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AULA 2 - HISTÓRIA DO BRASIL

AMÉRICA PORTUGUESA
Administração
O território foi dividido em capitanias hereditárias que eram demarcadas de acordo com
os acidentes geográficos do litoral. O protagonista desse sistema era o donatário. A ideia era
distribuir a terra entre os principais nobres de Portugal e a eles caberia o ônus da colonização;
todavia, os grandes nobres rejeitaram a proposta. Então, a terra foi dada aos fidalgos de segunda
escala e aos militares.
A Carta de Doação vinha acompanhada do primeiro documento jurídico brasileiro, o
Foral, que previa todos os direitos e deveres os donatários.
As sesmarias eram uma subdivisão das capitanias hereditárias (mediam seis léguas por
seis léguas). Para muitos, a partir daí iniciou-se o processo de concentração fundiária no Brasil.
O sistema de capitanias hereditárias foi um fracasso na maioria dos casos. Dentre os
motivos, podemos citar:
 a distância de Portugal que levou à falta de comunicação com a metrópole;
 a vasta extensão das capitanias;
 os ataques indígenas que prejudicaram a colonização;
 a falta de interesse de muitos donatários que sequer chegaram a vir ao Brasil;
 a falta de apoio da Coroa portuguesa.

Por outro lado, algumas capitanias deram certo. As capitanias de Pernambuco e São
Vicente foram bem-sucedidas, tiveram plantação de cana-de-açúcar e atraíram pessoas.
Portugal tentou recuperar as capitanias que fracassaram instituindo um governo geral.

Governo Geral (1548)


Foi uma tentativa de centralização administrativa. Portugal transformou as capitanias
que deram errado em capitanias reais. (As capitanias hereditárias só acabaram com Marquês de
Pombal.)

Nesse momento, Salvador era a capital. Os principais órgãos eram:


 bispado da Bahia (1555): um órgão para moralizar e organizar a ação do clero na Colônia;
 tribunal da relação (1606): órgão colonial para cuidar de pequenas questões jurídicas, o
ouvidor-mor era o responsável;
 conselho de vereança ou câmaras municipais (1609): eram os principais órgãos políticos
da Colônia, nelas havia um conflito entre descentralização e centralização e discutiam-
se os impostos, as obras públicas. Somente os ‘homens bons1’ podiam participar, era
um local exclusivo para a elite colonial.

Economia
O principal produto do Brasil colonial era o açúcar. O açúcar foi escolhido porque tinha
status de especiaria, e por isso era lucrativo; além disso, Portugal já havia tido experiências
anteriores com o cultivo da cana nas ilhas atlânticas. O solo massapê e o clima tropical também
eram favorável à tal atividade.
A principal unidade produtiva era o engenho de açúcar formado pela lavoura, casa
grande, senzala, moenda2 e casa de purgar (onde se transformava o caldo em melaço).
As propriedades eram plantations: latifúndio monocultor escravista. No primeiro
momento, a escravidão era indígena. Na América Portuguesa a quantidade de índios não era tão
grande quanto a da América Espanhola. Houve várias mortes devido ao choque bacteriológico.
Muitos índios migraram para o interior do país (eram seminômades). E muitos dos capturados
resistiam ao trabalho devido a questão cultural. A Igreja protegia os índios permitindo a
escravização apenas daqueles que resistiam à catequese - conceito de guerra justa. Durante
todo o período colonial, houve escravização indígena sendo ela permitida ou não.
A escravidão africana remonta ao século IX. Ela gerava grandes lucros à Coroa. (O tráfico
negreiro foi o que mais rendeu dinheiro a Portugal). A Igreja permitia a escravidão do negro
alegando que escravo não tinha alma; porém, alguns setores católicos discordavam como Padre
Antônio Vieira.

Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado porque padeceis em um modo


muito semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz e em toda a sua paixão.
A sua cruz foi composta de dois madeiros, e a vossa em um engenho é de três. Também
ali não faltaram as canas, porque duas vezes entraram na Paixão: uma vez servindo para
o cetro de escárnio, e outra vez para a esponja em que lhe deram o fel. A Paixão de
Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi de dia sem descansar, e tais são as vossas
noites e os vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos;
Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites,
as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se compõe a vossa imitação, que, se for
acompanhada de paciência, também terá merecimento de martírio.
VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello & Irmão, 1951 (adaptado).

Sociedade
Gilberto Freyre dividia a sociedade colonial entre casa grande e senzala. Ilmar Matos
apresenta outra divisão na qual o colonizador é o agente da colonização portuguesa (ex.: bispo,
capitão, governador-geral, ouvidor-mor), os colonos são os proprietários de terra e de escravo
(o senhor de engenho), e o colonizado é o índio, o escravo, o mercador, o mascaste, os
descendentes portugueses não proprietários de terra.

1 O homem bom do Brasil colonial era aquele que não utilizava as mãos para promover seu sustento: era o grande proprietário de
terra e escravo.
2 Há duas formas para mover a moenda: com animal (chamada de trapiche) ou com água (chamada de engenho real). A moenda

era cara e, por isso, havia fazendas que não tinham moenda.

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