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EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO

PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO


PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

1º DIA
CICLO

2018 1

LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES:

1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém a Proposta de Redação e 90 questões numeradas de 01 a 90,


dispostas da seguinte maneira:
a) as questões de número 01 a 45 são relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
b) Proposta de Redação;
c) as questões de número 46 a 90 são relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias.

ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder


apenas às questões relativas à língua estrangeira escolhida (inglês ou espanhol).

2. Confira se o seu CADERNO DE QUESTÕES contém a quantidade de questões correta e se essas


questões estão na ordem mencionada na instrução anterior. Caso o caderno esteja incompleto, tenha
defeito ou apresente qualquer divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as
providências cabíveis.

3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde correta-
mente à questão.

4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos.


.
5. Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações
assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação.

6. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO.

7. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue o CARTÃO-RESPOSTA/


FOLHA DE REDAÇÃO.

8. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação.
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS Resposta correta: C
TECNOLOGIAS
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Questões de 01 a 45 Competência: 2
Habilidade: 7
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
Na letra da canção, Bob Dylan constrói uma metáfora de-
QUESTÃO 01  fendendo que, às vezes, o ser humano apresenta questio-
namentos cujas respostas parecem ser óbvias, no entanto,
Blowin’ in the wind estão ao vento, ou seja, perdem-se sem causarem trans-
formação na vida das pessoas. A letra traz protestos con-
How many roads must a man walk down tra a guerra e a indiferença (“Quantos ouvidos um homem
Before you call him a man? deve ter até que consiga ouvir alguém chorando, clamando
Yes, ’n’ how many seas must a white dove sail por socorro? Onde está a compaixão?”). Desse modo, o
Before she sleeps in the sand? texto da canção estimula a reflexão.
Yes, ’n’ how many times must the cannonballs fly Alternativa a: incorreta. O eu lírico não sugere liberdade
Before they’re forever banned? de expressão.
The answer, my friend, is blowin’ in the wind Alternativa b: incorreta. O eu lírico sugere reflexões, mas
The answer is blowin’ in the wind não traz respostas, pois as perguntas são retóricas.
Alternativa d: incorreta. A canção não evidencia um culpa-
[...] do; pode-se subentender que o ser humano é responsá-
vel por muitas coisas que acontecem no mundo, como a
How many times must a man look up guerra e a indiferença, mas o eu lírico não aponta culpa-
Before he can see the sky? dos, apenas faz essa reflexão.
Yes, ’n’ how many ears must one man have Alternativa e: incorreta. Apesar de haver uma reflexão so-
Before he can hear people cry? bre a solidariedade, ela vem em forma de protesto nas
Yes, ’n’ how many deaths will it take till he knows questões retóricas propostas pelo eu lírico; não há so-
That too many people have died? mente questões de solidariedade e de relações humanas.
The answer, my friend, is blowin’ in the wind
The answer is blowin’ in the wind

[...]
DYLAN, Bob. Disponível em: https://bobdylan.com/songs/blowin-wind/.
Acesso em: 27 set. 2017.

O texto apresentado faz parte de uma música composta


por Bob Dylan, ganhador do prêmio Nobel de Literatura
em 2016. Na canção, o eu lírico
A evidencia uma preocupação acerca das pessoas que
não têm liberdade de expressão.
B revela uma espécie de protesto, trazendo respostas
que podem ser encontradas ao vento.
C utiliza perguntas retóricas para protestar contra a guerra
e a indiferença ao sofrimento alheio.
D induz o interlocutor a acreditar que o ser humano é
culpado pelas desgraças decorrentes das guerras.
E promove uma reflexão sobre a solidariedade e o de-
senvolvimento das relações humanas.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 2


QUESTÃO 02 

Disponível em: http://gepoteriko.pbworks.com/w/page/78219062/CHARGES%20TECNOLOGIA. Acesso em: 27 set. 2017.

Na charge apresentada, são utilizados elementos verbais e não verbais para formular, indiretamente, uma crítica à
A influência da tecnologia na vida das pessoas, pois destacam-se aparelhos eletrônicos ao questionar a escolha do
menino por um livro.
B quantidade de aparelhos de alta tecnologia disponíveis para enriquecer as relações interpessoais.
C forma como os seres humanos substituem antigos aparelhos eletrônicos por novas tecnologias.
D maneira como as pessoas descartam os antigos aparelhos eletrônicos sem dar-lhes o devido valor.
E nova geração, que não sabe aproveitar a tecnologia disponível na atualidade.

Resposta correta: A

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Competência: 2
Habilidade: 6

De modo indireto, a charge faz uma crítica à influência da tecnologia na vida das pessoas: o comum não é ler um livro,
e sim usar a internet ou o computador para fazê-lo.
Alternativa b: incorreta. A charge mostra que existem muitos artefatos de última geração, mas não faz referência às
relações interpessoais.
Alternativa c: incorreta. A charge não menciona aparelhos antigos nem faz referência à substituição deles por novas
tecnologias; ela apenas expõe o livro como um método antigo.
Alternativa d: incorreta. A charge não faz referência ao descarte de aparelhos eletrônicos; ela apenas indica que o me-
nino faz algo incomum para os dias de hoje.
Alternativa e: incorreta. A charge não critica aqueles que não sabem usar a nova tecnologia; pelo contrário, ela
deixa subentendido o fato de muitas pessoas serem influenciadas facilmente pela tecnologia (enquanto o menino é
contra o que se apresenta como algo comum).

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 3


QUESTÃO 03 

The leader
Poem by Roger McGough
I wanna be the leader
I wanna be the leader
Can I be the leader?
Can I? I can?
Promise? Promise?
Yippee, I’m the leader
I’m the leader
OK. What shall we do?
Disponível em: https://poemhunter.com/poem/the-leader/. Acesso em: 15 set. 2017.

No poema apresentado, o eu lírico expressa um desejo que,


ao final, se revela um(a)
A promessa desfeita.
B pesadelo.
C impossibilidade.
D ironia.
E metáfora.

Resposta correta: D

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Competência: 2
Habilidade: 5

Inicialmente, o eu lírico expõe o desejo de tornar-se


líder; depois, pede para ser o líder. Ao usar a expressão
“Yippee”, que demonstra felicidade, entende-se que ele
teve o aval para exercer a função desejada. No entanto,
em seguida, ao perguntar “O que vamos fazer?” (“OK.
What shall we do?”), revela não saber o que é ser um
líder. Nesse ponto, reside a ironia do texto, que critica
as pessoas que buscam ser líderes, mas não têm um
propósito para exercer a liderança.
Alternativa a: incorreta. Não se desfaz uma promessa; ao
fazer a pergunta “Promise?”, ele apenas pede que confir-
mem que ele será o líder.
Alternativa b: incorreta. Não há indicações de que o dese-
jo se torna um pesadelo.
Alternativa c: incorreta. O desejo não é impossível, pois
é realizado.
Alternativa e: incorreta. Não há metáfora, uma vez que
nessa figura de linguagem se utiliza uma palavra ou ex-
pressão em sentido figurado, o que não ocorre no poema.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 4


QUESTÃO 04 

Disponível em: http://gocomics.com/calvinandhobbes. Acesso em: 28 set. 2017.

A fala de Calvin no último quadrinho demonstra que as respostas dadas pelo pai o levam a crer que a(o)
A situação pedia um teste de qualificação para ambos.
B pai deveria saber mais sobre os fenômenos ambientais.
C filho deveria aplicar um exame de qualificação ao pai.
D pai passou recentemente por um exame de qualificação.
E pai não é qualificado para assumir a função de pai.

Resposta correta: E

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Competência: 2
Habilidade: 5

A fala de Calvin demonstra que, segundo ele, se existisse um exame de qualificação para os pais, o pai dele não
seria aprovado, uma vez que este falhou em todas as respostas ao demonstrar incerteza e/ou desconhecimento do
fato. Por senso comum, entende-se que o pai deveria saber mais que o filho, por ser mais experiente e detentor de
mais conhecimento.
Alternativa a: incorreta. A conversa entre os dois não indica que ambos teriam de passar por exames.
Alternativa b: incorreta. Embora seja possível supor, pela fala de Calvin, que o garoto esperava que o pai soubesse
tudo (inclusive como as nuvens são formadas, por que o céu é azul etc.), o filho não fala que o pai deveria saber
mais sobre fenômenos ambientais especificamente.
Alternativa c: incorreta. Calvin não diz que deveria aplicar um exame de qualificação no pai, apenas demonstra que
o pai não seria aprovado se o fizesse.
Alternativa d: incorreta. Não há indicações de que o pai teria passado por um teste. Calvin conclui que não existe
um exame de qualificação para pais.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 5


QUESTÃO 05 

Disponível em: https://data.unicef.org/wp-content/uploads/2016/06/Adolescent-factograph_new_303.png. Acesso em: 28 set. 2017.

Os dados expostos no cartaz fazem parte de uma pesquisa feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que
atua defendendo os direitos de crianças e adolescentes. De acordo com as informações apresentadas, a pesquisa aponta que
A as jovens com idade abaixo de 20 anos dão à luz crianças a cada 10 minutos na África.
B morrem, a cada hora, cerca de 6 meninas adolescentes vítimas de violência.
C o número de adolescentes que morrem vítimas de violência é de 1,2 bilhão.
D o número de mulheres menores de 18 anos que se tornam mães supera a marca dos 12 bilhões.
E o número de adolescentes com HIV cresce 70% a cada ano.

Resposta correta: B

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Competência: 2
Habilidade: 8

Considerando que uma adolescente vítima de violência morre a cada 10 minutos, de acordo com os dados apresen-
tados (“10 minutes - an adolescent girls dies of violence”),são, aproximadamente, 6 mortes por hora.
Alternativa a: incorreta. O cartaz não apresenta essa informação.
Alternativa c: incorreta. Esse número equivale à população de adolescentes entre 10 e 19 anos.
Alternativa d: incorreta. São 12 milhões de mulheres que deram à luz antes dos 18 anos.
Alternativa e: incorreta. 70% correspondem às novas infecções por HIV entre meninas de 15 a 19 anos.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 6


LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS Resposta correta: A
TECNOLOGIAS
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Questões de 01 a 45 Competência: 2
Habilidade: 5
Questões de 01 a 05 (opção espanhol)
QUESTÃO 01  A letra da canção trata de uma mulher que superou o mau
relacionamento que teve com o interlocutor no passado.
Soy yo
Ela diz que hoje segue a vida, mas que, quando estava
Soy yo, la que sigue aquí. apaixonada, esteve à beira do abismo. Ressalta também
Soy yo, te lo digo a ti. que agora se sente mais firme por estar longe desse an-
Mírame y díme qué es lo que ves, tigo amor, dando uma ordem para que ele fique longe,
esa mujer que perdiste una vez.
onde quer que esteja, porque agora ela está muito melhor.
Aquí estoy, sin mirar atrás. Alternativa b: incorreta. Ela esteve à beira de um abismo,
Sigo mi vida sin más, metaforicamente, mas não foi o interlocutor quem a sal-
sin comprender cómo ni por qué vou (foi ela mesma).
me dejaste marchar. Alternativa c: incorreta. O texto não menciona que o an-
Todo te pude dar. tigo amor está prestes a retornar; de qualquer modo, ela
demonstra não querer que ele se aproxime novamente.
Estuve al borde del abismo por tu amor.
Lejos de tu mar, me siento más firme. Alternativa d: incorreta. O texto deixa subentendido que
¡Quédate dónde estás! ela não tinha uma vida feliz no relacionamento, mas ela já
se libertou; a letra da canção trata justamente da supera-
Soy yo la que se marchó. ção desse antigo amor.
Soy yo, sin pedir perdón. Alternativa e: incorreta. Ela demonstra que o interlocutor
Mírame y díme cuál es la verdad, nunca esteve por inteiro ao lado dela.
esa será, tu sentencia final.
[...]
SÁNCHEZ, Marta. Disponível em: https://musica.com/letras.asp?letra=805534.
Acesso em: 2 out. 2017.

O texto apresentado faz parte de uma música que expres-


sa os sentimentos de uma pessoa, demonstrando que o
interlocutor
A fez muito mal a ela quando estava apaixonada, por
isso ela quer manter distância.
B colocou-a na beira de um abismo, mas conseguiu
salvá-la em tempo.
C ficou para trás na vida dela, mas está prestes a voltar
para recuperar o tempo perdido.
D sentenciou a mulher a uma vida infeliz, e, agora, ela
quer se libertar disso.
E esteve ao lado dela, mas a abandonou no momento
em que mais era necessário.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 7


QUESTÃO 02 
Resposta correta: B
Netflix dice negocia con Disney sobre
mantener películas de Marvel y Star Wars Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Competência: 2
LOS ANGELES (Reuters) – Netflix Inc está en
“conversaciones activas” con Walt Disney Co para seguir Habilidade: 6
transmitiendo películas de Marvel y Star Wars después
de 2019, cuando las nuevas producciones de Disney y A Disney anunciou que vai lançar o próprio serviço de
Pixar dejen de aparecer en su servicio en streaming, dijo streaming (transmissão de séries e filmes pela internet)
un ejecutivo de Netflix. em 2019. Com isso, os conteúdos da Disney que são exi-
Disney anunció el martes que iba a dejar de suministrar bidos em outras plataformas, como a da Netflix, poderão
nuevas películas a Netflix desde el 2019 y que lanzará su ser removidos, causando impacto nos usuários desse
propio servicio de transmisión de contenido multimedia
por internet. serviço. Os filmes da Marvel e Star Wars, por exemplo,
El presidente ejecutivo de Disney, Bob Iger, dijo a que são líderes em bilheteria, fazem parte do catálogo da
analistas que la compañía aún no decide dónde distribuir las Netflix; por isso, as empresas estão em negociação para
películas de superhéroes de los estudios Marvel y las de la que eles sejam mantidos no catálogo do site.
productora de Star Wars Lucasfilm, propiedad de Disney. Alternativa a: incorreta. Na notícia, não há menção a res-
El responsable de contenidos de Netflix, Ted Sarandos, peito disso por parte da produtora. Por se tratar de uma
dijo a Reuters: “Estamos aún en negociaciones activas” con empresa do grupo Disney, não se trata de uma questão
Disney sobre la posibilidad de asegurarnos un acuerdo para de querer o conteúdo exibido ou não, e sim de não ofere-
retener los derechos para difundir producciones de Marvel y cer o mesmo conteúdo para a concorrência.
Lucasfilm en Netflix después de 2019. Alternativa c: incorreta. Existe possibilidade da saída dos
[...] filmes do catálogo da Netflix, não da entrada.
Disponível em: http://lta.reuters.com/article/internetNews/idLTAKBN1AR29X-OUSLI. Alternativa d: incorreta. Os estúdios Marvel pertencem à
Acesso em: 29 set. 2017.
Disney; por isso, há possibilidade de que esse conteúdo
A notícia apresentada destaca um assunto relacionado seja retirado da Netflix.
aos serviços de streaming que pode afetar milhões de Alternativa e: incorreta. São os executivos da Disney que
usuários da internet. Segundo as informações do texto, a não sabem se irão manter algumas de suas produções
Netflix está negociando alguns conteúdos porque em outras plataformas, não os da Netflix. Não há menção
A a produtora de filmes Lucasfilm, dona da franquia Star sobre as produções feitas pela Netflix nem mesmo sobre
Wars, não quer mais seus filmes exibidos pela Netflix. a Disney oferecer espaço para elas.
B a Disney promete lançar o próprio serviço de streaming
em 2019, afetando a oferta de conteúdos da Netflix.
C os filmes que pertencem à distribuidora Walt Disney
entrarão no catálogo da Netflix em 2019.
D os estúdios Marvel pertencem à Netflix, e a Disney fez
uma ótima oferta para comprá-los.
E os executivos dessa empresa ainda não decidiram
como vão lançar novos filmes, e a Disney ofereceu
um novo serviço para isso.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 8


QUESTÃO 03  Resposta correta: B

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Competência: 2
Habilidade: 7

A pizza promovida no anúncio é valorizada por possuir


uma receita nova, não convencional, com duas massas
finíssimas unidas por cream cheese (creme de queijo;
“cremosa salsa de queso”) e cobertas com o sabor es-
colhido pelo cliente. A ideia do anúncio é promover o di-
ferencial da marca, que entrega uma pizza nunca vista
antes e que é, da mesma maneira, muito saborosa, o que
se pode concluir pelo uso do adjetivo “exquisitas” (de alta
qualidade).
Alternativa a: incorreta. O adjetivo “exquisita” é um falso
cognato, pois, em espanhol, a palavra tem sentido posi-
Disponível em: http://controlpublicidad.com/dominos-pizza-se-estrena-en-television/. tivo. Trata-se de algo que é de extraordinária qualidade,
Acesso em: 2 set. 2017.
não excêntrico.
O objetivo do anúncio apresentado é valorizar as carac- Alternativa c: incorreta. O anúncio dá dicas de como a
terísticas do produto e, assim, fazer com que o leitor te- pizza é feita (duas massas finíssimas unidas por cream
nha vontade de consumi-lo. Para isso, como estratégia de cheese), mas não fornece a receita. O consumidor não
persuasão, promove-se conseguiria fazê-la em casa utilizando apenas as informa-
A a excentricidade da receita, que leva ingredientes ções apresentadas na propaganda.
pouco convencionais para uma pizza. Alternativa d: incorreta. O anúncio não menciona que a
B a alta qualidade da pizza, além do fato de ela ser feita pizza possui um novo formato.
de uma maneira nova. Alternativa e: incorreta. O preço e a entrega não são
C a facilidade de reproduzir a receita, que pode ser feita mencionados no anúncio; menciona-se apenas uma pro-
em casa seguindo-se as instruções. moção em que a pizza pode ser adquirida gratuitamente
D o formato novo da pizza, que faz com que o consumi- (mas o cliente deverá comprar algo para ganhá-la).
dor imagine degustar um novo tipo de alimento.
E o preço e a entrega rápida da pizza, muito melhores
que os dos concorrentes.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 9


QUESTÃO 04  Resposta correta: D

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Competência: 2
Habilidade: 5

O médico afirma que o paciente, provavelmente, tem


fome, sono e sede, uma vez que este relata estar sem
dormir, comer e beber água há uma semana. Ocorre uma
quebra de expectativa, já que se espera que o médico
apresente o nome de uma doença, e não simplesmente
relate algo óbvio para o paciente.
Alternativa a: incorreta. Não há ambiguidade na fala do
médico; pelo contrário, ele foi muito objetivo em sua res-
posta, embora não fosse o que o paciente esperava.
Alternativa b: incorreta. O médico não oferece soluções;
ele apenas comenta o que o paciente relata.
Alternativa c: incorreta. Não há uma falha propriamente
dita, e sim uma falta de correspondência entre a atitude
do médico e a expectativa do paciente.
Alternativa e: incorreta. A situação apresentada na lingua-
Disponível em: https://es.pinterest.com/pin/396879785885252721/. gem não verbal é a de um paciente no consultório de um
Acesso em: 2 out. 2017.
médico, e a linguagem verbal corresponde a essa situação.
Na charge apresentada, a resposta que o médico dá ao
paciente cria o efeito de humor. Para atingir esse objetivo,
o recurso empregado foi a
A metáfora, que gera uma ambiguidade na fala do médico.
B correlação de problemas apresentados pelo paciente
e soluções oferecidas pelo médico.
C falha na comunicação, pois o médico não entende os
problemas do paciente.
D quebra de expectativa, pois o diagnóstico não apon-
tou doenças.
E relação entre linguagem verbal e não verbal, entre
as quais não há correspondência na situação.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 10


QUESTÃO 05  Resposta correta: C
¿Que origen y significado tienen los 5
anillos de la bandera olimpica? Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Competência: 2
La Bandera Olímpica está compuesta por el símbolo Habilidade: 8
de los Anillos Olímpicos sobre fondo blanco.
Los Anillos Olímpicos se remontan a 1913 cuando Segundo o texto, os anéis entrelaçados de diferentes co-
Pierre de Coubertin, en la Revue Olympique de agosto, res sobre um fundo branco representam cores presentes
informó del símbolo que sería usado para el Congreso nas bandeiras de todos os países, simbolizando a união
Olímpico de París, en 1914: entre os povos, o espírito olímpico.
El emblema elegido para ilustrar el Congreso Mundial Alternativa a: incorreta. Não é relatado no texto que o
de 1914: Cinco anillos entrelazados de diferentes colores fundo branco representa que todos pertencem ao mesmo
(azul, amarillo, negro, verde y rojo), sobre el campo mundo, mas informa-se que os anéis representam as co-
blanco del papel. Estos cinco anillos representan las cinco res das diferentes bandeiras.
partes del mundo que se han unido al Olimpismo y que Alternativa b: incorreta. O símbolo dos anéis pode ser en-
han aceptado competir sanamente. tendido, a partir daí, como a união dos povos, mas não
Además, los seis colores combinados representan porque antes disso eles já representassem essa união.
a todas las naciones sin excepción. El azul y el amarillo Alternativa d: incorreta. As cores representam as bandeiras
de Suecia, el azul y el blanco de Grecia, los tricolores dos países, não a cor de pele das pessoas.
franceses, el británicos, estadounidenses, alemanes, Alternativa e: incorreta. Os anéis não são um símbolo anti-
belgas, italianos y húngaros; el amarillo y el rojo de go da união dos povos; essa imagem foi criada a partir dali.
España yacen junto a las nuevas banderas brasileñas y
australianas y a las del antiguo Japón y la joven China.
Este es, realmente, un emblema internacional.
[...]
Disponível em: http://planetacurioso.com/2006/10/10/%C2%BFque-origen-y-significado-
tienen-los-5-anillos-de-la-bandera-olimpica/#.WZCieVGGPIU. Acesso em: 2 out. 2017.

O texto anterior traz algumas informações sobre a história


da bandeira olímpica, que contém os cinco anéis entrela-
çados sobre um fundo branco. Segundo as informações
apresentadas, a ideia dessa bandeira é
A celebrar a união dos diferentes povos por meio do
fundo branco, que indica que todos pertencem ao
mesmo mundo.
B felicitar diferentes nações do mundo com os cinco
anéis, uma imagem tida internacionalmente como
símbolo da união.
C que nela haja, ao menos, uma das cores da bandeira de
cada país.
D representar a união de raças de diferentes nações do
mundo, assim como a cor de pele das pessoas.
E ser um símbolo da união dos povos do mundo, já
que os anéis entrelaçados representam um símbolo
antigo dessa união.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 11


Questões de 06 a 45 Resposta correta: D
QUESTÃO 06 
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Pneumotórax Competência: 6
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos. Habilidade: 18
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse. As reticências podem ser utilizadas para conferir diversos
efeitos de sentido, entre eles, uma pausa longa ou uma
Mandou chamar o médico: interrupção. No poema, a fala da personagem no tercei-
─ Diga trinta e três. ro verso da segunda estrofe apresenta algumas pausas
─ Trinta e três... trinta e três... trinta e três... mais longas, que são sinalizadas por meio das reticências.
─ Respire. Segundo o texto, o paciente está com alguma doença
séria de pulmão. Subentende-se, então, que ele pos-
─ O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo sui dificuldade para respirar. Portanto, esses intervalos
e o pulmão direito infiltrado. foram inseridos para indicar a respiração do paciente en-
─ Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax? tre as repetições da expressão “trinta e três”.
─ Não, a única coisa a fazer é tocar um tango argentino. Alternativa a: incorreta. A personagem não está pensan-
BANDEIRA, Manuel. In: MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos textos. do, e sim falando; além disso, não se trata de uma sus-
São Paulo: Cultrix, 2012. p. 443.
pensão, mas de uma pausa.
A pontuação também pode ser um importante recurso li- Alternativa b: incorreta. O médico não interrompe o pacien-
terário para se obter diferentes efeitos de sentido em um te, apenas pede para ele dizer “trinta e três”. As reticên-
texto. No poema, a utilização de reticências no terceiro cias indicam uma pausa mais longa na fala do paciente.
verso da segunda estrofe indica uma Alternativa c: incorreta. O paciente não se mostra indeciso
A suspensão do pensamento do paciente. quando o médico pede a ele que diga “trinta e três”; na
B interrupção da fala do paciente feita pelo médico. verdade, o paciente responde logo em seguida, o que in-
C indecisão do paciente por não saber o que dizer depois. dica uma precisão na sua resposta. As reticências indicam
D pausa mais longa entre as repetições na fala do paciente. uma pausa para respirar antes de repetir a expressão.
E sugestão do paciente para que o médico complete a Alternativa e: incorreta. A fala do paciente é completa nes-
frase. se trecho e não exigiu um complemento por meio da fala
do médico.

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QUESTÃO 07  Resposta correta: A

TEXTO I Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


[...] O tema doping voltou a sacudir o esporte russo. E, Competência: 1
dessa vez, o futebol está no centro do furacão. Habilidade: 2
[...] O Relatório McLaren foi elaborado após alega-
ções feitas pelo médico Grigory Rodchenkov, diretor do Os dois textos apresentam abordagens que sinalizam ha-
laboratório antidoping dos Jogos Olímpicos de Inverno de ver uma pressão externa aos atletas para que façam uso
2014, de que havia um esquema para acobertar doping de doping. No último parágrafo, subentende-se a existên-
na Rússia. cia do possível hábito de coagir os atletas para que usem
Os resultados práticos até o momento foram o des- substâncias ilícitas. Isso pode ser percebido no trecho: “...
credenciamento do laboratório de Moscou, a suspensão o presidente Vladimir Putin assinou uma lei que prevê a
da Federação Russa de Atletismo, a proibição de seus prisão de técnicos, oficiais e médicos que coagirem atle-
atletas de competirem na Olimpíada de 2016 e no Mundial tas a se doparem”. Na imagem, a pressão está sinalizada
de Atletismo deste ano [2017] em Londres e o banimento pelas seringas (doping) indo na direção dos esportistas
completo do país dos Jogos Paraolímpicos de 2016. Além apavorados.
disso, atletas de diversas modalidades foram suspensos Alternativa b: incorreta. Os dois textos focalizam a análise
pelas respectivas federações internacionais. do uso de doping apenas no caso das federações russas de
Em dezembro do ano passado, o presidente Vladi- atletismo e de futebol; não se trata de uma generalização.
mir Putin assinou uma lei que prevê a prisão de técnicos, Alternativa c: incorreta. Nenhum dos textos incita o leitor a
oficiais e médicos que coagirem atletas a se doparem. A protestar contra algo. A charge faz uma crítica e a reporta-
legislação, entretanto, não pune atletas que forem pegos gem dá mais informações sobre a questão do doping em
com substâncias ilícitas. algumas modalidades esportivas russas.
Folha de S.Paulo, 25 jun. 2017. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/
esporte/2017/06/1895926-investigacao-aponta-doping-de-todo-o-time-russo-que-disputou-
Alternativa d: incorreta. Na charge, os atletas são retrata-
copa-de-2014.shtml. Acesso em: 3 out. 2017. dos como vítimas, e não como culpados pela prática do
doping – a notícia fala em “coação”; quem age por “coa-
TEXTO II
ção” não pode ser considerado “conivente”, como propõe
a alternativa.
Alternativa e: incorreta. Não é trazida, em nenhum dos
textos, a justificativa para o uso do doping. Os atletas tam-
bém não são apontados como os culpados pelo uso de
substâncias ilícitas.

PETERS, R. Disponível em: https://goo.gl/UgBsCC. Acesso em: 3 out. 2017.

As Olimpíadas Rio 2016 ficaram marcadas pelo escân-


dalo de doping envolvendo a federação russa. Com a
aproximação da Copa do Mundo de Futebol Masculino
da FIFA em 2018, a ser realizada na Rússia, as investiga-
ções se aprofundaram.
A charge e a reportagem tratam do escândalo de doping
envolvendo atletas russos sob uma perspectiva seme-
lhante por
A sinalizarem que atletas sofrem grande pressão exter-
na para a prática do doping.
B problematizarem o uso generalizado de doping em
competições internacionais.
C incitarem protestos contra a federação russa de fute-
bol por dopar seus atletas.
D indicarem que os atletas costumam ser coniventes
com a prática de doping.
E culparem os atletas pelo uso de doping, na ambição
de vencer as competições.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 13


QUESTÃO 08  Resposta correta: C

TEXTO I Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


[...] Competência: 5
Noventa e cinco casinhas comportou a imensa estala- Habilidade: 17
gem. [...] E, mal vagava uma das casinhas, ou um quarto,
um canto onde coubesse um colchão, surgia uma nuvem Como pode-se perceber ao analisar os trechos apre-
de pretendentes a disputá-los. [...] sentados, assim como no romance O cortiço, de Aluísio
E naquela terra encharcada e fumegante, naquela Azevedo, Cidade de Deus aborda a pobreza e, de certa
umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a esfer- forma, a influência que o espaço exerce sobre as pessoas.
vilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma gera- Alternativa a: incorreta. Tanto O cortiço quanto Cidade de
ção, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele Deus retratam a realidade nos espaços marginalizados,
lameiro, e multiplicar-se como larvas no esterco. [...] abordando as relações sociais que ali se estabelecem de
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de to- forma objetiva, e não idealizada.
dos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes Alternativa b: incorreta. Em ambos os romances citados, o
dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o meio tem imensa importância no enredo, exercendo gran-
cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensari- de influência sobre as pessoas. Dessa forma, a relação
lhavam-se discussões e resingas; ouviam-se gargalhadas entre esses dois elementos não pode ser de oposição.
e pragas; já se não falava, gritava-se. [...] Alternativa d: incorreta. No segundo trecho, embora o
AZEVEDO, A. O cortiço. Disponível em: http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_ autor Paulo Lins confirme a presença de fantasias, ele
eletronicos/cortico.pdf. Acesso em: 30 ago. 2017. deixa claro que os fatos mais marcantes narrados no
TEXTO II romance são reais. Além disso, uma das principais ca-
Cidade de Deus, o livro, dá voz a racterísticas do Realismo-Naturalismo é a análise e a de-
quem não tem mais nada núncia de problemas sociais, afastando-se, portanto, de
abordagens idealizadoras.
[...] Alternativa e: incorreta. Em O cortiço, a crítica à ineficiên-
Leia a seguir o que o escritor [Paulo Lins] diz sobre cia política não é explícita, e sim inferida pelas condições
literatura e favela [...]: de marginalização das personagens que habitam o espaço
A favela – “O pensamento, na Cidade de Deus, que é analisado.
um condomínio, é urbanizado. Mas a linguagem é o fave-
lesco. Daí se define o que é uma favela. O tipo de vida é o
mesmo das favelas. É onde moram os negros, os nordesti-
nos, a miséria. É onde tem bocas de fumo, onde se impro-
visa sempre. É onde está o que não presta na sociedade.”
O romance – “Escrevi o romance baseado nas en-
trevistas que fiz. No meu livro, o personagem central é a
comunidade. É um entrelaçamento de todos os tipos. Os
fatos mais horríveis do livro são verdadeiros. Mas tem a
fantasia.”
[...]
PAIVA, M. R. Folha Online, 16 ago. 1997. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/folha/
especial/2002/cidadededeus/conheca_o_livro.shtml. Acesso em: 31 ago. 2017.

Ao comparar o fragmento de O cortiço, publicado à época


do Naturalismo no Brasil, em 1890, com o trecho sobre o
romance Cidade de Deus, escrito em 1997, depreende-se
que ambas as obras seguem o esquema realista-natura-
lista pelo fato de
A retratarem uma idealização presente nas relações
sociais.
B estabelecerem uma relação de oposição entre as
pessoas e o ambiente.
C potencializarem o relato das mazelas sociais ao ex-
plorar o espaço.
D mostrarem a favela e o cortiço como ambientes fan-
tásticos e idealizados.
E criticarem explicitamente a política ineficiente de cada
época.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 14


QUESTÃO 09  Resposta correta: A

Em entrevista à Folha, o psicólogo canadense Paul Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Bloom, autor de livro recente em que ataca a noção de Competência: 7
empatia, diz que a identificação com sentimentos e afli- Habilidade: 24
ções de terceiros não deve nos servir de bússola moral.
Sentir a dor do outro, segundo ele, embaralha nosso jul-
gamento, conduzindo a respostas irracionais. A construção do argumento passa por uma postura
polêmica que contraria o senso comum. Para isso, o autor
Folha – Por que a empatia não é um guia confiável baseia suas afirmações em estudos e pesquisas que mos-
para nossas ações morais? tram resultados evidenciando seu ponto de vista, como
Paul Bloom – Por uma só razão: das capacidades e nos trechos: “As mais recentes pesquisas da neurociência
faculdades humanas, ela é a mais tendenciosa. A empatia e a experiência do cotidiano” e “Vários estudos mostram”.
– entendida como a capacidade de compartilhar dos sen- Alternativa b: incorreta. O psicólogo não compara a em-
timentos alheios e, acima de tudo, de sentir a dor alheia – patia à neurociência; a empatia é objeto de estudo de
é um grande desastre moral. O exercício da empatia nos pesquisas da neurociência.
conduz às piores decisões e a um mundo pior. Alternativa c: incorreta. Não há questionamentos ou
As mais recentes pesquisas da neurociência e a ex-
afronta de dados.
periência do cotidiano revelam que é relativamente fácil
se colocar no lugar daqueles que você ama, de alguém Alternativa d: incorreta. O argumento do psicólogo não
próximo, atraente, amigável ou que se parece com você. está baseado no consenso, uma vez que ele vai contra o
Mas a empatia por quem lhe é distante se dá com bem senso comum de que a empatia só proporciona resulta-
menos naturalidade. dos positivos a quem a pratica.
Além disso, a empatia não pode ser quantificada e Alternativa e: incorreta. Não há referência quanto aos que
naturalmente expandida. Ela funciona como um holofote, colocam em prática a empatia ou os que a ignoram; não
isto é, só podemos centrá-la em um indivíduo ou em um se trata de um argumento baseado em quantidade.
grupo pequeno. Vários estudos mostram que, estranha-
mente, a empatia nos impele a dar mais importância ao
que acontece com uma pessoa do que [ao que ocorre]
com muitas. [...]
Folha de S.Paulo, 26 mar. 2017. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/
ilustrissima/2017/03/1869257-empatia-piora-o-mundo-diz-psicologo-canadense.shtml.
Acesso em: 3 out. 2017.

O psicólogo entrevistado apresenta um ponto de vista


controverso em relação ao que o senso comum entende
sobre empatia. Para defender seu ponto de vista, ele faz
uso de um argumento baseado
A na menção a pesquisas e estudos que evidenciam o
uso tendencioso da empatia.
B na lógica, comparando e opondo a empatia às recen-
tes pesquisas da neurociência.
C no questionamento de dados existentes sobre proble-
mas sociais causados pela empatia.
D no consenso, pois a empatia é um comportamento
humano positivo de verdade inquestionável.
E na quantidade, pois o número de pessoas que colocam
em prática a empatia é superior ao das que a ignoram.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 15


QUESTÃO 10  Resposta correta: E

[...] É claro que, como todo escritor, tenho a tentação Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.
de usar termos suculentos: conheço adjetivos esplendo- Competência: 6
rosos, carnudos substantivos e verbos tão esguios que Habilidade: 19
atravessam agudos o ar em vias de ação, já que palavra
é ação, concordai? Mas não vou enfeitar a palavra, pois O excerto explorado é metalinguístico, pois traz a refle-
se eu tocar no pão da moça esse pão se tornará em ouro xão do narrador sobre o próprio fazer literário. Dessa
– e a jovem poderia mordê-lo, morrendo de fome. Tenho forma, Rodrigo S. M. estabelece o leitor como seu inter-
então que falar simples para captar a sua delicada e vaga locutor, participando-o da construção narrativa.
existência. Alternativa a: incorreta. No trecho destacado, o narrador
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela, 1977. evidencia justamente que o uso de um vocabulário me-
Em A hora da estrela, Clarice Lispector apresenta, além nos complexo seria mais condizente com a personagem
da história de Macabéa, o narrador Rodrigo S.M., que se Macabéa. Assim, uma linguagem simples não inviabili-
coloca também como autor e personagem – isso é viável zaria a narração.
graças às múltiplas possibilidades de enunciação em uma Alternativa b: incorreta. No trecho, não há menção ao
narrativa moderna. No fragmento, percebe-se que um im- dialeto de Macebéa
portante recurso explorado foi Alternativa c: incorreta. Rodrigo S.M. não pode ser con-
A a observação aguda do narrador sobre as nuances siderado um narrador distante ou indiferente em relação
linguísticas menos complexas, colocando-as como à narrativa ou à personagem, pois, como é possível no-
uma impossibilidade para a narração. tar, faz uma narração altamente subjetiva.
B a proposta inovadora de desenvolver, na narrativa, Alternativa d: incorreta. A pretensa simplicidade lexical
uma discussão reflexivo-filosófica que contemplasse de Rodrigo S.M. tem a intenção de convergir com a exis-
o dialeto regionalizado de Macabéa. tência simples de Macabéa.
C o distanciamento e a indiferença do narrador diante
dos fatos que se propõe a narrar, gerando, assim,
uma noção maior de objetividade.
D a escolha lexical despretensiosa feita pelo narrador,
que busca, assim, divergir da existência simples da
personagem.
E a reflexão sobre a construção do discurso literário, um
processo metalinguístico que transforma o leitor tam-
bém em interlocutor.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 16


QUESTÃO 11  Resposta correta: C

Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os prega- Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
dores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque Competência: 5
quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é Habilidade: 15
impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta
como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de Na primeira parte de seu sermão, Antônio Vieira pede aos
sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? pregadores (padres) que impeçam a corrupção (mal) na
Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não dei- sociedade, evidenciando que eles devem agir seguindo o
xa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores que pregam. Dessa forma, Vieira faz uma crítica à oratória
não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não vazia de sentido e verdade, estabelecendo uma relação
deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que
lógica de comparação para justificar seus argumentos:
lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não sal-
“ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma
ga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou
cousa e fazem outra”.
porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem
Alternativa a: incorreta. Os sermões de Antônio Vieira
antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou
é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si já são uma manifestação religiosa que se distancia da
e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os pregação tradicional da época, uma vez que o autor de-
ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. fendia a necessidade de falar mais perto do povo, sem
Não é tudo isto verdade? Ainda mal. a complexidade linguística tradicionalmente empregada.
VIEIRA, Antônio. Sermão de Santo Antônio. Além disso, ao longo de seu texto, Vieira levanta diversos
questionamentos, como fica evidente em “O efeito do sal
O Barroco, que se caracteriza pelo contraste entre a tradi-
é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão cor-
ção medieval e a razão renascentista, tem Padre Antônio
rupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm
Vieira como um de seus principais representantes. Ten-
ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta
do em mente que, no estilo conceptista, a argumentação
corrupção?”.
e as relações lógicas são bastante exploradas, pode-se
Alternativa b: incorreta. Não é o objetivo do sermão o de-
identificar que, no fragmento, o autor busca
A pregar de forma tradicional, evitando levantar questio- bate sobre a corrupção. A corrupção é uma imagem usa-
namentos a esse respeito. da repetidas vezes como forma de metaforizar males da
B debater ideias relacionadas à corrupção, inovando sociedade, os quais podem ser combatidos, segundo o
em sua oratória. sermão, com a influência positiva da religião.
C criticar a retórica dos pregadores da época, argumen- Alternativa d: incorreta. Embora o sermão critique a
tando sobre a ineficiência dela. oratória vazia e a postura hipócrita dos que não fazem
D negar o efeito da retórica religiosa em uma sociedade aquilo que pregam, não se pode afirmar que Vieira negue
logicamente corrompida. o efeito da retórica religiosa – ou estaria negando a si e
E argumentar contra o sermão dos padres que corrom- ao próprio trabalho.
pem seus ouvintes. Alternativa e: incorreta. Ele não argumenta contra o ser-
mão dos padres por corromper os fiéis, mas por ser uma
pregação falha na forma (linguagem rebuscada, distancia-
mento) e no conteúdo (palavras vazias e não confirmadas
pela conduta dos pregadores).

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 17


QUESTÃO 12  D

[...]
O trabalho mais icônico de Aleijadinho é o Santuário
de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas. Para ador-
nar a escadaria da igreja, o artista construiu, entre 1800
e 1805, 12 profetas em pedra-sabão, originalmente de to-
nalidade cinza-esverdeada.
Esculpiu em tamanho natural os profetas Isaías, Jere-
mias, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oseias, Jonas, Joel, Amós, E
Abdias, Naum e Habacuc, que parecem pregar na esca-
daria que conduz a uma das mais célebres igrejas barro-
cas de Minas.
A escultura de Daniel, pisoteando um leão, é a mais
famosa.
Patrimônio Cultural da Humanidade segundo a Unesco,
o santuário começou a ser construído em 1796. [...]
Disponível em: www1.folha.uol.com.br/turismo/2013/11/1370023-no-dia-do-barroco-confira-
imagens-das-obras-de-aleijadinho.shtml. Acesso em: 18 set. 2017.

A arte barroca no Brasil teve em Aleijadinho um de seus


principais nomes, e as esculturas dos profetas do Santuá­
rio de Bom Jesus de Matosinhos são algumas de suas
obras mais famosas. Uma dessas esculturas pode ser
identificada em Resposta correta: C
A
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Competência: 4
Habilidade: 12

Todas as obras são atribuídas a Aleijadinho (utiliza-se


o termo “atribuídas” porque não é possível atestar his-
toricamente que sejam todas do mesmo autor, dada a
época de sua produção); no entanto, o texto oferece in-
formações que permitem a identificação de algumas das
B esculturas citadas. Com a referência dada no terceiro
parágrafo, é possível reconhecer a representação de
Daniel, que aparece pisoteando um leão.
Alternativas a e d: incorretas. O texto afirma que as es-
culturas feitas por Aleijadinho no Santuário de Bom Jesus
dos Matosinhos estão do lado de fora da igreja, nas es-
cadarias; dessa forma, descartam-se as duas imagens
sugeridas.
Alternativa b: incorreta. Busca-se identificar uma das
obras citadas no texto e, entre elas, não está a de Jesus.
Alternativa e: incorreta. Pela imagem, é possível de-
preender que se trata de uma representação de Nossa
C
Senhora; porém, não há referência a essa obra no texto.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 18


QUESTÃO 13  Resposta correta: A

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Competência: 1
Habilidade: 1

A tira compreende uma situação bem-humorada em que


um cavalo vai a um psiquiatra e é motivado por este a
“se soltar mais”. A mensagem, em geral, é conotativa
e transmite a necessidade de tentar se desprender de
coisas que atrapalham o indivíduo, como, por exemplo,
uma timidez excessiva. A imagem, portanto, trabalha
com a duplicidade de sentidos que uma expressão pode
ter e destaca a quebra de expectativa gerada a partir
da interpretação denotativa. Considerando que o cavalo
também pode ser usado para puxar carroça no momen-
to em que é preso a ela, o sentido utilizado pelo prota-
gonista da tirinha foi o de “soltar-se”, fisicamente, desse
meio de transporte.
Alternativa b: incorreta. O psiquiatra, provavelmente, ti-
GONSALES, F. Níquel Náusea. Disponível em: www2.uol.com.br/niquel/seletas_rurais.shtml. nha intenção de incentivar o cavalo a se comportar de
Acesso em: 6 set. 2017.
forma diferente, sendo mais espontâneo.
O humor na ilustração gira em torno dos significados que Alternativa c: incorreta. O cavalo que fala na cena não
uma expressão pode ter. Com base na situação gerada, ao incentiva o outro a tomar a mesma atitude, apenas relata
utilizar a expressão “me soltar mais”, o cavalo mostrou-se o que o psiquiatra disse a ele.
A cansado de puxar carroças, interpretando a mensa- Alternativa d: incorreta. A tira não expõe que o cavalo te-
gem do psiquiatra a favor dessa ideia. nha procurado um psiquiatra para voltar à ativa, apenas
B aliviado ao soltar-se da carroça, pois o psiquiatra o ilustra a situação de um animal que foi a um psiquiatra e
incentivou a se livrar dela. entendeu erroneamente o conselho dado pelo médico.
C indignado com sua condição de prisioneiro, incenti- Alternativa e: incorreta. O cavalo não se sente ludibriado
vando o outro cavalo a soltar-se também. pelo psiquiatra, tanto que segue o conselho dado por
D debilitado mentalmente com o trabalho, precisando este (ainda que o interprete de maneira diversa daquela
de um psiquiatra para voltar à ativa. que era a intenção do médico).
E ludibriado pelo discurso do psiquiatra, que o levou a
arriscar a vida de um homem.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 19


QUESTÃO 14  Resposta correta: D
Capitão América | A origem nos quadrinhos Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
De peça de propaganda a líder dos Vingadores, Competência: 6
o início da história do sentinela Steve Rogers. Habilidade: 4

[...] A defesa da liberdade atrelada a um valor americano (de


Ao contrário de diversos super-heróis “recrutados” forma subjetiva, os cidadãos americanos se considera-
para combater os nazistas nos quadrinhos americanos vam, acima de tudo, defensores da liberdade) foi o que
nos anos 1940, Steve Rogers foi concebido pelo roteirista motivou a criação desse personagem. Já o nazismo era
Joe Simon e pelo desenhista Jack Kirby especificamente a representação do mal, e os americanos, em nome da
com essa finalidade. O “Sentinela das nossas costas” – o liberdade, sentiam a necessidade de lutar contra essa
esboço do epíteto que ficaria depois ligado definitivamen- ameaça.
te ao personagem, Sentinela da liberdade – já estreava Alternativa a: incorreta. Como relatado no texto, o
na capa de Captain America Comics #1 dando um soco personagem Capitão América usava um escudo que
em Adolf Hitler. representava a defesa da liberdade. O poderio militar,
[...] portanto, estava ligado à defesa, não ao ataque. Além
Desde o início, o único apetrecho que acompanhou o disso, o herói representava um soldado ideal, o que não
herói foi seu escudo. A princípio, quase triangular, a peça indica que os soldados americanos eram mais fortes.
adquiriu, já na segunda edição, o formato circular famoso Alternativa b: incorreta. O número de militares mortos
até os dias de hoje [...] não é indicado no texto, e também não se fala disso
Em momento algum, o Capitão América usou qualquer como uma motivação para a criação do herói, mas para
outra arma. É como se dissesse que a liberdade é um va- a defesa da liberdade.
lor a ser defendido. Cabia a outros aliados, como Bucky, Alternativa c: incorreta. A personagem representava o
empunhar metralhadoras contra os inimigos dos EUA. [...] ideal de liberdade defendido pelos americanos (que his-
HESSEL, Marcelo. Omelete, 9 abr. 2014. Disponível em: https://omelete.uol.com.br/ toricamente têm se posicionado como grandes defenso-
quadrinhos/artigo/capitao-america-origem-nos-quadrinhos/.
res dela), e não o governo.
Personagens de histórias em quadrinhos e do cinema, Alternativa e: incorreta. Não se trata de vingança; o tex-
embora sejam concebidos para o entretenimento, tam- to relata apenas o fato de que os americanos criaram
bém podem servir a propósitos ideológicos. O persona- o personagem como um defensor da liberdade, e Hitler
gem Capitão América, criado no contexto da Segunda seria o grande inimigo dela.
Guerra Mundial, traz uma caracterização que, de acordo
com o texto, liga o(a)
A ataque massivo dos EUA, na Segunda Guerra Mun-
dial, ao poderio militar do país, cujos soldados eram
mais fortes.
B alto número de militares americanos mortos na guerra
ao motivo da criação de um soldado invencível.
C defesa do ideal capitalista norte-americano ao perso-
nagem, que representa o governo dos EUA.
D nazismo ao grande inimigo da liberdade, sendo o Ca-
pitão América um defensor dela.
E ataque contra Hitler a um desejo de vingança dos EUA
após a morte de um de seus melhores soldados.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 20


QUESTÃO 15  Resposta correta: E
Condições adequadas evitam
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
desistência da atividade física
Competência: 3
No verão, é sempre assim: muitas pessoas encon- Habilidade: 11
tram motivação para iniciar a prática de atividades físi-
cas. Porém, grande parte dessas pessoas não consegue Os dois conselhos do educador físico explicam que o ho-
manter uma regularidade de frequência à academia ou de rário da prática da atividade e as metas que o praticante
prática de exercícios. Por este motivo, uma das preocupa- estabelece para si são fundamentais para que se mante-
ções profissionais é oferecer orientação sobre os fatores nha uma rotina constante de exercícios. Ao tratar da pro-
que favorecem a continuidade e, por outro lado, os que cura maior por ginástica no verão, o entrevistado relata
desestimulam a atividade. que muitas pessoas desistem porque não seguem essas
De acordo com o proprietário da academia Vida Ativa, recomendações; por isso, o ideal é manter um horário que
o educador físico André Mascarenhas, [...] “No verão, a não atrapalhe a rotina, além de estabelecer metas plausí-
procura pela ginástica aumenta cerca de 30% na acade- veis, não esperando resultados imediatos.
mia, sendo que a maioria das pessoas tem por objetivo Alternativa a: incorreta. O educador físico não dá esse
emagrecer”, [...]. conselho. Mais importantes que a atividade são os horá-
O primeiro passo para prevenir uma desistência fu- rios e as metas estabelecidas.
tura, orienta Mascarenhas, é evitar que o horário da ati- Alternativa b: incorreta. É importante seguir os conselhos
vidade física provoque mudança brusca na rotina diária. de educadores físicos, independentemente de serem ati-
“Quando a pessoa se propõe a levantar horas mais cedo vidades mais ou menos estimulantes. Cada um deve pro-
para se exercitar, no início, ela consegue, pois está moti- curar aquilo que faz bem para si.
vada, mas, com o tempo, o sono prejudica a parte física, Alternativa c: incorreta. Não é a quantidade de pessoas
a pessoa fica cansada e não consegue continuar nesse nas academias que desestimula a prática, e sim os ho-
ritmo”, explica. Assim, o ideal é que o horário da atividade rários e as metas estabelecidas. Atividades físicas, em
seja encaixado na rotina à qual o corpo já está habituado. geral, não devem ser evitadas.
Conforme o educador físico, outra observação Alternativa d: incorreta. A perda de peso só começa a ser
importante é estabelecer metas coerentes com a condição sentida em, aproximadamente, 60 dias, e isso é algo que
física individual. “Não adianta ter um objetivo muito distante o praticante deve ter em mente ao estabelecer suas me-
da realidade, senão a pessoa não consegue alcançar tas. No entanto, uma rotina de exercícios deve ser ini-
e se frustra, levando à desistência”, expõe, lembrando ciada para melhorar a saúde e a qualidade de vida, não
que não é adequado esperar resultados imediatos da apenas para perder peso.
malhação. “Em geral, os primeiros resultados podem ser
sentidos em cerca de 30 dias, especialmente quanto ao
bem-estar e disposição física. Já a perda de peso começa
a ser percebida em aproximadamente 60 dias”, informa
Mascarenhas. [...]
Disponível em: www.opresente.com.br/noticia/condicoes-adequadas-evitam-desistencia-da-
atividade-fisica. Acesso em: 26 set. 2017.

No texto, há algumas orientações sobre as condições


adequadas para a prática de atividade física. De acordo
com o educador físico, para manter uma boa rotina de
exercícios, uma pessoa deve
A começar por atividades mais procuradas, principal-
mente aquelas mais populares durante o verão.
B seguir os conselhos de educadores físicos a respeito
de atividades físicas estimulantes, como a ginástica.
C evitar se exercitar em épocas em que as academias
estejam lotadas, porque isso desestimula a prática.
D preocupar-se com a perda de peso a princípio, pois
metas mais audaciosas só serão alcançadas depois
de 60 dias.
E manter horários que não prejudiquem a rotina, bem como
estabelecer metas possíveis de serem alcançadas.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 21


QUESTÃO 16  Resposta correta: B
TEXTO I Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Se como tanto Competência: 6
Aprendi com a minha avó Habilidade: 20
Na minha casa
Só se come em prato fun-d-o-dó No primeiro texto, verifica-se que o eu lírico está falando
A minha mana de sua família, portanto sua “mana” refere-se à sua irmã.
Para esperar o almoço No segundo texto, pelo conteúdo do bilhete, percebe-se
Come casca de banana
que a mana Rita também pode ser uma irmã, conforme
Depois engole o caroço
E o meu titio verificado no trecho: “[...] em visita ao jazigo da família dar
Faz vergonha a todo instante graças pelo seu regresso [...]”, ou é alguém bem próximo
Foi ao circo com fastio ao narrador.
E engoliu o elefante Alternativa a: incorreta. Verifica-se, pelos dois textos, que
[...] há um relacionamento familiar do eu lírico e do narrador
ROSA, N. “Prato fundo”. com pessoas às quais eles se referem; portanto, trata-se
de algo mais específico, e não poderia se referir generica-
TEXTO II mente a um conhecido.
Alternativa c: incorreta. A palavra não expressa ofensa,
[...]
Recebi agora um bilhete de mana Rita, que aqui vai e sim uma relação de proximidade, intimidade afetuosa.
colado: Alternativa d: incorreta. Os textos revelam tratar-se de
9 de janeiro uma relação de proximidade entre o enunciador e a quem
“Mano, ele se dirige; portanto, o ambiente de uso do termo é in-
Só agora me lembrou que faz hoje um ano que você formal.
voltou da Europa aposentado. Já é tarde para ir ao cemi- Alternativa e: incorreta. Em ambos os textos, o termo é
tério de São João Batista, em visita ao jazigo da família usado como forma de tratamento. Não se trata de manter
dar graças pelo seu regresso; irei amanhã de manhã, e o canal de comunicação, como ocorre na função fática.
peço a você que me espere para ir comigo.
Saudades da
Velha mana,
Rita.”
ASSIS, M. Memorial de Aires.

Os dois textos trazem marcas linguísticas referentes à


época em que foram escritos (primeiras décadas do sé-
culo XX). Os termos “mano” e “mana”, que aparecem em
ambos os textos, devem ser entendidos, no contexto
em que se encontram, como um(a)
A expressão para se referir genericamente a uma pes-
soa conhecida.
B forma de tratamento íntimo reservada a pessoas bem
próximas.
C termo ofensivo para se referir aos familiares.
D palavra reservada ao tratamento em ambiente formal.
E pronome de tratamento usado para manter o canal de
comunicação.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 22


QUESTÃO 17  Resposta correta: A
Soneto Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Corrente, que do peito desatada Competência: 5
Sois por dois belos olhos despedida, Habilidade: 16
E por carmim correndo desmedida
Deixais o ser, levais a cor mudada. A metáfora de uma lágrima que escorre pelo rosto femini-
no pode ser identificada na passagem “Sois por dois be-
Não sei, quando caís precipitada
los olhos despedida”. O sentimento que foi despertado na
As flores, que regais, tão parecida,
Se sois neves por rosa derretida, mulher transformou-se em lágrima e, como as águas de
Ou se a rosa por neve desfolhada. um rio, que saem da nascente e fluem até o mar, escorreu
Essa enchente gentil de prata fina, pelo rosto da mulher, representado pela cor púrpura em:
Que de rubi por conchas se dilata, “Mesclando a cor purpúrea, e cristalina”.
Faz troca tão diversa, e peregrina, Alternativa b: incorreta. Em ambos os versos sugeridos,
a imagem da “neve” explorada pode ser entendida como
Que no objeto, que mostra, e que retrata, uma referência à lágrima, que também é feita de água.
Mesclando a cor purpúrea, e cristalina,
Não sei, quando é rubi, ou quando é prata. Alternativa c: incorreta. Na lógica hiperbólica e subjetiva
GUERRA, Gregório de Matos.
do poema, os dois versos destacados, metaforicamente,
referem-se à lágrima, pois mencionam o momento em
Em muitas de suas obras, Gregório de Matos – considerado que ela se desprende do rosto da mulher: “quando caís
o poeta mais importante do Barroco no Brasil – explora jogos precipitada” e “Deixais o ser, levais a cor mudada”.
de imagens e figuras de estilo; nesse soneto, por exemplo, Alternativa d: incorreta. O primeiro verso indicado refere-se
é construída a metáfora de uma lágrima escorrendo pela à lágrima, que é desatada do peito como uma corrente; no
face feminina. São, respectivamente, correspondentes a entanto, a segunda passagem não está relacionada à face,
esse processo metafórico de lágrima e rosto as passagens pois também faz referência à lágrima, que “corre desmedi-
A “Sois por dois belos olhos despedida” e “cor purpúrea”. da” pelo rosto da mulher.
B “Se sois neves por rosa derretida” e “Ou se a rosa por Alternativa e: incorreta. Na primeira passagem, “enchente
neve desfolhada”. gentil” é hipérbole para o excesso de lágrimas, ou seja,
C “Deixais o ser, levais a cor mudada” e “quando caís um choro intenso. Além disso, “flores”, no segundo ver-
precipitada”. so indicado, não são metáforas de face, e sim elementos
D “Corrente, que do peito desatada” e “correndo desmedida”. utilizados para mostrar que as lágrimas derrubadas são
E “Essa enchente gentil de prata fina” e “AS flores, que excessivas, capazes de regar flores.
regais, tão parecida”.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 23


QUESTÃO 18  Resposta correta: C

Quem acompanha as entrevistas de Pelé está acos- Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
tumado com um de seus famosos cacoetes: falar de si Competência: 8
mesmo na terceira pessoa. Exemplos frescos pululam Habilidade: 26
na entrevista que deu à revista Veja esta semana: “Todo
mundo acha que o Pelé poderia ser um grande presiden-
O uso da embreagem gera um efeito de distanciamen-
te, mas essa possibilidade está descartada”, disse Pelé.
Ao falar sobre a agitada vida de Robinho, o Rei dis- to por empregar a terceira pessoa no lugar da primeira.
se: “Pelé nunca esteve envolvido em escândalos”. O cra- O pronome pessoal “ele” poderia substituir “Pelé” ou
que também adora brincar com as suas duas imagens “Edson”, marcando a terceira pessoa do discurso em
públicas, como ao falar sobre as razões que o levaram que o enunciador, na verdade, fala de si mesmo. Além
a rejeitar o convite para ser técnico de futebol um dia: “O disso, ao dizer “o Pelé” quando se refere a si mes-
Edson não faria isso com o Pelé. Além disso, nem sempre mo, ele desperta um tom respeitoso à própria pessoa.
o grande jogador é bom técnico”. Alternativa a: incorreta. O texto é parcial, pois apresenta
Outros atletas, na impossibilidade de incorporarem pontos de vista do enunciador sobre a própria vida. Seria
o talento, adquiriram este bizarro cacoete do maior joga-
imparcial se não houvesse posicionamentos. E o uso da
dor de futebol de todos os tempos. Lembro que Viola tem
essa mania, Túlio Maravilha também adora falar de si na terceira pessoa ao falar de si mesmo afasta o leitor do
terceira pessoa, Robson Caetano idem… [...] interlocutor.
STYCER, M. Disponível em: http://mauriciostycer.ig.com.br/2009/03/03/alexandre-pato-ja- Alternativa b: incorreta. O discurso, com o uso da terceira
fala-de-si-na-terceira-pessoa/. Acesso em: 7 nov. 2017. pessoa no lugar da primeira, desperta formalidade e res-
peito, gerando distanciamento do interlocutor.
Segundo o texto, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé,
Alternativa d: incorreta. Com a substituição da primei-
tem o costume de referir-se a si mesmo em terceira pes-
ra pessoa pela terceira, gera-se distanciamento, e não
soa, recurso que, na linguística, recebe o nome de em-
aproximação.
breagem. O uso desse recurso no discurso do ex-jogador
A cria certa imparcialidade, pois revela um discurso ob- Alternativa e: incorreta. Esse recurso não costuma gerar
jetivo, aproximando-se do interlocutor. dúvida no leitor. Sabe-se sobre a autoria da ação, uma
B revela informalidade, o que permite a aproximação do vez que o texto delimita bem quem está falando.
interlocutor, embora gere incerteza nas informações.
C provoca um efeito de distanciamento e gera um tom
respeitoso em relação ao ex-atleta.
D evidencia a aproximação do enunciador em relação
ao leitor, especialmente com o uso da alcunha “Pelé”.
E causa dúvida no leitor sobre quem está falando, pois
não se entende tratar da mesma pessoa.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 24


QUESTÃO 19  Resposta correta: B

TEXTO I Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


[...] É possível encontrar nas obras dos impressio- Competência: 4
nistas os melhores exemplos da influência da fotografia Habilidade: 13
sobre as novas concepções artísticas. Dentre vários, se-
ria pertinente destacar o trabalho de Edgar Degas (1834- Como informado no texto I, a imagem das bailarinas de
1917), sobretudo pelo acentuado sentido de movimento Degas era profundamente inspirada na fotografia, a qual era
que aplicava em seus quadros. Degas, um dos mais bri- capaz de representar um cena excepcional. Essa tentativa de
lhantes desenhistas de sua geração, foi um observador confrontar a fotografia foi um dos fatores que mais contribuí-
rigoroso do cotidiano e gostava de banhar suas concep- ram para a arte impressionista, uma vez que esta procurava
ções fragmentárias na luz artificial – como holofotes e re- captar momentos únicos, proporcionados por uma combina-
fletores –, que lhes conferia uma inconfundível dimensão ção de movimentos e luz, que dificilmente se repetiriam.
mágica. Suas célebres bailarinas são criaturas etéreas Alternativa a: incorreta. A representação, como é descrita
em constante movimentação. Como na imagem fotográfi- no texto e vista na imagem, não é estática, e sim dinâmica.
ca, ele se prendia, de preferência, às posições absurdas Alternativa c: incorreta. A reflexão sobre a forma de fazer
e aos equilíbrios inverossímeis. De fato, não buscava no arte não é o foco da obra impressionista. Embora os artis-
balé a graça sedutora. O significado real não residia ape- tas tenham, a partir de então, feito esse questionamento,
nas no tema, pois, quando pintava uma bailarina, não era o que se procurava ali era uma nova forma de fazer arte
a dança que o atraía, mas o espetáculo do corpo no espa- para superar a fotografia.
ço e o desafio de transformá-lo em arte. [...] Alternativa d: incorreta. Como se vê no texto, a busca de
PAULA, Jeziel de. Disponível em: www.trf3.jus.br/trf3r/uploads/media/fotografia_e_ Degas – e de outros impressionistas – estava na transfor-
Impressionismo___um_dialogo_imagetico.pdf. Acesso em: 18 set. 2017.
mação de um momento único em arte, e não na perfeição
estética.
TEXTO II Alternativa e: incorreta. A sensualidade não é interessante
para Degas, e sim o momento único proporcionado por
uma combinação de luz e movimento.

DEGAS, Edgar. A primeira bailarina.

O texto I trata da relação direta entre a arte impressionista e


a fotografia, as quais nasceram juntas no século XIX. Nessa
relação entre as duas, pode-se destacar que, a exemplo da
fotografia, a arte impressionista de Degas procurava
A representar uma cena estática que pode ser obtida
apenas por um momento.
B registrar um momento único, que não pode ser cap-
tado outra vez.
C apresentar cenas ao observador para gerar reflexão
sobre a forma de fazer arte.
D incorporar ao movimento das cenas a busca pela per-
feição estética.
E equilibrar a representação do movimento e da sensua­
lidade atribuída a ele.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 25


QUESTÃO 20  Resposta correta: E

TEXTO I
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Em agosto, eu vou fazer 62 anos, tenho um ano de Competência: 1
rua [...]. Eu tenho dois filhos, mas perdi o contato com Habilidade: 3
eles. Eu tenho muito tempo de carteira assinada, mas não
consegui aposentar. Agora, eu não acho trabalho, mas, se O texto II explica que o ato de contar uma história verda-
eu achasse, eu ia trabalhar sim. Eu faço essas bijuterias deira, relacionada à vida pessoal, faz parte da constitui-
porque eu não sei pedir, eu tenho vergonha. [...] ção do indivíduo enquanto sujeito visível para o mundo.
Meu sonho é sair desse lugar, porque eu nunca fiquei Além disso, ao se expor, o indivíduo promove a reflexão
na rua. É muito ruim não ter lugar pra lavar roupa, nem no outro, pois na troca e no compartilhamento é que há a
tomar banho. Também tem muita ameaça e muita humi- capacidade de questionar e construir uma opinião sobre
lhação da prefeitura e das pessoas, fora o frio, é muito as experiências alheias, como afirma o texto II. Ressalta-
triste. O que me distrai mesmo é fazer artesanato. Isso -se, ainda, que a SP Invisível chama atenção para esse
me deixa feliz. tema desde o nome que a intitula.
SP invisível, 19 jul. 2017. Disponível em: goo.gl/zJjuC6. Acesso em: 11 set. 2017. Alternativa a: incorreta. A publicação de relatos como
esse tem comprometimento sério com uma causa, in-
TEXTO II dependentemente das consequências que eles possam
A construção da comunicação ocorre no interior das acarretar nas redes sociais.
relações entre os indivíduos, que, através da fala, trocam Alternativa b: incorreta. O intuito não é só emocionar os
papéis; ora sendo ouvintes, ora falantes. Na necessidade leitores, mas, principalmente, levá-los a uma reflexão so-
de comunicarem-se, os homens compreendem-se mu- bre a vida das pessoas em situação de rua, assim como
tuamente, expõem suas memórias, tradições, culturas e as reais dificuldades pelas quais muitas delas passam.
estilo de vida de seu grupo social.[...] Alternativa c: incorreta. O texto também não traz a ques-
O sujeito, para Bakhtin, adquire conhecimento na tão do uso de drogas.
interlocução, na troca, na interação verbal, pois ouvindo Alternativa d: incorreta. Apresentar os relatos de moradores
ou lendo uma história ele será capaz de refletir, questio- em situação de rua é um recurso para dar-lhes visibilidade,
nar, comentar e construir seu pensamento a partir do pen- mostrando o que vivenciam dia após dia. A intenção não é
samento e da troca com o outro [...]. provocar sentimento de repulsa, mas gerar, por meio da re-
LORENZETTI, C. A contação de histórias como gênero oral ensinável mediado
pela leitura da obra Tristão e Isolda. Disponível em: www.educacao.pr.gov.br/.
flexão, alteridade e solidariedade.
Acesso em: 11 set. 2017.

Segundo o Texto II, o ato de narrar e contar histórias con-


cretiza a memória do ser humano, tanto individual, quanto
coletiva, e promove a interação. O Texto I é um relato oral,
transcrito pela ONG SP Invisível, a qual, entre outras ati-
vidades, coleta relatos de cidadãos em situação de rua e
os divulga em redes sociais. A publicação desse relato em
uma rede social teve como intuito
A proporcionar aos leitores e usuários das redes sociais a
criação de “memes” com frases ditas pela entrevistada.
B emocionar e chocar os leitores com histórias melan-
cólicas, mas que não permitem uma reflexão.
C denunciar o desemprego e a prática do uso de drogas
nas grandes cidades do Brasil.
D mostrar a realidade da vida nas ruas, ao mesmo tem-
po que induz um sentimento de repulsa nos leitores.
E dar visibilidade aos cidadãos em situação de rua,
levando os leitores à reflexão sobre a realidade.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 26


QUESTÃO 21  Resposta correta: B

TEXTO I Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


No último decênio do século XIX, [...] a literatura Competência: 7
enfatiza novamente o subjetivismo e a introspecção, Habilidade: 22
voltando a interessar-se pela dimensão psicológica e
transcendental do homem. Para isso, despreza a palavra No poema de Cecília Meireles, é possível reconhecer o
exata, a descrição objetiva e explora o poder de sugestão olhar subjetivo, voltado para o interior do eu lírico; dessa for-
da linguagem, dando origem a um movimento poético ma, a introspecção apontada no primeiro texto como uma
chamado Simbolismo. [...] Temos, assim, a valorização característica simbolista se faz presente, por exemplo, no
do ritmo, das sensações das sugestões, do indefinível. verso “E vem-me o sonho de uma véspera solene”. Além
[...] O Simbolismo [...] tem o poder de evocar sentimentos disso, assim como Tufano ressalta, pode-se identificar a va-
e emoções, não o sentimentalismo choroso e superficial lorização do ritmo, o qual é evidenciado pela musicalidade
dos românticos, mas os profundos anseios e angústias do poema, presente, inclusive, no título “A chuva, chove”.
que atormentam o espírito sensível do poeta. Alternativa a: incorreta. A abordagem de elementos da na-
TUFANO, Douglas. Estudos de literatura brasileira. tureza não define como simbolista a herança que a poeti-
sa carrega, tanto que isso não é apontado como relevante
TEXTO II em nenhuma passagem do texto I. Quanto à citação de
A chuva chove... Verlaine, trata-se, realmente, de uma referência direta a
um expoente do Simbolismo, mas isso não estabelece um
A chuva chove mansamente... como um sono vínculo direto entre Cecília Meireles e o movimento em
Que tranquilize, pacifique, resserene...
questão.
A chuva chove mansamente... Que abandono!
A chuva é a música de um poema de Verlaine... Alternativa c: incorreta. Mesmo considerando que o mis-
ticismo seja uma característica do Simbolismo, ao con-
E vem-me o sonho de uma véspera solene, trário do que se afirma, a religiosidade não é explícita no
Em certo paço, já sem data e já sem dono... poema, uma vez que há apenas a referência às palavras
Véspera triste como a noite, que envenene “cancioneiros” e “missais”, fazendo menção a elementos
litúrgicos (papéis) que são revirados pelo vento. Além dis-
... Num velho paço, muito longe, em terra estranha, so, as reticências deixam, na verdade, um tom sugestivo
Com muita névoa pelos ombros da montanha... de imprecisão.
Paço de imensos corredores espectrais, Alternativa d: incorreta. A presença de iniciais maiúsculas
no início e meio dos versos é, de fato, característica sim-
Onde murmurem, velhos órgãos, árias mortas,
bolista, mas não se pode afirmar que esse recurso formal
Enquanto o vento, estrepitando pelas portas,
Revira in-fólios, cancioneiros e missais... é o que vincula Cecília Meireles ao período. Ademais, a
MEIRELES, Cecília.
poeta assume uma linguagem sugestiva que dá um tom
subjetivo ao poema, e não objetivo.
Pertencente à segunda geração modernista, Cecília Mei- Alternativa e: incorreta. Embora o poema apresente, de
reles traz em sua poesia temas e reflexões acerca da fato, riqueza de rimas – que também é um recurso re-
efemeridade da vida e da fragilidade do ser. Levando em corrente no Simbolismo –, o mundo interior do eu lírico é
conta as considerações feitas por Douglas Tufano e ana- explorado intensamente no poema. Isso o aproxima do
lisando o poema reproduzido, depreende-se que a poeta Simbolismo, uma vez que, nesse movimento, como afir-
é herdeira do Simbolismo por ma Tufano, as emoções e os sentimentos são evocados.
A tratar de elementos da natureza, como a chuva, o
vento e a montanha, e citar o poeta simbolista francês
Verlaine.
B explorar um olhar intimista e trabalhar a musicali­
dade trazendo figuras sonoras, como as aliterações e
assonâncias.
C mostrar explícita religiosidade e trabalhar o tom de
precisão deixado pelo uso das reticências.
D apresentar letras maiúsculas alegorizantes e adotar
uma linguagem que dá um tom objetivo à composição.
E trabalhar rimas ricas e explorar superficialmente o
mundo interior do eu lírico.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 27


QUESTÃO 22  Resposta correta: C

De volta para o futuro Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Competência: 6
Em matéria de previsão eu deixo furo Habilidade: 19
Futuro, eu juro, é dimensão
Que não consigo ver O poema é predominantemente escrito em primeira pes-
Nem sequer rever soa e trata como temática dos sentimentos e sentidos do
Isto porque, no lusco-fusco eu lírico.
Ora pitomba, Alternativa a: incorreta. A função referencial tem foco no
Minha bola de cristal fica fosca contexto, aquilo sobre o qual se fala, e tem predomínio de
Mando bala no escuro linguagem objetiva e informativa, o que não se observa
Acerto um tiro na boca da mosca no poema.
Outras tantas giro a Terra toda às tontas Alternativa b: incorreta. Não há marca explícita de diálogo
Dobro o cabo das tormentas, rebatizo Boa Esperança com o leitor no poema.
E vou pegando pelo rabo a lebre de vidro, Alternativa d: incorreta. O poema não traz marcas ou ci-
Do acaso por acaso tações sobre a composição do próprio poema, do fazer
Em matéria de previsão só deixo furo poético etc. Ao falar em previsão, o eu lírico faz uma refle-
Futuro, eu juro, é dimensão xão de que a vida dele é levada como um barco ao mar:
Vejo bem no claro “Minha vida afinal navega tal e qual/Caravela de Cabral”;
E tão mal no escuro isto é, ele a conduz conforme vê necessidade, pois não
Minha vida afinal navega tal e qual faz previsão nem planejamento.
Caravela de Cabral Alternativa e: incorreta. O poema traz uma reflexão do eu
Um marinheiro mete a cara na janela e grita lírico sobre o que seria prever o futuro, e não há marcas
Sinal de terra, terra à vista de verificação do canal comunicativo com o leitor.
Tanto faz, Brasil ou Índia Ocidental, Oriental
Ó sina, começa sempre a dança
Recomeça, sempre recomeça a dança da sinuca
Sempre recomeça a dança a mesma dança da sinuca vital
SALOMÃO, W. Poesia total.
São Paulo: Companhia das Letras, [s.d].

O poeta Wally Salomão é conhecido por uma escrita vis-


ceral e passional. Nesse texto, observa-se a função da
linguagem
A referencial, por ser um texto objetivo sobre o senti-
mento do eu lírico.
B conativa, pois estabelece um diálogo constante com o
leitor, levando a uma reflexão.
C emotiva, por estar centralizado na visão sentimental
do eu lírico sobre o mundo e sua vida.
D metalinguística, ao fazer uma reflexão sobre o fazer
poético, metaforizado na ação de prever o futuro.
E fática, já que o eu lírico dispõe de diversos recursos
para manter a comunicação com seu interlocutor.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 28


QUESTÃO 23  Resposta correta: B

[...] Podemos dizer que o século XX representa um Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
contexto bastante particular no que se refere à significa- Competência: 4
ção da música. Durante esse período, ocorreu uma série Habilidade: 14
de modificações em diversos níveis, que vão da própria
sintaxe do discurso musical ao papel que a música de- A exploração e a ampliação de novas gramáticas musi-
sempenha dentro da sociedade. Talvez a modificação cais, bem como das já existentes, é aquilo que o texto
mais marcante nesse sentido tenha sido um afastamento aponta como característica da música no século XX. Es-
do chamado sistema tonal que havia servido como base ses novos trabalhos abrem caminho para novas formas
para a criação musical dos séculos anteriores. Por conter de se fazer música e para a gama de ritmos e particulari-
um certo número de estruturas estáveis e, principalmente, dades que foram observadas na música contemporânea.
reconhecíveis pelos ouvintes, a gramática tonal funcionou Alternativa a: incorreta. Em nenhum momento se afirma
como uma base segura para a compreensão do discurso que os compositores queriam abolir práticas antigas; pen-
musical. Já no final do século XIX, a complexidade a que sava-se que, com o tonalismo existente, não havia mais
alguns compositores levaram o tonalismo apontava para como se explorar novas composições.
o esgotamento do próprio sistema, que seria confrontado Alternativa c: incorreta. O tonalismo, já bastante usado,
com novos procedimentos e modos de organização do não era um procedimento novo na história da música, e
material sonoro durante todo o século XX. Esses proce- foi a vontade de superá-lo que, inclusive, deu origem a
dimentos, ainda que guardassem vínculos muito fortes novas técnicas e métodos.
com o tonalismo, traziam elementos que não mais podiam Alternativa d: incorreta. De acordo com o texto, as compo-
ser compreendidos a partir daquele sistema. Pode-se sições passaram a ser mais complexas.
perceber esses elementos nas composições atonais de Alternativa e: incorreta. A música passou por fases tanto
Schoenberg e seus seguidores, nas texturas harmônicas racionais quanto emocionais, não sendo uma característi-
de Debussy e nos blocos rítmicos de Stravinsky. A partir ca da música contemporânea a expressão do compositor.
daí, a composição musical vai acolher um tal número de
possibilidades diferenciadas, que se tornou difícil o esta-
belecimento de uma gramática geral, como foi o tonalis-
mo nos períodos clássico e romântico ou a polifonia na
Renascença. O trabalho de cada compositor, ou mesmo
cada obra desse compositor, passa a se constituir, no sé-
culo XX, como terreno para a exploração e ampliação das
gramáticas musicais existentes. [...]
IAZZETTA, Fernando. O que é a música (hoje). Disponível em: www2.eca.usp.br/prof/
iazzetta/papers/forum2001.pdf. Acesso em 18 set. 2017.

O texto trata de algumas modificações estruturais que


ocorreram na música a partir do fim do século XIX. Es-
sas modificações abrem caminho para aquilo que o texto
aponta como um(a)
A vontade de superar os preceitos musicais antigos
abolindo práticas existentes até então.
B maior experimentação por parte dos compositores,
permitida pela exploração das gramáticas musicais.
C procedimento novo na história da música, que trata da
utilização do tonalismo como gramática musical.
D alteração na complexidade das composições, que
passaram a ser mais simples e reconhecíveis pelo
público.
E vinculação à expressão do compositor, porque, até
então, a música era uma manifestação puramente
racional.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 29


QUESTÃO 24  Resposta correta: D
Poema em linha reta
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Competência: 6
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. Habilidade: 18
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas
O eu lírico não se vê em pé de igualdade com as pessoas
[vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, que convive, pois acredita que elas não veem as próprias
Indesculpavelmente sujo. imperfeições. Usando de escárnio, ele demonstra repulsa
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para pela hipocrisia dos que o cercam e são incapazes de re-
[tomar banho, conhecer um defeito ou derrota sequer.
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Alternativa a: incorreta. O eu lírico reconhece os próprios
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes erros (sem qualquer relação com os existentes nos ou-
[das etiquetas, tros). Esse reconhecimento faz com ele se sinta inferio-
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e rizado, pois, segundo o texto, eles são “campeões em
[arrogante, tudo”.
Que tenho sofrido enxovalhos e calado, Alternativa b: incorreta. O eu lírico não demonstra orgu-
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo lho. Seu discurso foca na inferioridade que sente em re-
[ainda;
lação aos outros devido aos erros que comete; logo, a
[...]
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido relação não poderia ser de igualdade.
[emprestado sem pagar, Alternativa c: incorreta. O eu lírico reconhece suas falhas,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho mas não atribui a si mesmo um caráter de inferioridade
[agachado devido a isso. Ele reflete sobre sua condição e afirma que
Para fora da possibilidade do soco; outras pessoas também possuem defeitos, mas elas não
[...] reconhecem isso. Ao fazer essa comparação, a posição
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo em que ele se coloca como uma pessoa não hipócrita,
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, diferenciando-se dos demais.
Nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na Alternativa e: incorreta. O eu lírico identifica a incapacida-
[vida... de dos outros em reconhecerem os próprios defeitos, mas
[...] o seu tom irônico não é de compaixão, e sim de escárnio.
CAMPOS, Álvaro de. Disponível em: www.jornaldepoesia.jor.br/fpesso34.html.
Acesso em: 6 out. 2017.

Álvaro de Campos, um dos heterônimos de Fernando


Pessoa, traz uma poética muito ligada à reflexão sobre
o ser e o seu lugar no mundo. Esse poema traz diversos
adjetivos que atribuem ao eu lírico uma caracterização,
em relação às demais pessoas, de
A superioridade, pelo fato de ele reconhecer os erros
dos outros, que são iguais ao seus.
B igualdade, tendo em vista que ele se orgulha de ser
como os outros.
C inferioridade, pois, ao contrário dos outros, ele possui
várias imperfeições.
D escárnio, pois ele ironiza a hipocrisia dos que se pro-
clamam perfeitos.
E compaixão, porque o eu lírico expressa compadeci-
mento por aqueles que não são capazes de reconhe-
cer os próprios defeitos.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 30


QUESTÃO 25 

ITURRUSGARAI, A. A vida com ela, yeah. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/ilustrada/


cartum/cartunsdiarios/#26/7/2017. Acesso em: 25 set. 2017.

O Homem-Legenda é uma personagem que, em diversas


situações, opina em forma de legenda sobre aquilo que
observa. Na relação construída entre a fala do Homem-
-Legenda e a da mulher, percebe-se que a fala dela re-
presentou um(a)
A eufemismo, pois ela tinha a intenção de atenuar o fim
do relacionamento.
B metáfora, pois revela uma comparação com outro mo-
mento da vida deles.
C alegoria, pois a expressão utilizada significa parar o
relacionamento por um longo tempo.
D hipérbole, pois os 400 anos são um exagero, impos-
síveis de se cumprir.
E paradoxo, pois há o desejo, ao mesmo tempo, tanto
de continuar o relacionamento, como de desistir.

Resposta correta: A

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Competência: 7
Habilidade: 23

O eufemismo consiste em uma atenuação daquilo que se


quer transmitir. Como a mensagem de término do relacio-
namento seria negativa (ao dar a notícia de forma tão di-
reta, chocaria o outro), a mulher preferiu “pedir um tempo”
de afastamento do namorado. O Homem-Legenda aparece
para explicar a Ronaldo que, na verdade, trata-se de um
pedido de separação e que os 400 anos significariam, na
prática, para sempre.
Alternativa b: incorreta. Não há comparação com outros
momentos da vida. O pedido de tempo é um eufemismo
para um pedido de separação definitivo.
Alternativa c: incorreta. A alegoria é uma representação
também metafórica, que traz comparações com outras si-
tuações de forma figurada. O que não ocorre na fala da
mulher.
Alternativa d: incorreta. A hipérbole, figura de linguagem
que faz uso de um exagero intencional, está na fala do
Homem-Legenda, não na fala da mulher.
Alternativa e: incorreta. A mulher demonstra o desejo de
acabar com o relacionamento, não dando margem a ou-
tra interpretação.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 31


QUESTÃO 26  Resposta correta: B

[...] Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Ocupavam-se em descobrir uma enorme quantidade Competência: 8
de objetos. Comunicaram baixinho um ao outro as Habilidade: 25
surpresas que os enchiam. Impossível imaginar tantas
maravilhas juntas. O menino mais novo teve uma dúvida O romance Vidas secas, publicado em 1938, pertence
e apresentou-a timidamente ao irmão. Seria que aquilo à segunda geração modernista e representa muito bem
tinha sido feito por gente? O menino mais velho hesitou, a temática regionalista. Graciliano Ramos, por meio do
espiou as lojas, as toldas iluminadas, as moças bem poderoso discurso indireto livre – marcado por um esti-
vestidas. Encolheu os ombros. Talvez aquilo tivesse sido lo seco, que reflete a aridez do sertão e a dureza da vida
feito por gente. Nova dificuldade chegou-lhe ao espírito, das personagens –, oferece ao leitor o difícil enfrentamento
soprou-a no ouvido do irmão. Provavelmente aquelas do drama da seca no Nordeste. Dessa forma, o autor es-
coisas tinham nomes. O menino mais novo interrogou-o tabelece, também no plano linguístico, uma denúncia às
com os olhos. Sim, com certeza as preciosidades que se mazelas sociais.
exibiam nos altares da igreja e nas prateleiras das lojas Alternativa a: incorreta. No excerto lido, que traz uma cena
tinham nomes. Puseram-se a discutir a questão intricada. com o menino mais novo e o menino mais velho, eles reco-
Como podiam os homens guardar tantas palavras? Era nhecem a importância das palavras, mostrando-se admira-
impossível, ninguém conservaria tão grande soma de dos e assustados perante o desconhecido, o qual tem esse
conhecimentos. Livres dos nomes, as coisas ficavam poder de assombro justamente por não ser nomeado: “Li-
distantes, misteriosas. Não tinham sido feitas por gente. vres dos nomes, as coisas ficavam distantes, misteriosas”.
E os indivíduos que mexiam nelas cometiam imprudência. Alternativa c: incorreta. Em Vidas secas, a ausência de
Vistas de longe, eram bonitas. Admirados e medrosos, voz representada no discurso indireto livre é do retirante
falavam baixo para não desencadear as forças estranhas do sertão, ou seja, daquele que não mais consegue viver
que elas porventura encerrassem. [...] no espaço que habita, e não de todo o povo do Nordeste.
RAMOS, Graciliano. Vidas secas.
Alternativa d: incorreta. Em diversos momentos, o discur-
Com base nesse trecho, o romance Vidas secas, de so do narrador mistura-se com a fala das personagens.
Graciliano Ramos, No entanto, ao contrário do que se afirma, as persona-
A traz a dura história de uma família de retirantes nor- gens não perderam a fala, pois essa condição deficitária
destinos que se mostra indiferente ao poder da palavra. já lhes é inerente.
B expressa uma secura na linguagem que, de certa for- Alternativa e: incorreta. Não há no trecho, ou na obra,
ma, reflete a aridez da vida sertaneja. uma mistificação ou mistério a respeito dos meninos. O
C utiliza o discurso indireto livre para representar a au- fato de não serem nomeados os esvazia de personalida-
sência de voz de todo o povo nordestino. de e individualidade.
D recupera pela fala do narrador a força das persona-
gens, que perderam a habilidade de se comunicar.
E salienta a natureza misteriosa e mágica que envolve
os meninos, que não têm nome.

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QUESTÃO 27  Resposta correta: E
Faça a lição de casa antes de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
se jogar na Black Friday
Competência: 7
Antes de se jogar nas compras, faça a lição de casa! Habilidade: 23
Se você pretende aproveitar os descontos oferecidos
pelas lojas na última sexta-feira de novembro, duas su- A autora tem por objetivo alertar o leitor sobre armadilhas
gestões principais: defina quanto poderá gastar; compare da Black Friday, quando várias lojas aumentam os preços
preços antes e durante a promoção, para não ser engana- dos produtos dias antes da Black Friday para que, no dia
do. Caso contrário, o estímulo ao consumo pode funcio- da promoção, sejam suavemente reduzidos, passando a
nar somente para o superendividamento. falsa impressão de valor promocional.
A tendência é que os consumidores aproveitem a con- Alternativa a: incorreta. A autora procura levar o leitor/ con-
centração de ofertas – reais ou não – para comprar produ- sumidor a verificar (comparar) os preços daquilo que
tos mais caros. Faz sentido, porque os descontos, nesse deseja comprar antes e durante a promoção. Assim, ela
caso, seriam mais relevantes para o bolso. estimula uma compra raciocinada, que esteja acessível para
Fica chato bater na mesma tecla, mas não se reco- o bolso e que, de fato, configure a aquisição de um item
menda comprar o que não precisamos somente para necessário naquele momento. Quanto ao endividamento,
desfrutar das ofertas. Lembro que muitas lojas aumentam ele pode ocorrer ao adquirir bens com ou sem desconto.
os preços dos produtos às vésperas da promoção e de- Alternativa b: incorreta. A autora quer alertar o leitor sobre
pois oferecem descontos sobre o item mais caro do que o a necessidade de planejar as compras tendo em mente
normal. Ou seja, noves fora, zero. que é preciso estabelecer limite para os gastos e ficar
[...] atento às falsas ofertas.
DOLCI, Maria Inês. Folha de S.Paulo, 15 nov. 2017.
Disponível em: https://goo.gl/2E8H7s. Alternativa c: incorreta. A autora não expõe quais seriam
Acesso em 4 dez. 2017.
as lojas mais confiáveis, mas fala que muitas maquiam os
Black Friday é uma data em que o comércio varejista pro- preços pouco antes da Black Friday visando o lucro.
mete ofertas melhores que as demais liquidações do ano; Alternativa d: incorreta. Ao contrário, a autora estimula
trata-se de uma tradição dos EUA trazida recentemente a compra planejada. Além disso, dá orientações sobre o
para o Brasil. De acordo com o exposto, pode-se perce- consumo consciente e como perceber as ofertas reais.
ber que a intenção da autora é
A conduzir o leitor a ignorar o que está fora da promo-
ção, pois o endividamento ocorre quando se compra
sem desconto.
B influenciar o leitor a planejar os dias de compras, já
que as promoções podem não estar ao alcance de
todos.
C expor ao leitor as lojas mais confiáveis, pois há aque-
las que maquiam os preços.
D estimular o leitor a comprar sem planejamento, ad-
quirindo o que normalmente não conseguiria fora da
promoção.
E alertar o leitor sobre falsas promoções, orientando
quanto à compra de produtos por um preço enganoso.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 33


QUESTÃO 28  Resposta correta: E
Família Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Três meninos e duas meninas Competência: 5
sendo uma ainda de colo. Habilidade: 16
A cozinheira preta, a copeira mulata,
o papagaio, o gato, o cachorro, A segunda geração modernista ficou marcada pela pre-
as galinhas gordas no palmo de horta sença do elemento cotidiano como mote poético, eviden-
e a mulher que trata de tudo. ciando que tudo pode ser tema de poesia – até o dia a dia
de uma família do interior, com seus hábitos, sua estrutu-
A espreguiçadeira, a cama, a gangorra, ra e até suas ironias enumerados verso a verso.
o cigarro, o trabalho, a reza, Alternativa a: incorreta. Pela repetição do verso “e a mu-
a goiabada na sobremesa de domingo, lher que trata de tudo”, é possível depreender que, ao
o palito nos dentes contentes, contrário do que se afirma, a mulher é colocada como ele-
o gramofone rouco toda noite mento fundamental na rotina familiar. Além disso, o tema
e a mulher que trata de tudo. da liberdade feminina não fica evidente.
Alternativa b: incorreta. O poema, de fato, explora a temá-
O agiota, o leiteiro, o turco, tica familiar ao descrever certos ambientes e hábitos que
o médico uma vez por mês, compõem esse cenário; no entanto, não há referência ao
o bilhete todas as semanas papel desempenhado pela mulher especificamente nas
branco! Mas a esperança verde. discussões cotidianas.
A mulher que trata de tudo Alternativa c: incorreta. A importância feminina no ambiente
e a felicidade. familiar é intensificada, na verdade, pela repetição do ver-
ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia.
so “e a mulher que cuida de tudo”. Diferentemente do que
Pertencente à segunda geração do Modernismo, Carlos se afirma, os versos de “Família” não apresentam rigidez
Drummond de Andrade apresenta características desse formal, pois são brancos e livres (métrica livre e sem rima).
movimento tanto na forma quanto no conteúdo. Uma im- Alternativa d: incorreta. Por mais que “papagaio”, “goiabada”
portante característica dessa geração pode ser reconhe- e “leiteiro” tenham sido inseridos para compor um cenário
cida no poema “Família”, uma vez que ele explora tipicamente regional, valorizando a cultura brasileira, a esco-
A o tema da liberdade feminina, evidenciado pela restri- lha dessas palavras serviu, principalmente, para contextua-
ta atuação da mulher. lizar o cotidiano de uma família (característica da segunda
B a temática familiar ao criticar a predominância da mu- geração modernista). Nesse caso, a ênfase é no microuni-
lher nas discussões cotidianas. verso da família; não há intenção de gerar um sentimento
C a rigidez formal para intensificar a participação da mu- de ufanismo.
lher no ambiente familiar.
D elementos tipicamente brasileiros, como “papagaio”,
“goiabada” e “leiteiro”, para reforçar o nacionalismo.
E a elevação do cotidiano ao nível poético, com suas
rotinas.

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QUESTÃO 29  Resposta correta: B
Inexorável
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Ó meu Amor, que já morreste, Competência: 6
Ó meu Amor, que morta estás! Habilidade: 15
Lá nessa cova a que desceste,
Ó meu Amor, que já morreste, O Simbolismo pode ser considerado uma extensão ou
Ah! nunca mais florescerás?! até uma radicalização do Romantismo. Esse poema do
simbolista Cruz e Souza guarda forte relação com o Ro-
Ao teu esquálido esqueleto, mantismo iniciado por Lord Byron e que teve como maior
Que tinha outrora de uma flor expoente brasileiro Álvares de Azevedo, que, na segunda
A graça e o encanto do amuleto; parte de sua Lira dos Vinte Anos, explorou, em diversos
Ao teu esquálido esqueleto poemas, temas mórbidos, por vezes, de forma crua, como
Não voltará novo esplendor?! fez Cruz e Souza no poema citado na questão. A subjeti­
vidade está marcada no poema pelas interrogações ao
E ah! o teu crânio sem cabelos, final de cada estrofre, em que o eu lírico questiona o des-
Sinistro, seco, estéril, nu... tino da amada no pós-morte.
(Belas madeixas dos meus zelos!) Alternativa a: incorreta. Ao contrário do que se afirma no
E ah! o teu crânio sem cabelos poema, há prevalência do caráter místico, e não de uma
Há de ficar como estás tu?! visão cética, uma vez que o eu lírico reflete sobre os mis-
térios da morte e do campo espiritual.
O teu nariz de asa redonda, Alternativa c: incorreta. O poema apresenta uma lingua-
De linhas límpidas, sutis gem altamente emotiva, e não direta ou objetiva. Isso
Oh! há de ser na lama hedionda pode ser comprovado pelo uso das interjeições de lamen-
O teu nariz de asa redonda to e pelas passagens reflexivas, por exemplo.
Comido pelos vermes vis?! Alternativa d: incorreta. No poema, não é possível reco-
[...] nhecer passagens com ideias positivas ou idealizadas.
CRUZ E SOUSA, João. Faróis. Na verdade, são identificadas passagens pessimistas e
que até causam repulsa, como “O teu nariz de asa redon-
Cruz e Sousa, representante da poesia simbolista no da/Comido pelos vermes vis?!”, o que aproxima o poema
Brasil, desenvolve no poema certas características que das composições da segunda geração romântica.
permitem ao leitor estabelecer uma relação entre essa es- Alternativa e: incorreta. Não há a prevalência de uma vi-
cola e o Romantismo devido à(s) são otimista. O poema todo apresenta uma visão pessi-
A visão cética que, em detrimento de um caráter místi- mista ao refletir sobre o tema da morte.
co, se faz presente.
B visão subjetiva e à abordagem de temas como o amor
e a morte.
C linguagem direta e objetiva, expressando, assim, um
forte apuro formal.
D citação de passagens que trazem imagens belas e
idealizadas.
E visão otimista, que acaba prevalecendo ao fim de
cada estrofe.

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QUESTÃO 30  Resposta correta: A

TEXTO I Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Nel mezzo del camin... Habilidade: 7
Competência: 22
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha. Drummond cria uma paródia a partir do título de Bilac “Nel
Tinhas a alma de sonhos povoada, mezzo del camin...” (“No meio do caminho...”), complemen-
E a alma de sonhos povoada eu tinha... tando-o com algo aparentemente sem muita relevância de
conteúdo – o que faz parte do jogo provocativo aos parna-
E paramos de súbito na estrada sianos, que primavam pela forma e conteúdo do que expres-
Da vida: longos anos, presa à minha savam. Enquanto Bilac discursa sobre a relação entre dois
A tua mão, a vista deslumbrada amantes, Drummond afirma que no meio do caminho havia
Tive da luz que teu olhar continha. uma pedra. Trata-se de uma afronta, típica do primeiro mo-
[...] mento modernista, à poesia carregada de regras e preceitos
BILAC. O. acadêmicos (como era a poesia parnasiana, da qual Olavo
Bilac era representante).
TEXTO II Alternativa b: incorreta. O texto de Drummond não apre-
No meio do caminho senta uma história, o que descaracteriza um possível ca-
ráter épico.
No meio do caminho tinha uma pedra Alternativa c: incorreta. O texto II não retoma um obstáculo
tinha uma pedra no meio do caminho mencionado no texto I, mas faz uma “retextualização” da-
tinha uma pedra quilo que foi explorado no primeiro – especialmente o título.
no meio do caminho tinha uma pedra. Alternativa d: incorreta. A passionalidade não está pre-
sente no texto II, e no texto I, embora haja certo sofrimen-
Nunca me esquecerei desse acontecimento to, não se pode falar em caráter dramático.
na vida de minhas retinas tão fatigadas. Alternativa e: incorreta. A intertextualidade não se verifica
Nunca me esquecerei que no meio do caminho em uma aproximação com o leitor, e sim na conversa en-
tinha uma pedra tre os textos, em que um recupera ou cita o texto-fonte.
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
ANDRADE, C. D.

Embora publicados em épocas diferentes, pode-se identi-


ficar um diálogo entre os textos. A comparação entre eles
permite depreender que o texto II, de Drummond, apre-
senta uma intertextualidade com o texto I, de Bilac, pois o
poema de Drummond
A faz uma relação, em um tom provocativo e irônico, do
que é abordado no texto I.
B aproveita o tema de Bilac para criar uma história épica
diferente e inovadora.
C retoma o obstáculo presente no texto I, que impediu a
caminhada do casal.
D evidencia, em tom passional, o sentimento do eu lírico
do texto de Bilac.
E investe em uma maior aproximação do eu lírico com
o leitor.

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QUESTÃO 31  Resposta correta: E
YouTube começa a “esconder” vídeos Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
violentos mesmo que não sejam ilegais
Competência: 8
O YouTube anunciou [...], por meio de seu blog oficial, Habilidade: 27
que vai começar a aplicar um tratamento mais duro para
vídeos violentos ou extremistas, mesmo que eles não se- A ideia de concessão está diretamente ligada ao contras-
jam ilegais ou não violem seus termos de uso. Essa ação te, à quebra de expectativa. O conectivo “mesmo” estabe-
faz parte de um novo esforço da plataforma para não dar lece essa ideia indicando que, ainda que sejam legais, se
voz ao discurso de ódio e conter a publicação de conteú- possuírem conteúdo violento, serão omitidos.
do ofensivo ou terrorista. Alternativa a: incorreta. A oração introduzida pelo conecti-
[...] vo revela uma quebra de expectativa, e não a causa de o
Disponível em: www.tecmundo.com.br/internet/120249-youtube-comeca-esconder-videos- YouTube justificar a censura.
violentos-mesmo-nao-sejam-ilegais.htm. Acesso em: 27 set. 2017.
Alternativa b: incorreta. As conjunções  finais  indicam a
Para a organização textual, são utilizados conectivos que intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração
expressam relações entre as ideias do discurso. No texto, principal. E o que o YouTube pretende fazer com os ví-
há duas ocorrências do conectivo “mesmo”, que expres- deos violentos é classificado como consequência. Assim,
sam uma ideia de o conectivo “mesmo” não pode ser classificado como tal,
A causa, pois evidenciam o motivo de o YouTube es- pois não funcionou nem como termo final, nem consecu-
conder os vídeos citados. tivo, mas concessivo.
B finalidade, pois explicam o que o YouTube pretende Alternativa c: incorreta. As expressões condicionais indi-
com a censura aos vídeos. cam a hipótese ou a condição para que algo ocorra. O
C condição, pois expressam a maneira como os vídeos uso do termo “mesmo” teve caráter concessivo ao revelar
serão retirados pelo YouTube. uma quebra de expectativa. Assim, “a maneira como os
D proporção, pois os vídeos são suprimidos à medida vídeos serão retirados” não pode se relacionar a um uso
que são analisados pelo YouTube. condicional daquele conectivo.
E concessão, pois ressalvam que, mesmo legais, os ví- Alternativa d: incorreta. O uso do conectivo “mesmo” não
deos violentos serão omitidos. se relaciona com proporção.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 37


QUESTÃO 32  Resposta correta: A

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Competência: 1
Habilidade: 1

A expressão “bem maior” ouvida na aula de religião reme-


CJ. “Politicopatas”, Folha de S.Paulo. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/ilustrada/ te-se à noção de algo além dos bens materiais, que tenha
cartum/cartunsdiarios/#6/8/2017. Acesso em: 31 out. 2017.
grande valor imaterial para uma pessoa. Na tira, a menina
A tira traz duas crianças conversando sobre o sentido de ouviu que deveria buscar um bem maior, mas não com-
uma expressão, revelando o aspecto polissêmico das pa- preendeu o que seria; o menino, por sua vez, entendeu a
lavras, recurso bastante utilizado para a produção de hu- expressão de outra forma, usando-a como comparativo
mor em tirinhas. No entendimento da criança à esquerda, de superioridade (noção de grandeza etc.) e atribuindo
a expressão “bem maior” tamanho (quanto maior, melhor) ao valor de um objeto.
A é usada como comparativo de superioridade e envolve Portanto, na visão do garoto, trata-se de valorizar o ma-
valorização material. terial, e não o espiritual (como seria o propósito da aula
B remete-se à aquisição de bens materiais e deve ser de religião).
valorizada sempre. Alternativa b: incorreta. A expressão está relacionada,
C diz respeito à busca por uma realização pessoal, sem para o menino, ao tamanho dos bens materiais, não à
se ater aos obstáculos. aquisição desenfreada de produtos.
D tem sentido filosófico, significando uma melhoria de Alternativa c: incorreta. O menino entende que se trata
vida para as pessoas. de bens materiais, mas não relaciona com realização
E significa a conquista de um bem material, com o qual pessoal ou mesmo com o enfretamento de obstáculos no
o indivíduo obtém completude. caminho.
Alternativa d: incorreta. A expressão, para o garoto, não
desperta reflexões acerca da vida, e de como é possível
melhorar a vida das pessoas. Para ele, há apenas o sen-
tido material e palpável da expressão, de se poder ganhar
sempre mais sobre o que é oferecido.
Alternativa e: incorreta. Não se trata da conquista; para
ele, seria apenas a questão de exigir sempre algo maior
do que é oferecido.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 38


QUESTÃO 33 
O Brasil hipócrita: a questão do racismo
Que o Brasil é um país racista não necessitamos de muito esforço para comprová-lo: basta olharmos à nossa volta
para constatar a ausência quase completa de negros inseridos no âmbito da classe média. Embora representem, segun-
do dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), metade do total da população, dificilmente nos depa-
ramos com médicos, engenheiros, professores, advogados, jornalistas, escritores, oficiais militares ou políticos negros.
A renda média mensal dos negros, mesmo registrando um significativo crescimento ao longo das últimas décadas,
ainda equivale a apenas 57,4% da dos brancos.
Mas, antes de tudo, nós, os brasileiros, somos hipócritas. Aqui, o racista é sempre o outro. Pesquisas apontam
que 97% dos entrevistados afirmam não ter qualquer preconceito de cor, ao mesmo tempo que admitem conhecer, na
mesma proporção, alguém próximo (parente, namorado, amigo, colega de trabalho) que demonstra atitudes discrimi-
natórias. É o chamado “racismo à brasileira” – fruto dileto da cínica e equívoca “democracia racial”, conceito que vem
justificando, ao longo da história, a manutenção de um dissimulado apartheid, que segrega a população não branca à
base da pirâmide social.
[...]
RUFFATO, Luiz. El País, 16 set. 2014. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2014/09/16/opinion/1410894019_400615.html. Acesso em: 13. dez. 2017.

Em textos opinativos, é comum os autores utilizarem uma retórica para convencer o leitor sobre seu ponto de vista.
Nesse artigo, para convencer o leitor de sua opinião sobre o assunto, o autor
A inicia sua argumentação apresentando dados que comprovem o racismo no país para, então, revelar que o proble-
ma é maior do que aparenta.
B apresenta estatísticas relacionadas ao assunto, convocando o leitor a fazer mobilizações contra o racismo.
C mostra-se envolvido com a causa, revelando dados estatísticos que comprovam o comprometimento da população
com o tema.
D busca sensibilizar o leitor com as estatísticas apresentadas, de forma a incitá-lo a se posicionar sobre o tema.
E compreende como o racismo está estruturado no país, mas demonstra não ter argumentos para combater o pro-
blema.

Resposta correta: A

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Competência: 7
Habilidade: 24

O autor leva o leitor à reflexão de que o problema do racismo no país é ainda maior. Discute-se que o problema não
é apenas o racismo em si, mas a relutância de algumas pessoas em aceitar que são racistas, o que torna o problema
ainda maior.
Alternativa b: incorreta. O autor não convoca o leitor a participar da discussão, apenas expõe dados que, para ele, são
significativos e que representam a questão.
Alternativa c: incorreta. O autor mostra interesse na causa a partir do momento em que se propõe a escrever um artigo
de opinião sobre ela; no entanto, os dados apresentados não revelam comprometimento da população, mas ajudam a
construir e mostrar ao leitor o cenário histórico do racismo no país.
Alternativa d: incorreta. O autor não quer sensibilizar, mas argumentar racionalmente apresentando estatísticas para
comprovar o problema. Além disso, posicionar-se sobre o tema, ou não, cabe ao leitor. O intuito, portanto, é leva-lo à
reflexão sobre o que é apresentado.
Alternativa e: incorreta. A argumentação do autor baseia-se, incialmente, em dados estatísticos, o que ajuda a construí-la.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 39


QUESTÃO 34

Síndrome da
disfunção erétil Hipertensão arterial
Controle de fatores de ↑ Performance cardíaca, força de
risco associados como contração, capacidade de
diabetes, hipertensão, trabalho do miocárdio, volume
hiperlipidermia por redução sistólico, débito cardíaco e ↓
do peso corporal frequência cardíaca de repouso

Asma
↑ Pico de consumo de O2,
limiar anaeróbio, Desordens de
capacidade respiratória e comportamento
↓ dispneia
Melhora do bem-estar
físico e mental, ↓
sintomas inerentes
DPOC a desordens de
↓ Sensação de dispneia comportamento
e ↑ tolerância ao esforço
e performance física
ATIVIDADE
Obesidade CORPORAL Sistema
↓ Peso corporal e imunológico
consequente ↓
patologias associadas Dependendo das
características da
atividade física, melhora
Diabetes a quantidade e função
↑ Oferta e utilização de de alguns leucócitos, ↑
glicose, ↓ risco de eficiência do sistema
patologias associadas

Sistema muscular
Ossos
Modula a expressão de
proteínas importantes no ↑ Densidade e resistência
processo de contração óssea e ↓ risco de
muscular, como as cadeias ocorrência de
pesadas da miosina (MHC) osteoporose

Efeitos conhecidos da atividade física nos diversos sistemas fisiológicos do organismo humano
(LAMBERTUCCI, PUGGINA, PITHON-CURI, 2006).
Disponível em: www.efdeportes.com/efd194/exercicios-fisicos-e-patologias-efeitos.htm. Acesso em: 26 set. 2017.

O infográfico trata de alguns efeitos da atividade física no organismo. Segundo os dados apresentados, destaca-se
como benefício da atividade física para o corpo o(a)
A aumento da frequência cardíaca, que diminui as desordens de comportamento.
B aumento da massa muscular, que diminui os riscos de osteoporose.
C diminuição do peso corporal, evitando riscos decorrentes da obesidade.
D aumento do consumo de oxigênio, que leva à sensação de dispneia.
E diminuição da oferta de glicose no sangue, evitando a diabetes.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 40


Resposta correta: C

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Competência: 3
Habilidade: 10

Essa é a única alternativa que associa corretamente um efeito da atividade física a um benefício proporcionado por
ela. Com a perda de peso corporal, os riscos de adquirir doenças relacionadas à obesidade também serão reduzidos.
Alternativa a: incorreta. A redução nas desordens de comportamento está relacionada aos benefícios que a atividade
física causa ao cérebro, e não ao coração.
Alternativa b: incorreta. O aumento da massa muscular está ligado às proteínas presentes no corpo; a osteoporose tem
relação com a densidade óssea.
Alternativa d: incorreta. Com o aumento do consumo de oxigênio, aumenta-se a capacidade respiratória e reduz-se a
dispneia.
Alternativa e: incorreta. A atividade física aumenta a oferta de glicose. O organismo, por sua vez, utiliza-se mais desta,
auxiliando no combate à diabetes.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 41


QUESTÃO 35  Resposta correta: A

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Competência: 6
Habilidade: 18

No texto, a ideia estabelecida pela conjunção “mas” reforça o


perfil do funcionário buscado pela empresa: uma pessoa que
tenha, acima de tudo, vontade de crescer profissionalmen-
te. Conjunções adversativas introduzem, além de uma ideia
oposta ao que foi dito antes, o argumento mais forte dentro
de um período; nesse caso, o argumento mais importante é
de que o candidato deve ter essa vontade de alcançar, sem-
pre, degraus mais altos na carreira.
Alternativa b: incorreta. O anunciante não procura alguém
que já esteja preparado, e sim alguém que, mesmo já pre-
parado, saiba que ainda tem muito a aprender para cres-
cer profissionalmente.
Alternativa c: incorreta. Ao contrário do que se afirma na
alternativa, o anúncio traz a importância da qualificação
para o crescimento profissional. Isso pode ser visto na
oração “mas o quanto você quer ser”.
Alternativa d: incorreta. Essa não é uma ideia estabele-
cida no cartaz, nem pode ser depreendida pelo uso da
conjunção.
Alternativa e: incorreta. A ideia é fortalecer o quadro de fun-
cionários, mas não há menção ali ao trabalho em equipe,
tampouco essa ideia pode ser estabelecida pela conjunção.

Disponível em: https://goo.gl/yB3k9f. Acesso em: 6 out. 2017.

O anúncio trata de vagas de estágios para uma asses-


soria de comunicação. Como recurso morfossintático, a
conjunção “mas”, utilizada no texto principal, estabelece
uma ideia de que o importante para o anunciante é con-
tratar alguém que
A tenha ambição para crescer profissionalmente.
B esteja preparado para exercer a profissão.
C precise de menos qualificação profissional.
D compartilhe seus conhecimentos.
E saiba trabalhar em equipe.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 42


QUESTÃO 36  Resposta correta: E

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Competência: 6
Habilidade: 26

A tira brinca com a escrita dos tempos verbais, um fator


que, muitas vezes, representa dificuldade para algumas
pessoas na hora de escrever. A desinência que marca o
Disponível em: https://goo.gl/b1aEj3. Acesso em: 9 out. 2017.
pretérito perfeito do indicativo é “-am”, e a desinência que
marca o futuro do presente do indicativo é “-ão”. Ambas
Como a escrita é diferente da fala, muitas pessoas se as desinências são pronunciadas, na prática, da mesma
confundem ao escrever. Na tira apresentada, uma publi- forma; o que muda é a sílaba tônica (armaram/armarão).
cação provoca humor devido a um engano relacionado ao A dificuldade de algumas pessoas em identificar essas
tempo verbal utilizado, em que o autor da postagem nuances aparece na tira, em que a postagem na internet
A deu margem a uma interpretação ambígua ao não passa a não fazer sentido: o verbo está no futuro, mas há
evidenciar a qual tempo verbal se referia. uma expressão adverbial que trata do passado (“semana
B optou por utilizar um verbo no futuro para tratar de uma passada”). Os dois personagens que comentam a posta-
ação futura, sendo incompreendido por seus leitores. gem são do filme De volta para o futuro, por isso eles su-
C utilizou uma expressão no passado para se referir a gerem que o autor da publicação tenha viajado no tempo.
uma ação no futuro. Alternativas a e c: incorretas. O autor da publicação evi-
D modificou o sentido de um enunciado ao utilizar, in- dencia o tempo na expressão adverbial “semana passada”,
tencionalmente, o verbo no futuro em vez de usá-lo que indica o passado. Além disso, a foto da festa enfatiza
no passado. que o fato já aconteceu.
E construiu um enunciado sem sentido por inadequação Alternativas b e d: incorretas. Os elementos da tira indi-
da forma escrita do verbo no passado. cam que a troca do passado pelo futuro não foi intencio-
nal. Trata-se de um erro, que foi depreciado pelas outras
personagens.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 43


QUESTÃO 37  Resposta correta: D
Mídia influencia satisfação corporal Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
de jovens, diz pesquisa da USP
Competência: 3
Estudo de Ribeirão Preto (SP) analisou Habilidade: 9
comportamento de 159 estudantes.
Mulheres tendem a ser mais insatisfeitas A pesquisa mostra a influência da mídia sobre a satisfa-
com a forma física que homens. ção corporal das pessoas, que buscam constantemente
uma imagem idealizada e se perdem ao deixarem de se
[...] O estudo, desenvolvido ao longo de três anos e preocupar com a saúde, como aponta a pesquisa.
meio, analisou o papel da mídia na satisfação corporal Alternativa a: incorreta. Pelo contrário. É trazido no texto
e nos hábitos alimentares entre jovens. Os resultados, que os jovens são bastante influenciados pelo que veem
segundo a nutricionista Maria Fernanda Laus, autora da na mídia, recebendo estímulos que, muitas vezes, levam
pesquisa, mostram que o padrão de beleza veiculado essas pessoas a se alimentar melhor não para ter saúde,
pela mídia pode causar insatisfação com o próprio corpo mas para conquistar o corpo ideal.
entre os jovens. Já a escolha de alimentos considerados Alternativa b: incorreta. Os resultados da pesquisa não
saudáveis está relacionada ao receio de engordar e à apontam para uma influência mútua, apenas para aquela
busca do emagrecimento - e não unicamente pelo desejo que vai da mídia para as pessoas, atingindo, principal-
de manter uma alimentação benéfica para a saúde. mente, os jovens.
[...] Alternativa c: incorreta. A pesquisa aponta uma situação
“Pudemos concluir que a insatisfação acontece quan- alarmante, não devido à suposta venda de produtos sau-
do a pessoa acredita que aquele corpo exposto pela mí- dáveis, mas por revelar o quanto a mídia tem influenciado
dia é o padrão de beleza. A insatisfação se dá por meio nas escolhas alimentares das pessoas e na idealização
de comparação. O ser humano, em geral, quando vê uma de corpos perfeitos.
foto de um indivíduo que ele acha que é superior, tende a Alternativa e: incorreta. A pesquisa demonstra que a mí-
se comparar a ele”, conclui a pesquisadora. dia influencia a imagem que as pessoas fazem de si mes-
[...] Disponível em: http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2013/05/ mas, algo que ocorre devido à comparação com o padrão
midia-influencia-satisfacao-corporal-de-jovens-diz-pesquisa-da-usp.html.
Acesso em: 26 set. 2017. estético disseminado pela mídia.

O texto apresenta os resultados de uma pesquisa que


confirmam a influência que a mídia exerce sobre a ima-
gem corporal das pessoas. De acordo com os resultados
apontados pela pesquisadora, essa influência pode ser
tida como
A insuficiente, uma vez que ela não é capaz de atingir
os jovens.
B mútua, uma vez que tanto as pessoas são influencia-
das pela mídia como a influenciam.
C alarmante, uma vez que demonstra a deturpação da
estética corporal para vender produtos saudáveis.
D perigosa, uma vez que a busca por hábitos saudáveis
não está ligada à saúde, e sim à imagem.
E insignificante, uma vez que, independentemente da
influência da mídia, as pessoas farão uma imagem
irreal de si mesmas.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 44


QUESTÃO 38 

Disponível em: https://goo.gl/3NLgrw. Acesso em: 6 out. 2017.

As personagens das tirinhas de Chico Bento representam


o universo caipira, sua linguagem e seus costumes. Os
acentos na fala do personagem Chico Bento foram utiliza-
dos para marcar a(o)
A tonicidade divergente à da norma-padrão.
B erro de gramática que torna o discurso incoerente.
C necessidade de a sílaba tônica receber acento em
proparoxítonas.
D vício dos falantes da zona rural em acentuar palavras
incorretamente.
E supressão típica de fonemas do dialeto caipira.

Resposta correta: E

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Competência: 8
Habilidade: 25

Na fala da personagem Chico Bento, os acentos foram


utilizados para marcar a supressão de fonemas, como o
“/λ/”, graficamente representado pelo “lh” em “olha” (que
se torna “óia”) e o “/r/” em “chover” (que se torna “cho-
vê”). Apesar de a fala seguir uma variante linguística, os
acentos foram usados seguindo as mesmas regras da
acentuação da norma-padrão (monossílabo tônico e oxí-
tona terminada em “a” ou “e”), porém aplicadas a termos
regionais, uma vez que essas supressões são comuns no
dialeto caipira.
Alternativa a: incorreta. A tonicidade das palavras é a
mesma em relação à da norma-padrão, porém haverá al-
teração na escrita: “chover” não tem acento, mas “chovê”
precisa do acento para marcar a tonicidade – ambas são
oxítonas.
Alternativa b: incorreta. O que ocorre é uma regionaliza-
ção do uso de palavras pertencentes à norma-padrão.
Esse uso não torna o discurso incoerente, pois a mensa-
gem está clara dentro do contexto em que acontece.
Alternativa c: incorreta. A palavra “chovê” é oxítona, e a
palavra “oiá” também.
Alternativa d: incorreta. Ao pensar na lógica da acentua-
ção, os acentos estão colocados de forma correta, uma
vez que foram acentuadas uma oxítona terminada em “e”
e outra terminada em “a”. Isso não representa um vício de
linguagem, mas uma fala típica do meio em que se insere.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 45


QUESTÃO 39  Resposta correta: B

TEXTO I Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


A professora faz prova oral e pergunta para Joãozinho: Competência: 1
– O que você sabe sobre o Tiradentes? Habilidade: 2
– Ah, professora, ele morreu enforcado.
– Só isso? Joãozinho, na piada, faz uso de despiste para escapar
– Poxa, professora, ele foi enforcado, e a senhora ain- do questionamento da professora tentando inverter o foco
da acha pouco? dele. Com isso, o garoto opta por perguntar a ela sobre
Disponível em: www.osvigaristas.com.br/piadas/sobre-tiradentes-20463.html.
Acesso em: 28 set. 2017. um dos sentidos possíveis da expressão “só isso”, que
seria o de ela não considerar o enforcamento como sendo
TEXTO II coisa pouca.
[...] se uma mesma palavra, uma mesma expressão Alternativa a: incorreta. Joãozinho não questiona o co-
e uma mesma proposição podem receber sentidos dife- nhecimento da professora sobre Tiradentes, mas sua opi-
rentes [...] conforme se refiram a esta ou àquela formação nião sobre a morte dele.
discursiva, é porque uma palavra, uma expressão ou uma Alternativa c: incorreta. O aluno não faz considerações
proposição não tem um sentido que lhe seria “próprio”, sobre a dificuldade da pergunta da professora.
vinculado a sua literalidade. Ao contrário, seu sentido se Alternativa d: incorreta. A professora pergunta sobre uma
constitui em cada formação discursiva, nas relações que personagem para testar o conhecimento do aluno sobre
tais palavras, expressões ou proposições mantêm com o processo histórico da Inconfidência Mineira, sem ter a
outras palavras, expressões ou proposições da mesma intenção de causar tristeza aos alunos.
formação discursiva. [...]
Alternativa e: incorreta. A imagem que poderia gerar seria
PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio.
Campinas: Editora Unicamp, 2014. a de uma professora insensível, e não sem cultura.

Na piada, o humor se constrói a partir da relação hierár-


quica entre os personagens, do contexto em que se in-
sere no cenário da piada e do imaginário do personagem
Joãozinho, que ludibria a professora, algo comum em si-
tuações de sala de aula. Com base na leitura do texto 2,
é possível afirmar que a resposta do aluno no texto 1, no
intuito de fugir à segunda pergunta, constrói, perante a
classe, uma imagem da professora como
A ignorante por saber menos sobre Tiradentes do que ele.
B cruel por achar que o enforcamento de Tiradentes foi
uma pena leve.
C bondosa por fazer uma pergunta fácil à qual ele con-
seguiu responder.
D maldosa por perguntar sobre um episódio triste da
história do Brasil.
E inculta por não saber que Tiradentes foi enforcado.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 46


QUESTÃO 40  Resposta correta: D

TEXTO I Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Competência: 7
Habilidade: 21

Na obra de Delacroix (texto 1), a liberdade é alegoriza-


da pela figura feminina sustentando a bandeira francesa
(forte representação dos ideais de nacionalismo). Com
relação ao romance de Herculano (texto 2), exalta-se o
processo de emancipação política, conquistada por meio
de guerras, que deixa evidente a valorização da história
do país e o sentimento nacionalista presente no Roman-
tismo. Tais fatos podem ser depreendidos nas passagens:
“Que pode hoje embriagar-me, senão uma festa de san-
gue?” e “Já me teria assentado a esse frenético banquete
nas guerras civis, se ainda não vivesse em mim o senti-
DELACROIX, Eugène. A liberdade guiando o povo, 1831. Disponível em: https://upload.
wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a7/Eug%C3%A8ne_Delacroix_-_La_libert%C3%A9_
mento moral [...]”.
guidant_le_peuple.jpg. Acesso em: 7 nov. 2017. Alternativa a: incorreta. No Romantismo, há um afasta-
mento do objetivismo, ou seja, a linguagem e as versões
TEXTO II dos fatos são mais subjetivas. Essa característica pode
[...] ser reconhecida na imagem, uma vez que os valores exal-
Quando o céu é um deserto para a esperança, onde tados, como a liberdade e o nacionalismo, estão metafo-
a acharei na Terra? Que pode hoje embriagar-me, senão rizados visualmente (como se pode notar pela ascensão
uma festa de sangue? da bandeira francesa). No texto 2, por se tratar de um ro-
Já me teria assentado a esse frenético banquete nas mance histórico, que mistura fatos históricos e ficcionais,
guerras civis, se ainda não vivesse em mim o sentimento é possível identificar uma linguagem literária que explora
moral, sentimento irreflexivo, último, todavia, que se des- traços subjetivos, como aparece na citação “Quando o
vanece naquele que por largos anos viveu vida pura de céu é um deserto para a esperança, onde a acharei na
crimes. Mas, sem crime, se pode assentar a ele um des- Terra?”.
graçado como eu ao chamar por nós todos, no meio de Alternativa b: incorreta. A soturnidade e o vocabulário boê-
um grande perigo, a terra de que somos filhos. [...] mio não são características gerais românticas – aplicam-se
HERCULANO, Alexandre. Eurico, o presbítero. mais precisamente à 2a geração. Na imagem, as sombras
estão presentes justamente para destacar as áreas ilumi-
A obra A liberdade guiando o povo, de Eugène Delacroix,
nadas, ou seja, não se apresentam como um recurso so-
ilustra a Revolução de julho de 1830, representou a der-
turno. Além disso, no romance em destaque, não há traços
rocada da dinastia Bourbon, que governava a França. A
de um vocabulário considerado boêmio, pois a linguagem
tela alegoriza, dessa forma, o país, a liberdade e o povo
usada não foge da convencional.
francês. Eurico, o presbítero, por sua vez, é uma obra de
Alternativa c: incorreta. O Romantismo privilegia a emo-
Alexandre Herculano, cuja história narra a luta da per-
ção, e não a razão. Ao abordar as questões de identidade
sonagem principal contra os mouros. Tanto a pintura em
e liberdade, a obra de Delacroix (texto 1) expressa, por
questão quanto o trecho da obra romântica podem repre-
meio das cores e das representações metafóricas, alta
sentar o(a)
carga de dramaticidade e sentimentalismo. Em Eurico, o
A objetivismo nas linguagens visual e verbal, sempre
presbítero (texto 2), a linguagem romântica afasta-se da
mantendo fidelidade ao fato histórico.
objetividade e se firma na intensidade, nas adjetivações
B incorporação do elemento noturno, com as sombras,
e no derramamento emocional, como lido nos questiona-
no visual, e o vocabulário boêmio, no verbal.
mentos do narrador em: “Quando o céu é um deserto para
C domínio da razão sobre a emoção, representada pela
a esperança, onde a acharei na Terra? Que pode hoje
guerra e pela linguagem objetiva romântica.
embriagar-me, senão uma festa de sangue?”.
D sentimento nacionalista, presente na representação
Alternativa e: incorreta. A relação com a natureza é um
da luta e na narrativa dos romances históricos.
fator importante no Romantismo; porém, tanto no texto 1,
E estado emocional do ser humano quando em contato
quanto no texto 2, o objetivo maior é a exaltação do esfor-
com a natureza, a qual o influencia diretamente.
ço humano para a conquista da liberdade de uma nação.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 47


QUESTÃO 41  Resposta correta: B

TEXTO I Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Língua falada Competência: 9
[...] A língua falada é espontânea e tem o reforço dos Habilidade: 28
gestos, do ritmo, da entonação. Uma frase como “Menino,
não faça isso!” pode, na língua falada, ganhar maior ou A espontaneidade é marca principal da linguagem fala-
menor ênfase na comunicação. da, conforme cita o texto I, pois, como a escrita permite
Língua escrita ao falante pensar antes de falar, esta acaba se tornando
mais cuidada. Na conversa de aplicativo apresentada, o
Normalmente um pouco mais cuidada, principalmente
diálogo entre mãe e filho revela uma fala bastante espon-
por aqueles que possuem bons conhecimentos gramati-
tânea, apresentando, inclusive, desvios gramaticais que
cais. Com a noção de certo ou errado, não é tão espon-
são muito comuns da linguagem falada.
tânea quanto a falada. Como a pessoa tem mais tempo
para pensar no que vai transmitir, a tendência é que apre- Alternativa a: incorreta. O diálogo não é prejudicado, pois,
sente menos erros de construção. Mas não tem os recur- como se observa, mãe e filho conseguem manter a comu-
sos da mímica, da entonação etc., o que leva a pessoa a nicação de maneira compreensível.
buscar recursos gráficos que possam ajudá-la a transmitir Alternativa c: incorreta. Segundo o texto I, na linguagem
melhor os seus pensamentos. escrita, é comum recorrer-se a recursos gráficos que au-
[...] xiliam a transmitir melhor os pensamentos. A linguagem
AQUINO, R. Gramática objetiva da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. p. 3. falada conta com a linguagem não verbal nos gestos e
entonações. Já a linguagem escrita, por sua vez, pode-se
TEXTO II utilizar de outros recursos, como a pontuação e o uso de
emojis - representantes típicos da linguagem não verbal.
No texto apresentado, o uso do emoji auxilia a atenuar a
mensagem, trazendo um tom de informalidade e brinca-
deira, por isso agrega sentido à mensagem escrita.
Alternativa d: incorreta. Na linguagem escrita, não se
pode aplicar gestos e diferentes entonações, mas, na lín-
gua falada, isso sempre é possível.
Alternativa e: incorreta. O cuidado com a expressão não
é marca da linguagem falada, e isso se percebe no texto,
que contém vários desvios gramaticais.

Disponível em: https://zapzapdazoeira.blogspot.com.br/2016/02/14-conversas-absurdas-


entre-maes-e.html. Acesso em: 15 set. 2017.

O texto I apresenta aspectos que permitem diferenciar a


língua falada da língua escrita; já o texto II apresenta um
exemplo de linguagem comum atualmente, em especial
nos meios digitais, como nos aplicativos de mensagens
instantâneas. Apesar de ser, na prática, uma manifesta-
ção da língua escrita, o texto II contém características
marcantes da língua falada, como
A o uso de palavras que evidenciam a interlocução,
mas prejudicam o diálogo.
B a espontaneidade e os desvios gramaticais em rela-
ção à norma-padrão.
C o uso de linguagem não verbal, que, no contexto, não
agrega um sentido à mensagem escrita.
D a impossibilidade de se aplicar gestos e diferentes en-
tonações nas palavras.
E a presença de expressões coloquiais que identificam
o cuidado com a linguagem.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 48


QUESTÃO 42  Resposta correta: D

TEXTO I Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Quem pode ser no mundo tão quieto, Competência: 5
ou quem terá tão livre o pensamento, Habilidade: 17
quem tão experimentado, ou tão discreto,
tão fora, enfim, de humano entendimento, Na lírica camoniana, a ideia de “desconcerto do mundo”
que ou com público efeito, ou com secreto,
refere-se às injustiças e desequilíbrios da vida, revelando
lhe não revolva e espante o sentimento,
certa descrença do eu lírico. No primeiro poema, ele re-
deixando-lhe o juízo quase incerto,
ver e notar do mundo o desconcerto? flete sobre tal desconcerto trazendo diversos questiona-
[...] mentos que, ao fim, acabam por consolidar a evidência
CAMÕES, Luís Vaz de. Obras completas de Luís de Camões. dessa desarmonia. No segundo poema, o eu lírico trata
das injustiças que permeiam a existência humana e defi-
TEXTO II nem o desconcerto do mundo, assumindo como exceção
Os bons vi sempre passar
o fato de a justiça ter agido sobre ele, como comprovam
no mundo graves tormentos;
os dois últimos versos.
e, para mais m’espantar,
os maus vi sempre nadar Alternativa a: incorreta. Mesmo que na obra camoniana
em mar de contentamentos. seja possível encontrar referências à transição da Idade
Cuidando alcançar assim Média para o Renascimento, essa temática não se rela-
o bem tão mal ordenado, ciona com a ideia de desconcerto – que reflete as injusti-
fui mau, mas fui castigado: ças e a desarmonia das relações humanas – e não está
Assim que só para mim contemplada nos poemas em questão.
anda o mundo concertado. Alternativa b: incorreta. No texto II, de fato, é possível re-
CAMÕES, Luís Vaz de. Sonetos de Camões.
conhecer a presença de termos antagônicos; no entanto,
O poeta Luís Vaz de Camões, um dos maiores de seu não é possível atribuir o sentido de desconcerto a essas
tempo e da língua portuguesa, fez de sua lírica um lugar antíteses. A utilização desse conceito, no texto, é feita de
de exposição das emoções humanas. Nos poemas lidos, forma mais abrangente, englobando vários elementos,
a ideia de “desconcerto” pode ser atribuída não apenas os que foram trazidos na alternativa.
A à transição do mundo medieval ao mundo humanista. Alternativa c: incorreta. Tanto no texto I quanto no texto II,
B às antíteses básicas como alegria/tristeza; bem/mal; a personagem se dispõe a fazer questionamentos sobre
vida/morte. as injustiças percebidas. Dessa forma, não é possível afir-
C à recusa do eu lírico em questionar-se sobre a justiça mar que o eu lírico não reflita sobre o tema.
divina.
Alternativa e: incorreta. Em ambos os poemas, o eu lírico
D à flagrante injustiça do mundo e à desarmonia das
relações humanas. questiona intensamente as injustiças do mundo, sendo esse
E aos tempos de incerteza e à falta de questionamento tema, inclusive, o foco principal dos trechos apresentados.
sobre as injustiças do mundo.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 49


QUESTÃO 43  Resposta correta: B

TEXTO I Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Canção do exílio Competência: 6
Habilidade: 20
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam, Em ambos os textos, o eu lírico exalta a sua terra natal e
Não gorjeiam como lá. trata dela com saudosismo. Porém, no poema modernis-
ta, fala-se de um local específico (São Paulo), e não de
Nosso céu tem mais estrelas, um território mais vasto, como no poema de Gonçalves
Nossas várzeas têm mais flores, Dias, que tem como referência o Brasil, mas sem uma
Nossos bosques têm mais vida, localidade específica.
Nossa vida mais amores. Alternativa a: incorreta. Na verdade, no poema modernista,
[...] o eu lírico deseja ver o progresso – como fica evidenciado
Não permita Deus que eu morra, na última estrofe –, ou seja, ele não considera que a terra,
Sem que eu volte para lá;
natural e intocada pelo ser humano, seja a mais bela.
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá; Alternativa c: incorreta. Nenhum dos textos trata de ga-
Sem qu'inda aviste as palmeiras, nância. A referência às riquezas da terra se dá pela
Onde canta o Sabiá. exaltação delas, que, no caso, não são entendidas como
DIAS, Gonçalves. monetárias, e sim naturais e subjetivas.
TEXTO II Alternativa d: incorreta. No texto modernista, pode-se
Canto de regresso à pátria identificar que a terra natal continua sendo o alvo da sau-
dade e que essa temática não deixou de existir.
Minha terra tem palmares Alternativa e: incorreta: Oswald não intencionou escla-
Onde gorjeia o mar
recer a qual terra Gonçalves Dias fez referência em seu
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá texto. O modernista buscou apenas particularizar a visão
sobre a terra natal, aproveitando a temática, mas não
Minha terra tem mais rosas subvertendo o sentido do texto original ou desejando dar
E quase que mais amores a ele uma nova significação. Além disso, no texto I, é pos-
Minha terra tem mais ouro sível inferir que se trata do Brasil.
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.
ANDRADE, Oswald de.

A “Canção do exílio”, do romântico Gonçalves Dias, é uma


das composições mais retomadas na literatura brasileira,
tanto na estrutura quanto na temática. No poema “Canto
de regresso à pátria”, o modernista Oswald de Andrade
retoma a canção original para
A confirmar a visão romântica em relação à terra: quanto
mais natural, mais bela.
B aproveitar a temática de exaltação da terra, mas refe-
rindo-se a um local mais particular.
C explicitar a ganância que fica implícita na canção ori-
ginal ao tratar das riquezas da terra.
D expressar uma nova possibilidade de leitura, na qual
a terra natal não é mais o alvo da saudade.
E esclarecer, com precisão, sobre qual terra o poeta
romântico estava se referindo em seu texto.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 50


QUESTÃO 44  Resposta correta: E
Aceleração eletrizante Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Não passa de 2% a parcela dos carros elétricos no co- Competência: 8
mércio mundial de veículos novos. Diante da cifra pouco Habilidade: 27
entusiasmante, pode soar prematura a decisão da França
e do Reino Unido de banir em 2040 a venda de automó- No início do terceiro parágrafo, o autor declara que a
veis com motores de combustão interna. [...]
demanda por petróleo sofrerá uma queda; após essa
Há dois fatores por trás da recente excitação com os
elétricos. Primeiro, a queda de 73%, desde o ano 2000, afirmação, ele utiliza a conjunção concessiva “embora”
no custo das baterias de íons de lítio. Depois, os cortes para indicar que esse impacto não será atenuado, uma
nas emissões de gases do efeito estufa com que os paí- vez que, em muitos lugares, a energia elétrica ainda é
ses se comprometeram no Acordo de Paris. [...] fornecida por meio da queima de combustíveis fósseis,
Tudo indica que a tecnologia baseada em combustão derivados do petróleo.
interna se destina ao ferro-velho. A demanda por petróleo Alternativa a: incorreta. A ideia não é de alternativa, mas
também sofrerá, embora a eletricidade para recarregar as de contrariedade ao que foi dito antes, pois a informação
baterias continue a ser fornecida, em várias partes, por inicial desse parágrafo aponta para outro sentido: a de-
usinas movidas a combustíveis fósseis. manda tende a diminuir.
Contudo, a queda nos preços das baterias (preveem-se Alternativa b: incorreta. A conjunção traz a ideia de contra-
outros 50% de redução nos próximos anos) segue ritmo com-
riedade ao fato de que a demanda por petróleo diminuirá,
parável à dos painéis solares, que geram energia sem agravar
o efeito estufa. São revoluções tecnológicas convergentes. [...] uma vez que a energia ainda é fornecida por usinas movi-
Folha de S.Paulo. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/opiniao/2017/08/ das a combustíveis fósseis.
1906329-aceleracao-eletrizante.shtml?cmpid=topicos. Acesso em: 6 out. 2017.
Alternativa c: incorreta. Não se trata de conclusão, porque
Para estabelecer a progressão das ideias dentro de um essa ideia não foi explorada no texto. O que se traz é uma
texto, utilizam-se expressões que fazem a ligação entre ideia contrária ao fato de que o petróleo sofrerá queda.
as diversas partes dele. A conjunção “embora”, no terceiro
Alternativa d: incorreta. A explicação inicial sobre a proibi-
parágrafo, tem como função introduzir uma ideia
A alternativa à demanda crescente por petróleo para a ção dos motores à combustão não se relaciona diretamen-
produção de energia. te com a ideia de contrariedade, marcada pela conjunção
B aditiva à informação de que o petróleo deixará de ser “embora”, tampouco explica o motivo dessa proibição.
necessário no futuro.
C conclusiva ao pressuposto de que o petróleo tende a
se tornar obsoleto.
D explicativa à questão inicial de que os motores à com-
bustão serão proibidos.
E de ressalva ao fato de que a demanda por petróleo
poderá ter quedas.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 51


QUESTÃO 45  Resposta correta: C
TEXTO I
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Competência: 7
Habilidade: 21

As palavras-chave do discurso presente nos textos são


“futuro” e “sustentabilidade”, já que, nos dois casos, a
motivação para se premiar uma ideia ou para educar as
pessoas é a preocupação com o futuro do planeta, cuja
qualidade depende de uma mudança nas ações de todos.
Alternativa a: incorreta. Embora a necessidade de preser-
vação das matas e da biodiversidade esteja contida no
discurso da sustentabilidade, não é essa a ideia motiva-
dora existente nos textos.
Alternativa b: incorreta. A quantidade de lixo, de fato, pode
Disponível em: www.cannes.com.br/case-abap.html. Acesso em: 24 nov. 2017. ser apontada como uma preocupação constante; no en-
TEXTO II tanto, não há nada indicando que essa é a questão que
[...] motiva os discursos apresentados.
As duas últimas décadas testemunharam a emergên- Alternativa d: incorreta. Essa iminência não é demonstra-
cia do discurso da sustentabilidade como a expressão da nos textos, embora haja tal preocupação.
dominante no debate que envolve as questões de meio Alternativa e: incorreta. A preocupação com o clima está
ambiente e de desenvolvimento social em sentido amplo. presente no discurso da sustentabilidade, mas não apare-
[...] Há pouco mais de uma década, observa-se, entre os ce de forma específica nos textos expostos.
organismos internacionais, as organizações não governa-
mentais e nas políticas públicas dirigidas à educação, am-
biente e desenvolvimento de alguns países, uma tendência
a substituir a concepção de educação ambiental, até então
dominante, por uma nova proposta de “educação para a
sustentabilidade” ou “para um futuro sustentável”. [...]
LIMA, Gustavo da Costa. O discurso da sustentabilidade e suas implicações para a
educação. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
753X2003000300007. Acesso em: 23 nov. 2017.

O anúncio apresentado no texto I exemplifica o tipo de


discurso presente no texto II: o da sustentabilidade.
Esse discurso é motivado por um argumento, presente
nos dois textos, que diz respeito à(ao)
A necessidade de preservação das matas e da
biodiversidade.
B preocupação com a quantidade de lixo gerado pelo
crescente consumismo.
C ideia de que um futuro melhor para o planeta depende
das ações das pessoas.
D possibilidade de os seres humanos estarem na imi-
nência da extinção.
E ameaça constante à estabilidade do clima no Planeta
Terra.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 52


INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
• O rascunho deve ser feito no espaço apropriado.
• O texto definitivo deve ser escrito a tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas
desconsiderado para efeito de correção.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
• Tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”.
• Fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
• Apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.
__________________________________________________________________________________________

TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
Entenda o que é vício segundo a psicologia
[...]
Para a psicologia, o vício é um mecanismo de fuga emocional em que o indivíduo obtém prazer e foge de sua dor.
Existem infinitos tipos de vícios, que são prejudiciais em diferentes proporções. O que separa o vício de um hábito
comum é justamente o prejuízo que esse comportamento causa na vida da pessoa.
[...]
Existem muitos fatores que levam uma pessoa a desenvolver um vício: desequilíbrio emocional, necessidade de
ser aceito, baixa autoestima, insegurança, busca por status ou influência do comércio e da mídia. Alguns aspectos da
infância também podem interferir diretamente no desenvolvimento de vícios [...]
Disponível em: www.sbie.com.br/blog/entenda-o-que-e-vicio-segundo-psicologia/. Acesso em: 30 out. 2017.

TEXTO II

Álcool
Por ser de fácil acesso, lícito e socialmente aceitável, o álcool se consolida como um dos vícios mais comuns.
O consumo desmedido pode começar em qualquer época da vida, inclusive na adolescência.

Jogos
O avanço das tecnologias e o acesso à Internet não deixam de ser combustível novo para um vício antigo: o jogo. Se,
antes, o mais comum eram as apostas em corridas, rinhas, jogos do bicho e de azar, hoje o leque é muito maior.

Cigarro
A nicotina é uma substância que gera dependência severa e o vício ao cigarro também é sustentado por um
componente social, já o momento do "cigarro" não deixa de ser uma pausa na rotina para a socialização.

Drogas ilícitas
Cocaína, heroína, crack e drogas sintéticas como o ecstasy são os expoentes quando se fala em drogas ilícitas.
O consumo desse tipo de substância vem crescendo, e já não está mais associado a um estilo de vida específico.

Fonte: https://br.mundopsicologos.com/artigos/quais-sao-os-vicios-mais-comuns. Acesso em: 30 out. 2017.

TEXTO III
[...] As consequências sociais e econômicas causadas pelas drogas no Brasil e no mundo deixou de ser uma
questão individual e passou a ser uma problemática difusa, afetando a todos de uma sociedade, além de alcançar
todas as classes sociais. [...]
[...]
Disponível em: www.progep.ufpa.br/progep/docsDSQV/ALCOOL_E_DROGAS.pdf. Acesso em: 30 out. 2017.

______________________________________________________________________________________________

PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Caminhos
para combater o problema do vício no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 53


Redação:

tema:
Comentário do

O vício, independentemente de suas características,


traz diversos prejuízos ao um indivíduo e para as pes-
soas que estão à sua volta (família, amigos, colegas de
trabalho etc.). Por isso, é de extrema importância dis-
cutir as causas e os efeitos das diferentes formas de
dependência presentes na sociedade atual. Os textos
apresentam alguns dos fatores psicológicos que envol-
vem o tema, bem como suas consequências no âmbi-
to individual e social. A proposta de intervenção, nesse
caso, não pode ser simplista, pois deve-se considerar
tanto a conscientização das pessoas para que elas não
desenvolvam tais vícios, como também a melhor manei-
ra de lidar com esse problema nos dias de hoje.

LC - 1o dia | Ciclo 1 - Página 54


CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS Resposta correta: C
TECNOLOGIAS
Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Questões de 46 a 90 Competência: 1
Habilidade: 4
QUESTÃO 46 
O texto expõe características da Antropologia como ciência
Tal ciência estuda o homem como ser biológico, social e que estuda o homem (ser humano – antropos, na língua
cultural. Sendo cada uma dessas dimensões por si só muito grega) nas suas mais diversas complexidades culturais e
ampla, o conhecimento produzido por tal ciência geralmen- sociais.
te é organizado em áreas que indicam uma escolha prévia Alternativa a: incorreta. As características apontadas dia-
de certos aspectos a serem privilegiados como: “Física ou logam com a Sociologia, mas, mesmo possuindo áreas
Biológica” (aspectos genéticos e biológicos do homem), “So- comuns à Antropologia, aquela possui especificidades
cial” (organização social e política, parentesco, instituições próprias na forma de análise da sociedade. A Sociologia
sociais), “Cultural” (sistemas simbólicos, religião, comporta- considera os seres humanos organizados socialmente
mento) e “Arqueologia” (condições de existência dos grupos e foca no comportamento deles enquanto pertencentes
humanos desaparecidos). Além disso, podemos utilizar ter- a uma coletividade, no modo como se relacionam, em
mos como [...] “Etnologia” e “Etnografia” para distinguir dife- como criam instituições para a busca de um objetivo em
rentes níveis de análise ou tradições acadêmicas. comum, na maneira como resolvem conflitos etc.
[...] Alternativa b: incorreta. O homem, enquanto objeto de co-
SILVA, Vagner Gonçalves. Disponível em: https://goo.gl/1FGa42.
Acesso em: 4 set. 2017 (adaptado). nhecimento, sempre esteve presente na reflexão filosófica;
entretanto, a Filosofia abrange não só o conhecimento do
O texto demonstra características pertinentes à ciência
ser humano, conforme exposto na alternativa, mas tam-
(ou campo do conhecimento) conhecida(o) como:
bém o interesse pelos diversos problemas existenciais que
A Sociologia, que estuda as relações humanas, as es-
o envolve.
truturas sociais e suas influências sobre os sujeitos.
Alternativa d: incorreta. Ainda que o fenômeno religioso
B Filosofia, como saber fundado na razão, que busca res-
e o universo simbólico também sejam objeto de estudo
postas acerca das questões fundamentais da existência.
da Ciência da Religião, os pressupostos estabelecidos no
C Antropologia, enquanto estudo do homem e das di-
texto de apoio se referem à Antropologia, visto que abran-
versas sociedades e culturas, assim como seu com-
gem uma análise mais ampla. O texto, portanto, aplica-se
portamento sociocultural.
à ciência do ser humano, trazendo conceitos antropológi-
D Ciência da Religião, que se dedica ao estudo do fenô-
cos em diversos aspectos.
meno religioso e das religiões, seus desdobramentos
Alternativa e: incorreta. A Psicologia comportamental,
históricos e suas relações na sociedade.
também conhecida por “behaviorismo”, é uma área do
E Psicologia comportamental, que possui como objeto
conhecimento que se restringe a estudar o comporta-
de estudo o comportamento humano, sendo uma teo-
mento humano (em algumas vertentes, também o com-
ria oposta ao estruturalismo.
portamento animal, mas sempre com vistas à compre-
ensão do humano), sem considerar as relações sociais
em nível macro, bem como a dimensão política, cultural,
simbólica e arqueológica, típicas da Antropologia. Por-
tanto, a Psicologia comportamental não corresponde à
maior parte das características apresentadas no texto
de referência.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 55


QUESTÃO 47  Resposta correta: D
[...] Foram 33 votos a favor, 13 contra e dez absten-
ções na votação da Partilha, que culminou na criação do
Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Estado de Israel. Competência: 2
Entre os que não apoiaram a divisão, além dos países Habilidade: 7
árabes, estavam nações como a Grã-Bretanha, Grécia,
Turquia, Argentina, China, México, Colômbia, Chile e A criação do Estado de Israel representava a vitória de
Cuba. Mas Estados Unidos e União Soviética, que eram uma das bandeiras do sionismo, movimento que defendia
as duas grandes potências da época, defendiam a partilha a formação de uma nação para os judeus na região da
da Palestina histórica em um Estado judaico e outro árabe. Palestina. Por outro lado, como a situação foi imposta aos
Como Moscou e Washington, o Brasil também se po- árabes, foi gerado um relacionamento hostil entre eles e
sicionou a favor da divisão. E um dos grandes responsá- os judeus.
veis pela aprovação da partilha que culminou na criação do Alternativa a: incorreta. Os judeus não foram expulsos da
Estado de Israel foi o embaixador brasileiro Osvaldo Ara- Europa após a guerra, embora tenham emigrado devido
nha, que presidiu a sessão histórica da Assembleia Geral ao antissemitismo em algumas regiões.
da ONU. Devido a pressões dos americanos e soviéticos, Alternativa b: incorreta. Israel não foi uma colônia britâ-
Aranha [...] pediu para que a ONU “não aceitasse adiar a nica, embora sua criação tenha se dado em um território
votação e aprovasse de imediato a partilha, não levando sob controle do Império Britânico.
em conta esforços dos países árabes para um acordo”. Alternativa c: incorreta. Os conflitos entre árabes e ju-
deus, no contexto da criação do Estado de Israel, não se
Uma das propostas [...] era retornar a questão para devem a disputas envolvendo petróleo.
a Comissão ad hoc sobre a Palestina, levando em conta Alternativa e: incorreta. Os conflitos mencionados não
as sugestões dos países árabes. Estes eram contra a di- foram motivados pelo avanço de ideologias neonazistas
visão do território em dois países, argumentando que os entre os árabes.
árabes eram maioria mesmo no Estado judaico.
CHACRA, Guga. “O Brasil na criação de Israel e da Palestina”, 21 set. 2011. Estadão.
Disponível em: http://internacional.estadao.com.br/blogs/gustavo-chacra/de-1947-a-2011-o-
brasil-na-criacao-de-israel-e-da-palestina/. Acesso em: 6 nov. 2017.

A criação do Estado de Israel, em 1948, desencadeou


uma série de conflitos na região, que se mantém tensa até
os dias atuais. São razões para a criação do Estado de
Israel e o surgimento desses conflitos, respectivamente,
A a expulsão dos judeus da Europa após a Segunda
Guerra Mundial e a anexação, por Israel, de territórios
de países vizinhos.
B a descolonização e restauração de Israel após anos
de colonialismo britânico e os conflitos religiosos en-
tre judeus e muçulmanos.
C a situação de refugiados durante a Segunda Guerra
Mundial e as disputas por regiões petrolíferas em terri-
tório israelense.
D a vitória de uma das bandeiras do movimento sionista
judaico e a reação dos árabes da região a uma medi-
da que lhes foi imposta.
E o reflexo de sentimentos antissemitas em diversas na-
ções ocidentais e a disseminação de ideologias neona-
zistas em países árabes.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 56


QUESTÃO 48 Resposta correta: B

As expedições que partiam da vila de São Paulo varre- Tecnologias


Ciências Humanas e suas
ram os sertões mineiros até onde foi possível, tratando de Competência: 3
ocultar dos representantes da Coroa na colônia a existência Habilidade: 15
de ouro na área. Os paulistas tinham um bom motivo para
agir assim: manter longe de casa a incômoda presença da A relutância em reportar à Coroa portuguesa sobre o ouro
administração colonial, sobretudo no que se referia ao peso existente na região das Minas se dá pela busca de auto-
dos tributos e ao rigor na aplicação da legislação metropoli- nomia dos paulistas em relação à exploração desse me-
tana que impunha limites à escravização dos indígenas. tal, uma vez que a metrópole aplicaria taxas e cobraria
SCHWARCZ, L. M.; STARLING, H. Brasil: uma biografia.
São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
impostos, controlando toda a exploração aurífera. Dessa
forma, com o intuito de defender seus interesses na re-
O texto anterior aponta para o fato de os bandeirantes terem gião, os paulistas tentaram retardar a presença metropo-
relutado em informar à metrópole da existência de ouro na litana nas Minas Gerais.
região das Minas Gerais, o que se deu em decorrência da(s) Alternativa a: incorreta. O mercantilismo – política econô-
A políticas de livre comércio e de extração do ouro, mica praticada pela Coroa portuguesa – ia contra o livre
impostas pela metrópole, especialmente durante o comércio, pois tinha como uma das principais caracterís-
governo do Marquês de Pombal. ticas a intervenção estatal na economia. Dessa forma, a
B busca de autonomia por parte dos paulistas, pois a exploração do ouro brasileiro se deu sob um rígido contro-
Coroa pretendia um rígido controle econômico sobre le e taxação da metrópole a fim de garantir seus ganhos
a exploração do ouro. no negócio.
C união de forças entre bandeirantes e jesuítas em defesa Alternativa c: incorreta. Jesuítas e bandeirantes adota-
da escravidão indígena, que era proibida pela Coroa. vam perspectivas diferentes em relação à escravização
D riqueza existente na Vila de São Vicente, que permi- indígena. Enquanto os bandeirantes tentavam apresar os
tia aos paulistas agirem sem a necessidade de verba nativos para o trabalho escravo, os jesuítas eram contrá-
metropolitana. rios à escravidão. Essa contradição levou a vários confli-
E movimentadas rotas de comércio que existiam entre o tos no interior brasileiro.
litoral brasileiro e o sertão, as quais eram controladas Alternativa d: incorreta. A Vila de São Vicente era extre-
pelos paulistas. mamente pobre, o que motivou os paulistas a se lança-
rem em busca de riquezas no sertão brasileiro.
Alternativa e: incorreta. Não existiam rotas de comércio
entre o sertão e o litoral no Brasil, sendo que as expe-
dições bandeirantes foram as responsáveis por construir
uma ligação entre essas regiões do território brasileiro.
Essas rotas eram poucas e, mesmo após a descoberta
do ouro, extremamente perigosas, uma vez que existia o
risco de ataques indígenas, de quilombolas, ladrões, en-
tre outros.

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QUESTÃO 49  QUESTÃO 50 

E como o que a vontade quer é sempre a vida, isto é,


a pura manifestação dessa vontade, nas condições con-
venientes para ser representada, é, então, um pleonasmo
dizer: “a vontade de viver” e não simplesmente “vontade”,
pois é a mesma coisa.
SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e representação.
In: Dicionário Filosófico de Citações. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

Esse trecho do filósofo Schopenhauer, que versa sobre a


condição humana, aponta para
A a vida como manifestação da pura vontade.
B a necessidade de dissociar a relação entre vontade
e vida.
C uma perspectiva clássica que considera o homem um
ser racional.
D uma crítica à vontade, uma vez que essa é causa do
sofrimento humano.
E a revolução social como necessária para transformar
a natureza humana.

Resposta correta: A
Disponível em: http://economicstudents.com/2013/03/china-in-africa-mutual-
Tecnologias
Ciências Humanas e suas
benefits-or-new-era-of-colonisation/. Acesso em: 5 dez. 2017.

Competência: 1 A relação abordada na figura é um retrato do(a) atual


Habilidade: 1 A investimento produtivo africano em território asiático.
B política de exportação de componentes eletrônicos
Schopenhauer caracteriza a condição humana como uma para a Ásia.
expressão pura da vontade. Por esse motivo, segundo C interesse de potências econômicas na busca por ma-
ele, vida e vontade estão identificadas, de modo que não térias-primas.
faz sentido dizer “vontade de viver”. D desenvolvimento da indústria nos antigos países co-
Alternativa b: incorreta. O trecho diz justamente o contrá- loniais africanos.
rio: a necessidade de se perceber a vida como algo que E interferência asiática em antigas zonas de influência
seja inerentemente vontade, sua manifestação mais pura. norte-americana.
Alternativa c: incorreta. O trecho aponta que a condição
humana é expressão da vontade, e não da razão, como
ensinava a perspectiva da filosofia clássica.
Alternativa d: incorreta. O trecho não critica a vontade,
mas simplesmente a constata como parte inerente da
vida.
Alternativa e: incorreta. O trecho não faz menção à revo-
lução social para transformar a natureza humana; apenas
conduz à ideia de que a transformação ocorre por meio da
manifestação da vontade.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 58


Resposta correta: C

Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Competência: 4
Habilidade: 18

A China é um dos grandes investidores no continente


africano. A África é interessante para os chineses devido
às áreas de importância geopolítica, detentoras de recur-
sos minerais que sustentam o seu acelerado crescimento
econômico.
Alternativa a: incorreta. O investimento mostrado na figu-
ra é de um chinês em território africano. Além disso, não
há capital africano considerável e disponível para investi-
mento produtivo fora do continente.
Alternativa b: incorreta. Não há uma série de investimen-
tos na produção e exportação de componentes eletrôni-
cos para a Ásia, uma vez que não há polos industriais
dessa natureza no continente e não há mão de obra qua-
lificada para tal. A exceção é o que ocorre com a África
do Sul.
Alternativa d: incorreta. O desenvolvimento industrial no
continente ainda é bastante reduzido devido a uma série
de fatores, entre eles, a falta de estabilidade política, a
ineficiência de redes de comunicação e de transporte e a
pouca mão de obra qualificada.
Alternativa e: incorreta. A África sempre foi uma zona de
influência europeia, e não norte-americana.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 59


QUESTÃO 51  Resposta correta: E

Entender a teoria marxista é compreender que Marx Tecnologias


Ciências Humanas e suas
e Engels observaram que, em cada época, os homens, Competência: 3
ao buscarem sua sobrevivência frente à natureza, usaram Habilidade: 11
sua força física e intelectual para produzirem sua sobre-
vida, de uma forma tal que para cada momento existe um Em síntese, o texto trata do materialismo histórico-dialéti-
modo próprio de produzirem sua existência. co, referencial teórico que busca compreender e interpretar
Mas, em cada modo de produção, a consciência dos as complexidades sociais, assumindo, como pressuposto,
homens sempre se transforma, e essa transformação de- a dialética social sob o prisma da história humana como
pende exclusivamente das condições materiais de pro- uma constante luta de classes.
dução, pois não são as ideias que movem a história; ao Alternativa a: incorreta. O conceito de mais-valia, de Marx,
contrário, são as condições históricas que as produzem. não foi tratado no texto e corresponde à parte do valor
Jornal da Cidade. Disponível em: www.jcnet.com.br/editorias_noticias. produzido pelo trabalhador e não repassado pelo detentor
php?codigo=155507&ano=2009. Acesso em: 17 ago. 2017.
do meio de produção. Tal fato resulta na concentração do
Mesmo assumindo alguns conceitos de outros teóricos, Marx capital nas mãos do empresário e na ampliação do distan-
e Engels estabeleceram críticas às propostas de pensadores ciamento entre as classes.
anteriores aos de sua época, bem como à sociedade burgue- Alternativa b: incorreta. Mesmo compondo o ideário de
sa capitalista. Considerando as informações trazidas no tex- Marx, a crítica ao capital não é abordada no texto, que tra-
to, pode-se afirmar que se trata de um breve resumo acerca ta mais propriamente do materialismo histórico-dialético.
da teoria marxista que leva o nome de Alternativa c: incorreta. O estamento social é uma espécie
A mais-valia. de estratificação na qual há pouca mobilidade social e os
B crítica ao capital. indivíduos são classificados, geralmente, por lei ou privi-
C estamento social. légios. A sociedade feudal constitui um bom exemplo de
D estruturalismo antropológico. sociedade estamental.
E materialismo histórico-dialético. Alternativa d: incorreta. Estruturalismo antropológico é a
teoria criada por Claude Lévi-Strauss (1908-2009), que
foi utilizada na análise de diversas sociedades, entre as
quais a dos nativos brasileiros.

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QUESTÃO 52  Resposta correta: C

Sua obra [de Pombal], realizada ao longo de muitos anos Tecnologias


Ciências Humanas e suas
(1750-1777), representou um grande esforço no sentindo de Competência: 2
tornar mais eficaz a administração portuguesa e introduzir Habilidade: 9
modificações no relacionamento metrópole-colônia. A refor-
ma constituiu uma peculiar mistura do velho e do novo, ex- O Período Pombalino foi marcado por uma contradição
plicável pelas características de Portugal. Ela combinava o das ações em relação à metrópole e à colônia. Enquanto
absolutismo ilustrado com a tentativa de uma aplicação con- Portugal modernizava sua administração e adotava práti-
sequente das doutrinas mercantilistas. Essa fórmula geral se cas iluministas, o Brasil materializou essa tendência por
concretizou em uma série de medidas. meio do maior controle metropolitano na colônia, o que
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995. gerou um descontentamento por parte da elite colonial, a
qual buscava maior autonomia e procurava pagar menos
Marquês de Pombal se destacou na história luso-brasilei-
impostos. Para a metrópole portuguesa, o maior controle
ra durante o período em que foi primeiro-ministro do rei
e o aumento de impostos sobre os colonos eram neces-
D. José I (1750-1777), quando buscou modernizar as es-
sários para acumular capitais, com o intuito de moderni-
truturas do Estado português, adotando ideias iluministas,
zar a economia e a sociedade de Portugal. A adoção de
mas, ao mesmo tempo, de caráter absolutista. Em relação
ideias iluministas que mantêm uma prática absolutista é
ao Brasil, o período pombalino é caracterizado pelo(a)
chamada de despotismo esclarecido ou absolutismo ilus-
A estreitamento das relações com a Igreja Católica e pela
trado, como aponta o texto.
supressão da escravidão na colônia.
Alternativa a: incorreta. Como parte das práticas iluminis-
B modernização econômica e pela autonomia administrati-
tas, Pombal afastou o Estado português da Igreja Cató-
va dada às elites coloniais.
lica, sendo a expulsão dos jesuítas, tanto das colônias
C aumento da tributação e do controle sobre a produ-
portuguesas como da metrópole, uma das ações mais
ção colonial para financiar a modernização econômi-
importantes do período.
ca metropolitana.
Alternativa b: incorreta. A Coroa portuguesa não acabou
D adoção, por parte da Coroa, de medidas liberais, como o
com as práticas mercantilistas em relação à colônia, mui-
fim da cobrança de impostos na região das Minas Gerais.
to menos deu autonomia administrativa para as elites
E liberação da escravidão indígena e pela expulsão dos
coloniais. Durante o período pombalino, a Coroa buscou
jesuítas das terras coloniais.
aumentar sua presença na colônia para garantir a otimi-
zação da exploração dos recursos.
Alternativa d: incorreta. O liberalismo econômico não foi
adotado por Portugal, que visou controlar a economia co-
lonial para que os recursos se destinassem à metrópole.
Alternativa e: incorreta. Os jesuítas foram, de fato,
expulsos da América portuguesa. No entanto, a
escravidão indígena não foi liberada; ao contrário, Pombal
a aboliu e reconheceu a igualdade entre os nativos e os
portugueses, garantindo dessa forma a posse das terras
americanas e definindo as fronteiras brasileiras.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 61


QUESTÃO 53  Resposta correta: D

De resto, graças aos deuses, tornei-me soberano na Tecnologias


Ciências Humanas e suas
casa dele e, em um piscar de olhos, apoderei-me do miolo- Competência: 3
-mole de meu dono. O que há mais para dizer? Ele me Habilidade: 11
colocou como herdeiro juntamente com o imperador, e eu
recebi um patrimônio digno de um patrício. No entanto, nin- No início de seu relato, o personagem Trimalquião revela
guém fica satisfeito com nada. Tive a ganância de negociar. já ter sido escravizado, sendo ainda o herdeiro/sucessor
[...] Fiz outros navios maiores [...], carreguei-os novamente de seu amo. Em seguida, o trecho relata ainda que Tri-
com vinho, toucinho, cereal, perfume, escravos. [...] Rapi- malquião, ao conseguir uma certa quantia em dinheiro, in-
damente se fez a vontade dos deuses. Em uma única via- veste em atividades comerciais, tornando-se um homem
gem eu cheguei a ganhar dez milhões redondos. [...] De- rico, que passou a fazer empréstimos a outros libertos.
pois que passei a ter mais do que minha pátria inteira, dei Alternativa a: incorreta. Embora o nascimento estivesse
um basta: tirei meu corpo fora do tráfico de mercadorias
associado a certos privilégios da sociedade romana anti-
e comecei a emprestar dinheiro a juros para os libertos.
ga, a economia comercial possibilitava o enriquecimento
PETRÔNIO. Satíricon. Canto LXXVI.
de uma nova camada social de mercadores.
Escrita por volta do ano 60 d.C., a obra Satíricon mostra Alternativa b: incorreta. A expansão romana não eliminou
a sociedade romana em um momento de grande desen- a escravidão; ao contrário, ampliou o número de escra-
volvimento e expansão. No fragmento apresentado, a per- vos oriundos de outras populações conquistadas ao longo
sonagem Trimalquião conta sua trajetória de vida, sendo das guerras de expansão.
possível identificar a partir dessa história a(o) Alternativa c: incorreta. Mesmo concentrando a proprie-
A manutenção dos privilégios de nascimento, os quais
dade de terras nas mãos da elite romana, a expansão
limitavam a mobilidade social.
não teve um potencial limitado, pois abriu possibilidades
B ampliação do mercado devido ao fim da escravidão
associadas ao comércio de escravos e produtos vindos
entre os romanos.
das novas províncias.
C limitado potencial da expansão romana, que reservou
as terras aos senadores. Alternativa e: incorreta. Ainda que as condições do enri-
D existência de uma camada de libertos enriquecidos quecimento apontadas por Trimalquião guardem algumas
por meio da atividade comercial. semelhanças com o sistema capitalista, o uso do conceito
E início de relações capitalistas, ao atribuir o próprio su- é anacrônico para descrever a economia romana. Além
cesso ao esforço individual. disso, o fato do sucesso individual é atribuído às interven-
ções divinas, como outros aspectos da vida romana.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 62


QUESTÃO 54  Resposta correta: D

O comércio mundial deve registrar uma tímida recu- Tecnologias


Ciências Humanas e suas
peração em 2017, em consequência da incerteza política, Competência: 4
anunciou nesta quarta-feira (12/04/2017) a Organização Habilidade: 18
Mundial do Comércio (OMC) em suas previsões. Para
2016, a OMC anunciou inicialmente a previsão de cresci-
A prática criticada é o protecionismo econômico, quando
mento de 2,8% do comércio mundial, mas, em setembro,
são estabelecidas ações governamentais como aporte
viu-se obrigada a reduzir para 1,7%. Mas o resultado final
de 2016 foi inferior inclusive à revisão (1,3%), recorda o de subsídios, barreiras alfandegárias e outras estratégias
brasileiro Roberto Azevêdo, diretor-geral da OMC. Em para defender determinados setores econômicos nacio-
2017, o comércio mundial deve ser acompanhado por um nais. Tais condutas são antagônicas aos objetivos gerais
crescimento econômico mundial projetado de 2,7%, maior da OMC, instituição que defende a ampliação do fluxo co-
que o de 2016 (2,3%). O diretor-geral da OMC advertiu, mercial entre os países.
no entanto, que, se os dirigentes políticos tentarem criar Alternativa a: incorreta. A internacionalização do capital
empregos com a adoção de restrições às importações, “o compreende uma etapa do capitalismo global em que a
comércio não poderá ajudar a estimular o crescimento e fluidez dos fluxos financeiros alcançou enorme intensi-
poderia inclusive frear a recuperação”. dade, fenômeno que ocorre concomitantemente com o
http://exame.abril.com.br/economia/omc-preve-recuperacao-timida-do- aumento da fluidez do comércio internacional, princípio
comercio-mundial-em-2017/. Acesso em: 5 dez. 2017 (adaptado).
defendido pela OMC.
A advertência do diretor-geral da OMC refere-se a um Alternativa b: incorreta. A desregulamentação da econo-
conjunto de medidas conhecido como mia representa uma das características do neoliberalismo,
A internacionalização do capital. marcado pela retirada dos entraves para o desenvolvimen-
B desregulamentação da economia. to dos setores bancário e financeiro, oferecendo maior
C autoritarismo político. liberdade para os investidores que podem contribuir para
D protecionismo econômico. o desenvolvimento de investimentos em diferentes merca-
E estatização das atividades produtivas. dos globais e cujo controle não está entre as competências
da OMC.
Alternativa c: incorreta. A ampliação de regras econômi-
cas e restrições às importações não configura um regime
político ditatorial, uma vez que países democráticos utili-
zam estratégias protecionistas, que não são exclusivas
de países que apresentam governos autoritários.
Alternativa e: incorreta. A estatização das atividades
produtivas ocorre quando o Estado assume o papel de
empresário e gestor de um determinado setor econômico.
No caso da ação evidenciada na última linha do excerto,
as restrições às importações estão relacionadas à criação
de regras para o comércio, e não ao Estado substituindo
a iniciativa privada.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 63


QUESTÃO 55  Resposta correta: B
Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Competência: 6
Habilidade: 28

O terraceamento é um método de cultivo elaborado para


a contenção de erosões causadas pelo escoamento da
água em áreas íngremes. Essa técnica busca retirar a for-
ça das águas das chuvas que, ao escoarem, removem
uma grande quantidade de sedimentos do solo.
Alternativa a: incorreta. Apesar de os terraços protegerem
os rios do assoreamento, eles não influenciam diretamen-
te na proteção de nascentes.
Disponível em: http://revistagloborural.globo.com/Noticias/noticia/2015/10/novos-chefs- Alternativa c: incorreta. Apesar de permitir um manejo dis-
peruanos-valorizam-cozinha-inca.html. Acesso em: 6 dez. 2017.
tinto entre os terraços, essa não é uma das razões da
A imagem mostra uma técnica agrícola ancestral conheci- utilização do terraceamento.
da como terraceamento, ainda muito utilizada na América Alternativa d: incorreta. Mesmo com a construção de ter-
Andina. Qual o principal benefício alcançado pela imple- raços, as áreas de encosta são de difícil implementação
mentação desse tipo de cultura? de máquinas agrícolas, devido aos obstáculos existentes
A A proteção das nascentes dos rios, porque as áreas de para o seu deslocamento.
cultivo não são desmatadas. Alternativa e: incorreta. O tipo de cultivo que se utiliza das
B A diminuição do processo de erosão laminar nas áreas áreas às margens dos rios é conhecido como “agricultura
de encosta. de várzea”, a qual é bastante utilizada em regiões com
C A facilitação do uso de fertilizantes de formas distintas rios que possuem um período de cheia sobre a planície
entre as culturas. de inundação.
D A facilitação do uso de carroças, no passado, e de má-
quinas agrícolas, atualmente.
E A ocupação das áreas das margens dos rios, normal-
mente mais férteis.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 64


QUESTÃO 56 

Nos territórios chamados de senhorias, os nobres – os senhores –, que moravam muitas vezes nos castelos-
-fortes, dominavam uma população de chefes de família nobres menos poderosos, os vassalos, e uma massa de
camponeses. O mais importante eram as relações de homem a homem, a fidelidade ao senhor em troca de sua
proteção.
LE GOFF, J. Uma breve história da Europa. Petrópolis: Vozes, 2008.

No contexto da organização socioeconômica feudal, as relações pessoais


A se sobrepunham às leis derivadas do poder estatal e da Igreja.
B formavam uma hierarquia derivada do tipo de vínculo com o rei.
C se baseavam nas tradições, devido à ausência de poder estatal.
D garantiam liberdade aos indivíduos em uma sociedade sem Estado.
E se apoiavam na força militar e não em conceitos
hereditários.

Resposta correta: C

Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Competência: 3
Habilidade: 11

As relações pessoais no feudalismo constituíam as estruturas sociais mais importantes, tornando-se, nesse período,
uma tradição na Europa. Devido à ausência da autoridade estatal, o senhorio representava a esfera máxima de poder.
Alternativa a: incorreta. O senhorio se tornou um mecanismo social justamente por causa da ausência do poder do
Estado.
Alternativa b: incorreta. Se as relações senhoriais fossem derivadas dos diferentes tipos de vínculos com o rei, existiria
uma monarquia centralizada, que não está associada ao modelo do senhorio feudal. No feudalismo, o poder é descen-
tralizado, portanto as relações de poder também.
Alternativa d: incorreta. Ao contrário de uma proposta libertária de anarquia, a ausência de um poder central no feuda-
lismo deu origem a diversos poderes locais, que, por sua vez, submetiam as pessoas de uma determinada sociedade
ao domínio de um senhor.
Alternativa e: incorreta. As relações de senhorio são basea­das tanto na força militar quanto em conceitos hereditários,
uma vez que a cavalaria era restrita aos nobres.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 65


QUESTÃO 57 
Principais redes internacionais de informação, 1980-2009

Disponível em: http://cartotheque.sciences-po.fr/media/Principais_redes_internacionais_de_informacao_1980-2009/821/. Acesso em: 5 dez. 2017.

O progresso tecnológico permitiu a ampliação da produção jornalística e a disseminação global das informações, que
agora chegam de forma instantânea a qualquer ponto do planeta. Porém, a imagem mostra que ainda há uma impor-
tante questão acerca da manipulação da informação, representada pela(o)
A acesso democrático e gratuito às informações produzidas.
B controle acionário privado das empresas de comunicação.
C utilização de redes que podem atender a interesses geopolíticos.
D uso de redes de notícias do período da Guerra Fria.
E independência das redes de informação em relação aos agentes publicitários.

Resposta correta: C

Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Competência: 4
Habilidade: 16

Parte das redes de informação é de propriedade do Estado, conta com a participação dele ou é privada (depende de
concessão dos governos para que possa funcionar). Dessa forma, as redes estão sujeitas a noticiar ou mesmo produzir
informação de interesse de agentes comerciais ou estatais.
Alternativa a: incorreta. O acesso não é democrático e também não é gratuito, uma vez que muitas dessas redes só
são acessadas mediante serviços de TV via satélite ou por meio de sites que cobram pelo acesso total à informação.
Alternativa b: incorreta. O fato de haver um controle acionário privado não significa que haja um problema ou uma ques-
tão importante, visto que podem existir acionistas éticos e que exijam uma postura correta da empresa de comunicação
da qual são donos.
Alternativa d: incorreta. Pela data de criação das redes de informação, pode-se observar que a maioria delas foi criada
após o fim da Guerra Fria.
Alternativa e: incorreta. Por haver redes privadas, há a necessidade de publicidade para custear a produção. Além
disso, mesmo nas redes públicas, que não contam com orçamentos suficientes para sua manutenção, é obrigatório o
uso do orçamento estatal para esse fim.

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QUESTÃO 58  Resposta correta: C
TEXTO I
Mulheres nas eleições Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Competência: 5
Eleições 2016 Brasil
Habilidade: 25

Ações como a inclusão de cotas mínimas buscam ampliar


3 a cada 10 candidatos 5 a cada 10 brasileiros a participação feminina na candidatura aos cargos eleti-
são mulheres são mulheres
vos; entretanto, os baixos índices apontam que a situação
de minoria social das mulheres ainda é um problema a
31,2% 51,4% ser resolvido, envolvendo ainda inúmeras outras tensões,
como a exclusão, o preconceito, o machismo, a desinfor-
mação etc.
Fonte: IBGE e TSE (adaptado).
Alternativa a: incorreta. As mulheres configuram a maioria
TEXTO II populacional brasileira, o que não justifica a alternativa
[...] nem a baixa participação delas em candidaturas.
Alternativa b: incorreta. A inclusão de cotas obrigatórias
Cota mínima obrigatória
é uma iniciativa do Estado em prol da inclusão política
Desde 1997, a Lei Eleitoral brasileira exige que os par- feminina.
tidos e as coligações respeitem a cota mínima de 30% de Alternativa d: incorreta. Ao contrário do que afirma a al-
mulheres na lista de candidatos. A norma vale em todas ternativa, a inclusão de cotas obrigatórias destina-se às
as eleições, tanto municipais quanto estaduais e federais. candidaturas de todas as esferas do poder público.
Quando foi editada, a legislação falava em “vagas Alternativa e: incorreta. Os percentuais demonstram uma
preenchidas” e causava divergências de interpretação. situação antagônica à alternativa, ou seja, o número de
Em 2009, a redação da Lei 9 504 foi alterada de “deverá candidatas é inferior à média populacional.
reservar” para “preencherá”. [...]
Disponível em: goo.gl/p4hgHA. Acesso em: 1 dez. 2017 (adaptado).

A abordagem dos textos ressalta um dos grandes proble-


mas sociais brasileiros que se desenvolve também no ce-
nário político. Tal situação demonstra que
A as mulheres constituem uma minoria numérica popu-
lacional, o que explica o menor número na participa-
ção política.
B a falta de engajamento feminino nas candidaturas re-
sulta da ausência de iniciativas e políticas de inclusão
realizadas pelo Estado.
C há reduzida participação feminina em candidaturas,
mesmo com as cotas obrigatórias, o que reflete a
situação de minoria social das mulheres.
D as cotas mínimas obrigatórias inviabilizam a inclusão
das mulheres em todas as esferas do poder público,
pois limitam-se ao âmbito municipal.
E o percentual de candidatas supera a média popula-
cional, apontando para o sucesso das campanhas de
incentivo à participação feminina nas eleições.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 67


QUESTÃO 59  Resposta correta: D

[...] O Terceiro Estado tinha lutado acirradamente, e com Tecnologias


Ciências Humanas e suas
sucesso, para obter uma representação tão grande quanto a Competência: 3
da nobreza e do clero juntas, uma ambição moderada para Habilidade: 15
um grupo que oficialmente representava 95% do povo. E
agora lutava com igual determinação pelo direito de explorar Apesar de o Terceiro Estado ter um número de membros
sua maioria potencial de votos, transformando os Estados equivalente ao da nobreza e do clero juntos, tal represen-
Gerais em uma assembleia de deputados que votariam in- tatividade não garantia o poder de decisão. Isso ocorria
dividualmente, ao contrário do corpo feudal tradicional que devido ao fato de que, nas assembleias, os votos eram
deliberava e votava por ordens ou “Estados” [...]. considerados por Estado, não por indivíduos, o que fazia
HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções: 1789 – 1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
2015, p.78. Disponível em: https://goo.gl/7NBzQq. Acesso em: 6 nov. 2017.
com que o Terceiro Estado, mesmo sendo composto de
um número maior de pessoas, tivesse a mesma repre-
A reunião dos Estados Gerais convocada em 1789 por sentação que os demais. Além, disso, como boa parte do
Luís XVI é considerada o marco inicial da Revolução Fran- clero provinha da nobreza, o Primeiro e o Segundo Es-
cesa. Segundo o fragmento apresentado, nessa assembleia, tados tinham muitos posicionamentos em comum, o que
A o Terceiro Estado garantia a maioria dos votos dos poderia prejudicar os interesses do Terceiro.
participantes e, por isso, pôde impor sua agenda Alternativa a: incorreta. Devido ao sistema de represen-
transformadora. tação por Estado, o fato de o Terceiro Estado ter mais
B o clero e os nobres obtiveram a garantia de que te- representantes nas assembleias não dava a ele maior
riam maior número de representantes e, assim, con- peso nas decisões.
trolariam as votações. Alternativa b: incorreta. O clero e a nobreza tinham o do-
C a transição do absolutismo para a república liberal mínio da assembleia, o que não dependia do número de
teve início, pois foi adotado o princípio de represen- representantes (visto que a existência de muitos mem-
tatividade popular. bros não significava muitos votos; um Estado – um voto),
D a representação do Terceiro Estado não garantia uma mas dos posicionamentos em comum dos Estados.
ampliação de poder efetivo nas deliberações. Alternativa c: incorreta. Os Estados Gerais não compu-
E os delegados do Terceiro Estado eram submetidos nham uma assembleia republicana, mas uma assembleia
a um regime de participação diferente dos demais do absolutismo francês.
representantes. Alternativa e: incorreta. Todos os delegados eram submeti-
dos da mesma forma ao sistema de representação por Es-
tado, não havendo diferenças nos regimes de participação.

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QUESTÃO 60  Resposta correta: C

A política de Platão é dirigida por uma exigência éti- Tecnologias


Ciências Humanas e suas
ca; a sociedade tem de ser, primeiro, moldada na ideia Competência: 5
de Justiça para que a ideia de Justiça possa, depois, Habilidade: 23
encontrar-se na sociedade; é, portanto, necessário que o
Estado, como o mundo do Timeu, seja construído sobre O projeto de governo platônico compreende que a função
um modelo, e que os filósofos se tornem reis ou que os de governar é tarefa do rei-filósofo, o qual tem por missão
soberanos se tornem verdadeiros e sérios filósofos. conhecer e contemplar o bem e guiar com sabedoria os
BRUN, Jean. Platão. Tradução: Filipe Jarro. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1985.
Coleção Mestres do Passado, v. 10. p. 151 (adaptado). demais cidadãos, colaborando para a instauração da jus-
tiça, da ordem e da estabilidade na pólis.
Platão, ao propor seu modelo político, divide a cidade em três Alternativa a: incorreta. A proposta platônica não supõe
classes ou partes, à semelhança da alma humana. Na sua um senado ou corpo jurídico, mas uma sociedade go-
obra A República, o filósofo expõe suas concepções políticas vernada por uma aristocracia que se distinguiria não pe-
defendendo um modelo de governo não baseado na demo- los bens que possui, mas pela capacidade de governar,
cracia ou no poder econômico, mas na conhecida “aristocra- oriunda da experiência filosófica.
cia do espírito”, em que o dever de governar é atributo do
Alternativa b: incorreta. O modelo de governo pensado
A senado e dos juristas, enquanto representantes da
por Platão não concebe um parlamento, mas um conse-
vontade da população.
lho de filósofos, uma classe pura, cuja alma é comparada
B parlamento, que auxilia nas ações executivas do
ao ouro e que auxiliaria o filósofo-rei a governar.
governante.
Alternativa d: incorreta. Os guerreiros comporiam outra
C rei-filósofo, que está apto a gerir a pólis trazendo
classe na sociedade idealizada por Platão, a eles não ca-
estabilidade e ordem.
beria a função de governar, mas de proteger a nação.
D rei-guerreiro, que transita entre as esferas militar e
Alternativa e: incorreta. Os sofistas eram desafetos de
política da pólis.
Sócrates e de Platão por assumirem uma concepção filo-
E mestre sofista, que, pela retórica, influenciaria nas
sófica antagônica à ideia de Verdade e ao projeto episte-
intervenções políticas.
mológico creditado por ambos.

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QUESTÃO 61  Resposta correta: C
Balanço hídrico para o município de Canarana/MT Tecnologias
Ciências Humanas e suas
400
Competência: 6
350
Habilidade: 26
300
Lâmina hídrica (mm)

250
200
De acordo com o balanço hídrico, o mês de setembro
150
marca o início do período chuvoso, época ideal para
100 fazer a semeadura, já que as sementes terão umidade
50 necessária para germinar.
0 Alternativa a: incorreta. O monitoramento por drones é
–50 uma realidade na agricultura, porém esse equipamento
–100 não faz imagens na linha das nuvens, impossibilitando
J F M A M J J A S O N D a análise da nebulosidade. Esta, por sua vez, reduz a
Meses
Retenção de água
partir de março, quando se inicia, no clima tropical do
Excesso hídrico
Reposição hídrica Precipitação Hemisfério Sul, o período de poucas precipitações.
Deficiência hídrica Evapotranspiração potencial Alternativa b: incorreta. Em agosto, segundo o balanço
SOUZA, A. P. de, et al. “Classificação climática e balanço hídrico climatológico no estado
hídrico, chega-se ao auge do período seco. Dessa forma,
de Mato Grosso”. Revista Nativa, Sinop, v. 01, n. 01, p. 34-43, out./dez., 2013. é indicado que a produção seja colhida alguns meses an-
Considerando os dados de clima do Brasil e o balanço hí- tes, haja vista a dificuldade das plantas para sobreviver
drico apresentado, um consultor agrícola que vá orientar sem irrigação artificial.
um fazendeiro nessa região deve sugerir que Alternativa d: incorreta. No período de outubro a maio,
A o monitoramento da produção por drones seja feito até fe- ocorrem as maiores precipitações, o que acelera o pro-
vereiro, mês em que começa a aumentar a nebulosidade. cesso erosivo e dificulta o manejo do solo.
B a colheita comece no início de agosto, quando se atin- Alternativa e: incorreta. O mês de maio já apresenta bai-
ge o auge do período de chuvas. xa pluviosidade, o que dificulta a absorção dos nutrientes
C o plantio inicie em setembro, período em que come- pela planta.
çam as chuvas, facilitando a semeadura.
D a aração da terra seja feita entre outubro e maio,
quando haverá menor processo erosivo pela chuva.
E a adubação seja feita em maio, mês em que as chuvas
mais intensas favorecem a absorção dos nutrientes.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 70


QUESTÃO 62  Resposta correta: C

Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Competência: 6
Habilidade: 28

O consumo de produtos químicos na agricultura se tornou


uma prática corriqueira e que vem representando diversos
riscos à saúde humana e ao meio ambiente. Tal questão
vem sendo tratada com mais atenção após a Revolução
Verde, nos anos de 1950 (EUA e Europa), quando se co-
Disponível em: www.fabianocartunista.com/2016/01/charge-agrotoxico.html. meça a disseminar o uso desses insumos. Atualmente,
Acesso em: 23/07/2017.
diversas campanhas são realizadas pelo uso menos in-
A charge retrata uma importante realidade existente nas tenso de agrotóxicos e pela busca de uma produção agrí-
práticas agrícolas, que vem se agravando ainda mais e cola menos agressiva.
está relacionada à(ao) Alternativa a: incorreta. Existe o interesse de diversos
A interesse de grupos de esquerda que lutam pela re- grupos para que seja realizada uma reforma agrária mais
forma agrária.
eficiente e que realmente faça uma redistribuição das ter-
B crescente violência no campo próximo às regiões de
ras improdutivas, porém a charge não aborda esse tema,
fronteira agrícola.
C uso indiscriminado de insumos agressivos à saúde e uma vez que mostra somente um campo sendo pulveriza-
ao meio ambiente. do com algo que está gerando a fuga de diversos perso-
D desmatamento acelerado visando ao avanço da agri- nagens existentes no meio rural.
cultura moderna. Alternativa b: incorreta. A charge não permite saber o lo-
E baixa qualificação da mão de obra utilizada na agri- cal de que ela trata; além disso, não há nenhum indicativo
cultura familiar. de que exista violência no campo.
Alternativa d: incorreta. A charge não mostra nenhuma re-
lação com o desmatamento.
Alternativa e: incorreta. A charge não trata de qualificação
da mão de obra, pois não há nenhum indicativo desse tema.

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QUESTÃO 63  Resposta correta: E

É conhecida também com o nome de Guerra da Trí- Tecnologias


Ciências Humanas e suas
plice Aliança (1864-1870), porque confrontou os aliados Competência: 3
Argentina, Brasil e Uruguai contra o Paraguai. [...] Poder- Habilidade: 15
-se-ia dizer que ela é apenas parte de um conjunto de
guerras que caracterizam a emergência e o desenvolvi- A Guerra do Paraguai (1864-1870) foi um importante mar-
mento da fase imperialista. Faz parte das agressões que co para o enfraquecimento da monarquia no Brasil. Com
a periferia sofreu das potências centrais nesse período. esse conflito, o exército se tornou uma instituição capaz
AMAYO, Enrique. A Guerra do Paraguai em perspectiva histórica. Disponível em: www. de influenciar os caminhos políticos da nação, sendo que,
scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40141995000200013&script=sci_arttext.
Acesso em: 22 set. 2017. como boa parte dos soldados participantes eram ex-es-
cravizados, os militares se colocaram a favor da abolição.
A Guerra do Paraguai trouxe importantes consequências Além disso, os problemas econômicos resultantes do con-
para os envolvidos, como o(a) flito foram atribuídos à inconsequência de D. Pedro II, fato
A declínio da ingerência britânica na América Latina e o que acabou por enfraquecer sua figura. Por fim, para o
início da hegemonia imperialista dos EUA na região. Paraguai, as consequências foram desastrosas, com a
B resgate do bolivarianismo, ideário que defende a integra- morte de, aproximadamente, 60% da população masculi-
ção latino-americana contra as potências estrangeiras. na, a perda de territórios, o endividamento e o fim da inci-
C fortalecimento da escravidão no Brasil, uma vez que piente industrialização do país.
muitos dos soldados eram escravizados. Alternativa a: incorreta. A ingerência inglesa na região não
D vitória paraguaia e o enfraquecimento da monarquia foi abalada. Com o conflito, a Inglaterra aproveitou para
no Brasil. vender armas e emprestar dinheiro para os envolvidos,
E fortalecimento do Exército brasileiro, o enfraqueci- além de se aproveitar da instabilidade na Região do Prata
mento da monarquia e a destruição do Paraguai. para impor seus interesses comerciais na área.
Alternativa b: incorreta. O bolivarianismo, ideário de
Simon Bolívar (1783-1830) – um dos principais nomes
da independência da América Espanhola – buscava uma
integração entre os países que eram dominados pela
Espanha. No entanto, tal união não contava com o Brasil
e, durante a Guerra do Paraguai, já se mostrava superada
pelas elites locais americanas.
Alternativa c: incorreta. De fato, muitos soldados que lu-
taram pelo Exército brasileiro eram escravizados; no en-
tanto, tal acontecimento resultou no enfraquecimento e no
questionamento da escravidão como principal forma de
mão de obra no Brasil.
Alternativa d: incorreta. A monarquia brasileira realmente
se enfraqueceu com o conflito; no entanto, o Paraguai foi
derrotado. Portanto, o enfraquecimento monárquico se
deu pelas consequências sociais, políticas e econômicas
que a guerra acarretou para o Brasil.

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QUESTÃO 64  Resposta correta: A

“O Brasil pode entrar novamente no mapa da fome”. Tecnologias


Ciências Humanas e suas
A declaração de Francisco Menezes, coordenador do Competência: 5
Ibase, em matéria do Jornal O Globo – repercutida em Habilidade: 25
várias outras publicações – remete-se a um país que todos
achávamos ter ficado para trás. Um passado de luta para O enunciado solicita ao leitor que indique fatores que ex-
que brasileiras e brasileiros tivessem o mínimo para sua pliquem a desigualdade social no Brasil a partir de um
sobrevivência, para que tivessem o que comer. Herbert cenário histórico e social debatido na década de 1990.
de Souza, o Betinho, é um ícone desse movimento. [...] Portanto, os fatores têm origem histórica no processo de
“Lembrar é viver. Betinho se foi, docemente, em casa, colonização, dando início a um longo período de escravi-
com amigos e Maria, 20 anos atrás. Mas a lembrança de dão de negros africanos, nativos e seus descendentes.
sua ousadia em pensar e fazer, em sonhar e propor, em Além disso, o país sofreu com o tardio progresso indus-
criticar e agir, sem perder o humor, ficará sempre viva”, trial, com a dependência econômica de organismos inter-
ressalta Cândido Grzybowski, assessor de direção do nacionais, assim como com o alastramento da corrupção
Ibase e um dos idealizadores do evento, que ainda resu- em todas as esferas da sociedade, entre outros fatores.
me a importância de trazer de volta a figura de Betinho: Alternativa b: incorreta. Apesar de o Nordeste estar entre
“Ele encampou em seu corpo franzino uma motivação as regiões com maior índice de exclusão e fome, não é
profundamente humana e ética, uma enorme capacidade correto afirmar que esses problemas estejam localizados
de indignar-se frente à mínima injustiça e uma corajosa e apenas lá; além disso, o enunciado exige uma análise do
generosa luta na promoção dos direitos e da cidadania”. contexto nacional, o que inviabiliza a escolha da alterna-
Disponível em: http://ibase.br/pt/noticias/semana-betinho- tiva como correta.
lembra-20-anos-da-morte-de-herbert-de-souza/.
Alternativa c: incorreta. O texto de apoio não dialoga com
Nos anos de 1990, acentuou-se a discussão acerca da po- a alternativa, pois demonstra iniciativas oriundas da so-
breza e exclusão no Brasil. Apontamentos como as desigual- ciedade no combate à exclusão e à fome.
dades sociais, o elevado índice de fome, o analfabetismo e Alternativa d: incorreta. Historicamente, veem-se inicia-
fatores socioculturais foram debatidos e combatidos por per- tivas que nascem de movimentos populares e tomam
sonagens como o sociólogo Herbert de Souza, o “Betinho”, proporção de amplitude pública nos debates políticos e
que morreu em agosto de 1997. Considerando o cenário his- sociais. Como exemplos, têm-se as representações so-
tórico e sociológico, assim como a exclusão social, pode-se ciais que participaram dos movimentos de eleições dire-
afirmar que a pobreza, a fome e as disparidades sociais no tas e da formação da constituinte na década de 1980.
Brasil têm por principal(is) fundamento(s) Alternativa e: incorreta. A crise citada na alternativa e seus
A o tipo de colonização, o extenso processo de escra- desdobramentos correspondem à crise de 2012, portanto
vismo, a exclusão étnica, o tardio processo de desen- não dialogam com o texto de apoio nem com o enunciado,
volvimento, a dependência econômica em relação que solicitam uma análise histórica e social da exclusão e
aos organismos internacionais, a corrupção sistêmi- da pobreza no Brasil.
ca, a má distribuição de renda, entre outros.
B o problema climático e a seca na região do nordeste bra-
sileiro, o que configurou um modelo localizado de fome
e exclusão, dificultando a ação de ONGs ou de agências
governamentais no combate à fome nessas regiões.
C a falta de iniciativas da sociedade e das instituições
públicas, que corroboram para o agravamento de tais
problemas, pois o cidadão comum compreende que
tais ações são de obrigatoriedade da gestão pública.
D a ausência de engajamento político das camadas atin-
gidas por tais problemas, o que acentua o aspecto de
exclusão, dado que o desinteresse pela discussão po-
lítica é um fator quase cultural no Brasil, assim como
afirma o senso comum: “política não se discute”.
E os desdobramentos da crise econômica mundial que
afetou o Banco Central Europeu e, por conseguinte,
as nações parceiras da Europa, entre elas, o Brasil,
que viu aumentados os índices de desemprego e ex-
clusão – os maiores da história contemporânea.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 73


QUESTÃO 65  Resposta correta: E

Com a segunda maior economia do mundo, rápida Tecnologias


Ciências Humanas e suas
expansão do setor de alimentos e um quinto da popula- Competência: 6
ção mundial, a China já é o maior importador mundial de Habilidade: 29
produtos agrícolas, mas também é grande exportadora
de várias commodities. A grande importação da China de produtos agropecuários
Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), e gêneros alimentícios tem como principal fator a baixa
o país se tornou líder nesse segmento no ano passado, disponibilidade de recursos, em especial a água. Isso se
lugar antes ocupado pelos Estados Unidos. O aumento deve ao aumento de seu uso pela população e, princi-
do consumo e a diminuição de recursos, como resultado palmente, à grande demanda hídrica do setor agrícola,
do rápido crescimento econômico da China, têm feito da que utiliza, em média, dois terços do consumo total de
alimentação uma tarefa desafiadora. água no mundo. Dessa forma, a China tem se apoiado na
Disponível em: www.informaecon-fnp.com/noticia/9456.
Acesso em: 5 dez. 2017 (adaptado).
importação de produtos que exigiriam um alto consumo
desse recurso natural se fosse produzido nacionalmente,
Na última década, a China tem apostado na importação gerando uma “importação virtual de água”.
de produtos agrícolas, principalmente soja e algodão, Alternativa a: incorreta. Em decorrência do uso de ma-
bem como na aquisição de terras e empresas produtoras quinário agrícola, pouca mão de obra foi absorvida pelo
em vários países no Sul global. Essa política tem como modo de produção moderno, gerando o êxodo rural. Tal
uma de suas causas o(a) fato, portanto, não poderia gerar um retorno ao modo de
A êxodo rural, gerando a saída massiva de trabalhado- produção de subsistência, visto que as pessoas saíram
res chineses do campo e levando o país a retornar mais do que chegaram ao campo. Além disso, a China
para o modo de subsistência. está entre as principais exportadoras agrícolas do mun-
B grande poluição dos corpos de água chineses, oca- do, com uma produção extensiva altamente mecanizada
sionada pela indústria, o que reduz a produtividade de e produtiva.
gêneros agrícolas em quase todo o país. Alternativa b: incorreta. Apesar da grande demanda hí-
C qualidade do solo chinês, que é, em sua maioria, bas- drica da indústria chinesa e da poluição sobre os corpos
tante pobre, havendo apenas 10% de solo agricultável. d’água, a China ocupa uma das mais altas posições no
D clima frio no território chinês, que impede os cultivos ranking de agroexportadores do mundo.
dos principais produtos agrícolas. Alternativa c: incorreta. Apesar de haver no território chi-
E grande demanda hídrica do setor agropecuário soma- nês diversos solos desertificados, a principal razão as-
da à relativa insuficiência de água no país. sociada à sua importação não está vinculada às áreas
desertificadas, mas à grande demanda de água por parte
da população e da indústria.
Alternativa d: incorreta. O clima do território chinês é con-
tinental e apresenta invernos bastante frios e secos, além
de verões quentes e úmidos, sendo próprio para o cultivo
agrícola.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 74


QUESTÃO 66  Resposta correta: D

O repartimiento, ou distribuição dos índios, fora um Tecnologias


Ciências Humanas e suas
ato de favor da Coroa e, portanto, trazia consigo certas Competência: 4
obrigações a serem cumpridas pelos concessionários. Habilidade: 16
Deviam cuidar dos índios e instruí-los na fé, o que signifi-
cava que deveriam ser temporariamente “depositados” ou O texto apresenta as semelhanças e as diferenças entre
confiados a espanhóis privados. Era um sistema que lem- o repartimiento, aplicado sobre as populações indígenas
brava a encomienda, ou o uso de atribuir povoações mou- da América Espanhola, e a encomienda, originalmente
ras a membros de ordens militares na Espanha medieval; e utilizada no processo da Reconquista contra os mouros
a palavra “encomienda” ressurgiria no devido tempo nesse na Península Ibérica. O termo “encomienda” acabou sen-
novo ambiente americano, embora agora comportasse um do reutilizado devido ao uso de mão de obra compulsó-
sentido bastante diferente. A encomienda no Novo Mundo ria, que, em ambos os casos, se assemelha à servidão,
não incluía a distribuição de terras ou de arrendamentos. já que as populações conquistadas não eram tratadas
Era simplesmente uma concessão pelo Estado de mão de como propriedades dos espanhóis, e sim como pessoas
obra compulsória, vinculada às responsabilidades especí- cedidas aos proprietários de terras.
ficas para com seus “protegidos” indígenas por parte do Alternativa a: incorreta. No texto apresentado, a questão
depositário, ou encomendero. da distribuição de terras é apontada como uma diferença
BETHELL, L. (Org.). História da América Latina: A América entre os dois contextos.
Latina Colonial, v.1. São Paulo: Edusp, 2004.
Alternativa b: incorreta. A concepção de escravidão está
O repartimiento foi posteriormente citado, na América Es- associada ao conceito de propriedade sobre o trabalha-
panhola, como encomienda por guardar certas semelhan- dor, por isso o termo não é utilizado no texto, pois o mode-
ças com o modelo adotado na Espanha, especificamente lo de trabalho compulsório da encomienda não apresenta
no que diz respeito à(ao) essa característica.
A estabelecimento de um princípio de doação de terras Alternativa c: incorreta. A alternativa dá a entender que
e de submissão da população local a nobres, caracte- a encomienda, nos dois casos, refere-se a trabalhadores
rizando uma herança feudal. indígenas, o que não se aplicava na Península Ibérica.
B sujeição das populações não cristãs à condição de Alternativa e: incorreta. Sendo a encomienda uma forma
escravos dos senhores de terra espanhóis, que eram já aplicada na Espanha, ela não poderia ser atribuída
comprometidos com a fé católica. como uma forma de trabalho conhecida pelos indígenas
C uso de indígenas como mão de obra compulsória, vi- americanos, embora esses estivessem familiarizados
sando suprir a falta de trabalhadores espanhóis. com outras formas de trabalho compulsório.
D exploração de populações dominadas em territórios es-
panhóis, o que se assemelhava ao sistema de servidão.
E preservação de formas de trabalho conhecidas pelas
populações exploradas, buscando facilitar a conquista.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 75


QUESTÃO 67  QUESTÃO 68
Convívio escolar é importante na TEXTO I
formação, dizem educadores
Educadores afirmam que a função da escola vai muito
além do ensino e que o convívio escolar tem um papel
importantíssimo na vida da criança e do adolescente. [...]
A escola não é necessária apenas pelo conhecimento que
transmite, mas pelo contexto no qual ele é transmitido.
COLUCCI, Claudia. Folha de S.Paulo, junho/2008. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/
fsp/cotidian/ff2706200816.htm. Acesso em: 6 nov. 2017.

A Sociologia discute o papel da instituição escolar e seus


meios de socialização desde seu surgimento como ciên-
cia. A relação exposta no texto e as análises sociológicas
pressupõem
A o direcionamento do meio educacional unicamente
para a construção do conhecimento.
B a importância da escola no processo de socialização
D. Pedro II e comitiva no Egito, em 1871.
e suas influências na formação educacional.
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_II_do_Brasil#/media/File:Pedro_II_of_
C a formação educacional como incoerente com a cons- Brazil_in_Egypt_1871.jpg. Acesso em: 31 out. 2017.
trução cultural e social da criança e do adolescente.
TEXTO II
D a constituição da escola como único meio de
transmissão do conhecimento e responsável pelas Uma nova fase iniciou-se na III Dinastia. Trata-se de
transformações culturais. um avanço de fundamental importância na história da ar-
E o impedimento da escola ao pleno desenvolvimento quitetura egípcia: a construção da pirâmide em degraus
social das crianças, pois esse papel é exclusivo dos de Saqqara – a primeira edificação egípcia inteiramente
familiares. em pedra –, que faz parte do imenso complexo funerário
do rei Zoser.
MOKHTAR, G. (ed.). História Geral da África II: África Antiga.
Brasília: Unesco, 2010
Resposta correta: B
No século XIX, o Egito passou a despertar grande curiosi-
Tecnologias
Ciências Humanas e suas dade de viajantes e arqueólogos devido às impressionan-
Competência: 3 tes construções realizadas na Antiguidade, que podem
Habilidade: 14 nos revelar
A que esses monumentos, construídos por uma mão de
O texto expressa a importância da escola no processo de obra especializada, eram destinados a abrigar estru-
socialização das crianças e adolescentes, o que a torna turas do poder estatal.
muito mais do que um espaço de ensino formal, agregan- B uma sociedade com forte base religiosa, capaz de mo-
do o valor do convívio e as descobertas oriundas dele. bilizar grandes massas de trabalhadores compulsórios.
Alternativa a: incorreta. A escola é apresentada pelo texto C uma sociedade cristã, o que resultou na conservação
como responsável não apenas pela construção do conhe- dos monumentos de grande porte, como a pirâmide
cimento (desenvolvimento intelectual), mas por diversos registrada na fotografia de 1871.
outros aspectos existenciais da vida da criança e do ado- D que as civilizações posteriores preservaram esses
lescente. monumentos e suas funções, bem como a religião
Alternativa c: incorreta. A alternativa não dialoga com o politeísta egípcia.
texto, e sim apresenta-se contrária ao excerto, que asso- E uma sociedade efêmera, uma vez que diversos mo-
cia a instituição escolar à construção de vínculos sociais numentos, como a esfinge que aparece na imagem,
e afetivos importantes para o desenvolvimento da criança nunca chegaram a ser concluídos.
e do adolescente.
Alternativa d: incorreta. O texto afirma a importância da
escola na medida em que ela fornece um espaço vital
de convívio, mas, em nenhum momento, defende-se que
seja um meio exclusivo ou suficiente.
Alternativa e: incorreta. Segundo a autora, a escola favo-
rece o desenvolvimento da criança e do adolescente, sen-
do também relevante no processo de socialização deles.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 76


Resposta correta: B
Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Competência: 1
Habilidade: 5

A sociedade egípcia na Antiguidade tinha uma caracte-


rística religiosa muito marcante – inclusive com governos
teocráticos –, sendo politeísta e antropozoomórfica, cujo
exemplo mais simbólico é a esfinge apresentada na ima-
gem. A construção de grandes estruturas na Antiguida-
de está associada à escravidão de trabalhadores ou às
outras formas de trabalho compulsório, como a servidão
coletiva, que se pode constatar no caso egípcio, romano
e nas civilizações do Extremo Oriente e da América Pré-
-colombiana.
Alternativa a: incorreta. As construções retratadas não
tinham a função de abrigar as estruturas do Estado, e
sim finalidades associadas aos ritos funerários da reli-
gião egípcia, o que fica claro no texto II.
Alternativa c: incorreta. A sociedade egípcia data do pe-
ríodo antes do nascimento de Cristo, portanto não era
cristã.
Alternativa d: incorreta. Embora as construções tenham
sido preservadas, a religião politeísta egípcia não sobre-
viveu após a Antiguidade, assim como a finalidade a que
se destinavam essas construções. Os egípcios acaba-
ram sendo dominados por diversos povos com culturas
diversas, inclusive pelos romanos.
Alternativa e: incorreta. A civilização egípcia não foi efê-
mera, ao contrário, foi uma sociedade consolidada que
sobreviveu por muitos séculos. As ruínas apresentadas
na imagem estão incompletas devido à ação do tempo,
e não por não terem sido concluídas em sua época.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 77


QUESTÃO 69 Resposta correta: D

Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Competência: 4
Habilidade: 20

Adorno e Horkheimer refletem sobre a dominação que


os meios de comunicação exercem sobre a sociedade,
direcionando-a quanto ao que se deve pensar, comprar
e à forma de agir. Tal controle leva a uma padronização
de gostos e de opiniões. Esses teóricos utilizam, ainda,
o conceito de indústria cultural para tratar da produção
da arte não mais pela arte em si, mas pelo lucro, crian-
do uma padronização superficial para oferecer à grande
Disponível em: www.ivancabral.com/. Acesso em: 6 set. 2017.
massa.
Entre os expoentes da Escola de Frankfurt, encontram-se
Alternativa a: incorreta. Coerção social é um conceito
Theodor Adorno e Max Horkheimer. A charge dialoga com
elaborado pelo sociólogo Émile Durkheim, o qual consi-
a teoria estabelecida por esses teóricos intitulada
dera que a sociedade exerce influência sobre o sujeito,
A coerção social.
limitando sua individualidade e independência, coagin-
B crítica da razão pura.
do-o a agir conforme o que lhe é imposto.
C crítica literária.
D indústria cultural. Alternativa b: incorreta. A Crítica da Razão Pura é uma
E contracultura. das obras mais influentes do filósofo Immanuel Kant, na
qual ele expõe seu sistema filosófico acerca do conhe-
cimento – em resposta aos empiristas e racionalistas de
sua época – e desenvolve as principais diferenças entre
os “juízos sintéticos” e “juízos analíticos”.
Alternativa c: incorreta. Em síntese, a crítica literária apre-
cia os aspectos que envolvem a criação de uma obra
literária enquanto manifestação artística e linguística,
inserindo-a em um contexto cultural, histórico e social,
podendo destacar elementos estéticos, ideológicos, téc-
nicos, semânticos, éticos e valorativos. Pode, inclusive,
propiciar um conjunto de impressões e ideias que estimu-
lam a curiosidade do leitor pela obra.
Alternativa e: incorreta. A contracultura surgiu na década
de 1960, como um movimento de oposição aos padrões
estabelecidos na época, especialmente contra os valores
de uma sociedade capitalista, beligerante, repressora e
machista.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 78


QUESTÃO 70  Resposta correta: C
TEXTO I Tecnologias
Ciências Humanas e suas
O cargo de soberano consiste no objetivo para o qual Competência: 3
lhe foi confiado o soberano poder, nomeadamente para a Habilidade: 14
obtenção da segurança do povo, ao qual está obrigado
pela lei da natureza, e do qual tem de prestar contas a No fragmento escrito por Hobbes, fica evidente a concep-
Deus, o autor dessa lei, e a mais ninguém além dele. ção da população como pessoas sem direitos, que devem
HOBBES, Thomas, Leviatã. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p.103 submissão ao rei, vistas como súditas. Já no texto de Lo-
TEXTO II cke, a população é apresentada como portadora de direi-
tos políticos e interesses que devem ser atendidos pelo
Quem julgará se o príncipe ou o legislativo agem cor- Estado. Assim, o indivíduo é visto como cidadão.
retamente ao encargo recebido? A isto respondo: O povo Alternativa a: incorreta. Os textos diferem quanto à origem
será o juiz, porque quem poderá julgar se o depositário do poder do governante; Hobbes relaciona o poder do rei
ou o deputado age bem e de acordo com o encargo a ao direito natural, enquanto Locke o associa ao povo.
ele confiado senão aquele que o nomeia e que, por tê-lo Alternativa b: incorreta. Embora apresentem concepções
nomeado, tem ainda o poder de afastá-lo quando não agir diferentes de organização do Estado, em ambos os tex-
conforme seu dever? tos, a função principal do Estado é garantir a ordem e a
LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo.
São Paulo: Nova Cultural, 1991, p. 312.
segurança da população.
Alternativa d: incorreta. O modelo de Estado descrito por
Ao comparar os textos, é possível notar que as concep- Hobbes se associa ao absolutismo, já a concepção de
ções de Estado presentes neles são Locke pode ser aplicada tanto a governos republicanos
A percepções semelhantes quanto às origens do poder quanto a monarquias não absolutistas.
do governante. Alternativa e: incorreta. No modelo proposto por Hobbes,
B formas distintas quanto à sua organização e à função a limitação imposta ao soberano é de ordem religiosa, e
do governante. não legal.
C exemplos de sociedade nas quais há, respectivamen-
te, súditos e cidadãos.
D modelos fundamentados na república e no absolutis-
mo, respectivamente.
E formas diferentes de estabelecer limites legais às
ações do governante.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 79


QUESTÃO 71  Resposta correta: E

ESPANHA - As duas maiores centrais sindicais do Tecnologias


Ciências Humanas e suas
país convocaram marchas em mais de 70 cidades, sob o Competência: 2
lema “Chega de desculpas”. Os sindicatos filiados a UGT Habilidade: 9
e CC.OO exigem que o governo espanhol reverta refor-
mas trabalhistas que deixam mais barata a demissão, A reportagem destaca movimentos de trabalhadores em
além de pedir aumento de salários e pensões. Milhares diferentes países que criticam a precarização das condi-
marcharam em Madri e Barcelona. ções de trabalho, como o aumento da jornada de traba-
FILIPINAS - Ativistas de esquerda e trabalhadores lho, a perda de benefícios e a redução de salários. Isso
marcharam e fizeram manifestações ruidosas para pres- se relaciona com a crise das políticas keynesianas, o que
sionar por maiores salários e pelo fim de contratos tempo- repercute no corte de gastos por parte do Estado e na
rários que privam os trabalhadores de muitos benefícios. ampliação dos ganhos dos setores econômicos privados.
BANGLADESH - Milhares de trabalhadores do setor Alternativa a: incorreta. No modelo neoliberal em curso,
têxtil no país sul-asiático se reuniram para exigir melhores há uma tendência de redução da participação do Estado
salários e proteção legal. na economia e de corte de gastos governamentais desti-
Disponível em: www.valor.com.br/internacional/4953228/protestos-em-todo-o-mundo- nados a políticas sociais, o que contribui para a instabili-
marcam-dia-do-trabalho-veja-fotos. Acesso em: 5 dez. de 2017.
dade dos trabalhadores, que acabam perdendo parte de
Considerando o modelo neoliberal e o processo de glo- seus benefícios.
balização, os protestos em destaque na reportagem se Alternativa b: incorreta. A financeirização é a fluidez que
contrapõem à(ao) o capital produtivo e especulativo tem apresentado nos
A ampliação da participação do Estado na economia. mercados globalizados. Os protestos descritos estão fun-
B avanço da financeirização da economia mundial. damentados na instabilidade dos trabalhadores diante da
C fortalecimento dos setores industriais tradicionais. perda de benefícios gerais, e não nas questões voltadas
D desenvolvimento do meio técnico-científico-informacional. para a financeirização da economia mundial.
E aumento da flexibilização do trabalho. Alternativa c: incorreta. Em primeiro lugar, o fortalecimento
dos setores industriais tradicionais corresponde a um mo-
vimento contrário à globalização neoliberal, que preza pela
abertura e interação entre os mercados. Em segundo lugar,
os protestos descritos estão fundamentados na instabilida-
de dos trabalhadores diante da perda de benefícios gerais.
Alternativa d: incorreta. O meio técnico-científico-informa-
cional compreende as descobertas científicas que produ-
ziram avanços técnicos a fim de atender às demandas do
mundo capitalista, que, inserido no processo de globaliza-
ção, dispersaram-se em diferentes partes do mundo e em
diferentes escalas. Nesse sentido, ainda que o meio técni-
co-científico-informacional se desenvolva de maneira desi-
gual, não são as suas consequências (como a robotização,
por exemplo) que estão sendo criticadas na reportagem.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 80


QUESTÃO 72 Resposta correta: A
MAIS EQUILÍBRIO São Paulo e Rio diminuem participação no PIB nacional mas continuam na ponta
Participação dos cinco maiores PIB regionais no PIB do país, em %
2002 2010
Participação das outras 22
unidades da Federação no
PIB do país, em %
Ciências Humanas e suas Tecnologias
34,6 33,1 2002 2010
Competência: 4
32,0
Habilidade: 18
11,6 10,8 9,3
8,6 7,1 6,7 6,0 5,8

São Paulo Rio de Minas Rio Grande Paraná


34,3
A desconcentração é um fenômeno pautado na dispersão
Janeiro Gerais do Sul
industrial, visando à redução dos custos de produção ao
Participação das regiões no PIB do país, em % Estados com maior Estados com menor
crescimento do PIB no
acumulado de 2002 a
crescimento do PIB no
acumulado de 2002 a
serem implantados polos em regiões brasileiras mais dis-
Norte
2010, em % 2010, em %
tantes dos centros de decisão (Sul e Sudeste). A elevação
Tocantins Alagoas
da atividade industrial é capaz de aumentar a oferta de
4,7 5,3
74,2 34,3
Nordeste
Rondônia Rio Grande do Norte
13,0 13,5
Acre
63,9 30,9
Santa Catarina
empregos, a arrecadação de impostos e de renda, além
de contribuir para um maior equilíbrio entre as regiões
Centro-Oeste
61,6 30,1
8,8 9,3 Sudeste Amapá Rio de Janeiro

2002 56,7 55,4 Maranhão


59,2 25,6
Rio Grande do Sul
brasileiras com relação à participação no PIB nacional.
2010
Sul
56,0 24,3
Alternativa b: incorreta. O endividamento externo do Bra-
16,9 16,5 sil foi bastante elevado entre as décadas de 1950 e 1980
por conta da realização de obras estruturais e da partici-
Disponível em: https://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2012/12/07/. pação do Estado brasileiro como empresário. O processo
Acesso em: 5 dez. 2017.
em destaque não possui relação com a ampliação de dí-
Uma das causas responsáveis pelo processo apresenta- vidas, mas com a difusão de atividades econômicas em
do na imagem corresponde à(ao) diferentes localidades do país.
A desconcentração industrial. Alternativa c: incorreta. A guerra fiscal consiste na disputa
B endividamento externo. entre estados e munícipios para receber indústrias e de-
C encerramento da guerra fiscal. mais investimentos produtivos com base em políticas de
D dispersão dos tecnopolos. incentivo fiscal. Nesse sentido, a ampliação dessa guerra,
E política de substituição das importações. e não o seu encerramento, favorece a difusão de ativida-
des econômicas no território nacional.
Alternativa d: incorreta. Os tecnopolos constituem cidades
ou regiões com alto desenvolvimento de tecnologia, forma-
dos por universidades, indústrias de tecnologia e centros de
pesquisa e desenvolvimento. No caso do Brasil, os tecnopo-
los não estão sendo dispersos no território nacional, estando
ainda bastante concentrados na região Centro-Sul.
Alternativa e: incorreta. A política de substituição das im-
portações surgiu entre as décadas de 1930 e 1940, mar-
cando o início da transição de uma economia agrícola para
industrial. Tais acontecimentos, portanto, estão muito dis-
tantes e desconectados do período analisado no quadro.

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QUESTÃO 73 Resposta correta: A

Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Competência: 3
Habilidade: 15

A imagem retrata o uso da propaganda e do controle social


através da educação durante o Estado Novo varguista. Tal
característica tem origem nos estados totalitários europeus,
em especial na Itália fascista de Mussolini. Dessa forma, a
ditadura varguista se enquadra em um contexto mundial
de negação do liberalismo e de adoção de práticas de
controle social.
Alternativa b: incorreta. Os levantes populares de 1848
defendiam medidas socialistas e liberais, e Vargas não
utilizava nenhuma das duas. Inclusive, em seu governo,
comunistas foram perseguidos e exilados.
Alternativa c: incorreta. Apesar do aprofundamento das
leis trabalhistas promovidas em seu governo e do teor
trabalhista presente na CLT, com inspiração na Carta del
Lavoro, elaborada na Itália fascista, Vargas não pode ser
Disponível em: www.wikiwand.com/pt/Estado_Novo_(Brasil). Acesso em: 29 set. 2017.
considerado um trabalhista. Até mesmo a criação, ao final
de seu governo, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)
A imagem retrata Getúlio Vargas em um livro infantil, de- não o caracteriza como tal.
monstrando a tentativa do governo brasileiro de construir, Alternativa d: incorreta. Principalmente após a Intentona
durante o período do Estado Novo (1937-1945), um dis- Comunista, ocorrida em 1935, Vargas se coloca, publi-
curso de aproximação do governante a diversas camadas camente, contra os revolucionários, utilizando, inclusive,
sociais brasileiras. Tal prática demonstra semelhanças com o Plano Cohen, que continha um suposto plano para a
A os regimes totalitários europeus, que também utiliza- tomada do poder por eles. Dessa forma, o marxismo e
vam a propaganda e a disciplina para controle social. a Revolução Russa não foram influências utilizadas por
B as ideologias burguesas que nasceram durante os le- Vargas durante o Estado Novo.
vantes de 1848 em Paris. Alternativa e: incorreta. A aproximação com os EUA se dá
C o trabalhismo europeu, que foi utilizado como modelo apenas após o início da II Guerra Mundial, quando o go-
para a elaboração da CLT em 1943. verno se viu pressionado a se colocar a favor dos aliados.
D o marxismo e o regime soviético instaurado na Rússia Dessa forma, o Brasil se aproxima dos valores defendi-
pós-revolução de 1917. dos pelos EUA, em particular, do “american way of life” e
E o “american way of life”, demonstrando a simpatia de da defesa da democracia. No entanto, tais valores eram
Vargas em relação aos EUA. contrastantes com a ditadura varguista. O governo, então
alvo de críticas, sofreu gradual enfraquecimento e teve o
Presidente deposto em 1945.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 82


QUESTÃO 74  Resposta correta: C

As cidades brasileiras de porte médio, localizadas ao Tecnologias


Ciências Humanas e suas
longo de rodovias, ganharam mais habitantes na última dé- Competência: 4
cada do que as capitais de nove regiões metropolitanas, Habilidade: 19
que anteriormente puxavam o avanço populacional. Um
ponto de forte concentração é denominado “megaespaço O texto descreve o processo de desmetropolização, que
de São Paulo”, com a aglomeração principal em torno da ocorre quando cidades médias crescem em um ritmo
capital paulista e outras cinco aglomerações menores, orbi­ maior do que o das grandes metrópoles. Esse fenômeno
tando Campinas, Jundiaí, Sorocaba, Santos e São José dos se deve, entre outros fatores, ao alto custo de vida e de
Campos, em um raio de 150 quilômetros em torno da metró- produção nos centros urbanos tradicionais e à descon-
pole. São Paulo e Rio de Janeiro, as duas maiores cidades centração industrial, responsável pelo deslocamento de
brasileiras, formam, ao longo da BR-116, outra importante indústrias em direção às cidades médias.
linha de expansão da população, onde também têm desta- Alternativa a: incorreta. A segregação espacial compreende
que as aglomerações formadas em torno de São José dos a divisão no espaço geográfico entre os habitantes de menor
Campos e de Volta Redonda/Barra Mansa (Sul Fluminense). poder aquisitivo, que costumam residir em moradias precá-
IBGE. Disponível em: http://exame.abril.com.br/brasil/ibge-cidade-de-porte-medio-cresce- rias e áreas degradadas – ou ainda carentes em infraestrutu-
mais-que-metropole/. Acesso em: 25 jul. 2017.
ra –, e os habitantes de maior poder aquisitivo, residentes em
O excerto apresentado retrata uma das consequências do bairros mais nobres e mais bem atendidos em infraestrutura.
fenômeno urbano conhecido como Alternativa b: incorreta. A polarização ocorre quando uma ci-
A segregação espacial. dade concentra maior influência econômica, política ou cul-
B polarização. tural dentro de uma região metropolitana ou mesmo em um
C desmetropolização. país, apresentando forte capacidade de atrair investimentos
D periferização. produtivos, deslocamentos populacionais, além de sedes de
E metrópole informacional. bancos, empresas e demais instituições.
Alternativa d: incorreta. A periferização corresponde ao
deslocamento populacional em direção a áreas mais dis-
tantes das regiões centrais de uma cidade para buscar
terrenos e imóveis mais baratos, sendo realizado princi-
palmente por habitantes com condições socioeconômicas
menos favorecidas.
Alternativa e: incorreta. Metrópole informacional é um con-
ceito, criado pelo geógrafo Milton Santos, para caracterizar
uma cidade que, mesmo diante de uma desconcentração
industrial, mantém sua capacidade de influência e tomada
de decisões, pelo fato de apresentar sedes de empresas e
representar um importante centro financeiro.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 83


QUESTÃO 75 Resposta correta: C

Em agosto de 1820, irrompeu em Portugal uma re- Tecnologias


Ciências Humanas e suas
volução liberal inspirada nas ideias ilustradas. Os revolu- Competência: 3
cionários procuravam enfrentar um momento de profunda Habilidade: 15
crise na vida portuguesa. Crise política, causada pela au-
sência do rei e dos órgãos de governo; crise econômica, A Revolução Liberal do Porto tinha como objetivo recolo-
resultante, em parte, da liberdade de comércio de que se nizar o Brasil, que havia passado a ser o centro adminis-
beneficiava o Brasil; crise militar, consequência da pre- trativo português com a chegada da família real, em 1808,
sença de oficiais ingleses nos altos postos do exército e sendo elevado a reino. Dessa forma, a burguesia portu-
da preterição de oficiais portugueses nas promoções. guesa buscava reafirmar sua hegemonia no controle do
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2012. Estado português, sendo que, para isso, era necessário
No texto apresentado, o historiador Boris Fausto aponta que a família real voltasse para Lisboa e que a elite colo-
as diversas razões que ocasionaram a Revolução Liberal nial fosse subalterna em relação à elite portuguesa. Assim,
do Porto, em 1820. Tais motivos se relacionam com o fim do ao forçar a recolonização, a revolução colocou em rota de
período napoleônico e com o avanço das ideias liberais colisão os interesses da burguesia lusa e da elite colonial,
em diversos países europeus. Dessa forma, a Revolução fato que colocou o Brasil no rumo da independência.
Liberal do Porto buscou Alternativa a: incorreta. A Revolução Liberal não buscava
A promover a independência do Brasil para diminuir os incentivar a independência brasileira; ao contrário, a ideia
gastos do Estado português. era que o Brasil retornasse à condições de colônia e, as-
B garantir para as elites coloniais a defesa de seus inte- sim, as receitas do Estado português aumentassem.
resses comerciais e políticos. Alternativa b: incorreta. Os interesses dos burgueses lu-
C recolonizar o Brasil para conseguir aumentar o fluxo sos e das elites coloniais eram distintos no contexto da
de capitais para a metrópole. Revolução Liberal. Dessa forma, não se buscou garantir
D viabilizar o retorno da família real para Portugal e tam- os interesses dos brasileiros, e sim os dos portugueses.
bém a instauração do absolutismo. Alternativa d: incorreta. De fato, a revolução pedia o retor-
E incorporar as elites criollas na América Espanhola no da família real para Portugal, mas não para instaurar
para formar um grande império luso nos trópicos. o absolutismo. A intenção era adotar um sistema de mo-
narquia constitucional que atendesse aos interesses da
burguesia lusa.
Alternativa e: incorreta. Os portugueses não tinham inte-
resse em ocupar terras espanholas, as quais passavam
pelo processo de emancipação, o que resultou em diver-
sas repúblicas.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 84


QUESTÃO 76

A Fundação Cultural Palmares (FCP), instituição vincu-


lada ao Governo Federal, certificou 57 comunidades rurais
quilombolas em 19 municípios maranhenses, conforme a
declaração de autodefinição e processo em tramitação na
FCP. A certificação das comunidades remanescentes de
quilombos é a primeira etapa do processo de titulação, que
pode culminar com a posse definitiva do território.
Governo do Maranhão. Disponível em: www.ma.gov.br/fundacao-palmares-certifica-57-
comunidades-rurais-quilombolas-no-maranhao/. Acesso em: 27 jul. 2017.

A presença de comunidades quilombolas nos municípios,


conforme descrito no texto apresentado, representa a(o)
A tutela do Estado com relação aos povos tradicionais.
B preservação das identidades culturais.
C ocorrência de homogeneidade étnica no território
brasileiro.
D isolamento territorial dos povos autóctones.
E estabelecimento de uma democracia racial no país.

Resposta correta: B

Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Competência: 1
Habilidade: 3

As comunidades quilombolas são constituídas por grupos


étnicos que apresentam ancestralidade negra e que se
autodefinem de acordo com critérios específicos, como as
práticas culturais e as relações de parentesco, represen-
tando um componente fundamental do patrimônio territo-
rial e cultural do Brasil.
Alternativa a: incorreta. Apesar de a Constituição Fede-
ral contemplar a questão quilombola no que diz respei-
to à delimitação de seus territórios e à sua importância
para o patrimônio cultural do Brasil, o Estado brasileiro
não exerce a tutela ou subsidia a população residente
nas comunidades quilombolas, uma vez que a maioria
dessas comunidades ainda luta pelo seu reconhecimento
legal e pela regularização de suas terras.
Alternativa c: incorreta. O Brasil não apresenta homoge-
neidade étnica, tendo em sua matriz cultural três compo-
nentes – o negro africano, o branco europeu e o indígena.
Trata-se de uma sociedade marcada pela miscigenação e
também pelo ingresso de imigrantes de diferentes nacio-
nalidades, como árabes, judeus, japoneses, entre outros.
Alternativa d: incorreta. As comunidades quilombolas es-
tão presentes em 24 estados brasileiros, localizadas tanto
em áreas rurais como em áreas urbanas; sendo assim,
não há isolamento territorial.
Alternativa e: incorreta. Ainda persiste no Brasil uma forte
disparidade social, mantendo uma segregação racial evi-
dente nas relações socioeconômicas, além da frequente
discriminação sofrida pela população afrodescendente
nos mais diversos setores da sociedade, distanciando o
país de uma plena democracia racial.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 85


QUESTÃO 77 

Ninguém delibera sobre coisas que não podem ser de


outro modo, nem sobre as que lhe é impossível fazer. Por
conseguinte, como o conhecimento científico envolve de-
monstração, mas não há demonstração de coisas cujos
primeiros princípios são variáveis (pois todas elas pode-
riam ser diferentemente), e como é impossível deliberar
sobre coisas que são por necessidade, a sabedoria prá-
tica não pode ser ciência, nem arte: nem ciência, porque
aquilo que se pode fazer é capaz de ser diferentemente,
nem arte, porque o agir e o produzir são duas espécies
diferentes de coisas. Resta, pois, a alternativa de ser ela
uma capacidade verdadeira e raciocinada de agir com
respeito às coisas que são boas ou más para o homem.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

Sobre a natureza da ética, no trecho anterior, Aristóteles


explica que ela é um(a)
A ciência demonstrativa.
B conhecimento imaginativo, assim como a arte.
C saber prático, uma vez que delibera sobre possibili-
dades.
D saber prático, já que delibera sobre a necessidade.
E saber carente de elementos racionais, por não ser uma
ciência demonstrativa.

Resposta correta: C

Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Competência: 1
Habilidade: 4

Nesse trecho, Aristóteles mostra a natureza da ética en-


quanto conhecimento verdadeiro, cuja finalidade é esco-
lher entre possibilidades (bem e mal, certo e errado).
Alternativa a: incorreta. O texto serve para mostrar que a
ética é um tipo específico de reflexão, diferente da ciência
demonstrativa.
Alternativa b: incorreta. A arte, no sentido usado na filoso-
fia grega antiga, consiste, em primeiro lugar, na técnica de
produzir alguma coisa, em como fazer algo, e não se liga
ao sentido moderno do termo, que se remete às criações
artísticas (como pintura, peça teatral, escultura, projeto
arquitetônico etc.). O conceito de arte, para Aristóteles,
faz referência, portanto, à técnica de produção, e não à
apreciação estética.
Alternativa d: incorreta. Somente a ciência demonstrativa
caracteriza-se pela necessidade, além disso não existe
deliberação quando algo é necessário.
Alternativa e: incorreta. Ainda que não seja uma ciência
demonstrativa, a ética não dispensa os elementos racio-
nais no ato de refletir e de atingir o conhecimento, por isso
pode ser chamada de saber prático.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 86


QUESTÃO 78 Resposta correta: C
Acordos comerciais mundiais por grupos de países Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Número de acordos comerciais preferenciais

300
Competência: 4
Emergentes-Emergentes
Centrais-Emergentes Habilidade: 18
250
Centrais-Centrais

Ao final da Guerra Fria, os países passaram a comercia-


200
lizar com uma quantidade cada vez maior de parceiros.
150
Assim, foram criados diversos blocos regionais de comér-
cio, agregando países antes pertencentes a grupos ideo-
100 lógicos diferentes.
Alternativa a: incorreta. Segundo o gráfico, a menor quan-
50 tidade de acordos comerciais é justamente entre os paí-
ses com maior grau de desenvolvimento.
0 Alternativa b: incorreta. Os meios de transporte apresen-
1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010
Disponível em: http://voxeu.org/article/preferential-trade-agreements-and-wto.
taram, de forma contínua, evolução na quantidade e na
Acesso em: 5 dez. 2017 (adaptado). velocidade de transporte. Desse modo, não se justifica o
Uma explicação para a expansão acelerada dos acordos aumento nos acordos após 1985.
comerciais mostrada no gráfico é Alternativa d: incorreta. A antiga DIT foi substituída por
A o convênio entre os países mais desenvolvidos, o que uma nova DIT, em que a especialização é substituída pela
passa a gerar maior fluxo comercial e acelera o pro- produção (quantitativa) cada vez maior de produtos.
cesso de globalização. Alternativa e: incorreta. A União Europeia é composta so-
B a modernização dos meios de transporte, ampliando mente de países do continente europeu.
a quantidade de carga e a velocidade dos fluxos, os
quais aceleraram o comércio.
C a formação de diferentes blocos comerciais ao final
da Guerra Fria, o que incentivou o comércio regional.
D o aprofundamento da antiga DIT, uma vez que os paí-
ses se tornaram cada vez mais especializados em um
único produto.
E a expansão da União Europeia, o que permitiu que
os países de outros continentes pudessem integrar o
bloco, estimulando o comércio mundial.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 87


QUESTÃO 79 Resposta correta: D

[...] Indicada pelo movimento negro, a professora emé- Tecnologias


Ciências Humanas e suas
rita da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Pe- Competência: 2
tronilha Beatriz Gonçalves e Silva integrou a comissão que Habilidade: 10
elaborou o parecer do Conselho Nacional de Educação
(CNE) para as diretrizes curriculares da proposta. Em en- Conforme afirma a entrevistada, a implementação da Lei
trevista ao Brasil de Fato, ela afirmou que a preocupação 10 639 de 2003 é resultado de demandas dos movimen-
dos professores com a temática étnico-racial aumentou, tos sociais negros e indígenas, que buscam o reconheci-
mas que a abordagem deste assunto segue dependendo mento histórico e social desses públicos em resposta aos
da iniciativa individual dos docentes. [...] vilipêndios sofridos em toda a história do país, tendo em
Brasil de Fato – Qual era o contexto e como foi a vista uma conscientização da igualdade de direitos, inde-
recepção do movimento negro quando a lei foi pendentemente da etnia.
promulgada? Alternativa a: incorreta. A modernização do currículo da
Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva – “A lei 10.639 de Educação Básica tem sido discutida há muito no Brasil,
2003 modificou a Lei de Diretrizes de Base da Educação entretanto a lei 10639 transpõe uma ação de moderniza-
(LDB), de 1996. Introduziu-se no artigo 26 a obrigatorie- ção para ser uma forma e modelo de igualdade.
dade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Afri- Alternativa b: incorreta. A entrevista não aborda uma ade-
cana nas escolas de Ensino Fundamental. Nessa época, quação do currículo da Educação Básica aos modelos in-
também foi introduzido um outro artigo, que determinava ternacionais, mas da implementação da lei 10639 e seus
que fosse celebrado o mês da Consciência Negra nas desdobramentos.
escolas. [...] Alternativa c: incorreta. As exigências não são oriundas
Mas a lei foi construída durante anos por demanda do dos meios acadêmicos em relação ao Ensino Fundamen-
movimento social e também do movimento indígena. Ao tal, uma vez que os órgãos que gerem essa etapa da edu-
longo do século 20, pelo país inteiro, houve professores cação no Brasil não se encontram nas universidades.
e professoras negras e indígenas que, isoladamente na Alternativa e: incorreta. A implantação do ensino de Histó-
sua classe e, às vezes, sendo o único em sua escola, tra- ria Afro-brasileira e Indígena não propõe um aumento das
balhavam elementos da história e da cultura negra local disciplinas obrigatórias nem discute o cenário das escolas
ou elementos nacionais. As diretrizes curriculares foram de tempo integral, mas verbaliza o pleito por dignidade
possíveis porque havia uma construção principalmente e reconhecimento das comunidades afrodescendentes e
de professores negros, apoiados pelo movimento negro, indígenas.
que criaram condições para isso.” [...]
Brasil de Fato – Em que ponto a proposta avança,
mas que nem a mídia, os veículos de comunicação ou
a sociedade conseguem debater?
Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva – “[...] O que está
em jogo realmente é o projeto de sociedade. A gente tem
que examinar seriamente [a conjuntura] e criar um projeto
em que todos estejam incluídos e respeitados. Não é ques-
tão de quem vai impor, mas como fazer com que os dife-
rentes grupos sejam respeitados. E isso não é tarefa fácil.”
Disponível em: www.brasildefato.com.br/2017/01/08/ensino-de-historia-da-africa-ainda-nao-
esta-nos-planos-pedagogicos-diz-professora/ (adaptado).

O texto apresenta trechos da entrevista sobre os 14 anos


da Lei nº 10 639, que trata da inclusão do ensino de His-
tória Afro-Brasileira e Indígena nos currículos das escolas
brasileiras e seus desdobramentos. A partir do excerto, po-
de-se compreender que a mudança legislativa é decorrente
A de uma modernização do currículo da Educação Básica.
B de adequações da educação brasileira ao contexto
mundial.
C de uma exigência oriunda das universidades em rela-
ção ao Ensino Fundamental.
D das ações e reivindicações de movimentos sociais
negros e indígenas.
E do aumento das disciplinas obrigatórias em prol da
escola de tempo integral.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 88


QUESTÃO 80

Todo o poder criativo da mente se reduz a nada mais


do que a faculdade de compor, transpor, aumentar ou di-
minuir os materiais que nos fornecem os sentidos e a ex-
periência. Quando pensamos em uma montanha de ouro,
não fazemos mais do que juntar duas ideias consistentes,
ouro e montanha, que já conhecíamos. Podemos conce-
ber um cavalo virtuoso, porque somos capazes de con-
ceber a virtude a partir de nossos próprios sentimentos,
e podemos unir a isso a figura e a forma de um cavalo,
animal que nos é familiar.
HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995.

Levando em consideração o trecho apresentado, uma


síntese da filosofia de David Hume afirmaria que
A a fonte inesgotável da imaginação humana recai na
capacidade de reminiscência dialética.
B a capacidade imaginativa liberta o ser humano de
seus limites, fazendo-o alcançar novos rumos.
C a criatividade da imaginação, ainda que admirável,
tem sua fonte e limite nas experiências sensíveis.
D os recursos da experiência empalidecem sob o poder
da razão abstrata.
E o pensamento enquanto tal é a base de todo o conhe-
cimento, seja ele empírico ou geométrico.

Resposta correta: C

Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Competência: 1
Habilidade: 1

Tal como defendido por Hume, a criatividade da imagina-


ção se limita às experiências sensíveis. Nesse sentido,
uma parte do texto apresentado traz a ideia de que “o
poder criativo da mente se reduz (ou seja, se limita) [...] ao
que nos fornecem os sentidos e a experiência”.
Alternativa a: incorreta. Reminiscência dialética é uma
doutrina platônica, não de David Hume.
Alternativa b: incorreta. Ao contrário, a imaginação é limi-
tada pela experiência sensível.
Alternativa d: incorreta. A razão apenas compõe os con-
teúdos dados pela experiência; aquela, portanto, tem ne-
cessidade desta.
Alternativa e: incorreta. A experiência, não o pensamento,
é a base do conhecimento para Hume.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 89


QUESTÃO 81 Resposta correta: E

Tecnologias
Ciências Humanas e suas
O ano de 2017 já chegou aos pequenos países de Kiribati, Competência: 6
Samoa e Tonga, situados nas ilhas do Pacífico Sul, onde os Habilidade: 26
habitantes receberam o Réveillon com festas, fogos de arti-
fício e outras celebrações. Quando o relógio ainda marcava O fenômeno que implica nos diferentes fusos horários é o
8h do dia 31 de dezembro em Brasília, já terminavam as tra- movimento de rotação da Terra em torno do seu próprio eixo.
dicionais 12 badaladas nestes três países, cuja população Esse movimento vai determinar diferentes momentos de in-
combinada não chega nem a 400 000 habitantes. cidências dos raios solares em cada meridiano da Terra.
Disponível em: http://veja.abril.com.br/mundo/kiribati-samoa-e-tonga- Alternativa a: incorreta. A inclinação do eixo de rotação da
2017-chega-primeiro-ao-pacifico-sul/. Acesso em: 5 dez. 2017.
Terra define as diferentes estações do ano, uma vez que
O fenômeno que demarca a diferença de horários entre determina os períodos do ano com maior incidência solar
as diferentes regiões do globo e que explica a chegada sobre um hemisfério (sul ou norte).
do ano novo primeiramente às ilhas do Pacífico Sul é a(o) Alternativa b: incorreta. A variação de latitude não implica
A inclinação do eixo de rotação da Terra, que determina na determinação do horário terrestre, pois relaciona-se ao
uma maior aproximação dessa região do globo com o Sol. eixo de inclinação e à maior incidência de luz solar em
B latitude, isto é, a variação dos paralelos de norte a sul, cada porção do globo. Por exemplo, regiões de baixas la-
sendo as áreas austrais as primeiras a chegarem ao titudes possuem maior incidência de luz solar que regiões
ano-novo. de altas latitudes.
C longitude, sendo que as áreas a oeste da Linha Inter- Alternativa c: incorreta. Apesar de a longitude implicar na divi-
nacional de Data são as primeiras em que se inicia são de meridianos e, consequentemente, nos fusos horários,
um novo dia. o movimento de rotação da Terra é de oeste para leste, o que
D movimento de translação da Terra, isto é, o movimen- determina que as regiões a leste da Linha Internacional de
to em sua órbita ao redor do Sol, alterando a incidên- Data são as primeiras em que se inicia um novo dia, enquan-
cia de raios solares em sua superfície. to as regiões a oeste da linha são as últimas.
E rotação da Terra, que implica em diferença de inci- Alternativa d: incorreta. O movimento de translação da
dência de raios solares ao longo do dia nos diferentes Terra não tem relação com a composição de um dia, mas
meridianos do globo. com o ano terrestre, pois é contabilizada a duração de um
ciclo completo ao redor do Sol.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 90


QUESTÃO 82  Resposta correta: D

Presidentes do Brasil – Nova República Tecnologias


Ciências Humanas e suas
Nome Período Competência: 5
Eleito pelo colégio eleitoral, adoeceu Habilidade: 24
na véspera de sua posse, marcada
Tancredo Neves para o dia 15 de fevereiro de 1985.
Morreu no dia 21 de abril de 1985. Após o fim do regime militar no Brasil, teve início o pe-
ríodo conhecido como Nova República. Nesse período,
José Sarney 15/03/1985 a 15/03/1990
vigente até os dias atuais, a promessa era de se construir
Fernando Collor 15/03/1990 a 02/10/1992
as bases de uma democracia plena, que fora delineada
Itamar Franco 02/10/1992 a 01/01/1995 na Constituição de 1988. No entanto, é possível afirmar
Fernando Henrique Cardoso 01/01/1995 a 01/01/1999 que, em virtude do mau funcionamento das instituições
Fernando Henrique Cardoso 01/01/1999 a 01/01/2003 públicas e dos graves problemas sociais enfrentados pelo
Luiz Inácio Lula da Silva 01/01/2003 a 01/01/2007 país, a democracia brasileira ainda convive com sérios
Luiz Inácio Lula da Silva 01/01/2007 a 01/01/2011
desafios para se afirmar, estando em constante ameaça.
Alternativa a: incorreta. Sarney (1985) entrou no lugar do
Dilma Vana Rousseff 01/01/2011 a 01/01/2015
vencedor da eleição indireta, Tancredo Neves, que fale-
Dilma Vana Rousseff 01/01/2015 a 31/08/2016 ceu antes da posse. Itamar Franco era vice e assumiu
Michel Temer 31/08/2016 até hoje sem eleição após o impedimento de Fernando Collor. Mi-
Disponível em: www1.folha.uol.com.br/poder/2014/10/1537268-confira-quem-foram-os-
presidentes-do-brasil-desde-a-proclamacao-da-republica.shtml. Acesso em: 26 dez 2017
chel Temer era vice e assumiu sem eleição após o impe-
(adaptado). dimento de Dilma Rousseff.
Após o fim do regime militar, iniciou no Brasil o que co- Alternativa b: incorreta. Fernando Henrique Cardoso e
nhecemos como “Nova República”, período político que Luis Inácio Lula da Silva foram eleitos e concluíram, cada
se estende até os dias de hoje e que teve a volta das elei- um, dois mandatos. Fernando Collor e Dilma Rousseff fo-
ções diretas como uma de suas principais características. ram alvos de processos de impedimento que levaram à
Sobre o contexto em questão, depreende-se que, com o interrupção de seus mandatos presidenciais.
fim do período ditatorial, Alternativa c: incorreta. A sociedade brasileira ainda luta
A os presidentes da Nova República foram escolhidos para instaurar uma verdadeira democracia no país, sendo
por meio de eleições diretas. as debilidades nacionais reconhecidas internacionalmente.
B os presidentes eleitos na Nova República concluíram Um exemplo é o grande número de condenações de políti-
seus mandatos previstos constitucionalmente. cos de diversos partidos (e linhas ideológicas) pelos crimes
C a democracia instaurada no Brasil tornou o país referên- de corrupção e formação de quadrilha. Além disso, o ce-
cia mundial no respeito às regras do jogo democrático. nário político sofre uma crise de representatividade, pois
D as condições sociais e o não funcionamento das insti- é amplamente dominado por uma elite econômica, colo-
tuições de forma apropriada continuaram inviabilizan- cando outras camadas sociais à margem da participação
do a plena democracia no país. governamental.
E o pleno funcionamento da democracia no país pôde
Alternativa e: incorreta. De fato, a maior parte dos pre-
ser comprovado pelo respeito que políticos de dife-
sidentes eleitos no período da Nova República faz parte
rentes partidos construíram uns pelos outros.
de partidos políticos distintos. Entretanto, dado o grande
número de ações judiciais que são movidas em que um
partido acusa outro de crimes, vê-se que não há respeito
ou diálogo entre eles. Além disso, há um sem-número de
acusações feitas entre adversários políticos em todos os
meios de comunicação e nos pronunciamentos.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 91


QUESTÃO 83 QUESTÃO 84 
“Como poderemos garantir que o nosso conhecimento Constituição de 1891
é absolutamente seguro?”. Como o cético, ele parte da
dúvida; mas, ao contrário do cético, não permanece nela. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DOS ESTADOS
UNIDOS DO BRASIL (DE 24 DE FEVEREIRO DE 1891)
Na Meditação Terceira, Descartes afirma: “[...] engane-me
Nós, os representantes do povo brasileiro, reunidos
quem puder, ainda assim jamais poderá fazer que eu
em Congresso Constituinte, para organizar um regime li-
nada seja enquanto eu pensar que sou algo; ou que
vre e democrático, estabelecemos, decretamos e promul-
algum dia seja verdade que eu não tenha jamais existido,
gamos a seguinte
sendo verdade agora que eu existo [...]”.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DOS ESTADOS
DESCARTES, René. Meditações metafísicas: Meditação Terceira. São Paulo:
Nova Cultural, 1991. p. 182. (Coleção Os pensadores). UNIDOS DO BRASIL
[...]
O método de Descartes procura CAPÍTULO II
A reforçar a fé como fundamento do conhecimento. Da Eleição de Presidente e Vice-Presidente
B superar o ceticismo usando a própria dúvida. Art. 47. O Presidente e o Vice-Presidente da Repú-
C descartar o pensamento como base da certeza. blica serão eleitos por sufrágio direto da Nação e maioria
D basear o conhecimento nos cinco sentidos humanos. absoluta de votos.
E trazer a verdade por meio do reconhecimento da Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao91.htm.
ignorância. Acesso em: 26 dez. 2017 (adaptado).

A institucionalização da Primeira República no Brasil se


deu com a aprovação da Constituição de 1891, que co-
Resposta correta: B locou fim ao período monárquico e organizou a primeira
experiência republicana nacional. No entanto, apesar de
Tecnologias
Ciências Humanas e suas ter acabado com o voto censitário, a Carta de 1891
Competência: 1 A permitia que apenas os barões do café e as elites locais
Habilidade: 4 participassem das eleições, impossibilitando fraudes.
B buscou democratizar a participação política brasileira,
O método da dúvida é usado para se chegar à primeira tornando legal o voto feminino e o dos analfabetos.
verdade, que seria a dúvida em seu próprio ato de duvi- C preservou a subordinação do Estado em relação à Igre-
ja Católica, que apoiava a política do café com leite.
dar. “Se duvido, penso. Se penso, existo”. Portanto, há
D manteve o exercício da cidadania restrito, proibindo
uma certeza e, assim, o ceticismo é refutado. grande parte da população de participar da vida polí-
Alternativa a: incorreta. A fé não é a base do conhecimento tica brasileira.
para Descartes nem precisa ser reforçada como método. E estabeleceu a adoção da monarquia constitucional de
Alternativa c: incorreta. Ao contrário do que a alternativa modelo inglês como sistema político brasileiro.
traz, o pensamento é, sim, a base da certeza.
Alternativa d: incorreta. Descartes não faz dos sentidos a
base do conhecimento; mas, pelo contrário, considera-os
fonte de dúvidas e erros.
Alternativa e: incorreta. A alternativa corresponde ao lema
de Sócrates: “Só sei que nada sei”. Já a base do conhe-
cimento cartesiano é a reflexão do “eu pensante”, não do
sujeito existencial, concreto, como faz Sócrates, que re-
conhece sua própria ignorância.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 92


Resposta correta: D
Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Competência: 3
Habilidade: 15

A primeira Constituição Republicana do Brasil era vista,


pela alta sociedade, como um instrumento de poder do
Estado para defender interesses particulares. Dessa for-
ma, a República conservou o caráter restritivo no que di-
zia respeito à participação política no país, instaurando
uma série de mecanismos que inviabilizavam a participa-
ção da maioria da população nas eleições. O artigo 70 da
Constituição de 1891 definia como eleitores os cidadãos
brasileiros maiores de 21 anos, sendo excluídos desse
direito os mendigos, os analfabetos, os religiosos de or-
dens monásticas etc. (apesar de não ser citado, o voto
feminino também estava excluído da Carta). Além disso,
existia um acordo entre o poder central, controlado pelos
paulistas, e as elites locais (conhecido como política dos
governadores) que permitia a fraude nas eleições. Esse
fato garantia que o Estado defendesse os interesses da
cúpula, deixando de lado as demandas populares.
Alternativa a: incorreta. As elites locais e os barões do
café tinham participação garantida na vida política nacio-
nal. Entretanto, tal fato não inviabilizava as fraudes, pelo
contrário, o período é marcado por diversas formas de
controle de resultados das eleições e de defesa de in-
teresses particulares em detrimento da vontade popular,
tais como: voto do cabresto, clientelismo, coronelismo,
currais eleitorais etc.
Alternativa b: incorreta. A participação política estava
garantida apenas para homens, maiores de idade e al-
fabetizados. Dessa forma, mulheres e analfabetos não
estavam autorizados a participar da vida política nacional.
Alternativa c: incorreta. A Constituição de 1891 acabou
com a união entre trono e altar, em vigor desde a Carta
de 1824. Dessa forma, o Estado brasileiro passou a ser
laico, uma condição para o surgimento da República (final
do século XIX).
Alternativa e: incorreta. A Constituição de 1891 adotou a
república presidencialista de modelo estadunidense como
sistema político brasileiro, deixando para trás a experiên-
cia monárquica.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 93


QUESTÃO 85  Resposta correta: B

O aterro sanitário é um aprimoramento de uma das Tecnologias


Ciências Humanas e suas
técnicas mais antigas para descarte de resíduos, que é Competência: 6
o aterramento. Modernamente, define-se como uma obra
Habilidade: 28
de engenharia que tem como objetivo acomodar resíduos
no solo, utilizando o menor espaço e causando o menor
dano ao meio ambiente ou à saúde pública. Essa técnica Entre outras características dos aterros sanitários está a
consiste, basicamente, na compactação dos resíduos no criação de sistemas de impermeabilização dos solos, a
solo, na forma de camadas que são periodicamente co- fim de evitar que a decomposição do lixo atinja camadas
bertas com terra ou outro material inerte. inferiores do solo e contamine os recursos hídricos, como
CETESB. Disponível em: http://biogas.cetesb.sp.gov.br/aterro-sanitario/. rios e lençóis freáticos.
Acesso em: 26 jul. 2017 (adaptado).
Alternativa a: incorreta. Os aterros não possuem como
Considerando o texto apresentado, sabe-se que uma das objetivo a reutilização do lixo, ainda mais de resíduos
vantagens da construção dos aterros sanitários é a(o) provenientes de indústrias e hospitais, que apresentam
A reutilização de resíduos inorgânicos provenientes de procedimentos específicos de descarte e armazenagem
indústrias e hospitais. (separados de acordo com sua composição e grau de
B implantação de sistemas de impermeabilização dos toxicidade).
solos. Alternativa c: incorreta. Diferentemente dos lixões, que
C incentivo ao mercado informal para os moradores de muitas vezes são ocupados por um tipo de população
periferias. que busca, de forma impulsiva e perigosa, recursos para
D substituição dos recursos naturais por materiais a sua sobrevivência, os aterros sanitários armazenam o
reciclados.
lixo sem deixá-lo exposto ao meio.
E diminuição na produção de lixo doméstico.
Alternativa d: incorreta. Os aterros não têm como objetivo
a reciclagem dos materiais presentes no lixo urbano, con-
siderando que a reciclagem é um processo dependente
da separação imediata do lixo (conforme a sua composi-
ção) para que ocorra uma coleta seletiva e o encaminha-
mento dos materiais para usinas de reciclagem.
Alternativa e: incorreta. A diminuição da geração de lixo
doméstico está relacionada à conscientização da socie-
dade, que infelizmente está cada vez mais pautada no
consumo e na comodidade, aumentando a quantidade de
lixo doméstico.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 94


QUESTÃO 86 
Resposta correta: C
As contas de energia passaram a funcionar em 2015 com Tecnologias
Ciências Humanas e suas
o sistema de bandeiras tarifárias. Pelo modelo, as ban-
deiras, com as cores verde, amarela e vermelha, indicam Competência: 6
as condições de geração de energia no país e funcionam Habilidade: 27
como um “semáforo de trânsito” – sinalizando o custo de
geração de energia para o consumidor. A queda na quantidade de chuvas afeta diretamente a
Disponível em: g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2015/01/entenda- quantidade de água nos reservatórios das usinas hidre-
o-sistema-de-bandeiras-tarifarias.html. Acesso em: 5 dez. 2017.
létricas, o que traz a necessidade de complementar a ge-
Não há alteração ração de energia com usinas térmicas (mais caras por
Bandeira Hidrelétricas operam normalmente.
verde (geração térmica até R$ 211,28/MWh)
no valor da tarifa utilizarem carvão mineral, óleo diesel ou gás natural), daí
de energia.
o acréscimo nas contas de energia aos usuários.
Acresce na sua
Bandeira Usinas térmicas ativadas.
conta R$ 2,00 a Alternativa a: incorreta. A variação no preço do dólar é
amarela (geração térmica de R$ 211,28/MWh a R$ 422,56/MWh)
cada 100kWh. um fator que pode influenciar o preço dos combustíveis
Bandeira
Usinas térmicas ativadas e alta demanda.
Acresce na sua usados na produção de energia, porém não é um fator
vermelha conta R$ 3,00 a
Patamar 1
(geração térmica de R$ 422,56/MWh a R$ 610,00/MWh)
cada 100kWh. ambiental, como solicitado no enunciado do item.
Bandeira Acresce na sua
Alternativa b: incorreta. O urânio utilizado nas usinas
Usinas térmicas ativadas e alta demanda.
vermelha
(geração térmica maior ou igual a R$ 610,00/MWh)
conta R$ 3,50 a brasileiras já é enriquecido aqui. Além disso, as usinas
Patamar 2 cada 100kWh.
nucleares não entram em funcionamento somente nos
Disponível em: www.cpfl.com.br/atendimento-a-consumidores/bandeira-tarifaria/
Paginas/default.aspx. Acesso em 5 dez. 2017. períodos de maior necessidade, mas estão permanente-
mente em atividade.
Um fator ambiental que pode impor a necessidade de a
energia ser vendida em bandeiras tarifárias amarela e Alternativa d: incorreta. O preço do barril de petróleo pode
vermelha é a influenciar o custo dos combustíveis usados na produção
A variação do câmbio, tornando o dólar mais caro. energética, porém também não é um fator ambiental.
B necessidade de importação de urânio enriquecido. Alternativa e: incorreta. A produção de energia a partir
C baixa quantidade de chuvas nas cabeceiras dos rios. do Sol ainda é pouco expressiva no país, em termos de
D valorização na cotação mundial do barril de petróleo. participação na matriz energética nacional. Além disso, a
E diminuição da incidência de radiação solar no Nordeste. região Nordeste se localiza próximo à Linha do Equador,
área de insolação constante ao longo do ano. A diminui-
ção da radiação solar, portanto, não justifica o aumento
no custo da energia.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 95


QUESTÃO 87  Resposta correta: C
Em 1850, o Brasil teve de estancar o tráfico de escra- Tecnologias
vos porque não podia mais resistir à pressão da Inglaterra Ciências Humanas e suas
contra o fluxo de negros. [...] Dessa rearticulação gerada Competência: 3
pelas relações internacionais do Brasil e os consequentes Habilidade: 15
abalos na consistência estrutural da sociedade brasileira,
resultaram brechas abertas na ordem social vigente, as O século XIX é marcado pela pressão inglesa pelo fim da
quais apontavam na direção do fim do cativeiro. escravidão na América, uma vez que o desenvolvimen-
Enquanto se acentuavam essas alterações, ia-se tor- to do capitalismo industrial não suportava a utilização de
nando imperativo recorrer-se ao trabalho assalariado [...]. mão de obra que não fosse a assalariada. Dessa forma,
Paralelamente, fortaleciam-se as aspirações da vanguar- com a intenção de manter a subordinação dos povos na-
da intelectual brasileira a conduzir o país no sentido de se tivos em relação aos europeus sem a necessidade de re-
tornar uma sociedade moderna e branca.
Disponível em: www.revistas.usp.br/rieb/article/download/70035/72675.
correr ao trabalho escravo, foi desenvolvida uma corrente
Acesso em: 26 dez. 2017 (adaptado). de pensamento que buscava justificar a superioridade do
homem branco em relação a outras culturas. Esse movi-
Fatores como as campanhas abolicionistas e o aumento
dos discursos que buscavam justificar a suposta superio- mento, que nasceu na Europa, chegou ao Brasil para dar
ridade do homem branco europeu em relação a outros suporte à ideia republicana, que defendia o fim da escra-
povos estão atrelados ao avanço do desenvolvimento ca- vidão e incentivava a imigração europeia como forma de
pitalista industrial que marca o século XIX. Tais fatores substituir a mão de obra negra e mestiça.
chegaram ao Brasil influenciando o(s) processo(s) de Alternativa a: incorreta. O racismo, pela forma como se
A continuidade da escravidão e do racismo no país. organizaram as relações sociais no Brasil, de fato se per-
B preservação do regime de escravidão e aceleração petuou. No entanto, o desenvolvimento capitalista do sé-
da Revolução Industrial. culo XIX buscou acabar com a escravidão, a fim de obter
C abolição da escravidão, fortalecimento do movimento mais mão de obra e mercado consumidor para os produ-
republicano e incentivo à imigração europeia. tos europeus.
D construção da democracia racial, com o intuito de di-
Alternativa b: incorreta. A escravidão foi abolida, mas o
minuir as tensões sociais.
E fortalecimento do movimento negro, que passou a ser Brasil continuou sendo um país agrário, apesar dos sur-
protagonista na política nacional. tos de industrialização que ocorreram durante o Segundo
Reinado e a Primeira República. No entanto, o país pas-
sou por uma revolução industrial tardia, que remonta ao
período Vargas.
Alternativa d: incorreta. O fim da escravidão no Brasil não
diminuiu as tensões sociais já existentes no país, ape-
nas as deslocou para outro patamar, ou seja, inseriu-as
dentro dos parâmetros capitalistas. No que diz respeito à
democracia racial, pode-se afirmar que ela nunca existiu
no Brasil, visto que a questão racial nunca foi resolvida e
o racismo manteve-se como um dos entraves ao desen-
volvimento social do país.
Alternativa e: incorreta. O movimento abolicionista contou
com vários negros, como André Rebouças e Luís Gama.
Contudo, não podemos falar em um movimento negro
edificado no Brasil durante o século XIX, muito menos na
sua participação na política nacional como protagonista.
Tal demanda ainda é uma bandeira do movimento negro
atual, que busca maior participação nas diferentes esfe-
ras da sociedade brasileira.

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QUESTÃO 88  Resposta correta: C

Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Competência: 6
Habilidade: 26

A maior parte do curso do Rio Amazonas é plana e com


pouca declividade, o que o torna propício à navegação.
No entanto, seus afluentes, por se formarem em regiões
de planalto (como o planalto central do Brasil e o planalto
das Guianas), possuem um grande potencial hidrelétrico.
Dessa forma, a Bacia Amazônica apresenta boa navega-
bilidade e alto potencial de geração de energia no conjun-
to de seus rios.
Alternativa a: incorreta. A Bacia Amazônica também conta
com rios de planalto, como o Xingu e o Tapajós.
Disponível em: http://portal2010.ana.gov.br/_img/bacias/mapaAmazonas.jpg.
Acesso em: 6 dez. 2017. Alternativa b: incorreta. A Bacia do Amazonas, embora
não receba o desejável tratamento no esgoto da região,
Uma das bacias hidrográficas do Brasil é a do Rio Amazo- não apresenta altos níveis de poluição, tendo em vista
nas, a qual tem como principal característica, relacionada
sua capacidade hídrica e a baixa ocupação populacional
ao seu uso e aproveitamento, o fato de
em sua área.
A ser formada exclusivamente por rios de planície,
Alternativa d: incorreta. A Bacia Amazônica encontra-se
apresentando boa navegabilidade e baixo potencial
hidrelétrico. principalmente em uma área de planície, apresentando
B ser a principal fonte de água e de despejo de esgoto pouca declividade no curso de seus rios.
na região, quase sem tratamento, apresentando altos Alternativa e: incorreta. A região hidrográfica do Rio Ama-
níveis de poluentes. zonas insere-se apenas em áreas de planície.
C apresentar boa navegabilidade devido à região da
planície amazônica, mas contar com bom potencial
hidrelétrico nos afluentes do Amazonas.
D apresentar grande declividade no curso de seus rios,
necessitando de eclusas para a navegabilidade.
E possuir grande potencial hidrelétrico decorrente das
grandes quedas na região do planalto amazônico, por
onde passa o Rio Amazonas.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 97


QUESTÃO 89  QUESTÃO 90 
Afinal, os donos das terras desembuchavam. O siste- TEXTO I
ma de arrendamento, de divisão de safra, não dava mais
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organiza-
certo. Um só homem, guiando um trator, podia tomar o
lugar de doze ou catorze famílias inteiras. Pagava-lhes ção social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os
um salário pequeno e obtinha-se toda a safra. Era o que direitos originários sobre as terras que tradicionalmente
iam fazer. Não gostavam de ter que fazê-lo, mas que re- ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fa-
médio? Os monstros, que eram os bancos, exigiam o seu zer respeitar todos os seus bens.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: www.
tributo. E os monstros não podiam esperar mais. planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 5 set. 2017.
STEINBECK, John. As vinhas da ira. São Paulo: Abril, 1972, p. 47.

O trecho apresentado destaca um dos elementos mar- TEXTO II


cantes da Grande Depressão ocorrida nos anos 1930,
nos Estados Unidos, que seria a(o)
A necessidade de reduzir a safra diante da crise de
superprodução.
B concentração fundiária devido à elevação dos preços
da terra.
C avanço da mecanização do campo devido à falta de
trabalhadores.
D modernização resultante da ampliação do crédito
para a agricultura.
E desemprego que resultava na redução dos salários
médios.

Resposta correta: E

Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Competência: 4
Habilidade: 17

O texto menciona efeitos da crise na vida rural dos EUA:


a mudança nas relações de trabalho e a mecanização
produziram um grande número de desempregados. Com Disponível em: http://goo.gl/deoopj. Acesso em: 5 nov. 2017.
isso, a disputa pelos poucos empregos restantes fez o
valor dos salários despencar, o que agravava ainda mais A questão indígena no Brasil agrupa inúmeras problemáticas
a situação econômica do país, pois reduzia o poder de históricas, geográficas, culturais, sociais e étnicas. O texto da
compra da população. Constituição de 1988 e a charge retratam, simultaneamente,
Alternativa a: incorreta. O texto não faz menção à redução A as oposições entre direitos constitucionais dos indí-
da produção, mas a mudanças ocorridas no processo que genas e o processo de colonização, que favoreceu e
levaram os donos das terras a trabalhar com menos mão perpetuou a exclusão social das populações nativas.
de obra e, assim, a concentrar os lucros da safra. B as múltiplas complexidades do mundo contempo-
Alternativa b: incorreta. Não houve alteração no sistema râneo, que, em decorrência dos fluxos migratórios,
de propriedade da terra. Anteriormente, o que havia era motivaram as populações indígenas a deixarem seus
um sistema de arrendamentos que permitia que muitos territórios para assumir a vida nos grandes centros
camponeses arrendassem partes da terra de um grande populacionais.
proprietário. C a ausência do poder público em prol dessa minoria
Alternativa c: incorreta. A mecanização não se deve à fal- e a não participação de representantes indígenas na
ta de trabalhadores, mas ao interesse em concentrar a elaboração da Constituição de 1988.
renda da produção agrícola. D a ação do Estado para garantir os direitos dos nativos
Alternativa d: incorreta. Durante a crise, o crédito se retraiu, e o movimento de industrialização das reservas indí-
fazendo com que os proprietários precisassem concentrar genas, favorecendo a integração social, econômica e
a renda das safras como forma de pagar suas dívidas. territorial de tais populações até então excluídas.
E a tentativa legislativa para diminuir as invasões dos
territórios indígenas e os conflitos resultantes das
ações dos estados para a promoção da expansão ur-
bana e habitacional, que ocasionam a desagregação
dos nativos locais.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 98


Resposta correta: A
Tecnologias
Ciências Humanas e suas
Competência: 2
Habilidade: 8

O texto da Constituição (Texto I) destaca os direitos dos


povos indígenas, enquanto a charge (Texto II) representa
a realidade vivida pelos nativos, no passado e no presen-
te, ressaltando o contraste entre o que deveria acontecer
e o que, de fato, acontece. O atual cenário foi originado
pelos desdobramentos do processo de colonização, que
explorou os grupos indígenas, dizimou inúmeras popula-
ções e excluiu os nativos brasileiros da sociedade.
Alternativa b: incorreta. Apesar dos fluxos migratórios
para os grandes centros, as informações trazidas no
texto e na charge não fazem referência ao conteúdo da
assertiva. Ressalta-se também que muitas populações
permanecem em suas terras e ainda lutam pelo direito
aos seus territórios.
Alternativa c: incorreta. Embora o poder público seja,
muitas vezes, omisso em relação à causa indígena,
a elaboração da Constituição de 1988 contou com a
participação de representantes de diversas minorias
(entre elas, os índios), que realizaram debates acerca do
texto a ser aprovado.
Alternativa d: incorreta. A alternativa não dialoga com os
textos, pois a industrialização favoreceu a exclusão so-
cial dessa minoria, dado que a urbanização, necessária
à implantação industrial, descaracteriza a estrutura das
terras indígenas.
Alternativa e: incorreta. O enunciado exige um diálogo
entre o texto constitucional e a imagem. Vale ressaltar
que as ações de invasão excedem as políticas habi-
tacionais dos estados e, atualmente, acentuam-se na
expansão agropecuária, no extrativismo ilegal, na grila-
gem de terras, na exploração inadequada de solo, entre
outros problemas que aumentam a exclusão social dos
indígenas.

CH - 1o dia | Ciclo 1 - Página 99

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