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Uma filha? Seria ela o que ele estava escondendo ou será que
haveria um segredo mais obscuro para ser descoberto?
Ele se sentou e eu fiz o mesmo. A tensão sexual entre nós tinha ido
embora. Não importava o que estávamos fazendo alguns minutos
atrás, ou o fato que nós dois ainda estávamos nus.
Engoli em seco, tentando não vomitar. Não sabia para onde essa
história estava indo, mas sabia que, de maneira nenhuma, teve um
final feliz. Não para Gavin, e, provavelmente, nem para mim também.
"Depois que nos formamos, ela foi para a faculdade, enquanto fiquei
em Stamford. Foi difícil fazer funcionar à distância, mas
conseguimos. No dia em que ela se formou, pedi sua mão em
casamento." Fez uma pausa por um momento, e quando continuou,
sua voz estava cheia de emoção. "Tínhamos um apartamento há
poucas ruas de distância de onde havíamos crescido e começamos
a planejar nosso futuro juntos. Iríamos casar só dois anos depois,
mas então, ela ficou grávida e decidimos que não queríamos esperar
tanto tempo. Queríamos, porém, que nosso filho fizesse parte do
casamento." Passou a mão pelo cabelo, o olhar distante. "Não era
normal, nós sabíamos, mas ambos sentíamos que era importante.
Queríamos selar nosso compromisso por toda a vida, na frente da
prova do nosso amor. Isso fazia sentido para nós."
"Não houve nada que pudessem fazer para salvá-la, mas uma
cesárea de emergência salvou nossa filha." Esticou a mão por cima
do ombro e eu soube que seus dedos estavam tocando os números
nas costas. "Treze de junho. O dia em que o amor da minha vida
morreu, e nossa filha nasceu. Eu lhe dei o nome de Skylar porque
era o nome que sua mãe queria, e Camille, porque era o nome da
sua mãe."
Ele concordou e nos enfiamos sob o lençol e a colcha sem nem uma
outra palavra. Tomei-o em meus braços novamente, nossos corpos
pressionados um contra o outro. Ele descansou a cabeça no meu
peito, os fios sedosos do seu cabelo macio contra a minha pele. Seu
braço estava em volta da minha cintura, e eu sentia a diferença entre
este gesto e o anterior. Este era para confortar, não para excitar.
Acariciei seu cabelo, deixando-o levar o tempo que precisava. Nunca
tinha experimentado uma perda assim, mas imaginava que não fosse
algo que alguém superasse facilmente.
Ele assentiu com a cabeça. "Eu a vejo sempre que posso, pelo
menos, todo fim de semana, e ela sabe quem sou. Os pais de Camille
e eu decidimos que queríamos que Skylar soubesse quem sua mãe
era, e só pareceu certo fazer o mesmo comigo. Ela os chama de
mamãe e papai, e sabe que são seus pais, mas me chama de papai,
e refere-se à Camille como mamãe. Há tantas outras crianças que
ela conhece que têm vários arranjos múltiplos de pais, que não teve
dificuldade em aceitar que esta é apenas a nossa maneira."
"Você-" Hesitei, então continuei: "Você nunca quis ter sua custódia
de volta?"
"Não." Sua voz era suave. "Mas não porque não sinto falta dela e não
gostaria de tê-la comigo o tempo todo. Sua felicidade é mais
importante do que o que eu quero. Seria cruel tirá-la da única vida
que já conheceu."
"Tudo bem", falei. Esperei e quando ela não saiu, fiz uma careta.
"Gostaria de colocar algumas roupas, em primeiro lugar."
"Você vai ter que retirar isso, depois que eu contar sobre a minha
noite", gritei, enquanto levantava da cama. Vesti um short e uma
regata, em seguida, fui para o banheiro. Não tinha tempo para tomar
banho, mas precisava, pelo menos, me limpar um pouco. Como já
disse antes, tive uma noite movimentada.
No momento em que saí para a cozinha, Krissy já estava na mesa.
Ela tinha feito café da manhã, de verdade. Bem, acho, mais
precisamente, um brunch. Tinha panquecas, morangos picados,
calda, blueberries, manteiga e, até mesmo, um pouco de chantilly.
Também fez uma pequena porção de bacon e, agora mesmo, estava
de olho nela.
"Bem, pensei que se você tivesse uma noite ruim, isso serviria para
confortar, e se tudo corresse bem, poderia ser uma celebração."
Krissy sorriu para mim quando jogou um blueberry na boca. "Além
disso, sabe como fico entediada quando acordo antes de você."
"Acho que ouvi o suficiente." Krissy sorriu. "As paredes são finas."
"Que hora para você descobrir isso", rebati. Podia sentir o calor
subindo para o meu rosto.
Ela riu enquanto desviava o rosto. "Oh, querida, se ele é tão bom
assim, quero todos os detalhes." Piscou. "Acho que é justo, uma vez
que fui agraciada com a trilha sonora."
"Tudo bem", falei. "Então, acho que devo começar desde o início."
Comecei do ponto em que ela nos viu pela última vez, e lhe dei um
resumo completo, incluindo a paquera de Howard comigo, e as
mulheres peitudas dando em cima de Gavin. Fez todos os
comentários apropriados e sons em todos os momentos certos, rindo
quando contei da idosa no banheiro, e se abanando quando descrevi
como Gavin tinha me impedido de me tocar, declarando que queria
ser o único a me fazer gozar. Quando, finalmente, cheguei ao
encontro no meu quarto, ela parou de tentar comer. A única coisa
que não lhe disse, foi sobre a filha e a noiva de Gavin. Se ele tinha
contado apenas para o Howard e para mim, não poderia quebrar sua
confiança e contar para Krissy, mesmo que ela fosse minha melhor
amiga. Não era um direito meu. Esperaria até que ele me dissesse
que estava tudo bem, antes que dissesse a ela algo sobre isso.
Não percebi o que tinha falado, até Krissy começar a tossir e ter que
tomar um gole de chá gelado. Cruzei os braços sobre o peito e tentei
aparentar que não tinha acabado de dizer algo um pouco mais
detalhado do que tinha planejado.
Suspirei. Sabia que ela nunca ia deixar isso pra lá, se eu não lhe
contasse, e ela podia, até, considerar dizer algo na frente de Gavin,
apenas para satisfazer sua curiosidade. "Sabe aquelas com as quais
sempre brincamos na sex-shop? Aquelas que dizemos que só estão
lá para propaganda enganosa?"
Krissy riu. "Oh, você quer dizer que estava muito ocupada, na
verdade, tendo relações sexuais para procurar saber mais sobre
isso."
Balancei a cabeça. "Oh, não. Nem chega perto disso." Sorri ao ver a
expressão de surpresa no rosto de Krissy. Sabia que ela não estava
assustada, exatamente, mas me ouvir falar sobre um clube de sexo,
tão naturalmente, era algo novo. Adicionar algo mais picante à
mistura, deixaria ainda mais divertido. "Abri um dos baús e tinha
grampos para mamilos e mordaças com bolas." Me esforcei para não
corar enquanto listava as coisas que procurei na Internet, semana
passada, apenas para que pudesse saber os nomes do que eu tinha
visto. "Tinham, também, capas penianas, braçadeiras para ... outras
partes do corpo, e correntes para conectar diferentes grampos. Tudo
isso, em um lado do baú. Do outro lado, tinham pênis de borracha,
cintas com pênis e vibradores com mais tamanhos, formas e cores
do que imaginei que existia."
Balancei os ombros. "Não sei, mas se a pesquisa que eu fiz for uma
indicação, encontrei coisas de dominadores."
Olhei nos olhos dela. Essa era uma das coisas que estavam pairando
no fundo dos meus pensamentos, desde que encontrei aqueles
brinquedos.
"Você disse que ele segurou suas mãos acima da cabeça", Krissy
apontou. "E se ele quiser amarrá-la? Ou algo ainda mais pervertido?"
Ela mastigou o último pedaço de bacon. "Quer dizer, você não vai vir
com essa coisa toda de couro e chicotes pra cima de mim, não é?"
Isso fez com que eu desse uma pausa. Namorado? De onde isso
tinha saído? Gavin se referiu a nós como estando juntos, mas não
tinha dito nada sobre qualquer tipo de compromisso. E, embora
mencionasse me apresentar sua filha, havia sempre uma chance de
que ele tenha dito aquilo, só porque foi apanhado na emoção do
momento. Pelo que eu sabia, sua definição de "juntos" podia
significar um caso por algumas semanas, ou talvez, até mesmo,
alguns meses. Não significava, necessariamente, a mesma coisa
para ele, que significava para mim. Não que eu soubesse, realmente,
o que isso significava para mim.
Olhei para o meu telefone, pelo que parecia ser a centésima vez.
Mesmo que mal tenha ficado longe dele e tenha verificado cada vez
que retornava, ainda apertava o botão para tirar a proteção de tela.
Nenhuma chamada. Nenhuma mensagem.
"Oi." Soei ofegante e esperei que ele não tivesse percebido que corri
para atender ao celular.
"Olá." Ele parecia divertido. "Sinto muito, de verdade, não ter ligado
mais cedo. Fui inundado com trabalho."
"Tenho que sair da cidade por alguns dias, a negócios", disse ele.
Sorri. "Isso seria ótimo." Minha voz pareceu muito mais indiferente do
que eu me sentia. "Você pode vir no clube depois do trabalho, mais
ou menos, às cinco? Gostaria de lhe oferecer uma excursão oficial
pela boate."
"Oh." De repente, não sabia o que dizer. Queria vê-lo, muito. Meu
corpo inteiro estava vibrando, apenas com a ideia. Mas, não tinha
certeza de como me sentiria ao voltar à boate. Imagens brilharam,
atravessando, velozes, a minha mente.
"Ótimo!"
Fiz uma careta. "Sem mais presentes, por favor." Ele não tinha
pedido o colar de volta, ainda, e eu estava tentando descobrir uma
maneira de falar sobre isso com muito tato. De maneira nenhuma,
ele podia ter me dado o colar como um presente. Ou podia?
Ainda estava fantasiando sobre todas as coisas que ele poderia fazer
comigo quando caí no sono, e os meus desejos me seguiram até
meus sonhos.
Capítulo 4
Não era triste, que a parte mais emocionante da minha semana antes
da quarta-feira, foi quando consegui uma consulta com meu
ginecologista na segunda, na hora do almoço? Não que a consulta
em si, fosse emocionante, apenas o que ela prometia. Peguei minha
receita e comecei a tomar a pílula imediatamente. Mesmo que, nesse
exato momento, estivesse protegida, ia esperar uma semana, só
para o caso de dúvida. Ainda assim, saber que seria capaz de dizer
a Gavin que ele não teria que usar qualquer coisa era inebriante.
Pensei em ligar para ele, mas isso parecia um pouco avançado.
Então, pensei em contar para ele na quarta-feira, mas fui contra. Em
primeiro lugar, gostaria de sugerir que fizéssemos alguns exames,
para me assegurar que não havia outra razão, além da gravidez, que
significasse que seria necessário manter o uso de preservativos.
Então, marcaria uma noite na semana que vem para nos
encontrarmos e dizer que eu queria que ele me penetrasse, sem
proteção. Só podia imaginar o olhar em seu rosto. Na verdade,
imaginei isso durante a consulta inteira e, em seguida, no caminho
do trabalho para casa, naquela noite. A única razão pela qual não
fiquei pensando sobre isso no intervalo entre eles, foi que eu tinha
um trabalho a fazer.
Fiz uma careta quando desliguei. Parecia que a única maneira que
eu conseguiria obter os nomes dessas mulheres seria pedir ao
próprio Howard. Não queria ter essa conversa. Afora o fato de que
seria desconfortável perguntar sobre suas acompanhantes, quando
eu sabia que ele ia entender exatamente por que estava pedindo
isso, provavelmente iria deixar todas as futuras conversas estranhas
e, já que eu estava com Gavin, tinha a sensação que iria me
encontrar muitas vezes com Howard.
"É do Gavin?"
Não sabia, mas tinha uma boa ideia. A última vez que tinha recebido
uma caixa como esta, continha o mais belo vestido Prada que já vi.
Abri o cartão e li em silêncio.
Por favor, use isso quando eu encontrá-la, hoje, e não, este não é o
seu presente. – G
Com a curiosidade aguçada, deixei o cartão de lado e abri a caixa.
Quando levantei o papel de seda, meu queixo caiu. Haviam roupas
na caixa, mesmo, mas nem chegava perto do que esperava. Era
lingerie.
"Você tem sido muito reservada sobre essa coisa toda com o Gavin”,
Leslie observou. "Krissy me disse, ontem à noite, que parece que
você, realmente, gosta desse cara. É verdade?"
Ela não esperou por uma resposta, o que foi bom. Não tinha certeza
de quanto tempo eu ia levar para superar minha mortificação, o
suficiente, para falar. Assim, levei quase um minuto para ser capaz
de me mover novamente. Cuidadosamente, dobrei o papel de seda
para baixo e coloquei a tampa de volta na caixa, antes de deixá-la de
lado.
"Carrie."
Ela se virou e foi embora. Não foi nenhuma surpresa que ela não se
preocupou em perguntar se eu tinha planos para a noite. Nenhum
sócio perguntaria isso a um assistente, especialmente, um que
estava trilhando seu caminho através da faculdade de Direito.
Fazíamos o trabalho porque era assim que todos pagávamos nossas
dívidas. Ser assistente de Mimi só queria dizer que suas tarefas
tediosas eram meu trabalho, sem precisar atender quaisquer outros
sócios. Isso também significava que, quando ela precisava de mim
para ficar até mais tarde, eu ficava até mais tarde.
"Estou aqui para ver o Sr. Manning", disse. Realmente esperava que
parecesse alguém atendendo uma chamada profissional e não o tipo
de garota que frequentava clubes de sexo. Imediatamente, repreendi
o pensamento. Não era de admirar que tinha dificuldade em não
sentir vergonha, pensando coisas assim.
"O Sr. Manning. O proprietário." Imaginei que não era muito estranho
que um segurança não soubesse o nome do proprietário.
Arranquei minha mão da sua e dei um passo para trás. Ele pareceu
surpreso, mas não fez nenhum movimento para me tocar de novo.
"Quem é você?"
"O quê?"
Ele olhou para mim, como se não entendesse minha pergunta. Tudo
bem, eu explicaria.
"O segurança disse que não havia ninguém chamado Gavin Manning
aqui, mas aqui está você e, obviamente, ele sabe quem você é, o que
significa que estava mentindo para mim, ou você não é quem disse
que era. E, uma vez que já mentiu para mim antes, acho que vou ser
cautelosa com isto. Então, repito, quem diabos é você?"
Gavin levantou as mãos, como se sentisse que não seria uma boa
ideia tentar me tocar naquele momento. Quando falou, sua voz era
calma, e não defensiva.
Ele me deu um meio sorriso. "Seu marido era um dos meus clientes
de consultoria. Um dia antes dela vir atrás de mim, encontrou batom
na camisa dele. Ela o confrontou e ele admitiu que estava tendo um
caso, então disse a ela que eu o levei lá para cima com uma mulher.
Ela ficou irritada e decidiu vir atrás de mim."
"Você empurrou o marido dela lá para cima, com uma mulher?" Não
conseguia acreditar que tive que fazer essa pergunta, mas algo sobre
isso, simplesmente, não estava encaixando bem.
"Não. Nunca faria algo assim. Posso ser proprietário de um clube de
sexo, mas tenho certos padrões. Se homens casados vêm aqui e
ficam com alguém, é uma coisa, mas nunca, propositadamente,
arranjei um encontro sexual entre um homem casado com uma
mulher."
Parecia que estava sendo honesto, mas não tinha tanta certeza de
poder acreditar nele. Nunca tinha ouvido falar de outros clientes, e
essa última frase veio, quase, como se ele tivesse ensaiado.
“Só usamos para eventos especiais", falou. "Você tem alguma ideia
de quanto custa manter uma piscina, pelas normas do departamento
de saúde? Desta forma, não precisamos nos preocupar com
inspeções semanais; apenas mensalmente, uma vez que só vai ser
usada para eventos específicos."
Comecei a puxar minha mão, mas ele apertou seus dedos nos meus.
"Então, ouvi dizer que você estava tendo problemas para obter
informações que precisava, sobre algumas das mulheres na vida de
Howard."
Olhei para ele, assustada. Ele parecia estar levemente divertido com
a minha reação e, quando pensei sobre isso, imaginei que devia ser
óbvio. Parecia ser parte do seu trabalho, saber tudo a respeito de
Howard.
"Carrie?"
"Aqui."
Poderia ter sentado em uma das duas cadeiras de espaldar alto que
estavam em frente à mesa, mas ainda não sabia por que estávamos
lá, então decidi ir com calma. Em vez de me sentar no sofá, como eu
queria, escolhi a cadeira mais próxima. Gavin se empoleirou no braço
dela, quando abri a pasta.
"Isso deve ter tudo o que você precisa sobre as mulheres que não
conseguiu localizar."
"Sim. Ele faz uma busca na Internet para obter informações sobre
possíveis parceiras. É mais aprofundado do que qualquer site de
namoros por aí, e o uso para encontrar acompanhantes para
milionários, homens que têm que se preocupar com mulheres
querendo, apenas, o seu dinheiro.
Ele sorriu, aquele sorriso sensual e lento que me fazia tremer por
dentro. "Isso não seria muito romântico, não é?" Começou a
caminhar na direção da porta. "Venha, vamos comer."
Capítulo 8
Ia perguntar qual a razão da risada, mas logo que saímos, outra coisa
me chamou a atenção. Uma limusine estava esperando. De repente,
me senti muito mal vestida, mesmo com a minha lingerie sexy.
"Melhor que isso." Ele levantou o celular. "É um aplicativo." Ele sorriu
e meu estômago deu uma volta. "Sempre que preciso de um carro
ou uma limusine, pressiono este botão. A empresa, por outro lado,
usa o GPS do meu celular para me localizar e, em seguida, entram
em contato com o motorista mais próximo, disponível. Acionei o
serviço quando estávamos a caminho do meu escritório."
"Existe alguma coisa que você não faz?" Falei isso como uma
provocação.
Ele riu novamente, desta vez mais alto. "Na verdade, sim, e foi por
isso que ri quando você perguntou se eu ia cozinhar para você. Sou
um cozinheiro terrível."
"Vamos, você não pode ser tão ruim assim." Deixei ele se desviar do
assunto de trabalho. Parecia ser um daqueles caras,
verdadeiramente raros, que não gostavam de falar sobre quão
maravilhosos eram.
Nós rimos por vários minutos, antes de, finalmente, perguntar: "Onde
você está me levando, então?"
"Espere para ver", respondeu enigmaticamente.
Tentei fazer uma careta para ele, mas não consegui. Ele estava me
dando aquele olhar de lado, que fazia o cabelo cair sobre a testa e
me fazia imaginar como devia ter sido no colégio. Tinha a sensação
que tinha sido uma daquelas crianças que nunca tinham ficado em
apuros na escola, porque dava aquele mesmo olhar aos seus
professores, e eles o livravam, facilmente. Meninas davam tudo de si
para ganhar aquele sorriso, e os caras o seguiam para qualquer
lugar.
"O Howard tem uma suíte aqui, também?" Perguntei enquanto ele
me ajudava a sair da limusine. Não tinha visto esse lugar na lista do
seu patrimônio. Talvez, estivesse tentando escondê-lo da sua
esposa.
Claro que Gavin morava aqui. Por que não tinha pensado nisso?
Tentei não parecer uma colegial de boca aberta, quando o segui para
dentro. No momento em que chegamos à suíte no último andar,
estava me sentindo oprimida. Esperei que ele abrisse a porta para
que pudéssemos entrar mas, em vez disso, se virou em direção a
uma porta diferente.
"Você está brincando comigo?" Fiz um gesto que nos rodeava. "Isso
é perfeito."
O garçom voltou com vinho e nos serviu um pouco. Tomei um gole e
fiz um som de aprovação. Estava longe de ser uma apreciadora
esnobe de vinhos, mas podia dizer que era de alta qualidade.
"Você sabia que a lista de espera por uma mesa é de seis meses?"
Perguntou, enquanto tomava um pouco da sopa. "Mesmo usando
algumas das minhas maiores conexões."
Não tinha certeza de onde ele estava indo com isso, mas não tinha
dificuldade em ouvi-lo, enquanto comia. A sopa estava incrível.
"O que vem a seguir?" Brinquei. "Três rapazes com violinos fazendo
uma serenata para nós, enquanto comemos?"
Agora, me senti horrível. Ele tinha tido todo este trabalho e eu tinha
feito disso uma piada. "Não", falei. Estendi a mão e a coloquei sobre
a dele. Ele olhou para mim, então. Sorri. "Música seria excelente.
Obrigada."
Ele me deu aquele sorriso tímido, o único que não tinha nada do seu
charme ou arrogância, o que esperava que fosse só para mim. Ele
acenou com a mão para a porta de onde viemos. Um momento
depois, três homens de smoking apareceram, carregando violinos.
Começaram a tocar um trecho suave de uma música clássica. Era
vagamente familiar, mas não sabia o nome.
Nunca tinha comido nada como essa refeição. Na maior parte das
vezes, achava que os restaurantes de luxo e suas comidas não
valiam o esforço. Essa, no entanto, já teria feito valer a pena uma
espera de seis meses e todo o exorbitante preço que o Le Petit
cobrava. Não me considero uma especialista, mas sei apreciar uma
boa refeição. A sopa serviu, apenas, para aguçar o apetite, e então
veio um frango com um molho fantástico, que nem sequer sabia que
tinha um nome. Foi temperado à perfeição, com sabor, mas não
excessivo. As porções eram perfeitas, o suficiente para nos
alimentar, mas ainda deixando espaço para a sobremesa. E o que
era aquela sobremesa. Uma fatia fina de um dos mais ricos
cheesecakes de chocolate que já comi. Gavin e eu a dividimos e,
mesmo que a metade tivesse sido comida em apenas três mordidas,
era perfeita. Qualquer pedaço além, e teria sido demais.
Será que ele estava brincando? É claro que queria ver o lugar onde
morava. Tinha tantas perguntas sobre ele, quem era, o que fazia.
Qualquer oportunidade de ver atrás do homem de negócios,
aproveitaria. Enfiei minha mão na sua, tremendo quando seus dedos
se fecharam ao redor da minha.
"Que tal tomarmos uma bebida?" Me levou até o sofá. "Se estivesse
mais frio, eu acenderia a lareira, mas acho que está quente demais
para isso." Olhou para mim enquanto eu me sentava "A menos que
você esteja com frio?"
Balancei a cabeça. Tinha calor percorrendo toda a minha pele.
Estava longe de estar com frio, mas isso tinha pouco a ver com o
clima. Olhei em volta, quando Gavin foi para a cozinha. Somente
quando tinha estudado três das imagens na cornija acima da lareira,
que percebi algo estranho. Não haviam quaisquer imagens pessoais.
Nenhuma foto dele, da sua filha, ou da sua noiva. Todas as imagens
eram fotografias impessoais ou retratos. Naturezas mortas,
paisagens, esse tipo de coisa. Podia dizer que eram coisas das quais
ele gostava, mas, ainda, não eram de pessoas que significavam
alguma coisa para ele. Pelo menos não até onde eu tinha olhado.
Não que pretendesse sair bisbilhotando. Talvez fosse muito doloroso
para ele, ter as imagens ali, sempre à vista.
"Eu nem agradeci pelo seu presente, não é?" Minha voz estava baixa.
Ele piscou, surpreso com a minha pergunta. Não acho que ele tinha
descoberto porque eu estava perguntando, mas, tudo bem. "Você
está perguntando se eu posso gozar mais de uma vez, hoje à noite?"
Isso era bom. Estendi a mão para o cós da sua calça. Agora, a
pergunta embaraçosa. Não havia, realmente, uma maneira boa de
perguntar isso, mas tinha pensado em algo que teria, pelo menos,
um pouco de tato. Também me deixaria saber se a minha fantasia, a
respeito da próxima semana, seria viável.
"Existe algum motivo", comecei, "pelo qual não posso terminar com
isso", passei minha língua na sua ponta, "descoberto?"
Ele olhou para mim, como se não tivesse certeza que entendeu o que
eu estava pedindo. Ok, ia ter que ser direta. "Quero que você goze
na minha boca."
"Merda."
"Existe alguma razão para que eu não possa?" Esperava que ele
estivesse pensando com clareza suficiente para entender essa
questão, pelo menos.
Ele balançou a cabeça. "Estou limpo." Sua voz estava rouca. "Carrie,
você não tem que-"
"Uau", disse ele, com a voz trêmula. "Isso foi ... uau."
"Se você quiser que eu pare, é só dizer", ele continuou. "Eu paro, e
só vou começar de novo quando você pedir. Não vou fazer nada que
você não queira.”
Quando Gavin começou a falar, sua voz era como água morna
acariciando minha pele. "Uma das maneiras mais fáceis de aumentar
as sensações ao fazer sexo, é negar um ou mais dos outros sentidos.
Tirar a visão faz com que seus outros sentidos fiquem mais nítidos.
Tirar a audição, também, tornaria ainda mais intenso." Senti o calor
do seu corpo, quando ele se inclinou para perto de mim. "Mas eu
queria que você fosse capaz de me ouvir."
Tremi. Estava feliz por poder ouvi-lo. Adorava ouvi-lo falar. Ele tinha
uma daquelas vozes que eu poderia ouvir todos os dias, do tipo que
me deixaria molhada, mesmo se estivesse lendo uma lista de
supermercado.
"Vou lhe ensinar algumas das maneiras com as quais você pode
reagir ao toque", disse Gavin. "E você vai gozar mais intensamente
do que jamais imaginou ser possível. Só então, vou foder você."
Balancei a cabeça. Não tinha ouvido falar sobre isso, mas não era
ingênua o suficiente para não ser capaz de descobrir sua essência.
Minhas mãos exploraram seu corpo, meus dedos vendo o que meus
olhos não podiam. As ondulações dos seus músculos. A carne plana
e enrugada dos seus mamilos. Os cabelos macios e finos na nuca. A
forma como os músculos das costas e dos ombros ondulavam
debaixo da sua pele enquanto ele empurrava para dentro de mim.
“Pensei que você tinha dito que não sabia cozinhar?" Eu o provoquei.
"Não sei." Sorriu para mim enquanto pegava um dos dois garfos. "É
do serviço de quarto."
Lancei um olhar perplexo para ele, mas não perdi mais tempo
fazendo perguntas. A comida cheirava muito bem. A primeira
mordida no rolinho de canela foi, simplesmente, tão boa quanto eu
imaginava.
"Envio meus clientes de fora da cidade para o hotel e eles me dão ...
regalias." Gavin deu uma mordida no rolinho, mastigando tão
devagar quanto eu, apreciando o sabor. Depois que tinha engolido,
ele esclareceu: "Encomendo o serviço de quarto deles, de vez em
quando."
Gavin estendeu a mão para mim, seus olhos brilhando daquela forma
que deixava a minha boca seca. Deslizou um dedo entre a coberta e
a minha pele.
"Você não tem nada com que se envergonhar." Sua voz era uma
carícia suave. Com um puxão suave, soltou o lençol da minha mão,
expondo minha carne ao ar fresco. "Eu poderia ficar olhando para
você durante horas."
Tremi, quando ele traçou, levemente, a parte superior do meu seio e
foi para baixo, até o meu mamilo, que tinha endurecido rapidamente.
Circulou a parte rosada da carne com a ponta do dedo, em seguida,
puxou a mão de volta. Sem outra palavra, voltou a comer. Depois de
um momento, fiz o mesmo, não me preocupando em me cobrir,
novamente. Ainda estava me sentindo um pouco autoconsciente,
mas a admiração que vi no rosto de Gavin foi suficiente para me
manter no controle.
Suspirei. Ele estava certo. Nossa pequena bolha era ótima, mas não
podia durar. O mundo real estava lá fora e nós dois tínhamos que
enfrentá-lo, mais cedo ou mais tarde. "Eu também." Nem queria
pensar sobre o trabalho que ia ter que fazer quando chegasse no
escritório. Tinha valido a pena deixar de lado aqueles arquivos, na
noite passada, mas isso não significava que estava ansiosa para
encará-los, hoje de manhã.
Quase como se pudesse ler minha mente, Gavin virou o rosto quando
colocou a perna para baixo e levantou a outra. Sua respiração era
quente contra minha coxa, mas ele não encurtou a distância. No
momento em que colocou meu pé de volta no chão de azulejo frio,
minha pele estava zumbindo em antecipação.
Deixei meu olhar vagar pelo seu corpo quando ele se virou. Não
estava totalmente ereto, mas saber que apenas estar perto de mim,
o levara a meio mastro, foi o suficiente para me fazer sorrir. Acho que
não importaria quantas vezes fizéssemos amor, sempre amaria o fato
do seu corpo responder ao meu, desse jeito.
Gavin entrou no chuveiro e estendeu a mão. Segui-o sob o jato
quente, deixando a água lavar o suor e o sexo da noite anterior.
Fechei os olhos quando a água encharcou o meu cabelo, mantendo-
os fechados quando ouvi o estalo de uma tampa de plástico e o
aroma fresco e limpo de shampoo encheu o ar úmido.
"Tudo lavado", Gavin falou baixo no meu ouvido, sua voz se fundindo
com o som da água caindo.
Me virei para ele, abrindo os olhos. Cada gota de água era uma
sensação nova na minha pele. Pisquei através dos cílios molhados e
inclinei a cabeça para olhar para ele.
"Minha vez."
"Ah ..." Suspirei, enquanto ele me lambia. Uma longa lambida, antes
de se estabelecer e provocar ao redor da minha abertura. Durante
todo o tempo, seus olhos estavam abertos e cravados em mim. Suas
mãos seguravam meus quadris enquanto me beijava, sua língua
explorando minha boceta tão completamente, como sempre fazia
com a minha boca. Ela dançou em círculos naquele pequeno feixe
de nervos e eu gritei.
Meu corpo deu uma pulsada, longa e profunda. “Só por isso?" Me
virei de costas para Gavin. "Não precisa."
"Quero você dentro de mim, Gavin", disse. Afastei meus pés, mais
ainda. "Eu quero sentir você, nada mais, nada entre nós."
"Minha."
Ele nos guiou até ficarmos diretamente sob o jato d’água, meu corpo
embalado contra o dele. Coloquei minha bochecha contra seu peito,
ouvindo seu coração batendo no meu ouvido. Sentia seu esperma
escorrendo para fora de mim, se misturando com os meus próprios
fluidos. Quando, finalmente, recuperei o fôlego, fiz a pergunta que
queria ter feito antes, quando o assunto surgiu.
"Você disse 'minha'." Ok, isso não era uma pergunta, mas tinha
certeza que ele entendia o que eu queria saber.
Estava certa.
Ele sorriu, mas ainda havia escuridão em seus olhos. "Quero ter
você, mas não controlá-la, ou transformá-la em algo que você não é."
Balançou a cabeça. "Não estou conseguindo explicar isso direito."
Levantei a mão e coloquei o dedo contra seus lábios. "Está tudo bem.
Sei o que você quer dizer."
E eu sabia. Entendia o que ele estava tentando dizer, mesmo que ele
não conseguisse se expressar. Dizer "minha" e me reivindicar como
sua, não tinha nada a ver com mandar em mim ou me degradar. Não
era sobre eu lhe pertencer. Era sobre pertencermos um ao outro. Se
eu era dele, então ele era meu, e gostei disso.
Era tentador ficar no chuveiro até Gavin estar pronto para uma
segunda rodada, depois passar o resto do dia na cama, conversando
e fazendo amor. Nenhum de nós tinha usado essa palavra ou até
mesmo feito, realmente, uma declaração do que significávamos um
para o outro, mas estava me sentindo em terreno mais sólido, agora,
do que antes. Esse sentimento de confiança cresceu, quando Gavin
terminou de se vestir primeiro e me disse para bater a porta quando
saísse.
"Da próxima vez", murmurei para mim mesma. "Vamos ver se ele vai
gostar de ter que usar maquiagem no seu pescoço."
Ri, em seguida, coloquei a mão sobre a boca para abafar o som. Era
estranho, sabendo Gavin não viria perguntar o que era tão
engraçado.
Leslie, Krissy, e Dena olharam para mim enquanto passava por elas,
e me recusei a fazer contato visual. Sentia minhas bochechas
queimando, quando peguei meu pacote reserva na gaveta da mesa
e fui em direção ao banheiro.
"Carrie!"
"Tive que verificar uns arquivos sobre algumas das mulheres com as
quais Howard foi visto", falei. " Era urgente, é claro."
"Vou levá-las para você, em menos de uma hora", prometi. Não tinha
certeza se ia ser, realmente, viável, mas ia tentar.
"Uma vez que você ficou trabalhando até tarde no caso, vou te dar
uma folga, desta vez." Mimi franziu os lábios e me deu uma olhada
de cima a baixo. "Por favor, me diga que você tem, ao menos, uma
muda de roupa, para não parecer toda amarrotada na reunião."
Sorri para ela. Eu não era alta, mas Dena era a definição de pequena.
"Gavin e eu, realmente, não tivemos essa ‘conversa’, mas é,
definitivamente, mais do que sexo." Eu lhe dei um abraço de lado.
"Há uma conexão entre nós, que nunca tive com alguém."
“Terei", prometi.
Suspirei, quando desliguei. Agora, tudo que podia fazer era esperar.
Capítulo 14
"Oi."
"Eu também." Esperava que ele não achasse que estava fazendo
beicinho. Não havia nenhuma maneira de poder lhe dizer a verdade,
não aqui, e se me levantasse, iria chamar atenção.
Houve um momento de silêncio, em seguida, ele perguntou: "Você
está na sua mesa, não é?"
"Então, acho que você não pode reagir quando eu disser que não
posso suportar a ideia de ficar longe de você por tanto tempo, e que
quero que você venha comigo."
"E você não vai poder responder quando lhe disser que só vou estar
trabalhando por algumas horas, e que quero passar o resto do tempo
entre a praia particular e um quarto muito suntuoso."
Procurei algo inocente que pudesse dizer. "Isso, hum, parece bom."
Minha respiração ficou presa e isso foi tudo que consegui fazer para
não soltar um som embaraçoso.
"Mal posso esperar para levá-la para fora, na praia, e esfregar loção
sobre cada centímetro da sua pele cremosa."
"Será que você deixaria eu te beijar, cobrir seu corpo com o meu?"
Sua voz tinha assumido o som rouco com o qual ficava, quando
estávamos juntos na cama. "E se eu empurrar a tira de lado, essa
fina camada de tecido que cobre você, deslizar meu dedo no seu
calor apertado e molhado?"
Porra. O que ele estava fazendo? O que eu, estava fazendo? Sentia
meu corpo todo se aquecendo. "Será que você me deixaria tomá-la,
logo em seguida, ali mesmo, na praia?"
"Ok." Ele parecia estar se divertindo. "Mas vou querer respostas para
essas perguntas."
"Carrie Summers?"
“Não sei que tipo de jogo você está jogando, Srta. Summers, mas
não tenho tempo ou paciência para isso. O que você sabe sobre a
Patricia?"
"Eu não estou entendendo, Sr. Vinarisky. Sinto muito. Estava ligando
para falar com ela."
Ele deu uma risada tão amarga, que estremeci. "Isso pode ser difícil,
Srta. Summers, já que a Patricia está desaparecida há mais de dois
anos."