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Peso e
Balanceamento
de Aeronaves
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
68 p. :il. – (EaD)
CDU 629.73
ead.sestsenat.org.br
Sumário
Apresentação 6
1 Terminologia 8
1.13 Braço 13
1.16 Estação 18
Glossário 20
Atividades 21
Referências 22
1 Registros de Dados 24
3
1.1 Documentos do Fabricante 25
Glossário 39
Atividades 40
Referências 41
1.1 Generalidades 44
Glossário 57
Atividades 58
Referências 59
Unidade 4 | Legislação 60
1 A Anac 61
1.1 O RBHA 61
4
1.1.1 As Regras do RBHA 91 62
1.2 O RBAC 63
Atividades 65
Referências 66
Gabarito 67
5
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
O curso possui carga horária total de 10 horas e foi organizado em 4 unidades, conforme
a tabela a seguir.
Bons estudos!
6
UNIDADE 1 | TEORIA DO PESO E
BALANCEAMENTO
7
Unidade 1 | Teoria do Peso e Balanceamento
A segurança de voo e o desempenho da aeronave são importantes. Por isso, os
conhecimentos adquiridos nesta unidade estarão diretamente relacionados à
preservação tanto da vida humana quanto da aeronave, evitando que o voo seja um
desastre ou que, simplesmente, o aparelho não consiga decolar. A pesagem correta e
o balanceamento adequado evitam que uma aeronave tenha problemas, como:
1 Terminologia
8
1.1 Peso Vazio Básico
A expressão peso vazio básico significa o peso da célula, dos motores, das hélices e
dos equipamentos fixos. O peso vazio exclui o peso dos tripulantes e da carga paga,
mas inclui o peso de todos os lastros fixos, do combustível não utilizável, do óleo
não drenável e da quantidade total do fluido de refrigeração do motor e do fluido
hidráulico.
Trata-se do peso da célula, somado aos seus equipamentos fixos, aqueles já instalados.
Inclui também todos os seus equipamentos operacionais de localização fixa, como
motores, hélices, equipamentos necessários e opcionais, equipamentos especiais,
lastros fixos, fluido hidráulico, combustível e óleo lubrificante residual.
É o peso da aeronave equipada com seu grupo motopropulsor, seus sistemas básicos,
seus elementos de decoração, todos os seus instrumentos e seus equipamentos
opcionais.
Esse indicador é o peso da aeronave equipada e pronta para voar, mas sem contar com
o combustível. São valores indicados na documentação, na especificação técnica ou no
manual de voo do avião (AFM).
9
1.4 Peso de Operação
Esse peso é um indicador operacional que considera todos os itens móveis da aeronave:
tripulantes, bagagens, equipamentos extras e de emergência. O peso de operação é
dado pela soma do peso básico vazio e os itens móveis.
Peso calculado para a decolagem da aeronave. Seu valor é determinado pela diferença
entre o peso de rampa e o combustível (comb) de consumo até a decolagem, como
segue:
Peso máximo para manobras da aeronave no solo, como táxi e aquecimento do motor,
incluindo o peso do combustível de partida. É definido pelo fabricante.
10
1.8 Peso de Aterragem (LW)
Indica o peso previsto para que o pouso da aeronave seja seguro. É calculado pela
diferença entre o peso de decolagem e o peso do combustível consumido durante o
voo.
CgU = Pb – Pv.
11
1.11 Carga Estática Normal
12
A Figura 1 mostra os planos de referência em diferentes aparelhos.
1.13 Braço
Quando um equipamento está localizado à frente do PR, seu braço é negativo; atrás
do PR, é positivo. Se estiver exatamente no ponto do PR, não assume qualquer sinal. A
Tabela 1 ilustra os sinais de posição do braço.
Tabela 1: Sinais de posição do braço
13
Para exemplificar, quando um equipamento está na posição (+47), quer dizer que
está a 47 polegadas de distância à direita do plano de referência (PR). Sendo assim,
é possível concluir: se o PR está definido na estação zero da aeronave (na ponta do
nariz), há somente braços positivos. Caso o PR esteja em qualquer outra estação, há
braços negativos e positivos. A notação correta do braço segue após o equipamento,
entre parênteses, com os seus respectivos sinal e valor de distância em polegadas. Por
exemplo: tanque principal (+158).
É o produto do peso de um item multiplicado pelo seu braço. Para realizar essa operação,
é necessário ter os valores do peso e do braço de um equipamento embarcado.
O momento, também conhecido como torque, é a medida da força que age sobre um
objeto, capaz de fazer com que ele gire. É uma grandeza física que mede a força que
faz girar um objeto em um sentido de rotação ou de translação.
O cálculo do momento não considera o sinal dos fatores da multiplicação, pois não
importa se faz girar para a direita ou para a esquerda, para cima ou para baixo. O
resultado é o valor que indica a intensidade desta força. Sendo assim, o cálculo é feito
conforme a operação:
M = F x d.
Onde:
14
• M – medido em libras (lb);
Por exemplo: para um equipamento que pesa 15 libras (lb) e possui um braço de 60
polegadas, o seu momento é assim calculado:
CG = Mt / Pt.
Para certas aeronaves, são calculados diferentes valores de CG, como CG para
decolagem, voo e pouso. Sendo assim, é necessário determinar cada um dos valores e
comparar com o gráfico do envelope de CG do fabricante da aeronave.
15
Na documentação da aeronave, o CG vem acompanhado de limites, que são os valores
máximo e mínimo para um determinado peso. Isso significa que o CG pode variar
(passear) de posição em função das manobras aéreas, mas não pode extrapolar para
não comprometer o voo. Esses valores são estabelecidos pelo fabricante por meio da
documentação da aeronave.
A CAM (ou MAC, em inglês) é uma linha imaginária que corta o perfil (ou aerofólio)
longitudinal da asa, unindo o bordo de ataque ao bordo de fuga, conforme mostra a
Figura 2.
Essa grandeza é o indicador final nos cálculos de peso e balanceamento. Com ela,
é possível comprovar a estabilidade da aeronave, o que permite ao piloto efetuar
manobras seguras. Para isso, todo peso adicionado é distribuído de forma que a
posição do CG permaneça próxima ao centro de pressão (CP) da CAM, podendo variar
para frente ou para trás.
16
O ponto de pressão em questão é um ponto imaginário no qual as forças aerodinâmicas
concentram-se no aerofólio.
Onde:
17
Tabela 2: Passos para calcular o CG
1.16 Estação
18
Resumindo
19
Glossário
Lastro: peso carregado por uma aeronave para aumentar sua estabilidade.
Parafusos: manobras aéreas nas quais uma aeronave cai rodando sem controle.
20
Atividades
aa
1) Julgue a alternativa verdadeira ou falsa: O domínio da
teoria conduz a técnicas e a procedimentos que não qualificam
a manutenção a níveis elevados de segurança, de garantia e
de precisão exigidos para preservação tanto do ser humano
quanto da máquina.
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Verdadeiro ( ) Falso ( )
21
Referências
AVIATION SAFETY NETWORK. Acidente com DC-8 N27UA da Fine Air, 1997. Disponível
em: <http://aviation-safety.net/database/record.php?id=19970807-0&lang=es>.
Acesso em: 26 abr. 2015.
ZWERDLING, R. Por que o 747 caiu no Afeganistão? Aeromagazine, ed. 230, jul.
2013. Disponível em: <http://aeromagazine.uol.com.br/artigo/por-que-o-747-caiu-no-
afeganistao_1055.html>. Acesso em: 27 abr. 2015.
22
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO DE UMA
PLANILHA DE CÁLCULOS
23
Unidade 2 | Criação de uma Planilha de Cálculos
A planilha eletrônica é a ferramenta ideal para alcançar a precisão nos cálculos,
com a segurança necessária, eliminando o fator do erro humano nos procedimentos
matemáticos. A partir da planilha eletrônica é possível aplicar cálculos típicos de peso
e de balanceamento, criando uma planilha de cálculo do peso, criando um gráfico e
interpretando a posição do CG.
1 Registros de Dados
24
1.1 Documentos do Fabricante
25
1.1.1 Documentos de Carga
26
1.2.1 Coleta de Dados do Fabricante
27
Os dados que devem constar na planilha estão especificados na Tabela 3.
Tabela 3: Limites de peso
Limites de peso
Pesos máximos Valores (Kgf)
Peso máximo de decolagem (MTOW) 2073
Peso máximo de pouso (MLW) 1970
Peso máximo zero combustível (MZFW) 1814
Peso máximo do bagageiro dianteiro 45
Peso máximo do bagageiro traseiro 45
28
1.2.3 Formatação da Planilha
Como é possível notar, a tabela da ficha de carga é construída a partir de cada grupo
de dados, cujos títulos são: manifesto de peso e balanceamento (Pa34), flight release,
cálculo de peso de decolagem e cálculo de peso e balanceamento.
Tabela 6: Modelo de ficha de carga
Data: Responsável:
Momento
Descrição do Item Peso (kgf) Braço (m)
(m. kgf)
Peso vazio básico
Piloto e passageiro da poltrona
2,172
dianteira
Passageiros(poltronas centrais
3,00
voltadas para a frente)
Passageiros(poltronas centrais
3,025
voltadas para a trás) (opcional)
Passageiros (poltronas
4,003
traseiras)
Passageiro (poltrona extra)
3
(opcional)
Combustível (máximo de 356
2,388
litrol)
Bagageiro dianteiro (limite: 45
1,067
kgf)
Bagageiro traseiro (limite: 45
kgf)
Combustível previsto para
partida, táxi e aquecimento do - 7,0 2,388 - 16,72
motor
Peso de decolagem (máximo
1633 kgf)
29
O centro de gravidade está a metros atrás do plano de referência. Localize este
porto ( kgf; m) no gráfico “Limites de Peso e C.G. do Avião“. Se este ponto
estiver dentro do envelope operacional, o carregamento satisfará os requisitos de
peso e balanceamento para o vôo.
Peso de decolagem
Combustível consumido na
subida, cruzeiro e descida 2,388
(estimado)
Peso de aterragem
A planilha deve parecer com a ficha no final da formatação. Cada quadro atende a um
tipo de informação, detalhado a seguir.
30
Tabela 7: Cabeçalho do manifesto de carga
Flight release
Cálculo de autonomia
Tempo (hh:mm) Comb.(Ltrs)
Etapa 01:00 80
Alternado (+) 00:45 60
Reserva (+) 00:35 47
Min. requerido (=) 02:20 187
Adicional (+) 00:45 60
Total a bordo (=) 03:05 247
Nesta tabela, no total a bordo, apenas o valor total de combustível é usado para calcular
o seu peso na tabela de peso e de balanceamento, mais adiante.
31
Tabela 9: Cálculo da capacidade de carga
Capacidade de carga
Peso máx. de decolagem 2073 Kgf
Peso básico vazio (-) 1385 Kgf
Peso disponível total (=) 688 Kgf
Comb. mín. (Ltrs x 0,72 kgf/ltrs) (-) 134 Kgf
Peso dos tripulantes + pax (-) 0 Kgf
Peso nos bagageiros (-) 0 Kgf
Payload máximo (=) 554 Kgf
Onde:
O total desta tabela é resumido no campo payload máximo, sendo calculado assim:
payload máximo = peso disponível total + combustível mínimo (__ Ltrs x 0,72 kgf/
Ltrs) + peso dos tripulantes + pax
32
Tabela 10: Tabela do cálculo do PB
Os três valores de peso, destacados na Tabela 10, são utilizados como indicadores para
determinar a posição do CG no gráfico do envelope.
O momento (M) é calculado para cada valor de peso (P) declarado e de seu respectivo
braço (B), como foi demonstrado na unidade anterior, por meio da fórmula:
M = P x B.
Os demais itens desta tabela seguem suas respectivas fórmulas, conforme a Tabela 11.
33
Tabela 11: Fórmulas da tabela de PB
Peso Fórmula
ZFW = peso vazio básico + peso de
Peso zero combustível (ZFW)
carregamento
Pc = total comb x 0,72 Kgf/ltrs. (tabela
Peso do combustível (Pc)
de autonomia)
Peso de decolagem (TOW) TOW = ZFW + Pc
Pce = comb. etapa x 0,72 (tabela de
Peso do combustível da etapa (Pce)
autonomia)
Peso para o pouso (LW) LW = TOW – Pce
Com o gráfico, é possível observar se estes indicadores estão dentro dos limites
estabelecidos pelo fabricante.
Para tanto, é necessário criar, em uma nova planilha, as tabelas de valores de limite e
de dados dos indicadores de peso, como mostra a Tabela 12.
Tabela 12: Indicadores de limites
Indicadores Peso Braço
1000 2,083
1542 2,083
CG 2073 2,301
2073 2,403
1000 2,403
Limites do CG
2073 2,050
MTOW
2073 2,405
1970 2,050
MLW
1970 2,405
1814 2,050
MZFW
1814 2,405
34
Os valores contidos na Tabela 12 são transcritos da especificação do fabricante. Os
dados estão agrupados pelos indicadores do CG, do peso máximo de decolagem
(MTOW), do peso máximo de pouso (MLW) e do peso máximo com zero combustível
(MZFW).
Cada grupo de indicador é utilizado no gráfico como uma série de dados, conforme
apresentados na Tabela 13.
Tabela 13: Dados das posições do CG
35
1.2.5 Criação do Gráfico
A criação do gráfico, com base nos indicadores das últimas tabelas, assume o formato
demonstrado no Gráfico 1.
36
Tabela 14: Tabela de dados com destaque para as séries
Séries de
Peso Braço Indicadores
dados
CG 1000 2,083
1542 2,083
2073 2,301 Indicadores dos limites
2073 2,403
Limites
1000 2,403
do CG
MTOW 2073 2,050
2073 2,405
MLW 1970 2,050 Indicadores dos pesos
1970 2,405 máximos
37
hh
A posição dos pontos dentro do envelope traz a indicação da
tendência de atitude da aeronave carregada. Quanto mais
próximo um ponto estiver do limite esquerdo, maior a tendência
de o avião picar, pois significa que o nariz está mais pesado.
Porém, quanto mais próximo ao limite direito estiver um ponto, maior a tendência para
cabrar, pois o nariz está mais leve e o avião com tendência a sentar. Como consequência,
as manobras são limitadas, com maior sensibilidade na decolagem e no pouso e o voo
deve ser compensado. Esta tendência não impede a realização do voo, desde que o CG
esteja dentro do envelope, mas alerta ao piloto o comportamento da aeronave.
Resumindo
38
Glossário
Pax: passageiros.
39
Atividades
aa
1) Julgue a alternativa verdadeira ou falsa: O manual de voo
da aeronave é um dos documentos onde pode ser encontrado
os dados sobre o peso e o balanceamento de uma aeronave.
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Verdadeiro ( ) Falso ( )
40
Referências
AVIATION SAFETY NETWORK. Acidente com DC-8 N27UA da Fine Air, 1997. Disponível
em: <http://aviation-safety.net/database/record.php?id=19970807-0&lang=es>.
Acesso em: 26 abr. 2015.
ZWERDLING, R. Por que o 747 caiu no Afeganistão? Aeromagazine, ed. 230, jul.
2013. Disponível em: <http://aeromagazine.uol.com.br/artigo/por-que-o-747-caiu-no-
afeganistao_1055.html>. Acesso em: 27 abr. 2015.
41
UNIDADE 3 | CASOS DE USO DE
PESO E BALANCEAMENTO
42
Unidade 3 | Casos de Uso de Peso e Balanceamento
O conhecimento sobre alguns casos específicos é imprescindível ao profissional de
manutenção de aeronaves, uma vez que executa serviços de grande responsabilidade
e deve atentar aos riscos de sua profissão. No entanto, independentemente do caso, o
mais importante é seguir, na íntegra, as recomendações determinadas pelo fabricante,
sem ajustes ou qualquer tipo de alteração.
43
Esse modelo destacou-se por sua grande flexibilidade de carga, apesar de não poder
voar nos limites máximos especificados para passageiros adultos, combustível e
bagageiros.
1.1 Generalidades
Antes da entrega, o fabricante pesa o avião e registra o peso vazio básico e a localização
do CG na ficha de pesagem de aviões do relatório de peso e balanceamento, como
mostra a Figura 7.
44
Figura 7: Ficha de pesagem de aviões
45
a) Um ocupante (somente o piloto) ou dois ocupantes (piloto e passageiro no
assento dianteiro): o bagageiro traseiro deve ser carregado. Sem bagagem no
bagageiro traseiro, a quantidade de combustível pode ser restringida pelo limite
dianteiro do envelope para algumas combinações de equipamento opcional.
c) Quatro ocupantes (dois nos assentos dianteiros e dois nos assentos centrais):
o bagageiro traseiro deve carregado. A bagagem do bagageiro dianteiro pode
ser restringida pelo limite dianteiro do envelope. Sem bagagem no bagageiro
traseiro, a quantidade de combustível pode ser restringida pelo limite dianteiro
do envelope para algumas combinações de equipamento opcional.
d) Cinco ocupantes (dois nos assentos dianteiros, dois nos assentos centrais e um
nos assentos traseiros): é necessário um estudo para determinar qual a melhor
condição de carregamento dos bagageiros.
e) Seis ocupantes (dois nos assentos dianteiros, dois nos assentos centrais e dois
nos assentos traseiro): a quantidade de combustível e/ou bagagem pode ser
restringida pelos limites do envelope. Neste caso, o bagageiro dianteiro deve se
carregado antes.
f) Sete ocupantes (dois nos assentos dianteiros, três nos assentos centrais e dois
nos assentos traseiros): a quantidade de combustível e/ou a bagagem podem
ser restringida pelos limites do envelope.
Sendo assim, seja qual for a configuração do avião, o piloto é o responsável em garantir
que o peso e o CG do avião permaneçam nos limites do envelope operacional aprovado
para o voo.
46
1.3 Determinações do Peso e Localização do CG para o Voo
a) Soma do total do peso dos passageiros e das bagagens para determinar o peso
de carregamento. A ficha de carga deve ser usada para coletar os dados de
carregamento, conforme ilustra a Figura 8.
Figura 8: Ficha de carga
47
b) O momento de cada local de carregamento (bagageiro dianteiro, poltronas
dianteiras, combustível etc.) deve ser determinado pelo gráfico de carregamento,
como demonstra o Gráfico 2.
c) O peso total pela soma do peso básico vazio com o peso de carregamento é
determinado.
48
d)
O momento total pela soma dos momentos apurados de cada local de
carregamento, incluindo o momento do peso básico vazio é determinado.
hh
Na régua correspondente ao local carregado, deve ser
encontrado o ponto referente ao peso, registrado no manifesto
de carga do item carregado para determinar seu momento, e o
valor deve ser registrado no mesmo manifesto, na linha do local
carregado.
49
1.5 Limites de Peso e CG
50
Pode-se transportar o peso indicado, nos pontos marcados nas réguas de carregamento
e o CG calculado, para o ponto correspondente no Gráfico 3 e comparar com os limites.
É preciso que nenhum ponto esteja fora do envelope estabelecido. Se o ponto estiver
dentro do envelope então o carregamento é seguro para o voo.
O voo que partiu de Miami (Flórida) para Santo Domingo (Punta Cana). Dias antes
do acidente, um comandante relatou no diário de bordo que vários alertas foram
registrados sobre a prática de excesso de carregamento nos porões:
51
compartimento de carga têm sido reportadas ao setor responsável
pela prevenção e Investigação de Acidentes e Incidentes. Apesar
das providências adotadas pelos setores competentes da empresa
no sentido de neutralizar este tipo de ameaça, recentemente outra
aeronave de mesmo modelo apresentou dificuldade de controle
após a decolagem devido a problemas de desbalanceamento, em
função de sobrecarga no porão traseiro (KOCH, 2009).
Apesar disso, nenhum procedimento para favorecer a segurança do voo foi adotado
pela empresa até o dia 7, durante o voo de carga. O acidente aconteceu em razão de
sucessivos erros de fator humano. Uma sequência de falhas é apresentada a seguir.
a) As condições do acidente
Utilizando uma versão cargueira do modelo DC-8, de matrícula N30UA, este voo sofreu
um atraso. Para compensar, a empresa substituiu o N30UA por um N27UA, que estava
com um pallet carregado. Como o funcionário de segurança não foi avisado da troca
das aeronaves autorizou o despachante de carga para carregar o N27UA, conforme o
mapa de carregamento para o N30UA. O despachante, por sua vez, carregou com outro
pallet de carga e acrescentou mais dois pallets vazios, a fim de evitar o deslocamento da
carga, sem refazer os cálculos para a nova configuração do carregamento. Além disso,
a carga estava com um excesso de peso de, aproximadamente, 2.700 Kg. Isto significa
que o N27UA encontrava-se com seu CG muito atrás do limite traseiro de seu envelope
de carregamento. Os pallets foram dispostos no deck de carga sem bloqueios, para
travar cada um em sua posição, como de costume. Ao embarcar no avião, não houve
uma conferência do estado da carga por nenhum dos três tripulantes, que seguiram
com os procedimentos de voo previstos normalmente.
52
GND: Frequência de solo do aeroporto de Miami
• 12h34:31 / TWR: Fine Air 101 pronto, torre Miami, tráfego a cinco milhas da final,
é um Boeing 747, livre decolagem imediata.
• 12h34:14 / F/O-RDO: Livre decolagem pista 27 direita, Fine Air 101 pronto.
• 12h34:50 / Cap: Esse cara (NE: o 747 em aproximação final) está a menos de 4
milhas e eu acho que não podemos nem parar para acelerar na pista, vai dando
potência evamos decolar sem parada, ok? Nós não estamos tão pesados assim,
de qualquer maneira.
53
• 12h36:7 / F/E: Motor quatro aquecendo um pouco.
O nariz do jato roda muito além do normal. O excessivo ângulo de subida é notado pelo
experiente comandante, que avisa a seu Primeiro Oficial:
• 12h36:13.3 / Cap: Ah não, ah não... Segura, segura, vai devagar, vai devagar!
54
• 12h36:17.8 / CAM: O microfone de cabine volta a registrar o acionamento do
stick shaker, indicando que o DC-8 volta a entrar em uma condição de pré-estol. O
som do stick-shaker é ouvido até o final da gravação. Em seguida, as 12h36:17.6,
ouve-se na cabine o som do GPWS, ativado pela baixa altitude e velocidade da
aeronave.
• Pelos segundos seguintes, os sons surdos dos motores, sofrendo com o estol de
seus compressores, fica registrado.
c) A queda
A transcrição da última conversa dos pilotos mostra que, na corrida para decolagem, ao
subir o nariz, os tripulantes sentiram um baque, vindo da cauda. Alguns segundos
depois sentiram outro que, desta vez, fez o avião rodar. Ao decolar, o nariz cabrou
bruscamente iniciando um estol. A Figura 10 ilustra uma manobra cabrada.
55
Os motores perderam potência e o avião iniciou o primeiro estol. Os pilotos conseguiram
baixar o nariz o suficiente para sair dele. Porém, com a cauda pesada, o segundo estol
começou, a potência se foi e a sustentação também: o avião tocou a cauda no solo
arrastando a asa direita. Quatro segundos depois, caiu violentamente, explodindo e
matando os tripulantes, um passageiro e um civil. A Figura 11 mostra a sequência da
queda do o voo de carga.
Resumindo
56
Glossário
Pallet: painel plano de alumínio reforçado, composto de anéis para fixação, utilizado
para transportar a carga em forma de pilha usando empilhadeiras, o que torna mais
ágeis a estocagem e a movimentação no interior de uma aeronave.
57
Atividades
aa
1) Julgue a alternativa verdadeira ou falsa: Os operadores
devem atentar para a boa distribuição da carga e evitar a
sobrecarga, a fim de que o avião sofra uma redução crítica no
desempenho de voo pois quanto mais pesada a carga, menor
é o desempenho e, consequentemente, mais perigosa a
operação.
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Verdadeiro ( ) Falso ( )
58
Referências
AVIATION SAFETY NETWORK. Acidente com DC-8 N27UA da Fine Air, 1997. Disponível
em: <http://aviation-safety.net/database/record.php?id=19970807-0&lang=es>.
Acesso em: 26 abr. 2015.
ZWERDLING, R. Por que o 747 caiu no Afeganistão? Aeromagazine, ed. 230, jul.
2013. Disponível em: <http://aeromagazine.uol.com.br/artigo/por-que-o-747-caiu-no-
afeganistao_1055.html>. Acesso em: 27 abr. 2015.
59
UNIDADE 4 | LEGISLAÇÃO
60
Unidade 4 | Legislação
A legislação definida pelo governo brasileiro existe para garantir que todos os
responsáveis pela pesagem e pelo balanceamento sigam as regras estabelecidas pelo
fabricante. É necessário conhecer as leis que regulamentam o tema e como devem ser
obedecidas na prática.
1 A Anac
1.1 O RBHA
61
1.1.1 As Regras do RBHA 91
A versão RBHA 91 estabelece regras gerais para a operação de qualquer aeronave civil
no Brasil. Na subparte E, seção 91.423, o RBHA trata do tema peso e balanceamento.
62
(1) para as aeronaves referidas no parágrafo (b) desta seção, o
responsável pela pesagem deve ser um engenheiro devidamente
registrado e autorizado pelo CREA;
(f) Esta seção não se aplica a uma aeronave que opere conforme
o RBHA 121.
1.2 O RBAC
O RBAC, como mencionado, é o sucessor do RBHA, criado pela Anac. Essa nova versão
tem como objetivo regular requisitos operacionais para operações complementares
ou por demanda de qualquer operação extraordinária em relação as suas operações
domésticas.
SUBPARTE A – GERAL
63
135.23 Conteúdo do manual
(a) Cada manual deve ter a data da última revisão em cada página
revisada. O manual deve incluir:
(1) [...]
Resumindo
64
Atividades
aa
1) Julgue a alternativa verdadeira ou falsa: A principal
atribuição da Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC) inclui
a regulação e a fiscalização das atividades de aviação civil e
de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária.
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Verdadeiro ( ) Falso ( )
65
Referências
AVIATION SAFETY NETWORK. Acidente com DC-8 N27UA da Fine Air, 1997. Disponível
em: <http://aviation-safety.net/database/record.php?id=19970807-0&lang=es>.
Acesso em: 26 abr. 2015.
ZWERDLING, R. Por que o 747 caiu no Afeganistão? Aeromagazine, ed. 230, jul.
2013. Disponível em: <http://aeromagazine.uol.com.br/artigo/por-que-o-747-caiu-no-
afeganistao_1055.html>. Acesso em: 27 abr. 2015.
66
Gabarito
Questão 1 Questão 2
Unidade 1 F V
Unidade 2 V F
Unidade 3 V F
Unidade 4 V F
67