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>Taxa de mortalidade está declinando; nos EUA, 1 em 300 pessoas tem AIDS
Principais vias de infecção > contato sexual, inoculação parenteral, transmissão vertical
(passagem do vírus de mães infectadas para os recém-nascidos); em 10% dos casos, os fatores
de risco são desconhecidos
Homens que fazem sexo com outros homens são a maioria de infectados (totalizando
48% dos infectados; e 4% tbm usam drogas endovenosas; dados de 2001 a 2004), mas
a transmissão do HIV por esta via está em declínio (menos de 50% das transmissões
são por essa via atualmente)
Contato heterossexual de membros de outros grupos: 34% das infecções; a maioria
dos casos é de mulheres que se infectam por seus parceiros masculinos
Usuário de drogas endovenosas sem história de homossexualismo: 17% das infecções
Receptores de sangue e componentes sanguíneos (mas não hemofólicos) que
receberam transfusões de sangue: 1% dos pacientes;
Hemofílicos: menos de 1% dos casos;
Crianças de menos de 13 anos: menos de 1%; a maioria é por transmissão vertical
Transmissão sexual: 75% das infecções; transmissão heterossexual é a maior mundialmente >
homens usuários de drogas endovenosas que infectam suas parceiras; vírus presente no
sêmen (extracelular e intracelular, em céls inflamatórias mononucleares), o vírus ou célula
infectada entra em contato através de ulcerações ou abrasões na mucosa
Sífilis, cancinoide, herpes simples, clamídia e gonorreia aumentam chances de contrair HIV >
pois causam ulcerações genitais
Profissionais de saúde podem ser infectados por material contaminado, mas a taxa
transmissão é baixa (0,3%), sendo bem maior para hepatite B (6-30%)
ETIOLOGIA E PATOGENIA
AIDS é causada pelo HIV (retrovírus humano da família lentivírus, que afeta outros animais)
ESTRUTURA DO HIV
Vírion HIV-1 > esférico; núcleo cônico eletrodenso cercado por envelope lipídico derivado de
membrana da célula hospedeira
Núcleo:
(1) P24 – é a proteína principal do capsídeo (antígeno viral detectado com mais facilidade,
sendo o alvo para os anticorpos empregados para o diagnóstico da infecção pelo HIV
no sangue);
(2) P7/P9 – proteína do capsídeo nuclear;
(3) Duas cópias do RNA do genoma;
(4) Três enzimas virais (protease, transcriptase reversa, integrase)
O envelope viral possui duas glicoproteínas virais (gp120 e gp41), decisivas para que o HIV
infecte as células; os genes gag e pol são traduzidos a > proteínas precursoras grandes que
serão clivadas pela > protease viral, produzindo > proteínas maduras
Os produtos do gene tat (transativador) são decisivos para a replicação viral, aumentando
1000 vezes a transcrição dos genes virais
Os vírus que sofreram mutação e que possuem nef defeituoso são menos potentes, possuindo
carga viral mais baixa, com o desenvolvimento de AIDS bem mais lento
Baixa fidelidade da polimerase viral > alta variabilidade do genoma viral, ocorrendo 1 erro a
cada 105 nucleotídeos replicados > barreira no desenvolvimento contra a vacina
HIV-1 pode ser dividido em dois grupos: grupo M (major) e grupo O (outlier)
Cada grupo é mais comum em determinada região e tem mais facilidade ou dificuldade de
infectar determinadas células;
Vírus entra no organismo > vírus se liga a células CD4+ > vírus entra na célula
O vírus precisa de primeiro o CD4+ para conseguir entrar na célula, alterando a conformação
da célula e então expondo um novo local de reconhecimento na gp120 para os correceptores
de quimiocinina CXCR4 (princ. nas céls T) ou CCR5 (princ. nos macrófagos); o gp120 do
envelope; o gp120 do envelope viral se liga à proteína transmembrana gp41, que sofreu uma
alteração de conformação, permitirá a inserção do gp120 na célula alvo
Tropismo viral = certas cepas infectarem certas células é explicado justamente por o vírus usar
seletivamente esses correceptores CXCR4 (que é expresso nas céls T; só as céls T serão
sucetíveis; cepa X4) e CXCR5 (expresso em monócitos, macrófagos e céls T; cepa R5)
Então, dentro da cél, é iniciada a transcrição reversa do genoma viral, formando-se o DNA
complementar (cDNA)
Nas céls T em profileração, o cDNA entra no núcleo e se integra ao genoma da cél; nas céls T
em repouso, o cDNA pode permanecer no citoplasma em forma epissômica linear
Cepas R5 evoluem para cepas X4 durante a infecção; 90% da transmissão das infecções é por
cepas R5
Quando esse provírus não é transcrito por meses ou anos após a infecção, o vírus se torna
latente; o início da transcrição proviral só ocorre quando a cél infectada é ativada pela
exposição a antígenos ou citocinas, então é por isso que respostas imunológicas a infecções e
outros estímulos promovem a morte das céls T infectadas pelo HIV
Transição da fase aguda para a crônica > caracterizada pela disseminação do vírus e pelo
desenvolvimento da resposta imunológica do hospedeiro
As primeiras céls a serem infectadas são as céls T de memória, mto presentes nas mucosas
Céls dendríticas (DC) capturam os vírus > migram para os linfonodos > HIV infecta céls T CD4+
por contato celular direto; dias após a exposição, a replicação viral pode ser detectada nos
linfonodos
Viremia = mtas partículas virais presentes no sangue do paciente (síndrome aguda do HIV;
sinais e sintomas não específicos, característicos de mtas viroses)
Fase crônica da doença (período de latência clínica) = a viremia é controlada pelo sistema
imune do hospedeiro; pouca ou nenhuma manifestação clínica do HIV; ocorre replicação
continuada do HIVno linfonodos e baço, além de destruição celular; as céls T no sangue ficam
praticamente intactas, mas as céls T no tecido linfoide (90% das céls T se localizam no tec
linfoide) começam a ser muito destruídas
Infecção lítica das céls T CD4+, destruição celular durante a replicação viral e a
produção de vírions;
Perda dos precursores imaturos das céls T CD4+ ou infecção de céls acessórias que
secretam citocinas essenciais para o amadurecimento das céls T CD4+;
O número de céls T destruídas pode ser mto maior do que o número de céls T
infectadas, pois há ativação crônica de céls não infectadas pelo HIV;
Infecção do tec linfoide pode levar a anormalidade da resposta imunológica;
Formação do sincício (fusão de céls) pelas cepas X4 do vírus; haverá aumento do vol
celular e morte
Sinalização aberrante e apoptose, pois céls T CD4+ não infectadas podem ligar o gp120
solúvel à molécula de CD40;
As céls T CD4+ infectadas podem ser destruídas por CTLs CD8+ específicas para o HIV
A célula latente deve ser ativada para que o ciclo do vírus se complete, havendo aumento da
transcrição do DNA proviral do HIV;
TNF, IL-1, IL-6 produzidos pelos macrófagos ativados durante as respostas imunológicas
normais tbm podem levar a um aumento na transcrição do genoma viral
Quando ocorre outra infecção no corpo e há poucas céls T, haverá a produção de citocinas
inflamatórias, o que aumenta ainda mais a produção de HIV
HIV infecta monócitos (10-50%) tbm no tecido, mas não no sangue periférico
CDs das mucosas e CDs foliculares tbm são alvos e reservatórios importantes do HIV
Pacientes com HIV apresentam anormalidades importantes nas células B, que ficam bastante
ativadas
Mesmo com mais células B ativadas, paciente com AIDS não conseguem desenvolver uma
resposta humoral a outras doenças (antígenos); eles ficam mais suscetíveis a infecções com
bactérias encapsuladas
As céls T CD4+ são “células mestres”, pois regulam o sistema imunológico, produzindo
citocinas, fatores quimiotáticos e fatores hematopoiéticos de crescimento
Pode haver déficit neurológico que é causado de forma indireta por produtos virais e fatores
solúveis (ex. citocinas, como o TNF) produzidos pelos macrófagos/micróglia; tbm é possível
que o óxido nítrico danifique céls neurais pelo gp41 e dano direto dos neurônios pelo gp120
solúvel do HIV
Há três fases:
Fase aguda = ocorre em 50-70% dos pacientes adultos de 3-6 semanas após a infecção.
Sintomas: dor de garganta, mialgia (dor muscular), febre, erupção cutânea e algumas vezes
meningite asséptica; alto nível de produção viral; viremia; colonização disseminada dos tec
linfoides periféricos; redução modesta das céls T CD4+; logo são desenvolvidas CTLs CD8+
específicas para o vírus; à medida que a viremia se reduz, o número de céls T CD+ volta ao
normal; há redução do vírus no plasma, mas ele continua se replicando dentro de céls T CD4+
e macrófagos nos tecidos (principalmente órgãos linfoides)
Fase crônica = estágio de contenção relativa do vírus; sistema imune ainda intacto; a
replicação do HIV ainda pode durar por muitos anos; pacientes assintomáticos ou com
linfadenopatia persistente ou com infecções oportunistas “menores”, como sapinho (Candida)
ou herpes-zóster; níveis de CD4+ estáveis, mas com o tempo CD4+ começa a declinar e a
defesa do hospedeiro também; linfadenopatia persistente com sintomas constitucionais
(febre, erupção cutânea, fadiga) sinalizam o início da descompensação do sistema imune e
início da fase de “crise”
Fase de crise = ruptura intensa do mecanismo de defesa; aumento da viremia e doença clínica;
febre por mais de um mês, fadiga, perda de peso e diarreia, céls CD4+ caem abaixo de 500
células/uL; após um período, haverá infecções oportunistas graves, neoplasias secundárias
e/ou manifestações neurológicas; todo indivíduo infectado pelo HIV com contagem de céls
CD4+ igual ou menor que 200 por microlitro é portador de AIDS
No gráfico, então eu tenho dois picos de viremia (fase aguda e fase de crise)
Para se desenvolver a AIDS, leva-se em média 7-10 anos; há a progressão rápida > fase crônica
reduzida para 2-3 anos; os não progressores > pacientes assintomáticos por 10 anos ou mais
com níveis estáveis de CD4+ e níveis baixos de viremia, desenvolvendo a AIDS após um período
bastante prolongado
IMUNOLOGIA
Imunodeficiência adquirida
Imunossupressão > pode ocorrer como uma complicação biológica de outro processo de
doença; também uma imunodeficiência iatrogênica pode se desenvolver como complicação do
tratamento de outras doenças; ou por uma infecção que depleta as céls do sist imune, a mais
importante é o HIV
Desnutrição com falta de proteína, gordura, vitaminas, minerais afeta a maturação e função de
céls do sistema imune
Tumores da medula óssea, cânceres metastáticos para a medula óssea, leucemias > interferem
no desenvolvimento ou função dos linfócitos
Doença de Hodgkin > comprometimento da função das céls T; pacientes ficam incapazes de
produzir reações DTH (Hipersensibilidade de tipo tardio) contra antígenos a que já foram
expostos; funções das céls T ficam prejudicadas
Anergia > deficiência generalizada nas respostas imunes mediadas por células
O vírus do sarampo e o vírus linfotrópico de céls T humanas tipo 1 (HTLV-1) > podem infectar
linfócitos, causando imunossupressão
O HTVL-1 tbm é um retrovírus com tropismo para céls T CD4+; mas não mata céls T auxiliares,
só as transforma e produz uma neoplasia maligna agressiva (leucemia/linfoma de céls T no
adulto – ATL)
Infecções parasitárias crônicas > tbm podem causar imunossupressão; ex. malária crônica
Imunossupressão iatrogênica > causada por fármacos que eliminam linfócitos ou os inativam;
corticosteroides (anti-inflamatório) e ciclosporina (imunossupressor) são exemplos
Algumas cepas infectam macrófagos humanos, mas não céls T contínuas (vírus macrófago-
trópico); outras ceps infectam céls T, mas não macrófagos (vírus T-trpópico); algumas infectam
ambas as linhagens de céls T e macrófagos (vírus T-trópico)
Vírus macrófago-trópicos expressam uma gp120 que se liga ao CCR5 (expresso nos
macrófagos) e vírus de céls T-trópico ligam-se ao CXCR4 (expresso nas céls T)