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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Edmilson Júnior Amorim de Morais

Efeitos da disciplina

MACEIÓ
2018
EDMILSON JÚNIOR AMORIM DE MORAIS

Efeitos da disciplina:
A colateralidade dos efeitos emocionais.

Trabalho solicitado para disciplina de psicologia do


Desenvolvimento II, como nota parcial para o curso
de psicologia do quarto período da Universidade
Federal de Alagoas.
Prof. Me: Roseane Farias da Silva

MACEIÓ
2018
1. O QUE A DISCIPLINA PRODUZIU EM MIM?

No presente texto, não seguirei uma ordem cronológica dos assuntos que foram
abordados, mas sim, uma ordem de interesse das discursões que foram feitas em sala de aula.
Desta maneira, o título escolhido para o texto representa de imediato uma alusão ao efeito
colateral produzido por remédios. Uma ilustração que pode ser tomada para explicar: é a do
indivíduo que toma antidepressivos esperando que o psicofármaco resolva todos os seus
problemas interiores, porém, com a momentânea felicidade, vem os efeitos colaterais do
remédio que o lança em um poço abismal.

Espera-se de uma discursão, um momento proveitoso e instigador para argumentos


inteligentes e respeitosos, todavia, nem sempre é isso o que acontece, pois estamos lidando com
o Outro, que é aquele a quem dirigismo a fala. Quando revelamos os nossos pensamentos ao
outro tornamo-nos vulneráveis, pois ao fazer isso, revelamos nossa singularidade, nossas
indigestões com o que nos é oferecido como resposta, quando falamos, estamos sujeitos a ser
repreendido, ridicularizado, detestado ou ovacionado, caso o grupo em que pertencemos seja a
maioria nos espaços. Os efeitos colaterais são notados e as emoções são mostradas ou
suprimidas, de acordo com o ambiente em que reside a cordialidade. A disciplina produziu em
mim alguns efeitos colaterais inesperados, como por exemplo, a saída de sala de aula por achar
as discursões infrutíferas do ponto de vista prático.

Pude perceber ao longo da disciplina que me encontrava em uma situação de


conforto e comodismo, pois o que era simplesmente comum, tornou-se assustadoramente
diferente. O que foi produzido em sala, teve um efeito positivo desde os “ritos de passagens”
até o texto “sobre o fundamental”. Sendo esses dois os que produziram algum tipo de reflexão,
que até agora não sei ao certo quais suas consequências em minhas ações. Assumo o
pressuposto básico aristotélico de que, para que haja uma síntese ou uma reflexão, é preciso a
apresentação de ao menos dois pontos de vistas diferentes, sendo assim, uma tese e uma
antítese, como forma de argumentação proveitosa. Felizmente, nas aulas senti-me a vontade
para manifestar um ponto de vista diferente dos demais colegas, dessa forma, propor uma
antítese.
2. O que me fez refletir?

Tudo o que eu sou hoje é devido aos valores que me foram transmitidos, por meus
pais, os livros, família e o cristianismo. Refletir sobre tudo isso não me traz dúvidas, pelo
contrário, traz-me uma certeza inabalável de quem eu sou. O texto sobre o fundamental, fez-
me refletir a natureza do fundamentalismo (mesmo que seja por um viés psicanalítico, que
particularmente, não considero uma cosmovisão a ser seguida), e seus desdobramentos nos
discursos. O autor Phillips (2008), considera que as coisas fundamentais para nós, assume um
papel vital para a vida de qualquer indivíduo e quando o que é fundamental sofre ataque,
podemos falar, agir e demonstrar um comportamento agressivo, mesmo que sejam ensinados a
nós, as virtudes cardiais, como é conhecido pelo filósofo Agostinho, poderemos perder a
civilidade.

Fica claro, então, quer seja religioso ou não a psicanálise considera que em cada um
de nós existe um fundamentalista. Todavia, a análise feita da religião (mais especificamente
sobre o cristianismo e a infalibilidade das escrituras) entre ortodoxo e liberais, toma como
pressuposto básico, de que os cristãos fundamentalistas não estão dispostos ao diálogo, por
considerar suas crenças como verdades absolutas. Ora, se eu considero alguém fundamentalista,
estou partindo de uma premissa de que eu não sou, portanto, tenho capacidade para afirmar
quem o é. Essa premissa, trona-se real, se eu considerar que não existe uma verdade absoluta,
assim, não é possível ter certeza de algo, já que, a certeza pressupõe dúvida de que algo existe.
Essa lógica, leva a um efeito colateral do relativismo epistemológico e moral “a psicanálise
participa, encontrar a descrição de uma boa vida em que não estivessem implicadas crenças a
respeito de matar, morrer ou torturar.” (PHILLIPS,2008, p.4).

O texto me fez refletir sobre algumas questões :como podemos ter um mundo sem
amarras ou sem fundamentalismo? A resposta correta seria adotar uma visão progressista da
psicanalise e substituir o Deus do cristianismo, pelo deus da psicanálise? Para responder essas
perguntas tomo o exemplo do autor “Se leio o Novo Testamento como uma ficção aparentada
a outras ficções – como um tipo de romance ou série de histórias curtas” (PHILLIPS,2008, p.2).
Parafraseando o autor: se leio todas obras de Freud como ficção, romances e estórias longas, da
perspectiva do fundamentalista, isso seria um pecado mortal, que levaria a excomunhão do
grupo de psicanálise de Viena.
Outrora, na idade medeia, o corpo era tratado como algo divino e sagrado, no
mundo pós-moderno tornou-se um deposito de olhares, uma forma política de agir, um produto
a ser consumido. Os padrões construídos entorno de um corpo “perfeito” foi lentamente
produzido pela indústria cinematográfica, propagandas e os meios de massificação da
informação. Neste sentido, o objeto de desejo não é simplesmente ter um corpo para si, mas um
corpo que é do outro, um padrão que muitos jovens desejam seguir. O sentimento de erro, por
não ter um corpo “perfeito” funde na sua personalidade um traço de rejeição de si mesmo.

Tendo em vista o artigo de Ramos (2010), que relaciona o corpo e a


contemporaneidade, partindo de um ponto de vista lacaniano, é possível falar de um corpo
civilizado e sintomático. A relação de um corpo civilizado e o gozo pelo consumo e a
experiência única do sofrimento, isto é, o corpo sintomático. Vem diante disso a seguinte
questão: o que é o corpo? O corpo na psicanálise é geralmente interpretado como um corpo
sintomático, portanto, sofre a ação de uma sociedade competitiva, a busca pela felicidade como
um objetivo máximo a ser alcançado. O autor traz uma questão muito marcante nos dias atuais,
que é justamente a “tomada do corpo como um imperativo de beleza, normalização, a
banalização desencantamento higiênico e psicológico” (RAMOS, 2010,p.7). Isso não revela
apenas um padrão a ser seguido, mas também uma angustia de individuo que sofre por não se
adequar a uma ideologia, que aprisionam os corpos em um campo de concentração da
linguagem. Existe um significante que marca o nascimento de um corpo, este corpo, está
inserido na linguagem, em um mundo que marca o corpo de afetos. Na contemporaneidade, o
corpo é fragmentado e suas partes são percebidas pelo psicanalista.

. Portanto, é possível pensar a minha prática profissional futura, como um desafio


a encarar o confronto das crenças fundamentais, ouvindo o Outro, não como fundamentalista,
mas sim, como um sujeito que teve suas crenças abaladas. Pensar o corpo como uma dimensão
não apenas individual, como também coletiva me ajuda a repensar o meu papel frente a algo
inesperado e que não dá para explicar biologicamente.
Referências

ALGUNS apontamentos para se pensar a relação entre corpo e contemporaneidade. São


Paulo: A Peste, 2010. Disponível em:
<https://revistas.pucsp.br/index.php/apeste/article/view/16632>. Acesso em: 11 out. 2018
PHILLIPS, Adam. Sobre o fundamental. Ide (São Paulo), São Paulo , v. 31, n. 47, p. 16-
23, dez. 2008 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
31062008000200003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 11 out. 2018.

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