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Políticos e fraldas devem ser trocados de
tempos em tempos. Pelo mesmo motivo (Eça
de Queiroz)

Sim. O fascismo também foi de esquerda.


1376203-mussolini2Já escrevi uma série específica sobre o nazismo,
mostrando que, ao contrário do que nossos professores influenciados pelo
Marxismo Cultural nos ensinaram, tal ideologia não só nunca foi de
“extrema direita” como sempre esteve à esquerda do espectro ideológico
(ver aqui).

Eis o motivo pelo qual os esquerdistas preferem rotular seus adversários


de “fascistas”, afinal os traços esquerdistas do fascismo parecem menos
evidentes quando comparados ao nazismo. Mesmo assim, como veremos as
seguir, não só suas características são mais que suficientes para enquadrá-
lo também no campo da esquerda, embora alguns historiadores prefiram
classificá-lo como uma terceira via, com características de ambos os lados.

Na pior das hipóteses, nem o fascismo nem o nazismo nunca deveriam ser
classificados como de “extrema-direita”, afinal se ambos têm
características de esquerda e de direita, no máximo deveriam ficar no
centro do espectro ideológico ou pendendo mais para um dos lados. Mas
NUNCA no extremo de um dos lados como comumente se apregoa.

Então de onde vem esta confusão?

Para responder esta pergunta, vamos ter que retornar ao pós Revolução
Francesa de onde emergiram três grandes grupos principais: socialistas,
liberais e conservadores.

Os socialistas são filhos do iluminismo francês, mais identificados com a


visão romântica de Rosseau que falava de um homem originalmente bom,
porém corrompido pela sociedade. É o grupo que surge com a missão de

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moldar a sociedade, de mudar radicalmente o que existe, de construir o


“novo homem”.

Por outro lado, liberais e conservadores estão mais identificados com o


iluminismo inglês, mais prudente e realista. Partindo da visão pessimista
de Thomas Hobbes, os conservadores vêem na civilização, nas leis e nas
instituições (por mais falhas que elas sejam) um freio aos instintos
originalmente maus dos homens. Uma construção milenar que jamais
deveria ser trocada de uma hora para outra por alguma utopia redentora
fruto de algumas mentes “iluminadas” que se acham com a missão
messiânica de moldar o mundo.

Os liberais, que no início tiveram um papel importantíssimo ao


impulsionar o constitucionalismo que hoje serve de base às modernas
repúblicas, aos poucos definharam politicamente, concentrando mais
atenção à questões econômicas do que políticas, deixando o território livre
para os socialistas massificassem seu discurso de fácil apelo emocional.

Os conservadores, por sua vez, surgem como um contraponto ao


radicalismo político dos esquerdistas jacobinos que implantaram um
regime de terror já em sua primeira revolução. Contrariando a posição
comum de socialistas e liberais da época que demonizavam as monarquias,
os conservadores procuram chamar a atenção para a importância dos
costumes, tradições (inclusive a religião cristã) como fatores de equilíbrio
que apontam para uma evolução gradativa da civilização. Em outras
palavras, os conservadores surgem como a voz da prudência em um
ambiente politico que clamava por mudanças radicais e profundas.

Novos rumos

Ao longo dos últimos séculos, conservadores e liberais aproximaram-se em


algumas ideias antes divergentes, ao ponto de em alguns países ambos os
grupos se complementarem, com os conservadores focando mais no debate
político e os liberais no debate econômico. Apesar da aproximação, nem
todas as arestas foram aparadas, de modo que em alguns assuntos,
principalmente no campo comportamental, liberais parecem estar mais
próximos dos esquerdistas do que dos conservadores.

As maiores transformações aconteceram mesmo do lado socialista. Desde


que Marx surgiu com seu socialismo “científico”, pregando a utopia
comunista onde as classes e a propriedade privada seriam extintas, parte
dos socialistas (que já existiam há algumas décadas, vale salientar) não
concordou com a nova utopia, considerando Marx um traidor do
movimento.

Com o tempo, o socialismo-marxista tornou-se dominante, mas os agora


rotulados pelos próprios marxistas de “socialistas conservadores”
continuaram lutando contra o liberalismo e o conservadorismo inglês ao
seu modo. É desta vertente socialista que vai surgir o nazismo, como ficou
bem demostrado na série sobre o nazismo indicada no início deste artigo.

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No caso do fascismo, as origens são mistas. Mussolini foi filho de um


socialista conservador nacionalista que o ensinou a admirar figuras como
Giuseppe Garibaldi, um dos responsáveis pela unificação italiana. Mais
tarde, conheceu Wladimir Lenin e passou a militar mais ativamente no
socialismo marxista. Sua ruptura com os socialistas ocorreu por
divergências quanto à participação da Itália em um conflito na Líbia, mas
não na concepção do Estado intervencionista.

No poder

Embora o fascismo tenha influenciado o nazismo (afinal, chegou ao poder


oito anos antes de Hitler), o fato é que a gestação do nazismo é anterior ao
fascismo e, portanto, é muito provável que este tenha influenciado também
o fascismo. Não custa lembrar que quase simultaneamente a chegada de
Mussolini ao poder, Hitler tentava um golpe de Estado. Desde então Hitler
participou de todas as eleições democráticas na Alemanha, sempre
disputando com os comunistas a simpatia do proletariado contra os
“porcos capitalistas”.  Por outro lado, Hitler se apresentava como a mão
forte contra o a ameaça comunista que pairava sobre a Europa,
inaugurando uma terceira via que rejeitava o liberalismo anglo-saxão, mas
também rejeitava o outro extremo comunista.

A estratégia de Mussolini foi praticamente a mesma: acenar para os dois


lados, tendo conseguindo, antes de Hitler, conciliar interesses de
socialistas e conservadores, mas não dos liberais, que fique bem claro. O
ponto de união entre direita e esquerda no apoio ao Mussolini era
justamente o desejo mútuo de um Estado forte. Mussolini encontrou,
portanto, a fórmula perfeita para agradar trabalhadores e empresários:
cartelizar ambos.

Ao promover a criação de sindicatos e instituir direitos trabalhistas,


Mussolini deu força política aos trabalhadores, equilibrando a balança na
disputa com os grandes empresários agraciados com a criação de carteis e
políticas protecionistas. Segundo Mussolini, as disputas entre
trabalhadores e empresários era algo destrutivo que deveria ser evitado,
de modo que membros escolhidos pelos trabalhadores e empresários
deveriam atuar juntos sob o comando do poder político.

Seguindo a mesma linha adotada pelo Partido Nacional-Socialista dos


Trabalhadores Alemães (NAZI) que pregava que “o interesse comum antes
do interesse próprio”, o partido Fascista pregava o absolutismo do Estado
e a relatividade dos indivíduos. “Tudo no Estado, nada contra o Estado, e
nada fora do Estado”, tornaria-se célebre a afirmação de Mussolini.

Para criar o Estado provedor paternalista tão adorado pelos esquerdistas,


o indivíduo deveria ser tributado o quanto fosse preciso, sua privacidade
poderia ser invadida e seu bem-estar até diminuído pelo “bem comum”.
Aliás, esta é uma das diferenças fundamentais entre esquerdistas e
direitistas: a diluição do indivíduo na coletividade. O esquerdismo quer
promover uma “reengenharia social”, quer mudar a sociedade através da
ação de seus líderes, mesmo que isso signifique passar por cima de

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direitos individuais, valores caríssimos aos liberais. E foi exatamente isso


que Hitler e Mussolini fizeram.

Além de soluções menos traumáticas que o socialismo, tanto o fascismo


quanto o nazismo mostraram-se também mais tolerantes em relação a
temas caros aos conservadores como, por exemplo, a não abolição da
família, da propriedade privada ou da proibição da religião, como
pregavam os marxistas. E foi justamente nestes pontos que o Marxismo
Cultural encontrou seus principais “argumentos” para classificar o nazi-
fascismo na “extrema direita”, como veremos adiante.

Os eixos da discórdia

Hoje são muito comuns contestações, de ambos os lados, sobre a validade


ou não da clássica divisão entre esquerda e direita. De fato, muita coisa
mudou desde meados do século XX, novas bandeiras foram incorporadas
ao esquerdismo e uma nova vertente de direita surgiu para colocar mais
lenha na disputa ideológica: os libertários.

O novo panorama levou a uma nova configuração da classificação do


espectro ideológico, agora orientado por dois eixos: um econômico
(horizontal) e outro político (vertical).

diagrama

O eixo econômico é muito claro. Na extrema esquerda temos os sistemas


onde a o Estado tem a máxima intervenção na economia (comunismo),
enquanto que, na extrema direita, temos a mínima intervenção
(liberalismo). direita-esquerda

No eixo vertical (político), teríamos o máximo autoritarismo, também


representado pelo comunismo, até o outro extremo, o  libertarianismo,
representado tanto pela vertente anarquista clássica de esquerda e a mais
recente vertente anarquista de direita, também conhecida por
anarcocapitalista.

Claro que, na prática, as coisas não são tão bem delimitadas como no
gráfico acima. Embora a maioria das ditaduras seja indiscutivelmente de
esquerda, é fato que a ditadura de Pinochet, no Chile, adotou o liberalismo
como modelo econômico.  Mas, por enquanto, o que importa é o segundo
quadro que representa o nazi-fascismo, incontestavelmente do lado
esquerdo do espectro ideológico.

Agora vamos dar uma olhada no eixo político:

eixo-politico

Aqui há muita margem para a discórdia, mas não é preciso muito esforço
para perceber que tanto o fascismo quanto o nazismo estão do lado
esquerdo do gráfico. Desconsiderando a Anarquia como alternativa
factível, é fato que a maioria dos países que lidera o ranking de liberdade

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econômica combina democracia e república, não por acaso modelos que


predominam do lado direito do espectro. Aliás, modelos que resultaram
justamente dos liberais e não dos socialistas, que fique bem claro. Também
não por acaso, modelos muito atacados por esquerdistas mais radicais que
associam tais modelos a “valores burgueses”.

Mas a coisa não acaba por aqui. Embora os eixos econômicos e políticos
sejam os mais importantes, na verdade existe também um eixo de valores
que torna o debate ainda mais polêmico e… mutável. Temas como aborto,
ambientalismo, feminismo, descriminalização das drogas, homeschooling,
entre tantos outros, foram gradativamente incorporados a guerra
ideológica entre esquerda e direita.

Apesar da enorme variedade de temas, a maior parte deles pode ser


resumida em três eixos principais que já existiam na época do nazi-
fascismo. Trata-se da conhecida tríade conservadora “Deus-Pátria-
Família”, na verdade uma reação às ideias marxistas que pregavam o
ateísmo, a internacionalização do movimento comunista e a destruição dos
valores burgueses que se apresentavam como obstáculos às tentativas de
revoluções nos países ocidentais.

Confira no esquema abaixo as dicotomias entre os dois polos ideológicos:

eixo-comportamental

Então vamos agora analisar as posições do fascismo e do nazismo em


relação a tais temas.

Sobre a dicotomia Ateísmo x Deus (na prática, cristianismo), os nazistas


não poderiam ser classificados como defensores do cristianismo. No
máximo, portadores de um misticismo restrito à cúpula do partido. Ainda
assim, tal misticismo estava mais ligado a Himmler do que ao próprio
Hitler.

No caso do fascismo, a coisa é um pouco mais complicada. Mussolini


assinou um acordo com o para Pio XI, pondo fim a chamada Questão
Romana, que levou a criação do minúsculo estado do Vaticano, repassando
para a Itália boa parte dos territórios até então em poder da Igreja
Católica. Como parte do acordo, Mussolini se comprometeu com o ensino
religioso nas escolas e a decretar o catolicismo como religião oficial da
Itália. Portanto, a relação do fascismo com o cristianismo esteve mais
próxima de interesses políticos do que valores de fato.

No caso da dicotomia entre valores da família x destruição de valores


burgueses, o fascismo não procurou interferir neste assunto, afinal este
sempre esteve mais próximo da religião do que do Estado. No caso do
nazismo, Hitler até chegou a promover nas escolas o ensino de modos,
principalmente para as garotas, mas tais iniciativas tinham mais a ver com
sua estratégia de doutrinação política do que realmente com os valores
conservadores tradicionais. E isto fica muito claro quando Hitler seleciona
as moças mais bonitas e os rapazes mais fortes e de traços arianos para se

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reproduzirem em massa, praticamente socializando a prole.

Por fim, chegamos à dicotomia internacionalismo x pátria, mais


precisamente, o tema que trata do nacionalismo, o principal argumento
dos esquerdistas para enquadrar o nazi-fascismo na “extrema-direita”.

Segundo a narrativa dos historiadores esquerdistas, o nacionalismo seria


uma característica intrínseca ao conservadorismo. Mas será que esta
característica é de fato específica dos conservadores?

Não mesmo. Apesar do marxismo pregar “a união dos trabalhadores do


mundo”, independentemente das fronteiras nacionais, tal ideia (como
tantas outras, vale salientar) ficou apenas na teoria. Na prática, em todos
os países aonde os esquerdistas chegaram ao poder, o nacionalismo foi
também exaltado, inclusive por Stalin.

Mas neste ponto não podemos recriminar o monstro comunista, afinal a


identificação maior com seus semelhantes é um traço comum do ser
humano. Existe uma sequência de círculos de afinidades em relação aos
grupos com os quais nos relacionamos que começa na família, passa por
nossa cidade, estado, país, continente até o planeta Terra.

Ironicamente, os liberais não estão nem aí para o nacionalismo, aliás,


muito mais que os esquerdistas que pregam uma coisa e fazem outra. Por
focarem mais na economia (afinal, se a economia vai mal tudo vai mal), os
liberais neste ponto estariam mais próximos dos esquerdistas que dos
conservadores. Aliás, não apenas neste ponto, como também na questão da
liberação das drogas, laicismo do Estado, gaysismo, entre outros.

E foi justamente nestes pontos comuns que os esquerdistas norte-


americanos confundiram ainda mais a guerra ideológica. Para quem não
sabe, nos EUA, os esquerdistas são chamados de “liberais”.  Mas isto não
foi por acaso. Segundo David Horowitz, um dos pais da chamada Nova
Esquerda mundial e que hoje é um dos grandes nomes do
conservadorismo, tal confusão foi premeditada. “O povo americano nunca
vai adotar conscientemente socialismo. Mas, sob o nome de “liberalismo”,
eles vão adotar cada fragmento do programa socialista”, revelou  Horovitz.
(ver aqui).

Conclusão

Enfim, a tentativa de jogar o nazi-fascismo para o campo da direita não só


não se sustenta no eixo econômico e político, como também no eixo de
valores. Mais que isso, neste último eixo os historiadores marxistas
tomaram as exceções regras. Por exemplo, quando os nazi-fascistas são
classificados como de direita por não pregarem o ateísmo, os marxistas
estão desconsiderando que a religiosidade é um fenômeno comum às
diversas civilizações, desde os primórdios da humanidade. O mesmo
acontece com a família, com o nacionalismo e todas os demais
desdobramentos de temas ligados ao eixo de comportamentos que desde a
segunda metade do século XX passou a concentrar os esforços da

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esquerda, uma vez que nos eixos político e econômico levaram uma surra
da realidade.

E na construção desta narrativa fantasiosa de que o nazi-fascismo foi de


direita, um historiador especial teve um papel fundamental: Eric
Hobsbawm, considerado por muitos “o maior historiador de todos os
tempos”. Para dar uma ideia do grau de comprometimento desde cidadão
com o marxismo, ele chegou a dizer que “o assassinato de milhões
orquestrado por Stalin na União Soviética teria valido a pena se dele
tivesse resultado uma genuína sociedade comunista” (ver aqui).

É por causa de pessoas como o Sr. Hobsbawm que ainda hoje tantas
pessoas vejam o comunismo (que matou cinco vezes mais que o nazismo)
como uma louvável tentativa de reforma da humanidade, enquanto que o
nazismo é jogado para o campo da direita para servir de contraponto às
atrocidades comunistas.

Como todos podem ver, nazismo e fascismo estão mais próximos de


governos de esquerda populistas em moda na América Latina do que com
as democracias mais próximas do liberalismo clássico. Eis os verdadeiros
fascistas.

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Esquerda x Direita Esquerda x Direita Esquerda x Direita


(parte 7) (parte 15) (parte 17)

O Nazismo foi mesmo Os terroristas islâmicos Se o poder tende a


de direita? (parte 4) e o apoio silencioso da corromper, a esquerda
esquerda mundial tende a corromper
absolutamente

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21 de abril de 2015

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1. Pedro Mundim em 22 de abril de 2015 às 15:13

O senso comum, desde o fim da 2a guerra e o início da guerra fria,


estabeleceu o fascismo como sendo o contrário do socialismo. Uma
vez que o fascismo havia sido derrotado e suas atrocidades
denunciadas, o termo tornou-se pejorativo. Modernamente, “fascista”
é um mero xingamento, e quase ninguém sabe ou quer saber o que foi
realmente o fascismo, historicamente falando. O irônico é que a
maioria dos regimes neo-socialistas que surgiram na América Latina
neste século 21 se parece mais com o fascismo original dos anos
trinta do que com o quase extinto comunismo soviético. Hugo Chávez,
por exemplo, foi um perfeito clone do argentino Juan Perón, que por
sua vez foi um fascista assumido em seu primeiro governo (mesmo
porque não podia evitar a comparação, já que foi um quase
contemporâneo de Mussolini).

O fascismo, tal como o comunismo, sempre foi um regime


revolucionário, e não reacionário, de massas, fanfarra, bandeiras,
estudantes e operários desfilando uniformizados, etc. Não eliminou a
propriedade privada, mas submeteu a burguesia ao Estado. Na
verdade, os regimes fascistas criam uma burguesia para seu uso,
favorecendo empresários cooptados ou seus próprios militantes, ao
mesmo tempo em que perseguem e expropriam os burgueses não
cooptados. Na Venezuela, o termo “boliburguesia” define bem este
processo.

Amilton Aquino em 22 de abril de 2015 às 16:20

Este filme nós conhecemos bem, Pedro. Infelizmente muita gente


não consegue ver algo tão óbvio. O caso de Perón deveria servir
de exemplo para toda a América Latina, mas, ao contrário,
nossos governantes repetiram a fórmula fracassada sucessivas
vezes. Uma pena.

2. rogerio ribeiro em 23 de abril de 2015 às 3:24

Amilton , qual a posição da extrema-direita sobre o sindicalismo?

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Amilton Aquino em 24 de abril de 2015 às 3:30


Olá Rogério. Desculpas pela demora. Bom, como deve ter ficado
claro no texto. Existem duas direitas. A extrema direita liberal
anarcocapitalista embora defenda por princípio a livre
associação de indivíduos em comum acordo, certamente não vê
com bons olhos o sindicalismo pelo papel histórico que esta
categoria tem e teve na luta ideológica, sempre usada por
populistas como instrumento de pressão política. No caso da
extrema direita conservadora, a visão do sindicalismo é ainda
pior. Para ambos, embora sua existência seja legítima, não
deveria ser compulsória.

3. Leitora em 23 de abril de 2015 às 23:39

Só pra avisar que o link do pagseguro pra doações tá com algum


problema! �
Ótimo texto como sempre!

Amilton Aquino em 24 de abril de 2015 às 3:40

Muito obrigado, Leitora. Abraço!

4. rogerio ribeiro em 24 de abril de 2015 às 7:31

Amilton, fale sobre o socialismo pré-Marx. Quem foram os grandes


nomes do socialismo pré-Marx? Quais obras eles escreveram?

Amilton Aquino em 24 de abril de 2015 às 23:07

Olá Rogério, tenho vários outros artigos na fila. Mas está


anotada a sugestão. Dá uma olhada na série sobre o nazismo que
tem alguns nomes citados. Abraço! http://visaopanoramica.net
/2013/08/31/o-nazismo-era-mesmo-de-direita/

5. Renan em 24 de abril de 2015 às 16:35

Amilton, um pouco fora do tema desta coluna, mas não tão fora.
Em Porto Alegre, um professor de Direito disse que ia fazer uma
piada e disse: ´´As leis são como mulheres, feitas para ser violadas“.
O professor foi realmente infeliz na colocação, não há o que dizer. No
entanto a frase chegou a conhecimento público pq um aluno dele em
vez de conversar com o professor e dizer que não gostou, sendo que a
maioria da turma era de mulheres e não se incomodou com a
situação, postou imediatamente esta frase do professor no facebook.
Olhei no facebook dele e entre os comentários do rapaz estava o
seguinte: ´´É aquele que tá sempre falando mal do PT“. E
curiosamente depois q tomou repercussão o caso ele apagou esse
comentário. Ou seja, ele fez isso nitidamente pra prejudicar o
professor devido a motivos políticos.
Nas fotos, ele demonstra ser militante fervoroso do PT. Agora temos
um linchamento virtual acusando o professor de ser um potencial
estuprador liderado pelas feministas e líderes estudantis do DCE que

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são notoriamente alinhados com o PT. E há muitos alunos e ex-alunos


defendendo o professor dizendo que ele é uma pessoa muito boa e
que estão distorcendo o contexto dos fatos.
O que eu quero dizer com essa história. Tu tens dito há algum tempo
que pode haver um acirramento entre os petistas e quem está
insatisfeito com eles. Pois eu acho que cada vez mais isso está se
agravando e achei que tu estava exagerando, mas estou ficando bem
receoso como as coisas estão evoluindo e o que pode ocorrer. E não
vejo solução para isso…
O link da notícia: http://zh.clicrbs.com.br/rs/porto-alegre/noticia
/2015/04/estudantes-de-direito-promovem-ato-em-apoio-a-professor-
que-fez-piada-sobre-mulheres-4746713.html
Abraço

Amilton Aquino em 24 de abril de 2015 às 23:13

Sim, Renan, a coisa está ficando perigosa. Vc já viu a caderno de


teses do PT? Pois é, a cada ano eles vão ficando mais afoitos. O
risco é o Lula voltar em 2018. Olha, se isso acontecer, vai surgir
movimento separatista. SP não vai aguentar…

6. Marco em 24 de abril de 2015 às 23:45

Concluindo, poderíamos dizer que o fascismo e o nazismo são formas


de governo “suis generis”, não se enquadrando nem em direita nem
na esquerda?

Amilton Aquino em 25 de abril de 2015 às 7:26

Não, Marco. Este é um artifício de alguns esquerdistas para se


livrarem do nazi-fascismo uma vez que, a cada dia, fica mais
difícil sustentar a tese absurda de que foram de direita.
Resumindo, governos de esquerda planejam centralizadamente a
economia subsidiando grandes empresários com boas conexões
políticas, exaltam o poder estatal como sendo a fonte de toda a
ordem, passam por cima direitos e liberdades fundamentais aos
indivíduos em prol da promoção de uma “maior igualdade” e
tornam o poder executivo o senhor irrestrito da sociedade. São
coletivistas, assim como Chávez, Perón e tantos outros populistas
que usaram as massas para se perpetuarem no poder, vendendo
o discurso de que estavam construindo “a pátria grande” para
todos. Dá uma olhada neste artigo que vc vai entender melhor:
http://visaopanoramica.net/2013/09/13/diferencas-fundamentais-
entre-esquerda-e-direita/

7. Motorhead em 30 de abril de 2015 às 17:28

O Fascismo eu até considero realmente de esquerda. Não uma


esquerda comuista, mas levemente marxista e antiburguesa. O
Nazismo nunca! Hitler sempre repudiou o comunismo, e odiava os
judeus porquê na concepção ridícula e paranóica dele, eram eles

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quem financiavam o comunismo. O Hitler “esquerdista”? NUNCA!!


Mussolini eu até aceito, já que ele mesmo confessou depois que criou
a República de Saló em 1943 quando foi expulso do governo italiano
que “nunca tinha abandonado totalmente suas idéias esquerdistas”.
Claro! Só o fato de ter um COMUNISTA como o Nicola Bombacci
trabalhando com ele na República Social Italiana deixa isso bem
claro.

Amilton Aquino em 1 de maio de 2015 às 9:35

Olá Motohead, sugiro-lhe que leia minha série sobre o nazismo,


assim com os debates que foram travados. Vc vai ver que os
traços do esquerdismo no nazismo são ainda mais claros que no
fascismo. Por isso comecei com o nazismo. Veja só como o seu
argumento não se sustenta: se o ódio de Hitler aos comunistas
tinha como principal motivação o ódio aos judeus que, na lógica
doentia de Hitler, dominava o movimento comunista, isso só
revela que Hitler colocou sua rixa com os judeus acima das
questões ideológicas. Será que se Marx não fosse judeus Hitler
teria o mesmo ódio dos comunistas? Não mesmo. E a prova é
que, na prática, suas relações com Stalin foram muito estreitas
antes da guerra e mesmo depois que ele traiu Stalin, uma vez
que hoje sabemos que em 1942 nazistas e comunistas tentaram
um acordo de paz.

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