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Neste quadro, vê-se que a necessidade de interpretar um texto legal se revela pela
ausência de univocidade da linguagem que o legislador emprega, o que gera, quase
sempre, um sentido problemático, vez que a compreensão da linguagem jurídica se
dá com base no sentido que cada palavra inserida no texto possui. Assim, o
trabalho do intérprete não se limitaria a subsumir o fato concreto à norma abstrata,
vez que esta jamais poderá descrever a complexidade do caso concreto, mas em
uma valoração. Esta valoração, por sua vez, revela-se pelo preenchimento das
lacunas contrárias ao plano do legislador e o desenvolvimento do direito para além
da lei.
Quanto à interpretação das leis, fala-se que esta pode ser dividida em restritiva ou
extensiva. Será restritiva quando o legislador diz mais do que pretende, cabendo ao
intérprete restringir a amplitude do texto que não traduz a intenção menos ampla do
legislador. A interpretação extensiva, por sua vez, se dá quando o legislador diz
menos do que pretende.
Fala-se, ainda, no método histórico, que diz respeito a busca pela origem e
desenvolvimento das normas, a partir do estudo do ambiente histórico e da intenção
reguladora que é informada no processo de elaboração da lei. o método teleológico,
por derradeiro, busca os fins e os objetivos da norma, sendo o ordenamento legal
um instrumento a regular as relações entre as pessoas em sociedade.
Nesse sentido, dentro do sentido literal possível da norma, o intérprete deverá optar
pelo resultado que se coaduna com a igualdade, com a generalidade e com a
capacidade contributiva, a não ser que da própria norma se extraia uma acepção
sugerida por outros princípios a ela imanentes, tais como as soluções baseadas na
segurança jurídica e as sugeridas pela extrafiscalidade ou pela praticidade
administrativa, a partir de um juízo de ponderação entre os princípios fundados na
justiça e aqueles alicerçados nos outros valores objetivados pelo legislador. Assim,
justamento dos princípios da igualdade, da capacidade contributiva e da
generalidade utilizados como parâmetros da interpretação fiscal, vai se derivar,
segundo Perez de Ayla, o princípio da luta contra a evasão fiscal.