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Resumo: O emprego de algemas ainda não está disciplinado por decreto federal como fora
previsto no art. 199 da Lei de Execução Penal. Entretanto, as algemas são empregadas no
cotidiano policial e por vezes sem nenhum critério. Dessa forma, o presente artigo visa
fornecer subsídios legais, doutrinários e jurisprudenciais para o correto emprego de
algemas.
1. Introdução
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Oficial da Polícia Militar do Estado do Piauí. Realizou o Curso Superior de Formação de
Oficiais na Academia de Polícia Militar do Paudalho no Estado de Pernambuco. Acadêmico
do 9º período de Direito da Universidade Estadual do Piauí (UESPI).
2. Aspectos doutrinários
3. Aspectos legais
É o caso, por exemplo, do artigo 199 da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210,
de 11 de julho de 1984), in verbis:
Bem, a lei não define com precisão o que são meios necessários. Então,
busca-se na doutrina um balizamento para nossa fundamentação. Mirabete refere-
se aos meios necessários quando discorre sobre a legítima defesa, inserida no
artigo 23, inciso II, e regulada pelo artigo 25 também do Código Penal, nos seguintes
termos:
Menos tormentosa é a situação dos policiais militares, o que não quer dizer
sem tormentos. O Código de Processo Penal Militar em seu artigo 234, parágrafo 1º,
aborda especificamente o assunto, mas não elimina todas as dúvidas sobre o
emprego de algemas. Assim dispõe, ipsis litteris:
“Art. 234, §1º. O emprego de algemas deve ser evitado, desde que não
haja perigo de fuga ou de agressão da parte do preso, e de modo algum será
permitido, nos presos a que se refere o art. 242”. (grifamos)
O membro do Parquet militar federal Jorge Cesar de Assis, aduz que “no
Código de Processo Penal Castrense, apesar de não vir de forma expressa, o
código preocupa-se com a integridade física do preso, pois evita colocá-lo em
situação vexatória e proíbe o emprego das grilhetas opressoras em algumas
categorias de pessoas”.
“(...) o uso de algemas deve ser evitado. Será admitido em caso de extrema
necessidade. Exemplo: nas hipóteses em que se configure como meio indispensável
à contenção de sua agressividade (...)”.
Sendo assim, o policial não pode abusar do seu poder. A violação ao seu
dever legal poderá resultar em ações por danos morais, além de implicar
responsabilização por abuso de autoridade, como nos ensina Luiz Flávio Gomes, em
artigo sobre o tema em estudo:
4. Aspectos jurisprudenciais
O STJ sinaliza no sentido de que o uso de algemas deve ser feito de modo
prudente, analisando-se cada caso concreto, para que não seja violado o princípio
constitucional da dignidade da pessoa humana.
Também, corroborando com nosso entendimento, esse é o posicionamento
da Primeira Turma do STF em recente julgado:
5. Conclusão
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: