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O português é a língua oficial de Angola, mas o país conta com cerca de duas dezenas
de línguas nacionais, das quais seis com maior expressão: quicongo (ou kikongo),
quimbundo (ou kimbundu), chocué (ou tchokwe), umbundo, mbunda e cuanhama
(kwanyama ou oxikwanyama).
Os ambundo, falam o quimbundo (ou kimbundu), que é a segunda língua nacional com
mais falantes, estabelecem-se maioritariamente na zona centro-norte, no eixo Luanda-
Malanje e no Kwanza -Sul. O quimbundo é uma língua com grande relevância, por ser a
língua tradicional da capital e do antigo reino dos N'gola. Legou muitas palavras à
língua portuguesa e importou desta, também, muitos vocábulos.
O sul de Angola é também habitado por bosquímanos, povos não bantus que falam
línguas do grupo khoisan.
Em Angola, cerca de 3% da população actual é branca (maioritariamente de origem
portuguesa) ou mestiça, população que concentra-se primariamente nas cidades e tem o
português por língua materna. Existem em Angola, um número considerável de falantes
das línguas francesa e lingala, explicada pelas migrações relacionadas com o período da
luta de libertação e pelas afinidades com as vizinhas República do Congo e República
Democrática do Congo.
Línguas nacionais
Durante o período colonial, o uso das línguas nacionais estava praticamente circunscrito
ao ensino do catolicismo. Contudo, a língua portuguesa não conseguiu fixar-se em todo
o território devido à limitada utilização que as populações africanas dela faziam,
principalmente nas zonas rurais, permanecendo as línguas nacionais relativamente
intactas.
As línguas africanas são também utilizadas, por exemplo, pela emissora de Rádio Ngola
Yetu, que emite diariamente programas e notícias em sete línguas nacionais.
O PORTUGUÊS
A adopção da língua do antigo colonizador como língua oficial foi um processo comum
à grande maioria dos países africanos. No entanto, em Angola deu-se o facto pouco
comum de uma intensa disseminação do português entre a população angolana, a ponto
de haver uma expressiva parcela da população que tem como sua única língua aquela
herdada do colonizador.
São vários os motivos que explicam esse fenómeno. O principal foi a implantação, pelo
regime colonial português, de uma política assimiladora que visava a adopção, pelos
angolanos, de hábitos e valores portugueses, considerados "civilizados", entre os quais
se encontrava o domínio da língua portuguesa. Por outro lado, há que ter em conta
também a presença de um elevado número de colonos portugueses, espalhados por todo
o território, bem como dos sucessivos contingentes militares portugueses que, durante o
longo período da Guerra Colonial, se fixaram no interior do país.