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LÍNGUAS EM ANGOLA

Grupos étnicos e línguas nacionais

O português é a língua oficial de Angola, mas o país conta com cerca de duas dezenas
de línguas nacionais, das quais seis com maior expressão: quicongo (ou kikongo),
quimbundo (ou kimbundu), chocué (ou tchokwe), umbundo, mbunda e cuanhama
(kwanyama ou oxikwanyama).

A esmagadora maioria dos angolanos – perto de 90% – é de origem bantu. O principal


grupo étnico bantu é o dos ovimbundo que se concentra no centro-sul de Angola e se
expressa tradicionalmente em umbundo, a língua nacional com maior número de
falantes em Angola.

Os ambundo, falam o quimbundo (ou kimbundu), que é a segunda língua nacional com
mais falantes, estabelecem-se maioritariamente na zona centro-norte, no eixo Luanda-
Malanje e no Kwanza -Sul. O quimbundo é uma língua com grande relevância, por ser a
língua tradicional da capital e do antigo reino dos N'gola. Legou muitas palavras à
língua portuguesa e importou desta, também, muitos vocábulos.

No norte (Cabinda, Uíge e Zaire) concentram-se os bacongos de língua quicongo (ou


kikongo) que tem diversos dialectos. Era a língua do antigo Reino do Congo.

Os quiocos (tchokwe) ocupam o leste, desde a Lunda Norte ao Moxico, e expressam-se


tradicionalmente em chocué (ou tchokwe), língua que se tem vindo a sobrepor a outras
da zona leste do país.
Cuanhama (kwanyama ou oxikwanyama), nhaneca (ou nyaneka) e mbunda são outras
línguas de origem bantu faladas em Angola.

O sul de Angola é também habitado por bosquímanos, povos não bantus que falam
línguas do grupo khoisan.
Em Angola, cerca de 3% da população actual é branca (maioritariamente de origem
portuguesa) ou mestiça, população que concentra-se primariamente nas cidades e tem o
português por língua materna. Existem em Angola, um número considerável de falantes
das línguas francesa e lingala, explicada pelas migrações relacionadas com o período da
luta de libertação e pelas afinidades com as vizinhas República do Congo e República
Democrática do Congo.
Línguas nacionais

Durante o período colonial, o uso das línguas nacionais estava praticamente circunscrito
ao ensino do catolicismo. Contudo, a língua portuguesa não conseguiu fixar-se em todo
o território devido à limitada utilização que as populações africanas dela faziam,
principalmente nas zonas rurais, permanecendo as línguas nacionais relativamente
intactas.

Com a independência do país, essas línguas adquirem o estatuto de línguas nacionais,


coexistindo com a língua portuguesa como veículos de comunicação e expressão,
teoricamente em pé de igualdade.

Com vista à valorização, utilização e promoção das línguas locais, o Instituto de


Línguas Nacionais de Angola fixou normas ortográficas dos idiomas chokue, Kicongo,
Kimbundo, Ngaguela, Kwanhama e Umbundo, estudando os aspectos fonéticos,
fonológicos, morfossintácticos, lexicais e semânticos. Os resultados deste trabalho de
investigação serviram de base à elaboração de material didáctico para a futura
introdução destas línguas no ensino primário, em paralelo com o português.

As línguas africanas são também utilizadas, por exemplo, pela emissora de Rádio Ngola
Yetu, que emite diariamente programas e notícias em sete línguas nacionais.

O PORTUGUÊS

A adopção da língua do antigo colonizador como língua oficial foi um processo comum
à grande maioria dos países africanos. No entanto, em Angola deu-se o facto pouco
comum de uma intensa disseminação do português entre a população angolana, a ponto
de haver uma expressiva parcela da população que tem como sua única língua aquela
herdada do colonizador.

São vários os motivos que explicam esse fenómeno. O principal foi a implantação, pelo
regime colonial português, de uma política assimiladora que visava a adopção, pelos
angolanos, de hábitos e valores portugueses, considerados "civilizados", entre os quais
se encontrava o domínio da língua portuguesa. Por outro lado, há que ter em conta
também a presença de um elevado número de colonos portugueses, espalhados por todo
o território, bem como dos sucessivos contingentes militares portugueses que, durante o
longo período da Guerra Colonial, se fixaram no interior do país.

Apesar de ser um processo impositivo, a adopção do português como língua de


comunicação corrente em Angola propiciou também a veiculação de ideias de
emancipação em certos sectores da sociedade angolana. Principalmente a partir de
meados do século XX, a língua portuguesa facilitou a comunicação entre pessoas de
diferentes origens étnicas.

O período da guerra colonial foi o momento fundamental da expansão da consciência


nacional angolana. De instrumento de dominação e clivagem entre colonizador e
colonizado, o português adquiriu um carácter unificador entre os diferentes povos de
Angola.

Com a independência em 1975, o alastramento da guerra civil, nas décadas


subsequentes, teve também um efeito de expansão da língua portuguesa, nomeadamente
pela fuga de populações rurais para as cidades, particularmente Luanda, levando ao seu
desenraizamento cultural e forçando a rápida adopção do português.

A própria implantação do novo Estado nacional reforçou a presença do português, usado


no exército, no sistema administrativo, no sistema escolar, nos meios de comunicação,
etc.

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