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TRIBUTÁRIO
Material meramente de apoio, não substituindo estudo pela doutrina
recomendada em aula.
Fontes primárias
Constituição Federal – Estabelece as competências tributárias (poder de tributar) aos
entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e seus limites. É importante
frisar que a CF não cria tributos, apenas confere competência para que as pessoas políticas
instituam, por meio de lei, as exações tributárias.
Emendas constitucionais - Podem alterar, dentro dos limites estabelecidos pelo poder
constituinte originário (art. 60, § 4.º, CF), princípios e regras reguladoras de todo o
Sistema Tributário Nacional.
Tratados e convenções internacionais (art. 98) – Revogam ou modificam a legislação
tributária interna, e as leis que lhes forem posteriores devem adequar-se a eles.
Leis complementares (art. 146, CF) – Dispõem sobre conflitos de competência e
normas gerais de Direito Tributário. A lei complementar, em regra, não cria tributos,
salvo nas hipóteses de empréstimos compulsórios (art. 148, CF) e competência
residual da União (art. 154, I CF). Todos os demais tributos podem ser criados por lei
ordinária.
Leis ordinárias – São em regra, o veículo normativo capaz de instituir, aumentar ou
extinguir tributos.
Leis delegadas – São elaboradas pelo presidente da República sobre matérias
específicas (art. 68, CF) quando o Congresso Nacional assim autorizar. Essa espécie
normativa pode ser utilizada para criar tributos, salvo no caso dos tributos que exigem
sua criação por lei complementar.
Medidas provisórias – Só poderão instituir impostos nos casos de urgência e de
relevante interesse nacional, dependendo, ainda, de sua conversão em lei no prazo de 60
dias.
Decretos legislativos – São atos do Congresso Nacional que se prestam a disciplinar
matérias privativas do Congresso Nacional. Entre essas matérias devem ser citados os
tratados e convenções internacionais, os quais serão aprovados pelo Congresso
Nacional, que se pronunciará por meio de decretos legislativos, promulgados pela
presidência do Senado Federal.
Resoluções do Senado Federal – Estabelecem as alíquotas mínimas e máximas do
ICMS nas operações internas e são utilizadas também para resolver os conflitos
específicos que envolvam interesses dos Estados membros (art. 155, § 2.º, IV e V, “a” e
“b”, CF) ou aqueles que estabeleçam as alíquotas aplicáveis às operações e prestações,
interestaduais e de prestação. Fixam também as alíquotas máximas do ITCMD (art. 155,
I, c/c § 1.º, IV, CF).
Fontes secundárias
Decretos – São as normas editadas pelo chefe do Poder Executivo para o cumprimento
das leis tributárias. Os decretos não inovam a ordem jurídica, apenas explicitam as
normas, possibilitando sua aplicação.
Normas complementares – Têm como objetivo explicitar (e não inovar o sistema
jurídico) as leis, os tratados e convenções internacionais e os decretos (art. 100). São os
atos normativos, decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa
(“jurisprudência administrativa”), práticas reiteradas e os convênios celebrados entre os
poderes da Federação.
Princípios
Princípio da legalidade – A regra constitucional determina que a instituição ou
majoração de tributos deverá ser estabelecida por lei (art. 150, I, CF). Será, em regra,
lei ordinária salvo se a Constituição Federal fixar explicitamente o uso de lei
complementar (arts. 148 e 154, I, CF).
As medidas provisórias podem instituir e majorar impostos que não
sejam privativos de lei complementar. Para tanto, devem ser convertidas em lei dentro do
prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 60 (art. 62, § 7.º, CF). A produção dos efeitos da
medida provisória ocorrerá no exercício financeiro seguinte, desde que seja convertida em
lei até o último dia daquele em que foi editada (art. 62, § 2.º, CF).
Princípio da igualdade – Todos são iguais perante a lei (art. 5.º, CF), de modo que a
tributação deve alcançar todos os contribuintes. Para atingir a igualdade em matéria
tributária, os contribuintes que se encontrem em situação equivalente serão tratados
igualmente e os que estiverem em situação diferente serão tratados desigualmente, na
medida de suas desigualdades (art. 150, II, CF).
Princípio da irretroatividade – Esse princípio ratifica a segurança jurídica, proibindo
que haja a incidência de tributos sobre fatos geradores ocorridos antes da vigência da lei.
No entanto, segundo dispõe o art. 106 do CTN, a lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I. em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, ou
II. tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente à época do
fato gerador ou da prática do ato.
Princípio da anterioridade – A anterioridade também é corolário da segurança jurídica.
Estabelece, portanto, que os entes tributantes não podem exigir tributos no mesmo
exercício financeiro (1.º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano, conforme o art. 34 da
Lei 4.320/64) em que tenham sido publicadas as leis que os instituíram ou aumentaram
(art. 150, III, “b”, CF). São exceções, isto é, a instituição ou majoração poderá ser
exigida no mesmo exercício financeiro da data da publicação da lei:
a) os impostos reguladores – II, IE, IPI e IOF;
b) CIDE petróleo;
c) Empréstimo compulsório quando instituído em caso de despesas decorrentes de
calamidade pública, guerra externa ou sua iminência;
d) Imposto Extraordinário de Guerra;
e) Contribuições sociais, uma vez que estas estão sujeitas a um regime jurídico próprio,
denominado anterioridade mitigada ou nonagesinamal; assim, quando uma
contribuição social for instituída ou majorada, seus efeitos ficam suspensos até que
decorram 90 dias da data da lei que a publicou (art. 195, § 6.º, CF).
A anterioridade não deve ser confundida com o princípio da
anualidade, segundo o qual, para que um tributo seja criado ou majorado, é necessária
prévia autorização orçamentária de forma anual. A Constituição Federal de 1988 não
recepcionou esse princípio.
Princípio da anterioridade mínima – Trata-se de regra constitucional introduzida pela
EC 42/03, que acrescentou a letra “c” ao art. 150, inciso III. Segundo essa nova regra,
além de observar o exercício financeiro seguinte, é necessário também observar se da
data que instituiu ou majorou o tributo já decorreram 90 dias.
Com a anterioridade mínima, o aumento na carga tributária somente produzirá efeitos no
exercício financeiro seguinte, bem como será observada a vacatio legis de 90 dias entre a
data da lei e sua exigência efetiva.
São exceções (art. 150, § 1.º, CF):
a) empréstimo compulsório motivado por calamidade pública, guerra externa ou sua
iminência;
b) II, IE, IOF e IR;
c) Impostos Extraordinário de Guerra;
d) Fixação da base de cálculo do IPVA e do IPTU.
Princípio do não-confisco – O princípio da proibição de tributo com efeito de
confisco(art. 150, IV, CF) pode ser enunciado como a vedação à instituição de tributo
que sejam excessivamente onerosos, antieconômicos, inviabilizando o desenvolvimento
de atividades econômicas capazes de produzir riquezas.
Princípio da liberdade de tráfego – O que se quer proteger é o direito constitucional à
livre locomoção (art. 5.º, XV). Os entes políticos não podem estabelecer limitações ao
tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais. A
exceção a esse princípio diz respeito à cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público (art. 150, V, CF).
Princípio da uniformidade geográfica – Trata-se de regra constitucional a ser
observada pela União, impedindo-a que institua tributo que não seja uniforme em todo o
território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao
Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro. Admite-se distinção quando o
objetivo seja promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre diferentes
regiões do país, por meio da concessão de incentivos fiscais (art. 151, I, CF).
Princípio da não- diferenciação tributária – A ser observado pelos Estados, Distrito
Federal e Municípios, esse princípio veda que exista diferença tributária em razão da
procedência ou destino dos bens ou serviços (art. 152, CF).
Princípio da capacidade contributiva – Tem o intuito de alcançar a chamada Justiça
Fiscal. Conforme a norma constitucional, sempre que possível os impostos deverão ter
caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte (art.
145, § 1.º, CF). É instrumento deste o princípio da progressividade fiscal, segundo o
qual as alíquotas deverão ser progressivas quanto maior for a base de cálculo do tributo.
Princípio da não-cumulatividade – Visa a evitar o famoso efeito cascata dos tributos,
compensando se for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou
prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro
Estado ou pelo Distrito Federal (art. 155, § 2.º, I, CF).
Princípio da seletividade – Tem o condão de selecionar os bens tributários, aplicando-
lhes alíquotas diferentes de acordo com seu grau de essencialidade. Quanto mais
essencial for um produto, menor será a alíquota aplicável. O princípio é aplicado ao IPI,
obrigatoriamente (art. 153, § 3.º, I, CF), ao ICMS, facultativamente (art. 155, § 2.º, III,
CF), e ao IPVA, facultativamente (art. 155, § 6.º, II, CF).
IMUNIDADES
A imunidade tributária ocorre quando a regra constitucional impede
a incidência da regra jurídica de tributação, criando um direito subjetivo público de exigir
que o Estado se abstenha de cobrar tributos (não sofrer a tributação). Trata-se de uma não-
incidência constitucionalmente qualificada. Logo, o que é imune não pode ser tributado.
Tributo
Espécies tributárias
1. Imposto
2. Taxa
3. Contribuição de melhoria
4. Contribuições especiais
Contribuições sociais
Consistem em instrumentais gerais e para a Seguridade Social (estas últimas destinam-se
a financiar a Seguridade Social).
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE)
Intervenção no Domínio Econômico em razão do descompasso efetivo ou potencial do
mercado. Serve para instrumentalizar a intervenção e dar efetividade às políticas
econômicas.
Contribuição no interesse das categorias econômicas e profissionais
Pode ser profissional, econômica ou de serviço social; contribuição compulsória
destinada às entidades privadas (sindicatos, Sesi, Senai, Sebrae, etc.).
Contribuição para o custeio da iluminação pública
Destinada ao custeio da iluminação pública, de competência dos Municípios e do DF.
Contribuição previdenciária dos servidores
É o tributo cobrado pelos Estados, DF e Municípios dos servidores para o custeio da
respectiva previdência social.
5. Empréstimos compulsórios
IMPOSTOS DA UNIÃO
Imposto Extraordinário
Art. 154, II
Aspecto material – Pode ser instituído na iminência ou no caso de guerra externa.
Características – Exceção à competência privativa dos Estados, Municípios e Distrito
Federal para instituir impostos. Não está sujeito ao princípio da anterioridade (art. 150, §
1.º).
O imposto será suprimido gradativamente, cessadas as causas de
sua criação.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
É vínculo que se estabelece entre o Estado (credor – sujeito ativo –
Fisco) e o particular (devedor – sujeito passivo – contribuinte) em função de uma prestação
de cunho patrimonial, prevista na legislação tributária, traduzida em pagar tributo ou
penalidade ou em fazer alguma coisa no interesse do Fisco ou ainda deixar de praticar
determinado ato de acordo com a lei (art. 113).
Obrigação principal – Surge com a ocorrência do fato gerador previsto em lei e tem
por objeto uma obrigação de dar (dar dinheiro – pagar). Ex.: efetuar o pagamento do
tributo ou da penalidade pecuniária (multa).
Obrigação acessória – Decorre da legislação tributária e tem por objeto deveres
instrumentais (obrigação de fazer ou não fazer) previstos em favor da arrecadação ou da
fiscalização de tributos. Ex.: emitir notas fiscais; não receber mercadorias
desacompanhadas da documentação legalmente exigida.
FATO GERADOR
Fato gerador é a situação prevista em lei como necessária e
suficiente a sua ocorrência (art. 114).
Hipótese de incidência é a descrição legal de um fato de forma
hipotética, prévia e genérica, a qual, uma vez concretizada, enseja o nascimento da
obrigação principal (fato gerador).
Efeitos
De acordo com o art. 116 do CTN, considera-se ocorrido o fato
gerador e existentes seus efeitos:
Tratando-se de situação de fato, surge a obrigação tão logo ocorram as circunstâncias
materiais necessárias;
Tratando-se de situação jurídica, considera-se ocorrido o fato gerador tão logo tais
situações estejam definitivamente constituídas de acordo com as normas do direito
privado.
Pretendendo inibir a evasão fiscal, a LC 104/01 inseriu o parágrafo
único no art.. 116 do CTN, o qual autoriza que a autoridade administrativa desconsidere
atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato
gerador, regra que deverá ser regulamentada por meio de lei ordinária.
O art. 117 do CTN dispõe acerca das condições suspensivas e
resolutórias no que aos atos ou negócios jurídicos:
Na condição suspensiva, a aquisição do direito fica na dependência de um evento ou
condição futura e incerta que deixa em suspenso a eficácia do ato.
Na condição resolutória, o direito adquirido se desfaz quando ocorre determinado
evento. Referido evento tem o condão de “resolver”, ou seja, extinguir o ato jurídico.
A definição legal do fato gerador independe de (art. 118):
validade jurídica, natureza ou efeitos dos atos praticados; e
efeitos dos fatos ocorridos.
Convenções particulares
O art. 123 do CTN estabelece que, se não houver disposição de lei
em contrário, os contratos particulares não podem alterar a definição do sujeito passivo da
obrigação tributária. Ex.: no contrato de locação, a obrigação de pagar o IPTU pode ser
atribuída ao locatário; no entanto, tal convenção não poderá ser oposta contra o Fisco, que
exigirá o pagamento do imposto do sujeito passivo eleito pela lei, ou seja, o proprietário
(locador).
Solidariedade
A solidariedade passiva em matéria tributária caracteriza-se toda
vez que duas ou mais pessoas são simultaneamente obrigadas a pagar o tributo, de acordo
com os casos previstos em lei (art. 124).
Na solidariedade não existe benefício de ordem, não existe a figura
do devedor principal. Sendo assim, o Fisco poderá cobrar o tributo de qualquer um dos
devedores solidários.
O próprio art. 124 do CTN indica quais as hipóteses em que
configurará a solidariedade passiva, a saber:
quando os solidários têm interesse comum na situação que constitua o fato gerador. Ex.:
condomínio – a Prefeitura pode exigir o IPTU de qualquer um dos proprietários, a sua
escolha;
quando ocorre por determinação prevista em lei, independentemente da existência de
interesse comum entre os solidários. Ex.: construção civil – o empreiteiro e o
proprietário são responsáveis solidários pelos débitos previdenciários decorrentes da
obra.
São efeitos da solidariedade (art. 125):
o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais
pelo saldo;
a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica
os demais.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
Sucessão de empresas
A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão,
transformação ou incorporação ou cisão de outra ou em outra é responsável pelos tributos
devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas,
transformadas ou incorporadas (art. 132).
A mesma regra se aplica aos casos de extinção de pessoas
jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada
por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social ou sob
firma individual.
A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de
outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou
profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob
firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento
adquirido, devidos até a data do ato (art. 133):
I – integralmente (responde sozinho), se o alienante cessar a exploração do comércio,
indústria ou atividade;
II – subsidiariamente com o alienante (primeiro responde o alienante; se este não tiver
como pagar, será cobrada do adquirente), se este prosseguir na exploração ou iniciar
dentro de seis meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em
outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
Responsabilidade de terceiros
Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da
obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente (subsidiariamente
conforme jurisprudência dominante) com este nos atos em que intervierem ou pelas
omissões de que forem responsáveis (arts. 134 e 135):
I – pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II – tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados e curatelados;
III – administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV – o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V – o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida e pelo concordatário;
VI – os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre
os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão de seu ofício;
VII – os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
A responsabilidade de terceiros só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter
moratório.
Denúncia espontânea
A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da
infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora
ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante
do tributo dependa de apuração (art. 138).
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
Modalidades de lançamento
O lançamento pode ser classificado de acordo com o grau de
colaboração do contribuinte ou responsável.
Lançamento de ofício ou direto (art. 149) – O sujeito passivo não tem deveres de
colaboração com a administração; o sujeito ativo possui todos os dados necessários para
efetuar o lançamento. Ex.: IPTU; auto de infração.
Lançamento por declaração ou misto (arts. 147 e 148) – O sujeito passivo presta a
declaração ou informação e a Fazenda Pública efetua o lançamento, e só então o sujeito
passivo efetua o pagamento ou tenta impugnação caso não concorde com a exigência.
Ex.: quando o passageiro chega de um vôo internacional, faz uma declaração de
bagagens (mercadorias importadas) para que o fiscal possa efetuar o lançamento.
Lançamento por homologação (art. 150) – A legislação transfere ao sujeito passivo as
funções de apurar e antecipar o montante devido sem prévio exame da autoridade
administrativa. É uma forma de pagamento antecipado sujeito à condição posterior da
homologação, que poderá ocorrer de forma expressa ou tácita (a homologação tácita
ocorre depois de transcorrido o prazo de cinco anos, a contar da ocorrência do fato
gerador). Ex.: IPI; ICMS; IR.
Compensação – Quando o sujeito passivo for ao mesmo tempo credor e devedor do sujeito
ativo, as obrigações se extinguem até onde se compensarem. A compensação deve estar
prevista em lei e somente poderá ser realizada com créditos líquidos, certos e fungíveis,
vencidos ou vincendos. A compensação decorrente de processo judicial depende do efetivo
trânsito em julgado da sentença.
Transação – Presume concessões mútuas dos sujeitos ativo e passivo da obrigação. A
transação em matéria tributária deve ser autorizada por lei, a qual indicará a autoridade
administrativa que pode celebrar a transação e os limites admitidos.
Consignação em pagamento – Ação judicial utilizada nos casos taxativos do art. 164. Se o
autor for vitorioso, a importância é convertida em renda; se perder a ação, o crédito
tributário será cobrado com juros de mora, sem prejuízo das penalidade cabíveis (art. 164, §
2.º).
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Certidões negativas
O art. 205 prevê que a lei poderá exigir que a prova da quitação de
determinado tributo, quando exigível (concordata, concorrência pública, etc.), seja feita por
certidão negativa. Entretanto, tem os mesmos efeitos da certidão a certidão positiva
expedida de que conste (art. 206):
a) a existência de crédito não vencido;
b) a existência de crédito em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a
penhora;
c) a existência de crédito cuja exigibilidade esteja suspensa.
PROCESSO JUDICIAL
TRIBUTÁRIO