Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
MICF
SEBENTA LABORATORIAL
DE QUÍMICA FARMACÊUTICA II
4º ANO
Esta sebenta foi realizada com base em apontamentos dos cadernos de laboratório de todas as
intervenientes, bem como os materiais disponibilizados pelos professores. A utilização da
mesma não dispensa o espirito crítico de cada um.
Ana Marisa Marçalo, Ana Rita Falcão, Ana Rita Silva, Andreia Miguel, Carolina Francisco, Filipa
Machado, Joana Ferreira, Mariana Monteiro, Marina Conde.
ÍNDICE
2
II. Síntese da 1-fenil-3-metilpirazol-5-ona
Objectivos
3
No caso da 1-fenil-3-metil-5-pirazolona, esta pode existir como uma mistura de três
formas tautoméricas I, II e III, e a identificação da sua presença pode ser realizada por
IV e RMN. A proporção destas formas
depende da polaridade do solvente
escolhido para realizar a análise
espectral, no caso do RMN.
Num solvente menos polar, como o
CDCl3 (clorofórmio), o tautómero
presente corresponderá a I, enquanto
que num solvente mais polar, como o DMSO, observa-se a forma II.
4
- Meio básico, com NaOH (base forte) e CH3COOH (ácido fraco) – ocorre saída de H+,
com formação de um carboanião solúvel. Adicionando ácido, o produto não ionizado é
regenerado e precipita.
Espectros
- IV (pastilha de KBr)
5
- 1H-RMN (CDCl3)
- 13C-RMN (CDCl3)
6
-1H-RMN (DMSO)
- 13C-RMN (DMSO)
7
Esquema de trabalho
8
Cálculos/resultados
Rendimento
Usaram-se 0,0125 moles de cada um dos reagentes (na técnica, estavam
indicados o número de moles referentes a massas e volumes dos quais se usou um
quarto), logo não há reagente limitante e a reacção ocorre de 1 para 1, pelo que o
resíduo obtido teria de corresponder, teoricamente ao mesmo número de moles –
0,0125
Massa do resíduo obtido = 0,125 g
MM (fenilmetilpirazolona) = 174,14g/mol
174,14 g ___________ 1 mol
Y ___________ 0,0125 mol
Y= 2,17675
0,125
η=2,17675 × 100% = 5,7%
Ponto de fusão
Ponto de fusão obtido = 121-126°C
Ponto de fusão da literatura = 127°C
Conclusões
No presente trabalho laboratorial, realizou-se a síntese da 1-fenil-2-metilpirazol-
5-ona, tendo-se procedido, igualmente, a ensaios de solubilidade para este composto,
e à determinação do grau de pureza do produto obtido através da determinação do seu
ponto de fusão.
O rendimento obtido (5,7%) é bastante reduzido, podendo tal dever-se a perdas
sucessivas que tenham ocorrido durante os vários processos realizados, nomeadamente
as duas filtrações.
O ponto de fusão obtido (121 -126 ᴼC) apesar de se encontrar próximo do valor
descrito na literatura para este composto (127ᴼC), compreende, ainda, um intervalo
demasiadamente grande, o que pode denotar uma pureza ligeiramente inferior à
esperada.
9
Trabalho 2 – Epoxidação do Colesterol
a) Objetivos
- Obtenção de 5,6-epóxidos com elevada estereosseletividade
- Avaliar evolução da reação através de ccd
- Efetuar a técnica de cromatografia em coluna
- Determinar o ponto de fusão do produto obtido e comparar com o descrito na
literatura
- Calcular o rendimento
b) Fundamento Teórico
Neste trabalho realizou-se a epoxidação do colesterol com o Ácido 3-cloroxibenzóico
(m-CPBA) em CH2Cl2, sob refluxo, de forma a obter 5,6-epóxidos com elevada
estereosseletividade.
O colesterol é um esteróide tetracíclico que está sujeito a reações de oxidação em
sistemas biológicos, levando à formação de compostos mono ou poli-oxigenados, os
oxiesterois. Entre estes compostos é de destacar os epóxidos, formados por um anel de
três membros com elevada tensão anelar (compostos eletrofílicos) e intermediários
metabólicos em várias vias biossintéticas. O colesterol tem uma estrutura rígida, dando
origem a produtos com estereoquímica bem definida. O epóxido do colesterol, tem a
particularidade destas reações ocorrerem de forma regio- e estéreo-seletivas e
condições SN2.
Nesta experiência a dupla ligação do colesterol é convertida em 5α,6α epóxido (a
designação α simboliza que o epóxido se encontra na parte inferior da molécula). Os
epóxidos são geralmente formados pela reação de um ácido peroxicarboxílico (alguns
são explosivos, mas o desta reação é estável)
com um alceno, a temperatura ambiente.
A cromatografia em coluna, é um dos
métodos mais úteis para a separação e
purificação de sólidos e líquidos. Neste caso,
é aplicada com o objetivo de separar o
produto desejado dos materiais, reagentes e
produtos intermédios. O método
preferencial para a preparação da coluna
cromatográfica é o Método da Papa, onde
uma papa de absorvente e do primeiro
solvente é feita e colocada na coluna. É
essencial que os componentes se movam
através da coluna numa banda horizontal e
10
estreita, para que possam sair da coluna no menor volume de solvente e para não se
sobreporem a outros componentes da mistura.
Relativamente a esta cromatografia:
11
c) Espetros
- 1H-RMN do colesterol (CDCl3)
73 ppm (13C)
122 ppm (13C)
H
H
1 5,4 ppm (1H)
3,5
3,5 ppm
ppm ((1H)
H)
141 ppm (13C)
12
- 1H-RMN do epoxicolesterol (CDCl3)
13
d) Fluxograma
Matraz de 50 mL
Dissolução em balão de 100 mL
Dissolução a quente
A solução têm de ser
arrefecida, pois a
reação é exotérmica Arrefecimento
Coluna Cromatográfica
1 g Alumina Diclorometano
Sedimentação
Mistura Reacional
Diclorometano (se necessário)
Eluição
Diclorometano até 10 mL
Para evaporar o
Evaporação em rotavapor diclorometano
14
Transferir com pipeta Pasteur para matraz 25 mL
1 mL Água
Aquecimento
Cristais Filtrado
Secagem
e) Resultados
c e r
E E
e e
Padrão Colesterol (c) Rf=0,72 (mancha alaranjada)
Como o colesterol não tem grupos aromáticos não poderia ser visualizado por radiação
UV, desta forma é necessário a pulverização com uma solução reveladora
m (colesterol)= 1 g
15
M (m-CPBA) = 0,6 g puro
𝑛 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜 0,0010
ƞ= × 100 × 100 = 38,4 %
𝑛 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 0,0026
Ponto de Fusão
f) Conclusões
No presente trabalho laboratorial, realizou-se a epoxidação do colesterol, cujo ponto final
da reação foi avaliado através de ccd, seguida de separação dos seus compostos por
cromatografia em coluna e determinação do grau de pureza do produto obtido através da
determinação do seu ponto de fusão.
O rendimento obtido (38,4%) pode dever-se a perdas sucessivas que tenham ocorrido
durante os vários processos realizados, como a eluição na coluna cromatográfica, filtração, etc.
O ponto de fusão obtido (140 -141 ᴼC) encontra-se dentro do intervalo descrito na literatura
para este composto.
16
IV. Síntese da 5,5-difenil-hidatoina
a) Objetivos:
• Efetuar a síntese da 5,5-difenil-hidatoina;
• Purificar o produto obtido;
• Determinar a o ponto de fusão do produto e o rendimento da reação.
b) Fundamento Teórico:
A Fenitoína (5,5-difenil.hidatoína) é um fármaco hipnótico e sedativo, constituído por
um anel de hidatoína bi-substituído por dois grupos fenilo.
A sua síntese é feita através de uma reação nucleofílica entre a ureia e o dibenzoilo:
Para esta reação é necessário:
17
Etanol – É usado com solvente reacional (deve ter uma temperatura de ebulição
adequada e deve ser quimicamente inerte para não interferir na reação) porque
solubilizada o dibenzoilo que não é solúvel em água;
NaOH a 30% - Vai alcalinizar o meio, o que favorece a reação.
Neste meio básico, quando o composto se forma, perde o seu protão mais acídico,
formando, juntamente com o Na⁺, um sal solúvel em EtOH/H₂O/HO¯.
Adicionando HCl voltamos a ter o composto na forma neutra, insolúvel em água, que
recristalizamos em etanol.
Durante a reação ocorrem também outras duas reações que vão levar à formação de
impurezas e consequente diminuição do rendimento.
18
O Di-ureído é insolúvel em meio básico,
sendo removido na primeira filtração, uma
vez que recuperamos apenas o filtrado.
19
c) Espectros:
2 4
1 5
20
4,5,6
8
3
7
1 2
1 7
6 6
3 3
4 4
6 6
5 5
4 4
21
d) Fluxograma:
25mL Etanol
42mL Água
Agitar
Esperar 15 minutos
HCl concentrado
25-30mL Etanol
Recristalização
22
e) Resultados e conclusões:
• Rendimento:
Nº de moles de Ureia:
𝑚 1
𝑛 = 𝑀 ⇔ 𝑛 = 60 ⇔ 𝑛 = 0,0167 𝑚𝑜𝑙
Nº de moles de Dibenzilo:
𝑚 1,77
𝑛 = 𝑀 ⇔ 𝑛 = 210,23 ⇔ 𝑛 = 0,00842 𝑚𝑜𝑙
𝑚 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎
𝑛= ⇔ 𝑚 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝑛 × 𝑀 ⇔ 𝑚 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎
𝑀
𝑚 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑎
𝜂= ×100 ⇔ = 𝜂 = 34%
𝑚 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎
Tendo em conta que com a técnica utilizada o rendimento é cerca de 40%, podemos
constatar que o rendimento obtido é próximo do desejado. O ponto de fusão foi de
294-297°C que se encontra próximo do ponto de fusão teórico (295-298°C).
23
V - Extracção de princípios activos de dois comprimidos (analgésicos e antipiréticos)
a) Objectivos do trabalho
b) Fundamento teórico
Ácido carboxílico
Éster
24
- Paracetamol: é um fenol (pKa = 10) com um grupo acetamida neutro
em posição para. É então um ácido muito fraco que se dissolve em soluções
fortemente básicas (pKa > 11), mas não em soluções moderadamente básicas (pH 8-9)
Grupo acetamida
Protona em meio
ácido
25
esta seria capaz de remover os protões tanto à aspirina como ao paracetamol,
ficariam ambos na forma ionizada e por isso ambos seriam solúveis.
26
c) Análise do espectro de H-RMN de aspirina (CDCl3)
2 6
5
6
2 5
3 4
27
d) Fluxograma
Panadol + Melhoral
A + P + C + Excipientes
Adição de acetona,
agitar e filtrar Sólido - excipientes
Solução: A + P + C
Adição de
diclorometano, agitar e
filtar Sólido - Paracetamol
Solução diclorometano: A + C
Adicionar o HCl lentamente -
Fazer C.C.D para ver se só temos A muito pouco miscível com o
e C, se ainda existir mancha do P diclorometano corremos o
adicionar + diclorometano e agitar. risco de se formar uma
emulsão.
Extracção – com HCl 5%
Fase Orgânica - A
Adição diclorometano
Aspirina sólida
Extracção
28
Notas:
29
e) Resultados e cálculos:
Paracetamol:
M paracetamol = 0,326 g
Aspirina:
M aspirina = 0,371 g
Cafeina:
M cafeina = 0,022 g
d) Conclusões:
No que diz respeito aos rendimentos, o valor mais alto, teoricamente, deveria ser o
do paracetamol, uma vez que este é extraído por diferença de solubilidades, e como
precipita, consegue-se recuperar maior massa de composto. Já no que toca ao AAS e à
cafeina, estes devem apresentar valores de rendimento mais baixos, uma vez que ao
serem extraídos em ampola de decantação, por diferença de pH temos uma menor
obtenção de produto. Apesar de serem estes os resultados esperados, não foi este
padrão que obtivemos nas nossas extracções.
30
VI, VII, VIII. Síntese do Propranolol
a) Objectivos do Trabalho:
b) Fundamento Teórico:
Mecanismo:
→ Parte I
31
→ Partes II e III
32
c) Espectros:
33
d) Fluxograma:
→ Parte I
Síntese do Éter Glicídico do 1-naftol:
A mistura reaccional já se
encontrava preparada no
laboratório.
34
→ Parte II
→ Parte III
35
e) Resultados:
→ Parte I
0,7
Rf (1-naftol) = = 0,156
4,5
1,2
Rf (Mistura reaccional) = = 0,267
4,5
36
→ Parte II
→ Parte III
𝑚 0,298
𝑛 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑝𝑟𝑎𝑛𝑜𝑙𝑜𝑙 = = ≈ 1,15 × 10−3 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠
𝑀𝑀 259,349
37
f) Conclusões:
38
VI. Preparação de um pró-fármaco (latenciação) do sulfatiazol
a) Objetivos do trabalho:
- Realizar a síntese do succinoilsulfatiazol (pró-fármaco do sulfatiazol) de acordo com a
técnica original;
- Efectuar correctamente técnicas laboratoriais tais como o refluxo, filtração sob vácuo
e a recristalização;
- Efectuar a medição do ponto de fusão e comparar com o valor descrito na literatura;
- Calcular o rendimento da reação.
b) Fundamento Teórico:
O conceito de latenciação
Actualmente, ainda existem diversos fármacos cujas propriedades ainda se caracterizam
como uma barreira à sua aplicação clínica. De forma a optimizar e mascarar
determinadas características físico-químicas de um fármaco, pode-se derivar certos
grupos funcionais polares com pequenas moléculas orgânicas biorreversíveis, sem
alterar permanentemente as propriedades da molécula. Assim, surgiu o termo
latenciação a qual consiste na transformação de um fármaco em forma de transporte
inactivo que, in vivo, mediante reação química ou enzimática, liberta a sua porção activa
no local de ação ou próximo dele.
1. Inconvenientes farmacocinéticos:
• A deficiência de biodisponibilidade oral (devido à polaridade e/ou solubilidade);
• Insignificante distribuição específica no local de acção;
• Incapacidade de atravessar diversos tipos de barreiras biológicas (mucosa gástrica,
pele, córnea e barreira hematoencefálica) que separam o fármaco do seu local de ação;
2. Elevada toxicidade;
3. Baixa estabilidade química;
4. Solubilidade inapropriada;
5. Odor e paladar inconvenientes;
39
39
6. Dor no local de administração;
7. Formulação farmacêutica de difícil preparo;
As sulfonamidas
As sulfonamidas são agentes antibacterianos e são usadas principalmente para tratar
infecções intestinais, podendo ser latenciadas de modo a obter pró-fármacos que
cheguem mais especificamente ao local de acção. Deste modo, a latenciação envolve a
reação entre a amina aromática e anidridos ou ácidos dicarboxílicos.
No caso particular da aula, o sulfatiazol reage com o anidrido succínico, sendo que a
introdução do hemissuccinato (hidrofílico) na molécula de sulfatiazol limita a absorção
do pró-fármaco (pKa 4,5) e impede que este seja absorvido no estômago, chegando,
assim, ao intestino.
Mecanismo de acção:
Solubiliza-se o sulfatiazol em etanol anidro de modo a que a reação com o anidrido succínico ocorra mais
eficientemente: caso contrário, na presença de H2O, o oxigénio da água iria atacar o anidrido succínico e
desta forma este já não estaria disponível para sofrer ataque nucleofílico da amina aromática do sulfatiazol.
1 2
40
40
c) Análise de Espetros
singuleto
dupleto
multipleto
NH
Protão do N ao lado da
sulfonamida, porque o protão
do ácido carboxílico está na 8,2 ppm (4H, s)
ponta logo pode trocar com o
solvente deuterado, não se
vendo (os ácidos e o OH’s H H
10,5 ppm H
muitas vezes não se vêm). O H
da amida está mais fechado
H H 7,5 ppm (1H, d)
logo não troca tão facilmente
com o meio H 7,12 ppm (1H, d)
H H
H
H
41
41
d) Fluxograma
Reagente limitante.
50 mL
Refluxo
(5min)
Anidrido succínico
(0,125g/1,2mmol)
Nota: apesar de na técnica
original ser descrito um passo Refluxo
de filtração após o refluxo, em (45min)
aula efectuámos logo a
evaporação do solvente; a
filtração só seria realizada se
obtivéssemos um resíduo Evaporar o solvente no Se necessário, para ajudar na
sólido. rota-vapor cristalização semeia-se com
No rota vapor cristais do ano anterior ou
adiciona-se uma pedra de gelo.
Cristalizar com EtOH/H2O
(4:3) (~ 4mL)
Filtrado Precipitado
Ponto de fusão
Secar
Rendimento
42
42
e) Resultados e Cálculos
𝑚 0,25
MM (sulfatiazol) = 255,32 gmol-1 n = 𝑀 = 255,32 = 9,98x10-4 mol
m (sulfatiazol) = 0,25g
𝑚 0,125
MM (anidrido succínico) = 100,07 gmol-1 n = 𝑀 = 100,07 = 1,2x10-3 mol
m (anidrido succínico) = 0,125g
𝑚 0,0807
MM (succinoilsulfatiazol) = 335,39 gmol-1 n = 𝑀 = 335,39 = 2,41x10-4 mol
m (succinilsulfatiazol) = 0,0807g
𝑛 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜 2,41x10−4
ƞ = 𝑛 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 × 100 9,98x10−4 × 100 = 24%
Ponto de fusão
f) Conclusões
Neste trabalho procedemos à preparação do pró-fármaco do sulfatiazol - o
succinilsulfatiazol – a partir da sua reação com o anidrido succínico. Estas reações de
latenciação devem ser propostas quando o fármaco em questão não apresenta as
características adequadas para a sua administração e uso clínico. Para isso foram
realizadas diversas técnicas laboratoriais já conhecidas, tais como o refluxo, a
recristalização por gradiente térmico ou a filtração sob vácuo, sendo que no fim e
após secagem, a pureza dos cristais de pró-fármaco foi confirmada por determinação
do seu ponto de fusão. Este apresentava um valor teórico compreendido entre 192-
195 ˚C, sendo que se o nosso valor se afastasse deste intervalo, ou o nosso produto
não está puro ou foi hidrolisado ou não corresponde ao pró-fármaco que
pretenderíamos obter. Para além disso, determinou-se o rendimento da nossa
reação, consoante a massa final de cristais do nosso produto, sendo que nos deu um
valor baixo de 24%.
43
43
MÓDULO DE QUÍMICA FARMACÊUTICA INORGÂNICA
a) Objetivos do trabalho:
- Realizar o doseamento de Fe2+ num preparado farmacêutico;
- Compreender a reação de doseamento com uso de indicador.
b) Fundamento Teórico:
Nesta aula procedemos ao doseamento do ferro presente num comprimido, cuja
embalagem nos indica a quantidade de ferro por cada comprimido (105 mg ± 10%). O
princípio ativo deste comprimido está na forma de sulfato de ferro (II), no entanto não
se doseia nesta forma pois o sulfato reage rapidamente com o O2, oxidando.
Para extração/dissolução do ferro do comprimido no meio usa-se um ácido,
nomeadamente HCl. Este ácido extrai o princípio ativo pois este é solúvel em água,
enquanto que os excipientes não são. O fornecimento de temperatura tem o objetivo
de aumentar a velocidade da reação e garantir que esta seja completa.
Mas antes, para proceder ao correto doseamento, é necessário a preparação de
soluções-padrão de ferro. Estas são feitas recorrendo a diluições da solução-padrão de
ferro a 100 mg/L, às quais são adicionados: o tampão citrato de sódio, a hidroxilamina e
a o-fenantrolina. Cada um destes reagentes tem um papel fundamental neste
doseamento:
44
44
Reação geral (reação de oxidação-redução):
Vermelho Azul
c) Técnica:
Na preparação das soluções-padrão é muito
importante que se garanta que as condições
reacionais são as mesmas às quais a nossa
amostra em análise vai estar sujeita. Assim,
temos de adicionar todos os reagentes, quer nas
soluções-padrão quer na solução da amostra.
Branco
Temos também de preparar um branco, que
contém tudo menos a solução de ferro. O branco
garante-nos que o que estamos a dosear não é
nenhuma reação paralela entre os reagentes.
Sol. mãe
4 mL 200 mL
(V = 100mL)
10 mL 100 mL
45
45
d) Esquema de trabalho:
I – PREPARAÇÃO DE SOLUÇÕES-PADRÃO DE FERRO
Solução padrão de Fe
(100 mg/L)
Efetuar diluições
como descrito na
técnica
Tampão
citrato pH=3,5
(5 mL)
Hidroxilamina
10% (2 mL)
o-fenantrolina
0,25% (3 mL)
46
46
II – PREPARAÇÃO DA AMOSTRA PROBLEMA
200 mL
Resíduo Filtrado
(desprezar)
EXCIPIENTES
Balão de
100 mL Lavar matraz com H2O
Completar com
água desionizada
10 mL 100 mL
47
47
e) Resultados e Cálculos:
As soluções-padrão foram preparadas, em conjunto, por todos os alunos da aula
laboratorial, havendo 3 soluções-padrão para cada uma das concentrações indicadas.
Depois de lidas todas as absorvências destas soluções, verificou-se se existia algum valor
discrepante (caso houvesse era rejeitado) e realizou-se a média das absorvências para
posterior elaboração da curva de calibração.
[Fe] (mg/L) Abs (1) Abs (2) Abs (3) Abs (média)
0 0,000 0,000 0,000 0,000
0,5 0,089 0,090 0,114 0,0895
1 0,189 0,204 0,205 0,2045
1,5 0,322 0,326 0,319 0,3223
2 0,407 0,403 0,414 0,405
2,5 0,379 0,430 0,437 0,4335
3 0,544 0,543 0,524 0,5435
(a vermelho encontram-se os valores de Abs rejeitados para efetuar a média)
Com os valores de [Fe] e das Abs (médias) realizou-se o seguinte gráfico, do qual se
retirou a equação da reta.
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
[Fe] (mg/L)
48
No entanto, esta concentração não corresponde à verdadeira [Fe2+] da nossa amostra,
uma vez que esta sofreu várias diluições. Assim, temos de recuar nestas diluições para
conhecermos a concentração verdadeira de Fe2+ no medicamento analisado.
Esquema de diluições:
1 1,571 mg Fe2+ ------------- 1000 mL
Sol. mãe
4 mL 200 mL
(V = 100mL) X ----------------- 100 mL
10 mL 100 mL
X = 0,1571 mg Fe2+
[Fe2+]amostra = 78,55 mg
49
49
IX. Monografia do brometo de potássio segundo a FP 9.0
Parte II: Determinação do grau de pureza de uma amostra de Brometo de Potássio
a) Objectivos
Efectuar o Ensaio de Cloretos numa amostra segundo a FP 9.0
Realizar o doseamento do brometo de potássio (KBr) numa amostra
b) Fundamento teórico
Método de Volhard
Fe3+
50
Reacções:
O nitrato de prata é um
padrão 2º logo é necessário
proceder à sua padronização
Precipitado
51
Adição do ácido nítrico (HNO3)
É importante pois é necessário trabalhar em meio ácido, formando-se o aquacatião
Fe(H2O6)3+ (pka≈2,2) de forma a reprimir a hidrólise do Fe3+ que é o indicador utilizado
para a detecção do ponto final da titulação. Assim deste modo, evita-se a precipitação
do metal favorecida com o aumento do pH.
52
Adição do ftalato de dibutilo
No caso particular do doseamento de cloretos há que ultrapassar a dificuldade
resultante do facto de o AgCl ser um pouco mais solúvel do que o AgSCN. Este facto
torna o ponto final pouco nítido e origina um consumo excessivo de titulante porque o
tiocianato após ter precipitado todo o excesso de Ag+ vai reagir com o AgCl presente no
precipitado segundo a reacção indesejável:
53
Titule com uma solução 0,1 M de tiocianato de amónio até coloração
amarelo-avermelhado.
Efectue os cálculos que entender necessários para determinar a
concentração da solução preparada em I-1.
54
e) Monografia da FP 9.0
f) Resultados e cálculos:
55
Uma vez que na titulação se utilizou o matraz que tinha 10 mL de AgNO3:
56
Doseamento do brometo de potássio na amostra:
V gasto de NH4SCN = 6,3 mL
[NH4SCN] = 0,1 M = 0,1 mol/L
Uma vez que na titulação se utilizou 10 mL de amostra de KBr presentes num balão de 50 mL:
57
Parte I: Identificação de uma amostra de brometo de potássio segundo a Farmacopeia
Portuguesa 9.0 (Características; Identificação e Ensaio)
a) Objetivos Do Trabalho
- Caracterização, identificação e ensaio de uma amostra de brometo de potássio
segundo a (FP 9.0)
c) Técnica/ Monografia
MONOGRAFIA DO BROMETO DE POTÁSSIO, SEGUNDO A F.P. 9.0
BROMETO DE POTÁSSIO
Kalii bromidum( KBr M, 119,0)
DEFINIÇÃO
Brometo de potássio: KBr.
Teor: 98,0 por cento a 100,5 por cento (substância seca).
CARACTERÍSTICAS
Aspeto: pó cristalino branco ou cristais incolores.
Solubilidade: facilmente solúvel na água e na glicerina e pouco solúvel no etanol a 96%.
IDENTIFICAÇÃO
A. A amostra dá a reação dos brometos (2.3.1).
2.3.1 BROMETOS (feito em tubos de centrífuga)
a) Dissolva uma quantidade da amostra correspondendo a cerca de 3 mg de brometo
(Br-) em 2 mL de água R ou utilize 2 mL da solução prescrita (vai ser executada uma
solução que corresponderá à solução S → 20g de KBr em balão de 200mL). Acidule com
ácido nítrico diluído R (3/4 gotas) e junte 0,4 mL (volume medido, em pipeta de plástico,
sendo que 1 gota (100 μL) corresponde a 0,1 mL, logo iremos usar 4 gotas) de solução
de nitrato de prata R1. Agite e deixe em repouso. Forma-se um precipitado caseoso
amarelo pálido. Centrifugue e lave 3 vezes com 1 mL de água R (destilada) de cada vez.
Efetue esta operação rapidamente, ao abrigo de luz intensa, sem ter em conta o facto
de o líquido sobrenadante não ficar perfeitamente límpido. Suspenda o precipitado em
2 mL de água R e junte 1,5 mL de amónia R (1,5 mL, na hotte). O precipitado dissolve-se
dificilmente.
58
Resumindo:
Resumindo:
Amostra KBr (1mL da solução S) + CH3COOH (1mL → 10 gotas) + sol. extemporânea de cobaltinitrito de sódio (1mL → 10 gotas)
59
Análise Qualitativa – Identificação
Potássio
ENSAIO
Resumindo:
Solução KBr (10mL da solução S) + Solução de indicador ácido-base azul de bromotimol (0,1mL → 1 gota)
60
Bromatos (feito em tubo de ensaio). A 10 mL da solução S junte 1 mL de solução de
amido R (10 gotas), 0,1 mL de solução de iodeto de potássio R a 100 g/L (1 gota) e 0,25
mL de ácido sulfúrico 0,5 M (3 gotas) e deixe em repouso ao abrigo da luz durante 5 min.
Não se desenvolve cor azul ou violeta.
Resumindo:
Tubo controlo + :
H2O (10mL) + Sal de bromato (1 pitada) + Sol. de amido (1mL → 10 gotas) +
Sol. de iodeto de potássio (0,1 mL → 1 gotas) + Ácido Sulfúrico (0,25mL → 3 gotas)
Bromatos
2BrO3- + 12H+ + 10e- → Br2 + 6H2O
(5x) 2I- → I2 + 2e-
_______________________________________________________________
Perda por Secagem (2.2.32): no máximo, 0,1 por cento, em 1,000 g da amostra, na
estufa a 105ºC, durante 3h. (Não foi feito)
61
Iodetos (feito em tubo de ensaio). A 5 mL da solução S junte 0,15 mL de solução de
cloreto férrico R1 (2 gotas) e 2 mL de clorofórmio R (não se usou clorofórmio, porque
este é toxico, mas usou-se diclorometano, que se encontrava na hotte com um
pipetador calibrado para 2 mL). Agite e deixe separar. A camada clorofórmica
permanece incolor (2.2.2, Método I).
Resumindo:
Tubo controlo:
H2O (5 mL) + Sal de iodeto (1 pitada) + Diclorometano (2 mL → 20 gotas) +
Solução de cloreto férrico (0,15 mL → 2 gotas)
Iodetos
62
Metais pesados (2.4.8): no máximo, 10 ppm.
12 mL da solução S satisfazem ao ensaio limite A dos metais pesados. Prepare o padrão
com solução a 10 ppm de chumbo (Pb) R.
Resumindo:
Tiocetamida
63
Sulfatos (2.4.13): no máximo, 100 ppm.
15 mL da solução S satisfazem ao ensaio limite dos sulfatos.
2.4.13. Sulfatos (feito em 2 provetas: amostra + padrão)
Todas as soluções utilizadas neste ensaio são preparadas com água destilada R.
A 1,5 mL de solução a 100 ppm de sulfato (SO4) RI, junte 1 mL de uma solução de cloreto
de bário R a 250 g/L. Agite e deixe em repouso durante 1 min. Junte 15 mL da solução
problema e 0,5 mL de ácido acético R. Prepare o padrão nas mesmas condições
utilizando 15 mL de solução a 100 ppm de sulfato (SO4) R em vez da solução problema.
Após 5 min, se a solução problema apresentar opalescência, não é mais pronunciada
que a do padrão.
Resumindo:
64
Após 5 min, a coloração rósea eventual da solução da amostra não é mais intensa que a
do padrão.
Resumindo:
65
Resumindo:
Titular a esta temperatura, com edetato de sódio (EDTA) (0,01M) até viragem de
violeta a azul nítido (complexa o Zn livre e depois “rouba” o zinco ao mordente)
– Para assegurar que não existem mais metais na solução
Titular com edetato de sódio (0,01M) novamente até viragem para azul novamente
(não pode exceder os 5mL de edetato de sódio para estar Conforme)
Conforme
66