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Introdução

A magia do sexo pode ter diferentes patamares de qualidade inimagináveis aos não
iniciados.
Um grande percentual de homens jamais desfrutou da dimensão destes níveis
diferenciados, e nem sonham que possa existir um êxtase derivado do ato sexual numa
dimensão estratosfericamente superior a tudo que já vivenciou. Algum espaço entre o
Nirvana e o Paraíso, onde a essência do homem se separa da existência física e navega
em recônditos de energia fantásticos. Mas não tem nada de fantástico ou mágico nisto. É
apenas uma questão de auto-treinamento, introspecção e química. Quando o homem
capacitado atinge este estágio de ultraconsciência/êxtase, além de uma maciça liberação
de endorfinas, ele pode, também, assumir a programação da liberação deste néctar do
prazer. As endorfinas são a essência do prazer. São substâncias liberadas pelos
neurônios, no cérebro, que desencadeiam esta sensação, esta iluminação, superiormente
incomparável a qualquer outro prazer que possa existir.
Existe um desconhecimento muito grande entre os homens de suas potencialidades e até
mesmo do que é o normal. Mesmo entre aqueles que trabalham com
sexualidade existe divergência na interpretação dos padrões de
comportamento humano, o que mostra um certo desconhecimento da
fisiologia da ejaculação, do orgasmo e de todo potencial do funcionamento
sexual. O famoso casal de sexologistas Masters e Johnson(1) considerava normal o
homem que podia levar a sua parceira em 50% dos intercursos ao orgasmo, enquanto
outro expoente da área, a Drª Helen Kaplan(2), entendia que o homem normal deveria
ter o controle voluntário de sua ejaculação.
O conhecimento atual da fisiologia da ereção e da ejaculação nos fundamenta a
pretensão e, inclusive, habilita o homem treinado alcançar padrões de desempenho
muito superiores.
É arraigado o conceito de que a Ejaculação Precoce é um fenômeno exclusivamente
relacionado a aspectos emocionais. Os estudos atuais contestam frontalmente esta
verdade. Esta afirmação, inicialmente, poderá trazer um forte preconceito em relação as
presentes colocações. Mas a ciência é inexorável, pode tardar, mas sempre triunfa. Toda
esta polêmica será salutar e trarão benefícios para o melhor entendimento,
conhecimento e perspectivas de solução para tão angustiante situação. Principalmente,
porque a solução através dos tratamentos convencionais é pequena e há coisas absurdas
feitas para a manutenção do paciente sobre o controle do terapeuta.
Uma antiga presunção, simplória e sem fundamentação científica, começa a ser
desmascarada. Entendia-se, e ainda é comum entre muitos que trabalham na área de
terapia sexual, que o tratamento da ejaculação precoce seria simples, de resultados
imediatos e de fácil manuseio. Revisões destes estudos sobre a eficácia dos tratamentos
baseados na influência da ansiedade como a única causa desencadeadora da ejaculação
precoce, mostram uma realidade totalmente diversa do que comumente é alardeada.
As revisões sérias, e sem compromisso com pretensas já estabelecidas
verdades sobre a eficácia dos tratamentos baseados na influência da
ansiedade como a única causa desencadeadora da ejaculação precoce,
mostram uma realidade totalmente diversa do que comumente é alardeado.
Os estudos atuais mostram ser a ejaculação precoce um sintoma e não uma doença.
Seria como a febre, um sintoma. Você pode ter uma febre por que tem uma amidalite,
um tumor no cérebro, uma infecção renal, etc... E começamos abordar a ejaculação
precoce, pela alta incidência deste problema, antes mesmo de evidenciar os incríveis

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potenciais de qualificação sexual que podem ser atingidos, ou da incidência de outros
problemas. Estudos científicos mostram que, independentemente da etnia, cultura ou
classe social, em torno de 40% dos homens padecem deste mal.
Uma pequena parte destes homens sofre até pela ignorância, pela falta de conhecimento
e por não ter fontes categorizadas para obter este tipo de informação. Entretanto, a
grande maioria está alijada desta capacidade por problemas biológicos. Por mais que
procurassem se desenvolver, jamais conseguiriam mudar o seu padrão ínfimo de
desempenho. E o pior, pretensos guardiões da verdade e da ciência, nas brumas da
ignorância, condenam que milhões de homens sejam privados de qualquer chance de
serem felizes integralmente.
Já 60% dos homens estão acomodados com a sua capacidade. Capacidade esta, que
temos de convir, até que é plenamente satisfatória. Entretanto, a natureza humana é
competitiva. Faz parte desta natureza, o sempre querer mais e o melhor. E esta
significante porção de homens nem sabem até onde podem ir. O que podem querer. Que
píncaros podem alcançar.
A partir do momento em que a evolução deixou de ser por divisão celular nos seres
primitivos, passou a existir o sexo. E a natureza tinha que se resguardar, ter todas as
garantias para que as espécies fossem perpetuadas. Mesmo nos seres mais primitivos, o
instinto da sexualidade já vem fortemente formatada nos genes dos seres inferiores ou
no cérebro dos mais evoluídos. Nos seres mais evoluídos, a quantidade de neurônios
comprometidos com a sexualidade só perde para a conservação do “Eu”. Logo a seguir
vem o instinto da preservação da espécie.
A espécie humana é a única em que o acasalamento ocorre sem a finalidade imediata de
reprodução, até porque o homem aprende tirar prazer dos seus atos sexuais. Entretanto,
a força que leva o homem ao uso lúdico do sexo é este instinto inconsciente de
perpetuação da espécie, que inclusive lhe encobre a razão e o discernimento. O mais
diferenciado e elaborado intelectual sucumbe humilhantemente a estes instintos animais
e primários.
O homem como ser supremo desta evolução, foi agraciado com sistemas químicos e
neuronais capazes de brindar aqueles que cumprem com suas funções de perpetuação da
espécie com dádivas divinas. Já foram localizados mais de 400 centros cerebrais, que
eletricamente estimulados promovem a liberação de endorfinas - substâncias que
desencadeiam a sensação de orgasmo.
Em algumas partes do livro seremos repetitivos. Propositadamente repetitivos. Isto
devido ser um assunto, que apesar de tratado com uma abordagem para leigos, está no
limiar da ciência. Para o seu pleno entendimento, é importante explanar exaustivamente
o tema para dar uma total clareza e não deixar dúvidas. O intuito deste livro é fornecer
conhecimentos, sem querer esgotar as possibilidades, para que estas dádivas possam ser
alcançadas não só por um grupo seleto, mas sim por todos os homens. Este pode ser
considerado o seu manual para o conhecimento reconhecimento e qualificação de seu
prazer.

O Poder do Pênis

Entre o imaginário, a mágica, a fantasia e o palpável real, na área sexual, perpassam


distâncias abismais.

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Uma das manchetes do jornal “Folha de São Paulo”, de 21 de março de 2001, era
“Padres estupraram freiras, admite o vaticano”, o subtítulo da mesma matéria era
“Relatório reconhece que missionários obrigaram freiras a tomar pílula e abortar”. O
corpo da matéria traz ainda que uma das freiras que foi submetida ao aborto veio a
morrer. O inusitado trágico é que a missa de réquiem foi efetuada pelo próprio padre
que a obrigou abortar.
Na Internet os sites mais visitados são os de sexo, onde não existe nenhum fator de
constrangimento ou que possa criar uma autocensura, batendo de longe qualquer outro
tipo de assunto.
Entretanto a questão sexual vem sendo abordada dentro de pré-determinados chavões e
“engessada” por preconceitos tão arraigados que afetam mesmo aqueles que trabalham
com a sexualidade. Estas posturas modulam um comportamento estereotipado, mesmo
tendo no seu bojo “liberalidades e modernismos” como o tratamento de assuntos até
bem pouco tempo considerados tabu como homossexualidade ou sexo oral entre outros,
porém com abordagens mal conduzidas como nos casos de ejaculação precoce, tamanho
do pênis, entre outros.
A grande maioria dos médicos, terapeutas sexuais, psicólogos que trabalham com a
sexualidade insistem em negar os aspectos orgânicos funcionais no tratamento da
ejaculação precoce, em despeito dos maus resultados obtidos com estas técnicas.
Ademais, a ignorância, a falta de informação, da capacidade da qual o homem pode
dispor para a plenitude de seu desempenho sexual é extraordinariamente muito grande.
A maioria dos homens habitualmente utiliza apenas uma pequena parte de todo o seu
potencial.
O tenro lactente ao ter retirada as suas fraldas imediatamente dirige sua mão ao pênis e
permanece como que se deleitando pela sensação prazerosa desencadeada. Toda a área
genital é extremamente inervada por fibras sensitivas. Este toque da criança, reflexo, até
involuntário inicialmente, já começa a efetuar a impregnação de um número bastante
expressivo de neurônios, em uma região cerebral cortical bastante extensa, fazendo com
que a partir daí, desde a mais tenra idade o homem mesmo inconscientemente vá tendo
a percepção do seu membro. Esta percepção, consciente, ou mesmo inconsciente, vai
permanecer para o resto de sua vida, tornando o pênis como uma parte mentalmente
diferenciada no seu corpo. Ou seja, a formatação cerebral da representação do pênis no
cérebro começa a partir destes impulsos cognitivos oriundos da genitália, oferecendo ao
homem um auto-reconhecimento constante, prazeroso, irracionalmente deletério de seu
pênis.
Esta conotação em nível neuronal determina o comportamento sexual do homem que é
falocêntrico, o pênis é o eixo, enquanto a mulher, que tem embutidas estas estruturas
sexuais, é somatocêntrica.
Para o homem, a sua espada mágica, o pênis significa prazer. Tanto em nível consciente
quanto em nível inconsciente. Mas, seguramente a parte consciente é apenas a ponta do
iceberg. Aqueles milhões de neurônios impregnados, que clamam pela perpetuação da
espécie, que sutilmente nos empurram à masturbação na adolescência e ao sexo
propriamente dito a partir da juventude, em parte explicam a reportagem da Folha de
São Paulo sobre a sexualidade dos padres e a incidência de visitas aos sites sexuais entre
outras milhões de situações com o mesmo tipo de conotação que poderíamos citar.
O homem na sua identificação como indivíduo, em nível inconsciente ou consciente,
tem como referência o seu falo, situações que pela razão não tem lógica, que estão
acima da racionalidade, naquele limite estreito entre auto-estima, vaidade e respeito a si
próprio.

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E mais, o homem sabe consciente ou inconscientemente, que esta espada mágica pode
lhe abrir portas de paraísos mais imprevisíveis e psicodélicos, apesar de que uma grande
maioria, mesmo intuindo isto, não o consiga.
O homem intui e sabe que ele é um escravo desta força magnífica que, alheio a sua
vontade, foi lhe colocada dentro de sua mente pela mãe natureza. Escravo que até pode
tentar se rebelar pela racionalidade, pela cultura, por fatores repressivos religiosos, mas
que a qualquer deslize seu será dominado, a qualquer instante por este imperioso
desígnio.
Enfim, o homem é um joguete servil deste senhor magnânimo e poderoso, o Pênis!

Entrevista de um agraciado do terceiro nível

* (rodapé) Eduardo Bueno, jornalista e escritor

Uma das maiores gratificações vivenciais foi entrevistar Eduardo Bueno*. A empatia foi
imediata e, imagino, recíproca. Gratificante, não só pelo brilho da sua inteligência
irreverente e aguda, nem pela incrível capacidade intuitiva, mas principalmente pela
profundeza e genialidade de sua sensibilidade. Nunca encontrei uma definição mais
adequada sobre sexo que esta, das entranhas da sensibilidade do Eduardo Bueno:
“Sexo é espírito, não é matéria. Não é algo que possa ser desinfetado – nem
enclausurado na agenda política de uma determinada década. Sexo não é apenas uma
escolha. É um instinto. É, provavelmente, o instinto – atemporal, imortal, indissolúvel e
apolítico. É a força mais poderosa do planeta. A união implausível entre sexo e morte -
estabelecida sob a égide da Aids - parece, de alguma forma, tê-lo fortalecido. O sexo
permanece a fonte de toda vida humana, a razão pela qual estamos aqui. Mesmo que,
por vezes, sejamos forçados a nos arremessar contra o seu poder infinito”.
Em duas horas e meia de conversa objetiva e descontraída, transcorremos os meandros
de dimensões que talvez só os “iniciados” poderão degustar.
Fluiu espontaneamente o nosso encontro, no sentido de evidenciar toda uma dimensão
do poder de uma força que existe dentro de nós homens, força esta que tem o poder de
nos levar a recônditos sagrados, guiados pelos cavalos brancos alados da energia sexual,
através de uma abordagem que só a perspicaz inteligência do Eduardo poderia
configurar.
A entrevista se dividiu em duas partes. Enquanto Eduardo Bueno trabalhou como
jornalista do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, e coordenou uma pesquisa sobre a vida
sexual dos gaúchos, que foi publicada naquele periódico e cuja análise vimos no
capítulo “O Real e o Imaginário”. Nas colocações sobre a visão de Eduardo Bueno dos
resultados desta pesquisa se constituiu a primeira parte da entrevista. A segunda refere-
se propriamente ao seu desenvolvimento como homem.
A integra do texto é a que segue:

A entrevista

Entrevistador - Nessa pesquisa que você coordenou, “A mais completa radiologia da


vida sexual dos gaúchos”, consta que mais de 80% dos homens do Rio Grande do Sul,
estão satisfeitos com sua vida sexual. Mas, você põe um adjetivo logo após de
satisfeitos: “conformados”. Não sei se você se lembra?

Eduardo Bueno - Detalhadamente não...

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Entrevistador – Este “conformados” significa que você acha que os homens transam mal
e se resignam?

Eduardo Bueno – Bom, gostaria de começar falando na origem dessa pesquisa. Eu


costumo dizer, um tanto como verdade, um tanto de brincadeira, que eu sou gaúcho,
mas não exerço. Sou gaúcho porque nasci aqui. Eu estudo o Rio Grande do Sul, eu
conheço o Rio Grande do Sul, a história do Rio Grande do Sul. Sei porque, quer dizer,
tenho uma razoável pretensão de poder me posicionar historicamente com relação à
trajetória do Rio Grande do Sul, e que reflexos isso teve na mentalidade nos homens e
mulheres que vivem aqui. Eu na vida adoto uma postura de ironia e deboche muito
freqüentemente, que acho ser uma forma saudável de tentar alfinetar algumas verdades
estabelecidas. Entre as verdades estabelecidas, está aquela de que o gaúcho é no fundo
mais potente que os demais homens, pelo menos brasileiros. É mais macho, mais
vigoroso, é mais tudo. E, portanto, sexualmente seria mais ativo e mais comedor, entre
aspas, para usar a palavra utilizada usa em mesa de bar. Pela vivência que tenho aqui no
estado, já morei fora, já morei dentro, às vezes me ocorre àquela piada famosa. Tem
várias, não é? Sobre gaúchos. Mas, uma delas é a seguinte: um gaúcho diz, “lá no Rio
Grande do Sul é tudo macho! E o carioca responde, “estranho, lá no Rio é metade
macho e metade fêmea, e funciona direitinho”. E sendo os gaúchos tão machos assim,
só machos, eu me pergunto, será que são realmente felizes sexualmente? Nessa época,
trabalhava no Zero Hora, que é o jornal mais influente, de maior penetração no Rio
Grande do Sul. E por coincidência, o diretor era o Augusto Nunes, que é paulista.
Embora fosse paulista, não era um cara arraigado. Era um “globe trotter”, um homem,
um cidadão do mundo. Já morou em vários lugares e também compartilhava comigo
desse mistério, de afinal, porque o gaúcho, em tese, seria mais potente e superior aos
demais brasileiros e, quiçá, do que os demais humanos. Porque às vezes, a gente tem a
impressão que o gaúcho é superior aos outros humanos!
Resolvemos fazer essa pesquisa, que, na minha opinião, comprovou que se os gaúchos
são mais alguma coisa, talvez sejam mais mentirosos que os demais. Porque eu não
contesto a pesquisa em si, entendeu? Acho que a pesquisa foi bem feita. Mas, acho que
as pessoas, os entrevistados exageraram ampla e largamente. Porque pela experiência e
convívio que tenho com as mulheres gaúchas, elas não me parecem tão satisfeitas assim,
com o desempenho de seus homens. Então, ao dizer que estão conformados, também
quis dar alguma ironia nesse contexto. Porque, não acho que os gaúchos estejam tão
satisfeitos assim sexualmente. Nem os gaúchos, nem os demais humanos. Vamos
também estender aos homens em geral.

Entrevistador – Bom, parcialmente você já respondeu a segunda pergunta, ou seja,


vamos pegar a estatística, 40% dos homens sofrem de ejaculação precoce, isso é
estatística médica, 25% dos homens sofrem de algum grau de disfunção erétil até os 50
anos (1 a cada 4), 50% depois dos 50 anos sofrem de disfunção erétil. Não quer dizer
que o homem vai se tornar impotente, mas com a idade, estatisticamente cada vez
aumenta esta chance. Aqui, na sua pesquisa, 80% dos homens falam que estão
satisfeitos. Isto, é claro, acaba com a estatística médica. Você acha que isso é hipocrisia?
E a pergunta é um pouquinho mais ampla. Vamos a segunda parte dela. Você acha que
os homens, de um modo geral, sabem aproveitar o potencial biológico, em relação a
capacidade e desempenho sexual que eles têm?

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Eduardo Bueno – Olha, eu não acho que seja hipocrisia. Sabe, acho que é uma coisa
mais triste, mais profunda que hipocrisia. É temor e é vergonha.
Você tem aí alguns depoimentos meus, depois a gente até vai aprofundar isso. Eu fui
criado num colégio de padre jesuítas e fui induzido a ir para um cabaré, ter minha
iniciação sexual com 14 anos de idade. Ambas as experiências foram muito traumáticas
para mim. Tanto o colégio jesuíta, quanto o cabaré, no qual tive que ir, se não meu pai
me levaria. Eu tinha a absoluta certeza de que era brocha, até 16 ou 17 anos de idade. Aí
tive uma namorada com quem me iniciei sexualmente. Tive mais prazer sexual com ela,
mas não foi uma coisa totalmente dentro dos padrões. Por uma série de razões, depois
que eu rompi com essa namorada, fiquei tipo uns dois anos no desvio. Não tinha
namoradas sólidas. Também com altíssima insegurança sexual. E com uma dificuldade
muito grande para tratar sobre isso. Inclusive quando fui falar com meu pai, que para
mim foi uma dificuldade muito grande. “Pai eu sou brocha!” Ele deu uma gargalhada
tão grande, que se não tivesse sido seguida da frase, “eu vou te arrumar uma puta bem
puta, aí tu vai ver que tu não é brocha!” A gargalhada sozinha já teria me curado. Mas
veio seguida dessa frase. Eu não acho que as pessoas falam isso por hipocrisia. Eu acho
que a maior parte das pessoas têm muita insegurança. É difícil você ficar julgando os
outros. O homem é submetido a uma série de pressões sobre o seu desempenho sexual.
A mulher também. Aos poucos isto vai mudando. A gente depois também pode falar
sobre isso. Mas durante muito tempo a mulher se pôs nessa posição machista, também
de ser conquistada de se fazer de difícil, né? Estou falando da minha experiência dos
anos 70. Porque agora é o seguinte: você é que tem que se fazer de difícil, de tanto que
elas avançam em você, né? Respondendo enfim a pergunta, não acho que seja
hipocrisia. Eu acho que é um temor. É uma insegurança muito grande, que leva as
pessoas a mentir. Não só com pesquisas, mas mentirem para si mesmas. E fazerem da
sua vida sexual uma mentira, que só aumenta o ciclo de mentiras, que iniciou com um
temor inicial que é normal, que vai aumentando, aumentando, na medida em que o cara
ao mentir, está impondo para si um objetivo que não vai conseguir cumprir, porque não
é uma competição sexual. Então, no fundo não é uma competição sexual que a gente
está envolvido. Mas as pessoas se comportam como se assim fosse. E como se
dependesse disso a procriação da espécie, né”? Bom, mas a segunda parte da pergunta,
que era…?

Entrevistador - Se você acha que o homem sabe aproveitar o potencial sexual que tem?

Eduardo Bueno – Não! Não sabe! Não há a menor dúvida. Você fala com as mulheres e
elas te revelam que eles realmente não sabem!

Entrevistador – Isso você diria que por prepotência ou ignorância?

Eduardo Bueno - Por ambas. É um coquetel explosivo e conflitante, e neurotisante de


prepotência com insegurança e com ignorância. E o fato do homem não deixar a mulher
dirigir o processo sexual, na cama, também é muito grave, sabe? Por que segundo o
Taoismo,que é a doutrina que eu segui. Por que não posso mais dizer que eu sigo.
Depois a gente pode falar sobre isto. Eu estou um pouco afastado disto por uma série de
circunstâncias! Mas, é a mesma coisa que andar de bicicleta, depois que você assume,
né? Eu continuo com o controle sobre a ejaculação! Só ejaculo se eu quero! Se eu não
quero, eu não ejaculo! A não ser em circunstâncias muito, não é, diferentes. Agora, as
mulheres te dizem isso claramente, que os homens em geral não as satisfazem. Mas, eu
queria dizer o seguinte, que o Taoismo que é a doutrina que eu sigo, deixa claro que a

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mulher tem uma energia sexual muito superior a do que o homem e que de certa forma
o processo tem que ser dirigido por ela. Tem aquela velha historia, água e fogo. A
mulher é a água e o homem o fogo. O homem esquenta muito rapidamente e a mulher
demora muito, mas depois que ferve, fica fervendo um tempão. E, aí há um
descompasso, se você, sabe? Aquela relação padrão de 7 a 11 minutos! Ela é muito
insatisfatória para uma mulher. Eu acho que as mulheres começam a desempenhar ou
sentir que elas realmente têm atividade depois de uma hora, pelo menos!
.
Entrevistador – Continuamos falando sobre as mulheres, na pesquisa que você
coordenou só 7% das mulheres tinham insatisfação. Se só 40% dos homens já tem
ejaculação precoce, será que as mulheres se sublimam? Será que elas mentem? Ou será
que elas não conhecem o outro lado?

Eduardo Bueno - Olha, eu acho que é uma mistura de ambas outra vez.
Acho que é um pouco de mentira, vergonha. As mulheres me parecem um pouco mais
sinceras do que os homens. Na verdade uma das coisas que mais nos espantou, a mim,
ao Augusto, eu cito ele por que ele estava diretamente envolvido no processo, da idéia
desta pesquisa, das perguntas e tudo, foi esta resposta das mulheres. Eu não sei, pela
experiência que eu tenho as mulheres me parecem menos mentirosas que os homens.
Então, a questão mentira aí entrou menos. Mas, você sabe que as mulheres estão cada
vez mais adotando um comportamento masculino. Ao adotarem um comportamento
masculino em varias áreas, inclusive, nessa do assédio sexual, que agora passou a ser
quase que exclusividade delas, não é cara? E essa coisa também do novo desempenho
profissional, elas talvez tenham aprendido a mentir com os homens também. Agora, eu
não sei. Só 7% das mulheres que você conhece estão insatisfeitas, doutor Bayard?

Entrevistador - Isto é da sua pesquisa!

Eduardo Bueno – Eu sei. Mas, eu pergunto para você?

Entrevistador - Na minha ótica, hoje, se 40% dos homens tem ejaculação precoce, 25%
dos homens com menos de 50 têm problemas, seguramente no mínimo 60 a 70% das
mulheres tem que estarem insatisfeitas!

Eduardo Bueno - Eu acho que é isso.

Entrevistador – Seguramente, isso é uma ótica matemática, estatística, biológica.

Eduardo Bueno – É, concordo! Eh!Eh Eh Eh.!(risos)

Entrevistador - Outra coisa! É importante a gente desmistificar uma pesquisa porque ela
de uma certa forma ela é um indutor ao conhecimento. Ela formata um comportamento.
Assim que você colhe aqueles dados e você lança ao publico, aquilo já passa a ser um
fator de conhecimento. Se eu estou fora daquilo eu não estou certo! Então, por exemplo,
a freqüência que foi encontrada na pesquisa fala em 2.8 vezes por semana!

Eduardo Bueno – Ah! Ah! Ah! Ah!(risos) Duvido!(Em som alto, pausado e estridente)

Entrevistador - Outra questão interessante que teve na pesquisa, isso agora é a minha
opinião, depois eu completo com a pergunta. Não acredito que os entrevistados dessa

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pesquisa deram depoimentos verídico. O constrangimento inconsciente sempre existe.
Por exemplo, se você for fazer uma pesquisa sobre tamanho de pênis do homem, e pedir
para uma mulher o tamanho, e depois pedir para o homem a diferença sempre varia de
três a quatro centímetros a mais do que a companheira relata. O homem superestima o
tamanho do seu pênis! Então, já existe uma coisa natural que o homem procura. Então,
54% dos homens relataram que o ideal seria em torno de uma hora e 29% falam em
mais de uma hora que seria o tempo de duração ideal de uma relação. Eu queria saber se
nessa pesquisa, isso aí, seria o tempo de penetração, não está bem claro, ou se
compreenderia desde as carícias, penetração, por que parece um tempo bem maior do
que na realidade existe?

Eduardo Bueno – Exato, a idéia original era que envolvesse desde as carícias, o ato
globalmente, o conjunto da obra, digamos assim. Mas, realmente eu acho que não ficou
claro ali. Então, inclusive a gente não sabe se este tempo se referia ao conjunto da obra
ou ao tempo de penetração. Eu acho que é o conjunto, mesmo assim já é exagerado. As
pesquisas mostram, o relatório Hite famoso, mostra que os homens ficam sete minutos,
de 7 a 11 minutos transando, e que são favoráveis às caricias quando são neles!

Entrevistador - Sexo Taoísta! Você na sua entrevista dada a revista “Playboy” relata que
você desenvolveu a partir do momento que você começou um treinamento com Kung-
Fu. Você já não tinha intuído antes esse tipo de capacidade? Ou você desenvolveu a
capacidade a partir desse momento?

Eduardo Bueno - Desenvolvi essa capacidade a partir desse momento. Como eu te falei,
a minha trajetória na adolescência e início da idade adulta é emblemática. Por isso, que
eu também tenho tantas suspeitas com relação a supostas declarações de satisfação
sexual tão grandes assim, que você encontra em pesquisas. Porque a minha trajetória é
essa. Formação em colégio jesuíta, um colégio repressivo, um pai putanheiro, entendeu?
Um pai que comeu um monte de puta, e uma mãe em casa, trancada. E, tinha mais, eu
me sentia por um lado mais ligado às frustrações da minha mãe, do que das supostas
euforias do meu pai. Era um quadro… Sou muito amigo dos dois! Não vai aqui crítica
aos dois. Minha mãe inclusive está morta já. Meu pai está vivo. Gosto muito do meu
pai, mas é que ele é o fruto da geração dele, entendeu? Eu me envolvi, como já te falei,
com movimento Hippie, que supostamente era essa coisa. Tardiamente, porque eu não
sou dessa geração. Eu me identifiquei ideologicamente com essa geração. Então era um
suposto amor livre… aí surgiram algumas coisas orientais, como aquele Rajinichi, você
deve saber, aquele guru! Hoje todo mundo tem que trepar! E aquilo tudo, em vez de me
libertar também ajudou a criar esse quadro aí nebuloso... Ah! Mas, aí eu me casei, tive
durante esse meu primeiro casamento um desempenho sexual absolutamente normal. E
por isso, e por normal eu quero dizer medíocre. Ou seja, transava, no inicio com minha
primeira mulher, logo no início do casamento, é de quatro a cinco vezes por semana.
Assim que o casamento começa você tem aquele ãhãh. À medida que o casamento foi
indo, eu fiquei cinco anos casado, a partir do terceiro ano eu transava de uma a duas
vezes por semana, no máximo. As nossas transas duravam uma hora, com o conjunto
toda. Mas veja, tínhamos 23 a 24 anos de idade, o que conta também, onde você
supostamente esta no auge do teu vigor! Eu nunca me senti uma pessoa de grande vigor
sexual. Jamais, sempre me achei meio assim Se tivesse que me definir, me definiria
mais para brocha, que outra coisa qualquer. Esses fantasmas tinham diminuído muito,
mas ainda existiam. Mas muito, porque, além de tudo, eu amava muito a mulher com
quem eu era casado. E isso ajudava muito. Mas, era uma coisa absolutamente normal,

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no sentido de medíocre, mediano. Era uma coisa mediana. Não trazia insatisfação, de
forma alguma para nenhum de nos dois. Mas, jamais foi uma satisfação transcendente,
sabe! Jamais foi uma coisa repleta de luz, assim como viraria depois. Aí, a gente se
separou, mas quando se separou não houve nenhum rompimento muito traumático, tal, e
eu me envolvi, por coincidência, com a mulher que era a melhor amiga dela, ah! E, aí
nesse momento, no final do meu casamento, com ela, eu já estava me envolvendo com o
Kung-Fu, Aí, fui me envolver com Kung-Fu, me envolvi com Yoga e virei vegetariano.
Ah, essa minha ligação com o vegetarianismo, com Yoga e com o Kung-Fu que é a
vertente digamos oriental do movimento Hippie. Você sabe, né? Desde George
Harrinson, que era Hare Krishna, sempre teve um flerte entre os Hippies e orientalismo.
Que, aliás, eu acho que é um dos braços mais bem sucedidos do movimento Hippie que
deu tanta coisa errada naquela merda, que alguma ia ter que dar certo. O Zen budismo e
o Budismo, você sabe, chegaram ao ocidente em mais massivamente por causa dos
Hippies, que foram os primeiros ligados ao orientalismo e tal. Em função disso, é que
eu conheci o taoismo através de um livro chamado “Tao do Amor e do Sexo” e aí,
realmente, que é a modificação total e completa da minha vida. Por que daí eu passei a
fazer exercícios respiratórios, passei fazer meditação transcendental e passei desfrutar
então com minha companheira de uma satisfação sexual e de uma vertigem sexual que
eu nunca imaginei que pudesse ser possível. O que eu quero dizer é bem claro até para
desmistificar que é muito fácil de ser atingida! Quer dizer a nível, pelo menos de cabeça
e espiritual. E, que a partir do momento que você se envolve espiritualmente e
mentalmente nisso, a parte física, que supostamente é mais difícil, e é a mais difícil,
vem ao natural se você esta realmente envolvido. É mesma coisa, é o seguinte, você esta
envolvido com uma igreja, suponhamos, se você tem realmente fé, as coisas se
concretizam para você. Mesmo que seja igreja evangélica e a igreja católica, das quais
eu tenho minhas altas dúvidas. Mas se o fiel está envolvido naquilo, as coisas se
concretizam com muito maior facilidade do que você é aquele cara. Se você pergunta
para alguém, o que você é? Eu sou católico, da boca para fora, como tantos brasileiros.
E, aí você, que nem hoje, na Zero Hora tem uma frase do Camus: “Você só recorre a
Deus para causas impossíveis”. Só que, às vezes, elas se concretizam. Então, como eu
realmente estava envolvido naquele processo, muito profundamente, e a minha mulher
também, as coisas se concretizavam para nós muito rapidamente, com muita
intensidade. Mas, eu preciso fazer duas ressalvas, que eu realmente gostaria que
constasse. Primeira, eu estava afastado da civilização, digamos assim. Eu morava em
Gramado, e a primeira casa próxima da minha ficava a dois quilômetros. Em dois
quilômetros de raio só tinha mato. A gente acordava as 5:30 da manhã e dormia com o
por do sol, entendeu. A gente tomava banho frio, no inverno, ou quente e frio alternado.
A gente fazia exercícios respiratórios, a gente fazia dez dias de arroz, a gente fazia três
dias de jejum. A gente estava inteiramente envolvido um com o outro. Então, você
entende. Segunda coisa, eu demorei muito para transcender uma coisa que, porque
durante, quando a gente achava que já estava praticando aquilo, na verdade a gente
estava praticando ginástica sexual. Por que o desejo, no sentido de posse, sabe, no
sentido de conquista, e no sentido de como meu pau é duro, estava presente. Porque o
verdadeiro taoísmo, e a verdadeira relação sexual, essa, é que é o seguinte, é de entrega.
Não é de posse. É o contrario, entendeu? E demorou muito, para a gente chegar nesse
estágio. Por que, a gente achou que já estávamos realizando plenamente os
mandamentos taoístas do sexo total, e não estava. Especialmente, eu na minha cabeça,
ela menos do que eu, mas, ela também não estava. Por que, por que quero dizer depois,
até para desmistificar isso, que faltou dizer nesta entrevista da “Play Boy”, é o seguinte,
as pessoas não querem esse tipo de sexo, Dr. Bayard. Não querem! Porque, esse tipo de

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sexo, pressupõe uma supressão de ego. Você não existe mais! Você é o outro e o outro é
você. E ninguém quer deixar de ser quem é! Todo mundo quer impor, se impor com o
ego. E, o ego e pau duro estão diretamente ligados na cabeça do homem, e posse,
domínio do parceiro, entendeu? E, isso não é taoísmo.

Entrevistador - Você falou que para haver essa transcendência, essa capacidade você
usou exercícios respiratórios, mentalização, você utilizou exercícios da musculatura
peniana?

Eduardo Bueno – Sim!

Entrevistador – Isto também foi utilizado?

Eduardo Bueno - Sim, todos essas doutrinas naturalistas elas tem seu equivalente de
exercícios físicos, eu fui macrobiótico uma época, não é? Eu tenho respeito e admiração
pela macrobiótica, mas estou muito afastado dela. Também e acho, que elas tem muitas
lacunas. E acho que ela não se adaptou bem aos trópicos. Você deve saber talvez, que
não comem frutas, nem nada cru. Você morando num país tropical, não comer frutas não
comer nada cru. Porque ela surgiu no Tibet, então é normal que no
Tibet, um lugar frio, árido, longínquo, altíssimo você não coma nada cru que te
enfraquece, mas no trópico é complicado. Mas a macrobiótica tem uma técnica de
exercícios chamada, ritmo-práticas, que são exercícios diretamente ligados com a
respiração. E, um deles é o esfíncter. Você fica, aaah, como se diz? É, pressionando.

Entrevistador – Urinário ou anal?

Eduardo Bueno – Ambos. E, você fica fazendo esse exercício que eles recomendam que
você faça tipo 150 de manhã e 150 à noite. Quero te dizer que nunca consegui fazer
tanto! Por que enche o saco! Mas, quero garantir que esse exercício da musculatura dos
esfíncteres muda tudo, sabe! Inclusive, eles te garantem, e isso é muito importante, que
as chances de você morrer afogado, para quem tem essa musculatura desenvolvida é
muito menor do que para quem não tem. Eu quero te dizer que eu pego onda, não sou
surfista, até gostaria de ser, pego de peito, assim, mas pego legal. Pego onda de 3
metros, de 4 metros. Grandes. De peito. E, já tomei muito caldo. Eu quero te garantir
que quando você aperta o esfíncter anal, especialmente a tua capacidade de ficar em
apnéia, de ficar sem respirar é muito maior do que quando você se caga! Ah! Ah!
Ah(risadas) Quando você se caga dentro da água, entre parentes, você fica com muito
medo e afrouxa ao invés de apertar.

Entrevistador - Quanto tempo levou, não sei se você se recorda, mas, mais ou menos,
para você passar daquele estágio inicial para esse estágio de qualificação de prazer,
foram dias, meses ou anos?

Eduardo Bueno - Meses, pelo seguinte, eu estava preparado para isso, sabe. Eu estava
programado para isso, exatamente. E minha mulher também. A gente vinha de duas
situações muito traumáticas eu da minha separação, e ela da morte do marido dela. E a
gente estava interessada um no outro, e fazia tempo, e nós estávamos ambos envolvidos
em questões, aí, anh, dessa filosofia, desse tipo de vida natural. E, morar no mato,
meditar, etc... há tempo. Então, como se juntou tudo ao mesmo tempo, e além de tudo
era como se nós não tivéssemos outra chance, entendeu. Era aquela a chance de nossas

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vidas. A gente se apaixonou muito rapidamente. Então, além de tudo, tinha o quesito
paixão muito grande. E a gente resolveu ver até onde essa paixão ia, e já tinha lido esses
livros. Então, começamos a por em prática os dois juntos, os dois com o mesmo
objetivo, e os dois longe da civilização, também tem essa. Então, em três, quatro meses
a gente já percebeu grandes mudanças. Mas isso que eu te falei, daí a gente estava
enganado, a gente tava praticando uma ginástica sexual. E só depois de um ano, mais ou
menos, é que a coisa começou a adquirir o seu desdobramento espiritualizante, digamos
assim, do teu ego ficar pulverizado. Eu queria colocar talvez já agora, depois não sei se
vou ter chance. É o seguinte: você começa a respirar no mesmo ritmo que seu parceiro.
E aí, você começa a, e o Tao recomenda também que você transe depois de um tempo
sem se mexer. Há a penetração, os dois estão juntos e não há mais movimentos depois
determinado tempo. Não há mais movimento O único movimento é o respiratório.
Então, você fica respirando no mesmo ritmo da sua parceira e tentando fazer com que
teu coração, por justamente, porque a respiração está pausada igual, começa a bater no
mesmo ritmo do coração da parceira. E quando os dois corações começam a bater no
mesmo nível, você deixa de ser um só. Os dois passam a ser quase que uma entidade.
Passam a ser conjuntos, e ai é, que se dá realmente uma espécie de orgasmo, vou dizer
orgasmo, porque não é exatamente um orgasmo, sabe! Por que, claro este orgasmo que
estava falando também, mas daí você transcende o orgasmo! Você não busca mais nem
o orgasmo! Você só busca esta comunhão, de corpo e mente, alma e coração. E ela
suplanta, na minha opinião, mesmo o orgasmo sem ejaculação. Embora, eu deva
confessar também que não tenho a plena certeza de que eu tenha tido, na plenitude esse
orgasmo, que o Tao recomenda, sabe. Esse que você só sente subindo pela “Kundalini”
até o cérebro. Eu acho que eu tive! Mas como, pelo fato até de eu não, que eu acho que
tive até inúmeras vezes! Mas, eu não acho que talvez não tenha sido como eles dizem.
Em compensação, por um outro lado, eu acho que tive um superior ao que os livros
recomendam!

Entrevistador - Fantástico! Vamos nos aprofundar um pouquinho mais. A próxima


pergunta, vê como a coisa flui, praticamente você já abordou. Você fala em sete horas de
duração. E, a pergunta é a seguinte, essas sete horas eram com orgasmos múltiplos, ou
somente era o tempo com esse outro tipo de satisfação sexual que você tinha, ou você
tinha essa seqüência de orgasmos sem ejaculação?

Eduardo Bueno – Não! Não, eu tive, o máximo que, por que é o seguinte, depois vira
quase, vem alguns momentos que vira quase que um orgasmo permanente, que talvez
seja um orgasmo múltiplo. Você esta num estado extático, com x, de êxtase. De êxtase
pela tua entrega. Por que enfim você se entregou, então ao se entregar, ao suplantar o
ego, ao superar o Ego, ao se entregar plenamente para alguém, e esta outra pessoa se
entregar para você, é como você se jogar num abismo de “Bung Jumping”, sabe. É que
nem, eu estou muito interessado em fazer aquele salto, estes saltos enormes, não só de
Bung Jump, mas também de abrir o pára-quedas na última hora, por que acho que deve
ser muito parecido. Por que você não salta num abismo? Por que você sabe que no fim
você vai morrer, vai chegar lá em baixo e se estatelar. E agora, se você soubesse que
pode saltar num abismo e desfrutar de todo aquela enorme sensação da queda, com
liberdade total, sabendo que no fim não vai morrer, você não saltaria? Saltaria! É muito
similar a isto! Depois de um determinado estágio desse talvez orgasmo múltiplo,
provavelmente orgasmo múltiplo, você entra num estágio de queda livre que eu tomo
como o fim do ego, sabe. Enfim você se libertou, enfim! É tipo uma iluminação. É tipo
um “Satori”. O “Satori” é o súbito despertar! Enfim, tudo faz sentido, entendeu? Enfim,

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medo desapareceu. Então, porra! Isto para mim é o orgasmo total! Então, isso aconteceu
em algumas ocasiões, por que também o seguinte, eu quero muito mais desmistificar do
que mistificar. E essa minha entrevista na “Play Boy” teve um lado que ficou meio
mistificador. Até lá saiu pela culatra, sabe. Então, por exemplo, 7 horas! Sim, várias
vezes, eu transei sete horas, várias! Só que é o seguinte, dessas 7 horas é importante
você ficar, claro que 4 horas sem se mexer! E quero ver você ficar sem se mexer 4
horas! É muito mais difícil que você ficar se mexendo! Por que, menino você ficou sete
horas comendo! Parece que o cara é um garanhão! Comendo, com uma pedra
eternamente dura, e não era isso! Entendeu? E ao mesmo tempo é muito mais do que
isso! Bom, só para encerrar, estas sete ou oito horas aí, deram no máximo, digamos,
entre quarenta vezes, num período de três, quatro anos. Por que em geral a gente
transava diariamente durante uns três anos, durante uns três anos a gente transou
diariamente três vezes ao dia, que é como o Tão recomenda. É, tipo duas horas de
manhã, uns quarenta minutos de tarde e umas três horas à noite.

Entrevistador – A próxima pergunta: você tem o domínio de determinar o momento, os


momentos do orgasmo?

Eduardo Bueno – Não!

Entrevistador - Consegue programar, ou seja, ter controle voluntário do momento do


orgasmo?

Eduardo Bueno – Não! Não, ele vem em ondas, ao natural.

Entrevistador – Explode, remite, explode novamente?

Eduardo Bueno – É, exatamente. Ah! E quero dizer o seguinte, que muitas vezes na
minha vida estiveram acompanhados de grandes surtos de riso. O melhor e mais
verdadeiro riso.

Entrevistador – A euforia!

Eduardo Bueno – Total! Total, total.

Entrevistador - Por que você fala também que seriam indicadas três ejaculações por
mês? O motivo da pergunta se deve, porque se há um controle voluntário, isso no
entendimento fisiológico não influenciaria. Você entende que existe um outro tipo de
razão?

Eduardo Bueno – Existem algumas contra-teses, digamos assim, as teses contra-


revolucionárias, não! Tem gente que diz que, não faz tão bem assim essa coisa, sabe, se
não for realmente acompanhada da transcendência o tempo inteiro, sabe. Se você não
tiver, algumas vertentes Taoístas dizem o seguinte: que realmente é uma forma de rezar.
E, é uma forma de religião. E é uma forma de transcendência. Se estes quesitos
espiritualizantes não estiverem presentes o tempo inteiro ou maior parte do tempo, de
novo, você vai estar fazendo ginástica sexual. Fazendo esta ginástica sexual talvez não
seja inteiramente recomendado você jamais ejacular, porque vai criando alguns
problemas, que você deve saber melhor do que eu, fisiologicamente não sei o que
envolve lá, ou a porra (risadas) ou o sêmen, envolve as bolas, não sei o que! Rarararara

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(entre risos). Que nem vida de pobre, às vezes tem que dar uma soltadinha, meu irmão!
Eu não posso garantir isto, mas havia alguma salvaguarda, “salvaguardas” de taoístas
ocidentais que recomendavam que se você transasse todos os dias, três vezes por dia,
que ejaculasse eventualmente, para até uma limpeza, para a velha troca de óleo. Eu
quero te dizer que eu ejaculava muito pouco, eu nem me lembro quanto eu ejaculava.
Mas, muito pouco. E, não sentia necessidade. Ao contrário, eu passeie a associar
ejaculação com “brochisse”, sabe? Para mim a ejaculação deixou de ser um orgasmo, ao
contrário, passou a ser assim um corta barato, sabe? Durante muito tempo eu passei a
associar diretamente ejaculação com “brochisse”, sabe? Por que eu o seguinte, eu quero
deixar bem claro o seguinte: que todas as vezes na vida, e olha cara, eu se dei mais de
dez vezes na vida a famosa, deu duas. Se tem neguinho que diz que dá três, da quatro,
dá cinco, eu até acho que dá. Amigos meus dizem, Ah, eu dou cinco!
Se dez vezes na minha vida eu dei duas foi muito. Eu dou, eu ejaculo, eu brocho total.
Para levantar o meu pau depois de eu ter ejaculado só um guindaste! Sabe? Eu sempre
me senti sexualmente meio fraco, até sabe, e se eu ejaculo é muito raro eu transar de
novo, muito raro. Então, depois de ter vivido essa experiência eu passei a associar
ejaculação com “brochisse” direto! E, é muito raro na minha vida eu ter tido um
orgasmo pleno ejaculando. Combinar orgasmo, com que eu chamo de orgasmo, com
que é orgasmo, com ejaculação. Ejaculação, para mim, em geral é aquilo que se chama
de: “me acabei”. E, acho a palavra exata: “me acabei”, (com voz forçada) no sentido
literal. Acabou! Eu gosto de começar, não de acabar!

Entrevistador - Essa colocação até que você está fazendo é fantástica! Por que os
homens entendem a quantidade como qualidade e são coisas totalmente diferentes. Você
acha que este teu desenvolvimento você conseguiria sozinho ou dependeu desta
companheira?

Eduardo Bueno – Olha, na minha opinião depende inteiramente, é a dois, é totalmente a


dois. Ah! Isso se reprisou porque depois eu me separei, desta pessoa com quem eu vivi
isso, e depois vivi outra vez, com menos intensidade, no meu outro casamento. E, eu
digo com menos intensidade pelo seguinte, antes que algum leitor possa por olho gordo
em mim e me brochar para sempre, (risadas) por que você sabe que os humanos são
muito invejosos, eu quero dizer o seguinte: que o fato de eu estar envolvido, primeiro:
nesta viagem espiritualizante, e segundo: morando no mato, (voz estridente). Não é meu
irmão? Então, quando alguém, antes de alguém sentir inveja de mim diria também esse
filha da puta morava no mato, aí sim! Porque é verdade, porque no meu terceiro
casamento eu tive uma época de envolvimento sexual com amiga, se me lembro muito
forte, muito grande, mas por uma série de motivos ele foi menos espiritualizado, e
acima de tudo ele foi urbano. Foi aqui em Porto Alegre, com ela trabalhando e eu
trabalhando! Ãh! E ai vai querer como? Entendeu? No meio daí, da poluição, do
bababa. Por que eu ainda acho meu amigo, Dr. Bayard, que o ar puro esta diretamente
ligado, a isso, e o silêncio, entendeu, e a noite estrelada do interior de Gramado,
entendeu, e o “coaxar” dos sapos, o barulho dos grilos, também! É essa trilha sonora!
Você que vai querer fazer isso com trilha sonora com alarme de incêndio, alarme de
carro que disparou na rua, podendo inclusive ser o seu? O carro! Não dá!

Entrevistador – Bom agora vem uma pergunta que tem um algum cunho pessoal, que a
gente vai ter que colocar, vamos (interrompido pelo Eduardo).
Eduardo Bueno – Mais? (em alto tom)

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Entrevistador – (continuando a pergunta) Vamos ter que colocar, vamos dizer mais por
parte da teoria, certo. Você, talvez, o sexo isolado também do sentimento, e você
entende dentro da sua visão, você poderia transar por prazer, sem complexo de culpa
devido esse nosso condicionamento cultural, Neste tipo de relacionamento, sem
sentimento, tirar um rendimento pleno? Ou ainda dependeria de ter esta parceira
cooperativa para poder tirar o máximo? Nestas condições você poderia chegar lá?

Eduardo Bueno - Esta é uma grande pergunta! E esta de certa forma é uma pergunta
chave! Porque você sabe que é o seguinte: o Tao mesmo, os verdadeiros praticantes Tao,
que eu quero deixar claro que eu não sou! Eu sou um mero aprendiz que tive por uma
série de circunstancias favoráveis a mim a benção de durante um determinado período
da minha vida vivê-las, não é? Os verdadeiros praticantes do Tao, em primeiro lugar:
são totalmente polígamos, zero monogamia. Segundo lugar: não são cristãos e não
estudaram em colégios jesuítas, portanto a culpa deles é muito menor que a minha.
Terceiro: não tiveram a mesma mãe, que eu tive, e nem o mesmo pai que eu tive! Então,
eles já largam em vantagem. Eles você sabe, eles não só transam, como recomendam o
sexo grupal! Eventualmente. Como recomendam, que você transe com duas, três ou
quatro mulheres diferentes no mesmo dia e eles estão para além da culpa. Por que eles
também, de certa forma, estão para além do desejo da posse! Por que eles recomendam
isso como uma troca energética, na qual você está dando, tanto quanto esta recebendo.
E, eu que não passo de um machista gaúcho ocidental babaca e cheio de culpa, e no
fundo um cristão, e provavelmente ainda não me livrei do espectro jesuíta, achei que
tinha me livrado de tudo isso, e quando deixei de morar em Gramado, e minha mulher
continuou morando em Gramado e eu vim para Porto Alegre, resolvi virar o “Fodão do
Barão Peixoto”, e resolvi comer todas as mulheres que eu nunca tinha comido na minha
vida. Como desculpa que, eu dava para mim mesmo, que eu as ensinaria a ter prazer
com os homens, e elas imediatamente abandonariam todos os seus maridos. Pois bem,
deu problema, mas tem que botar aí ”pobrema”, deu “pobrema”! Por que é muito
complicado, sabe. É muito complicado! E foi uma época em que daí a AIDS realmente
começou a pintar com muita força. A transa com camisinha eu acho inacreditavelmente
complicada, sabe, eu acho ruim, eu acho que ela para mim é o verdadeiro come banana!
(com casca). Não estou aqui recomendando que não se transe sem camisinha, pelo amor
de Deus! Acho fundamental, indispensável, atualmente. Mas, como é que você vai ter
realmente aquele contato que é necessário? É comer a bala com papel, a velha expressão
que, para mim, me parece verdadeira. Inclusive, eu usei camisinha pela primeira vez na
vida com 42 anos de idade, tenho 43, ou seja, faz um ano, ah, que eu usei pela primeira
vez na minha vida e foi ruim. Só que então, na época, que eu vim para Porto Alegre a
AIDS já estava surgindo. Mesmo assim, eu transei sem camisinha e com várias
parceiras, e aí, realmente, virou ginástica sexual. E aí, eu descobri que, na verdade, no
fundo no fundo, eu não passo de um machista que faz o discurso feminista para comer
mais mulheres, ou seja, é grave! (risadas). Eu preciso é de um psicanalista e não de um
urologista! Não, é verdade, você aí se depara com hipocrisia! Eu acho que o sexo entre
os ocidentais, entre gaúchos, porto-alegrense esta super ligado à hipocrisia. Eu acho que
é um comportamento absolutamente hipócrita de homens e mulheres, na maior parte das
vezes, claro que não todos, lógico que não. Mas, o sexo fora do casamento, o sexo com
garotas de programa, o sexo no próprio casamento, Cara, olha é um oceano de
hipocrisia! Porque? Só para não deixar vazio, porque as pessoas não são a fim de se
entregar! As pessoas são a fim de possuir! A pessoa é afim de domínio e, esse domínio
se da de várias formas. Elas não são a fim de entrega, elas não querem deixar de ser
quem elas são.

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Entrevistador - Você se sente dopado, o êxtase! Após quantos orgasmos ou após quanto
tempo de um relacionamento ou após sentir aquela força que emana do sexo?

Eduardo Bueno - Eu acho que começa, no mínimo, parece, não é exibicionismo, depois
de uma hora, começa a acontecer alguma coisa e acho que uma hora e meia, assim, é um
período a partir do qual acabou o aquecimento, não é? Eu quero dizer depois de até
inclusive, com penetração não, você sabe que outra coisa, eu acho, isso eu queria
colocar me lembrei por causa disto, você sabe qual é o ato, de certa forma, do Tao, não
é? É a entrada mole. Quando você dá prazer sexual pleno para tua parceira de pau mole,
quando você consegue penetrar de pau mole, chama-se entrada mole. Se dá com o
auxílio do teu dedo e dos dedos da tua parceira, e a posição que o propicie. Bom,
quando você atinge este estágio daí sim você se livra do Colégio Anchieta!(risos) E aí
deu, não tem mais nenhuma barreira! Então, quando você atingir este estágio não faz
diferença se esta uma hora foi com penetração ou só de caricias, não é? Eu acho, que é o
seguinte: eu acho que o sexo oral, que eu acho maravilhoso ele pode ser plenamente
dispensado depois de determinado estágio, sabe. Quando você ainda está muito ligado
ao sexo oral, eu quero deixar bem claro que eu fui, e acho o máximo, agora inclusive,
num estágio que é o máximo! Não é? Por que não estou mais na fase que estava. É
porque você ainda não estava, é por que é o seguinte, eu falei tudo isso porque o
seguinte: uma hora, uma hora e meia, mas não precisa ser de penetração e nem precisa
ser total carícia, oral, sabe, pode ser só de, de respirando junto, o acoplamento, não é? O
ideal, de certa forma, é que seja com penetração, para mim pelo menos. Talvez um
estágio não tão desenvolvido, mas eu acho que começam, que a euforia começa depois
de uma hora. Bem mesmo, depois de uma hora e meia. Eu acho que não precisa na
verdade mais do que três horas, esta bom. (risadas).

Entrevistador – Ai já entra a outra pergunta, no meu entendimento aquela entrevista que


você concedeu a Playboy, pelo meu entendimento você ironizou um pouco o tempo que
Sting (interrompido pelo Eduardo) que fala em três horas.

Eduardo Bueno – Foi um absurdo!

Entrevistador - Agora, até você colocou um pouquinho diferente. A pergunta que me


refiro, pelo menos entendi que você estava ironizando que ele se achava grande, e só
tinha três horas! Você acha que a relação prazer, qualidade, esta diretamente relacionada
com tempo? Ou você pode ter prazer independentemente ao tempo?

Eduardo Bueno - Claro que você pode ter prazer independente do tempo, mas nesta
coisa Taoísta, nesse processo esta ligada ao tempo, mas, mais uma vez sem competição,
sem ginástica. A gente tem uma mentalidade machista e capitalista, não é? Então, a
gente diz assim, porque eu vou transar só uma hora, se eu posso transar três. Três é mais
do que uma, e uma relação quase monetária, sabe, de conquista, que é absurda! Só
existe na nossa cabeça. Então, é claro que nesse sentido não está ligado ao tempo, mas
se você usar o tempo, sem contabilizá-lo, sem dar uma relação de valor, aí sim. Quanto
mais tempo melhor. Mas, eu queria me retratar em relação ao Sting. Eu quero dizer o
seguinte, só pode ter sido inveja da minha parte porque o Sting é muito mais bonito do
que eu(risos). Dois, o Sting é muito mais rico do que eu. Três, provavelmente o Sting é
mais feliz do que eu. Quatro, eu vi um documentário sobre a vida do Sting, que eu me
envergonhou muito de ter falado, o que eu fiz. Por que, o seguinte: ele esta praticando

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Power-Yoga. Ele esta com o corpo de quem realmente está praticando Power-Yoga.
Aquele corpo dele é desenvolvido, não pelo exercício, mas pelo domínio de técnicas
respiratórias, que já escaparam do meu domínio. Eu precisaria retomar. Eu estou
“caidaço”. E, ele não esta “caidaço”. E, “pô”, eu não tenho transado três horas e ele
tem! Então, quero pedir desculpas, Sting desculpa!(risos)

Entrevistador - Você consegue atingir o orgasmo sem rigidez, que é uma outra arte, ou
necessita ainda da rigidez ainda, para conseguir ter orgasmo?

Eduardo Bueno - Não vou poder mentir, né? Não pode mentir na entrevista!(risos)

Entrevistador – Pode! Na pesquisa feita por você na sexualidade gaúcha já teve tantas!
Mais uma não faz diferença!

Eduardo Bueno – Não! Acho que não! Eu atingi estágios de muito prazer, de muita….,
mas nunca…. Sempre em ereção!

Entrevistador – Sempre em ereção! Ou pelo menos com uma tumescência de um certo


grau?

Eduardo Bueno – Exato! Ou meia bomba pelo menos, para usar um termo técnico.
Aliás, oh pessoal, vamos dar valor a meia bomba aí, meu!

Entrevistador – Você acha, agora uma pergunta que é muito importante por causa da
visão, vamos dizer assim, feminista, que até na radiografia sexual do gaúcho, a mulher
relacionou pela pesquisa, que eu também discordo, que existe assim, do lado feminino,
que existe uma relação muito grande com o sentimento e a quantia do prazer. Você acha
que em relação a esta situação, para o homem, também tem necessidade de sentimento,
amor, para poder ter um prazer total ou um prazer parcial?

Eduardo Bueno – Não! Não! Aí, eu discordo! Eu acho que com amor sempre é melhor!
Agora, não! E o próprio Tao é contra isso, de certa forma, “né”? Por que o amor
pressupõe uma, alguma... a nossa visão de amor pressupõe ainda a existência do ego.
Você fulano ama beltrano. Você não esta ligado a um amor cósmico, e a uma
compaixão, que também esta ligada a este processo cósmico, de forma alguma, “né?”
Então, o próprio Tao até para desmistificar essas formas individualizadas de amor,
recomenda exercícios sexuais, desde que não envolva essa coisa de dominação e posse,
plenamente! Sabe, você comeu um monte de gente! Sem amor, mas ao mesmo tempo
sem, é difícil colocar isto! É que nem aquilo que você me falou, que as pesquisas já
indicam que, não é? Mas não pode! Como você vai sugerir alguém para comer sem
amor? Todo mundo já come sem amor mesmo! Mas, num estágio mais elevado, essas
técnicas, esse prazer, podem ser plenamente atingidos sem amor!

Entrevistador - Essa sua contribuição foi fantástica, porque em relação aquela pesquisa
coordenada por você, o que mais me chocou foi a hipocrisia das mulheres, que estão
transando adoidado por prazer, e pela pesquisa relacionaram que teria que ter amor.
Muito bonitinho, mas uma hipocrisia muito grande das entrevistadas, mas você por
outras palavras chegou a isto!

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Eduardo Bueno – Totalmente! Totalmente! E acho, acho que tem um lado ruim, mas
acho que tem um outro lado que é legal que isto esteja acontecendo com as mulheres.
Por que daí elas vão provar do nosso veneno, também elas vão ver como é ruim ser
dominadora (risos).

Entrevistador – E, para encerrar, você acha que os homens sabem transar?

Eduardo Bueno - Não acho que saibam. Não acho que saibam! Acho que intuitivamente
as mulheres sabem muito mais do que eles. Acho que, se as mulheres não se vincularem
a essa forma que agora estão envolvidas delas virarem as comedoras, delas bararaba! E
acho, que elas vão continuar mantendo essa qualidade nata de transar com muito mais
capacidade de entrega, porque entrega não pressupõe necessariamente amor, é entrega!
E, elas sabem se entregar muito mais. Elas têm uma capacidade de prazer sexual e de
propiciar prazer sexual muito mais amplo e mais profundo que a dos homens. Acho que
os homens continuam obcecados pelo próprio pênis.(risos) E, enquanto continuarem
obcecados pelo pênis, obcecados pela ejaculação, vão continuar de pau mole mais
tempo do que de pau duro. E, enquanto eles não transcenderem o pênis e a ejaculação
nunca vão gozar de verdade!

O real e o imaginário

* (rodapé) Baco, deus do vinho, colheita e fertilidade; Príapo, deus grego da fertilidade
famoso pelo tamanho de seu pênis

De um modo geral quando homens se reúnem em ambiente descontraído


invariavelmente o assunto passa por sexo e mulheres. Nestas conversas todos têm um
desempenho invejável a um fauno pervertido, e de deixar constrangido um Baco* ou um
Príapo*. Não deixam de ter também um falo descomunal, capaz de que, numa simples
insinuação da visão feminina deste cetro real, subjugar qualquer mulher, e uma
freqüência de várias vezes ao dia.
Entretanto, sabemos que a realidade é bem diferente. Mesmo pesquisas bem orientadas
apresentam uma distorção da realidade pela dificuldade das pessoas terem de assumir
para si mesma a existência destes problemas, quanto mais, repassar sua intimidade à
quem faz as perguntas da pesquisa ou ao questionário que será lido por alguém.
Não falamos em adulterar ou fraudar a pesquisa, mas sim em procurar entender alguns
desvios que irão ocorrer em avaliações desta ordem. Até mesmo devido a uma certa
dificuldade de lidar com estes temas, apesar de toda a abertura dos nossos dias, faz com
que o número de pesquisas sejam bem menores do que poderiam ser.
Mesmo assim, cada vez mais revistas, jornais publicam pesquisas sobre sexo e um
número crescente de pessoas fala abertamente sobre suas preferências.
E, quanta hipocrisia há nestas pesquisas. Seguramente as pessoas ao responderem,
projetam inconscientemente tudo aquilo que no seu imaginário perpassa. Não há outra
explicação para poder haver tanta discrepância entre estes resultados e o que as
pesquisas científicas demonstram.
Vamos apresentar a íntegra da matéria publicada pelo jornal Zero Hora de Porto Alegre,
em sua edição de 11 de julho de 1993, referente a uma pesquisa encomendada à
empresa de pesquisas, “Como & Porque”. Esta é a pesquisa que foi matéria de discussão
no capítulo anterior, na entrevista com o Eduardo Bueno. Após a o texto com o
conteúdo da pesquisa faremos uma análise interpretativa destes achados tendo como
referência estudos científicos em sexualidade.

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A mais completa radiografia da vida sexual dos gaúchos

Nem o stress, a inflação ou a crise econômica, o confisco do governo Color foram


capazes de abalar a vida sexual dos gaúchos e a freqüência com que fazem amor. Ao
menos foi o que disseram 1.120 homens e mulheres entrevistados entre 29 de maio e 27
de junho de 1993, em Porto Alegre e outras seis cidades do interior do Rio Grande do
Sul, numa pesquisa sobre comportamento sexual encomendada pelo jornal Zero Hora.
Como o leitor poderá constatar nos 24 gráficos publicados neste artigo, a absoluta
maioria dos gaúchos revela-se “inteiramente satisfeita” com seus parceiros e seus
hábitos, com o tempo e a freqüência e a forma com que fazem sexo. Essa satisfação
“completa” é maior entre os homens (80% deles não vêem necessidade de mudar coisa
alguma em sua vida sexual). Apenas 25% das mulheres (contra 20% dos homens)
acham que sua vida sexual “poderia ser melhor”. Não é injusto concluir, portanto, que
aqueles que não estão satisfeitos se encontram pelo menos conformados com sua
situação sexual.
Em fins de maio, ZH encomendou pesquisa sobre os hábitos sexuais dos gaúchos à
empresa Como & Porque, de 29 de maio a 5 de junho de 1993, a empresa entrevistou
560 homens com idade acima de 16 anos, distribuídos por todas as classes sociais,
residentes em Porto Alegre e nas sedes dos municípios de Pelotas, Bagé, Caxias do Sul,
Santa Maria, Santana do Livramento e Passo Fundo. As entrevistas foram feitas
individualmente, na residência do entrevistado. O questionário durava em média 20
minutos e trazia oito perguntas sobre comportamento sexual, além de três indagações
relativas à faixa etária e a classe social do entrevistado. Nenhum dos homens abordados
se recusou a responder às questões. Oitenta dos entrevistados moram na Grande Porto
Alegre e os demais no interior.
Entre 22 e 27 de junho, a Como & Porque voltou às ruas para fazer as mesmas
perguntas a 560 mulheres da Grande Porto Alegre e das mesmas seis cidades gaúchas.
Foi utilizada a mesma metodologia aplicada aos homens. A exemplo do ocorrido com os
homens, as respostas eram fechadas, ou seja, o pesquisador apresentava três ou mais
possibilidades de resposta (com exceção da pergunta sobre possíveis experiências
homossexuais, cuja resposta oferecia apenas opções “sim, já mantive/mantenho / nunca
mantive”).
A segmentação dos estratos sociais considerou as classes A/B, C e D/F, seguindo o
critério sócio econômico adotado pelo Abipeme (Associação Brasileira de Empresas de
Pesquisa de Mercado - baseado no grau de instrução e no número e variedade de bens e
eletrodomésticos que o entrevistado possuí). As faixas etárias foram divididas em
quatro: de 16 a 25, de 26 a 39, de 40 a 49 e com mais de 50 anos. Os entrevistados
foram escolhidos em números proporcionais à quantidade de homens e mulheres por
faixa etária e classe social, segundo a fonte Marplan. Para garantir a confiabilidade dos
dados obtidos, 20% dos formulários preenchidos foram detalhadamente verificados.
Os resultados das pesquisas – que configura a mais completa radiografia já publicada do
comportamento sexual dos gaúchos – comprovam que a faixa etária e a classe social
influem no grau de liberdade sexual dos homens e mulheres gaúchas: gente mais jovem
e mais rica tende a ser mais permissiva e mais aberta às mudanças no comportamento
sexual. Nem classe social nem faixa etária, porém, influem nas questões primordiais do
prazer sexual: apesar de a freqüência e o tempo de duração das relações sexuais
variarem conforme a faixa etária (relações mais longas e mais freqüentes quanto menor

18
a faixa etária), não se nota nenhuma relação entre esses dois itens e a classe social. A
faixa etária também não influiria diretamente no grau de satisfação com a própria vida
sexual. Conjugadas estas constatações sugerem que o prazer sexual continua sendo a
forma de satisfação mais completa e democrática da humanidade.
É possível conhecer alguém durante anos e não saber rigorosamente nada sobre certas
intimidades. Mas entregue um questionário, ou se faça passar por um repórter de
alguma revista da moda, e periga você descobrir sobre seu amigo ou amiga tudo aquilo
que queria saber – e talvez o que não queria. Pelo menos tem sido assim esse
comportamento de um número cada vez maior de pessoas – celebridades e anônimos -
em todo o mundo: todo dia aparece gente mais disposta a revelar segredos. As melhores,
as mais espertas e as mais oportunistas publicações jornalísticas do planeta também têm
se dedicado a pesquisas crescentemente ousadas sobre o desempenho sexual. E nelas
incluem, indistintamente, seus leitores e suas estrelas. Vale acrescentar que
pouquíssimos se recusam a responder.
O sexo saiu do quarto e pousou nas páginas, trocou a cama pelo papel, e o voyeurismo
virou uma espécie de obsessão na mídia. Aumentos nas tiragens sugerem que o público
está gostando. Trata-se de outro efeito colateral da AIDS? Um sintoma inequívoco de
egocentrismo, ostentação ou vaidade? Ou tudo isso? As respostas permitem múltipla
escolha. Sexo verbal, de qualquer forma vai se transformando numa das mais efetivas
fórmulas de satisfação hormonal nos anos 90. Um efeito de evolução natural talvez.
Nos tempos da Guerra Fria, o sexo enregelou-se em catedrais neovitorianas onde o
prazer permanecia interdite e a vigilância era feroz. Boa parte dos anos 60 e um
punhado dos anos 70 do século passado foram consumidos no esforço para liberar o
sexo de cadeias impostas pela sociedade e pela natureza. A pílula, os métodos de
contracepção, o aborto e a revolução dos costumes tornaram o sexo menos dramático,
mais próximo e cordial – e implodiram certas algemas adicionais. A revolução sexual,
hetero ou homo, saudou o sexo como a resposta definitiva, a própria representação da
liberdade humana – uma declaração de autoconfiança e auto-estima da raça. Com as
amarras cortadas, o sexo zarpou com a velocidade do gênio confinado há anos na
garrafa.
A contrapartida era inevitável. No final dos anos 70, as pessoas estavam ou muito
entediadas, ou muito desorientadas, ou muito preocupadas consigo e com sua vida
financeira para pensar em – que ainda se importava? Sexo. Foi a Era do Eu (The Me
decade), lembra? E o sexo se faz a dois. Parceria e companheirismo submergiram nos
escombros do sonho hippie. O que estava por vir, porém seria muito pior.
Nos anos 80, o sexo foi preso e conduzido ao banco de réus. Lá, não foi apenas julgado,
mas espancado, humilhado e ofendido. O sexo teve de engolir os próprios dentes. Na
nova Idade das Trevas da década de 80, a Aids e o conseqüente terrorismo sexual
transformaram o pênis numa pistola, cada ejaculada numa bala e o ato sexual numa
montanha russa. Os amantes foram sepultados vivos num esquife de angústia,
desconhecimentos e terror. E o sexo parecia não existir fora deste ataúde de
desconhecimento, terror e angústia.
Nos anos 90, como um animal em extinção, o sexo vem sendo escrutinado, dissecado,
incutido – e exposto à visitação pública. A exaltação explicita do sexo – qual sua
posição favorita? Qual o lugar mais estranho no qual você já fez amor? (Em São Paulo,
respondeu alguém), que ruídos você costuma fazer ao transar? – na mídia parece indicar
uma ressurreição do sexo, uma redescoberta. Incongruentemente, um retorno à
normalidade parece desapontar no horizonte conflagrado das revistas intimas, dos
desejos desvendados, da conversa desavergonhadamente franca. Os anos 90 vão
incorporar tal comportamento as multiciplidades da discussão sexual – assim como Aids

19
já se encontra anexada ao espectro dos problemas ligados ao sexo. Mas a Aids parece ter
perdido o poder de bloquear os avanços inexoráveis do sexo. Sexo é espírito, não é
matéria. Não é algo que possa ser desinfetado – nem enclausurado na agenda política de
uma determinada década. Sexo não é apenas uma escolha. É um instinto. É,
provavelmente, o instinto – atemporal, imortal, indissolúvel; apolítico. É a força mais
poderosa do planeta. A união implausível entre sexo e morte – estabelecida só a égide da
Aids - parece, de alguma forma, tê-lo fortalecido. O sexo permanece a fonte de toda
vida humana, a razão pela qual estamos aqui. Mesmo que, por vezes, sejamos forçados a
nos arremessar contra o seu poder infinito.
Falar francamente sobre sexo talvez seja, enfim, o caminho natural dos anos 90.
Sobretudo por isso Zero Hora decidiu falar com franqueza sobre o comportamento
sexual dos gaúchos. Esse diálogo se estenderá pelas quatro páginas seguintes. (por
Eduardo Bueno)

Estatísticas

Satisfação do homem gaúcho com a atual vida sexual


Mais de 80% dos homens gaúchos das classes D/E na faixa etária acima dos 40 anos
estão inteiramente satisfeitos, - ou pelo menos conformados com os padrões atuais de
sua vida sexual. Esta satisfação absoluta é um constante entre os gaúchos de todas as
idades e classes sociais – apenas 20% dos entrevistados das classes A/B e C entre 16 e
39 anos acham que sua vida sexual poderia ser melhor.

Satisfação da mulher gaúcha com a atual vida sexual


As mulheres do Rio Grande do Sul parecem menos satisfeitas sexualmente que os
homens, mas a diferença não chega ao inquisitante: 68% das entrevistadas por ZH
revelam-se “inteiramente satisfeitas” com a sua vida sexual, índice inferior ao dos
homens em 12 pontos percentuais. As classes A/B e C, nas faixas etárias entre 16 e 39
anos, são as mais tranqüilas neste aspecto. Somente 7% do total se disseram
“insatisfeitas”.

Freqüência das relações sexuais do homem gaúcho


Os homens gaúchos asseguram manter uma média de 2,8 relações sexuais por semana.
Entre os entrevistados, 25% declararam-se acima dessa média, colecionando no mínimo
quatro relações sexuais semanais. Outros 28% em contrapartida transam no máximo
uma vez por semana. A faixa etária entre 26 e 39 anos garante a freqüência mais elevada
e a faixa acima dos 60 anos situa-se na mais baixa. Não há alterações significativas
entre as diferentes classes sociais.

Freqüência das relações sexuais da mulher gaúcha


As mulheres gaúchas transam um pouco menos do que os homens: a média feminina,
segundo a pesquisa da ZH, é de 2,3 relações por semana. A faixa etária entre os 26 e 39
anos é mais ativa. Metade das mulheres acima de 50 anos transa no máximo uma vez

20
por semana e 3% das entrevistadas disseram prescindir de relações sexuais. A
freqüência dos atos é praticante igual nas cinco classes sociais pesquisadas.

Tempo ideal de duração de uma relação sexual na opinião do homem gaúcho


O tempo ideal de uma relação sexual, segundo os homens gaúchos, fica em torno de
uma hora ou mais, segundo 54% dos entrevistados. Quanto mais jovem o entrevistado,
maior o tempo ideal de uma relação, com 29% dos entrevistados votando em “mais de
uma hora” nas faixas etárias entre 16 e 39 anos. Nesse item, nota-se a influência do
poder aquisitivo, já que a classe A/B prefere relações mais longas.

Tempo ideal de duração de uma relação sexual na opinião de uma mulher


A duração ideal de uma relação sexual é, para as mulheres gaúchas, bem menor do que
para os homens. O conjunto de entrevistas exibiu um equilíbrio muito grande nos itens
“meia hora” “em torno de uma hora” ou “de 10 a 20 minutos”. As mulheres das classes
A/B e C e as faixas etárias entre 16 e 39 anos indicam com mais ênfase o período de 30
a 60 minutos. As demais elegem como tempo recomendável de 10 a 30 minutos.

Aceitação do homem gaúcho do sexo fora do casamento


Mais de 60% dos homens gaúchos aceitam, mesmo que ocasionalmente, o sexo fora do
casamento. Tal receptividade diante das relações sexuais extramatrimoniais aumenta a
medida em que diminui a faixa etária do entrevistado, independentemente de sua classe
social. Mesmo assim quase 40% dos homens gaúchos de todas faixas etárias e classes
revelam-se radicalmente contrários ao sexo fora do casamento.

Aceitação da mulher gaúcha ao sexo fora do casamento


A grande maioria das mulheres gaúchas rejeita radicalmente o sexo fora do casamento.
Das entrevistadas pela pesquisa do ZH, 75% se revelam contrárias a relações
extramatrimoniais. Essa reprovação vai diminuindo à medida em que decresce a faixa
etária e aumenta o poder aquisitivo das entrevistadas. Das jovens das classes sociais A/B
e C, 34% aceitam o sexo fora do casamento.

O amor ainda dita as normas


As gaúchas são românticas. Sem amor nada feito. Seja ela rica ou pobre, jovem ou nem
tanto, as probabilidades de uma transa sem envolvimento afetivo são remotas. A
esmagadora maioria (85%) garante não vai para a cama só por atração física. A
resistência masculina é menor – ligeiramente; mais da metade dos gaúchos afirma que
só faz sexo com quem ama. Os menos conservadores são ricos e os jovens – 47% desse
universo não vêem mal nenhum de ir direto do restaurante para a cama.
O sexo oral não parece atraente para a maioria, mas é considerado indispensável por
11% dos homens e 7% das mulheres. Um universo notável (36% deles e 27% delas) não
tem nada contra tal prática e até a considera, ocasionalmente, recomendável. A aceitação
diminui à medida que aumenta a faixa etária – 41% dos gaúchos e 52% das gaúchas
com mais de 50 anos acham que o sexo oral deve ser evitado.
Quando o assunto é sexo anal, eles são menos liberais. Independentemente da classe
social, 77% das mulheres gaúchas são contrarias, e a oposição é mais acentuada quando
a idade é superior a 50 anos. A recusa entre homens também é expressiva(57%), mas a
resistência é menor da faixa do 16 aos 39 anos, aqui, 4% dos entrevistados admitem
e/ou praticam sexo anal.
Unidas pelo sexo sem amor, intolerantes em relação ao sexo anal e pouco inclinadas ao
sexo oral, as gaúchas se dividem na hora do sexo solitário. Somando as mulheres que

21
recomendam a masturbação eventualmente (40%) com as que não dispensam (4%),
chega-se a um universo semelhante ao formado pelas que não sentem falta (25%) ou
que não a admitem (23%). Ou seja, 44% a favor, 48% contra. As mulheres mais jovens
são menos rígidas quanto ao prazer individual. Entre as gaúchas com mais de 50 anos,
55% dizem não e 29% manifestam-se favoravelmente. Na faixa etária dos 16 aos 39, a
situação se inverte: a maioria é a favor.
A masturbação só é indispensável para 14% dos homens, na média. Dos 16 aos 25 anos,
o número sobe para 24%. O grupo dos que acham melhor evitar é quase igual ao dos
que simplesmente dispensam – 19% e 18%, respectivamente.

Perfil sexual

O resumo de pesquisas: quase 75% dos gaúchos estão “totalmente satisfeitos” com a
vida sexual, fazem sexo 2,8 vezes por semana e a relação ideal deve levar 40 minutos. A
transa ideal é aquela na qual também existe amor – de preferência dentro do casamento.
O sexo oral não é fundamental e o anal deve ser dispensado e a capelinha também. Na
relação homossexual, e com parceiros conhecidos, ninguém tem medo da AIDS. Na
falta de parceiro, a masturbação é recomendável.

O intuito da pesquisa obviamente era retratar o perfil sexual de uma população que tem
uma característica sui generes de cultura ao machismo por sua condição atávica. O filtro
que devemos usar para analisar os resultados tem que observar esta ótica. Temos que
entender que a “hipocrisia” dos achados sejam mais eufemismos inconscientes do que
propriamente de propósito colocados como inverdades.
Como esta região, onde foram colhidos os dados desta pesquisa, é constituída
basicamente de descendentes europeus, principalmente portugueses, espanhóis, italianos
e alemães, houve uma formatação dos princípios filosóficos morais dentro da ótica da
influência cultural destas origens. Entretanto, devido a esta constituição étnica da
população, seguramente, se fosse efetuada em qualquer outro país ocidental os
resultados se superporiam.
Pois vejamos, mais de 80% dos homens relatam estarem satisfeitos com sua capacidade
de desempenho sexual. Se efetuarmos uma abordagem estritamente científica e
compararmos com dados de fidedignidade estatística veremos que na ordem de 40% os
homens padecem de incapacidade de controle ejaculatório. Até os cinqüenta anos um
em cada quatro homens terá algum grau de diminuição de sua capacidade erétil. Após os
cinqüenta anos, um em cada dois será afetado na qualidade desta capacidade. O
confronto dos resultados da pesquisa com os achados científicos são totalmente
incompatíveis.
Vinte e nove por cento dos homens idealizaram relações com mais de uma hora,
cinqüenta e quatro por cento em torno de uma hora. Então, um total de oitenta e três por
cento dos homens estariam num patamar de no mínimo uma hora. Doce ilusão…. Se

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confrontarmos as colocações femininas em relação ao tempo, para as mulheres, veremos
que a dicotomia entre a pretensão e a realidade é muito grande. Apesar das divergências,
para as mulheres, “o tempo recomendável foi de dez a trinta minutos”. O desencontro,
se observarmos as pretensões femininas é de mais de 100%! Fica a irônica e maliciosa
pergunta, com quem os homens gaúchos estão complementando este tempo?
Isto também lembra uma pesquisa feita nos Estados Unidos a respeito do tamanho do
pênis. A mesma pergunta foi feita separadamente para a mulher e para o homem em
mais de sessenta casais. Qual o tamanho do pênis? Na média as mulheres estimaram que
os membros dos seus maridos tinham de quatro a cinco polegadas - de dez a doze
centímetros. Já os maridos destas mesmas mulheres responderam: de seis a sete
polegadas - de quinze a dezoito centímetros! Num universo de cinco polegadas - 15 cm,
a diferença entre a visão feminina, e a masculina, da mesma realidade era de duas
polegadas - 5 cm, mais de quarenta por cento de discrepância entre as duas percepções!
Para as mulheres “o amor ainda dita as normas!” Esta seguramente é a maior das
ilusões! Cada vez mais as mulheres praticam um sexo lúdico, voraz e incessante!
Literalmente caçam as suas vítimas e as degustam voluptuosamente. Esta é seguramente
a maior projeção entre a realidade e a fantasia do conto de fadas detectada na pesquisa.
Que bom que fosse assim… está no íntimo do imaginário feminino.
Não fugindo da regra, talvez a única exceção seja a afirmativa constatada que:
“ninguém tem medo da AIDS”, o que estaria plenamente explicado pela grandeza da
força que impele, propulsiona e atira os indivíduos aos desígnios de Eros*.
Seguramente, as pessoas projetam as suas pretensões e ideais em pesquisas desta ordem.
Na realidade, esta enquête pesquisou o imaginário sexual das pessoas. No dia a dia,
obviamente, a realidade é bem outra…

* (rodapé) Eros, também conhecido como cupido, deus grego do amor

Classificação dos níveis de capacidade de desempenho sexual

1o Nível
Ejaculador reflexo medular. Indivíduo sem controle voluntário da ejaculação.

2o Nível
Controle voluntário da ejaculação.
Capacidade de programar liberação de endorfinas.

3o Nível
Controle voluntário esfincteriano total.
Possibilidade de orgasmos múltiplos com liberação programada de endorfina.

4o Nível
Domínio cerebral da musculatura lisa e controle voluntário
esfincteriano total.
Permitindo a sucção: ir-vir com domínio total de liberação de Endorfina e de ter prazer
produzindo prazer diretamente na parceira.

23
1o Nível
Ejaculador reflexo medular. Indivíduo sem controle voluntário da ejaculação.

O tempo de penetração preocupa muitos homens de uma forma exagerada, como se este
fosse o parâmetro de normalidade ou de qualidade. Entretanto, a normalidade não pode
ser encarada pelo tempo de duração da penetração e sim pela capacidade de controle
voluntário do ato sexual. Um ato com duração de 1 ou 2 minutos pode ser totalmente
normal e satisfatório se as circunstâncias condicionantes a este ato, o limitavam há este
tempo. Isto pressupõe que tanto o homem quanto à parceira obtivessem sua satisfação
orgástica. Já, em uma outra circunstância, onde o ato estivesse se desenrolando por mais
de uma hora, e acidentalmente ocorresse a ejaculação, poderíamos considerar como uma
ejaculação precoce, pois não atendeu as necessidades e perspectivas da grandeza
daquele momento específico, pelo fato da intenção dos parceiros não ser atendida.
Neste nível, estes homens apresentam uma capacidade ejaculatória extremamente
reflexa, é o nível medular. O cérebro participa da ereção, mas não do processo
ejaculatório ou do controle do mesmo.
Para estes indivíduos o sensor pênis é ativado por estímulos sensitivos da penetração ou
toques, envia estes estímulos à medula espinhal que reflexamente ativa o processo
ejaculatório. O cérebro não esta participando do processo. Este é o nível primário,
diríamos até instintivo, o nível animal.
A qualidade do prazer é limitada à ejaculação. Muitos destes homens relatam que o
orgasmo é de pequena intensidade e, às vezes, chega a não ocorrer. Até, uma certa idade
(em torno dos 35 anos), a maioria utiliza a espontaneidade de repetir a ereção que nesta
faixa não é difícil, para compensar o constrangimento da má qualidade do ato, com uma
segunda e terceira ejaculação. Estas até podem demorar mais, mas continuam sem a
qualidade terminal e absoluta, que é o controle voluntário. Inconscientemente, um
grande número destes ejaculadores reflexo começa a intuir que algo não está certo, mas
a falta de um referencial faz com que não consigam definir exatamente a essência do
problema. Sentem que a grandeza do ato esta limitada por um fator que não conseguem
determinar devido a não saberem exatamente o que é o normal. Fica um vazio funcional
que tem que ser preenchido por gratificações compensatórias, que não necessariamente
a sexual.
Quando estes homens têm uma parceira fixa, o fato de ocorrer à ejaculação reflexa, sem
os mínimos requisitos exigidos para a satisfação da companheira, faz com a atividade
sexual vá se desmobilizando. A parceira é estimulada, induzida ao prazer e vem a
decepção. Práticas alternativas podem ser utilizadas para compensar a deficiência e
levar a parceira ao prazer. Eventualmente, relações com estas práticas alternativas
podem ser até estimulantes, mas, a medida em que elas vão se tornando rotina passam
ser um fato desmotivador.

A parceira vai limitando a freqüência da atividade sexual sub-repticiamente. Muitos


destes homens não tiveram a intuição, a introspecção, o treinamento e a programação
para a desenvolver a capacidade mínima de controle da ejaculação. Numa comparação
grosseira, resguardando as devidas proporções, seria como que um adolescente

24
continuasse urinando na cama por falta de educação de seus esfíncteres urinários, que,
aliás, são os mesmos utilizados para se efetuar o controle da ejaculação.
Entretanto, a maioria tem uma limitação orgânica que condiciona este
comportamento. Numa figura chula vamos explicitar esta condição: Na fronteira do Rio
Grande do Sul, mais precisamente na região da Campanha - onde a pecuária tem
interferência direta no dia a dia das pessoas - os touros são selecionados a partir de sua
capacidade de desempenho sexual e conseqüente capacidade reprodutiva. Existem os de
“30 vacas”, os de “20 vacas” e os de “10 vacas” e os que não prestam para nada. Os de
trinta vacas são aqueles que colocados junto com o plantel dão conta perfeitamente de
suas atividades reprodutivas num mínimo a trinta fêmeas. Os de “30 vacas” são os
escolhidos para reprodutores do plantel. Assim como nos touros, a natureza também
entre os homens traz níveis de capacidades biológicas diferentes entre os seus pares.
Estes ejaculadores reflexos seriam os menos agraciados biologicamente, mal
comparando, dentro de um grau de variação de capacidade biológica, seriam estes
homens touros de “10 ou nenhuma vaca”. Uma avaliação criteriosa na grande maioria
destes encontrará deficiências orgânicas dos mais variados níveis.
A inconsciente insatisfação crônica traz conseqüências na estrutura emocional
destes indivíduos que vão moldando um arcabouço psicológico dependente de
componentes compensatórios gratificatórios. Estes valores compensatórios são
estruturados no biótipo mental para que estes homens possam suportar esta carga
vivencial extremamente pesada. Alguns são agressivos, com tendência a serem déspotas
nos seus relacionamentos. A sublimação pode ser procurada no poder, político,
econômico, etc... A insegurança conseqüente do seu reconhecimento da sua deficiência,
a nível consciente ou inconsciente, faz com que sejam extremamente ciumentos. Existe
um pavor que suas parceiras possam efetuar a comparação com outros e explicitarem
sua total ineficiência sexual.
Um exemplo típico deste perfil teria sido Hitler que era portador de uma
disfunção erétil. Ejaculava rapidamente somente com a manipulação, sem conseguir
ereção suficiente para a penetração conforme relatos de sua companheira, Eva Braun.
Usou todo o seu “poder compensatório despótico” usando sua guarda pessoal para
fuzilar o pintor austríaco, que Eva acolhia para ter a sua satisfação sexual.
Estima-se que em torno de um terço dos homens estejam neste grupo, que é um
número extraordinariamente grande. Ou seja, um grande percentual de homens é alijado
pela natureza de uma satisfação sexual plena.
Nestes indivíduos, a liberação de endorfinas é aleatória, totalmente involuntária.
Independe de um controle cerebral e este homem funciona reflexamente diante dos seus
instintos reprodutivos.
Muitos destes homens desenvolvem técnicas compensatórias para atingir o
orgasmo rapidamente, e algumas mulheres destes ejaculadores precoces conseguem se
programar através de um treinamento para atingir um orgasmo mais rápido, mas,
mesmo assim, a grandeza do ato fica prejudicada. E, estas técnicas alternativas,
eventualmente são até estimulantes, mas no momento em que se torna rotina vão na
maioria dos casos se tornando até inconvenientes, pela falta do fechamento da mágica
do ato sexual com a “chave de ouro”.

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NÏVEL 2
Controle voluntário da ejaculação.
Capacidade de programar liberação de endorfinas.

Neste nível o cérebro passa a ter comando sobre o arco-reflexo medular. A


atividade ejaculatória deixa de ser um reflexo involuntário passando ter a interferência
do cérebro no seu comando. Através de uma conscientização e educação, o homem,
identifica os seus esfíncteres de controle ejaculatório e consegue determinar o momento
da ejaculação, normalmente associada ao orgasmo. A liberação de endorfinas passa ser
programada, podendo assim qualificar o prazer, tanto seu quanto da parceira. Este nível
já requer um grau de amadurecimento e evolução deixando de ser uma função reflexa.
O nível de controle voluntário é totalmente modulado pelo cérebro e pressupõe
uma integridade biológica do sistema sexual para poder atingir este potencial. Os dois
esfíncteres utilizados para exata aptidão são os mesmos utilizados pelo homem para ter
o seu controle urinário, só que no caso da ejaculação, num sincronismo de abertura e
fechamentos diferentes da micção.
Estes homens podem levar suas parceiras a orgasmos múltiplos se elas
apresentarem esta aptidão.
Estes homens podem facilmente obter uma harmonia sexual nos seus
relacionamentos, desencadeando um grau de satisfação plenamente satisfatório para si e
para a sua parceira. São homens plenamente qualificados em sua capacidade sexual, na
realidade não existindo nenhuma limitação real. O desafio se constitui naquela
pretensão do homem sempre querer ir mais adiante. Ter mais prazer. Oferecer mais
prazer à sua companheira. Seria aquele poder ir mais longe.
A liberação programada de endorfinas, isto é, na hora certa, promove um nível
de prazer bastante satisfatório.
A grande maioria dos homens, praticamente dois terços, se encontra neste nível.

NÏVEL 3
Controle voluntário esfincteriano total.
Possibilidade de orgasmos múltiplos com liberação programada de Endorfina.

Um seleto grupo de iniciados, a maioria absoluta intuitivamente, consegue


identificar o esfíncter prostático posterior, domina-lo e dispor da capacidade de disparar
o gatilho para a liberação da endorfinas no momento que desejar.
Estes homens, além de poderem levar suas parceiras a orgasmos múltiplos
podem desfrutar também esta possibilidade. A grandeza do ato conseqüentemente fica
magnificado, levando uma harmonia extrema do casal, com aquela energia positiva e
integradora gerada.
Além de uma integridade biológica da função sexual para atingir esta capacidade
pressupõe muita intuição, introspecção e programação.
A liberação maciça de endorfinas atua como um harmonizador dos circuitos
cerebrais dotando estes homens de uma tranqüilidade e harmonia emocional muito
grande.
São comuns neste grupo os viciados em sexo. Após doze-quinze orgasmos
seqüenciais os níveis de concentração de endorfinas é de tal ordem que este indivíduo se
encontra literalmente dopado, em êxtase pleno. É da natureza humana a busca ao prazer.
Este prazer total, desencadeado por esta capacidade nestes faz com que estes indivíduos
passem a gerar uma dependência existencial ao sexo como ponto de sua integração. A

26
conseqüência desta dependência é que estes homens querem cada vez mais sexo.
Quanto mais sexo mais prazer, quanto mais prazer mais desejo de alcançar este prazer,
um prazer que não é só prazer. Ë harmonia, é o encontro, a sublimação, a integração
total.
Estes homens dificilmente se perturbam com as alterações mundanas do dia a
dia. Possuem grande capacidade de trabalho, concentração e raciocínio por este efeito
deletério, altamente harmonizador nos circuitos cerebrais. Doenças psicossomáticas
praticamente inexistem nestes homens, pois a integração da mente com o corpo se torna
perfeita em função da harmonia cerebral desencadeada pelas endorfinas.
Inconscientemente, se sentem indivíduos superiores, pois o poder é “seu”. Está dentro
de si e não dependem de aparências, estatus social ou de coisas materiais. O “poder”
que habitualmente adquirem pode ser conseqüência desta harmonia não a necessidade
de busca incessante para satisfazer frustrações inconscientes. Estes indivíduos têm a
consciência que podem se aproximar do prazer total, do êxtase por si próprios.
Aqui voltamos mais uma vez a “Richard Brian” no seu livro “O PÊNIS” onde
preconiza que a natureza sub-repticiamente programou nos genes o poder ilimitado
deste “CONDÃO MÁGICO”, não só para a perpetuação da espécie, mas também, para
a integração do indivíduo, quando diz que “homem é o seu pênis”.
Não há estatísticas sobre esta capacidade, mas uma avaliação pessoal nossa
estima que menos de 1% dos homens ocidentais consigam desenvolver esta habilidade.
Os integrantes deste nível são pessoas tão integradas consigo mesmo que
dificilmente alardeiam este poder, até como para evitar uma autopromoção. Como são
homens totalmente harmonizados, não entendem isto como uma maneira de
exibicionismo. Por isto, são exceções os que comentam estas habilidades. Enquadramos
como exemplos neste nível o Eduardo Bueno, o “Peninha”, Jornalista, Escritor e figura
humana de incrível sucesso, aqui no Brasil. Esta figura impressionante foi por nós
entrevistada. Num dos próximos capítulos que consiste a íntegra desta entrevista, que
conseguiu caracterizar um padrão terceiro Nível. Caracterização esta, com uma
abordagem compatível com a genialidade do Eduardo, para assim, dar um perfeito
entendimento do que é um padrão 3º nível.
Mundialmente conhecido, temos o defensor da natureza e cantor Sting, que apesar de
não conhecê-lo pessoalmente admiro-o profundamente como exemplo de ser humano.
Seguramente esta personalidade formidável foi moldada pela integração com este seu
desenvolvimento. Apesar de que na entrevista no programa Late Show da emissora
americana CBS onde foi entrevistado por David Letterman falar em somente 3 horas de
duração os seus relacionamentos isto não significa que a qualidade destas três horas não
possa ser equivalente a 9 ou 12 horas. Indivíduos altamente desenvolvidos podem ter
liberações monumentais de endorfinas - a essência do prazer - em períodos de tempo
mais curtos.

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NÍVEL quatro
Domínio cerebral da musculatura lisa e controle voluntário esfincteriano total.
Permitindo a sucção: ir-vir com domínio total da liberação de Endorfina e de ter prazer
produzindo prazer diretamente na parceira.

Um mais seleto grupo de homens além do controle esfincteriano consegue


desenvolver o domínio sobre as contrações da musculatura livre das vias ejaculatórias
condicionando a capacidade não só expulsar, mas também de aspirar. A contração desta
musculatura é que comprimem receptores neurológicos periféricos que através dos
nervos chegam ao cérebro e vão a centros neurológicos específicos ativar a liberação
das endorfinas. Deste modo a liberação de endorfinas, nestes homens, pode ser
programada não só no momento da expulsão, mas também no momento de aspiração
quando esta induzindo uma carícia suprema na parceira. Estes “DEUSES DO
PRAZER” desencadeiam o seu prazer produzindo o prazer.
Esta habilidade necessita um treinamento excessivo, muita intuição e
introspecção além de uma capacidade orgânica total. Dificilmente pode ser
desenvolvida no homem já maduro, o que também não é impossível. Os iniciados,
geralmente treinam e desenvolvem esta capacidade desde a adolescência.
No Ocidente não somos conhecedores de indivíduos que tenham desenvolvido
este tipo de capacitação, mas seguramente devem existir raros agraciados deste dote.
Os raros relatos são de Orientais que já na adolescência através de dilatação por
cunhas de diâmetros progressivos vão aumentando o orifício do meato uretral. Não que
esta dilatação seja imperiosa para este aprimoramento, mas seguramente deve ser um
fator facilitatório. Este orifício dilatado no momento da “aspiração” funciona como uma
delicada “pétala de rosa” que pode massagear tenuamente o clitóris ou outra área de alta
sensibilidade erogênica da parceira.
Estes homens possuem todas as características dos do grupo de Nível três e,
ainda, são extremamente integrados consigo próprios e totalmente harmonizados pelo
poder sexual, que racionalmente ou irracionalmente, é maior do que qualquer outro
poder real ou imaginário.

PADRÃO OURO

Após atender milhares de pacientes – o nosso fichário contém mais de 30 000


prontuários - com as mais variadas queixas em relação ao desempenho sexual
concluímos que cada indivíduo era dotado biologicamente de um nível de capacidade de
desempenho sexual. Já havia, desde o nascimento, uma programação genética e
biológica condicionante a um nível de capacidade que era diferente e característico de
cada indivíduo.
Entre a capacidade total de desempenho, nota dez, e a total incapacidade, nota zero, era
óbvio que existiam indivíduos que já nasciam com uma capacidade intermediária, notas
quatro, seis ou nove. Outros durante a sua vida iam gradativamente perdendo o
potencial inicial que antes poderíamos classificar como nota de capacidade sete ou oito
diminuindo gradativamente para uns quatro ou cinco ou menos.
Fazia-se então necessário estabelecer o que era inconteste como capacidade biológica
total. O que era um indivíduo totalmente equipado organicamente para o sexo e como
através de exames poderíamos caracterizar este padrão ouro.

28
Durante alguns anos pensamos sobre este assunto e fomos estabelecendo um protocolo
para definir aqueles indivíduos que realmente dispunham da plenitude deste potencial
sexual.
O âmago da questão se resumia em como escolher aqueles indivíduos plenipotentes e
quais exames que poderiam definir, identificar, medir sem sombras de dúvidas esta
capacidade.
Depois de muito pensar e discutir com assistentes, sexólogos e médicos da área de
disfunção sexual definimos que seguramente entre os profissionais de sexo deveríamos
encontrar indivíduos com o potencial máximo, até porque este tipo de relacionamento
era totalmente isento de aspectos afetivos.
Biologicamente, existem três aspectos que vão determinar a aptidão orgânica do
indivíduo. Para um bom entendimento vamos fazer um paralelo com uma situação do
dia a dia. Se você chegar com o seu carro estragado em uma oficina o mecânico terá que
avaliar três aspectos que condicionam o bom funcionamento.
O primeiro, a alimentação do sistema, ou seja, se esta chegando combustível no motor.
No caso do desempenho, a alimentação seriam os hormônios.
O segundo fator seria o motor que o mecânico testaria. No caso, o motor seria o pênis,
encarado como um sistema hidráulico. Então, propôs-se uma avaliação do sistema
circulatório, desde como o sangue chega no pênis, como se desenvolvem as pressões
dentro do sistema e como funciona o sistema de retenção.
O terceiro aspecto seria como a faísca que vai estimular este sistema é gerada, como é
transmitida e com que qualidade chega ao motor. O correspondente disto, no homem,
seria como se processa a neurotransmissão. Como esta sendo gerado o impulso nos
núcleos cerebrais, como são transmitidos do cérebro à periferia e com que qualidade
chega ao membro para ativar o processo erétil e controlá-lo.
Para definir que realmente dispunham de capacidade plena os “miches” foram
submetidos a uma entrevista e a uma demonstração prática de seu pleno potencial.
Na entrevista foram selecionados aqueles que tinham a capacidade de efetuarem um
mínimo, se exigidos, até quatro programas por dia e que relatavam ter o pleno comando
da sua ejaculação, ejaculando somente no momento desejado.
O teste prático constitui-se no seguinte. Antes de serem examinados pelos testes com os
aparelhos para avaliar os aspectos hormonais, circulatórios e de neurotransmissão eles
aguardavam no primeiro pavimento da clínica. Ao serem solicitados para se dirigirem
ao segundo pavimento, onde seriam avaliados laboratorialmente, deveriam mentalizar
uma situação erótica e ao chegar a este segundo piso deveriam estar com uma ereção
plena e que se mantivesse. A avaliação desta ereção era feita por uma enfermeira de
aspecto altamente desestimulante sexualmente – espero que a mesma não leia isto! Os
que apresentavam então uma qualidade de ereção indiscutivelmente completa eram
passados a sala de exames.
Obviamente, estes homens que apresentavam esta capacidade deveriam ter uma
capacidade orgânica indiscutivelmente normal. Os núcleos cerebrais que transformam o
pensamento erótico em potencial elétrico teriam que estar totalmente normais e até com
uma reserva técnica maior em número de neurônicos constituintes. As vias de
transmissão do cérebro ao pênis teriam que estar totalmente permeáveis e aptas, os
hormônios normais e o pênis como bomba hidráulica totalmente integra.
Quando se tem um pensamento erótico um grupamento de neurônicos no cérebro se
polariza cria um potencial elétrico que vai gerar uma corrente elétrica a ser transmitida
ao pênis. Temos tecnologia par medir este potencial gerado com extrema precisão, em
micro-volts. O estudo estatístico da amplitude gerada neste grupo de indiscutível
capacidade, variou de 19 a 35 com média em 27 microvolts. Dentre estes homens

29
avaliados houve um que impressionou a equipe. O domínio cerebral era tão grande
sobre a sua ereção que mesmo subindo a escada rapidamente no terceiro degrau já
estava com a ereção completa. Este indivíduo apresentou na medição do seu potencial
um valor extraordinariamente alto, tão marcante que até hoje quando falo com o médico
que efetuou o exame, ele se refere ao caso. Este indivíduo seguramente tinha estes
núcleos de comando da ereção com uma população de neurônios extremamente maior
do que o comum no homem normalmente constituído.
Estes resultados foram apresentados no... Congresso Mundial patrocinado pela
Sociedade Internacional para a Pesquisa de Impotência, em 1994, realizado no
paradisíaco Hotel Shan Gri La, em Singapura onde gerou uma “frisson” muito grande.
Este trabalho poderá ser encontrado na sua íntegra na página número …….
Observando o grau de desenvolvimento da qualidade do ato sexual em uma série de
pacientes, concluímos que é condição si ne qua non que exista este substrato orgânico
para o aprimoramento da capacidade. Quanto melhor equipado biologicamente for o
indivíduo maior será a facilidade de atingir sua capacitação, maior será o nível
adquirido e menor o tempo necessário para obtê-la.
Todo aquele indivíduo que tem uma capacidade reduzida ou que após um treinamento
não apresenta evolução na sua capacidade deve ser investigado nestes aspectos para a
detecção de algum fator orgânico impeditivo à capacitação.

Viciados em sexo harmonizador

Na constante busca ao prazer certos homens vão desenvolvendo uma dependência ao


sexo. Dependência esta muita além da compulsão, perpassando a obsessão. Estes
indivíduosdependem para sua harmonização de uma atividade sexual intensa e
constante. Um exemplo clássico, bastante divulgado na mídia, foi o caso do artista
Michael Douglas que necessitou ser internado para poder lidar com este ímpeto
avassalador.
Este comportamento choca principalmente o inconsciente da maioria dos homens
através de um sentimento de inferioridade que chega a trazer uma discriminação a estes
indivíduos.
Entretanto, biologicamente estes homens até seriam mais estruturados no sentido de
cumprirem a sua função primordial que em última análise reside no âmago de nossa
existência como indivíduo que é a perpetuação da espécie.
A atividade sexual é profundamente influenciada pelos aspectos culturais e valores
sociais, por isso fica difícil estabelecer os limites entre o normal e o patológico, no que
diz respeito à hiper-sexualidade.
O grande problema não seria propriamente o “vício”, que é até salutar, e sim, no
equilíbrio de utilizar parceiras colaborativas e participativas a esta faina sagrada.
Uma tênue linha sombreada pelo bom senso separa este “vício” compulsivo
extremamente salutar e harmonizador de uma condição anormal, uma perversão de
comportamento que vamos procurar caracterizar a seguir:

“O transtorno de hiper-sexualidade ou dependência do sexo pervertida caracteriza-se


por um comportamento sexual exagerado com comprometimento das funções
profissionais e pessoais, o que pode levar a problemas financeiros ou legais. Os
principais características e sintomas são similares aos do viciado em sexo harmonizador,

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e compreendem as mesmas fantasias sexualmente excitantes recorrentes e intensas,
impulsos ou comportamentos hiper-sexuais. A diferença residirá em que este apetite
sexual aumentado anormalmente a tal ponto que possa invadir todos os pensamentos e
sentimentos, tumultuadamente, não permitindo outros objetivos na vida e, como num
estado de “cio”, exigindo satisfação. No viciado em sexo harmônico a diferença é o
equilíbrio, que ao contrário, torna este indivíduo uma máquina produtiva e criadora.
Estima-se, que esta situação pervertida afete 3% a 6% da população; e que seria mais
comum em homens; geralmente teria início no final da adolescência ou no início da
terceira década. Causa sofrimento emocional e leva a conseqüências pessoais,
profissionais, financeiras ou letais, muito similares na sua dependência, ao perdulário ou
alcólatra. O quadro pode estar presente de modo diferente em homens e mulheres. Entre
os homens, o transtorno afeta predominantemente o comportamento, levando à
promiscuidade, à masturbação compulsiva ou a outras alterações de comportamento
sexual, como pedofilia, exibicionismo, voyeurismo, etc. Entre as mulheres o transtorno
costuma ter base emocional, levando a encontros perigosos, ou a múltiplos
relacionamentos fracassados. Os homens têm maior probabilidade de fazer sexo
anônimo, de pagar pelo sexo e de se envolver em exploração sexual. As mulheres têm
probabilidade de ter comportamento sedutor, usar sexo como profissão e
sadomasoquismo.
O transtorno de hiper-sexualidade poderá estar associado a outras doenças psiquiátricas,
principalmente à dependência de álcool e drogas.
A incidência deste transtorno aumenta muito em filhos cujos pais forem dependentes
químicos, tiverem transtorno alimentar ou apresentarem hiper-sexualidade. Em algumas
pessoas pode ser transmitido geneticamente ou ser de origem neurológica. O abuso
sexual na infância pode ser um fator de risco para o seu desenvolvimento”.
A diferença entre estas duas situações está no equilíbrio. Você pode gastar bastante e ter
satisfação disto, Mas, você sabe o limite. O perdulário não! Você pode beber e ter
satisfação com isto. O alcólatra não! O importante é reconhecer o limite e se beneficiar
deste conhecimento!

Biologicamente, os viciados em sexo até seriam mais estruturados no sentido de


cumprirem a sua função primordial que em última análise reside no âmago de
nossa existência como indivíduo que é a perpetuação da espécie.

Até por que não existe a disposição da ciência qualquer medicamento ou substância
sintética com poderes tão benéficos em harmonizar os circuitos cerebrais, ansiolítica e
antidepressiva quanto à morfina endógena liberada no momento do orgasmo. Ainda
mais, se existisse, no mínimo, teria efeitos colaterais. A integridade funcional do cérebro
depende do balanço entre dois sistemas químicos de comunicações entre os neurônios.
Um deles atua em receptores chamados dopaminérgicos. O outro sistema se chama
serotoninérgico. O equilíbrio químico entre estes dois sistemas traz o equilíbrio mental.
Quando há uma maior concentração de um tipo de neurotransmissor começam
manifestações mentais que vão desde a ansiedade até a depressão. Um tônus adequado
com leve predomínio do sistema dopaminérgico ativa a libido e capacidade sexual. Os

31
predomínios de concentração do sistema serotoninérgico levam a diminuição da
capacidade sexual.
Pois bem, esta substância fantástica, a endorfina, promove o perfeito equilíbrio entre
estes dois sistemas com a conseqüente harmonização destes sistemas. O resultado do
aumento das concentrações sangüíneas de endorfina leva a um tremendo bem estar, a
um sentimento de plena integração do indivíduo, ao êxtase da onipotência divina.
E o principal, risco zero. Por ser uma substância natural e endógena é totalmente isenta
de qualquer risco ou efeito colateral.
Deste modo, não deixa de se tornar totalmente esperado que homens que encontram este
caminho de “iluminação” criem uma dependência cada vez maior de sexo, tornando-se
verdadeiros viciados em sexo harmonizador.
Nestes homens a mãe natureza teria chegado ao ápice, os impregnando com toda a força
de preservação daquela prodigiosa, incomparável e especial forma de energia, na sua
mais suprema especialização, que é a vida humana.
Nada melhor para ilustrar esta concepção, que a parábola do Santo Hindu, Drupka
Kunley, que “Iluminou” mais de 5 000 mulheres, que vai ser a matéria do próximo
capítulo, retirado na sua íntegra e formato da Revista Play Boy, de março de 2001, que
tinha como capa a divina Dany Bananinha, na sua edição de número 308.

Sexo tântrico
Estima-se que a quase 5000, no Oriente, mais precisamente em uma cultura que se
desenvolveu na Índia, a mulher era tida como uma divindade, como um ente superior, e
o homem como um mero elemento para a satisfação destas divindades.
Esta cultura primitiva era altamente desenvolvida e organizada para os padrões do seu
tempo. Por exemplo, todas as casas da comunidade possuíam água encanada.
O sexo tinha uma interpretação lúdica desvinculada totalmente de qualquer sentimento
de culpa. Até ao contrário, sua prática era considerada um caminho para
desenvolvimento e crescimento pessoal.
Deste modo, o sexo nesta cultura era praticado de modo incoercível e constantemente na
faina diária das pessoas. Não havia dentro deste enfoque nenhum constrangimento ou
restrição ao sexo grupal, que inclusive faz parte de centenas de esculturas e desenhos
deixados por esta cultura.
Para cumprir com tais obrigações um dos pressupostos para o homem seria uma ereção
prolongada. Para possuir tal arte foi necessário inicialmente o desenvolvimento do
controle da ejaculação e, a evolução através de treinamentos compreendendo respiração,
meditação, introspecção e exercícios evoluindo até o ponto de entendimento de poder
diferenciar ejaculação de orgasmo.
Os praticantes do Tantra assimilaram conceitos de energia orgânica, que estariam
armazenadas em centros que denominaram Chakras. Da prática destas técnicas
depreenderam não só que a harmonização do indivíduo, mas a inteligência, a
criatividade, e outras qualidades seriam conseqüência da liberação destas energias.
Estas técnicas de mentalização e treinamento para este desenvolvimento foram
aculturadas e passadas de geração em geração, e assimiladas por uma parte da Yoga que
tem uma atenção especial com a parte sexual, que leva o nome de Yoga Tântrica. No
Oriente estes conhecimentos se dispersaram tendo suas variações regionais. Na China,

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conservando sempre estes aspectos místicos e empíricos, sofrendo pequenas variações
na sua abordagem de treinamento, é conhecida por “Sexo Kung Fu”.
Agora, com os conhecimentos da fisiologia e da bioquímica cerebral sabemos que estes
efeitos na realidade são devidos tanto a capacidade de controle voluntário de esfíncteres,
contração de musculatura voluntária, capacidade de ativar contração de musculatura
involuntária e da liberação das endorfinas.
Atribuíam que uma quantidade brutal de energia estaria acumulada na base da coluna
vertebral, energia esta, que denominaram como Serpente Kundalini. Hoje, a nossa
interpretação, é que esta energia seria o reconhecimento introspectivo e empírico dos
centros do sistema nervoso vegetativo parassimpático que são os centros que realmente
desencadeiam a ereção. Em relação ao controle da ejaculação teriam o reconhecimento
da energia acumulada no sistema vegetativo simpático que é o centro relacionado com
esta capacidade. Estes centros realmente acumulam incríveis potenciais elétricos,
passíveis de serem medidos pela tecnologia hoje disponível, em micro-voltes.
Atualmente, a maioria absoluta dos homens que conseguem o desenvolvimento a níveis
superiores da capacidade ainda se deve a utilização destes caminhos milenares
desenvolvidos intuitivamente por esta filosofia. Raríssimos são aqueles que encontraram
a iluminação por si próprios sem o auxílio destas técnicas milenares.
Como exemplo deste pensamento filosófico o próximo capítulo ilustra com a história do
Santo Drupka Kunley.

O que é o normal?

Seguramente uma atroz dúvida de todo o homem, principalmente no adolescente e no


indivíduo jovem, é sobre o que é normal em relação a sua sexualidade. Dúvidas que vão
desde o tamanho do pênis, passando pela capacidade de ereção até o controle e número
de ejaculações em uma ocasião.
A dificuldade de ter parâmetros fidedignos é muito grande por vários motivos. As
maiorias das fontes bibliográficas geralmente são sensacionalistas. Existe um
constrangimento e dificuldade dos educadores, desde os pais até os mestres, em lidarem
com o assunto.
O que acontece então: o aprendizado vai se fazendo principalmente, por fontes
informais, na rua, em conversas com seus pares. Obviamente, esta não é a mais
adequada e melhor cátedra para este conhecimento. Na maioria das vezes este
aprendizado vem estereotipado dentro de projeções, fantasias, em caminhos onde o
imaginário perambula solto.
A conseqüência é que este indivíduo sempre terá suas dúvidas, pois o nível de
confiança neste tipo de instrutores sempre deixará a desejar.
Por isso, vamos procurar definir de modo muito objetivo estes parâmetros:
O homem normal deve dispor da capacidade de desenvolver uma ereção espontânea
sempre que adequadamente estimulado. Esta ereção deve se manter pelo tempo
suficiente para atender as necessidades do momento. Entre a capacidade plena, a qual
qualificaríamos com uma nota dez, e a incapacidade total a qual atribuiríamos uma nota
zero, existem vários níveis. Desde ereções difíceis de serem desenvolvidas, ereções que
chegam a ser plena, mas que gradualmente vão se desfazendo até ereções parciais
podem ocorrer. Geralmente episódios eventuais são relacionados com problemas de
ordem emocional, na maioria das vezes relacionadas com a ansiedade ou com
erotização inadequada.

33
Quando começam ocorrer incidências freqüentes desta ordem ou o homem passa a
sentir que gradativamente a sua capacidade de desempenho vai diminuindo, a
possibilidade que seja um problema orgânico vai ficando maior.
Um bom termômetro é a constatação do perfil das ereções matinais. Se elas já não têm a
mesma freqüência, o mesmo grau de rigidez ou não se mantém como antes até urinar, os
indícios são fortes que seja devido a um problema biológico e não emocional.
Culturalmente, se depreende que com a idade todo homem vai perder a sua capacidade.
Isto não é verdade, e temos vários exemplos no dia a dia, que demonstram exatamente o
contrário, Um exemplo clássico, o de Charles Chaplin, que mesmo após os oitenta e
cinco anos era um inveterado fauno de Hollywood. Claro que com o passar dos anos
que as chances estatísticas de vir a ter problemas é maior do que em um indivíduo
jovem. Este falso conhecimento causa uma distorção etária nas clínicas que trabalham
com disfunção erétil. A grande maioria dos pacientes são indivíduos jovens, que
premidos pelas exigências das parceiras se obriga a procurar uma solução. Os de mais
idade acham que isto é assim mesmo, que é da idade e vão se conformando.
Aliás, o homem foi mal projetado no seu mecanismo erétil. Para que se obtenha uma
ereção completa se faz necessário uma fina integração entre vários sistemas. A pressão
hidráulica que se desenvolve em um pênis ereto é a maior existente dentro de todo o
corpo humano. O pênis recebe uma pressão, bombeada pelo coração da ordem de 120
mmhg e tem que dupla-la até atingir 240 mmhg. Esta pressão é extraordinariamente
grande para tecidos de contenção biológica, daí a grande incidência de problemas. O
homem e o macaco – não todas as espécies, são os únicos animais que tem este
mecanismo hidráulico. Todos os outros ou tem uma cartilagem, ou um osso, ou uma
fibrose que são uma garantia de infabilidade!
Uma outra grande preocupação entre os homens é de “quantas” são o normal? No
individuo jovem a espontaneidade de ereções é muito grande e esta facilidade de ter
duas, três, quatro ereções seqüenciais vai diminuindo gradativamente com o passar dos
anos. O homem vai trocando a quantidade pela qualidade. Lá entre os 30 e 40 anos a
grande maioria dos homens vai ter como hábito uma ereção e uma ejaculação por
ocasião. Não que não possa ter mais, mas sim por uma acomodação. É claro que este
homem em momentos especiais quando devidamente estimulado, independentemente da
idade, poderá desenvolver várias ereções e ejaculações.
Também se tem como dogma que com a idade a incidência de relações sexuais entre os
homens vá diminuindo. Entretanto, uma extensa pesquisa, que inclusive foi publicada
na revista VEJA, edição 1738 de 13 de fevereiro de 2002, de onde foi retirada à tabela
que segue, mostra que não é bem assim. Este estudo que se desenrolou por nove anos,
acompanhando duas mil setecentas e sessenta e três pessoas, conhecido como “The
Janus Report on Sexual Behavior”. Mostra até, que de um modo geral, que a freqüência
do grupo etário mais elevado, mais de sessenta e cinco anos, foi maior em vários itens
do que em grupos mais jovens.
A interpretação destes achados seria que entre os jovens a freqüência ficaria limitada
por fatores sócio-econômicos, que na faixa dos trinta e cinco cinqüenta e cinco o auge
da fase laborativa/produtiva seriam os fatores limitadores de uma maior freqüência.

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A outra dúvida cruel é em relação há quanto tempo deve durar uma ereção? O normal é
dez, quinze, trinta minutos, uma, três ou cinco horas? Aqui o fundamental é o
entendimento que parâmetro da normalidade não é o tempo e sim a capacidade de
administrar o controle da ejaculação até que as necessidades do momento se esgotem.
Vamos exemplificar com um modelo bem grotesco, mas que explicitará definitivamente
para que não se deixe dúvida. Façamos a figura mental que hoje aquela exuberante
vizinha do apartamento ao lado do seu, disse sim! E mais tem que ser aqui e agora! O
clima esta de uma sensualidade incrível. Porém, tem um pequeno senão! O brutamonte
do marido dela esta preste a chegar. O ato durou um minuto e meio de penetração. O
orgasmo de ambos foi soberbo e esplendoroso. Esta relação com um minuto e meio foi
totalmente normal porque as circunstâncias condicionantes exigiam uma rapidez.
Vamos ao oposto. Você esta naquela paradisíaca praia do Nordeste do Brasil com aquela
musa encantada, sonho seu de muito tempo. A transa vem se desenrolando naquele
clima denso e envolvente já há quase duas horas, e súbita e inesperadamente lhe escapa
a ejaculação, seguida de todo aquele clima de frustração. Meu amigo você foi
acometido por uma ejaculação precoce, mesmo com as quase duas horas de penetração,
pois não atendeu as necessidades daquele momento específico. É claro que estamos
enfatizando com exemplos do que não é o habitual, e a intenção é deixar bem claro que
o parâmetro que define a normalidade não é o tempo e sim a capacidade de controle.
Também é importante frisar que não existe um tempo de duração como padrão de
normalidade. As variações de tempo de penetração entre casais constituídos são
extremamente variáveis. Tem casais que se ajustam num patamar entre cinco e dez
minutos, outros, a maioria entre dez e trinta minutos e outros em uma hora ou mais.
Também as variações na duração do ato em um mesmo casal podem ser bastante
variáveis conforme os fatores condicionantes daquele ato específico. Fatores como
estresse, cansaço, preocupação com filhos, patrão conta bancária, exercícios, etc…
podem afetar extraordinariamente a duração em diferentes ocasiões.

Pré-requisitos biológicos para dispor de plena capacidade de desempenho sexual

É extraordinariamente grande o número homens que já nascem com algum grau de


deficiência ou que durante a sua vida vão sendo vítimas de problemas na área sexual. As
estatísticas mostram que vinte e cinco por cento dos homens apresentam algum grau de
diminuição de sua capacidade de desempenho antes dos 50 anos. Diminuição esta que
pode ser de grau leve, moderada indo até a incapacidade total. Depois dos cinqüenta
anos, um em cada dois homens, será afetado pela diminuição da capacidade. Por outro
lado quarenta por cento dos homens são incapazes de controlar a sua ejaculação.

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Os números da disfunção são assustadores! Um percentual significativo já vem tolhido
pela natureza da perspectiva de desfrutar uma plenitude sexual. Por mais que queiram,
que treinem, por mais que se esforcem jamais conseguirão ultrapassar estes seus
medíocres limites injustamente colocados pela natureza.
E o pior: estes homens convivem anos e anos com o problema sem se conscientizarem
dele. A referência deles são eles mesmos. Como saber que aquela capacidade não é
normal se sempre foi assim? Faz-se necessário trilhar um caminho muito longo de
frustrações e decepções até que consigam a clarividência para detectar o problema.
Muitas vezes, este homem já perdeu aquela mulher que seria a mulher da sua vida! Às
vezes, o choque desta perda é que leva a reflexão, e deste modo, entender e detectar que
algo não está certo.
A importância deste capítulo por isso é muito grande. Tem a pretensão de sinalizar
primeiro o que esta ocorrendo, para depois ver quais seriam as soluções. E, hoje, se por
um lado à natureza não foi dadivosa com todos, por outro nos dotou com a inteligência
para entender e resolver a maioria destes casos. Atualmente, a ciência, tem a solução
praticamente para quase a totalidade destes homens.
Existe uma dificuldade muito grande de se lidar com a sexualidade. Aliás, dificuldade e
desconhecimento. Mesmo profissionais da área, que deveriam ter uma abordagem isenta
e racional, entendem mais fácil encaminhar estes pacientes a tratamentos psicológicos
sem uma devida avaliação, ou após uma investigação sumária. Até porque, o
conseqüente colorido psicológico destes homens com problemas, é muito grande, e uma
abordagem leviana pode induzir a este erro. Qual o homem que afetado nestas funções
não vai ter sérias conseqüências psicológicas? Deste modo, ou por influência deste
dramático colorido psicológico, ou por não querer se envolver ou até por falta de uma
formação adequada muitos profissionais da área de disfunção sexual sentenciam
milhares de homens a intermináveis terapias, de ordem psicológica, sem resultado.
Na grande maioria dos casos, por ser uma força instintiva muito grande, o psicológico
até se bem condicionado ajuda a superar níveis de capacidade inferior. Entre a
capacidade a qual atribuiríamos nota dez, aquela já vista no capítulo “Padrão Ouro”, e a
total incapacidade, nota zero existem níveis intermediários. É comum, no nosso dia a
dia de atendimento encontrar exames laboratoriais que atribuiriam uma nota três ou
quatro a estes pacientes. Entretanto, conversando com eles, dizem: “Olha doutor, se eu
estou aqui é porque não esta 100%, mas também não está tão ruim assim!”. É comum
este tipo de ocorrência quando o homem vem tendo um desempenho razoável com a
parceira fixa, onde já está estruturado para administrar a dificuldade. No momento, que
pega aquela jovem fantástica, onde a expectativa seria de um desempenho, nota nove ou
dez, a coisa não funciona. Aquelas condições psicológicas, que com a parceira habitual
já estavam programadas a superar, nesta oura situação se desestruturam, e passa a
atrapalhar.
Para que o homem possa atingir estas qualificações expostas no capítulo anterior é
necessário que sua máquina biológica funcione dentro de certos padrões, dos quais já
vimos alguma coisa no capítulo padrão ouro. Aqui vamos ser um pouco mais extensos.
Além de ter uma ereção plena e que possa ser prolongada conforme as necessidades do
momento homem tem que desenvolver o seu controle ejaculatório. O nível de
qualificação biológica cresce exatamente nesta ordem. Isto foi matéria de uma
monografia de um curso feito por nós de pós-graduação em Sexologia. Este estudo
dissecou e explicitou, justamente os fatores exigidos para que o homem pudesse ter o
desenvolvimento do controle ejaculatório. Então, ele atendendo estas exigências
biológicas, constantes e expostas neste estudo, obviamente que a obtenção da ereção e
manutenção estariam englobadas.

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A linguagem técnica utilizada foi bastante acessível por se tratar de um curso numa área
multidisciplinar. Mesmo assim, vamos apresentar os resultados numa linguagem bem
mais simples para permitir o entendimento de todos. No final do livro vamos colocar
uma íntegra da monografia a disposição dos mais interessados e eruditos.
São três os sistemas que devem funcionar harmonicamente para que o homem possa
dispor de uma capacidade plena. Vamos começar pelo mais comum:

Sistema circulatório

(rodapé: ) mmhg = milímetros por coluna de mercúrio

O pênis para ficar bem rígido e manter esta rigidez precisa ter uma pressão adequada no
seu interior. Seria como um pneu de um carro. No pneu esta pressão é conferida por ar
comprimido. No pênis esta pressão é gerada por sangue comprimido. O pneu do carro
necessita ter uma calibragem adequada da pressão para trabalhar bem. Muitas vezes, um
pneu parece estar com a pressão adequada, chegamos ao posto para verificar, e vemos
que está faltando pressão. Digamos que a especificação técnica do pneu do seu carro
seja de 27 libras. Quantas vezes pode ter ocorrido de você ir calibra-lo e só estar com 20
ou 21 libras?
Com o pênis ocorre o mesmo tipo de situação. Para aquele homem a sua ereção é
normal. O pênis aparenta estar “duro”. Até porque o que ele conhece é ele mesmo.
Entretanto, aquela ereção que esta ocorrendo é uma ereção volumétrica. Até tem a
aparência de uma ereção normal. Mas não tem a força, a pressão, de uma ereção normal.
Não é uma ereção pressórica. Se fossemos calibrar um pênis rígido normal, como
calibramos um pneu de um carro, encontraríamos uma média de 240 mmhg.A
especificação técnica de um pênis duro seria de 240 mmhg. Em indivíduos jovens, em
grau máximo de excitação, quando o pênis se encontra com uma ereção pulsátil estas
pressões podem ultrapassar 320 mmhg. Com 170 mmhg a aparência do pênis já é de
uma ereção completa. Mas, só quando a pressão chega aos 240 mmhg é que aquela
túnica que envolve as câmaras de compressão, que chamamos de albugínea, comprime
as veias de saída do pênis, lhe conferindo estabilidade. Então, quando estas saídas de
sangue estão fechadas por esta compressão é que se torna espontânea a capacidade de
manter aquela extrema rigidez por tempos intermináveis.
Já a outra situação, daquele pênis que está com uma ereção aparente, mas não estando
comprimindo as veias de saída permite que o sangue saia de dentro dele. Então, perde a
ereção com facilidade, não mantém a ereção ou até para compensar a dificuldade tende
a ejacular rapidamente.
Obviamente, se este homem for questionado sobre sua capacidade de ereção que ele vai
responder, sem estar mentindo: A minha ereção é normal! Entretanto, é uma ereção
totalmente inadequada que impedirá qualquer progressão de aperfeiçoamento. Até pelo
contrário, a tendência é que fique cada vez pior com o passar dos anos. Cada vez mais
aquela câmara terá menos pressão, cada vez mais estará mais murcha até chegar um
ponto de ficar totalmente vazia.
Entre as causas de mau funcionamento a incapacidade de criar uma pressão adequada é
a mais freqüente. Praticamente 50% dos pacientes que têm problemas se devem a esta
causa. É um sistema bastante complexo que depende da integração de várias estruturas.
Qualquer uma que não funcione adequadamente compromete todo o sistema. No
indivíduo jovem os problemas mais comuns que ocasionam este tipo de deficiência, são
varizes, veias que se dilatam, na drenagem do pênis. Isto permite que o sangue saia com
mais facilidade não permitindo que atinja a pressão adequada. Também é comum a

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elasticidade inadequada. A câmara que envolve os corpos cavernosos é constituída por
um tecido essencialmente elástico. Se esta “borracha” for ficando dura estará
oferecendo uma resistência maior à injeção da pressão. Seria como certos balões de
festa de criança. Você precisa fazer uma força enorme ao assoprar e qualquer descuido o
ar retorna de volta. Ainda no indivíduo jovem, outros problemas podem esta ocorrendo,
como válvulas que deixam de funcionar adequadamente. Fístulas que são comunicações
entre o sistema de alta e o de baixa pressão, podem permitir a perda pressórica. Entre
outros tipos de falhas também problemas na micro-circulação podem ocorrer,
principalmente em homens com problema de pressão arterial alta ou diabéticos.
Nos homens de mais idade já passam ser mais comum os problemas em que o sangue
chega já com força menor ao pênis devido a entupimentos de artérias, a arteriosclerose.

Sistema neurológico
No momento em que temos um pensamento erótico existe uma “bobina” no cérebro
encarregada de transformar o pensamento em atividade elétrica. Esta “bobina” na
realidade é formada de milhões de neurônios, agrupados em uma região do cérebro. A
estes neurônios agrupados para exercerem a mesma função chamamos de núcleo. Pois
bem, esta “bobina” ou núcleo transforma aquele pensamento erótico em eletricidade.
Hoje, já possuímos tecnologia, para medir a voltagem desta polarização elétrica no
cérebro! Alias, um dos trabalhos mais atuais da padronização destes estímulos foi
publicado por nós em uma revista especializada da área, e a sua tradução também estará
à disposição no fim do livro. Pois bem, esta polarização cria uma corrente elétrica que
desce pelos nervos, do cérebro em direção ao pênis. Como se fosse a faísca saindo da
“bobina” e se dirigindo ao motor para ativa-lo. O motor pode estar bom, mas se não
tiver uma faísca boa não irá funcionar. O pênis pode estar normal, mas se não tiver um
comando de boa qualidade não irá funcionar. A esta capacidade do cérebro enviar estes
comandos ao pênis, chamamos de neurotransmissão. Estes problemas de comando são
muito comuns. Em torno de 30% dos homens que se apresentam com diminuição de
capacidade a causa reside neste tipo de problema. Entretanto, devido a investigações
mal conduzidas a grande maioria destes pacientes são rotulados como de causa
psicológica e relegados e execrados a uma vida de insatisfação.

Causas hormonais
O combustível utilizado por este “motor” sexual são os hormônios. Numa investigação
de um homem com problemas sempre devem ser avaliados a Testosterona e a
Prolactina. A Testosterona é uma substância produzida pelos testículos que tem a função
não só de ajudar na qualidade de funcionamento, mas também de atuar na vontade, no
desejo sexual. É o hormônio que dá as características do macho, atuando desde o
aumento da agressividade, no aumento da força física por condicionar uma massa
muscular maior, até no tesão pela fêmea.
A Prolactina no homem não tem maiores atuações. Na mulher esta substância está
diretamente envolvida com a lactação. Na realidade, no homem, a Prolactina é um
termômetro indicativo do equilíbrio entre dois sistemas químicos de neurotransmissão,
o dopaminérgico e o serotoninérgico. Toda vez que ocorre um predomínio do sistema
serotoninérgico diminui a capacidade sexual. Toda vez que este sistema químico
serotoninérgico esta mais ativo se eleva a Prolactina. Deste modo, a dosagem desta
substância nos serve como um indicativo do desequilíbrio entre estes dois sistemas de
neurotransmissão.
Não são problemas comuns no indivíduo jovem. As estatísticas mostram que neste
grupo de pacientes jovens a incidência de problemas desta ordem é menor do que 2%. A

38
partir dos 40 anos se estima que ocorra uma perda anual de 1% nos níveis circulantes de
Testosterona. Assim está diminuição de hormônios só começa a se manifestar somente
após uma perda na ordem de 20%. Por isto, no homem a Andropausa normalmente só
apresenta seus primeiros sintomas ao redor dos sessenta anos.

Importância destas constatações: toda vez que houver diminuição da capacidade


sexual devem ser excluídos estes distúrbios, circulatórios, de neurotransmissão e
hormonais, antes de iniciar qualquer outro tipo de abordagem.

Conhecendo-se

Apesar de cada vez mais a mídia abordar assuntos relacionados com a sexualidade, a
prepotência e auto-suficiência masculina geram um mecanismo de negação em relação a
estes conhecimentos. Inconscientemente, o homem procura negar a sua ignorância, pois
isto lhe diminuiria o seu poder de macho onipotente, eficiente e soberbo. A mulher já é
totalmente diferente. Ela sorve cuidadosamente cada informação, e conseqüentemente é
mais ilustrada e desenvolve melhor suas aptidões. Isto fica perfeitamente demonstrado
ao analisarmos o conteúdo das revistas e publicações dirigidas a cada um destes
públicos. O conteúdo dirigido ao homem é ilustrativo e as informações fogem do
âmago da sexualidade, indo desde mulheres objeto sexual, até economia, esportes,
moda, etc... dentro de um contesto lúdico. Já as publicações dirigidas ao púbico
feminino são objetivamente instrutivas e objetivas, a ponto de explicarem passo a passo
o andamento de um feláceo bem sucedido. E, a mulher, como já frisamos, não tem
nenhum sentimento de demérito ao ler e procurar assimilar a informação.
Certos conceitos se fazem necessário serem entendidos para que o homem possa
desfrutar de toda a sua plenitude sexual. Neste capítulo vamos procurar trazer
informações sobre estes aspectos básicos de conhecimento que são pré-requisitos
essenciais para a capacitação da potencialidade sexual. Desde aspectos anatômicos até
aspectos do funcionamento, passando por conceitos de eventos relacionados com esta
capacitação, vão ser analisados, de modo a permitir o aprimoramento das habilidades
individuais.

ILUSTRAR

a) Órgãos envolvidos que necessitamos conhecer

Se nós perguntarmos a uma mulher onde se localiza seu ovário ou a sua trompa
imediatamente ela apontará com o dedo, aqui! A cultura de autoconhecimento feminino
é grande. Desde as mais simples revistas dirigidas a este público já trazem informações
desta ordem. E o principal, a mulher tem a humildade de reconhecer o seu
desconhecimento e procurar avidamente o entendimento.
Se fizermos o mesmo tipo de pergunta a um homem: onde se localiza a sua vesícula
seminal? O homem, no seu pedestal de onipotência e autoconfiança, titubeará para dar a
resposta e, uma grande parte destes homens, seguramente, não saberá responder.

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A verdade é que existe uma grande ignorância entre os homens sobre a estrutura do seu
corpo e do seu funcionamento. O pleno conhecimento destas estruturas internas e o
entendimento do funcionamento das mesmas são fundamentais nestas capacitações. São
pré-requisitos absolutos e imperiosos, para que, com a introspecção possam ser
reconhecidos estes órgãos, para serem trabalhadas e desenvolvidas as habilidades.
Não queremos transformar o leitor em um refinado anatomista, mas sim, fornecer
aqueles elementos essenciais de conhecimento necessários para o seu desenvolvimento.
Por isto, vamos procurar sucintamente e através de ilustrações identificar e localizar as
estruturas anatômicas, que de alguma forma podem interferir na capacitação
pessoal.Também vamos fazer breves comentários de aspectos funcionais que possam ser
úteis ao desenvolvimento.
Temos que ter um mínimo conhecimento dos seguintes órgãos:

Pênis
Bolsa escrotal
Testículos
Região Perineal
Bexiga
Púbis
Vesículas seminais
Próstata
Vasos deferentes
Musculatura perineal
Esfíncteres

Pênis

A identificação do pênis é obvia. Temos que conhecer então um pouco da sua estrutura
interna e funcionamento. Na ilustração 1 temos um esquema que será relembrado e
reapresentado várias vezes, inclusive em outros capítulos. O total conhecimento deste
esquema é um dos pilares para a qualificação sexual. Nesta ilustração1, identificamos o
pênis como a parte terminal de um sistema. Mais uma vez, vamos fazer uma figura para
facilitar o entendimento. Este sistema tem a função de pegar um líquido, o sêmen, e
injetá-lo em um lugar, no caso em apreço, a vagina. Este sistema é constituído por
outras estruturas que vamos comentar a seguir. Mas, vamos imaginar o conjunto destas
estruturas como uma seringa de aplicar injeções. O líquido a ser injetado ficaria dentro
da seringa, no caso, este local de armazenamento, chamamos de câmara de compressão.
O êmbolo seria aquele conjunto de estruturas encarregados de comprimir para projetar
para fora o líquido, no caso o sêmen. As estruturas que participam nesta compressão
são: os músculos da região, a bexiga, os esfíncteres, a próstata. O trajeto que o sêmen
faz seria passar pela uretra sendo expelido por um orifício, chamado meato urinário.
Parte desta uretra passa dentro do pênis e o meato urinário se localiza na extremidade da
uretra na ponta do pênis, numa região chamada glande. Esta parte externa do pênis seria
a agulha, a parte terminal desta “seringa”.Todas estas estruturas estão esquematizadas
nesta Ilustração 1 e facilmente identificáveis.
Na Ilustração 2 estas mesmas estruturas são evidenciadas sob uma outra visão, num
corte longitudinal, onde também podemos observar a glande, o dorso, base e região
ventral do pênis.

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Na ilustração 3, temos um corte transversal do pênis onde podemos ver que é
constituído de dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso. Quando o pênis fica ereto
estas três câmaras é que se enchem de sangue. Os dois corpos cavernosos ficam na parte
de cima. Eles são revestidos por uma câmara de um tecido com grande elasticidade,
chamada albugínea. Por dentro são constituídos por um tecido esponjoso que se enche
de sangue e se dilatam. Dentro destas câmaras é que se desenvolve a maior pressão de
um corpo humano, que é de 240 mmhg. Esta extraordinária pressão é que confere a um
pênis em rigidez aquela extrema firmeza. Por cima destas duas câmaras, os corpos
cavernosos, corre o que chamamos de feixe vasculonervoso. Por ali entram os dois
nervos chamados dorsais, as duas artérias dorsais e a veia dorsal. Aliás, o pênis é o
único local do corpo humano onde existe esta proporção de duas artérias para uma veia.
Em todos os outros órgãos do corpo humano o normal é o inverso, duas veias
acompanham cada artéria. Este feixe vasculonervoso não tem uma relação direta com o
grau de rigidez. Tem uma função mais de alimentar o corpo esponjoso que é um sistema
de baixa pressão – funciona com pressões entre 80 e 120 mmhg – e tem uma função
mais como de amortecedor. Também, estes nervos que entram no pênis não relação com
a ereção, e sim com a sensibilidade.
Todo o sistema de ativação da ereção esta embutido e protegido profundamente dentro
da bacia. A pressurização ocorre lá e por contigüidade vem se estendendo para parte
externa, que chamamos de pendular por ficar a maior parte do tempo em flacidez,
projetada como um pêndulo.
O corpo esponjoso corre por baixo dos corpos cavernosos e envolve a uretra. Dentro de
sua estrutura traz o nervo perineal que também tem função sensitiva e vasos que vão ter
relação com a produção das pressões desta câmara. Todas as estruturas aqui comentadas
podem ser localizadas nas Ilustrações 3 e 4.

Bolsa escrotal
Também de óbvia localização acolhe dentro de si os testículos que são a fábrica de
espermatozóides e do hormônio que dá as características do macho que é a Testosterona.
No desempenho a sua importância se refere ao fato de ser amplamente inervado por
fibras sensitivas do nervo perineal. O conhecimento e a identificação desta sensibilidade
é importante por poder ser utilizada como fator modulador tanto da ereção como
desencadeando o momento das contrações espasmódicas que levam a ejaculação e, ou
ao orgasmo. A localização da bolsa escrotal apesar de ser explícita pode ser observada
na Ilustração 2.

Testículos
No desempenho os testículos não têm uma função direta. Estão abrigados dentro da
bolsa escrotal porque necessitam para o seu bom funcionamento estarem a meio grau
centígrado menos que a temperatura do corpo. Por isso é normal que a bolsa se distenda
para resfriar ou se contraia para aquecer. Para isto tem um músculo chamado cremaster
que tem esta função de distender ou retrair a bolsa. A importância da identificação dos
testículos é pequena. Quando muito pode ser utilizado em manobras para criar algum
desconforto ao ser comprimido desencadeando uma ação negativa sobre uma ejaculação
eminente. Também, esta esquematizado na Ilustração 2.

Região perineal

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É uma região que se estende por detrás da bolsa escrota englobando o pênis. A
percepção e conhecimento desta região são de suma importância por abrigar músculos
voluntários que podem servir como uma prensa sobre as vias ejaculatórias e por ser
ricamente inervada. Nesta região esta o ânus. Na ilustração 5 você poderá identificar
estas estruturas.

Bexiga urinária
Também é uma estrutura que a maioria dos homens tem noção sobre a sua localização.
Somente por sua anatomia não tem grande importância nestas capacitações. Mas, a sua
funcionalidade já passa ter alguma influência. Principalmente, o reconhecimento por
conscientização do esfíncter que fecha a entrada da uretra por onde escoa a urina. O
domínio deste esfíncter é fundamental no processo de desenvolvimento. Doenças que
afetam este esfíncter, causando a diminuição de sua capacidade de contração podem
levar a que no momento da expulsão do esperma, pelo fato deste esfíncter não fechar,
que o esperma vá para dentro da bexiga. Esta seria uma das causas de orgasmo sem
ejaculação. Isto sempre ocorre após cirurgias de próstata que sempre lesam este
esfíncter. Nas Ilustrações 1, 2 e 4 você poderá ter uma perfeita idéia da relação da
bexiga com as outras estruturas da região.

Púbis
O púbis é aquele osso que dá aquela sensação de dureza quando fazemos compressão na
região dos pentelhos. Identificado nas Ilustrações 2 e 4.

Vesículas seminais
As vesículas seminais são o depósito do sêmen. São responsáveis por sessenta a oitenta
por cento da produção do líquido seminal. Os espermatozóides são produzidos dentro da
bolsa escrotal, pelos testículos. Dos testículos migram através do epidídimo e depois
pelo vaso deferente até chegarem a vesícula seminal. Este vaso deferente, à altura da
bolsa escrotal, que é interrompido quando se faz a vasectomia. A percepção da vesícula
seminal é importante, pois à medida que vai se enchendo vai enviando devido à sua
distensão, estímulos nervosos que predispõe que o arco reflexo ejaculatório seja ativado.
Guardando as devidas proporções, seria como querer segurar a urina com a bexiga
cheia. Por isto, é mais fácil desenvolver o controle ejaculatório com a vesícula seminal
mais vazia, o que se consegue aumentando a freqüência de ejaculações.
Durante o sono o domínio do cérebro sobre estes arcos reflexos diminui. Se a vesícula
seminal estiver cheia demais, através destes estímulos facilitatórios enviados a medula,
pode desencadear uma ejaculação noturna involuntária, que chamamos de polução
noturna.

Próstata
A próstata tem um papel fundamental nestas capacitações de desempenho sexual. A
uretra que se inicia na bexiga passa na sua primeira porção por dentro da próstata. Os
dois esfíncteres que usamos para o domínio destas artes sexuais se situam um no início
da uretra, naquela zona de transição entre a bexiga e a próstata. O outro imediatamente
na porção em que a uretra termina seu trajeto por dentro da próstata. Além disto à
próstata produz de 20 a 40% do conteúdo do líquido seminal. Durante o ato uma quantia

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de sêmen vai “se depositando dentro desta parte da uretra que passa dentro da próstata.
Como inicialmente estes dois esfíncteres estão fechados, ali ele se deposita, a espera do
momento de sua expulsão. Este espaço, dentro da uretra prostática, chamamos de
Câmara de Propulsão”. Grande parte da arte sexual se constitui na identificação e
domínio do sincronismo destes dois esfíncteres. Além disto, a próstata é passagem da
maioria dos nervos que se dirigem ao pênis. O seu reconhecimento e manuseio
adequado pode facilitar a instalação da ereção, e desencadeamento de orgasmo e
ejaculação. A próstata esta esquematizada nas Ilustrações 1, 2 e 4.

Vasos deferentes
Os vasos deferentes são condutos que permitem a passagem do espermatozóide do
epidídimo, que é uma estrutura que recolhe os espermatozóides, logo após o epidídimo,
e os conduz até a vesícula seminal. Pode ser vista na Ilustração 2.

Musculatura perineal
O reconhecimento desta musculatura é de vital importância para o aprimoramento
sexual. Esta musculatura participa, se adequadamente treinada, como uma prensa sobre
as vias ejaculatórias, facilitando o desenvolvimento destes controles. Os exercícios de
desenvolvimento desta musculatura são importantes, pois reforçam a capacidade de
controle. A grande vantagem do seu reconhecimento é que são músculos chamados de
voluntários, isto é respondem diretamente a sua vontade. São músculos que tem um
comando similar, por exemplo, para movimentar uma mão. Isto é, você pensa, elabora
aquele desejo e imediatamente a mão se movimenta para onde você comandou. Estes
músculos têm este mesmo tipo de resposta, o que facilita muito, principalmente no
início do treinamento. A musculatura perineal esta devidamente representada na
Ilustração 5.

Esfíncteres
No desenvolvimento da modulação cerebral e sincronismo de abertura e fechamento dos
esfíncteres reside toda a arte sexual. A grande dificuldade, neste aperfeiçoamento, se
deve ao fato que estes esfíncteres podem ser ativados tanto por estímulos diretos,
voluntários, como por estímulos indiretos, involuntários. Quanto mais imatura a pessoa
for, quanto menos desenvolvida maior será o predomínio do sistema involuntário, sobre
o voluntário. Até que o homem detecte e entenda estes mecanismos pode padecer de
grandes dificuldades no seu aprimoramento. Então, no aprendizado, o primeiro passo é
a conscientização, percepção e paulatino desenvolvimento do controle destes. Para este
desenvolvimento é muito importante um treinamento paralelo com o esfíncter anal que
tem uma proporção maior de fibras motoras voluntárias. Deste modo, através de sua
vontade você com facilidade tem o domínio do mesmo. Você rapidamente identifica-o,
aperta e relaxa a mercê da sua vontade. Obviamente que este esfíncter anal não tem
nada a ver o controle da ejaculação, mas o seu reconhecimento, pode trazer por analogia
uma maior facilidade para o reconhecimento dos outros esfíncteres, pré e pós-prostático,
que são os mesmos que utilizamos para controlar a urina. Estes esfíncteres são as duas
portas da câmara de compressão onde fica o sêmen antes da ejaculação. Inclusive, um
bom conhecimento do local onde se situam estes esfíncteres é importante, pois existe a
possibilidade de comprimir o esfíncter pós-prostático através de manobras manuais.

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Estas manobras, como vamos ver depois, podem facilitar em muito o desenvolvimento
destes homens.Estes esfíncteres são identificáveis na Ilustração 1

Como é o controle (natural) da ejaculação

O homem tem três funções cujos controles neurológicos são similares. Estas funções
são a micção a evacuação e a ejaculação. Você tem a capacidade de urinar ou evacuar no
momento em que deseja. Entretanto, enquanto criança estas funções ocorrem de modo
espontâneo, sem o seu controle, e você se urina e defeca nas fraldas. À medida em que a
criança se desenvolve, o cérebro vai educando e dominando e, finamente, comandando
estas funções que eram reflexas. Com a ejaculação, guardando as devidas proporções,
deverá ocorrer o mesmo.
Existem dois níveis de controle destas funções: o primeiro, mais primitivo na escala
animal, é constituído pelo arco reflexo medular; o segundo é o controle cerebral, que
tem que ser educado e desenvolvido.

O que é e como é o Controle reflexo medular?

O pênis, especialmente a glande, é um sensor que tem a capacidade de captar sinais


físicos (atrito), químicos (ph) e térmicos. Os sinais são recebidos por sensores
neurológicos e transformados num impulso elétrico pela despolarização e, desta
maneira, transmitidos para neurônios localizados na medula sacral, a última parte da
medula, que vão decodificar este sinal. Este impulso na medula, ativa o sistema reflexo
ejaculatório, desencadeando a ejaculação.
Numa grande maioria dos homens, há uma predominância de sensores táteis e o gatilho
que ativa a ejaculação é o atrito desencadeado pela movimentação do vai-e-vem. Em
outros pode haver uma maior concentração de sensores térmicos, o que explicaria o fato
de alguns homens terem dificuldade de controlar a ejaculação no sexo vaginal, que é de
uma temperatura maior, enquanto no oral o domínio ser maior, onde a temperatura é
menor. Em outros pode haver predomínio de receptores químicos. Este predomínio
explicaria o fato de alguns homens terem dificuldade de controlar a ejaculação no sexo
vaginal, cujo o ph é em torno de 4, enquanto no anal, onde o pH é neutro, existe um
domínio melhor.

A captação pelo sensor glande, a transmissão do impulso para medula e a ativação do


sistema ejaculatório
(Desenho ou esquema ilustrativo)

O que é e como é o Controle Cerebral da Ejaculação?

Quando você deseja movimentar a mão, você pensa e num determinado local do
cérebro, um agrupamento de neurônios polariza, cria um potencial elétrico, que é
descarregado em nervos, indo até a sua mão, comandando o movimento que você
desejou efetuar. Ou seja, você comandou voluntariamente o movimento desejado. Existe
uma série de funções para as quais existem núcleos específicos no cérebro. Algumas

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delas são reflexas e não dependem da sua vontade. Um estímulo ativa, e uma resposta
ocorre antes mesmo que você possa interpretar, mentalizar e desenvolver a reação. Por
exemplo, se a ponta de um cigarro aceso lhe encosta no braço, imediatamente, até
mesmo antes de você ter consciência do que esta acontecendo, você movimenta
evitando aquela sensação desconfortável. Entretanto, existem algumas funções que
necessitam ser educadas, desenvolvidas, programadas. E não dependem diretamente da
sua vontade. São funções que dependem da integração de ações voluntárias e ações
reflexas. Por exemplo, ninguém nasce sabendo controlar a sua micção ou evacuação.
São funções que inicialmente são desencadeadas através de reflexos medulares. A
bexiga enche, é enviado um estímulo para a medula, vem o reflexo e a criança urina.
Os núcleos no cérebro que comandam estas funções ocupam locais vizinhos. Estas
fibras nervosas, que levam os estímulos neurológicos para os núcleos de comando e
controle, se dirigem a medula espinhal e descem em caminhos paralelos e só se afastam
quando vão se aproximando da função a ser comandada: evacuação, micção ou
ejaculação.(fig fazer esquema) No local de ação, o comando será manifestado pela
capacidade de abrir ou fechar esfíncteres, que são válvulas constituídas por tecido
muscular, com a capacidade de contrair ou relaxar.
Os esfíncteres usados para controlar a micção e a ejaculação são exatamente os mesmos,
apenas o sincronismo no comando de abertura e fechamento é diferente.
Para urinar o homem contrai a bexiga e abre o esfíncter, que fica no início da uretra
prostática. A urina se dirige pela uretra até que, na saída da uretra prostática (ilustração
1), se abre outra válvula permitindo, então, que ela escoe livremente, para ser ejetada
fora do corpo.
Para ejacular, o homem usa exatamente estes dois mesmos esfíncteres. Apenas o
sincronismo de abertura e fechamento são totalmente diferentes. No momento em que
ocorre a contração da vesícula seminal (local do corpo que funciona como depósito de
esperma), o sêmen passa para uma câmara dentro da próstata, cujos limites são aquelas
duas mesmas válvulas, que foram abertas para urinar. A válvula entre a bexiga e a uretra
prostática deve permanecer fechada, para evitar que o sêmen recue para a bexiga. Daí, a
válvula que se situa no fim da uretra prostática é voluntariamente aberta, definindo o
momento da ejaculação.
Este auto-conhecimento é imprescindível para qualquer homem poder desenvolver o
controle da ejaculação, que é o primeiro patamar a ser atingido na escalada do prazer
absoluto. Na adolescência, a própria natureza induz o jovem a se manipular pela
sensação prazerosa desencadeada, permitindo que ele vá se descobrindo, aprendendo a
lidar com seus esfíncteres, se programando e educando esta capacidade de controle
voluntário.

O orgasmo

Existe uma confusão muito grande entre os homens no entendimento do que é orgasmo
e o que é ejaculação. Isto até é fácil de ser entendido, pois no homem não iniciado são
processos que ocorrem simultaneamente.
Entretanto, é importante fazer a diferenciação. Este entendimento é primordial como
ponto de partida para o desenvolvimento.

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A ejaculação consiste no conjunto de eventos que faz a expulsão do sêmen. Todos os
eventos relacionados com a ejaculação ocorrem na área genital, desde as vesículas
seminais, próstata, uretra e pênis.
Já o orgasmo consiste na interpretação de núcleos cerebrais de impulsos produzidos por
estes eventos com a conseqüente liberação de uma substância chamada endorfina. Esta
endorfina é na realidade uma morfina produzida pelos neurônios. Como esta endorfina é
totalmente natural, ao contrário da morfina, não existe qualquer possibilidade de trazer
qualquer prejuízo ao homem. Até ao contrário, esta endorfina tem propriedades
altamente benéficas harmonizando os circuitos cerebrais, assim combatendo a
ansiedade, depressão e estresse.
O orgasmo é um evento que ocorre exclusivamente no cérebro. Os nervos sensitivos
provenientes da região genital ativam o funcionamento de neurônios que vão liberar a
endorfina.
Então, o orgasmo é aquele momento de prazer incomparável, produzido pela liberação
de uma morfina natural, chamada endorfina.

Ejaculação é a expulsão do sêmen, pela contração das vias genitais.

Orgasmo é a sensação de prazer que decorre da liberação de endorfinas no cérebro.

Orgasmo x ejaculação

Entre os homens, de um modo geral, existe uma confusão muito grande entre o que é
orgasmo e o que é ejaculação. Como são processos bastante interligados e na maioria
das vezes no homem não treinado concomitantes, nas conversa do dia a dia são
relacionados como se fossem o mesmo fenômeno.
Entretanto, são fenômenos totalmente diferentes. Desde a sua localização anatômica,
sua bioquímica até os mecanismos envolvidos.
A ejaculação consiste num processo voluntário ou reflexo medular que faz a passagem
do sêmen das vesículas seminais para uma câmara dentro da uretra prostática de onde
após a abertura do esfíncter distal prostático movimentos espasmódicos da musculatura
lisa uretral expelem o sêmen para ser ejetado pelo orifício uretral localizado na ponta do
pênis.
Assim a Ejaculação é um fenômeno estritamente periférico que se desenvolve todo na
região genital, envolvendo vesículas seminais, próstata, uretra e musculatura lisa.
Consiste a Ejaculação na expulsão do sêmen desde as vesículas seminais até a sua
expulsão do corpo.
Estas contrações espasmódicas da musculatura lisa comprimem receptores sensoriais
neurológicos que uma vez ativados enviam a núcleos cerebrais impulsos destas
atividades espasmódicas. O Orgasmo então será desencadeado pela liberação de
endorfinas, um tipo e morfina natural sem nenhum potencial de qualquer malefício ao
organismo. Até pelo contrário, estudos da ação desta substância tem demonstrado que a

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mesma tem um poder harmonizador entre as interligações neuronais, ocasionando um
combate a depressão, ansiedade, harmonizando o sono de uma maneira muito melhor e
mais natural do que qualquer medicamento a disposição do arsenal médico até o
momento.
Assim, o Orgasmo é um fenômeno estritamente central que se desenvolve todo na
região cerebral, envolvendo fibras neurológicas ascendentes sensitivas e núcleo
neuronais Consiste o Orgasmo na liberação de endorfinas por estes núcleos neuronais.
O indivíduo treinado em produzir orgasmos múltiplos pode desta maneira ir produzindo
liberação de endorfina de forma seqüencial. Estas concentrações de endorfinas vão
aumentando na circulação e é comum que entre 12-15 orgasmos consecutivos o homem
atinja um patamar de prazer muito próximo ao êxtase. Nada que qualquer droga,
alucinógeno ou psicotrópico possa quiçá se aproximar, de modo a tornar estes iniciados
no prazer total em verdadeiros viciados no sexo.

Ejaculação é expelir o sêmen

Orgasmo é a sensação de prazer desencadeada pela interpretação cerebral de


estímulos oriundos da contração das vias seminais

O hiper orgasmo ou orgasmos múltiplos do homem

Há aproximadamente 5000 anos desenvolveu-se na Índia uma civilização incrível. Já


naquela época todas as residências tinham sistema de esgotos e água encanada. A
mulher era tida como uma divindade e o homem era um mero instrumento para regalar
prazer a estas deusas. dentro desta ótica o homem foi se obrigando a desenvolver a
capacidade de prolongar o tempo de ereção, o que fazia retardando a ejaculação. Além
disto, filosoficamente, entendiam que cada ejaculação era uma perda, um desperdício,
de energia vital. Esta abordagem permitiu um desenvolvimento de uma cultura orgástica
levada as últimas conseqüências.
Na cultura oriental, principalmente entre aquelas que levam o indivíduo à introspecção e
auto-conhecimento como os praticantes da Yoga Tao ou Tântrica, é comum o
desenvolvimento da capacidade de obtenção do orgasmo múltiplo. Já no mundo
ocidental, um número muito reduzido de homens que conseguem ter a predestinação de
obter esta habilidade pois não existe um conhecimento destes valores.
Mas, o que é o orgasmo múltiplo? Realmente pode ser obtido? A resposta a estas
perguntas parece muito simples, mas dentro de si elas têm um universo de
conhecimentos e de experiência que devem ser sentidos e vivenciados para o seu pleno
entendimento.
Começa pela diferença entre ejaculação e orgasmo, e complica mais ainda a quando se
coloca que o homem pode ter orgasmos sem ter ejaculação, o que a grande maioria das
pessoas não consegue entender. Pois, para uma compreensão deste fenômeno devemos
começar esclarecendo o que é o orgasmo e o que é ejaculação.
No cérebro temos centros que interpretam as sensações captadas pelos sensores
sensitivos. Quando comemos um doce alguns receptores neurológicos captam uma
impressão química que num centro neurológico específico nos dá aquela deliciosa

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sensação. Quando sofremos um beliscão sensores neurológicos captam aquela
compressão ao nível da pele que lá no nosso cérebro é interpretada como uma sensação
de desconforto.

O orgasmo é a interpretação prazerosa a nível cerebral das contrações da musculatura


lisa dos condutos ejaculatórios que levam o sêmen a expulsão. É um fenômeno que
corresponde exclusivamente à interpretação cerebral - decodificação - daquelas
contrações que estão ocorrendo lá nas vesículas seminais, próstata, ductos ejaculatórios
e principalmente pelas contrações da musculatura lisa da uretra.

Orgasmos múltiplos seria a capacidade de homens desenvolvidos desencadearem


em seqüência a liberação de endorfinas

Hiper-orgasmo é a sensação de êxtase desencadeado pela grande concentração de


endorfinas em nível cerebral que ocorre após um determinado número de
orgasmos seqüenciais

Dr. Bayard, até aqui é o arquivo que tenho guardado.

René

O estresse

Dentro deste capítulo não poderíamos deixar de falar sobre o mal atual da humanidade,
que é o estresse.
O “bolso” do homem é tido como a sua parte mais sensível do seu corpo! Na minha
humilde opinião tomo a liberdade de discordar. Em qualquer situação de agressão o
pênis é o primeiro órgão do corpo masculino que reage, se retraindo. Depois, é que
acelera o coração, que se arrepiam os pêlos, que suam as mãos, que as pupilas se
dilatam. Em qualquer situação de risco inconscientemente é liberada uma substância
chamada adrenalina, que desencadeia estas reações. É a substância que prepararia o
homem para a luta. Começamos este capítulo com uma ironia, mas que tem em seu bojo
uma grande verdade. A primeira reação, nestas situações, é a retração do pênis!
O cotidiano da atual vida competitiva está cada vez mais pondo as pessoas em seus
limites. A conseqüência é o Estresse. Cada vez mais os níveis de adrenalina circulantes
na população são maiores. Este estresse por si só já diminui a capacidade orgânica
levando a um grande número de doenças, como por exemplo, gastrites, úlceras de
estômago, colites, herpes entre muitas outras. Esta concentração aumentada de
adrenalina chega por sua ação de retração das artérias, entupir uma artéria do coração,
as coronárias. Homens entre 35 e 50 anos, na sua faixa máxima de poder produtivo e
laborativo são brutalmente ceifados de suas atividades por estes distúrbios causados
pelo estresse. E vejamos, estas artérias tem em média um diâmetro de três milímetros e
o sangue esta continuamente passando por elas com alta pressão. Mesmo assim, vão se
contraindo até não permitirem a passagem do sangue ocasionando um enfarto do
miocárdio. Imaginem então este mesmo mecanismo de obstrução agindo sobre o pênis.

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As maiores artérias do pênis têm apenas 500 micras de diâmetro. As artérias que
alimentam as câmaras de pressão do pênis, tem um sexto do tamanho das artérias
coronárias. Na maior parte do dia estas artérias estão com um fluxo de sangue mínimo,
irrisório se comparado com as artérias do coração. O fluxo só fica razoável quando estas
artérias estão em atividade para desencadear ereção. Então, além de serem muito menor,
o fluxo de sangue nestas artérias do pênis é muito pequeno. Deste modo, elas são muito
mais suscetíveis a ação do estresse, do que qualquer outra parte do corpo humano. A
contração pela ação do estresse vai diminuindo a circulação e no indivíduo predisposto
vai causando lesões no tecido nobre erétil pela diminuição da oxigenação.Assim,
podemos afirmar que o pênis é o órgão mais sensível ao estresse do corpo humano,
tanto masculino como feminino, já que na mulher não existe funcionalmente nenhum
tipo de estrutura similar.
É muito importante, definirmos, até que ponto a diminuição da capacidade pode ser
devida exclusivamente a ação do estresse, e a partir de que momento, esta diminuição
da capacidade, já passa ser por lesão orgânica, subseqüente ao estresse. É claro que
estes comprometimentos dependem de uma sensibilidade individual.
Paradoxalmente, até para confirmar a regra, existem homens que têm até uma reação
totalmente inesperada e contrária a da maioria. Quanto mais estresse, maior apetite
sexual, maior capacidade de desempenho. São homens que prenderam ter uma válvula
de escape pela liberação das endorfinas. São homens que conseguem se equilibrar em
situações extremas.
Afora estas exceções, o estresse é a causa mais freqüente de diminuição do rendimento
sexual entre os homens. Muitos destes depois de um tempo esta diminuição de
capacidade já é por lesão orgânica causada por este estresse.

O ESTRESSE É A CAUSA MAIS FREQÜENTE DE DIMINUIÇÃO DA


CAPACIDADE DE DESEMPENHO SEXUAL, SIMPLESMENTE PELO PRÓPRIO
ESTRESSE,OU POR LESÕES ORGÂNICAS EM CONSEQÜÊNCIA DESTE
ESTRESSE.

FERORMÔNIOS

Muitas vezes, uma mulher, com menos atrativos de beleza, nos motiva mais do que
outra com maior esplendor. A nossa lógica não consegue nos explicar isto, dar uma
explicação razoável ou plausível.
A explicação está nos Ferormônios.
Os Ferormônios são substâncias voláteis produzidas por glândulas da região genital.
Como são voláteis, imediatamente se disseminam pelo ar, criando uma “aura química”
de atração sexual. Os pêlos púbicos teriam aquela forma espiralada, para permitir a

49
melhor difusão destes Ferormônios. Estes Ferormônios, ao serem inspirados,
impregnam receptores que existem na parte mais interna do nariz e dali, através de
vasos sangüíneos - de uma rede de vasos chamados Sistema Porta, são diretamente
levados para a glândula Hipófise (situada que se situa há um e meio, dois centímetros, e
para uma porção do cérebro contígua a Hipófise, chamada Hipotálamo. Nestes órgãos,
os Ferormônios vão ativar uma empatia sexual. Quando o sistema daquele indivíduo for
suscetível a ação dos Ferormônios, toda uma predisposição libidinosa será ativada.
Aguçando o desejo pela parceira, que não deveria estar, racionalmente, ativando e
desencadeando tal vontade.
Uma das coisas que o iniciado deve evitar é o uso de desodorantes íntimos, pois estas
forças naturais se não inibidas, podem aumentar em muito a dimensão do encontro.

AFRODISÍACOS

O homem vem, através dos tempos, incansavelmente procurando maneiras de qualificar


o seu desempenho, tanto potencializando a capacidade erétil, como procurando obter
mais prazer de seus relacionamentos sexuais. Os rinocerontes quase foram extintos por
se atribuir poderes afrodisíacos de um pó obtido de seu chifre. As moscas cantáridas da
península Ibérica eram caçadas incansavelmente, torradas e ingeridas. No oriente, os
tigres ainda são abatidos pela crendice que a ingestão de suas partes aumenta a
capacidade sexual.
Entre certos alimentos há também toda uma aura de poderes afrodisíacos, como o ovo
de codorna, ostras, amendoim, pimenta, curry, entre outros. Muitos livros com pretensas
receitas afrodisíacas foram escritos.
A nossa flora é profícua em ervas, as quais são também atribuídas estas propriedades:
nó de cachorro, maripuama, guaraná, etc.
A ciência até hoje não confirmou a eficácia de todas estas crendices e muitas outras
mais.
Finalmente, no século XX, apareceram as primeiras alternativas de interferir na libido.
A vontade sexual masculina está condicionada a dois fatores, a estimulação de centros
neurológicos, que tem receptores para hormônios esteróides estimulantes e no
predomínio de um dos dois sistemas de neurotransmissão cerebral, o sistema
dopaminérgico.
Então, estes hormônios masculinos passaram a ser utilizados com a finalidade de aflorar
o desejo e aumentar a capacidade. Naqueles indivíduos com déficit hormonal, a
reposição hormonal realmente é fantástica. Não só a libido é recuperada, mas também é
gerada toda uma energia, retirando aquele indivíduo da apatia em que estava.
A aplicação destes hormônios masculinos no homem que apresenta seus níveis normais,
inicialmente desencadeia uma exacerbação do desejo e capacidade. Após um período,
que é variável, em média de 4 a 6 meses, vai ocorrendo uma readaptação dos receptores
neurológicos, àqueles níveis elevados de hormônios circulantes e cada vez se faz
necessário maior dose, para se obter resultados antes alcançados. A nova acomodação
destes centros vai se processando, progressivamente, até que doses altíssimas, com
grande potencial de efeitos colaterais, deixam de ter qualquer eficácia.
No limiar deste novo milênio mais uma perspectiva se abre. Os neurônios se
intercomunicam através de substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores.
No cérebro, dois grupos de substâncias têm esta função, neurotransmissores do grupo da
Dopamina e os da Serotonina.

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Toda vez que existe um predomínio de neurotransmissores Dopaminérgico ocorre um
aumento da libido, capacidade e até da intensidade dos orgasmos. Quando ocorre o
predomínio de neurotransmissores oriundos da Serotonina à vontade, o prazer diminui.
A ciência está trazendo a possibilidade do uso de medicamentos que interferem no
equilíbrio entre a Dopamina e Serotonina, fazendo com que ocorra um predomínio
Dopaminérgico com a conseqüente aumento da libido.
Em casos de desequilíbrio, onde esteja ocorrendo a dominância serotoninérgica, por
patologias, já existem substâncias, como por exemplo a Bromocriptina, capazes de
estabelecer novamente o equilíbrio.
Ainda não se tem uma experiência consagrada, em indivíduos, da real possibilidade
destes medicamentos, com a relação Serotonina/Dopamina normal, coisa que deverá
ocorrer nos próximos anos, à medida em que for se intensificando o uso destas
substâncias. O primeiro representante deste grupo foi liberado, inicialmente, na
Alemanha e hoje já está aprovado também no Brasil - a Apomorfina. Atualmente, a
indicação deste medicamento seria para ativar os núcleos de comando da ereção, mas é
de esperar que tenha efeitos significativos na qualidade de prazer do ato sexual.
Seguramente a porta foi aberta pela ciência e se a Apomorfina não confirmar esta
expectativa, logo outras substâncias preencherão esta lacuna.

PONTOS ERÓGENOS

Cada indivíduo tem determinadas partes do corpo onde se reúnem uma maior
concentração de fibras neurológicas sensitivas. O estímulo destes pontos tem a
capacidade de alimentar àqueles centros responsáveis pela ativação dos mecanismos
eróticos.
Ao pênis, na imensa maioria dos homens, se dirigem quase as totalidades destas fibras.
Entretanto, existem variações da distribuição muito grande entre os indivíduos. Nestes
outras áreas além do pênis podem ter uma grande atividade na estimulação tanto da
ereção, como da ativação do processo ejaculatório. Numa grande maioria dos homens,
pelo fato das vias sensitivas do plexo genital que inervam o pênis, se dirigirem a pele da
bolsa escrotal, do períneo e do anus, estas regiões podem funcionar como um potente
gatilho erotizante.
Também, for a do mais habitual, mas com uma incidência relativamente freqüente a
região dos mamilos pode ter um potente papel ativador.
Outras regiões já não são tão comuns, mas lábios, conduto auditivo, nuca, região peri-
umbelical, baixo ventre e outras podem ter um importante papel em certos indivíduos.
O adequado manuseio e reconhecimento destes pontos é fundamental para encontrar a
justa medida entre a ativação dos estímulos e o controle. Deste equilíbrio é que emana a
qualidade do ato. Se houver uma desproporcionalidade entre a capacidade de ativação e
a capacidade de controle inevitavelmente o ato perderá sua grandiosidade. O sucesso é
decorrente da harmonia entre estas duas forças.

Parte 2

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DESENVOLVENDO O CONTROLE ou COMO EDUCAR A SUA
EJACULAÇÃO.

Não existe nenhuma regra, técnica ou método infalível para o treinamento e


desenvolvimento do controle ejaculatório, domínio esfincteriano, da musculatura lisa
das vias genitais e controle da liberação cerebral de endorfinas. Cada indivíduo deve
achar o seu caminho.
Muitos estudiosos do tema já propuseram inúmeras técnicas para este desenvolvimento.
Todas estas técnicas na realidade servem como balizamento para o homem programar o
seu treinamento. Entretanto, cada homem deve achar a sua maneira de desenvolvimento,
deve achar o seu caminho.
Muitos terapeutas, em seus métodos utilizaram a parceira como parte do tratamento. Em
certas circunstâncias a mulher pode até participar, mas jamais será o fator primordial do
desenvolvimento. Este desenvolvimento é seu. É você que pode obtê-lo. Nenhuma
mulher poderá fazer isto por você. Se, ela não atrapalhar, principalmente por cobranças
que podem gerar ansiedade e dificultar mais ainda, já será um grande lucro! É uma
função que você terá que desenvolver e automatiza-la no seu modo de funcionar. E, só
você poderá fazer isto! Só você pode achar o seu caminho pela trilha da sua
determinação, programação, habilidade de introspecção e intuição.
Podemos fazer um paralelo com o desenvolvimento do controle da micção.
Suponhamos que um menino de doze ou treze anos, que urina na cama, queira resolver
esta situação. Podemos indicar uma série de técnicas e exercícios, mas o próprio
menino, utilizando estes referenciais, terá que descobrir o seu caminho. Muitas
instruções podem ser dadas, mas ele é que tem que se programar e achar a sua maneira
de desenvolver este controle.
Para o homem ir capacitando o seu desempenho ele tem que gradativamente ir
adquirindo qualificações.
O primeiro degrau é desenvolver o domínio dos esfíncteres para poder comandar
voluntariamente o momento da ejaculação. Com este nível de comando então já se
capacita para ter o comando do momento do orgasmo, tendo, deste modo, a capacidade
de programar a liberação de endorfina.
O controle dos esfíncteres é uma função totalmente voluntária. Você, através da sua
vontade pode contraí-los e relaxa-los. Da mesma maneira como você também pode
contrair o seu anus, que é um outro esfíncter, mas de controle similar.
Já para alcançar o terceiro patamar é necessário que se aprimore um pouco mais este
controle esfincteriano. Após, deflagrada as contrações da musculatura lisa para a
expulsão do sêmen o homem deve ter a capacidade de identificar o esfíncter posterior
para fecha-lo, assim impedindo a expulsão do sêmen. Além disto, deve saber
desencadear, no momento em que desejar, e deixar fluírem as contrações espasmódicas
da musculatura lisa das vias ejaculatórias. O cérebro interpreta os sinais originados por
estas contrações espasmódicas, que recebe através dos nervos sensitivos provenientes da
região genital e responde com liberação de endorfinas, produzindo um orgasmo. Este,
orgasmo, então se processa sem a perda da ereção. A repetição deste procedimento vai
permitindo a seqüência de orgasmos, com a conseqüente liberação de endorfina a cada
orgasmo. Habitualmente a concentração de endorfina na corrente sangüínea após 12-15
orgasmos é tão grande que permite o homem atingir níveis de prazer inimagináveis,
muito próximos a êxtase, se já não estiver neste estágio de iluminação. Este nível já
requer muita intuição, introspecção e determinação para ser atingido. Somente um
pequeno percentual de homens é agraciado com esta dádiva divina. Entretanto, este

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nível ainda depende exclusivamente de você, pois todas as estruturas envolvidas são de
comando da sua vontade, apesar de ter um componente involuntário que é o
desencadeamento das contrações espasmódicas das vias espasmódicas genitais. Ainda
assim, é um controle que depende só de treinamento do controle esfincteriano e algum
grau de introspecção para deflagar as contrações espasmódicas da musculatura lisa.
O quarto degrau requer o desenvolvimento, além do domínio esfincteriano total,
também o domínio absoluto da musculatura encarregada de projetar o sêmen ao
exterior. Esta musculatura biologicamente é programada para fazer com que o
sincronismo de seus movimentos empurre de dentro do corpo para fora o conteúdo da
uretra. Neste nível, o homem consegue sincronizar a musculatura tanto para expulsão
como para movimentos em coordenação em sentido contrário, capacitando um sistema
de sucção/aspiração da uretra. Estas contrações espasmódicas em qualquer sentido, de
expulsão ou de aspiração, ( fig n.....) são capazes de desencadear o orgasmo e liberação
de endorfinas. Os iniciados nesta arte podem oferecer um prazer extremo as suas
parceiras pela indelével sucção do clitóris. Alguns, num requinte de perfeição ao culto
do prazer vão dilatando o meato urinário, pela inserção de cones de diâmetro
progressivo, de forma a permitir um englobamento do clitóris no momento da sucção
(fig n....). Este sumo aperfeiçoamento é privilégio de muitos poucos predestinados
privilegiados.

Como já comentamos todo este desenvolvimento deve passar inicialmente no controle


da ejaculação, onde cada homem cada homem deve achar o seu caminho. Para isto se
faz necessário à conscientização de quatro pré-requisitos condicionantes ou
facilitadores:
1.Autoconhecimento
2. Programação e balizamento
3. Introspecção
4. Treinamento
1. Auto-conhecimento

Intuitivamente alguns homens conseguem ir desenvolvendo estas habilidades.


Entretanto, o número destes iluminados é estatisticamente insignificante. Temos que
partir do pressuposto que estas capacidades dependem de um processo educacional que
se inicia no conhecimento de si mesmo.
O fundamental é o entendimento da localização das estruturas envolvidas.
Deste modo teremos que relembrar o que já vimos no Capítulo CONHEÇA-SE, onde se
teve um esquema da anatomia que envolve estes comandos. Tendo esta noção da
localização das estruturas você terá que tentar identifica-las para poder fazer o
reconhecimento das mesmas e ir desenvolvendo os seus comandos. Também, se faz
necessário o entendimento de como funcionam estas estruturas anatômicas e o
sincronismo de funcionamento destas estruturas anatômicas para que você adquira estas
capacitações. Vamos pedir que você relembre agora. Caso você não esteja totalmente
familiarizado com estas estruturas retorne ao Cap. 11 a, e faça uma revisão. Se já estiver
aproveite para rever a Ilustração..., que você já conhece, traz um esboço desta anatomia.
Este esboço você deve ter totalmente mentalizado para facilitar a sua progressão.

2. Programação e balizamento

Após ter identificado a localização das estruturas envolvidas o homem deve estipular
uma programação que seja adequada a sua estrutura funcional. Deve selecionar os

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exercícios que lhe pareçam mais adequados. Deve estipular um prazo de etapas a serem
vencidas. Deve escolher as técnicas de mentalização.
Nesta etapa, às vezes, é muito importante o aconselhamento com um terapeuta sexual
experiente, que com discernimento poderá definir a seleção das técnicas a serem
escolhidas mais adequadas para o funcionamento daquele caso específico. Também,
nada que com determinação e bom senso o homem não possa definir sozinho.

3. Introspecção

Indiscutivelmente aquele indivíduo com maior capacidade de se auto-analizar, olhar


para dentro de si mesmo, sentir as suas estruturas internas terá maior facilidade de
progredir do que outros que encontram dificuldade com estas habilidades.
No nosso entendimento a capacidade de “entrar com o cérebro dentro de cada órgão” de
si mesmo é a chave para o sucesso desta habilitação.

4. Treinamento

Depois de analisadas estes três pré-requisitos chega a hora de então por em prática a
programação delineada. Na fase de treinamento o iniciante deverá trabalhar o seu grau
de ansiedade para evitar que uma concentração sangüínea aumentada de adrenalina
interfira prejudicando a habilitação. O desenvolvimento destas habilidades depende de
uma integração entre o sistema nervoso voluntário e o sistema nervoso vegetativo
simpático, que é em última análise o gatilho que deflagra a ejaculação e ou orgasmo. Se
a concentração de adrenalina estiver elevada, apesar de não impedir, dificultará o
aprendizado.
Deve-se ter em conta que estas capacidades são habilidades desenvolvidas pela
educação e que uma vez automatizadas, não será a ansiedade(aumento da concentração
sangüínea de adrenalina) que irá impedir o controle. Este funcionamento é similar a
qualquer outra função que automatizamos. Não é porque você esta tenso ou nervoso que
não vai dirigir o seu carro, andar na sua bicicleta ou controlar a sua micção. São funções
que você desenvolve, automatiza e incorpora na sua estrutura funcional.
NÃO EXISTE EJACULAÇÃO PRECOCE DE CAUSA PSICOLÓGICA! OU
VOCÊ TEM O PLENO CONTROLE PORQUE O EDUCOU, OU NÃO TEM O
CONTROLE PORQUE VOCÊ NÃO O EDUCOU!

O que até pode acontecer é se não existir o controle, naquele indivíduo que tem um
tempo limitado, quando tenso, pela ação da adrenalina, ejaculará mais rápido ainda.
NÃO EXISTE EJACULAÇÃO PRECOCE DE CAUSA PSICOLÓGICA. O
CONTROLE DA EJACULAÇÃO É UMA CAPACIDADE QUE USA OS MESMOS
ESFÍNCTERES DA MICÇÃO, NUM SINCRONISMO DE ABERTURA E
FECHAMENTO DIFERENTE, QUE DEVE SER DESENVOLVIDA E
AUTOMATIZADA.
ESTE DESENVOLVIMENTO DEPENDE EXCLUSIVAMENTE E SOMENTE DE
VOCÊ. A PARCEIRA PODE ATÉ LHE AJUDAR, MAS QUEM TEM QUE
DESENVOLVER É VOCÊ.

O QUE NÓS VAMOS DAR É O ENTENDIMENTO E BALIZADORES PARA VOCÊ


ACHAR O SEU CAMINHO. ISTO SÓ VOCÊ PODERÁ FAZER.

DESENVOLVENDO DO PRIMEIRO PARA O SEGUNDO NÍVEL:

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Esta é a situação mais comum de aporte de pacientes às clínicas que trabalham com
disfunção sexual devido à angústia e desespero que isto desencadeia.
Agora, você que não tem o controle da sua ejaculação está determinado dar o primeiro
passo. Já sabe o que deseja. Quer pelo menos ejacular quando deseja, como a maioria
dos homens o faz. Para isto terá que ter o domínio sobre os dois esfíncteres que
determinam esta qualificação. Deverá poder manter o primeiro, que se situa entre a
bexiga e o começo da uretra fechado, e abrir o outro esfíncter, que você já localizou por
introspecção, somente no momento que desejar ejacular.
Você também já sabe, que no momento que abrir este esfíncter terá ejaculação
acompanhada de orgasmo. A passagem do esperma pela uretra irá causando uma
compressão desta, com conseqüente liberação de uma substância que irá fazer com que
seu pênis perca a ereção.
Para este aprimoramento você poderá usar uma série de balizadores. A maioria deles faz
parte de técnicas intuídas pelos iniciados das artes orientais do sexo Tântrico e
Tao(Kung-Fu). Outros balizadores são técnicas desenvolvidas e utilizadas por terapeutas
da área sexual. Existiriam centenas de alternativas que são indicadas a estes homens.
Algumas até engenhosas e outras até ridículas, como, por exemplo: “Pensar na sogra no
momento x!”.
Não adiantará nada você usar estes balizadores se antes não fizer uma programação
mental a estes desenvolvimentos.
Vamos apresentar os que nos parecem mais úteis e eficazes sempre enfatizando que o
importante é o entendimento. É você entender o intuito que o leva a usar estes
balizadores. Faremos a seguir uma análise de como eles atuariam, para que você possa
apreciar e fazer a sua adequação ao seu caso e suas necessidades.

A masturbação
A masturbação é a maneira que a natureza induz o homem, em especial, o adolescente
ao autoconhecimento. Para obter prazer o homem manuseia o seu pênis, e isto vai lhe
propiciando um reconhecimento do funcionamento do mesmo. Vai lhe propiciando que
vá aprendendo retirar e alcançar o máximo de suas possibilidades. Vai lhe propiciando
que o homem aprenda a lidar com o pênis e inclusive que desenvolva o controle da sua
ejaculação.
Um dos grandes erros, principalmente, entre as gerações mais antigas era a repressão da
masturbação, principalmente por motivos religiosos. Não é por ser sem vergonha que o
adolescente se masturba. Ele se masturba propulsionado por uma força inconsciente
maior do que ele, a força de uma energia do Universo, procurando replicar-se. A
repressão gerava além da ansiedade, que o homem fosse assumindo um padrão de
desempenho rápido. Entre as gerações mais antigas, não existia situação mais
discriminatória do que ser flagrado em pleno culto a Onan. Por si só os níveis
aumentados de adrenalina, pelo complexo de culpa, de estar cometendo um pecado
venal, já induziam a uma ejaculação mais rápida. A necessidade de ejacular logo, para
ter prazer logo, para se livrar da perspectiva de ser flagrado naquela situação que o
levaria a execração, fazia com que o indivíduo fosse automatizando no seu
funcionamento, aquele padrão rápido. Uma vez automatizado este padrão de
comportamento fica muito difícil o homem se reciclar, e quanto mais tempo conviver
com este padrão mais arraigado se tornará, ficando mais e mais difícil qualquer tentativa
de solução. Como por exemplo, a habilitação de andar com um skate. Se um menino de
treze, quatorze anos ganha um, ou já sai andando, ou em poucos dias o fará. Com vinte
e cinco anos ainda aprende com relativa facilidade. Aos trinta e cinco já terá um pouco

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de dificuldade. Aos sessenta e cinco se tentar, terá que ter cuidado, pois poderá cair e
quebrar uma perna! Quanto mais tempo convivemos com um padrão de funcionamento
desenvolvido e automatizado mais difícil será a sua mudança.
Então, é fundamental para o autoconhecimento, desenvolvimento pessoal sexual, a
programação dos controles esfincterianos pela masturbação. É uma fase de
desenvolvimento que tem que ser cumprida. E mais, não existem riscos pelo excesso de
masturbação, riscos estes que atemorizavam os mais antigos.
Quanto mais o homem se masturbar maior será a sua chance de desenvolver o domínio
do momento da sua ejaculação, mais ele se conhecerá. Desde que seja uma masturbação
acompanhada por introspecção e determinação de programar a abertura e fechamento
dos esfíncteres.

A freqüência
É muito mais fácil ter o controle de sua micção se a bexiga se encontrar mais vazia. À
medida que ela vai se enchendo, a sua distensão começa a enviar sinais a medula
espinhal que vão predispondo reflexamente ao seu esvaziamento, a sua contração.
Em relação ao controle ejaculatório a situação é totalmente similar. Quanto mais cheias
estiverem as vesículas seminais, mais difícil será de desenvolver o controle, pois elas
estarão enviando a medula um sinal no sentido de ativar a ejaculação. Para o homem
que desenvolveu o controle urinário, se a bexiga estiver cheia, ele pode ter até um pouco
mais de dificuldade de controlar, mas controla. Com a ejaculação é exatamente a mesma
coisa, se você já desenvolveu o controle não vai fazer diferença se elas estão mais ou
menos repletas. Você vai decidir o momento de abrir o seu esfíncter posterior no
momento que desejar ejacular.
Entretanto, nesta fase de aprendizagem e treinamento, um dos elementos primordiais
facilitatórios ao desenvolvimento do controle ejaculatório é que as vesículas seminais
não estejam repletas. Para isto, você deverá, ou por masturbação ou por aumento da
freqüência de relações, mantê-las em um nível confortável. Este nível é muito pessoal.
Alguns homens para conter a premência ejaculatória secundária a congestão das
vesículas seminais necessitam esgota-las até duas a três vezes ao dia. Para outros,
poderá ser necessário só uma ou duas vezes por semana. Você deverá tatear o seu ponto
de equilíbrio.
Exercícios urinários
Os exercícios urinários se constituem em manobras de controle urinário. Os mais
comuns são: Você está urinando e interrompe o fluxo. Recomeça a urinar e vai
interrompendo e recomeçando várias vezes. Noutra ocasião, você estando sem vontade
de urinar, então procura provocar uma micção. Também poderá fazer exatamente o
contrário, estando com a bexiga bastante cheia você procura conter esta urina, evitando
a micção.
Quando você está urinando e tranca o jato, você poderá sentir que o esfíncter anterior
entre a bexiga e uretra prostática, será fechado frações de segundo antes do que o
segundo, que se situa no fim do trajeto da uretra dentro da próstata. (Ilustração 1)Se
você está com a bexiga vazia e procura urinar, você esta promovendo abertura destes
dois esfíncteres. Se você está com a bexiga cheia e procura não urinar, você está
cerrando estes dois esfíncteres.
Estes exercícios nos parecem muito importantes, pois permitem uma ampla
identificação dos esfíncteres. Também permite identificar o sincronismo de
funcionamento, abertura e fechamento. O reconhecimento destes esfíncteres poderá
facilitar extremamente que você vá adquirindo o controle deles.

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MANTER AS VESÍCULAS SEMINAIS MAIS VAZIAS FACILITA, NA FASE DE
APRENDIZAGEM, O DESENVOLVIMENTO DO CONTROLE
EJACULATÓRIO.
Exercícios da musculatura perineal.
Estes exercícios consistem em contrair os músculos que se situam na região chamada
perineal, que se estende da bolsa escrotal até o fim da coluna. (Ilustração ) Entre estes
músculos, inclusive, está o anus. Os exercícios também devem ser feitos em sessões, de
duas a seis, até o desenvolvimento de uma musculatura potente. Esta musculatura do
assoalho pélvico quando contraída pode funcionar como uma prensa sobre estas vias
ejaculatórias, especialmente sobre o esfíncter posterior que é quem determina o
momento da ejaculação. Esta compressão pode ser aquele “plus” que lhe falta para
facilitar o controle da sua ejaculação. Além disto, esta musculatura quando se contraí
também comprime as veias que drenam o sangue de dentro do pênis. Deste modo, vão
também contribuir com uma maior facilidade de manutenção da ereção, pelo fato de
dificultar a saída de sangue de dentro do pênis. Naqueles indivíduos mais sedentários e
naqueles, que mesmo que não sejam sedentários, mas que nunca tiveram preocupação
em observar estes músculos, o trabalho deles pode ser muito importante para a obtenção
do sucesso tão almejado.

Exercícios anais.
Os exercícios anais consistem em contrair e relaxar o ânus. Isto deve ser feito de duas a
seis sessões durante o dia. Estes exercícios anais diretamente não tem nada ver com os
mecanismos utilizados no controle da ejaculação. A sua importância se deve mais ao
fato da identificação dos centros neurológicos e nervos que efetuam estes comandos.
Estes centros neurológicos são vizinhos no cérebro, e os nervos que descem do cérebro
em direção a genitália correm paralelamente. Então, tendo a consciência de um sistema
no caso, o do comando do esfíncter anal, ficaria mais fácil à identificação destas vias do
comando dos esfíncteres relacionados com a ejaculação.

O método "stop and start"


Usamos o termo propositadamente em inglês por ser a maneira como este método é
conhecido. “Stop and start” significa: começar e parar, traduzido ao Português. E, é
realmente no que consiste este método, que pode ser utilizado tanto com masturbação
ou durante uma penetração. No momento que o homem pressente que esta se
encaminhando ao clímax, ele para com os movimentos até que se acalme aquela
sensação de iminência da ejaculação. No momento que se sente aliviado recomeça os
movimentos e deste modo, com alternância entre movimento e imobilização total, vai
procurando retardar a ejaculação. Alguns terapeutas vão até um pouco mais longe: além
de recomendar que cessem os movimentos recomendam, no caso de penetração, que
haja a retirada do membro. Este método pode ser muito útil para promover um
equilíbrio entre a estimulação sexual e a capacidade de reconhecimento do grau de
premência ejaculatória. Entretanto, jamais deverá ser utilizado isoladamente. Poderá e
deverá ser utilizado dentro de um contexto e por um tempo limitado, principalmente, se
for indicado para homens com parceira. Este, “para e segue”, vai ocasionando uma
desmobilização para a parceira, e o seu uso prolongado seguramente trará repercussões.
 The "squeeze" method.

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Também, usamos o termo propositadamente em inglês por ser a maneira como este
método é conhecido no meio dos que trabalham com estes problemas. “Squeeze”, em
português, significaria apertar, espremer. E, é realmente no que consiste este método,
que também, pode ser utilizado tanto com masturbação ou durante uma penetração.
Quando o homem sente que a ejaculação esta prestes a ocorrer, ele aperta a ponta do
pênis, até ocasionar algum grau de desconforto, que irá desmobilizar o reflexo
ejaculatório. Esta compressão poderá ser feita pelo próprio homem, ou até pela parceira.
Em média, o tempo necessário de compressão, para atingir os seus propósitos, é de
trinta segundos. Após cessar a premência ejaculatória, é retomada a movimentação, e o
“squeeze” deverá ir sendo repetido enquanto necessário. Temos um alerta importante
em relação à aplicação deste método. Jamais se deve comprimir as estruturas de ereção,
pois temos atendidos muitos pacientes, que por uma orientação inadequada, lesaram o
sistema erétil e passaram ter também, além do problema de ejaculação, problemas de
ereção. A nossa indicação é de que apenas a pele deve ser comprimida. Este método
auxilia no aprendizado de como se inibir um reflexo, no caso o reflexo ejaculatório.
Neste caso o sensor pênis está recebendo sinais táteis, térmicos, químicos, etc…, que
envia a medula. Estes sinais, na medula, por sua vez ativam o reflexo ejaculatório.
Então, vão permitindo uma melhor capacitação. Também, jamais deverá ser utilizado
isoladamente. Poderá e deverá ser utilizado dentro de um contexto e por um tempo
limitado, principalmente, se for indicado para homens com parceira. Estes “apertões”,
quebrando o andamento do ato, podem ir ocasionando uma desmobilização da parceira,
e o seu uso prolongado seguramente trará repercussões à esta.

A respiração
Os orientais, através de milhares de anos desenvolvendo estas técnicas de controle
intuíram que através da respiração poderiam facilitar o desenvolvimento dessas
capacidades. Então, inclusive, desenvolveram engenhosas teorias e exercícios que
relacionaram com o aprimoramento de certos comandos, e relacionaram com fluxos e
pontos energéticos, os Chacras. É incrível esta capacidade de introspecção destas
culturas que conseguiram até detectar a possibilidade destas interferências
espantosamente sutis.
Hoje se sabe, que o comando das funções voluntárias é facilitado quando existe um
nível maior de oxigenação. Uma respiração lenta, profunda utilizando a musculatura
abdominal que permite uma maior expansão dos pulmões traz um conseqüente aumento
da oxigenação.
Então, como estes esfíncteres que devem ser educados para se atingir o segundo nível
são totalmente voluntários, este tipo de respiração irá facilitar extremamente este
aprimoramento.
O tipo de respiração que chamamos de “Respiração do cachorrinho”, aquela que utiliza
exclusivamente a musculatura do tórax e dos ombros, não traz um enchimento completo
do tórax. Além disto, como o curso do fluxo respiratório fica menor, a entrada de ar
novo no pulmão fica reduzida, diminuindo em muito a oxigenação. Isto faz com que
todo o corpo seja submetido a uma diminuição da oxigenação. O grau de acidez dos
tecidos aumenta e chamamos esta situação de Acidose. Toda vez que os tecidos estão
em acidose aumenta a facilidade de espasmos involuntários, principalmente da
musculatura lisa que vamos utilizar para desenvolver os terceiros e quartos níveis. É
também por isto que, nesta situação, ficamos mais predispostos a câimbras, que é um
espasmo de músculos.
Como estamos nos referindo a passagem do primeiro para o segundo nível, vamos nos
ater ao primeiro tipo de respiração, procurando no momento de treinamento utilizar esta

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respiração profunda. O outro tipo de respiração, vamos retornar nos treinamentos do
segundo ao quarto.
Compressão dos três dedos
O esfíncter posterior que é a chave deste desenvolvimento, devido a sua localização
anatômica, pode ser comprimido manual e voluntariamente. Deste modo, o homem que
ainda não adquiriu o controle cerebral deste esfíncter poderá ter este controle através de
uma manobra manual. Pela compressão você pode manter o esfíncter cerrado até o
momento que você decidir ejacular.
Para esta compressão indicamos a manobra dos três dedos. Com os dedos indicador,
médio e anular da mão dominante você deve procurar um ponto que está
aproximadamente na metade da linha que vai do ânus até a base da inserção da bolsa
escrotal.
A maior dificuldade será aprender identificar o local exato. A figura.... poderá ser muito
útil neste aprendizado.
Esta manobra nos parece muito importante para o reconhecimento e desenvolvimento
nesta fase. Fazemos uma analogia com aquela criança que está aprendendo a andar de
bicicleta e colocamos duas rodinhas acessórias para facilitar a aprendizagem. O
sentimento que existe uma maneira objetiva de ter o controle do momento da ejaculação
poderá fornecer a tranqüilidade necessária para obter este aprimoramento.

A COMPRESSÃO DOS TRÊS DEDOS É UMA MANEIRA MECÂNICA DE VOCÊ


IMPEDIR A EJACULAÇÃO, E CONSEQÜENTEMENTE, ORGASMO.

O ritmo
Para o homem já desenvolvido o ritmo não tem importância. Mesmo o ritmo mais
frenético não irá interferir nas suas habilidades desenvolvidas e automatizadas. Tanto,
que também os orientais guardiões destas habilidades há mais de 1400 anos já
preconizavam a arte da tomada triunfante do fantástico recôndito, para que a subjugação
se efetuasse com euforia de ambas as partes. O médico chinês, Li Tunghsüan Tzu, no
século VII, em nove versos definiu, não só o ritmo, mas também, as profundidades e
direções, que ainda hoje são atuais:
1. Ataque pela direita e pela esquerda como um bravo general contra o exército
inimigo.
2. Erga-se e, de repente, salte como um cavalo selvagem pinoteando em direção a
encosta de uma montanha.
3. Avance e recue como um bando de gaivotas brincando sobre as ondas.
4. Empregue as penetrações profundas e as carícias provocantes como um pardal
colhendo migalhas de pão.
5. Faça penetrações rasas e depois profundas, em seqüências inalteráveis como
uma pedra afundando no mar.
6. Avance vagarosamente como uma cobra entrando em sua toca.
7. Ataque rapidamente como um rato medroso correndo para o seu buraco.
8. Ronde e depois ataque como uma águia caçando uma esquiva lebre.
9. Erga-se e depois afunde como um grande barco à vela em uma tempestade de
vento.
Entretanto, para o homem que ainda não tem o controle, achar o ritmo adequado é
fundamental. Na grande maioria dos homens o fator que ativa o sensor pênis é o atrito.
Em outros pode ser a temperatura e, em outros o pH. Isto explicaria porque alguns
homens que não têm o controle ejaculatório conseguem ter mais tempo no sexo oral ou
anal. Naqueles, onde o tempo é maior no sexo oral, seguramente, o fator que ativa o

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sensor é o calor. Sendo a sensação térmica da cavidade oral bem menor do que a da
vagina, sensibilizaria menos o sensor, provocando um reflexo mais lento. Já, naqueles
onde a demora maior é na penetração anal, o fator ativador seria o pH. Como a vagina é
ácida, tem um pH ao redor de quatro, sendo o normal sete virgula dois, ativaria bem
mais o sensor do que o anus que tem o pH em torno do normal. Assim, o desencadear de
um ritmo mais compassado, mais lento ativará menos o sensor, com conseqüente maior
facilidade na capacitação. Este grau de sensibilidade varia extremante entre os
indivíduos, então cada um deverá ir tateando até encontrar aquele mais adequado ao seu
caso.

A ESSÊNCIA DESTE SALTO DE QUALIDADE ESTÁ EM VOCÊ ADUIRIR A


CAPACIDADE DE MANTER CONTRAÍDO O ESFÍNCTER POSTERIOR ATÉ O
MOMENTO DA EJACULAÇÃO.

DESENVOLVENDO DO SEGUNDO PARA O TERCEIRO NÍVEL :


Você já é um homem equipado para dar prazer às mulheres, mas você já intuiu que o
prazer que poderá propiciar pode ser ainda maior, e o principal, o seu prazer poderá ter
uma mudança radical de qualidade, para melhor. Para continuar evoluindo o pré-
requisito é que você já tenha o domínio do segundo nível. Você já deve ter desenvolvido
a capacidade de ejacular no momento que você deseja.
Você já tem consciência dos seus esfíncteres de controle ejaculatório. Você já tem a
plena capacidade de desencadear os movimentos espásticos da musculatura lisa das vias
genitais e abrir o esfíncter posterior(Ilust. 1) no momento adequado para permitir que o
sêmen acumulado na câmara de compressão flua através da uretra até se expulso ao
exterior. Você tem curtido aquele orgasmo intenso e satisfatório, e talvez, dependendo
do momento após algum tempo o pênis recobre a ereção, e você possa ter mais dois ou
três orgasmos em uma ocasião de relacionamento.
Se você já tem todas estas capacidades você já tem os pré-requisitos necessários para
poder ingressar no clube seleto do terceiro nível. Para adquirir esta capacidade atual
você aprendeu a identificar o esfíncter posterior e mantê-lo contraído até o momento da
ejaculação. Quando se iniciam as contrações você então abre este esfíncter. Pois bem,
agora as coisas mudam um pouco. Você terá que evoluir e desenvolver mais uma
habilidade. Você terá que ir se programando a chegar ao clímax, desencadeando a
contração da musculatura lisa das vias ejaculatórias que ativará a sensação de orgasmo,
sem abrir este esfíncter posterior. Este que habitualmente você já estava treinado em
abri-lo no momento da ejaculação/orgasmo. Para isto você terá que efetuar mais um
treinamento a partir deste entendimento. Nesta capacidade de manter fechado o esfíncter
posterior e desencadear as contrações espasmódicas destas vias residirá toda a arte do
terceiro nível.
Agora você terá que no momento das contrações, ao invés de abrir manter fechado este
esfíncter posterior. Com isto, o sêmen não será projetado ao exterior, permanecerá na
câmara de expulsão. O seu pênis não perderá a ereção. Este primeiro orgasmo terá uma
duração de trinta a quarenta segundos, mas lhe parecerá uma eternidade. Se re-
estabelecendo desta primeira onda de prazer você deverá continuar na sua faina sagrada.
Vá mentalizando e programando a nova onda de contração das vias espermáticas.
Quando elas começarem a ocorrer, novamente você deverá manter o esfíncter posterior
cerrado, impedindo a passagem do sêmen. Mais uma vez você beberá do néctar sagrado
dos deuses, néctar este promovido e elaborado pela liberação de mais uma descarga de
endorfinas. Este modo de desempenho deve ser sendo repetido sucessivamente. Cada
vez mais a qualidade do orgasmo e a duração se intensificarão. Dependo da estrutura

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biológica individual a êxtase poderá ser obtida após doze a quatorze descargas de
endorfinas. Outros poderão necessitar de vinte e cinco a trinta descargas. Você então
estará num estágio entre letargia e levitação. A “Iluminação” em seu cérebro é total.
Lentamente a intensidade daquela luz poderá ir decrescendo e depende apenas da sua
vontade para voltar a “Iluminação” total. E mais, terá ainda o bônus de sentir poderoso
diante da parceira pelo fato do seu pênis se manter em plena ereção.
Quando você sair deste transe psicodélico se surpreenderá estar revigorado. Não existe
ressaca. Sua capacidade produtiva estará no mínimo duplada. Algum problema
mundano lhe afetar, será muito improvável. Seu sono será esplendoroso, recuperador.
Enfim, você estará na paz dos poderosos, e você não terá necessidade de expor de onde
emana todo este seu poder.
Para obter tudo isto é só mudar o sincronismo de funcionamento deste esfíncter, e com
tão insignificante mudança, você já poderá abrir a primeira porta de um mundo
psicodélico, inimaginável, mas totalmente real.
Como você já tem a consciência do comando deste esfíncter posterior, em princípio não
deverá ser muito difícil esta pequena reciclagem, deste que você faça a adequada
programação e mentalização.
Para este crescimento ser mais ameno você também deverá utilizar alguns balizadores
facilitadores. A maioria deles já foi comentada no capítulo anterior. Entretanto a maneira
de serem abordados e utilizados é que será diferente.
A grande maioria dos homens, portadores do controle a ejaculação, 2º nível, estão
satisfeitos com o seu padrão de desempenho sexual. Conseguem dar as suas parceiras o
prazer necessário, assim como também se sentem gratificados nestas atividades. Alguns
ainda conseguem na mesma ocasião dois a três e até mais orgasmos ejaculatórios. Não
se ressentem de um melhor desempenho por que lhes parece que já estão no seu
máximo. Entretanto existe ainda um universo abismal inexplorado e fantástico por ser
desbravado.
Inclusive se alguém lhes falar que poderiam ter mais qualidade em suas relações se
sentiriam ofendidos, pois se julgam uns “baitas machos”.
Esta ACOMODAÇÃO é condicionada pelo desconhecimento! Não se pode almejar o
que não se sabe que existe. Para poder querer mais tem de se saber que existe este mais.
Estes conhecimentos restritos a poucos iniciados, estão aqui sendo expostos para que
você possa atingir este grau de qualificação.

Assim que começam a desbravar este universo, o deslumbramento faz que muitos destes
homens passem a exercitar verdadeiras maratonas sexuais. Intercursos que podem durar
8, 12, 16 e até mais horas.
Este deslumbramento está bem caracterizado, como uma fase na entrevista do Eduardo
Bueno. Num determinado momento do seu desenvolvimento quando exercia 8-9 horas
diárias tripudiou as apenas 3 horas do cantor Sting.
Inicialmente, ao ir descobrindo estes potenciais o homem poderá, pela falta de
treinamento, ter uma demora maior entre a conexão de um orgasmo e outro. A sensação
de onipotência pode levar a subestimar outro que obtenha o mesmo resultado em menos
tempo.
O desenvolvimento destas habilidades pode ir condicionando o homem ao domínio
pleno da liberação seqüencial de endorfinas, prazer divino incomparável. Isto sempre
dentro de um padrão e de características pessoais. Cada indivíduo tem o seu ritmo, suas
necessidades.

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O grau de plenitude que um iniciado pode obter em 18 horas desta viagem do prazer
pode ser similar a que um outro poderá obter em apenas 2-3 horas. Não é o tempo o
parâmetro da qualidade e sim a capacidade de liberar endorfinas.
A seguir vamos comentar alguns balizadores que podem ser usados para lhe facilitar em
ter esta mais esta graduação na sua capacidade.

RITMO

Entre os homens que desenvolvem o 3º Nível, o mecanismo mais comumente utilizado


para deflagrar as contrações espasmódicas é o ritmo. O homem à medida que vai se
desenvolvendo ele vai aprendendo e dominando o seu ritmo. Ele vai reconhecendo a
capacidade de através de movimentos mais ou menos cadenciados, ou até em alguns
casos frenéticos, de fazer com que ele desencadeie as contrações espasmódicas das vias
genitais que levam ao orgasmo.
Este conhecimento vai lhe condicionando a estabelecer o ritmo de estocadas necessárias
para o seu caso, necessárias para deflagrar o ato reflexo de contrações espasmódicas.
À medida que o sensor pênis vai deslizando nas paredes vaginais seus receptores táteis,
químicos e térmicos vão sendo ativados e gerando um “estímulo” que chega a medula e
vai ativar o reflexo ejaculatório.
Este mecanismo de ativação é utilizado praticamente em todos os mamíferos para coleta
de sêmen, em experiências ou inseminações. Porcos, cavalos, touros, etc... São
rotineiramente submetidos a estes processos por veterinários especializados.
Este mecanismo ainda é o mais objetivo para ativar o processo de contração das vias
ejaculatórias. O “salto de qualidade” vai residir na capacidade do homem em conseguir
no momento que seria de expulsão do sêmen, contrair o esfíncter posterior, o que
depende apenas de treinamento e vontade. Desta maneira ele evitará a ejaculação e
permitirá que o orgasmo exploda efusivamente. Então é fundamental você se inspirar
para encontrar o seu ritmo de ativação do reflexo ejaculatório.

EIXOS DE ATRITO
A concentração dos receptores do sensor pênis em cada região do mesmo é
extremamente variável. O homem deve aprender a reconhecer a suas características. O
pênis é inervado por nervos dorsais e perineais.
O nervo dorsal corre como o seu nome indica pelo dorso do pênis, um de cada lado. Seu
tronco se dirige principalmente em direção a glande e no seu trajeto vai liberando
ramificações que vão inervar sensitivamente o dorso do pênis. Fig n.... Já os nervos
perineais entram no pênis junto com o corpo esponjoso, na parte inferior do pênis. Um
de cada lado também, e seus troncos se dirigem à extremidade do pênis, tendendo
concentrar um grande número de receptores sensitivos na parte ventral da glande, na
região reconhecida como freio.
Da experiência de muitos anos com teste de sensibilidade do pênis a corrente elétrica, e
na técnica de dessensibilização cirúrgica pela retirada do excesso de fibras sensitivas em
ejaculadores precoces, detectamos a extrema variação anatômica entre indivíduos na
concentração regional dos receptores sensitivos. Na maioria, a grande concentração dos
terminais sensitivos do nervo dorsal vão se localizar na coroa da glande. Já os terminais
sensitivos do nervo perineal tendem a se acumular na região do freio, por baixo da
glande.
Entretanto temos encontrado variações individuais impressionantes!
Quando iniciamos a praticar o procedimento de dessensibilização por neurotomia, em
alguns casos, perfeitamente diagnosticados de hipersensibilidade, o resultado não era o

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esperado. Ouvindo os pacientes eles diziam: sinto que o pênis realmente ficou bem
menos sensível. E mais, explicavam, aqui nesta pele da bolsa, esta logo abaixo da base
do pênis, ainda parece que ficou uma área de grande sensibilidade que atua como
gatilho deflagrador da ejaculação. Na re-intervenção destes pacientes detectávamos
nervos oriundos da base dos troncos dos nervos perineais que ao invés de correrem
dentro da sua anatomia habitual se dirigindo para a extremidade do pênis se refletiam,
retornando e se dirigindo a esta área da bolsa escrotal previamente mencionada pelo
paciente. A secção destas fibras anatomicamente anômalas então permitia que estes
pacientes desenvolvessem o controle ejaculatório!
Isto é mais um fator a comprovar que cada indivíduo tem as suas peculiaridades na
distribuição destes receptores.
Então, o homem deve procurar reconhecer e identificar as suas áreas de maior
concentração de receptores sensitivos. Aquelas regiões do seu pênis que atritadas
funcionam como gatilho deflagrador do processo. Com esta identificação, com este
conhecimento o homem então poderá no momento do deslizamento, fazer com estas
regiões sejam estimuladas adequadamente no sentido de ativar o processo.

(FIGURA AMARELA CEDIDA PELO ROMERO)

Respiração
As técnicas orientais que desenvolviam e desenvolvem estados de hiperconsciência, e
conseqüentemente, habilidades sexuais altamente diferenciadas utilizam a respiração
como um dos meios de capacitação. Atribuíam que fluxos energéticos poderiam ser
ativados através de técnicas respiratórias. Pelo conhecimento científico atual podemos
hoje avalizar toda esta incrível premonição destes ancestrais de um outro ângulo. No
desenvolvimento do controle voluntário, uma respiração profunda, oxigenando estas
fibras, poderia facilitar o desenvolvimento do controle.
Entretanto, agora estamos num outro nível. Temos que ativar contrações em fibras
musculares lisas que normalmente não respondem a nossa vontade. Estas contrações
têm que serem deflagradas por mecanismos indiretos, entre os quais já vimos, o ritmo e
os eixos de atrito. Estas contrações também podem ser induzidas e facilitadas por uma
má oxigenação. Esta situação de má oxigenação, nas ciências biológicas é denominada
de acidose. A diminuição de oxigênio nos tecidos ativa um caminho de liberação de
energia diferente do habitual. Normalmente isto é feito pela queima da glicose. A
energia nesta situação de acidose passa ser obtida pela queima de gorduras, o que é
chamado cetose. Esta rota de obtenção de energia pelos tecidos cria um clima ácido
nestes tecidos.
Criar este clima de acidez é o que nos interessa. As fibras musculares lisas e estriadas
nesta situação ficam predispostas a se contraírem.
Pela respiração podemos desencadear a acidose. Uma respiração rápida, superficial e
curta, que é conhecida como respiração do cachorrinho leva a reter mais gás carbônico
nos pulmões e a oxigenar menos o local de troca de oxigênio com o sangue. Então este
tipo de respiração leva a acidose predispondo a contrações das fibras musculares lisas.
Outros iniciados entendem mais fácil diminuir o ritmo respiratório para desencadear a
acidose. Com o prolongamento do tempo dos movimentos respiratórios a quantidade de
oxigênio oferecida aos pulmões também pode ser diminuída consideravelmente. O ar
vai sendo expirado e inspirado de um modo muito mais lento do que o habitual.
Lentamente. Concomitantemente, com a expiração o indivíduo vai promovendo um
relaxamento dos músculos voluntários ao seu máximo.

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Embalada pelo ritmo respiratório, pela “respiração do cachorrinho”, ou nesta condição
de “respiração lenta”, a mente ficando mais livre poderá atuar melhor na coordenação
dos vários outros mecanismos concomitantes que podem ser utilizados para ativar estas
contrações das vias ejaculatórias.
Entretanto, cada um deve achar o seu caminho, desenvolver suas habilidades. As
variações individuais são abismais. Se para você a “respiração do cachorrinho” for a
mais adequada, use-a. Se entender que o melhor caminho é o outro tipo de respiração
para provocar a acidose, a respiração lenta, use-a.
O importante, é ir adquirindo estas graduações. O caminho para chegar lá não interessa.

Erotização

Quanto maior o clima erótico mais exacerbada estará toda a capacidade de desempenho,
desde a instalação da ereção até a propensão a ejacular.
Entendemos a erotização como o ponto de integração entre a mente, a energia e o corpo.
Aquela gota de suor, que lenta e voluptosamente lhe escorre do seu peito, que no seu
trajeto descendente, com uma profunda sensualidade acaricia o seu mamilo,
sensorialmente pode ser o gatilho ativador do desprendimento de uma energia sexual
incomensurável.
A mente aberta ao prazer, embebida por redemoinhos de pensamentos libidinosamente
delirantes e fantásticos, ativada por cada receptor sensitivo, de cada milímetro do corpo,
que na comunhão dos milímetros pode tornar-se um mega gerador na ativação do
turbilhão erótico mental.
Este clima você tem que gradativamente ir desenvolvendo e se envolvendo de modo a
ter mais elementos ativadores das contrações das fibras musculares lisas das vias
ejaculatórias.
E este clima deverá ir sendo sorvido gulosamente a cada orgasmo, cada vez mais se
intensificando e se diferenciando qualitativamente à medida que você for navegando
nos 3º, 4º e 5º orgasmos sucessivos. Diz-se que “dinheiro chama dinheiro”, pois também
“prazer chama prazer”.
A erotização preliminar altamente induzida é provocativa de novas contrações, e você
estará cada vez mais ativo, mais predisposto a novas contrações das vias seminais com
subseqüente produção de orgasmos.

QUANTO MAIOR O GRAU DE EROTIZAÇÃO MENOR SERÁ O LIMIAR DE


ATIVAÇÃO DAS CONTRAÇÕES DEFLAGRADORAS DO ORGASMO.

Compressão dos três dedos

A mesma técnica de compressão dos três dedos, utilizada para o desenvolvimento do


primeiro para o segundo nível, pode ser utilizada como um meio muito útil nesta atual
qualificação. Apenas, a maneira de utilização desta técnica de compressão muda um
pouco agora. Naquele desenvolvimento você mantinha comprimido o esfíncter posterior
até o momento em que desejasse ejacular. Agora, neste novo nível de graduação, quando
estiver explodindo o processo você deverá manter a compressão. Deste modo, evitando
a expulsão do sêmen e conseqüentemente a ejaculação. O orgasmo poderá fluir
livremente.
Como se pressupõe que você já desenvolveu a capacidade de manter fechado este
esfíncter no andamento preliminar do intercurso, assim, a compressão poderá ser
efetuada somente no momento da explosão.

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Esta manobra dos três dedos indiscutivelmente é um apoio muito importante nesta fase
de desenvolvimento, pois voluntariamente, por esta compressão você pode ter um
controle que mentalmente ainda na está amadurecido. Então, você poderá ir utilizando
esta valiosa muleta até o seu pleno desenvolvimento neste nível.

DESENVOLVENDO DO TERCEIRO PARA O QUARTO NÍVEL

Supõe-se que você já é um iniciado do 3º nível. Você já é um iluminado. Já consegue


viajar pelo fantástico mundo do prazer, abrindo portas psicodélicas deste caleidoscópio
mágico do sexo. Por ter estes conhecimentos, você entreve que pode existir algo maior
ainda, que pode querer mais, que você pode ir mais longe.
Você já tem o domínio de como desencadear as contrações espasmódicas que ativam o
orgasmo mantendo os esfíncteres fechados de modo não ejacular e não perder ereção.
Você já é o “poder”. Entretanto, é da natureza humana querer mais, de chegar ao limite,
de se superar, o desafio de uma nova fronteira é estimulante.
Você estará cada vez mais propenso a mergulhar neste mundo psicológico de energia do
prazer.
E, você estará magnânimo, tendo prazer e oferecendo prazer a sua referenciada deusa.
Sua luz brilha, mas você quer a mesma mais fulgurante ainda de modo a nortear a sua
viagem ao universo do poder e prazer total. Um novo portal a adentrar, um novo
desafio, ainda mais desta ordem, só poderá lhe incentivar, lhe estimular!
Você agora precisa ter o domínio total, ativar orgasmos a partir de contrações das vias
ejaculatórias, tanto no seu sentido habitual como fazendo em sentido contrário criando
um poder de sucção. Você quer deixar de fazer parte deste mundo mundano. Quer ser
convergência de energia do Universo, gerar e simultaneamente obter prazer. Por você
deverá fluir o poder, acima do bem e do mau. O seu Universo deverá ser do êxtase total,
da integração da luz e do prazer.
Bem, podemos lhe orientar, mas mais uma vez este caminho terá que ser desbravado
unicamente por você, com a sua intuição, determinação e mais uma vez total
introspecção. O importante é ter o entendimento do que deve desenvolver e treinar para
alcançar mais esta possibilidade. Muitos caminhos podem lhe levar até lá. Seguramente
sua intuição e introspecção serão seus mais importantes guias.
Vamos sugerir algumas técnicas a serem observadas por você, que poderão servir como
balizadores para progredir em direção a este novo renascer para mais um nível do
prazer.

Apojadura da Musculatura Voluntária Bulbo-Cavernosa

A contração de fibras dos músculos bulbo-cavernosos desde a base de sua inserção na


bolsa escrotal, a partir de um movimento cerebralmente sincronizado, em forma de onda
em direção ao ânus, irá comprimindo o trajeto das vias seminais em sentido contrário a
da expulsão do sêmen por ocasião de uma ejaculação ou de um orgasmo sem
ejaculação. Aliás, quando você exercita este tipo de movimento o pênis será levemente
projetado para cima. Este movimento do pênis para cima é um indicador que a manobra
esta sendo efetuada corretamente. A repetição deste movimento dentro de um
sincronismo adequado poderá desenvolver um movimento retrógrado do conteúdo das
vias seminais. Na falta de um conteúdo um gradiente de pressão negativa irá se criando
de modo afazer que estas vias possam ter um poder de sucção. A partir do momento que
você conseguir tomar consciência desta capacidade de sucção retrógrada você estará

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apto para partir para um segundo patamar do treinamento, continuando evoluir para as
habilidades do 4º nível.
Sem produzir muita pressão, com a bexiga moderadamente repleta você deverá abrir os
dois esfíncteres urinários e permitir que a urina avance até um determinado ponto.
Inicialmente uma pequena progressão apenas. Neste momento você deverá iniciar
aquela apojadura da musculatura perineal, comprimindo estas vias retrogradamente,
procurando fazer a urina retornar a bexiga. À medida que for dominando esta técnica
deverá ir permitindo que a urina avance cada vez mais, antes de faze-la retornar.
Após desenvolver plenamente esta habilidade de apojadura inversa você já esta apto
para procurar efetuar esta mesma técnica por ocasião de orgasmos ejaculatórios. Poderá
também tentar com orgasmos sem ejaculação, mas no início ficará mais difícil você se
conscientizar dos espasmos excitatórios. A distensão das paredes das vias pela passagem
do sêmen facilita esta percepção.
Estes exercícios vão lhe permitindo inicialmente pela ação voluntária da musculatura
perineal e depois pela automatização deste aprendizado a inverter o fluxo espasmódico,
e criar um gradiente de pressão negativa que permita você deleitar sua parceira numa
dimensão inigualável, lhe consagrando, com a sua evolução a estes píncaros gloriosos, o
mérito de você ser o seu dono, o seu rei!

A Respiração

O uso da respiração, em si, não tem nenhuma interferência na capacidade de inverter o


fluxo das contrações das vias espermáticas. Na realidade, o exercício respiratório nesta
fase do treinamento esta mais relacionado com dois aspectos. O primeiro, ajudando
você desencadear um relaxamento profundo facilita que você atinja o estado de hiper-
consciência. Segundo, utilizada do mesmo modo que no treinamento do 2 para o 3
nível, desencadeando o desenvolvimento da acidose, pela diminuição da concentração
de oxigênio nos tecidos, condiciona a ativação das contrações involuntárias da
musculatura lisa das vias ejaculatórias. Deste modo, estando estas vias sensibilizadas e
predispostas, as mesmas, ficam mais suscetíveis a intervenção da mente.

Estado de hiperconsciência

Para você instalar uma ereção você usa mecanismos bastante diferentes, por exemplo,
movimentar a mão. Para movimentar a mão você pensa, um núcleo de neurônios no
córtex se polariza, desencadeia um estímulo elétrico que vai desencadear o movimento
desejado.
Se você quiser fazer o mesmo; pênis fique ereto! Ele permanecerá exatamente na
mesma situação. Totalmente inerte. Então, você já descobriu que para que o pênis entre
em ereção, é requerido um comando baseado em um clima erótico e de um relaxamento,
que vão ativar e desencadear a ereção.
Na medida que você vai desenvolvendo orgasmos múltiplos e intercursos que podem
durar horas, você vai descobrindo nível de erotização e de relaxamento infinitamente
superior àquele de quando não era iniciado. E você, se sente totalmente envolvido
naquela imersão, em esta de um relaxamento profundo, quase uma catarse. Você foi
aprendendo a desencadear contrações de uma musculatura lisa, que em princípio, pelo
conhecimento da fisiologia, seria independente de sua vontade. Mas a sua mente já
aprendeu a se insinuar, nestas funções que teoricamente seriam involuntárias! Você já
tem uma mente que pode sair do seu corpo e entrar nele livremente. Você já aprendeu a
navegar em espaços siderais temporais e intemporais, e também, por cada milímetro do

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seu corpo. Este estado de hiper-consciência, é parte da arte, é o meio que você deverá
usar para procurar inverter o pulso das contrações.
Primeiro se conscientize do pulso e do ritmo que estas contrações fluem atualmente. A
partir disto saia com a mente do seu corpo, e procure com delicados toques mentais ir
acionando partes destas vias. Primeiro, pois parece ser mais fácil, durante o intercurso
comece a se conscientizar e tentar manipular mentalmente a região peri-prostática e a
primeira porção da musculatura lisa logo após o esfíncter posterior. Ou seja, a parte
mais interna, a região onde estas contrações espasmódicas se iniciam. Paulatinamente, à
medida que você for desenvolvendo e sentindo que consegue interferir nestas
contrações desta parte inicial destas vias, você deve estender a sua sensibilidade e ir
procurando sentir e procurando interferir na porção seguinte destas vias. À medida que
você for assumindo estes controles deverá ir estendendo a sua mente ao controle do
terço distal destas vias, até assumir o seu controle total.

FALTAM CAPS 14 AO 16
- porque eu não consigo
– a lenda do tip-tip
– –o caso de Carlos

INFLUÊNCIA DA MULHER NO DESENVOLVIMENTO DE UM PADRÃO


SEXUAL INADEQUADO

Jorge, 27 anos, apesar de não de julgar um expert não tinha queixas da sua capacidade
sexual.
Seus problemas iniciaram ao se relacionar com Camila. A primeira relação só veio
acontecer mais de cinco meses do início do namoro, e assim mesmo, após muita
insistência de Jorge. A dificuldade neste encontro foi enorme. Para retirar a roupa da
parceira foi necessário uso de força. Isto fez com que Camila apresentasse um choro
convulsivo e histérico. A ereção completa que Jorge já havia obtido se desfez com o
clima assim desencadeado “degola tesão”. Até que num repente, Camila muda
diametralmente sua postura e cobra:
Como é que é, não vem?
Jorge procura se erotizar e consegue uma ereção quase completa, penetra, mas ejacula
quase que imediatamente.
A cobrança vem imediatamente:
Porra! Que tanto tesão tu tinhas e me vem com esta porcaria!
A partir daí, as relações mesmo que bastante espaçadas sempre passaram por um perfil
similar, com variações e nuances relativas mais às reclamações de Camila e de detalhes
peculiares decorrentes da personalidade irascível dela. Às vezes, o diferencial era a dor.
Em outra, só poderia ser em determinada posição. Numa ocasião até a higiene íntima
deixava a desejar. Para Jorge, o ato passou a ser um momento de constrangimento ao
invés de ser prazeroso. Cada vez a sua ejaculação tendia ser mais rápida e incontrolável.
Cada vez mais aumentava a cobrança de Camila.
Mulher ansiosa, tensa, cronicamente insatisfeita, irritadiça, reivindicadora e agressiva,
foi tornando o ato atividade complicada e difícil.
Como com toda essa dificuldade a freqüência de relações ficou muito pequena
eventualmente Jorge se masturbava. Notou que mesmo na masturbação também
ejaculava rápido, sem o controle que anteriormente obtinha, e que a própria sensação de
orgasmo estava bastante diminuída. Começou a lhe bater o pavor em relação à atividade
sexual que se manifestava em forma de uma tremenda insegurança.

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Dentro deste contexto resolveu fazer um teste com outra parceira. Seguramente, teria
que ser melhor! Ledo engano. Guardando as devidas proporções foi exatamente a
mesma coisa. Grande decepção! Apesar de ter obtido um grau de ereção superior ao que
habitualmente ocorria com Camila foi penetrar e ejacular, para a frustração sua e desta
nova parceira.
Este tipo de situação não é raro no nosso serviço. Estes indivíduos investigados
apresentam testes orgânicos completamente normais.
A evolução de uma situação inicialmente ainda não totalmente definida e estruturada vai
sendo formatada por uma atitude de parcerias totalmente alienadas ao prazer sexual,
com fortes comprometimentos neuróticos, a ponto de afetar aquela situação inicial de
controle relativo. Obviamente, Jorge ainda não havia completado seu ciclo de
amadurecimento sexual. Se o tivesse não teria sido afetado.
Este homem passa a ter um padrão de desempenho estereotipado pelas necessidades
daquela situação específica. Este padrão então é incorporado, automatizado e passa a
fazer parte do “modos vivendis” deste homem.

TRATAMENTOS DE CASOS COM DEFICIÊNCIA BIOLÓGICA

O tratamento de casos com deficiência biológica dependerá, para o seu êxito e um


diagnóstico do distúrbio que ocasiona a incapacidade. Dependendo da causa poderá ser
clínico ou cirúrgico. É fundamental ressaltar que o tratamento dá as condições de
desenvolvimento do controle. Alguns tipos de tratamentos, como o uso de certos
medicamentos, diminuindo a qualidade da neuro- transmissão e retardando os arcos
reflexos podem dar até mais tempo.
Entretanto, a partir da correção da deficiência, seja ela qual for, é que o homem terá as
condições de se treinar com sucesso e adquirir o controle. Sem este pré-requisito, esta
habilitação poderia se treinar o resto da vida que não mudaria aquele padrão
insuficiente. Para ilustrar com uma figura, seria similar a seguinte situação: o tratamento
seria dar um Skate. Ganhando o Skate ninguém sai andando. Deve existir uma
aprendizagem. A aprendizagem seria o treinamento. E mais, quanto mais jovem mais
fácil de aprender. Aos 15 anos, esta sujeito o jovem até já conseguir sair andando no
Skate. Aos 35 anos ainda poderá aprender. Mas, se for tentar aos 65 anos terá que ter
muito cuidado por que poderá cair, e até quebrar uma perna. Com a idade vai ficando
cada vez mais difícil a pessoa mudar padrões automatizados, por isto, a importância da
detecção destes problemas mais precocemente. Quanto mais jovem o indivíduo maior a
chance estatística de sucesso do tratamento e mais rápida

TRATAMENTO CLÍNICO

O tratamento clínico se baseia na administração de medicamentos que podem interferir


amortecendo a capacidade de captação ou transmissão dos sinais pelo sensor pênis.
Como já vimos,para um sucesso maior, pressupõe também que paralelamente o homem
entre com a sua contrapartida que seria a programação mental e treinamento.
MEDICAMENTOS PARA RETARDAR A EJACULAÇÃO

O uso de medicamentos é uma prática muito comum entre os médicos que tratam de
Ejaculação Precoce. O intuito do uso é amortecer o sensor pênis, fazendo com que a
amplificação dos sinais captados e enviados a coluna para ativar o reflexo não seja tão
intenso.

68
Este efeito pode ser obtido através de comprimidos ou cremes anestésicos. Os
comprimidos utilizados são de dois grupos químicos, antidepressivos ou alfa-
bloqueadores.
Os receptores sensitivos neurológicos que captam e ativam a ejaculação são
relacionados com o sistema vegetativo simpático, e tem nas suas terminações receptores
denominados "alfa". Teoricamente, este seria o medicamento ideal pois atuaria
exatamente na origem da ativação do reflexo ejaculatório. Entretanto, esses receptores
alfa existem praticamente em todo o corpo, deste modo, a ingestão destes bloqueadores
alfa não atuam só no pênis. Isto ocasiona um potencial muito grande de para efeitos que
praticamente inviabiliza o uso deste tipo de medicamento.
Os antidepressivos são mais largamente utilizados, apesar de também potencialmente
desencadear uma série de para efeitos. Entre estes antidepressivos, pela sua
tolerabilidade e eficácia, a Paroxetina parece ser a mais indicada.
Entretanto, o grau de suscetibilidade entre os indivíduos a estes antidepressivos é muito
variável. Alguns pacientes que não se adaptam a Paroxetina, surpreendentemente
conseguem utilizar outros antidepressivos que teoricamente seriam potencialmente
muito mais propensos a efeitos colaterais.
Também é muito importante o ajuste de dose necessária para cada indivíduo, o que é
extremamente variável. Recomendamos sempre iniciar com uma sub dose e
gradativamente ir aumentando, desta maneira tateando o ponto de equilíbrio daquele
individuo.
Estes medicamentos podem ser particularmente úteis para ajudar no treinamento
daqueles indivíduos sem algum fator biológico limitante com maiores dificuldades de
aprendizagem e nos casos em que os receptores do pênis sejam realmente
hipersensíveis. Em certos indivíduos com deficiência de pressurização os
antidepressivos podem ajudar temporariamente. Em outros, até agravar o quadro
trazendo dificuldades de ereção.
Em casos de tratamentos prolongados, em indivíduos sensíveis estes antidepressivos
podem levar até a impotência. No cérebro existe um equilíbrio entre dois sistemas de
substâncias que fazem a comunicação entre os neurônios. Estes medicamentos causam
um predomínio de um destes grupos de substâncias encarregadas de efetuarem a
comunicação entre os neurônios, a serotonina. O aumento da concentração destas
substâncias no cérebro pode ir diminuindo a capacidade de ereção.
Por isto, nos nossos pacientes que fazem uso prolongado destes antidepressivos a cada 6
meses solicitamos a dosagem no sangue de uma substância chamada Prolactina. Esta
Prolactina é um excelente marcador deste predomínio nocivo de Serotonina.
Caso os níveis de Prolactina comecem a se elevar sugerimos que suspenda o uso deste
tipo de medicamento. Temos pacientes usando há 10 - 15 anos estes medicamentos sem
apresentar esta possível conseqüência prejudicial. Outros, se obrigaram a parar dois três
meses pois já se sentiram afetados por este efeito.
Alguns pacientes se ajustam a dosagens infinitamente irrisórias. Para alguns, à medida
que o controle cerebral vai evoluindo vão diminuindo a dose e espaçando a ingestão.
Alguns pacientes chegam ao requinte de só ingerir o medicamento de 1 à 6h antes do
ato.

CREMES ANESTÉSICOS

69
Outra maneira de procurar reduzir o reflexo ejaculatório é anestesiar total ou
parcialmente o pênis através do uso de cremes anestésicos. Entre os mais eficazes esta o
ENLA, que é uma mistura de Prilocaína e Lidocaína.
O maior inconveniente do uso do creme é a operacionalidade. A sua aplicação é
trabalhosa e pressupõe a realização de um ato. O creme pode também anestesiar a
parceira, agravando o problema pois ela também tenderá demorar mais para se
satisfazer. Por isto, sugerimos que antes do ato o usuário do creme lave o pênis.

APLICAÇÃO DE DROGA VASOATIVA

Uma gama muito extensa de substâncias quando injetados no pênis desencadeiam uma
ereção plena. Hoje são conhecidos mais de 100 grupos de substâncias químicas que tem
esta capacidade.
Conforme a dose aplicada pode se provocar uma ereção por tempos programados. Para
uns, trinta minutos podem ser suficiente, outros podem desejar uma hora. Então, se
programa uma aplicação adequada para satisfazer a necessidade de cada indivíduo.
Em raras exceções a injeção no pênis retarda a ejaculação. Entretanto, pode permitir que
mantendo a ereção, este ejaculador precoce possa satisfazer a parceira. Muitos usuários
desta técnica se queixam que o pior não é a picada da agulha, o pior para eles é que após
ejacularem perdem a motivação, tornando a seqüência do ato um calvário. Mesmo
assim, temos muitos pacientes que optam e se adaptam muito bem a esta alternativa, e
vão administrando satisfatoriamente a situação através destas aplicações no pênis.

NÃO EXISTE MEDICAMENTO QUE DÊ O CONTROLE EJACULATÓRIO,


APENAS PODEM RETARDAR O PROCESSO. ESTE RETARDAMENTO PODE
FACILITAR O DESENVOLVIMENTO SE HOUVER A CONCOMITANTE
PREOCUPAÇÃO COM O TRATAMENTO.

TRATAMENTO CIRÚRGICO

Num percentual bastante significativo de casos de ejaculação precoce a única alternativa


realmente eficaz é a cirurgia. Quase que diariamente atendemos pacientes que nos
chegam relatando terem sido submetidos a terapias psicológicas por dois, quatro anos,
ou mais sem qualquer melhora da capacidade de controle ejaculatório. Certos casos por
espaços de tempo, até bem mais dilatados, como oito a doze anos, sem resultados. Isto
demonstra o despreparo de um grande número de profissionais que trabalham nesta
área. No mínimo deveria ter sido solicitada uma rigorosa investigação para descartar
algum fator biológico como causa desta patologia.
Para determinar a conduta adequada se faz necessário ter um diagnóstico exato. As
causas que necessitam de correção cirúrgica e que podem levar a incapacidade de
desenvolvimento do controle ejaculatório são de quatro ordens.
Vamos discorrer brevemente, até por que isto já foi feito exaustivamente em partes
anteriores do livro, obedecendo à ordem de incidência que se manifestam estes
problemas.
A manifestação mais comum e que leva a necessidade de correção cirúrgica, que atinge
em torno de 50% dos ejaculadores precoces é a deficiência de pressurização das
câmaras que foi exaustivamente dissecada em capítulos anteriores. Entre as causas de
deficiência de pressurização a mais comum é varizes. É muito importante localizar
através do Raios-X o sistema varicoso afetado, pois dependendo do sistema afetado

70
teremos inclusive uma previsão do índice de sucesso. Se forem constatadas varizes do
sistema dorsal o índice de sucesso da correção cirúrgica é maior do que 90 %. Se for
uma fuga por varizes do sistema pudendo esta chance de cura esta chance já cai para 60
%, se houver concomitância de fuga por mais de 2 sistemas venosos de drenagem do
pênis ou fuga pelo sistema esponjoso as chances de resolução são mínimas, devendo-se
pensar em outra alternativa para a solução do problema.
Vamos fazer uso de uma figura, para explicitar claramente o que é a deficiência de
pressurização. Imaginemos um pneu furado, se o furo for pequeno, o pneu demorará em
murchar. Se vamos calibrá-lo, e a pressão que dentro das especificações técnicas seria
de 27 libras, podemos encontrar somente, por exemplo, 21 libras. Olhando este pneu,
aparentemente ele parece estar normal. Volumetricamente, e pela sua aparência, este
pneu estaria totalmente dentro de condições de aparente normalidade, entretanto, a
pressão se fosse verificada não chegaria nem perto da especificação adequada.
Em relação ao pênis do ejaculador precoce, com problema de pressurização, a situação é
absolutamente similar. Volumetricamente a aparência é de um pênis em ereção.
Pressoricamente este membro está com uma condição inadequada. Isto leva a uma
instabilidade que condiciona a ejaculação precoce. Para o homem nesta situação sua
ereção é normal, pois a sua referência é ele mesmo.
Assim como o pneu recebe um remendo este pênis necessita de um reparo, pois senão,
com o passar do tempo cada vez mais a pressão será menor, e o "pneu" ficará mais
murcho. A evolução deste quadro, com o decorrer do tempo transformará o sintoma
Ejaculação Precoce em Impotência.
Diferentemente do pneu, uma série de estruturas no pênis podem falhar, permitindo o
escapamento da pressão. O procedimento usado para reparar estas estruturas chamamos
de Ligadura Venosa.
A correção destas varizes normalmente é efetuada em ambulatório, a maioria sob
anestesia local. Alguns casos onde as varizes estão localizadas mais profundamente
podem requerer uma anestesia diferenciada.
Outra possibilidade que pode levar a perda da pressão das câmaras cavernosas são
fístulas. A abordagem cirúrgica e o índice de sucesso dependerão também da
identificação da fístula pelo R X.
Válvulas insuficientes também podem permitir esta deficiente pressurização. O seu
diagnóstico é um requinte de técnica e somente centros especializados estão aptos a
efetuarem este diagnóstico. Geralmente as válvulas afetadas estão localizadas no
sistema da veia dorsal profunda de drenagem do pênis.
Fibroses
Deve existir um equilíbrio entre a força que o corpo injeta o sangue nas câmaras
cavernosas e a resistência que estas câmaras oferecem. Uma série de causas pode fazer
com o que o grau de elasticidade vai diminuindo.
A túnica albugínea que é a estrutura que envolve a câmara cavernosa é extremamente
rica em elastina. Elastina, como o seu nome sugere é a fibra elástica. Nestes casos de
fibrose a elastina vai sendo substituída por tecido cicatricial. Obviamente, este tecido
cicatricial não tem capacidade de distensão.
Quanto mais tecido cicatricial, fibrose, for se formando maior será a resistência à
formação de pressão. Até que chega em um ponto de desequilíbrio, onde a força que o
sangue injetado no pênis não é mais suficiente para vencer a resistência deste tecido sem
elasticidade. À medida que este processo vai evoluindo a capacidade de manter o pênis
ereto vai diminuindo, a seguir a ereção vai sendo parcial, até chegar a um ponto de total
incapacidade de ereção. Quando começa a ocorrer diminuição da elasticidade a primeira
manifestação é a incapacidade de administrar a ejaculação.

71
Temos atendido muitos homens que já nasceram com esta capacidade elástica
diminuída. Outros jovens podem perde-la por acidentes que esmaguem o pênis ou
fraturas do pênis em ereção. Também, em jovens, temos atendido casos de fibroses
intensas pós priapismo, que é uma ereção prolongada. Na maioria dos casos este
priapismo é ocasionado por uma aplicação inadequada daquelas injeções para
desencadear ereção.
Nesta situação o sangue retido dentro do pênis coagula e a partir daí começa a cicatrizar.
É uma situação terrível porque a perda total da elasticidade faz com que o pênis fique
extremamente reduzido no seu tamanho.
Já nos homens de mais idade a fibrose passa a ter uma incidência significativa. Doenças
degenerativas, como diabetes, doença de Peyronie, hipertensão, fazem com que esta
elastina vá sendo substituída por tecido cicatricial. Como não há maneira de regenerar
aquele tecido nobre perdido, após um determinado grau de perda de elasticidade a única
alternativa será a implantação de uma prótese nas câmaras de pressão.
Geralmente, quando apresentada esta alternativa, principalmente nos indivíduos jovens,
ela soa como uma agressão. Entretanto, por ser a derradeira e única alternativa, após um
calvário interminável, o homem se resigna e se submete a esta implantação.
Após um período de adaptação que pode variar de dois a seis meses a maioria absoluta
destes homens referem: "Deveriam ter sido mais realistas e posto de lado seus
preconceitos, e terem feito a implantação da prótese muito antes!".
A qualidade de vida destes homens muda radicalmente. Na nossa experiência, aqueles
que antes tinham o controle ejaculatório recuperam quase na sua totalidade. Entre
aqueles que nunca tiveram este controle, após um treinamento, mais de 90%
desenvolvem este controle.

POUCOS MÉDICOS TÊM CONHECIMENTO PARA O ENTENDIMENTO DESTA


SITUAÇÃO, E MENOS AINDA MEIOS DIAGNÓSTICOS PARA A
IDENTIFICAÇÃO DA FIBROSE, PARA DAÍ EFETUAR O TRATAMENTO
ADEQUADO.

A NEUROTOMIA

Em 1973 um cientista inglês, Herbert, publicou numa revista científica “Physiology and
Behavior”, um trabalho muito interessante. Ele gradativamente cortou fibras sensitivas
dos nervos dorsais do pênis, em macacos Rhesus. O seu trabalho comprovou existir uma
proporcionalidade entre o número de fibras secionadas e o tempo que estes macacos
levavam para ejacular. Quanto mais fibras eram secionadas mais os macacos retardavam
o seu tempo de ejaculação.
E mais, desde que preservados os troncos dos nervos estas secções não interferiam na
capacidade de ereção. Após a publicação deste trabalho, outros cientistas repetiram o
mesmo tipo de experimento em vários mamíferos. Em todos se repetiram os mesmos
resultados. Quanto mais fibras sensitivas eram secionadas mais estes animais
demoravam a ejacular e, em todos, estas secções de fibras sensitivas de nervos do pênis
não interferiam na ereção.
Tendo a parte experimental já sido efetuada em animais, e confirmado a sua eficácia e
inocuidade, o Dr. Alfredo Donis Romero, de São Paulo e nós, lá nos idos de 1982,
começamos a pensar na diminuição da sensibilidade como uma alternativa no
tratamento da Ejaculação Precoce em que a causa fosse excesso de sensibilidade.

72
O controle da ejaculação tem dois níveis: um reflexo, o nível primário, o nível animal e
outro voluntário, o nível cerebral. O pênis é um sensor que capta sinais, codifica e envia
estes sinais para a medula.
A medula estimulada por estes sinais, reflexamente ativa a ejaculação. Se este arco
reflexo for alimentado por um estimulo muito forte fica impossível o cérebro superar
este estímulo e desenvolver o controle.
Nos protocolos iniciais, a grande dificuldade e dúvida era como identificar quais seriam
estes indivíduos que realmente eram portadores de um excesso de sensibilidade, até
porque naturalmente o pênis já é um lugar mais sensível.
Inicialmente, o critério de inclusão do paciente no protocolo era simplesmente que o
mesmo relatasse ter a sensação que o gatilho que ativava aquela ejaculação fosse um
excesso de sensibilidade e que já houvesse sido submetido à aos tratamentos disponíveis
naquela época sem resultados.
Os primeiros resultados já foram entusiasmantes. Mais de 60% destes pacientes sem
solução pelas técnicas convencionais existentes naquela época estavam curados.
Entretanto, queríamos mais. Não era ainda o resultado que esperávamos.
A medida em que íamos entendendo e conhecendo melhor o funcionamento destes
mecanismos que ativam o reflexo ejaculatório e os métodos de investigação e avaliação
iam se aprimorando, os resultados da Neurotomia iam melhorando. Cada vez mais os
resultados do procedimento eram melhores. Após, 14 anos de desenvolvimento da
técnica o procedimento já estava plenamente integrado e amadurecido. Já tínhamos um
pleno conhecimento sobre os casos em que havia uma indicação precisa. O índice de
sucesso já beirava os 90%.
No Congresso da International Society for Impotence Researh, de Singapura, em 1994,
uma miríade de trabalhos de vários locais do mundo foram apresentados com resultados
entusiasmantes. A grande maioria dos médicos que apresentaram estes trabalhos tinha
aprendido a técnica em estágios com o Dr. Alfredo Romero. A partir deste importante
marco a grande maioria dos serviços de ponta deste planeta incorporou a neurotomia no
seu arsenal terapêutico para a solução de determinados casos de ejaculação precoce.
A partir daí em vários Congressos médicos da área muitos trabalhos comprovavam o
altíssimo índice de cura da Neurotomia em casos onde outras alternativas de tratamento
não haviam sido eficazes, e principalmente, que era praticamente isenta de riscos ou
para-efeitos. Estes trabalhos mostravam um índice de sucesso entre 85%-90% dos casos
submetidos ao procedimento.
No Congresso da International Society for Impotence Researh, em San Francisco, EUA
em 1996, um trabalho nosso: “Protocolo para Indicação de Neurotomia”, concorreu ao
prêmio de pesquisa clínica “...............”.
O sucesso da Neurotomia, que é um procedimento extremamente simples, depende
basicamente da indicação precisa. Estava então definido os critérios da indicação da
Neurotomia.

Rodapé
COMO SOMENTE SÃO SECIONADOS RAMOS, E NÃO OS TRONCOS DOS
NERVOS, NÃO EXISTE POSSIBILIDADE DA NEUROTOMIA VIR DEIXAR O
PÊNIS INSENSÍVEL.

No Congresso da International Society for Impotence Researh, em Perth, Austrália em


2000, o Dr. Chris Machom organizador do programa do Congresso da parte referente a
Ejaculação Precoce, solicitou-me que expusesse em plenário, em palestra magistral, a
nossa experiência com Neurotomia. Redigi e encaminhei ao Dr. Machom um material a

73
ser apresentado sobre a Neurotomia. Após avaliar o material o mesmo imediatamente
solicitou a confirmação da apresentação do mesmo. Como na mesma época eu estaria
em outro Congresso Mundial, o 5 Congresso Mundial de Aumento de Pênis, que
ocorreria em Bal Harbour, EUA, pedi ao Dr. Luiz Wadskier, da Venezuela, que
apresentasse o nosso trabalho. A íntegra do trabalho por nós encaminhado ao Dr
Machom se encontra no final do livro, à pág……
O Dr. Wadskier, um incansável defensor desta técnica, prontamente aceitou o desafio.
Não poderia ter tido melhor escolha. Com todo o seu carisma, conhecimento científico
imbatível, fluência na língua inglesa e grande didática, apresentou para uma platéia de
mais de 700 médicos de todo o mundo, sedenta de alguma alternativa realmente eficaz
no tratamento da ejaculação precoce.
Seguramente a sua apresentação foi a grande vedete do Congresso, e o grande pólo
disseminador desta técnica mundialmente. A neurotomia estava finalmente consagrada e
incorporada definitivamente a arte e ciência médica.
Tecnicamente a Neurotomia é um procedimento muito simples. Sob uma anestesia local
os nervos são expostos. Para enfatizar colocamos a fig …. que tem um esquema da
inervação do pênis, o que já vimos no capítulo

Rodapé
COMO A NEUROTOMIA SÓ ATINGE OS NERVOS SENSITIVOS EXTERNOS,
NÃO EXISTE POSSIBILIDADE DE AFETAR A EREÇÃO QUE É PRODUZIDA
DENTRO DA BACIA.

Conhecendo-se. A inervação sensitiva é efetuada pelos nervos dorsais e pudendos,


bilateralmente. Estes nervos são os responsáveis pela coleta dos sinais captados pelo
pênis que vão medula estimular o reflexo ejaculatório. A seção de ramos destes nervos
diminui a intensidade de transmissão destes sinais sem qualquer possibilidade de vir
afetar a ereção. O sistema que gera a ereção é todo embutido dentro da bacia. Os nervos
que ativam a ereção, assim como as artérias que trazem sangue ao pênis o atingem
aproximadamente uns 6 a 8 cm da sua exteriorização, já próximo ao ânus. Lá dentro se
forma a pressão, que por contigüidade vai se deslocando para for a, distendendo e
pressurizando o pênis como se fosse aquele brinquedinho de criança, a “Língua de
Sogra”.
Um percentual de ramos sensitivos é secionado de acordo com o grau de sensibilidade
acusado no exame de investigação. A Figura……ilustra os nervos expostos e sendo
secionados. Imediatamente os planos da cirurgia são recompostos e feitos os pontos da
pele. O procedimento pode durar entre 1 ½ a 2 horas pois se trabalha em estruturas
muito nobres e de diminutas dimensões, o que demanda bastante cuidado.
Imediatamente após o procedimento, que como já vimos é muito simples, o paciente
esta apto a retornar as suas atividades habituais. Normalmente não se faz necessário o
uso de nenhum medicamento, porque nem doer, dói. Ë comum na nossa clínica que
muitos homens trabalhem o dia inteiro, que venham ao nosso serviço, efetuem o
procedimento, e imediatamente retornem as suas casas dirigindo ou até caminhando. Ao
chegar em casa podem jantar normalmente. No outro dia estarão totalmente reintegrados
a sua rotina habitual. Normalmente, após 15-20 dias estão liberados para atividade
sexual.
É muito importante esclarecer que a Neurotomia não dá controle ejaculatório. A
Neurotomia dá condições àquele homem de desenvolver este controle através de um
treinamento adequado. Homens estes que poderiam continuar tentando, e jamais
conseguiriam desenvolver este controle devido a um excesso de sensibilidade.

74
Imediatamente após o reinício das atividades sexuais pode até acontecer do homem nem
conseguir ejacular. Ou ejacular rápido. Mudaram as regras do jogo. À medida que for
tendo relações é que com a programação e treinamento o homem vai adquirindo o
controle.

Rodapé
A NEUROTOMIA NÃO DÁ O CONTROLE EJACULATÓRIO. ELIMINANDO A
CAUSA QUE IMPEDIA O DESENVOLVIMENTO DESTA APTIDÃO A
NEUROTOMIA DÁ CONDIÇÕES DE ENTÃO OBTER ESTA QUALIFICAÇÃO

EU NÃO CONSIGO EJACULAR!

Uma das situações mais angustiantes para o homem é não conseguir ejacular,
principalmente se esta dificuldade for acompanhada pela ausência de orgasmo. A função
ejaculatória, assim como o pênis, está intimamente ligada à auto- imagem do homem, ao
poder do macho.
A ausência de ejaculação, na maioria absoluta dos casos, está relacionada com fatores
orgânicos. Um grande percentual de casos é conseqüência de cirurgias. Entre as
cirurgias, a que mais comumente ocasiona esta deficiência é a cirurgia de próstata.
Neste procedimento, o esfíncter anterior é destruído, então o esperma que se acumula
vai caindo dentro da bexiga e depois sai junto com a urina. A maioria destes pacientes
tem a sensação de orgasmo, pois a contração das vias se processa normalmente. Como
esta cirurgia geralmente é efetuada em pacientes de um grupo etário mais elevada, não
há uma preocupação com a capacidade reprodutiva. Mas se houver a preocupação de
gerar filhos, isto pode ser realizado por colheita de espermatozóides no sêmen e
inseminação artificial.
Cirurgias intestinais, principalmente as de retirada de tumores malignos intestinais,
podem lesar os gânglios simpáticos por onde passa o comando neurológico da função
ejaculatória. Estes pacientes habitualmente além de não conseguir ejacular, não
conseguem também alcançar o orgasmo.
Alguns medicamentos podem afetar a capacidade ejaculatória. Inclusive esta
propriedade é utilizada no tratamento da ejaculação precoce. Os medicamentos
utilizados como antidepressivos são os que mais freqüentemente apresentam este efeito
colateral. Alguns outros medicamentos, como alfabloqueadores, álcool, guanetidina,
também podem afetar a capacidade de ejacular. Se a causa da incapacidade de ejacular
for o uso destes medicamentos, quando se suspende a administração destes
antidepressivos o indivíduo, paulatinamente, vai recuperando a capacidade de ejacular.
O bloqueio da ejaculação por medicamentos geralmente é associado com a incapacidade
de se obter orgasmo.
Os hormônios surpreendentemente, ao contrário do que se imagina, dificilmente são a
causa de problemas ejaculatórios. Somente grandes alterações nos níveis hormonais
podem ocasionar esta dificuldade. Uma substância, a Prolactina, produzida pela
hipófise, que também é considerada hormônio, quando em níveis elevados também
pode dificultar ou impedir a ejaculação.
A pressurização inadequada das câmaras cavernosas, que se manifesta habitualmente
com ejaculação precoce, em algumas raras situações também pode ocasionar,
paradoxalmente, a dificuldade ejaculatória.
Após os 50 anos, a incidência de problemas de ausência de ejaculação começa a
aumentar. Nos indivíduos desta faixa etária em diante, um grande número de problemas

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degenerativos começa a se manifestar. O problema ejaculatório pode estar diretamente
relacionado com estes distúrbios degenerativos ou, às vezes, ser conseqüência do
tratamento instituído. Seguramente, o diabetes é uma das causas mais freqüentemente
relacionadas. No diabetes, os sinais transmitidos por estes nervos afetados vão se
tornando inadequados. Os nervos vão perdendo a sua proteção, afetando os comandos
do cérebro sobre a ejaculação e a sensibilidade.
Também são possíveis causas, uma série de outras doenças degenerativas do sistema
nervoso, como as causadas pelo uso de álcool, tóxicos e de metais pesados.
De um modo geral, os casos de falta de ejaculação são de difícil manuseio e tratamento.
O sucesso está intimamente relacionado com um diagnóstico preciso.

O OUTRO LADO

Depoimento 1

Lana conheceu Álvaro aos 12 anos. Sentiu já no primeiro olhar que seria o homem de
sua vida.
Álvaro, imediatamente entregou sua alma, escravizada por aquele olhar profundo,
daquela fada. Apesar de tudo, o namoro iniciou somente ano após.
Naquela época, apesar de carinhos furtivos, as condições morais da época
condicionavam a moça a se casasse virgem. E, assim foi, apesar de ocorrer um intenso
jogo erótico jamais se consumou a penetração carnal.
Todo aquele clima levava com que a expectativa da primeira noite fosse num crescendo
de muita erotização.
Finalmente chegou o grande dia. Que decepção! Depois de todos aqueles anos de
expectativa não se podia esperar muito para iniciar a feroz batalha entre lençóis. Após
breves carícias foram direto ao assunto. Mas, assim como começou, já terminou. Álvaro
falou em ansiedade, pediu um tempo e retornou ao ataque, novamente vapt-vupt. Mal
Lana se preparava, e a coisa já desmoronava.
Passaram-se alguns anos. Os dois filhos já eram adolescentes e Lana não sabia o que era
um orgasmo por penetração.
Álvaro, profissional extremamente bem sucedido era sempre o alvo de atração das
mulheres, não só por ser homem de sucesso, mas também pelo seu porte atlético e garbo
que a passagem dos anos parecia cada vez mais revigorar. Apesar disto mantinha-se
totalmente fiel. Não que não tivesse desejo ou interesse. Mas, apesar de seu desejo, a
insegurança de expor aquela situação lhe refreava os mais fortes ímpetos.
Ainda mais que Lana parecia cada vez mais atraente e charmosa. Nesta época, ela
trabalhava num departamento do Ministério da Justiça. Não podia deixar de reparar
como se insinuava um dos colegas de trabalho. Entretanto ele era baixo, calvo, óculos
grossos com uma aparência totalmente contrastante com a de Álvaro. Apesar de sua
aparência grotesca o colega lhe causava uma insegurança quando lhe perspassava
aquele olhar que a despia.
Até que num determinado dia, após o expediente uma força avassaladora lhe subjugou e
se entregou aos desígnios do deus Eros.
Conheceu o que nunca sequer imaginara que poderia existir.Veio saber o que era prazer
agora quase chegando aos 40 anos. Pensara inicialmente que tinha encontrado Eros, mas
na realidade tinha conhecido era o Deus Priapo. Reminiscências do seu curso
preparatório à primeira comunhão sobre a Bíblia Sagrada, nos versículos do velho

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testamento, em Ezequiel, onde Deus explicava a preferência de mulheres por homens
com “carne de jumento e furor de um cavalo”. Agora podia fazer a exegese correta
daqueles versículos bíblicos!
Sentiu que a carne havia dominado a sua mente, o seu ser. Já não era mais dona de si.
Ao chegar em casa comunicou a Álvaro a sua decisão irrevogável de separação.
Ninguém no seu círculo de relacionamento podia entender como, uma mulher poderia
abandonar um homem, íntegro, fiel, com as qualidades e do quilate de Álvaro.
Os comentários do seu círculo de relações eram intensos, mas aumentaram mais ainda
quando anunciou o relacionamento com o colega. Todos diziam: “Tem coisas que a
razão não explica!”.
Lana, entretanto sentia e sabia lá dentro do seu íntimo, que a razão “explica”, e explica
até muito bem!

Depoimento – 2

Eu tinha 19 anos quando conheci o meu primeiro namorado. Apaixonei-me por ele aos
poucos, era um rapaz muito bonito, bem sucedido na vida, apesar dos seus 21 anos. No
início do namoro era tudo novo, quando se começa uma relação, às vezes levamos
algum tempo para criar uma certa intimidade, e para se conhecer bem. O tempo foi
passando, e percebi que o relacionamento não estava andando muito bem, pois ele,
apesar de ser muito amigo e companheiro, não me satisfazia sexualmente, como eu
esperava. Pensei que com o tempo isso fosse mudar, mas passou um ano, dois, três, e
comecei a perceber que eu não estava sendo feliz ao lado dele, por esse motivo. Eu
estava sempre irritada com alguma coisa, ou de mau humor. Ele sofria de ejaculação
precoce e, jamais admitiu, ou pensou em procurar um médico para tentar resolver o
problema ( mesmo que não tivesse me falado eu conhecia as suas reações, e sabia
exatamente o que pensava sobre o assunto ). Às vezes eu me sentia muito mal com isso,
me sentia usada, e cheguei a pensar até que o problema fosse comigo, não me senti
mulher de verdade ao lado dele. Começamos a nos distanciar aos poucos, comecei a me
interessar por outros rapazes, e a sair mais com minhas amigas.
Fiz novas amizades, conheci pessoas legais, e me apaixonei por outra pessoa muito mais
simples do que ele. Entretanto com esta pessoa havia algo que me dominava, que me
prendia. No início não entendia bem o que era. Fui mantendo este relacionamento em
paralelo. Sabia, que nem que tentasse não conseguiria me desvencilhar desta situação.
Isto durou quase dois anos. Só terminou por que ele recebeu uma bolsa de estudos e
mudou-se para o exterior.
Mas, Paulo não admitia que o nosso relacionamento estava chegando ao fim. Ficamos
juntos praticamente quatro anos, mas da minha parte não adiantava mais tentar, descobri
que não era o que eu queria para mim, e fui me distanciando, mesmo contra a vontade
dele. Nunca abri o jogo e disse realmente o motivo pelo qual eu estava agindo dessa
forma, pois acho que ele não admitiria.
Foi uma experiência muito frustrante para mim, tanto que fiquei muito tempo sem levar
nenhum relacionamento a sério como esse com um homem. Envolvia-me, mas nunca
era nada muito sério, sempre tentava me controlar, e até mesmo fugia às vezes para que
não ficasse um relacionamento muito sério. Depois de algum tempo, acabei me
envolvendo com outro homem, e só então me senti verdadeiramente uma mulher
realizada, para mim o sexo é muito importante numa relação, acho que é o que mais
conta, quando acaba o interesse sexual acho que é um caso perdido. Não conseguiria
viver ao lado de um homem somente por amizade ou companheirismo, acho que cada
parte é importante, para que forme um todo.

77
Depoimento 3

Lourdes sempre foi de uma sensualidade a flor da pele. As situações eróticas a


deixavam arrepiada.
Conheceu Carlos ainda muita jovem e inexperiente sexualmente. foi um caso de paixão
a primeira vista. Não podia ser de outra forma, acabaram casando após um curto namoro
e noivado conforme as regras sociais vigentes do começo da década de 70. A vida
sexual no início do casamento era intensa, mas Lurdes sentia que parecia faltar algo que
não entendia o que era. Carlos era um fauno. Numa noite podia ter três a cinco
esplendorosas ejaculações.
Vieram os filhos e o tempo passou. Lurdes continuava a sentir que alguma coisa não
estava certa. Nas revistas femininas encontrou depoimentos de mulheres que relatavam
orgasmos múltiplos e muito intensos.
Mais alguns anos se passaram. Lourdes profissionalmente evoluíra muito. Era uma das
diretoras da mais importante cadeia de jornalismo do estado. Continuava apaixonada
por Carlos. Não existia pessoa para melhor convívio. Era um grande companheiro. Os
filhos, agora na adolescência, já lhe permitiam uma liberdade maior com o marido, pois
diminuira bastante a exigência de atenção à eles.
Na empresa, com Vera, colega de trabalho, cada vez mais aumentava a sua intimidade.
Vera, pessoa bastante aberta, não tinha pudores em relatar minuciosamente a sua vida
sexual.
Estes relatos novamente acenderam a curiosidade de Lourdes em relação a explosões
desencadeados pelo sexo como os relatados por Vera.
Começou sutilmente explorar mais detalhes sobre o desenvolvimento das atividades
sexuais de Vera.
Reflexionando a partir disto começou a entender que o problema não era seu.
Carlos, não dispunha de um tempo de intercurso suficiente para dar um fechamento
adequado ao ato sexual.
Com a franqueza que a amizade com o marido permitia procurou discutir isto com
Carlos. Inicialmente ele até se esforçou para mudar o padrão mas, a medida que o tempo
foi passando, a rotina, a acomodação, a falta de perspectivas de que um esforço seu
poderia trazer uma mudança radical, foi trazendo tudo aos padrões iniciais.
A intimidade com Vera aumentava cada vez mais. Assim, chegou o momento que
naturalmente falavam sobre o assunto. Vera com mais naturalidade ainda se prontificou
a apresentar um amigo que poderia lhe mostrar uma nova dimensão.
Lourdes viajou do zero ao infinito. Luzes psicodélicas, relâmpagos, estrelas
incandescentes! Se existisse paraíso, paraíso seria aquilo!
A partir daí racionalizou a situação. A que paixão da sua vida, o seu companheiro era e
seria sempre Carlos.
O prazer, a luxuria, a explosão era um direito que julgava ter adquirido
E que, daí em diante, sabia que jamais poderia abdicar.
E assim Lourdes vem vivendo.
Hoje se sente realizada, completa: prazer, o outro. Paixão, amor, o homem de sua vida,
o marido!

Depoimento 4

78
Quando comecei a namorar Samuel achei que tinha encontrado o homem ideal: bonito,
inteligente, correto, o cara perfeito para casar. Além disto era uma bela companhia para
sair, dançar e curtir uma boa diversão.
Já estávamos namorando há algum tempo e fomos para a cama. Mas aí veio o problema:
na cama deixava a desejar!
Quase nada de preliminares e a penetração não durou 5 minutos. Pensei que como era a
nossa primeira vez ele poderia estar nervoso. Mera ilusão! As outras vezes que se
seguiram foram iguais. Cheguei a pensar que o problema era comigo, mas com o tempo
percebi que, para ele, aquilo parecia normal. Era um desastre total.
No início não dei muita importância, afinal gostava dele e achei que poderíamos
progredir nessa área. Uma vez tentei conversar sobre o assunto dizendo que poderíamos
fazer coisas diferentes, mas não adiantou. Era sempre tudo igual: preliminares quase
inexistentes e a penetração não chegava há 5 minutos. Como queria salvar nosso
relacionamento continuei tentando, mas foi em vão. Depois de um tempo comecei a me
tornar egoísta na hora do sexo.
Como conheço meu corpo, e sei como obter prazer passei a pensar apenas em mim, pois
sabia que ele, eu estando satisfeita ou não, teria prazer. Infelizmente, apesar de todos os
predicados de Samuel, a falta de sexo fez com que acabássemos o relacionamento.

Depoimento 5

Zeila, 29 anos, advogada, encarnava a mitológica deusa Diana da mitologia grega, a


caçadora. Era a imagem da executiva jovem da década. Só que o objeto de sua caça era
bem mais diferenciada. Escolhia a dedo a sua vitima. Cercava-a, com requintes da maior
refinada perversão, antecipadamente já degustando o prazer da caça.
Via de regra, o prazer da preparação da abordagem era mais do que prazer de “abater” a
sua caça. E, de prazer em prazer, de “abate” em abate, ia levando. Magnamica brincava
não só com o corpo do “abatido”, mas também com os sentimentos do “abatido”.
Quanto mais poderoso fosse o abatido, mais prazer.
Rafael, um subalterno na hierarquia de emprego em trabalhava, era tão insignificante
talvez não merecesse ser “degustado”. Mas, a compulsão ao prazer “voraz” induziu
Zeila arrebatar mais esse trunfo.
Cuidadosamente armou o cerco quando sentiu que a “vítima” não tinha mais chances de
escapar, deu o bote, com a intensidade de uma aranha viúva-negra ao se locupletar
prazerosamente, e depois completar esse poder aniquilando-a.
Entretanto não contava e nem esperava, que não só o “ferrão” que a vitima inculcou nas
suas entranhas, mas toda uma aura de energia emanada deste “ferrão” lhe envolvesse e a
dominasse.
De Deusa Diana, Zeila, a partir deste momento passou a súdita. Por mais que tentasse
recuperar as suas forças, a hegemonia, era arrebatada por aquela força poderosa.
Nunca havia se deparado com uma “última” aparentemente tão frágil, mas de intimo tão
forte!
Não havia o que fazer.
A única alternativa era aceitar, daquele momento em diante a submissão àquele poder…

Depoimento 6

Débora não agüentava mais. Não passava dia que não tivesse confusão. Se não eram
ligações de “amigas” do Ricardão, eram cabelos que não eram seus e misteriosamente

79
apareciam nas suas próprias roupas de cama. Eram pessoas de seu relacionamento quase
que diariamente lhe informando de casos de Álvaro.
Aquilo já não era vida. Mas, também por um outro lado, separar-se, não era uma
decisão fácil a ser tomada. Fora isto Álvaro era um baita companheiro. Carinhoso,
amigo, confidente, e principalmente, um sexo formidável. E, deste “maldito” sexo
formidável, da freqüência até maior que diária, sabia que sentiria uma dependência
extraordinária.
Mas, agora fora à gota d`água. As “vagabundas” virem à sua própria casa atrás do seu
Ricardão.
Assim, que Ricardão chegou a noite, o chamou para uma conversa séria. A decisão já
estava tomada. Ricardão, como sempre negou tudo, disse que a amava, que ela e os
filhos eram a sua vida. A decisão,entretanto, era de caráter irrevogável. Ricardão
demorou em entender a seriedade da coisa, mas como não havia outra alternativa, teve
que acatar o que já estava resolvido.
Os primeiros tempos não foram fáceis para Débora. Qualquer homem que se
aproximava era imediatamente rechaçado, pois tinha a impressão que m novo Ricardão
estaria se chegando.
Mas, nada como um dia atrás do outro. Os relacionamentos eventualmente aconteciam.
Tudo parecia insosso pra Débora. Faltava aquele veneno, aquele sensualidade, aquela
força estranha que tinha o sexo do Ricardão.
Faltava aquele colorido em sua vida que só o sexo do Ricardão poderia lhe dar. De que
lhe adiantava a liberdade, de não ter com o que se incomodar se o fechamento de ouro
da sua integridade existencial não ocorria.
Sabia que o Ricardão jamais iria mudar. Agora depois de todos estes meses nesta nova
rotina se sentia como uma morta viva. Ricardão ainda se dizia apaixonado por ela. A
decisão era sua: pegar ou largar.
Débora não resistiu e acabou cedendo àquela força soberana, acima da sua capacidade
de querer ou não querer.
Ruim com ele, pior sem ele!

CASOS DO DIA A DIA

Caso 1
Luiz, 49 anos, um importante executivo de empresa estatal, vem à consulta porque não
esta satisfeito com a qualidade atual de seu desempenho sexual. O problema não é com
a sua capacidade de deixar o membro ereto. Toda vez que estimulado adequadamente o
membro responde com uma ereção completa e vigorosa.
Entretanto, ocorreu uma mudança bastante importante no seu modo de ter a atividade
sexual. Sempre ejaculou rápido, desde a sua primeira relação, e também, mesmo na
masturbação era muito ligeiro. Mas, para ele até o momento isto não era problema,
porque sempre utilizava a segunda ou a terceira ereção, com a conseqüente ejaculação,
na seqüência de um ato para com isto satisfazer as parceiras.
Mas, esta capacidade de ter a terceira e até mesmo a secunda ereção e ejaculação na
mesma ocasião já há alguns anos vem declinando. Há algum tempo tem conseguido só a
primeira, e depois disto por mais que tente não obtém ereção satisfatória para
penetração.
Deste modo, vem ocorrendo a inevitável queixa da parceira, que se excita e depois não
consegue ter a satisfação plena. A conseqüência é o estabelecimento de um clima
constrangedor mesmo que não haja uma cobrança explícita por parte da parceira.

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A avaliação laboratorial do caso do Luiz evidenciou uma perda de pressão das camaras
cavernosas, devido a varizes.
Dois meses após a cirurgia corretiva, Luiz esta totalmente satisfeito, conseguiu um
desempenho que nunca imaginou que podia existir. Agora, ejacula no momento que
deseja, como não tem mais aquela ansiedade que o atormentava com a perspectiva de
não satisfazer a parceira, a qualidade do seu orgasmo parece ser esplendidamente
melhor, não se preocupa mais também, em ter a 2º ou 3º ejaculação. Seguramente, sua
capacidade atual é muito superior àquela que julgava ser o máximo, de quando tinha 25
anos. Hoje intui, ou na verdade tem certeza, que já nasceu com algum grau de problema,
que condicionava o padrão de desempenho que tinha. Com o passar dos anos o
problema foi se agravando.
Agora não tem mais necessidade de compensar com a segunda ou terceira ereção com
ejaculação em cada ocasião. A primeira, do modo que passou a ser efetuada atende
perfeitamente toda a expectativa e necessidades de cada ato.

Caso 2

Renato, 34 anos, era o único homem da família, perdeu o pai muito cedo. Na casa onde
se criou, somente mulheres, a mãe e 5 irmãs.
O clima era de inteiro respeito. Quase que semanalmente, alguns membros do clã
feminino lhe relembrava: "Nunca vá fazer com a filha dos outros o que não queres que
façam com as tuas irmãs". Aquilo lhe ecoava na mente até quando ia se masturbar.
Como poderia fantasiar com alguém do seu relacionamento, se mesmo não sendo de
fato, mentalmente estava fazendo aquilo que não gostaria que fizessem com suas irmãs.
Procurava abreviar seus momentos íntimos de masturbação.
Após o casamento é que foi descobrir ser portador de ejaculação precoce. A esposa
gradativamente foi evitando os relacionamentos. Um dia era dor de cabeça, outro era
cansaço, outro era nervosismo e assim ia passando o tempo. Até eram bons amigos, se
respeitavam, mas havia no ar um clima que faltava alguma coisa, um fechamento. Os
anos passavam e Renato não conseguia identificar o que era.
Se surpreendeu com uma entrevista que assistiu na televisão onde falavam que o
homem podia controlar a ejaculação.
Após ruminar mentalmente durante vários dias esta entrevista lhe surgiu uma luz. Será
que a Andréia consegue obter orgasmo? Será que isso não era o que faltava? Com muito
jeito procurou investigar aquela possibilidade, pois sabia que corria o risco de melindrá-
la.
A esposa não valorizou a questão: "Não te preocupes, para min esta tudo muito bem
assim, o importante é que nos gostamos muito apesar de tudo."
Renato não se deu por satisfeito, alguma coisa teria que fazer. Foi a luta
Os exames do Renato mostravam uma integridade em todos os sistemas biológicos que
condicionavam ao controle ejaculatório. Gradualmente, com o treinamento indicado foi
desenvolvendo o controle ejaculatório. Renato agora brinca: "Andréia agora tem um
brilho nos olhos!"

Caso 3

Nelson, 34 anos, comerciante. Nunca teve problemas com a ereção. Entretanto sempre
teve um complexo muito grande com a estética do seu pênis. Quando em ereção até que
pensava que estaria dentro de um padrão bom.

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Entretanto, o seu grande constrangimento era com o membro no estado de flacidez. A
perspectiva que uma parceira o visse neste estado lhe gerava uma grande ansiedade.
Realmente, ficava apavorado só em pensar que uma parceira pudesse olhar o seu
membro em flacidez. A partir do momento que passou a ter relações procurava se expor
somente depois que o seu pênis estivesse ereto.
Porém, o fato de saber que após a ejaculação seu pênis ia se retrair bastante fazia com
que já no inicio do ato gerasse uma ansiedade muito grande diante desta possibilidade.
Esta ansiedade lhe atrapalhava a ereção, que ficava não totalmente completa. Todo este
andamento fazia com que não conseguisse segurar a ejaculação. Na masturbação, aonde
não havia esta preocupação tinha o domínio completo de sua ejaculação.
Toda esta situação foi lhe condicionando a evitar relacionamentos. A freqüência foi
diminuindo cada vez mais. Quanto menor a freqüência, notou que cada vez mais rápida
ia se tornando a ejaculação. Nos últimos cinco anos vinha evitando qualquer
relacionamento.
Na avaliação laboratorial todos os exames o do Nelson, se apresentavam totalmente
normais, evidenciando que esta incapacidade de controlar a ejaculação era conseqüência
imediata daquele condicionamento decorrente do complexo e relação ao tamanho do seu
pênis.
Foi instituído um tratamento com o extensor JES EXTENDER. À medida que foram
ocorrendo as modificações esperadas na estrutura do seu membro, Nelson, foi
adquirindo confiança e auto estima. Aquela ansiedade, e expectativa de expor seu pênis
foi desaparecendo. Aliás, o seu pênis já estava apresentando um tamanho totalmente
satisfatório, e isto deixava Nelson feliz e tranqüilo.
Tanto o tamanho, como o controle ejaculatório não são mais problemas. Após desfrutar
muitos relacionamentos, recuperou totalmente sua auto-estima, está noivo, e até
pretende casar brevemente.

Caso 4

Júlio, 22 anos, desde as primeiras relações sempre teve incapacidade de controlar a sua
ejaculação. Sua primeira relação foi aos 17 anos. Mas, mesmo assim, só se
conscientizou que era portador de uma ejaculação precoce há três meses quando
estabeleceu um relacionamento estável com uma garota. até então pensava que aquela
ejaculação rápida era normal. A situação ficou insustentável e a menina que procurasse
um médico, pois já tivera vários outros namorados e nunca tinha visto algo assim.
Consultou um Urologista, e mesmo sem ter sido submetido a exames, foi encaminhado
a tratamento psicológico. Durante os quase três anos que se submeteu à terapia o quadro
se agravou, ejaculava cada vez mais rápido.
Apesar de se julgar interessante e atraente, após dois ou três encontros as parceiras
passavam a evitá-lo, não conseguia estabelecer um relacionamento fixo e já perdeu
várias parceiras nas quais estava muito motivado.
Quando chegou ao consultório estava totalmente desesperado, mais uma vez estava
perdendo um relacionamento. Só que não era um simples relacionamento. O seu intimo
mostrava ser aquela a fada da sua existência. A investigação demonstrou um grau de
fibrose, ou seja, perda de elasticidade daquele pênis, incompatível até com uma ereção.
Surpreendentemente, Júlio se superava, obtinha a ereção mas, obviamente esta ereção
instável tendia a se desfazer rapidamente. O seu entendimento era que até era "boa"
apesar sentir a incapacidade de manter a ereção.
A indicação de uma prótese peniana lhe soou como uma bofetada. Um jovem de 25 anos
ser submetido a um implante!, retornou ao tratamento psicológico onde encontrou eco

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sobre aquela indicação "absurda". Mais três anos passaram-se, Júlio retorna ao
consultório. Deprimido, pois aquela, que ainda era sua "fada encantada", hoje estava
com um amigo seu. Já havia tentado vários tratamentos efetuados por médicos
indicados pelos psicólogos, mas nada havia feito a menor alteração no seu quadro.
Colocou que tentaria qualquer coisa para se livrar deste tormento. Insisti, que a única
alternativa que poderia mudar o seu padrão de desempenho seria a colocação de uma
prótese peniana, mas que por si só, a prótese não lhe daria o controle ejaculatório. Daria,
sim, condições de que através de um treinamento desenvolveria este controle. Estaria
ganhando um Skate, mas ele, e só ele Júlio, poderia aprender a andar no Skate. Sua
decisão foi imediata, seja o que for, pior não pode ficar.
Hoje, após seis meses Júlio só se queixa do tempo perdido, da ignorância, do
preconceito e desconhecimento de profissionais que teriam obrigação de ajuda-lo, e que
no entanto lhe privaram do direito de ser feliz. Agora com sua auto estima recuperada
está procurando a ajuda do cupido, "para flechar o coração de sua fada encantada".
O amigo, que se exploda...

Caso 5

Na realidade Antônio nunca esteve totalmente satisfeito com seu desempenho sexual.
Nunca teve problemas com ereção, seu problema era com ejaculação precoce. Não sabia
bem porque nunca desenvolveu este controle. As segunda, e terceiras ejaculações
subseqüentes até podiam demorar um pouco mais. Mesmo assim deixavam a desejar.
Sentia que uma aura de constrangimento velado se instaurava após cada relacionamento.
Até, tinha uma suspeita muito forte que a causa desta incapacidade de controle fosse
um excesso de sensibilidade. Parecia que na glande principalmente por baixo, tinha um
ponto que se estimulado funcionava como um gatilho deflagrando a ejaculação. Em
conversas com amigos a informação era de que a glande era realmente a parte mais
sensível do pênis. Entretanto, não havia como saber se este “mais sensível” era Aquela
sensibilidade maior normal do pênis que todos homens tinham, ou se realmente era uma
sensibilidade maior, porém bem mais maior do que o que deveria ser. Mas, sabia e tinha
certeza, até por que as lições da vida lhe deixavam explícito, que algo não estava certo
consigo.
Tomado destas dúvidas procurou ajuda.
A avaliação acusou que realmente o seu “sensor” amplificava demasiadamente os sinais
que recebia. Na verdade estava confirmada a presença de hipersensibilidade em seu
pênis. Não esperou muito. Marcou a cirurgia de desensibilização para o outro dia,
mesmo tendo sido informado que com medicamentos poderia também reduzir o grau de
sensibilidade. Esta pronta opção se deveu ao fato de que o medicamento teria que ser
tomado em caráter definitivo. Para o resto da vida. Se parasse de ingerir o medicamento
o padrão de funcionamento anterior iria retornando. E, todo medicamento sempre teria a
possibilidade de efeitos colaterais indesejáveis.
Efetuou a desensibilização à noite, após um dia de trabalho, sob anestesia local. Não
tomou um medicamento, nem para dor por que nem doer doeu. Em vinte dias já estava
retornando as suas atividades sexuais.
Nestas primeiras, ainda sentiu se meio atrapalhado. Entretanto, a cada nova relação e
com o concomitante treinamento ao qual se programou, rapidamente foi notando uma
incrível mudança no seu padrão de desempenho. E. o mais importante, sentia que agora
havia aquele fechamento, aquela correspondência por parte das parceiras, o que o
deixava muito à vontade.

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Após esta simples correção, Antônio agora consegue aquilo que imaginava ser o normal,
e que entendia que era o mínimo que podia almejar: Ejacula somente quando deseja!

MITOS E VERDADES

A mãe natureza, dentro de sua condição divina, dotou o homem com o poder de gerar
vida através do sexo. Um poder fascinante, que é o ponto de conversão, de mutação e
integração de uma energia do Universo, inicialmente desorganizada, transformando-a no
tipo mais diferenciado e vibrante de energia. É a energia da criação. Energia que pode
criar um da Vinci, um Bach, um Pelé ou um Einstein.
A dádiva retribuída pela mãe natureza é tão grandiosa quanto à dimensão do poder
outorgado. Os não iniciados podem pensar que esta retribuição seria apenas a
possibilidade de um prazer infinito e incomparável. A retribuição total, na realidade, é a
possibilidade de chegar a algo bem maior. Uma porta, que se aberta leva a uma
dimensão psicodélica. Leva uma mente, com a sua energia organizada, vir a
compartilhar a energia do Universo. É o ponto de interseção, de confluência, de
organização que permite ao ser se integrar nos fluxos energéticos do cosmo.
É a alquimia da comunhão do espiritual com o energético, canalizado através das
interações do sexo com a mente, numa explosão capaz de mudar não ó o interior, mas
como, carrear a esta nova dimensão do ser num estágio de ultraconsciência, um estágio
de despertar anímico.
A dádiva é a transição para esta transcendência, de elevação individual, é o caminho
para a harmonia total. No momento que pode criar uma vida o indivíduo é um Deus.
Neste momento o indivíduo deixa de ser o Ser. Passa ser o todo. Esta integrado com as
forças do Universo. A névoa que o envolve é de intemporabilidade e impessoabilidade.
Quando em ultraconsciência, o poder do pensamento, deixa de ser linear e passa a ser
magnético. Neste momento se esvai o passado, se turva o futuro. A realidade é um
presente interminável e fantástico, e este presente não faz parte de um contexto. Deixa
de fazer parte do tempo. O presente é a imortalidade e a eternidade. Neste momento, de
êxtase, obtido pela ultraconsciência, você pode chegar a onipotência, a resplandecência,
ao poder, à iluminação!
Assim, o sexo não é só a luxuria, não é só a paixão. É a fonte de energia mais poderosa
e vibrante. Não é um fim. É um começo. É caminho para o encontro, para a
identificação de sua verdadeira alma. O resultado só pode ser a Luz!
E a Natureza, na sua pura sapiência, impregnou nos genes toda esta compulsão, toda
esta força que consciente ou inconscientemente domina e sempre dominará o homem..
O homem no seu inconsciente “sabe” que toda esta dimensão existe, e aqueles que não a
alcançam “sabem que falta algo”. Pois ali, está inculcado todo o mistério da vida. É um
instinto básico tão forte que só perde para o de conservação do Eu.
A sexualidade emana do homem, instante a instante, como se fosse o primordial motivo
de sua existência. E na realidade o é!
O homem está impregnado de sexo. É um vulcão sexual incandescente o tempo todo.
Diferente dos animais onde o sexo é circunstancial. Nestes se manifesta somente em
determinados períodos, relacionados com o cio. Está embutido na condição humana
como uma via para um grande algo mais. Já vem impregnado no subconsciente, como
se a força criadora imprimisse este padrão, como uma pedra filosofal a ser decifrada por
cada indivíduo. Raros indivíduos dotados de uma intuição cósmica inferem a arte, a
essência e conseguem decifrar a mística da criação. Outros ficam relegados a uma sub-
condição e jamais vão poder imaginar a grandeza atrás desta cortina de fantasia.

84
Neste livro trazemos o conhecimento para você desenvolver-se através da organização
da energia sexual, pelo entendimento, compreensão chegar a realização, permitindo com
este desenvolvimento, unir-se à experiência das forças divinas da existência.
O carvão e o diamante são constituídos exatamente pelo mesmo elemento químico, o
carbono. A diferença entre os dois esta apenas no modo de organização deste carbono. O
homem tem o tapete mágico voador que através desta força descomunal tanto pode
desorganiza-lo, deixando-o carvão ou eleva-lo, transformando-o em diamante. Uma das
maiores negligências da condição humana é não desfrutar destas possibilidades.
A química das Endorfinas é o ponto de mutação para se integrar a uma instância
superior.
A natureza nos deu a chave para abrir esta porta magicamente deletéria, e evitar que esta
energia se esvaia. O não iniciado não pode imaginar o êxtase criado pelo encontro, face
a face, com o eterno. E, isto só depende de organização da energia.
Estudos que avaliam a normalidade psicológica mostram um percentual assustador de
distúrbios de comportamento. Uma pesquisa feita por psiquiatras em Nova York atestou
que apenas 20% da população daquela cidade poderia ser considerada normal em
termos de saúde mental. Seguramente, mesmo e principalmente entre aqueles, nos quais
a anormalidade se deve a desequilíbrio entre neurotransmissores, as alterações de
comportamento se devem, num significativo percentual, à inadequada modulação dos
circuitos cerebrais pelas endorfinas sexuais.
Freud, um iluminado, já intuiu que os distúrbios sexuais em sua grande parte se
relacionavam com problemas de ordem sexual. Apenas não pôde evoluir mais, pois os
conhecimentos da neurofisiologia e da química cerebral da época eram muito restritos.
Nesta evolução o homem passa por três níveis de capacitação. Temos um primeiro
estágio, daquele indivíduo do “primeiro nível”, que libera aleatoriamente a Endorfina,
em surtos, impulsiva e reflexamente. Esta liberação é desorganizada, e não tem uma
capacidade de harmonizar os circuitos cerebrais. O sexo desorganizado não canaliza e
converge à energia, não estrutura. É o abrir de válvula de descarga de uma privada. É o
sexo reflexo, animal, desamonizador, instintivo. Não usa o potencial da corticalidade. O
indivíduo funciona no seu nível primário, onde a mentalização se atém apenas as
condições imediatas. O cérebro, mentalmente esta suscetível a uma instabilidade
emocional. O indivíduo não evoluiu nas suas plenas potencialidades. A Endorfina, esta
substância mágica e de poderes fantásticos, não formatou e harmonizou adequadamente
o cérebro. É um indivíduo primário. Hitler, conforme os relatos de Eva Braun, sua
companheira, só fazia sexo com as mãos por ser impotente. Tentou sublimar esta
incapacidade desenvolvendo um poder paralelo virtualmente maior do que qualquer
outro poder. Matou mais de cinco milhões de judeus para provar a si mesmo o seu
poder. Entretanto, no seu íntimo sabia que não tinha poder nenhum, pois não possuía o
poder que realmente pode integrar o homem. Segundo o gênio Leon Tolstoi: “Não
existe nenhum outro problema existencial comparável ao drama de alcova!”.
À medida que o indivíduo vai desenvolvendo a capacidade de lidar com as liberações de
Endorfina, com o conseqüente crescimento da capacidade de introspecção, autocrítica,
abstração e qualidade de pensamento, o cérebro vai se tornando poderoso. O indivíduo
vai se tornando autoconfiante e imune aos pequenos desidérios do cotidiano. Vai se
integrando consigo mesmo. O crescimento pessoal é o resultado. À medida que vai
ocorrendo este crescimento, o homem, vai se imunizando contra estes transtornos do
comportamento. Não existe medicamento que tenha o poder contra a depressão, por
exemplo, comparável a esta maravilhosa Endorfina. E, se existisse, seguramente teria
efeitos colaterais. Esta morfina natural, a Endorfina, não tem qualquer efeito prejudicial.

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Este nível intermediário harmonizador pode ser obtido por um significativo percentual
de homens do “segundo nível”.
Continuando o crescimento, através da organização da energia sexual o homem pode
atingir o ápice, onde só há mente e energia. Não há corpo, não há tempo. Só iluminação
e magnetismo. O inigualável e mais evoluído gerador e integrador de energia, o cérebro,
constituído por milhões de pequenos geradores, os neurônios, estará totalmente
integrado nesta poderosa rede. Sua capacidade de abstração estará no seu máximo. O
corpo sua virtual moradia se dissipará. Você será a essência.
Por isto, se deve ir ao sexo com o mesmo ardor que se vai ao templo religioso. Você
estará permitindo o crescimento do divino dentro de si, ao se integrar com a harmonia,
neste templo sagrado, fluindo da escuridão à iluminação. A mente anseia por intuir que
existe virtualmente esta realidade, esta perspectiva de crescimento. E, tem a premonição
que o sexo é o curso natural. Através do estágio de supraconsciência, assim obtido, o
indivíduo faz a sua integração ao fluxo de energia do Universo.
Consegue assim, atingir o potencial pleno que integra a pessoa com o Universo. Neste
momento você estará imiscuído dentro da energia. Você não saberá se é você mesmo, ou
se você é pura energia. O homem que não se associar a este total potencial oferecido
pela natureza jamais será um homem completo!

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