo próprio nome do tributo “Imposto Sobre Serviços de
Qualquer Natureza”, e pelo artigo 5º da Lei Complementar nº 116/2003, que
estabelece que o “Contribuinte o prestador do serviço”.
O primeiro texto legal que incluiu os planos de saúde na lista de atividades
sujeitas ao ISSQN, supostamente classificando-os como prestação de serviços, foi a
Lei Complementar nº 56, de 15 de dezembro de 1987.
Considerando que somente em 1998, depois de quase 11 (onze) anos,
ocorreu a regulamentação desta atividade tão importante, não é difícil concluir que
havia, por parte do legislador de 1987, grande carência de conhecimento acerca dos
princípios e institutos aplicáveis aos planos privados de assistência a saúde, o que
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culminou por criar o entendimento, data vênia, equivocado, de que tal atividade se
configurava como prestação de serviço.
Dado o amadurecimento conceitual e regulamentar que hoje circunda a
atividade de operação e comercialização dos planos privados de assistência à
saúde, é chegada a hora de corrigir tal equívoco, retirando dessa atividade tão
essencial ao acesso a saúde, a incidência do imposto sobre serviços, haja vista que
não se pode tributar como serviço atividade que não possa se considerar como tal.
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no item 3.01 da lista anexa, tendo sido vetada pelo então presidente da república,
Luís Inácio Lula da Silva, na vigência de seu primeiro ano de mandato, mediante
acolhimento de proposta de veto do Ministério da Fazenda, que levava em conta a
jurisprudência do STF.
As razões de tal veto merecem aqui ser colacionadas na íntegra.
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E ainda que:
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Contudo, como mais adiante será demonstrado, atualmente não mais é mais
admitida a execução de qualquer outra atividade em conjunto com a operação de
planos privados de assistência à saúde, o que, por sua vez, demonstra a
inadequação terminológica da expressão “prestação continuada de serviços” aos
atuais planos privados de assistência à saúde.
Destarte, conclui-se que os contratos de planos de saúde possuem natureza
jurídica securitária, constituindo-se em verdadeira obrigação pecuniária, em
obrigação de dar dinheiro, obrigação de custear ou ressarcir e, dessa forma, garantir
o constitucional direito ao acesso à saúde.
Ressalta-se ainda que enquanto contratos de natureza securitária, e
considerando também a sua relevância social e as suas circunstâncias de utilização,
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gestão, dentre outros que não se confundam com as atividades específicas das
pessoas jurídicas que operam e comercializam planos privados de assistência à
saúde.
Por derradeiro, as administradoras de benefícios atuam de forma
complementar às empresas que operam produtos de assistência à saúde, cuidando
de aspectos administrativos e comerciais.
Destaca-se ainda que, segundo inteligência do art. 9º da Resolução
Normativa nº 196, de 14 de julho de 2009, da Diretoria Colegiada da ANS, é vedada
a participação simultânea de uma administradora de benefícios e de uma Operadora
de Planos de Assistência à Saúde pertencentes ao mesmo grupo econômico em
uma mesma relação contratual.
“Art. 9º É vedada a participação de Administradora de Benefícios e
Operadora de Plano de Assistência à Saúde pertencentes ao mesmo grupo
econômico em uma mesma relação contratual.” (BRASIL, 2009, p. 137)
A remuneração das administradoras de benefícios relativos à planos
privados de assistência à saúde decorre, única e exclusivamente dos serviços por
ela prestados aos contratantes de planos de saúde e às operadoras de planos de
saúde, podendo ser estipulada mediante comissionamento ou pagamento por tarefa
ou negócio realizado.
Destaca-se, por oportuno, que enquanto as atividades das administradoras
de benefícios se revestem de requisitos que lhe imputam a condição de prestação
de serviços, o mesmo não ocorre com as operadoras de planos privados de
assistência à saúde, que, conforme já exposto, não se caracterizam como serviços,
mas como atividades de comercialização e operação de seguros.
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1.7.3 Autogestão
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1.7.6 Filantropia
elas desenvolvida no que tange aos consumidores de seus planos, mas a finalidade
própria por elas determinada com a operação e comercialização dos planos privados
de assistência à saúde.
Noutras palavras, enquanto que as seguradoras, cooperativas ou empresas
de medicina de grupo objetivam lucro com a exploração da atividade de operação e
comercialização dos planos privados de assistência à saúde, as filantropias, como
sugere o próprio nome, objetivam a cobertura financeira dos gastos com
atendimento médico-hospitalar dos consumidores de seus planos, sem, contudo,
auferir lucro próprio com tal atividade, reinvestindo todo o superávit obtido na própria
atividade.
Por derradeiro, a exemplo de todo o já exposto, as operadoras de plano
privados de assistência à saúde classificadas como filantrópicas também não
prestam serviço de atendimento médico-hospitalar, mas tão somente angariam
recursos financeiros mediante a formação de contratos aleatórios que objetivam a
cobertura de custos com atendimento à saúde dos adquirentes de seus planos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOTTESINI, Maury Ângelo; MACHADO, Mauro Conti. Lei dos planos e seguros de
saúde comentada: artigo por artigo. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. e-book.
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ESMERALDI, Renata Maria Gil da Silva Lopes; SILVA LOPES, Jose Fernando da.
Planos de Saúde no Brasil: doutrina e jurisprudência. 2. ed. São Paulo: Saraiva,
2015. e-book.
HARADA, Kiyoshi. ISS: Doutrina e Prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2014. e-book.
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