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Os Consórcios Públicos como Instrumento Potencializador de Políticas Públicas

Autoria: Frederico de Morais Andrade Coutinho

RESUMO

O objetivo deste artigo é investigar o papel do instrumento de planejamento e gestão


intergovernamental denominado consórcio público como potencializador da ação da
Administração Pública no que tange as políticas públicas. Consagrado já há bastante tempo,
este instrumento de relacionamento intergovernamental atingiu todo o país na forma dos
consórcios intermunicipais, popularizados nos consórcios de saúde e de meio ambiente,
principalmente. Em 2005 o mecanismo ganhou nova normatização com a Lei Federal
n.º11.107, corrigindo algumas distorções, ampliando seu escopo e lhe permitindo maior
atuação. Neste trabalho interessa perquirir as possibilidades dadas ao consórcio público com
sua nova legislação, expondo inovações no campo da constituição e funcionamento, natureza
jurídica, objeto, entre outras particularidades do mecanismo. Apresentando, por final, como o
Estado de Minas Gerais tem lidado com este instrumento de gestão intergovernamental.

Considerações Iniciais

A previsão do consorciamento de entes federados no Brasil ocorre desde longa data.


Marques Neto (2004) aponta a primeira Constituição Paulista, de 1891, como o documento
legal mais antigo a tratar da possibilidade de cooperação entre entes federados. Seu artigo 60
dispunha que “[a]s municipalidades poderão associar-se para a realização de quaisquer
melhoramentos, que julguem de comum interesse, dependendo, porém, de aprovação do
Congresso [legislativo estadual, hoje Assembléia Legislativa] as resoluções que nesse caso
tomarem” (SÃO PAULO apud MARQUES NETO, 2004, p.13).
A primeira experiência consorcial, no entanto, surgiu em 1969, com o Consórcio de
Promoção Social de Governo de Rio Claro, na região de Bauru, Estado de São Paulo,
portanto, muito tempo após a primeira possibilidade jurídica, como acordam Junqueira e Cruz
(2002), e Abrucio (2000). Mas foi somente a partir da década de 1980 com o início da
descentralização e o fortalecimento dos Municípios que os consórcios intermunicipais
passaram a ter destaque (JUNQUEIRA apud ABRUCIO, 2000).
Inicialmente, a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2006a) não abordava a
cooperação entre entes federados por meio de consórcios e convênios, mas com a Emenda
constitucional n.º 19/98, seu artigo 241 passou a tratar dos consórcios públicos, prevendo seu
disciplinamento por meio de lei ordinária.

Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por


meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes
federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a
transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à
continuidade dos serviços transferidos. (BRASIL, 2006a)

Apesar da possibilidade do consorciamento estar prevista legalmente desde o fim do


século XIX, foi somente em 2005 depois de grande período de discussões acerca do Projeto
de Lei n.º 3.884/04 (BRASIL, 2005), que foi aprovada a Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL,
2006d) que dispôs sobre as normas gerais de contratação de consórcios públicos. Apenas a
partir deste momento têm-se um delineamento concreto da figura consorcial. Interessa
analisar deste ponto em diante, as inovações e implicações mais importantes para o

1
desenvolvimento do mecanismo de gestão intergovernamental cooperativa denominado
consórcio público.

Da Conceituação

Os consórcios públicos eram conceituados pela maioria de seus estudiosos sem


grandes divergências. Afirmavam se tratar de um mecanismo de cooperação
intergovernamental horizontal, ou seja, composto por entes de mesmo nível de governo,
visando a mútua colaboração no alcance de objetivos compartilhados.
A primeira inovação da Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d) está no plano
conceitual. Não mais se admite a definição de que o consórcio seja um instrumento
exclusivamente de cooperação horizontal, composto por entes da mesma espécie. Percebe-se
que podem figurar num mesmo consórcio público, União, Estados, e Municípios, entes de
diferentes níveis de governo, o que rechaça a definição anteriormente adotada sobre os
consórcios administrativos, que se baseavam na horizontalidade do mecanismo.
Borges (2005) bem nota que o direito italiano, inspirador do mecanismo de
cooperação consorciada nacional, sempre admitiu a composição heterogênea, ou seja, com
partícipes de diferentes espécies, nos consórcios.
Uma nova definição pode ser então formulada, Mello (2005), já informado pela Lei
Consorcial, afirma serem os consórcios “contratos realizados entre as pessoas de Direito
Público de capacidade política, isto é, entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
em vista da realização de atividades públicas de interesse comum, e dos quais resultará uma
pessoa jurídica que os congregará” (MELLO, 2005, p.625). Di Pietro (2006) segue na
mesma linha ao afirmar que os consórcios públicos são “associações formadas por pessoas
jurídicas políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), com personalidade de
direito público ou de direito privado, criadas mediante autorização legislativa, para a gestão
associada de serviços públicos” (DI PIETRO, 2006, p.468).

Da Natureza Jurídica

A Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d) consagra em seu texto duas
possibilidades para a natureza jurídica dos consórcios públicos. Consoante o artigo 1º, §1º, “o
consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado”
(BRASIL, 2006d).
Cabe anotar que, anteriormente à edição da Lei em comento, a doutrina discutia a
alternativa dos consórcios públicos se estabelecerem como pactos, sem constituição de nova
pessoa jurídica, ou como pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos. Meirelles
(2005), afirmava ser conveniente a organização de uma entidade civil paralela para
administrar os interesses dos entes consorciados.
Como já explicitado, a Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d) impõe a
constituição de nova pessoa jurídica, distinta de seus membros consorciados para atender aos
objetivos do consórcio, findando a discussão doutrinária.
A primeira forma de personalidade jurídica que o consórcio público pode assumir é a
de associação pública, porém a Lei Consorcial não define este novo termo do direito
brasileiro, causando certa confusão entre os estudiosos. Resumindo-se a modificar o artigo 41
do Código Civil que passa a fazer a seguinte menção: “Art. 41. São pessoas jurídicas de
direito público interno: IV – as autarquias, inclusive as associações públicas” (BRASIL,
2006c).
Gomes (2005), Mafra Filho (2005) e Borges (2005) entendem que a associação
pública é uma espécie de autarquia. Justen Filho (2004), ao analisar o Projeto de Lei n.º

2
3884/04, confirma a natureza autárquica da associação pública, explicitando que o consórcio
público poderia ser considerado até uma modalidade especial de autarquia, uma autarquia
interfederativa. Porto Neto (2004), em parecer ao mesmo Projeto de Lei, entende que o caráter
peculiar da associação pública é ser uma autarquia integrante da administração indireta de
mais de um ente da federação. Marques Neto (2004) afirma não haver nenhum obstáculo
constitucional para a criação de uma autarquia por mais de um ente federativo, com
competências descentralizadas de cada um deles.
Deste modo, retira-se que as associações públicas são regidas pelo regime publicista, e
passam a integrar a administração indireta de todos os entes consorciados, conforme dispõe o
artigo 6º, §1º, da Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d). O regime publicista é
caracterizado por prerrogativas e sujeições. As prerrogativas decorrem da necessidade da
administração pública exercer poderes diferentes do particular quando sob sua tutela estiver o
interesse público. Se expressa no princípio da supremacia do interesse público ante o privado.
Já nas sujeições considera-se que o administrador não dispõe da res pública a seu bel prazer.
Se expressa no princípio da indisponibilidade do interesse público pelo administrador.
A segunda forma de personalidade jurídica que o consórcio público pode assumir é a
de uma pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos. Dentre as pessoas jurídicas de
direito privado descritas no artigo 44 do Código Civil1 (BRASIL, 2006c), a que parece mais
adequada é a associação civil, que possui fim não econômico, e tem suas normas aplicadas
subsidiariamente aos consórcios públicos, no que não contrariar a Lei Federal n.º 11.107/05,
pelo artigo 15 da mesma Lei (BRASIL, 2006d). As sociedades visam o lucro, não se
qualificando, e as fundações por sua vez, somente as restritas a finalidades culturais e de
assistência poderiam ser assumidas como pessoa jurídica pelo consórcio público (SILVA,
2005). Porém essa pessoa de direito privado terá de se submeter a regramento dúplice, com
prevalência do regime publicista ante o privatista. A própria Lei Federal n.º 11.107/05
(BRASIL, 2006d) já estabelece:

Art.6º..............................................................................................................................
§2º No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o consórcio
público observará as normas de direito público no que concerne à realização de
licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que
será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. (BRASIL, 2006d)

Do Objeto

O artigo 241 da Constituição Federal (BRASIL, 2006a) limita o objeto dos consórcios
públicos à gestão associada de serviços públicos. Porém a doutrina não é pacífica ao
conceituar o que seja serviço público. Bandeira de Mello (2005) apresenta uma definição
bastante restrita, ao entender serviço público como

toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material destinada à


satisfação da coletividade em geral, mas fruível singularmente pelos administrados,
que o Estado assume como pertinente a seus deveres e presta por si mesmo ou por
quem lhe faça as vezes, sob um regime de Direito Público – portanto, consagrador
de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais –, instituído em favor dos
interesses definidos como públicos no sistema normativo. (MELLO, 2005, p.632).

Crettela Júnior, por sua vez, define serviço público como “toda atividade exercida
pelo Estado, direta ou indiretamente, para a consecução de seus fins” (CRETELLA
JÚNIOR, 2000, p.207). Fala então em serviço público administrativo, legislativo e judiciário,
mostrando um conceito bem mais amplo do que o de Mello.

3
Di Pietro (2006) reconhece a difícil tarefa de se conceituar serviço público, dado a
transformação de seus elementos constitutivos e abrangência no decurso do tempo, originando
conceitos amplos e restritos. Com estas ressalvas a autora define serviço público como

toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça diretamente
ou por meio de seus delegados, com objetivo de satisfazer concretamente às
necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público (DI
PIETRO, 2006, p.114).

Para efeito de objeto dos consórcios públicos, Gomes (2005) entende ser mais bem
aplicado o conceito amplo de serviço público, embasado na noção de federalismo cooperativo
traduzida no artigo 23 da Constituição Federal (BRASIL, 2006a), que trata das competências
comuns da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e na prática comum que já se
estabeleceu entre o instituto estudado. Entende-se ser este o alcance mais adequado, que não
deve limitar atribuições como os trabalhos de pesquisa científica, e atividades que exigem o
uso do poder de polícia como a proteção ao meio ambiente, e a educação no trânsito, o que o
conceito de Bandeira de Mello (2005) faria. No entanto, a definição de Cretella Júnior (2000)
adquire contornos que escapam ao consórcio público, como o serviço público legislativo e
judiciário. Seu objeto constituiria, então, qualquer espécie de serviço público administrativo,
sendo mais adequado para os fins deste trabalho o conceito de Di Pietro (2006).

Das Finalidades

A finalidade primeira, mais genérica é a única enunciada na Lei Consorcial, mais


precisamente em seu artigo 1º. Trata-se do atendimento aos objetivos de interesse comum dos
entes consorciados. Junqueira e Cruz (2002) buscam um desdobramento desta finalidade
mais genérica, e encontram sete outras razões, mais concretas, para justificar a existência dos
consórcios públicos.
A articulação microrregional ou regional é uma delas, possibilitada por mecanismos de
planejamento e gestão na busca do desenvolvimento de sua área de atuação. A prestação de
serviços pela atuação integrada dos entes obtendo ganhos de escala no provimento direto ou
sub-contratação dos mesmos. A diminuição dos custos operacionais, ampliando a oferta de
serviços, pela otimização dos recursos humanos e redução da ociosidade no uso de
equipamentos e recursos materiais. A viabilização de investimentos maiores do que cada ente
poderia disponibilizar sozinho, diminuindo custos com a aquisição de bens, equipamentos e
serviços. A formação e capacitação de um corpo técnico especializado na área de atuação do
consórcio. A proposição de estratégias de cooperação inovadoras visando o desenvolvimento
da região. A união em caráter suprapartidário viabilizando espaços de discussão dos temas de
interesse dos consorciados (JUNQUEIRA; CRUZ, 2002).
Adicionaria-se, ainda, às finalidades enunciadas por Junqueira e Cruz (2002), o
enfrentamento de problemas que ultrapassam as fronteiras de um único ente, e a formação de
capital político a ser utilizado em negociações com outros entes federados, visando, por
exemplo, a busca de recursos. É conveniente lembrar que nem todos os consórcios públicos
possuem todas essas finalidades, dependendo do grau de complexidade da atividade
desenvolvida por eles, e de sua visão de futuro, se perdurará ou não no tempo.
Além das finalidades dos consórcios públicos, faz-se relevante enunciar os objetivos
que o Governo Federal espera auferir com a promulgação da Lei Federal n.º 11.107/05
(BRASIL, 2006d). São eles:
1) a instituição de um mecanismo de coordenação federativa adequado às
diversas escalas de atuação territorial;

4
2) o fortalecimento do papel de ente público de agente planejador, regulador e
fiscalizador de serviços públicos;
3) a possibilidade de incrementar a efetividade das políticas públicas executadas
em parceria pelos diferentes entes governamentais;
4) a necessidade de superar a insegurança jurídica dos atuais arranjos de
cooperação entre os entes públicos brasileiros, resultando em maior
previsibilidade das políticas executadas pelo Estado (DAMASCENO, 2005,
p.11).

Da Constituição e Funcionamento

Para que se chegue à constituição de uma entidade representativa do contrato de


consórcio público, é necessário seguir alguns passos previstos na Lei Federal n.º 11.107/05
(BRASIL, 2006d). Primeiramente os entes federados dispostos a se consorciar devem elaborar
um minudente protocolo de intenções, que depois de subscrito será ratificado por meio de Lei
por cada ente consorciando, se transformando no contrato de consórcio público. Instituído o
contrato de consórcio público, a assembléia geral deve ser convocada para formular o estatuto
da nova entidade criada, dispondo sobre a organização e funcionamento de cada um dos
órgãos constitutivos do consórcio. A partir desse momento deve ser elaborado um contrato de
programa, contendo as obrigações de um ente federado com outro ente federado, ou para com
o consórcio público, no que tange a gestão associada de serviços públicos em que haja
transferência de encargos, serviços, pessoal, ou bens. O contrato de rateio também deve ser
elaborado dispondo sobre os recursos que serão entregues pelos entes consorciados ao
consórcio público, devendo ser formalizado em cada exercício financeiro. A seguir se explica
cada ato que foi explicitado anteriormente, para um melhor entendimento.

Do Protocolo de Intenções

A Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d) não conceitua o protocolo de intenções,
busca-se então sua definição no Projeto de Lei n.º 3.884/04 (BRASIL, 2005), que deu origem
à Lei em comento. Encontra-se que o protocolo de intenções é o “contrato preliminar que,
ratificado mediante lei pelos entes da Federação interessados, converte-se em contrato de
consórcio público”2 (BRASIL, 2005).
O protocolo de intenções é requisito indispensável para a celebração do contrato de
consórcio público3, devendo conter cláusulas mínimas segundo o artigo 4º do Diploma
Consorcial. A identificação básica do consórcio deve conter sua denominação, finalidade,
prazo de duração e sede; identificação dos entes consorciados; e indicação da área de atuação.
Deve constar a definição da personalidade jurídica, se associação pública ou pessoa jurídica
de direito privado; os critérios para a entidade poder representar, perante outras esferas de
governo, os interesses comuns dos consorciados; as normas de convocação e funcionamento
da assembléia geral, instancia máxima do consórcio, definindo o numero de votos de cada
ente consorciado; o número, as formas de provimento e a remuneração dos empregados
públicos, bem como os casos de contratação por tempo determinado; as condições para a
entidade celebrar contrato de gestão ou termo de parceria; e a autorização para a gestão
associada de serviços públicos. Quanto ao direito dos contratantes, se explicita a faculdade de
exigir, quando adimplente com suas obrigações, o pleno cumprimento das cláusulas do
contrato de consórcio público pelos outros consorciados.
Desta estrutura mínima do protocolo de intenções, percebe-se sua complexidade, e a
necessidade de estudos aprofundados, antes de se ratificar o mesmo. O planejamento prévio
ao contrato de consórcio público é essencial para evitar prejuízos aos entes consorciados, e a
possível ineficácia da entidade criada (SILVA, 2005). Acredita-se na atenção que se deve dar

5
a esta etapa inicial de constituição do consórcio público, porque a entidade criada fica adstrita
ao que foi acordado no protocolo de intenções.
Depois de subscrito pelos entes consorciandos, o protocolo de intenções deverá ser
publicado na imprensa oficial4, e levado à ratificação por meio de Lei por cada ente em
questão, transformando-se no contrato de consórcio público.

Da Estrutura

A Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d) não estipula uma estrutura mínima à
entidade representativa do consórcio público, prevendo apenas que a assembléia geral é sua
instância máxima (art. 4º, VII). Celebrado o contrato de consórcio público pela ratificação do
protocolo de intenções, deve ser convocada a assembléia geral para constituir os estatutos que
disporão sobre a organização e funcionamento dos órgãos constitutivos do consórcio (art. 7º).
Leite, Gomide e Silva (2001) entendem que o desenho organizacional do consórcio
dependerá da amplitude de sua finalidade, e de especificidades geográficas, culturais e
econômicas dos entes consorciados. A estrutura básica do consórcio deverá possibilitar uma
melhor execução das atividades envolvidas, numa clara divisão do trabalho, com atenção
especial ao sistema de tomada de decisão. Afirmam, ainda, que a estrutura deverá ser enxuta,
flexível e com baixa hierarquização, proporcionando mais efetividade aos resultados.
A Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam propõe uma estrutura mínima para a
administração dos consórcios intermunicipais, sendo composta por um Conselho de Prefeitos,
órgão máximo de deliberação do consórcio, um Conselho Fiscal que acompanhará a gestão
financeira, e uma Secretaria Executiva, responsável pelas atividades do consórcio. Lembra,
ainda, que o melhor arranjo organizacional deve ser aquele que traz os melhores resultados
com a utilização de menores recursos (JUNQUEIRA; CRUZ, 2002; LEITE; GOMIDE;
SILVA, 2001).
Conjugando estas sugestões com o disposto na Lei Consorcial, tem-se que o Conselho
de Prefeitos, ou Conselho de Municípios se torna a assembléia geral, composta
exclusivamente por representantes dos entes federados, não necessariamente o chefe do poder
executivo de cada ente. A assembléia geral, órgão deliberativo máximo do consórcio, é
responsável pela política macro, elaborando e modificando o estatuto que disciplinará as
atividades do consórcio. O restante da estrutura deve ser estudado caso a caso, mas a sugestão
de um Conselho Fiscal, órgão fiscalizador do consórcio, devendo acompanhar as finanças e a
contabilidade, formado por representantes de cada ente consorciado, e de uma Secretaria
Executiva, órgão executivo, responsável por programas e atividades, deve ser considerada.
Sendo assim, não se encontra uma estrutura pronta, aplicável em qualquer localidade,
e para qualquer finalidade. Deve-se estudar a melhor forma de arranjo, para um melhor
atendimento dos objetivos a que o consórcio se propôs.

Do Contrato de Rateio

Depois de constituído o contrato de consórcio público, com sua entidade


representativa, a Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d) cria duas novas espécies de
contratos que garantem a operacionalização do consórcio público: o contrato de rateio e o
contrato de programa.
O contrato de rateio é uma espécie de contrato cuja finalidade é dar melhor
operacionamento ao consórcio público no que tange seu financiamento. A Lei Federal n.º
11.107/05 (BRASIL, 2006d) não chega a conceituá-lo, mas o projeto que a antecedeu, o PL
n.º 3884/04 (BRASIL, 2005), o faz com bastante clareza. O contrato de programa pode ser,
então, definido como “contrato por meio do qual os entes da Federação consorciados

6
comprometem-se a fornecer recursos para a realização de despesas do consórcio público”
(BRASIL, 2005).
A Lei Consorcial esclarece que o contrato de rateio deve ser formalizado a cada
exercício financeiro, sendo sua vigência não superior às das dotações que o suportam. As
únicas exceções são os projetos contemplados nos planos plurianuais, ou a gestão de serviços
públicos custeados por tarifa ou preço público5.
É somente através do contrato de rateio que os entes consorciados poderão entregar
recursos financeiros ao consórcio público6. Caso não adotadas as medidas financeiras para
suportar o consórcio, a Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d) prevê a possibilidade de
suspensão, ou até mesmo de exclusão do ente consorciado7. Borges (2005) e Silva (2005)
entendem ser este mecanismo, legitimador das obrigações financeiras com a necessária
segurança para a melhor atuação dos consórcios públicos.

Do Contrato de Programa

O contrato de programa se destina a regular as obrigações que um ente da federação


assume com outro ente da federação, ou com o consórcio público no que tange a gestão
associada da prestação de serviços públicos ou a transferência total ou parcial de encargos,
serviços, pessoal ou bens8. Se previsto no contrato de consórcio público, as entidades da
administração indireta dos entes consorciados também poderão firmar contrato de programa9
com o consórcio (BRASIL, 2006d).
Gomes (2005) afirma que o contrato de programa visa resguardar as obrigações não
imediatamente financeiras. Silva (2005) fala em regulação de compromissos de cunho
operacional. Traduzindo, o contrato de programa regula as condições da transferência de
serviços públicos, pessoal, bens, serviços ou encargos dos entes consorciados para o
consórcio.
A Lei Consorcial afirma que o contrato de programa deve atender à legislação de
concessões e permissões de serviços públicos, e caso haja transferência de encargos, serviços,
pessoal e bens, algumas cláusulas são obrigatórias, sob pena de nulidade do contrato.

Da Licitação, Concurso Público e Controle Externo

As questões a serem neste momento tratadas eram vistas com polêmica antes da
promulgação da Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d). Aborda-se o que dispõe a Lei
sobre a necessidade de licitação, concurso público e controle externo para os consórcios
públicos.
A Lei Federal n.º 8.666/93 (BRASIL, 2005b), Lei das Licitações, determina em seu
artigo 1º, parágrafo único que toda a administração pública se subordina a seus comandos.

Art.1º.............................................................................................................................
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da
administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as
empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades
controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios. (BRASIL, 2005b)

Trazendo para a realidade da Lei n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d), entende-se que para
a contratação do consórcio público, não cabe licitação. A celebração do contrato de consórcio
público pressupõe partícipes determinados, com objetivos comuns pré-estabelecidos, o que
caracterizaria uma inexigibilidade de licitação.

7
Constituído o consórcio público, independentemente da forma jurídica escolhida, se
associação pública ou pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos, a licitação é
obrigatória nos termos da Lei nº 8.666/93 (BRASIL, 2005b). A associação pública faz parte
da administração indireta de todos seus entes consorciados, sendo totalmente sujeita ao
regime de direito público. A pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos obedece
ao artigo 6º, §2º da Lei n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d) que dispõe sobre a observação das
normas de direito público no que concerne à licitação.
A Lei Consorcial fez, também, algumas modificações na Lei Federal n.º 8.666/93
(BRASIL, 2005b). Silva (2005) considera que foram introduzidas vantagens licitatórias para
os consórcios públicos no Diploma Licitatório, como o aumento dos limites das modalidades
de licitação, aumento dos limites de dispensa de licitação, e a possibilidade do consórcio por
si realizar licitações nas quais estejam envolvidos seus entes consorciados.
Quanto ao provimento dos recursos humanos dos consórcios públicos, compreende-se
que este pode se dar de duas formas, por cessão de pessoal ou concurso público. A cessão de
pessoal está disciplinada no artigo 4º, §4º, da Lei n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d), que dispõe:
“Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão ceder-lhe
servidores, na forma e condições da legislação de cada um” (BRASIL, 2006d).
A outra forma possível de provimento é o concurso público, independente se
associação pública ou pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos. A Lei
Consorcial foi clara, estabelecendo em seu artigo 6º, §2º, a observação das normas de direito
público para admissão de pessoal.
Os recursos humanos dos consórcios públicos são contratados sob o regime da
Consolidação das Leis do Trabalho, sendo empregados públicos. Di Pietro (2006) afirma que
tanto o cargo público quanto o emprego público são unidades de atribuições, a distinção se
encontra no vínculo do servidor com a Administração. Ao cargo público corresponde o
regime estatutário, e ao emprego público, o regime celetista.
Quanto ao controle externo, Pinho (2001) já alegava ser um dever dos consórcios
públicos prestarem contas ao Tribunal de Contas, pelo fato de serem entidades criadas pelo
Poder Público e submetidas ao controle administrativo de um ente político. A Constituição
Federal em seu artigo 70, parágrafo único já enunciava:

Art.70.............................................................................................................................
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
valores públicos ou pelo quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma
obrigações de natureza pecuniária. (BRASIL, 2006a)

A Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d) não quis deixar dúvida quanto ao tema,
e estabeleceu em seu artigo 6º, §2º que os consórcios estabelecidos como pessoa jurídica de
direito privado observarão as normas do direito público para a prestação de contas. A
associação pública já é uma pessoa jurídica de direito público, não necessitando de menção
específica.

3.8 Das Áreas de Atuação

A Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d) não define as áreas de atuação dos
consórcios públicos, mas sabe-se pelo artigo 241 da Constituição Federal que este instituto se
destina à gestão associada de serviços públicos. Já se discutiu a imprecisão do termo serviço
público, entendendo que o consórcio público poderá atuar mais amplamente, de acordo com
os pressupostos do federalismo cooperativo expressos na Constituição (BRASIL, 2006a).

8
Os dados mais recentes e confiáveis sobre a área de atuação dos consórcios públicos
são encontrados na pesquisa do IBGE denominada Perfil dos Municípios Brasileiros – Gestão
Pública. Para este trabalho foram analisados os dados mais recentes, que remontam aos anos
de 2001, 2002 e 2004. Sendo que a pesquisa mais recente é a mais pobre em dados acerca do
consorciamento, somente tratando dos consórcios de meio ambiente e de habitação. Em
seguida expõe-se duas tabelas adaptadas com os dados do IBGE de 2001 e 2002 para facilitar
a comparação entre os anos. É relevante lembrar que não havia nenhum consórcio entre
Estados e nem era possível a associação neste mecanismo de entes de diferentes níveis de
governo como hoje é permitido.

Tabela 1 Tabela 2
Consórcios intermunicipais existentes no Brasil/2001 Consórcios intermunicipais existentes no Brasil/2002

Nº de
Nº de
Área do consórcio Municípios
Área do consórcio Municípios
consorciados
consorciados
Educação 241
Habitação 64 Educação 336
Aquisição de máquinas e Habitação 116
669
equipamentos Meio Ambiente 743
Meio Ambiente 1121
Assistência e desenvolvimento
Abastecimento de água 161 232
social
Esgotamento sanitário 87
Direito de crianças e adolescentes 185
Limpeza urbana 85
Coleta de lixo 138 Emprego/Trabalho 130
Coleta seletiva de lixo 105 Turismo 348
Reciclagem de lixo 139
Cultura 151
Remoção de entulhos 85
Coleta de lixo especial 105 Transportes 328
Tratamento final de Desenvolvimento urbano 242
216
lixo
Desenvolvimento econômico 303
Processamento de dados 88
Saúde 1.969 Saúde 2.169
Total 4.152 Total 5.283
FONTE: IBGE, 2005a. Adaptada FONTE: IBGE, 2005b. Adaptada

A modificação dos parâmetros usados pelo IBGE não permite uma comparação muito
fidedigna entre os anos de 2001 e 2002. Desse modo, somente é seguro afirmar o aumento do
uso do mecanismo pelo incremento no número total de Municípios consorciados10. À primeira
vista poderia se pensar que os consórcios de meio ambiente diminuíram, mas uma análise
mais criteriosa permite inferir que parte dos consórcios de desenvolvimento urbano e
econômico, segundo a classificação de 2002, integravam anteriormente a área de meio
ambiente na classificação de 2001.
A partir dos dados apresentados nas duas tabelas, percebe-se a maior utilização dos
consórcios nas áreas de saúde, meio ambiente e aquisição de máquinas e equipamentos para
realização de obras públicas. Junqueira e Cruz (2002) apontam a área de obras e infra-
estrutura como espaço privilegiado da constituição de consórcios por meio de pactos, dada a
circunstancialidade das ações desenvolvidas, como a conservação de estradas vicinais e a
canalização de cursos de água. Atualmente a legislação não mais enquadra os pactos como
formas de consórcios públicos, pois estes devem assumir uma das duas personalidades
jurídicas previstas na Lei n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d). Em decorrência disso, entende-se
que os consórcios públicos, nesta nova normatização, dado o grau de institucionalização que

9
requerem, não mais serão espaço para ações transitórias e circunstanciais. A demanda dessas
ações deverá ser destinada aos convênios, ou deverá entrar como questão pontual para
consórcios públicos mais amplos.
A pesquisa de 2004 no que se refere a municípios consorciados na área de habitação
aponta o número de 84 em todo o Brasil. Número menor que a pesquisa de 2002, mas acima
da de 2001, o que ainda não permite a caracterização de uma tendência de queda. Em relação
aos municípios consorciados na área de meio ambiente, o Gestão Pública 2004 (IBGE, 2006c)
aponta a quantidade de 1080 no país, numero que fica inferior ao do ano de 2001, mas
superior ao de 2002, também não caracterizando nenhuma tendência expressiva.
A área de meio ambiente tem destaque dentre o total de consórcios, Junqueira e Cruz
(2002) e Abrucio (2000) explicitam atividades destes consórcios, como a reposição de mata
ciliar, o manejo de uma bacia hidrográfica, o tratamento do lixo, saneamento básico e
educação ambiental. Costa (2000) aponta, ainda, como atividade destes consórcios, a
integração na realização de estudos para a elaboração de um Plano Diretor de Bacia
Hidrográfica, e dentro da educação ambiental promovida, se realça o uso racional da água.
Como motivação para tal destaque, explicita-se a existência de legislação anterior à
Lei Consorcial que tratava dos consórcios no âmbito dos recursos hídricos, estimulando sua
criação. Cruz (2002) aponta a Lei Federal n.º 9.433/97, instituidora da Política Nacional de
Recursos Hídricos (PNRH) e criadora do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos (SNGRH), e o Decreto Federal n.º 4.613/0311.
Com relação à área da saúde, as Leis Federais n.º 8080/90, instituidora do Sistema
Único de Saúde (SUS) e n.º 8.142/90 ao tratar da participação da comunidade na gestão do
SUS e das transferências intergovernamentais para a área da saúde já traziam possibilidades
de atuação dos consórcios. Abrucio (2000) entende que os consórcios são um importante
instrumento de gestão, potencializando a atuação dos Municípios, para que estes assumam as
responsabilidades pela gestão plena do sistema de saúde. De acordo com o Ministério da
Saúde “a implantação e operacionalização de serviços de saúde que contemplem
integralmente as demandas de uma população representam, para a maioria dos Municípios,
encargos superiores à sua capacidade financeira” (MS apud ABRUCIO, 2000, p. 248).
Desse modo entende-se que a prestação de serviços de saúde de forma regionalizada evita a
sobrecarga dos Municípios, no que tange a construção e manutenção de novas unidades,
aquisição de equipamentos e contratação de recursos humanos especializados. O consórcio
público é visto como um mecanismo regional que tem boas condições de atender a política de
saúde nacional, que se caracteriza pela descentralização, regionalização e hierarquização.
Soares (2000a) expõe que a prestação do serviço de saúde é desempenhada de acordo
com sua complexidade. O atendimento básico, como a vacinação, deve ser local, próximo do
cidadão, disponível em cada Município. Aos consórcios caberia prover o atendimento
especializado, internações hospitalares e exames complementares. A autora entende ser
interessante a criação de centros de especialização distribuídos entre os consorciados para
evitar a concentração do fluxo de pacientes e recursos do SUS em um único Município.
O Gestão Pública 2002 (IBGE, 2005b) faz uma comparação da proporção de
Municípios com consórcio de saúde e de meio ambiente, por classes de tamanho da população
dos Municípios e Grandes Regiões.
Deste denota-se que quanto menor o Município, maior a utilização dos consórcios de
saúde, e quanto maior o Município, maior a utilização dos consórcios de meio ambiente. É
possível inferir a partir da pesquisa que os Municípios pequenos buscam os consórcios de
saúde dada a maior dificuldade de atender a demanda de sua população, que é pequena, não
possuindo escala suficiente para a manutenção de certos aparelhos, e ainda pela menor
quantidade de recursos disponíveis. Por outro lado, a preocupação com o meio ambiente surge

10
mais nos grandes centros, onde aquele já está em vias de degradação, sendo necessárias ações
conjuntas para tentar reverter a situação.
Outra percepção possível é o destaque das regiões Sul e Sudeste na proporção de
Municípios consorciados, superando em muito o percentual das outras regiões, principalmente
na área da saúde. Pode-se tentar explicar este fato pelo maior desenvolvimento das regiões Sul
e Sudeste, propiciando um maior associativismo.
Do mesmo modo que na área de recursos hídricos, na área de saúde pode-se dizer que
a legislação incentivou a formação de consórcios de saúde, porém a atuação dos governos
estaduais se mostra ainda mais estimuladora. É o caso do Estado de Minas Gerais, que possui
hoje, segundo o Colegiado de Secretários Executivos dos Consórcios Intermunicipais de
Saúde de Minas Gerais (COSECS – MG12), 65 consórcios de saúde com 694 Municípios
participantes, representando mais de 81% (oitenta e um) do total de Municípios mineiros.
Representando, em termos de Brasil, quase um terço do total de Municípios consorciados na
área da saúde (IBGE, 2002). Numa comparação de Municípios consorciados por Estado,
Minas só perde para o Paraná, que possui mais de 90% de seus Municípios associados em
algum consórcio de saúde. Estado este que também possui uma política de incentivo à
cooperação.
Em Minas Gerais, o Governo de Eduardo Azeredo (1995-1998) foi o primeiro a
definir uma política para os consórcios na área de saúde, prestando assessoria para sua criação
e beneficiando-os com incentivos financeiros. Deste modo, o Estado de Minas logo atingiu o
número de 75 consórcios de saúde, mas muitos tiveram seu desenvolvimento interrompido,
dada a artificialidade com que foram criados, não suportando as primeiras dificuldades
(LIMA, 2005).
No Governo de Itamar Franco (1999-2002) a política anterior foi extinta, o que fez
com que os consórcios ficassem isolados do Governo Estadual, não recebendo qualquer tipo
de apoio. Foi um período de reestruturação dos consórcios, pois teriam de caminhar por si
próprios. Muitos foram fechados, outros reabertos, e alguns perduraram (LIMA, 2005).
O Governo Aécio Neves (2003-2006...) retoma a atenção dada aos consórcios de
saúde, pois considera que constituem um importante mecanismo de gestão para a
descentralização da política de saúde. Após intensa negociação do COSECS – MG com a
Secretaria de Estado de Saúde (SES), esta lançou em 2005 o Programa Estadual de
Fortalecimento dos Consórcios Intermunicipais de Saúde de Minas Gerais. Este programa
atende ao Plano Diretor de Regionalização (PDR) vigente em Minas Gerais, e se destina à
execução de atividades permanentes no âmbito da saúde, na área de média complexidade do
SUS-MG, estruturando um sistema microrregional de análises clínicas, de transporte
sanitário, de telemedicina ou de diagnóstico por imagem (LIMA, 2005).
Para a efetivação deste programa o governo do Estado lançou um Edital de Seleção
Pública, para selecionar os projetos dos consórcios intermunicipais de saúde. Cada consórcio
poderia receber até R$ 250.000,00, por meio de convênio ou termos de compromisso de
gestão com a Secretaria de Estado de Saúde, para desenvolver seus projetos em infra-estrutura
física de unidades de atenção à saúde, aquisição de equipamentos, e custeio de outras
atividades de atenção à saúde como capacitação e treinamento de pessoal. O Edital foi
publicado em março de 2005, os projetos foram apresentados pelos consórcios e avaliados por
uma comissão especial, composta por membros da Secretaria de Estado de Saúde, do
COSECS – MG e do COSEMS – MG (Colegiado dos Secretários Municipais de Saúde de
Minas Gerais). Os projetos rejeitados foram redefinidos, para que todos os consórcios
pudessem ser atendidos. A partir de setembro de 2005 os recursos começaram a ser liberados,
tendo os consórcios até doze meses para executar os projetos, sendo que estes serão
monitorados pela Secretaria de Estado de Saúde e pela comissão avaliadora dos projetos. A
SES poderá designar auditorias contábil e assistencial para avaliar o andamento dos projetos.

11
Em caso de descumprimento do estabelecido nos convênios ou termos de compromisso de
gestão celebrados, estes serão rescindidos e também serão aplicadas sanções e penalidades
legais pertinentes (MINAS GERAIS, 2005b).
Quanto à área do meio ambiente, o Estado de Minas não tem uma política específica,
mas sabe-se de estudos que estão sendo desenvolvidos pela Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Regional e Política Urbana (SEDRU) para a criação de um consórcio
público entre os Municípios de Belo Horizonte e Contagem e o Estado, cujo objetivo é
resolver os problemas ambientais da Bacia da Pampulha (MACHADO, 2005b).
Existem outras áreas de atuação de consórcios públicos que ainda não se
desenvolveram a contento, mas que apresentam possibilidades de ganhos na gestão associada.
Soares (2000b) afirma ser a área de cultura relegada a um segundo plano, permanecendo sua
administração centralizada nas secretarias estaduais de cultura. Os consórcios poderiam
induzir a manifestação das particularidades locais desenvolvendo a identidade cultural
regional. As possíveis ações destes consórcios tangeriam a preservação do patrimônio
histórico com a formação de agentes culturais; a promoção de eventos, organizando o
calendário da região; e a instalação de equipamentos culturais, como o serviço de ônibus
biblioteca.
O desenvolvimento econômico regional seria outra área promissora para a atuação dos
consórcios públicos para Abrucio (2000). A atração de investimentos, o controle e prevenção
da guerra fiscal são ações possíveis. A área do turismo com o desenvolvimento do potencial
regional e sua exploração racional, ainda é pouco tratada pelos consórcios, mas está em
crescimento. Uma outra área que pode ser explorada pelos consórcios é a informática, com o
desenvolvimento de sistemas que atendam mais de um ente consorciado e a capacitação de
recursos humanos de todos os consorciados.
Deste modo percebe-se como são grandes as possibilidades de atuação dos consórcios
públicos, envolvendo as mais diversas áreas de atuação governamental. É importante assinalar
que não se está em busca da criação de outro ente federado intermediário, busca-se a atuação
conjunta dos mesmos, para potencializar o atendimento às demandas da população.

Considerações finais: potencialidades e limitações, vantagens e desafios

Os consórcios públicos, tal como descritos neste ensaio, apresentam uma gama variada
de potencialidades. Seus principais resultados se articulam com as finalidades a que se
propõem. Vaz (2000) distingue cinco possíveis resultados auferidos pelos governos
municipais com a criação de consórcios intermunicipais. Generalizando estes resultados para
que possam ser aplicados às novas possibilidades de consórcios hoje permitidas pela Lei
Consorcial, aponta-se: o aumento da capacidade de realização com ampliação do atendimento
ao cidadão e alcance dos serviços públicos, possibilitados pela maior disponibilidade de
recursos; aumento na eficiência do uso de recursos públicos com o compartilhamento de
atribuições e competências na prestação de serviços públicos que possibilitam um menor
investimento e custeio por parte dos entes consorciados, do que se fossem prestá-los
separadamente; possibilidade de realizações antes inacessíveis a um único ente, como o
desenvolvimento de uma política regional de desenvolvimento econômico; aumento do poder
de barganha, diálogo, pressão e negociação dos entes consorciados com outros entes
federados; aumento da accountability, transparência das decisões públicas, por envolverem
diversos atores tornando mais visíveis as discussões, o que permitiria maior fiscalização da
ação governamental por parte da sociedade (VAZ, 2000).
Junqueira e Cruz (2002) realçam outros avanços que podem ser atingidos pelos
consórcios públicos, como o planejamento integrado e contínuo em diversos setores; a
abertura de espaços criativos, para discussão e inovação das relações intergovernamentais,

12
aperfeiçoando o pacto federativo e o processo de reforma do Estado; a melhor identificação
de potenciais parceiros, tanto no Poder Público, quanto na sociedade civil, e setor privado,
todos interessados no desenvolvimento; a concretude desta forma institucional, para a melhor
cooperação e relacionamento entre União, Estados e Municípios.
Tendo em vista a Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d), a sua promulgação por
si só já enseja uma potencialidade. Um grande avanço realizado pelo legislador brasileiro que
conseguiu disciplinar o instituto dos consórcios públicos. Regras claras aumentam a
possibilidade de institucionalização e reconhecimento deste mecanismo, potencializando
todas as suas outras vantagens. A cooperação intergovernamental vertical e horizontal ganha
destaque, e se torna ponto central na discussão do melhor provimento dos serviços públicos,
consoante o interesse do cidadão.
Justen Filho (2004) expõe que nos consórcios públicos todos os entes consorciados
participam do processo decisório, e podem requerer a aplicação de sanções ao ente que estiver
inadimplente com suas obrigações previstas no contrato de consórcio público. O mesmo autor
ressalta, como grande vantagem da gestão consensual pelos consórcios públicos, a
neutralização de interesses políticos secundários, como já acontece nas sociedades de
economia mista e empresas públicas em que participam entidades integrantes de diferentes
esferas federativas.
A definição de políticas públicas afinadas é a potência prevista por Porto Neto (2004)
ao se referir aos consórcios públicos como garantidores de uma atuação mais eficiente dos
entes consorciados no exercício de suas respectivas atribuições. Marques Neto (2004) fala em
concertação de competências, em que o consórcio permite e estimula a cooperação dos entes
de maior porte em auxiliar aos de menor capacidade de investimento e ação, fortalecendo o
federalismo cooperativo.
A Lei consorcial introduziu outras potencialidades para os consórcios públicos, como
a capacidade de se auto-sustentarem, ao arrecadar tarifas e preços públicos pelos serviços
prestados13, e a outorga de prerrogativas da administração pública, como promover
desapropriações e instituir servidões por necessidade pública14, e ainda, serem contratados
pelos entes consorciados, dispensada a licitação15. Os consórcios podem firmar contratos,
convênios ou acordos de qualquer natureza com outros entes da federação16, além de outorgar
concessões, permissões ou autorizações de obras ou serviços públicos, desde que prevista
autorização no contrato de consórcio público17 (MACHADO, 2005a).
Uma limitação decorrente da Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d) é a própria
novidade da legislação, que ainda não foi consolidada, ensejando interpretações distintas por
parte de juristas e aplicadores do direito. Gomes (2005) fala em um protocolo de intenções
bastante detalhado, até mesmo complexo, podendo inibir o consorciamento de entes
pequenos, mas também apto a solidificar, dar segurança ao consorciamento de prazo mais
dilatado, tendo em vista que o instituto não se destina a ações transitórias, mas perenes.
Machado (2005a) percebe a ausência da institucionalização da participação da sociedade civil
no processo decisório do consórcio. Participação esta, que poderia diminuir a influência
político-eleitoral no mesmo, e também aumentar a accountability e a responsividade,
distribuindo os custos dos resultados.
Passando para os desafios da aplicação e manutenção do instituto em si, Junqueira e
Cruz (2002) atentam para: as mudanças de gestão relacionadas ao caráter suprapartidário do
consórcio, que podem ensejar descontinuidade (fator atenuado pela institucionalização e
segurança providos pela Lei Consorcial); a dificuldade de negociação numa arena composta
por atores heterogêneos; o cuidado que se deve ter para que não ocorra subordinação aos entes
consorciados de maior poder econômico, garantido uma efetiva cooperação interfederativa; e
a atenção para o financiamento, que pode frustrar as expectativas do consórcio.

13
Krell (2003) realça o fracasso de alguns consórcios pela falta de espírito associativista
de seus consorciados dificultando a delegação de competências para organismos supralocais.
A falta de interesse, recursos e apoio também são vistas como possíveis dificuldades. Reforça,
também, o aspecto da conjuntura política, sendo o insucesso creditado às mudanças de
mandato no Executivo.
Apesar disso, reconhece-se, ainda, os consórcios públicos como espaço privilegiado
para gestão associada de serviços públicos, e além das vantagens de planejamento integrado
para resolução de problemas que ultrapassam os limites fronteiriços de um ente, forma-se
capital político e cria-se novas arenas para discussão de objetivos públicos. Agora podem
cooperar por meio de um consórcio público, Municípios, Estados e União, perseguindo a
melhor forma de prestar serviços públicos, de acordo com as vantagens inerentes a cada um.
A Lei Consorcial traz regras claras implicando uma maior possibilidade de sucesso, e melhor
cooperação entre os entes, já que as expectativas de cada um estão mais bem delimitadas, mas
ainda é muito cedo para dizer se foram efetivas, não permitindo análises mais profundas a este
momento, sendo necessário tempo para que seja aplicada na prática brasileira, para que se
possa, então, confirmar ou contradizer argumentos expostos neste trabalho.
Por final percebe-se que o consorciamento tem sido visto como uma política de
governo, quando na verdade deve ser pensado como uma política de Estado, uma decisão
institucional, um caminho a ser trilhado, potencializador das políticas públicas propostas pelo
Estado e almejadas pela sociedade.

1
Art.44 são pessoas jurídicas de direito privado: I – as associações; II – as sociedades; III – as fundações; IV –
as organizações religiosas; V – os partidos políticos (BRASIL, 2006c).
2
Art. 2º, inc. III do PL n.º 3.884/04. (BRASIL, 2005)
3
Art. 3º da Lei n.º 11.107/05. (BRASIL, 2006d)
4
Art. 4º, §5º da Lei n.º 11.107/05. (BRASIL, 2006d)
5
Art. 8º, §1º da Lei Federal n.º 11.107/05. (BRASIL, 2006d)
6
Art. 8º da Lei Federal n.º 11.107/05. (BRASIL, 2006d)
7
Art. 8º, §5º da Lei Federal n.º 11.107/05. (BRASIL, 2006d)
8
Art. 13 da Lei Federal n.º 11.107/05. (BRASIL, 2006d)
9
Art. 13, §5º da Lei Federal n.º 11.107/05. (BRASIL, 2006d)
10
Os valores totais apresentados nas Tabelas II e III não refletem diretamente o total de Municípios com
consórcios, pois existem Municípios participantes de mais de um tipo de consórcio.
11
Este Decreto revogou o Decreto Federal n.º 2.612/98.
12
É uma entidade colegiada, sem fins lucrativos, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial. Atua
como um órgão permanente de intercâmbio de experiências e informações dos Consórcios Intermunicipais de
Saúde do Estado de Minas Gerais.
13
Art. 2º, §2º da Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d)
14
Art. 2º, II, da Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d)
15
Art. 2º, III da Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d)
16
Art. 2º, I da Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d)
17
Art. 2º, §3º da Lei Federal n.º 11.107/05 (BRASIL, 2006d)

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14
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