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Universidade de Brasília

Instituto de Ciências Humanas - IH


Departamento de Serviço Social - SER

Fichamento do texto “Pesquisa Qualitativa” de Pedro Demo

Maria Gabriella dos Santos Costa ​- 17/0061531

Tema:

O autor aborda os processos que envolvem o desenvolvimento de uma pesquisa


qualitativa, mostrando as principais dificuldades, mostrando o que deve ser
aprofundado ou evitado nesse percurso. Destaca, assim, a importância de superar a
dicotomia colocada entre as pesquisas qualitativa e quantitativa, já que devem ser
vistas de forma dialética, sendo que, para Demo (2000), uma compõe a totalidade da
outra.

Referência Bibliográfica:

DEMO, Pedro. Pesquisa Qualitativa. ​In: Metodologia do Conhecimento Científico.


Editora Atlas. 1a. ed.. São Paulo, 2000.

Ideias Importantes:

Para pensar a pesquisa qualitativa, deve-se pensar, primeiramente, na realidade


complexa e emergente e na face qualitativa que esta possui, superando a dicotomia
da qualidade e quantidade. Qualidade não é somente “não quantidade”, sendo que as
duas são a mesma dimensão formando-se, dialeticamente. Assim, esses contrários
são componentes um do outro, sendo que sua totalidade se faz de forma dialética,
sendo a parte quantitativa uma busca pelo “maior”, enquanto a qualitativa se faz pela
busca do “melhor”. Deve-se descartar também o conceito de “qualidade total”, já que
dialeticamente nada é total. O autor mostra diversas formas como se pode definir
qualidade, sendo que num contexto de democracia, a participação se torna um
sinônimo da primeira. Ela pode ser, também, referenciada como a perfectibilidade das
coisas, da vida, mostrando o processo evolutivo e o “salto qualitativo” de sua
composição.
Deve-se compreender, desta forma, as dimensões de intensidade e dialética da
qualidade, sendo a primeira plenitude, intensidade, realização. Sua dialética consiste
em reconhecer a dinâmica complexa e contrária pela qual se constitui o resultado não
linear do processo não linear da análise qualitativa. Aqui, devem-se considerar a
efemeridade de vivências profundas e a necessidade de sua contínua restauração, o
reconhecimento de sua profunda dinamicidade que consiste num processo dialético
de concessões e aspirações. Considera-se o aspecto participativo em sobreposição
ao aspecto crítico e se assinala dimensões valorativas, com destaque para a ética.
A qualidade também possui uma politicidade, considerando os sujeitos capazes de
fazer sua própria história, “fazendo-se” com consciência crítica, observando as
dificuldades e oportunidades da aproximação do espaço político, organizando-se. Aqui
se destaca a dicotomia das dimensões do ter e do ser, mostrando que a pobreza
política vem acompanhada da acriticidade, enquanto a pobreza material coíbe os
sujeitos nessa condição de se reconhecerem assim, excluindo-os de diversos
processos. Desta forma, pode-se afirmar que a realidade social não se reduz à
realidade natural, mesmo possuindo semelhanças ao lado das diferenças. Assumir
essa ideia seria ignorar o processo evolucionário, de acordo com o autor.
Demo (2000) também traz a dialética da qualidade, que consiste num fenômeno
natural/social dinâmico e contrário, agindo dialeticamente pela via do conflito, do salto
ou da alternativa, sendo a expressão complexa e não linear dos fenômenos. A partir
desta, pode-se inferir sobre a pesquisa qualitativa, objeto principal do autor nesse
texto. Começando pela metodologia, definida por este como a captação da realidade,
contando com a teoria. Existem, para isso, modos de captação congruentes com as
marcas da qualidade, como a flexibilidade e a subjetividade. Rejeita-se, nesse
processo, a redução da qualidade à quantidade. Para a realização da pesquisa, o
autor coloca a essencialidade da realização de alguns procedimentos, como a
elaboração de questionários e a anotação de dados em certa ordem que beneficie a
pesquisa como um todo, além da formulação de um roteiro comum, da atenção no
processo de análise dos dados coletados e de uma formalização mais flexível, apesar
de ser mais complexa.
A pesquisa qualitativa quer fazer jus à complexidade da realidade, pensando nos
fenômenos, em suas qualidades e em como se fazem no contexto social, numa
mensuração que exige mais do que a captação de dados. Para um melhor resultado,
o autor recomenda a participação do pesquisador, com entrevistas abertas e longas,
contando com repetições. Sugere, também, a convivência como parte fundamental da
realização da pesquisa qualitativa, além da importância da criticidade na análise de
dados. Nesse processo, as pesquisas quantitativas podem servir como explicação
inicial, mas a captação do fenômeno de forma não linear só é possível pela
abordagem qualitativa. Isso significa maiores dificuldades, por esta possuir
procedimentos deveras sofisticados na prática, pela não-linearidade, pela
complexidade e emergência, exigindo mais cuidado por parte do pesquisador.

Observações Complementares

Seguem abaixo algumas citações que propiciaram uma maior reflexão e compreensão
do texto analisado:

“Se não descobrir que a pobreza é injusta e historicamente produzida, o pobre


continua ‘objeto’ de cuidados duvidosos de estados e governos, quando, na verdade,
deveria ser a peça-chave de sua libertação.” (DEMO, 2000, PP. 148)

“O mais importante, porém, é visualizar a qualidade como expressão complexa e não


linear dos fenômenos, ao mesmo tempo indicativa de sua incompletude ostensiva e
potencialidade pretensamente ilimitada.” (DEMO, 2000, PP. 149)

“Com efeito, toda proposta de captação da realidade (metodologia) está sempre a


reboque de teoria na qual se definem os contornos mais relevantes da realidade. Não
vêm antes nem o dado, nem o método. O desafio que temos é o de buscar modos de
captação que sejam congruentes com as marcas da qualidade, como, por exemplo,
sua dinâmica mais flexível, subjetiva, intensa, ideológica, profunda, provisória.”
(DEMO, 2000, PP. 151)

“O problema do positivismo é o reducionismo excessivo, ou a ditadura do método, e


isso a pesquisa qualitativa pretende evitar” (DEMO, 2000, PP. 151)

“Por vezes, a rebelião contra rigores do método dispensa hipótese de trabalho teórica
e mesmo algum caminho metodológico, alegando-se que “o caminho se faz
caminhando” sem perceber que, na verdade, para fazer o caminho caminhando, basta
o senso comum e alguma dose de bom-senso.” (DEMO, 2000, PP. 152)

“Muitas vezes, é preciso investir horas de ‘conversa fiada’ para chegar na conversa
séria.” (DEMO, 2000, PP. 157)

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