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DESERTO PESSOAL

Abrindo nossa Bíblia no evangelho segundo escreveu São Mateus no quarto capítulo, lemos nos
dois primeiros versículos: "Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado
pelo Diabo". Essa expressão indica que era da vontade de Deus que Cristo, agora plenamente
cônscio de sua filiação única, bem como de seu chamamento para ser o Servo ideal de Deus,
fosse tentado a ser desobediente às implicações dessa vocação e, vencendo essa tentação ,
estivesse capacitado a entrar num ministério que teria como clímax a sua obediência até a morte
na cruz.

Deus também muitas vezes nos conduz ao deserto. Ele pode ser a representação de uma
demissão; de uma reprovação no vestibular; do fim de um noivado; da sentença de divórcio; da
decretação de uma falência irreversível; do diagnóstico médico que nos desengana ou de
qualquer outra frustração a que os mortais estão sujeitos.

Muitos homens da Bíblia tiveram que ir ao deserto: Moisés ficou lá quarenta anos (At
7:23,29,30). Paulo também sentiu o seu calor e a sua solidão e foi lá onde pôde reconstruir sua
teologia (Gl 1:17). Malcom X, o famoso nacionalista negro dos anos setenta, encontrou em uma
cela de penitenciária o lugar que o fez um dos fenômenos intelectuais de sua geração, através do
que leu e escreveu nesse deserto pessoal.

Efetivamente, como filhos de Deus, embora, a princípio, não conseguimos entender totalmente a
vontade do Pai, somos abençoados quando somos conduzidos pelo Senhor para o deserto
pessoal. Podemos refletir em pelo menos três conseqüências disso em nossa vida.

NO DESERTO ENCONTRAMOS A NÓS MESMOS

O que sou, é difícil dizer até não saber onde estou. São nas situações desérticas da existência que
os problemas, as crises, as provações se instalam em lugares, estados ou condições que nos
levam a nos sentirmos sós, indefesos, abandonados. Daí é que podemos ter uma verdadeira
consciência de nossa identidade. É no deserto que podemos nos conhecer profundamente. Não há
para quem olhar no deserto - nós mesmos é que somos objeto de nossa análise. Assim, podemos
nos conhecer mais.

Nessa condição de autoconhecimento, refletimos sobre os motivos que nos tem trazido até ali.
Por que estamos no deserto? Pela nossa insensatez? Pela nossa desobediência? Por que Deus nos
quer aperfeiçoar? Por que o Espírito Santo quer ter mais comunhão conosco? Por que Deus
apaixonado por nós quer que digamos a Ele o quanto O amamos? O certo é que, quando nos
quebrantamos, Deus nos revela o porquê do deserto. Daí, podemos escolher as metas corretas
para nossa vida.

Nós nos redescobrimos no deserto. A existência passa a ser percebida com um verdadeiro
sentido de ser. É nessa situação que podemos estabelecer um propósito para vida. No deserto,
Cristo teve avivada a consciência de ser Ele o Filho de Deus. Isso implicava em assumir o
motivo de Sua encarnação, o Seu único propósito: a salvação de milhões de seres humanos - a
cruz. Nas situações desérticas nós também passamos a priorizar nossas metas, tendo a convicção
profunda de vivermos para a glória de Deus, "porque dele, e por ele, e para ele, são todas as
coisas; glória, pois, a ele eternamente; amém. (Rm 11:36).

NO DESERTO ADQUIRIMOS CAPACIDADE ESPIRITUAL

No deserto pessoal, capacitamo-nos para resolver problemas mais ou menos semelhantes aos que
Satanás apresentou a Jesus.

As tentações querem fazer com que usemos nossa vida para nossos próprios propósitos. Quando
somos tentados, somos forçados a nos comprometermos unicamente com nossas metas. Além
disso, as situações tentadoras da vida quer até mesmo nos impedir de examinar e reavaliar nossos
propósitos.

Essa é a tônica desse mundo secularizado e materialista que vivemos. O "curso desse mundo"
quer nos fazer pensar de modo exagerado somente em nossa posição, em nossa comida, em
nossa roupa, em nossos bens, enfim, quer nos encapsular em nosso próprio egoísmo. Mas, é no
deserto que recebemos virtude do Espírito Santo para percebemos que somente seremos
realizados de fato se tivermos os mesmos propósitos de Jesus - servir à vontade de Deus e ao Seu
reino.

Quando estamos no deserto, Deus nos revela que as tentações são um exercício necessário para a
maturidade emocional e espiritual. Somente tem uma vida de vitória quem tem esperança em
Deus. É falsa a idéia popular de que "a esperança é a última que morre". Para quem entende o
significado espiritual dos desertos a que estamos sujeitos a esperança jamais se extingue. Por isso
mesmo tal pessoa jamais estará totalmente livre dos desertos. Eles fazem parte do processo de
conquista da esperança: "...a tribulação produz a perseverança, e a perseverança a experiência, e
a experiência a esperança; e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está
derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm 5:3-5).

NO DESERTO NOS FIRMAMOS NO CHAMADO DE DEUS

Quando estamos no deserto a força das circunstâncias, condições e o estabelecimento de


prioridades significativas para nossa vida espiritual nos leva a renovarmos nossa vida. Assim, o
deserto que a princípio seria um lugar de exaustão e queda passa a ser um ambiente onde o
verdadeiro sentido da vida é valorizado. Dessa forma, reconhecemos nossa identidade como
filhos de Deus.

Com dois ataques, Satanás quis criar uma crise de consciência em Jesus a partir da conjunção
condicional "se", a motivadora de tantas dúvidas: "Se tu és Filho de Deus..."; "se tu és Filho de
Deus...". Como Jesus, devemos ter bem nítido a verdade de que somos filhos de Deus, em quem
o Pai tem muito prazer. O Espírito que impeliu o Salvador ao deserto é o mesmo que "testifica
com o nosso espírito que nós somos filhos de Deus" (Rm 8:16).

O resultado desse testemunho do Consolador é que a consciência profunda de sermos filhos de


Deus nos leva a rendermos nosso ser a vocação que o Senhor nos tem dado. No deserto pessoal,
a convicção do motivo de nossa chamada para o Reino de Deus se torna viva em nosso coração.
Daí, louvamos a Deus sabendo que as crises nos direcionam a firmarmos o chamado de Deus
para nossa vida.

Quando assim, fazemos nocauteamos Satanás como Jesus o fez, isto é, usando a Palavra da
Verdade. No deserto pessoal aprendemos a silenciar Satanás com a Espada do Espírito. Isaías
declara que Jesus "com o sopro dos seus lábios matará o ímpio" (Is 11:4). Esta profecia foi
parcialmente cumprida ao derrotar Ele o maligno com um bombardeio de referências bíblicas.
"Está escrito!". Esta é a forma de nós, seguidores de Cristo, afugentarmos o enganador. É
perigoso considerar argumentos, por mais plausíveis e sutis que sejam, contra um claro dever.
"Está escrito" - é a nossa segurança. "Com o sopro dos seus lábios", o cristão afugentará o
inimigo, se o que disser for Palavra de Deus. "E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e a
palavra do seu testemunho" (Ap 12:11).

Portanto, se você está no deserto dê glória a Deus, pois no deserto: Você pode encontrar-se
consigo mesmo; você irá aprender a vencer tentações!; você vai ter uma forte consciência do
porquê da sua vida!

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