Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Efeitos da disciplina
MACEIÓ
2018
EDMILSON JÚNIOR AMORIM DE MORAIS
Efeitos da disciplina:
A colateralidade dos efeitos emocionais.
MACEIÓ
2018
1. O QUE A DISCIPLINA PRODUZIU EM MIM?
No presente texto, não seguirei uma ordem cronológica dos assuntos que foram
abordados, mas sim, uma ordem de interesse das discursões que foram feitas em sala de aula.
Desta maneira, o título escolhido para o texto representa de imediato uma alusão ao efeito
colateral produzido por remédios. Uma ilustração que pode ser tomada para explicar: é a do
indivíduo que toma antidepressivos esperando que o psicofármaco resolva todos os seus
problemas interiores, porém, com a momentânea felicidade, vem os efeitos colaterais do
remédio que o lança em um poço abismal.
Tudo o que eu sou hoje é devido aos valores que me foram transmitidos, por meus
pais, os livros, família e o cristianismo. Refletir sobre tudo isso não me traz dúvidas, pelo
contrário, traz-me uma certeza inabalável de quem eu sou. O texto sobre o fundamental, fez-
me refletir a natureza do fundamentalismo (mesmo que seja por um viés psicanalítico, que
particularmente, não considero uma cosmovisão a ser seguida), e seus desdobramentos nos
discursos. O autor Phillips (2008), considera que as coisas fundamentais para nós, assume um
papel vital para a vida de qualquer indivíduo e quando o que é fundamental sofre ataque,
podemos falar, agir e demonstrar um comportamento agressivo, mesmo que sejam ensinados a
nós, as virtudes cardiais, como é conhecido pelo filósofo Agostinho, poderemos perder a
civilidade.
Fica claro, então, quer seja religioso ou não a psicanálise considera que em cada um
de nós existe um fundamentalista. Todavia, a análise feita da religião (mais especificamente
sobre o cristianismo e a infalibilidade das escrituras) entre ortodoxo e liberais, toma como
pressuposto básico, de que os cristãos fundamentalistas não estão dispostos ao diálogo, por
considerar suas crenças como verdades absolutas. Ora, se eu considero alguém fundamentalista,
estou partindo de uma premissa de que eu não sou, portanto, tenho capacidade para afirmar
quem o é. Essa premissa, trona-se real, se eu considerar que não existe uma verdade absoluta,
assim, não é possível ter certeza de algo, já que, a certeza pressupõe dúvida de que algo existe.
Essa lógica, leva a um efeito colateral do relativismo epistemológico e moral “a psicanálise
participa, encontrar a descrição de uma boa vida em que não estivessem implicadas crenças a
respeito de matar, morrer ou torturar.” (PHILLIPS,2008, p.4).
O texto me fez refletir sobre algumas questões :como podemos ter um mundo sem
amarras ou sem fundamentalismo? A resposta correta seria adotar uma visão progressista da
psicanalise e substituir o Deus do cristianismo, pelo deus da psicanálise? Para responder essas
perguntas tomo o exemplo do autor “Se leio o Novo Testamento como uma ficção aparentada
a outras ficções – como um tipo de romance ou série de histórias curtas” (PHILLIPS,2008, p.2).
Parafraseando o autor: se leio todas obras de Freud como ficção, romances e estórias longas, da
perspectiva do fundamentalista, isso seria um pecado mortal, que levaria a excomunhão do
grupo de psicanálise de Viena.
Outrora, na idade medeia, o corpo era tratado como algo divino e sagrado, no
mundo pós-moderno tornou-se um deposito de olhares, uma forma política de agir, um produto
a ser consumido. Os padrões construídos entorno de um corpo “perfeito” foi lentamente
produzido pela indústria cinematográfica, propagandas e os meios de massificação da
informação. Neste sentido, o objeto de desejo não é simplesmente ter um corpo para si, mas um
corpo que é do outro, um padrão que muitos jovens desejam seguir. O sentimento de erro, por
não ter um corpo “perfeito” funde na sua personalidade um traço de rejeição de si mesmo.