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TEORIAGERALDO
NOVO
PROCESSO CUIL
, 3q edição,
revista e atualizada
I
I
_ =MALHEIROS
=.9=EDITORES
I
korin Geral do Novo Processo Civil
O Cândido Rangel Dinamarco
Bruno Vasconcelos Carrilho Lopes
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
02.2018
CAPITULO I
TNTRODLTÇÃo
188
Ieis ......-........ 151 131. negticbs i urídicos ptocessuais """""""""
95. processo s.rhitral 132. formu dos atos ptocessaais
(modo, lugar e tempo) e q yldidy
';;;;r;* íriín"ipn d'a tibetdade dasformas pelo cóitigo de
§ 2o. os suJnrros
Do PRocESso 189
153 Processo Civil ...... -......
190
96. os suieitos do Processo 153 133. prazos
193
97. partes nu relação ptocessual -""""""";";"""""'
iuizi 134. preclusão
"' 154
puro de parte e o conceito puro de terceiro "" """
" dus formas 194
98. o ioni"ao 155 135. defeitos dos atos processuais e a instrumentalidad'e 196
99. pdrte e representante .""i""1"':"_"' " " ""',_; 136. suspensdo do Processo
-
ptocessual ts6 198
100. sucessão processual e s ubst'rtuição 137. exiinção do processo ou dafase cognitiva
156 t99
101. pturalidad.e de Pattes 157 138. julgamento do métito
199
102. liÍisconsórcio 160 139. custo do Ptoces§o ........""'
- a eiictÍcia pteclusiva da
103. intervençõ es de terceiros 161 r40. efrcd.cia da sentença e coisa iulgad'a 201
104. intervenção litisconsorcial voluntúria 161
coisaiulgad.a
105. iníewenção do litisconsofie necessário
14 TEORlA CERAL DO NOVO PROCESSO C]IVIL
157. recursoortlinário ........ 21tt união de duas pessoas para a vida em comum e constituição de fan-rília,
I 58. agravo em recurso especial e em recurso exttaordinútio .......... 218 como o crédito, os atos ilícitos causadores de dano a outreffI, as pres-
159. embaryos de divergência ................ .. 219 tações de seruiços, os cheques, as sociedades em geral, a relação do
t60. incidente de assunção cle competência ......................-.....'.'......... 219 homem com o meio ambiente, as relações econômicas de consumo e/c'
1 6 1. incidente de arguição de inconstitucio nalidade (reserva de Ple- O direito processual entra em cena quando algum sujeito, lamen-
nário).......... '................ 220 tando ao juiz urn estado de coisas que lhe desagrada e pedindo-lhe uma
162. o.iulgumentoestencliclo .......'............. 220
solução mediante invocação do direito material, provoca a instauração
163. tlevoluçtio oÍicial ......... 221
do processo.
164. suspensão da tutela provistíria ......... 221
I65. as demandas autônomas de impugnuçiio às decisões 221
iutliciais O processo e uma técnica para a solução im.perativct de conflitos,
166. ação rescisória ............ 222 criada a partir da experiência dos que operam nos juízos e tribunais.
167. ução unulutória de sentença arhitral -.................... 223 Seus institutos são modelados segundo conveniências do exercício de
168. ução anulatória de atos negociais homologatlos iudicialmente 223 Íunções e atividades muito específicas e reservadas a profissionais es-
1ó9. querelanullitatis ........ 223 pecializados - e que sáo ajurisdição, exercida pelos juízes, a ação e a
170. coisaiulgada
rel.otiviz,ação du .......... 224 clefesa,praticadas pelas pessoas em conflito através de seus advogados
l7l. reclamação ............... ... 224
bem como pelo Ministério Público e por outros entes representativos,
172. mantlado de segurança contra ato iadicial ........... 225
nos casos em que a lei lhes dá legitimidade para attar (infi'ct,n.92).
t73. habeascorpus ............. 225
O ordenamento jurídico divide-se podanto em dois planos distinÍos,
174. arguiçiio cle clescumprimento de preceito Juntlumental ............. 226
interagentes mas autônomos e cada qual com sua função específica. Às
Apêndice - Glossário Btisico cle Direito Prccessuul Civil ..........-......... 227 noflras substanciais compete definir modelos de Íàtos capazes de criar
Índice at/abético-remissivo .. 259 tlircitos, obrigações ou situações jurídicas novas na vida comum de
l)cssoas, alem de estabelecer as consequências especíhcas da ocorrência
tlcsscs Ítrtos. As nonnas processuais ditam criterios para a revelação da
INTI{ODUÇÀO 11
Tudo que se diz a respeito do processo comporta distinções e es- limites do direito processual civil.
Também o direito processual civil tem sua teoria geral,
a qlual,
pecificações confbrme a análise se dirija ao processo ci.vil, trabalhisÍa,
ffresmo não sendo dotada da mesma amplitude e
generalidade que a
eleitoral. crtlministrativo, penal, legislativo ou meslrlo não eslalal'
pela identiÍ'rcação e
Apesar dessas tlistinções, há pontos em comutrt que permitem integrar teoria geraltlo processo (,supra,n'2)'é responsável
de teoria geral
todos eles em url só quadro e inseri-los em um único universo
do direito. cooraenuçao de s'eus própriás institutos' Esta é uma obra
definida se etrdereçam aos institutos fun-
Como resultado tem-se a Í-ornração da leoria geral do proce.r.lo, tlo proc'e,ssrt t'ivil, em que as atenções
princípios elevqdols ao grqu mtiximo de damentais integrantes áa estrutura do sistema do processo civil' com as
como um sisÍemct de conc.eiÍos e
especificações próprias a
generalizetç'ão titil e contlensados inchttivamente u parÍir do confionto especificações que lhe são próprias mas serl as
se focalizam
dos dit,ersos ramos do direito processual' um compêndio em que o, po,,,"nt"es são estudados' Aqui
civil e o próprio
a jurisdição civil, a ação civll, a defesa no
processo
AteoriageraldoprocessopermiteidentiÍrcaraessênciadogmática
(urisdi- processo civil.
clo dircito processual, em seus qttaírrt institutos .fitndamenlais
e responsável pelo estabelecimento
ção, ação, defesa e processo). Ela
as trêsfases metodológicus da ciênciq processual
civil
do conceito de cada um e, acima disso, determina as funções que 4.
desempenham no sistema; o direito processual como um todo
e cada
particular compõem-se em torno da estrutura O processo civil moderno e o resultado de uma evolução desen-
um de seus ramos em processual era
in- volvida a partir de um longo período no qual o sistenra
rcpresentada pelo poder a ser exercido, pelas posições das pessoas passou
como esses complexos de situações jurídicas cncarado como mero capítulo do direito privado, sem autonomial
teressadas epelas.f'ormO§ bem
por uma fase de descobãrta de conceitos e construção de estruturas
subjetivas se exteriorizam em atos coordenados aos objetivos preesta- com
jurisdicional trr{enadas, mas ainda sem a consciência de um comprometimento
belácidos, sempre relacionados com a oÍ'erta de uma tutela
arrecessidadededirecionaroprocessoaresultadossubstancialmente
àquele que tiver razão. Alem disso, a teoria geral do processo tambem recentes, a partir de meados do século XX'
.iustos; e só em tempos muito
identifica e define os grandes princípios e garantias que coordenam e
a prevalecer a perspectiva teleológica do processo' superado
.',,,]',"ç,ru
tutelam as posições dos sujeitos do processo e o modo de ser dos atos
TNTRODUÇÃo 19
18 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL
Os ale-
acima de tudo isso, fotmularam- se princípios (infra, nn' 27 ss')'
o tecnicismo reinante por um século. Falamos por isso em três fases objeto do
mães dedicaram-se com particular interesse ao árduo tema do
metodológicas na história da ciência processual civil: uma de sincretis-
processo, seja em obras gerais ou monografias, chegando a soluções
mo, vigente desde. as origens; üma qutonomista ou conceitual, que se
mais ou menos estabilizadas (infra,n.125)'
implantou em meados do século XIX; e, finalmente, uma teleológica ort
ins trument al is t a, que e a atual. Foi nessa segunda fase que os processualistas se aperceberam de
t no
Nafase sincretista os conhecimentos sobre o processo eram pura- que o procesro .táo e ummodo de exercício dos direitos, colocado
plano que os demais modos indicados pelo direito privado, mas
I
l
TEORIA GEITAL DO NOVO PROCESSO CIVIL INTRODUÇAO 21
A definição dos escopos do processo e a consciência de que este é proteção. É jurisdicional a proteçáo outorgada mediante o exercício da
um instrumento a serviço de todos esses escopos permitem ao interprete jurisdição, para que o sujeito beneÍrciado por ela obtenha, na realidade
defrnir certas ideias, premissas e princípios que nortearão a concepção da vida e das relaçoes com as coisas ou conl outras pessoas" uma silua-
dos institutos processuais em sua aplicação a cada situação corcreta. ção mais favorável do que aquela em que antes se encontrava.
Assume particular relevância nesse contexto a ideia de proce,sso c.ivir de
Sabido que o escopo magno do processo civil é a pacificação de
resulÍodo.y, de íntima aderência à missão social do processo e à teoria
pessoas e a eliminação de conflitos segundo critérios de justiça (supra,
geral do processo civil.
n. 5), consistindo nisso a Íunção estatal a que tradicionalmente se chama
Consiste esse postulado na consciência de que o valor de toclo o jurisdição, segue-se que compete aos órgãosjurisdicionais outorgar essa
sisterna processual reside na capacidade, que tenha, de propiciar ao proteção àquele cuja pretensão seja merecedora dela. O exercício consu-
sujeito que tiver razão ur.na situação melhor do que aclucla em que se en- mado da jurisdição há de ter por resultado a prevalência efetiva de uma
contrava antes do processo. Não basta o belo enunciado de Lu'na sentença pretensão, para que o conflito se elimine e cada um obtenha o que lhe é
bern estruturada e porladora de alirmações inteirarnente Íàvoráveis ao devido segundo o direito (bens ou situaçõesjurídicas). Sem a efetividade
sr"rjeito quando o que ela dispõe não se projetar utilmente na vida deste, de resultados assim o processo civil careceria de legitirnidade.
elin-rinando a insatislàção que o levou a litigar ou a resistir a uma preten-
A definição de que a tutelajurisdicional é concedida àspessoas per-
são de outro sujeito e propiciando-lhe sensações Í'elizes pela obtenção
mite concluir que ela tanto pode ser concedida ao autor quanto ao réu,
da coisa ou da situação postulada. Na rncdicla do que for praticamente
conforme o caso. "Só tem direito à tutela jurisdicional aquele que tem
possível, o processo deve propiciar e qucnr tcrr Lrnr clireito tudo aquilo e
razão, não quem ostenta um direito inexistente" (Liebman). O autor re-
precisamente aquilo qr-re ele ten.r o direito de obler-, sob pena cle carecer
ceberá essa tutela quando ojuiz, entendendo que ele tem razão, ou seja.
de Lrtilidade e, portanto, de legitirridade social.
que tem direito ao bem ou à situação jurídica pretendida, itrlgar proce-
dente a sua demanda. Mas da bipolaridade do processo resulta que, não
§ 2o. rurour JURrsDrctoNAL tendo razão o autor ntas o réu, a este será concedida a tr"rtela jurisdicional
e rrão àquele e isso é Í-eito rnediante a sentença de improcedêncict da
6. tutelajurisdicional clernanda do autor. A declaração contida na sentença de improcedência e
uma tr.rtela concedida ao réu, com o mesmo peso que teria o acolhimento
Tempos houve ern que a ÍuÍelo de direilos era apontada como
cla pretensão do autor. Ao negar a existência do vínculo jurídico-n,aterial
escopo do processo, no sentido de que ajurisdição se exerceria e o pro-
af,umaclo pelo autor com fundamento nos fàtos trazidos em sua causa de
cesso se realizarj,a corn a flnalidade institucional de proteger direiÍos. O
pedir, a sentença de intprocedência liberta o reu da pretensão deste e,
processo seria um instrumento institucionalmente predisposto à tutela
cluando passada em jutgado, propicia-lhe uma segurança jurídic:a equi'
dos direitos do autor na mesma medida em que a ação seria o direito
valente à que o autor obteria em caso de procedência de sua demancla.
deste a obter en-r juízo o que lhe fbsse devido (fa,te si.ncreÍisra do direito
Considerar somente a tutela jurisdicional devida ao autor, sem estabe-
processual - suprct, n. 4).
leccr essa bipolaridade, é manter-se apegado aos velhos preconceitos
O que determinou o banimento da tuÍele de direiÍo,s do sistema e da inerentes ao repudiado nTétodo conhecido como proce,\so c:ivil do auÍor.
linguagem do processualista modemo Í'oi a óbvia descoberta de que o
A ltttela jurisdicional, assim enquadrada no sistelna de proteção
processo não é urr rnodo de e.xercício de direiÍo.s pelo autor, mas instru-
luo hornetn ern relação a ceftos valores, não se confunde com o próprio
mento público para o exercício dajurisdição e consecução de seus esco-
,\(,t-t,iç,o realizaclo pelos juízes no exercício cle uma Íirnção estatal. Não se
pos, particularmente o de pacificar os sujeitos e ofereccr-lhes o acesso à
crrrrÍr-rnde com a jurisdição (infra, n. 39). A tutela e o resultado do pro-
jr,tstil-tr (strpra, nn. 4 e 5).
(.csso cnl que essa função se exerce. Ela não reside na decisão judicial
Não sc 1àla hoje ern ÍuÍela de direitos mas em luÍela juri,sdicional ('n) si ntestra como ato processual, mas nos eí'eitos que ela eÍ-etivamente
às pes,soa.s', qualiÍicada couto o amparo que, por obra dos juízes, o Es- plrtlrrz ltlra do processo e Sobre as relações entre peSSoaS ou entre estas
tado oÍbrece a quem tem razão em Llma causa posta em juízo. Tutela e ,. os lrct)s cla vida. No processo ou na lase executiva tutela só haverá
TEORIA (iERAI- DO NOVO I)ROCESSo ('IVII INTRODUÇAO
quando o titular do direrto tiver obtido o bem desejado. No cognitivo o ceclência da demanda do autor, sem impoftar se o demandante pleiteou
momento tutelar depende da espécie de crise.jurídica a debelar e, por- tutela de outra natureza, pois a sentença de improcedência limita-se a
tanto, da natllreza e ef-icácia da sentença que acolher a pretensão daquele declarar que a tutela por ele pleiteada não e devida.
que tiver razão. As crises das situações jurídicas e as de cefieza são
A tutela constitutiva lida com a crise das situações iurídicas, para
desde logo debeladas pela própria sentença (constitutiva ou meramente
criar, reconsÍituir, modiJicar oLt extingttir uma situação iurídica. A sen-
declaratória, confome o caso), dando-se desde logo a tutela; mas as de
tença que presta tutela constitutiva sempre conterá uma declaração, na
adimplemenío perduram depois da sentença condenatória, e a tutela efe-
qual é reconhecido o direito à nova situação a ser criada, agregada a um
tiva só poderá advir como Íiuto da execução Íbrçada (in/ra, n. 7 ).
segundo momento lógico, no qual a nova situação é efetivamente criada.
Tuteltt jurisdicional não é son-rente a cmissão de provitnento juris- E o caso de demanda em que se pede a anulação de um casamento.
dicional em cumprirnento ao dever estatal que Íigura corno contraposto Em um prin-reiro muxento lógico cla declara que o autor tem direito à
do poder de açãct. A ação. como direito a obter uma l-esposta do juiz à dissolução do vínculo matrimonial, e no segundo realiza essa dissoluçâo
sua pretensão, em si considera-se satisf-eita e exaurida sempre que emiti_
- e é esse momento que distingue as sentenças constitutivas das demais.
do esse provimento, quer scja Íàvorável ou desfavorável. E portanto um
conccito indcsc'javclntcntc técnico e ent boa medida vazio para qucrn A tutela condenqtórie responde à demanda por uma pre,sÍação e
buscii resultaclos c o proccsso civil clc hoje é acirra cle tudo ufil pto- visa a debelar uma crise de adimplemento. En seu pritneiro momento
cesso t'iv'il cle res'ultudos (,str1».u, n. -5). A utilidaclc priilica clue se deseia lógico a sentenÇa que concede essa tutela contém a declaração de exis-
do processo é a el-etiva satislàção clc pretcnsõcs apoiadas pclo clircito.
tência do direito do demandante, e no segundo a imposição da sanção
executiva, que autoriza a execução para o caso de o direito reconhecido
7. us crises de direito materiul rrão ser satisfeito voluntariamente (cumprimento de sentença- infra.nn.
e as diversus modalidades de ÍuÍelu.iurisdicionul 80 e 87). A tutela exectrtiva (por alguns denominada executiva lato sen-
ser) constitui uma complementação da tutela condenatória, responsável
Corno referido, o sistema processual e estruturado para prestar pela efetivação prática do direito do demandante ao bem pretendido in-
dilerentes modalidades de tutela jurisdiciona[, cada urra apta a debelar
dependentemente de ser requerida a instauração da fase de cumprimento
urn tipo de crise de direito material. Em grandes linhas, são passíveis
de sentença. Finalmente, a tutela mandamenÍai, que também e espécie
de serenr prestadas as tutelas declaratórie, constitutivo e condenaÍrjria
de tutela condenatória, incotpora uma ordem do órgão jurisdicional para
(parte da doutrina subdivicle esta última em condenarória. exec,Íiva e
que o dernandado Íàça ou deixe de fazer algo.
mandantental).
A tutela declarotório visa a eliminar c.rises de certeza mediante uma O art. 515, inc. I, do novo Código de Processo Civil atribui eficácia
decisão sobre a existência, inexistência ou modo de ser de uma situação executiva às "decisões proferidas no processo civil que reconheçam a
jurídica. E aclmitida no ordenanrento juríclico brasileiro de forma bas- exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou
de entregar coisa" e não apenas à senÍença condenatót"ia, como era da
tante ampla, mas com a exclusão de declarações sobre a ocorrência de
tradição do direito brasileiro, o que põe em dúvida a diferença entre a
fuíos a tutela jurisdicional meramente 'declaratória pode ter por objeto tutela declaratória e a condenatória.
somente a existência, inexistência ou modo de ser de direitos, obrigações
As categorias das tutelas mandamen.Íois e executivas, que já eram
ou relações jurídicas (CPC, aú. 19, inc.I). altamente questionáveis na realidade do Código de Processo Civil de
1973, parecem ter perdido totalmente o sentido no direito vigente, na
Excepcionahnente, admite-se a prestação de tutela declaratória ru-redida em que são consagradas (a) a reunião em urr mesmo processo
referente à ocorrência de um fato quando estiver em jogo a ar.úenticidade das atividades de conhecimento e de execução (.infra, n.80), (b) a des-
ou a Íalsidade de documento (CPC, ar1. 19, inc. II). rrecessidade de nova citação para que se realize a execução (.infra, n. 8'7)
c (c) a atipicidade dos meios executivos para a efetivação de qualquer
Todas as sentenÇas prestam tutela dcclaratória, isolada or_r agregada nrotlalidade de tutela, inclusive a condenatória ao pagamento de dinheiro
a algum outro ef'eito. Tambem são declaratórias as sentenças de impro- (('P(1, aú. 139, inc. IV infra,n.88).
26 TtrOI{lA CER^I. Do NOVO PRO( Eslio C'lvll.
INTRODUÇÀO 27
e possívef qucstionar a coisa julgada por outros meios - in/ro, nn. 166 inevitáveis longas esperas pcla solução flnal da causa' As utgentes sã<'t
ss.). Daí ser ela utra garantia cottstitttcional, estabelecida ern beneflcio destinadas tambem a ncutralizar os eÍ'eitos corrosivos do ternpo-inirnigo
de sua
da intangibilidade dos resultados do processo e consequenÍe seguranÇQ sclbre possíveis clireitos da parte, seja mediante colnprometimento
das relações j urídicas. fiuição, seja pela criação cle insuportáveis cliÍiculdades para isso - e essa
in n'tra. A ol'erla das tute-
A de/inilividctde caraclcriz,ada pela coisa julgada e ordinariamente situação dã ,.is.o conceitua-se corno pericnlum
Ias piovisórias eu-r nível inÍiaconstitucional pelo código de Processo civil
indicada corno característica da jurisdição só se impõe com relação às
decisões de meritct e a algumas especíticas decisões terminativas, indica- constitui obecliência ao ditame da "razoável duração do processo", impos-
to pela Constituição Federal em selr art. 54, inc' LXXVIII (iníia' n'
21)\'
das no § lo do art. 486 do CPC. Nos demais casos (as outras decisões ter-
minativas, tutelas provisórias elc.) náo se tenl verdadeira definitividade,
mas algum grau dc irnunidade - grau maior ou menor, conÍbnne o caso. 10. as tutelas cle urgência (cttutelares ou antecipadas)
Existem pois rnedidas jurisdicionais definitivas e outras não definitivas.
A concessão das tulelus cle urgênt:ia depende sempre da concomi-
9. us tuíelss provisórias garantia constitucional da tempestividade, tarlte presença dos requisitos da probabilidade da existência do direito
- a
rrllrrrraclo pelo autor (fumtts boni itrris) e do risco de seu perecimento
as tutelas de urgência e a tutelu ds evidênciu
lrelo clecurso clo tempo (perictrlum in mora
CPC' art' 300' caput)'
Entre as decisões judiciais que não contam com o atributo da defini- Itiante <la opção Í'eitapelo cócligo vigente ao bifurcar as tutelas de ur-
tividade ganharam destaque e nova sistematização no Código de Proces- gô,cia cntre as cautelai'es e as altecipadas. permanece relevante distil-
so Civil de 2015 aquelas que concedernaÍutela provisório. Constituindo rrrir os conceitos referentes a cada uma delas'
!
TNTRODUÇÃo
28 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL
Do ponto de vista puramente jurídico as diferenças são notáveis e Irirl'rio, a nrediação e outros métodos de solução consensual de conflitos
eliminariarr a ideia de que se equivalham, porque somente a jurisdição rlt'vtrritr scl' estirnulados por juízes, advogados, defensores públicos e
estatal tem entre seus objetivos o de dar efetividade ao ordenamento rrrcrnbros do Ministério Púrblico, inclusive no curso do processo judi-
jurídico substancial, o que está fora de cogitação nos chamados meios t'iirl" (art.3o, § 3n).No contexto dessa atitude de incentivo às soluções
conccrtadas entre as paftes, seu art. 139, inc. V, inclui entre os deveres
alterurativos. Mas o que há de substancialmente relevante no exercício
tlo.juiz o de "promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferen-
dajurisdição estatal, pelo aspecto social do proveito útil que é capaz de
c,ialtnente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais". Além
trazer aos membros da sociedade, está presente também nessas outras disso, a valorização desses meios altemativos na doutrina brasileira atual
atividades: é a busca de pacificação das pessoas e grupos mediante a Icvon o Conselho Nacional de Justiça a instituir uma "Política Judiciária
eliminação de conflitos que os envolvam. Tal é o escopo social magno Nacional de Tratamento dos Conflitos de lnteresses", com o objetivo de
da jurisdição, que atua ao mesmo tempo como elemento legitimador e "ussegllrar a todos o direito à solução dos conflitos por meios adequados
propulsor da atividade jurisdicional (s upra, n. 5). r\ sua natureza e peculiaridade" (res. CNJ n. 125, de 29.11.2010, aft. 14,
t'uput) estabelecendo que "aos órgãos judiciários incumbe oÍbrecer
-
O juízo arbitral, ot arbitragem, consiste no julgamento do litígio
rurecanismos de soluções de controvérsias, em especial os chamados
por pessoa escolhida consensualmente pelas parles (o árbitro), mediante
utcios consensuais, como a mediação e a conciliação, bem assim prestar
trâmites bastante simplificados e menor apego a parâmetros legais rígi- atendimento e orientação ao cidadão" (ar1. lq, par.).
dos (é inclusive possível o julgamento' por equidade - lei n. 9.307, de
23.9.96, al1,. 2a Lei de Arbitragem/LA). Exclui-se esse meio quanto a As vantagens dessas soluções altemativas consistem principalmente
direitos não disponíveis (art. la c/c art. 25), justamente porque resulta de crr evitar as dificuldades que empecem e dificultam a tutela jurisdicio-
uma convenção entre as parles (convenção de arbitragem - LA, art. 3a), nal, a saber: a) o custo financeiro do processo (taxas judiciárias, hono-
com renúncia à jurisdição estatal e o julgamento não é Íêito por um juiz rários de advogados, perícias etc.), que na conciliação ou na mediação
estatal, mas por árbitro, cidadão privado. Íicam signiÍicativamente reduzidos; b) a excessiva duração dos trâmites
processuais, que muitas vezes causa a diluição da utilidade do resultado
Depois de muita discussão uma alteração da Lei de Arbitragem lirral; c) o necessário cumprimento das í'ormas processuais.,com a ira-
veio a dispor que, em certas circunstâncias, tambem aAdministração Pú- cional tendência de muitos a favorecer o formalismo. lndicam-se tam-
blica pode, sob cerlos requisitos e algumas ressalvas, submeter-se ao.jul-
berr ern prol da arbitragem (d) o melhor conhecimento da matéria a ser
gamento por árbitros (LA, arl. ln, § ln, red. lei n. 13.129, de 26.5.2015).
julgada pelos árbitros especializados, além (e) do menor apego à rigidez
da lei na condução do procedimento, inclusive com a possibilidade de
Aconciliação consiste na intercessão cle um sujeito entre os litigan-
optarpelo juízo de equidade (CPC, ar1. 140, par., clçLA, art.2a) e (f)
tes com vista a persuadi-los à au.tocomposlçâo sugerindo-lhes soluções
da possibilidade de convencionar a confidencialidade, que favorece a
e induzindo-os a se comporem amigavelmente. Pode dar-se antes do
preservação da privacidade ou mesmo de segredos empresariais.
processo e com vista a evitá-lo, qualificando-se nesse caso como con-
ciliação extrctprocessuctl; qtando promovida no curso do processo é en -
pRocESsuÀL BRÁSILEIRo:
doprocessual.l\a mediação também se objetiva a autocomposição, mas § 3n. o MoDELo
sem que o mediador apresente propostas concretas de solução a serem UTS:TóNU E DIREITO COMPARADO
apreciadas pelos litigantes. Ele atua identificando as causas do conflito, \ 15. breve histórico do processo civil brusileiro - asfontes
buscando alternativas para sua superação e propiciando as condições
necessárias para as partes chegarem por si próprias a um acordo. Pelo aspecto de suas fontes legislativas o processo civil brasileiro
desenvolveu-se mediante oito.fases históricas mais ou menos delimi-
Em prestígio à solução dos conflitos por conciliação ou mediação, tadas entre si, começando pela aplicação das Ordenações do Reino e
o Código de Processo Civil vigente estabelece, com bastante amplitude, culminando, no presente, com o Código de Processo Civil de 2015.
que "o Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual Na primeira fase,logo em seguida à Independência brasileira, era
dos conflitos" (art. 30, § 2q) para logo em seguida dizer que "a conci- natural que, até que sobreviesse uma legislação nacional, prosseguissem
_ú
CNIL
INTRODUÇÃO fs
TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO
cujo Livro III regia o pro- \tlros ( ilsrrrih clarneiro e sálvio de Figueiredo Teixeira), veio um surto
em vigor neste país as Ordenações Filipinas' nrurlo itttottso de novas leis responsáveis por uma significativa moder-
."*roiiril em todo o Reino Português' rr|/lrl.riü rlo processo civil brasileiro, inclusive mediante a implantação
pela chamada Consolidação Ribas'
A segundaJàse foi representada rlr. rilstt'rrrucntos de agtltzação da prestação jurisdicional (antecipação
brasileiro ao Cons' Antônio Joa-
elaborada por solicitaçãoão Co'"*à a volumosa
,[r lrrtelu.lurisdicional, execução das obrigações de fazer e de não fazer
na reunião em um só texto de toda ,'/,'). lrssits Íbram as chamadas Reformct do Código de Processo Civil
à",r" nrur't e consistente com alteração das disposi-
messe de leis que hauiam sido promulgadas a ter r lit,fitrmd da Reforma, seguidas da Leí do Cumprimento de Sentença,
A Consolidação passou
c-áã contidas nas Ordenações Filipinãs. r[, ](X)5, responsável pelo traçado de um novo perfil do processo civil
iorça de lei em dezembro de 1876' lr|rrsitcir0, um novo modelo. Das modificações que trouxe, a de maior
n' J3'7 editado pelo
A terceira Jase Íbi precedida pelo Regulamento ' IH!,r]itude sistemática foi a implantação de vm processo sincrético, que
no de 1850 e destinado inicialmente a
Goven'ro tmperial U,uti"ito uno rt.irnc cr.n um único processo as atividades que antes eramrealizadas em
comercial" - até que' nos
;;;; ;ô; "a ordem do juízo no processo mandando estender o dis-
rlois ltrocessos distintos e Separados - o de conhecimento e o executivo.
albores da República, sobi'eveio um
decreto
geral (dec' n' 763' de A oitava /bse é representada pela entrada em vigor do Código de
à' cíveis em
õJ;rq,r;ià'n.g,ráÃá'ià "uu'u' l'rlrccsso Civil brasileiro atualmente vigente, em março de 2016' O
lo.q.tsqo) e com isso consumando epsa fase' Arrtcprojeto desse Código foi elaborado por uma Comissão de onze
direito processual vigentes
AquartaJase da história das notmas de rrrcprbros, escolhidos entre conhecidos professores de direito processual
pela Constituição Re-
no Brasil foi a dos Códigos esÍacluais 'propiciada t.ivil e profissionais do direito, os quais traçaram desde logo as linhas
conconente
ao ás?ubele"er a competência legislativa
l89l lirnclamentais da nova reforma, com grande valorizaçào das garantias
;;úi;", de
o processo' Essa fase não
da União e dos EstadJs fara legislar 'àb" que r.orrstitucionais do processo, dos meios alternativos de solução de con-
a maioria dos Códigos estaduais.
durou muito nem foi ãt Uã- 'itãl nível so-
llitos, da cooperação entre os sujeitos processuais elc.
costuma realçar o bom
chegaram a ser editados - e a doutrina
Á.ít" aot Códigos da Bahia e de São Paulo' q 16. breve histórico do processo civil brasileiro - a doutrina
com a vigência do primeiro
A,quintaJàsecomeçou no ano de 1939
nacional' o que constitui A história do desenvolvimento da cultura processualística brasileira
Código de Processo ôi"iiú*ttf"iro de âmbito
legislar sobre o processo' das quais foi dos
au reunificação da competência para lrocle, logo de início, ser dividida em dua,s fases, uma
"fli,J Federal de 1934' primórdios do século XIX até ao ano de 1939 e a outra a parlir desse
ditada pela Constituição
com a vigência do Código Irrro, quando apofiou neste país o prof. Enrico Tullio Liebman. Sendo de
Asextafaseprincipiou no ano de 1974
de processo civil prãmulgado no
ano anterior. Esse diploma foi porta- origem judaica, Liebman refugiou-se no Brasil em fuga às perseguições
(efeito da revelia' julgamento lntissemitas então praticadas pelo govemo fascista de Benito Mussolini
dor de algumas ioo*çà"í O" substância
interlocutórias' trato cm Seu país, a ltália. Lecionou por Sete anos como professor contratado na
do mérito,'recorribilidade cle todas as
"ri."ú"aã
pormenorizado das em um livro específ,rco' ênfase à ética lfaculdacle de Direito do Largo de São Francisco, além de reunir e coorde-
"à"i"f"'"t formais' notadamente de nar os estudos de um grupo de jovens processualistas da época, entre os
processual etc.) e muitos aperfeiçoamentos
em 1961 por solicitação do cluais vieram a ter muito destaque os profs. Luís Eulálio de Bueno Vidigal,
linguagem. S"" nrt"ità;"to'úu elubo'udo
prof' Alfredo Btzaid' da Faculdade .losé Frederico Marques e Alfredo Buzaid. Com essa atividade e com a
então Presidente Jân-ã'(ouatot ao
de Direito de São Paulo' lrublicação de vários estudos sobre o processo civil brasileiro, Liebman
Código de Processo Ci- I0i o responsável pela implantação de um novo pensamento processualís-
A sétima fase foi afase das Refotmas do
antes mesmo de entrar em tico neste país, conhecido como Escola Processual de São Paulo'
vil de 1973. Ele principiou a ser refotmado
leis promulgadas no próprio
vigor a ln de janeiro--"d""tgl+, mediante Em sua bagagem cultural Liebman trouxe ao país o que havia de
C)utras leis reformadoras so-
ano de 1973, duranà sua vaclatio /egls' mais modemo e profundo na ciência processual europeia e pafiicular-
que nos anos 1994-1995 e2002'
brevieram no, uoo,-'uúsequentes' até lnente na italiana e na alemã. Tendo sido aluno de Giuseppe Chiovenda,
do Tribunal de Justiça (Mins.
por iniciativa a" ooi, úinirtros Superior
38 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO C]VL INTRODUÇÀO 39
revel. A lei manda que o juiz dê curador a esse demandado (CPC, art.72, nifica depurar o processo de imperfeições, pondo-o em condições de
inc. II), com o munus de oferecer obrigatoriamente a defesa, sob pena prosseguir sem questões técnicas a resolver - e em princípio o juiz não
de nulidade de todos os atos processuais subsequentes. Assim sucede, depende de pedido do réu para extinguir o processo, emyez de saneá-lo,
fazendo-se necessária uma reação que em casos noflnaiS seria somente quando deparar com cerlos fatores impeditivos do julgamento do mérito
possível, justamente porque a informação não foi feita de modo con- (CPC, art.485).
fiável. Não se sabe se o réu não respondeu à inicial porque não quis ou A efetiva direção do processo, pelo impulso e saneamento, constitui
porque não soube da sua propositura.
fator importantíssimo paru a celeridade da oferta de tutela jurisdicional,
A garantia constitucional do contraditório endereça-se tanbém ao evitando atividades inúteis e retrocessos indesejáveis.
iuiz, como imperativo de sua função no processo e não mera faculdade Ouko dever do juiz moderno, ligado à garantia constitucional do
(o juiz não temfaculdades no processo, senão deveres e poderes - infra,
contraditório, é o de tomar iniciaÍivas probatórias em certos casos. A vi-
n. 55). Essa é uma das principais tônicas dos dispositivos do Código de
são tradicionalista do processo, com exagerado apego àque1a ideia de um
Processo Civil que tratam do contraditório, ao disporem que compete jogo em que cada um esgrima com as arrnas que tiver, levava à crença de
"ao juiz zelar pelo efetivo contraditório" (art. 7o1 e que, salvo algumas que o juiz, ao tomar alguma iniciativa de prova. arriscar-se-ia temeraria-
exceções muito especíÍicas e justificadas pela necessidade de tutela a
mente a perder a imparcialidade para jtlgar depois (supra, n. 30). Tal era
outros princípios, o'não se proferirá decisão contra uma das partes sem
o fundamento do princípio dispositivo, naquela visão clássica segundo
Que ela seja previamente ouvida" (art. 94, caput). a qual só as partes provariam e o juiz permaneceria sempre au-dessus
Aparticipação que a garantia do contraditório impõe ao juiz consis- de la mêlée, simplesmente recebendo as provas que elas trouxessem,
te em atos de direção, de prova e de diálogo. para afrnal examiná-las e valorá-las. A vocação solidarista do Estado
Adireção do processo é feita em primeiro lugar mediante o impulso moderno, no entanto, que não perrnanece naquele laissez faire, laissez
do procedimento, do qual a lei expressamente encarrega o juiz (impulso passer, da filosofia política liberal, exige que o juiz seja um personagem
oficial - CPC, art.2e). Não obstante seja das partes o interesse primário participativo e responsável, não mero figurante de uma comédia. Afinal,
pela solução dos conflitos em que estão envolvidas, nem por isso se pode o processo é hoje encarado como um inshumento público que não pode
desconsiderar que o processo é o instrumento público de exercício de ser regido exclusivamente pelos interesses, condutas e omissões dos
uma função pública, a jurisdição (infra,n.39). Embora possam aquelas litigantes. Ele é uma instituição do Estado, não um negócio combinado
ter a disponibilidade das situações de direito material pelas quais litigam, emfamília, e daí o dever de exercer ativamente o contraditório, imposto
não pode o Estado-juiz perÍnanecer à disposição do que elas fizerem ou pela Constituição Federal e pela lei ao jú2.
omitirem no processo, sem condições de cumprir adequadamente sua Por isso, o princípio dispositivo vai sendo mitigado e a experiência
função. Por isso, em princípio as omissões dos litigantes não devem mostra que o juiz modemo, suprindo deÍiciências probatórias do proces-
conduzir à paralisação do processo, sendo dever do juiz encaminhá-lo so, não se desequilibra por isso nem se toma parcial. Isso não significa
adiante segundo as regras do procedimento, para com isso poder realizar que o juiz assuma patemalmente a tutela da parte negligente. O que
os objetivos da função jurisdicional mediante a ptâÍica do ato final de- a garantia constitucional do contraditório lhe exige é que saia de uma
sejável (decisão de mérito na fase de conhecimento, entrega do bem na postura de indiferença e, percebendo a possibilidade de alguma prova
execução forçada). A regra do impulso oficial, como desdobramento da relevante e peúinente que as partes não hajam requerido, tome a inicia-
participação que a garantia do contraditório impõe ao juí2, quer que ele tiva que elas não tomaram e mande que se produza. Exige-lhe também,
determine ou realize os atos necessários independentemente de requeri- para a efetividade da isonomia processual, que diligencie o que a parte
mento das parles. Só em casos extraordinários, que a lei indica, a omis- pobre não soube ou não pôde diligenciar (até porque muitas vezes patro-
são das partes conduzàparulisação ou mesmo à extinção do processo' cinada por advogados dativos, nem sempre empenhados em sua efetiva
O juiz exerce o poder-dever de direção do processo, também, defesa). O processo civil modemo repudia a ideia do juiz Pilatos, qu;e,
mediante a atividade de saneamento (infra, n. 82), que é por definição om fâce de uma instrução mal feita, resigna-se a fazer injustiça, "lavan-
inquisitiva e portanto independe de provocação das pafies. Sanear sig- do as mãos" e atribuindo a falha aos litigantes. O afi. 370 do Código
.iL-
76 TEORIA GERAI DO NOVO PROCESSO CTVIL
de Justiça (inc. II), os Tribunais Regionais Federais, os juízos Íêderais de * 52, as garantias individuuis dos iuízes
primeira instância (inc. lll), os tribunais e juízes do trabalho (inc. IV), os - os impedimentos
Ern cornplementação à fórmula autonomia administrativa e.finan- A Justiça brasileira é composta do Supremo Tribunal Federal, dos
ccira (art.99) e ao poder de elaborar o regimento intemo (art. 96, inc. Tribunais Superiores da União (entre os quais o Superior TribLrnal de
I), a Constituição dá a cada tribunal a competência para (a) eleger seus .lustiça), do Conselho Nacional de Justiça e dos inúmeros órgãos judi-
órgãos diretivos, (b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares, (c) ciários de mais de um grau de jurisdição distribuídos entre as diversas
prover os cargos dcjuiz de carreira no âmbito de sua atuação, (d) propor
,lusliças indicadas na Constituição Federal, a saber: Justiça Militar da
ao Legislativo a criação de novos cargos em primeiro grau dejurisdição,
LJnião, Justiça Eleitoral, Justiça do Trabalho, Justiça Federal, Justiças
(e) prover cargos adrninistrativos mediante concursos segundo a lei e a
dos Estados e Justiça do Distrito Federal e Territórios (Const., arts.92,
Constituição, (f) decidir sobre a vida funcional de juízes e servidores
(férias, licenças - afi. 96, inc. [, letras a a./). 9tl, 125, § 34, e 126).
5'/
'---
intpax'ialiclade, quc oonstitr-ri a primeira de toclas as virtudcs exigiclas a como sLla eventual atuação no processo "corr dolo oLr Íl'aude" (inc. I) e
trrr juiz (,supro, n.30).
a recusa, retarclamento ou omissão injustiÍicada de providência que deva
ordenar (inc. Il). Tal responsabilidade nào exclui eventual responsabili-
55. o.iuiz -.funções, poderes, deveres e responsabilidade dade do juiz ncl plano ttclminisÍraíivo, a ser apurada pelo órgâo censório
cor.npctente, olr mcsno sua responsabílidadc pencrl, quando Íbr o caso.
Os poderes d. juiz no processo, que melhor se qualiÍicam co'uo
pocleres-deveres, são condensados na distinção entre os poderes relacio-
nados corn a condução e direçào do processo (atividades-rneio) e o poder -*' 56. o impedimento e a suspeição do juiz
de decisão (atividade-Íim).
Com vista a assegurar a lisura do juiz no exercício da jLrrisdição,
No processo ou Íàse de conhecimento os poderes cre corrdução e cli- ou a slra imparcialidude, alei processual enllÍnera situações em que ele
reção exercem-se rlediante atos de irrrpulso processual, de inioiativas ao dcvc alàstar-sc por iniciativa própria ou será aÍàstado pelo tribr"rr-ral com-
longo do procedimcnto (irrclusive rniciativa probatória, se Íirr o caso), de petente, por iniciativa de uma das parÍes - tais são, segundo r.rm linguajar
comando dos rur.r.ros deste c sancanrento de eventuais irregulariclacles e1c.. corrente, o clcver cle uh.sÍenção por pafte do juiz c o tlireiÍo de recusa,
Esse e o signiÍicado do art. 139 do código de proccsso civil ao clispor
outorgado pela lei às paftes.
que "o juiz dirigirá o proccsso conÍbrrre as disposições dcste cticligo".
Todas as hipóteses descritas pelo Código de Processo Civil (arts.
o ato-fim que o juiz tc'r'r <t claver de praticar no processo.u ràse 144-145) têm em comum a existência de algum envolvitnenlo do jui:
de conhecimento e o julganrcnto cla causa mediante un.ra sentença de com algunra das partes ou com a própria causa, o quc desaconselha sua
rnérito, sempre que preseutcs os requisitos para tanto e o Clódigo de permanência no processo. A lei as distingue em casos de impedimento
Processo civil estabelece que "o juiz não se exime de deciciir sob a e casos de suspeição do juiz, sendo aqueles suscetíveis de verificação
alegação de lacnna ou obscuridade do ordenarnentojurídico" (ar1. 140). objetiva, e estes de conotação mais subjetiva.
Essa exigência ou esse veto ao non liqueÍ liga-se inclusive à gara,tia
As causas de impedimento do juiz, enumeradas no art. 144 do Có-
constitucional da rnaÍastabiliclac'le do controle jurisdicional (const., art.
digo de Proccsso Civil, corrduzern a uma severa proibição de atuar no
5a, inc. XXXV - supra, n. 2tl).
processo, porque revclarn envolvimentos mais proÍundos e cornprome-
No quadro dos dcvcrcs do.juiz, o art. 139 do Cócligo clc proccsso tcdores da capaciclade de ser irnparcial. Por isso, eventual irnpedimento
civil inclui o de a assegu'a'iis partcs igualclacle de trata,rento (inc. I), do juiz pode ser alegado a clualquer tempo, e se urra sentença vier a ser
o de velar pela cluração raz.irvcl d. proccss<l (inc. III), o dc prcvonir proferida por juiz irnpedido, e apesar disso passar errr julgado, lresmo
oLr leprimir qualcluer ato contrhrio ii dignidacle da.justiça (inc. lll). o rrssim corrtinr-rará sujeita a desconstituição pela via da aç'ão rescisórict
dc doterrninar as rrcdidas ncccsshrias para assL-gurar o cunrprirucnt. (art. 966, inc. II) o que não acontece em casos de mera suspeição.
de ordem judicial (inc. IV), o clc prom.ver a autocomposição entrc as
partes (inc. v) elc. Dove ai,da julgar preíere.rcialmente as causas postas
A primeira das causas de irnpedirnento, e a mais grave entre todas,
sob sua responsabilidade de acordo c.m a ordem cronológica, a paltir corrsiste no Íàto de o próprio juizser parte na caLtsa (arl. 144, inc. IV). E
do momento em que estiverern crn condições cle julgarnento o.juiz se considera impedido, ou seja, proibido de participar do processo
1art. lZ;.
Tern o juiz o poder de exigir/r,rllttulitltrtlr, aos auxiliares da Justiça mas c proferir decisões, também na hipótese de haver atuado nesse mesrno
tarrbém o deyet.de ser ele próprio pontual (art. 226), podendo qualqucr l)rocesso como mandatário de uma das paftes, como promotor de jus-
clas parles representar aos tirgtios corrpetentes "contra.iuiz ou relàtorilue liça ou mesulo como.juiz crn outro grau de jurisdição, tendo proÍ'erido
injustiÍicadamente excecler os prazos prcvistos cm lei, regulamento ou tlccisão @rt. 144, incs. I-ll), rra de ser cônjuge, parente ou c«lrparrheiro
rcsintento interno" (art. 23-5).
tlc rlrlcm no proccsso cstcja na conclição de advogado, deÍ'ensor público
orr plor.notor de jLrstiça (inc. lll), na de ser parente próximo de unra das
o art. 143 do código de Proccsso civir estabelece tambenr a rc,r- prrltcs, ser cônjr,rge de urna delas or-r corr ela conviver em regirne de
pnsabiliclade <'ivil e regres,sitct clo.iLriz por certos atos ou omissões,
rrrriill cstável (inc. IV), na de ser sócio ou rnembro de direção ou cle
102 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL JURISDIÇÃO r03
O art. 129 da Constituição Federal enuncia as./unções institucionais dos diversos Estados, e em alguns lugares pelo Ministerio Público ou
do Ministério Público. Na área da jurisdição civil a rnais destacada entre por certas entidades privadas, como o Depaftar.nento .lurídico do Centro
elas é a legitimidade ativa para a ação civil ptiblica enclereçada à tutela Acadêmico XI de Agosto da Faculdade de Direito de São Paulo.
do patrimônio púhlico e social, do meio ambiente e de outros direitos Visando a institucionalizar sisternaticarnente tal Íünção em todo o
difusos e coleÍivos (art.l29, inc. III - infra,n.92). A Constituição Fe- país e dar-lhe dignidade especial, a Constituição Federal de 1988 incluiu
deral legitima ainda o Ministerio Público, no campo cível, a promover as Det'ensorias Públicas entre os organismos que exercem funções es-
judicialmente o respeito dos entes estatais aos direitos constitucional- senciais à justiça e atribuiu-lhes os encargos naturais a entidades dessa
mente assegurados (art. 129, inc. II), a ter a iniciativa da ação direta de ordem, ou seja, os de orientação e defesa gratuita dos necessitados pe-
inconstitucionalidade, da ação declaratória de constitucionalidade ou rante órgãosjudiciários de todos os graus dejurisdição (Const., art. 134).
da representação para fins interventivos (art. 129, inç. IV - v. tarnbém A emenda constitucional n. 80, de 4 de junho de2014, alterou a redação
art. 103, inc. VI - infra, n. 94) e a promover a proteção às populações do art. 134 da Constituição para deixar clara a legitimidade das Defenso-
indígenas (art. 129, inc. V). Ao enunciar tais fur,ções instituoionais a rias Públicas para postular direitos coletivos dos necessiÍados, seu dever
Constituição Federal apenas esboçou o quadro geral dzrs hipóteses do de prestar assistência jurídica no âmbito extrajudicial e enaltecer sua
interesse público cr"rjo zelo lhe qLris confiar. As disposições especíÍicas relevância para o regime democrático e a defesa dos direitos humanos.
contidas nos diversos ir.rcisos constituem mera exemplificação, porclue
o próprio art. 129 estabelece urna norma de encerramento mediante a Há urna Íbrte tendência a atribuir às Defensorias Públicas a legiti-
qual põem a cargo do Ministério Público outras funções que lhe Íbrerr midade para a deÍbsa de interesses coletivos mesmo quando não se trate
de benei'iciários necessitados, ou seja, carentes de recursos para sua pró-
conferidas, desde que cornpatívei,s cont stta Jinalidade (inc. IX). Abre,
pria defesa em juízo. Esse pensamento, no entanto, não é fiel à própria
com isso, caminho para que a lei conltra ao Ministério Público outras
justificativa política da implantação das Defensorias, que é o empenho
funções que, sendo endereçadas ao zelo do interesse público primário,
em igualar os desiguais, nem ao próprio art.134 da Constituição Fede-
não contrariern os objetivos da Instituição. ral, que em sua redação atual diz ser sua função "a orientação jurídica,
a promoção dos direitos hurnanos e a defesa, em todos os graus,judicial
O interesse público cr,rjo zelo a Constituição atribui ao Ministério e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de furma integral e
Púrblico não é o interesse do Estado ou de qualquer pessoa jurídioa de gratr.rita, aos necessitados". Não é legítimo ler o art. 134 sem ler essas
direito público. cujo patrocínio a própria Constituição lhe ploíbc (art. últimas palavras.
129, inc. IX). O intcressc púrblico clue lhc cunrpre tutelar e o intercssc
público primario, ou seja, o intcrcsse da sociedade em si uresnta, ou Há Defensorias Públicas atuando no âmbito da União, dos Esta-
do Estadopro populo,e não clo EstadoTrru domo sua. E uma clistorção tlos e do Distrito Federal; e uma lei complementar federal "organiza
institucional a deíàsa dos intcresscs patrimoniais dos cofres do llstado ru Defensoria Pública da União, do Distrito Federal e dos Territórios e
pelo Ministério Público, e Íbi por ter consciência dessa distinção que o
prescreve normas gerais para sua organização nos Estados" (lei compl.
Código de Processo Civil cstabeleceu que "a participação da Fazenda
n.80, de l2.l .94). Os membros de todas as Defensorias são integrados
Púrblica não configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério
urrr carreiras, com acesso mediante concurso público de provas e títulos,
Púrblico" (aft. 178, par.).
gozando da garantia da inarnovibilidade e ficando proibidos de exercer
ru atlvocacia fbra das atribuições institucionais (Const., ar1. 134, § la).
I.
TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL ruRÍsDrÇÃo
quando presente Diante dessa graduação entre as causas de modificação, é lícito falar em
um órgão que de início seria incompetente mas, 3lg1ma uma relatividade da relatividade da competência.
deixando de sê-lo
dessas circunstâncias, poderá tornar-se competente'
Alarga-
que antes detin^ha a competência' Prorrogar é aLargar' É do entendimento geral que em princípio tambem pode ser prorro-
para
"qrr"l.
-.L u da competência ordinariamente atribuída a um órgão,
gada a competência quando o autor optapeloforo do domicílio do réu,
"rf".u
ali inserir uma causa ordinariamente não incluída' Isso
quer dizer que
áesprezando a competência decorrente de cláusrila de eleição de Íbro.
modiÍicação
ao lado das competências absolul'l'§, que não comportam Essà orientação legitima-se pela circu.stância de que, ao ir ao loro do
suscetíveis de modificação' Aquelas são regidas adversário, o autor está oferecenclo a este uma vantagem maior ou uma
alguma, há as relativas,
estas por noÍrnas di'spositivas' Apro- maior comodidade para exercer seu direito de defesa.
fo'. no*r, jurídicas cogentes, e para distinguir entre as
ximadamentl o critério ãdotudo pelo legislador
lompetências suscetíveis e as não suscetíveis de
prorrogaçáo-é o do inte- Toclas essas causas de modificação só podem incidir sobre as com-
,"rrà públiro. Quando uma competência é estabelecida na Constituição petências relaÍivas, como tais indicadas na lei. As absolutas, justamente
cerlas conveniências do próprio Estado ou porqo" absoluÍas, não comportam modificação alguma, ainda quando
ou na-lei em contemplação de
ào exercício dalurisdição pelo juiz ela e absoluta' Sáo relqtivas estabelecidas no plano infraconstitucional.
"o...to beneficio de uma das partes ou em
às competências estabelecidas em É absoluta a "competência determinada em ruzáo da matéria, da
sua (p. ex., a competência do foro do
atendimento a uma Çonveniência pessoa ou da função", a qual, segundo dispõe o art. 62 do Código de Pro-
As causas de modiÍicação da compe-
domicílio do réu - CPC, art. 46i)' cesso Civil, "é inderrogável por convenção das paftes". Na realidade, a
tência estão estabelecidas na lei, especialmente
no Código de Processo
competência por matéria, pessoa ou Íunção não se prorroga em situação
que a competência venha a ser
Ciuit, o qual em alguns casos permite alguma, ou seja, nem pela eleição de foro, nem pela omissão do réu nem
também pela vontacle das partes ou de uma delas'
modificaàa sequer pela conexidade ou continência. Essa conclusão também se infere
oprimeiroemaissólidoblocodascompetênciasabsolutaserepre- mediante uma intetpreÍaçào a contrario sensu do disposto no afi' 54 do
sentado por aquelas resultantes das disposições
com que a ConsÍituição código de Processo civil, segundo o qual "a competência relaÍiva pode-
originária ou recursal do Supremo rá n-rodiÍlcar-se pela conexão ou pela continência, observado o disposto
Federal esÍabelece a competência
ou a competência de cada nesta SeÇão,'- porque ao dizer somente que a competência relativa se
Tribunal Federal e dos Tritunais Superiores
Judiciário brasileiro (arts. 102, prorroga por conexidade ou continência o legislador deixou clara a in-
uma das Justiças integrantes do Poáer
em conveniências políticas do
iol, roq erc;. saodisposições calcadas não
tenção de não querer que também a absoluta se prorrogue'
de suas instituições' que o constituinte
prOp.io Estaáo brasileiro ou No sistema do Código de Processo Civil é relativa, em prirneiro
legislador
qu"i d.i^u. ao sabor da vontade das parles ou das opções do lugar, a competência de foro, ou íerritorial, que se considera vulnerável
não oferece abefiura alguma
infraconstitucional. A própria Constituição a qualquer daquelas três causas de modificação da competência - mas
e também não consente que o
para a modiÍicação dessas competências mesmo entre as competências territoriais em princípio lu-
é absoluta a do
viria contra o severo prin-
i"glrfua* venhá a flexibilizá-la', potqu" isso
gar de situação da coisa para as demandas fundadas em direito real sobre
cípio da supremacia da Consíituição' imóvel (forum rei sitceart.41). E, também é relativa a competência por
de.pror-
No plano infraconstitucional são três as possíveis causas valor, como resulta daqueles dispositivos do Código de Processo Civil.
pelo Código de Processo Civ.il: a) a
rogação àa competência, indicadas Pelo aspecto operacional do processo, por dois aspectos se mani-
entre duas ou mais demandas (in-
."iuçào de conexidade ou continência lcsta a diferença entre a competência absoluta e a reiativa. Ambas se
alegar em sua contestação a incom-
ir,'n 121), (b) a omissão do réu em o qual o autor ajuizou sua demanda
'f"íCr"iu alegam na contestação (cPC, art.33J , inc. II) mas somente a relativa de-
dí Àrgao judiciário perante pcnde estritamente dessa alegação nesse lugar e nesse momento, porque
a de maior poder modifrcador
ã i") u eleiçãoãe ioro. Entre essas causas? rrão sendo feito isso a competência se proroga (CPC, ar1. 65)' Ao juiz
e a conexidade ou a continência (cPc, art. 54), e a de menor poder ó a
c vedado conhecer de oficio da incompetência relativa (CPC, art' 331 ,
eleiçãorleforo(art.63).Emsituaçãointermediáriaestáocasodeomis- r\ 5a - Súmula n. 35-STJ), mas a incompetência absoluta, ao contrário,
são clo ,"i opottunamente a incompetência do juiz (art' 65)'
"-alegar
_ _-
114 TEORIAGERAIDONOVO PROCESSO CTVIL
preclusão
(a) pode e deve ser declarada de oficio e (b) não fica sujeita a
àiÁi*;, sendo lícito à parte alegá-la e ao juiz declatâ-la "em qualquer
teápo e grau de jurisdição" (art. 64, § 1o)'
# 72. prevenção
uma sentença de mérito mas julga a causa contrariamente aos interesses apenas o interesse de agir e a legitimidade ad causam (arts' 17, 330,
do autor (improcedência da demanda). Quando uma das condições faltar incs. II elIl,337, inc. IX , e 485, inc. VI).
o juiz nega-se a julgar a pretensão do autor, porque nesse caso ele não
terá o direito de ação. O interesse de agir e a legitimidade ad causam Em fase ulterior de sua produção o próprio Liebman veio a re-
incluem-se entre os pressupostos de admissibilidade do julgamento do pudiar a categoria jurídico-processual da possibilidade jurídica como
mérito (ínfra, n. 126). Segundo eslá no art. 485, inc. VI, do Código de condição da açáo no momento em que a legislação de seu país instituiu
Processo Civil, "o juiz não resolverá o mérito quando ('..) verificar a o divórcio - o pedido de dissolução do vínculo conjugal era, na lição do
ausência de legitimidade ou de interesse processual". Mestre, o principal exemplo ilustrativo da carência de ação por falta de
possibilidade j urídica.
ao exalre do juiz. Ela depende sempre de uma concreta relação entre o (lue leva em conta o compofiamento do autor, de modo que poderia este'
sujeiÍo e o cctuso e se traduz na relevância que o resultado desta virá a ,iissimulando na petição inicial a verdadeira situação de fato, transfor-
nrar uma questão preliminar em uma questão de mérito, como eÍI
ter sobre a esfera de direitos do autor, seja para favorecê-la ou para res- uma
tringi-la. Tem pofianto legitimidade ativa para uma causa o sujeito que da água em vinho. Na realidade, não basta que
,rilagrosa iransformação
em tese poderá vir a se beneficiar juridicamente dos efeitos da tutela ju- o demandante descreva formalmente uma situação em que aparente-
risdicional pleiteada; e tem legitirnidade passiva aquele que também em mente estejam presentes as condições da ação' Por falta de uma delas
julgamento do
tese poderá sofrer algum impacto desÍàvorável em sua esÍbrajurídica. em qualquer momento o processo deve ser extinto sem
mérito, quer o autor já haja descrito uma situação em que ela falte' quer
Em Íalta de uma das condições da ação ou de ambas (interesse e juiz a realidade.
necessidade) diz-se que o autor e carecedor de ctçãr, ou seja, que ele não dissimule a situação e só mais tarde a prova revele ao
tem o direito de ação em dado caso concreto. carecer signiÍica não ter.
E proposta uma ação popular e o autor aÍlrma na petição inicial
E, por não ter o autor direito de ação, o mérito da causa não poderá ser que constitui
ser cidaàão brasileiro no gozo de seus direitos políticos, o
julgado (cPC, 485, i,c. vl) e o processo será extinto sem ãsse julga-
ar1. presslrposto de sua legitimidade ad cdltsam (iníia, n' 93)' No curso
mento, mediante uma sentença que não sera de mérito mas terminaÍiva. àa instrução, o réu comprova que os direitos políticos do autor foram
cassados antes de o processo ter início. A legitimidade será af-erida
a
partir do que foi ahrmado na inicial pelo autor or'r por aquilo que restou
75. u teoria da asserção
comprovado nos autos? Como julgar o mérito se, contrarianrente
ao
inicial, o autor não estava no gozo de seus direitos políticos
afirmado na
E, frequente e muito forte na doutrina a defêsa da denomina
da teoria ao propor a dernanda?
da asserçã.o, reÍbrente às condições da ação. segundo seus seguidores,
O impetrante afirma na inicial do mandado cle segurança que se
estas deveriam ser aferidas in staru a,ssertionis, ou seja, a partir das
purruru,, á"rros de cento e vinte dias desde a data em que tomou ciência
alegações apresentadas pelo autor errr sua petição inicial. Em outras na
do ato impugnado - requisito para a existência do interesse-adequação
palavras: pela teoria da asserção Llma mesma materia seria apreciada impetração do mandamus (LMS, art' 23
* infra, n' 93)' Ao prestar suas
como condição da o.ção se o autor, por seu advogado, houvesse descrito informações, a autoridade coatora demonstra que o impetrante.tomou
pres-
uma situação que já à leitura da petição inicial se percebesse que carac- ciência áo ato mais de cento e vinte dias antes da impetração, tendo
por sua
terizaria a Íàlta de uma das condições da ação; mas essa mesma questão taclo informações falsas na inicial. o irrpetrante s(rrá beneÍ'iciado
má_fe na desôrição dos Íatos, com o julgamento do mérito do mandado
deixaria cle ser ur.na condição da ação e passaria a ser um motivo para
de segurança, ou o processo será extinto sem o
julgamento do mérito?
-iulgar improc:etlente a demanda se o autor tivesse tido a habilidade ae
dissi.mular os tàtos vcrdacJeiros, clescrevcnclo unra situação em que ele
teria o direito de ação, rrzrs clepois a prova clemonstrasse que as coisas 76. defesa
se passararn de n'rodo dif'erente do descrito. Daí levar essa linha de
O direito de defesa, ottius exceptlonls, consiste em um conjunto
de
pensarnento o nolre de teoria da asserção, uma vez que, segurrdo seus pretensão do autor.
façuldades oferecidas ao reu para opor resistência à
inúmeros seguidores, o criterio para aferir a caracterização ou não ca- direito
Embora seja esse direito um verdadeiro contraposto negativo do
racterização da Íàlta de uma das condições da ação consistiria no modo de direito processual civil
de ação, é uma constante nas obras clássicas
como o autor assevera os fatos em sua petição inicial. do processo (ao lado
a inilusão da ação entre os institutos funda,rentais
Bem analisada, porem, essa teoria sustenta urna arbitrária transf-rlr- àdeíêsa'Apesar de ser
dajurisdição e do processo), sem igual referência
mação de algo que de i,ício seria uma condição para julgar o mérito e igualitário das partes,
coirente a afirmação da necessidade de tratamento
a partir de determinado momento seria motivo para julgar a clemanda todo um
com a garantia de plena defesa ao demandado, dedica-se à ação
improcedente - com o jr-rlgarnento do mérito, pois. Na realidade, porém, trato sistemático, com amplo estudo de seu conceito, de suas classifica-
umtr condiçtio da ação e sempre uma condição cla ação, ou seja, requi_ mas à defesa não' A referência a
ções e a enunciação cle suas condições,
sito para a existência do direito de ação, sendo arbitrária essa distinção esta e na maioria das vezes restrita à menção, no trato do procedimento
;ro*-
DEFESA I2I
AÇÃO E
I20 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL
alegadas
l
p"io A"-u"aado e à classificação das matérias que podem ser " permitido que ele desenvolva
ao autor. Também na defesa ie
(improce- merito e
iia deÍêsa, de acordo com a potencial repercussão da alegação
l
ser conhecid'a ex oficio pelo julgador (exceções e objeções)' sivamente. Esse e o .l'ttÃu Ju eventualidode
fr.r,ao sucessivos só serão conhecidos se ocorrer o
lil
Não é usual, no entanto, o exame do direito de defesa em si
mesmo ou p"rqr" os fundamentos e 337)'
de uma análise siste- eventode o precedente-ler atàstado pelo juiz (CPC' arts' 336
I dt: suas proieções constitucionais' Essa ausência
da ciência
mirtica da clLfesa tem por resultado a persistência nos estudos aderente a essas ideias enu-
,l
já superadas no trato do direito de Em uma formulação bem didática e pode
fr.,""rruul cle icleias ultrapassadas,
merâm-se do seguinte modo os Íirndamentos de clef'esa que o réu
entre as
ação, alcmcle contcr cmsi uma inconstitucional discriminação a laltã de utna das condições da ação
,l ou de qualquer outro
fàcLrldadcs dcl autor c as do róu no processo' "i.g*,
pressuposto sem o qual o merito nào
possa ser 'iulgado (pressupostos
a
tem contudo o mérito); b) especiticamente'
O necessário paralelismo entre a ação e a deÍbsa não de admissibilidade clo julgamento do pelo autor;
condãodesuperarumadiÍêrençafundamentalentreessesdoisinstitutos. *1o-p.ten"iu ao j"i'
pátuite o clual a demanda Í'oi proposta
alegados por este na petição
ímediante o exercício da ação que o processo tem início' sendo
desde c) a não ocorência Ao' iutot constitutivos
pedido deduzido d) a inehcáciajuridica desses tatos'
oll seja' a ausência'de tln-
logo delimitado o seu objeto, o objeto do processo' O inicial;
peio autor deÍlne o matériat sobre o qual juiz e pafies desenvolverão damentos.tedireitosunCicntesparaaacolhidadapretensàodoau.tor
influentes sobre
delimitando com isso os efeitos externos com fundamento neles;"e) a ocorrência de/àt.os rovos'
iuas atividades processuais,
,iaoio âireito deste (Íatos impeditivos, modif,rcativos
incluídos no dispositivo da sentença' Com a defesa' a existência ou u
suscetíveis de seiem
simplesmente resiste ou extintivos - CPC, att' 326)'
apesar do destaque que lhe deve ser atribuído, o réu
veicula um pedido próprio' senão o
ao pedido do demandante. O réu não pela ordem processual leva
não implica Essa variedade de det-esas admissíveis
de rejeição do pedido do autoq e pofianto sua manifestação à" alt'""os modos' como a seguir se sintetiza'
processo (tnfra,n' 125)' a doutrina a classificá--l* am-
a ampliaçao do objeto do esse vocábr-rlo em sentido bastante
Todas elas sáo exceções' tomado
direito de defesa)'
Essafundamentaldistinçãoentreosinstitutosrepercutenadimen- plo(como em jus excep'ti'onis,que e o próprio
são dos órurs impostos às partes para que os
possíveis interesses de uma As de natureza proces-
O.autor Defesas de mérito otr defbsas processuctis'
ou de outra possâm ser reconhecidos no julgamento da causa' o julgamento do mérito da
causa' As de
de pedir que sual visam a impedir ou retaráar
tem o ônus de alegar na petição inicial todas as causas de mérito favorável ao réu'
as materias mérito, à obtenção a" '*u sentença
p..*nau ver aprecladas no julgamento' São porém poucas de merito são diretas ou
que pre"isum ser necessariamente alegadas em contestação
para serem Defesas diretas ou intliretas' As det-esas
negar os na-demanda
conlrecidaspelojulgador,admitindoaleiemdiversassituaçõesqueo indiretas, cont'orme consistam em -fatos.alegadosou em lnvocar
pleiteadas pelo autor
no
réu apresenà depoii o argumento omitido ou seu exame ex fficio inicial ou as consequênciasjurídicas
ou vida do direito deste (fatos
soú'" u
fatos novos,ir',tf'"'"'t"'
julgamento da causa (CPC, arls' 334, § 5q, e 342)' "*ittencia processuais
i,"0.ár|""t. *"àir,ài"os ou extintivos)' Toclas as delesas
No que se refere aos possívei s conteúdos da defesa' esta pode poi. a impedir ou retardar a decisão de mérito'
para que o merito são indiretas,
consistir na alegação de preiiminare§, ou seja, razões '"ã"'tinam qu" fundamentam o pedido do
com o próprio mérito' não a questionar diretamente os futo'
não possa ser júgado, ou de pontos relacionados
de mérito no segundo - e autor.
Defesa process'aàl no primeiio caso, e defesa estrito' Chamam-se objeções
o réu tem ampla liberàade para estruturar sua defesa segundo
as estra- Obieções ott exceções em senticlo
conhecidos pelo juiz indepen-
tégiasdesuaescolha.elícitocumularlogonacontestaçãotodasas os fundamentos suscetíveis de serem
como a prescrição' a decadência' a
d.lf"su, que tiver, ainda que relativamente contraditórias entre si.
o rc. dentemente de alegação pelo réu'
Sáo exceções em sen'
julgamento do mérito' sem prejuíztr ir"ã,rp.tên"iaabsõluta ou a carência de ação etc'
slrscita p'reliminares, opondo-se ao
l
122 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIt,
juiz quando expressamente suscitadas pelo réu, colllo a itlct)tlt1" l' "' "
relativa e a preliminar de arbitragem (CPC, atl. 337, § 5tr, c/c lrl I I I
parte Íinal). As exceções em sentido estrito podem seÍ cle mLtrito t' r,l
nailreza prctcessual .
CAPÍTULO V
PROCESSO
E PRocBDIMENTo
§ lq. PRocESSo
i
lirlites do exercício desses pocleres ou
,i r,iplina dos trodos, 'lo*ntot e
garantia clo contraditório e à cláusula
tlculdades. clevendo tt;;;';;;;; à
,-ti,io prorn'r, tí lat't',ambas
de assento constitucional'
prees-
mediante um pror:edinlenÍo
O pocler estatal exerce-se sempre o procedirnento
cle'sse exercício e
tlbelecido, sob pena a" iúgtt'"iaade
quando Íor.realizado cm conÍradiíorio
e
caracteriza-se coillo p*r,:ítt" sujeitos'
tà-cr'rldades e ôntts aos seus
com a outorgu a" poa"L'' á;';;;t'
rrrr seja, com a presença c1e
utna relt4:ào jttt'íclico proc'essuctl'
exercício do poder' A lei
O procedirnento resguarda alegcrliclatleno
processo' sutr sequência'.sett encadea]len-
traça o modelo dos atoúo
do poder e of-erecendo a todos
to. clisciplinanao to*'i"'* o t*""í"io
a ser realizadcl etn concreto terá
a garantia de que cada proccclimelrto
[ss. sig.ifica que, se, de
contbn,idade corrr o #à;;;""rrabelecitl0. legitirnante do exercício
é Íàtor
um lado. a observânci;'il;il"átÀento do moclo como a lei
legitirnidaãe
do poder, por outro, ";;;ff;;ebe proceiirnenlo condicione ou linrite
o disciplina. E 11'"d"';;;;; ;t"-"
r",i, u p crrr c i1 ) o ç ã o
i t*
oexercícioclopoders"gu'"ttloasgarantiasconstitucionaisel'avoreçaa
ü; * :
; t::::
:
^1::i,::i""ff1::",ffi
garantta con ;rffiT;
cipação é o n[tcleo essencial da
"
da democracia' o proces-
(supra,n. 33) e const;;i-;;stutaão t'l:f?:lil"' legí-
parlicipatrvo, Sob pena de não ser
so em si mesmo dcve ser selnpre
12s
PROCESSO
121 fEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL
são relacionadas
As hipóteses de tutela jurisdicional diferenciada de processo e de procedimento
ou o legislador entendeu conve- 79' diferentes tipos
com direitos uo. q'ui' o constituinte
adequados para
nienteoÍ'erece.rr*urotrrçaomaisrápida,sendoporissoque-secontenta
delongas da Todo sistema processual
institui meios processuais
muitas vezes .o* *u nição s)tmaria, sem exigir as
(su-
cognição plena' A ú"tt""rg
ai tumpestivídatle da tutela iurisdicional darefetivasoluçãoàsvariadas.c.i'"14"á*i,omatedal,eessavariedade
instrumentos
;;;,;; is " zs) é i rlu'ao qt" l"'u a lei a instituir esses
ditadas ;:';;t'"* ;;L"ã"o"r
e da maior ou menor urgência
para
demeiosprocessuaisconstitui-veráãà"i'oespelhodasdiversassoluções a
e
maiscélereseindicarashipótesesemquecadaespéciedeprocessoé putu indispensável correspondência'
adequada. l,* ; àt"isáo produzida n"t*"' ptotttsos será autêntica obtenção dessas soluções' "ttu
'"g'* '' calrsa corn Íündamento t1"
clecisão de nterito,'dt;id*;" "Ti-p^l^":" valendo-sedaexperiênciamultisseculardoprocesso,olegisladorestabe-
parte Quando se torna lÍrecor-
lonr icçàu do juiz qtlanto ao direito da lecenãosóumavariedua"A"p'á'""o'*áttambémdeprocedimentos' fiéis ao
pela autoridade da r'otsa d"'["'"" O" soluções adequadas'
rivel, scus clêilos serào cln lcgrc ilnunizatlos em um quadro pragmático
qualquer outra decisào de merito prot'erida tempestivas'
lulgada material,como
os de
direito na mediou do possível'
de mérito e a fonnação da coisa 'lüt"*iãi "' em primeiro
em vias o.Aina,ia''iào h""tá d"citão material determina'
julgada nas tutelas diÀ'"""iua* ministradas pelo processo monitório A natureza da crise de clireito do provimento'
pela. tutela antecipada concedida em jurisdicional cabível' A natureza
não embargad o fintiu,-n-' SS) ou lugar, o provimento
(supra'n' 11)' po""í")'ai'uu'1op'o'"'-'o'falando-seentão'naprimeiraemals
carater orlu'"'l"ntn que se estabilize de em^processo executivo
entre tipos qrocesso'
relevante das distinções A definição sobre o
em contraposição ao p""""o"in
o autor optar pelo p'roce-
Não existe, contudo, a possibilidade de 'onhu'i*onto- por um crl-
jogo a aplicação de um ou rla executiva e paulada
dimento de sua p'"tJtên"iu q"u'do
em
estiver cabimento da tutela cognitiva processual' consistente na
S: pretende consignar uma puramente
proceclimento n,pn'i-'t àu do'comum' :^1** tério muito objetivo de natureza
o procedimento da ação de consigna-
quantia em pagamento, deve seguir propor uma existênciaouinexistênciuo"iit,toexecutivo(CPC,ar1.783).Processo
arts' S39-549)' sendo-lhe vedado
ção em pagamento 1CRC, deconhecimentoéaqueleinstauradopaÍaprocessarejulgarpretensões
ação de exigir contai('ci'c, arts
550-553) ou utilizar-se do procedimen-
t---
pROCESSO 129
128 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CTVIL
83. a.fuse instruÍóriu ela houver sido postulada em caráter antecedente. O pedido dessa tutela
,,
A fase instrutória principia quando o processo e saneado e consiste err caráter incidental não dá ensejo à instauração de uma diferente fase
narealizaçã,o de provas e oferecimento das alegações Ílnais pelas partes. no procedimento, mas à formação de um mero incidente no curso deste.
Muito ernbora a instrução probaÍória não preencha toda a fase initrutó-
ria, é nela que se concentram as maiores atenções e as atividades mais 86. entre a fase de conhecimento e a evenÍuul J'ase de liquidação
intensas do juiz e dos litigantes. Quando arealização da prova começa,
O julgamento da causa e o dos recursos eventualmente interpostos
na realidade o procedimento probatório já estará iniciado, porque as
partes já requereram a realização dos meios de prova de seu interêsse e (inJia,nn.142 ss.) põe fim à fase de conhecimento do processo, abrindo
o juiz já terá deferido ou indeferido os meios requeridos. Durante a fase
caminho paraaJase cte liquidação de sentença na hipótese de ter sido
instrutória procede-se à realtzaçáo da prova, ou sua produção, mediante proferida decisão que reconheça a existência de uma obrigação ilíquida,
as perícias que o juiz houver deferido, inquirição de testemuúas, depoi- ou seja, de uma obrigação cujo valor (.quantum debeatur) ainda não
mento pessoal das paftes eÍc. Ao menos em pafie a prova clocumental já esteja determinado (CPC, arts. 491 e 509). A liquidação fàr-se-á pelo
terá sido produzida antes, seja na inicial, na contestação (arts. 320 e 434) procedimento comum "quando houver a necessidade de alegar e provar
ou em algum outro momento, quando admissível (art. 435 etc.). iato novo" e por arbitran, nÍo nos demais casos (CPC, art. 509, incs'
I e Ii). A primeira delas levava a denominaçáo liquidação por artigos,
tradicional no direito brasileiro e desnecessariamente suprimida pelo
84. afase decisória novo Código.
Realizacla a prova e apresentadas as alegações finais pelas partes,
tem início a /itse decisória, com a prolação da sentença. pàde também 87. afase de cumprimento de sentenÇa
l
acontecer que, por não se julgar suficientemente instruído, o jLriz peça
ainda alguns esclarecimentos às partes, mande intimar novas testému- Finda a liquidação ou no caso de ela ser desnecessária, se não
nhas ou mesmo determine a realizaçáo de segunda perícia (arl. 4s0). houver o adimplemento voluntário da obrigação reconhecida na decisão
Essa iniciativa leva o nome de conversão do julgamenÍo em cliligência, condenatória terá início a fase de cumprimento de sentença. Trata-se
a signiÍicar que o juiz transíbrma aquele momento, que era o de julgar, de mera fase do procedimento sincrético principiado com o pedido de
em nromento para realizar mais provas ou seja, esse é na prática um tutela cognitiva, com exceção dos casos em que é executada sentença
retomo à fase instrutória. com esse conteúdo, a chamada fàse decisória penal condenatória, sentença arbitral ou sentença estrangeira homo'
'logatla,
é rnais um momento que wna fase do procedimento. Um ponto no tempcr porque nessas hipóteses, não havendo um processo no qual o
e não uma linha. cumprimento de sentença pudesse ter prosseguimento como umafase,
há nécessidade de constituição de uma nova relação jurídica processual
(CPC, art. 515, § la).
85. uma possível Juse prévia, ou unÍecedente
O cumprimento da sentença e conceitualmente uma execução por
Em alguns casos o procedimento poderá ter início com uma.fàse título judicial e tem sempre por ÍundarTrento um título executivo consis-
antecedente para a apreciação de um pedido de Íutela de urgência (cau- tente em urm pronunciamento emitido em um processo jurisdicional, ou
telar ou antecipada), que compofta a prática dos atos necessários'para seja, um título executivo judicial (cPC, art. 515). são títulos executivos
apreciar esse pedido e efetivar a tutela concedida (cpc, arts. 303-310). judiciais a decisão condenatória proÍêrida em um processo civil (ou de-
Finda essa fase antecedente, o procedimento prosseguirá e terá início cisão que reconhece o direito a uma prestação) e essas outras proferidas
a fase postulatória (CPC, arts. 303, inc. I, e 308 supra, n. gl), a não em outro processo (sentença penal condenatória, sentenÇa Qrbitral ou
-
ser que nessa fase antecedente haja a estabilizaçáo de tutela antecipada, s ent e nÇ a es t r ange ir a homol o gad a).
l,lll
r /
," q;.;;;;rp.iro
;"';I
X ; :,"1: nrente afirmar que essa competência é exclusitta e não eletiva, a juízo do
Além disso, o processo é inteiramente oo, cÍepoimenros orais. autor; mas essa disposição não se propaga aosjuizados especiais cíveis.
jurisdição, só se graÍuito em primeiro grau de
exigindo preparo
e 42, § la). Nos juizados óirÉi,
,r-ãÃára de reco,er (LJE, arts.
54
ua",*rã" ru" pode ultrapassar o valor 91. mundado de segurunçs individual ou coletivo
de quarenta salários_n .
paft esporadvogado4liff.X;lX;"H,-,",:,i:ffi Entre as vias processuais alinhadas ao conceito de tutela.furisdicio-
an' 9";' Nos juizacros da Fazenda prúri., ::_tfl]fl
tlmite e de sessenra sarários_
lli|Íil nal diJ'erenciada ocupa lugar de muito destaque o mandado de seguran-
-rnínimos e a dispensa do a<lvogado
p"ã " ça, que tem staÍus de garantia constitucional (Const., art. 54, inc. LXIX)
e geral (rei
n. 10.25g,
"'"*.. ruro, de barateamento
de i2.7.2001, art. 10), o que ,ã-ueilàrriirri o está disciplinado na lei n. 12.016, de 7 de agosto de 2009 (Lei do Man-
tla busca da rutera jurisdicionar clado de Segurança/LMs). E cabível contra atos estalais que lesarem ou
devidos em primeira instância;
H;;;;;;
da sucumbôncia não são
., ameaça-rem direitos líquidos e cerlos não amparados por habects corpus
é irnprovido e, poftanro, confirmada
;g;;à;, somenre quan<Jo o recurso
(Const., ar1. 5-a, inc. LXVIII inJra, n. 173) ou habects datct (ConsÍ., art.
(LJE, arr. 55). o agravo
cle instrumento é cabívcr "'r;;;;ç"
excrusivarne;;;;;;", as decisões interrocu- -54, inc. LXXII; lei n. 9.507/97). O direito é líquido e certo quando a de-
tórias relerentes a medidar rnonstração de sua existência independa de dilações probatórias no curso
u.g"n,", 1"ur-,.rã."r, antecipatórias)
indefiram o processamento dolec_u^à ou que do processo (LMS, art. la).
;ri..p"rro contra a sentença (lei
\"'!i,i,';'f"::::::l'arts n i2'r53. de ,r ,i ioó,õ, à,
40 e so- rei Essa tatela jurisdicionql di.ferencioda conta com uma diferenciação
cm grau elevadíssimo, quer mediante a exclusão de certas matérias a
reridapáros;;ã";:fi j"*:"T:T,:::,iT1,,"o'1"."J:,§,:lJil:1,fl cliscutir, quer pela inadmissibilidade de qualquer prova além da docu-
só podendo o juiz agregar_the
,
esr"
:l rlental, quer pela grande concentração do procedimento. O autor tem,
sentença puder trazer risco "feJã"[rãra" a pronta execução da
de dano irreparáuãi por esse motivo, a faculdade de maniÍ-estar sua pretensão pelas vias
1r_ln, art. B).
ordinárias ainda quando presentes os rcquisitos para o rnandado de se-
Todo juizado é presidido por
utn juiz togado e conta com gurança (;upra, n. 78).
l
ll
I
I
116 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL PROCESSO t4t
direito do impetrante não for ríqtticro e certct. Essa sentença não impetrado
rrcará dessa obrigação - mas o ente (estatal ou não) a que peftence o
coberta pela autoridade da coisa julgada e o pedido pode preparos feitos'
ser reiterado é condenado a resÍituir ao impetrante o valor dos
depois (seja mediante outra impetração, sejà pelas vias ordinárias
LMS, arts. 60, § 64, e l9).
-
Aolongodesrrahistórianodireitobrasileiroomandadodesegu-
rança foi acl[uirindo dimensões mais amplas que de início'
quanclo se
O mandado de segurança somente é admissível quando impetrado
no prazo de cento e vinte dias da data da ciência do ato a ser entándia que seria ad,rissível somente em Íàce de atos da Administração
impugnado
(LMS, art.23) Se o prazo passar sem que o interessaclo haja impJtrado Pública, ou seja, de atos de funcionários das pessoasjurídicas de direito
o mandado de segurança, nem por isso se reputa extinto ieu eventual público. Nessa evolução passott a ser admitido também em relação às
particu-
direito ao resultado desejado. o que deixa àe existir e a adequctçã, sociedades de economia mista, a diretores de estabelecimentos
(mandado de
lares de ensino e mesmo a integrantes do Poder Judiciário
dessa tutela diÍbrenciada, carecendo o impetrante de ação po,
interesse-adequação (supra, n. 74): o
áltu do seguÍança contra atojurisdicional - infro,n' 172)'
-ondudo de segurança deixa de
ser o remédio adequado para a clefesa de seu possíveidireiío,
ficando- A Constituição Federal e a Lei do Mandado de Segurança ofere-
-lhe à disposição as via,v orcrinárias oferecicras pero direito pro."rrrul
cem também o remedio consistente no mandado cle segurança coletivo
comum.
(Const., art. 5e, inc. LXX LMS, arts. 21-22), modalidade de processo
Devem figurar no polo passivo do mandado de segurança o
agente )obtivo (infra, n.92') pela qual se admite a iniciativa de entidades re-
que realizou o ato impugnado pero i,rpetrante (auÍorídode'coatira) presentativas de categoria em defesa clos direitos e interesses coletivos
e
e
a pessoa jurídica que ele integra, à qual se acha vinculado individuais homogêneos de seus integrantes'
ou da qual
exerce atribuiçôes (LMS, ar1. 6o, caput). No processo especialíssimo
do
mandado de segurança não podem ter lugar ôertas espécies
de resposta,
como a reconvenção e as provocações da intervenção de terceiros, 92. processo coletivo
sendo
também rigorosamente excluídas a prova orar e a técnica.
o procedi- Aolongodadécadadosanosoitentateveiníciointensamovimen-
mento do mandado de segurança passa pofianto diretamente valores
da resposta tação doutrúária e legislativa inÍiaconstitucio,al de apoio aos
do impetrado e da pessoa jurídica uo pà.ec". do Ministério público
do meio ambiente, da cultura e da história, da moraliclade pública,
de
eà
sentença de mérito, sem saneamento, sem fase instrutória interesses
e sem audiên_ proteção aos consumidores colxo grupo em que se concentram
cia (LMS, art.12). Tal resposta, à qual a Lei do Mandado
d" S"grrarçu iromogêneos e1c. - tudo se reconduzindo ao conceito amplo de direitos
cláo nome de inJõrmações (art.7a, inc. I), na prática é uma verãadeira jurisdicional
e inteiesses transindiviú,tals e tudo se coordenando à tutela
c:oníestação, ainda que não portadora de todo o conteúdo uma
<1a contestação a ser prestada a classes, categorias ou grupos de pessoas mediante
regida pelo Código de processo Civil (ar1. 337).
nova modalidade de processo, o processo coletivo'
A sentença condenatória concessiva d,e mancrctcro de ,segurança
tem lsso se vê de modo bastante enfático na Lei da Ação civil Pública,
eficácia imediata e
que é do ano de 1985, e no Código de Defesa do Consumidor' de
é retarcrada pela interposição de ..Jurro átgr-, 1990'
^ãoao
lpesar
de estar sLr.yeita duplo grau de jurisd(ão obrigatório (LMSI art. Éssa inovadora legislação instituiu as ações civis pública,r, notoriamente
14, §_§ la e 3a). A opelação interposta contra a sentença pelas quais o
conces,sivu do inspiradas nu, .á, qictions do direito norte-americano'
mandado de segurança só tcm efeito suspensivo nos casos
especiÍicaclos Itlinistério Público, certas associações e mesmo algumas entidades ou
em lei (LMS, ar1s. Je. § 24, e 14, 3u). juízo a lutela
s órgãos públicos ou privados são legitimados a postular em
No mandado de segurança há isenção do impetrante e do impetrado de classes, categorias ou grupos de pessoas'
por honorários (LMS, art.25). mas sujeita_se aquele a todos
os ôn,rs de Comoreferido,aáreadeatuaçãodasfutelascoletivasérepresentada
adiantamento de despesas. se a decisão lhe for desfàvoráver
responderá pela categoria dos direitos e interesses sttpraindividuais ot transindivi-
por elas a Íinal, sendo condenado a recolher o que faltar.
Ao impetrado tluais. Aãefinição desse ârnbito de atuação projeta-se na ciência proces-
rara'nente são impostas as custas e,,l caso de sucumbência (;upra, n' 74)' só se
poiqLre na sual mediante a configuração do interesse-adequação
rnaioria dos casos ele e um agente estatar e a Fazenda púbrica tetmos dos art' 81, par'' incs' I-III'
é isenta admitindo as ações civis públicas, nos
'"1
iil
i-
Outra característica fundamental da jLrrisdição arbitral consiste em ás sujeitos processuais, o, quais o juiz, as paftes e os a.uxiliares
sua limitação às atividades cognitivct,s, jamais tendo o árbitro o poder de
"ntr"
legitimados a realizar os atos do processo' ao longo clo
áu frr,içu, sao
reafizar qualquer ato de constrição sobre pessoas ou coisas (execução procedimento.
fbrçada, efetivação de medidas coercitivas etc.). busca
Há sujeitos processuais parciois, que no processo estão em
que são juízes
da satisfaçáo de uma pretensào; e sujeitos imparciais'
Caracteriza-se ainda o processo arbitral por um menor Jbrmalismo os
terceiros alheios
em relação ao estatal e pela possibilidade de definição de seu procedi- oa arbitu;s no exercício da jurisdição, na qualidade de
do Justiça' que
mento por ato de vontade das partes, preponderando pois o princípio da ao conÍ-lito de interesses, bem como todos os auxiliares
liberdqde das .f'ormas sobre o da legalidade. No direito positivo atual mediante atividades complementares lhes dão o apoio indispensável
porém essa diferença entre o processo arbitral e o estatal está em alguma para que a jurisdição porrá ,". exercida' O
juiz, o autor e o réu dizem-se
medida atenuada porque o próprio processo civil comum comporta cefta pessoas envolvidas nos
su.leitàs piincipais,porque são e§14§ últimas as
quem dirige o proces-
dose de flexibilizaçãct do procedimento, especialmente à vista do que .onRltoi de interesse trazidos à Justiça e e aqttele
dispõe o arl. 190 do Código de Processo Civil (supra, n. 78). soedecidearespeitodoconÍ]ito.Sãosujeitossecundáriosoadvogado,
e os auxiliares da Justiça, subordinados ao
jutz'
Manifestada a opção das partes pela arbitragem e provocada a ins- que representa as parles,
tauração desta, o árbitro ou árbitros nomeados por elas poderão aceitar iuÍnUÉ* o Ministàrio público considera-se parÍe em todos os processos
ou não a nomeação, e quando a aceitam estão a celebrar com elas um em que oficia.
contrato de arbiÍragem, que é a fonte do poder que virão a exercer ao
instruir a causa e proferir o sel:- laudo ou sentença arbitral. Essa sentença
97. juiz e purtes nu relação processual
não é sujeita a recurso algum, ressalvado o pedido de esclarecimento,
que exerce a função de verdadeiros embargos de declaraçãct (LA, art. Constitui postulado clássico da teoria do processo a conÍormação
30 in/ia,n.156). lríplíc'e da relaçao jurídica processual' F' absolutamente
excluída a pos-
próprias forças e
No direito brasileiro atual a sentença arbitral não depende de ho- slúilidade de que as paftes litiguem por si sós, com suas
mologação pelo Poder Ju.diciario (LA, art. l8) produzindo ela, por ou deixem de
segundo as regras que elas próprias estabeleçam, cumpram
si própria, os lnesrlos efeitos de uma sentença judicial (condenação, -.uúdu sem um diretor que comande e discipline esse comba-
",,'mpri.
155
PROCESSO
154 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVL
jurídicas ativas ou
parte, figuram como tihrlares das diversas situações
te. Não é admissível pensar na relação jurídica processual somente entre
ilJ;;Jil;;i;;; ii"a'"i"" da relação jurídica processual (roderes'
autor e réu, sem o juZ. ""
ônus, deveres, sujeição)'
iaculdades,
Nas décadas que se seguiram à formulação da teoria do processo parte exclus.ivamente p"t'.ó{lt^1^*:
Esse conceito, que define a
como relação jurídica (segunda metade do século XIX e início do século é o único iapaz de explicar sistematicamente
a contraposlçao
pro""ú ligações
XX - supra, n. 4) ocorreu aos juristas a ideia de valer-se de elementos u' àitátçO"t próprias das inconvenientes
oarte-terceiro, sem do processo.
da geometria como expediente didático destinado a figurar sua confor- O"-ãi*iro substáncial ou com o objeto
mação subjetiva. Ela foi de início descrita como uma linha reta, tendo
:H;;ffi;* defini-
Essa contraposição conduz aw
conceito negativo de terceiros'
em uma das pontas o autor e na outra o réu, sem qualquer menção ao q""'-"áo são partes' Enquanto terceiro' a pessoa não
dos como aqueles
juiz. Outros aidealizaramÇomo um triângulo,que é uma figura fechada dós poderes' faculdades' ônus
real\zaatos no p.o""r.o'" nào'é titular
e composta de três linhas e três ângulos - figurando o juiz no vértice, e qne çaraçlerizam;;"1'n*
porque não participam da
processual'.E'
etc.
nos ângulos inferiores o autor e o réu. Outros, ainda, expressaram a re- do julgamJnt;õ nao e lícito estender-lhes os efeitos
lação processual mediante duas linhas retas convergindo a um ápice, ou
DreoaraÇão 'i'a'
diretos da sentença (CPC, art' 506)'
seja, formando um ângulo - e esse ponto de convergência seria o juiz e
na extremidade oposta de cada uma das linhas estaria um dos litigantes. parte permite também
A boa compreensão do conceito puro de
parte e de parte legítima'
Ateoria linear estítdefinitivamente afastada, porque desconsidera a pre- distinguir .o* toOu o' tonttitos de
seja por imposição legal (incapazes de mais de um autor ou mais de um réu chama-se
litisconsórcio (infra,
- CPC, art. 7l).
Os resultados do
processo não atingirão o representante mas somente o representado n. 102). O litisconsórcio pode ser formado logo no início do processo'
- mais de um réu na petição
seja para beneficiá-lo com uma sentença favorável, seja para atingilo com a indicação de maisàe um autor ou de
na
com uma desfavorável. Quando vencido as despesas do processo e os inicial(litisconsórc io inicial) ou mediante o ingresso de um terceiro
de terceiro
honorários da sucumbência incidirão sobre o representado, que é parte, pendênàia do processo, fenômeno denominado intervenção
e intervenção de
e não sobre o representante, que não o é. io ulterior infra, n. 1 03)' Litisconsórcio
ilitiscorsó.c - pluralidade
ierceiro são as duas categórias integrantes do conceito de
Se o representante agir com excesso de poderes ao propor a de- de partes.
manda ou na realidade não existir representação, a causa do processo
deve ser atribuída ao falso representante, que será responsabilizado por
despesas e honorários (infra, n. 139). 102. litisconsórcio
posição de
Litisconsórcio é a presença de duas ou mais pessoas na
100. sucessão processual e sabstituição processual demandantes ou de demandados. Os sujeitos que se
agrupam em um dos
polos da relação processual são, entre si, litisconsorles' Todos são partes
Na sucessão processual ocoÍre a alteração de uma das partes de um posição relativamente ao objeto do
processo já formado. A sucessão a título universal manifesta-se nas hi- irir"ipuls, guardando sempre certa porque em relação
pro"^ro- *.1u po.q.r" propuseram uma demanda, seja
póteses de morte daparte pessoafisica ou de fusão, cisão ou extinção de ser citados ou porque o
a eles umu dàmànaà foi proposta e eles vieram a
pessoas jurídicas (CPC, art. I 10). Já a sucessão atítulo particular decor-
juiz mandou citar algumàelês como parte indispensável' ou ainda porque
re da alienação da coisa litigiosa ou do direito litigioso (CPC, art. 109). A plurali-
o réu chamou ao processo algum deÉs (CPC, arts' 130 ss) etc'
Em todas essas situações há sempre um surjeito que se exclui da relação
dadedeautoresqualifica-secomolitisconsórcioatiyo.Deteus,passivo.
processual (o sucedido) e um outro que passa aintegrá-la (o sucessor). (ou misto).
Nos dois polos dá relação processual, litisconsórcio bilateral
A partir do momento em que se dá a sucessão processual será parte no logo
processo somente o sucessor, e não mais o sucedido. O litisconsórcio diz-se inicial (ott originário) quando formado
a petição inicial indicado dois ou mais
ao início do processo, havendo
Não se confunde a sucessão com a substituição processual. Esta ulterior quando re-
autores ou dois ou mais réus; e será um litisconsórcio
consiste na legitimidade de um sujeito para agir em nome próprio mas
sultantedoingressodeumoutrosujeitonarelaçãoprocessualpendente
no interesse alheio (CPC, art. 18, parte final). É como o cidadão agindo
(intervenção de terceiro).
em juízo mediante uma ação popular, PaÍe no processo será ele mas que con-
os interesses que defende não são seus, senão do ente público alegada- Em sentido bem amplo, é aconexidade enlre as pretensões
como a relação
mente prejudicado. O cidadão será um substituto processual, e esse ente, duz à admissibilidade do litisconsórcio - conceituada ela
duas ou várias demandas que tenham um ou mais
substituído (supra, n. 93). A sentença de mérito que julgar procedente a de semelhança entre
elementos cánstitutivos em comum, sem terem todos
(infra' n' 121)'
ação do substituto incidirá sobre a esfera de direitos do substituído e não
daquele. Há na doutrina a aftmaçáo de que, diante disso, o substituído é Essarelaçãoentredemandas,querefleteacomplexidadelegitimadora
sistemático, é
t;;rna parte substancial, enquanto o substituto é mera parte formal. ãã proplà instituto do litisconsórcio e é seu fundamento
to*uoà pelo Código de processo civil, nos três incisos de seu art.
113,
que o litisconsórcio se admite' Esses
101. plaralidade de purtes luru u definição ão, .urot em
àispositivos sâo bastante minuciosos ao distinguir entre comunhão em
pela causa de
Quando se diz que os sujeitos processuais sào três, ou seja, o juiz, diràitos e obrigações (inc. I), conexidade pelo objeto ou
de questões por um ponto comum de fato ou
o autor e o réu, tem-se em vista somente a estrutura subjetiva mínima da p"ai, tir". 11é áTniaaae
àe Airàito (inc. ti!. Como lei
facilmente se percebe, a descreve nesses
relação juridica processual (supra, n. 96). Tal relação poderá, porém, ser
subjetivamente mais ampla, o que acontece quando mais de um sujeito incisosumaescaladecrescentedeligaçõesentreasCausas,caminhando
figura em seu polo ativo, no passivo ou em ambos. O conglomerado àa hipótese de maior intensidade (comunhão) à de
ligação mais tênue
159
I58 TEORIAGERALDONOVO PROCESSOC]VIL
PROCESSO
ao processo dos litisconsoftes
(mero aJinídctde). Arigor, no entanto, todas elas revelam algum grau de poderá ser reconhecida, com a integração
pãÀuàu a coila julgada, no enta,to, a nulidade tlca
necessários faltantes.
conexidade entre as causas.
o litisconsórcio' é Íàctível q* u
superada. Por não ser unitário :*l:1ç1
São de diversos graus e naturezas os modos como as situações quem foi pafie no.processo e é exatamente lsso o
seja eí'rcaz apenas para
.jLrrídicas de uma pluralidade de sujertos se entrelaçam, dando azo à é atingido pela eÍicácia da sentença
q,i" Quem não foi parte não
admissibilidade do litisconsórcio. Esses variáveis graus de intensidade ".".r.ra. tut corro se nenhum vício a inquinasse'
e quem 1bi parte deverá re'pàita-to
manifbstam-se na diferença de tratamentos que a lei endereça ao litiscon-
o julgamento da causa puder'
em
sórcio. conÍbrme o caso. O litisconsór cio e comumquando
sendo na prática exequíveis
As principais classiÍicações das especies de litisconsórcio, que ser- tese, ser heterogêneo para os litisconsortes'
venr corlo referência para a definição do regime a que os litisconsorles contraditórios' Se um dos autores
eventuais julgamentos logioamente
o reconhecirncnto da culpa do reu
Ílcarãro sujeitos, são as que diferem o litisconsórcio /'acultativo do neces- pro\a ter solrido Ou,,o, "'ão'tro nào'
em relação ao que provou os danos
.ttirio e o comum do unitário. conduzirá à procedêncru au at*unaa
ao que não os houver provado; se
Há litisconsrircio nec:cssário c1lrando for indispensável a presença de soÍiidos e à improcedência em relação os autores em
duas ou rnais pessoas no polo ativo or-r no passivo da relação processual. á.Ã-a" foijulgada improcedente em relação a todos por um deles
Isso ocorre selxpre que "pela natureza cla relação jurídica controvertida, "um caso como esse, o rec;rso interposto exclusivamente
amargará em deÍrnitivo a sentença
a eÍ'icácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litis- Jã uá .".o,r.nte beneficiará e o outro
unitário' em con-
consortes" ou quando a lei impõe o litisconsórcio (CPC, art. 114). Em ã"Ját".at"f (coisa julgad a) etc' Havetá litisconsórcio em defesa de uma só
estiverem
contraposição, o litisconsorcio seráJàcttltaÍi.vo quando sua formação não trapartida, quando toOo"s os titisconsoltes
possível endereçar a
seja obrigatória e decorrer da opção do autor pela instauração do proces- ,.ü;üià:,ru inrinaiul, não sendo praticamente diferente' Não podendo cami-
cada um deles um j,l;;;;;;
so litisconsorcial em vez de propor demandas isoladas. Nos termos do ãt
qLre dispõe o art. 115 do Código de Processo Civil, na hipótese de o caso
'etito
uqu"les que devem necessariamente
chegar
nhar por caminhos
ser jufgado sem a integração de um litisconsorte necessari.o a sentença
"pãtiát
aumdestinocomum,duranteoprocessooslitisconsorlesunitáriossão
um-dos litiscon-
será "nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que isso' a contestação de
tratados de modo no*o[anno'Poi
deveriam ter integrado o processo" (inc. l), e"ineficaz,nos outros casos, ainda quando reveis (CPC' art' 345 '
sortes aproveita a toaoi os demais'
que o outro requereu
apenas para os que não foram citados" (inc. ll). i".. tl,'ira" um participa da produção das provas
quesitos' Íbrmulando perguntas
(indicando assistente iecnl"o, t"Oigindo
No caso do inc. I do art. 1 15, que trata do litisconsón:io necessari.ct ou clecisão interlocutória des-
às testemunhas); se for proferida sentença
ttniÍtirio, há cÍbtivarnente uma nulidade. mas não só. A nulidacle se con-
favorável, o recurso ;J'p"J" por um «leles aproveita a todos os 'demais
valida corn a Íbrr.nação da coisa julgada (iníra., nn. i35 e 140) e não se
(CPC, art. I .005).
poro'ito fuao' os atos realizados po.t uT dos littsgol-
pode conceber, à luz clas garantias constitucionais do contraditório e da
a totlos quando destinados a restrlnglr
arnpl:r deÍbsa (Const., ar1. 5q, inc. LV), que a solução ditada na sentença sofles serão ineJicaze:s em relação
puderem enÍiaquecer
seja imposta a cluen"l deveria ter sido pafte no processo e sequer Íbi oita- ü;;;;" fuculdades ou de algum outro modo
do
de litisconsortes (reconhecimento
clo erl caso de litisconsórcio necessário unitário, não há corno impor a a posição pro""r,uul ão t"t;*'á
decisão a apenas um dos litisconsortes. Além de nula, por afrontar a re- p"dido, renúncia ao recurso elc')'
gra que impõe o litisconsórcio, essa sentença e inefi.coz tanto para qriem
foi quanto para quem não Í-oi pafie no processo. A irreÍicácia não é supe- Olitisconsórcittnece'ssário1:torincintli,bilicJctcleéirm'aogêrneodo
que_ambos decorrem da impossibi-
rada pela coisajulgada e poderá, em decorrência disso, ser reconhecida litisconsórcio ,ritá;,';; ;riii" a" tanrbém
de um dos sujeitos sem decidir
em qualquer sede, como a impugnação ao cumprirlento de sentença, a lidade de decidir t"tt" ' tiit"çao as de-
e sem que sejam hotnogtrneas
demanda declaratória da ineÍicácia da sentença, os embargos de terceiro, sobre a do outro lnecessariedade) Público move
Se o Ministério
a ação rescisória e/c. cisões reÍêrenttt uo'-Joi* (unitariedade)' permitidos pelo
em um dos casos
No caso do inc. It do art. 115, que trata do litisconsltrcb necessarí.o uma ação de ctnulação cle casantenÍo porque é
que a m:Ya aambos os oônjuges'
comum, em realidade a sentença será nula, por aÍronta à exigência do Cóc1igo Civil é indispensável de solteiro
de volta ao estado
litisconsórcio e, enquanto não sobrevier a coisajulgada, essa nulidade .iuridicarnente i''pàJ'i'"i ou'á'u"-' deles
I60 TEOzuA CERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL PROCESSO
deixando o outro casado casudo com queil./l Pela mesma razão, rnovicla 104. intervenção litisconsorcial voluntdris
essaaçãoaambosóindispensávelqueajulgrreojuizdomesmomodo
para o marido e para a mulher, porque a decisão que pusesse os dois em
Na intervençã.o litisconsorcial voluntária um terceiro intervém no
estados diÍêrentes seria tão absurda quanto aquela outra. Esse exemplo processo para figurar como litisconsorte do demandante, ao apresentar
Corriqueiro,quechegaasercaricato,édosquemaistêmsidoutilizados demanda conexa à do autor, de mesma natürezae em face do mesmo reu.
pela áoutrini na demonstração da necessariedade-unitariedade, embora O Código de Processo Civil não collsigna essa espécie de intervenção de
sc saiba tarnbém que o litisconsórcio necessário não é invariavelmente terceiro e por isso houve e ainda há muita resistência em relação a ela,
unitário e que o unitário pode ser talrbém Íàcultativo. Ordinariamente seja na dor.ttrina ou entre os tribunais. Com o passar dos anos progride
o litisconsórcio necessário em razão da incindibilidade das situações é no entanto a tendência a aceitá-la, desde que a interuenção seja realizada
tarnbém unitário (como o do exemplo acima), lnas isso não acontece
antes «Je o juiz despachar a petição inicial, quando houver pedido de
cluatrdo a necessaricdade decorre apenas de uma disposição legal; nessa
(não tutela provisória, ou até o saneamento do processo (;upra. n. 82), se não
seguncla hipótcse telx-se o litisconsórcio necessário mas comum
unitário). lnvcrsamcnte, o litisconsórcio unitário será em princípio tatn- houver. Essa tendência de aceitação do instituto fez com que ele fosse
bern nece.s,sárlo, tnas llelx selxpre: é o clue ocorre. p ex', nas caLlsâs
para consagrado na Lei do Mandado de Segurança (supra, n. 9l), estabele-
as quais a lei estabelece ttma legiÍimidade ext.raordinária concorrente cendo esta que "o ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após
-- mais cle um sujeito é autorizado a atuar em.iuízo, cada um
deles em o despacho da petição inicial" (LMS, art. 10, § 2a).
nome próprio mas toclos no interesse de um só e mesfilo terceiro. A lei
não exige que atuem em conjunto, o que signilica q]uie não é necessárkt
o litisconsórcio entre eles: só proporão a demanda em conjunto se assim
105. intervenção do litisconsorte necessdrio
preferirern. Mas ó absolutamente úníco o objeto da demancla de cada um n' 102) não imple-
Em caso de litiscons(trcio necessário (supra,
àeles, sendo u,r só o substituído: todos são substitutos processuais de pode
mentado pelo autor logo ao propor sua demanda ser determinado
un] substituído só. Por isso, se optarem pof atuar conjutltamente, esse jurídica pro-
o ingresso de um terceiro em algum dos polos da relação
litisconsórcio será unitário, não obstante Íacultativo'
cessual. -Esse ingresso pode ser voluntário, provocado pelo autor ou pelo
réu. Essa hipótese é ao mesmo tempo ligada à teoria do litisconsórcio
103. intervenções de terceiros
e também à da intervenção de terceiro. O ingresso do litisconsofie ne-
lntervenção de terceiros e o ingresso de um suieilo em processo cessário na relação processual pendente entre outros é serl dúvida uma
pendeníe enÍre outros, como parte. Dadas a proximidade entre peSSoaS inÍervenção, e essa intervenção é destinada a dar eÍêtividade às regras
que são partes e pessoas que não o são bem como a situaÇão de direito inerentes ao litisconsórcio necessário.
material em discttssão no processo, elas podem ficar sujeitas a algun'l
efeito indireto sobre sua eslera de direitos. E o caso do terceiro que quei- 106. ussistêncis simples ou litisconsorciul
ra evitar que o julgarnento de uma causa crie um precedente desÍàvorá-
vel no tocante a Lllna concreta relação jLrrídica sua com uma das paftes, Na asslslárcla um terceiro com interesse jurídico rra prolação de
situação em que intervirá como a.!.§1,§lerle. Assim e tambem quando uma sentença Íàvorável a uma das paftes ingressa voluntariamente no processo
das partes pretende haver uma decisão qlte a favoreça na hipótese de com o objetivo de auxiliá-la (intervenção ad coaditntandum - CPC, aÚ.
sair-se vencida na causa pendente: denunciação da lide on o
fará então a 119). A assistência tem por limites temporais o início do processo e o
chctmamento oo ptocesso elc. (a extensão subjetiva dos efeitos direÍos da mornento em que ele se extingue definitivamente. Enquanto não extinto
sentença é excepcionalíssima no sistema e sua generalização chocar-se- a assistência será admissível qr-nndo presentes os demais requisitos, e a
-ia frontalmente com as garantias do contraditório e do devido processo passagem da fase de conhecimento para a de cumprimento de sentença
legal - suprct, nn. 33 e 38 - infra, n. 140). seja para benefício do terceiro não restringe nem limita sua admissibilidade. Por isso o assistente recebe
qri. int".uér, ou da parte que provocou a intervenção, são esses eÍ-eitos o processo no estado em que se encontra (CPC, ar1. I 19, par.), ou seja, sua
indiretos que justif,rcam a intervenção. Adiante serão analisadas breve- interuenção não acarreta retrocessos no procedimento ou repetição de atos,
mente as dilerentes especies de intervenção de terceiros' devendo ser respeitadas todas as preclusões eventualmente já consumadas.
163
I
PROCESSO
I
CWIL
162 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO
(CPC'
eventual decisão que the haja causado algum prejuízo iurídico
O as- ,-a de tercei.ro' mediante
a' a simples e a litisconsorcial' art.996)- e essa e -odãlidade de intervenção
Há duas espécies de assistênci que a sentença in[1uir pafte no processo' Exige a lei que'
a qual á terceiro recorrente se toma
sistente e litisconsorciui' à'
rI q'uf incado'.'"sempre
uáu"ttatio dã assistido"' devendo--ser "a possibilidade de a decisão sobre a
na relação jurídica ."t;;;;";;
uo'.."or."., o terceiro demonstre
l
da pafie prm- judicial atingir direito de que se
o assistente e "litisconsotte .etuçao submetida à apreciação
l
considerado nesta hipótes. lu" possibilidades de atuação
3uriaica
juízo como substituto processual"
que as afirme titular ou que possa discutir ern
cipal" (CPC , an. 124)' tsso significa p-rincipal' ou sela' terá a indispensável legitimidade
serão i""l"t qti'-"' u' d"
uma parte (CPC, art. 996, pár.),iem o quê ele não
desse assistente
signihca' todavta' que
tantas quanto as de um litisconsorte -ry11ão uo pto""tto demanda
recursal.
pois náo traz
ele seja um verdadeiro litisconsorte'
julgada n"* * iut" aàte rol pÍoposta qualquer demanda
algr-nr-ra a ser da 108. denunciução da lide
tnerito (suprLt'll' 102)' A procedência
a scr julgadu,,o,"n'""çu de conde-
bem algum-nem ele sofrerá uma A denunciação cta tide é uma demanda dependente da principal
clemanda inicial não f ft"ãttiUu;ta da qual sela qual se postula
rracão ou alteração í*iaico-substancial proposta por aLltor ou réu em face de terceiro na -um
"'";i;;;'^;ú"ia"
dominante na doutrina a opinião de
que
direito de regresso (CPC, ar1. 125). A utilização da denunciação da lide
ilffi;"ü r" .,r,;*" frrga"mente
;;rJ" Áeiro t i t i s,' o n s o r t e. Há assistência
o ass i srenre t i t ir.onrorÍl l ;
;; é uma faculãade do clenunciante e, se não hottver
a denunciação' será
prcsente interesse jurídico porrir"f exercer o direito de regresso em autônoma (CPC' afi'
simples nas demais ttiiott"'
em que clemanda
"ttr;::
inte.nso' L'oniorme consta do
art' l2l' terceiro passará a ser.réu nessa
na intervençào porem nào tào atuará como
iil" S 1o). Realizada a denunciação, o litisconsorte
caput, doCódigo Ot
pÀ""t'o Civil' "o assistente simples
d"-unda- subsidiária e ao mesmo tempo figurará como
poderes e sujeitar-se-á (CPC' arls' 127 e 128)' Em tese'
auxiliar da parte pt'n"ipul' exercerá
os mesmos r1o denunciante na demanda principal
q" o assistido"' O assistente litisconsor- julgada procedente a denunciação feita pelo réu deveria ser imposta
a
aos mesmos 0,,' p'o""ã*'"i;
podendo inclusive em favor do denunciante'
uma parle principal' do denunciado exclusivamente
cial tem os mesmos poderes dá assistid: o que essa conde-
contrariar a orientação tomada
no processo pelo
"tl':-'jt: No entanto, por razões de ordem prática, impõe a lei
"oãO"nrçao
não pode contrarlar o principal' de modo a que
simples, apesar at t""Uá-
ter poder de atuação' ,ruçao lur"Uem benef-rcie o autor da demanda
pelo cumprimento da
assiitido (CPC, arl' 122)' o ié, o denunciado respondam solidariamente
que seja a classe em que se "
obrigação (CPC, arl- 128, par')' Dada a relação de dependência entre a
Julgada a causa' o assistente'.qualquer vencedor
à' decisão' nos termos do J"lnãnàu principal u,u6riaiâ.ia, se o denunciante sagrar-se
enquadre, Íicará sujeiio à chamadá7uitiço irnpedido' " pois carecerá o
de Processo Civil' E'le estará na principal o mérito da subsidiária não será apreciado'
que dispõe o art' tZj áo Código pafie' de repor em julgamento (CPC' art' 129'pat')'
o-uã ve't'u a
figurar como rlcnunciante de interesse erl seu
em alguma como
j.,rg"*"itJ 'u
"*ià atuado
discussão o
"u,rru p'"}ãtia" naquela-em que houver
assistente. 109. chumamento ao Processo
é a prevista no art' 5q da lei
n' como
Hipótese peculiar de assistência UIi:-f* No chamamento ao proces'\o, o reu, quando trazido a este
a intervenção'd" devedor solidário
9.469, dero at r*rf'Jà" lsgz'
qu" aclmite rlçvedor de uma obrigação solidária, pede que outro
"nas causas em que Íigurarem' como autoras ou rés' autarqulas' polJ pussivo da relação- processual' objetivando que a
deral públicas ,"1o ir'rt"grrao ao
de economia mista e empresas do instituto
.,,ndenaf,ão tambérn o atinja (cpc, art. 130). A utilidade
é
fundações p"tricaisociedaíes requisito do interesse
na dispensa do
federais". A pt"di;;à;à;;siste pcrmitir ao rétt originário exercer o seu direito de regresso
sem a neces-
bastando o interesse econô-
jurídico para que ü; *bí;;i;
intervençáo'
,i,lu.l" d" propositura de uma demanda autônoma' pois "a sentença de
mico (art' 5q, Par')'
título executivo em favor do réu que satisfizer
1,r',,cedência valerá como
do devedor principal'
rr tlivi«la. a fim de que possa exigi-la, por inteiro'
107. recurso de terceiro preiadicado t,rr. tlc cada um dos códevedores, a sua quota' na proporção que lhes
prejudiccdo um sujeito ate então lrrcrrr" (CPC, art. 132).
Mediante o recurso de terceiro imesignação contra
não figurant" ,ru ..jãnãl f.*.ruur *unif"rtu sua
PROCESSO t65
164 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CNIL
110. sucessão do réu pela purte legítima de eventual instrução probatória o incidente será decidido por decisão
interlocutória (at. 136).
A sucessão clo réu pela parte legítima é modalidade de intervenção
de terçeiro prevista no código de Processo civil vigente que substitui a
ll2. amicus curire
antiga nomeação à autoria. Seu ar1. 338 dispõe que, "alegando o réu,-na
contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo A figura do amicus curire, que também é um terceiro interveniente,
invocado, ojuiz facultará ao autor, em quinze dias, a alteração da petição ingressou no direito positivo brasileiro através do art. 7o, § 2n, da Lei
inicial para substituição do réu". Caso o autor aceite a indicação da parte da Ação Direta de Inconstitucionalidade (,tupra, n. 94). Pelo que ali se
legítima, ele "procede ra, no prazo de quinze dias, à alteração da petição dispõe, tratanclo-se de matéria relevante o relator poderá admitir, no
inicial para a substituição do réu" (art. 339, § ln) - ou poderá ta,rbém, processo de ações dessa ordem, a manifestação de entidade ou órgão
se assirn preferir, "optar por alterar a petição inicial para incluir, como representativo que se proponha a atuar como amicus curice. Agora veio
litisconsorle passivo, o sujeito indicado pelo réu" (art' 339, § 2o)' O o art. 138 do Código de Processo Civil autorizando de forma generica
Cócligo nada àiz sobre a possibilidade de o autor recusar a indicação do o juiz de primeiro grau ou o relator, em qualquer tribunal, a convocar
terceiro legitimado feita pelo réu ao afirmar-se Lll1.a parle ilegítifira, mas por iniciativa própria tais entes representativos a se manifestarem no
tal possibiLidade deve ser admitida sem qualquer sombra de dúvida, dada processo ou deferir evetrtual pedido de ingresso no feito sempre
a a-mpla liberdade que todos têm cle demandar quando quiserem, não "considerando a relevância da matéria, a especificiclade do tema objeto
demandar se assim preferirem ou demandar contÍa o sujcito que esco- cla demanda ou a reperÇussão social da controversia". Claramente teve
therem (supra, n.34:). Mas, seja ao aceitar ou ao recusar tal indicação, o o legislador a sadia intenção de ampliar e enriquecer as discussões das
autor cleverá estar consciente do risco que corre, de ao fim o sujeito que causas mediante a participação de entes especializados e representativos
figurar rro polo passivo da relação processual vir a ser considerado parte supostamente aptos a auxiliar os juízes na boa compreensão das questões
tegitima e, então, ser ele havido por carecedor de ução com a extinção o das pretensões sobre as quais deverá pronunciar-se.
do processo sem julgamento do mérito (CPC, art.485, inc. VI)' "O amicus c:uriae pode recorrer da decisão que julgar o incidente
tle resolução de demandas repetitivas" (ar1. 138, § 3') e opor embargos
llt. inciclente de desconsiderução du personalidacleiutídict dc declaração contra as decisões proferidas no processo em que intervier
(rrt. I 38, § I q). Não pode interpor outros tipos
de recurso (art. 138' § la)
uma das grancles novidades do código de Processo civil de 2015 c os demais aspectos de sua atuação processual serão definidos em cada
foi a criação de uma nova modalidade de intervenção de terceiros, o r.:aso concreto pelo juiz da causa (aú. 138, § 2a).
incidente cle clest.onsideração dct personalidade iurídicct. o objetivo foi
elirninar a extrema insegttrança que vigia no sistema anterior em clecor- I t -1. a tríplice cupacitlade processual
rência de desordenados redirecionamenÍos de execuções e arbitrárias ex- a capacidutle de ser purte' u de estar em.iuíz'o e a postulattíria
tensões da responsabilidade executiva a sujeitos diferentes do obrigado.
-
Pelo que dispõe o Código, extensões dessa ordem só serão admissíveis O tema da capacidade das partes é subdividido em três aspectos
quando houver um prévio pronunciamento judicial a respeito' tlistintos: o da capacidade de ,ser p(trte, o da capacidade de estLr em
1rrí:tt e o da capacidade postula.tória. -Essas três capocidades constituem
incidente poderá ser instaurado "em todas as Íàses do processo
o
rt'r;rrisitos sem os quais as manifestações das partes são ineficazes e,
de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada
porlanto, a prestação da tutela jurisdicional é inadmissível.
em tílulo executivo extrajudicial" (ar1. 134) e e dispensado quando a
'|ôn capacidade de ser parle todos os entes que, segundo a lei, pos-
desconsideração da personalidade for requerida na inicial (art. 134,
apreciado ',irr) scr titulares dos poderes, deveres, faculdades e ônus que integram
§ 2n) - hipótese em que o pediclo de desconsideração será
incidente provoca ,r r.clirção jurídica processual. Em regra essa capacidade seria atribuída
quando do julgamento da causa. A instauração desse
'.rrnrt:ntc às pessoas físicas e às pessoas jurídicas, ou seja, a quem tem
a suspensão do processo @rt. 134, § 3n), e após a citação da pessoa que
1,,'r',s',trtttliclade jurídica (CC, ar1s. l! e 40 ss.). No entanto,
por razões cie
pocleia vir a ser atingida pela desconsideração (ar1. 1 35) e a realizaçào
16ó TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL PROCESSO tío/
ordem prática a lei atribui capacidade de ser parle também a cedos entes (CPC, ar1. 103 - supra, n. 60). Não se incluem entre os atos postulatórios
que nãá têm personalidade jurídica plena perante a ordem jurídico-subs- e são realizados pela própria pade o depoimento pessoal e outros atos
tancial. Diz-se nessas hipóteses que há merT personalidade processtral. persorralíssimos.
É o caso da massa falida (CPC, att.75, inc. V)' da herança jacente ou
vacante (CPC, art. 75, inc. Vl), do espólio (CPC, art' 75, inc' Vll)' rla Em algurnas situações excepcionais, como ocorre no sistema dos
jr.rizados especiais, a paúe pode praticar atos postulatórios diretamente,
sociedade e da associação irregulares e de outros entes ol:ganizados sem
independenternente da representação por advogado (sttpra, n.90).
personalidade jurídica (CPC, art. 75, inc. IX)' do condomínio (CPC, art'
75, inc. V), do nascituro (CC, ar1. 2a), das câmaras de vereadores, sempre
que atuarem na defesa de suas prerrogativas institucionais, relacionadas ll1. .fhculdades das partes -faculdudes puras ou não
com o seu luncionamento, sua autonomia e independência, etc'
As parles têm em princípio a liberdade de agir no processo segundo
Não basta a copcrc'idcrde de scr paríe pata que a parte possa atuar
suas próprias vontades e escolhas (strpra, n. 34). Essa liberdade para o
em juízo ern deÍêsa de seus interesses. E,la deve aclicionalmente ter a
exercício das faculdades processuais encontra limites quando atinge a
capaciclatle cle estar emiuízo (tambem denominada de capacidade pro-
esÍ-era de direitos cle outra pessoa, e e por isso que na vida do processo
cessual ot legitimatio ad processum), que e a capaciclade de atuaçã.o
existem normas impostas especificamente para limitar sua extensão.
processual por si mesma,rnediante a outorga de procuração a advogado
e a prática dos atos que podem ou devem ser realizados diretamente Não estão sujeitas a limites as faculdades processuais puras. que
pela-par1e. As pessoas físicas lêm essa capacidade quando se acham no são muito poucas e revelam-se em atos de menor importância. As partes
plená exercício de seus direitos (CPC, ar1. 70). Não têr-n capacidade de têm a faculdade de se fazerem representar por um advogado só, ou mais;
podem optar por apresentar sua defesa no primeiro dia do prazo ou no
estar em juízo os absolutamenÍe incapazes e os relalivqmente incapa-
zes. Aqueles, que são os menores com idade inf-erior a dezesseis anos último eÍc. Fora de hipóteses Çomo essas o exercício de uma faculdade
(CC, ar1. 3a), serão representados pelos pais ou tutot (supra, n' 99); traz vantagens ao sujeito que a exerce, ou deveres para o Poder Judiciá-
esses incapazes, que são os menores entre dezesseis e dezoito anos, os
rio ou desvantagens para a parte adversa, ainda que indiretas. Quando
isso acontece a lei delimita o exercício das Íaculdades processuais, e de
ebrios habituais, toxicômanos, pródigos etc., serão assl,sliclos (CC, art.
parte entremeio a elas existem ônus e deveres.
4a - CPC, art. 71). A representação imporla realização dos atos de
exclusivamente pelo representante; a assistência consiste em realização
conjunta do ato, com a coparticipação do relativamente incapaz e o ge- Il5. ônus das purles
nitor ou curaclor (CC, ar1s. l.741,tnc'1.1.114,1.781 etc:')'
Segundo clássica definição, ônus é um imperativo do próprio inte-
resse (James Goldschmidt). Consiste no encargo de assumir determinada
A capacidade de estar em juízo deve ser alerida em concreto'
conduta comissiva ou omissiva, confonne o caso, como condição para
com reÍêrência a uma causa especíÍica. A perda de capacidade para o
exercício de direitos que não tenham relação coill a causa é irrelevante obter cefta vantagem ou para não supofiar cefia desvantagem. Dif-erente-
para a aferição da capacidacle de estar em juízo' A título de exemplo, a rlente do cumprimento das obrigações e dos deveres, que se realiza em
incapacidade para o exercício do poder Íàmiliar, da tutela ou da curatela beneficio de outro sujeito, o cumprimento dos ônus traz um benefício
decoffente de condenação criminal (CP, art. 92,inc' II) não toma o con- àcluele que os cumpre, sempre em seu próprio interesse. Por isso o cum-
<lenado incapazpara propor emjuízo demanda de cobrança fundada em primento dos ônus não pode ser exigido por quem quer que seja e seu
contrato de mútuo. tlescumprimento não é um ilícito, porque a ninguém prejudica, senão ao
pr(rprio sujeito que não os cumpre. A parte que não cumpÍe o ônus de pro-
o último aspecto da capacidade das pades e a capacidade postula' vrrr o que alegou prejudica a si própria e não ao adversário. I{inguém pode
Íório.. Para aprática de atos postulatórios a parte deve ser representacla tt,r' compelido ct cumprir um ônus e não há meios preordenados ao curl-
no processo por um aclvogado, sob pena de seus atos serem ineficazes plimento de qualqr,rer deles por algum terceiro, em substituição ao titular.
PRocESSo 169
CIVIL
168 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO
A parle que não comparece para prestar depoimento impõe-se a conse-
Diferentesdosônussáoost]eyeres,queseconceituamcomo qrrànciu desfavorávei consistente na (mal) chamada pena de confesso
cumpri-los é prejudicar a um
ímperativos do in.teresse alheio. Não (ar1s. 139, inc. ViIi, e 385, § 1o).
pafie que' mentindo em juízo' está
terceiro e não a si próprio - como a
Os poucos deveres processuais impostos às partes são instltuídos
prócessual ou a testemunha que' não
a descumprir o dever ãe tealaaae os ônus Dara a defesa do interesse pirblico no corueto e eficiente
exercício da
po.u dtpot, descumpre o dever de comparecer' ordem juridica' com a
justificativ a para a reação da
""*p".."ird"
hmbém não se conÍLnà.* asàLtrigações, que constituem situações .iurisdiçâo. E essa a
"o* formas de sanção' O mais amplo e expressivo dos
vantagem A" o*u p"s'ou sobre outra
com relação a determinado'bem' i-posiçao de diversas
de exigência de que as
uma obrigação por não dar efetivida- deveres das parles e o de lealclade' com a expressa
O deveclor que não pugu ã"t"u-pre
paftes devem "comporlar-se de acordo com a boa-fe" (art' 5o1
solra eln dinheiro que a lei atribuía e a repres-
de à situação de vantalem sobre «iada
o descumprimento U": ,ao a titigarcia de má-fé e aos atos atentatórios à dignidade da Justiça
a outro sujeito. Por islso é que' enquanto 91:^U
ou obrigações lesa a tercetro' infra,n.llT). O Código de Processo.Civil
p,"irài"i"i ao próprio sujeito' o de àeveres (arts. 77,J 2e,7g-81e174 -
a todos os
ànuncia também e dá realce ao dever de cooperação, imposto
Assimcorrceituarlos,osônusconstituenraprincipalmolap.ropulso- sujeitos processuais (art. 6a).
as pafies a participar ativamente
ra rlo processo, responsável por induzir
situações processuais desfavoráveis' Noarl.78doCódigodeProcessoCiviltambérnéimpostoatodos
sãü Ér; de serem degradadas a os sujeitos processuais o clever (negativo) cle não
"empregar expressões
contestar oferece ao autor a vantagem
O réu que não cumpte"o ônus de ofensivas nos escritos apresentaclos,'. Há tanrbém os deveres do perito,
das alegações de fato contidas na
consistente na presunção de veracidade como o de pontualidade na prestação de seus sewiços (art' 157)' Ao con-
que alegou determinado's fatos'
p"iiçà" iri"ial (CPC, arl' 344)' A parte prová-los' sob
ciliador e ao mediador sãolmpostos vários deveres, entre os quais o de
sendo estes negados pàtá uo'á*arlo' incumbe o ônus de crnftriencialirlocte (art. 166, § lq)' Também está disposto
que "ninguém
por inexistentes (CPC' att' 373)' etc' seeximedotleverrJecolaborarcomoPoderJudiciárioparaodescobri-
;;;;l;-t"."ml',avidás mento da verdade" (afi. 378).
ônus processual é o de
O primeiro, mais a-mplo e mais.significativo
dos órgãos jurisdicio-
demandar,"orr.rpord*t! ao princíp iá da inercia ('inJra' 117. o dever de lealdade
nais e sem ..r*p''*tnto '"quti se instaura processo algum a elas
"r;o as demandas' o de responder
n. 1 l9). Há o ônus de fundameniar Ain-rposiçãododeverdelealdadenoprocessoconstjtr"tiumaCons-
de aíirmaÇão)' o de adiantar tante nas tegislações modernas, amplamente acolhida no Código
de Pro-
sob pena de revelia (projeções do ônus
despesas do pro.",'o,'o á"'p'o'u''
o de-recnrrer etc' etc' É tão intenso cesso Civilligente. Esse dever decorre, em primeiro lugar' de normas
obter
o ônr.ts de participar' ;'"; imperativo do interesse de cada um a geraiscomooart.5qdoCódigodeProcessoCivil,nosentidodeque
garantia do contraditório pode ser ;uqrel" que de qualquer forma participa do processo deve compofiar-se
a tutela jurisdicional, que a piOprla dos
colrlo o espelho o padrão de con-
considerada, qrundo
pelo avesso' de àcordó com a boa-Íé". Na sequência, deixando claro
"*u''inàda'assià n' 33)' do ar1' 6a que "todos
ônus impostos às partes no processo (supra' àuta que se espera dos sujeitos processuais, consta
os sujeitos do processo cooperar entre si para que se obtenha'
à.u"*
em tempo razoàvel, decisão de mér:ito justa e efetiva". o
ar1. 7a impõe o
116. devetes das Partes
tratamento paritário das patles em relação aos deveres e à aplicação das
às. parles no curso do' processo sanções processuais e, nó art. 139, inc' III, ao serem fixadas as diretrizes
Não são muitos os deveres impostos.
de interes- juiz, é estabelecido que lhe incumbe
de condutas comissivas ou omissivas paru adireção do processo pelo
- ou seja, as exigências proprio Estado-juiz no exercício dajurisdição. P. lpr"ueni. ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e
se do adversárlo o, áo
c.on.testar e a parte não tem sequer
ndeferir postulações meramente protelatórias"'
ex., não existe um suposto clever de i
o çlçver dn ,o*po'n-"imnnto quando intimada a vir prestar O-"1:P*t" Dessas noÍrnas gerais, em especial a que impõe o dever de
boa-fé'
ônus' cujo descumprimento previstos em lei de tbrma explí-
pessoal (CPC, art. 385)' Quáse tudo são decorrem diversos dáveres, alguns não
em nol-Ínas portadoras de regras específicas de
podeproduzirdesvantagen'*u'nãoconstituiilícitoprocessual'Oréu cita e outros indicados
344)'
o efeito da revelia @rt'
que não cumpre o ônus ãe contestar supofia
n0 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL PROCESSO t7l
conduta e das respectivas sanções para o caso de descumprimento. O nú- salutar impedir que a parte se compofte agueridamente na defesa de
cleo central desse regramento encontra-se nos arts.77 a 81 do CPC, que seus interesses. Esse aspecto demanda muito cuidado na disciplina dos
tratam dos deveres e da responsabilidade das partes por dano processual. deveres éticos. É necessário encontrar o equilíbrio e a proporção ideal
Em geral, o descumprimento do dever de lealdade ocorre mediante cntre o direito à ampla defesa e a repressão à deslealdade, pois uma dis-
a utllizaçáo abusiva do processo ou de um instrumento processual. O ciplina muito rigorosa poderia causar embaraços à parte inocente, com
abuso do processo está estreitamente relacionado com situações jurídicas rcstrição de seu legítimo direito de defesa. Daí a necessidade de ponderar
ativas assumidas pelas partes no desenvolvimento da relação jurídica Os valores envolvidos e encontrar uma solução conciliadora, filas scm
processual (poderes e faculdades). Pode partir tanto do demandante tolerar abusos que possam comprometer a efetividade, adequação e
quanto do demandado. Autilização abusiva do direito de ação pode cau- tempestividade da tutela jurisdicional (supra, n. 28).
sar tantos males quanto o abuso da defesa.
"O processo civil, com sua estruhra contraditória em que a cada uma
O processo é uma arma poderosíssima e sua mera instauração,
das partes seatribui atarefade sustentar suas próprias razões, é essencial-
quando traz tma pretensão inÍundada, já constitui um peso a ser injus-
mente refratário a uma rigorosa disciplina moralista do comporlamento
tamente suportado pelo demandado. E no entanto mais frequente na daquelas. Se cada litigante pode contar, para vencer, apenas com a própria
prática que o demandado uÍllize abusivamente de seu direito de defesa, e capacidade de explorar os elementos e os argumentos favoráveis, não se
isso geralmente ocome com a utilização de expedientes empregados com pode pretender que fomeça tambem os que lhe são desfavoráveis e pode-
o objetivo de procrastinar o desfecho do processo. riam favorecer o adversário. Um dever nesse sentido não teria qualquer
probabilidade de ser observado e seu único resultado seria o de pôr em
Nesse contexto situam-se as condenáveis condutas do Poder Públi- dihculdades e em situação embaraçosa a parte mais honesta" (Liebrnan).
co nas demandas em que figura como réu. Com o objetivo de protelar
ao máximo a satisfação dos direitos dos advcrsários, ele constantemente
utiliza expedientes menos compatíveis com a ética do processo, em cer- § 3q. ronMlçÃo, susrnNsÃo n nxrnçÃo oo PRocESSo
tos casos com a defesa até ao último grau dejurisdição e insistência em
118. formução, suspensão e extinção do processo
teses já pacificamente rechaçadas pelos tribunais.
É certo que, diante do prestígio que o sistema processual confere à Ao levar ao Poder Judiciário uma pretensão em busca de reconhe-
garantia do contraditório (supra, n. 33), é pouco provável e até pouco cimento ou satisfação o demandante dá causa àimediata.formação do
172 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL PROCESSO tli
proce,\so. o processo reputa-se formado, e portanto pendente, a partir do , l('nlcntos constitutivos da demanda deve ser exposto em sua apresenta-
momento em que essa iniciativa é to,rada mediante a entrega da petição ,, ;r,, ao juiz está indicado no dispositivo que rege a petição inicial (CPC,
inicial ao Poder Judiciário, com a qual o autor ou o exequente taz a esÍe .rrl. .ll9) e ali reside, antes e acima de tudo, aprópria exigência de que
a sua demctnda - e essa demanda, como ato de pedir tutera jurisdicional,
totll clemanda explicite paftes, causa de pedir e pedido.
tem por conteúdo uma preÍensão de quem o realiza, ou seja, uma exigên_
cia de subrtrdinação de ,m intere,s,se alheio ao interesse próprio. Embora a lei se refira à causa de pedir como "os Íàtos e os funda-
Pelo disposto no aft. 312 do código de processo civil, "considera- mentos do pedido" (CPC, art. 319, inc. lll), é mínima a relevância dos
-se proposta a ação quando a petição inicial for protocorada, todavia, .filndtrmentos jurídicc.ts como fator de identificação das demandas.
Pela
a
propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no pcrspectiva «la causa de pediq e nos.fatos alegados que reside o grande
art. 240 depoi,s que J'or validctmenÍe citado" . rsso não signiÍica que antes poder de identificação. É essa narativa que vincula ojuiz, não podendo
da citação do demandado o processo ainda não esteja formado. Ele está cle decidir com apoio em fatos não narrados e tal é o conteúdo da teoria
da subsÍanciaçâo, de prevalente aceitação na doutrina brasileira. Enquan-
fomado sim, e já existe, so não sendo permitido nesse período alcançar
to os fundamentos jurídicos se situam no plano abstrato da ordem jurí-
o den-randado ou seu patrimônio mediante imposição àaqueles efeitos
dica, os fatos narrados são algo de concreto que se associa às realidades
(litispendência, litigiosidade da coisa, constituição em moia). E tanto
o de relações jurídicas materiais entrelaçadas na vida comum das pessoas'
processo já existe, e portanto está formado, que antes mesmo da citação
será lícito ao juiz impor ao demandaclo alguma medida urgente eventual-
mente necessária (afi.300, § 2a) e, sem dúvida alguma, essas lirninares
- l2l. relações enÍre demandas
concedidas inqudiÍa alÍera parte são atos de um processo. - litispendência, continênciq e conexidade
sendo indiferente para o autor qual dos pedidos terá sucesso (CPC, art. 124. estubilização e alterução da demands
325 e 326, par.). Pode ele postular a rescisão do contrato por adimple-
Superada a fase de saneamento do processo (;upra, n. 82) a de-
rnento oz a condenação do adversário a pagar as prestações em atraso;
manda se estabiliza. Permaneçerá imutável até ao fim do processo e a
pode pedir a declaração de nulidade do contrato ou sua anulação; pode
sentença não poderá extrapolar seus limites (CPC, art. 329). Essa é uma
querer a nulidade de um contrato oa de outro, porque incompatíveis
consequência da rigidez do procedimento no processo civil brasileiro
crrtre si; etc. Como os pedidos sáo alternativos e não serão acolhidos
(,supra, n. 78), que não compofta os inevitáveis retrocessos que ocorre-
sirnultaneamente, não há em tal hipótese a exigência de compatibilidade
riam se novos fatos, novos pedidos e novos sujeitos pudessem a qualquer
errtre eles (CPC, art. 327, § 3a). Acolhido um dos pedidos, a demanda e
tempo ser inseridos no processo pendente.
julgada integralmenÍe procedente, ncio apenas parcialmente, pois a pre-
Antes da citação o autor pode livremente promover as modificações
tensão maniÍ'estada pelo autor na inicial era justamente a de acolhimento
que pretenda introduzir quanto ao pedido, à causa de pedir e às parles do
de uln dos pedidos, r-rão de todos.
processo, independentemente da anuência do réu @rt.329, inc. I). Após,
A situação e distinta na hipótese de o autor apresentar um peclido no período que vai da citação ao saneamento do processo, a anuência do
principal e urn mais pedidos subsidiários, em ulrl cúruulo alternativo
oLl reu e indispensável (art.329, inc. II). Depois do saneamento nada mais
eventtral de pedidos. Como o autor manit-esta a preÍbrência por um deles, se modiÍica, ainda que concorde o reu.
o que é autorizado pelo ar1. 326, caput, do Código de Processo Civil,
Como regra de caráter bem amplo, o ar1. 493 do Código de Proces-
deve o.juiz apreciar primeiramente o pedido prioritário. Se for acolhido,
so Civil, ao tratar dos fatos supervenientes à propositura da demanda,
os demais ficarão prejudicados. Se não for, serão em seguida apreciados
interÍbre na interpretação do veto às alterações da causa petendl contido
na ordem defrnida pelo autor. Diante da preferência manifestada por no art.329. Dizendo que no momento de proferir a decisão o juiz levará
este, na hipótese de rejeição do pedido prioritário e acolhimento do sub- em conta fàtos supervenientes constitutivos, modificativos ou extintivos
sidiário a demanda será julgada parcialmente procedente e o autor terá do direito do autor, há quem deÍ-enda na doutrina e najurisprudência que
interesse em recoffer na tentativa de que seja acolhido o pedido de sua estariam incluídos nessa autorização também os fatos supervenientes
preferência (inJrct, n. 145). que alterem a causa de pedir.
merito (infra, n. 126), e para que o provimento Íinal seja favorável ao ção dos herdeiros do autor falecido,() a perempção, (k) a litispendência,
autor é também indispensável que, além de estarem presentes todos coisajulgada, (m) a convenção de arbitragem e (n) a nTorte da parte
(1) a
em caso de direitos personalíssimos.
esses pressupostos, a pretensão deste esteja amparada pelo direito ma-
terial e por fatos e provas capazes de convencer o juiz de que o direito
Essa premissa sistemática legitima a exigência de uma demanda
cstá a seu lado. Questões podem surgir no processo em qualquer dessas
regularmente deduzida como elemento indispensável à constituição
sccles, ou seja, tanto pode ser duvidoso algum ponto relativo ao mérito
de um processo viável. Essa exigência, qualiÍrcada como pressuposto
cluanto outro perlinente aos pressupostos de admissibilidade da própria
processual, inclui a própria apresentação de uma demanda e a presença
cmissão de urn provimento relativo à pretensão deduzida. Disso pode-
de certos requisitos nela, tal como a narração de fatos que em tese sejam
-se desde logo inferir uma realidade e uma distinção: enquanto o objeto
suftcientes para a outorga da tutelajurisdicional.
do processo é colocado estritamente pelo pedido contido na demanda e
relevância alguma tem a nraneira como se comporte o demandado de- O Código de Processo Civil não é rígido ou inflexível na fixação
do momento em que esses pressupostos devem ser verificados pelo
juiz'
pois - ressalvado o caso cxcepcional da reconvenção, que expressa uma
Ele quer quejá despachar a petição iniciat ojuiz faça a verificação in-
outra pretensão e propõe-se mecliante nova demanda (CPC, art.343) , ao
quisiiiva àor pr"srpostos de adrnissibilidade do julgamento do mérito,
constitui objeto do conhecimento dojuiz toda a massa de questões que
no processo surgirem, venham de onde vierem. O reu suscita questões Competindo-lhe até indeferi-la se for o caso (CPC, arts. 3 I9-321 e 801) -
ao responder, o autor na réplica ou depois, ambos a todo momento no rras esse controle pode e deve ser feito também durante todo o processo,
contraditório do processo, dúvidas são levantadas de ofício pelo juiz etc. sem sujeitar-se a preclusão alguma, pois seria indesejável e contrário à
- e de todas essas questões o juiz conhece e sobre elas se pronuncia no lei permitir que o processo seguisse avante e atingisse seu objetivo final
momento procedimental adequado. sem que tais pressupostos estivessem implementados (CPC, arls' 139,
inc. lX, e 485, inc. IV).
126. pressupostos de qdmissibilidade do julgamento do mérito
Assim como deve estar atento para não deixar ir avante um pro-
A ordem processual só outorga o efetivo direito ao julgamenÍo de cesso inviável, precisa também o juiz saber distinguir com clareza as
meritct a quem esteja amparado pelas condições da ação (,sttpra, n. 74) e exigências que a lei enclereça às partes, para qualif,rcá-las como pressu-
postos de a«Imissibilidade do julgarnento do mérito ou mero ônus a cargo
tarnbém seja capaz e se apresente adequadamente representado, dirija-se
de quem quer obter a tutelajurisdicional' Não se confundam os pressu-
a juiz legitimamente investido e realize todos os atos processuais aptos
postos sem os qttais o mér:ito não será julgado com os pressupostos sem
a conduzir ao dever judicial de prover sobre a demanda inicial. Estamos
os quais o mérito será julgado mas o autoÍ poderá perecer no julgatnento
diante de um conceito dinômico da ação, como unr poder que só é uma rie meritis. Exemplo: o recolhimento dos honorários provisórios do peri-
realidacle efetiva e útil quando concretamente estiverem presentes todos to, por este exigidos para comeÇar seus serviços.
os chamados pressupostos de admissibilidade do julgamento de mériÍo.
Mesmo aquele que tenha ctção so terá o efetivo poder de exigir o pro- Identificada a ausência de algum desses pressupostos, deve o juiz
vimento de rnérito (e o juiz só terá o dever de pronunciá-lo) quando sa- promover o debate entre as parles a esse respeito, dando a oporlunidade
tisÍêitos todos esses requisitos (sobre a ação exercida e o direito à tutela para que regularizem a situação e assim possaln afastar o vício antes
jurisdicional, Y. slq)ra, n.73). de seio processo extinto sem o julgamento do mérito. A lei é explícita
quanto ao contraditório nos casos em que o réu pede a extinção do pro-
Pelo disposto nos incisos do art. 485 do Código de Processo Civil c:esso (CpC, ar1. 351 e 352) e idêntica providência deve ser adotada pelo
são causas de extinção do processo por ausência de pressupostos de ad- juiz quando iclentihcar o vício ex ofiicio, em atenção à garantia constitu-
rnissibilidade do provimento de rnérito as seguintes: a) a falta de interes- cional do contraditório (CPC, ar1. 10q supra, n. 33).
sc de agir, (b) a ilegitimidade ad causom ativa ou passiva, (c) a inépcia
da pctição inicial, (d) a incapacidade do autor, (e) a irregularidade de sua Dada a oportunidade para as pafies se manifestarem a respeito da
procuração ao advogado, (Í) a falta de personalidade judiciária do réu, cluestão, se o pressuposto de admissibilidade não tbr satisfeito e a causa
(g) a desistência da ação, (h) o abandono da causa, (i) a falta de habilita- cstiver madura para julgamento, caberá ao julgador avaliar o pressu-
PROCESSO r83
mé-
Na hipótese de a causa não estar madura para a apreciação do em su1ra, e ilegal a tlenegação de uma prova admissível
e
insuperável ou
prorá-los -
rito, cle estàr enr.jogo urn pressuposto de admissibilidade re gul armente requer ida.
i desfavorável
cle a sol.rção identilicacla-para o julgamento da causa ser
à partc em beneÍlcio clc c1r-rerr o pressr-rposto faltante foi instituído, o Não dependem de prova as alegações feitas por uma pafte
e não
arl' 485)' estabelecidas em lei' o
processo deverá ser extinto sem o julgamento do mérito (CPC, impugnadas por outra: excetuadas as ressalvas
fato incontroverso ou conÍàssado deve ser aceito pelojuiz
para o pro- col11o existen-
o que deixará intacta a situação de direito material trazida
de pro-
algum sobre a pretensão te (CPC, arts. 341, 344 e374, incs' Il-lll)' Também independem
cesso. Como consequência de não conterjuízo notóríos (ar1 374' inc' l)'
geral, chamados
do autor, a decisão extintiva do processo sem julgamento do mérito
va os Íatos de conhecimento
127. meios instrumentais do processo civil (p' ex', tortura do réu para
utilizáçao da fbnte se Ílzer por modos ilegais
A prestação efetiva e adequada da tutela jurisdicional depende de obter uma conÍ1ssão).
alguns àlementos externos ao processo, que propiciam o conh^ecimento odireitoprobatóriotemporconteúdoaidentificaçãodasalegações
dos
dJ realidades relacionadu, .o,r1 o conflito e a efetiva satis.fação passíveis de demonstração por via da prova (objeto da prova)'
a distri-
reconhecidos. Trata-se dos rrelos processuais da Íàlta de prova
direitos que venharr a ser iluiçao do encargo de realizá-la e as consequências
no
instrumenÍais, que são as.f'ontes cle prova, com função preponderante suficiente (ônus cla protta), a definição dos elementos exteriores sobre
processo rle conhecimento, e os bens, na execução forçada' A utilização prova)' as atividades
os quais a atividade probatória incidirá (fontes de
das.f'ontes rle prr»ta é o meio pelo qual se reconstituem
no processo as rea- prova) e
proà"sruai, destinadâs à comprovação das alegações (meios de
passadas e piesentes que fundamentarão o julgamento da ser apreciadas
lidades externas a disciplina do valor das provas e clo modo cotno dc-vem
causa pelo ju iz. õs bens são objeto das constrições destinadas à produção da provct). Entre esses ternas, o que suscita mais interesse
e
patrimônio' Qabàçcb
li,, de resultados extemos úteis às pessoas e relevantes para seu maiores controvérsias e o clo ônus da prova, que será abordado
em maio-
res detalhes no Próximo item.
128. provas (ônus, obieto' meios,fontes e valoração)
Integram o ctbieto tla prot'tt as alegoções de fatos relevantes feitas
Em uma primeira acepção, prova e um conjunto de atividades pelas pates, e não os fatos em si mesmos' Estes não sáo Jàlso's
ou ver-
dc t,,eriÍicaÇãi e clernonstração realizadas com o objetivo de apurar 'cladeiros.
Serão existentes ou inexistentes. Aquelas qualiticações dizem
julgamento' Do
a verclacle quanto às questões de fato relevantes ao respeito às alegações e não a eles'
direi-
conccito cle prova e de sua função é fácil inferir a relevância do
185
I8It TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL PROCESSO
de
Fontes de prova são os elementos extemos ao processo' represen- rejeitará sua pretensão. Tambem e o interesse no reconhecimento
tadospelaspessoasoLtcolçasdasquaissejapossívelextrairademons- dos capazes de impedir o surgimento do direito do autor (impeditivos)'
traçãodaocorrênciaouinocorrênciadealgurrrfatorelevanteouda alterá-ló (modificativos) ou pôr-lhe fim (extintivos) que rnldg atribuir
ao réu o ônus de demonstrar que ocorreram (art' 373, inc' II)' E' sempre
presente.
existência ou inexistência de uma situaçãojurídioa pretérita ou
prova, porque participam com atos
As testernunhas são fontes ativas de
do interesse de cada uma clas paftes a denronstração de veracidade das
das atividades de busca da verdade que alega'
seus (declarações de conhecimento)
alegações Íàctuais que Íàz e da concreta ocorrência dos fatos
dos fatos. As coisas são fontes pa"rsivas' por!"" ao fundo da disciptina tegal da distribuição do ônus probatório
Meiosdeprclvasãoasatividaclesrealizadasnoplocessocomoob- ,ig. u regra segundo a qual alegação não comprovada equivale a- fato
infonnes que cada uma delas seja
de prova os non allegatict. Tal é a
jetivo de extraii das fontes
apta a Íbmece r. As testemunhas sáo uma.fonte tle prova e o conjunlo das
inãxistente - itlegatio it ,un probatio quosi casos de dúvida' se Íàz
com vista à captação desses inÍbrmes impoftantíssi ,igro cte jtrlgamenlo, que, nos
titititlctdes reaiizadas no processo ^u
responsável pelos rumos a tomar no julgamento do mérito'
crtmmeiocleprrlva(provatcstemunhal).Noplocessocivilbrasileiro
szionteiostleprovaatkrctttrctltal.atestellunhal,odcpoimentopessoal' o cócligo de Processo civil de 1 973 determinaya a aplicação dessas
a prova pericial, a inspcção.iudicial eÍc" regras sobre"a distribuição dos ônus probatórios d.e f.on1a bastanterígida'
So"mente em situações especíÍicas, colrlo a disciplinada no
ar1' 6a'.tnc'
A vctktraçãtt do prcva cotlsiste no juízo da capaoiclade de demons-
se adrnitia a inversão clo ontrs
tração dos latos realizaclo pelo juiz com reÍ r'êrrcia a todos os meios
de VIII, do Código ds Defesá do Consr.ur-ridor,
d.a py,,, pol. o'tn do juiz, quando presentes os requisitos da hipossuficiên-
provaconcretameÍlteeÍ-etivadosnoprocessoeacadaumaClasfontesde
tle
provatrazidasaeste,E,ssejuízodeveserÍêitoexclusivamenteàluzdo do .onrr-idor á da verossimilhança de suas alegações - o Código
"iu
1973 somente admitia essa inversão por ato consensual das pafies' não
queconstadosautos(quoclnonestintlctisnonesti'nmundoi),sendoojuiz
rigorosamenteproibidodedecidirComapoionoconhecimentoqueeven. por imposição judicial (ar1' 333, par.). o Código de Processo Civil vigente
juclicial do
túlrnente lhe haja chegado por outÍo meio (é a chamada ciêncict pessool). i,roroo na materia ao generalizár a possibilidade de inversão
Nesseslirnitesojuizforrnalivrementeseuconvencimentoarespeitodos ônus da prova, com a ádoção do siste,ra da distribuição dinâmi'co desse
fatos e alegações láticas contidos no processo, com o severo dever
de "diante de peculiaridades da causa relacionadas à irn-
ônus, admissível
quais haja
expor, na motivação de todas as suas clecisões, as razões pelas possibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos tennos
concluído pela ocorrência ou não ocorrência de dado fato e tal é a regra 'do
caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do lato contrário"'
clo livre convencimerútt motivado (CPC, at 37 | - suprtt' n' 37)'
Nessás situações "poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso,
desde que o Íàça por decisão fundan-rentada, caso em que devení
dar à
provu (aft.
129. ônas da pafte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído"
pelo
Na dialética do processo civil preponderantemente dispositivo, no 373, § 1ó). As peculiaridacles da causa alireÍ'eridas serão apreciadas
clual a cada uma clas partes compete esgrimir com as armas
que a. lei juiz em ca<la caso segunclo sua sensibilidade às realidades do processo.
"serào econômico-
legitimamente lhe oferece, cada uma delas tern interesse em que o Julz /àtores strbjerivos, como a própria hipossuficiência
mendacidade das -financeira de uma das partes, seu despreparo ou inexperiência e/c'' ou
relonheça a veracidade de suas alegações de fato e a
diliculdades para a
mola vida e efetiva- Íàtores ob.jetivos relacionados com a própria causa,
alegaçOés adversárias. O interesse é a principal da
essas.alterações
obtenção áe certos documentos elc. Em qualquer hipótese
por isso a distribuição dos ônus probatórios e feita pelo
ção-dàs direitos. podem "gerar
das regras legais sobre a distribuiçào do ônus da prova não
,irt"*u processual com base no criterio do ilÍeresse - e a mais ampla encargo pela parte seja impossível
clas regràs integrantes dessa disciplina é a de que compete
a cada um dos situação
"- !r. a desincumbência do
a inversão consen-
possa ou excessivamente dificil", tanto quanto não o pode
sLrjeità litiganies a comprovação dos fatos cujo reconhecimento
sual do ônus tla. prova, pactuada pelas próprias parles (aÚ' 373' § 3a)'
conduzir ao julgamento favorável à sua pretensão'
O princípio do inleresse é que leva a lei a outorgar ao autor o ônus 130. atos processuuis
[)'
cl, prova dos fatos constitutivos de seu direito (CPC, ar1' 373' inc'
porque esses Íàtos são sua causa de pedir, e sem que hajam acontecido Todo procedimento constitui uma cadeia fechada de atos' dos quais
juiz. Nesse in-
c u iuiz o reconheça seu direito será dado por inexistente e a sentença o prirr"reiro é a demanda de parle e o último a sentença do
186 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CNIL
PROCESSO 187
teffegno os sujeitos processuais realizam atos processuaz's intermediários, sentença não decide sobre o mérito, ou seja, sobre a pretensão do autor,
cada qual condicionado pelo antecedente e preparador dos subsequentes. limitando-se a declarar que, por falta de algum pressuposto, o mérito não
Os atos processuais podem ser classificados segundo quem os reahza, pode serjulgado.
tendo-se pois atos (a) dojuiz, (b) dos auxiliares da Justiça, (c) das parles A sentença poderá conter um ou rnais capítulos. São capítulos de
e (d) dos advogados (sendo que os atos destes são atos de parte). sentenÇa as unidodes auÍônomas contidas no decisório da sentença, ou
Atos processuais das partes (por s i ou por advogado) . Dos atos das seja, os diversos preceitos imperativos que com extrema frequência se
partes alguns são realizados pessoalmente e outros através de advogado. veem incluídos no invólucro de uma sentença só. Muito dificilmente
São realizados necessariamente pelo profissional os atos postulatórios uma sentença contém o julgamento de uma só pretensão, ou seja, uma
(supra, n. 60), consistentes em demandar ou em instruir. As demandas só decisão. Basta pensar na condenação do vencido pelo custo financeil'o
que as paftes endereçam aojuiz são de duas ordens: a) pedidos, quando do processo (inJi'a, n. 139), a qual se resolve em um preceito, contido
se postula a própria tutela jurisdicional (demanda inicial, contestação, no dispositivo da sentença, que não se confunde com o julgamento do
reconvenção, recllrso etc.);b) requerimentos, destinados à obtenção de próprio conflito que motivou o demandante a valer-se dos serviços do
alguma medida preparatória (requerimentos relativos à prova, à intima- Po<ler Judiciário; no mesmo ato o juiz julga a causa e também dispõe
sobre o modo como se regerá a responsabilidade por esse custo, ainda
ção de alguma pessoa erc.). Todos os atos postulatórios sáo declarações
de vontade, e sempre terá o juiz o dever de apreciá-los, favorável ou quando o faça para dispensar o vencido de arcar com ele. São tarrbém
desfavoravelmente. Os alos instrutórios das partes abrangem todas as corriqueiros os casos de cúmulo de pedidos (supra, n. 123), em que a
atividades destas relativas à provct em geral bem como tudo que for dito pafie final da sentença cinde-se em duas ou mais disposições (capítu-
pelo advogado com o objetivo de convencer o juiz (alegações em geral, los), cada uma distinta da outra e destinada ao julgamento de uma das
inclusive as finais). A parte rcaliza também cttos materials, que não são pretensões cumuladas.
expressões de uma vontade ou pretensão mas meras condutas destinadas Decisão interlocutória. O Código de Processo Civil não dá uma
ao cumprimento da lei ou de exigências f'eitas pelo juiz. Tais são a pres- conceituação direta das decisões interlocutórias, preferindo fazê-lo pela
tação de depoimento, a entrega de bens na execuçào etc. negativa, a sabeq dizendo que "decisão interlocutória é todo pronuncia-
Atos processuais do juiz (atos judiciaz9. Os principais atos proces- mentoiudicial de natureza decisória que não se enquadre no § lq" (CPC,
suais do juiz sáo osprovimentos judiciais oupronunciamentos judiciais, ar1.203, § 2q). Ao falar em pronunciamenÍo não enquadrado nesse pará-
que é como se expressa o Código de Processo Civil - declarações de grdo esta distinguindo as decisões interlocutórias da sentença, ou seja.
vontade do Estado-juiz, às vezes acompanhadas de alguma determinação está a afirmar que só são interlocutórias as decisões qtte não põem fim à
no sentido de mandar realizar ou omitir uma conduta. Os provimentos fase cognitiva do processo ou à execução. Nessa linha, oiulgamenlo an'
judiciais são classificados em sentenÇa, decisão interlocutória e despa- tecipado parcial de mérito, regido pelo aft. 356 do Código de Processo
cho de mero expediente. Além disso, o juiz realtza certos a/o^r materiais, Cívtl (inJra, n. 138), e realizado mediante decisão interlocutória deci-
que não se confundem com os provimentos, como o comparecimento são de mérito, mas interlocutória. Ao aludir à sua natureza decisória, o
em audiência, a direção desta e até mesmo, embora isso não seja usual, art.203, § 24, distingue as decisões interlocutórias dos meros despachos,
a verificação pessoal do estado de pessoas ou coisas (inspeçãct.judiciol que nada decidem.
- CPC, afts. 481-484). Despachos. Também os despachos são conceituados pelo Código de
Sentença. Nos termos do art. 203, § 14, do Código de Processo Processo Civil por um modo indireto, ao estabelecer que "são despachos
Civil, sentença é o pronunciamento por rueio do qual o juiz põe./im à todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofí-
cogniÍiva do processo ou extingue a execução. Essa sentença será cio ou a requerimento da pafie" (art. 162, § 3a). Demais pronuncianten-
./à,se
de mérito se estiver fundada em uma das hipóteses do art. 487, quando los são todos os provimentos do juiz não caracterizados como sentença
então o juiz declara quem tem razão e quem não a tem, segundo o direito nem como decisão interlocutória. Mas essa flÓnnula é completamente
rnaterial e as provas dos autos; ou terminetiva, quando seu fundamento vazia de conteúdo e não oferece a quem a leia a noção do que significa
Íbr r-un daqueles indicados no arl. 485 do Código de Processo Civil; essa despacho no contexto dos pronunciamentos judiciais. Sabe-se porém
I 88 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL
pROCESSO 189
que os despachos, ou despachos de mero expediente, são pronuncia- se realizará. afastando-se dos standards gerais e abstratos da lei e con-
figurando um novo regramento concreto ditado pelas vontades conver-
mentos judiciais sem qualquer conteúdo decisório e destinados à boa
gentes de ambas. Assim é seu art. 190, portador de certas alterações tanto
organização do processo, com seu encaminhamento rumo ao ato final
Áo procedimento a ser concretarnente adotado no caso "para ajustá-lo às
que será a sentença.
especificidades da causa" quanto na concreta configuração da própria
A classiÍicação tríplice dos pronunciamentos judiciais é elemento relação processual mediante modificações "sobre os seus ônus, poderes,
de imensa valia prática na determinação do recurso admissível contra faculdades e deveres processuais, antes ou durade o processo". E dispõe
atos do juiz de primeiro grau de jurisdiçdo. Asentença, quer de mérito ou também o art. 191 do Código de Processo Civil que, "de comum acordo,
terminativa, colnpofia apehção (CPC, ar1. 1 .009, caput infra, n. 151). o juiz e as pafies podem fixar um calendario para a prática dos atos
pro-
As decísões interlocutórias recorríveis comportam recurso de agravo de cessuais, quando for o caso".
instrttmenÍo (CPC, art. 1.015 - inJra,n. 152). Os despachos, jtstamente
Esses ajustes concertados entre os litigantes caracterizam-se como
porque não têm qualquer conteúrdo decisório, não comportaÍ11 recurso
autênticos atos de auÍorregulação dos próprios interesses, o que é da
algum (CPC, ar1. 1.00 I ).
essência dos negócios jurídicos. Os efeitos jurídicos que produzem
Todos os provimentos colegiados dos tribunais chamam-se indis-
são aqueles determinados pela vontade dos próprios participantes, os
tintamente acórdãos (CPC, ar1. 204). Os acórdãos constituem projeção
quais àstabelecem, por decisão própria, o conteúdo substancial dessas
nos graus superiores da jurisdição do que são as diversas espécies de
declarações. As limitações a que essa liberdade das partes se sujeita e a
decisões do juiz inferior (ir.rterlocutórias ou sentenças).
necessária aprovação do ajuste pelo jtriz (cPC, ar1. 190, par.) não inÍlr-
Atos dos auxiliares da Jtrstiça. Os auxiliares da Justiça exercem mam sua qualificação cotno negócios jurídicos, porque nenhum destes
é totalmente livre, estando todos eles sujeitos à compatibilidade com
variadíssimas Íunções complementares à jurisdição, que é privativa do
juiz. Os auxiliares permanenÍes da Justiça, que integram o esquetxa flxo superiores regras de direito, inclusive constitucional, quando for o caso.
Essas aberturas para o reconhecimento da configurabilidade de
dos órgãosjudiciários (supra, n. 58), exercem atividades relacionadas
com o dia a dia do processo e consistentes na guarda e conservação de negócios jurídicos processuais segundo o vigente direito positivo brasi-
autos, movimentação destes entre os diversos sujeitos processuais, do- leiro não chegam ao ponto de desnaturar a visão geral do processo como
cumentação dos atos orais e de acontecimentos ocorridos em caúório, categoria luríaica dé direito público (supro, n. 22,). As faculdades de
efetivação de ordens judiciárias mediante diligências extelxas (citação, autor."gulução 4os próprios interesses pelas partes são pontuais e limi-
intimação, penhora, busca e apreensão) etc. Tais são principalmente o tadas e seu exercício é sempre fiscalizado pelo juiz, ao qual cabe evitar
cláusulas contratuais abusivqs ou em detrimento de parle que se encontre
escrivão ou cheÍ-e de secretaria, seus auxiliares (os escreventes) e o ofi-
"em manifesta situação de vulnerabilidade" (CPC, ar1' 190, par')'
cial de justiça, mas outros auxiliares permanentes também realizam atos
relativos à distribuição de Í-eitos, contas, partilhas, depósito de bens e/c.
Os quxilíares eventuqis da Justíça (supra, n. 59) realizam atos próprios 132. J'orma dos alos ptocessaais (modo, lugur e tempo)
de sua condição, como perícias, administração do espólio ou da massa e s medida da adoção do princípio da liberdude
falida (inventariante, administrador judicial) elc. das.formus pelo Código de Processo Civil
raçaro (lc vontaclc sâo sujcitos a certos reqLlisitos Íilrrnais irr/rín,s.et,o,s c procedinrcnto para a ltentc
eles tôm o eíàito de lirlitar as espcras peler
orrtrrrs r'.r'/r'ir,\c(o,t. os rcclr-risitos intrínsecos rnanilcstarn-sc na correta
tl escollur cntrc a lirrura cscrita ou ornl de cluo o ato sc conlp(-xl ou cia lín-
real izaçiro clos atos proccssttais.
eLra pcla clual a vontadc sc rrarriÍ'estn, r.ros clcrrrentos concrelos cle quc se Os chamaclos l)rqzo,\' nínimos têrn a llnalidade optlsta. C'tltrsistetl.t
crrrrrlrÔc internaurente r,/r'. e tais sào 0s rcclrisitos dç rnockt a clue o ato rra intposição de urna espera pela rcalização clc ccrto akl, cott-tt'l condiçãtl
sc srrlrrncte, sobrc como o trto dcvc ser em si mesr]]o, cnr seLls clcr.nerrlos pr,ru.1r'," possa ser realizado o ato sLrbscquentc. É o clLlc se vê. p. cx., na
exigênr,:ia de corrparecintento inrposta pelo jLriz a clctcnrinacla pessoa.
;
c cnr suil própria configuração. os demais requisitos são extcriores aos
irtirs c ilizenr respeito às circunstâncias dc lLrgctr e cle tentlto nas quais Esse contparecil-uetrto sti scrá exigível a partir de quarenta e oit6 horas
clcs sc r-calizanr. Esses stio requisitos exrrínsecos clos atos processuais. depois da intintação dessa pessoa (art.218. S\ lo). C)s prazos ttlíninlos
( ) ('«idigo clc Proccss.r
civil faz uma solene procrarnação cla libercla- oonsicleraln-se, por isso, tlilctÍórios ()u seja. sua intposição visa a it.t-rpe-
rlc rlas lirrrras rl«rs atos proccssuais ao estatLrir clue cles ncio t.lt,ytcnde tn t/t, clir quc o processo vá avaltte antes clc detertllirrado t.lltlt.ttenttl.
.fitt'rtttr tlcl<'t'ntitttttltr ,sc'tttio tltrttntlo tt lci t.t:1tt.c,t,tutn(.tl/(,tt c.rigit. (art. l3tt) São gcralll]cnle prcclrt.s'ir'o,! os prazos nliixitl-los ilnpostos i\s parlcs
Iltits dcl.ltlis irllllilc tatttas cxigôncias Íirnnais rcÍcrclttos a tankls atgs 4o para a rcalização clos at0s cle sert intcresse. Não ctrtrrprido o ato no tell'l-
llrttcctlirtlcrrttr. clttc lica scrialtrctttc abalaclo cssc ul)(tranÍe çgntptprui,s.s,tt po prccstabeleciclo, o lcnôrreno dt prac:ltr,rãrt lemlxtrtrl impcclc clue clas
crtttt tt liltcttltrtlt'tlo.s.fitt'tttrn. Os tnais intlturtantcs rlos atos possanr realizh-lo depois c oLrter os re sLtltaclos desc.iatlos (itt/i'tr, n. ll34).
ltrocessLrrris
são sovcrar.ncrrte submoticlos tr cxigôncias cspecíllcas relativas a,L) rttotht
Mas ncnt todos os prazos llxados ltara as partes sàtl preclLtsivos. Nlirl
conro clever.n scr realizaclos, qlranclo não tarnberl à sua situaçàr) t1o Íatnl)o
o são, t'rr primciro lugur, aqu.-lcs dcstinacltls ao «;tttrlpritrcnto de utr
e no c,\tl)0ç'o.
tlet,er, ctu seja, clc um intperativtl de condttta no intcrcsse da.ltrstiça oLr
Nesse ctlntcxto de convívio entre exigências lornrais r.nais or-r lrclos da parte contrária (supru, n. 1 16). O aclvogado que rlão restituir l1o prazo
estrilas e regras de tolerância inercntes à insít"urncnlatidcttle tlos
.fbrtttus os autos retiracios de cartório continua obrigado a Íàzê-lo, indcpendente-
(supru, n. l3 infi.a, n. l3_5), o sistema vigente no C,ódigo de proccsso
rnente clas sanções qne pcssoalmente podcrá Suportar como consequên-
Civil pode scrconsidcraclo conro Lrn.r sístcrra de ecluilíbri. cntre a libcr--
cia clo retardantento (CPC, art. 234. ccrpu/ c §§ 1tr-401. Tarnbém não sãtl
daclc c a legaliclade das Í'ormas.
preclusivos certos prazcls quandtl clo atraso não resulte retarclal.uenttl tla
lxarcha do procc<limento rrem prcjuízo ao aclversário: olr princípio a par-
133. prs«ts te c1r.re n0s quinzc dias lrxados pelo art.437 do Ctidigo cle Proccsso Civil
[)r'azo ó r tli,s'rtirtt'itt remlt.t'ul cntrc clois atos. cstabelcciila na lu-i não sc ntaniÍcstar sobrc os doclttncntcls trazidos pclo advclsário aincla
distância nt(trint(t na nraioria ckls casos. clistância ntínimct cnr outros. [:rn poclerir Íazê-lo dcpois, atc quando clas alegações llnais (ar1. 3(r4) - salvo
lircc ilisso a inrl.losição clo prazos pela lci proccssual consiclera-sc urn as hip(rteses de utna possível nrir-Íé (art. 436, inc. IV).
aspccto da disciplina tkl proccsso no tenrpo e, portanto, urr clos aspcctos Dizem-sc 1trópritt,t os prazos precltlsivos. lntpróprio's, os não prc-
das cxigências lbrntais do proccsso (.strpt.u,n. 132).- clusivos.
os prazos consisterrtes err Lrma clistância ,ráxima, d,it<ts pru:.,s natural que sejarll itnpróprios rts 1tt'tr:os.fi-tttclos Ttttt'tt o iui: por-
Er
ntít.rimo,s, corrsister.r.r na exigência de clue os atos sejam realizados atc a
que cle não clel'ende inte|esSes pcssoais n(r l)l'ocesso, t'nas cltt]lpre r/cve-
urn certo r.norrer.rto e clepois nâo possam nrais ser rcalizados ehcazrncnte .
res. O juiz clue excedc prazos sorr llotivo justtl dcve sttl-rot'ttrr sançõcs
E o caso <lo prazo para a conra,s'rução clo reu, a clual cleve ser entrcgue
aclministrativas oLl ntcsl]lo pecultiárias (CPC, art. 143. inc. Il), tnas cn]
dcntro de cluirrzc dias a partir cla ar-rdiência de conciliação ou cle nr"Jio-
relirção a elc inexisto a sanção ltroce.s,ttrul das prcclusÔcs. Se elc rrão
çào (cPC, art. 335, inc. I), sendo ineÍlc.z a cor.rtcstação cntrcgue dep.is
prol'Crc O clcspacho clcntro dc cilrco dias cln cotrclttsão cltls itt'ttos. tltt a
c anrarganckl o réu a corrdiçã0 dc revcl c os r.nalcs clo el'cito da rcvelia jecisilo intcrlocutória cn.r dez. oLl a sentcnÇa en1 trillta dias (art. 226' irrcs'
(rrrl. 344); <'tu tltr opelr4'âr.r, quc sc não lilr protocoracla no priizo de cluinze
l-ll-lll, e arl.3(16), ncut por isso Ílcarir tlispetrsaclo clo clcvcr cle lirzê-lo.
I
clias ,ão inrpcclirá quc a senlonça passc crr julgailo. Enr virtLrde clisso.
Tirl s a não prcclusiviclaclc dos prazos llxados pl|rr o.iuiz. ()u scu cltritter
os plazos nri'rxirnos sào ucelcroÍrjrio.r', isto e. visarl a ir.npulsionar o
dc lrrazos i tn 1ttó1trirt.s.
J]
PROC]ESSO 193
192 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL
134. preclusão
Na grande maioria os prazos estabelecidos pela lei processual
sào endoprocessuais, ou seja, eles são prazos internos ao processo. Preclusão é a perda de uma faculdade processual imposta pela
Referem-se a fatos componentes de um só e mesmo processo e ditam lei em determinados casos. Ela será uma preclusão temporal quando
distâncias temporais entre atos de um só procedimento (prazo para imposta como consequência do não exercício de urna faculdade, ou não
contestar, para arrolar testemunhas erc.). Mas há tambem prazos que, realização do ato esperado, no prazo Ílxado em lei. ConsurnaÍivq, quan-
embora digam respeito ao sistema processual e estejam disciplinados do decorrer do já exaurido exercício da Íaculdade, não sendo admitida a
na lei do processo, fluem Íbra deste e às vezes até antes que algum pro- repetição do ato pela pafie. Lógica, em razão da incornpatibilidade entre
cesso se instaure. E extraprocessual o prazo de dois anos para propor determinada fàculdade, ou seu exercício, com uma conduta já posta em
a ação resci.sória, contado da "última decisão proferida no processo" prática pela parte. Mistct, quando for efeito do decurso do tempo em
(CPC, ar. 975 - infra, n. 166); esse prazo flui entre dois processos, associação com o prosseguimento do processo sem que o ato haja sido
e não no interior de um deles. Também é extraprocessual o prazo de realizado.
cento e vinte dias para impelração de mandado de segurança (LMS, afi.
O instituto da preclusão temporal tem imensa relevância no sisterra
23 suprl, n. 91 ). brasileiro de procedimento rígido, qr-re não admite retrocessos nem tolera
esperas além do tempo determinado em lei (supra, n. 78) - ao contrário
Em resumo: a) os prazos consideram-se m.áxi.mos quando impõem
a realização do ato ate dado rnornento, não podendo ser realizado depois;
do que se dá em outras ordens processuais, nas qrLais certos retrocessos
b) mínímos, quando impõem uma espera; c) os prazos máxitnos sào ace- são admitidos em alguma medida. Com isso, ela é um dos grandes res-
leratórios do processo; d) os mínirnos , dilatóríos; e) os prazos sáo pró- ponsáveis pela aceleraçiio processual.
prios ou preclzrsivos quando de sua inobservância resultar uma preclusão
imposta ao sujeito que não os houver observado; I impróprios, ot nãrt Exemplos clássicos e manifestos de preclusão temporal'. o réu que
precltsivos,quanclo a inobservância não tem esse eÍêito. não contesta no prazo fica revel, não podendo mais oferecer sua contes-
tação e tendo contra si a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo
E tradicional no direito processual brasileiro a regra de que, "sal- autor na petição inicial (CPC, art. 344); a paÍe vencida que no prazo
não apela não mais poderá recorrer, suportando com isso o trânsito en.r
vo disposição ern contrário, os prazos serão contados exclr-rindo o dia
julgado da sentença. Exemplo de preclusão lógica'. o reconhecimento
do começo e incluindo o dia do vencimento" (CPC, art.224, capuÍ).
do direito do autor subtrai ao rér"r a fàculdade de contestar para resistir à
Dispõe também o Código de Processo Civil que "a contagem do prazo
demanda inicial (CPC, art. 335, clc art. 487 , inc. III, letra a). Exemplo de
terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicaçáo" (art.224, preclusão consumativa'. oÍêrecido recurso contra uma decisão, não será
§ 3o). Não se computa o dies a quo, oLt seja, o dia do inicio do prazo admissível intetpor outro contra a mesma decisão (princípio da unirre-
(intimação elc.), tnas se computa aquele elx que se completa o número corribilidade). Exemplo de preclusão tnista: a faculdade de nranifestar-se
de dias estabelecido para determinado prazo. No último momento útil sobre os fatos lrovos ou documentos exibidos pelo réu em contestação
desse dia o prazo terminará e, Çonsequentemente, não havendo a pafte (CPC, ats. 350 e 35l) não se extingue pclo simples decorrer do prazo
praticado o ato sujeito ao prazo, "extingue-se o direito de praticar ou de mas somente se, clecorrido este, ur-n ato subsequente vier a ser realizado
emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial" (saneamento do processo elc.).
(art.223).
Ao contrário do que tradicionalmente ocoria no sistema processual O Código de Processo Civil vigente procurou atenuar o caráter
preclusivo do processo civil brasileiro ao limitar os casos de adnrissibili-
brasileiro, em que os prazos eram contínuo.r, contando-se em dias cor-
dade do recurso de agravo de instnrmento contra decisões interlocutórias
ridos,no Código de Processo Civil vigente a regência da contagem dos
dos juízes de primeiro grau de jurisdição (infra,n. 152) -porque, como
prazos é outra, porque, como detemina seu art.219, "na contagem de
é natural, não seria legítimo castigar com a preclusão a parte que não
prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-áo somenÍe
tivesse corno rebelar-se contra uma decisão proferida em seu desfavor.
os dias úteis". Ou seja: os dias não úteis não se computam no começo,
Seu ar1. 1.009, § 14, aliás, atua nesse sentido ao proclamar que "as ques-
no meio nem no fim dos prazos.
PROCESSO I95
1g4 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL
a falar'
tões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu
respeito não proposto, precisamente como algo que não existisse' Estamos
pela preclusão", etc. e não fática' ou histórica'
con-rportar agravo de instrumento, não são cobertas foriurto,'de uma inexistênciajurídica
compofiam esse
Mas tantas são as hipóteses nas quais as interlocutórias Em situação intermediária entre indiferença e a inexistên:il :tlão
a
I-X[l), parece, o legislador não ato judicial' Há
os casos em que a imperÍ-eição conduz à nulidade do
recurso (art. 1.015, incs. que, ao que
logrou sÀu intuito antipreclusivo, deixando pois as coisas praticamente nulidades cominatlas (p."*., aquela reÍbrida no ar1' 280 do CPC -"as
t-eitas sem observância clas
como eram antes. citações e as intin-rações serão nulas cluando
não cominada'r' que resultam
pr"r"riç0", legais") e há também nulidades
com o mo-
135. defeitos dos atos processuais à. lr-u análise do ato concretamente realizado em confronto
e a instrumentulidude dus formas delodefinidoemlei,paradepoisverificarseoeventualdefeitofoiounão
capaz de inabilitá-lo a produzir o efeito desejado'
Em uma ordem processual regida pela garantia do devido
processo
processo deve ser celebrado segundo regras seguras osistemaprocessualtambémdistingueasnulidadesemabsolutas
legal, em que todo
(,supra, n. 38), é natural que se questione a eÍ]cácia erelativas,endereçandoàquelasumtratamentomaissevero'eaestas
e [re,estabelecidas
menos. constituem causas de nulidade absoluta as
infrações a exigências
de atos processuais destoantes dos moclelos e exigências
legais. Isso não
preservar o correto funcionamento dos
processuaisp erfeitos tenham aptidão a rea- estabelecidas com o objetivo de
significà que somente os atos por estando em jogo o interesse
jamais a tendo nenhum dos imperfeilo§ - ou órgãos e seruiços judiciários - e, isso,
lizar o escopo programado, juiz dever fazer a verificação ex olJicio
seja, aqueles a que faltem requisitos. O sistema processual procura ser ;;ú;;, aa ninçà, o tem o rJe
jurisdição' independentemente de
dos c em qualquer tempo ou grau de
muito racional e é extremamente flexível no trato das imperfeições decisão pro-
provocaçãopela parle (CPÓ, ar1' 218, pat)' É o caso da
atos processuais. Nenhum ato processual se anula quando seu
escopo público nos casos em que
formal não haja cau- i-"ridu ,"_ a prévia intimação do Ministério
tenhá sido alcançado e sua eventual irregularidade (CPC, art' 219)' lnversamente' por não
princípio sua intervenção seja necesiária
saclo prejuízo às partes ou ao correto exercício dajurisdição - relativas somente podem ser
n' aIàtarem o interesse público, as nulidades
da instrumentaliclade das formas (;upra, 13)'
parte na primeira oportunidade que
declaradas mediante iniciativa da
preclusão (CPC' art'
Aconsequênciadaimperfeiçãodoatoguardacorrespondênciacom tcnha para se manifestar no processo, sob pena de
a naturezae à gravidade do defeito e com a nabrÍeza do próprio ato' út, iopriS, com a demonstração do prejuízo que a nulidade the haja
o tratamento dado aos «liversos possíveis defeitos dos atos processuais pLrte inocente pode pleitear
ou'poderia lhe causar' Somente a
vai da pura e simples indiferença (uso de algumas poucas palavras.
em "ouruaó de legitimidade pata
o reconheciàento da nulidade relativa, carecendo
judicial, em afronta ao disposto no art' 192' (CPC, art' 276)' ExempliÍicando:
língua estrangeira na decisão
jurídico
pJi f" a pafte que lhe haja dado causa
c,alut,doCóãigo de processo civil) à radical inexistência do ato ,lin pod"'r""1amar da falia de inquirição de uma testemunha a pafte que
equivocado para
imperfeito. haja dado causa a isso mediante indicação de endereço
E juriclicamenÍe inexistettÍe oúto processual quando lhe falta algum lu intitnação, não sendo ela intimada'
ojuiz declarará que atos são atingidos e ordenará as providêrrcias neces- avante, e em princípio nenhum ato processual pode ser realizado durante
sárias a firn de que sejam repeticlos ou retiiicados',.
esse período. Estar suspen:io o processo signiÍica substancialmente que
em princípio serão ineficazes os atos que nesse período eventualmente
A consciência de que as exigências fonnais do processo não passam
se realizem (cPC, art. 314). A suspensão processual é a consequência
de técnicas destinadas a ir,rpedir abusos e conferir certeza aos lijigantes
(due process of law) manda porém que elas não sejam tratadas
de ceftos atos or-r Íatos indicados pela lei. Estar suspenso o pio""rro
conio frns signiÍica tambérn que é temporariamente defesa o sucr crntinuação, r-rão
em si mesmas, senão como instrumentos a serviço de um fim. cada ato
se podendo praticar os atos que normahnente se praticariam se ele não
processual tem um fim próprio, ou escopo especíÍico, e toclos eles err.r
estivesse suspenso - de modo qLre o primeiro ato que se praticaria na
conjunto têm o escopo de produzir uma tutela jurisdicional justa, me-
ordem do procedimento só vai ser praticado após cessado o estado de
diante um processo seguro. o ato não será nulo só porque formalmente
suspensão.
cleÍ-eitr"roso. ltlulo é o ato qne, cunrulativamente, se aáste do figurino
Iegal, deixe de realizar o escopo ao qual se destina e, por esse Ãtiun,
Apenas eventuais ntedidas urgentes nccessárias em cada caso é
cause prqjuízo a uma das partes (CpC, art. 2jl e2g2,
§s lne 2o1. Ain_ que, por expressa disposição da própria lei, poderão ser eÍ'icazlente
vtrlidade clo ato, ou seja, o seu defbito, é indispensável paraque ele seja realizadas (art.3l4,2a pafte) -.p. ex., a produção antecipada de uma
nulo, mas não é suficiente nem se confunde com sua nulidacle. prova testemunhal estando a testerrunha em perigo de virJa ou em via de
Tâl e a ideia da i.nsÍrumentalidade das transfêrir-se dehnitivarnente a outro pais.
/itrmas, presente to aú.2JJ do
código de Processo civil, segundo o qual, "quando a lei prescrever deter-
A disciplina da suspensão do processo está contida e pormenoriza-
minada fonna, o juiz considerará válido o ato se, rearizado de outro moclo,
damente desenvolvida nos afts. 313 a 3 r5 do código de piocesso civil,
Ihe alcançar a trnalidade". Na interpretação desse clisposrtivo entende-se
onde reside inclusive o rol das cottscts gerais de suspensão, entre elas a
que o preceito ali contido aplica-se tanto aos casos eÍl qLre a lei comine a
,rorte de uma das paftes e a necessidade de habilitar sucessores (cpc,
sanção de nulidade (nulidades cominadas) quanto àqueles para os quais
arts. 313, inc. I, e 687 ss.), a força-maior (art. 313, inc. VI), a convenção
não haja na lei comi,ação algu,ra (nulidades não cominaduiy. o coàigo
das paúes (art. 3 13, inc. II) erc., e também a relação de casos específicos
vigente não faz distinção alguma em relação a umas e outras, como Íàzia o
de suspensão do proces,so de conhecimento (prejLrdicialicladá externa
de 1973 (aft.214). Nesse contexto e com esse conteúdo, seu afi. 277 atua
como uma autêntica nonra de stryerdireilo responsável pela coordenação
etc. aft. 313, inc. V, letra a). A suspensão do proc,esso de execução e
regida no capítulo referente a esta (inexistência de bens penhoráveis,
de todo o sistema de nulidades contido no código cre proàesso civil.
Tbda e qualcluer nulidode fica afastada, mesmo as absolutas e ainda
impugnação ou embargos do executado em alguns casos elc. afts.526,
§ 64,919,§ lo, e 921, inc. Itt).
quando se trate de ,ulidade da senrença (falta de motivação eÍc.), quan-
do ocorre o trânsito em julgado senclo a coisa julgada uma,sanakh-ict Não se conflrntlem com a suspensão as abomináveis nteros parali_
geral da.s nulidades (infra, n. 140). Alguns vícios reputados excepcio- sações do processo, tlcando ele inerte por-ornissão ilas partes, dojuiz ou
nalmente graves pela lei poderão aincla ser alegados pela via da'açã, do cartório, r'nas não estando legalmcnte irnpeclido cle prosseguir. A falta
rescisória, mas, não proposta esta no biênio (CpC , art. 975) ou julgada de impulso pelo sqjeito qlle tem o dever ou o ônus de Íazer o procedi_
inadmissível ou improcedente, o convalescimento é clefinitivo. mento caminhar avante acarreta iudesejáveis denroras, rnas o processo
isso desaparece a possibilidade de impugnar o ato, airda que viciado " "u-
de
considera-se, ainda qLre paralisado, enr vida plena e não suspensô. Assim
é, p. ex., quando o juiz despach a agttctrde-se no cnquivo ou quando man_
nulidade absoluta (infra, n. 166).
da esperar pelo cur,pri,ento de algurn ato ou diligência (perícias elc"
).
E assim é também cluando o carlório demora mescs e mais ,reses para
136. suspensão do processo sirlplesrncnte lcvar os autos à conclusão - o que acontece com constran-
gedora Íiequêrrcia nos cartórios do foro central cla capital cie são paulo.
suspensão é uma situação jurídico-processual provisória e tempo-
Existe tanrbém o péssimo costume de mandar que o processo aguarde o
rária durante a qual o processo, embora pendente, sem deixar de existir,
.iulga,rento do recurso extraordinário ou especial interposto, quando a lei
cletén-r scu curso e entra em vida latente. o procedimento deixa
de seguir c rnuito clara ao estabelecer que tais recursos não têm eÍbito sr-rspensivo
TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL PROC'tsSSO t99
l9ti
(CPC, art. 995 - infra,n. 142). Nesses casos o processo Ílca somente 138. .ialgumenÍo do mérito
puru l. i,s o d rt. irrTo susPeuso.
O julgamento do mérito ocoÍre ao Í-rm da fase de conhecimento do
processo, após as partes apresentarem os seus pleitos e o processo ser
t -J7. extinção do processo ou da.fase cognitiva
saneado e devidamente instruído (supra, n. 84).
 lase cognitiva do processo é encerrada por sentenÇa, quet de mé- Mas se os pontos de fato relaciotlados colll o mérito estiverem
t.ito tt't.1tin;tiva lsultra. n. 130.1. Nenhuma delas provoca necessaria-
r..ttr maduros para o julgamento antecipa-se este, sem o desenvolvimento de
nlrnte ll cxtinçào do proCessO eln Si tneSmO lnas Somente de sua fase cog- uma fase instrutória ou com o sen abreviamento. Trata-se do julgamento
rritiva, corno de ntoclo expresso dtz alei (CPC, art. 203, § 1a). Ordinaria- antecipado clo rnerito, de aplicação restrita às hipóteses de clesnece,ssi-
prcntc o avançÍ,t depois desse julgamento, ingressan do na.fase de
/)/-o('(',r,ro dacle cle provas (CPC, at. 355), que se conÍiguram (a) quando incon-
c.tlnprinlcn!(t de scnlcnç'rl il() nlcn()s para a satisfação da condenação em troversos os fatos, inclusive por efêito da revelia ou de contestação sem
cllstas prooessuais c elr honorários advocatícios (na hipótese de não ter impugnação especílica de fatos (CPC, ar1s. 341,344 e374,inc- IV), (b)
si<1o imposta na sentença Llma condenação reÍêrente ao próprio objeto
do
quando os làtos alegaclos na inicial fbrem imperlinentes ou irrelevantes,
processo). O prccesso somente será extinto com a sentença que põe fim a (c) quando já estiverem suflcientemente provados ou ainda (d) quando
essa nova fase (supra,n. 80). Nas poucas hipóteses em que a sentença
não
inadmissível a prova pretendida.
in-rpõe condenação alguma, sequer pelo custo do processo, a sentença que
Em uma das grandes inovações trazidas pelo Código de Processo
põe f,un à fase de conhecimento extingue também o processo'
Civil vigente, seu art. 356 instituiu na ordem processual civil brasileira
A extinção da lase de cumprimento de sentença ou do processo a figura do julgamento antecipado parcial do mérito, admissível sempre
autônomo de execução tbrçada operar-se-á selnpre por força de uma clue parte do pedido ou um dos pedidos cumulados reunir condições para
sentenÇo, a qual, sem nada decidir sobre as pretensões contrapostas dos esse julgamento e o outro, ou outros, não. O Código autoriza esse jul-
litigantes, dá por satisÍêita a obrigação ou, mais amplamente, pela im- gamento antecipado parcial quando parle do pedido ou ulrl dos pedidos
porrfuitiau,l. ou desnecessidade de prosseguir na execução (CPC, aÚs. rnostrar-se incontrover,so (art. 356, inc. l) ou se estiver em condições
924. incs. I-Y e 925, c/c art. 203, § 1q). cle imediato julgamento (ar1. 356, inc. II)' No tocante ao que não fbi
clecidido prosseguirá o processo mediante a instrução probatória e tudo
Em realidade, classificar as sentenças que extinguem a fàse cogni-
rllais quanto for necessário ao j ulgamento Íi-ral. Esse julgamento parcial,
tiva do processo em sentenças de méri.to ou teüninativas é insuficiente
clue é um autêntico julgamento de mérito, será suscetível à autoridade da
para a adequada identificação das espécies de sentenças existentes no
coisa jttlgada material, mas o Código o trata corno decisão e nã0 como
or«lenamenio jurídico brasileiro, que são quatro: a) as que, examinando
par- ,\'antenÇa,pondo-o sob o crivo clo recurso de agravo de instrumento e não
a causa, concluetr pela proceclência, improcedência ou procedência
de mérito (CPC, aft' cla apelação (CPC, art. 356, § 2a in{ra,n. 152).
cial da demanda, sendo pois autênÍicas ,sentenÇas
487 , it'rc.I); b) as que se pronunciam sobre a prescrição ou a decadênc io ,
que, rnal ou bem, o Código quis colocar como tema de mérito (CPC, l-19. casÍo d0 processo
àrt. qV,inc. ll); c) as que se limitam a homologar o recoúecimento
do
O funcionamento do prooesso demanda ulrl cLtsto, desde antes cle a
pedido, a transação ou a renúncia ao direito (CPC, art' 487, inç' III); d)
rlomanda ser proposta ate a efetiva prestação da tutela jurisdicional. Esse
julgamento do mérito (CPC, ar1' 485)' As
as termincttivrTs', que negam o e rrsto pode ser encarado efit um sentido estrito e em unl amplo. o
primei-
três primeiras hipóteses são reunidas pelo Código de Processo Civil em l1r deles abarca apenas os gastos que guardam relação direta e imediata
uma só categoria (sentenças de merito). r.onr o clesenrolar do procedimento. O segundo, todo e qualquer gasto ou
processo o senti-
Essa variedacle de espécies de sentenças conduz a várias e slgni- Pcrcla decorentes do processo. Imporla à disciplina do
do L',s'trito. Como não há condenação ao ressarcimento das despesas que
llcativas peculiaridades no trato de cada uma delas, seja no tocante ao
ili)0 scjam decorrência direta e imediata da prática de um ato processual.
co[rteúclo, ao morlento em que são prol-eridas, ao modo cle desoonstituí-
-las irp(ts o trânsito em julgado etc. ( iu'L:Lrc de interesse prático a análise do sentido amplo da expressão.
201
PROCESSO
CIV]L
2OO TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO
que' por
na Justiça àqueles
Processo Civil, visa a assegurar o ingresso ou
os honorarios não teriam como propor demandas
Incluem-se no conceito estrito de custo do processo razões financeiras, de outro modo
( honorários da s,u-
devidos pela parte vencida ao advogado da vencedora
defender-se. A, ,or-uJteferidas também ofertam de forma ampla os
O eni i olm ais todas as chamadai
des p e s as p ro c es s ua i s representadas o exercício do direito ao proces-
"u*
p"fr. .*t"., taxas judiciárias em geral, pela remuneração de
peritos elc' ;;i;;;;" acesso à jusriça mediante para o cor.reto e eÍ-etivo exercício dos
por todas palte veácida será ordinariamente condenada. so (assistência judiciária) e apoio
essas verbas a orientação em contratos, providên-
Não será condenada, p. .*', pot eventuais despesas do vencedor para a direitos fora da esteraluiisaiáiooui-
obtenção ile documento* u utilizados no processo' diligências em cias extrajud içiais etc'
'át"t
busca de testemunhas elc' no art' 5q' inc' LXXI'
Mas a assistência jurídica integral garantida
a assistência judiciária'
em duas cate- da Constituiçã" F"d;;i:;ttu toJpttÃdida
Em seu sentido estrito o custo do processo divide-se na realidade do Brasil con-
ainda constitui uma romântica promessa
gorias,asdespesasprocessuaiseoshonorariosadvocatíclos(CPC'arts' Defensorias Piblicas são material e numericamente
custo do processo ;;;;À";" As
ã+ AS;. Sáo despesas processuais todos os itens do insuficientes; up"nu' no' t""tros dotados
de Faculdades de Direito há
ttl " a" âtgr- rnádo Lm algum momento serão devidos aos agentes (como é o caso dos abnegados estu-
[r. " o custo de voluntários habilitados e dispostos
estatais, rios quais se inserern as custcts, os emolumentos' dantes do Largo de õào f'u"tit"o'
reunidos no Departamento Jurídico
ou citações e a remuneÍação Estado pouco-ou- quase nada
realizaçáode àiligências como intimações do centro Acadêmico XI de Agosto); o
tl1
ter razáo, seja porque não tinha razáo e obrigou o adversário a "i*à"i" declaratória (supra' n' 7)'
sem
que o próprio ven- ela constitutiva, condenatória ou meramente
'li acioná-lo em juízo rrrui ha casos excepcionais em Algumas sentenças enquadram-se
quase perfeitamente nessas catego-
cedor foi quem deu causa ao processo, como'
p' ex'' ao promoverüma judicial pode assumir
do provimento
rias, mas em cefios
clemanda quando o outro sujeito
já se manifestara disposto a satisfazer "át""-' categorias
"ntacia dô sentenças com eÍ-rcácia bastante
sua pretenião. São esses os honorários
que integram o custo do processo ;;à" ;;plexidade-â"Háà"tp"iã, q": tlT os efeitos cumulados de des-
ii,i
pelojuiz dl:1Ytu segundo complexa, como as
no sentido estrito e que devem ser arbitiados constituir a relação j,'iai"o' áui"iiul d"
locaçâo e condenar
",1:-:?lT:
Processo Civil'
os critérios dispostos no afi. 85 do Código de -J, u coisa certa. Há ainda sentenças que'
apreclando-relaÇoes
Lie- epofiantodeterminantesdoresultadoasquestõesdecididasdesfavo.
502). Esse conceito remete a uma lição lançada por Enrico Tullio
ravelmente ao vencedor, pois nesse caso a decisão não interferirá
na
bmán no longínquo ano de lg35 (Efficacia ed autorità della sentenza),
conclusão pela procedência ou improcedência da demanda'
ao esclarecer que a coisa julgada não é um efeito ou uma
eficacia da
imutabilidade Um exemplo facilitará a compreensão' Em demanda condenató-
sentença, mas uma rru p."rliá. autoridade, consistente
na
ria o réu contesta a validade do contrato que deu origem à prestação
julgada
da eficácia da sentença. e afirma que o crédito demandado já Íbi pago' A demanda é
Essaimutabilidadeédenominadacoisajulgadamalerial,emcon. improcedente, constando cla lundamentação da sentenÇa que o negócio e
de qual- para
traposição à coisaiulgacla.formal,que consiste no impedimento válido e o reconhecimento da quitação da dívida. Foi determinante
destinado a impugná-la' de modo a rejeição dessa demanda a quitação da dívida e sequer
era necessário
luãt r..utro o, etpeãieotã processual
que naquele processo nenhum outro jtúgamento se fará' que"o julgador enfrentasse a questão referente à validade do contrato.
com
Não há poftanto como garantir a presença de cognição compatível
A imutabilidade «lecorrente da formação da coisa julgada tem por julgada material quanto à parte da motivação.que
a formação da coisa
consequência o impedinrento à propositura de demanda com
I
objeto
reconheóeu a validade do contrato - e essa é arazdo para o art. 503, §
14,
que da solução da questão prejudicial deve cleitos desfavoráveis da sentença e impeclido de repor em discussão
Éro"...o Civil, ao dispor
preceito sentencial (supra, n. 33).
I
cla coisa
na motiva.çào como premissa necessária e determinante do
Ao dizer somente que a sentença e a coisa julgada não podem
lt figr,rrem
'àruhodo
rlo.jtilgamento. Não podemser qualificadas como necessárias prejudicarterceiros,semdizerquetambémeventuaisefeiÍosfavoriiveis
I
PRoCESSO 20s
20.1 TF,ORIA CERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL
por completo o
to sr-rbietivo distinto, mas, colllo sua procedência tolheria
t-tãoosatingcm,oart.506donovoCódigodeProcessoCivilafasta-se vida assegurado pela sentença transitada em julgado' a eÍlcácia
bem da
clo que tradicionalmente se dizia no anterioq segundo o qual "a sentença preclusiva impede a apreciação de seu rTrérito'
nem
Íàz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não benefioiando
prejudicanclo terceirós,, (cpc_73, art. 472). Essas ou eventuais outras
§ 4q. Rxcunsos E ourRos
do MEIos DE IMPUGNAÇAo
lxtinsões de efeitos e autoridacle Íàvoráveis prestigiam a efetividade
processo e não colidem com a garantia do contrttditório' DAS DECISõES JUDICIÀIS
resse substancial emjogo e porque, por modos que a lei reputa idôneos' qu".lulgu um recurso ou algum outro meio de impugnação de decisões
SeuS interesses estiveram defendidos no processo - os do sucessor, por j"aióla.iu, tenr o eltito de substituí_lo ainda quando repete o mesnlo
qr"- titular do direito ao tempo, e os do substiíuído, pelo sujeito a decisório nele contido (CPC, aú' l'008)'
qr". o".udireito outorga a legitimidade ctd cattsam' Acategoriadosmeiosdeir-npugnaçãocontememsiadosrecurso's'
l'Iaque-
A coisa julgada é dotada também de uma especíÍica eficácia pre- que é menoi ampla e poflanto figura como uma espécie integrada
tendo por impugnação
clusiva, imposta pelo art. 508 do Código de Processo Civil e tf gênero próximo (iifra,nn.l42 ss')' Os demais meios de
demandas au-
significado'o impedimento à propositura de demandas incompatíveis àsãecisões, que não se qualificam como rccursos' são as
.o], u situação jurídica def,nicla na sentença transitada em julgado, na tônomas de impugnação às decisões judiciais (infra' nn' 165 ss')'
rnedicla cla incompatibilidacle. A eficácia preclusiva atua
no sistema
protetivo da própria coisa julgada e reforça espécies e eJ'eitos
como um autêntico escuclo 142. recursos - conceito,
a estabilidade jLrrídica proporcionada por essa autoridade'
impedindo a
parle pede
propositura pelo reu de demandas que venham a contornar ou trllnllnlzar Recurso c um ctto cle inc:ctnfonnlsmo mecliante o qual a
poftadoras de alegações que Íbram ou poderiam novadecisãodiferentedaquelaqrrelhedesagradaouprejrrdica'Econatu-
sua derrota clemandas nct mesmo
ter sido deduzidas no processo anterior e pedido incompatível com a ral ao conceito de recurso no direito brasileiro o seu cabimento
julgada' processo oll meslra relação processual eln que houver
sido proferida a
situação substancial in-runizada pela coisa
ou rejeita alguma
clecisão impugnada. Reoorre-se da clecisão que acolhe
do processo sem lhe pôr fim (decisões
Exernplo em que a eÍrcácia preclusiva st: maniÍ'esta é o de demanda ft"t.ntao no".r.ro de uma Íàse
cognitiva do
condenatór'ia julgada procedente' coln a condenaçào do rótr
r curnprir interlocutórias), recorre-se de decisões que põen:r firn à Íàse
que jâfizera o pagamento antes da sen- procedimentoColnUmollextil]guelnaexccuçào(Selltellças).recorrc-Se
a obrigação. Haja ele alegado
re-
ile decisões tomadas pelos tribunais (acórdãos)' Só não compoftam
Í'eito
tença,"sendo essa deÍêsa rejeitada na sentença, ou não haja sequer
possível propor
tal alegação, em qualquer dessas hipóteses não lhe ourso oS rle,lpachos de mero expediente, que não contêrl
será decisão algur-rra,
pedindo a
na sequência uma outia demanda' contra o autor da primeira' lirnitando-sé a dispor sobre o in-rpulso do processo e a ordenação
dos atos
primeiro pagamento com Ír_rndamento na
dcvolirção do valor referente ao atos sem qual-
Essa dernanda processuais; nao tta como pedir rova decisão em fàce cle
jurídica para adimplir em duplicidade.
quer conteúdo decisório (CPC. art' l'001 - '\uprq, n' 130)'
aLrsência cle causa
édistintaclaquelaaqueacoisajulgadaserefere,dizrespeitoarrmdirei.
20]
PROCESSO
ir 206 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL
todo Íecurso
ll Para delimitar o âmbito horizontal da devolução'
A interposição de um recurso instaura no processo um novo pro-
-o deveconteropedidoclenovaclecisão,comaimpugnaçãodadecisão
cedimento, procedimento recursal, destinado à produção de novo
recorridanotodooo"*pun.(CPC'art.1.002).SeorecursoÍorparcial
julgamento ,ob." u matéria impugnada. o processo não se duplica nem será devolvido á apreciação do tribunal
o capítulo efetivamente
.á-"n*
," iria uma nova relação processual. Novo czrso se instaura, ou nova impugnado.
caminhada, em prolongamento à relação jurídica processual pendente,
I
atos ordenados segundo determinados criterios e em vista do objetivo de ao tribunal pelo recurso interposto não incide
ou decisão é devolvida
reali- que se collsume a pteclu'
cada espécie recuÃal, sendo que cada um dos atos sucessivamente quanto à outra, ou outras, o efeito de impedir
capítulo sentencial que houver
,ados áesse procedimento vai produzindo seus efeitos e impulsionando sâo. Essa eÍicácia reputa-se confinada ao
de modo que quanto aos demais
a demanda do recorente ao julgamento pelo órgão destinatário. As es- cánstituído objeto àa impugnação'
contiverem uma clecisão de mérito'
pécies recursais admitidas no sistema do Código de Processo Civil são forma-se a coisa julgada q"uído "1"s
I
à apelação, o agravo de instrr-tmento, os agravos internos, os embargos questões a sereffI conlre-
I
de àeclaração, o recurso ordinário, o recurso especial, o recurso extraor- No plano vertical, ou seja, no tocante às
ou menor conforme a especie
dinário, o agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do cidas pelo tribunal, a extensãó será maior
da admissibilidade do recurso
tribunal reconido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso espe- '"ti"rr"i"Dadas as precisas delimitações
recursal.
Federal' somente
cial e os embargos de divergência (art. 994, incs' I-IX)' d" extraàrdinárlo, ditadas pela Constituição
questões de direito nacional podt* objeto de devolução a estes (art'
Todo recurso produz seus efeitos desde quando é interposto e ate que 'àt a
l
102, inc. III, letras ,',, urt' 105, inc'.IlI' .letras a-c) - excluindo-se
venha a ser julgadã. Os efeitos mais relevantes dos recursos sáo o devo- " direito locaf intetpretação de
lutivo, o suspensivo e os de ca.ssação e substituição da decisão recorrida. )rirri, lrn^"to, qualquer apreciação de nn' 219 e 454-STF; Súmulas nn'
contrato ou exame de prova(Súmulas
Efeito devolutivo. Devolyer significa, no glossário da técnic.a recur- elevado grau de devo-
julgamento da causa i Z-Sf». Os demais recLrtsos pennitem o maispelas
sal, tiansJêrir: quando um recurso é interposto, o " u"ríi"ul, devolvendo as quãstões propostas partes (recorrente
órgão superior, ou trans- t.riao
ou de uma demanda incidente é devolvido ao não susciiadas' qLle sejam pertinentes à
ou recorrido;, e tamUám outras,
julgar. A interposição recursal tem podanto a efi- (CPC' arts' 278' par'' e
.fericlo a ele o poder de
'cácia não Áajam sido coberlas por preclusão
de incluir concretamente na competência do tribunal a causa ou o "u,rru "3a).
485, §
incidente em que o recurso houver sido interposto. o tribunal reputa-se do efeito devolutivo' em
Como decorrência da dimensão subjetivct
investido do poder de decidir novamente, por força da devolução que os ou passivos a interposição
recursos operarl, nos limites da lei e da vontade expressa pela parte
que caso de processo com litisconsofies ativos
a pretensão da parte.que
recorre. Todo recurso é limitado por uma precisa dimensão horizontal, àn u* ,)rurro devolve qo tribunol somente
é interposÍo' Esse
estabelecida pela matéria em relação à qual nova decisão é pedida;
por ,nrorr" e emJàce da parte em relação à qual o recurso
de Processo Civil' constitui
uma dimensã o vertical,representada pelo conjunto de questões suscetí- enunciado, contido no art' 1'005 áo Código
auton.omia dos litisconsortes' que o
veis de serem apreciadas; e por ufira dimensão subjetiva, representativa O*Oá" do chamado princípio da é unitário' porém' é impossí-
art. lll proclama. Q*u,tJo o litisconsórcio
dos sujeitos a serem possivelmente beneficiados ou prejudicados pelo dos litisconsortes sem revefiê-
novo julgamento. vel reverler o iutgu*"nto em relação a um
barreira da
-lo quanto ao outro, fo'q" a isso. se opõe a intransponível
clue e a razáo de ser e o
osrecursosdevolvemaostribunaisSomenteoscapítulosdesen. incindibilidade das ,ituuiO"t.l"idico-materiais'
(up'o, n' 102)' Por essa razào o afi' 1'005
Íençct em relação aos quais o recorrente haja sido vencido. Aqueles em fundamento da unitaÀda de
recurso intetposto por um dos
quá foi vitorioso não podem ser examinados e muito menos reformados do Código de Processo Civil cánfere ao
em face de algum deles' o
pelo tribunal, do qual o recoffente só pode esperar uma solução melhor litisconsortes ligados pela unitariedade' ou
que a concedida pelo juízo inÍbrior, jamais uma pior' Um agravamento Por força do disposto
O" operar"a dwàluçao em relação a todos'
cie sua situação pelo tribunal, a que se dá o nome de reformatio in
pejtts, "i*i"pur. do art. 1.005, idêntica discipiina se aplica à hipótese de haver
no
e rigorosamente proibido aos tribunais.
pROCESSO 209
2OII TEORIAGERAL DONOVO PROCESSO CIVIL
solicfutriedade pa,ssiva e apenas um dos devedores solidários recorrer, julgado, ainda quando o recurso seja improvido e, porlanto' con;firmadct
a sãntença ou decisão: a parlir da publicação do acórdão
este se reputa o
alcgando defesa que aproveite aos demais devedores.
ato jLrlgador da causa ou incidente e a responsabilidade
por ele é do órgão
E/êito suspenslvo. O efeito suspensivo consiste cm impedir a pron- juiz ainda for admissível
julgadór do recurso, e não do a quo' Por isso, se
ta consumaÇão dos efeitos de uma decisão interlocutória, sentença ou será um recurso contra
âtgu* recurso subsequente ao que Íbijulgado ele
acórdão até que sejajulgado o recurso interposto. Esse efeito não incide (ou o ato superior e não
oàcórclão e não contra a sentença seja, contra
sobre a decisãojudicial recorrida, cotro ato processual sujeito a ser cas- o acórdãct virá a ser
contra o inÍ'erior). Se nenhum recurso se interpuser
sado e substituído por outro, mas propriamente sobre os eJêiÍos que se julgada-rnaterial
destina a produzir. Quer se trate de sentença de merito ou terminativa, imunizado pela preclusão e eventualmente até pela coisa
(se houver pronlnciado sobre o merittun causce) - e não o ato decisório
ou mesrro de decisão interlocutória, o efeito suspensivo dos recursos só jurídico pelo jLrlgamento su-
inferior, já previamente retirado do mundo
existe quando assim determina a lei, sendo natural a expansão de eÍêitos
quando ela silencia (CPC, art. 995, caput). Tratando-se de decisão con-
perior'AextinçãodoprocessooudaÍàsecognitivaseránessecasoobra
,doacrSrdãoenãodasentençafecorrida(ar1.203,§1a).Eventualoç,ão
denatória, se o recurso não tiver e[eito suspensivo a decisão compodará contando-
rescisórie.poderá ser admitida contra aquele e não colltra esta'
execução desde logo, seguindo as regras dtt cumprimento provisório cle para propô-la' elc'
-se depois da prolação do acórdão o prazo
sentenÇa (CPC, arts. 520-522).
As decisõcs judiciárias têm seus efeitos obstados desde o tnomenttr 143. os pressaposÍos de admissibilidade dos recursos e o seu mérito
da prolação sempre que o recurso r:abível seja poftador de efeito suspen-
sivo: proÍêrida a decisão interlocutória, a sentença ou o acórdão, laz-se Assim como a demanda inicial, tan-rbém os recursos (que contêm
pressupostos ou
uma pro,\pecÇdo sobre o recurso que em tese poderá ser validamente uma demcmda dirigida ao tribunal) são sujeitos a certos
requisibs sem os quais não poderão ser julgados pelo mérito' Mérilo
interposto, e se essa prospecção apontar a um recurso que tenha tal efi-
do
a Llma
cácia o ato.ludicial reputa-se desde logo impedido de produzir os el'eitos ,urr,rro é a pretensão a Llma decisão favorável, em substituição
com
programados. Seria um rernatado contrassenso aÍinnar que a sentença desfavorávei, dirigida ao tribunal. O mérito recursal pode coincidir
suscetível de recurso col-n efeito suspensivo produz efeitos antes da o mérito da própria causa, o que acontece quando o recurso e
interposto
interposição deste mas esses eÍ-eitos sc estancâlr depois que ele vier a que haja julgaclo este rnas pode também não coin-
contra uma decisão
ser interposto. Mais indesejável ainda seria adiar a efetivação do eÍ-eito qlle se peça
cidir, como se dá, p. ex., nos agravos de instrumetlto elTl
suspensivo ao momento da clecisão que recebe o recurso nesse efeito: o
juiz não tem o poder de subtrair o efeito suspensivo que o recurso telrl novadecisãosobrealgumaquestãoincidenteenãosobreessemérito.
muÍatis,mtr-
segun«1o a lei, e a sua decisão, nesse momento, é meramente declaratória Os pressupostos de admissibilidade dos recttrsos equivalem'
qr" condicionam o julgamento de merito de toda e qualquer
de uura situação auterior e, por isso, pofladora de eficácia ex tut1c. tan'dis.uoi
não terá
demanda (,sipro,n. 126) - e quando um deles Íàltar o recorrente
inadmis'sí'
Efeiros cle cassctçirct e substitttição cla tlecisão recorriela. E usual em direito ao juigamento do mérito recursal, sendo o seu rectlrso
(se fbr o
doutrina a alusão a urn binômio representativo dos efeitos do julgamento vel e por issJmerecedor cle indeferimento pelo órgão recorrido
dos recursos e composto pela cassctçCio e substituiçâo. Esses ef-eitos, caso) ou de não conhecitnento pelo tribunal destinatário'
porém, abrangem somente as hipóteses em que o recurso e cctnhecido,
Aplica-seaosreCLlrSoStu<loquetbiditoarespeitcltloprincípio
ou seja, as hipóteses em que o tribunal destinatário aprecia o seu mérito, arts' 939
tla priàazia tia clecisão tle mérito, com realce ao disposto nos
seja para dar-lhe provimento, seja para negá-lo. Não conhecido o recurso, i.CtZS, § 3a do Código cle Processo Civil Preenchidos os reqLrisitos
o ato jurídico fica intacto, sem cassação e muito menos substituição. Ao "impostosncssesdispositivos,oumesmoaquelesindicadosnoaú'488'
conhecer do recurso, seja para provê-lo ou para irnprovê-lo, o tribunal devesersttperadaaausênciadorequisitodeadrr-rissibilidadecolnérito
('Lt,\.\o a sentença ou decisão porque a retira do mundo jurídico, para que do recurso devc ser conhecido'
nixr rnzris produza efêitos; e também a substitui por outra decisão, clue é
cssa cpre elc próprio está a proÍêrir (CPC, arl. 1.008). Essa substituição Sáopressupt'lstosgeraisclosrecursos,oupressupostosdosrecursos
clo ato irrÍ'crior pelo superior se dá sempre que o mérito recursal seja ge.ul, a tegit int idaie para recorrer, o inÍeres se recu,sol, a adequaçãtt
".
zt1
PROCESSO
signilrcado é a oÍ-erta de opoftunidade para que o recorrido ofereça sua serânegativo, ou seja, o recurso será indeÍ-erido pelo órgão a quo ou nã'o
respo,sla porque, não tendo este a opotlunidade para responder, violada conhecido pelo tribunal ad quem, conÍbrme o caso'
estaria a garantia constitucional do contraditorio (supra, n. 33). Pordisposiçãocontidanoaú.1.010,§3a,doCódigodeProcesso
Civil, os autos em que houver sido interposto um recurso de apelação
A admissibilidade do recurso extraordinário e do especial é con- serão remetidos ao órgão destinatário após o cumprimento das formali-
dicionada também ao requisito do prequestionontenÍo, consistente na
dades exigidas, "independentemente de juízo de admissibilidade". lsso
lbrmr-rlação de argumentos constitucionais ou inÍiaconstitucionais, con-
forme o caso, rultes do julgarnento pelo tribr-rnal a qrro. Omissa a parte signiÍica qr,", .o-p"ndo com urna tradição brasileira de muitas décadas,
o COaigo iig.nt" àeixou somente aos tribunais responsáveis pela apela-
quanto a essa alegação prévia ou on.risso o tribunal em apreciá-la, falta
ao recLlrso extraordinário ou ao especial o indispensável requisito do pre- ção o juízo ãe admissibilidade desta (Tribunais de Justiça ou Regionais
questionamento a não scr clue a parte. tendo suscitado aquelas questões Ê"ae.áir1 suprimido esse poder de modo absoluto aos juízos de primei-
r,u-rtcs desse julgaurento, vcnha depois a opor eurbargos de, declaração ro graujurisdicional.
cortra a onrissão do tribunal (CPCl, art. 1.025). uma outra disposição do código de 20l5 suprimia o primeiro juízo
O recursct exÍruordinario está sujeito tambér-r-r, além desses requisi- de admissibilidade tambem do recurso extraordinário e do especial,
tos gcrais e especiais, ao da reperat-s'stio gerdl, incluído pela Constitui- tradicionalmente realizado pelo presidente ou vice-presidente do tribunal
ção Federal entre seus pressupostos dc admissibilidade (art. l02, § 30) prolator do acórdão recorrido flazendo-o ao dispor c1ue, após cumpri-
e assim também considerado pelo Código de Processo Civil (aú. 1.035
l das as Íbrmatidades perante o tribunal de origem, far-se-á a rertessa ao
ín/ra, n. 153).
Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de .lustiça, "inde-
pendentemente de juízo de adrnissibilidade" (art. l'030, par')' A esses
149. prepuro Tribunais seriam com isso remetidos os autos de todos os recursos espe-
l
Preparo, na linguagem de direito processual, é o adiantamento do ciais ou extraordinários interpostos no país inteiro, sem qualquer triagem
valor de despesas processuais, exigido pela lei eln cedos casos. Todos os prévia, o que causou aos seLls integrantes enotme preocupação, pelo
recursos são sujeitos a preparo, como pressuposto de sua admissibilidade, previsível agravamento da atual situação de congestionamento que os
exceto os embargos de declaração (CPC, ar1s. 1.007 e 1.023). Com essa ànlge. SoUráveio porém urra nova lei federal (lei n. 13.256, de 4.2.2016)
i ressalva o Código de Processo Civil dispõe que, "no ato de interposição qu"l uo modificai a redação do art. 1.030 do Código clc Processo Civil,
ri
clo recurscl. o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação .ievolre aos tribunais prolatores a competôncia para o primeiro juízo de
pertinentc, o rcspectivo preparo, inclusive pofie de rerressa e de retorno, admissibilidade daqueles recursos, podendo inclusive negar-lhes segui-
sob pena de deserção" - ou seja, sob pena de seu recurso ser indefbrido mento, como sempre Íbi (CPC, art. 1.030, inc. I)'
l
I
ou não scr conheciclo. O preparo inclui, corrÍbflle as leis de organização
Nessa sistemática traclicional, que a nova lei não pern-ritiu que losse
jLrdiciária, as custas ou taxasjudioiárias clevidas ao Estado e essas despesas
eliminada da orderr processual brasileira, o juízo positivo de adrnissibi
1l
de porte e relorno, relativas ao transporte dos autos para o tribunal desti- tidade realizado no tiibunal a quo náo vinoulará o tribunal destinatário,
natário e devolução ao juízo de origem a não ser, por razões para lá de oncle logo de início pode o relator negar-lhe seguimento, inclusive por
inadrnissibiliclade. E pode tarnbélr.r eveutttaltnente o colcgiado
julgador
óbvias, quando a causa se processar ern atÍos eletrôn icos (aú. I .007, § 3!).
(Tnrrna, seção) prol.erir tm juízo neg1tit,o apesar clc ter sido posiÍívo o
ào relator. isso iigniÍica que ün reclrrso espccial ou extraorclinário só
ii 150. .juízo de admissihilidade e juíz,o de mérito dos recursos chegará a obterjulgamento pelo mérito quando houver superado vito-
I
O juízo de adnti.v,sibilidade dos recursos é uma apreciação f'eita pelo riosãrr.rente os trés juízos de admissibilidade a que pode ser submetido,
sendo todos eles no sentido positivo.
órgão prolator da decisão recorrida ou pelo tribunal destinatário quanto
à observância ou inobservância dos pressupostos de admissibilidade
claclueles. Se presentes todos, o recurso vai avante e poderá receberjul-
l5l. upelação
garrcnto pelo mérito, sendo entãopositivo esse juízo de admissibilidade. é o recurso cabível contra a senÍenÇq (CPC, ar1' l '009)'
A apelação
Sc auscnte algurn deles, um somente que seja, o juízo de admissibilidade Ela se distingue de outros recursos, especialmente por Ser um recLil'so
PROCESSO 215
TEORIA CERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL
pleno, capaz de devolver ao tribunal todo o objeto do processo em que de Justiça, confonxe o caso). Cabe exclusivamente ao tribunal o juízo
lbi proferida a sentença (todos os pedidos), todas as questões suscitadas sobre a admissibilidade e o mérito do recurso (CPC, art. I .010, § 3a).
em primeira instância, ainda quando não integralmente decididas, e,
ainda, toda a matéria de ordem pública pertinente, mesmo quando não 152. agravo de instrumento
suscitada (CPC, ar1. 1.013). Daí dizer-se também que ela é um "recurso
de livre crítica, ou de livre Jitndamentação". Está sujeita, como todos os Agravo de instrumento é o recurso adequado contra as decisôes
recursos, aos pressupostos gerais de adrnissibilidade irnpostos pela lei interlocutórias proferidas na fàse de conhecimento que versarem sobre
processual (legitimidade, interesse, tempestividade etc.). mas somente a as matérias indicadas nos incisos do art. 1.015 do Código de Processo
eles. Inexistem pressupostos recursais especiais para a admissibilidade Civil bem como contra as proferidas na Íàse de liquidação de sentença
da apelação. Pelo disposto no aft. 1.012, caput, do Código de Processo ou de cumprimento de sentença no processo autônomo de execução por
Civil, "a apelação terá efeito suspensivo", salvo nas hipóteses relaciona- título extrajudicial ou no inventário (CPC, aú. 1.015, par.). Nas hipóteses
das em seu § le. inclicadas nos incs. I-XIII do ar1. 1 .0 15 do Código de Processo Civil tem
Apelação e admissível tanto em relação às sentenças de mérito a pafte o ônus de interpor tempestivamente esse recurso, sob pena de
(CPC, ar1. 487) quanto às terminativa,r, que não decidem sobre mérito preclusão o que não acontece quando se tratar de uma interlocutória
(ad. 485). Basta que seja uma sentenÇa (ato com o qual o juiz põe fim irrecorível (aft. 1.009, § la).
à fase cognitiva do processo aft. 203, § 1a). Não compofia apelação a Esse recurso é interposto diretamente no tribunal competente (CPC,
decisão com a qual o juiz profere um.julgamenÍo antecipado parcia.l do ar1. 1.016, caput), instruído com os documentos e cópias necessários à
mérito, pois essa decisão, mesmo sendo de mérito, é uma interlocutória comprovação da admissibilidade do recurso e à adequada compreensão
e comporta agravo de instrumento (ar1s.356, § 54, e 1.015, inc. II infra, da controversia (CPC, ar1. I .01 7). Não tem efeito suspensivo (ad. 995).
n.152).
Conforme o caso, o objeto da apelação pode incluir também a 153. o recurso especiul e o recurso extruordindrio
impugnação de cefias decisões interlocutórias proÍbridas ao longo do
processo. Quando se tratar de interlocutória sujeita ao recurso de agravo O recurso extraordinário e o recurso especial têrn admissibilidade
de instrumento tem a parte contrariada o ônus de interpor esse recurso restrita no sistema processual-constitr-rcional brasileiro, sendo sujeitos a
no prazo legal, sob pena de preclusão e tais são aquelas indicadas nos severos pressupostos especiais de adrr,issibilidade, aos quais os demais
doze incisos do ar1. 1.015 do Código de Processo Civil. Quanto às de- recursos não são. Ar-nbos têm por objetivo proporcionar aos Tribunais de
rnais, não incluídas nesse nutnerus clausus, não ocorre tal preclusão jus- superposição (Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça)
tarrente porque são iruecorríuelt e poftanto a pade não teria como ma- a apreciação de quesÍões /ederais, a interpretação do direito federal e a
niÍ'estar irresignação. De n-rodo expresso diz o § la do art. 1.009 que "as imposição da efetividade das normas federais tendo a Corte Suprema a
questões resolvidas na Íàse de conhecimento, se a decisão a seu respeito competência para o recurso extraordinarlo lundado em alegação de trans-
não compoúar agravo de jnstrumento, não são coberta.s pela preclusão". gressão à Constituição Federal (Const., aú.102, inc. III) e sendo o Supe-
São essas as decisões que compoftam impugnação mediante o recurso de rior Tribunal de Justiça competente para o reaffs o e,specia l, que desempe-
apelação, juntamente com a senÍença. Eventuais decisões interlocutórias nha análoga função em relação ao clireito ltderal infioconslitttcional (aft.
não agraváveis proferidas ao longo do processo em desfavor da parle que 105, inc. III). Ambos são admissíveis contra decisões tomadas por outros
veio a sair-se vitoriosa na sentença poderão ser por ela impugnadas em tribunais em única ou últirua instância - e é por isso que desses Tribunais
suas contrarrazões de apelação (ar1. 1.015, § la, palavras finais). Superiores costuma ser dito que exercem ama insÍância de superytosição
(strpra, n. 65). Nenhum deles tem efeito suspensivo (afi. 99-5).
A apelação é interposta perante o juízo de primeiro grau no prazo
de quinze dias (CPC, ar1s. 1.003, § la, e 1.010 , caput), devendo aquele,
O juízo de constitucionalidade realizado no julgamento do recurso
depois de receber aresposÍa do apelado, encaminhar os autos ao tribunal
extraordinário é sirnplesn.rente incidental (incidenÍer tanlutn), ou seja,
competente parajulgar o recurso (Tribunal Regional Federal ou Tribunal
2t9
TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO C]VIL PROCESSO
suscetível de ser
ciais repetitivos, no entanto, a reclamação somente é cabível após o es- rnissibilidade em um primeiro juízo de admissibilidade
gotamento das instâncias ordinárias (ar1. 988, § 50, inc. Il infra,n.171). r e visto pelo Tribunal iornpetente
para apreciar o mérito se o recurso for
adn-ritidà (STF ou STJ - CPC, art' 1'030 - supra)
n' 150)' Contra a de-
155. sgrsvo interno em recurso
cisão que não admitir um desses recllrsos é cabível o agravo
Sempre que o relator de algum recurso ou de demanda da compe- aspecialeemrecursoextraordinárlo,aserjulgadorespectivamentepelo
tência originária do tribunal proferir decisãct monocratica, em aplicação iíf".io. Tribunal de Justiça ou pelo Supremo Tribunal Federal (cPC,
do disposto no afi. 932, incs. II-VI, do Código de Processo Civil ou em art. 1.042, § 4a).
qualquer outra hipótese, contra essa decisão caberá agravo intemo, diri-
gido ao colegiado competente para o julgamento do recurso ou da causa 159. embargos de ilivergênciu
(CPC, aft. 1.021).
Tribu-
Admitem-se os embargos de divergência perante o Supremo
de divergên-
156. embargos de declarução nal Federal ou o Superior tiibunal de Justiça nas hipóteses
nos incisos do ar1' l '043 do Código de Pro-
ciajurisprudencial àescritas
Os embargos de declaração são dirigidos ao próprio órgão julgador cesso Civil. Trata-se de recurso destinado a uniformizar
a interpretação
que houver proferido a decisão irnpugnada e cabíveis contra qualquer Tribunais de superposição, e sua existência na
do direito no seio desses
decisão judicial, para "esclarecer obscuridade ou eliminar contradição" áraàn-., .luriOica brasileira constitui uma
natural decorrência da repartição
(CPC, aft. 1.022,inç. I), "suprir omissão de ponto ou questão sobre a dos intãgrantes dessas Corles em Turmas (e o STJ tambem em Seções),
qual devia se pronunciar o juiz de oficio ou a requerimento" (CPC, aft. ;;; pãssibilidade de chegarem estas a interpretações destoantes das
1.022,inc.II) ou "corrigir erro material" (CPC, ar1. 1.022,tnc.III). A "
assumiàas por outros órgãos internos do tnestto
Tribunal'
oposição desses embargos intemompe o prazo para a interposição dos
demais recursos cabíveis contra a decisão embargada (CPC, art. 1.026,
160. incirlente cle assunçiitt de competência
caput). Eles não estão sujeitos a preparo (at. 1 .023).
não
O incidente de assunção de competência - que e um incidente'
colegiado de maior enver-
I 57. recurso ordinário um recurso - torna possível a remessa a um
de processo de
gadura o julgamentó de recurso, de clevolução oÍ-rcial ou
O recurso ordinário é regido por regras muitos semelhantes às da de "relevante questão de
apelação (CPC, arts. 1.027, § 2o, e 1.028). E cabível nas hipóteses des-
ãã-p.teti"iioriginária do tribunal que tratem
g.und" repercussão social, sem repetição em múltiplos pro-
critas no aú.. 1 .021 , incs. I e II, do Código cle Processo Civil, que tratam direito,
"o-
(CPõ, art. 94i, caput).Admite-se esse incidente sempre que Íbr
de causas julgadas originariamente por um tribunal (competência origi- ""rrori'
"conveniente aprevenção ou a composição de divergência entre câmaras
nária), entre as quais Íigr-rranr com grande destaque e interesse prático as questão é relevanÍe'
decisões denegatórias de mandado de segurança (não as que conceclem ou turmas clo tiibunal'; (CPC, afi' 947, § 4a)' Utna
a ordem supra, n. 91). Esse recurso é da competência do Supremo nessecontexto,quanclosuasoluçãopudertranscenderosinteressesdos
sociedade como urll
Tribunal Federal quando intetposto contra acórdão de um dos Tribunais sujeitos em litigio, projetando influência sobre a
notadamente aqueles
Superiores (inclusive do STJ) e do Superior Tribunal de Justiça, quando toáo ott sobre ú ,ulo.", inerentes à vida social'
A ressalva de que o caso
in-rpugna acórdão de algum dos tribunais de segundo grau (Tribunais de que a Constituição Federal abriga e resguarda'
tratar de questão repetida em múl-
Justiça ou Regionais Federais). a ser submetido ao incidente nãJpode
aplicação quando
tiplos processos serve para demarcar o espaço de sua
de demandas repetitivas ou
cànfrontado com o incitlenÍe de resolução
I 58. ogruvo em recurso especial e em recarso extruordindrio
cofiroprocedimentoparaojulgamentoderecursosexÍrarlrdináriose
para o enfrenta-
O recurso extraordinário e o especial devem ser intetpostos perante especiais repetiÍivtts,que sao ôs instrurnentos adequados
A decisão prof-erida no julgarnen-
a presidência ou a vice-presidência do tribunal onde proferido o acórdão mento dessás questõei (supra,n' 154)'
juízes submetidos
recorrido (CPC, ar1. 1.029, capui), que decidirão a respeito de sua ad- to do inoidente de assunçãt de competência vincula os
221
PROCESSO
TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL
pendente, mas verdadeiras demandas autônomas que darão origem a um 167. ução anulatóriu (le sentença arbitrul
novo proces.ro, uma nova relação processual distinta - são demandas
A ação anulatória de sentença arbitral exerce muÍatis mulandis a
autônomas de impugnação às decisões judiciais. oll
mesma finção que a ação rescisóricr exerce em relação a sentenças
Trata-se da ação rescisória, da ação anulatória de sentença arbitral, (a) a ação resci-
acórdãos do poáer Judiciário, conr a diferença de que
da ação anulatória dos negócios jurídicos homologados judicialmente, em alguma medida o reexame do mérito e a anulatória
,ãrà
da querela nullitatis, das ações destinadas à relativização da coisa jul- "o*porta arbitrais,
limita_se áo controle da regulariclade processual das sentenças
gada, da reclamação, do mandado de segurança contra ato judicial, do
,aà poO"rrdo o juiz estatãl ir alem do e^u-" de eventuais nulidade,s
habeas corpus e da arguição de descumprimento de direito fundamental.
ut"gâaut por aquele que vem postular sua desconstituição
(LA' afis'
ZZ-"ZI -CpC, art. 966 supra,nn. 40 e 95), e
(b) a ação rescisória pode
166. ação rescisória emjulgado da sentença ou
ser proposta ate dois anos depois do trânsito
dias (LA, afi.
Depois de passada er-r-r julgado a decisão de mérito e fonnada a coi- ucOiaaà rescindendo e a anulatória em somente noventa
sa julgada material (supra, n. 140), nos casos especilicados nos incisos
33, § la - CPC, art.97 5).
do art. 966 do Código de Processo Civil a correção de possíveis vícios
ainda pode ser provocada mediante propositura da ação rescisória, no 168.açãoanulatóriudeutosnegociaishomologados.iudiciulmente
prazo de dois anos (CPC, aft. 975) quer hajam ou não sido esgotados EmboraoCódigodeProcessoCivilincluaentreasdecisõespofia-
todos os recursos possíveis. Esse prazo é contado "do trânsito em julga- a homologar
doras de um.ittlgamento clo mérito aquelas que se limitam
reconheci-
do da última decisão proferida no processo" (art. 975). Também pode cerlos atos negãciais celebrados entre as parles (transação'
ser impugnada em ação rescisória a decisão que, "embora não seja de mento do pedúo, renúncia ao direito CPC, art' 487 , inç' Ill)' na reali-
mérito", impeça a "nova propositura de demanda" ou a "admissibilidade porque o conteúdo substancial
dade essas sàofalsas decisões cle mérito,
jutz (supra' n'
do recurso coffespondente" (CPC, art. 966, § 2u). A propositura da ação que apresentaÁ e dado pelas próprias- partes, não pelo
rescisória não su,spende a eficácia da decisão impugnada, salvo se for com a qual empresta ao
i:7). bo juiz é apenas a própria homologação,
concedida tutela provisória com esse objetivo (CPC, afi. 969). ato áas p*t", u autoridade do Estado e o habilita a servir de título para o
Ao julgar a ação rescisória, se o tribunal competente concluir pela procedimento de cumpritnento de sentença (CPC, art' 515' inc' II)'
presença de algum dos vícios alegados pelo autor, a decisão impugnada Da estrutura dúplice de tais clecisões decorre a importantíssima
pela via da
deverá ser rescindida Çuízo rescindente) e, conforme o caso, no mesmo consequência de que ô ato homologador comporta o controle
julgamento deverá ser novamente decidida a causa onde Íbra profbrida a e sttscetível de controle por
ação iescisóriru, enquanto o ato homologado
decisão rescindenda (fuízo rescis(trio CPC, art.974). a própria transação' o
outras vias. Quando se trata de pôr em discussão
direito, a via adequada será'
reconhecimento do pedido ou a ienúncia ao
O Círdigo de Proccsso Civil instituiu nos arts.525, §§ l2 a 15, e Civil' a
segundo o disposto no art. 966, § 4o' do Código de Processo
535, §§ 5q a 80, unra inusitada disciplina para a ação rescisória Íundada ação rescisória disciplinada por seu aft.
chãmada ação anulatória, náo a
em decisão do Supremo Tribunal Federal ulterior ao trânsito em julgado, processo de conheci-
485. Essa ação anulatória é representada por um
acerca da inconstitucionalidade de noma jurídica ou de sua interpreta- jurisdição' tal.como
ção conforme à Constituição Federal. Se a decisão do Supremo, profe-
mento da competência do juízo de primeiro grau de
se dá sempre para o pleitá de anuiação ou declaração de nulidade dos
rida em sede de controle de constitucionalidade incidental ou abstrato
(sttpra, n. 94), houver sido contrária ao que consta da decisão transitada atos negociais em geral (CC, art. 849)'
emjulgado será cabível a propositura de ação rescisória contra esta, con-
tado o prazo de dois anos da data ern que transitar ern julgado a dccisão 169. querela nullitatis
do Supremo. Essas nomas são clararnente inconstitucionais. pois, em
alionta ao mínimo de segurança jurídica necessário à vida em socieda- Aquerelanullitatisatuanosistemacomoumsucedâneodaaçãores.
a
de, dão ensejo à impugnação da decisão muitos anos após o trânsito ern cisória, do qual notmalmente se cogita quando o prazo decadencial.para
Daí ser legítimo dizer que ela aca-
.jirlgado, sem limitar o cabimento da ação rescisória à aÍionta a valores propositu.a'desta se encontra escoado'
constittrcionais de extrema relevância (iníra, n. 170). [u ,. up..r.ntando como uma verdade ira ação rescisória exÍraordinária.
PRO(]ESSO 225
TEORIA (;ERAI- I)O NOVO PROCESSO CIVIT-
Err casos de extrema gravidade, tendo a sentença ou acórdão sido o Írnalidacle, a reclamação, que não é un1 rectrso, insere-sc na categoria
resultado det'rma.fraude muito grave ou transgredido direitos ou valores genérica dos meios de impugnação das decisões judiciárias'
de clcvado nível político, social ou humano, pafie da doutrina e da juris-
prudência aceita que a autoriclade da coisajulgada seja desconsiderada, 172. manilstlo cle segurança contrs ato iudiciul
com a possibilidade de propositura de uma demanda destinada a obter
um resultado dilerente do resultado ditado nessa sentença ou actirdão Comoreferido.omandadodesegr-rrançaéumremedioadrr,rissível
(relativizctção da coisa .julguda). Em outras palavras: nessas hipóteses contra olos esÍaÍcris que lesarem ou ameaÇaren, direitos líquidos e Certos
extremamente extraordinárias os tribunais preÍêrem dar preponderância (LMS,art.lasupro,n.gl).Porseradecisãojudicialulnatoestatal
a esses valores consagrados na Constituição, penr, itindo que eles neutra- irupro.n. 39), ó em tese possível clue cotrtra ela seja irnpetrado manda-
lizern a coisa julgada e com isst'r ponham em segundo plano a segurança ào'de segurança. A Lei do Manclado de Segurança clisciplina de forma
"de-
jLrrídica fomecida por esta (supra, n. 140). explicitÃssa hipótese, dispondo clue não cabe a impetração contra
ciào juclicial trànsitada em julgado,, (LMS, art. 5e, inc. I1) e "decisão
judiciál da qual caiba recurso com eÍ'eito suspensivo" (LMS, art. 50, inc.
I 7l . reclumação ju entendêndo_s e, a contrario ser,§il, que o legislador pretendeu deixar
Dc acordo com a Constitr-rição Fedcral, rnediante a reclamação porlas abe(as ao manclado de segurança contra ato
judicial semprc que
a parte leva ao Sr.tprerno Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de irão se conÍigtrre neln uma nem outra dessas hipóteses'
.lustiça a notícia da usurpação de sua cornpetência ou desobediência a O can-rpo fertit para a r"rtilização do mandado de segurança contra
às quais já
-julgaclo que trate de utn caso concreto, a decisões proferidas em sede de ato judicial é portanto o das decisões rect»rívei,s em relação
controle abstrato de constituoionalidade das leis e às surnulas vinculan- se ha.1am exauriclo todas as oportunidades recursais c o das
irrec'orrít'cis
tes, cometidas por juiz ou tribunal inferior (Const., arts. I 02, it'tc. I, letra gl.nl, como as interlocuúrias insuscetíveis de impugnação pela via
/, e § 2q, 103-A, § 3u, e 105, inc. I, letrafl. Os regimentos internos de ",n
tlo alrauo de instrumento (CPC, art' I '01 5 strpro. n' I 52)'
alguns tribunais locais tambem consagram esse instittrto, mas o Código
de Processo Civil de 1 973 não consagrava e por isso vinha o Supremo
I 73. habeas corpus
Tribunal Federal maniÍ'estando-se no senticlo de que, alén-r dele própno e
do Superior Tribunal de Justiça, só poderiam conhecer de tais reclama- ()habeascorpusétrrr,rremedioclestinadoaassegllraraliberdade
crrrporal da pessoa, ou sua liberdade de ir e vlr' Em razão de sua
des-
çilcs os tribunais dos Estados cuja Constituição as autorizasse.
tirração, é uiilizado mais frequetrtemente no âmbito penal e e cabível
Tal cliscussão Íicou superada com o disposto no art. 988 do Código
'.sctnpre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de soÍier violência
clc Processo Civil vigente, que ittova no sistema ao admitir a reclama-
2?6 TEORIA CERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL
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PROCESSUAL CIVIL 231
GLOSSÁRIO BÁSICO DE DIREITO
230 TEORIA CERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL
que o
de intervencào de terceiro em
Chamamento ao processo' Modalidade por uma' obrigação solidá-
réu, quando trazido t Jstà;;;;
.lustiça medianle ocultação de bens, fraudar de qualquer
modo a execução' ;itgado devedor
da rela-
seja integrado ao polo passivo
resisiir a esta mediante o emprego de ardis e meios artitlciosos efc.
ria, pede que outro <f"u"Jo"of itfarià o atinja' V tambétr
qt'" u também
Àtuação da vontade concreta da lei. Realização prática dos preceitos
de direito çào processual, "bjtti;;;;; "ontl"nação
In tervenção d e terceiro'
materialpertinentesaocasoemjulgamento.Seriaesse'segundoChiovenda, toman-
do processo' é incluído na relação processual'
o escopo (único) do processo. V' também lnstrumentalidade Citação. Ato pelo qual o demandado
de uma intimação a prattcar
juízo (Íónrm), com do-se parte. O.Amut'uà-t"t"-ã u"otpunhudo
Audiência. Sessão realizada ordinariamente na sede do elc')'
a participação do juiz, advogados e eventualmente partes' testemunh-as
ou ãí."-""0" ato (defender-se' curnprir a obrigação
juLgomento o juiz colhe as países.de formação romano-germânica,
atà mesmo peritos. Na a.tttliãncia cle i.nstrução e civil taw.o sistema processual dos aplicação das leis integrantes
do
à
provasoraisepodeclesdelogoprol.erirSentença.Aaudiênciadeconciliaçãtl nos quais o, i.,tgu'o"iàT#'i;;'i"d* linguagem
'ou
de mediaçáo (CpC, art. :1+) oestlna-se a prolnover a autocomposição, é j,,faito-'"uf"'iuncial do país' Opõe-se' segundo a
ordenamento
dispensada law'
realizada antes dc o réu apresentar sua clef-esa e somente pode ser anglo-saxã, aó sistema da common
subs-
sehouveraconcorclânciod"to.lu'aspartesdoprocesso.Emcausasdegran. Diploma legal portador de notmas
cle conrplexidarle o saneamento clo processo deverá ser Íêito
em audiência Código de Defesa do Consumidor' substanctats ou
à iegência das relações
juiz e as partes tanciais pro.."'uiJát'iinuoo* n'
designada para essc fir-n específico, em cooperaçào etltre o " cle bens ou serviços (lei 8'078'
processuais
(CPC, ar1. 357, § 3q). ",-,,'" "on"ãiàát "ltàa,,tãt
de I 1.9.90).
E
Autor. O sujeito que, ajuizando uma petição inicial, dá início ao processo legal porlador de normas para
o exerclclo
inadequado e cleselegante dizer requerente ou suplicante'
Código de Processo Civil' Diplorna pelo réu' rnediante o
da iurisdiçãop.ro .j'J,
oã )çi' pttà
uúot-;- da cleíêsa
penal) Aplica-se
Auxi|iardaJustiça.Pessoaquecolaboracomosjuízes,comÍllnçõesvariadas processo,versando #ffi;[u"á :"t*aiça" civit e(nao administrativo (cPc'
jurisdição' Há os auxiliares
e nunca realizando qualquer ato de exercício da
diretores de secretaria, contador
subsidiariame"tt
"""
;;;;;;;:;;;il"tt'ctt'tt' eleitoral
,erma,entes cla Jusi1ç,a.-como os escrivães, afl. l5)' V. também Direitu Pt'occs.\tt'tl
judicial, escreventes e todo o pessoal dos cartórios; os auxiliares eventttctis, No regime da Constituição de 1891'
Códigos estaduais de Processo Civil'
ttl
o, peritos, avaliadores, áepositários etc';e órgãos de encargttiudicial' a cla União para legislar so-
com
"orru àntic,lades de diversas ordens quando chamadas a colaborar
corn a tendo os Estaclos con.rpetência concorrente
que são th"gu"t a claborar seus códigos de Processo
Polícia Militar, Imprensa oficial erc.). os funcionários do bre o processo, A
Justiça (correios, 'l;;"á;l;; f9'1n'.o da Bahia e o de São Paulo
exirctjuclicial náo são auxiliares da Justiça' Nos juizados especiais cíveis Civil. Os mais elogiados pela doutrina competência legislativa dessa
fitro uniclade da
'hâos
parajurisdicktnais da Jtrstiça' constituição a. r s:aiãrrlü.J..à" ^ no
luízes leigos,que são auxiliares aã" á p'i*"i"' Código cle Prooesso Civil nacional'
matéria, .ot teuinOo
soberanos
il Auxílio direto. cooperação jurídica entre o Brasil e outros Estados ano de 1939'
jurisclicional e, naturaltnente, Íbra do â,rbito do
mental' pelo juiz ou pelo árbitro'
a ser prcstacla poiOrgáo de
'áo
e*er.icin c1a -j ririsclição. v tarrbem D i re i to process al interno c i onal.
u Cognição. Conhecimento E a captação alegações das parles, dos
no exame rlas
eieme.tos para decidir. consiste daquelas'
u' pÀuu' existentes nos autos' do comportamento
fatos mediant"
da escolha das normas adequadas para
câmara. o órgão Íi-agnrentário mínimo dos Tribunais de Justiça, composto dos textos legais e
"t"i"t'p*"ção' As atir i-
interno p/en'r ou trr.ntor ia' cotllormc o caso'
geralmente por três ou cinco clesembargadores, segundo o regimento a decisào t'tc  cogniçào scrá
de sua apresentação ao
julgamento ou
ã" cad, tribunal. Tern como corlpetência recursal principal o clos
dades process"ui'át-b"to desscs collhecinlentos
agravoscapelaçõesinterpostoscontraatosdeprimeirograujurisdiciorraldas juiz chanraln-se inst rtrçàtt'
plano vertical, quanto à profundidade dos atos de busca da verdade dos Íatos
competência recursal. competência dos tribunais para julgar recursos inter-
(mandado de segurança, medidas urgentes elc.). Na primeira hipótese tenr-
postos contra decisões de um juízo ou tribunal sobre o qual desfrutem de su-
-se uma cognição sumari.a porque ínc,ompleta; na segunda, .cumária porque perioridade na hierarquia jurisdicional. V. também CompeÍência origináritt.
super/icial.
competência relativa. competência suscetível de pror:rogação. v também
Coisa julgada. Autoridade da sentença não mais sujeita a recurso algurn. A coi- P rorrogaq ào do com Pe t enc i o.
sa julgada mcrÍerial imuniza a eficácia da sentença a novos questionamentos,
irnpedindo a realização de or-rtro processo por uma causa igual à primeira competência territorial. competência de foro. E constituída pela massa de
(rnesmas parles, mesrna causa de pedir e mesrlo pedido) e impondo que o causas que a lei atribui a cada foro. V. também -Foro'
docidido na sentença seja adotado corno prernissa inaÍàstável se a existência Conciliação. Acordo de vontades entre as paftes com vista a eliminar um con-
do direito ali reconhecido ou negado vier a ser relevante para ojulgarnento flito. E um meio alternativo de solução de conflitos (solução consensual). A
a ser proferido em Lun outro processo. A coisa julgadaJbrmal impede sim- conciliação judicial pode ter por resultado o reconhecimento do pedido pelo
plesrlcnte que no ntesmo processo possa ser reposta em discussão a causa ou reu, a renúncia do autor ao direito antes aÍ-rrmado, uma transação entre as
algr.rnr dos lirndanrentos cla sentença. Clrama-se lanrbém preclusão máxinta. partes (mútuas concessões) ou mesmo uma mera su.spensão do processo ou
'sua
Common law. O sistema processual da Inglaterra, dos Estados Unidos e de uxiirção sem julgamento do mérito. A conciliação pode ser conduzida
outros países de colonização inglesa, ccntrado na inl'luência dos precedentes. por um ionciliaclor ou pelo próprio juiz da causa. A conciliação difere da
Chan.ra-se tan.rbórn case lav,, dada a projeção do julgamento clos caso,s como mediação,substancialmente porque ao conciliador compete sugerir soluções,
normas a sereÍl seguidas ern julgarnentos futuros. Opõe-se, segundo a lingua- além de orientar as negociações.
gem anglo-saxã, ao sistema da cittil law. condições da ação. Requisitos indispensáveis para que o autor tenha o direito
Competência. É a mediclu ckt jurisdição,ou a quantidade da jurisdição confiada
ao pronunciamento jlldicial postulado (favorável ou desfàvorável). São
ao exercício de cada juiz ou tribunal. Tarnbém pode ser delrnida como a rela- .or,àiçõ.s da ação o interesse de agir e a legitimidade das parÍes. A fatta de
u-u á. Lrma das condiÇões da ação configura carência de ação. V. tambérn
ção dc adcquação lcgítinta cntre urna causa c um órgão jr_rrisdicional.
Carência de ação.
Competência absoluta. Corrrpetêr'rcia insuscetível de ser alterada ou prorroga-
da. E absoluta a conrpetência de cada urra clas .lustiças, a clo Íbro c1a situaçãcr conexidade. Relação entre duas ou mais demandas que tenham em comum
algum de seus elementos constitutivos. A conexidade, ot conexão de causcts,
t1a coisa para os litígios envolvendo direito real (CPC, art.47) e, em geral,
seiá, conforme o caso, objetiva (identidade das causas de pedir ou dos pe-
toda a con.rpetência por matória ou hierarquia (.art. 62).
didos) ou subjetiva (identidade dos sujeitos). Quando todos os elementos da
Competência de iuízo. É a corr.rpetência de cacla um clos juízos existentes em demanda forem comuns não se terá conexidade, ou conexão de causas, mas
determinado foro. Só se cogita cle estabelecer essa competência após estar uma identitlarle entre elas (lítispendência). v. também Litispendência.
estabelecido que essc lirro é corlpetente. V. tatnbem Jtrízr.t.
conselho Nacional de Justiça. orgão integrante do Poder Judiciário mas des-
Competência cle jurisdição. E a cornpetôr.rcia de cada urna das Justiças. E,ssa tituído de poderes inerentes à jurisdição. Exerce Íunções de administração,
expressão, embora consagrada, é a rigor inadequacla, porque ajurisclição dc organização, censura e repressão sobrejuízes e tribunais'
um Estado soberano é uma só, não scndo verdade que cada Justiça exerca
uma jtrristlição.
constituição Federal. E a carta constitutiva do Estado brasileiro, hierarqui-
camente preponderante sobre todos os demais diplomas normativos do
Competência intcrnacional. A esí-era de lcgítima atuação clos jr_rízes de um país (s,pie*ocia tla Constiruição). Contém as declarações de direitos das
país. O juiz cível brasileiro tcm cornpetência internacional exclusiva em al- pessoas e certos glupos, a estruturação do próprio Estado, a separação entre
guns casos (CPC, aft. 231e concon-eflle om outros (ar1s. 2l e 22). Na realida- ôs Poderes cleste, os princípios regentes das atividades de todos eles elc.
de. ter ou não ter essa conrpetência é ter ou não terTe;r'isdição sobre a causa. Institui também a tutela consÍitucional do processo, mediante a fixação de
V. tarr-rbérn l) ire i.Í o pro c e.s stta I i.n t e r na c i on a l. ceftos pÍincípios fundamentais à ordem processual, como o da isonomia, o
do juiá natural, o do devido processo legal, o do contraditório e ampla de-
Competôncia originária. Competência dos tribunais para processar e julgar
fesa e/c. Também contém a oferla de específicos remédios processuais para
ceftas causas sem a prévia passagem porjuízos de printciro grau. V. tambérn
a deÍ'esa de direitos da pessoa, integrantes da.iurisdição constitucional da't
Com peÍên ci tr recurs al.
liberclctdes.A projeção das normas constitucionais sobre a ordem processual
TEOR]A GERAL DO NOVO PROCESSO CIVII, GLOSSÁRIO BÁSICO DE DIREITO PROCESSUALCIVIL 235
chama-se di.reito proces.sual constiÍucional. Y. também Direito processual direta destinação de zelar pelo interesse público. o código de processo civil
constitucional. reÍbre-se a essa figura como.fiscal da ordem.iurídic:a.
provimentos jurisdicio-
propiciar a./ormação,a execução e a circulação-dos
Despacho. Ato proferido pelo juiz no curso do procedifirento sem conteúdo V' também Competência internacional'
rrais de relevância alem-fronteiras'
dccisório e sem pôr fim ao processo. A lei o reputa itrecorrível'
l)ireitoromano.Fala-seemdireitoromartoquarrrloseestudalnasorigens
'-
Dcveres processuais. condutas exigidas pela lei processual, podendo scr
;; ;.;;;; civil moderno, para designar o.sistema jurídico principiado
na
do
inrpostàs sob a cominação de sanção. Deveres são sempre imperativos (154 a'C') e desenvolvido em três períodos' a
lundação da cidade dt
inleresse alheio. são raros os deveres processuais, como o de lealdade, o de 'omana e (c) o da extraor-
,á[..,'ul o das ações da lei' (b) o do processo por Íónnulas
cooperação, o de comparecimento em juízo em ceftos casos específtcos e privado nas duas primeiras fases'
di.narict t:ogniÍio.Processo eminentemente
lllvez alguns outros. muito poucos. denomin açáo ordo judic.iorum privaturum' e processo
f.le são reínidas sob a
Devido processo legal Qlue process oJ'law). Conjunto de limitações impostas ji com lorte tendênoia à publicização' na terceira delas'
pelo Estado de dlreito às atividades dos agetrtes do poder, com atenção às
l)ireitosubjetivo.Categoriadedireitosubstancialconsistentena.expjctativa
normas constitucionais e inÍiaconstitucionais. Hir o substantive due process pela ordem iurídica' E' nessa
ae oUteniao ou fruição de um bem outorgada
of'luv, e o pntt'edurul due Strocess of'law. juríclica cle vcrntagent' sempre segundo a lei' em rela-
medida, uma siítraçtio
e norrlas contidos na constitui- B superada a velha conceituação do direito subjetivo como
Direito constitucional. Conjunto de princípios ção a um bem. do direito é autoriza-
Federal reÍ'erentes ao Estado soberano, à sua estruturação, à separação |"r"trrt ,irril,.on,id"tu'.'do que nem sempre o titular
ção sobre o bem' setrdo necessário o
entre os Poderes do Estado, aos direitos e garantias das pessoas e grupos eln. ;;; ;-".;, por iniciativa própria poderes obrigacional).
juriscliçáo (particularmente em rnatéria
recurso aos órgãos cla
Direito de deÍ'esa Çus excelttionis).Y. Defesa. V. tambeln Obriguçdo'
Direito inÍiaconstitucional. Conjunto de princípios e normas estabelecidos l)ireito substancial. Sinônimo de direito material'
em patamares inferiores ao da Constituição Federal. Há o direito infracons- ou disposição de
dtu;ional federal, o estadual e o municipal. As próprias Constituições dos I)ireitos indisponíveis. Direitos insuscetíveis de renúncia perso-
qualquer o.à"., virtude de sua própria natureza (direitos da
seja em
Estados integram, por esse aspecto, o direito infraconstitucional' elc )' seja pela cond.ição
,ufiaua", direitos ref-erentes ao estaclo da pessoas
direitos indisponíveis
Direito material. conjunto de princípios e normas responsáveis pela regência das pessoas (incapazes em geral)' Nos litígios sobre
t". presunção de veracidade das
das relações da vida entre pessoas ou entre pessoas e bens, assim como
dos o*.f"iio de criar a
a revelia do réu não
que rege
atos jurídicos praticados por aquelas. Opõe-se ao direito processual, alegaçõesdeÍatocontidasnapetiçãoinicia.|(ef,eitodarevelia).osdireitos
objeto doprocesso ctrbitral'
os atos e as relações inerentes ao processo. indisponíveis tambem não são aptos a constituir
exercente das funções de
Direito processual. Conjunto de princípios e normas referentes ao exercício da Diretor de secretaria. Auxiliar permauente da Justiça'
É u,, ra-o do direito Federal E'quivale ao escrivão das
.luristlição, da ação e"da tlefesa rr.reúante o processo. áo
cheÍia das secretarias cla
luilo' 'lustiça
'público da Justiça'
e púrbtico é o processo ainda quando tenha por ob.jeto pretensões .lustiças Estaduais. V' também Atrxiliar
iun,ludur no direito privado. V. também Insli.ttttos fundamentai'\ do direikt de oiuiz distribuir o
l)istribuição dinâmica do ônus da prova' Possibilidade peculiari-
em lei' em atenção às
ltrocessual. ônus da prova de tbrma diversa dà prevista
da prova do Íato contrário'
Direito processual civil. Conjunto de princípios e norlrlas referentes ao exercí- ilades da causa ou à maior Íàciliclade cle obtenção
cio dà jurisdição, ação e c'lefesa em matéria não penal, não trabalhista e não V também Onus da Prov't'
eleitora[ (conceituação por exch-rsão). Dtrc process oJ'law.Y Deviclo proce'sso legal (due pt'ocess of luw)'
Direito processual constitucional. Método consistente em tratar o processo l)uplo grau de jurisdição' Principio segundo o
qual toda causa deve ter opottu-
princí-
,"gundo os princípios, garantias e norrnas residentes na constituição Fede- nidade de passar por.1uíz"sd" áo menos clois graus de jurisdição. Esse
ral. Manifesta-se em duas veflentes: a da tutela constitucional do processo de impeclir qLre um tribunal julgue oausas
ainda não
;i;l;;;ffi* ã
"r"i.
e a da jurisdição constittrcional das liberdades. Não é um ramo do direito pelo órgão inl-erior' Mas há exceções'
iulgadas
processual.
Tribunal Federal ou no Superior Tribunal de Justiça. V' também Recursos gido seu escopo, ou seja, quando a irregularidade houver causado prejuízo a
Incidente processual. Conjunto de atos formalmente coordenados a serem lnstrumentalidade do processo. Método consistente em ver a ordem proces-
no plano
realizados no curso do processo. E um pequeno procedimenlo inserido no sual como um elemento destinado à realização de cerlos objetivos
político e no jurídico, reneganclo-se o enibque do processo e de
contexto do procedimento maior. Exemplos típicos são os incidentes de social, no
aos quais são
desconsideração da personalidade jurídica e de arguição de inconstituciona- suas técnicas como valores a Serem cultuados acima dos valores
lidade V. também Questãn íncidente. preordenados. Associa-se ao método do processo de resultados'
sua
Incidenter Íantam. Apenas incidentemenle, ou em caráter incidente. Uma lnteresse processual. utilidacle do processo e do exercício dajurisdição.
aptidão a proporcionar ao demanàante uma situação jurídica mais favorável
questão considera-se decidida incidenter tantum quando o pronunciamento
do juiz a seu respeito está contido na moÍivação da sentença e não eil seu qr. u rit'-,âçaà vigente. Revela-se mediante dois indicadores muito úteis, que
sào a necessitlade do exercício da
jurisdição no caso concreto e a adeqttaçãtt
decisório. Daí que, em princípio, essa decisão não fica amparada pela au-
toridade da coisa.iulgada material (CPC, ar1s. 503, § lq, e 504). V. também da tutela jurisdicional postulada.
Principaliter. lnteresse público. lnteresse que transcende a esÍ-era
jurídica de dois ou mais
a toda a
lndeferimento da petição inicial. Negativa de processamento da causa, impos- sujeitos, para interessar a toào um grupo, categoria, classe ou mesmo
.oti"dud". os interesses públicos são "penneados de um valor que transcen-
ta pelojuiz logo ao apreciar a petição inicial. Ocore nas hipóteses indicadas
de o indivíduo e envolve à socie«lade inteira" (Mauro Cappelletti).
Y também
no art. 330 do Código de Processo Civil.
D ireitos indisPon íveis.
[ndependência do juiz. Sua não submissão a ingerências de quem quer que seja
no tocante ao processamento da causa e seu julgamento. O juiz deve ser inde- lntervenção de terceiro. Ingresso de um terceiro em processo pendente entre
outras pessoas. Pocle ser voluntária, quando a iniciativa de inter-vir
é do
pendente em relação aos agentes dos demais Poderes do Estado, ao poderio partes ori-
próprio terceiro, ot provocada, quando a iniciativa é de uma das
ou capacidade de perversa influência de qualquer das parles, seus advogados
ginárias.
ou terceiros de qualquer condição (especialmente os nefandos bbistas), e até
mesmo aos órgãos superiores da própria Magistratura. A Constituição Fede- lntimação.Atopeloqualqualquerdaspartestomaconhecimentodeumadeci-
ral cuida cle Íàvorecer a independência dosjuízes, rnediante a oÍêrta de certas são áo juiz e,^eventualmente, é também chamada a realizar determinado ato
gorantias instiÍtrcionais (vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de (responder, cumprir alguma exigência e/c )'
vencimentos) e a imposição cle alguns impedimenÍos (militância político-par-
lsonomia processual. Igualdade de tratamento às partes'
tidária, exercício do comércio elc.).
Inépcia da petição inicial. Inaptidão a provocar validamente o processamento
Tem
da causa, conlo consequência de certos vícios formais ou desatendimento às .tuiz federal. Magistrado de primeiro grau jurisdicional da Justiça Federal.
condiçôes da açào ou pressuposlos processuais. competência para as causas indicadas no 4fi. 109 da constituição Federal,
ou empre-
entrÉ as quais as que envolvem a União Federal e suas autarquias
Instância. Graujurisdicional. As instâncias superiores têm o poder de revisão
sas públicas.
das decisões proferidas pelas inferiores, além de uma competência originária
.luiz leigo. Auxiliar parajurisdicional da Justiça, com lunções de instrução
e
em certos casos. Não confundir com entráncí.tt V. tambén, Entrancia.
prolaçao de sentença nts juizados especiais cíveis. suas sentenças dependem
Institutos Íundamentais do direito processual. As categorias jurídico-proces-
cle homologação Pelo juiz togado.
suais mais amplas desse ramo do direito, consistentes naiurisdição exercida
jul-
pelo juiz, na ação e defesa exercidas pelas parles e no proces,to, no qual .!uiz natural. orgão jurisdicional preexistente aos fatos a serem objeto de
gamento e deàntor <1e competência, segundo a constituição e a lei,
para o
todos pafticipam exercendo os poderes e faculdades que lhes cabem. Todos
os demais institutos do direito processual se acomodam nesses quatro fun- julgamento referente a esses Íàtos.
damentais. juiz que
.luiz togado. o juiz integrante do Poder Judiciário. Literalmente, é o
Laudo pericial. o relatório conclusivo elaborado pelo perito conr relação aos tações inerentes ao sistema da prova legol. Para fcrrmar esse convencimento
exames, vistorias ou avaliações de que é encarregado. o juiz não é adstrito o juiz deve apoiar-se exclusivamente nos elementos constantes dos autos, e
às conclusões do laudo. ao sentenciar deve motivar sua sentença mediante o exame desses elementos
(l ivre co nv enc i me nto m oÍ iva do').
Lealdade processual. compoftamento ético no processo. Esse é trm clevcr das
partes e tarrbém do próprio juiz, constituindo litigânr:ia de máJé eventuais
comportamentos desleais daquelas, que a lei enumera, tlcfine e sanciona.
Mandado de segurança. Medida jurisdicional ágil e enérgica oÍêrecida pela
Legalidade das formas. princípio segunclo o qual a validacle dos atos do Constituição Federal para a tutela relacionada com direitos líquidos e ceftos
processo depende da observância dos recFrisitos fomais postos pela lei.
v. não protegiclos pelo httbeas corpus violaclos por agentes estatais. Admite-se
tambóm Libet dade das .frtrm as. tarnbém contra atos de delegutários de fimções pirblicas, como os diretores
de estabelecimentos particulares de ensino, em ceÍos casos. São líquidos e
Legitimidade ad causam. concreta relação entre o su.ieito e a causa, de rrodo
certos os direitos comprovadosp rima.fàcie, sem necessiclade de instmção no
que o.iulgamento a ser proÍ'erido sobre esta scja potencialmente apto proclu-
a curso do processo.
zir"eÍ-eitos sobre clireitos e intercsses de quenr pecle (autor) e daqiele em Íirce
do qual é pedido (ral. Parte regílinut,ão ó o mesmo qre porÍe no processo. Mediação. Meio altemativo de solução de conÍ'litos consistente na busca de uma
soiução consensual mediaute a orientação de um mediador. A mediação tem
Liberdade das formas. PrincÍpio segundo o qual ordinariamente os atos do sido muito valorizada nos últimos tempos como meio de pôr Íim a processos
processo não sào sujeitos a Íbrmas predetenninadas, só o sendo nos casos pendentes e, mais ainda, de evitar a propositura de demandas, sempre que
especíÍicos em que a lei assim dispuser. o cócligo de processo civil anuncia isso seja possível. DiÍ-ere da concil.iação, substancizrhnente porque o mo-
a acloção desse princípio (art. 188) mas na realiclade os principais atos cle seu diador não st-Lgere soluções, sornente ot'iL'tlta as negociações, enÍientando as
procedimento são rcgidos por exigências formais especíÍicas (princípio c1a causas do litígio.
legal idade das formas).
Medida cautelar. Medida jurisdicior.ral urgente destinada a assegurar a utiliza-
Lide. conÍ'lito de interesses qualilircado por uma pretensão resistida (camelutti). ção, no processo, de certos meios exÍerktre.s uo pro(:esso (pessoas ou coisas).
Para muitos a lide constitui o objeto clo processo, ou mérito da causa. Sua eficácia limita-se ao processo, para que ele possa desenvolver-se adequa-
Liquidação de sentença. conjunto de atividades clestinadas à apuração do valor damente e prodr.rzir seu resultado linal csperado. Nào tetn caráter strÍis/trtivrt.
de uma obrigação (quanhrm dehectttrr). A liquidação será felta pelo procedi- Medida urgente. Provirnento jurisdicional destir.rado a produzir em breve tem-
mento comum ou por arbitramento, conl.onre o oaso. po certos elcitos que ordinariamente só poderiam ser produzidos na sentença
final do processo. Pode ter natltreza cautelar ou antecipatÓria e stljeita-se aos
Litigância de má-fé. compoftamento clesleal no processo, especialmente em
reqnisitos do.fúmus boni iuri,s e do perit'ulutn i.n moro. As medidas urgentes
certas hipótcses def inidas ,a lei. o litigarte dc má-té é sancionado corr uma
são provisórias por delinição legal, podendo ser revogadas no curso do pro-
multa e eventualnrente responderá pelos clanos causados corr sua conduta
cesso. e não podern criar situações irreversív'ei,s.
dcsleal.
Meios alternativos de solução de conflitos. Modos cle buscar a pacilicaçào
[,itisconsórcio. Reunião de duas ou mais pessoas como autores oll como reus
entre as partes diversos do recurso àjurisdição estatal. Há tneios alternativos
ern uÍn l1resmo processo. Tem-se o litisconsórci o crtivo ou pctssi yo, conÍbnne
consettstnis, como a conciiiação e a mediação, e uttl tleio altemativo de
o polo da relação processual em que se insere. Havendo unr litiscor-rsofie heÍerc.tcctmposição, qre é a arbitragcn.r. Os meios alternativos de solução de
ativo e trm passivo ter-se-á um litisconsórcio biltÍerctl (ou mistr, corno sc conflitos só sc aplicam em casos dc dil'eitos ott interesses disponíveis.
costuma dizer).
Meios de prova. Modos de extrair das.f'ontes de prova as inÍbnrações de Íàto
Litispendência. Literalme,te, pendência dcr lide. ou clo processo. A penclência relevantes ao julgarnento da causa. São rleios de prova a prova testemunhal,
de um processo irnpede, por litispendência, a rearização de outro processo o depoirnento pessoal, a prova documental e a prova pericial. Cada uma delas
c.iulgarnento do mérito quado a demanda ali proposta Íbr iguat à primeira se subordina às suas regras especíticas para a produção da prova' A coufissào
(mcsmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido). não é um meio de prova.
l,ivre convencimento. Princípio segundo qual o juiz tem arnpla liberdade para Mórito. Pretensão trazida pelo autor ao Poder Judiciário ou aos árbitros, repre-
aprcciar as provas, Íbrmando sua própria opinião para deciclir sem as limi- serrtada pelo pedido contido na petição inicial.
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250 EORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIT
GLOSSARÍO BASICO DE DIREII'O PROC]ESSUAL CIVIL 25t
Órgão a quo. orgào jtr,rliciário prorator da decisão contra a qual se Ponto. Fundarnento de urna pretensão ou de uma decisão. Quando controvertilo
interpôs un
recurso. Diz-se tambétn varu de origem ou tribLtnol ,le origem. torna-se w'oa quesÍão.
orgão atl quem. Trtbunar ao qual é endereçado url recurso. Diz-se Precedente. Decisão proÍblicla eÍl um caso concreto cuia rotio decidendi servc
tambérn
Ír ib un u I clesr in aÍar io. cle parâmetro para o julganrento de outros casos. V. tarnbém Ássunção de
c:ompetência, Inciden.te de resolução de demandos repetitivas e Rec'ur.vos
orgão Especial. orgão intern, dos TribLrnais dc Justiça ou clos Tribunais cxÍraorclinário e espec ia I repetiÍivos.
Regionais Federais, composto por um núurero eutre onze e
vinte e cinccr
dese,.rbargadores e encaffesa«ro do exercício dajurisdição Preclusão. Perda de um poder ou faculdade processual ocasionada pelo decurso
com referência a
ca,sas ou queslões que .rdinariarrcnte seriarl tla competência do ternpo (preclusão /empora[), pela prática de um ato incompatível cor.n ct
cio plenário.
Por disposição da Lei orgânica da Magistratura Nacional exercício desse poder ou làculdade (preolusão lógica') ou pelo seu já con-
todos os tribunais
com rnais de vinte e cinco dese,rbargaclorcs são obrigados a ter sumado exercício (preclusão con,;umaliva). Há também, segundo parte da
u.r orgão doutrina, przc lttsões m is tas.
Especial. As ÍiLnções desse órgâo são exerciclas no superior
Tribunar de Jus-
tiça pela C-'orte Especial. Prejudicialidade. Relação entre duas ou mais causas, questões ou poÍltos.
pela qual a decisão sobre uma delas deve cotnandar o teor da decisão da
oirtra. Julgada inrprocedente uma ação clc investigação de patemidacle (causa
Partes. os sujcitos do contraditório instituíc1o perante jr_riz,
o ou os sLrjeitos lnle_ prejudicial), será necessariamento julgada improcedcntc tarr.rbém a ação de
ressudos do processo
- em oposição ao juiz, que é unr s,jeito r/c.rirle res.strdo. alitnentos (causa prejudicada). Questão prejudicial não se conÍütrde con.t
A condição de parte adquirc-se pela sirnples inserção em um processo, cluestão prelimincn'. Y. também Prcliminar.
seja
mediantc a propositura de uma cremanciainiciar, pela citação,
pera interven-
çào erc'. llssa condição não tem clepenclência alguma à legitimidacle ud ccu.r_ Preliminar. Questão levantada no proccsso cujo acolhimento poderá influir
sarir, sendo paftcs aquoles que efêtivarnente este.iarn na no andamento deste ou, mesrno, conduzir à sua extinção sem julgamento
Ãração processuar,
indeperdentemcntc de sua legitirr.rida de (c:.nce iro ptn o ,re paitel.'v.tambem do rrrérito. Qucstão 1:reliminar não se conlunde com cluestão preiudicial.Y.
Leg i i m i dade ttd t.otl,t ctm.
1
tanrbérn Prejtttl ic ialidade.
Periculum in mora- perigo da tremoro. E o risco de perecimento Prequestionamento, Invocação de urn fundamento juríclico ou legal antes do
de clireitos por
ação do cÍêito corrosivo do tentpo-inimigo (Canterutti). julgamento pelo Tribunal Regional Federal ou Tribunal de Justiça. Constitui
constitui requisit.
para a concessão de mecridas urgentes (cauterares requisito de admissibilidade do recurso extraordinário ou do especial quo a
ou antecipatórias de tutela).
V. tarnbém Medidu LtrgenÍe. questão precluestionada seja efetivamentc enfrentada na decisão recorrida.
Precluestionar é questionar ctnÍes cla dccisão tornada por esses Tribunais.
Perito. Ar-rxiliar evennrâl da Justiça, encarregado cle exarnes, vistorias, avalia_
ções elc. E <la escolha exclusiva do juiz, entre pessoas dotaclas de conheci_ Pressupostos processuais. Requisitos para a constituição e deseuvolvimento
mentos especializados. válido e regular do processo, sem os quais é inadnrissível o julgarnento clo
mérito. Distinguem-se das condiç'ões da ação por se reÍbrire'n1 ao proce,\so,
Persuasão racional. outra denominação do princípio
do rivre crnyencimenrr. aos seus atos e à sua regularidade, não ao direito de ação. V. tarnbém Gx-
l'}etição inicial. Peça escrita na clual o a,tor Í'or.rrula dições da aç'ão.
sua pretensão a um dado
pr.nunciamento judicial. Ela é o instrurnento *ateriai I)revenção. Fixação da oourpetência de um órgãojurisdicional, com exclusão de
dessa pretcnsão, ou
clcnra'da. Sua cntrega ao poder Jucriciário crá iníci. ao processá todos os outros eventualntente também competentes, causada pelo exercício
crvir.
l',clcr Judiciário. Sistema integrado por.juízes e tribtrnais corn a função cla jurisdição em dado processo. O juiz ali prevento será cornpetente para
de todos os atos, incidentes ou fases do processo (prevenção originaria),bem
cxcrcef a -iurisdição em todo o país. E composto pelo
supremo Tribunar
como para oefios pÍocessos versando causas conexas Qtrevençãtt exponsiva).
252 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL GLOSSÁRIO BÁSICO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL 251
Principaliter. Em caráter principal. uma causa ou questão considera-se deci- de dado foro passa à competência de outro. Isso acontece em virtude (a) da
did'a principaliler quando a decisão a seu respeito está contida no decisório conexklarie entre essa causa e outra da competência de outro foro, (b) da
sentencial e não na motivação. Y. tambem Incidenter tontum. eleição tle.foro pactuada entre as partes ou (c) do decurso in olbis do prazo
Princípios. os fundamentos de uma ciência, inclusive da processuar. Todos os para oferecer exceção de incompetência relativa'
princípios antecedem lógica e sistematicamente a essa ciência e sobre eles a
Prova. Elemento destinado a formar a convicção do juiz corn referência aos
ciência é construída. o direito processual apoia-se em princípios ditados na
Íàtos relevantes para o jdgamento da causa. A teoria da prova inclui os temas
constituição Federal, integrantes da Íutela constiÍucíonal do processo,bem
do desíinatario, do objeto, das.f'ontes, dos m.eios, da produção e da avalíação
como em certos princípios inerentcs à teoria geral do direito.
da prova (momento,s do Prova).
Procedimento. conjunto de atos realizados pelo.iuiz, autor e réu. procedimento
é também o desenho sistemático dos atos a serem realizados, exigências re-
em tomo de um
lativas a cada um e ordem sequencial entre eles. Questão. Ponto controveftido de Íàto ou de direito, ou dúvida
fato ou de um direito. Queslão não se conÍuncle com lide.Para decidir sobre
Procedimento comum. Procedin-rento da fase cognitiva das causas não regidas
esta o juiz precisa passar pelas questões pertinentes, o que faz na motivação
por algum procedimento especial.
da sentença.
Procedimento flexível. Procedimento suscetível de alterações no curso de sua
(cluestão) a ser objeto
realização, autorizadas certas repetições ou retrocessos. v também Líberclatle Questâo incidente. Pc»rto duvidoso de fato ou de direito
das J'ormas. de decisão no curso do processo ou fase processual. Geralmente as questões
inciclentes dizem respeito a preliminares processuais e não ao mérito da cau-
Procedimento rígido. Procedimento estruturado em fases mediante prévia de-
sa. V também Incidente processual.
Íinição da ordem de realização dos atos, sern possibilidade de repetições ou
retrocessos. No processo civil brasileiro vige a rigidez procedirnental.
Processo. Método de trabalho para o exercício dajurisdição, da ação e da defe- Reclamação. Remédio a ser endereçado a um tribunal em caso de usurpação
sa, informado pelo contraditório. o processo é composto pelo procedimento e
de sua competência, desrespeito a sr-ras decisões tomadas em um dado caso
concreto ou inobseruância de decisões tomadas ern julgamento de casos
pela relaçãojurídica processual. usa-se esse vocábulo também para designar
o próprio direito prooessual.
repetitivos, em inciclente de assunção de competência ou de decisão do
Processo civil de resultados. Método consistente em tratar o processo como Supremo Tribunal Fecleral proÍêrida em sede de controle abstrato de consti-
tum instrumento destinado a produzir resultados desejáveis. Associa-se ao tucionalidade das leis ou à qual tenha sido reconhecida repercussão geral. No
nrétodo da inshttmentalidade do proces.so. v. também InsrrumenÍalirlade clo Supremo Tribunal Federal admite-se também a reclamação por contrariedade
p|'oces,\o. às súmulas vincr"tlantes.
Processo de conhecimento (ou fase de conhecimento). processo ou fase des- Reconvenção, Uma das espócies de resposta do réu à demancla inicial, consis-
tinado a produzir a decisão da causa. Inclui atividades cle inshução, especial- tente em deduzir um pedido novo, no qual o réu-reconvinte t-tgura como de-
lxente para a produção de provas aptas a amparar essa decisão. Termina com mandante e o autor-reconvinclo como demar.rdado. Não é uma peça de defcsa,
ümasentenÇo, na qual ojuiz decide o mérito ou, confonre o caso, declara a
mas de r'on t t'rt-a I 0q ut'.
inadmissibilidade desse julgamento.
Recurso. Ato de impugnação cle uma decisão desÍàvorável, visando à obtenção
Processo monitório. Processo em que se cria o título executivo a partir de urn
de uma decisão favorávei a ser prol-crida pelo órgão julgador. o vocábulo re-
docnmento idôneo exibido pelo autor, do qual se possa razoavermente irrfêrir
ctn.to éempregado também para designar cada uma das espécies de recursos
a existência do crédito, e se executa o direito, sem julgamento do mérito.
existentes na ordem processual (apelação, agravo de instrumento, recurso
Procurador-Geral da Justiça. Órgão máxirno do Ministério público Estadual. especial elr'. ).
Procurador-Geral da República. orgão rnáximo do Ministério público Fe-
Recurso especiat. Recurso da competência do Superior Tribunal de Justiça.
cleral.
versando exclusivamente materia inliaconstitucional federal. Não se admite
Prorrogação da competência. Alargamento da competência de um órgào com funclamento nas legistações estaduais ou municipais nem para exame de
.iurisdicior.ral. Por força da prorrogação uma causa que seria da competência fato ou interpretação de cláusula contratual (Súmulas nn' 5 e 7-ST'I)'
254 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL GLOSSÁRIO BÁSICO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL 255
Recurso extraordinário. Recurso da competência do Supremo Tribunal Fede- Revelia. Situação do réu que não oferece resposta à demanda inicial. A revelia
I ral. versauclo exclusivarnente rratéria reÍ-erente à constituição Federal. não se confunde com o efeito da revelia.
Recurso ordinário, Recurso da competência do Supremo Tribunal Federal ou
I
do Superior Tribunal de Justiça, confonne o caso, contra certas decisões dos
Tribunais Regionais Federais ou Tribunais de Justiça. sentença (na execução). Ato com o qual o juiz põe fim à fase de cumprimento
de sentença ou ao processo autônomo de execução por título extrajudicial.
I
Recursos extraordinário e especial repetitivos. Recursos extraordinários ou Nesses caios não se fàla em sentença de mérito nem em sentença terminativa,
especiais que se repeterr nas mesmas questões de direito. É adnrissível nes- porque na execução inexiste sentença de n.rérito'
ses casos a r"rtilização da técnica dos julgamentos por amostragem, em que o
sentença (na fase de conhecimento). Ato com o qual ojuiz põe fim à fase cog-
ll tribunal toma dois ou mais recursos corno paradigmas e a teie jurídica que
nitiva do processo, seja mediante o julgamento do mérito, seja declarando a
ali vier a ser Íixada repercutirá nos processos pendentes em que eitiver senclo
inadmissiüilidade desse julgamento. Sentença de merito na primeira hipótese,
discutida quesrào idêntica.
e Íerminativa na segunda.
Regra de julgamento. uma regra não escrita na lei ,ras inerente às normas
sentença arbitral. sentença proferida pelo árbitro, or-r árbitros, no prooesso
sobre distribuiçào do ônus da prova, segundo a qual o fato não prova«1o se
arbitral. Independe de homologação pelo juiz togado e tem a mesma eficácia
considera inexistente (allegare et non probare cluasi no altegare).
da sentença judicial. Também é chamada tle lotdo, ou laudo arbitrtrl.
l
Regulamento n. 737. Diploma normativo editado pelo Governo Lnperial no de um sujeito para atuar no processo em
substituição processual. Legitimidade
ano de I 850 destinado a "deten'ninar a ordem do juízo no p.o..rrà conler-
il nome próprio no interesse alheio.
ciol" . Foi o primeiro código processual do país, mas não se aplicava às causas
sucessão processual. Alteração de uma das partes de um processo
já Í'ormado.
versando matéria de direito civil, ate que em 1g90 sobreveio um decreto
ir rlandando estender o disposto naquele Regulamento às causas cíveis enr Pode ser universll,na hipótese de morte da parte pessoa.fisic:tt ou de Íusão,
geral (dec. n.763, de 16.9.1890). cisão ou extinção cle pessoas jurídicas, ou a título particulor, se houver a
alienação da coisa litigiosa ou do direito litigioso'
Relação jurídica processual. conjunto de situaçõesjurídicas ativas e passivas
(poderes, Íaculdades, deveres, ônus) envorvendo os sujeitos do proceiso (uiz Súmula. Enunciado da jurisprudência dominante de um tribunal, particr'rlarmen-
e partes). E invariavelmente uma relação de clireito público aiirda quanào o te do Supren.ro Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. Embora
litígio trazido ao juiz seja de direito privado. nenr todàs as súmulas sejam vincula;nles, toclas elas são tomadas pela lei
conro critérios de .iulgamento, suficientes p. ex. para autorizar o relator a
Repercussão geral. Requisito de admissibiridade do recurso extraordinário. decidir confome elas, sern refiressa do recurso ao tirgão colegiado (câmaras,
consiste na potencialidade de uma decisão do Supremo Tribunal Federal Turrnas). V. também Súmula vinculanle.
repercutir sobre direitos e interesses de urn número expressivo de pessoas
ou grupos, ou sobre a decisão de outras causas, também nu[lerosas e sisni- Súmula vinculante. qual a Constituição atribui o poder de vincular
SÚrmula à
ficativas. julgamentos futuros por qualquer juiz ou tribunal, além de se impor tarnbérn
âos-agentes dos demáis Poderes do Estado. Só o Supremo Tribunal Federal é
Requerente. vocábulo deselegante e inadequadamente empregado para signi- autorizado a emitir súmulas vincr-úantes. V. tan.rbért Súmulo'
Íicar uutor.
Superior Tribunal de Justiça. Orgão rnáximo de controle da uniformidade e
Requerido. vocábulo deselegante e inadequadamente empregado para signiÍi- do ordenamento jurídico infraconstitucional Í'ederal. Tern cr»npe-
car réu. "f"tiuidud.
Íência originárla em certos casos e pata o recurso especial contra acórdàos
Resposta do réu. Reação do réu à demanda do autor, consisteute na contesr(t- dos tribunais da Justiça comum (Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais
Federais).
ç'ão na qual se concentram todas as defesas que o réu tiver - e tambérn na
racont,enÇão. Suplicado. Vocábulo deselegante e inadequadamente empregado para significar
réu.
Réu. o sujeito em face do qual a demar.rda é proposta
e que se torna pafte no
processo a parlir de quando recebe a citação. E inadequado e deselegante Suplicante. Vocábulo deselegante e inadequadarlente empregtrdo para signiÍi-
tli.cr raq u e r ido ou sup I icado. caf autor.
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CIVIL 251
Supremacia da Constituição. Superioridade hierárquica da Corrstituição Fede- nela não havendo sido
Terceiros. Os sujeitos estranhos à relação processual'
ral sobre todos os demais diplomas legisiativos do país (hierarquia das leis). pela intervençáo eÍc'
integrados pela propositura da <lemanda, pela citação'
Todos os instrumentos de controle da constitucionalidade de leis e atos nor-
Terceiroeanão-pafte(conce:itopurodeterceiro).Sualegitimidadeparaser
rnativos têm a finalidade de preservar a supremacia da Constituição Federal. parte enquanto um
pafie em dado processo náo faz com que se considere
Supremo Tribunal Federat. Órgão de cúpula do Poder Judiciário brasileiro. desses fatos não ocoraer.
ll considerado o guarda da Constituição (guardian r/.Íhe Constitution).Tem
compeÍência origínciría em certos casos, competêncra rearsal em outros
Títuloexecutiyo.Atodojuizoudeumparticulardotadodaeficáciadeau-
(rccurso extraordinário, recurso ordinário elc.) e para o conÍrole abstrato da torizararealizaçãodaexecuçãoÍbrçada.Hátítulosexecutivosjucliciaise
constitucionalidade de leis ou atos normativos Íêderais ou estaduais mediante
extrajudiciais.
julgada' Uma decisão
as ações declaratórias de constitucionalidade ou inconstitucionalidade, além Trânsito em julgado. Obtenção da autoridade da coisa
dos dentais casos indicados no aft. 102 da Constituição Federal. julgado no momento em que não compofta mals re-
transita (ou passa) em
Suspeição do juiz. Situação em cluc o juiz. por cstar em algun.ra medida ligado curso algum.
a uma das pafies ou ao seLl procuradoq não deve atuar no processo. Poderá Tribunaisdesuperposição.SãooSuperiorTribunaldeJttstiça,queSeSobre-
de revisão de.seus
ub.yler-se de fazê-lo ov ser recusado pela parte. Não se abstendo nem sendo re- põe a todos os tribunais da Justiça comum' oom poder
cusado, o juiz pennanece na causa e sua suspeição não mais poderá ser alegada julgados, e o Supremo Tribunal Federal, supelposto a todos os tribunais do
(preclusão). Uma suspeição não alegada oportunamente r.rão constituirá motivo
país, inclusive ao Snperior Tribunal de Justiça'
de nulidade do processo ou da sentença.Y. tambem lmpedimenÍo do juiz.
TribunaisSuperiores.AConstituiçãoFe<leraldesignaaSSillloSórgãosstrperio-
Suspensão do processo. Parada ternporária do curso do processo, sendo inefi-
res das diversas Justiças da União (STJ' TSE'' TST'
STM)' enhe eles se não
cazes os atos processuais realizados durante o período de suspensão (CPC, comum é usual
incluindo o Supremo Tribunal Federal' Mas na linguagem
art.314).
englobar este na locução Tribunais Strperiores'
TribunaldeJustiça.orgãodeSegundograudasJustiçasEstaduais..Iemcom-
do iuiz de primeiro
Teoria abstrata da ação. Teoria da ação conro direito à decisão de mérito, petência para aprecia; recurso'\ interpostos contra atos
rec'ursos subsequenÍe's' bem como
ainda que desfavorável. Em seu extrelno chegou essa teoria a sustentar que a grau (apelação e agravo) e para ceÚos
determinadas na constituição ou nas leis
concreta existência do direito de ação não se subordina ao preenchimento de ãtgu*ui compeÍências origíiárias
requisito algum (condições da ação). Menos radical, a teoria abstrata de Lic- estatluais.
brnan exige a presença dessas condições. E a que vige no sistema do Código
de Processo Civil brasileiro. TribunalRegionalFederal.orgãodeSegundograudaJustiçaFederal.Cada
umaclasRegiõesemqueedivididooterritórionacionaldispõedeumTribu-
'Icoria concreta da ação. Teoria da ação como direito a uma decisão favorá- atos de juízes federais
nal Regionai Federal, competente para recLtt'sos contra
vel. Superou a Íeoria i.manentista, que apresentava a ação como o próprio recursos subsequenles e
de primeiro grau (apelação e agravo), para cedos
direito subjetivo material ern atitude de reação contra sua violação. Foi seu
tarnbémparaalgumascausasdes;tacompetêrtciooríginária'indicadosna
cxpoente máxin.ro o fundador da Escola Italiana do processo civil, Ciuseppe
Constituiçào otr na lei.
Chiovenda. No Brasil sustentou-a Celso Agrícola Barbi. Foi superada pela
ou do Superior Tri-
Íeorio abstraÍa da ação. Turma. Órgão fragrnentário do supremo Tribunal Federal
os órgãos lrag-
'fcoria imanentista bunal ile Justiça, composto por cinco ministros' São tarnbém
cla açâo. E a teoria. vinda das origens rotnanas. que consi-
mentáriosmínimosdosTribunaisRegionaisFederais,igualmentecompostos
dcrava a ação como o próprio direito sr-rbjetivo material ern atitr-rde de reação
de cinco.iulgadores.
contra sua violação. Foi superada pelas teorias da ação como direito concreto
jurisdicional clue responde à deman-
c dcpois como direito abstrato de agir, pelas quais a ação tem vida própria e Tutela condenatória. Modalidade de tutela
distinta do direito subjetivo material. da por unrapre stctção e visa a debelar uma crlie de adimplemento'
'l'coria geral do processo. Condensação metodológica dos princípios, norrnas princÍpios e garantias constitu-
Tutela constitucional do processo' Conjunto de
c conceitos relacionados com os diversos ramos do direito processual. Não pr;cesso. [ntegra o tlireito processttal constitttcional.Y.
cionais inerentes ao
prctcntlc constituir uma unificação desses diversos ramos. tarnbénr D i re i t o pro c es sual c on s Í ilr'r c iona l'
258 TEORIA GERAL DO NOVO PROCESSO CIVIL
que a anterior,lrazid,a ao processo parajulgarnento. A tutelajurisdicional não Ação: 25, 28 dos auxiliares da Justiça): 130
é oferecida necessariamente oo auÍot', mas àquele que tiver razão (autor ou conceito: 73 Audiência de conciliação ou de me-
diação:8l
róu. conlonne o caso). - direito cle ação: 73
Auxiliares da Justiça: 57
- evolução história da teoria da
Tutela jurisdicional diferenciada. Tutela prestada por processos cliferenciados ação: 73 - chefe de secretaria: 58
em atenção a situações e direitos específicos, aos quais o constituinte ou o teoria abstrata: 73 - conciliador:59
- de encargo judicial: 59
legislador entendeu conveniente oÍêrecer uma solução mais nípida, sendo por - teoria concreta: 73
isso que se contenta com uma cognição sumária, sem exigiiuma cognição Açào rnulalória dc alos tregociais - distribuidor: 58
homologados judicialn.rente: 1 68 escrivão: 58
plena.
Ação amrlatória de sentença arbitral: eventuais: 59
Tutela mandamental. Espécie de tutela condenatória que incorpora urna orJem 167 - mediador: 59
do órgãojurisdicional para que o dernandado faça ou deixe àe fazer algo. v. Ação civil pÚrblica: 92 oÍicialde j ustiça: 5 I
tambérn Tute la co ndenatória. Ação declaratória de constitucionali- - órgãos extravagantes: 59
dade: 94 - perito:59
Tutela provisória. Gênero que abarca a tutela cautelar e a tutela antecipada, Ação direta de inconstitucionalidade: permanentes: 58
fundada na urgência ou na evidência. E,ssas tutelas levam o nome di pro- 94 Auxílio direito: 47
visórías justamente porque não são predestinadas a se perpetuar no mundo Ação popular: 93
jurídico. Ação rescisória: 166 Calendário plocessual: 78' 13 I
Adequação da tutela jurisdicional: 28 Capacidade de estar em juízo: 113
Advogado: 60 Clapacidade cle ser parte: i I 3
ubi societas ibi.ius. onde hti uma sociedcrde ha o direiÍo. Não há urr conglome- Afinidade de questões: i21 Capacidade postulatória: 60, 1 I 3
Agravo de instrumento 134, 152 Capaciclade processual: I 1 3
rado de pessoas, por nrais elementar ou reduzido que seja, no qual inexistam
Agravo em recurso esPecial e em Capítulos de sentença: 130,142
nonnas a serem observadas.
recurso extraordinário: I 58 Carôncia de ação: 74
unidade da jurisdição. Sistema processual vigente nos países, como o Brasil, Agravo interno: 155 Carta arbitral: 40
em que ajurisdição estatal e exercida exclusivamente porjuízes integrantes Amicus curie'. 112 Carta precatória: 46
Apelação: 150, 151 Clarta rogatória: 47
do Poder Judiciário. opõe-se ao sistema duarístico dos pov.s que adótam o
Aplicação imediata da lei processual: 24 Causa:122
contencioso administrativo. No Brasil o único dualismo jurisdicional existen-
Arbitragern: 1zl, 95 Causa de pedir: 120
te é entre a jurisdição do Estado-juiz e a dos árbitros. v. também cctnÍencios'
Arguição de descumprin-rento de pre- Chamamento ao Processo: 109
administrotivo. 4 Coisa julgada: 8. t l, 37. 92, 93, 1 35,
ceito fundamental: 94, 17
Íàse Postulatória: 81
Sançãoprocessual:117
Ponto: 122 - Saneamento do Processo: 33
Mandado de segurança contra ato Prazos: 133 Processo: 1,25,77 ss.
Seção judiciária: 65
judicial: 172 Preclusão: 134,142 l'rocesso civil de resultados: 5
Segredo dejustiça:35
Mandado de segurança individual ou Prej udicialidacle: 1 21, 122 Processo coletivo: 92
Sentença: 130, 137
coletivo: 91 Pressupostos de admissibilidade do Processo monitório: 89
Subseção judiciária: 65
Mediação: 14 julgamento do mérito: 126 Processo sincretico: 1 8
Substiiuição processual: 92, 93. 100
Meios altemativos de solução de Principios do processo civil: 27 ss. Pronunciamentos j udiciais: I 30
Sucessão clo réu pela parte legitima: 110
conflitos: 14, l8 acesso àjustiça:27 Prova ilícita: 128
Sucessão Processual: 100
Meios de impugnação das decisôes colisão entre princípios: 27
ll5, llitatis'. 69 Sujeitos do Processo: 96
judiciais: 141 - contraditório: 33, 35, 60, 77 , Querelo nu |
Súmula vinculante: 20
Meios de prova: 128 126,140 Questão: 122
l2l^ lr22 Supressào de grau jurisdiciolrcl: J6
Meios instrurnentais do processo civil: devido processo legal: 38 Orrestào Prejudicial:
76- l)2 Suspettsào da tutela pror isória: I o4
t21 - dispositivo: 33 Questàr.r Prcliminar:
Suspensào do Processo: I 36
Mérito: 125 duplo grau de jurisdição: 36
Ministério Público: 61 - igualdade:32 lleclamação: 20, 154, l7 I
Teoria da substanciação: I 20
Modelo processual civil brasileiro: l8 irnparcialidade do juiz: 30 lleconvenção: 81
Teoria geral do Processo: 2
impessoalidade do juiz: 30 Recurso de terceiro prejudicado: i07
Teoria geral do Processo civil: 3
Negócio jurídico processttal: 78, I 3 I inafastabilidade do controle juris- Recurso esPecial: 142' 148, I 50, 1 53
Terceiro: 98
Nomeação à autoria: ll0 dicional: 28 Recurso especial repetitivo: 20, 1 54
Territorialidade da investidura do
Normas processuais civis cogentes e juiz natural: 3I Recurso extraordinário: 142, 148,
1úz:46
dispositivas: 22 - liberdade das partes: 34 150,153
Territorial idade das normas proces-
Nulidade do ato processual: 37, 135 - motivação das decisões: 36, 37 Recurso extraordinário repetitivo: 20'
suais: 23
publ icidatle dos atos processuais: 154
157 Títu1o executivo: 87, 88
Objeção: 76 35 Recntso ordinário:
regra da proporcionalid ade: 21
Tutela constitucional do processo: 27
Objeto da ciência processual: 25 Recursos
Tutela jurisdicional: 6, 8
Ob.jeto da prova: l28 - tempestividade cla tutela jurisdi- adequação: 146
- - anteciPada:9, l0
Objeto do conhecimento do juiz: 125 cional: 9, 28, 29 - conceito: 142
Qbjeto do processo: 16,125 Privilégios processuais dos entes - efeitos:36,142 - cautelar:9, 10
Onus da prova: 128, 129 estatais: 32 - esPécies: 142 - coletiva: i8
Onus das partes: 76, I l5 Procedimento: 77 - interesse: 145 - condenatória:7
Organização judiçiiria: 49 - adaptabitidade:78 j u ízo de adrn iss ib il idade: I 50 - constitutiva:7 12
- estabilidade dosjuízes: 52 comum: 78 - .iuízo de merito: l5o - da evidência: 9,
estrutura judiciária brasileira: 53 - diÍ-erentes tipos: 79 - legitimidade: 144 - de urgência: 9,10,27
garantias institucionais do Poder - especial:78 - mérito: 143 - declaratória:7
.ludiciário: 5l - fases:80 - preParo: 149 - diÍ-erenciada: 78
- impedimentos dos juízes: 52 indisponibilidade: 7B - pressupostos de admissibilidade: - executiva:7
- iredutibilidade de vencimentos rigidez: 78 143 - mandamental: 7 I0
dos juízes: 52 Procedimento-padrão para a prestação regularidade Íbrmal da interpost- Provisória antecedente:
148 - provisória incidental: l0
- órgãos integrantes do Poder da tutelajurisdicional: 18, 78, 80 çãõ e do Processamento:
'- - provisória:9
.Iudiciário: 50 Êasc anlecedente lara a aprecia- ternPestividade: 147
tutela constitucionaI da organiza- ção de pedido de tutela de urgên- Reexame necessário: I 63
Unidade dajurisdição estatal: I 8
ção j udiciária: 49 cia:85 Regra cla eventualidade: 76
Universalizàção da tutela jurisdicio-
vitaliciedade dos juízes: 52 fase de cumprimento de sentença: Rej-açào iuridica processual: 4' 77
nal: 28
87 Relaiiviiaçao da coi:a julgada: I 70
Parte: 97.98 - lase de liquidaçào: 86 Representante: 99
Valoração da Prova: 12[l
Pedido:120 - fase de saneamento: 82 Reserva cle Plenário: l6l
Petição inicial: 81 fase decisória: 84
Pluralidade de partes: 101 - fase instrutória: 83
Poderes instrutórios do iuiz: 33 - tàse ordinatória: 82
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