Vous êtes sur la page 1sur 9

Teoria Geral do Estado – Questionário

1. Onde surgiu a TGE e qual seu objeto?

A denominação formal de Teoria Geral do Estado é de origem alemã, foi criada em 1672 pelo
professor Ulrik Huber. O uso da palavra Estado, entretanto, deve-se a Maquiavel (O Príncipe,
1513), vem da palavra poder. Estuda os fenômenos do Estado, desde sua origem, formação,
estrutura, organização, funcionamento e suas finalidades. Essa teoria sistematiza
conhecimentos jurídicos, filosóficos, sociológicos, políticos, históricos, geográficos,
antropológicos, econômicos e psicológicos.

2. Em que consiste a concepção organicista da sociedade e qual sua repercussão no conceito


de Estado?

Na concepção organicista, o Estado é independente dos indivíduos e anterior a eles. Funda-se


na analogia entre o Estado e um organismo vivo. Suas partes ou membros não podem ser
separados da totalidade.

3. Em que consiste a concepção mecanicista da sociedade e qual sua repercussão no conceito


de Estado?

Na visão mecanicista, a sociedade não é mais que mera soma das partes, que não gera nenhuma
realidade suscetível de subsistir fora ou acima dos indivíduos. Nela, o Estado é visto como um
arranjo rígido, onde os indivíduos são como peças mecânicas.

4. Compare o conceito sociológico de Estado com o conceito jurídico.

Do ponto de vista sociológico, o Estado decorre do fato de os homens viverem necessariamente


em sociedade e aspirarem naturalmente realizar o bem geral que lhes é próprio, isto é, o bem
público.
Segundo Savigny, o reconhecimento da utilidade prática levou à atribuição de capacidade
jurídica a certos agrupamentos de interesses coletivos. Embora dotados de personalidade
jurídica, são sujeitos artificiais, criados pela lei. Entre as pessoas jurídicas se encontra o Estado.
Essa conclusão, embora com fundamentos diferentes, seria a de Hans Kelsen neste século,
através de sua concepção normativista do direito e do Estado. Em sua teoria pretendeu limitar
a Teoria Geral do Estado ao estudo do Estado como ele é, ou seja, sem indagar se ele deve ou
não existir e sem se preocupar com a melhoria deste.

5. Estabeleça a diferença entre povo, população e nação.

Povo é um conjunto de pessoas que detêm o poder político. População representa a massa total
dos indivíduos que vivem dentro dos limites territoriais de um país. É mera expressão numérica,
demográfica ou econômica que não revela o vínculo existente entre a pessoa e o Estado. Nação
é um grupo de indivíduos que se sentem unidos por ideais e aspirações comuns.

6. O que significa o povo enquanto elemento do Estado?

Povo é o elemento humano do Estado, composto pelo conjunto de cidadãos, isto é, o conjunto
das pessoas que mantêm um vínculo jurídico-político com o Estado. Segundo Kelsen, é o
âmbito pessoal de validade da ordem jurídica estatal. Esse elemento pessoal é fundamental para
a constituição e a existência do Estado, uma vez que sem ele não é possível haver Estado e é
para ele que o Estado se forma.

7. Em que consiste o princípio da territorialidade e da extraterritorialidade?

Território nacional, em sentido jurídico, é: âmbito espacial sujeito ao poder soberano do Estado
(Ásua, Jimenez de; p. 771); e, em sentido efetivo ou real, são: superfície terrestre (solo e
subsolo), águas territoriais (fluviais, lacustres e marítimas) e espaço aéreo correspondente.
Segundo o princípio da territorialidade, a lei penal só tem aplicação no território do Estado que
a editou, pouco importando a nacionalidade do sujeito ativo ou passivo. Já o princípio da
extraterritorialidade preocupa-se com a aplicação da lei brasileira às infrações penais
cometidas além de nossas fronteiras, em países estrangeiros.

8. Em que consiste a nacionalidade e quais são os critérios básicos de sua definição?

Segundo PONTES DE MIRANDA, "nacionalidade é o vínculo jurídico-político de Direito


Público interno, que faz da pessoa um dos elementos componentes da dimensão pessoal do
Estado". Porém ALUÍSIO DARDEAU DE CARVALHO nota a falta de juridicidade do termo
nacionalidade, que partindo da ideia de nação, englobaria somente os indivíduos, que
pertencessem a determinado grupo ligado pela raça, religião, hábitos e costumes.
O indivíduo pode estabelecer a conexão jurídica com o Estado por meio do jus sanguini, ou
seja, os antepassados pertenciam àquela determinada nacionalidade ou por jus soli, tendo o
direito à nacionalidade pela territorialidade do nascimento.

9. Em que consiste o conceito jurídico de Estado?

Com seu formalismo invariável, viu Kelsen no Estado apenas o ângulo jurídico, ao concebê-lo
como “a reunião de uma multidão de homens vivendo sob as leis do Direito”. Segundo essa
concepção jurídica do Estado, este é resolvido totalmente no ordenamento jurídico e, portanto,
desaparece como entidade diversa do direito. Os juristas se preocupam com a validade ideal das
normas, enquanto os sociólogos com a validade empírica.
“... o Estado é um ordenamento jurídico. Mas nem todo ordenamento jurídico pode ser
designado como Estado; só o é quando o ordenamento jurídico estabelece, para a produção e
execução das normas que o integram, órgãos que funcionam de acordo com a divisão do
trabalho. Estado significa ordenamento jurídico quando já alcançou certo grau de
centralização...”. (KELSEN, 2006, pág. 133)
“... o que se denomina de ‘elementos’ do Estado, a soberania, o território e o povo, não é senão
a validade do ordenamento estatal em si, e âmbito da validade espacial e pessoal desse
ordenamento...”. (KELSEN, 2006, pág. 138)

10. Em que consiste a soberania do Estado e quais suas principais características?

A soberania, que exprime o mais alto poder do Estado, a qualidade de poder supremo (suprema
potestas), apresenta duas faces: a interna e a externa.
A soberania interna significa o imperium que o Estado tem sobre o território e a população,
bem como a superioridade do poder político frente aos demais poderes sociais, que lhe ficam
sujeitos, de forma mediata ou imediata.
A soberania externa é a manifestação independente do poder do Estado perante outros Estados.

11. Quais as doutrinas democráticas da soberania?

Teoria da soberania nacional:


Esta teoria é radicalmente nacionalista: a soberania é originária da nação, no sentido estrito de
população nacional (ou povo nacional), não do povo em sentido amplo. Exercem os direitos
de soberania apenas os nacionais ou nacionalizados, no gozo dos direitos de cidadania, na forma
da lei. Não há que confundir a "teoria da soberania popular", que amplia o exercício do poder
soberano aos alienígenas residentes no país. A soberania, no conceito da Escola Clássica, é
UNA, INDIVISÍVEL, INALIENÁVEL e IMPRESCRITÍVEL. UNA porque não pode existir
mais de uma autoridade soberana em um mesmo território. INDIVISÍVEL, seguindo a mesma
linha de raciocínio que justifica a sua unidade. INALIENÁVEL, por sua própria natureza. A
vontade é personalíssima: não se aliena, não se transfere a outrem. IMPRESCRITÍVEL, no
sentido de que não pode sofrer limitação no tempo. Uma nação, ao se organizar em Estado
soberano, o faz em caráter definitivo e eterno. Não se concede soberania temporária, ou seja,
por tempo determinado.
Teoria da soberania popular: Teve como precursores Altuzio, Marsilio de Padua, Francisco de
Vitoria, Soto, Molina, Mariana, Suarez e outros teólogos e canonistas da chamada Escola
Espanhola. Reformulando a doutrina do direito divino sobrenatural, criaram eles o que
denominaram teoria do direito divino providencial: o poder público vem de Deus, sua causa
eficiente, que infunde a inclusão social do homem e a consequente necessidade de governo na
ordem temporal. Mas os reis não recebem o poder por ato de manifestação sobrenatural da
vontade de Deus, senão por uma determinação providencial da onipotência divina. O poder
civil corresponde com a vontade de Deus, mas promana da vontade popular - omnis potestas a
Deo per populum libere consentientem. Sustentou Suarez a limitação da autoridade e o direito
de resistência do povo, fundamentos do ideal democrático. E Molina, embora reconhecendo o
poder real como soberania constituída, ressaltou a existência de um poder maior, exercido pelo
povo, que denominou soberania constituinte. Baseia-se na vontade da população.

12. Que fatores apontam para a crise da soberania?

Existem dois tipos de causas referentes à crise da soberania: a teórica e a política. Segundo a
teórica, a limitação da soberania acontece quando se dá o constitucionalismo. Já para a
concepção política, são várias as causas, como tratados/compromissos/contratos internacionais,
globalização, criminalidade internacional e corporações econômicas. Todas elas limitam, esteja
o Estado de acordo ou não, a soberania deste.
13. Compare a teoria contratualista de Hobbes com a de J. J. Rousseau.

A teoria hobbesiana diz que o desejo de destruição e de domínio de seus semelhantes é inerente
ao homem, caracterizando uma competição constante e um eterno estado de guerra, caótico.
Torna-se necessária a existência de um poder estatal para controlar o estado de natureza dos
homens. O contrato consiste na abdicação de seus direitos a um Estado soberano que possa
garantir o bem-estar da coletividade.
O estado de natureza em Rousseau descreve homens que cuidam de sua própria sobrevivência
e com poder soberano, convivendo em perfeita harmonia, até o momento em que surge a
propriedade privada, gerando as desigualdades socioeconômicas. O contrato social é um
mecanismo que consiste na transferência dos direitos naturais para o Estado poder criar os
direitos civis, onde o governante não é um soberano e sim um representante da soberania
popular, onde a propriedade privada é um efeito do contrato social.

14. Em que consiste a teoria contratualista sobre a origem do Estado em T. Hobbes?

O homem vive inicialmente num estado de natureza caracterizado pela luxúria e pela
insaciabilidade dos homens, levando a uma situação caótica de constante enfrentamento. Uma
vez que todos os homens são inicialmente iguais, eles são movidos pelo medo de que outros
possam tomar-lhe bens ou causar-lhes algum mal, gerando um estado de confiança que leva os
homens a agredirem antes de serem violados. A celebração do contrato social consiste na
renúncia de seu direito a todas as coisas para que a liberdade seja concedida com respeito a si
próprio. A preservação da liberdade, no entanto, depende da existência de um Estado que
mantenha os homens dentro de limites e os obrigue por temor ao castigo a realizar seus
compromissos e à observância das leis.

15. Em que consiste a teoria contratualista sobre a origem do Estado em J. J. Rousseau?

Os homens em seu estado originário de natureza viviam de forma essencialmente animal,


apenas saciando suas necessidades básicas, porém sem conviver socialmente, pois discorda de
Aristóteles, uma vez que acredita que a natureza não destina o homem à vida em sociedade,
porém não se agridem sem motivação – apenas por legítima defesa. A liberdade do homem
solitário, entretanto, é ameaçada a partir do surgimento da propriedade privada que desencadeia
as desigualdades sociais. Desprovido de elementos essenciais à sobrevida e de liberdade, o
homem torna-se subordinado àqueles que os detém. A criação do Estado se dá de modo que as
desigualdades entre os homens sejam amenizadas, assegurando a proteção da comunidade
através de um governante que não é soberano, mas que apenas representa a soberania popular.

16. Em que consiste a teoria contratualista sobre a origem do Estado em J. Locke?

No estado de natureza, os homens são livres para decidir suas ações, dispor de seus bens e usar
de qualquer meio para defender-se de semelhantes que venham a ofender seus direitos naturais
de acordo com seu próprio arbítrio a fim de salvaguardar vidas, liberdades, saúde e posses. A
vida no estado natural implica na incerteza e na insegurança da manutenção de seus próprios
direitos, pois o homem está constantemente submetido à violação de seus domínios. O contrato
social consiste na renúncia da condição de liberdade pela sujeição e submissão ao domínio de
outro poder instituído através do consenso entre os indivíduos a fim de reestabelecer apropria
liberdade, o que seria possível numa sociedade politicamente organizada e regulada por uma
instituição comum a todos, que suprirá as carências e deficiências do estado de natureza,
garantindo a preservação da propriedade e das liberdades através de leis claras e conhecidas,
um magistrado imparcial e um poder legítimo para fazer valer a execução de sua sentença.

17. Qual o caráter do Estado na concepção de J. Locke?

--

18. Em que consiste o Estado na concepção marxista?

O Estado não é um ideal de moral ou de razão, mas uma força externa da sociedade que garante
a dominação de uma classe por outra e a manutenção da propriedade privada. O Estado surge
junto à propriedade a fim de protegê-la, gerando um conflito inconciliável entre as classes
sociais, constituindo um aparelho de dominação.

19. Em que consiste o Estado na concepção funcionalista?

A concepção funcionalista identifica o sistema global em quatro subsistemas, caracterizados


pelas funções essenciais que cada um desempenha para a conservação do equilíbrio social e são
reciprocamente independentes. São eles: político, econômico, comunidade social e sistema
fiducial. As únicas mudanças que interessam, nessa teoria, são as que ocorrem dentro do sistema
e que ele próprio tem a capacidade de absorver por meio de pequenos ajustes previsto, também,
pelo próprio sistema.

20. Como Montesquieu classificou as formas de governo?

Montesquieu distingue, em toda forma de governo, a natureza e o princípio desse governo. A


primeira é o que faz com que o governo seja o que é, e o segundo é o que o faz atuar, ou seja,
anima e excita o exercício do poder. Ex: as paixões humanas. A partir disso, ele identifica três
formas de governo: República, Monarquia e Despotismo. A República compreende a
democracia e a aristocracia, a natureza da democracia é a soberania nas mãos do povo e o
princípio é a virtude, já a aristocracia tem por natureza a soberania nas mãos de alguns e o
princípio é a moderação dos governantes. A Monarquia é o regime das distinções, das
separações, das variações e dos equilíbrios sociais, sua natureza é o governo pertencente a um
só, e seu princípio é a honra, o amor das distinções, o culto das prerrogativas. No Despotismo
a natureza se resume na ignorância ou transgressão das leis, e seu princípio é o medo.

21. Em que consiste a Teoria dos Círculos do Governo de Maquiavel?

Maquiavel exibia uma concepção cíclica da história em que as formas de governo estão sempre
se degenerando e dando origem a outros governos, formando um ciclo vicioso pelo fato de
serem formas impuras.

22. Como Maquiavel classificou as formas de governo?

Maquiavel identifica duas formas de governo: República e Monarquia, compreendendo no


gênero das repúblicas tanto as aristocracias quanto as democracias, pois ambas (aristocracia e
democracia) devem adotar o princípio de maioria para alcançar a formação da vontade coletiva.

23. Como Kelsen classificou as formas de governo?

Kelsen identifica a Autocracia e a Democracia utilizando o critério de elaboração das normas,


quando os destinatários das mesmas não participam da criação das mesmas tem-se uma
Autocracia, quando os destinatários participam da criação tem-se uma Democracia.
24. O que é um Estado Democrático para Kelsen?

Kelsen parte da definição de Estado, como sendo o ordenamento jurídico, desse modo a forma
de governo de um estado é relativo a forma de criação das normas. No caso do Estado
Democrático, o ordenamento jurídico é criado a partir de baixo, pois os destinatários das normas
participam da elaboração das mesmas, sendo assim uma forma de produção autônoma, que leva
a um governo democrático em sua forma pura.

25. O que é um Estado Autocrático para Kelsen?

O estado autocrático é aquele em que não há participação na criação da norma por parte
daqueles sujeitos a ela, ou seja, a população em geral. Ela teria que aceitar as decisões tomadas
pelos legisladores criadores da norma.

26. Compare três características da República frente a três da Monarquia.

República: Há alternância de poder, isto é, de tempos em tempos o governo troca de mãos


através do voto popular; o Patrimônio é público e de igual direito do povo; Há responsabilidade
política por parte dos governantes, uma vez que devem obrigatoriamente criar sistemas e leis
que favoreçam o bem-estar da população como um todo.
Monarquia: O poder é passado hereditariamente e o cargo de governante é vitalício; é
patrimonialista, ou seja, o patrimônio pertence ao poder governante e não ao povo;
irresponsabilidade política, isto é, as decisões tomadas pelo monarca não são voltadas
essencialmente para as necessidades do povo e não deverá satisfação a este.

27. Como G. Mosca classificou as formas de governo?

Para Mosca, a única forma de governo existente seria a Oligarquia isto é, o governo estaria nas
mãos de um grupo corrupto que regeriam o país visando apenas o benefício próprio em
detrimento das necessidades do povo. Ele explica como se dá o governo oligárquico através da
sua Teoria das Elites. Nela, grupos elitistas nasceriam naturalmente no meio social podendo
partir das classes mais ricas ou mesmo das inferiores, se organizando de forma a buscar
objetivos que privilegiariam unicamente a si próprios.
28. Quais os critérios adotados por Aristóteles para classificar as formas de governo?

Aristóteles classificou as formas de governo como puras e impuras. Haveria para ele, três
formas puras e outras três impuras para se pôr contra elas. Seriam elas:
• A Monarquia - governo de um, mas que visasse o bem - e a Tirania -governo tirânico
de um monarca que visa apenas seus próprios interesses e priva o povo de seus
direitos fundamentais.
• A Aristocracia – governo gerido por um pequeno grupo dos melhores indivíduos da
sociedade - e a Oligarquia – governo onde um pequeno grupo controla o poder e o
usa apenas para benefício próprio.
• A Democracia – Governo de muitos, poder do povo, representantes eleitos por meio
de votação popular – e a Demagogia – a manipulação das massas com propostas que
provavelmente não serão cumpridas pelo grupo que as promete, visando apenas
galgar o poder político.

29. Compare Estado Federado com Estado Unitário.

Estado Federativo: O Estado é composto por unidades autônomas, os estados federados,


possuindo competências e direitos garantidos constitucionalmente que não podem sofrer
interferência ou anulação por meio do poder central composto por todos essas partes, o chamado
Estado Federal.
Estado Unitário: O Estado pode se subdividir em partes, mas essas partes não tem autonomia
política sobre si estando a disposição e sob a autoridade do poder central, capaz de dissolvê-los
ou alterar as condições políticas a que eles estejam submetidos em dado momento.

30. Qual o significado do conceito de Estado Democrático de Direito?

O Estado democrático de direito é um conceito que designa qualquer Estado que se aplica a
garantir o respeito das liberdades civis, ou seja, o respeito pelos direitos humanos e pelas
garantias fundamentais, através do estabelecimento de uma proteção jurídica. Em um estado de
direito, as próprias autoridades políticas estão sujeitas ao respeito das regras de direito.

Vous aimerez peut-être aussi